Edição Nº 10 - 26/06/09

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Verdade

Objectividade

Isenção

AMANHÃ NA FIGUEIRA DA FOZ

VIII Encontro de Basquetebol Moçambicano Director: Carlos Borges | Sexta-feira | 26 Junho 2009 | Ano 1 | N.º 10| Preço: 1 Euro | Bissemanal (Terça e sexta) | www.desportotal.pt

páginas 20 e 21

Páginas 12 a 17

Manuel Fernandes “Estamos como todos os clubes em tempo de contenção” Página 4

III Divisão Caldas ambiciona apenas a manutenção no campeonato Página 7

Futebol de Praia U. Leiria/O Sotão sagra-se uma vez mais Campeã Nacional Páginas 22 e 23


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EDITORIAL …este Campeonato da Europa levou Leiria a muitos cantos do Mundo, deu-lhe outra dimensão de cidade, outra projecção Europa fora. E a imagem de um estádio meio vazio… pouco abonou! Infelizmente!

Costa Santos

MERECIAM

MAIS, MUITO MAIS! “Seguramente se o Campeonato Europeu de Clubes se realizasse ali para as bandas do Rio Douro, não temos dúvidas - alguém as terá ? - que os bilhetinhos, oferecidos e tudo, não chegariam para os pedidos!”

Não se pode ficar indiferente aos lamentos de Nélson Évora e de Naíde Gomes, quanto à moldura humana que esteve no Magalhães Pessoa, nas duas jornadas do Campeonato Europeu por equipas.. Grandes atletas, grandes campeões, habituados a grandes palcos, naturalmente que estranharam que, no seu próprio país e numa cidadezinha que raramente abraça eventos desta importância, o palco das provas não conseguisse atingir, em cada jornada, meia casa de assistência. Naíde Gomes, com um sorriso tímido no rosto, ainda adiantou que "as pessoas preferiram ficar na caminha", para depois, mais a sério, deixar escapar a censura mais do que óbvia "é a cultura desportiva que temos!" Com razão. Leiria recebeu um evento de extrema importância desportiva. Doze selecções do que de melhor há na Europa, muitos atletas com o titulo de "melhores do mundo" e, mesmo assim, voltou-lhe as costas. Se falássemos de futebol internacional, seguramente que o estádio tinha outra moldura a embelezá-lo. Mas não, falamos de atletismo e mesmo tendo em conta que é desta modalidade que

nos têm caído os maiores e melhores louros, nem assim houve motivação para marcar presença. Verdade - temos a nossa opinião… que não nos pareceu ter havido uma divulgação maciça, insistente, daquele género de "estar a promover um qualquer produto" e quase "obrigar" as pessoas a "comprar". Foi tudo muito "soft", muito pelo básico. E quando assim é, quando as pessoas têm pouca motivação e não são "espicaçadas", acontece o que aconteceu: alguma indiferença! Claro que não temos cultura desportiva; claro que não temos o sentido bairrista de querer defender a nossa região e colocá-la no top sempre que prendada por algo importante; claro que apreciamos as figuras mediáticas que temos nas várias disciplinas da modalidade mas, no seu todo, não nos sentimos atraídos pelo espectáculo em si. Esta é a verdade e não há que fugir dela. Talvez por isso, o desejo de descentralizar acabe por não ter sentido e eventos desta grandeza, com esta dignidade, não poderão sair das grandes cidades. Seguramente se o Campeonato Europeu de Clubes se realizasse ali para as bandas do Rio Douro, não temos dúvidas - alguém

as terá ? - que os bilhetinhos, oferecidos e tudo, não chegariam para os pedidos! • Tememos que se comece a generalizar, em termos de futuras decisões, a terrível ideia de que "Lisboa e Porto são as grandes cidades e o resto é…paisagem!" Se por todo este litoralInterior já reina a desertificação de muita coisa importante para a vida, se tal acontecesse, restar-nos-ia um joguito de futebol para entreter e…muita televisão para variar! Claro que a cultura desportiva não é coisa por aí além; que não se está habituado a eventos que ultrapassem a "mediania"; que mesmo no futebol da terra, mais do que quinhentos espectadores nas bancadas é um…êxito! Verdade tudo isto. No entanto…este Campeonato da Europa levou Leiria a muitos cantos do Mundo, deu-lhe outra dimensão de cidade, outra projecção Europa fora. E a imagem de um estádio meio vazio… pouco abonou! Infelizmente!


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LIGA SAGRES

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Fanfarronadas meio caminho para a derrota Nada pior, numa altura em que as "cartas" ainda nem estão na mesa, que fazer futurologia, prometer mundos e fundos, como se tudo, afinal, dependesse da vontade de cada um. E, em futebol, não é isso que acontece… Mas Rogério Gonçalves, recem chegado à cidade dos "doutores", já fez perceber que tem o canudo debaixo do braço, toda a ciência metida no bolso e com ele não há bolas na trave, penaltis falhados, golos anulados e resultados negativos.

Ao correr da Pena Por Costa Santos

Muita coisa anda por aí, no ar, e que não abona em nada a credibilidade que cada vez mais é importante o futebol tenha. Pelo contrário, actos, palavras e acções têm reforçado a ideia de que o futebol, o seu mundo fechado, a sua "quinta", continua a ser poiso desejado a todo o custo por pessoas que, não tendo possibilidade de alcançar mediatismo de outra forma, se arvoram em candidatos a candidatos a dirigentes para,

Por isso, não esteve com meias tintas e já avisou a "navegação" que "queria fazer melhor que o Domingos!" "Presunção e água benta, cada um toma a que quer", diz o ditado do povo a que pertenço. E bem verdade é. Mas o "mister" Rogério Gonçalves, embalado no misticismo da Briosa, talvez sedento de aprender a simbologia do "efe-rreá" não perdeu tempo e…zás, "quero fazer melhor que o meu antecessor!" Realmente, deveria ter tomado as devidas precauções e aprendido a receita importante nestes casos: " uma co-

lher de chá de bom senso, outra de humildade, ainda outra de cautela e capacidade de análise q.b. Juntando estes ingredientes em "lume brando", e depois de conhecer muito bem o "tacho" onde o pitéu vai ser cozinhado, poderia sonhar com a apresentação dos pratos na "mesa". Mas…também o mister Rogério quis ignorar tudo isso e tratou de alindar o cenário, indiferente à frescura dos ingredientes e, até, è eficiência dos seus "ajudantes". Por outras palavras, os seus votos, ditos como foram ditos, são…meio caminho para a

derrota. A falta de ética acaba por se voltar contra e, depois, por mais realistas que sejam as desculpas - e, inclusive, verdadeiras…- ninguém as aceitará e todos cobrarão juros pelo incumprimento da promessa! Conhecendo a Académica como muita gente conhece, não teria dito o que disse; falando previamente com Domingos, não "pensaria" o que disse; conhecendo o futebol como supomos conhece, não deveria fanfarronar coisas destas. Claro que este "desabafo" de Rogério Gonçalves, apon-

tado como objectivo a atingir, não passa disso mesmo: um objectivo. Natural, aceitável se…fosse dito exactamente como "um desejo" ,"um dever" de fazer melhor do que na época anterior. Mas não: a afirmação foi peremptória, categórica, "certeza absoluta". Aí o "pecado" da vaidade, coisa que em futebol é, repetimos, meio caminho andado para a derrota. Veremos…

obviamente, usufruírem de uns minutinhos de antena e, através disso, darem o salto da relativa obscuridade onde vivem, para a rua, para o meio do povo sempre ávido em "tocar" nos deuses. E neste defeso curto mas "mexido", o Benfica tem arrebatado os maiores "tempos de antena". Nem sempre pelas melhores razões - convenhamos-, nem sempre de maneira mais correcta. Desde a decisão de Vilarinho em aceder à antecipação do acto eleitoral até às ameaças veladas do mesmo Vilarinho em "ser rigoroso na triagem a fazer a qualquer lista (que não a dele, naturalmente…) que se apresente a sufrágio”. Pelo meio, aquela "deslavada" apresentação de um outro candidato que escolheu os seis mil metros de altitude e o conforto e segurança de um Airbus da TAP, para dizer aos jornalistas que…"vou a votos". Confesso que este tipo de "cerimónias" "cheira" a um provincianismo bacoco, sem

jeito nem sentido. Que quis o candidato Bruno Carvalho com aqueles vinte minutinhos de voo? Apresentar o seu programa? Esclarecer os sócios? Nada disso. De uma forma desajeitada, desembolsou uns largos milhares de euros, convidou uns quantos jornais - baptismo de voo para alguns jornalistas? - e, sem jeito nem alinhamento, disse meia dúzia de palavras que não ficaram, seguramente, nos ouvidos de quem deveriam ficar! Mas se cenas destas se passam a "jusante", também a "montante" surgem coisas menos simpáticas: o tempo de antena usado por José Eduardo Moniz para concluir que o período eleitoral é "propositadamente" curto e não permite uma avaliação correcta da situação geral da instituição, não necessitava de tanto "suspense". Está na cara de toda a gente… No meio, no epicentro da "tempestade", Luís Filipe Vieira lá vai calcorreando o seu trilho, certo e seguro que

tem apoios importantes, que já eram e…por força do lugarzito garantido na lista, continuam a ser! É caso para dizer…"ao que chegou este Benfica"!

cumprir. No mundo da bola não é assim. Melhor: só é assim quando há interesses...

• Domingos sempre "caiu" no Braga. Coisa esperada, muito embora nos últimos dias tivesse havido um certo ruído sobre no nome de Lajos Bologni, tão do agrado do Director Geral Carlos Freitas. Mas vingou o primeiro desejo e nada há a dizer. O que as gentes de Leiria não esperavam era que Domingos viesse buscar o preparador físico Rui Santos. Mas aconteceu assim mesmo. Verdade que Rui Santos tinha contrato por mais uma época, com a União, mas um projecto mais aliciante - certamente - e o facto de estar ao pé de casa, terão influenciado na decisão… O que não se esperava era a reacção leiriense a essa saída. Há contrato é para

• Cajuda deixou o Guimarães. Melhor: o Guimarães prescindiu dos serviços de Manuel Cajuda. Razões ? Uma entrevista dada pelo técnico que não caiu muito bem no seio das hostes vomaranenses. Não sabemos se o motivo que levou a se "entornasse o caldo" terá sido mesmo este ou se…a paz podre que se respirava no balneário ainda o campeonato decorria, não terá levado bem mais cedo a esta decisão. Só que não havia um motivo palpável e, daí, "aguentar". Veio a entrevista e…foi sopa no mel. As partes extremaram-se e o "divórcio" consumou-se. O futebol anda assim. Já dizia o "outro" :" quem tem o dinheiro é quem manda"!!!


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ENTREVISTA

MANUEL FERNANDES:

“Em tempo de contenção...” A temporada está à porta. Mais dez dias e… já haverá quem deite muitas gotas de suor para apurar o físico e preparar-se para render aquilo que muita gente está à espera: o máximo! Por Costa Santos

por situações de aflição. O Leiria paga certinho, nunca faltou com as suas responsabilidades salariais e, por isso, teremos que ser os primeiros a entender que há que reduzir custos…"

Porém, nesta fase, o que domina as atenções são, naturalmente, os reforços, as "mais valias" para uma temporada que não se antevê fácil, mesmo tendo em conta que o objectivo primeiro será sempre a "permanência". A meta do costume, muito embora depois, com a bola a saltitar, se queira atingir mais e mais, subir na classificação e, se possível, ficar sempre um furo acima do "melhor lugar de sempre".

Limitativo… "Não, não é. Dou-lhe um exemplo: quando, na época passada, começámos a gastar menos, foi nessa altura que a equipa começou a subir de produção. Por isso não vejo qualquer relação entre o pagar muito/render muito. Sabe, muitas vezes é preferível acertar em cheio nas contratações de dois ou três elementos, do que esbanjar dinheiro em meia dúzia e não beneficiarmos, em termos qualitativos e quantitativos, desse investimento." Quer dizer que a 3 de Julho o plantel estará completo? "Não…completo não estará. Até ao fecho das inscrições haverá sempre lugar para mais um. É preciso saber esperar e…ter sorte, procurando-a. O Carlão é um exemplo disso…"

Manuel Fernandes está "ao serviço". Dias de férias foram poucos ou nenhuns e, agora, há que preparar tudo para o "arranque". Tudo… com reforços! "Temos um guarda-redes que não conheço mas todos me dizem ser, de facto, um bom reforço para a Liga Sagres - assegurado, há negociações com outro e, por aí, não estaremos preocupados…" Quer dizer que está preocupado com outros sectores? "Não, nada disso. Estamos à espera que o presidente Bartolomeu chegue de Angola, para falarmos do que falta. Mas nada que preocupe. Tenho duas, três ou quatro soluções que observei no Brasil. Uma já "fugiu" - foi para o Leixões - mas há mais. Não temos grande pressa em resolver as coisas, porque o mercado da oferta é extenso…" E reforços portugueses? ´"É isso, temos que ter mais portugueses, há por aí muitos

Já teve reuniões com o Sporting. Fumo "branco" ? "Nem "branco", nem "preto". Estamos a dialogar. Já falei com o Pedro Barbosa e agora depende das condições que lhes possamos oferecer, em confronto com as que outros possam dar. Os empresários são quem mandam…"

Estágio em Celorico da Beira O “programa” do regresso ao trabalho, no próximo dia 3 de Julho, está definido. Assim:

jogadores que querem representar a União de Leiria e penso que vamos construir uma equipa competitiva. Simultaneamente estamos a tentar resolver o problema dos que já cá estão, alguns já têm propostas… será uma questão de

tempo. Vamos ver. Temos que jogar sempre em função da disponibilidade financeira da União de Leiria. Estamos em contenção de despesas, todos os clubes vivem em dificuldade e, por isso, há que ter muita cabeça para não se passar

Dia 3 - inspecções médicas Dia 4 - cont. Inspecções méd. Dia 5 - Folga Dia 6 - Trabalho de campo. Treino no Pilado e descanso no Hotel Cristal, na Marinha Grande. A partida para Celorico da Beira está agendada para o dia 13 e o regresso para o dia 23.


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LIGA SAGRES

Académica e Naval preparam próxima temporada Conimbricenses e figueirenses tentam reforçar os respectivos plantéis, mas em tempos de crise, contenção é a palavra de ordem. Por isso, não espanta que os reforços tardem em chegar. O estudo e as avaliações têm que ser super rigorosas, para que as finanças não sofram nenhum abalo.

