Uma Análise Socioambiental do Entorno do Açude Grande: Cajazeiras/PB Suely de Oliveira Pinheiro COSTA Mestre Universidade Federal de Campina Grande Unidade Acadêmica de Ciências Exatas e da Natureza UFCG/Brasil suelpinheiro@yahoo.com.br Manoel Francisco Gomes FILHO Doutor Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pos Graduação em Recursos Naturais UFCG/Brasil
Resumo Com o intuito de analisar socioambientalmente o reservatório superficial urbano Açude Grande localizado na cidade de Cajazeiras/PB foi realizado este estudo. Entre seus objetivos destaca-se a análise ambiental através da percepção de seus usuários, detectando o nível de informação dos mesmos acerca dos impactos gerados pela ocupação e intervenção antrópica e seus reflexos na saúde humana, bem como identificando o de interesse dos mesmos em participar de ações para melhorar a qualidade ambiental da área. Desta forma, o estudo deu-se em duas etapas: a primeira etapa compreendeu o levantamento bibliográfico onde se buscou embasamento teórico para referenciar o tema. A segunda etapa, compreendendo o estudo de campo, foi desenvolvida com a aplicação de questionário junto aos usuários do reservatório superficial urbano Açude Grande seguida por caminhadas em seu entorno para o registro fotográfico utilizando as imagens para analisar ações que alteram a paisagem. Conclui-se, que alguns dos entrevistados demonstraram desconhecer a importância do reservatório para o ambiente, em contrapartida, demonstraram um apreço por sua função paisagística. Alguns colocaram que o Meio Ambiente é um lugar natural necessário a existência humana, mas que este se encontra em situação de degradação causada pelo próprio homem. Ao mesmo tempo em que degrada, o homem é quem mais pode contribuir com a reconstrução daquilo que já apresenta modificações antrópicas. Palavras-chave: Análise Socioambiental; Cidadão Local; Preservação Ambiental.
Abstract In order to analyze the socio-environmentally urban surface reservoir dam in the city of Grand Cajazeiras / PB was carried out this study. Among its objectives there is the
environmental analysis through the perception of its users, detecting the level of the same information about the impacts generated by human intervention and occupation and its effects on human health as well as identifying the interest in participating in the same actions to improve the environmental quality of the area. Thus, the study took place in two stages: the first stage of the literature, where we seek to cite the theoretical issue. The second phase, comprising the field study was developed with the use of questionnaire to the users of urban surface reservoir Grande Dam followed by walking around it for the record using photographic images to analyze actions that alter the landscape. It is concluded that some of the respondents were unaware of the importance of container to the environment, in contrast, showed an appreciation for its function landscape. Some have placed the Environment is a natural need of human existence, but that in a state of degradation caused by man himself. At the same time that degrades man is who else can help with the rebuilding of what has already human disturbances. Keywords: Environmental analysis; Local Citizen, Environmental Preservatio.
Introdução
D
iante da proporção que vem tomando os problemas ambientais neste início de século, alargando-se como tema central de discussões em vários foros por todo o mundo, este estudo objetivou analisar socioambientalmente o entorno do açude superficial urbano Açude Grande da cidade de Cajazeiras/PB sob a ótica dos cidadãos locais. Local de extrema importância na história da cidade, este reservatório foi construído em terras que pertenciam a Casa Grande da Fazenda, ponto de partida para a origem da mesma, e serviu para abastecê-la até 1964, quando foi implantado um sistema de abastecimento. Hoje é principalmente utilizado como forma de lazer. O município de Cajazeiras, localizado na região oeste do estado da Paraíba (PB) a cerca de 665 Km da capital estadual, apresenta uma altitude de 298m em relação ao nível do mar e temperaturas maiores que 22oC, com chuvas escassas no inverno. A região é também conhecida como Polígono das Secas. Possui um dos maiores PIBs do Sertão Paraibano, e é considerado como um polo regional no setor educacional, contando com vários cursos de graduação oferecidos pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG bem como por Faculdades particulares favorecendo o seu desenvolvimento, encontrando-se entre as cidades que mais cresce no estado. Esse crescimento meteórico preocupa-nos, especialmente em relação às questões ambientais, visto que o crescimento cultural é acompanhado em nível igual de desenvolvimento urbanístico, sendo que este último deve ser regido de forma sustentável evitando a elevação dos índices de deterioração ambiental Neste sentido, o Açude Grande, reservatório superficial urbano, vem sofrendo as conseqüências de práticas indevidas de respeito à natureza, o que nos motivou a desenvolver um estudo na perspectiva avaliativa, onde se poderá compreender a postura dos usuários diante de seus contextos práticos e realidades específicas.
