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O CEGO E OS CAPITÃES (2/3) [7223/7224]

(2) Emquanto o cego pega na viola e canta, alli na praça, ja seu pote de esmollas vae se enchendo. Um molecote se chega por traz delle e rouba a esmolla. O cego percebeu. O rapazola, porem, faz que foi outro quem o bote deu. Falla: “Ahi, ceguinho! Ocê que enxote melhor a molecada, quando colla!”

{Não posso fazer nada!}, diz, tentando render-se na moral. {Elles que estão por cyma, aqui por toda a região!

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Que faço, si estão elles no commando?}

“Tem mesmo que engolir! Aquelle bando é barra pesadissima!” Ja vão os outros rodeando o cego. Não se accanham, gargalhadas ja vão dando.

(3) Cercado de moleques, elle implora: {Dó tenham do ceguinho! Dependente sou desse dinheirinho!} O delinquente mais velho delles diz: “Cego não chora! Quem manda somos nós! A grana agora é nossa! Fica tudo para a gente!

Você que esmolle, toque, cante, tente junctar! No fim do dia, a gente explora!”

{Mas como vou viver? Ja fome passo!}

“Lhe damos nosso resto! Ocê se vira!

Apprenda a curtir sua ziquizira!”

A turma se diverte em riso lasso e, para confirmar o seu devasso intento, o lider para fora tira a rolla, mija nelle, que sentira, ja, cheiro dessa urina a cada passo.

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