Eduardo Marques Fazendo jus à altura do ano em que nos encontramos, Académica de Coimbra e Naval 1º de Maio estão a preparar a próxima época desportiva. Antes dos arranques das respectivas “oficinas”, ambos os conjuntos

do centro do País estão a endividar todos os esforços para formarem plantéis fortes, ambiciosos, e com reforços que aumentem a qualidade dos mesmos. Ainda assim, para já, não há muitas definições nesse capítulo. Fruto dos problemas financeiros quase gerais nos clu-

bes de futebol, tanto os “estudantes” como os “figueirenses” estão com dificuldades em encontrar as melhores alternativas, olhando à relação preço/ qualidade. Com Rogério Gonçalves ao leme, a Briosa só confirmou oficialmente uma contratação

para a época que se avizinha. Trata-se de Jonathan Bru, médio defensivo francês de 24 anos que foi formado no Rennes, e que representou na última temporada o Istres, dos escalões secundários do futebol gaulês. Em cima da mesa, neste momento, está o regresso de Paulo Sérgio. Se o novo técnico der o aval, o médio brasileiro que na temporada transacta esteve cedido ao Al-Ettifaq (Arábia Saudita), vai integrar o plantel. Do plantel que conquistou a melhor classificação de sempre da “Briosa” dos últimos 25 anos, deixarão de fazer parte Boris Peskovic (ruma ao Cluj, da Roménia), Nuno Piloto (irá representar os gregos do Iraklis) e Carlos Saleiro (regressa ao Sporting após empréstimo). Existe, porém, mais jogadores que poderão deixar Coimbra, casos de Markus Berger, Júlio César, Pedrinho (interessa a vários clubes alemães, entre eles, o Hannover). O médio ganês William Tiero também pode seguir outro caminho, uma vez que tem clubes interessados, e pode significar um

bom encaixe financeiro para os cofres da Académica. Na Figueira da Foz, o comandante da nau continuará a ser o mesmo, Ulisses Morais, e as mexidas no plantel também não deverão ser muitas. O orçamento é limitado, e apenas haverá alguns reajustamentos. Para já, estão confirmadas as entradas de Kalidou Coulibaly Yero, ponta de lança senegalês de apenas 17 anos, e que impressiona pelo seu porte atlético (1,94 metros de altura e 90 kg de peso), que representou na temporada transacta o Istres, de França, e também de Bourama Ouattara, médio francês de 24 anos, que representava o Châteauroux, tendo estado emprestado ao Beauvais. A grande maioria do plantel da época passada transitará para este ano, sendo de registar as prováveis saídas de Paulão, um dos esteios da equipa navalista, sendo inclusivamente o capitão de equipa, de João Real e ainda de João Ribeiro.

Académica Na cerimónia de apresentação de Rogério Gonçalves – já com Pedro Roma sentado na cadeira da mesa principal, como novo mister dos guarda-redes – o presidente da Académica-OAF, José Eduardo Simões, nas palavras que proferiu, não se cansou de vincar a necessidade da equipa demonstrar, ao longo da temporada, “trabalho e garra”.

Naturalmente que o sétimo lugar conseguido por Domingos, é uma “pesada herança” que não deixa de ter alguma influência no “discurso” inicial. Em futebol, o importante é melhorar a produtividade e, como tal, alcançar metas superiores às da época finda. Não será tarefa fácil, mas…é um objectivo a atingir. Deitando mão a um passado de história, Eduardo Simões foi dizendo que “os 70 anos

de história ()…) são um incentivo para preparar a nova época e que será a oitava no escalão máximo do futebol português. Nos últimos dois anos tivemos alguém que fez a equipa crescer e lhe deu uma nova forma de trabalhar que agora vai ser amadurecida por Rogério Gonçalves e a sua equipa. Faço um agradecimento público a Domingos Paciência, é justo reconhecê-lo, mas agora vamos amadurecer,

continuar a trabalhar muito. Podemos não ter os melhores atletas a nível nacional, mas seremos certamente aquela equipa que irá trabalha com mais experiência, mais dinâmica, mais garra. Vamos continuar a lutar pela melhor classificação possível desde o primeiro jogo.” Referindo-se a Rogério Gonçalves, Eduardo Simões acrescentou: “Ele gosta dos jogadores que a Académica tem,

tem confiança neles. Isso é fundamental para que haja um espírito de lealdade e solidariedade e uma grande vontade para puxar pelos adeptos. Há atletas que já

deram muito, mas podem dar ainda muito mais!” Refira-se que a Académica começará a trabalhar no dia 6 de Julho.


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III DIVISÃO

NOTÍCIAS:

Caldas ambiciona manutenção na III Divisão O Caldas Sport Clube, equipa que na época anterior conseguiu a manutenção na III Divisão na última jornada, já começa a planear a época 2009/2010 com o mesmo objectivo: trabalhar para a manutenção. Para isso, conseguiu renovar com a grande maioria dos jogadores e vai tentar manter o mesmo número de jogadores. Paulo Alexandre Teixeira

No clube da capital termal, o treinador Gila deseja ter à sua disposição entre 23 a 24 jogadores no plantel principal, no sentido de permanecer o "núcleo duro" da equipa, para tentar alcançar de novo o objectivo da manutenção com a maior tranquilidade possível, evitando os percalços como o que aconteceu na época que findou, onde só se manteve na última jornada, contra o Torres Novas. Para além de manter a maioria dos jogadores, o clube das Caldas vai contratar três jogadores, todos eles regressam a uma casa que conhecem: o defesa Bruno Francisco, que estava no Portomosense; Fábio Sabino, que esteve no Rio Maior, e o guarda-redes Diogo Soares, que na época anterior

estava ao serviço do Beneditense. Em relação a dispensados, Gila não conta mais com os serviços dos jogadores Bruno Silva, João Abreu e Pequerrucho. Também está prevista a promoção de um jogador vindo do plantel júnior. "O nosso objectivo é a manutenção na III Divisão nacional. Conseguimos manter a maioria dos jogadores, sendo que as entradas servem para colmatar os lugares onde estamos mais fracos. Ainda por cima são regressos.", declarou Gila. Em relação ao começo dos trabalhos para a época 2009/2010, já existe uma data marcada: 1 de Agosto. O estágio será na zona das Caldas da Rainha, e em relação ao orçamento, o presidente da direcção, Vítor Marques, afirma que não tenciona gastar mais do que na época passada, podendo até sofrer uma redução de 10 a 15 por cento: "Não tencionamos gastar mais do que 4000 euros por mês em despesas com jogadores e equipa técnica. Ao todo, desejamos e esperamos que o orçamento anual desta época não ultrapasse dos 45 mil euros".

PRESIDENTE VÍTOR MARQUES

Orçamento é de 45.000 EUROS Em relação ao começo dos trabalhos para a época 2009/2010, já existe uma data marcada: 1 de Agosto. O estágio será na zona das Caldas da Rainha, e em relação ao orçamento, o presidente da direcção, Vítor Marques, afirma que não tenciona gastar mais do que na época passada, podendo até sofrer uma redução de 10 a 15 por cento: "Não tencionamos gastar mais do que 4000 euros por mês em despesas com jogadores e equipa técnica. Ao todo, desejamos e esperamos que o orçamento anual desta época não ultrapasse dos 45 mil euros".


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II DIVISÃO B

MARINHENSE:

Balanço da época de subida Após seis temporadas na III Divisão, o Marinhense conseguiu no final de Maio a subida à II Divisão B, ao classificar-se na segunda posição na Série D, contra adversários como o Sertanense, o Sporting de Pombal, o Gândara e o Benfica de Castelo Branco. Paulo Alexandre Teixeira

No clube da cidade vidreira, existem duas pessoas que são os obreiros deste feito histórico: o treinador dos seniores, José Petana, e o presidente do clube, Hélder Fernandes. Neste balanço da época que terminou e como lançamento para a próxima temporada, o Desportotal entrevistou a ambos, abordando todos os aspectos do clube, desde a parte desportiva até à parte financeira, discutindo também o novo formato da II Divisão B, agora no novo modelo de três séries de 16 equipas cada. Uma conversa franca, honesta e aberta, onde se faz a radiografia do clube. Hélder Fernandes, presidente do Marinhense: "Vamos ter de trabalhar o dobro para ficar nos lugares de não-descida" Esta foi uma época que correspondeu às vossas expectativas? Antes de responder a essa pergunta, quero antes fazer a retrospectiva do que foi o trabalho desta direcção. Quando assumi a direcção deste clube, em 2003, primeiro em Comissão Administrativa e mais tarde quando formei uma direcção,

era um clube que estava numa situação não muito favorável em termos financeiros, apesar de hoje ter melhorado um pouco, embora sem que os principais problemas não terem sido resolvidos. O clube viveu momentos de glória no passado, mas nos últimos anos, o clube teve de reduzir as despesas de forma a poder sobreviver. Foi nessa altura que nos surgiu a ideia de fazer um projecto a médio e a longo prazo no sentido de dentro de cinco a seis anos, conseguíssemos subir de divisão.

Este era o tal ano da subida? Não, não era. Preparamos a época no sentido de conseguir fazer uma época tranquila, mas no íntimo, sabíamos que caso a situação aparecesse, não iríamos desperdiçá-la. Foi o que aconteceu este ano. Que orçamento é que vocês tinham? Era reduzido. Não conheço os orçamentos das outras equipas, pois só conheço o meu. Agora uma coisa é certa: eu sabia que, aquilo que se gastou neste grupo de trabalho, foi bem gasto. E não foi só para o grupo de trabalho, foi também para outras situações, pequenos pormenores que as pessoas normalmente não se lembram. Posso dizerlhe que o grupo de trabalho tinha disponível na época que findou um orçamento da ordem dos 75 mil euros. Felizmente tivemos um bom grupo de trabalho, aliás, quero ressalvar que o sucesso se deve a esse grupo de trabalho, que as condições nem

sempre foram as melhores, nem sempre houve a possibilidade de cumprir para com eles aquilo que foi combinado. Contudo, foi um trabalho sério, honesto, feito por jovens que estão aqui porque gostam do clube, diz-lhes alguma coisa, e com uma equipa técnica que conhece bem o plantel e que vai na quarta época no clube. Portanto, acho que foi aí que foi a chave do sucesso para chegarmos onde chegamos. E agora em 2009/ 2010, vão encarar um desafio diferente: uma nova divisão, com outro quadro competitivo, com outros objectivos. Continua a apostar na prata da casa? A época é completamente diferente nos aspectos da organização, é certo. A filosofia desta equipa técnica e do Atlético Clube Marinhense vai continuar a ser a mesma, logicamente com os devidos ajustamentos. E quando falo em ajustamentos, não falo em cometer loucuras. Vamos manter a aposta nos atletas de formação, e nestas situações nem sempre é fácil alcançar os níveis competitivos que se pretendem numa competição como esta. Vamos também procurar atrair os atletas da zona, pois não temos a possibilidade orçamentária de atrair os atletas de fora desta região. E vai haver alguma modificação significativa em termos orçamentais?

Não, absolutamente nada. O orçamento que iremos fazer será acompanhado com as receitas que hão de aparecer pelo facto de estarmos na II Divisão. Por exemplo, se tivermos mais cinco ou dez por cento de receitas, o orçamento terá um aumento igual. Caso não haja um aumento de receitas, manteremos o mesmo orçamento. E em relação ao plantel? Em relação ao plantel, manteremos o mesmo número de atletas, porque a maior parte deles assinou um contrato de dois anos connosco, e é nessa base que nós iremos trabalhar, manter o grupo de trabalho e fazer contratações cirúrgicas, no sentido de colmatar as vagas daqueles que eventualmente saírem. O treinador disse que vão começar a época a 27 de Julho. É verdade? Apontamos para essa data, mas há factores externos á nossa organização que ainda nos colocam dúvidas sobre esse assunto, como o caso da utilização do Estádio Municipal. Eu penso que a Câmara vai desenvolver todos os esforços para que o estádio esteja ao nosso dispor nessa data, logo, espero que não haja problemas no sentido de começar os trabalhos do dia marcado. Mudando de assunto: como está a decorrer o


II DIVISÃO B / NATAÇÃO processo do Campo da Portela? Olhe, esta é uma situação que, quanto a mim, anda a arrastar-se há tempo demais. Mas infelizmente, as coisas são assim, estas demoras acontecem por diversos assuntos. Neste momento o processo está em andamento, não na velocidade que nós desejávamos, no sentido de acompanhar os nossos desejos e expectativas. Contudo, estou convencido, porque tudo indica para isso, que no início da próxima época a nossa formação não comece o ano no Campo da Portela, mas sim em instalações mais dignas. E em relação ao novo modelo competitivo da II Divisão B, qual é a sua opinião? Um campeonato com 16 equipas, em três zonas, onde descem os quatro piores classificados… Vou falar daquilo que vi no papel, pois não tenho uma experiência directa de uma situação semelhante. Para mim, se os clubes envolvidos pertencerem a distâncias mais aproximadas, provavelmente terá

maior vantagem em termos de receita e despesa. Neste modelo, segundo parece, na nossa zona, cada equipa terá que se deslocar pelo menos por três vezes aos Açores. Logicamente, não é só a deslocação que cria problemas, mas também quando estas vieram ao Continente, as receitas serão menores. Hoje em dia, nenhum clube pode colocar nos seus orçamentos as receitas dos jogos, pois estes são ridículos. Quanto ao modelo do campeonato, traz-nos alguns problemas, porque repare, uma equipa como a nossa, que faz "das tripas, coração", para tentar estar ao nível das outras, pode caso joguemos com o modelo anterior, corremos o risco de ficar em sétimo lugar e depois de descer de divisão, por causa do modelo adoptado. Como no nosso caso não podemos entrar em loucuras orçamentárias, vamos ter de trabalhar o dobro para tentar ficar nos lugares de não - descida. Penso, e espero, que tenhamos grupo para isso. Com muito trabalho e sacrifício, penso que isso irá acontecer.

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NATAÇÃO

Paulo Martins bi-campeão nacional de Masters O Ginásio não pára! Mesmo num fim-de-semana em que tudo e todos dentro do clube estiveram vocacionados para o Grande Encontro, a classe de Masters de natação participou em Coimbra nos 11ºs Campeonatos Nacionais - Open de Portugal. E trouxe 19 medalhas, sendo 2 de ouro, 5 de prata e 12 de bronze. Resultado excelente, dado ter competido com adversários nos quais estas classes se encontram consolidadas há anos, enquanto no Ginásio é relativamente recente, estando ainda em fase de expansão. Estes Campeonatos reuniram 298 nadadores representando 39 clubes, dos quais 4 espanhóis. Paulo Martins salientouse pelas duas vitórias (50 e 100 metros mariposa) no escalão dos 40 aos 44 anos, mas todos os outros

nadadores ginasistas contribuíram para o êxito desta participação: Ana Rolo, João Pelaio, Cláudia Reis, Paula Al-

meida, José Neto, Carla Leite, Gabriela Cardanho, Hugo Rocha e João Furet.


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III DIVISÃO

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Portomosense em trabalhos a partir de 1 de Agosto A pré-época do Portomosense começa a 1 de Agosto, com o estágio a ter lugar em Porto-de-Mós. Os jogos de preparação ainda não estão marcados. Cid Ramos A subida à terceira Divisão implica uma maior concentração dos dirigentes do Portomosense, e uma planificação mais cuidada da parte do treinador, Rui Bandeira. Apesar de o plantel não estar fechado, estando em fase de negociações, já há algumas confirmações rela-

tivamente aos atletas que vão ingressar no Portomosense versão 2009/2010. Quim Quim deixa o relvado, para trabalhar como chefe do departamento de futebol. O veterano de 34 anos termina assim em grande a sua carreira ao serviço do Portomosense, conseguindo a subida e mantendo-se no clube num cargo de grande importância. Miranda,

outro veterano da “equipa da subida”, deixa o futebol e, presumivelmente, não terá nenhum cargo. Por fim, Morgado, que tencionava “arrumar as botas” esta época, ainda está em negociações, segundo Rui Bandeira. Diogo Jorge, ex-Marrazes, será um dos reforços do clube de Porto de Mós. Quanto a futuras contratações, ainda

não há nada confirmado, mas em tempos de crise a solução passa pela... formação. E está prevista a promoção de quatro júniores, segundo Quim Quim, que em conversa ao DESPORTOTAL admite que o clube está no bom caminho.