Espera-se contribuir para a identificação e a compreensão dos fatores que interferem na relação pessoas/ambiente, de modo a buscar soluções viáveis a uma interação que respeite os princípios de equilíbrio dos recursos naturais. O presente estudo teve como objetivos caracterizar a situação atual da área de inserção do reservatório superficial urbano ‘Açude Grande’, na cidade de Cajazeiras PB, através da análise ambiental, do levantamento da intervenção e ocupação antrópica, que podem comprometer a qualidade do meio ambiente e analisar a percepção dos seus usuários acerca das interações existentes com o mesmo no que concerne a educação ambiental.
2 Estado da Arte 2.1 Açude Grande: aspectos paisagísticos Na história da cidade de Cajazeiras, o Açude Grande configurou-se como importante fonte de recursos para a população, pois subsidiava os habitantes no que concerne a criação de peixes, propiciando o sustento de famílias, bem como o banho e lazer de uma forma geral. Todavia, a história e o passar dos tempos não o foram benéficos. No decorrer dos anos, o crescimento populacional e sua conseqüente urbanização passaram a exercer uma pressão antrópica sobre este reservatório, fato que contribuiu substancialmente para alterar as condições ecológicas deste recurso no que se refere a sua funcionalidade enquanto ecossistema, comprometendo em muito a qualidade ambiental do reservatório com extensão aos que dele usufruem, das mais variadas formas, visto que começou a ser utilizado como depósito de esgotos, lavagem de automóveis e roupas, despejo de entulhos, móveis velhos e animais mortos (ALMEIDA, 2005). Suas águas possuem um alto teor de poluição, isto como conseqüência de dejetos dos esgotos residenciais e conteúdos de fossas sépticas que são jogadas dentro de suas águas. Entretanto mesmo em face do seu índice de poluição, percebemos que a comunidade mantém estreita relação com este reservatório, visto que é largamente utilizado por usuários freqüentes e eventuais para lazer, prática de exercícios físicos, em especial caminhadas, e ainda criação e pesca de peixes para o sustento familiar. Entre estas atividades, algumas favorecem atitudes que causam deterioração ambiental, não existindo, pelo menos não é de nosso conhecimento, nenhum projeto que ora seja desenvolvido com o intuito de oferecer orientações no sentido da preservação e manutenção do equilíbrio ambiental, além das informações complementares sobre a prática correta das atividades físicas e informações que culminem com a melhoria da qualidade da saúde e, consequentemente, da qualidade de vida das pessoas. Atualmente parte do entorno do açude é ornado por um calçadão que favorece a prática de exercícios físicos e local de encontro das pessoas, caracterizando-se como ponto turístico dos mais visitados da cidade e regionalmente conhecido devido ao seu pôr-do-sol. Este recanto é popularmente conhecido como “Leblon”. É possível afirmar
que esta área expressa uma visão do ontem e do hoje para a comunidade que se encontra inserida em todo o processo de mudança, crescimento e valorização do aspecto urbanístico. Embora seja a mais visitada área da cidade, este açude sofre com a poluição de suas águas, bem como a população que dele usufrui, pois diante de uma área tão rica em possibilidades, existe o contraste com o desequilíbrio ambiental. Recentemente o reservatório passou por um processo de revitalização, entretanto sabemos que este feito se não for acompanhado com um responsável processo de gestão, a área revitalizada não demora muito para voltar as formas anteriores.
