Desista do Controle - e encontre a Vida Plena

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DESISTA

CONTROLE DO

E ENCONTRE A VIDA PLENA

EDER

BALBINO

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EDER BALBINO

DESISTA DO CONTROLE

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2016, Gratos.org. Design: Pixel Agência Digital Revisão: Maria Cristina Gonçalves Impressão: Letras e Versos Gráfica e Editora Esta obra pode ser reproduzida ou transmitida total ou parcialmente por qualquer meio digital ou físico, sem autorização do autor, desde que mantenha ou contenha citação da fonte. Fundação Biblioteca Nacional Índice para catálogo sistemático: Cristianismo e Teologia Cristã Uberlândia – MG Impresso no Brasil Email: contato@gratos.org Site: www.gratos.org



SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 9 1. INTRODUÇÃO

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2. DEUS E EU

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3. LIBERDADE REAL

43

4. GÊNIO MILENAR

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5. GRILEIROS

63

6. FATALISMO

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7. POR QUE ORAR?

83

8. SOMOS INCOERENTES

97

9. QUEM SOMOS

107

10. CREIO EM DEUS

119

11. FALAR DE CRISTO?

129

12. DIFÍCIL ENGOLIR?

145

13. VIDA NO REINO

159

14. FELICIDADE

179

15. DETOX

185

16. MUDANDO O MUNDO

189

17. NÃO CONCORDO

197

BIBLIOGRAFIA 204 ANEXO - PESQUISA

206



9

APRESENTAÇÃO

O

mérito do que há de bom nesse livro é exclusivo de Deus. Os erros que podem existir são de responsabilidade do autor, pois, ainda sofre influência do pecado. Contudo, a mensagem é bíblica e pode edificar sua vida. Na verdade, é esperada uma de três reações após a leitura. A primeira é: “uau, como a vida pode ser completamente diferente dos padrões que encontramos tanto na igreja cristã, quanto fora dela”. A segunda alternativa é: “muita loucura este livro, não concordo. Vou firmar meus passos ainda mais no rumo que já vinha”. Por fim, a última alternativa é: “eu já sabia!”. Imagino que raras pessoas se enquadrarão nessa última alternativa. Poucas se verão na segunda e, a grande maioria, será confrontada e classificada no primeiro grupo. Para essas, espero que, além da mudança de como veem o mundo, haja mudança radical nas relações com pessoas e com o restante da criação divina. Minha oração é que Deus as atraia a um relacionamento estreito com Ele. Ao estudar teologia, entendi a soberania de Deus de uma forma mais profunda. Naturalmente passei a orar a Ele todas as manhãs, quando saía de carro para o meu trabalho. Não intencionalmente, todos os dias as primeiras palavras que saíam da minha boca eram “muito obrigado Deus”, era um processo natural. E o que acontecia na sequência, era eu demonstrar gratidão por coisas pequenas e grandes. Deus começou a trazer a minha mente quem Ele é. Em um dado momento comecei a perceber que eram riquezas profundas que não poderiam vir de mim. Já tinha entendido que eu não tinha mérito em nada. Como sempre tive memória curta, vi que não podia perder aquelas mensagens e comecei, durante esse trajeto, a gravar em áudio o que me era dado. Foi nesse momento que descobri meu horário de almoço. Foi um período fantástico, pois Deus falava de manhã e, no horário de almoço, eu redigia o que tinha entendido. Eis aqui o


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resultado. É claro que não é psicografia, é o relacionamento de um homem finito e falho com o seu Criador, relacionamento esse iniciado pelo próprio Criador, ao atrair sua criatura. A princípio, eu não tinha condições de escrever, pois, quando tudo começou, eu trabalhava em tempo integral como gerente de uma grande corporação, cujo ritmo era extremamente acelerado, conduzia uma pequena empresa que crescia trazendo toda a sobrecarga de um pequeno empreendedor, tinha uma recém-nascida em casa, uma criança de 3 anos com toda energia e minha amada esposa. Também instruía semanalmente uma pequena comunidade nas Escrituras Sagradas. O contexto não era propício para escrever sobre um tema tão delicado. Mas, nada que um pequeno esforço não arrumasse o tempo necessário e elevasse meu ânimo para poder retribuir o que recebia d’Ele. E foi numa hora sagrada, no intervalo para o almoço, que nasceu este gesto de retribuição que compartilho com você leitor. Meu desejo é que sua relação com Deus seja mais profunda após essa leitura. Espero que como eu, você tenha a grata surpresa de não mais ter que carregar pesados fardos em seus ombros. Sou extremamente grato a pessoas que cuidam de mim, como minha esposa Heloísa, minha primogênita Emily e minha caçula Sofia. Sou muito grato ao meu amigo e colega de estudos Augusto Bond, que trouxe críticas relevantes a esse trabalho. Agradeço ao meu amigo Alan Jr., que me instrui continuamente há mais de 5 anos e foi decisivo em minha formação. Meu obrigado a minha irmã Júnia, que tantas vezes leu e criticou os manuscritos. Andréia, obrigado pelo apoio a todo instante. Agradeço a Deus pela vida do meu pai, que sempre me ajudou a manter a fé com pulso firme, e a minha mãe, que sempre foi graciosa para comigo. A Ele toda honra e toda glória! Eder Balbino


1 INTRODUÇÃO

Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos. Mateus 22:14 Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram. Mateus 7:13-14 Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer. João 6:44a

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Quão livres somos para fazer escolhas na vida? O quanto somos influenciados pelo meio em que vivemos? Até que ponto realmente sou eu que escolho a cor do sapato que estou comprando? Será que a globalização está uniformizando as pessoas ao redor do mundo? Realmente tenho capacidade, livre arbítrio para escolher a Deus ou Ele é quem me escolhe? Este livro irá abordar o grau de liberdade que temos para fazer toda e qualquer escolha, com base na Soberania de Deus sobre todas as coisas. Se os planos d’Ele jamais serão frustrados, então, qual o sentido de criarmos nossos planos? Vamos relacionar a autonomia de Deus em chamar muitos e escolher poucos, com a nossa capacidade de escolher desde coisas simples na vida até as decisões mais complexas. Vamos considerar neste livro as seguintes definições para Livre Arbítrio e Soberania Divina:


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• Livre Arbítrio: possibilidade de o ser humano decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante. • Soberania Divina: Ser soberano é possuir poder supremo e autoridade de forma que Deus está em completo controle e pode realizar qualquer coisa que queira. A disputa entre Livre Arbítrio e Soberania Divina já foi bastante discutida. Muitos livros já foram publicados tanto no âmbito teológico quanto no contexto filosófico. Então, por que mais um livro que de alguma forma se relaciona com esses temas? Por três motivos. Primeiro porque o assunto se perdeu de tal forma, que são raros os cristãos que refletem sobre o tema e mais difícil ainda é encontrar aqueles que têm uma posição firme, bem fundamentada. O segundo motivo é porque a linguagem dos materiais que abordam esse assunto costuma ser acadêmica. Este livro tem por intenção ser acessível a todos os cristãos. Por fim, o modo de vida deveria ser completamente diferente dependendo da sua posição, ou seja, se você crê que o ser humano faz suas escolhas sem a intervenção divina ou crê que Deus interfere em nossas decisões, portanto não sendo elas mais nossas. É esperado que aqueles que compreendam de fato a mensagem deste livro, adotem um padrão de vida, no qual alcancem uma nova dimensão de relacionamento com Deus e realmente vivam uma vida plena, sem temores do futuro, sem barganhas com Ele e em paz, por saber que Ele cuida dos seus. Esse assunto é tão antigo e relevante que, devido a essa questão, originaram-se dois grandes grupos teológicos denominados, de um lado, arminianos, que creem que o ser humano faz suas escolhas, principalmente a de aceitar a Cristo Jesus como seu único e suficiente salvador e, do outro lado, os calvinistas, que creem que a escolha da salvação não é feita pelos homens, mas por Deus antes da fundação do mundo. O primeiro grupo nasceu especificamente para questionar a posição do segundo.


1. INTRODUÇÃO

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Já o segundo é mais do que uma crença na predestinação¹, mas por hora, essa definição será suficiente. Ao aprofundar no estudo desse assunto, compreendi que em uma discussão superficial, a autonomia do ser humano é bastante razoável e mais convincente. Contudo, quando a discussão é mais profunda, a soberania de Deus vem à tona. Porém, por ser mais complexo o entendimento da soberania de Deus, as pessoas voltam facilmente a crer em sua autonomia, até mesmo por que existe maior apelo no dia a dia, mesmo que superficiais. Diante disso, este estudo deseja tornar mais acessível a visão de que Deus realmente é soberano e todas nossas decisões são direcionadas por Ele. Durante sua leitura, lhe será apresentado o conceito de que não é possível que alguma decisão humana possa ser tomada sem o seu fundamento ter vindo de seu Criador. Na prática, as religiões e denominações cristãs estão associadas a um dos dois grupos teológicos mencionados, ainda que isso não seja tão transparente a seus fiéis. Por exemplo, as igrejas Batista, Presbiteriana, Metodista, Luterana, tradicionalmente creem na soberania divina quanto à salvação dos homens, ou seja, Deus escolhe seus filhos. Já as igrejas pentecostais, em sua maioria, creem na autonomia do ser humano. Esse grupo tem como sua principal representante a Igreja Assembleia de Deus. Quanto às neopentecostais, não há variação, todas creem na autonomia do ser humano. Já a Igreja Católica Apostólica Romana, há vários séculos, optou por uma combinação dessas duas². Aparentemente, ter uma visão ou outra não muda muito a vida do cristão, até mesmo porque a maioria não tem uma clareza quanto a esse assunto. Contudo, neste estudo se tornará claro como a vida deveria ser completamente diferente dependendo de sua posição: se crê na soberania absoluta de Deus ou na autonomia do ser humano. Como consequência da compreensão de que Deus é soberano sobre tudo, ou seja, Ele decide tudo, têm-se dois comportamentos possíveis ao indivíduo:


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• Gratidão profunda: sentimento de gratidão por Deus tê -lo escolhido mesmo sendo miserável pecador. • Rebeldia geral: sentimento de extrema indignação pelo Criador do Universo ter reservado somente a si mesmo o direito da escrita de toda a história da humanidade. A reação de cada indivíduo é um forte sinal dos que foram escolhidos por Deus e também dos que não foram. Porém, mesmo se revoltando, você pode só não ter sido alcançado ainda por Cristo, contudo, a salvação pode estar a caminho. Como diz John Piper, Deus ama a todos, mesmo tendo escolhido somente alguns. Deus não queria ver seu filho ser massacrado, mas ao mesmo tempo permitiu e, portanto, o quis. Seu amor permite que todos sejam alcançados pela graça comum que nos traz tantos benefícios como o ar que respiramos, a água que bebemos, o fruto que sempre cresce, o sol que nos aquece e a noite que nos refresca. São inúmeros os cuidados de Deus para todos os seres humanos e toda a criação.

Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Mateus 5:45

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Deus realmente é amor, porém, vivemos em uma dimensão extremamente restrita a que Ele vive. Vemos só um pequeno pedaço da história, o pedaço que ele quis que víssemos.

Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?’”. O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso? Romanos 9:20-21

Para aqueles que não aceitam se conformar com os pa-


1. INTRODUÇÃO

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drões deste século, a compreensão de forma profunda do que será abordado neste livro lhe proporcionará uma grande oportunidade de ser transformado pela renovação da sua mente. Será possível racionalmente oferecer sua vida a Deus, podendo experimentar e comprovar a boa, perfeita e agradável vontade d’Ele. Contudo, não é propósito deste livro debater exaustivamente versículos que apoiam a predestinação ou o livre arbítrio, até mesmo porque tais discussões tiveram dois importantes marcos históricos, em que esses assuntos foram laboriosamente abordados. Primeiramente em 400 d.C., em que Agostinho refutou Pelágio da Bretanha e, em 1618 e 1619, onde novamente os conceitos de Pelágio, representados por Armínio, foram refutados pela Igreja Protestante, no sínodo de Dordrecht, na Holanda. Além do mais, é vasta a literatura referente a tais debates. A Bíblia nos dá a ordenança de sermos gratos por tudo, pois todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o propósito d’Ele (Rm 8:28). Sob a ótica do Livre Arbítrio, não é possível sermos gratos por tudo, porque iremos atribuir aquilo que nos desagrada ou nossos erros ao Gênio Milenar (Diabo), ou a nós mesmos ou à criação de Deus, que inclui as outras pessoas, animais e natureza. Se me sinto na necessidade de responsabilizar algo ou alguém, na verdade não me sinto grato à Deus por tal circunstância.

Deem graças em todas as circunstâncias, pois essa é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus. I Ts 5.18

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Por fim, a despeito de compreender que Deus escolhe seus filhos e não as criaturas escolhem a Deus, o objetivo central deste livro é revelar que todas as decisões que tomamos na vida são determinadas por Ele. Contudo, espero que esse propósito não o amedronte, mas o estimule a entender como será abordado esse


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assunto profundo que muda muita coisa nas nossas vidas. Realizamos uma pesquisa exclusiva, com a qual buscamos entender como a população em geral compreende os temas abordados neste livro. O resultado está distribuído por todo o livro. Desejo que você tenha uma leitura agradável.


2. DEUS E EU

COMO NOSSAS DECISÕES SÃO TOMADAS


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2 DEUS E EU Para construirmos o raciocínio da soberania de Deus sobre cada detalhe da história do Universo, vamos partir do pressuposto de que Ele apenas sabe o que irá acontecer, não tendo determinado o futuro. Portanto, Ele teria nos criado e deixado que decidíssemos o que queremos. Tais decisões impactam outras vidas e se misturam às decisões delas também, gerando uma combinação de efeitos, que seria impossível aos humanos imaginar. Mas Deus o saberia. 2.1 Fórmula Analisando a origem do comportamento humano, sob uma cosmovisão cristã, acreditamos na seguinte equação: Decisões = Essência + Experiência + Interferência

Decisão é o que fazemos na vida diante de escolhas. A cada dia, temos que tomar decisões em relação a diferentes assuntos que vão desde a escolha da cor de uma nova camisa, até à decisão se casamos ou não. Essas decisões são baseadas em algum critério. Existem regras que regem o processo decisório de cada ser humano. De forma simples, as decisões são tomadas na mente humana e, sem entrarmos no mérito da relação mente versus cérebro, entendemos que são as sinapses e neurônios (composição básica do cérebro) que tomarão as decisões. Ou seja, quando nos deparamos com uma circunstância que nos exige uma escolha, captamos informações e as entregamos ao cérebro que, com base nas


2. DEUS E EU

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regras que lá estão, irá escolher o que fazer. Mas do que essas sinapses e neurônios se alimentam para direcionar o ser humano na tomada de decisão? Uma resposta cristã, que cremos abranger todas as decisões que tomamos diariamente, é a combinação da Essência, Experiência e a interferência divina na vida dos homens. Seus dons, talentos, temperamento, altura, predisposição a doenças, e muitas outras características que não foram absorvidas por seus cinco sentidos desde a formação de seu espermatozoide, são identificadas neste livro como sua Essência. É o que Deus definiu que você seria antes de começar a ser formado aqui na Terra, antes de sofrer qualquer influência terrena. Como Experiência, definimos todos os pontos de contato com o universo a sua volta a partir de todos os cinco sentidos que temos (tato, olfato, paladar, visão e audição). Portanto, compreende tudo que excede Essência e também exclui interferências de Deus em que você não tem ciência da ação d’Ele. Da dimensão Experiência vem a grande maioria das informações que são armazenadas em nosso cérebro, como educação em casa e na escola, propagandas dos diversos canais de comunicação, amizades, contato com artes, alimentação, músicas, as informações adquiridas a partir do toque em objetos e pessoas, as sensações guardadas a partir dos aromas sentidos na vida, enfim, tudo que interage com você durante a vida e vai gerar alguma informação nova a ser armazenada em seu cérebro para ser recuperada no momento propício. Por Interferência, definimos as intervenções divinas que não são percebidas pelo ser humano como vindas de Deus. Um exemplo claro foi o endurecimento do coração de Faraó, enquanto pragas assolavam o Egito, para que ele libertasse o povo judeu que era escravo. Em alguns momentos, Faraó até desejou libertar o povo, porém, Deus endurecia seu coração. Na mente de Faraó, era ele mesmo que mudava de ideia, porém, quem estava mudando seu pensamento era o próprio Deus. A Bíblia está repleta de circunstâncias em que Deus interfere na história de


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toda a humanidade. Abimeleque traiu sua família matando seus setenta irmãos para assumir o reinado absoluto de Siquém, com apoio da população, pois ele era filho da comcubina de seu pai que era da mesma etnia da população de Siquém. Deus decidiu enviar um espírito maligno para que houvesse um conflito entre os habitantes de Siquém e Abimeleque. Essa ação de Deus culminou na morte de milhares de pessoas e do próprio Abimeleque. Deus mais uma vez mudava a história, sem se identificar explicitamente.

Fazia três anos que Abimeleque governava Israel, quando Deus enviou um espírito maligno entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém, e estes agiram traiçoeiramente contra Abimeleque. Juízes 9.22-23

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A interferência divina é a última dimensão que influencia nossas decisões, porém, quando Deus interfere, é determinante em nossas escolhas. Essa combinação será o insumo para nossas decisões do dia a dia. A partir dessa análise, precisamos então entender a fundo como se formam cada uma dessas dimensões do processo decisório do ser humano.


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2. DEUS E EU

Gráfico 1 - Você acredita que Deus interfere em suas escolhas na vida?

67,9% SIM

NÃO SEI RESPONDER

2,9 %

NÃO

29,1%

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Cerca de 29% dos entrevistados não acreditam que Deus interfere em suas escolhas, o que é mencionado diversas vezes na Bíblia e está explícito na passagem do endurecimento do coração de Faraó, assim como no conflito criado entre Abimeleque e os habitantes de Siquém. Contudo, a grande maioria das pessoas crêem que Deus interfere em nossas escolhas. 2.2 Essência Quando Deus decidiu criar cada ser humano de forma única, ele definiu características que esse indivíduo teria, como por exemplo seu temperamento. Determinou se seria uma pessoa sanguínea (agitada, forte, que gosta de tomar frente em iniciativas) ou se seria, por exemplo, uma pessoa colérica, ou seja, mais introvertida, centrada, dentre outras características. Deus não está limitado às dimensões espaço e tempo, pois para Ele não há passado, presente e futuro. Ele tem o controle


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de tudo e decidiu criar o Cosmos (Universo) que vivemos com todas as restrições que enfrentamos. Ele arquitetou e construiu tudo que temos. Inclusive o conhecimento limitado que temos d’Ele foi restringido por Ele mesmo. Deus, tendo ciência de todas as experiências que você viveria, decidiu criá-lo como o criou.

A quem o Senhor consultou que pudesse esclarecê-lo, e que lhe ensinasse a julgar com justiça? Quem lhe ensinou o conhecimento ou lhe apontou o caminho da sabedoria? Na verdade, as nações são como a gota que sobra do balde; para ele são como o pó que resta na balança; para ele as ilhas não passam de um grão de areia. Isaías 40:14-15 Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações. Jeremias 1:5 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor. Efésios 1:4

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A Bíblia é explícita ao mostrar que Deus forma cada indivíduo, antes mesmo de sua existência física. Portanto, Ele dá características para cada pessoa. No passado, o conceito da tabula rasa (ideia de que uma criança nasce como uma folha em branco e seu caráter e personalidade serão formados única e exclusivamente a partir de suas experiências com o mundo a sua volta) foi apoiado por alguns filósofos, sendo que tinha como principal raiz, sistemas ditatoriais para “educar” crianças a partir dos devaneios de seus ditadores. Contudo, ganhou força no meio científico mesmo não tendo forte fundamentação.


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2. DEUS E EU

Gráfico 2 - Você acredita que ao nascer:

39,4%

36,9%

SOMOS O QUE DEUS QUIS QUE FÔSSEMOS

SOMOS COMO UMA FOLHA EM BRANCO E SEREMOS O QUE O MUNDO NOS INFLUENCIAR A SER

4,3%

19,3%

NÃO SEI RESPONDER

NENHUMA DAS OPÇÕES

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

A ciência já avançou nesse aspecto e esse conceito já é ultrapassado para muitos. Segundo o neurocientista, Dr. Henry Markram, é conhecido que os neurônios aprendem com as novas informações e geram a memória que será utilizada para a tomada de decisão. Contudo, ele e seus colegas de pesquisa descobriram que existem blocos de neurônios que contêm em si mesmos um tipo de conhecimento fundamental e inato (não foi adquirido), por exemplo representações de regras básicas de funcionamento do mundo físico, o que faz com que diferentes pessoas enxerguem o mundo com grande semelhança. Portanto, existe uma base de conhecimento que não vem da experiência, mas estaria associada ao que estamos chamando de sua Essência. Nesse conjunto de neurônios, o conhecimento já estava lá antes de iniciar a captação de informações a partir de nossas experiências.


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O Dr. Markram é chefe de um dos dois maiores centros de pesquisas em neurociência do mundo. Tem tido apoio de empresas como a IBM para simular a mente humana em supercomputadores. O investimento em seu projeto deve chegar próximo a 1 bilhão de euros, proveniente da União Europeia, segundo o jornal The Guardian (15/out/2013). Experimentos comandados pelo professor John-Dylan Haynes, do Bernstein Center for Computational Neuroscience de Berlin, na Alemanha, têm demonstrado que, em situações específicas, a mente faz escolhas antes de o indivíduo ser exposto a elas. Em entrevista à revista Nature Neuroscience, ele coloca em cheque o livre arbítrio, pois, se essa realidade se confirmar em diversas situações, nossa decisão não estaria baseada nas alternativas oferecidas, mas no pré-conhecimento do cérebro. Não significa eliminar completamente as decisões do homem, mas que elas estariam baseadas em seu conhecimento prévio. A combinação desse estudo com o que tem sido descoberto pelo Dr. Markram, significa que seria possível existir decisões que são tomadas automaticamente pelo cérebro com base em um conhecimento que não foi adquirido, mas que já estava lá quando você nasceu, sua Essência. Fato é que sua Essência é a base na qual suas experiências de vida serão alicerçadas. Duas pessoas poderiam ter experiências muito semelhantes, por exemplo, gêmeos, contudo, por suas essências terem sido tecidas individualmente por Deus, eles são muito diferentes. Sendo assim, as decisões deles serão muito diferentes, mesmo com praticamente as mesmas experiências. Essa é a beleza da diversidade da vida criada por Deus, que é sinalizada pelo Dr. Markram como sendo a palavra-chave do cérebro, diversidade. Jacó e Esaú tinham conflitos dentro do ventre da mãe. Desde lá, eles já tinham características que Deus definiu para cada um, que os diferenciavam.


2. DEUS E EU

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Os meninos se empurravam dentro dela, pelo que disse: “Por que está me acontecendo isso?” Foi então consultar o Senhor. Disse-lhe o Senhor: “Duas nações estão em seu ventre, já desde as suas entranhas dois povos se separarão; um deles será mais forte que o outro, mas o mais velho servirá ao mais novo”. Gênesis 25:22-23

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Esaú.

Deus, antes que eles nascessem, já amava Jacó e rejeitava

Uma advertência: a palavra do Senhor contra Israel, por meio de Malaquias. “Eu sempre os amei”, diz o Senhor. “Mas vocês perguntam: ‘De que maneira nos amaste?’. “Não era Esaú irmão de Jacó?”, declara o Senhor. “Todavia eu amei Jacó, mas rejeitei Esaú. Transformei suas montanhas em terra devastada e as terras de sua herança em morada de chacais do deserto”. Malaquias 1:1-3

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Todas as experiências que teremos na vida irão dialogar com nossa essência. Ao combinar essas duas dimensões, teremos o conteúdo que o cérebro usa para tomar decisões. 2.3 Experiência Deus, ao escolher o lar em que cada criança nasceria, além de saber quais seriam as características comportamentais de seus pais que a influenciariam, também sabia todas as experiências que esse ser humano viveria ao longo de sua vida. Como mencionado, por definição neste livro, Experiên-


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cia será entendida como sendo todos os pontos de contato com o Universo que uma pessoa pode ter desde o ventre materno, através dos seus cinco sentidos. É inquestionável que somos influenciados por tudo que está a nossa volta. Vamos ou não ao clube hoje? Depende do clima. Vou dar a resposta dura que meu chefe merece? Melhor não, pois pode dificultar minha promoção. Vou trocar de carro: será que tomei essa decisão por que vi a propaganda na TV de um novo carro ou por que me convenceram de que tenho que trocar de carro de dois em dois anos? Sempre temos motivos que justificam nossas decisões. Muitas vezes, não somos humildes o suficiente para assumir que buscamos o reconhecimento de outras pessoas através de nossos atos, contudo, é comum nem termos clareza do que realmente nos impulsiona a fazer as escolhas que fazemos. Por exemplo, comprar uma camiseta que custa 20 vezes mais que outra extremamente semelhante, porém sem uma etiqueta. A razão pela qual jovens, muitas vezes, entregam todo o salário de um mês de trabalho em um bem material é o status. O desejo de ser reconhecido pelos colegas, através da exibição de um potencial poder de compra.


2. DEUS E EU

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É quase como um pássaro que abre suas asas diante da possibilidade de acasalamento com uma fêmea. Assim, jovens têm enxergado que suas imagens farão toda a diferença para alcançarem seus objetivos. Objetivos esses que tais jovens normalmente não sabem como surgiram dentro de si mesmos. Esses desejos foram criados ou estimulados por aqueles que pensam, afim de alcançarem seus objetivos maiores como poder e riqueza. Aqueles que pensam e sabem, dominam aqueles que pensam que sabem, mas que na verdade não sabem, por que não leem. Gráfico 3 - Você compra coisas que não precisaria comprar?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

A maioria dos entrevistados reconhecem comprar o que não necessitam e o argumento mais comum para tal comportamento é “me sentir feliz”. Nos capítulos Liberdade Real e Gênio Milenar, entenderemos o porquê da nossa geração se sentir tão infeliz, se tornar depressiva e demandar “medicação” que o mercado responde prontamente com o mágico “consumismo”.


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Gráfico 4 - Motivos para comprar o que não precisa.

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Diante de circunstâncias que exigem uma decisão, recorremos a nossa mente para buscar dados e fatos para escolher. Essas informações comumente vêm das nossas experiências passadas que foram formadas através das relações com as pessoas e coisas, a partir de todos os nossos cinco sentidos. Mas, a questão é: Deus já sabia de todas essas experiências que eu viveria? Será que Deus fica surpreso com minha escolha em cursar engenharia ao invés de medicina? Será que Deus diz: “uau, nunca imaginei que ele iria preferir ir para a praia ao invés de ir para a casa de campo nas férias!” É óbvio que para Deus não existe aleatório. Como disse Spurgeon – príncipe dos pregadores, o movimento de cada cisco de poeira tem sua posição e movimento determinado por Deus. Ele é onipotente, onisciente e onipresente. Nada foge ao controle d’Ele.