“O Portomosense tem jovens de muita qualidade!” - afirma Quim Quim, anunciando um futuro risonho para o Portomosense Tiago Ramalho

Joaquim Ricardo Pereira, ou “Quim Quim” no mundo do Futebol, é dos poucos jogadores que se pode gabar de terminar a carreira numa época de ... subida. Arrumando as botas no cacifo, o ex-médio do Portomosense não deixa, no entanto, o balneário. Após a ascenção do Portomosense à Terceira Divisão Nacional de Futebol, Quim Quim viu-se a braços com outra missão, desta feita fora dos relvados. Com o curso de nível 2 de treinador, já está a encaminhar os sub-13 da equipa de Porto de Mós, e é também o Chefe de Departamento de Futebol. Com a pré-época à vista, o novo membro da direcção do Portomosense já está a preparar a próxima temporada, juntamente com o Treinador Rui Bandeira. Quanto ao futuro do clube, o objectivo é liquidar o passivo e encaminhar a equipa de Porto de Mós a uma divisão de maior visibilidade. Dos distritais até aos nacionais... Como sentiu a época da subida? “Foi com grande alegria, ganhámos o campeonato. Tinha esperança de fazermos a dobradinha. Lembro-me de

quando comecei em sénior o Portomosense estava na distrital, conseguimos ganhar o campeonato e a Taça. No meu último ano tentei fazer o mesmo, mas fiquei-me pela metade.”

“Houve um ou outro jogador que foi embora, o tempo é de crise. Não é só no Portomosense, mas acaba por ser o que nos interessa. Temos um orçamento muito reduzido, mesmo em termos de distritais. Haviam cerca de 5 ou 6 equipas com um orçamento superior ao nosso.

E já sabia que ia ser a última época como jogador? “Já, tinha ponderado muito com a minha família, que chegou a altura de dizer adeus ao futebol, como jogador, porque são muitos anos a jogar futebol, desde os 16 anos. E todos os dias a treinar, optei por um ponto final na carreira de jogador e dedicar-me com mais calma e menos stress como treinador das camadas jovens e chefe do departamento de futebol. “ Foi uma bela despedida dos relvados... “Gostei imenso de termos vencido o campeonato. Estava tudo programado


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III DIVISÃO para ser uma grande festa. A final da Taça ia ser num bom campo, a equipa merecia a vitória, fomos melhores, mas o futebol é isto...” Agora como Chefe do Departamento de Futebol, digamos que é a continuação de um vício... “Sim, acaba por ser. Este ano era para ser apenas treinador dos sub-13 do Portomosense, treinador duas vezes por semana, ter competição ao sábado, sem stress. Mas o presidente acabou por pressionar-me, dizia que tinha de ser, que era importante eu me manter no clube. E às tantas convenceu-me e portanto vou também ocupar essa função.” Quais foram as preparações para o cargo? “Acho que a preparação prende-se com os anos de futebol. Tenho mais de 20 anos federado e de tanta experiência, acabamos por nos preparar, ver todos os anos o que os outros fazem. E acho que essa é a melhor preparação.” E que funções vai desempenhar ao certo? “Acompanhar a equipa, ser um elo de ligação entre a equipa técnica, jogadores e direcção. Apesar de, na qualidade de capitão, eu já fazer essa tarefa. Mas é essencialmente preparar o plantel, já para o ano, juntamente com o presidente e com o mister Bandeira.” Digamos que o papel que tinha como jogador, no balneário, vai permanecer... “Era uma das condições que o presidente queria, como vou eu sair, o Morgado, o Miranda, os jogadores experientes, que fique um pouco o que vem de

trás. Uma das coisas que os jogadores dizem ao chegar ao Portomosense é que tem uma grande recepção, são muito acarinhados e os jogadores mais veteranos têm grande papel nesta inserção. Então como fica só o Hugo, dos mais antigos, o presidente optou por me aconselhar a ficar e ir acompanhando. E assim o “bichinho” continua, também!”

Relativamente ao plantel, prevêm-se alterações? “Houve um ou outro jogador que foi embora, o tempo é de crise. Não é só no Portomosense, mas acaba por ser o que nos interessa. Temos um orçamento muito reduzido, mesmo em termos de distritais. Haviam cerca de 5 ou 6 equipas com um orçamento superior ao nosso. E este ano, tempo de crise, tem de ser assim. Ainda vamos reduzir em cerca de 40% o orçamento.” Já se sabe quem sai e quem entra? “Em termos de saídas, temos o Morgado, o Miranda, sai um ou outro miúdo que escolheu sair. Mas o que eu penso é que não temos muitas aquisições. O que há é miúdos com muito valor e vontade de ganhar. Além dos ex-juniores que temos, que trouxeram muita qualidade, temos quatro juniores que vão

DIOGO JORGE É REFORÇO

Portomosense aposta na continuidade A AD Portomosense prepara a época 2009/2010, tendo em vista a manutenção no escalão terciário do futebol português, após na última época ter conquistado o título distrital da divisão de Honra da AF.Leiria. A direcção presidida por Luís Costa, garantiu as permanências de Emanuel, Dário, Vitor Vinhas, Luís Correia, Jackson, Hugo Almeida, Elton, Juliano, Ferraz, Gigas, Mota, René, Rodrigo, Pedro Orfão, Paulo Correia e Pedro Rodrigues. Ao que apurámos, o lateral esquerdo Morgado, afinal deve permanecer no clube. Já o guarda-redes Sérgio pode estar de saída para um clube da 2ªdivisão, mas até ao momento ainda não

subir e que podem acrescentar mais ao futebol do Portomosense.”

liquidado, para pudermos apostar em mais qualquer coisa.”

A sua influência como antigo capitão pode também ajudar os jovens... “Sim, eles dizem-me isso. Mas eu estou lá sempre para ajudar e nisso eles respeitam-me bastante.”

III Divisão... Quais são as expectativas? “Sabemos que vai ser díficil, mas os objectivos passam por ficar nos seis primeiros. Tentar conseguir a manutenção logo na primeira fase do campeonato. É a única certeza. Se ficarmos, não descer. Nós temos má experiência neste tipo de campeonatos, porque no ano em que descemos, estávamos a um ponto de lutar por subir e acabámos por descer. Tinhamos 16 pontos de avanço sobre a equipa que estava atrás de nós e mesmo assim descemos. Apesar das dificuldades, até em termos orçamentais, sabemos também que temos uma equipa muito jovem, com média de idades de 23 anos, mas com muito valor. O Prof. Bandeira é uma mais valia, pois é muito bom a trabalhar nos jovens. E já que a direcção decidiu apostar na formação, foi uma aposta certeira. O Mister sabe muito bem trabalhar com miúdos e este ano foi a prova disso. Ganhámos cerca de 6 ou 7 jogadores titulares e sabemos que dá para contar com eles.”

Como está a organização do Portomosense? “Temos o presidente, que é o chefe maior, cuja ideia é ele não ficar nada ligado ao futebol. Temos o director desportivo, que juntamente comigo, vai acompanhar a equipa, a sua preparação e o que for preciso para a direcção. E além disso temos o professor Bandeira.”

existe fumo branco, em relação a esta questão. De saída, estão Quim-Quim( passa para o departamento de futebol)e Miranda (terminam a carreira) e Joel (Guiense). São promovidos à equipa sénior, João Grazina, Afonso, Ricardo Rodrigues e Filipe Silva. No que diz respeito a reforços, o médio Diogo Jorge, é o único confirmado. O ex-jogador do Marrazes, vai desta forma, dar um salto na sua carreira, para um campeonato nacional, após várias temporadas no clube do concelho de Leiria. Cid Ramos

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Desde há quatro anos que esta direcção tomou conta do Portomosense, e quando chegaram tinham um défice muito grande, e optaram por cortar radicalmente nos ordenados para equilibrar as contas. E penso que nestes quatro anos já reduziram em metade o passivo.

Como está a correr a preparação da pré-época? “Temos o plantel quase fechado, penso que faltam no máximo dois jogadores para definir. Juntamente com o professor Bandeira, já temos a planificação para a época toda. Pensamos começar dia 1 de Agosto. Já temos alguns jogos de treino marcados, contra equipas da região, como o Marrazes, possivelmente o União da Serra.” À pouco falou da crise financeira... Prevêm-se melhorias para o Portomosense? “Não acredito. Nem no Portomosense, nem em outro clube. Desde há quatro anos que esta direcção tomou conta do Portomosense, e quando chegaram tinham um défice muito grande, e optaram por cortar radicalmente nos ordenados para equilibrar as contas. E penso que nestes quatro anos já reduziram em metade o passivo. Espero que dentro de dois anos fique tudo completamente

Então a formação do Portomosense está bem encaminhada... “Acho que é relativo, porque ela pode ir muito bem encaminhada, e não haver valores. E neste momento a formação vive à custa de jogadores da zona. Não vamos buscar ninguém, à excepção de um ou outro jogador fora. E eu penso que estas últimas fornadas de juniores, principalmente a última e esta, podem acrescentar muito à equipa.” E há sonhos a longo-prazo para a equipa de Porto de Mós? “Estes próximos dois anos são fundamentais para estabilizar e equilibrar. E talvez, quem sabe, nós consigamos fazer mais qualquer coisa. Apesar de eu achar que o lugar do Portomosense é a 2ª Divisão B, Terceira Divisão no máximo. Nunca nos distritais.”


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ATLETISMO

Reportagem de Paulo Teixeira e Tiago Ramalho

O Campeonato da Europa de Equipas foi um filme no qual não se previa um final feliz para a Selecção Portuguesa. Com as 12 melhores Selecções ao nível Europeu, três seriam relegadas para a I Liga. Apesar do esforço dos atletas portugueses, o nono lugar necessário para assegurar a manutenção não foi conseguido, ficandose pela 11ª posição. Ainda assim, os 200 pontos alcançados espelham a evolução da Selecção e a forma intensa como foram disputadas as provas. A Alemanha foi a grande vencedora, ultrapassando a Rússia. A Grã-Bretanha, uma das selecções favoritas, acabou por ficar com o “bronze”. Em termos individuais, grande campanha de Nélson Évora, ao conseguir o primeiro lugar no Triplo Salto,e uma boa marca no Salto em Comprimento. Naide Gomes, a favorita ao Salto em Comprimento Feminino destacou-se das adversárias, assegurando o “ouro”. Rui Silva, outra das grandes figuras de Portugal, superou toda a concorrência nos 1.500 metros. Mas vários recordes Nacionais foram batidos no Dr. Magalhães Pessoa, pelo que esta competição foi uma mais-valia para os atletas nacionais. Eva Vital, atleta do Arneirense, conseguiu bater o recorde nacional de Juvenis e Juniores nos 100m Barreiras femininos, com um honroso quarto lugar. De lembrar que esta jovem atleta tem somente 16 anos e já compete como.. gente “muito” grande! Dany Gonçalves conseguiu uma excelente marca de 10.39

segundos, nos 100 metros da sua série. Também em corrida, nos 4x100m estafetas, os atletas nacionais mostraram-se em grande nível, ao bater o recorde nacional, tanto em femininos como masculinos.

O PÚBLICO Um evento desta magnitude pedia bancadas cheias, sem um único lugar vazio, com milhares de pessoas a envergarem as bandeiras dos seus países. No entanto,a realidade foi bem diferente. A estimativa aponta para 18 mil pessoas no estádio, no total dos dois dias. Só uma bancada ficou cheia, pintada na sua maioria pelas cores de Portugal. Outros países estavam representados, mas em clara minoria. Apesar disto, os adeptos portugueses vibraram com a modalidade e não somente com os seus heróis, e a prova disso foi a constante exultação pelos grandes resultados desportivos dos “concorrentes”. Em especial, o grande feito do francês Lavillenie, no salto com vara. Toda a gente no estádio de olhos fixos no atleta, à medida que cavalgada para a gló-

Apesar do esforço CAMPEONATO DA EUROPA DE EQUIPAS SPAR 2009

ria, salto magistral e... a euforia! Nota negativa para os “assobios” a Philips Idowu, concorrente directo ao lugar cimeiro do Triplo Salto, onde o “nosso” Nélson garantiu uma excelente vitória. O saltador português foi, aliás, um agitador, arrancando sempre do público gritos, aplausos e incentivos. Ainda assim, a forma como foi composta a bancada, misturando atletas com espectadores, foi interessante. Várias caras conhecidas do atletismo nacional marcaram lugar, inclusivamente Tiago Marto, decatlonista português com um futuro promissor. Num computo geral, a prestação levada a cabo pelo público presente foi positiva, apesar de alguma “timidez” inicial em se faz ouvir. Todos os que estavam nas bancadas cumpriram o seu papel de espectador, adepto e incentivo extra para os atletas.

A COMPETIÇÃO Os dois dias de competição (n.d.r.: Sábado 20 e Domingo 21 de Junho) foram marcados pelas elevadas temperaturas, pelo que os horários das provas talvez não tivessem sido os ideais. Ainda assim, uma boa organização, apesar de algumas falhas “menores”. Uma das situações foi relativa ao Salto Triplo em femininos. Após o salto da atleta alemã, considerado nulo, foi limpa a caixa de areia, mesmo antes da atleta verificar a decisão. Esta acção despertou algum mau estar, mas foi prontamente resolvida. Algo mais negativo, mas não directamente ligado à organização, prende-se com as novas regras impostas. Na prova dos 3.000 metros, ao chegarem à volta de eliminação, os atletas foram “forçados” a combater por um avanço de metros, provocando a queda de dois atletas, que lutavam para não serem eliminados. Portugal mostrou estar à altura de organizar competições de elevada importância, no que toca ao atletismo, e certamente que este Campeonato da Europa não será o último evento a ter lugar no nosso País. Leiria está também de parabéns pelas óptimas condições à prática destas modalidades.

Um evento desta magnitude pedia bancadas cheias, sem um único lugar vazio, com milhares de pessoas a envergarem as bandeiras dos seus países. No entanto,a realidade foi bem diferente. A estimativa aponta para 18 mil pessoas no estádio, no total dos dois dias. Só uma bancada ficou cheia, pintada na sua maioria pelas cores de Portugal.


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o o destino estava traçado! OS CONSAGRADOS NÉLSON ÉVORA

O português voador Nélson Évora, atleta olímpico medalhado, campeão do mundo em triplo salto, entre outros títulos, foi um dos hérois portugueses, ao saltar bem longe para os 12 pontos que ajudaram Portugal a sonhar. 17.59m foi o seu melhor resultado no Domingo, em triplo salto, mas não fosse aquele salto nulo e.... poderia ter “voado” ainda mais alto!A marca dos 18 metros não andou longe. Após ter dado uma ajuda à Selecção, saltando em com-

primento (conseguindo até o segundo lugar, ficando atrás do espanhol Eusebio Cáceres, por 6 centímetros), no salto triplo, face à concorrência de Phillips Idowu, atleta britânico e vice-campeão olímpico, o “Português Voador” não se fez de rogado, e entre saltos bastante competitivos e renhidos, finalmente conseguiu a marca que o destacou como vencedor. Sempre efusivo, pedindo ao público mais e mais apoio, o português foi um dos mais acarinhados pelos espectadores.

RESULTADOS SALTO EM COMPRIMENTO: 1º Ensaio: 7.66 2º Ensaio: 7.86 3º Ensaio: 7.80 4º Ensaio: 7.94 RESULTADOS SALTO:

TRIPLO

1º Ensaio: 17.47 2º Ensaio: 16.95 3º Ensaio: 17.59 4º Ensaio: nulo

NAIDE GOMES

A “ilusionista” Só os melhores conseguem transformar uma distância de 6 metros em algo mínimo... E Naide Gomes é uma dessas pessoas. Com uma óptima marca de 6.83m, a atleta portuguesa ultrapassou a concorrência com enorme cate-

goria, no salto em comprimento. Com muita luta e muito esforço. Em segundo lugar, ficou a atleta russa, Olga Kucherenko, com a marca de 6.73m. 10 centímetros bastaram para separar a campeã lusitana da sua adversária rus-

sa. Mas além de saltar, Naide Gomes também correu, conseguindo um grande resultado na prova de 4x100m estafetas em conjunto com Sónia Tavares, Carla Tavares e Eva Vital, batendo o recorde nacional, algo que suscitou enorme euforia e felicidade, não só nas atletas como também no público.

