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O CEGO E SUA NAMORADA [6980]

Embora cego, o gajo conseguira com uma namorada ter a sua amavel companhia pela rua. Mas logo descobriu que era mentira. Aquella maluquette era da lyra, sorria, como quem se prostitua, a todos que encontrasse e que, de lua, quizessem conferir como se vira. Do cego só queria alguma grana. Dos outros, chuparia até caralho fedido, que lhe desse mais trabalho de lingua! Ah, que putana mais sacana!

Não, nunca abriu o jogo. Sua chana chupei, pois nisso julga que não falho. Sim, Glauco, sou tal cego. Não expalho, porem, que descobri que ella me enganna.

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DESPEITO DA DESFEITA [7064]

Poeta, meu marido é um despeitado! Desculpe, intimidades si lhe fallo daquelle presumpçoso, cujo phallo nem pode ser chamado de cajado! Mas elle fica fulo si me enfado da sua gabolice! Falso gallo, assim o chamo, para não chamal-o de brocha, de impotente, de veado! Não, Glauco! Bem dotado não é, não! A minha bocetinha, sim, é festa na bocca de quem isto não detesta! Pois elle desdenhou della, Glaucão! Precisa ver que grande e bello vão das pernas tenho, vate! Quem contesta? Os homens todos lambem, Glaucão, esta chochota! Até meu novo Ricardão!

APPOSTA NA BOSTA [7105]

Malvada sou, Glaucão! Si poderosa eu fosse, castraria algum machão, seus olhos vazaria, quando, então, promptinho ficaria à minha prosa! Então eu lhe diria: Aqui quem goza sou eu e mais ninguem! Os homens são escravos da boceta! Como um cão, lambidas dê nas petalas da rosa! Seus labios que em meus labios se inundar consigam da sopinha vaginal!

Um cego bem cappado um animal se torna, de exquisito paladar! Depois, approveitando que cagar eu quero, vae comer meu trivial cocô que, comparado, tem mais sal que sangue menstrual! Quer appostar?

(p’ra não dizerem que não canto as femeas)

Oh minha doce amada, minha goyabada, tão conspicua quão conspucia, inconstante e mammada, desnaturada e desnattada!

Oh minha desdenhosa, divina, demoniaca diva doidivanas, como amo tuas anas quando me envenenas com teus ventos; tuas chanas planas e plenas de corrimentos; tua prepucia que não posso arregaçar e teu regaço que não passo sem cabaçar!

IDÉA DE MEDÉA [8552]

Tortura das torturas! Um leitor mais sadico me impoz cruel castigo!

Terei que imaginar qual o sabor dum chico na boceta! Assim me instigo... Tormento dos tormentos! Quando for forçado à cunnilingua, mal consigo suppor o que farei! Aquelle odor ja basta p’ra noção dar do perigo...

Penar dos meus penares! Chupador serei duma mulher que ao inimigo nem quero desejar! Nem sei que cor tem ella, a face... Eu, cego, o que é que digo?

Mandona, gozadora, com rigor sarcastico será, para commigo, a fonte do mais torpe e vil horror! Debaixo de seus pés terei abrigo? Num impeto masoca, a meu favor supponho o senso orgastico. Me ligo na astral contradicção, na moral dor e contra tal idéa ja não brigo.

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