2. DEUS E EU

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Compreendemos até aqui que nossas decisões são tomadas no cérebro a partir da combinação da nossa Essência e nossas Experiências. Portanto, se Deus, sabendo de todas as experiências que um indivíduo viveria em sua vida, elaborou sua essência a seu bel prazer, então Ele determinou todas as suas decisões durante a vida. Até esse ponto do livro, não sobrou mais nada para influenciar nossas decisões além de nossa essência e experiência. Dado que ambas estão sob o controle divino ou minimamente Ele já sabia de suas experiências, então o fundamento que define seu comportamento é sua essência. Isso por que se Ele quisesse que você escolhesse a religião A ao invés da religião B, ele teria mudado alguns detalhes em sua Essência. Combinação da Essência e Experiência Para simplificar a compreensão, vamos utilizar como exemplo o gosto por cores que comumente temos. Suponha que Paula tenha uma preferência maior pela cor preta em relação à cor branca. Quando entra em uma loja para escolher um tênis


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em que o mesmo modelo existe nessas duas cores, ela naturalmente escolhe a preta. Após receber do vendedor a informação de que existem essas duas cores, o processo de decisão é basicamente uma chamada dos olhos ao cérebro perguntando: qual das duas cores escolher? O cérebro muito rapidamente busca em sua base de conhecimento e responde: preta. O que o cérebro faz, nesse momento, é avaliar o gosto original (Essência) que essa pessoa tinha. Depois disso, ele avalia as experiências que Paula teve com essas cores durante sua vida e combina essas duas informações (essência e experiência) para dar a resposta. A ponderação final direcionará a escolha para a cor preta. Vamos explicar por que foi a cor preta explorando essas duas fontes de influência. Paula nasceu com um interesse maior pela cor preta. Vamos dizer que, de uma nota de 0 a 10, ela tinha um apreço nota 7 pela cor preta. Durante sua vida, Paula foi exposta a maiores influências positivas em relação à cor branca. Sua mãe era apaixonada pela cor branca. Pessoas com forte influência sobre ela a convenceram de que a cor branca era a cor da paz e, além disso, ela teve um ponto de rejeição com a cor preta por perceber que pessoas que gostam do estilo musical heavy metal só utilizavam a cor preta e Paula odiava esse estilo musical. Vamos agora dar notas para essas influências durante sua vida. O fato de sua mãe gostar da cor branca foi uma influência nota 2. A cor branca estar associada à paz foi nota 3 e metaleiros usarem a cor preta foi uma influência positiva para a cor branca nota 1. Portanto, Paula, durante sua vida, sofreu uma influência nota 6 para gostar da cor branca. Contudo, ela nasceu com um interesse nota 7 pela cor preta, o que fez com que as influências até essa altura da sua vida não a fizessem mudar de gosto e, por isso, ela escolheu o tênis preto. Esse é o gosto dela, com base na sua essência somando suas experiências. É ponto pacífico para os cristãos que Deus sabe tudo que vai acontecer com cada indivíduo. Portanto, Deus, sabendo das


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influências que Paula sofreria para tomar gosto pela cor branca, que seriam de intensidade 6, deu a ela um gosto nota 7 pela cor preta desde nascença. Portanto, quando Paula tem o sentimento de que prefere a cor preta, mesmo com toda a influência para gostar da cor branca, ela acredita estar escolhendo a cor preta, mas o que ela está fazendo é perguntando para seu cérebro, que foi criado por Deus, qual cor ela deve escolher. Esse cérebro sofreu influências e fez uso delas, mas a intensidade de apego à cor preta, que Deus deu a Paula, foi maior do que as influências para gostar da cor branca. Se Deus quisesse que Paula passasse a preferir a cor branca durante sua vida e no momento de escolha do tênis optasse por ela, ele poderia ter dado um apego nota 5 à cor preta. Depois das influências mencionadas, o apego de Paula à cor branca seria nota 6, sendo mais forte que à cor preta, gerando uma escolha pelo tênis branco. Essa situação exemplificada pela escolha de um tênis, que é uma escolha bem simples, aplica-se a toda e qualquer decisão que venhamos a tomar na vida. O volume de informações a serem buscadas no cérebro pode ser muito maior, mais complexo, contudo, o que vai decidir no final é uma conta matemática entre sua essência e suas experiências. Combinação Interno e Externo Conforme exemplificado, no cerne de nossas decisões está a matemática. Antes da disputa entre Essência e Experiência, ocorre outra disputa. Sempre existem dois pesos que medem forças para definir nossas escolhas. De um lado, está a intensidade da influência externa que recebemos, e do outro lado, estão as informações disponíveis naturalmente escolhe que irão avaliar os estímulos recebidos. Essas informações internas são a soma de nossa Essência e de nossas Experiências. Escolhemos, diversas vezes por dia, desde a escolha do sapato que usaremos, passando pelas ruas que utilizaremos para


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chegar ao trabalho e finalizando se para dormir iremos contar ovelhas ou tentar pensar no nada. Os estímulos são informações que recebemos e enviamos para o cérebro. Tais informações podem chegar a níveis muito diferentes de intensidade. No exemplo da escolha do sapato, essas informações seriam os argumentos do vendedor em nos convencer a comprar uma cor específica, que poderia ser a branca. Assumindo que esses argumentos são novos para mim, caso a intensidade deles seja muito forte, eles poderiam me fazer mudar de ideia e escolher o tênis branco. É claro que os argumentos do vendedor não funcionam da mesma forma para diferentes pessoas. Aí está a arte de vender: conhecer os argumentos que funcionam para a maioria das pessoas e ter mais argumentos que, caso os mais fortes não funcionem, outros que não funcionam tão bem possam ser eficazes com a pessoa em questão. Para não ficarmos no mesmo exemplo, imaginemos uma cachoeira. Imagine que você está diante de uma linda e grande cachoeira e está com uma turma superanimada. Minutos atrás, quando chegou à pousada, a recepcionista havia alertado sobre o perigo da cachoeira, tendo em seu currículo algumas vítimas fatais. Ela mencionou que o nível de água sobe em poucos segundos e arrasta quem está na água para sua segunda queda, que é maior do que a primeira. Diante da cachoeira agora, você vê todos os seus amigos convictos de que não vão entrar, devido aos conselhos da recepcionista. Então, alguém lhe pergunta: vai entrar? Percebe a dose de informações/estímulos que recebeu antes de ter que decidir? Agora pense em outro cenário: ao chegar à pousada, ninguém comentou nada e em uma caminhada pela mata você descobre essa bela cachoeira em um dia de 40º Celsius e sozinho tem que tomar a decisão. Será que sua decisão seria a mesma? A resposta é: depende! Depende do segundo peso, Essência + Experiência. Na prática, cada ser humano tem uma firmeza maior ou menor que possa ser colocada em uma decisão sobre cada as-


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sunto. Se tivermos uma base muita sólida, os estímulos externos terão de ser muito fortes para mudar a decisão que já tomaria com base na própria essência e experiência. No exemplo da cachoeira, em ambas situações, sua resposta poderia ser: “vou entrar na cachoeira”, caso a maior paixão da sua vida fosse entrar debaixo de uma cachoeira e sentir aquele jato de água atingir suas costas. Se assim fosse, dificilmente as más notícias sobre a cachoeira o impediria de entrar nessa grande e bela cachoeira. Contudo, se você fosse uma pessoa que tem um relacionamento mais comum com cachoeiras, ou seja, nem paixão e nem ódio, provavelmente não entraria na cachoeira depois da informação passada pela recepcionista. Já na segunda situação, com um calor intenso e sem nenhuma informação negativa que desabonasse a cachoeira, possivelmente entraria. Esse é o segundo peso, ou seja, qual a intensidade do meu conhecimento/amor pelo assunto abordado (positiva ou negativa), que será comparado com a intensidade da informação que está chegando? A partir dessa operação aritmética, sairá a decisão. Essa nova informação será incorporada às minhas experiências e contribuirá para futuras decisões. Até essa altura do livro, a decisão está na combinação de informações que tenho em minha mente que são provenientes da essência e das experiências que tenho. Nas situações reais de decisão, avaliamos as novas informações que estão chegando para suportar nosso processo de decisão. Como demonstrado, todas as nossas ações vão depender do apego, conhecimento e interesse que temos em nosso cérebro antes de nascer, além das informações que recebemos. Os exemplos do tênis e da cachoeira podem ser aplicados a toda e qualquer escolha na vida, incluindo principalmente o arrependimento dos pecados e reconhecimento de Cristo como único e suficiente salvador. Porém, essa última, será interessante ser abordada também no próximo fator que influencia nossas decisões, a interferência divina. Sendo assim, o que poderia ser a base para o cérebro to-


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mar decisões, além da sua essência e das experiências que ele se deparou durante a vida até aquele momento? A Interferência direta de Deus na vida de uma pessoa. 2.4 Interferência Sob a cosmovisão cristã, haverá ainda mais essa dimensão que influencia nosso processo de decisão além da essência e da experiência, que é a interferência divina. Essa dimensão não é perceptível ao ser humano. Ela acontece, é real, mas não a enxergamos, porém sabemos que acontece. A forma mais simples de entender é o exemplo já mencionado do endurecimento do coração de Faraó por Deus, sem que ele soubesse que era Deus quem o fazia mudar de ideia. Deus interfere na vida das pessoas, mas muitas vezes conseguimos identificar a ação d’Ele, por exemplo, em um milagre. Nesses casos, a interferência direta de Deus será adicionada às suas experiências. Desse modo, as interferências divinas que são perceptíveis podem ser classificadas como Experiências, pois tais informações vão para o seu cérebro, que passa a utilizá-las para as próximas decisões. Já aquelas que não são percebidas pelo homem, são Interferências Divinas diretas em nossa vida. O conceito Efeito Borboleta, nos dá a idéia de que o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Verdade ou não, reconhecemos que os eventos que ocorrem em nossas vidas e no Universo estão correlacionados a uma infinidade de outros acontecimentos. Nada está desconectado de tudo. Portanto, Deus, em sua onisciência, onipotência e onipresença, controla todos os eventos inter-relacionados ao mesmo tempo. Dada a complexidade da vida humana e suas interconexões com tudo a sua volta, enxergamos a menor parte da história escrita por Deus. Sendo assim, a interferência divina seria mais intensa em nossas vidas do que as ações de Deus que podemos enxergar através das nossas Experiências.


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Na prática, por não estar limitado à dimensão tempo, Ele não decidiu, naquele momento, que iria mudar o coração de Faraó. Na verdade, a história que Ele escreveu antes da existência do universo determinava essa reação de Faraó e determinava essa mudança de seu intento. Por que Deus fez Faraó desejar libertar o povo e depois endureceu seu coração? A resposta é simples: para a glória d’Ele. Tudo é para a glória d’Ele. Ele quis escrever a história dessa forma para conceder o privilégio à sua criação de glorificá-lo. No livro do Êxodo, temos a resposta quando Deus diz a Faraó por intermédio de Moisés:

“Por que eu já poderia ter estendido a mão, ferindo você e o seu povo com uma praga que teria eliminado você da terra. Mas eu o mantive em pé exatamente com este propósito: mostrar a você o meu poder e fazer que o meu nome seja proclamado em toda a terra.” Êxodo 9:15-16

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Como mencionado no subcapítulo anterior, suas decisões do dia a dia são baseadas em sua essência e experiência. Contudo, a escolha por Cristo, assim como outras escolhas podem sofrer uma interferência direta que muitas vezes não é perceptível. Em João, temos a decisão de Deus em enviar o Consolador (Espírito Santo), que iria nos convencer do pecado, da justiça e do juízo. Essa é mais uma visão explícita de que Deus vai convencer aqueles que Ele quiser. Quem faz isso não é nosso cérebro em sua “pseudoliberdade”, mas a intervenção divina. Podemos acreditar que temos essa liberdade de escolha, mas isso não nos dá a liberdade de escolher, só nos faz vivermos enganando a nós mesmos.

Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu


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for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. João 16:7-8 ____________________

Assim é a ação do Espirito Santo em nossas vidas, sua graça é irresistível. Quando Ele decide nos regenerar, nos ressuscitar dentre os mortos e nos fazer enxergar a realidade da cruz, somos movidos por um amor que nos atrai a Cristo, gerando arrependimento e conversão. Como poderia um morto em seus pecados reviver sem a ação de Jesus de Nazaré? Fisicamente, Ele escolheu ressuscitar a Lázaro. Ele decide. Deus não precisa do ser humano para realizar nada que Ele queira. Como diria o salmista, Ele tem completa autonomia:

O senhor faz tudo o que lhe agrada, nos céus e na terra, nos mares e em todas as suas profundezas. Salmos 135:6 ____________________

As intervenções divinas na história são tão intensas que se iniciam desde a criação do Universo. Até hoje a ciência vem aprendendo sobre os impactos do universo criado na vida humana, mas não conhecemos todos. Vale ressaltar que, independente da Essência que Deus deu a cada ser humano, só a interferência divina na história já explicaria que Ele é soberano sobre todas as coisas, ou seja, tudo acontece exatamente como Ele quer, removendo qualquer resultado que possa partir do ser humano. Isso porque, no momento em que Ele muda um pequeno detalhe na vida de um ser humano, além dessa pequena intervenção estar relacionada a outros eventos na vida dessa pessoa, isso muda a forma como essa pessoa irá interagir com tudo depois dessa interferência. Se Ele muda de uma pessoa, impacta outras vidas, muda a história. Além disso, sob a ótica que nós escolhemos a Cristo, Deus


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estaria dando chances diferentes às pessoas, de aceitarem a Cristo e portanto, de serem salvas. Então, como ficariam as demais pessoas que não receberam tal intervenção? Poderíamos chamar Deus de injusto? Se Ele interfere na vida de uma pessoa de forma mais intensa do que na vida de outra, estaria Deus dando maior chance de mudança de vida para uma do que para outra pessoa? Então Deus estaria interferindo nas decisões humanas? Novamente, seria Deus injusto? Gráfico 5 – Na sua opinião, Deus tinha direito de escrever a história da humanidade do jeito que ele queria?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Apenas 5% dos respondentes entendem que Deus não tinha o direito de escrever a história da humanidade do jeito que Ele queria. Essa visão tenta colocar Deus restrito aos desejos e pensamentos de suas criaturas. É basicamente um exercício de colocar o infinito dentro do finito.


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2.5 Neurociência Os estudos da relação do cérebro com as decisões tomadas pelo ser humano têm avançado muito, principalmente no século XX e XXI. Notadamente no meio acadêmico, as descobertas que sinalizam decisões do cérebro – antes que seja exposto a alternativas para escolher – têm suscitado discussões sobre a existência do Livre Arbítrio. Contudo, vamos começar por Deus novamente e o ponto é: pode Deus criar algo que não sofra nenhuma influência d’Ele e ao mesmo tempo não seja um gerador aleatório de decisões? Se Deus não determinou o processo de decisão do seu cérebro, então só resta a alternativa de ter criado um gerador de decisões aleatórias em sua mente para não ter a influência d’Ele. No entanto, mesmo se fosse assim, não seria você quem escolhe, mas o aleatório (que de quebra não existe para Deus). Tente imaginar Deus criando algo que não tenha nada d’Ele. É complicado. Para simplificar, vamos colocar o ser humano nessa situação. Como eu poderia criar algo, por exemplo, um bolo, em que ele não carregasse nada de mim? Para produzi-lo, eu tive que pensar no sabor, no tamanho, no formato, no tempo de forno e de geladeira, tudo veio de decisões que tomei em minha mente. Eu fiz do jeito que eu quis fazer. Como Deus faria algo em nós, no caso o livre arbítrio, ou seja, algo que não sofresse nenhuma influência d’Ele, pois, a partir do momento que sofremos influência d’Ele, já teremos uma interferência d’Ele em nós e, portanto, já não é mais um “livre” arbítrio, pois Ele interferiu em quem eu sou. Nesse caso, minha Essência já não é somente minha, mas tem Ele nela. Para entendermos como a mente funciona, vamos fazer uma analogia com um programa de computador. A aplicação básica de um programa de computador é responder a estímulos. Por exemplo, se você preenche um formulário e clica no botão “Enviar”, o programa de computador irá pegar as informações que você inseriu no formulário e guardá-las em algum lugar.


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Nesse caso, o estímulo dado foram as informações inseridas e o clicar no botão. Essa lógica está presente em praticamente todos os programas. Esse programa específico foi desenvolvido por um programador que sabia da necessidade dos usuários e criou o formulário e o botão “Enviar”. Além disso, ele desenvolveu o que o programa faria com esses estímulos, que é armazenar os dados em algum lugar para depois serem consultados, alterados ou apagados. Foi algo planejado. Nosso cérebro, do mesmo modo, tem uma constituição física, uma forma, neurônios, sinapses e tudo mais que ali foi colocado. Nascemos com um cérebro que será a parte física que nos permitirá tomar as decisões na vida. Quando alguém aproxima com a mão para nos dar um tapa, através do sentido visão, o cérebro interpreta o contexto, toma a decisão de inclinar o corpo para o lado, escolhe o lado e envia os comandos para todos os membros do corpo envolvidos nessa ação, para que a inclinação de fato ocorra em centésimos de segundo. Pés, cintura, braços, cabeça e todo o restante do corpo terão de realizar alguma tarefa para que esse movimento do todo aconteça. Ação e Reação! O cérebro (sem entrar no mérito da mente) foi arquitetado para absorver novas informações que irão compor seu processo de decisão diante das informações recebidas pelos cinco sentidos (audição, olfato, paladar, visão e tato). Assim como o cérebro, os programas de computador mais modernos têm usado tecnologias para aprender com as informações que recebem, assim como usá-las para suportar as decisões futuras. Eles fazem uso de inteligência artificial e de sistemas inteligentes de análise de dados, que estão contidos no tema tecnológico chamado Big Data. Desse modo, eles aprendem os hábitos dos usuários e conseguem dar respostas que sejam mais satisfatórias para eles, como costumamos ver o Google fazendo, ao oferecer em todos os sites que entramos, o produto que procuramos para comprar na Internet. Independente do aprendizado, esses programas precisam de critérios para armazenar as informações, assim como critérios de análise desses dados. Esse


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processo inteligente não vem do nada. Algum programador habilidoso o desenvolveu. As informações podem ser novas, mas o processo de armazenar e analisar foi determinado por alguém. No ser humano, o processo é o mesmo. Novas informações para o seu cérebro virão, mas a forma de armazenar e analisar as informações está na estrutura inicial dele, dado a você por Deus. Portanto, a base para a tomada de decisão é a composição inicial do seu cérebro. Deus sabia exatamente todas as experiências que você viveria e que iriam gerar as informações captadas pelos seus cinco sentidos, sendo elas armazenadas em seu cérebro para suportar suas decisões futuras, que serão tomadas com base em critérios de análise que estavam na estrutura inicial do seu cérebro. Dessa forma, os neurônios e as sinapses, que Deus deliberadamente decidiu colocar em seu cérebro, são o critério maior para suas decisões, desde a escolha de uma simples camiseta à decisão de seguir a Cristo, aceitando-o como seu único e suficiente salvador. Ou seja, a despeito de todas as experiências que você viveu (que Deus já sabia), o que decide suas ações é o cérebro que Deus te deu. Portanto, o próprio Deus determinou suas decisões. Deus deu um cérebro diferente para cada um de nós e Ele determinou cada detalhe. Ele nos deu dons e talentos. Ele nos deu tudo. Alguns têm uma capacidade imensa de memorizar informações e, quando treinam, ainda têm a capacidade de aprender mais rápido que outros. Outros têm uma habilidade de utilizar o corpo para dançar, praticar esportes, etc. Não é somente treino, existe algo inerente ao indivíduo que pode estar somente associado à mente ou uma combinação de características do corpo como um todo e a mente. Uma forma simples de enxergar a interferência direta de Deus na criação de cada indivíduo é observando gêmeos. Eu tenho sobrinhos gêmeos e são muito diferentes. Tiveram a mesma criação, o mesmo carinho, o mesmo cuidado, mas são muito diferentes. E sempre foram, desde o nascimento.


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A visão de alguns filósofos vai diferir da Bíblia, até mesmo porque teorias têm sido desenvolvidas para agradar a diversos gostos, além de serem criadas para justificar os atos inconsequentes, abusivos ou pecaminosos de grupos de indivíduos. No entanto, a Bíblia, com mais de 4 mil anos, continua atual, prática e funcional. Por isso é a visão mais consistente, até mesmo porque a filosofia continuará a sofrer mudanças. Deus nos deu dons e talentos com propósito, não foi de forma aleatória. Gráfico 6 – Você crê que tudo que está na Bíblia é a verdade absoluta?

Fonte: Dados da pesquisa do autor.

Estranhamente identificamos um grande grupo que diz crer em Deus, contudo, não vê a Bíblia como verdade absoluta, e por consequência, não sendo 100% palavra de Deus. Para esse grupo, “Deus” não será absoluto, pois a cada dia, a cada novo livro, a cada descoberta, a cada nova visão/profecia, esse “Deus” poderá tomar nova forma e, portanto, não teremos uma revelação sólida sobre Ele.



Para os outros 62%, Deus se revelou através da Bíblia, dando-nos com ela tudo que é necessário para termos uma vida plena n’Ele.

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CHEGA DE SER MANIPULADO


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3 LIBERDADE REAL

“... se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. João 8:36 ____________________

Ser livre do quê? Comumente os cristãos associam essa liberdade a deixarem de consumir álcool, fumar, usar drogas e outros vícios que são danosos ao ser humano. É verdade que Cristo pode e os liberta muitas vezes desses vícios, porém, nem sempre o faz. Fundamental é entender que ser verdadeiramente livre, vai muito além desses vícios. Quando Cristo falou da verdadeira liberdade, enxergava como oposto a essa liberdade, uma prisão gigantesca em que a humanidade já havia caído e cada vez mais se veria imersa nela. Tem a ver com um controle de todas as pessoas, exceto daquelas que foram libertas pelo Filho. Todas as pessoas que não o foram, são escravas, mesmo não consumindo álcool, cigarros ou drogas. A prisão a qual todos estão submetidos é um controle sutil do Gênio Milenar, em que ele afasta as pessoas do propósito ao serem criadas. O cativeiro em que ele supervaloriza o ser humano, já sabendo que ele se destruirá por acreditar que tem um valor que na prática não tem. Essa estratégia do Gênio Milenar inflou o ego do ser humano, gerando inúmeros conflitos, pois qualquer coisa que o afete, ele confrontará e lutará pelos seus direitos. Quando vários humanos assumem essa postura, o resultado é certo: conflitos sem fim, que geram angústia, ira, violência, dentre outros males.


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C. S. Lewis, no livro Cristianismo Puro e Simples, irá chamar essa postura humana de o Grande Pecado. Mais especificamente seu nome é orgulho. Para ele, todos os vícios vêm do Gênio Milenar trabalhando com os desejos da nossa carne. Já o orgulho não vem da nossa natureza humana, mas diretamente do inferno, é puramente espiritual. O orgulho é usado com frequência para vencer vícios menores. Ele diz que “mais de um homem conseguiu superar a covardia, a luxúria ou o mau humor pela crença inculcada de que tudo isso estava abaixo da sua dignidade. Ou seja, venceram pelo orgulho. O Gênio Milenar ri às gargalhadas. Fica satisfeitíssimo de nos ver castos, corajosos e controlados desde que, em troca, prepare para nós uma Ditadura do Orgulho. Do mesmo modo, ele ficaria contente de curar as frieiras dos nossos pés se pudesse, em troca, nos deixar com câncer”. Quando o homem olha para dentro de si, ele só tem duas visões possíveis: primeiramente ele pode enxergar o homem miserável que é de acordo com as Escrituras, o que poderá gerar arrependimento e conversão, desde que o Espírito de Deus queira convencê-lo. No capítulo Quem Somos, vamos explorar quem de fato somos. A segunda alternativa será enxergar, como se estivesse em frente de um espelho, o reflexo do Gênio Milenar. Ele se valorizava tanto que queria ser como Deus, desejou assumir o lugar do Criador, mas nunca teve o direito de criar um grão de areia sequer. Se olharmos para dentro de nós e o vermos, iremos acreditar que somos muito importantes, nosso ego inflará, veremos o próximo como inferior a nós mesmos, ainda que seja por ter um dente a menos do que nós na dianteira da boca. Se quando olharmos para dentro de nós o enxergarmos, acreditaremos que merecemos ser os primeiros, que merecemos ser felizes, que merecemos pelo menos uma casinha, um carrinho e umas férias, acreditaremos que merecemos paz, acreditaremos que somos bons, acreditaremos que somos superiores aos demais porque que somos cristãos. Enfim, vamos acreditar que somos


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importantes, que somos alguma coisa. Parece que crer nisso tudo é bom. Porém, é o que causa tantas guerras interiores, guerras entre pessoas e guerras entre nações. Essa valorização gera discriminação, que ao invés de nos unir, nos separa. É exatamente o que vivenciamos dia após dia. Desenvolvemos tantas tecnologias que tentam nos aproximar, mas sem sucesso. Ao contrário, vemos pessoas cada vez mais isoladas em um mundo tão conectado. É tão curioso que em um mundo tão moderno, sofisticado, futurista, tecnológico, onde vemos, diariamente na mídia, tragédias naturais com tantos mortos, jornais informando inúmeros assassinatos da noite anterior, não vemos a verdade ser revelada de que temos mais mortes provenientes de suicídios do que de homicídios. E atente para o fato de que essa estatística se refere somente aos mortos que deram um fim ao seu corpo físico, mas muito maior é o número de mortos que ainda andam por aí, muitas vezes desfilando seus corpos esculturais, que são nada além de uma bela vitrine de sepulcros caiados. Pessoas que vivem um caos interior e muitas vezes não conseguem sair dele. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 883 mil pessoas se matam no mundo a cada ano. Já o número de mortos em guerras, vítimas de homicídios e desastres naturais somados é de 669 mil. Ainda assim, a mídia continua dizendo que você é muito importante, que suas necessidades têm de ser atendidas, pois você merece. Segundo matéria da revista Superinteressante, a crise econômica não é o único fator envolvido com as estatísticas de suicídio. Em 2010, pela primeira vez na história, a maioria da humanidade passou a viver em cidades onde há mais estresse e mais pressão para ser bem-sucedido. Ao mesmo tempo, as pessoas nunca estiveram tão sós: segundo um estudo feito nos EUA, 40% dos adultos se consideram solitários (o dobro da década de 1980). E isso pode estar impulsionando a depressão e as tentativas de tirar a própria vida. “Quanto maiores os laços sociais em uma cultura, menores as taxas de suicídio”, afirma o


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psiquiatra Humberto Corrêa, especializado em suicídio. Então do que se trata a liberdade real? Quando falamos de liberdade, vem à mente uma imagem de alguém ao vento de braços abertos com cabelos esvoaçantes. Contudo, dentro daquele ser humano, o mundo pode estar caindo pelo simples fato de não perdoar um erro de alguém, por não aceitar o que está acontecendo em sua vida, por ter baixa autoestima, enfim, por diversos motivos. A liberdade real tem como reflexo uma paz que excede todo entendimento. A liberdade real não depende das circunstâncias, nem das suas experiências, do seu passado, dos problemas do planeta ou de sua beleza. A liberdade real transforma sua mente e te leva a viver no Reino, em que as dores do tempo presente não doem como naqueles que fogem delas. Nesse Reino, seu bem-estar não é seu propósito de vida, por isso, os problemas não consomem suas energias.