RESULTADOS SALTO EM COMPRIMENTO : 1º Ensaio: 6.56 2º Ensaio: 6.83 3º Ensaio: 6.77 4º Ensaio: 6.63 4x100m estafetas: 44:76s

CLASSIFICAÇÃO FINAL 1.º Alemanha, 326,5 2.º Rússia, 320 3.º Grã-Bretanha, 303 4.º França, 301 5.º Polónia, 289; 6.º Itália, 278; 7.º Ucrânia, 265,5 8.º Espanha, 257 9.º Grécia, 216,5 10.º República Checa, 213,5 11.º Portugal, 200 12.º Suécia, 138


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QUADRO DE RESULTADOS Sábado, 20 de Junho

MASCULINOS MARTELO 1º - Nicola Vizzoni (ITA) 78.15 metros 11º - Dário Manso (POR) 66.62 400 METROS BARREIRAS 1º - David Greene (GBR) 49,26 segundos 10º - Edivaldo Monteiro (POR) 51,22 SALTO EM ALTURA 1º - Yury Kerymarenko (UKR) 2.31 metros 12º - Paulo Gonçalves (POR) 2.05 PESO 1º - Tomasz Majewski (POL) 20.81 metros 9º - Marco Fortes (POR) 19.07 400 METROS PLANOS 1º - Tim Benjamin (GBR) 45.57 segundos 9º - João Ferreira (POR) 46.66 100 METROS 1º - Dwain Chambers (ING) 10.07 2º - Francis Obikwelu (POR) 10.20 1500 METROS 1º - Rui Silva (POR) 3:42.07 SALTO EM COMPRIMENTO 1º - Eusébio Cáceres (ESP) 8.00 2º - Nelson Évora (POR) 7.94 5000 METROS 1º - Mo Farah (GBR) 13:43.01 segundos 5º - Rui Pedro Silva (POR) 14:08.66 4X100 METROS 1º - Itália 38,77 segundos 4º - Portugal 39,02 (recorde nacional)

FEMININOS SALTO COM VARA 1º - Monika Pyrek (POL) 4,70 metros 10º - Sandra-Helena Tavares (POR) 4.25 TRIPLO SALTO 1º - Teresa Nzola Meso Ba (FRA) 14.40 metros 8º - Patricia Mamona (POR) 13.50 100 METROS 1º - Emily Freeman (GBR) 11.42 8º - Sónia Tavares (POR) 11.57 DISCO 1º - Nataliya Semenova (UKR) 61.58 metros 11º- Liliana Cá (POR) 47.41 800 METROS 1º - Yuliya Kervsun (UKR) 1:58.62 segundos 10 º - Sandra Teixeira (POR) 2:02.00 3000 METROS PLANOS 1º - Gulnara Galkina-Samitova (RUS) 8:46.88 3º - Inês Monteiro (POR) 9:00.83 400 METROS BARREIRAS 1º - Anna Jesien (POL) 54,52 segundos Patricia Lopes (POR) - desqualificada 3000 METROS BARREIRAS 1º - Antje Moldner (GER) 9:32.65 segundos 4ª – Sara Moreira (POR) 9:43.99 DARDO 1º - Christina Obergfoll (GER) 68.59 metros 12ª – Silvia Cruz (POR) 50.30 400 METROS 1º - Libania Grenot (ITA) 51.16 segundos 11ª Maria do Carmo Tavares (POR) 55.09 4X100 METROS 1º - Russia 43,35 segundos 7º - Portugal 44,70 (recorde nacional)

ATLETISMO

OS ATLETAS NACIONAIS MASCULINOS Lançamento do Martelo: Dário Manso não foi além do 11º lugar, recolhendo somente 2 pontos para a Selecção Nacional. Com um ensaio a atingir os 66.62 metros, marca escassa comparativamente ao primeiro classificado, o italiano Nicola Vizzoni (76.44 no primeiro ensaio e 78.15, a melhor marca do dia), e o segundo ensaio a sair nulo, as aspirações do português morreram cedo. 100 metros: Francis Obikwelu conseguiu uma óptima prestação, e apesar do arranque lento, influênciado pela nova regra que impossibilita qualquer falsa partida, o português conseguiu mesmo a sua melhor marca do ano, com 10.20 segundos, estando no entanto longe do primeiro classificado no geral, o britânico Dwain Chambers, que correu os 100 metros em 10.07 segundos. Em terceiro lugar ficou Emanuele Di Gregorio, atleta italiano, que bateu o seu recorde pessoal, com 10.21 segundos. 100 metros, série 2: Dany Gonçalves, o atleta madeirense conseguiu uma óptima prestação nos 100m da sua série, ao bater toda a concorrência, e terminando com um fantástico tempo de 10.39s. Em segundo lugar ficou o francês Emmanuel Ngom, com 10.50 e em terceiro o Grego Yeóryios Koutsotheodórou com 10.58. Também deu uma “perninha” nas estafetas de 4x100m, conseguindo destronar o antigo recorde nacional. 400 metros: João Ferreira foi mais um dos atletas nacionais a ultrapassar “barreiras”. Apesar do seu quarto lugar, afastado do “pódio”, o atleta português bateu o seu recorde pessoal, fazendo os 400 metros em 46.66 segundos. 1500 metros: Rui Silva, um dos hérois Portugueses presente no Estádio Dr. Magalhães Pessoa esforçou-se por alimentar o sonho da Selecção Portuguesa em permanecer na Super Liga, e com uma prova fantástica conseguiu arrancar o primeiro lugar a Diego Ruíz, de Espanha e Yoann Kowal, de França. Salto em Altura: Paulo Gonçalves não conseguiu saltar além do último lugar. Com um primeiro ensaio positivo, a superar a marca dos 2 metros e 5, quando a parada subiu para os 2 metros e 15, foi incapaz. Com três saltos nulos, acabou por ficarse pela última posição. Salto em Comprimento: Nélson Évora, em prova “emprestada”, mostrou a sua capacidade fantástica de voar sobre a pista e com uma excelente marca (a sua melhor da época), conseguiu o segundo lugar, atrás do espanhol Eusebio Cáceres e à frente do grego Loúis Tsátoumas. Em quatro saltos, Nélson chegou mesmo a ameaçar a hegemonia do espanhol, mas ficou a 6

centímetros de o igualar. O seu melhor salto atingiu os 7 metros e 94 centímetros, contra os 8 metros do espanhol. Já o terceiro classificado chegou aos 7 metros e 91. 4x100m estafetas: Dany Gonçalves, João Ferreira, Arnaldo Abrantes e Francis Obikwelu conseguiram um fantástico 2º lugar e consequente recorde nacional. 400 metros barreiras: Edivaldo Monteiro, na sua última corrida individual pela Selecção Nacional, ficou-se pelo 10º lugar, contra adversários mais velozes e certamente mais frescos. Com um tempo de 51.22 segundos, ficou à frente da Espanha e da Suécia. Ainda assim, o seu mérito extendeu-se também às estafetas de 4x400 metros. FEMININOS Triplo: Patrícia Mamona, atleta portuguesa, conseguiu uma boa marca no salto triplo, ao atingir os 13 metros e 50. A concorrência foi feroz e a atleta francesa, Teresa Nzola assegurou a sua melhor marca da época, com 14 metros e 40. 100m: Sónia Tavares, apesar do seu óptimo terceiro lugar na série, não foi além do 8º na geral. Ainda assim, uma óptima prestação da atleta nacional, em grande esforço. 4x100m estafetas: Naide Gomes, Sónia Tavares, Carla Tavares e Eva Vital asseguraram uma óptima marca nacional, superando o recorde nacional. Com óptima passagens, bons arranques, as portuguesas percorreram no total, os 400 metros em 44:76s. 400 metros barreiras: Com a melhor marca pessoal de sempre, Patrícia Lopes conseguiu atingir o segundo lugar na sua série, com 56.88 segundos. Na geral, conseguiu o 7º lugar, que não sendo um resultando brilhante, é marcado pela boa prestação. 400 metros: Maria Carmo Tavares não foi além do 11º lugar, numa prova com muitos recordes batidos pelas diversas atletas. Ainda assim, a portuguesa conseguiu ficar à frente da sueca Moa Hjelmer, com 55.09 segundos. 3000 metros obstáculos: Sara Moreira, numa fantástica prova, repleta de esforço e resistência, conseguiu agarrar o quarto lugar, com o fantástico tempo de 9 minutos, 43 segundos e 99 centésimos. 3000 metros: Inês Monteiro em mais uma grande prova de atletismo, dos 3000 metros. Conseguindo um lugar no “pódio”, a portuguesa ficou somente atrás da russa Gulnara Galkina-Samitova e da polaca Sylwia Ejdys. A sua marca, de 9:00:83 espelha a excelente prova e com isso os 10 pontos para Portugual. 800 metros: Sandra Teixeira, com a sua melhor marca da temporada, conseguiu o 10º lugar, ficando à frente da polaca Renata Plis e da sueca Sofia Öberg. A portuguesa, com 2:02:00, ofereceu mais 3 pontos esforçados a Portugal. Lançamento Disco: A Portuguesa Liliana Cá conseguiu somente um lançamento, com a marca de 47.41 metros. O seu segundo lançamento foi nulo e assim, o 11º lugar teve de bastar. Ainda assim ficou à frente da russa Olesya Korotkova.


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ATLETISMO EDIVALDO MONTEIRO, ATLETA DE 400M BARREIRAS E 4X400 ESTAFETAS

“Disse adeus à Selecção!” Foi a última vez que colocou o brasão lusitano ao peito e correu pelo país e ainda assim, o seu futuro não será afastado do atletismo... O resultado não foi brilhante... “Estamos na Super Liga, é muito complicado. Mas esta prova marcou-me por ser a minha última competição pela Selecção, entre os melhores atletas da Europa e também do Mundo, em alta competição. Ainda assim fizemos uma boa prova, tentamos lutar ao máximo pela nossa Selecção e acho que foi um orgulho para os espectadores.” E relativamenta o teu futuro... “Passa por alguns projectos meus, mais pessoais. Provavelmente para o ano vou fazer competições, de nível mais baixo, mas talvez passe também por continuar no atletismo através de outros cargos, para me manter neste desporto que adoro. Mas a alta competição está fora de questão.”

As novas regras têm gerado alguma controvérsia... “Eu não concordo nem discordo. Penso é que as equipas é que se têm de mentalizar, porque estas regras estão presentes, e necessitam de trabalhar para conseguirem competir segundo os novos moldes.” Uma análise à Selecção? “Muito positiva. Nós viemos preparados para descer, mas batemos muitos recordes pessoais e nacionais, o que é fantástico. Temos atletas muito jovens, com uma capacidade tremenda, e acho que o futuro é risonho. Vimos de um país com talvez 10.000 atletas federados, contra outras potências que tem muito mais atletas e mais condições. Basta olhar para os países que competiram aqui, estão as 12 melhores se-

lecções da Europa. Apesar de tudo isso, competimos com muita garra e acho que somos motivo de orgulho para a Selecção.”

O público.. “Foi fantástico, puxou por nós desde o príncipio ao fim, independentemente de corrermos à frente ou atrás”

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QUADRO DE RESULTADOS Domingo, 21 de Junho

MASCULINOS SALTO À VARA 1º - Renaud Lavillenie (FRA) 6.01 metros 10º - Edi Maia (POR) 5.35 TRIPLO SALTO 1º - Nelson Évora (POR) 17.59 metros 110 METROS BARREIRAS 1º - Andy Turner (GBR) 13.42 segundos 12º - Luis Sá (POR) 14.33 DISCO 1º - Piotr Malachowsky (POL) 66.24 metros 11º - Jorge Grave (POR) 49.55 800 METROS 1º - Manuel Quesada (ESP) 1:47.76 10º - Fábio Gonçalves (POR) 1:49.45 3000 METROS 1º - Jesus España (ESP) 8:01.73 segundos 6º - Manuel Damião (POR) 8:12.30 200 METROS 1º - Dwain Chambers (GBR) 20.55 2º - Arnaldo Abrantes (POR) 20.62 DARDO 1º - Mark Frank (GER) 78.63 metros 10º - Elias Leal (POR) 68.82 3000 METROS OBSTÁCULOS 1º - Moustafa Mohamed (SWE) 8:28.09 Alberto Paulo (POR) eliminado 4X400 METROS 1º - Grã-Bretanha 3:00.82 11º - Portugal 3:08.08

FEMININOS

SARA MOREIRA

“Podia ter feito melhor marca!” Atleta dos 1500 metros femininos, classificada no 7º lugar, bateu o seu recorde pessoal. Como é que te sentes após este resultado? “Estou contente. Apesar de achar que podia ter feito uma marca melhor. Está muito calor, muito sol, a prova em si é muito difícil e extenuante. Foi feita de forma mais lenta, eu poderia ter disparado melhor na última volta, mas é complicado contra atletas que fazem grandes tempos. Tenho de estar contente.” Quais eram as expectativas? “Depois de ter visto a selecção, sabia que havia 6 atletas muito fortes. As outras estavam ao meu nível e eu sabia que conseguia subir alguns lugares, apesar de estar a com-

petir contra atletas teoricamente mais rápidas.” Que análise faz da Selecção? “Acho que, acima de tudo, o espírito da equipa é excelente. Todos estão a lutar por uma tarefa muito complicada. Tenho visto atletas a ultrapassarem os seus limites, e quando assim é, o resultado passa para segundo plano. Porque mais ninguém, para além de nós, sabe o que custa estar ali e penso que têm feito um grande trabalho a honrar o nosso País e as pessoas têm de estar orgulhosas.” As novas regras? “Sou contra. Acho que é mau para o desporto,

mau para os atletas, mau para o atletismo. Dizem que é bom para o espectáculo, mas eu discordo completamente. Eu acho que não, no caso do meiofundo, acho até uma palhaçada. Tive também a hipótese de ver a prova dos 5000 masculinos e acho uma injustiça. Qualquer atleta merece ir até ao final, todos dão o seu melhor, e ainda por cima numa competição onde se debateram as 12 melhores selecções da europa, acho que deviam deixar os atletas competir até ao final. Houve várias situações, no caso do Daniel, se fosse numa prova normal, talvez conseguisse chegar até a um quarto lugar.”

O futuro? “O meu grande objectivo desde o início da época é o Campeonato do Mundo de Berlim, para o qual tenho treinador bastante bem. Antes, tenho o campeonato do mundo universitário, para o qual quero estar bem preparada, quero fazer o meu melhor e tentar vencer. Também porque se não for para ganhar, com o espírito de conseguir a vitória, não vale a pena participar. Depois tenho os jogos da Lusofonia, que são uma grande competição também em Portugal, e vou tentar dar o máximo, também pela Selecção, para tentar ganhar uma medalha.”