2.2 O meio ambiente e a poluição A Lei Nº 6.938, de 31de agosto 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, enfatiza que poluição é definida como a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) b) c) d)
Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; Afetem desfavoravelmente a biota; Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Para melhor esclarecimento do processo de deterioração ambiental, gerado principalmente pela falta de um conhecimento compatível com procedimentos de preservação ambiental, apresenta-se a seguir, um recorte sobre os elementos gerados de tal processo: Poluentes – são resíduos gerados pela atividade humana, causando um impacto ambiental negativo, ou seja, uma alteração indesejável. Dessa maneira, a poluição está ligada à concentração, ou quantidade, de resíduos presentes no ar, na água ou no solo. Para que se possa exercer o controle da poluição de acordo com a legislação ambiental, definem-se padrões de indicadores de qualidade do ar, da água e do solo que se deseja respeitar em um determinado ambiente (BRAGA, 2007). Para Campos (2001), mas especificamente no que se referem a poluentes aquáticos, as características observadas ou avaliadas, diz respeito à sua natureza, dimensionada em: física, química e biológica. A poluição física ocorre quando ocorrem alterações nas características físicas dos corpos hídricos, como densidade, temperatura, cor, turbidez, etc. A poluição química, como é sabido, é conseqüência da intrusão de compostos químicos orgânicos e inorgânicos, naturais ou sintéticos (matéria orgânica, sais, metais, pesticidas, fertilizantes etc.). A poluição biológica ocorre pela intrusão de seres vivos em meios aquáticos diferentes daqueles a que estes seres são naturais ou originários, de tal forma que esta interferência venha causar alterações na qualidade da água.
Este aporte de organismos para o meio aquático pode ocorrer por atividade antrópica e também por enchentes, enxurradas, lixiviação e escoamento de solos. Dificilmente a poluição ocorre por um único meio e de uma única maneira. Assim, o controle da poluição das águas tem sido considerado um dos grandes desafios para aqueles que estão incumbidos dessa tarefa. A ocupação urbana descontrolada em suas áreas de proteção é a maior ameaça aos mananciais. Tal ocupação traz esgoto doméstico, lixo e carga urbana de poluição, levando ao comprometimento da qualidade da água e à possível inviabilização de uso do manancial, dado o aumento do custo do tratamento e também a ameaça de redução da qualidade da água a ser distribuída para a população, devido à possível presença de substâncias tóxicas associadas à poluição urbana (CAMPOS, 2001). Para fins práticos, em especial do ponto de vista legal de controle da poluição, e em consonância com Braga (2007), acrescenta-se que o conceito de poluição deve ser associado às alterações indesejáveis provocados pelas atividades e intervenções humanas no ambiente. Os ensinamentos das leis físicas e do funcionamento dos ecossistemas fornecem os ingredientes básicos para a concepção do modelo que pode ser chamado de modelo de desenvolvimento sustentável. Na ótica de Braga (2007) ele deve funcionar como um sistema fechado, que tem como base as seguintes premissas: dependência do surgimento externo contínuo de energia (Sol); uso racional da energia e da matéria com ênfase à conservação, em contraposição ao desperdício; promoção da reciclagem e do reuso dos materiais; controle da poluição, gerando menos resíduos para serem absorvidos pelo ambiente; e controle do crescimento populacional em níveis aceitáveis, com perspectivas de estabilização da população. Ainda fundamentando-se em Braga (2007), para que a humanidade evolua para o modelo proposto, devem acontecer revisões comportamentais em direção ao novo paradigma. A sociedade atual já despertou parcialmente para o problema, mas há muito ainda para ser feito em termos de educação e cooperação entre os povos e em termos do meio ambiente.