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus”. Filipenses 4:7 ____________________


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Gráfico 7 – O que mais influencia sua qualidade de vida?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Quase 26% dos respondentes foram honestos em reconhecer que a situação financeira é o que mais influencia suas vidas. É bem verdade que a situação financeira momentânea de alguns respondentes pode ter influenciado suas respostas, mas termos mais de um quarto dos entrevistados acreditando que esse fator influencia mais sua qualidade de vida do que a paz de espírito, é um reflexo de como sofremos uma influência alienante que nos pressiona a acreditar que o dinheiro irá satisfazer os anseios mais profundos que temos. Assim, vivemos correndo atrás do vento, pois, muitas vezes, quando conseguimos o dinheiro, perdemos a simplicidade, verdadeiros amigos de verdade, nossos amores, o respeito por quem sempre esteve ao nosso lado, perdemos noites de sono, passamos a temer a perda do status quo, e pior, passamos a acreditar que não dependemos de ninguém, inclusive de Deus.

Então lhes contou esta parábola: “A terra de certo homem rico produziu muito bem. Ele pensou consigo mesmo: ‘O que vou


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fazer? Não tenho onde armazenar minha colheita’. “Então disse: ‘Já sei o que vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens. E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se’. “Contudo, Deus lhe disse: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou? ’ Lucas 12:16-20 ____________________

Ao tomar conhecimento da soberania de Deus e de como ele arquitetou o ser humano, invariavelmente iremos enxergar o controle de Deus em todas as coisas e nossa completa dependência d’Ele. Dois comportamentos podem ser vistos nos seres humanos após essa compreensão: Gratidão Profunda ou Rebeldia Geral. A pior das atitudes para Deus é quando nos tornamos mornos. Em Apocalipse ele se dirige de forma dura à igreja de Laodicéia:

Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. Ap. 3.15-16 ____________________

Aqueles que naturalmente sentem gratidão pelo amor de Deus e cuidado para com eles, apresentam sinais de que foram chamados e escolhidos por Ele. Isso porque compreenderam a bondade de Deus em, inclusive, dar-lhes a oportunidade de conhecê-lo um pouco mais. Compreendem o que Paulo disse em Romanos 3.10-12, que não há um justo sequer. Entendem que eram merecedores do inferno, pois a consequência de um pecado de desobediência trouxe o pecado a toda a criação, sendo


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assim expulsos do Éden. Que diríamos, pois, de todos os nossos pecados diários? Qual seria nossa recompensa, dado que Deus não utiliza dois pesos ou duas medidas? Graças a Jesus Cristo, que absorveu nossos pecados na cruz do calvário, que foi o cordeiro expiatório, nossas dívidas foram pagas e ganhamos a salvação. Já aqueles que veem em Deus um injusto por escolher alguns e outros não, por não conceder o livre arbítrio, não entenderam o que o mesmo apóstolo Paulo diz em Rm 9.20-21: Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: “Por que me fizeste assim?” O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso? Aqueles que enxergam a justiça de Deus sob a ótica humana correm um grande risco, pois para Deus nossa justiça é como trapos de imundícia, ou seja, pano de menstruação. Não afirmaria que são indícios de não escolhidos por Deus, somente porque podem ser eleitos que ainda não conheceram seu verdadeiro Deus e, por isso, por enquanto adoram um deus que é um misto do Deus da Bíblia, suas imaginações e influências de um mundo anticristão, onde Deus precisa se enquadrar em um perfil “politicamente correto”. Se enxergarmos injustiça em Deus ao escrever a história do jeito que Ele quis, teremos problemas também para reconhecer um Deus justo que concede o livre arbítrio. Imagine uma pessoa, nascida em uma nação cristã, vizinha de igrejas cristãs, amiga de pessoas cristãs e que foi exposta ao cristianismo milhares de vezes durante sua vida através de amigos, mídia, dentre outros meios. Essa pessoa teria uma chance infinitamente maior de escolher a Cristo do que uma pessoa nascida em uma nação islâmica, onde há proibição oficial da propagação do cristianismo, sendo que esse muçulmano nunca ouviu falar de Cristo. Sua única fonte para ver Deus seria a revelação d’Ele pela natureza. Dessa forma, não seria Deus injusto por chamar muito mais alguns do que outros? O muçulmano não teve nem um centésimo das oportunidades de escolher a Cristo que essa pessoa que


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nasceu em um país cristão teve. Portanto, crer que Deus está no controle de cada detalhe da história da humanidade, não O faz mais controlador do que se Ele tivesse nos deixado a ermo, para fazermos nossas próprias escolhas. Considerando os respondentes que têm uma opinião formada sobre essa questão, praticamente todos entendem que Deus tinha o direito de escrever a história da humanidade do jeito que ele queria (94%). Jó, depois de tanto sofrer, reconheceu no capítulo 42, versículo 2, que: “Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado”. Os planos de Deus estão sendo executados aqui e ali, não mudam e jamais mudarão. O propósito da nossa existência no Universo está sendo cumprido, pois foi Deus que o definiu antes da nossa existência e não mudará. A liberdade encontrada na soberania divina nos faz enxergar o que Deus enxerga: pessoas e toda a beleza da criação, ao invés de coisas para serem compradas, consumidas e descartadas, pessoas para serem usadas como objetos para o meu prazer, pessoas como escada para minha escalada para o sucesso. A relação com o Universo muda. Não estou no controle das circunstâncias, crescer profissionalmente ou não, depende de Deus e não das pessoas a minha volta. Quando a liberdade real reina em sua vida, você passa a enxergar os pobres. O mundo sob o domínio do Gênio Milenar odeia os pobres. Deus, por outro lado, sempre demonstrou preocupação por eles. No reino desse mundo, o prefeito de uma pequena cidade não se preocupa com um ônibus de pobres que se mudam para outra cidade maior em busca de emprego. Afinal de contas, eles não geravam impostos, receitas para o município e para si mesmo. Os pobres não têm dinheiro para consumir os bens que as empresas produzem. Os pobres não andam perfumados. Os pobres precisam de ajuda e, portanto, não são desejados no meio daqueles que representam a burguesia ou a elite. Qualquer tipo de pobre não é bem-vindo. Na história já vimos tantas migrações e eu tive a experi-


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ência de ver pobres migrando e o sentimento de quem mora em uma cidade bem estruturada é comumente de indignação quanto aos governantes, por não agirem diante de pessoas que vão tomando posse de terras alheias. Não podemos justificar o uso do que não é seu, mas, por outro lado, não podemos fingir que não vemos esses seres humanos que precisam de um lugar para morar, que vivem em condições precárias, que como todos os outros seres humanos, não são donos de nada. Aqui nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Porém, julgamos ser superiores por que temos um trabalho que nos dá condições de comprar um pedaço de terra. Esquecemos que somos todos iguais. Esse assunto será aprofundado no capítulo Grileiros. Quando somos livres, enxergamos os pobres como exatamente iguais a nós. Preocupamo-nos com eles. Quando entendo que Deus é soberano sobre todas as coisas, compreendo que não preciso forçar as relações para que o meu desejo se realize. Entendo que Deus pode colocar desejos em meu coração, porém, sei que muitos deles são provenientes das paixões pecaminosas do meu coração, que geram guerras e confusões (Tg 4.1). Sei que nenhum dos desejos de Deus em meu coração irá me impulsionar a trapacear alguém, a buscar o meu benefício em prejuízo do próximo, nenhum deles irá me fazer negar a César o que é de César, danificar a criação de forma irreparável. Enfim, os desejos de Deus jamais irão fazer mal para os homens ou para o restante da criação. Nessa altura do livro, faz-se necessário alinharmos o conceito de bem e mal. Como será abordado no capítulo Por que orar?, não sabemos o que é melhor para nós. Portanto, o bem é a vontade de Deus para nós, mesmo que não o enxerguemos agora. O mal é exatamente aquilo que nos afasta d’Ele, o pecado. O mal é tudo quanto vai contra a vontade de Deus. Essa vontade está revelada na Bíblia. Alguém poderia então questionar: “mas a Bíblia não fala de celular?”. Desse objeto não fala, pois, pelo plano de Deus, ele seria criado após a Bíblia ser escrita. Contudo, ela irá abordar, com grande intensidade, as relações entre as


3. LIBERDADE REAL

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pessoas, a forma de comunicar com o próximo e o isolamento que o próprio celular pode gerar. Ao aproximar pessoas distantes, ele pode ser uma benção. Ao afastar pessoas que estão próximas, nasce o pecado. Portanto, ele pode ser usado de acordo com os ensinos de Deus, assim como pode ser usado para pecar contra Ele. As Sagradas Escrituras têm exatamente a revelação necessária para vivermos para a Glória de Deus, que é nosso propósito de vida definido por Ele. A liberdade real não tem a ver com a satisfação dos meus desejos, mas com a transformação que ocorre pela renovação da minha mente, que acontecerá quando não me conformar com os padrões do mundo que é dominado pelo Gênio Milenar.

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformemse pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12.2 ____________________



4. GÊNIO MILENAR

NA BUSCA DO RECONHECIMENTO ELE TE CONSOME


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4 GÊNIO MILENAR Como diria C. S. Lewis, se um jogo de cartas for suficiente para tirar o foco do que importa, essa será a estratégia do Gênio Milenar. O caminho daqueles que não serão alcançados por Deus pode até ser uma descida suave, sem muitas curvas e sem placas, até chegar em seu destino eterno, morada do Gênio Milenar. Para entender um pouco esse lugar, imagine um mundo onde todas as pessoas são completamente arrogantes, prepotentes, egocêntricas, rancorosas, iradas, traidoras e gananciosas. Esse é o lugar onde a graça de Deus não está mais derramada nos corações. É essa graça comum de Deus que alcança todas as criaturas e impede que os homens não sejam completamente depravados nos dias atuais. Vivemos tempos difíceis no século XXI, onde existem muitos conflitos de interesses, pessoas gananciosas que pensam somente no seu benefício, contudo, ainda existem muitas pessoas generosas, altruístas, que enxergam além do seu umbigo. Por enquanto, temos a graça de Deus sobre a terra. A partir do momento que Deus abandonar os perdidos, tais virtudes desaparecerão. Então se concluirá o trabalho de séculos do Gênio Milenar em caos total, sem chance de mudança. Esse é o grande momento aguardado pelos filhos de Deus, quando Jesus voltará como justo juiz, para separar as ovelhas dos bodes. Adolf Hitler só não foi mais cruel, porque mesmo com toda sua maldade, ele ainda tinha um pouco da ação de Deus nele, a graça comum. Portanto, o problema da humanidade é a falta de Deus. É assim pelo simples fato de Deus ter soprado o fôlego de vida nas narinas do homem e dado a ele seu espírito. Ele criou um vínculo de dependência. Como diria Ed René Kivitz, somos


4. GÊNIO MILENAR

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como um ventilador que acredita poder viver sem estar ligado à tomada. Ao remover o fio da tomada, a energia se esvai, mas ele ainda acredita que vai continuar girando, até a parada total. Acreditamos que conseguimos viver sem Deus, mas isso não é na verdade viver, mas sim sobreviver em um reino que caminha para o caos. O Gênio Milenar não tem interesse no bem-estar das pessoas, seu foco está em matar, roubar e destruir. C. S. Lewis, em seu livro Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz, conta a história de um diabo (Fitafuso) ensinando seu sobrinho (Vermebile) a manipular seu paciente, ou seja, um de nós: Parta do princípio que sua vítima já se acostumou desde criança a ter uma dúzia de filosofias diferentes dançando em sua cabeça. Ele não usa o critério de VERDADEIRO ou FALSO para conferir cada doutrina que lhe apareça (seja do inimigo ou nossa). Ao invés disso, ele verifica se a doutrina é “Acadêmica” ou “Prática”, “Antiquada” ou “Atual”, “Aceitável” ou “Cruel”. Os ditados e as frases feitas (e não o argumento lógico) são seus melhores aliados para mantê-lo longe da Igreja. Não perca tempo tentando levá-lo a concluir que o Materialismo seja verdadeiro (sabemos que não é). Faça-o pensar que ele é Forte, Violento ou Corajoso – ou ainda, que é a Filosofia do Futuro! Este é o tipo de coisas que lhe despertarão a atenção. Tudo que o Gênio Milenar quer é consumir sua vida. Roubar, matar e destruir. Uma mente desavisada poderia imaginar que a principal estratégia dele é gerar um acidente para lhe matar, roubar seus bens materiais ou destruir sua esperança. Não que tais eventos não sejam do interesse dele, mas a estratégia dele se tornou muito mais sofisticada e sutil do que esses recursos. Ele vem trabalhando por séculos. É fato que através da dependência de drogas é fácil alienar pessoas. Da mesma forma, a dependência do álcool pode destruir o indivíduo e sua família. Jovens são alistados através da pornografia e das mídias de massa a se prostituírem, tornandose escravos do sexo, onde uma garota em uma mesma noite se


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relaciona de forma íntima com mais de 10 homens, engravida e não sabe quem é o pai. Isso tudo de fato destrói o ser humano, mas a arma mais letal é a mais sutil que ele utiliza. O que sobra de você, ele devora com o consumismo. Somos manipulados pelas mídias a comprar, comprar e comprar. Tudo que você tem não presta, precisa trocar. Um tênis pode lhe custar um mês de trabalho, 200 horas. Você foi convencido a dar 200 horas de sua vida por algo que você realmente não necessitava. Não foram somente horas trocadas pelo tênis. Foi sua própria vida, pois horas de vida ninguém compra. Sua vida na terra são suas horas, que não voltam. Estão contadas. Em um dado momento da vida você pode querer trocar o mesmo tênis por 20 horas de vida, mas quem lhe vendeu o tênis lhe dirá: “não posso”. Então perceberá que foi manipulado. Tarde demais. Porém, o que ninguém reflete e foi de forma brilhante exposta pelo então presidente do Uruguai, José Mujica, é que: “É lamentável gastar a vida para se perder a liberdade”. Você entrega sua vida pelos desejos de pessoas cuja intenção é enriquecer e se tornarem mais poderosas. Elas conseguem isso consumindo sua vida. O Gênio Milenar arquitetou, ao longo dos séculos, esse modelo de consumir as pessoas e assim a maioria tem achado que está curtindo a vida enquanto estão dando-a para serem presas a desejos alheios. Uma das áreas do conhecimento que tenho atuado há mais de uma década é na Descoberta de Padrões em Dados. Utilizo muito a computação, mas principalmente a estatística com seus modelos preditivos. O desafio é sempre tentar prever o comportamento dos clientes, quer seja identificando aqueles que vão cancelar um serviço, descobrir qual produto ofertar para cada um deles, identificar quais devedores têm maior chance de pagar, enfim, sempre usando modelos sofisticados para reproduzir o comportamento das pessoas em equações matemáticas. Para obter sucesso, um dos fatores fundamentais é ter dados históricos, pois é com base neles que vamos identificar padrões que


4. GÊNIO MILENAR

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serão utilizados nos clientes atuais. Essa é a grande riqueza do Gênio Milenar. Ele tem vários milênios de histórico para entender o comportamento do ser humano. Ele não tem a capacidade de entrar em sua mente, mas os “modelos matemáticos” dele são quase infalíveis, pois ele conhece muito bem o nosso comportamento e nossos interesses. A forma como ele vai atrair suas vítimas será extremamente adaptada a cada uma delas. Ele comumente o fará se sentir inteligente, forte, esperto ou garanhão. Quase invariavelmente ele irá lhe exaltar. Ele também pode perceber que você vai reagir exatamente como ele quer, se te envergonhar, pois assim, para ter a aprovação dos outros e para não passar mais vergonha, você pode ceder aos desejos dele, expressos pelos pensamentos daqueles que estão a sua volta. Ele se tornou tão sofisticado que alcançou o púlpito de igrejas com essa mensagem positivista. De maneira alguma, ele irá se revelar em tais lugares com chifres, vermelho, com cara de mau. Isso não seria eficiente. Para que assustar pessoas que estavam se comportando de forma extremamente satisfatória a ele, tornando-se gananciosas, egocêntricas e invejosas? Só atrapalharia seu objetivo. Ele é muito mais inteligente do que imaginamos. Ele sabe muito bem que o tempo que tem para aliciar seus súditos está contado. Ele não sabe, assim como nós, o que acontecerá no dia de amanhã, por isso, ele se dedica intensamente para atrair o máximo de pessoas que estão desatentas, distantes de Deus ou flertando com as ofertas dele. Ele luta para alcançar as pessoas para si não porque ele tem um livre arbítrio. Ele faz isso, exatamente porque não tem livre arbítrio. Deus determinou que ele o fizesse. Se ele parasse de atrair as pessoas nesse momento, não seria a vontade dele, mas a história escrita por Deus que determinaria que ele parasse. Contudo, isso nós sabemos, pois Deus nos revelou através das Sagradas Escrituras que, até o último minuto antes da volta de Cristo, ele será persistente em seu trabalho. É a Palavra de Deus que diz, e se ela diz, nin-


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guém pode mudar o que acontecerá. O Gênio Milenar vai fazer exatamente como Ele escreveu. Na verdade, os fatos são exclusivamente o que está escrito, não há a menor possibilidade de sair do roteiro d’Ele. Porém, Ele nos contou na Bíblia parte da nossa história, passado, presente e futuro através das profecias. Deus quis que soubéssemos um pouco da história do Universo, que Ele escreveu antes de criá-lo. O que está escrito vai se cumprir. Não é o homem que vai se dedicar para fazer cumprir as Escrituras. Quem zela por sua palavra é o próprio Deus. Se Ele falou, vai cumprir. Se Ele disse que o homem vai realizar algo, o homem vai, não há alternativas.

Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar. Lucas 21:33 ____________________

Curiosamente, na mesma pesquisa onde vemos praticamente 100% dos respondentes afirmarem que acreditam na existência de Deus, uma parcela considerável não crê na existência de demônios e o Diabo. Porém, a fonte principal que revela Deus à humanidade (a Bíblia) é também a fonte que revela a existência de demônios e o Diabo.


4. GÊNIO MILENAR

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Gráfico 8 - Você acredita que existem demônios e o Diabo?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

O Gênio Milenar cumpre seu papel determinado pelo Criador do Universo, assim como os humanos o fazem. Deus está no controle de tudo e todos. Ao querermos ser donos do que pertence somente a Deus, nos tornamos semelhantes àquele que quis ser igual a Ele, tendo o poder de criar. Quando queremos ser donos de coisas e de nossas ações, estamos nada mais nada menos carregando o desejo de sermos criadores, contudo não temos nada em nós mesmos para criarmos qualquer coisa a partir do nada. Tudo vem d’Ele. Não criamos, executamos o plano d’Ele.



5. GRILEIROS

POSSEIROS DE COISAS E ESCOLHAS


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5 GRILEIROS Ao compreender que Deus é soberano e está no controle de tudo, a ficha cai que somos grileiros. Acreditamos que somos donos de várias coisas. Carimbamos tantas coisas como propriedade particular. Mas essa é uma das maiores ilusões que os seres humanos têm. Grileiros eram pessoas que para dar autenticidade e se tornarem proprietárias de uma terra que não eram delas, redigiam um documento de propriedade da terra e o colocava em uma caixa com grilos. Com o passar do tempo, o xixi dos grilos dava um tom amarelado no documento trazendo a sensação de ser antigo e autêntico. Assim fazemos nos dias atuais. Acreditamos piamente que a casa em que moramos é nossa, por que pagamos com o “nosso” dinheiro a construção dela. Acreditamos que o celular que usamos diariamente é nosso, pois trocamos “nosso” papel moeda por ele em uma loja. Acreditamos que o carro que andamos é nosso, pois fizemos um financiamento no banco e até temos um documento dizendo que é nosso. Porém, é fundamental que façamos um exercício simples: todos esses objetos mencionados e todos os demais foram feitos com alguma matéria-prima. De onde vieram tais materiais? A casa foi feita com tijolos que vêm do barro. De quem era o barro? De alguém que comprou um pedaço de terra de onde se extrai o barro. Certo. Mas quem foi o primeiro proprietário dessa terra? Para quem ele pagou para ser o proprietário dessa terra? Da mesma forma, o metal utilizado na fabricação do celular. De qual rocha foi tirado? Quem foi o primeiro a comprar essa terra que tem a rocha? E o petróleo extraído do alto mar que foi utilizado na construção do carro? Quem comprou aquele pedaço de mar, para argumentar que o petróleo é seu? Quem foi o primeiro


5. GRILEIROS

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dono? Como diria Lavoisier, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Quem foi o primeiro dono? Não há como escapar de Deus. Ele é o dono de tudo que nós transformamos. Não somos donos de nada. Gráfico 9 – Você acredita na afirmação de Lavoisier: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Se entendemos que não criamos nada (68% dos respondentes), mas só transformamos, por que achamos que somos donos de tantas coisas? Se compramos um celular que foi roubado, estaremos alimentando a indústria do roubo, pois se ninguém comprar, os ladrões não terão para quem vender e, portanto, não fará sentido roubar. Legalmente, se uma pessoa adquire de forma consciente algum produto que foi roubado, também será culpada em um


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julgamento, de acordo com o Código Penal Brasileiro, caput do Artigo 180. Assim também são nossas posses. Se acredito que algo é meu por ter pago algum dinheiro por ele, segundo a justiça e o exemplo mencionado do celular, esse algo foi adquirido de forma ilegal e portanto, não deveria estar em minha posse. Para concluir esse raciocínio, vamos utilizar um terreno como exemplo. Se eu fui o segundo proprietário de um terreno, o primeiro não pagou para ninguém, mas tomou posse somente. Ao me vender esse terreno, ele está me passando algo que não foi adquirido de forma lícita, mas tomado de quem o havia criado, no caso, Deus. Ao comprar esse terreno, coloco-me exatamente na mesma posição que tinha ao comprar um celular roubado. Por esse terreno ter sido comprado e vendido várias vezes antes de chegar a minha vez de comprá-lo, não torna minha compra lícita, mas exatamente igual a compra do celular roubado. O Criador não havia vendido para o primeiro indivíduo que vendeu esse terreno. Ele não pagou para Deus. Portanto, não somos donos de nada.


5. GRILEIROS

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Gráfico 10 - Você encontra na casa de outra pessoa: pão, carne e salada. Você pega esses ingredientes sem pedir e os leva para sua casa. Lá você prepara um sanduíche. Por ter sido você que o fez, acredita que o sanduíche é somente seu?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

De acordo com 93,6% dos respondentes, entendemos que por transformar matéria-prima em um produto, não nos tornamos donos do produto. Isso porque não éramos os donos da matéria-prima, no caso, os ingredientes do sanduíche. Por que então acreditamos que somos donos de tantas coisas que não criamos? Deus nos colocou aqui na Terra para usufruir de tudo que ela produz. Não só podemos, como devemos aproveitar, de forma consciente, o que ela nos dá. Contudo, incoerente é achar que o próximo não ter acesso a tais benefícios é problema dele. Não é problema dele, é problema meu. Se falta alguma coisa para alguém, é problema meu, pois, felizmente, a Terra ainda tem os recursos necessários à vida, disponíveis a todos. Se faltou para alguém, é porque que alguém acumulou ou desperdiçou.


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Não somos donos nem dos filhos que geramos, pois é Deus que dá o crescimento. Foi Ele que definiu o método da criança ser gerada, crescer desde o ventre materno, é Ele quem realiza tantas mágicas no momento da gestação ainda não entendidas pela ciência. Foi Ele que desenhou essa criança antes mesmo de seus pais sonharem em concebê-la. Gráfico 11 - Na sua opinião, por ter concebido seus filhos (se não tem, imagine que tivesse), eles são propriedade sua?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Novamente vemos, através da pesquisa, que entendemos que não somos donos de nossos filhos. Realmente eles não nos pertencem. Então por que causamos tantas brigas e intrigas quando algúem toca física ou verbalmente em nossos filhos? Protegê-los não é uma justificativa cristã plausível, pois, se Ele não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. (Sl 127.1b) Quem nos guarda, é o próprio Deus. Tentamos constantemente proteger nossos filhos de coisas


5. GRILEIROS

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que nem sequer sabemos se seriam boas ou ruins para eles. É Deus quem cuida dos seus. Não significa que deixaremos nossos filhos largados, significa que cuidamos dos nossos filhos sem ser injustos com outras crianças e outras pessoas. Da mesma forma, cuidamos das crianças dos outros como se fossem nossas. Quando a proteção extrapola nosso raio de ação, devemos descansar em Deus e não nos angustiar por estar fora do nosso alcance. Deus dá a vida e Deus a tira. Todos os seres humanos têm seus dias contados. Não temos mérito em ter uma relação sexual e com esse ato gerar uma criança. Deus nos deu o privilégio de por esse método trazer novos seres humanos à vida. Mérito d’Ele. Ele nos deu a capacidade e a ordenança de reproduzir.