MARTELO 1º - Anita Wlodarczyk (POL) 75.23 metros 11º - Vânia Silva (POR) 61.36 SALTO EM ALTURA 1º - Ariane Friderich (GER) 2.02 metros 12ª - Marisa Anselmo (POR) 1.80 PESO 1º - Nadine Kleinert (GER) 19.59 11º - Maria Antónia Borges (POR) 15.46 200 METROS 1º - Yuliya Gushchina (RUS) 23.01 segundos 7º - Sónia Tavares (POR) 23.82 100 METROS BARREIRAS 1º - Lucie Skrobarova (CZE) 12.94 segundos 10º - Eva Vital (POR) 13.66 SALTO EM COMPRIMENTO 1º - Naide Gomes (POR) – 6.83 metros 1500 METROS 1º - Anna Alminova (RUS) 4:07.59 segundos 7ª – Sara Moreira (POR) 4:12.94 5000 METROS 1º - Dolores Checa (ESP) 15:28.87 segundos 5ª - Dulce Félix (POR) 15:47.37 4X400 METROS 1º - Rússia 3:25.25 9ª – Portugal 3:36.15


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ATLETISMO

ARNALDO ABRANTES, CORREDOR DOS 4X100M ESTAFETAS E 200M

“Conseguimos o record nacional!” Individualmente conseguiu o 2º lugar, no cômputo geral das séries. Nas estafetas bateu o recorde nacional, juntamente com Francis Obikwelu, Dany Gonçalves e João Ferreira. E relativamente ao futuro... “Em termos de Portugal, acho que temos possibilidades, um dia estar entre as 10 melhores Selecções Mundiais. Temos grandes jovens talentos, a progredir e estamos a montar uma grande equipa. Alias, tem-se vindo a provar aqui, com boas marcas. Em termos pessoais, agora é tentar fazer uma boa prestação no Campeonato do Mundo nos 200 metros e fazer uma boa estafeta.” Entrevista a Arnaldo Abrantes após o segundo lugar no geral dos 200m

Como se sentem ao conseguir este grande resultado? “Bastante bem. Esta prova foi bastante difícil, foi necessário muito esforço mas conseguimos bater o recorde nacional, o que é fantástico.” Como vêem a prestação da Selecção? “Está a haver muitas surpresas pela positiva, conseguimos grandes lugares. Estamos entre

as 12 melhores Selecções da Europa, o que por si é muito difícil, mas acho que estamos a conseguir boas prestações. Já sabíamos que ia ser difícil a manutenção na Super Liga, mas acho que Portugal está no bom caminho.” Que análise fazes aos novos moldes da competição? “Eu acho que, em termos de espectáculo, é bom. As fal-

sas partidas são boas, para tornar mais justo e espectacular. Apesar de achar que algumas provas têm de ser revistas, como a do meio-fundo, em que a Espanhola acabou mesmo em primeiro lugar mas tinha sido desclassificada anteriormente. Provoca alguma confusão e isso não é bom para os atletas que estão na pista. Mas em geral, acho que é um bom modelo.”

Mais um bom resultado para a Selecção e mais uma grande prestação. Como te sentes? “Sinto-me bem, tentei dar o máximo possível. Foram pontos importantes para Portugal esperava fazer uma prova, sabia que ia fazer uma boa marca. Fiz bons resultados para o Campeonato do Mundo, estou muito satisfeito.” As expectativas antes da prova, foram cumpridas? “Acho que estamos a superá-las. Como já dissemos, es-

tão aqui as 12 melhores equipas da Europa, uma Super Liga nunca é fácil, sabíamos que ia ser difícil, mas acho que os resultados estão a ser positivos.” Como vês o futuro da selecção? “Acho que é muito promissor. Temos grandes talentos, jovens muito bons na velocidade, no salto, enfim, em todas as modalidades. Ainda agora o recorde de juvenis e juniores nacional foi batido, pela Eva Vital, o que é fantástico. Mostra que o talento está lá, é preciso é explorá-lo e desenvolvê-lo ao máximo.” E relativamente às novas regras? “Isso será falado pelos técnicos. Na velocidade, pelo que me diz respeito, não há grandes alterações, as falsas partidas, mas já nem pensava em fazê-las. Mas em outras provas, como no meio-fundo, talvez seja necessária uma revisão.” Uma análise global à tua prestação... “Muito boa e a caminhar para melhor!”

PATRÍCIA LOPES:

“Estou a crescer” 400m barreiras: 2º lugar, com o tempo de 56.88 Como te sentes após este resultado? “Sinto-me muito bem. Já devia ter alcançado este resultado, mas é sinal que estou a crescer e espero cada vez fazer melhor.” Quais eram as expectativas antes da competição? “Queria baixar os 57. As provas têm-me corrido bem, fiz uma boa ponta final e como estou muito rápida, senti que

era possível baixar a marca que tinha. Consegui e foi óptimo!” Como avalias a tua prestação? “Foi boa, mas podia ter sido melhor. Tranquei ali numa série de barreiras e

sinto que podia ter feito melhor se isso não tivesse acontecido. Mas já não foi mau, consegui bater o meu recorde pessoal.” E que análise fazes à prestação da Selecção neste Campeonato?

“Não tenho visto os resultados, pois quando os meus colegas participaram estava no aquecimento, a preparar-me para a minha prova mas agora que já fiz o meu trabalho, posso prestar mais atenção. Portugal está numa posição difícil, mas talvez seja possível...” Provas futuras? “Ainda não sei, por agora estou concentrada neste Campeonato da Europa. Depois, logo se verá.”


ATLETISMO

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OS CONSAGRADOS Em 3:42:07, uma óptima marca, o guerreiro lusitano conseguiu superar vários adversários na última volta, após uma enorme demonstração de esforço, vontade e garra. Perante todos os que o observavam atentamente, de coração nas mãos, gritando de euforia para o incentivar, Rui Silva não defraudou as espectativas e foi mais um dos hérois que permitiu à Selecção Nacional sonhar com a permanência na Super Liga. Em entervista ao DESPORTOTAL, o meio-fundista português mostrou a confiança nas suas capacidades e aspira pelos lugares cimeiros no pódio do atletismo mundial. Como te sentes após este resultado? “Sinto-me bem, o objectivo era dar o máximo pela Selecção. Foi conseguido, graças também a este público magnifico. Consegui o primeiro lugar, foi um bom resultado. E espero também que o público tenha gostado do espetáculo, porque é um privilégio ver todos estes grandes atletas, as 12 melhores nações da Europa, e não é todos os dias que vêm cá.”

RUI SILVA

O Guerreiro Rui Silva, meio-fundista português, mostrou no passado fim-de-semana que quem sabe nunca esquece e na prova dos 1.500 metros, sob um calor abrasador, conseguiu uma prestação fantástica, dando os 12 pontos a Portugal.

Quais eram as expectativas antes da prova? “Sabia que estava bem, que a prova ia ser bastante difícil. Começou de forma muito lenta, como eu previa, e na parte final muito rápida e estas provas são bastante difíceis, porque toda a gente que lá está luta para ganhar. Não se faz a selecção natural entre apenas um, dois ou três atletas. Mas eu sentia-me bem, e con-

segui acabar bem a prova, o que foi fantástico.” Uma prova positiva, então.. “Sim, bastante positiva. Consegui a vitória, é bom para mim, mas ainda mais importante, é bom para Portugal.” Como é competir numa prova com estes novos moldes? “A minha prova não foi propriamente afectada pelos novos moldes, mas talvez a prova possa incutir mais espectáculo nas competições, apesar de afectar talvez negativamente alguns atletas. Mas acaba por ser bom para o espectáculo, as pessoas vêm cá para assistir ao espectáculo e penso que pode proporcionar uma grande festa e boa competição.” Retrospectiva da época... “Esta temporada foi marcada pelo objectivo que tracei de chegar ao Campeonato do Mundo, na prova de 1.500 metros. Neste momento está tudo bem encaminhado. Tinha os objectivos de pista coberta e este campeonato também. Consegui, alcancei a vitória, e espero chegar ao campeonato do mundo, ser finalista e talvez conseguir a vitória.” Para Rui Silva, o futuro passa por... “O futuro passa pelo Campeonato do Mundo. Como já disse, está tudo bem encaminhado, tenho treinador para isso, estas provas têm-me corrido bem e espero mesmo chegar aos lugares cimeiros.”


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ESCOLINHA “FOOT IN”

ESCOLINHA “FOOT IN” FUNDADA HÁ TRÊS ANOS POR PEDRO ROMA

“Treiná-los só para formar campeões seria estar a deformá-los como pessoas” A Escolinha “Foot In”, de Pombal, fundada há três anos por Pedro Roma, actual treinador de guarda-redes da Académica de Coimbra, tem este ano quatro equipas inscritas na Associação de Futebol de Leiria, mais concretamente nas categorias de Escolas e Escolinhas. Paulo Alexandre Teixeira Ao contrário do que acontece nas categorias mais velhas de formação, onde se incutem termos técnicos e tácticos aos jogadores, aqui o mais importante é a aprendizagem dos valores mais básicos, como o prazer de jogar futebol e o respeito pelos adversários, como afirma o treinador das escolinhas, Ricardo Dinis.

Ricardo, como é que se lida com jogadores de oito anos de idade? Basicamente é conhecer o nível de desenvolvimento deles. Nestas idades, sabemos que temos de lidar com muita brincadeira, pois o nível de concentração destes miúdos é muito baixo. Neste aspecto, o que interessa é variar o mais possível em termos de exercícios. Fundamentalmente, interessa mais é que estes miúdos se divirtam, porque estar a treiná-los como se faz noutras categorias, de formar campeões, seria estar a deformálos enquanto pessoas. Queremos incutir valores, como aceitar as decisões dos colegas, respeitar as decisões dos demais intervenientes, e acima de tudo respeitar as regras de conduta instituídas, sabendo que devem cumprir. E quando eles vão jogar, que ideia é que lhes

transmite antes de pisarem o relvado? Primeiro que tudo, que se divirtam. Depois que se lembrem daqueles princípios, daqueles pormenores que andamos a trabalhar durante a semana, e do qual fazemos determinadas condições, para que depois, de certa forma, evoluam. O importante, nestas idades, é não dar muita informação a estes miúdos em termos técnicos e tácticos, e trabalhar mais no “jogo da bola”, como a marcação individual, e ajudar o companheiro em situações como a perda de bola e a posse de bola, ocupar o espaço vazio. E isso, com maior ou menor dificuldade, eles conseguem fazer. E também tem de

Fernando Desporto Pequenos Jogos, Unipessoal lda.

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haver consciência que estes jogadores podem ter um bom jogo num dia e um mau jogo noutro. É um processo de sistematização que vai demorar o seu tempo. Nesta categoria já se definem posições no campo, como nas categorias mais velhas? Nós aqui não falamos em posições de campo por um motivo: é a politica desta escola de futebol que não tenha nenhum jogador específico para uma posição no campo, pelo menos nesta categoria. O que fazemos? Nos treinos, rodamos os jogadores. Por exemplo: todos passam pela posição de guarda-redes, primeiro por uma questão de formação, pois é importante familiarizar com todas as posições no campo. Depois, para eles se apercebam da dificuldade que é estar nesta posição específica, para que aceitem mais facilmente o erro do colega quando este tenha o azar de cometer um “frango”, por exemplo. E eles aceitam muito bem esse facto, sem gozar ou mandar “bocas” ao colega. E

por fim, porque ainda é muito cedo para que se definam posições em campo. Claro, se aparecer algum atleta que queira ser só guarda-redes, nós não vamos dizer que não, devia passar pela posição de avançado. Mas tal coisa ainda não aconteceu.

Só por curiosidade, quanto tempo dura um jogo de escolinhas? Um jogo nesta categoria, nas escolinhas, tem quatro períodos de dez minutos cada um. Não há nenhum regulamento técnico - pedagógico que define isso, algo que na minha opinião de treinador, deveria existir, para evitar situações que se vêem por aí, como é ter 12 miúdos na ficha de jogo, e só jogar os mesmos cinco nos quatro períodos de tempo. Há miúdos que podem não ter muito talento, e só jogam poucos minutos, e os mais talentosos jogam mais tempo apenas pelo objectivo da competição, o que não deve ser assim nesta categoria. Aqui, o objectivo é: primeiro, valorizar os que treinam mais. Esses jogam mais tempo que os outros, independentemente do talento que tiverem. E depois, fazer um equilíbrio entre aqueles que tem talento inato e aqueles que se esforçam para jogar bem, para que todos joguem o mesmo período de tempo. E acho que temos feito isso com algum sucesso.


ESCOLINHA “FOOT IN”

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“Jogando todos os fins-de-semana, ganham ritmo competitivo” Na Escolinha Foot In, de Pedro Roma, Paulo Guilherme é o coordenador da escola, enquanto que o seu patrono estiver mais envolvido nas actividades de jogador profissional da Associação Académica de Coimbra. Ele explicou à Desportotal as razões pelas quais se decidiu, no ano passado, inscrever as equipas de Escolas e Escolinhas nos campeonatos da Associação de Futebol de Leiria. Uma experiência compensadora, afirma.

eles jogarem todos os finsde-semana durante três meses, para terem uma ideia do que é a competição. Quando não estávamos inscritos, fazíamos os nossos próprios torneios, mas depois chegamos á conclusão que estando inscritos competitivamente, retiraríamos muito mais vantagens.

Qual foi a razão pelo qual inscreveram as vossas categorias na Associação de Futebol de Leiria?

Inscreveram-se pela primeira vez no ano passado. Que conclusões estão a retirar desta experiência?

A razão tem a ver com a actividade dos miúdos. Uma vez que estes miúdos precisam de ritmo competitivo, achamos por bem

“Gosto de futebol e… fiquei!” Hugo Gonçalo Simões tem nove anos e é um dos treze jogadores da Escolinha Foot In, na categoria de Escolas, entre as dezenas que frequentam esta Academia. Está aqui há cerca de um ano, gosta de jogar a médio centro e de marcar golos. Hugo, estás aqui há muito tempo? Comecei a jogar no ano passado, através do meu pai. Como gosto de futebol, fiquei aqui, e sempre que o treinador me chama, estou a jogar. Costumas jogar em que posição? Médio-centro

Já, já joguei. Mas gosto mais de jogar onde estou.

E gostas de jogar? Gosto.

Vocês jogam com uma menina, a Keila. Como é jogar com ela? É bom. Pensávamos de início que nos ia prejudicar, afinal não. Até nos ajudou a marcar golos e a ganhar alguns jogos.

Esta é a posição que preferes? É. Mas já jogaste noutras posições em campo.

Recordas-te qual foi o melhor golo que marcaste? Foi quando joguei contra o União de Leiria, aqui. Eu estava no meio campo, a defesa deles tinha chutado a bola para a frente, ela veio para mim, chutei com força, ela foi para o ar, e entrou entre o guardaredes e a baliza.

Basicamente, notamos que a evolução dos miúdos foi maior. Jogando todos os fins-de-semana, passaram a ter um maior ritmo competitivo, algo que não iam conseguir

jogando entre si. Para além desses, tínhamos os sub-13, que não estão inscritos este ano por falta de jogadores. E temos os Bambis, com cinco e seis anos, que ainda não

podem ser inscritos nas competições da Associação de Futebol de Leiria, e aí fazemos os nossos próprios torneios, para que eles terem uma ideia da competição.


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BASQUETEBOL

VIII Encontro de Basquetebol Moçambicano na Figueira da Foz O próximo fim-de-semana vai ser de Basquetebol, na Figueira da Foz. Por Tiago Ramalho Mundo Slam está de volta, em mais uma iniciativa arrojada para relembrar as “velhas glórias” do Basquetebol de Moçambique e também a fabulosa equipa do Ginásio Figueirense da época de 1976/77, quando conquistaram tudo o que havia para conquistar, desde campeonato nacional até à Taça de Portugal.

Três anos após o último encontro, que foi caracterizado pelo enorme sucesso que assegurou, não só pelos naturais da Figueira da Foz mas também de todo o país, este ano promete ser ainda melhor.

Com uma projecção de “data show” em pleno pavilhão, a organização vai permitir aos presentes reviver os “velhos tempos”. Os jogos

agendados também vão levar todos os antigos jogadores mostrar as qualidades que não ser perderam com o tempo.

O 8º Encontro de Basquetebol Moçambicano não é, no entanto, para uma pequena elite de glórias. É acessível para todos os que quiserem passar um fim-de-semana de convívio, desporto e muita história. A concentração será feita no Pavilhão Jorge Galamba Marques, e terá início às 14h45. Cinco jogos estão agendados, sendo o último um desafio entre jovens atletas e antigas estrelas. Entre as partidas, irão decorrer diversos concursos para animar os presentes. Para além do basquetebol, também está organizado um torneio de miniténis em pares mistos, no domingo, que promete reunir todos os intervenientes numa competição amigável e divertida.