2.3 Impactos ambientais O monitoramento e a avaliação de impactos ambientais, bem como sua contabilização econômica, são hoje uma exigência da sociedade para todos os setores de atividade econômica e em todos os níveis de escala espacial (ROMEIRO, 2004). Desta forma, a Resolução nº 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) considera Impacto Ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas
possibilitando a interação com aquilo que se encontra ao seu redor. Este abriga fatores bióticos e abióticos e é organizado principalmente pelo conjunto de fatores físicos e humanos, agrupando a natureza, o verde e o Açude Grande, que faz parte do cotidiano do local aonde vivem. Alguns pesquisados, ainda, colocaram que o mesmo é um lugar natural necessário a existência humana, mas que se encontra em situação de degradação causada pelo próprio homem (GRÁFICO 1).
Gráfico 1: Na qualidade de cidadão (ã), como você analisa a questão ambiental do entorno onde se encontra o Açude Grande?
Análise da questão ambiental do entorno do Açude Grande
3,33%
36,67% 60%
Boa Razoável Regular
Fonte: Próprio Autor/2009
Ao mesmo tempo em que degrada o homem é quem mais pode contribuir com a reconstrução daquilo que já apresenta modificações antrópicas, cuidando do que lhe é mais próximo, como por exemplo, a rua onde mora. As informações obtidas sobre meio ambiente foram, em sua maioria, provenientes da escola e da mídia, demonstrando a necessidade de implantação de medidas transformadoras na educação formal para que a consciência cidadã seja despertada. Neste estudo referenciamos o impacto ambiental causado sobre a carga hídrica do reservatório superficial urbano Açude Grande, em virtude da descarga de esgoto doméstico que suscitam risco de doenças endêmicas através da proliferação de insetos e roedores, comprometendo assim, a qualidade de vida da população do entorno e da biota, bem como variados meios de utilização da referida população que vêem corroborar com o aumento da degradação ambiental que o mesmo enfrenta por carência de projetos de revitalização e monitoramento para conservação e preservação de um ambiente equilibrado.
Figura 1: Despejo de águas residuárias no interior do reservatório
Fonte: Próprio Autor/2009
Uma questão bastante comentada pelos participantes foi relativa às influências do Açude Grande para a vida dos moradores da cidade, sendo a prática de atividades físicas no entorno do reservatório e o banho de açude as principais delas. Além disso, constatamos que a pescaria acontece diariamente e a luz dos nossos olhos. Suas águas destinam-se principalmente à lavagem de veículos e roupas, banho de pessoas e animais, pesca além de despejo do esgoto de algumas áreas da cidade. Gostaríamos de ressaltar que as doenças de veiculação hídrica podem ser adquiridas de formas diversas onde as mais comuns são por ingestão e pelo contato com a água contaminada. Sendo assim, estas águas configuram-se como imprópria para banho e lavagem de roupas, visto que pode contaminar as roupas como também pode, por via cutânea, causar doenças de pele, ou seja, penetra no organismo do indivíduo que esteja executando este tipo de tarefa. Por conseqüência, a lavagem de veículos, bem como de roupas, contribui para a deterioração das águas por utilização de produtos químicos para estes fins (FIGURA 2).
Figura 2: Crianças e animais desfrutando do mesmo local para banho
Fonte: Próprio Autor/2009
Os pesquisados relembraram também tempos de outrora, época em que o açude não se encontrava com índice de deterioração elevado, remetendo-os ao cuidado que deveriam exercer com o reservatório na tentativa de preservar o meio. A grande maioria considerava que a área do entorno não apresentava condições satisfatórias para usufruto da população, porém a questão ambiental não foi citada como o grande problema da área, apenas como um dos problemas que interferia na construção de um local mais apropriado para o lazer (FIGURA 3). Figura 3: Vista frontal do açude, enfatizando a eutrofização contornando o reservatório e pescaria
Fonte: Próprio Autor/2009.
Todos os participantes foram muito econômicos, por assim dizer, em suas respostas. Em sua totalidade disseram que gostariam que houvesse um processo de despoluição do entorno e de suas águas, entretanto não houve nenhuma contribuição de propostas ou alternativas para este feito que fosse elaborada por esta parcela da população que usufrui diretamente dos atrativos deste reservatório. Sentimos que, além da falta de compromisso com o ambiente a solução para os problema são transferidos para órgãos ou instituições governamentais. Tratam a situação como um problema que eles têm que resolver sem que seja de sua responsabilidade. Delegam ao governo municipal, o dever de propor e implementar medidas por ser detentor dos recursos destinados para esse fim de uma forma perceptível e ao alcance da população.