Os dias do homem estão determinados; tu decretaste o número de seus meses e estabeleceste limites que ele não pode ultrapassar. Jó 14:5 ____________________

Nossas crianças são de Deus. Tudo é d’Ele. Tais crianças como tudo mais, foram criados para a Glória de Deus. Não temos o direito de exercer um controle sobre elas. Nossa responsabilidade é ensiná-las para que, por toda sua vida, glorifiquem a Deus com seus atos. Uma criança não deve ser corrigida para fazer o que o pai quer, mas para realizar a vontade de Deus, que inclui honrar seus pais. Somos grileiros não só de coisas e pessoas, também o somos de nossas decisões, pois, o que Deus faz em nossas vidas, acreditamos ser mérito nosso. Compreender a soberania de Deus é entender que não temos mérito em nada, toda honra e toda glória é devida somente a Ele. Todas as tribulações e dificuldades em última instância vêm d’Ele e, às vezes, Ele nos revela seu propósito com as circunstâncias que estamos vivendo. A capacidade de um médico no tratamento de doentes ou de um engenheiro em construir obras impressionantes não vem deles


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mesmos, mas da bondade de Deus em dar essa capacidade ao ser humano de aprender, de ter talentos e de poder repassar esse conhecimento para o avanço da humanidade, que sempre deve culminar na glória de Deus. Não devemos atribuir a nós as ações de Deus. O privilégio daqueles que compreendem que Deus está no controle de tudo, é que eles podem descansar na bondade do Criador do Universo. Não precisam cair no jogo de tentar o tempo todo identificar o que tem causado as consequências que tem vivenciado. É verdade que, em alguns momentos, é clara a consequência de nossos atos, mas, na maioria das circunstâncias, não é transparente a relação causa versus efeito. Para quem compreende a soberania de Deus, não há preocupação, Deus está no controle. Posso descansar n’Ele. Compreendendo que não somos proprietários de nada, podemos entender que o dinheiro – mecanismo que nos dá acesso a tantos bens e serviços nos dias atuais – foi-nos concedido para que o administrássemos de forma sábia, não para que achássemos que ele é nosso, como se fosse somente o suor do nosso rosto que o trouxe às nossas mãos. O dinheiro que está no meu bolso não é meu. Essa conclusão é só mais uma consequência quando percebemos que somos grileiros.


5. GRILEIROS

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Gráfico 12 - Na sua opinião, o dinheiro que você recebe como salário é somente seu e de sua família?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Curiosamente nesse ponto da pesquisa, boa parte dos respondentes contradizem suas respostas quando comparamos as perguntas de serem donos de seus salários e donos do sanduíche. Quase todos reconheceram que não são donos do sanduíche por não serem donos de sua matéria-prima. Porém, quando questionados sobre serem donos dos salários recebidos, um grande grupo se identifica como proprietário dos mesmos. A pergunta que naturalmente emerge é: qual a matéria -prima utilizada para geração do salário? Na minha profissão como estatístico, necessito de alguns itens que podem coincidir com os da sua profissão e outros itens que não. Alguns recursos que necessito: 1. Oxigênio: preciso dele para raciocinar; 2. Cérebro: preciso dele para realizar todas as contas estatísticas. Ele também é necessário para coordenar minha digita-


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ção enquanto construo meus programas estatísticos; 3. Transporte: preciso das minhas pernas para me locomover até o trabalho, mas além delas, preciso de um veículo, que no caso é particular. Foi construido pela Chevrolet que usou dos mais diversos recursos naturais; 4. Combustível: esse alimenta o meio de transporte que faço uso; 5. Computadores: necessito de vários deles, que fazem em minutos contas que eu levaria toda minha vida para fazer manualmente. Eles também usam diversas matérias-prima da natureza; 6. Olhos: sao fundamentais para eu rapidamente enxergar e direcionar as análises que devem ser feitas; 7. Mobília: mesa e cadeira são estruturas básicas para que eu consiga trabalhar 8 horas por dia fazendo contas; 8. Alimento: 3 vezes ao dia durante o trabalho preciso me alimentar para ter energia e alimentar o cerebro para que continue tomando todas as decisões necessárias durante o dia; 9. Água: bebo o tempo todo para me manter vivo. Ela limpa meu organismo e executa varias outras funções para que eu permaneça trabalhando dia após dia; 10. Energia elétrica: é o que mantem os computadores, lâmpadas e ar condiconado ligados; 11. Prédio: não posso trabalhar ao relento até mesmo por que a combinação computadores e chuva não daria muito certo. Enfim, vamos parar por aqui nessa lista. Volto à pergunta: tem algum item acima que foi criado por mim? Realmente sou dono do fruto do trabalho realizado através dos recursos acima? Se sim, o sanduíche seria meu também, o que praticamente nenhum dos respondentes concorda. Por acreditarmos que somos donos dos recursos financeiros que chegam até nós, a generosidade tornou-se um dos grandes desafios da humanidade. Mesmo todas as pessoas achando um absurdo que seres humanos morram de fome, continuamos


5. GRILEIROS

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vendo pessoas morrendo sem o que comer e não fazemos nada. Depois de expor que somos grileiros, inclusive dos recursos financeiros que Deus nos concede para administrarmos, propomos uma forma de aplicação que, sendo utilizada em larga escala, nos brindaria com um novo mundo, contudo, mesmo sendo realizada somente na vida de um indivíduo, já fará diferença em sua própria vida e na vida de alguns a sua volta. Diagrama 1 - Aplicação dos Recursos Financeiros

Fonte: Do autor.

Devemos aplicar os recursos financeiros que chegam às nossas mãos na propagação do Reino d’Ele, no socorro ao próximo, usufruir o que Ele tem nos concedido e multiplicar para que sempre tenhamos recursos para realizar os três passos anteriores. Não há pecado em viajar, desfrutando dos recursos que Deus tem nos dados para administrar. Contudo, é pecado fechar os olhos para a miséria a sua volta e concentrar toda a aplicação


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dos recursos concedidos por Ele em seus deleites. Ao mesmo tempo, devemos investir na proclamação do Reino de Deus, colocando parte do que Ele nos concedeu para administrar em ações do seu Reino. Além disso, não podemos esquecer-nos da parábola dos talentos. O que Ele colocou em nossas mãos deve ser multiplicado para sempre termos. Por isso, sejamos bons administradores, sabendo utilizar os recursos que estão em nossa posse. No entanto, como multiplicar? Para aqueles que têm o empreendedorismo na veia não se fazem necessárias explicações. Contudo, para aqueles que não imaginam como multiplicar, um bom caminho é através do desenvolvimento das famílias, como uma derivação do Distributismo. Muitos precisam de apoio tanto técnico como financeiro para iniciar seus pequenos negócios que, muitas vezes, dependem de tão pouco, mas como não tem condições financeiras, não conseguem iniciar ou manter no início. Está aí uma oportunidade em que você concede recursos tanto para o início como para expansão de pequenos negócios, sendo que se espera retorno, multiplicação. Essa é a responsabilidade do empreendedor: multiplicar. Dando certo, você multiplicou sua parte e o empreendedor melhorou a sustentabilidade de sua família. E se der tudo errado? Todos perdem. Em Lucas 6.35, Cristo nos ensinou a emprestar para aquele que realmente necessita e não ter expectativa de receber. Portanto, apoiar o desenvolvimento das famílias contém riscos. Esse processo é claro, demanda cautela até mesmo porque não é sábio sair entregando, de forma inconsequente, os recursos que Deus concedeu à sua administração. Portanto, o processo de multiplicação e de desenvolvimento das famílias é uma alternativa a ser considerada. Porém, jamais se esqueça: Deus está no controle de tudo. Já a generosidade para com o próximo, deveria fazer parte da divisão dos recursos financeiros de todos nós. Mesmo se esses recursos que Deus tem concedido à nossa administração


5. GRILEIROS

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sejam bem pequenos, devemos criar o hábito de ajudar com o mínimo que seja, todo mês, alguém que necessite mais do que você. Com o tempo, vamos perceber que mesmo ações pequenas geram resultados, porém, o principal fruto dessa iniciativa será a mudança da mentalidade, pois, quando Deus conceder mais recursos, não encontraremos dificuldades enormes em compartilhar com o próximo. A regra é simples. Para alguém que ganha 20 mil reais por mês tirar 3 mil para o próximo é muito difícil, pois, com essa quantia se faz uma boa viagem de final de semana. Entretanto, se a generosidade faz parte de sua rotina desde quando compartilhava 30 reais, você, ao invés de enxergar a perda de uma viagem de final de semana, vislumbrará 17 mil reais que Deus lhe concedeu, além da porção que você utilizou para exercer sua generosidade para com o próximo. Dessa forma não estou estipulando um percentual de generosidade, mas digo que a mentalidade será diferente sobre o muito quando formos generosos com o pouco. Essa proposta não é uma sequência de aplicação dos recursos financeiros que Deus nos concede para administrar, mas as áreas onde deveríamos sempre colocar uma parte do que recebemos, por menor que seja. Portanto, não assuma que aplicará algum recurso financeiro em um dos pontos somente se sobrar dinheiro, mas sempre aplique algum recurso em todos, por menor que seja.



6. FATALISMO

O IMPREVISÍVEL FUTURO AOS HUMANOS


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6 FATALISMO Então, se Deus está no controle de tudo, não preocuparei com mais nada e farei o que vier a minha mente! Nada em você mesmo pode impulsionar essa decisão, além da sua essência, sua experiência e o próprio Deus. E como já demonstrado, Ele está diretamente ligado a essas três dimensões que determinam suas ações. Deus já sabia dessa reação. Na verdade, Ele já tinha escrito essa reação nesse momento da sua história. Esse é o comportamento dos que não são escolhidos por Ele ou ainda não foram alcançados pela graça irresistível do Espírito Santo. Fazer o que está em sua mente não é fazer o que realmente deseja, pois você foi influenciado, ao longo do tempo, por inúmeros canais de informação e de inúmeras maneiras, de tal forma que você nem mesmo sabe quem você é de fato. Pare e reflita agora. Deus lhe deu o privilégio de ter ciência de sua soberania. Você já leu este livro até aqui. Se Ele lhe permitiu compreender essa mensagem, Ele tinha uma de duas intenções: que você nesse momento se prostrasse, se arrependesse, passasse a ser grato de uma forma profunda e amá-lo cada dia mais por sua bondade para com você. A segunda alternativa seria trazer ao seu conhecimento tais verdades e utilizar tal ciência para sua própria condenação no dia do juízo, devido a sua rebeldia. Mesmo o livre arbítrio não existindo, é como se fosse algo virtual. Você tem a sensação de poder escolher. Esse é o seu momento de se aproximar d’Ele ou se afastar. Não há meio termo. Como dizia um ditado: “o muro é do inimigo”. Uma mente padrão, enxerga dois perfis básicos de comportamento: posso agir como Deus diz através da Bíblia ou posso me tornar uma pessoa independente, indo atrás dos meus sonhos, curtindo a vida ao máximo, extraindo o que de melhor


6. FATALISMO

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a vida pode me proporcionar. Porém, nada é mais falso do que essa segunda sensação. Quando vivemos longe dos propósitos de Deus, temos a sensação de que vivemos do jeito que queremos. Contudo, sua verdadeira vontade comumente não está em ação. O que lhe impulsiona a desejar o que quer, é simplesmente o desejo do Gênio Milenar que manipulou tudo, inclusive fez com que os desejos dele parecessem que fossem seus. Pura manipulação. Quando você se aproxima de Deus, as influências externas enfraquecem e você se torna mais semelhante de quem você deveria ser, com dons e talentos dados por Ele. Não estará buscando ser semelhante a alguém, por inveja ou falsa ilusão. Será você mesmo, ou seja, quem Deus planejou que você fosse, alguém semelhante ao Filho d’Ele. O mal que queremos fazer impulsionados pelo pecado vai-se apagando e vem aflorando a vida de Cristo em nós. Sabe quando uma criança não quer pular na piscina e o adulto diz: “Duvido que você consiga, você ainda é neném. Só as crianças grandes e espertas conseguem pular!”. A criança rapidamente retruca: “eu consigo sim, quer ver?”. Tibufi. Pulou. Para a criança, foi ela que quis pular. Ela decidiu. Mas, na verdade, só foi manipulada a acreditar que aquela era a vontade dela e por isso foi e fez. Inocente. Deus não nos manipula, pois nunca nos deu o direito de fazermos o que quiséssemos, pois se nos desse esse direito e não tivéssemos a graça d’Ele sobre nós, a multidão de pecados nos tornariam demônios. De fato, Deus já escreveu a história, inclusive que você faria essa sua leitura e, a partir dela, você não mais fosse uma imitação medíocre do Gênio Milenar, mas passasse a ser quem Ele planejou, alguém semelhante a seu Filho. Se você vive no Reino, você o ama. Se você não vive no Reino, você o odeia e por isso responderá com sua natureza pecaminosa aos estímulos do Gênio Milenar, que de bobo não tem nada. Ele vem, ao longo dos séculos, lidando e manipulando os humanos. Pegou o jeito. Se Deus realmente é soberano sobre todas as coisas, então


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não faz sentido levar a mensagem do evangelho de Jesus Cristo a outras pessoas, pois quem é escolhido é escolhido e ponto final, certo? Errado. Muito pelo contrário. Ao tomar conhecimento dessa soberania, você desejará ardentemente levar as boas novas d’Ele para outras pessoas, pois você poderá ser o meio pelo qual outros filhos, no caso seus irmãos, o conhecerão. Esse é o meio que ele definiu antes da criação do mundo pelo qual os filhos d’Ele se achegariam a Ele: por meio da mensagem do sacrifício na cruz do Calvário para expiação de pecados, levada por aqueles que já foram alcançados por Cristo. Assim como os discípulos o foram há dois mil anos, somos comissionados a levar a mensagem da cruz. Ao mesmo tempo em que é uma alegria, é um privilégio. Conforme a pesquisa, se os entrevistados encontrassem água no deserto, divulgariam ao máximo de pessoas, mesmo que a maioria delas não viessem beber, que dirá, então, levar as Boas Novas da salvação que há em Cristo Jesus. Falaremos a todos, mesmo que a maioria não venha beber e saciar sua sede, o privilégio de chamar será nosso.


6. FATALISMO

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Gráfico 13 - Imagine você em um deserto e encontra água. Falaria ao máximo de pessoas possível, mesmo sabendo que a maioria não viria beber?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Portanto, se você é d’Ele, mesmo estando ainda sob a influência do pecado (mas não mais sob o domínio dele), anseia pelo dia em que receberá um corpo glorificado e viverá onde não haverá mais dores e tristeza, pois, os frutos do pecado não mais estarão presentes, mas Deus reinará com seus filhos.

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. João 14:21

E as obras da carne que são frutos do pecado em nosso coração são:

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual,


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impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Gálatas 5:19-21 ____________________

Levar as boas novas não é uma obrigação incômoda, mas uma satisfação de fazer parte do Plano de Redenção da criação. Não sabemos quem são os filhos. Levamos a mensagem a todos. Àqueles que não são filhos, a entrega das boas novas serão provas cabais para sua condenação. Para os filhos, é o momento da salvação, que será seguido pela santificação.

Pois Ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado Colossenses 1:13 ____________________


Se você realmente entendeu a soberania de Deus e tem o sentimento de chutar o balde porque acredita que Ele é um manipulador, a mensagem para você é a seguinte: arrependa-se, pois, o Reino de Deus está próximo, arrependa-se e convertase para que sejam apagados seus pecados. Sabemos que Deus está no controle de tudo. Ele sabe tudo que vai acontecer, pois foi Ele que escreveu toda a história. Mas você e eu não sabemos. Por isso, devemos dar o nosso melhor todos os dias e buscar a direção d’Ele para fazer o que é certo. Mas de onde vem esse desejo de busca-lo? Dele mesmo. Sejamos gratos por isso. Escrevo este livro porque sinto a alegria de ser alcançado por Ele e de compartilhar a plenitude de vida que tenho n’Ele. Toda honra e toda glória é devida a Ele. Você e eu não temos mérito.

Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade d’Ele. Filipenses 2:13 ____________________

7. POR QUE ORAR?

RELACIONAMENTO COM ELE


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7 POR QUE ORAR? Se Deus está no controle de tudo, por que orar? Antes de explicar o papel da oração, vamos fazer o exercício ao contrário. Se acreditamos que orar fará com que Deus faça o que quero, então Deus é meu mordomo? Então se Ele é meu mordomo, por que muitas vezes não faz o que determinei através de muita oração? Comumente a resposta padrão a essa pergunta seria: “porque não era da vontade d’Ele”. Então, o que Ele faz é o que é da vontade d’Ele? A resposta é sim. E de fato, Ele sempre fará o que for da vontade d’Ele. A alternativa a essa resposta comum seria: “não orei da forma correta, na intensidade correta, pelo tempo necessário, não usei as palavras corretas ou por fim, não tive fé suficiente”. Nesse caminho, invariavelmente o indivíduo cairá numa barganha sem fim com Deus, numa relação de troca que não tem fundamento bíblico. Paulo quando orou três vezes a Deus para que o espinho em sua carne fosse retirado, ouviu de Deus a seguinte resposta: “minha graça te basta” (II Co 12:7-9). Deus simplesmente não quis fazer aquilo que o Apóstolo aos gentios o pediu. Paulo, de fato, havia entendido que o propósito da vida não consiste em conseguir o que ele queria, mas viver para a glória de Deus, porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas, glória pois a Ele eternamente. Amém (Rm 11:36). Depois de ter o pedido negado, Paulo disse: Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte (II Co 12:10). Na oração que o Filho nos ensinou, contém a seguinte frase: “que seja feita a Tua vontade assim na terra, como no céu”. Quando Ele diz isso, não está dando o poder ao ser humano de autorizar Deus a fazer a vontade d’Ele. Se você pedir ou não,


7. POR QUE ORAR?

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Deus cumprirá seu propósito. O que Ele está dando a nós, é a oportunidade de reconhecer nossa total dependência d’Ele e também de reconhecer que a vontade d’Ele é o melhor para nós. Com a influência do humanismo e nossa natureza pecaminosa, o homem veio para o centro do Universo e nossas orações a Deus passaram a ser um momento de mendicância. A oração se tornou um momento de pedir, pedir e pedir. Cerca de 17% dos entrevistados escolheram, diante das opções elencadas no Gráfico 13, que em suas orações têm como prioridade “apresentar minhas necessidades”, ou seja, pedir. Gráfico 14 - Qual o principal motivo de suas orações?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Interessante o resultado da pesquisa que reflete bem a escalada da igreja evangélica em busca de seus próprios benefícios. Cerca de 22% dos evangélicos vão a Deus apresentar suas necessidades, enquanto que esse número é menor entre espíritas e católicos, respectivamente 16% e 14%.


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Então, temos de responder: por que orar? A oração em sua essência é um diálogo com Deus, é um momento precioso de relacionamento. Em alguns momentos Ele falará com você, mas a maior parte do tempo é uma oportunidade para você abrir o coração a Ele, até mesmo porque Ele já falou com você através de toda a Bíblia, que é a palavra d’Ele. O interesse de Deus nesses momentos, é saber como vai sua vida e suas relações com toda a criação d’Ele. Deus não precisa do ser humano para nada. Ele não precisava ter criado o ser humano. Ele nunca dependeu e nunca dependerá de nada que venha do ser humano. Ele nos criou para relacionarmos com Ele. Deus já sabe o que você pensa, o que você realmente necessita, contudo, a essência da oração não está nas palavras que você diz, mas no ato de se aproximar e relacionar com seu Criador.

Imagine um garoto de 10 anos de idade que não gosta de se relacionar com seus pais. Esse filho raramente fala com seus pais. Ele prefere ficar fora de casa, com os coleguinhas. Ele não gosta da presença de seus pais. Quando indagado sobre sua afeição em relação a seus pais, ele diz: “Eu amo meu pai e minha


7. POR QUE ORAR?

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mãe”, porém essa fala é exatamente o contrário do que vive diariamente. Ele realmente os ama? Amor não é palavra, mas ação. Na prática, ele não ama seus pais, pois não se importa com eles. Agora compliquemos um pouco mais a situação. Esse filho evita ao máximo encontrar os pais, mas quando os encontra, só tem um assunto: • • • •

Preciso de dinheiro para comprar um brinquedo. Pai, tem que pagar minha escola. Pai, vai ter uma viagem da escola, preciso pagar. Mãe, quero um dinheiro para comprar um tênis novo.

Qual será o real sentimento dos pais em relação a esse filho, que há três anos tem essa postura? Esse é o sentimento de Deus com a maioria dos cristãos que o enxergam como um fornecedor de bênçãos. Nós não buscamos a Deus por quem Ele é, mas dizemos que o amamos porque queremos o que suas mãos podem nos conceder. Quando se entende que Deus está no controle de tudo, ainda há espaço para demonstrar a Ele nossas necessidades, mas não como a alguém que tem que realizar meus desejos, mas para demonstrar meus anseios e coloca-los nas mãos d’Ele, tendo o sincero sentimento no coração de que o que acontecer será o melhor para mim, pois na verdade não sei o que é melhor para mim. Entendo claramente que a vontade d’Ele é boa, perfeita e agradável. E como fica a fé, dado que Deus está no controle de tudo? Se tudo já está escrito, vamos ter fé para quê? Sob uma perspectiva humanista, os cristãos passaram a associar à fé um pensamento positivo de que se pedirmos muito a Deus e da forma certa, acreditando muito, Ele fará o que queremos, pois estaremos demonstrando que temos fé n’Ele, pela insistência e pelo pensamento positivo. Dessa forma, realmente não faria sentido o controle de Deus, pois Ele mudaria de opinião e o curso da


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história de acordo com os pedidos daqueles que oram. Gráfico 15 - Você acredita que é você quem determina seu futuro ou o futuro já está definido?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Existe uma complexidade tão grande dos eventos na vida, que é impossível controlarmos. Você pode achar que está no controle de alguns fatores, mas a grande maioria das dimensões que determinam os eventos em sua vida estão completamente fora de seu controle, como por exemplo um bêbado que vem a 100km/h e o atropela no ponto de ônibus, deixando-lhe paraplégico. Quando eu tinha 24 anos de idade, estava saindo de uma longa temporada sem relacionamentos afetivos (tem épocas que não aparece ninguém interessante, mas quando aparece uma, aparecem outras e aí a confusão está armada)! Comecei a me interessar por uma garota, mas ainda não estávamos namorando. Em uma noite de festa, fomos juntos para o local. Chegando lá,


7. POR QUE ORAR?

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ela resolveu ir dançar e como eu não conhecia nada dessa arte, fiquei sentado na mesa. Nesses poucos minutos sozinho, chegou uma amiga de infância e olhou para o salão e viu uma cadeira vazia ao meu lado. Ela veio em minha direção e sentou. Começamos a bater papo e nunca mais paramos. Essa é minha esposa Heloísa Cristina. Ela me lembrou desse evento dizendo: “se sua amiga não tivesse ido dançar, provavelmente não tivéssemos casado”. E ela está certa. Nós nos conhecíamos desde infância, seu irmão era meu melhor amigo. Sempre nos víamos, mas nunca tínhamos caminhado para esse tipo de relacionamento. Foi aquele momento que despertou um interesse diferente. Assim é a vida, são detalhes que mudam completamente a história. Imagine dois cristãos em oração profunda, com muito pensamento positivo, inclusive realizando jejum. O primeiro, seu João, é dono de um sítio nos arredores da cidade, onde há muito tempo não chove. Ele tem implorado a Deus, com muita fé, para que chova essa semana, pois as plantas estão morrendo, assim como seus animais devido à falta de água. Já Mariana, uma cristã autêntica e ferrenha, tem orado com a mesma intensidade do seu João, clamando a Deus que não chova nessa semana, pois, nesse final de semana será o seu casamento e os dias que antecedem serão os preparativos, a chuva atrapalharia seus planos. O único problema dessa história é que Mariana irá casar no sítio do seu João. Eles pressionaram Deus contra a parede? E agora, como Deus irá realizar os desejos desses dois cristãos ao mesmo tempo? Deus não está à mercê dos nossos desejos. Esse tipo de situação está acontecendo milhares de vezes por dia ao redor do mundo. Desejos conflitantes.


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Gráfico 16 - Você acredita que coisas ruins que acontecem a você são necessárias para o bem de outros?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Nós nos cercamos de tantos interesses e desejos que vários deles inevitalmente serão conflitantes com os interesses de outras pessoas e, portanto, para que alguns tenham suas necessidades e/ou desejos atendidos, outros não os terão, o que é enxergado somente por 30,5% dos respondentes. Contudo, Deus não muda, Ele não está preso ao espaçotempo. Ele não está surpreso com o que está acontecendo agora e não adequa suas ações aos fatos.

Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Tiago 1:17 ____________________


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Esse pensamento positivo não é fé. Fé é fazer o que Ele manda sem se preocupar com as consequências. Fé é fazer o que Ele manda sem duvidar e não mandar que Ele faça o que queremos porque acreditamos muito n’Ele. Invertemos a lógica. Fé é o que Abraão demonstrou quando Deus disse: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei” (Gn 12:1). Abraão foi. Sem questionamentos, sem medos, sem receios, sem duvidar do Deus que lhe ordenara. Isso é fé.

Fé de fato é a certeza das coisas que esperamos e a prova das coisas que não vemos (Hb 11.1). As coisas que Deus já determinou nas escrituras sagradas vão acontecer e aguardamos por elas. Já as coisas que não vemos, confiamos que Deus vai cumprir, pois sua palavra é a verdade. Todos nossos desejos que não são promessas na Bíblia, dependemos completamente do desejo dEle em fazer ou não e devemos nos sujeitar a vontade dEle, pois Ele sabe o que é melhor para nós. Os mesmos que veem fé como uma insistência para que Deus faça o que queremos, também costumam usar termos como “Deus está no controle” e “Deus que te trouxe aqui essa noite. Ele trouxe exatamente quem deveria estar aqui”. Uma pergunta de coerência surge naturalmente nesse contexto: se Deus


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está no controle, por que acreditamos que devemos insistir em mostrar a Ele que cremos que Ele vai fazer o que pedimos? Se Ele está no controle, descanse. Se ele manda, faça. Tenha fé no que Ele diz. Ele não fala somente direto aos nossos corações ou através de pessoas que nos trazem uma mensagem que verdadeiramente vem de Deus, mas Ele fala através de cerca de mil páginas das Escrituras Sagradas. Nós que não costumamos estudar suas palavras e ficamos fazendo insistentemente pedidos que são antibíblicos, com o pensamento positivo de que Ele vai atender, por falta de conhecimento da palavra d’Ele. E nesse movimento, muitos se frustram e abandonam a fé. Fé não é um instrumento para conseguir o que meu coração enganoso e pecaminoso deseja, mas uma demonstração de amor pelo Criador, em que deixamos claro para Ele que pertencemos completamente a Ele, somos totalmente dependentes, sabemos que a vontade d’Ele é boa, perfeita e agradável e iremos obedecê-lo independente do que Ele ordenar, pois Ele é nosso Senhor e nós, somos seus escravos. Escravo não questiona, executa. Assim, podemos deleitar e descansar n’Ele, porque Ele tem cuidado de nós. Deixamos a escravidão do pecado para sermos escravos de Cristo, pelo qual através de uma vida de completa sujeição à sua vontade, encontraremos a plenitude de vida. Encontraremos, de fato, quem nós somos sem a influência do pecado que nos consome. Escravo não impõe nada a seu senhor, mas obedece. E como é vivificante ser escravo d’Aquele que deu a sua vida para que tivéssemos vida n’Ele. Mas se Deus está no controle de tudo, como pode haver festa no céu por um pecador que se arrepende, dado que toda a história da humanidade já foi escrita pelas mãos de Deus?

Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. Lucas 15:7 ____________________


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Já assistiu a um drama em que no clímax, você pega a mulherada chorando pelo sofrimento do mocinho? Tais histórias, mesmo não sendo verídicas, despertam envolvimento e comoção, que dirá a história da vida real. Nos filmes, o autor já tinha escrito a história há muito tempo. Já estava tudo determinado, mas, mesmo assim, emocionamos, vivemos o momento. Esse exemplo demonstra que por Deus ter escrito toda a história, a frieza não é o destino da humanidade. Ao determinar tudo, Deus não deixa a história sem graça. Não é uma ficção. É a história da nossa vida, que não sabemos o dia de amanhã, pois o futuro pertence a Deus. Os anjos que festejam a transformação de vidas aqui na Terra também não conhecem o futuro e eles se alegram assim como nós, quando um pecador se arrepende. A principal consequência da história já estar escrita, é que podemos confiar plenamente em Deus, pois o que Ele disse vai acontecer. O que Ele diz nas Escrituras Sagradas não era referente ao que estava pensando em fazer, mas se trata do que já estava definido que aconteceria. Ele já escreveu a história de cada indivíduo e nos ensina a não nos preocupar com o amanhã. Devemos viver, alegrar, torcer e vibrar, enfim, estar completamente conectado a toda criação de Deus, pois Ele fez tudo aqui para usufruirmos. Lembre-se do momento em que Ele colocou o homem Adão como o regente de toda a criação, tudo é para nossa alegria. O futuro pertence a Deus e por isso nós devemos sonhar os sonhos d’Ele, pois além de ser o que vai acontecer, é o melhor para nós.

Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu


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próprio mal. Mateus 6:31-34 ____________________

A vida não se torna sem graça. A vida se enche de graça, pois, entendemos o cuidado d’Ele por nós. Ele não nos deixou um fardo para carregarmos, nos responsabilizando pelo nosso sustento. Trabalhamos porque Ele nos ordenou e fazemos tudo como se fosse para Ele. O desgaste da vida no stress do dia a dia não foi feito para os cristãos. Isso é para os pagãos, que se preocupam com as necessidades básicas da vida. Nós não precisamos disso, podemos descansar n’Ele. Devemos orar, e muito, para relacionarmos com Ele e também pelo próximo, pois agora você não está no foco. Primeiro Deus, em segundo lugar o próximo e, por fim, você. Fé é crer que a Bíblia é a Palavra de Deus. E se eu creio, eu me empenho em vivê-la. Não vou a ela para encontrar o que concorda com meu pensamento, mas vou a ela para ouvir Deus falar comigo. A famosa e antiga canção de Gonzaguinha, “fé na vida, fé no homem, fé no que virá”, é exatamente o contrário do que diz as Escrituras. Nossa fé não está baseada na vida que se esvai, no homem que é pecador ou no futuro que não nos pertence. Nossa fé, está em uma pessoa, Jesus Cristo, aquele que era, que é, e que há de vir. Ele é o autor da vida. Fé é saber que o que Ele nos diz nas Escrituras é a verdade absoluta e que não precisamos flertar com conceitos que mudam frequentemente. Infelizmente quase 40% do entrevistados não veem a Bíblia como verdade absoluta.

Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele. João 14:21 ____________________


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Portanto, ore todo o tempo e confie n’Ele. Sabe quando fazemos tudo na vida e nunca nos lembramos de Deus? Não oramos. Acordamos, tomamos café, nos arrumamos, vamos para o trabalho, trabalhamos, almoçamos, trabalhamos mais, vamos para a faculdade, voltamos para casa, tomamos banho, jantamos, assistimos TV e nos últimos segundos de energia dirigimos algumas palavras a Ele. Isso pode ser considerado relacionamento com Deus? Já viveu uma época em sua vida que Deus está sempre presente em sua mente? Você fala com Ele sobre coisas simples e também sobre situações difíceis? Você não se esforça para ficar orando, brota do coração a gratidão e o desejo de falar com Ele. Nesse tempo, você tem orado. Qualquer pai quer ouvir de seu filho coisas de todo tipo a todo tempo. Não somente pedidos em momentos formais ou um “boa noite pai”. Deus nos criou para relacionar com Ele, era isso que Ele fazia todos os dias com Adão e Eva no Éden.

Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. 1 Tessalonicenses 5:17-18 ____________________

Crer em um Deus que ama, mas ao mesmo tempo atrai para si alguns e rejeita outros, parece ser confuso. Contudo, essa análise que fazemos comumente não leva em consideração os pressupostos que estamos utilizando. Esse raciocínio normalmente é construído sob uma ótica de amor como sentimento positivo em relação a outra pessoa, o gostar de alguém ou de algo. A mentalidade da frase inicial é um esforço sem sentido de enquadrar o amor de Deus pela sua criação ao conceito definido por homens finitos e falhos.



8. SOMOS INCOERENTES

NÃO FAZ SENTIDO


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8 SOMOS INCOERENTES Como diria C. S. Lewis, o Gênio Milenar, ao longo dos séculos, conseguiu fazer com que convivamos com conceitos conflitantes em nossa mente, como se tudo estivesse correto. E para piorar, muitas vezes nem percebemos. Passamos a valorizar tanto o ser humano, colocando-o no centro do universo que, dentro do próprio Cristianismo, Deus foi tornando-se um mero mordomo, que está a meu dispor para realizar meus desejos, bastando que eu, de alguma forma, alimente essa divindade. Estelionatários usaram o dinheiro como a matéria-prima que alimenta a divindade. Outros líderes, não interessados nos bolsos de seus prosélitos, associaram as dádivas divinas à oração diligente, vida de integridade, o que gerou um questionamento jamais respondido: por que debaixo de tanta oração, de tantas pessoas, com tanta intensidade e fé, o enfermo faleceu? Aos prosélitos restava crer que falharam em como pedir a cura ou deveriam atribuir a algum pecado cometido, enfim, em algum detalhe que lhes havia passado despercebido. Já o ímpio, sem oração, fé ou qualquer virtude cristã viu seu ente querido ser curado de uma doença e em estado terminal. Como explicar? Nesse caso, cristãos poderiam atribuir a cura ao Gênio Milenar. Contudo, não foi o próprio Deus que criou o Gênio Milenar? Mas Deus não é infinitamente maior do que qualquer uma de suas criaturas? Poderia o Gênio Milenar fazer alguma coisa sem o consentimento do Criador do Universo? Se o Criador do Universo mesmo não desejando a realização do pedido do Gênio Milenar, ao permitir, não estaria consentindo e, portanto, exercendo seu controle total de toda e qualquer criação? A alternativa que restava aos prosélitos era de que a vontade de Deus se cumpriu e o falecido estava em uma situação


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muito melhor do que nós, pois estaria junto a Deus nos céus preparados para seus filhos. Então o controle de Deus entrava em cena? Será que os dias de cada indivíduo estão contados? Todos têm o dia certo de partir?

Os dias do homem estão determinados; tu decretaste o número de seus meses e estabeleceste limites que ele não pode ultrapassar. Jó 14:5 ____________________

Chegamos ao extremo de usar o termo “não foi você quem escolheu a Deus, mas Ele te escolheu” para demonstrar a importância do ser humano, sem refletir que isso significa a dependência do ser humano à vontade de Deus e não o contrário. Segundo Ed René Kivitz, o cristianismo é a única religião que não segue a regra básica de Divindade e Fiéis. Em todas as religiões, os fiéis fazem exatamente o que a divindade quer para que a divindade realize seus desejos. No cristianismo, a divindade se entregou pelos fiéis, a divindade lavou seus pés, a divindade ensinou que quem quer ser o maior, que sirva a todos. Recentemente estava assistindo a um vídeo curto sobre a Segunda Guerra Mundial e o tema eram as atrocidades cometidas por Adolf Hitler e, para minha surpresa, depois que li uns 15 comentários de pessoas diversas na página da matéria, a maioria simpatizava, concordava ou buscava argumentos para tornar o holocausto justo. O maior problema é que essas pessoas se estivessem na Alemanha ou Polônia durante a Segunda Guerra Mundial, seriam exterminadas devido a sua nacionalidade, sua raça, enfim, por não serem arianos. O ponto é que para essas pessoas terem essa visão de mundo, elas foram influenciadas por alguém, por alguma mídia, de alguma forma. Suas maiores influências na vida podem vir de fontes como uma pessoa qualquer, cujas experiências a levou a acreditar que abusar de crianças tem um lado positivo. Ela crê e defende tal


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postura porque já abusou de crianças. Ela se prepara e formula teorias que aparentemente têm alguma lógica. Se você não tiver bases sólidas, pode enxergar coerência em tais teorias e começar a acreditar que há alguma virtude em abusar de crianças, pois falta base para refutar, através da identificação das falhas dessa teoria, que comumente estão nas suposições equivocadas que carregam. Pode parecer loucura tal raciocínio, contudo, o mais ilustre defensor da fé no ateísmo da atualidade, Richard Dawkins, chegou a dizer que “não vê problemas em uma leve pedofilia”. Ideias altamente nocivas e alienantes à humanidade sempre se iniciaram de forma sútil. Hitler não chegou em um belo dia e disse a seus comandados: “vamos matar 6 milhões de pessoas?”. As ideias sempre começam suaves, porém sempre polêmicas e gerando uma discussão que cada vez mais irá pender para a maldade, para princípios criados por pessoas extremamente manipuladas, como é o caso de Dawkins, que no mesmo momento que defende o abuso de crianças, menciona a experiência de ter sido abusado no passado. A pergunta básica é: então ele quer generalizar algo explicitamente danoso a seres indefesos com base na experiência que ele teve? O próprio artigo deixa claro que sim, pois ele diz que para ele não causou problemas e ele “acha” que para seus colegas, que também foram abusados pelo mesmo professor, não houve danos. Portanto, o raciocínio dele induz a: libera o abuso leve de crianças por adultos.


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Gráfico 17 - Você consegue ver alguma virtude na pedofilia?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Pode parecer extremamente absurda essa formulação hoje, mas em pouco tempo não o será se a sociedade continuar, cada vez mais, afastando-se dos princípios eternos, que há alguns milênios nos foram dados e que são extremamente relevantes nos dias de hoje. Quanto mais relativizamos a vida, mais veremos atrocidades como essa. Quanto mais nos aproximamos das verdades divinas eternas, que são tão atuais mesmo tendo milênios de existência, menos vulneráveis a ideias absurdas estaremos. Contudo, sobre o caso do senhor Dawkins, é necessário reconhecer algo fundamental: nessa circunstância ele foi honesto a seus princípios. Ele crê que o Universo veio do nada (mesmo sem explicar o começo de tudo). Ele crê que o ser humano é nada mais nada menos que um conjunto de massa, assim como um macaco, uma planta, um germe ou um metal. Portanto, tudo que se pode fazer com um punhado de terra, que também é massa, pode-se fazer com um ser humano, mesmo que esse ser humano tenha apenas 6 meses de vida. Nessa postura, ele foi


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coerente com seus fundamentos, temos de reconhecer. Essa coerência está em falta naqueles que não creem no Criador do Universo. E isso é inevitável, pois são tantas pessoas criando conceitos com base em experiências, dores, marcas, interesses e ambições completamente diferentes, que o único resultado possível é a incoerência do conjunto da obra. Ao vermos frases como “o modelo de Gamow descreve com precisão o que ocorreu com o cosmo a partir de um milésimo de segundo após o ‘bang’, um triunfo científico”, dita por Marcelo Gleiser em seu livro Poeira das Estrelas, percebemos os fundamentos tão vulneráveis que têm sido utilizados pela população em geral. Nesse livro, o renomado astrônomo brasileiro vai tentar explicar as origens do universo. Entender com precisão algo que teria ocorrido há mais de 13 bilhões de anos e não conseguir prever os seis números da Mega Sena de amanhã é um raciocínio completamente incoerente. A lógica para olhar para trás é a mesma que utilizamos para olhar para frente, descoberta de padrões. Se com base nas informações que temos dos últimos anos conseguimos saber exatamente o que ocorreu há mais de 13 bilhões de anos, seria extremamente fácil prever com precisão o que irá acontecer amanhã, o que ninguém consegue. Tal raciocínio é incoerente com outra frase do mesmo livro “se existe algo que a ciência nos ensina é a humildade”. São crenças fortes como essa que vão revelar uma religião cujo seus fiéis são tão ou mais fervorosos do que os cristãos, o ateísmo. Gleiser vai reconhecer, em seu livro, que “...ninguém é de ferro e os cientistas também têm seus preconceitos...”. A partir do momento que confiamos no que o homem está definindo, estamos aceitando todos os seus pressupostos, crenças, interesses, intenções e assim por diante. A religião não é o oposto da ciência. Muito pelo contrário. A ciência vem comprovando há séculos o que está dito por Deus na Bíblia. Como dito anteriormente, a Reforma Protestante foi um dos principais estimulantes ao desenvolvimento da ciência. Tal desenvolvimento da ciência tem trazido grandes avanços,


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pois a capacidade dos homens de aprender, produzir experimentos e transferir conhecimento veio do próprio Deus. Ele quis que explorássemos toda a criação e esse processo glorifica a Ele. Porém, em tudo devemos ser honestos e transparentes e não manipular dados e informações para somente comprovarmos o que tínhamos em mente antes do estudo. Por fim, após juntarmos diversos conceitos conflitantes com a Bíblia, provenientes de filosofias, psicanálises e ensaios psicológicos, nossa vida se assemelhará a uma colcha de retalhos, cheia de remendos, buracos, recortes estranhos e conflitantes, dado que tais conceitos não são conflitantes somente com a Bíblia, mas o são entre si também. Como mencionado por C. S. Lewis, fomos acostumados a conviver com essas inconsistências, inclusive sem questionar. É verdade que as áreas de estudo mencionadas produzem conteúdos úteis, contudo, em cada uma delas teremos uma dúzia de linhas de pensamentos distintas, o que levam a conclusões diferentes. Já a combinação de todas as linhas de pensamento de cada uma das áreas irá gerar infinitas possibilidades. A pergunta seria: qual devo seguir? Qual é a correta? Qual realmente funciona? A resposta já foi dada há dois mil anos: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Só Cristo é a verdade. A verdade é uma Pessoa e dependemos completamente dela para alcançarmos a vida plena.

Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. João 14.6 ____________________

O conhecimento, fragmentado por diversas mentes, só gera incoerências. Um dos motivos da Bíblia ser a Palavra de Deus é que mesmo tendo sido escrita por cerca de 40 escritores e por um período de quase 2 mil anos, ela é consistente. Hoje podemos pegar dois estudiosos da mesma área, da mesma geração, falando sobre um mesmo assunto e termos visões com-


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pletamente diferentes. A quem seguir? A Bíblia é atual mesmo tendo milhares de anos. Gráfico 18 - Você crê que tudo que está na Bíblia é a verdade absoluta? (% sim)

Fonte: Dados da pesquisa do autor.

A mensagem de Deus para nós humanos, revelada nas Escrituras Sagradas, é o necessário para uma vida com significado. Não podemos depender da nossa capacidade intelectual para escolher, pois estaríamos fadados à depravação total. Felizmente Ele é soberano e nos escolheu para darmos frutos, frutos que permaneçam.


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Gráfico 19 – O que é mais valioso para você: seu animal de estimação ou uma criança que é filho de um desconhecido?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Por não termos na pesquisa um grupo significativo de ateus, não pudemos quebrar o resultado da pesquisa acima para identificarmos a coerência dos mesmos, contudo, é surpreendente ver que entre evangélicos, 92% creem que a Bíblia é a verdade absoluta. Desse mesmo grupo religioso, 33,7% acreditam que seu animal de estimação tem o mesmo valor que uma criança desconhecida. A Bíblia é clara ao falar que o ser humano recebeu o sopro de vida do próprio Deus, que o homem é a imagem e semelhança do Deus, ele é o regente de toda a criação e, portanto, ele tem uma posição completamente diferente do restante da criação. Para piorar ainda mais a situação, 6,7% acreditam que seu animal de estimação tem mais valor do que uma criança desconhecida. Precisamos ser coerentes com o que cremos. Se autodenominamos cristãos, que vivamos fundamentados nas Sagradas Escrituras, se somos ateus, que vivamos os princípios de que


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tudo vale, pois, tudo é matéria. Sejamos coerentes.


9. QUEM SOMOS

NÃO SOMOS O QUE ACHAMOS OU FINGIMOS QUE SOMOS


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9 QUEM SOMOS

Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. Romanos 3:10-12 ____________________

E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Genesis 6:5 ____________________

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia... Isaías 64.6a ____________________


9. QUEM SOMOS

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Gráfico 20 - Você acredita que o ser humano em sua essência é:

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Conforme é refletido na pesquisa, onde a maioria das pessoas (70,5%) acreditam que o ser humano é em sua essência bom ou nem bom nem mau, e somente 23,4% entende o homem como sendo mau, uma onda de valorização do ser humano invadiu o mundo, e como se não bastasse, invadiu também o ambiente cristão. A psicologia buscando gerar felicidade nos seres humanos, não importando os métodos e os pecados do indivíduo, nos fez acreditar que somos bons e, portanto, merecemos coisas boas. Se elas não estão vindo, tem alguma coisa errada e vamos fazer alguns ajustes na rota que tudo vai dar certo. Tal abordagem isolava Deus completamente do contexto, pois, dessa forma, o que acontece com o ser humano não é proveniente de uma ação de Deus, mas o acaso ou consequência de pecado. Como já mencionamos, para Deus não existe aleatório. Deus prova seu povo, cura quando quer, não cura quando não quer curar, supre as necessidades físicas e mentais. Ele está no controle.


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Portanto, a aparente virtude da farsa em crer que o homem é bom, nada mais gerou do que expectativas frustradas de que as coisas devem acontecer da forma como eu gostaria, pois eu mereço. Sigmund Freud chegou ao ponto de isentar o ser humano de seus erros e atribuir suas mazelas aos seus antepassados, aos seus pais, ao externo. Essa foi outra tentativa de superestimar o ser humano, que novamente foi fatal, gerando incoerências na mente humana e frustração, pois todos os seres humanos foram dotados por Deus de moral e consciência de seus erros. Dizer que é culpa do outro não remove a consciência de ter errado. Com a queda de Adão no Éden, a única coisa que passamos a desejar foi o pecado. É a graça de Deus que nos impede de vivermos somente pecando. Com a queda do homem, nos tornamos pecadores desde o nascimento. Somos maus. Quando de fato entendemos as três passagens bíblicas do início deste capítulo, só sobra uma conclusão: o que merecemos na verdade é o inferno. Mas quando digo inferno, não me refiro somente ao destino daqueles que não são de Deus, mas também a uma vida infernal hoje. E quando digo viver um inferno na terra, é tudo, exatamente tudo dar errado. Tente imaginar essa situação! Frequentemente faço esse exercício e naturalmente agradeço a Deus pela misericórdia d’Ele sobre minha vida. Somos injustos, não entendemos Deus, não buscamos a Deus, nos afastamos de Deus, somos inúteis, não fazemos o bem, todo nosso pensamento é para o mal e nossa justiça é tão corrompida pelo pecado da parcialidade, do orgulho, do egoísmo e da ganância, que é semelhante a um pano utilizado por uma mulher em seu período menstrual. Essa é a realidade do ser humano de acordo com as Escrituras Sagradas. Novamente, não temos mérito no que fazemos de bom. Então, talvez pensaríamos: saber disso é deprimente! Muito pelo contrário, nos faz ser gratos pelo que temos, mesmo sendo miseráveis, merecendo que tudo desse errado todos os dias da nossa vida, merecendo que nossa esposa fosse igual ao Diabo, merecendo que nossos filhos nos agredissem todos os


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dias, merecíamos dormir ao relento, na chuva e no calor, merecíamos não ter o que comer, o que vestir e o que beber, enfim, somos dignos do pior que pode acontecer a um ser humano, pois somos maus. Contudo, Ele tem cuidado de nós. Aprouve a Deus nos escolher desde o ventre de nossa mãe, assim como ele escolheu o apóstolo Paulo. Assim, o sentimento de gratidão é profundo para com Aquele que me escolheu, mesmo eu não tendo beleza alguma que pudesse o atrair, muito pelo contrário, já concebido em pecado. Ele me quis. O mundo deixa de ser preto e branco onde a murmuração é constante, pois, na prática, vivenciamos situações inesperadas e desagradáveis constantemente, mas para aqueles que sabem quem são de fato, em tudo há beleza. Em tudo posso ser grato. Não mereço o copo de água que bebo, por isso sou grato. A vida se torna agradável, faz sentido.

Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. 1 Tessalonicenses 5:18 ____________________

Existe um desejo que é senso comum: que as pessoas sejam simpáticas umas com as outras, sejam generosas, demonstrem amor, sejam gentis com os demais. Comumente, desejamos ter essas virtudes e esperamos que os demais as vivam. Sair desse contexto gera desconforto, pois seria se tornar politicamente incorreto. A ONU desenvolveu uma estratégia de estimular o respeito e o bem-estar através da definição de oito objetivos para o milênio, onde se incluem, por exemplo, acabar com a fome e miséria, melhorar a qualidade de vida e do meio ambiente, assim como o combate a AIDS, malária e outras doenças. Muito bonito no papel, pois vai ao encontro com o sentimento de valorizar o que faz bem ao homem. O problema é: com a supervalorização do ser humano, gerada nos últimos séculos, eu como indivíduo me tornei tão importante que faço


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tudo para o meu bem-estar. Dessa forma, até que o bem comum não infrinja meus interesses pessoais, eu irei apoiá-lo. A partir do momento que acabar com a fome do mundo exija que eu deixe de trocar o meu carro que tem dois anos de uso, tal movimento já não será interessante para mim. Justificativas para a troca do meu carro e justificativas de que a miséria alheia é culpa de quem a sofre não faltarão. Gráfico 21 - Se para fazer o bem a alguém você fosse prejudicado, mesmo assim você o faria?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Mesmo não sendo uma resposta “politicamente correta”, 15% dos respondentes declaram explicitamente que não estão dispostos a nenhum prejuízo para beneficiar outras pessoas. O que você imagina que aconteceria se colocássemos na pergunta um nível elevado de sacrifício para beneficiar o próximo? A mensagem do bem ao próximo é bela, mas a ação é inviável porque primeiro sou eu, e como eu sou muito importante, não há


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limites para os meus caprichos e, portanto, o máximo que consigo é dar uma esmola para uma entidade beneficente ou para um morador de rua. Na prática não precisamos de muito para colocar o próximo de lado. Basta que ele nos faça perder um pouco de tempo, que nos priorizamos e não podemos parar para ouvi-lo, não permitimos que passe a nossa frente no trânsito. Nós acreditamos que nosso tempo é mais valioso do que o tempo dos outros. Agora imagine que o bem do próximo exija de você correr riscos físicos e até risco de morte? Imagine que para sua demonstração de amor acarrete perdas financeiras? Ainda vale colocar o próximo e por que não dizer, o todo em primeiro lugar? Raras exceções vivenciam consistentemente ao longo do tempo tal comportamento. Isso porque ser gentil por ser gentil não funciona para aqueles que estão sentados no trono de Deus. A validade de ações desse tipo para aqueles que não reconhecem a soberania de Deus é muito curta. O eu não suporta ficar muito tempo em segundo plano. Dura uma noite para quase a totalidade dos seres humanos. Não é sustentável. A conta do bem de todos não fecha.


