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AFFLICTO MOSQUITO (1/2) [8033]
(1)
De dores oculares eu padesço. Perdi meu olho esquerdo, o que restava. Pendi para analgesicos, em vão. Pedi para meu medico o opioide. Pedi dum outro medico o opiaceo. Pedi de mais um medico morphina. Pedi dum outro ao menos codeina.
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Disseram-me: {Magina! Você quer mactar o que não passa dum pequeno mosquito com um tiro de canhão!}
Difficil conseguir uma receita foi sempre, pois os medicos não dão à gente o que elles tomam quando a dor não querem supportar na propria pelle.
(2)
Paguei ja, por remedios, alto preço. Mandei ja, muitas vezes, tudo à fava.
Pensei: “Por que é que os medicos não são eguaes aos que, nas epochas do Freud, remedios davam para que passasse o effeito doutra droga que elimina symptomas que não passam duma fina cortina de fumaça?” Quem disser {Magina! Quer você com um veneno curar quaesquer incommodos?} eu não acceito mais! Aguente quem acceita!
Agora, compto os dias que virão até que isso termine. Não, doutor, mactar-me irei, não tendo a quem appelle!