Samuel Carvalho a “estrela” do evento “Fui um jogador privilegiado” Como um dos organizadores e cujo nome se insere na sigla “MundoSlam”, este ex-basquetebolista, que iniciou a sua carreira em Moçambique, jogando no Ferroviário, e fez parte da equipa do Ginásio Figueirense na época de ouro de 1976/77, conversou com o DESPORTOTAL, numa viagem ao passado e numa antevisão do que espera a todos os que forem presenciar o 8º Evento de Basquetebol Moçambicano. Começemos pelo ínicio. Anos 60, Moçambique... Basquetebol. Porquê esta modalidade? “O basquete em Moçambique era a modalidade querida! O Basquete suplantava, na altura, o próprio futebol. Aliás, o basquete, o hóquei eram as duas modalidades de maior preferência da juventude moçambicana. Grandes nomes do basquete nacional partiram destas origens. Falando neles posso dizer Mário Albuquerque, considerado por muitos como o melhor jogador de Basquetebol de sempre português. E mais tarde o Carlos Lisboa, também de origens moçambicanas.”

Como descreve a sua experiência em Moçambique? “As minhas raízes estão lá todas, os meus pais já lá nasceram e como todo o jovem tinha a ambição de ser jogador de basquete. Nas ruas tinhamos tabelas pregadas nas árvores e era normal que muitos jovens, de tenra idade, começassem a praticar desde cedo na rua. Quem corresse a avenida de Lourenço Marques podia ver vários campos, e foi assim que comecei a praticar a modalidade.” Fez muitos amigos, também... “Sim, era natural. Os amigos foram todos do bairro. Eu comecei um pouco tarde o basquete federado, só aos 15 anos. Mas já jogava nas ruas desde pequeno. Eu penso que hoje devia ser importante que os jovens começassem a praticar a modalidade nas ruas. “ Acha então que se perdeu a ideia de ir para os ringues jogar basquetebol? “A Figueira, apesar de tudo, continua a ser um centro onde se gosta muito do Basquete. A própria Ticha Penicheiro, grande atleta portuguesa e a jogar na WNBA, começou a dar os seus primeiros passos no campo das traseiras aqui na

Figueira, contra os homens, e foi assim que se tornou uma grande jogadora.” Em Moçambique ganhou vários títulos mas qual foi o melhor momento?

“Bons momentos foram vários. Eu posso-me considerar um jogador priviligado, porque nos quatro anos da minha formação como atleta, em três anos foi campeão de moçambique, mais tarde subi aos seniores e depois fui por duas


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BASQUETEBOL vezes campeão nacional de moçambique. Portanto posso-me considerar um atleta priviligiado. Mas talvez a minha primeira internacionalização tenha sido o meu melhor momento. Foi num jogo contra o Brasil, nos jogos Luso-Brasileiros. Acho que ainda tinha idade de junior quando cheguei à selecção principal.” Após Moçambique... a Figueira! “Sim, em 76', devido ao que se passava em África. E muitos de nós tivemos a opção de ir para Portugal. E assim foi. Graças ao Ginásio Figueirense fez-se aquela equipa fantástica que conseguiu ganhar tudo o que havia para ganhar naquela época dourada do basquete figueirense, em 1976/77. Nesse ano ganhámos o campeonato regional, o campeonato distrital, o Nacional e a Taça de Portugal.” Foi então, verdadeiramente, a “Época de Ouro” para o Basquetebol figueirense e até Nacional... “De facto foi uma época que galvanizou toda uma cidade. Quem não fosse com uma hora de antecedência já não entrava no pavilhão. Toda a cidade da figueira, arredores e até muitas cidade periférias, vinha para ver esta equipa. Só mais tarde tive a noção do impacto que esta equipa teve nos amantes do basquetebol, ao conversar com pessoas que

amizades e a festa vão estar de mãos dadas.”

não residiam na Figueira da Foz mas tinham a equipa do Ginásio Figueirense no coração.” Qual foi o jogo que mais o marcou? “O jogo mais marcante, e que penso ter sido decisivo na nossa conquista, foi na minha primeira época pelo Ginásio. Depois de termos perdido por uma margem de 3 pontos com o FC Porto, nas Antas e se ganhássemos os outros dois jogos fora, contra o Sangalhos, uma equipa bastante forte, a única com um jogador estrangeiro, e contra a Académica, seriamos campeões. E o jogo de Sangalhos era fundamental para as nossas aspirações. Penso que foi a nossa melhor exibição. Fizemos uma primeira parte de luxo, ao intervalo já tinhamos 60 pontos marcados. E portanto, toda a equipa foi muito forte e na minha óptica foi o melhor jogo da equipa do Ginásio.” Eventualmente termina a carreira como atleta... mas não abandona o basquete! “Bem, após deixar o Ginásio ainda joguei noutros clubes, como o Olivais. Depois dessa fase tive o convite de treinar uma equipa de basquete, o Sporting Figueirense. Fui treinador durante vários anos, tanto na equipa sénior como nos escalões de formação.”

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Relativamente ao Mundo Slam, como é que surgiu? “O Mundo Slam foi ideia de um colega nosso, que faz parte desta organização. Os encontros já existiam, mas não havia nenhuma forma de divulgar na internet. Ele teve a ideia e fomos então ajudados por um Web Designer de Coimbra, que concebeu o site, e nos ajudou a divulgar estes Eventos Moçambicanos. E de facto, o site teve uma projecção imensa em pouco tempo e é neste momento o site da moda, digamos assim, do basquetebol africano.” O que é que podemos esperar deste 8º encontro? “Este vai ser mais um na linha dos anteriores. No entanto, vamos ter algumas novidades, como um “data show” dentro do próprio pavilhão, onde temos uma equipa técnica de Aveiro que nos vai proporcionar isso. E penso que estão criados todos os ingredientes para um grande fim-de-semana em que as

Que estrelas vão estar presentes? “As grandes estrelas do basquete moçambicano vão estar presentes. Não queria enumera-los, com medo de me esquecer de alguém, mas Mário Albuquerque, Rui Pinheiro, Paulo Carvalho, Quim Neves, Luís Almeida, António Almeida, Eustácio Dias, Henrique Vieira, o treinador do Benfica. Vamos ter dois campeões Nacionais de sub-16, vamos ter Luís Dionísio, o treinador dos sub-14. Para além disso temos muita gente que vem dos estrangeiro. Pessoas que vêm dos Estados Unidos, do Canadá, Moçambique, África do Sul, Austália e Luxamburgo. Esses pelo menos estão garantidos. Portanto vamos ter uma grande festa, que aliás, não é só para os moçambicanos! Envolve toda a gente que gosta de Basquetebol. Portanto fazemos aqui um apelo para que toda a gente venha aqui este fim-de-semana, que se irá divertir connosco!” O nome “MundoSlam” está ligado às iniciais dos nomes dos organizadores, correcto? “Sim, de facto. Tinhamos necessidade de criar um nome. Achámos que “mundo” representava todos o que estavam espalhados pelo globo, que partilhavam o nosso gosto pelo basquetebol e Moçambique. E as iniciais do “Slam” tinha a ver com um gesto técnico do Basquete, o “Slam Dunk” (mais conhecido por “afundanço”, em português”) e também porque “S” é de Samuel, “L” é de Luís, “A” é de Almeida e “M” de Moçambique. Foi criado o nome e hoje já é conhecido por muita gente do basquete português e também estrangeiro.”

PROGRAMA DO VIII ENCONTRO SÁBADO 14h45 – Concentração no Pavilhão Jorge Galamba Marques (G.C.F) 15h15 – Primeiro Jogo: “Mufanas” X “Moleques” (Masculinos) 15h50 – Concurso Surpresa 1 16h00 – Exibição Cadeira de Rodas 16h15 – Segundo Jogo: “Chonguilas” X “Tombazanas” (Femininos) 16h50 – Concurso Surpresa 2 17h00 – Terceiro Jogo: “Catembes” X “Bazucas” (Masculinos) 17h35 – Concurso Surpresa 3 17h45 – Quarto Jogo: “Real Sociedade” X “Misto LM” (Masculinos) 18h20 – Concurso “Bola do Dinheiro” 18h35 – Quinto Jogo: “Xiconhocas” X “Canganhiças” (New Stars) (Masculinos) 20h00 – Concentração Pavilhão Jorge Galamba Marques (G.C.F) 20h15 – Partida com destino a Quiaios 20h30 – Jantar Convívio – Restaurante “Rosa Náutica” DOMINGO 08h45 – Concentração – Ténis Clube da Figueira da Foz 09h00 – Mini-Torneio de ténis (Pares Mistos) 11h00 – Distribuição de Prémios 12h15 – Concentração Pavilhão Jorge Galamba Marques (G.C.F) 12h30 – Partida com destino a Paião 12h45 – Almoço de convívio – Restaurante “O Peleiro”


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FUTEBOL DE PRAIA

À TERCEIRA FOI DE VEZ…

União de Leiria/O Sotão sagraNo passado fim-de-semana, debaixo de um sol abrasador, as areias da praia do Titan em Matosinhos encheram para assistir ao 3º campeonato nacional de futebol de praia, que foi conquistado pela formação da União de Leiria/O Sotão. Bruno Fernandes

A prova contou com a participação de oito equipas: Benfica, FC Porto, V. Setúbal, V. Guimarães, Rio Ave, Estoril, U. Leiria e Leixões. O grande ausente acabou por ser a equipa do Sporting, que, por não terem reunido as condições necessárias, não puderam participar no evento. Este ano a prova contou com um formato diferente do habitual uma vez que foi disputada numa só etapa (fim-de-semana), ao invés dos anos anteriores que tinha sido disputada em três. A prova foi composta por dois grupos de quatro equipas das quais as duas primeiras de cada grupo se qualificavam para a fase final (meias finais e final). Depois de ter assegurado o 1º lugar do grupo com duas vitórias (Estoril por 8-5 e Benfica por 21) e uma derrota (V. Guimarães por 5-7), a formação leiriense passou às meias-finais da prova onde, no Domingo de manhã, encontrou o FC Porto, tendo vencido por 5-3. Na outra meia-final, o Benfica foi derrotado pelo Rio Ave, grande sensação da prova, por 2-1. À partida para a final da prova, a formação liderada por Paulo Henri-

ques já contava no seu currículo com dois títulos de vice-campeão nacional e com uma Super taça (2007), pelo que chegava a altura de provar que não é por acaso que a U. Leiria é considerada a melhor formação de futebol de praia do nosso país. Encontrados os dois finalistas e chegada a hora da verdade, a formação leiriense superiorizouse ao adversário e venceu a partida por 5-2 e, pela primeira vez na sua história, sagrou-se campeã nacional de futebol de praia, título que já perseguia há alguns anos. No jogo de atribuição dos 3º e 4º lugares, a formação do Benfica venceu o FC Porto através da marcação de grandes penalidades, já que o resultado no final do encontro expressava um equilibrado 4-4. Quem acompanhou de perto esta prova foi o

seleccionador nacional de futebol de praia, José Miguel que aproveitou esta competição para tirar algumas ilações sobre a organização da prova, observar os jogadores e tirar algumas notas sobre possíveis seleccionáveis para a selecção principal da modalidade. Protocolo É de extrema relevância informar que a União

de Leiria e a Associação Cultura e desporto "O Sotão", equipa sediada na Nazaré, têm um protocolo pelo qual permite aos àquela equipa nazarena, competir no campeonato nacional da modalidade, que agora acaba de conquistar.

Recorde-se que a equipa do Sotão é uma das mais fortes do país e já são vários títulos atingidos, tanto a nível nacional como distrital pelo que não foi difícil a obtenção de um acordo com a União de Leiria com vista à viabilização da parti-

cipação da equipa na prova mais alta da modalidade. Após a realização deste acordo foi estabelecido por ambas as equipas que o nome da equipa que participaria nos campeonatos seria o actual: União de Leiria/O Sotão.


FUTEBOL DE PRAIA

-se campeã nacional

Prémios Após o final da partida seguiu-se a entrega dos prémios relativamente aos

intervenientes directos na prova. Melhor jogador: Pedro Salvador (Rio Ave), Melhor marcador: Fernando Gonçalves (V. Setúbal), Melhor guarda-

redes: João Carlos (União de Leiria/O Sotão), fair-play: V. Setúbal. Para além de erguer o troféu de campeão

nacional, a formação da União de Leiria assegurou um encaixe financeiro na ordem dos 4.000 euros.

“Esta distinção enche-me de orgulho” Contactado pelo DESPORTOTAL, o guarda-redes da União de Leiria/O Sotão, João Carlos mostrava-se um homem satisfeito pela conquista do campeonato nacional e afirma que esta conquista é o culminar de uma luta e dedicação de longos anos. "Esta vitória significa acima de tudo dedicação ao futebol de praia do distrito uma vez que já há bastante tempo que andamos a lutar para tentar alcançar este título. Quero agradecer à União de Leiria por ter feito este protocolo connosco sem o qual não seria possível participarmos no campeonato nacional. Queria agradecer também ao povo da Nazaré que sempre nos acompanho ao longo destes anos. É com grande satisfação que me sagro campeão nacional pelo Sotão/União de Leiria". Concluiu. Para além de se ter sagrado campeão nacional, João Carlos também arrecadou o prémio de melhor guardaredes do campeonato. Em declarações ao nosso jornal o keeper assumiu que este prémio é a recompensa pelo trabalho desenvolvido e sente-se orgulhoso pela sua conquista. "Este prémio significa que o trabalho foi desenvolvido de uma forma bastante séria e o apoio do Rogério Serrano que, comigo e com o Cláudio, desenvolveu um trabalho excepcional nas últimas três semanas. Foi com bastante alegria e orgulho que recebi esta distinção", finalizou o guarda-redes.

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ANDEBOL DE PRAIA

S. PEDRO DE MOEL 26, 27 E 28 DE JUNHO

V Torneio de andebol de praia SIR/Snoobar

D.R.

Irá realizar-se no próximo fim-de-semana o V Torneio de Andebol de Praia SIR/SOOBAR, numa organização da Sociedade de Instrução e Recreio 1º de Maio, que será a I Etapa do Circuito Regional de Andebol de Praia. O torneio terá dois escalões masculinos e femininos, seniores e Sub-16, com os jogos deste escalão a começarem às 16 horas de 6ª feira, e os seniores a partir das 20h00 do mesmo dia. No Sábado os jogos decorrerão das 10h00 às 23h00, apenas com intervalo para almoço e jantar e no Domingo, com jogos desde as 9h30, serão realizadas as finais durante a tarde, com o encerramento do torneio previsto para as 18h00.