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Gráfico 22 - Se para fazer o bem a alguém seu pequeno filho fosse prejudicado, ainda assim você o faria?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Até parece ser nobre o zelo que temos pelos nossos filhos, mas a estatística acima nada mais demonstra que não conseguimos priorizar o próximo se nosso filho for sofrer o dano, pois o nosso filho nos traz prazer, alegria, “é meu”. O outro não me importa. Quando vemos que 58% das pessoas não fariam o bem ao próximo, devemos considerar que a pergunta nem chegava a questionar se chegaríamos a dar nossa vida pelo próximo, o que poderia ser a morte do seu filho pelo próximo, como Deus deu o seu por pecadores. É claro que não estou fazendo apologia a qualquer tipo de atrocidade com filhos, Deus condena qualquer ato de violência ao próximo. O intuito aqui é entender que nossos filhos devem aprender a levar prejuízo ao amar o próximo como Cristo amou a Igreja, com um amor sacrificial. Hoje, se uma criança de 3 anos de idade olhar para nossos filhos de forma mais agressiva, já nos sentimos machucados, enquanto nossas crianças deveriam estar preparadas a dar a vida pelo


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próximo. Uma postura muito comum de pais e mães é proteger seus filhos. É nobre e divino tal ato. Contudo, desde que seja honesto. Não raro é ver pais acobertando os erros de seus filhos e sendo parciais. Isso é cruel. Defender o filho a qualquer preço e em qualquer situação é anticristão. Essa situação revela que acreditamos que nossos filhos são mais importantes do que os filhos dos outros, portanto, defenderei o meu. Se o outro quiser, que ele defenda o filho “dele”. E na prática, é isso que acontece e a confusão está armada. Ter filhos é um privilégio dado por Deus, eles são herança de Deus para nós. É uma honra para mim poder cuidar das minhas filhas. Ao mesmo tempo, Deus concedeu a elas o privilégio de serem muito amadas, de serem bem-cuidadas pelos seus pais, avós, tios, primos e pessoas que estão a sua volta. Além disso, elas são crianças agradáveis, alegres, carismáticas. Elas foram muito agraciadas por Deus com essas virtudes. O que ocorre na prática é que quando existe um conflito com outras crianças, nós, os pais, olhamos para os defeitos da outra criança e já apontamos os possíveis erros de seus pais em sua educação. Nesse momento, em que vemos que a outra criança não teve os mesmos privilégios que nossos filhos, de uma boa educação e de terem tais virtudes, nossa postura ao invés de ser amá-las, compadecer-nos delas, de ter paciência e demonstrar carinho, comumente é de recriminação. Invertemos a situação. Damos mais valor, atenção, carinho e cuidado para os privilegiados. Para os que tiveram uma realidade de vida mais difícil ou nasceram com características menos aceitáveis pela sociedade, os rejeitamos. A partir do momento que entendemos que os filhos que cuidamos não são nossos (mesmo chamando de nossos filhos), deveríamos entender que todos somos iguais. Nossos filhos não são dignos de serem privilegiados em relação aos filhos dos outros. Muito pelo contrário, devemos sempre colocar Deus em primeiro lugar, o próximo em segundo e por fim, nós. Nossos


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filhos precisam aprender conosco a colocar o próximo antes de si mesmos, dar a vez para o coleguinha. Preocupar com os interesses deles, permitir que eles brinquem com todos os seus brinquedos, mesmo que eles não permitam que nossos filhos brinquem com os brinquedos deles. Esses princípios pouco vividos na sociedade do século XXI, precisa ser arraigado desde a infância em nossos filhos. A sociedade foi treinada, ao longo do tempo, pelo Gênio Milenar a sempre voltar o eu para o centro da nossa vida. Muitos até conseguem realizar “boas obras” por um tempo um pouco mais longo, mas comumente estão em busca de satisfação pessoal, de uma recompensa em outra vida, de algo em troca. Não é generosidade pelo próximo, mas generosidade para si mesmo, inclusive quando o fazemos para nossos filhos, pois eles nos dão prazer, são “nossos”. Observe que é comum vermos espíritas estimularem a ação social, obras de caridade, pois sendo uma “pessoa boa” nessa vida, você será um ser melhor na próxima encarnação. Contudo, não há autenticidade nesse tipo de generosidade, mas um egocentrismo que chega ao ponto de se orgulhar perante outros homens por ações que aparentemente são para o outro, porém, na verdade são para o próprio indivíduo que as realiza ao ser beneficiado na próxima encarnação. Ser generoso de forma autêntica só é possível quando realmente se entende que Deus está no controle de tudo. Dessa forma você não precisa se proteger de possíveis danos, você não está em busca do seu bem-estar, você não é a primeira coisa que vem à mente no momento de decidir se brigo com minha esposa pelo atraso no encontro marcado, pois tudo é para a glória d’Ele e, em minha atitude perante esse atraso, posso glorificar a Deus, posso demonstrar amor, posso demonstrar mansidão, posso demonstrar domínio próprio, posso descansar porque Ele tem cuidado de nós. O propósito maior da vida não está no aqui e agora. É a eternidade com o Criador do Universo. O que é um grão de


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areia comparado a toda a areia de uma praia? Nossos 80 ou 100 anos de vida são mais insignificantes do que um grão de areia, se comparados à eternidade. Com Ele no centro, obedecer a suas ordenanças de colocar o próximo em primeiro lugar faz todo o sentido e não é tão doloroso. Com o eu no centro, se torna impossível. Toda a humanidade tendo Deus no centro de suas vidas não seria muito diferente de viver o Céu na Terra. Porém, é fato que muitos não entenderão essa mensagem, não se achegarão a Deus e continuarão a aprofundar, cada dia mais, em uma vida pecaminosa e egocêntrica. Esse é o desequilíbrio que existe, pela mistura de humanos que vivem o Fruto do Espírito e humanos que vivem as Obras da Carne, que chegará ao seu ápice no dia em que os bodes forem separados das ovelhas por Jesus Cristo.

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Gálatas 5:19-24 ____________________ Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a


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criação do mundo. Mateus 25:31-34 ____________________

Acredito que o meu carro é mais importante do que o dos outros, e esse é um dos fatores que me angustia quando batem nele. Isso não podia acontecer, agora ele nunca mais será o mesmo. Acredito que o meu filho é mais importante do que os filhos dos outros, por isso, nem sonhe em levantar a voz para o meu filho. Se tocar de forma um pouco mais ríspida, chamarei a polícia. Nesse último comportamento, há um erro gravíssimo já mencionado: acreditamos que o filho é nosso, como se tivéssemos a capacidade de produzi-lo sozinhos. Não entendemos que esses meses ou anos ao lado dele é um privilégio concedido por Deus, que pode ser revogado a qualquer hora. Não entendemos que a capacidade de cuidar de uma criança foi-nos dada pelo próprio Deus. Que tudo é d’Ele, por Ele e para Ele (Rm 11:36). Além desse primeiro erro, acreditamos que as outras crianças são inferiores em relação ao meu filho. Vislumbramos uma batalha onde cada um defende o que “é seu”. Todos somos iguais. Os filhos do próximo têm exatamente a mesma importância dos meus filhos. Portanto, devo ser imparcial, independente de quais pessoas criadas por Deus estejam envolvidas. A mentalidade protecionista gera atrocidades das mais diversas. Esse raciocínio segregador de superioridade de alguém ou algo com base em princípios não bíblicos tem sido disseminado pelo Gênio Milenar há séculos e tem chegado a destruir até nações inteiras. Todo esse comportamento é derivado da influência do pecado em nossas vidas, que faz separação entre nós e Deus.

Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Isaías 59:2 ____________________


10. CREIO EM DEUS

NOSSOS DEUSES


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10 CREIO EM DEUS Em países de maioria cristã, a resposta básica para a pergunta “Você crê em Deus?” é “sim”. Na pesquisa tivemos apenas 0,9% dizendo não. Contudo, quando se lê na Bíblia que aquele que crê em mim será salvo, não quer dizer aquele que diz que crê em mim será salvo. Crer significa viver. Se você crê de fato em algo, você o vive. Gráfico 23 - Você acredita que Deus existe?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Lembro-me de estar na beirada da piscina com milha filha e dizendo: “pode pular que papai te segura”. Contudo ela não pulava. Eu dizia: “filha, você acredita que papai vai te segurar?”. Ela respondia prontamente: “Acredito papai”. Então eu respon-


10. CREIO EM DEUS

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dia: “Então pula!”. Ela não saía do lugar. Nossa relação com Deus costuma ser dessa forma. Acredito em Deus, mas não a ponto de levar Isaque para ser sacrificado. Ou menos, acredito em Deus, mas a Bíblia é meio complicada, por isso nunca a estudei de verdade! Acredito em Deus, mas a Bíblia – que é sua palavra – não é tão confiável. Gráfico 24 – Você crê que tudo que está na Bíblia é a verdade absoluta?

Fonte: Dados da pesquisa do autor.

A pergunta racional e óbvia é: “Se você não confia na Bíblia, quem é esse deus que você diz crer nele?”. Esse nome “Deus” é extremamente genérico na modernidade. Dizer que crê em Deus ou em Jesus Cristo não diz nada sobre seus fundamentos, mas diz mais sobre você ser uma pessoa politicamente correta, pois dizer que não crê em Deus pode não soar bem. Além do mais, vemos pessoas que dizem crer em Deus também dizerem que acreditam na teoria da evolução, assim como na teoria do Big Bang, como ainda é ensinado em escolas como verdades.


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Pessoas que acreditam em ideias que por terem algum teor científico, por menor que seja, são verdades. Tabela 1 - Cruzamento das perguntas: Você acredita que Deus existe VERSUS Você acredita que tudo que existe no Universo veio de uma explosão há 13 bilhões de anos atrás?

Fonte: Dados da pesquisa do autor.

Daqueles que creem em Deus, quase 16% acreditam que o Universo veio de uma explosão. Deus explicitamente cria o Universo conforme relatado no início da Bíblia e, de acordo com a cronologia bíblica, o Universo teria algo em torno de 10 a 14 mil anos. Interessante que cientistas criacionistas utilizaram a mesma metodologia utilizada por outros cientistas para estimar a idade do Universo; e descobriram que se o Universo, ao invés de estar esfriando, estiver esquentando, a idade dele seria algo entre 10 e 14 mil anos, de acordo com Adauto Lourenço. A ciência ainda não consegue definir se o Universo esquenta ou esfria por falta de equipamento, mas esperamos que em breve consiga.


10. CREIO EM DEUS

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Tabela 2 - Cruzamento das perguntas: Você acredita que Deus existe VERSUS Você acredita que tudo que existe hoje veio da evolução de algo mais simples e, portanto, o homem veio do macaco?

Fonte: Dados da pesquisa do autor.

Aqui a situação piora, pois vai para 21,2% o volume de pessoas que acreditam em Deus e, ao mesmo tempo, acreditam que o homem veio do macaco. Novamente, Deus explicitamente cria o homem Adão, e sopra em suas narinas o fôlego de vida. Como podemos então crer em Deus e na teoria da evolução? Lembrando que “teoria é um conhecimento especulativo, metódico e organizado de caráter hipotético e sintético” (fonte: Dictionary Apple Inc version 2.2.1). A complexidade do Universo, que aprendemos dia após dia pela ciência, mostra que ele só pode ter sido criado por um ser que tenha uma capacidade infinitamente superior ao que podemos imaginar. Segundo o cientista Adauto Lourenço, a termodinâmica nos diz que a tendência normal de todas as coisas é ir do organizado para o desorganizado. A única ideia que vai do desorganizado para o organizado é a teoria do Big Bang. Tudo que observamos no Universo vai no sentido contrário, ou seja, do organizado para o desorganizado. Para os cristãos, esse ser se chama Deus, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, Aquele cuja


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a Bíblia é a sua palavra. A verdadeira relação com o Deus da Bíblia está muito pouco associada ao falar e extremamente ligada ao ser.

...disse Jesus: “Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: ‘Cuide dele. Quando eu voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’. Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” “Aquele que teve misericórdia dele”, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: “Vá e faça o mesmo”. Lucas 10:30-37 ____________________

Dizer que ama a Deus como diziam os sacerdotes e levitas não significa nada. Seus atos demonstram que você crê n’Ele? Confia n’Ele? Obedece a Ele? Espera por Ele? Conhece-o? Anseia por Ele em sua vida? Dedica a conhecê-lo mais e mais? Se a resposta é sim a todas as perguntas, de fato, você crê n’Ele, pois você realiza o que Ele ensinou através da Bíblia.

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. João 14:21


10. CREIO EM DEUS

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Como dizia o início do poema de Gregório de Matos: “O todo sem a parte não é todo, a parte sem o todo não é parte”. Assim é também o Deus da Bíblia. Pensemos em uma mexirica. Um gomo separado é um todo independente da mexirica. É um gomo e não uma mexirica. Ele agora é um todo e não mais uma parte da mexirica. Já uma mexirica sem gomos, já não é mais uma mexirica como sempre a tivemos. Já não é mais o todo, mas uma parte do todo que tínhamos. Assim é o Deus da Bíblia. Se você crê em algumas coisas que Ele diz (toda a Bíblia é a palavra de Deus), porém não crê em outras, você não crê mais no Deus da Bíblia. Você crê em um deus que você criou, que tem algumas características semelhantes ao Deus da Bíblia, mas não o é. Deus concedeu tantos anos de vida ao ser humano, cujo principal propósito era que esse tivesse bastante tempo para adorá-lo, pois tudo foi feito para isso. Contudo, como adorar alguém que não se conhece? Ele deu esse tempo todo para que nós pudéssemos conhecê-lo de forma profunda (limitado ao que Ele quis revelar de si mesmo). Contudo, passamos a vida distraídos com a criação e não prosseguimos em conhecer o Criador. Assim, naturalmente vamos criando um deus que respeita meus interesses, minha cultura, minhas ideias, minha história de vida, o que, no final, invariavelmente irá criar um deus bem diferente do Deus da Bíblia.

Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; Oséias 6:3a ____________________

Sendo assim, conhecer o Deus da Bíblia, demanda real de-


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sejo e dedicação, pois exige que debrucemos em suas Escrituras para entender a real mensagem gravada ali. Dado que Deus decidiu revelar-se através da história, temos um esforço extra de compreender a cultura da época, as implicações de traduções de um grego falado por judeus cuja língua mãe era o hebraico, entender para quem eram direcionados os textos, compreender quais problemas e conflitos dos destinatários, qual o tipo do texto (histórico, profético, apocalíptico, dentre outros). Enfim, nesse contexto, um mestre é bem-vindo. Porém, fique atento, pois não existem muitos. A própria Bíblia nos adverte que muitos não sejam mestres, pois a responsabilidade é grande. O Deus da Bíblia é absoluto e não relativo. Ele é, sempre foi e sempre será. Quando Ele diz, é a verdade e não pode ser relativizada. É necessário compreender a mensagem que está sendo dita através das Sagradas Escrituras. É nítido que nem sempre é literal. Deus não pede para que arranquemos nossos olhos se eles nos fazem pecar, literalmente. Portanto, a Bíblia exige que seja lida de forma correta. Toda a Bíblia é coerente, não há contradições. Ela é a Palavra de Deus, infalível e inerrante. Portanto, aqueles que creem no Deus da Bíblia, devem conhecer e obedecê-la. É bem verdade que existem erros de tradução, mas isso não nos impede de estudarmos e compreendermos o real sentido da mensagem através de vários recursos como, por exemplo, bons comentários bíblicos. Com isso, crer em Deus não é dizer que crê em Deus. Viver de acordo com o que se acredita ser a vontade de Deus, não quer dizer que se esteja vivendo de acordo com a vontade do Deus da Bíblia. Para viver de fato a vontade de Deus, a condição básica é conhecê-lo de fato, e isso exige dedicação.


10. CREIO EM DEUS

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11. FALAR DE CRISTO?

ÁGUA NO DESERTO


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11 FALAR DE CRISTO? Gráfico 25 – Imagine você em um deserto e encontra água. Falaria ao máximo de pessoas possível, mesmo sabendo que a maioria não viria beber?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Se Deus é soberano sobre todas as coisas, se Ele já escolheu quem será salvo, então, por que falar de Cristo para outras pessoas, já que, se são salvos, irão para o céu independente de ouvir sobre Cristo ou não? Interessante que essa pergunta é basicamente respondida pela postura dos entrevistados à pergunta apresentada pelo Gráfico 22. Se oferecemos água a sedentos no deserto, não vamos oferecer a Água Viva aos mortos em seus delitos?


11. FALAR DE CRISTO?

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Deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos Ef. 2.5 ____________________

Deus escolheu se revelar através da história. Da mesma forma, Ele escolheu como seus filhos seriam reunidos e o conheceriam. Seus filhos podem ser atraídos ao olhar para a natureza e reconhecer que há um Criador. Também podem se achegar a Ele através de um livro. Podem também conhecê-lo através da mensagem da cruz levada pelos filhos que já foram atraídos por Ele. Portanto, fala-se do amor de Cristo, porque essa foi a principal forma como Ele decidiu que o conheceríamos. Ele nos comissionou a levar as boas novas aos perdidos. Falar do amor de Cristo não é um pesar, mas um prazer.

Por que Deus, por toda a Bíblia, conclama as pessoas a obedecerem a seus mandamentos? Por que nos convida a fazer algumas coisas e a não fazer outras, dado que ele já determinou todas as ações de cada indivíduo? Por que nos deu a Grande Comissão? Para aprofundar na resposta a essa pergunta, começo com a explicação de como Deus se revela à humanidade. Deus poderia ter entregado a Adão um livro com mil páginas, dizendo


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tudo que queria e que não queria, o que podia e o que não podia. Assim, poderia ter sido a revelação de Deus aos homens. Contudo, Ele escolheu se revelar ao longo da história. Foi uma decisão única e exclusiva d’Ele. Revelar-se ao longo da história significa que quanto mais cedo uma pessoa viesse ao mundo, menos conheceria de Deus, isso até a Igreja Primitiva, onde as revelações que formaram a Bíblia cessaram. Da mesma forma, Deus quis que seus filhos se ajuntassem a Ele a partir dos filhos que já se achegaram, a começar pelo Unigênito do Pai. No Antigo Testamento, os filhos se juntavam na esperança do Messias. Após a vinda de Cristo, os filhos se reúnem em torno do Messias nascido de uma virgem. Quando um novo filho vem ao Pai através da pregação do evangelho por parte de outro filho, esse segundo não tem mérito algum pela vinda do primeiro. Seu papel foi de mero canal utilizado pelo Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Contudo, o privilégio de ter sido canal foi dele, nada mais que isso. E veja que não é pouca coisa, ser escolhido como um canal do Criador do Universo. Através desse processo de salvação Deus nos concede o privilégio de levar as boas novas. Deus já determinou tudo que vai acontecer, mas nós não sabemos. Temos hoje a oportunidade de nos achegarmos a Ele, contudo, tanto o querer quanto o realizar vem d’Ele (Fp 2.13). Alguém poderia dizer: então Deus é injusto, pois somos manipulados e depois Ele nos condena por nossos atos? Responderei em duas etapas. Primeiramente, não somos manipulados por Deus. Ser manipulado é ter a liberdade de fazer o que quiser e depois alguém nos induzir a fazer o que ele quer, sem deixar explícito o que está fazendo. Isso é manipulação. A partir do momento que entendemos que Deus nunca nos deu essa autonomia, Ele não está nos roubando uma liberdade através da manipulação, mas simplesmente está materializando a história escrita por Ele antes da criação do Universo.


11. FALAR DE CRISTO?

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Gráfico 26 - Na sua opinião, Deus tinha direito de escrever a história da humanidade do jeito que ele queria?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Apenas 5% das pessoas entendem que Deus não tinha o direito de escrever a história da humanidade do jeito que Ele queria. O que significa que não deveríamos ter o sentimento de manipulação ao entender que Deus determinou todos os detalhes da história. Ele é o escritor. Já a segunda parte da pergunta é referente à condenação dos homens. Se Deus determinou tudo antes da criação, como condena os seres humanos por seus pecados? Essa pergunta parte de uma mente que tenta restringir o autor da história a seus conceitos finitos. Essa mente esquece que é pó. Que é insignificante diante de seu Criador. Essa mente esquece que está limitada a dimensões que foram criadas e restringidas pelo próprio Criador. Essa mente não entende que quem escreve a história, determina todos os detalhes dela e tem total liberdade para fazer como quer. Esse é Deus, nunca houve nada que o restringisse a escrever a história e impor as regras do jeito que Ele quis. Por-


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tanto, Deus escreveu a história na qual todos os homens foram condenados por pecarem, desde Adão até os dias atuais. Contudo, Ele, na sua infinita misericórdia, decidiu redimir aqueles que lhe aprouve. Aqueles que Ele não quis redimir, simplesmente seguiram o caminho da perdição.

Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem, deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira. Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos. Efésios 2:1-5 ____________________

E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos de sua ira, preparados para a destruição? Que dizer, se ele fez isto para tornar conhecidas as riquezas de sua glória aos vasos de sua misericórdia, que preparou de antemão para sua glória, ou seja, a nós, a quem também chamou, não apenas dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Romanos 9: 22-24 ____________________

Portanto, a história que Deus quis escrever foi assim: toda a humanidade se perde com o pecado de Adão no Éden, já nascendo a partir de então em pecado. Assim, todos estão destinados ao inferno. Mas Ele, para mostrar a glória d’Ele àqueles que Ele mesmo escolheu para viver em sua morada eterna, deci-


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diu não resgatar várias criaturas. Portanto, o destino dessas será mantido, o inferno.

Pois a Escritura diz ao faraó: “Eu o levantei exatamente com este propósito: mostrar em você o meu poder, e para que o meu nome seja proclamado em toda a terra”. Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer. Mas algum de vocês me dirá: “Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?” Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?’”. O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso? Romanos 9:17-21 ____________________

Se desejar, pode questioná-lo por escrever a história dessa forma. Ele é o autor de tudo, mas não tente provar para Deus um erro d’Ele com base na justiça humana que é como trapos de imundícia. Fracassará com certeza. Falamos de Cristo a todos porque não sabemos quem são os filhos d’Ele, contudo, nenhum de seus filhos se perderá. A responsabilidade em convencer as pessoas não está em quem leva as boas novas, mas no Espírito que convence. Novamente não temos mérito, temos privilégio.


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Falar de Cristo é como divulgar água no deserto. Você está sozinho e quase a morrer de sede. Então encontra um oásis com uma fonte infindável de água. Alegria sem fim. Você vê um grupo perdido na imensidão de areia e tem a possibilidade de chamá-lo. Você chamaria? Entendo que você sentiria muito feliz em mostrar essa fonte de água que encontrou ao máximo de andarilhos possível, o que é constatado em nossa pesquisa, onde mais de 90% das pessoas o fariam. Assim é falar do amor de Cristo, levar as boas novas. Não é o homem que salva o outro homem. Não é o homem que convence do pecado, da justiça e do juízo. Há sentido e alegria em conhecer o Deus triuno, por quem Ele é. A partir dessa relação, terei prazer em falar d’Ele e aqueles que foram predestinados por Ele, no tempo d’Ele, compreenderão sua mensagem e serão salvos para se santificarem até o dia em que Ele virá nos buscar. História Real A história real da vida é a mais bela e intrigante. Rica e entusiasmante, pois não é somente uma ficção, é real. Podemos viver em uma ficção criada por nós mesmos, comprada de algum filme ou de contos da carochinha, ou podemos nos deliciar


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na história real escrita por Deus. A história real da vida é a que Deus cria o pecado, cria o Gênio Milenar, cria o ser humano, define os filhos d’Ele e os filhos da perdição, cria o sofrimento, cria a alegria, cria a eternidade e o inferno, cria o prazer, define o que é certo e errado, envia o Redentor da humanidade. Essa é a história real da vida e faz toda a diferença entendê-la, pois, assim nos livramos de viver no mundo da ilusão. É uma história rica em diversidade. Monótona seria a história em que nada acontece, em que nada muda, em que temos somente folhas em branco. O sofrimento revela a alegria ao superá-lo, ao nos proporcionar a transformação da mente diante das dificuldades. O pecado revela a podridão do ser humano, sua insignificância, sua irrelevância diante daquele que é santo, santo, santo. Nesse momento o homem é exposto à misericórdia, bondade, graça, glória e grandeza do Criador do Universo.

... onde o pecado abundou, superabundou a graça. Romanos 5:20b ____________________

Nessa história, em última instância, vamos ver Deus criar o pecado. Ele criou a possibilidade de nos afastarmos d’Ele e, portanto, pecarmos. O pecado é fazermos o que é contrário ao que Deus definiu que era o melhor para nós, do que Ele disse para nós vivermos. O pecado se materializa na ausência ou escassez de Deus em nossas vidas, quer seja por um curto espaço de tempo ou por um processo de afastamento que vem de longas datas. Como já explicado, é o próprio Deus quem vai determinar o quanto cada um irá viver de acordo com suas ordenanças e, por consequência, o quanto cada um irá pecar.


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Contudo, Deus tinha um propósito muito claro ao dar essa “permissão” aos homens: manifestar a sua glória através dos pecados, tanto de seus filhos quanto dos filhos da perdição. Ele é glorificado tanto na salvação dos seus filhos quanto na condenação daqueles que vivem em oposição a Ele. Nessa altura, o apóstolo Paulo vai responder à dúvida que pairava sobre algumas mentes romanas: Mas, se a nossa injustiça ressalta de maneira ainda mais clara a justiça de Deus, que diremos? Que Deus é injusto por aplicar a sua ira? (Rm 3.5). O próprio Paulo irá responder de forma categórica: Claro que não! Se fosse assim, como Deus iria julgar o mundo? (Rm 3:6).

Alguém pode alegar ainda: Se a minha mentira ressalta a veracidade de Deus, aumentando assim a sua glória, por que sou condenado como pecador? Por que não dizer como alguns caluniosamente afirmam que dizemos: “Façamos o mal, para que nos venha o bem”? A condenação dos tais é merecida. Romanos 3:7-8 ____________________

Paulo deixa claro que o pecado tem um propósito bem específico. Não há nada no mundo, nada que não glorifique a Deus. Ele não deixou essa alternativa. Comumente, quando ouvimos


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frases fortes como essa, vêm questionamentos como o sofrimento das pessoas, as tragédias, pestes e demais momentos difíceis para os humanos. Esse tipo de questionamento só existe porque o ser humano se tornou o centro do Universo. É simples entender essas situações. Basta olhar para o que o próprio Filho de Deus passou aqui na Terra. Se Ele não poupou seu próprio Filho, por que pouparia os demais? O sofrimento nunca deveria ser o “mal” do qual toda humanidade foge. O Filho de Deus não fugiu. Seus discípulos não fugiram, praticamente todos foram martirizados. Estevão foi apedrejado glorificando a Deus. Os filhos de Deus aguardam a volta do Messias para viverem a eternidade com seu Criador. A esperança de suas vidas não está no dia de amanhã, mas na eternidade. Conhecemos diversos missionários que vivem em regiões de perseguição aos cristãos e estão firmes em seu propósito, seu alvo é superior ao daqueles que buscam um carro novo e uma boa casa para morar. Essa é a realidade da vida no Reino, do efeito do pecado e da busca pela intimidade com o Criador do Universo. O problema do mundo não é a dor, mas o afastamento do Criador. A dor é passageira e a morte não é o fim, nem sequer algo ruim.

Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos. Salmos 116:15 ____________________


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Compreender o Criador do Universo dessa forma, responde a questões complexas, que cristãos que enxergam Deus sob uma visão humanista têm penado para responder: Então Deus mandou matar homens, mulheres, crianças e animais no Antigo Testamento? As Sagradas Escrituras deixam, de forma clara, que Deus ordenou a seu povo (Israel) que matasse todos os homens, mulheres, crianças, recém-nascidos, bois, ovelhas, camelos e jumentos. Não era para poupar nada.

Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Castigarei os amalequitas pelo que fizeram a Israel, atacando-o quando saía do Egito. Agora vão, ataquem os amalequitas e consagrem ao Senhor para destruição tudo o que lhes pertence. Não os poupem; matem homens, mulheres, crianças, recém-nascidos, bois, ovelhas, camelos e jumentos”. 1 Samuel 15:2-3 ____________________

Para talvez reduzir a angústia que alguns podem sentir para com um Deus soberano, que executa o que quer na sua criação, gostaria de dar um exemplo de uma árvore. Imagine que você desejava ter uma goiabeira em seu quintal e, a partir desse desejo, procurou uma loja que vendia sementes, comprou, estudou sobre o plantio e plantou. Mesmo que regando diariamente a muda, aplicando produtos químicos para evitar a morte de sua árvore, preparando o solo, a árvore nunca se desenvolveu, suas folhas nunca se tornaram vistosas, a árvore nunca foi saudável, mas sempre raquítica. Todas as vezes que frutificou, os frutos estavam tão cheios de bichos, o que tornava impossível comer um centímetro sequer das goiabas. Depois de todo esse tempo, em que você escolheu plantar uma árvore, saiu para comprar a semente e os produtos químicos, você preparou a terra, você que estava diretamente ligado aos cuidados da árvore, acaba decidindo cortá-la. Decidiu aca-


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bar com todo o trabalho que realizou. Você tem esse direito? Na nossa mentalidade humana, a resposta mais comum é sim. Porém, você está diretamente relacionado ao fracasso da árvore. A árvore não deu certo, provavelmente porque você não atentou para algum detalhe no processo. Você, em última instância, é o responsável pelo fracasso dela. E mesmo assim irá cortá-la e até por outra no lugar? Você tem esse direito. Essa não é uma árvore produtiva, não realiza a função para a qual existe. Nós não temos a capacidade de criar nada, somente de transformar. Nesse exemplo da árvore, você nem é o criador, somente o viabilizador. Ainda assim, você pode retirar aquela árvore. Contudo, mesmo Deus sendo o Criador de tudo, o escritor da história, nós ainda o julgamos como não tendo o direito de fazer o que quer com sua criação. Faz sentido? Gráfico 27 - Na sua opinião, um escritor tem o direito de escrever seu livro exatamente do jeito que quiser?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.


