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GASTRICA GASTURA (1/2) [8036]
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O velho tirar sangue vae, roptina à qual se accostumou, com tanto exame que os medicos lhe pedem. Nem está nervoso no momento da collecta. Mas, desta vez, inepto é o funccionario que fura a sua veia. Sem achal-a, o gajo faz da agulha sacarolha e, fura que refura que perfura, emfim faz a sangria. Alli, coitado, contorce-se o velhinho no repuxo dos nervos, vendo estrellas, tenso, afflicto. De subito, começa a passar mal, accaba desmaiando, dá trabalho até que se refaça, para casa consiga retornar, de braço tincto.
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(2)
Agora, a qualquer hora se imagina naquella situação. A quem reclame não tendo, ganha azia, fica ja tremendo, sapateia, arfa, se inquieta, revê seu hemorrhagico scenario.
“Ja soffro, Glauco, tanto! (elle me falla)
Me tracto das doenças, sem excolha, e ganho, de lambuja, a tal gastura de estomago! Ora, estou ou não ferrado?”
Eu, só de imaginar, quasi extrebucho com elle na afflicção. Depois, medito accerca da sahida natural pro nosso descomforto. Não me valho, porem, da suicida voz que embasa as minhas theses. Fico mudo, ou minto.