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BTT

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Seis horas de Resistência Urbana Maratona do Centro, 3 horas de Resistência Urbana e Contra-Relógio BTT, são as 4 provas que compõem o TROFÉU BTT AIRBIKE 2009. Joaquim Trindade

cas muito especiais do percurso do BTT Nocturno, podemos esperar um novo vencedor ou poderemos assistir a uma repetição e ao início da definição da classificação final do Troféu? Esta será das 3 provas do troféu até agora realizadas, a que atraiu a maior quantidade de melhores atletas da actualidade. Será uma prova muito disputada em que a nova vaga de atletas, como o David Rosa, Diogo Silva, Fábio Ferreira, Ivo Santos, entre outros, marcarão certamente o ritmo da prova, mas serão controlados pelos mais experientes como o Sérgio Valente, Ricardo Figueiredo, Daniel Pacheco, por exemplo. Prognósticos… só no final do jogo…

Chegados a meio deste e quando se aproxima a 3ª prova, as 3h. de Resistência Urbana de Leiria, falámos com Alexandre Domingues, responsável pela organização deste evento. Como surge a AIRBIKE e como chegou a este estatuto de Organizador de eventos de BTT? Embora o nascimento da AIRBIKE - Associação de Ciclismo, tenha sido oficialmente a 7 de Novembro de 2008, com sede provisória em Gândara dos Olivais - Leiria, a sua história vem bem de trás. Na realidade, nasceu em Fevereiro de 2005 com a abertura da loja de bicicletas AIRBIKE em Leiria (hoje já extinta) em que vários elementos, pela amizade e gosto pelo BTT se foram encontrando principalmente aos Domingos, desenvolvendo este grupo. Do lazer à competição, foi necessário pouco tempo para, principalmente com participações em Maratonas de BTT, se desenvolver a equipa que hoje existe. Em 2006, organizámos o seu primeiro evento de competição de BTT, com a organização da Maratona do Centro a 19 de Março, prova esta que hoje se mantém como imagem de marca. Como surgiu a ideia de organizar um troféu como este, em Leiria? No tempo de vida da AIRBIKE como grupo de BTT tivemos várias fases, em que uma delas passou pela parceria que mantivemos com a ARDOG durante 2 anos. Há já alguns anos, a ARDOG organiza um passeio nocturno de BTT, sempre a 9 de Junho, a Rota dos Monumentos, em que se passeia pela cidade de Leiria. Deste passeio, na

ARDOG surgiu a ideia de uma prova de resistência urbana nocturna em Leiria, que nós pusemos em prática durante a parceria, pela experiência que tínhamos de organização de provas de competição e pelo experiência obtida do Lisboa Downtown em que somos a equipa responsável pela segurança de todo o percurso e alguns dos nossos elementos estão no núcleo duro desta organização. Daqui, foi só dar o passo em frente, e passar das ideias à prática. Já na segunda edição deste Troféu, sente ter havido uma evolução ao longo deste percurso? Em que aspectos? A evolução será enorme, em que muitos aspectos foram revistos, embora passem despercebidos ao publico, mas para nós são muitíssimo importantes. A cronometragem, que vai ser feita com recurso a um sistema de elevada precisão e fiabilidade. No Largo Paulo VI vai ficar concentrada a zona onde os atletas podem receber assistência, com melhores condições do que no ano passado, o que torna a Zona de Meta também mais alegre. O percurso foi igualmente aperfeiçoado, tornado-se um pouco mais técnico, mas mais seguro em certas zonas. Criaram-se mais zonas de publico, em que a zona junto ao Banco de Portugal e Turismo será mais ampla, e novas zonas junto à Sé, Fonte Luminosa e Escola Sec. Domingos Sequeira.

Este troféu caracteriza-se pela diversidade das suas quatro provas. Trata-se apenas de uma coincidência ou tem um objectivo específico? A partir das provas que achamos interessantes organizar, o objectivo era encontrar o atleta mais completo em 4 vertentes do BTT, nas quais se enquadra cada uma das provas. Esta prova, em concreto, tem características muito próprias. Poderá fazer-nos uma descrição daquilo a que poderemos assistir? Esta prova "arrisca-se" a ser um caso sério de popularidade em Portugal, em que tudo faremos para que isso aconteça. Leiria tem um enquadramento e condições quase únicas para a organização desta prova, permitindo criar um fabuloso percurso citadino de BTT, em que as escadarias dão um brilho diferente. Por se estar no centro da cidade, o "factor público" é o ele-

mento que faz toda a diferença. Não existe mais nenhuma prova de XC em Portugal, com tanto publico. Quais são as zonas mais espectaculares deste percurso e onde se poderá fazer a diferenças entre os ciclistas? Há 3 zonas para tipos diferentes de atletas, onde cada um pode fazer a diferença: Os trepadores têm a subida do Arquivo Distrital para a GNR, como a zona que causará mais desgaste aos atletas; os Roladores têm a zona do Marachão em que podem atingir velocidades na ordem dos 40kms/h; e os Tecnicistas que podem tirar partido das zonas de escadas e da zona histórica da cidade, nas suas ruas estreitas onde farão tangentes a cada esquina onde passem para conseguir a melhor trajectória. Duas provas, dois vencedores diferentes. Dadas as característi-

Levar a cabo uma iniciativa como esta não será fácil. Pode descrever-nos a infraestrutura que é necessária para um evento destes? Esta é sem dúvida dos eventos que organizamos, o mais complicado. Só para se ter uma noção, necessitamos de cerca de 750 grades metálicas para delimitação e protecção do percurso, temos um staff com cerca de 20 pessoas e outras 120 a controlar a pista. A cronometragem é outro pormenor de organização complicado, em que se tem de recorrer ao sistema mais avançado do mercado, devido à velocidade média elevada da prova,

em que os atletas usarão transponders nas bicicletas. Para além de toda esta logística no final do Troféu ainda haverá cerca de 4.000 euros de prémios as distribuir pelos atletas. Com que apoios conta a Airbike neste projecto? Temos parceiros que nos apoiam, grande parte deles desde o n/inicio, como a REGIÃO DE LEIRIA e a Lubrigaz, entre outros, e temos a colaboração preciosa da Câmara Municipal de Leiria, da Junta de Freguesia de Pousos, dos Bombeiros Voluntários de Leiria e da Federação Portuguesa de Ciclismo (UVP-FPC). Como vê o momento do BTT em Portugal? Acho que atravessamos um momento único, com uma aposta da Federação no BTT como nunca houve: temos a selecção nacional a participar em varias provas da Taça do Mundo, está a desenvolver-se regulamentação como nunca, e finalmente, percebe-se que o BTT tende a deixar de ser um parente pobre do ciclismo de estrada. Talvez se existirem mais eventos junto das cidades, a exemplo, da nossa prova de Resistência Urbana, acho que o crescimento será ainda maior. As maratonas deram um impulso também muito grande, e o XC está a ressurgir em força, o que considero que dentro de 2 anos, estará novamente no topo das várias vertentes desta modalidade.


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FUTSAL

CAMPEONATOS NACIONAIS DE FUTSAL – BALANÇO FINAL

Época positiva para as equipas da região Por Bruno Fernandes

A época que agora termina acabou por ser bastante positiva para as equipas da região. Em relação aos campeonatos nacionais apenas o Núcleo Sportinguista de Leiria entra no lote das equipas que desceram aos distritais. Em relação a todas as outras equipas que representam o nosso distrito os objectivos foram cumpridos.

FUTSAGRES

2.ª DIVISÃO

No campeonato maior do futsal português, o Instituto Dom João V não desapontou e terminou o campeonato no 8º posto, lugar que deu acesso ao play-off de apuramento de campeão, tendo sido eliminado pelo SL Benfica por 2-0. Com mais uma presença no play-off, o Instituto demonstra que é, cada vez mais, uma equipa que evolui de ano para ano, e que num futuro não muito longínquo pode sonhar com a conquista de um campeonato nacional.

NACIONAL/SÉRIE B Na 2.ª divisão nacional contámos com a presença do Amarense que acabou a época em 9º lugar. A equipa da Batalha realizou uma época positiva apesar de ter ficado um pouco aquém das suas expectativas que passava por terminar a época na primeira metade da tabela.

Play-off 3.ª DIVISÃO NACIONAL/SÉRIE C

J.1 Instituto 1 Benfica 4

J.2 Benfica 4 Instituto 2

A 3.ª divisão nacional foi aquela que contou com um maior número de equipas representativas da nossa região. Mendiga, União de Leiria, Externato da Benedita, Arnal e Núcleo Sportinguista foram as equipas “leirienses” presentes neste campeonato. A Mendiga foi quem realizou o melhor campeonato tendo terminado na 3.ª posição, muito perto de conseguir a subida. O 6º posto com que a U.Leiria terminou a época acaba por ser um tanto ou quanto enganador, já que, na penúltima jornada da prova ainda tinha hipóteses de garantir a subida. No 7º posto ficou o Externato da Benedita seguido pelo Arnal em 8º.

O Núcleo Sportinguista de Leiria não resistiu aos sucessivos maus resultados e caiu a pique até se fixar no 13º posto e muito cedo ter dito adeus aos nacionais de futsal.

Este campeonato contou com muito equilíbrio entre as equipas onde a incerteza de quem subiria predominou quase até ao final.


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FUTEBOL

Grupo Desportivo “Os Nazarenos” apresenta contas e vai a votos O Grupo Desportivo Nazarenos irá realizar a sua Assembleia-geral no próximo dia 26 de Junho, onde serão apresentadas as contas de 2008/09. António Ova Santos, o presidente que está de saída do clube, faz um balanço positivo do seu mandato e acredita que existirão sucessores ao seu lugar. Paulo Alexandre Teixeira Com um orçamento de 140 mil euros este ano, 30 mil dos quais investidos no plantel sénior, o seu presidente afirma que conseguiu equilibrar o orçamento, apostando na formação: “Temos 13 equipas formadas, com mais de 300 miúdos a jogar, e boa parte desse orçamento é gasto na manutenção dessas equipas, pois a nossa aposta forte é na formação. O plantel séni-

or só representa uma fatia desse orçamento, e mesmo assim, boa parte é gasto em outras despesas que não a massa salarial, como os seguros e as deslocações”, afirmou. Em jeito de balanço do seu mandato, António Ova Santos acredita que alcançou os seus objectivos, propostos há mais de dois anos, quando foi eleito: “Conseguimos manter um orçamento equilibrado, o plantel tem tudo em dia, e nós também temos tudo em dia

com a Segurança Social e as Finanças. Acho que deveremos ser dos poucos clubes que terá lucro este ano!”, declarou. Quanto ao futuro do clube, diz que este estará assegurado caso o novo presidente “siga a mesma politica que segui nos meus dois anos de mandato, ou seja, manter o orçamento equilibrado, sem entrar em loucuras”. Quanto aos possíveis sucessores, apesar de se ouvir falar na constituição de mais de uma lista à

Direcção do Clube, qualquer certeza só as terá na noite da Assembleia-geral. “Ouve-se falar de muita coisa, mas nada de concreto. Só no dia em que apresentar as contas é que terei certezas se haverá ou não listas para a Direcção e Assembleia-geral. Uma coisa é certa: este clube é muito grande e muito forte, consegue mobilizar muita gente, portanto tenho a certeza que aparecerão candidatos”, concluiu.

RICARDO SILVA É O NOVO TREINADOR DO PEDROGUENSE

João Palheira e Normando são reforços O Recreio Pedroguense está de regresso à divisão de Honra, após uma temporada na 1ªdistrital.No comando técnico vai estar Ricardo Silva (ex-Ansião). O técnico Marco Ferreira, que orientou a equipa, nas últimas sete jornadas, vai orientar a formação júnior do Sp. Pombal, na 2ªdivisão Nacional.Em relação ao plantel, a direcção presidida por João Cunha, já garantiu a continuidade de Sergito, Madeiras, Fábio,

Filipe e Chinoca. A direcção está em negociações com os restantes atletas do plantel, no sentido de ga-

rantir a permanência, da maioria dos atletas, que conseguiram trazer o Pedroguense novamente para a divisão de Honra. No que diz respeito a reforços, o Pedroguense já garantiu os ingressos de João Palheira (exFig.Vinhos)e Normando (ex-Avelarense). No caso de João Palheira, trata-se de um regresso a uma casa que bem conhece, dado que, foi formado nas escolas do clube e é natural de Pedrógão Grande. já Normando, é um mé-

NÚCLEO DURO PERMANECE

Duo reforça Outeirense O Outeirense, que está de regresso à divisão de Honra, três anos depois, já garantiu dois reforços para a nova época.São eles, o defesa Nuno (ex-Praia da Vieira) e o médio João Duarte (ex-Outeirense). No caso de João Duarte, trata-se de um regresso a uma casa que bem

conhece, dado que já representou o clube. Ao que DESPORTOTAL sabe, o Outeirense está em negociações com mais alguns atletas, no sentido de construir um plantel suficiente competitivo para divisão maior do distrital de Leiria. Rui Botas vai manter-se no comando técnico, após o bom trabalho rubricado na

última época, que culminou com a subida de divisão, da turma de Outeiro da Fonte. Permanecem no Outeirense, Costinha, Pailé, Joel,Ângelo, Serginho, Tiago, Jaime, Rui Lobo, Renato, Chedas, Brunito, Telmo Lavos, Sandro, Ricardo Lavos, Rogério Batalha e Telmo Barroso. Cid Ramos

dio-ala que faz da velocidade, uma das suas principais armas. Na última temporada representou o Avelarense e cotouse como uma das principais figuras. O DESPORTOTAL sabe que decorrem negociações com vários jogadores e em breve devem ser conhecidos mais reforços para a época 2009/2010.No que diz respeito a saídas, está confirmada a de Tatá, por motivos profissionais. Cid Ramos

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SEIS CARAS NOVAS

Valcovense aposta numa época tranquila O Valcovense regressou aos campeonatos distritais da AF.Leiria na última época e conseguiu o primeiro lugar na zona Sul e a correspondente subida ao escalão principal da AF.Leiria. No comando técnico vai estar uma vez mais, Paulo Roque que em declarações ao jornal DESPORTOTAL, deu a conhecer os objectivos para a nova época. “ Estamos a construir um plantel que nos dê garantias de rubricar um campeonato tranquilo na divisão de Honra. Sabemos que não vai ser fácil, dado a qualidade das equipas participantes, mas confiamos numa boa prestação”. No que diz respeito ao capítulo de reforços, o Valcovense adquiriu o concurso de Fábio Pereira (exUnhais da Serra, João Correia(ex-Torreense B), Dani (ex-Gaeirense),

Óscar (ex-P.Vieira), João Jesus (ex-sacavenense) e Zezito (ex-Ponte Frielas). Neste momento o plantel às ordens de Paulo Roque é o seguinte: Guarda Redes: Marco e Hélio Ventura Defesas: Bula, Matias, Edgar Fialho, Fábio Pereira (ex-Unhais da Serra), João Correia (exTorreense B), Zezito (exPonte Frielas) e Tó-Zé Médios : Dani (Ex-Gaeirense), Figueiredo, Nélson, Miguel, Pedra e Beto Avançados : Fábio, Marcos, Óscar (ex-Praia da Vieira), João Jesus (exSacavenense) e Ramos

TRÊS SAÍDAS CONFIRMADAS

Trio reforça Guiense

O Guiense já prepara a nova época e já adquiriu três reforços. São eles, os médios Mesquita (ex-Marialvas) e Rui Lemos (ex-Cova Gala) e ainda o avançado Joel (ex-Portomosense). Ao que nosso jornal conseguiu apurar, o Guiense procura mais dois reforços, para dar por encerrado o plantel para a época 2009/ 2010.

No comando técnico vai estar uma vez mais, o técnico José Godinho, que substituiu a meio da época Rui Gama, devido aos maus resultados, que o clube vinha averbando. No capítulo de renovações, a direcção do clube garantiu as permanências de João do Touco, Fábio Gomes, Gonçalo Ramos, Tiago Silva, Gabi, Prancha, Pedro Dias, Hugo Monteiro, Sopas, João Russo, Sandro, Joni Alberto, Fabinho, Pedrito e Joni Oliveira. São promovidos a sénior, Vasco, Roxito, Joel Correia e Ricardo. No que diz respeito a saídas, estão confirmadas as de Bocas, Jean (motivos profissionais) e Luís Simões. Cid Ramos


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MOTORES

Coordenação Adélio Amaro adelio.amaro@gmail.com

COM 40 PARTICIPANTES

3.º ENCONTRO do Clube Roadster no distrito de Leiria AA

O Clube Roadster de Leiria promoveu o seu 3.º encontro com um percurso surpresa onde os 40 participantes, ao volante de um "dois lugares" desfrutaram das paisagens da nossa região, onde não faltou a gastronomia, no passado dia 21 de Junho. Assim, com saída de Leiria, e já no norte do distrito, a comitiva visitou uma Queijaria Artesanal, onde não faltou a respectiva prova de queijos. Depois, todos tiveram oportunidade de desfrutar o conhecido troço "Rampa de Figueiró dos Vinhos" assim como os troços do Rally Centro de Portugal. O esperado almoço, depois de uma manhã cheia de surpresas, foi numa adega em Podentes, onde todos, moderadamente, principalmente os condutores, participaram numa prova de vinhos. A encerrar o dia de passeio a comitiva marcou presença na Aldeia de Xisto em Ferraria de S. João e no Turismo Rural Casa do Zé Sapateiro. Este 3.º Encontro, como referiu ao Desportotal João Pina, elemento da organização, "deu oportunidade a todos os participantes de visitarem lugares de

sonho do norte do nosso distrito, onde a gastronomia e o turismo rural foram pontos altos". É de salientar que para este passeio o clube apresentou uma "norma": era obrigatório cada carro ter um elemento feminino, sendo uma forma de levar as senhoras para junto dos automóveis e mais concretamente dos roadsters. Já se pensa no 4. encontro...