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Acreditamos que um escritor pode escrever a história do jeito que quer (82% dos respondentes), mas sentimos um incômodo por Deus definir cada detalhe da história da humanidade. A história que Ele quis escrever é dessa forma. Não sejamos arrogantes em querer impor a Deus a nossa mentalidade modernista, que tem como pano de fundo o homem no centro de tudo. Ele é o Senhor da história da humanidade. Ele é o ‘Eu Sou’ e nós somos ‘o nada sou’. Ele definiu o pecado como um meio de manifestação da sua glória e também de condenação daqueles que foram preparados para o dia da sua ira.

E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos de sua ira, preparados para a destruição? Que dizer, se ele fez isto para tornar conhecidas as riquezas de sua glória aos vasos de sua misericórdia, que preparou de antemão para sua glória, ou seja, a nós, a quem também chamou, não apenas dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Romanos 9: 22-24 ____________________

Sejamos gratos a Ele por sua misericórdia em nos conceder o privilégio de fazermos parte de sua história, principalmente por sermos alcançados e termos a honra de morar eternamente com Ele em seu Reino, a começar de hoje, em que temos a oportunidade de viver em novidade de vida, de forma bem diferente dos padrões anticristãos do nosso tempo. Porém, imagino que uma pergunta possa ter pairado em sua mente diante da explanação deste capítulo: poderia Deus mandar eliminar nações nos dias de hoje? Não. Deus não mandaria basicamente por uma razão. No Antigo Testamento, existia uma etnia que Deus tinha uma relação próxima. Ele escolheu Jacó para abençoá-lo. Jacó passou a chamar Israel e, dalí para frente, aquele passou a ser o povo de Deus. Contudo, com a vinda do Filho de Deus, judeus


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e gentios foram alcançados, não mais existindo uma etnia, mas somente a Igreja de Cristo espalhada em todo o planeta, uma Igreja invisível. Não há mais separação visual do povo de Deus e daqueles que não fazem parte do povo de Deus. Nós sequer sabemos quem realmente irá subir, não conseguimos distinguir com certeza quem são os filhos de Deus. Hoje Deus fala a toda gente, através das Escrituras Sagradas, principalmente. Ele nunca contradiz sua palavra, que é a Bíblia. Seu ensino a nós é para amarmos os inimigos, dando nossa própria vida se necessário pelo próximo. Como em Deus não há sombra de variação, Ele é o mesmo ontem, hoje e será eternamente, Ele não irá contradizer sua palavra ordenando qualquer ato ofensivo a uma nação ou qualquer grupo de pessoas. Mandar destruir multidões Deus não manda, contudo, Ele mesmo pode destruir na atualidade através de tsunamis, terremotos e por outros meios. Deus permanece no controle absoluto de tudo que temos e vivemos. Portanto, não faz sentido buscarmos justificativas para eliminar pessoas ou nações. O comportamento dos filhos de Deus deve ser em conformidade total às Escrituras Sagradas, onde nos é ensinado a amar a todos com o amor ágape, ou seja, com amor sacrificial. A Bíblia é explicita em mostrar que Deus é o criador de todas as coisas, incluindo o bem e o mal. Tentar fugir disso seria criar um outro deus com o poder de criar. Ele quis que alguns vivessem sem Ele e, portanto, em pecado. Não entender dessa forma é retirar o mérito da criação de Deus e passar para outros, o que não é sábio.

Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas essas coisas. Is 45.7 ____________________

Porventura da boca do Altíssimo não sai o mal e o bem?



12. DIFÍCIL Lm 3.38 ____________________

ENGOLIR?

ENTENDENDO AS MUDANÇAS AO LOGO DO TEMPO


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12 DIFÍCIL ENGOLIR? É difícil engolir toda essa mensagem transmitida até aqui? É compreensível que sim. Isso se deve a longos séculos em que a mensagem vem sendo deturpada, aparentemente por humanos, mas na essência, pelo Gênio Milenar de forma bem consciente, mas sutil para nós. Amar não está associado a sentimento, como gostar está. Amar está associado a cuidado, a serviço, exatamente como fez o samaritano em Lucas 10:30-37, citado por Jesus. Deus ama a todos. Uma forma simples de ver isso, é como Ele sustenta cada um com o oxigênio, com o Sol que aquece e a noite que refresca. Não merecemos tais benefícios, mas Ele por amar a todos, concede essa graça comum. Ele sustenta todo o Universo em sintonia e perfeição para que estejamos vivos. Ele nos deu a capacidade de pensar. Ele concedeu tanto a todas as criaturas e não somos gratos por isso, não enxergamos a mão d’Ele sobre nós. Vamos recorrer à história para explicar essa dificuldade que nós, nascidos na modernidade, temos de entender o que era a realidade em quase toda a história da humanidade. 12.1 Da criação à Igreja Primitiva Deus decidiu criar o Universo. Deus decidiu criar Adão. Deus decidiu criar Eva. Deus decidiu estabelecer a procriação. Deus decidiu colocá-los como regentes da criação. Deus sempre decidiu como tudo seria. Para os judeus do Antigo Testamento, essa mensagem soa muito natural, pois eles eram uma etnia separada das demais. Ainda que o plano de Deus não era somente ter uma etnia (o objetivo de Abraão era ser benção para todas as nações), havia um povo separado com o qual Deus se relacionava de perto.


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Pessoas de outras nações se uniram ao Israel de Deus naquele período, como Rute. Contudo, eles sabiam que Deus havia escolhido Abraão dentre muitos outros, havia escolhido Isaque e não Ismael, havia escolhido Jacó e rejeitado Esaú. Portanto, Deus sempre escolheu e isso nunca foi problema. Eles mesmos eram fruto da escolha de Deus por um trapaceiro, Jacó, que originaria a nação de Israel, o povo de Deus naquele período. A situação começa a complicar um pouco quando o filho de Deus vem a terra e começa a explicar os mal-entendidos. Explica que aqueles que são escolhidos por Deus não estão limitados a uma etnia. Contudo, Cristo não muda a percepção de que Deus escolhe. Muito pelo contrário, ele reforça deixando claro que é Deus quem escolhe e não nós que o escolhemos. Jesus escolheu seus 12 discípulos e não o contrário. Inclusive Ele fez questão de escolher um que o trairia. A história já estava escrita.

Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome. João 15:16 ____________________

Paulo deixará claro à Igreja Primitiva, logo após a assunção de Cristo, que a soberania de Deus permanece, como mencionado nos capítulos 8 e 9 de Romanos, especialmente nos versículos 13 a 15 do capítulo 9. Como está escrito:

Amei Jacó, mas rejeitei Esaú. E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma! Pois ele diz a Moisés: “Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. Romanos 9:13-15 ____________________


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Até a Igreja Primitiva nada muda. Deus permanece soberano, autônomo, todo poderoso, cumprindo seu plano eterno para a humanidade, acabando de passar por um marco crucial que é o sacrifício do seu Filho para remissão de pecados. Gráfico 28 - Você acredita que Deus muda de ideia ao longo do tempo?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

A grande maioria dos respondentes entende que Deus não muda ao longo do tempo, contudo, 19,2% acreditam que Deus está restrito à dimensão tempo, e muda ao longo do tempo. Biblicamente, é explícito que Deus não muda e como praticamente todos creem em Deus, é de se esperar que também entendam que Ele criou tudo, inclusive o tempo e, portanto, não está restrito a essa dimensão. 12.2 Até a Idade Média Após a dispersão dos discípulos a partir de Jerusalém, ra-


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pidamente a fase romântica da Igreja se esvai e chegam os inúmeros problemas, que são tratados principalmente por Paulo em suas diversas cartas às diferentes igrejas. Nesse contexto, o evangelho de Jesus Cristo começa a ser anunciado por todo império romano tornando-se um império dentro de outro império. Sua mensagem ia ao encontro das necessidades do povo, que conseguia enxergar a felicidade na supressão do desejo de tudo. Em meio à perseguição aos cristãos por parte do Império Romano, tal movimento tomava proporções maiores e seus seguidores se recusavam a prestar adoração ao imperador, prática comum no Império Romano daquela época. Segundo Shelley, por volta do século III, a Igreja impressionava até o Império pela sua organização, os sínodos dos bispos, a movimentação entre as igrejas e a lealdade dos cristãos. As práticas e princípios cristãos trouxeram novas concepções a um povo romano implacável e cruel. Naquele tempo, o abandono de crianças era prática comum, o que foi afrontado pelo cristianismo. Nos dias atuais, vivemos uma supervalorização do ser humano, comumente acima do próprio Criador. Naquela época, vivia-se o outro extremo, de total desprezo em relação aos seres criados por Deus. Uma forte tendência ao gnosticismo exigia dos cristãos fundamento sólido para não se perder nas bases da fé. Em seus primeiros séculos, a fé cristã foi testada quanto a sua essência, pois o gnosticismo fazia separação entre os ensinos de Cristo e quem Ele era. Ainda existem influências daquele tempo nos dias atuais, inclusive na Igreja. Seu efeito é que essa separação gera princípios sem autor, o que rapidamente entra em questionamento se realmente eles devem ser seguidos. Com a formação de uma liderança sólida da igreja, questões fundamentais passaram a ser discutidas, como por exemplo, o reconhecimento dos mártires pela igreja. A centralização do poder da igreja tomou forma e ficou nítido o abandono do cristianismo como uma religião para pobres e simples, a igreja estava se tornando poderosa. Deus começava a “perder” sua so-


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berania na Igreja. Através de Clemente, o evangelho de Jesus Cristo passou a ter respostas mais sofisticadas para as questões da vida, sendo confrontado com a filosofia dos gregos. Naquele período nascem os santos a partir da admiração pelos mártires. Seus nomes e datas de nascimento eram meticulosamente guardados pela Igreja e eles são reverenciados em celebrações anuais em seus túmulos. Nascem os “santos” da igreja. Deus passa a ter uma “competição” com outras divindades, que é o status que os santos passam a receber. A igreja, através de Clemente e de Orígenes, entrava em uma fase em que substituía apóstolos por intelectuais. Clemente desejava ser um apóstolo para a intelectualidade grega. Nesse cenário há um ponto positivo e um negativo. A Igreja ganhou por fundamentar sua posição com base no estudo diligente e apologético (defesa da fé). Contudo, sofreu influências filosóficas que gerariam confusão para muitos. Roma, depois de tantas perseguições e guerras, toma a decisão, através de Constantino, de construir um forte vínculo entre igreja e Estado. Os perseguidores do evangelho de Jesus Cristo começam a ser perseguidos e Constantino passa o centro do Cristianismo de Roma para Constantinopla. Não há mais sofrimento para os Bispos e a Igreja que crescia em número, tinha também fiéis fundamentados em Cristo, que inclusive demonstravam sua fé pela disposição a morrer por Ele. O controle parcial do Estado, que parecia ser benéfico, revelar-se-ia trágico à Igreja de Cristo devido às inúmeras concessões feitas pela Igreja na busca pelo poder. Aqui chegamos a um momento crítico da história para o contexto deste livro, pois, por volta de 400 d.C., surge Pelágio com uma doutrina que defendia a capacidade do ser humano de escolher a Deus, denominada Livre Arbítrio. Tal princípio não era propriamente dele, mas foi ele quem difundiu essa doutrina. Tal doutrina vinha de confronto às doutrinas de Agostinho, que nessa altura já era uma personalidade da Igreja. Agostinho defendia a total dependência da graça de Deus para salvação, sem


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a qual, o homem não poderia se achegar a Deus, predestinação. As ideias de Pelágio foram fortemente refutadas por Agostinho, não prevalecendo. O pelagianismo foi condenado oficialmente pela Igreja nos concílios de Cartago (418 d.C.), de Éfeso (431 d.C.) e finalmente no Concílio de Orange II (529 d.C.). Contudo, mesmo depois de ser condenado, o pelagianismo não morreu e tempos depois a Igreja, para manter uma hegemonia, fez concessões e adotou uma combinação dessas doutrinas, que se chamaria semipelagianismo. Até os dias atuais, a Igreja Católica Romana adota essa doutrina. Gráfico 29 - Você acredita na predestinação, ou seja, Deus determinou quem vai para o céu e quem não vai?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Nos séculos XII e XIII, o papa Inocêncio III se pôs como vigário de Cristo, ou seja, mediador entre Deus e os homens. A principal arma para fazer com que seus desejos fossem cumpridos era através de ameaças de excomunhão, o que era temido


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pelos cristãos. Nessa época, surgiram as cruzadas para eliminar a presença islâmica em Jerusalém. Nessa altura, para manter seu poder, a Igreja fez uso da força e violência. Para financiar as altas despesas das Cruzadas, surgem as indulgências, o que era basicamente a venda do perdão por parte da Igreja. Diante dos conflitos, Saladino – líder muçulmano, propôs a jihad – guerra santa. Shelley dirá em seu livro: “Infelizmente, os papas nunca consideraram duas verdades básicas das quais não devemos nos esquecer jamais: as mais altas satisfações do cristianismo não são garantidas pela posse de lugares especiais e a espada nunca foi a maneira que Deus usou parar ampliar a igreja de Cristo”. Assim como acontece nos dias atuais, a Igreja fazia todo e qualquer esforço para ter adeptos, crescer e ter o controle das pessoas. Nesses movimentos da Igreja, ela simplesmente vendeu a sua alma para alcançar seus objetivos de domínio sobre os povos e manutenção de seu poder, até mesmo porque, até hoje, vemos uma Igreja Apostólica Católica Romana com grande ostentação e custos enormes para manter de pé seu Estado, o Vaticano. A Igreja (não só a Católica Romana) da modernidade tem várias semelhanças à Igreja do passado. As igrejas protestantes que são bem mais fragmentadas, e por isso executam mudanças mais rapidamente, têm-se apresentado em algumas de suas ramificações vendendo bênçãos descaradamente através de “água consagrada”, “pano ungido”, dentre muitos outros artifícios. Nas catedrais góticas da Europa, surgem as Universidades com a suprema tarefa de entender e explicar à luz da verdade revelada de Deus. Os escolásticos tinham por propósito conciliar a doutrina cristã e a razão humana, organizando os ensinamentos da igreja em um sistema ordenado. Abelardo e Tomás de Aquino deram importantes contribuições para iniciar o processo de pensamento crítico que viria a confrontar a postura da Igreja Católica Apostólica Romana com as Escrituras durante os séculos seguintes. O que poderia ser chamado de pré-reforma é protagoni-


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zado por professores da Inglaterra e Áustria (John Wicliff e John Hus), onde várias incoerências do poder papal e da Igreja Católica Apostólica Romana eram questionadas, principalmente a falta de humildade e simplicidade do papado. 12.3 Reforma A Reforma Protestante, que na prática não foi uma reforma da Igreja Católica como queria Martinho Lutero, impulsionou a Europa, principalmente os países mais desenvolvidos até o dia de hoje, dado o estímulo à instrução dos indivíduos. Com a tradução da Bíblia para o alemão e em seguida para o inglês, os leigos passaram a ter acesso à informação, o que desencadeou o estímulo à educação em todas as áreas do conhecimento. Como diria o cientista político Alberto Carlos Almeida, os países que tiveram forte influência do protestantismo como Alemanha, Inglaterra e Suíça, desenvolveram-se mais rápido do que países como Espanha, Portugal e Itália, que permaneceram sob forte influência da Igreja Católica. Ainda hoje, temos reflexos em tais nações. Os princípios do reformador João Calvino, em Genebra, transformaram essa cidade em referência para Europa no século XVI, que reflete até os dias de hoje. Porém, a influência do protestantismo foi muito mais ampla do que somente o estímulo à educação. Seus princípios iriam permear as relações da Igreja com a arte, ciência, política e economia. Os princípios de Calvino libertaram diversas nações europeias do controle da Igreja, em áreas que ela nunca deveria ter reivindicado para si. Essas áreas começaram a se desenvolver e a Igreja passou a ter foco em sua responsabilidade, que é: cuidar das relações dos homens com Deus, com os outros homens e com a criação. Tais princípios seriam aproveitados pela Revolução Francesa, contudo, dada a angústia dos franceses que sofriam com uma Igreja que era dominadora juntamente com a monarquia, resolveu romper com o Deus que estava deturpado por essa Igreja. As consequ-


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ências foram traumáticas para toda a humanidade, pois o homem veio para o centro do Universo. Pouco antes da Revolução Francesa, temos outro momento crítico na história. Na virada do século XVI para o século XVII, a discussão entre as doutrinas de Pelágio e Agostinho renasceram com os alunos de Armínio, que basicamente traziam para o contexto protestante o semipelagianismo. Novamente, a autonomia do ser humano em escolher a Deus será abordada e irá gerar extensas discussões no meio protestante. Armínio nasceu quando João Calvino já estava no fim de carreira, já tinha produzido os fundamentos do Calvinismo – teologia que tem como um de seus fundamentos a predestinação. Quando Armínio trouxe essa doutrina novamente à tona, a Igreja Reformada, que já estava bem fundamentada, passou por um momento conturbado e para avaliar as ideias do arminianismo, foi convocado um sínodo, ou seja, um grande encontro de líderes da igreja para discutirem o assunto, assim como ocorreu em Atos 15, quando Paulo subiu à Jerusalém para levar as imposições dos judaizantes aos gentios. Durante 1618 e 1619, nessa grande reunião em Dordrecht, na Holanda, foram realizadas 154 sessões, sendo reunidos cerca de 80 teólogos e pastores de vários países europeus. Depois de tanta discussão, as ideias de Armínio foram refutadas, por não terem fundamento bíblico e a Igreja Reformada permaneceu firmada nos princípios calvinistas. Novamente, as ideias de Pelágio fracassaram na história. 12.4 Até a Modernidade Depois das relevantes contribuições do Calvinismo para o progresso na Europa, a Revolução Francesa que tinha semelhanças com o Calvinismo, porém removendo Deus de seu lugar, trouxe uma emancipação aos franceses que aparentemente seria benéfica, contudo, em longo prazo, gerou o fracasso do ser humano por depositar suas esperanças no que é falível.


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Tal movimento, ao supervalorizar o ser humano, estimulou o orgulho, a segregação que fortaleceu o sentimento de nação, que combinado com todo o desenvolvimento tecnológico e econômico, trouxe um otimismo e confiança no homem, que foi frustrado com as duas Guerras Mundiais no começo do século XX. A Alemanha, que estava na origem da Reforma, perdeu-se de tal forma, que a despeito de tantas atrocidades do nazismo, atualmente pudemos ver no século XXI uma de suas principais organizações, a Volkswagen (maior montadora de automóveis do mundo) fraudar carros e ter de realizar uma revisão em quase 10 milhões de carros ao redor do mundo, ao custo estimado de 7 bilhões de dólares. Esse caso é só um dos reflexos por termos mudado o foco do Universo para o homem. Isso estimulou o foco no bem-estar do homem, a ganância, o poder e, portanto, justificava burlar testes de poluição dos carros para obter ganhos. Os fins justificando os meios. Assim como essa atitude desonesta que afetou milhões de pessoas, vimos o caráter dos europeus ser fortemente afetado devido à exclusão de Deus do velho continente. Esses que viram um desenvolvimento acelerado de seu continente firmado em sólidos princípios cristãos, veem cada vez mais seu continente perder sua relevância no cenário mundial, principalmente pelo crescimento de nações como EUA, Brasil, China, Índia, Rússia (Europa Oriental) e África do Sul. Esse ambiente de supervalorização do ser humano se tornou extremamente propício para ressureição de uma doutrina antiga, o arminianismo, derivado do pelagianismo. Na virada do século XIX para o século XX, surgem as igrejas pentecostais. Diferentemente das igrejas históricas, essas vão atender às tendências da modernidade e vão recuperar na Bíblia as passagens que darão margem à valorização do ser humano, a partir do liberalismo teológico. Veremos uma combinação explosiva, pois, para uma geração que vê o desenvolvimento tecnológico alcançado pelo “homem”, uma igreja que busca satisfazer os anseios


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de seus fiéis e em um Brasil místico, o crescimento numérico de tais igrejas estava garantido. Não deu outra. “Você merece”, “Você pode”, “Você é cabeça e não cauda”, “Você é mais do que vencedor”, “Determine a benção”, “Aceite Jesus e ele irá transformar sua vida”, “Fazei prova de mim”, enfim, mensagens positivistas inundaram as igrejas pentecostais, que também passaram a fazer uso da ideia de uma batalha entre dois poderes: Deus e o Diabo. Agora essas forças irão guerrear e precisaremos lutar juntamente com Deus para Ele vencer. O Diabo ganhou um status de poderoso diante de Deus, sendo que esse último necessita do nosso apoio. O exorcismo ganha força e espaço nos púlpitos religiosos. O censo de 2010 do IBGE mostrou que 60% dos evangélicos no Brasil são pentecostais, ou seja, para esse grupo temos a garantia da doutrina de Pelágio. Do restante, teremos igrejas que creem ou que não creem no pelagianismo. Estima-se que cerca de 10% dos evangélicos no Brasil sejam de fato reformados, calvinistas. Com esse cenário, em um Brasil que praticamente gerou o neopentecostalismo, através de igrejas como Universal do Reino de Deus e Internacional da Graça de Deus, fundamentos explicitamente mercantilistas e antibíblicos começaram a ter espaço em igrejas até históricas. Dessa forma, não é de surpreender que fiquemos assustados com os fundamentos bíblicos que revelam Deus no centro do Universo e de nossas vidas, que mostram que Ele escreveu a história da humanidade. Esse é o contexto da modernidade onde pastores se vestem como pais de santos, onde se iguala o poder do Diabo ao de Deus em batalhas espirituais, onde se prega a prosperidade e até a ostentação, onde se dá dinheiro para obter “cura”, onde todo tipo de barganha é válida para com Deus, onde se determina o que Deus tem que fazer, onde cantores cristãos fazem show e chegam a ser mais caros do que não cristãos, onde os poderosos evangélicos trilham o mesmo caminho da igreja católica na busca pelo poder político há vários séculos.


12. DIFÍCIL ENGOLIR?

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Basta olharmos com cuidado para a história da Igreja para percebermos o cenário caótico cristão em que nascemos (século XX e XXI), onde a fé foi negociada pelo preço que o “cliente” quer pagar. Nascemos com uma influência muito forte desse contexto. Por termos nascido nessa realidade, não nos dá o direito de nos conformar, mas precisamos ser transformados pela renovação da nossa mente, que só acontece quando voltamos nossos olhos para as Escrituras em sua essência, e não em textos fora de contextos.



13. VIDA NO REINO

NADA AQUI FORA MUDOU, MAS A MENTE VIVE NO REINO


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13 VIDA NO REINO Vivemos na Terra como espiões de outro reino. Porém, durante o período de investigação, muitos são seduzidos com a forma de vida nesse reino e em tempos de guerra não defenderão sua terra natal, mas se tornarão traidores do Reino (C. S. Lewis). Os habitantes do Reino não são perfeitos, mas eles têm um rumo muito claro, tem um alvo, que é Cristo. Não são perfeitos, mas buscam a perfeição. Neste capítulo, vamos abordar o modo de vida deles. Fomos convencidos, ao longo do tempo, que sabemos o que é melhor para nós. Com base nessa falsa convicção, mentimos para sermos aceitos e promovidos no trabalho, traímos porque acreditamos que a grama do vizinho é mais verde, odiamos aqueles que fizeram algo que julgamos ter atrapalhado nossos planos, pois acreditamos que nosso futuro será diferente por isso. Vivemos fundamentados em suposições e inferências instáveis, enquanto poderíamos nos apoiar em verdades eternas. Reflita sobre a história contada por Ravi Zacharias:


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Era uma vez um velho lavrador que tinha um cavalo velho, seu apoio. Um dia o cavalo escapou e fugiu para as montanhas. Quando os vizinhos do lavrador lhe disseram que era sinal de má sorte perder o cavalo, ele replicou: – Boa sorte, má sorte quem o sabe? Uma semana depois, o cavalo voltou trazendo consigo uma tropa de cavalos selvagens. Então os vizinhos felicitaram o lavrador pela sua boa sorte, e ele respondeu: – Boa sorte, má sorte? Quem o sabe? Quando o filho do lavrador tentou domar um daqueles cavalos selvagens, caiu e quebrou uma perna. Todo o mundo considerou isso uma desgraça. Ainda assim o lavrador se limitou a dizer: – Boa sorte, má sorte quem o sabe? Algumas semanas mais tarde, o exercito entrou no povoado e foram recrutados todos os jovens que se achavam em boas condições. Quando viram o filho do lavrador com a perna quebrada, deixaram-no tranquilo. – Boa sorte, má sorte quem o sabe? Não há motivos para a ansiedade no Reino, pois Ele está no controle. Não há temor em relação ao porvir.

Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele os exalte no tempo devido. Lancem sobre Ele toda a sua ansiedade, porque que Ele tem cuidado de vocês. I Pedro 5:6-7 ____________________

A história contada por Ravi Zacharias deixa explícito que muitas coisas ruins que acontecem hoje, podem ser fundamentais para que coisas que intitulamos boas aconteçam no futuro.


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Gráfico 30 - Você acredita que coisas ruins que acontecem hoje podem ser para o seu bem no futuro?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Felizmente não somos nós que determinamos o futuro, pois, nessa história de Zacharias, o jovem teria determinado não quebrar a perna e acabaria sendo convidado para servir ao exército na guerra.


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Gráfico 31 - Você acredita que é você quem determina seu futuro ou o futuro já está definido?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Jesus, em sua primeira vinda a Terra, não excluiu os mandamentos do Antigo Testamento. Ele fez a leitura correta que os sacerdotes não a fizeram. Ele explicou que o que nos destrói não são somente os pecados quando são externados, ou seja, chegam ao ponto de serem vistos pelas pessoas a nossa volta. Mas, a concepção deles em nossa mente já corrói o ser humano. Ele explicou que o adultério não ocorre quando um homem se relaciona com a mulher alheia, mas ocorre quando ele a deseja. Depois dos humanos se colocarem no trono e fazerem de Deus um mero coadjuvante, passamos a conviver com o mal do século: a depressão (não considerando potenciais causas fisiológicas). Tal doença acontece na mente, muitas vezes antes dos temores que a provocam se materializarem, o que corrói o ser humano. Em matéria publicada pela BBC, o neurocientista Henry Markram estima que dois bilhões de pessoas (dentre os sete bilhões atuais), sofrem de algum problema na mente.