4 Conclusão Um fator determinante para os problemas que hoje são evidenciados no entorno do Açude Grande na cidade de Cajazeiras/PB, ancora-se na expansão do ambiente urbano. Consideramos que os indivíduos pesquisados preocupavam-se com as questões do meio ambiente, pois consideravam a necessidade de melhorias urgentes na área, incluindo aquelas estruturais que resultariam no bem estar coletivo. Porém, atribuíam o cuidado ao meio como algo que devia ser de responsabilidade governamental através da criação de políticas públicas, sendo o cuidado individual algo muito pequeno e particularizado. A ausência de programas de proteção ao reservatório vem revelar que este não costuma ser foco de atenção em relação aos
serviços de atendimento ao ambiente e a saúde. Urge, pois a desconstrução da visão de que os cuidados devem ser desprendidos quando há objetivamente uma situação consolidada, bem como a necessidade de educação escolar quanto a responsabilização pelas questões do meio ambiente, incluindo o Açude Grande. Acreditamos que esta conquista envereda pelos caminhos de uma política educacional centrada na Educação Ambiental em toda forma de ser, desde um simples ato até a incrustação de uma consciência cidadã voltada para o bem estar global, priorizando a capacitação técnica com foco na formação de profissionais habilitados a desenvolverem projetos na área, atuando em arranjos na criação de oportunidades. Alguns dos entrevistados não apresentam relações afetivas com a área, no que se refere à qualidade ambiental demonstrando desconhecer a importância do reservatório para o ambiente, em contrapartida, demonstraram um apreço por sua função paisagística. Fica evidente que este grupo pesquisado tem uma concepção formada a respeito do meio ambiente, acreditamos que o que lhes falta é por em prática esta aprendizagem bancária que completa a sua majestosa grade curricular. Remete-nos aos cuidados que devem ser dispensados ao Açude, na tentativa de preservar o meio e garantir que as próximas gerações usufruam do mesmo. Além do lixo depositado às suas margens, o reservatório também recebe efluentes, o que impossibilita o uso de suas águas para o consumo humano. As principais ameaças identificadas para o Açude Grande e o meio ambiente, referemse as preocupações com as questões de saúde. Sentimos que além da falta de compromisso dos pesquisados com o ambiente, estes transferem o problema para órgãos ou instituições governamentais eximindo-se de sua responsabilidade. O desafio que se coloca é transformar os cidadãos em educadores, evitando o distanciamento entre os mesmos, prendendo que o processo não é um ato isolado e sim da coletividade visando a qualidade de vida para todos. Percebemos que as representações sobre o Açude Grande são bastante homogêneas, pairadas em visões a partir do aprendizado acadêmico, destacando-o como um fenômeno ambiental natural que pode trazer danos, e tão logo estes sejam diagnosticados, precisam ser monitorados por práticas ambientais. Portanto, diante desta situação, os pesquisados se detêm aos cuidados gerais e orientações básicas para prevenção dos agravos relacionados. Em contrapartida, afirmaram ser a interação com este reservatório superficial urbano uma etapa importante para sua vida, gerando expectativas em sua recuperação. Esta é uma visão baseada no que rege o saudosismo de uma época remota em detrimento as questões ambientais que afloram pelo descaso como o açude é tratado na atualidade. Conclui-se que o açude encontra-se numa área com alto risco de poluição e/ou contaminação devido à crescente urbanização que vem sofrendo, evidenciando a necessidade de intervenções no que concerne a produção de um programa de
recuperação da qualidade ambiental da área de seu entorno, que inclui desde a recuperação da mata ciliar até a implantação de programas permanentes de Educação Ambiental, voltada para a busca da consciência ambiental e o exercício de seus direitos como cidadãos.
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