Coordenação Adélio Amaro adelio.amaro@gmail.com

MOTORES

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EIRIA L E D ADOS Z I R O T S MO O T R O DESP O E L C LO NÚ E P O IZAD N A G R O

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a i r ó t s i h a a r a p m a c i f e 9 u 0 q 0 s 2 n o e n g i P Ima e d r e V e y l l a do R


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TRIPELA

Tripela: O início Rui Matos O momento Estávamos no mês de Fevereiro do ano de 2008 quando a ideia surgiu. Coincidindo com um período de alguma descompressão, motivado pela entrega da versão provisória da Tese de Doutoramento, eis que a perspectiva de criar uma nova modalidade desportiva colectiva se instalou, de forma persistente, no meu cérebro. As bases A minha experiência desportiva nos domínios do futebol e andebol, respectivamente como praticante e treinador, aliada à minha formação enquanto profissional de Educação Física, abriu caminho à criação da Tripela. A motivação A vontade de inovar, o espírito criativo e inquieto e a costela de inventor que flutua dentro de mim apontaram o

caminho. A pouca variedade de oferta de desportos colectivos nas Escolas (Futebol, Basquetebol, Andebol, Voleibol e pouco mais) fizeram o resto. Poder ficar na História do Desporto como criador de uma modalidade desportiva, deixando esse legado de orgulho aos meus descendentes e compatriotas em geral, também pesou! A ideia E se, em vez de se praticar com pés ou mãos, se jogasse com pés e mãos? Mãos a receber, pés a enviar: agarra, solta e pontapeia: a Tripela!

tava: Tripela seria! Tri, por o número 3 ser muito importante no jogo (limite de 3 passos, e 3 segundos, com a bola nas mãos, distância mínima de 3 metros dos adversários na marcação de livres, 3 formas diferentes de pontuar os golos obtidos, etc), e Pela como nome arcaico de Bola. Além disso, uma homenagem às mulheres, dando a este desporto um nome feminino, caso quase único dos desportos colectivos conhecidos: A Tripela! Primeiros contactos

O nome Confesso a dificuldade da escolha! Qual pai que pensa num nome para o seu filho, foram muitas as ideias que perpassaram a minha mente: multibol, handfootball, entre outras. Depois, insidiosamente, começou a instalar-se um nome diferente, bem português, com ligações óbvias a um outro termo muito badalado pela comunicação social. Com efeito, a Trivela, gesto que, embora não sendo novo, Quaresma ajudou a salientar (curiosamente, um treinador que tive criticava-me por o utilizar…), deu-me o click que fal-

Tida a ideia, escolhido o nome, pensadas as regras básicas (de que falaremos noutra oportunidade), era preciso pensar na concretização: como dar a conhecer a modalidade? Dado que o Andebol (por via das regras) e o Futsal (pela dinâmica e movimentações) apareciam como as modalidades com maiores afinidades e mais inspiradoras da Tripela, decidi que o jogo de apresentação deveria pôr em confronto, precisamente, uma equipa de cada um destes desportos. Relativamente ao Andebol, pelo conhecimento e proximidade, procurei apoio e disponibilidade jun-

to da Juventude Desportiva do Lis, reservando a contribuição do Futsal, por motivos semelhantes, para o Núcleo Sportinguista de Leiria. A receptividade, por parte dos treinadores das equipas de seniores masculinos, foi total. Com os jogadores, igualmente. Contudo, as primeiras reacções foram de algum espanto: "pés e mãos? Não dará grande confusão? Primeiros treinos

Equipa sénior masculina de Andebol da Juventude Desportiva do Lis

Ficou combinado, com cada equipa, que iríamos fazer, pelo menos, dois treinos antes do jogo de apresentação. Este, por conveniência de ambas, ficou aprazado para o dia 14 de Junho de 2008, no Pavilhão Desportivo da Juventude Desportiva do Lis. Foi muito interessante ver como as equipas se adaptaram a esta nova modalidade, transferindo para ela aspectos técnico-tácticos da sua modalidade de eleição. Da natural hesitação inicial, rapidamente se passou para um jogo com alguma fluidez e com momentos de grande espectacularidade, motivando ainda mais atletas e treinadores para participarem naquele que se espera vir a constituir um momento históri-

co: o jogo inaugural da Tripela! E árbitros? Tendo em conta que iríamos ter em confronto uma equipa de Andebol e outra de Futsal, pareceu-me adequado convidar dois árbitros, um de cada uma dessas modalidades. Por dificuldades de vária ordem, não foi possível ter árbitros de Andebol, marcando presença dois árbitros de Futsal, já retirados das arbitragens oficiais. Algumas explicações, alguns visionamentos de filmagens que fiz nas minhas aulas (sim, os primeiros a experimentar foram alunos de Educação Física e de Desporto e Bem-Estar da ESEL-IPL) e a presença num dos treinos permitiu que chegassem ao dia "D" mais ou menos preparados! Quem iria vencer? Sendo um jogo em que pés e mãos têm papel fundamental, quem iria vencer: as mãos (equipa de Andebol) ou os pés (equipa de Futsal)? Na próxima edição: quem venceu o jogo inaugural, fotos desse jogo, apreciação dos espectadores presentes, e muito mais!


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POOL

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DANIEL SILVA – EQUIPA “CAFÉ RAMIRO/CASA DO BENFICA DE LEIRIA”

“Não tinhamos grandes ambições” Quem tem acompanhado o nosso jornal nas últimas edições, certamente que não deixou de constatar que tem sido feitos algumas abordagens à modalidade de pool português, ou o tradicional snooker. Eduardo Marques

No distrito de Leiria, a prática da mesma é cada vez mais comum, e de ano para ano o número de jogadores e equipas federados tem aumentado. Uma das equipas que participou pela primeira vez no Campeonato Distrital foi o Café Ramiro/Casa do Benfica de Leiria. Daniel Silva e Paulo Silva são os irmãos que exploram o estabelecimento comercial, e são também os mentores deste projecto. Neste entrevista ao DESPORTOTAL, a opinião de ambos é comum, sendo Daniel Silva que acaba por responder às questões colocadas. O primeiro ano foi satisfatório, e fica a promessa de que na próxima temporada a equipa vai continuar a competir, estando mesmo em estudo a criação de uma segunda equipa. Foi o primeiro ano que participaram no Campeonato Distrital por equipas. Qual é o balanço que faz?

"Fazemos um balanço muito positivo. Pensámos fazer a equipa por termos condições para tal no estabelecimento, e agora podemos constatar que foi uma experiência muito positiva." A classificação final não foi a melhor (ndr: oitavo lugar entre nove equipas participantes). Desportivamente, como classifica a prestação da equipa? "Mesmo que o campeonato não tenha corrido da melhor forma, tal como a classificação indica, não posso deixar de referir que ficámos muito satisfeitos. Não tínhamos grandes ambições esta época, já que era a de estreia, e o objectivo era criar um bom grupo para competir a nível distrital. Conseguimo-lo, e por isso, na próxima época, lá estaremos, outra vez, a "lutar". Sente que com a criação da equipa, o café também foi beneficiado? "Sim, penso que sim. A modalidade está em franca expansão, e pode tornar-se num caso sério de popularidade. Quando criámos a equipa,

não tínhamos ideia de que teríamos tanta gente a assistir aos nossos jogos, quer em casa, quer fora. Assim, também foi proveitoso para o café, que acabou por receber mais pessoas." São todas essas razões que fazem com que criem

uma segunda equipa para a próxima época? "Sim, sem dúvida. A aceitação da modalidade é de tal ordem, os jogadores federados continuam a aparecer e a desenvolverem-se cada vez mais, e pensamos que podemos beneficiar com a criação de uma outra equipa. Queremos melhor ainda mais, e tentar fazer o melhor possível na próxima época".

Não tínhamos grandes ambições esta época, já que era a de estreia, e o objectivo era criar um bom grupo para competir a nível distrital. Conseguimo-lo, e por isso, na próxima época, lá estaremos, outra vez, a "lutar".

O ambiente entre todas as equipas que participam no campeonato e respec-

tivos jogadores é saudável? "Sim, muito saudável! Acima de tudo somos todos conhecidos e/ou amigos, e isso ajuda ainda mais ao desenvolvimento da modalidade. Há um excelente ambiente em todas as casas onde se joga a nível federado no distrito de Leiria, o que embeleza ainda mais o pool português." A Federação Portuguesa de Bilhar tem dado o devido contributo aos distritos? "No panorama geral do País, não posso fazer uma avaliação correcta. O que posso afirmar claramente é que, no nosso distrito, estamos muito bem servidos em termos de organização. O delegado distrital, Armindo Cardoso, é uma pessoa super prestável, sempre disposta a ajudar e a solucionar problemas que surjam. Sempre que pode está presente, e julgo que as equipas só têm a lucrar tendo uma pessoa como ele como responsável pelas provas federadas em Leiria."


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ÚL TIMA ÚLTIMA A FECHAR

“Boomerang” Hélio Nascimento Ainda a época não começou e os ditos e mexericos no Benfica, em especial no seu futebol, nascem (ou prosseguem?) em bom ritmo. Um mau sinal, decididamente, numa altura em que o aconselhável era a maior das tranquilidades para Jorge Jesus iniciar o trabalho e ir definindo o plantel. Mas não. O Benfica, nos últimos tempos, habituounos a isto: até mesmo quando as coisas estão relativamente bem importa descobrir um imbróglio susceptível de agitar as águas. A antecipação das eleições, as críticas ao desempenho de Vilarinho e ao "golpe estatutário" de Luís Filipe Vieira, agora a providência cautelar, mais a poeira levantada pelo processo que Moniz quer instaurar ao jornal "A Bola" (que publicou ser intenção do "Movimento Vencer, Vencer" proporcionar a um grupo espanhol tomar o clube de assalto, segundo informações de dentro do próprio Benfica...), mais as farpas constantemente trocadas entre Vieira e José Veiga, enfim, são demasiados atritos em tempo que devia ser de calmaria. A agitação é má sobretudo para os encarnados, que em termos de futebol necessitavam de uma união completa à volta do novo projecto. Vem aí uma época-chave para Rui Costa, também para Vieira (se entretanto for reeleito presidente), enquanto Jesus terá pela frente o maior dos desafios da sua já considerável carreira. Falando, aliás, do plano meramente futebolístico, é com inusitada expectativa que se aguarda pelo regresso ao trabalho, o

Águ(i)as agitadas

que, de resto, se repete em todas estas alturas da época. Três ou quatro reforços para já, o regresso de dois ou três emprestados, e a possibilidade da equipa perder uma ou outra das suas referências (o que levaria, na circunstância, ao anúncio de outras contratações) preenchem as discussões de café. Desta feita não temos nomes sonantes como Reyes, Suazo ou Aimar, o que também não deve preocupar muito o adepto das águias, face ao rendimento mediano daqueles futebolistas na temporada transacta. Não se percebe, por outro lado, a persistente teimosia em procurar um novo guardaredes... a menos que haja alguém interessado em culpar exclusivamente Quim e Moreira pelos muitos pontos perdidos em 2008/09. É neste mar de (in)definições que navega o Benfica do presente. Talvez dentro de uma normalidade, digamos promissora, no que concerne ao futebol. O pior é mesmo fora das quatro linhas... onde certas figuras já provocam cansaço só de as ver e ouvir. A propósito: não há para aí gente interessada em meter férias?

O “efeito boomerang” acontece… Por Costa Santos

A vida, por vezes, não nos traz ensinamentos. Por ouitras palavras: pensamos sempre que a nossa capacidade, a nossa esperteza, a nossa visão das coisas, está a léguas das dos outros, vivemos num patamar muito acima, enfim, somos os "maiores da freguesia, da cidade, do Mundo"! O culto da personalidade, a lei do "quero posso e mando", o sentimento "de inferioridade que os outros nos merecem", são características que nas páginas das história estão bem definidas e agarradas a um determinado tipo de politica. Que morreu esmagado pela abertura ao diálogo, pela consciencialização dos "inferiores" de que não eram nada "inferiores".

Hoje, no seio da sociedade que formamos, há muitos que ainda não se aperceberam que não são superiores, não são mais "espertos" do que os que os cercam. Vivem enganados pelo culta da sua personalidade, rodeados de "yes man's" dispostos a abdicar do seu próprio conceito de vida e de sociedade, a manter um servilismo absoluto em troco de umas quantas mordomias que o "boss", na sua necessidade de ser adulado, vai distribuindo.

gos" e desate num falatório de cátedra, apontando o indicador a tudo e todos, "descobrindo" defeitos e fazendo realçar o seu "poço de virtudes". Quem tenha medo de andar pelas ruas, sozinho, mas no discurso de café seja um "leão" sempre pronto a ir à luta leal com qualquer presa que apareça. Quem, deitando mão às novas tecnologias, agarre no telemóvel e "desanque" o seu interlocutor mas, depois, num "olhos nos olhos", seja cordeirinho concordante com o que sempre disse discordar!

Há…

Não raras vezes presenciamos este estilo. Entra na "quinta" alheia, mesmo que estejam a decorrer os trabalhos, convida, alicia, procura enfraquecer o "adversário" e, depois, canta vitória, enaltece o seu "chico-espertismo", a sua capacidade de movimentação no "bas-fond" e os "lucros" obtidos nessas viagens ao submundo!!!

Nem pensa que o "boomerang" tem ida e volta; nem imagina que haja alguém que lhe possa fazer frente e, com as mesmas armas, procure enfraquece-lo; nem imagina que um trabalhador seu, cansado de "golpes" e com outras condições pela frente, lhe volte as costas e procure outro "rendeiro". E quando assim é, a ameaça, a ofensa, o denegrir das capacidades, surge como única via para procurar arrastar a razão para o seu (dele) lado.

Mas acontece. E há quem seja guerreiro sem causa, invadindo a "propriedade" alheia, dispondo as pedras como se fossem sua pertença, manipulando os dados como fosse o dono do jogo. Quem se rodeie dos "ami-

E quando acontece, quando o tal "efeito boomerang" lhe bate à porta, não há espaço que chegue para a sua revolta, não há limites

para o seu ódio, não há barreiras para a sua argumentação. Vale tudo. Da ofensa à calúnia; da mentira à… ameaça!

Com os bolsos a abarrotar de euros, pensa que eles são suficientes para "comprar" as consciências de quem os rodeia. Como se comprasse favas ou ervilhas!

Estilos de vida.

E o coro dos "yes man's" logo salta em seu redor, ajudando o "mestre" a aumentar os um "boomerang"…decibéis das insensatas frases. Coisa que ele não agradece mas aproveita para reforçar o seu ego.

O costume.

Tudo isto, porque analfabeto dos bons costumes, adversário das boas maneiras, continua a pensar que é Rei e Senhor, exemplo de inteligência, modelo de conhecimentos… medida padrão para toda a adoração.

E não é. Nunca foi e nunca será! Infelizmente nem sabe o que é...


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