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As verdades de Cristo se revelam no passado, no presente e continuarão a serem enxergadas como novidade no futuro, pois continuamos a nos afastar da Verdade por ilusões que parecem ser “modernas”, “atuais” e “científicas”. Esse caso de doença da mente é só mais um, onde as verdades eternas são compreendidas tantos séculos depois de desviarmos do real propósito da existência humana. Tenho o prazer de conviver com figuras fantásticas na minha vida e uma delas é a vó da minha esposa, que tem cerca de 90 anos de idade. Ela se preocupa tanto com minha esposa, comigo e com nossas filhas que é capaz de, durante a madrugada, ir várias vezes no quarto, para ver se está tudo bem, quando nos hospedamos em sua casa. Tem tanta preocupação comigo que já quis que minha esposa dormisse no chão para eu dormir na cama. Situações que eram praticamente impossíveis de acontecer a deixavam preocupada, e por isso, tanto cuidado. Isso tudo por carinho, porém, ela sofria por situações que nunca iriam se materializar. Ela é uma pessoa cristã, contudo, esse exemplo é interessante para entendermos a vida daqueles que vivem fora do Reino. Seu propósito de vida é o bem-estar, que na prática não tem um fim em si mesmo. Seu temor é perdê-lo. Isso os atemoriza, por isso a perda de poder aquisitivo é um dos maiores temores do homem moderno, pois acreditam que o dinheiro é sua garantia de bem-estar. Jesus já alertava para não nos preocuparmos com o dia de amanhã, pois tudo está no controle d’Ele, contudo, a humanidade ao se afastar d’Ele passou a ser atormentada pela imprevisibilidade do futuro, foi presenteada com problemas não presentes no Reino. A caçada pela felicidade foi iniciada, contudo, a trilha que tomou foi exatamente contrária ao caminho da satisfação da alma. Com a intensificação do hedonismo (busca pelo prazer), empenhamo-nos a extrair o máximo de prazer de tudo e de todos. O propósito da vida se tornou a busca pelo prazer. E nessa onda, se um homem vislumbrar uma possibilidade de que outra


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mulher possa lhe trazer algum benefício que não tenha atualmente em casa, sua esposa, que esteve com ele há mais de uma década, será descartada como uma garrafa de água vazia em um dia de calor. Mesmo tendo a noção de que problemas existirão na nova relação, vale a pena pelas poucas horas de prazer. Consequências? Depois vemos.


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Gráfico 32 - Quem é mais importante para você?

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

A vida no reino é sem pressão, como diria Larry Crabb. O que eu faço não é para meu prazer, mas para a glória de Deus. Não tenho um fardo nas costas buscando sempre jogá-lo para alguém (comumente jogamos para quem está mais próximo). Sei do cuidado de Deus para comigo e o critério que define o que faço não é o que a mídia diz ou o que os outros vão pensar de mim, mas o que glorifica a Deus. De quebra, o Criador do Universo traz aos habitantes do seu Reino uma paz que excede todo entendimento. Uma paz que em meio à guerra pode trazer uma tranquilidade e serenidade que os de fora do Reino não alcançam quando um copo se quebra ao chão.


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Os habitantes do Reino não ficam atemorizados com a corrupção de governantes, eles sabem que é Deus quem coloca e tira os reis. Eles entendem que existe um propósito no sofrimento do povo, assim como ocorreu no Egito. O coração dos reis é como um rio que tem seu caminho determinado por Deus. Os habitantes do Reino não dependem da economia para se sentirem seguros, pois não é pela força de seus braços que são sustentados, mas pela promessa de Jesus Cristo, de que não faltaria comida, bebida e vestimenta.

Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece. Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos que sabem discernir. Daniel 2:21 ____________________


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O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer. Provérbios 21:1 ____________________

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Mateus 6:33 ____________________

Os habitantes do Reino têm uma vida mais simples, pois enxergam nitidamente que a infinidade de “coisas” que são oferecidas no mundo são distrações para tirar o foco do Criador. A mensagem do mundo pagão de que você só será feliz e estará satisfeito se comprar o que te ofereço, é falsa. Não são enganados por mensagens tão vagas. Por isso, não entregam os anos de suas vidas para adquirirem futilidades. No Reino, as coisas funcionam, pois Deus vem sempre em primeiro lugar, depois vem o próximo e, por fim, os meus interesses. As nações não avançam porque seus governantes trocaram essa ordem. Eles pensam neles primeiro, o que gera muitas dores para o povo, pois o interesse deles em concentrar riquezas e poder é viabilizado à custa da pobreza de muitos. A única lógica que funciona para o bem do todo é a lógica do Reino. Para os habitantes do Reino, a natureza sempre foi importante. Para eles, a relação de respeito, cuidado e carinho com a natureza não está baseada em barganha, para que ela seja preservada para o bem-estar dos seus filhos e netos que ainda nascerão. Eles sempre tiveram zelo por ela porque é criação divina. Foi a ordenança do Criador ao primeiro ser humano cuidar da criação. Ser o regente de tudo que Ele fez. Dar graças por tudo, conforme ordenança bíblica, só é possível aos habitantes do Reino, pois eles sabem que a vonta-


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de de Deus é boa, perfeita e agradável, não importa como ela se apresente nesse momento e circunstância. É possível, porque tais pessoas não atribuem a si o mérito dos fatos, quer sejam “bons” ou “maus” aos olhos humanos. Essas pessoas sabem que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8:28).

Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus. I Tessalonicenses 5:18 ____________________

Para os não habitantes do Reino, é impossível dar graças por tudo. Dar graças, segundo eles, até é possível quando realizam algo “bom”, pois podem reconhecer que Deus lhes deu a condição de executar tal obra. Contudo, quando realizam algo que não está de acordo com a vontade de Deus, torna-se impossível serem gratos, pois atribuem a si mesmos ou ao Gênio Milenar o ônus de tal feito, não conseguindo enxergar a soberania e bondade de Deus a ser cumprida através de seus erros provenientes de sua natureza pecaminosa. Portanto, não podendo dar graças a Deus por tudo, descumprem a ordenança bíblica. No Reino, trabalhar não tem relação direta com obter dinheiro. Isso porque o peso em obter recursos para se alimentar, vestir, morar e outras despesas de uma família comum, não repousa nos ombros de seus membros, mas esses já reconheceram que quem provê tais recursos necessários para sobrevivência é o próprio Deus. Trabalho, para os habitantes do Reino, significa obediência a sua ordenança em Gênesis 3:19, uma oportunidade de glorificar a Deus através do fruto de suas mãos, onde colocam os dons dados por Ele em prática. Além disso, é um ambiente em que podem revelar Cristo àqueles que ainda não conhecem. Contudo, eles têm a clareza da mensagem de São Francisco de Assis: “pregue o Evangelho em todo o tempo. Se necessário, use


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palavras”. Eles têm clareza que devem salgar a terra e iluminar o mundo (Mt 5:13-14). Como diria Alex Wellington, “Eu não trabalho para ganhar dinheiro, mas para que Cristo seja revelado através de mim, e por não compreenderem este princípio, muitos perderam a razão pela qual devemos trabalhar, e se tornaram escravos de seus próprios sonhos e ambições”. É Deus quem nos garante a comida, bebida e vestimenta. No relacionamento conjugal, os habitantes do Reino buscam de fato ser Cristo para seu cônjuge. Não enxergam o outro como um objeto para extrair o máximo de prazer, que absorve a responsabilidade de facilitar sua vida e não gerar problemas. A queda de braço comum nos relacionamentos não faz sentido para eles. Não preciso lutar para fazer com que minha vontade prevaleça. Meu propósito permanece, de glorificar a Deus através do meu relacionamento, e isso inclui ceder, se humilhar e se calar. Tudo que precisamos em um relacionamento é que ambos busquem continuamente a semelhança de Cristo. A partir desse momento, vamos suportar as dificuldades como Cristo suportou uma Igreja traidora, que o abandonou e que nunca foi fiel e, ainda assim, vamos amar como Cristo amou a Igreja e deu sua vida por ela. O próprio ato de educar filhos é para a glória de Deus. A forma como se educa não é baseada nas últimas conclusões de pesquisas científicas, que costumam remontar ideias antigas, mas em sólidos princípios que nunca mudaram e permanecem atuais, podendo facilmente ocupar a capa de um jornal de hoje. Esses pequenos seres humanos, que foram colocados aqui na terra sob nossa responsabilidade, não podem ser instruídos com base em princípios que são válidos até o próximo ano, quando outra pesquisa vem desfazer a anterior e ditar uma nova tendência. Eles não podem ser cobaias de experimentos muitas vezes manipulados por pessoas interessadas no poder, fama ou dinheiro. Os habitantes do Reino entendem claramente que esses pequenos seres humanos não são seus, pois jamais teriam capacidade de criá-los do nada. Pertencem a Deus, que os desenhou


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e escolheu onde nasceriam. A responsabilidade aumenta, pois tais crianças não devem satisfazer às minhas expectativas, mas sim o desejo do próprio Deus. Minhas filhas não são obrigadas a me respeitar por ser o pai delas, mas porque esse é um mandamento de Deus.

Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá. Êxodo 20:12 ____________________

Elas são corrigidas por mim e por minha esposa quando infringem os mandamentos do Criador do Universo e recebem explicações do por que são corrigidas. Minha filha de 3 anos sabe o que é pecado. Por várias vezes, cobrou-nos a correção por um comportamento que desagrada a Deus em festinhas dos amiguinhos. Sempre corrigimos nossas filhas com amor, carinho e respeito. Nosso propósito nunca foi criar nossas filhas para se adequarem aos padrões do nosso tempo, até mesmo porque eles mudam frequentemente, mas sim, para que elas crescessem à semelhança do Filho de Deus. Muitos dirão que amor verdadeiro é o amor de mãe. Contudo, não é difícil ouvir uma mãe dizer: “Eu te carreguei durante nove meses, cuidei de você a vida toda para agora você fazer isso comigo?”. Essa é uma atitude de autocomiseração em que a mãe revela seu interesse em obter algo em troca pelo que havia feito. Não é amor que não busca interesse, mas sim um amor que barganha, que faz esperando receber. Mesmo quando o que se espera receber é reconhecimento, atenção, carinho, amor, não deixa de ser barganha. Quanto mais nos aproximamos do Criador, passamos a amar com um amor verdadeiro que não exige controle, mas que oferece a mão amiga sempre que necessário.


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Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim. Mateus 10:37 ____________________

Os habitantes do Reino têm discernimento para entender que nem tudo que reluz é ouro. Ter uma placa na frente escrito “Jesus Cristo é o Senhor”, não significa que se refere ao Deus das Sagradas Escrituras. Eles não são enganados por ventos de doutrinas. Não são ludibriados por falsos profetas, por lobos na pele de cordeiros. Por compreenderem que Deus é soberano, entendem que muitos têm sido distraídos com curas e milagres, porém, tais eventos não têm associação direta com “relacionamento com o Deus criador do universo”. Até mesmo porque o próprio Jesus Cristo, quando voltar para julgar todas as nações, encontrará com alguns “milagreiros”, que dirão a ele: “‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!”. (Mt 7:22-23) Excelência. Os habitantes do Reino buscam a excelência em tudo que fazem. Isso porque entendem que o meio é mais importante que o fim. A famigerada frase “os fins justificam os meios” não é verdade para eles. Reconhecem a Soberania de Deus e sabem que Ele avalia os homens não por seus grandes feitos, mas por sua obediência à sua Palavra desde pequenas e corriqueiras coisas do dia a dia. Muitas vezes, o próprio Deus concede “fins” desagradáveis para provar seus filhos, como conhecemos a história de José, sendo vendido por seus irmãos e depois preso injustamente. E isso não é problema para os habitantes do Reino, pois eles sabem que Deus está no controle de tudo. Para eles, não há problema em levar prejuízo em uma


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negociação. O fundamental é ser honesto. Essa é a mentalidade porque no Reino não faz sentido obter ganho através do dano ao próximo. Contudo, dado que na Terra há habitantes que não vivem no Reino, a relação fica desequilibrada, porém isso não é problema para os habitantes do Reino, pois eles aprenderam, com seu mestre, a levar o prejuízo. Cristo foi injustamente perseguido, injustamente preso, injustamente massacrado, injustamente crucificado, injustamente morto, mas tudo isso Ele passou mudo, como um cordeiro diante do tosquiador (Atos 8:32). Dinheiro. A perda em uma negociação ou perder dinheiro de qualquer forma não é uma circunstância angustiante para os habitantes do Reino. Eles não apoiam sua subsistência no dinheiro. Seu Senhor deixou claro que não era possível servir a dois senhores, a Deus e a Mamon.

Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro Mateus 6:24 ____________________

Eles verdadeiramente não confiam no dinheiro. Eles não têm por objetivo de suas vidas, o conforto que é a proposta do dinheiro. Ter conforto não é pecado, mas eles não o buscam. Enquanto escrevia este livro, tive uma perda financeira considerável. Por uma falha administrativa em minha empresa, pagamos uma multa e juros de cerca de 30% do valor de um imposto para o governo. Depois de um tempo, acabei descobrindo que teria que pagar mais cerca de 10% para um cartório para normalizar a empresa. Essa última despesa foi um susto e indignação. Quando tive esse sentimento, o Espirito Santo me lembrou do que vinha escrevendo e de que o dinheiro é apenas um meio, mas não o único. O que é necessário para a vida, pode vir por meio do dinheiro ou por outro meio qualquer. Não há motivos para se preocupar por que César exigiu mais moedas


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com sua esfinge. Devemos nos engajar em movimentos que buscam um governo justo, mas não há razão para me abater devido à redução dos papéis moeda sob minha gestão. É Ele quem supre minhas necessidades. O quanto de dinheiro que está na minha conta não está diretamente ligado ao suprimento das minhas necessidades. Haja vista tantos que eram milionários um dia e estavam pobres no dia seguinte. Recentemente, o bilionário Eike Batista, que era o quinto homem mais rico do mundo, disse a seguinte frase: “Tenho que concorrer com o senhor Slim (Carlos Slim, o homem mais rico do mundo na ocasião). Não sei se vou passá-lo pela esquerda ou pela direita, mas vou ultrapassá-lo”. Poucos meses depois, seus bens foram confiscados por risco de não conseguir saldar suas dívidas. Estava quebrado. Os habitantes do Reino constroem suas casas na Rocha, têm fundação. Não se apoiam no que é móvel como a areia. Eles não só ouvem o que Deus diz em suas escrituras, mas a vivem.

Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda. Mateus 7:24-27 ____________________

Quem dá segurança para os habitantes do Reino não é o seu dinheiro, mas o seu Deus. Se Ele quiser fazer algo na vida dos seus filhos e para isso quiser usar o dinheiro, o dará. Se Ele quiser fazer a mesma coisa, porém sem dinheiro, Ele o fará da mesma forma. Não há uma dependência na relação dinheiro


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versus ações. O dinheiro não é fator restritivo para nada quando nossa confiança está em Deus.

No Reino, o Rei é o centro. Tudo é para Ele, de lavar um prato a construção de um navio. Essa é a mentalidade de seus habitantes, pois sua responsabilidade é dar o seu melhor em tudo e não alcançar grandes feitos.

“E tudo que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens.” Colossenses 3:23 ____________________

No Reino, não vale a justificativa “errar é humano” e nem “todo mundo erra”. Seus habitantes têm um alvo muito claro: ser irrepreensíveis.

Por que Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Colossenses 3:23 ____________________

Ser irrepreensível não significa nunca errar, mas significa não viver na prática constante de um erro. Ao invés de se apoia-


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rem no que “todo mundo faz”, os habitantes do Reino imitam Àquele que os resgatou das trevas para sua maravilhosa luz (Cl 1.13). Aquele que pagou a dívida deles, permitindo que eles, enquanto ainda tinham uma natureza pecaminosa, pudessem herdar a vida eterna.

Para os habitantes do Reino, deixar o outro passar à frente no trânsito, em uma fila ou em qualquer outra situação não é um sacrifício, mas o que faz sentido. O próximo vem antes de si mesmo. O mundo criado por Deus foi desenhado para que os humanos vivessem em harmonia uns com os outros e com o restante da criação, tendo seu Criador como o centro de tudo que é feito. Porém, tivemos a presunção de viver no mundo d’Ele sem Ele, o que nos tem conduzido ao caos mental e social.


13. VIDA NO REINO

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Aprendemos que em qualquer relação, se alguém tem que levar o prejuízo, que seja o outro. Sempre tenho que me defender, afinal de contas, sou muito importante. Esse princípio, que está impregnado em todos nós, é altamente destrutivo, causador de guerras, gerador de conflitos, pois, com uma frequência muito alta, temos conflitos de interesses com outras pessoas, em todas as áreas da nossa vida. Jesus havia nos ensinado a amar o próximo como amamos a nós mesmos. Ninguém precisa ter sua autoestima mais elevada, pois naturalmente nos amamos tanto que causamos tantas brigas e confusões porque sempre queremos que tudo ocorra do nosso jeito e não aceitamos levar o prejuízo. Como diria Alex Wellington, até o suicida demonstra seu profundo amor por si mesmo, pois ao se matar, está dizendo para o mundo que não aceita a forma como tem sido tratado e, portanto, irá se retirar. Ele não aceita a realidade por motivos óbvios, não conheceu a Deus e sua forma de lidar com sua criação. Já em João 13.34, Jesus nos ensina a amar uns aos outros como Ele nos amou. Aí Ele elevou ainda mais a relação com o próximo, pois Ele depois de sofrer tanto nas mãos de sua noiva, deu sua vida por ela. Esse é o amor que Cristo ordena que tenhamos uns para com os outros. No relacionamento conjugal, o ensino de Deus também é mais elevado do que o ditado “faça ao outro o que quer que


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façam a você”. Ele ensinou aos maridos a amarem suas esposas como Cristo amou a Igreja. Ele deu a sua vida por amor à Igreja. Igreja não instituição, mas o povo de Deus. Porém, o amor d’Ele foi além da morte. A morte de Cristo foi muito mais do que um sacrifício. Ele se deu por uma noiva corrupta, traidora, invejosa, de mente duvidosa e que o abandonou em seu momento de maior dor, o caminho do Gólgota. Ele sofreu tanto por um povo que não merecia, que o desprezava. Quando enxergamos isso, entendemos o padrão de vida que deve ser buscado pelos filhos de Deus. Os habitantes do Reino entendem que seguir a Cristo e tomar a sua cruz é levar o prejuízo. Não há razão para fazer guerra. Essa é a vida no Reino, contudo, dado que seus habitantes ainda convivem com a existência do pecado, erros são cometidos. Porém, eles entendem dessa forma, têm Deus como alvo de suas vidas e se empenham, a cada dia, em se aproximar d’Ele, o que torna os pontos discutidos realidade em suas vidas. Pode parecer difícil ou até impossível viver dessa forma, contudo, para Deus nada é impossível. É Ele que os capacita a viver para sua glória.


14. FELICIDADE

BASE PARA A SATISFAÇÃO ?


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14 FELICIDADE Felicidade é como a sombra, não adianta correr atrás dela, você não vai alcançá-la ao ser insistente. Nossa pesquisa identificou um representativo grupo de pessoas – um quarto dos entrevistados – que considera sua situação financeira o fator principal para o seu bem-estar. Outra pesquisa, realizada pela Millenials, nos Estados Unidos, mostrou que para 80% dos entrevistados, um importante objetivo na vida é se tornar rico. Para 50%, outro importante objetivo é se tornar famoso. Interessante o Gráfico 33 que mostra a falta de relação entre poder aquisitivo e felicidade ao longo de meio século nos Estados Unidos. Jesus falou mais sobre dinheiro do que sobre céu e inferno juntos. Ele sabia muito bem como iríamos nos apegar e sermos convencidos de que esse recurso nos traria felicidade.


14. FELICIDADE

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Gráfico 33 - Renda per capita e felicidade – Estados Unidos

Fonte: livro Felicidade de Eduardo Giannetti da Fonseca

Um estudo sem precedentes, conduzido pelo psiquiatra Robert Waldinger em Harvard, sobre o desenvolvimento ao longo da vida, nos traz interessantes revelações. Esse é o estudo sobre a felicidade mais longo da história. Durou 75 anos, pois acompanhava a vida desde a infância/juventude até a velhice de 724 homens nos Estados Unidos, ano após ano. Diversas medidas foram feitas ao longo desse tempo referente a diversos contextos como trabalho, saúde e vida domiciliar. Desse grupo de homens que foram acompanhados, alguns durante suas vidas se tornaram operários, advogados, pedreiros, médicos e um se tornou presidente dos Estados Unidos. Após debruçar sobre as milhares de páginas de relatórios da pesquisa, Robert Waldinger chegou a três conclusões. Primeiramente, estar junto à família, ter amigos e viver em comunidade não só refletia em pessoas mais felizes, mas tam-


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bém mais saudáveis e vivendo por mais tempo. Já aqueles que se isolaram mais, além de terem a saúde afetada, serem mais infelizes e viverem menos, tinham sua capacidade mental afetada mais cedo que os demais. Quando as pessoas estudadas chegaram aos seus 80 anos, os pesquisadores recuperaram os dados da época em que eles tinham 50 anos e descobriram que era possível prever aqueles que seriam mais saudáveis aos 80 anos. Eram aqueles que estavam mais satisfeitos em seus relacionamentos aos 50 anos. Em segundo lugar, ele descobriu que a qualidade desses relacionamentos é crítica para se ter felicidade. Bons relacionamentos nos fazem bem e o isolamento nos mata. É fato que podemos estar sozinhos em meio a multidão. Por fim, a terceira descoberta foi que bons relacionamentos não somente protegem nossos corpos, mas nossas mentes. Aqueles que tinham relacionamentos em que sabiam que podiam contar com as pessoas, tinham memórias mais eficazes. Aqueles que não tinham bons relacionamentos, apresentaram ineficiência de memória. O psiquiatra Robert Waldinger lembra que a mensagem que “bons relacionamentos fazem bem” é muito antiga, nossos avós e pastores já diziam. Então ele traz o questionamento: por que é tão difícil ter e tão fácil ignorar? Ele responde que nós humanos queremos soluções rápidas e cultivar bons relacionamentos leva tempo, é por toda a vida. Tal mensagem foi ensinada por Cristo há dois milênios. Ele nos ensinou a amar. Ele nos ensinou a priorizar o próximo, a estabelecer relacionamentos de paz com todos, inclusive, a amar o inimigo. Os cristãos que sempre estiveram na defesa do próximo, em olhar primeiro para as necessidades do outro e depois para as suas, agora se encontram na busca da felicidade através do dinheiro, do reconhecimento, da saúde e vão se deparar com um estudo científico confirmando exatamente o que Cristo ensinou há dois milênios. Como vivemos uma inversão de princípios.


14. FELICIDADE

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Dizer que relacionamentos nos fazem bem e nos trazem felicidade não nos ajuda a nutrir tais relacionamentos. Pensar nisso não é base suficiente para viver tais relacionamentos de qualidade. Por que saber e pensar não são suficientes? Por que somos constantemente e de forma intensa bombardeados com a mensagem de que nossa felicidade está em ter algo ou alguém. Essa influência vem há séculos se tornando mais e mais sofisticada pelo Gênio Milenar. É muito simples entender: se eu vendo casas, minha propaganda sempre terá uma família linda, na entrada da casa, se abraçando e sorrindo, transmitindo uma felicidade enorme por ter aquela casa. Se vendo ou se sou dono de uma fábrica de refrigerantes, minha mensagem para você será: abra a felicidade. Se vendo drogas, minha mensagem para você será que suas angústias, seus problemas podem sumir enquanto utiliza meu produto, você vai encontrar prazer ao cheirar uma carreira de cocaína, lhe dando a ideia de ser feliz. Na prática, todos dizem que nos venderão felicidade, contudo, de acordo com o Gráfico 33, o aumento de consumo nos trouxe exatamente o contrário. Essa comunicação intensa, ao longo do tempo, nos convence, principalmente porque ela não vem somente dos meios de divulgação, mas de pessoas que estão a nossa volta e, muitas vezes, são nossos influenciadores, ainda que não os reconheçamos como tais. Saber que relacionamentos de qualidade nos trazem felicidade não nos faz ter bons relacionamentos. Somente tendo de fato, Deus em primeiro lugar na nossa vida, é que teremos essa base necessária para colocar em prática tal princípio. Também não funciona buscar a Deus para ter bons relacionamentos, pois, não é pedir a Ele, mas viver com Ele que transformará nossa mente e nos dará fundamento e sentido para construir relacionamentos de qualidade que irão perdurar. Essa intimidade com Deus irá nos dar base para nutrirmos relacionamentos de qualidade com todos a nossa volta, partindo do frentista no posto de combustível, àquele que me atende no


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restaurante e chegando até meus colegas de trabalho, cônjuge, filhos, pais, e demais familiares.


15. DETOX

MINIMIZANDO A INFLUÊNCIA DO NOSSO TEMPO


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15 DETOX Depois de tanta realidade do Reino e compreensão da Soberania Divina, como mudar a forma de vida? Passamos por tantos anos sendo bombardeados diariamente, que abrir mão de um modo de vida sob influência da mentalidade do nosso século não é simples. Na verdade, só o Espírito Santo de Deus pode mudar a situação. Mas então, não há nada que eu possa fazer hoje, nas próximas semanas ou durante todo o ano para começar a mudar minha realidade de vida? Sim, há muito a fazer. Como já dito, Deus sabe o futuro, desenhou o futuro. Porém, você e eu, não. Estamos diante de uma bifurcação, em que sua decisão não é sua, o desejo de mudar não vem de você, mas daquele que te criou e mudanças agora poderão dar um rumo em sua vida que você nunca imaginou, mas Deus já tinha desenhado. O pior que pode acontecer é você esquecer-se de tudo ou ir para o extremo da rebeldia para com o Criador do Universo. Isso o fará permanecer na inércia calcificante gerada pelo Gênio Milenar. Meu desejo é que você seja inundado pela presença do Espírito Santo, conheça o Deus da Bíblia de forma racional e consciente, tendo um relacionamento com toda a criação que glorifique o Criador.

E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. João 16:8 ____________________

Quando Jesus contou a parábola do semeador, entendemos que aquele que jogava a semente sabia muito bem que no meio dos espinhos, o fruto não vingaria. Contudo, mesmo assim


15. DETOX

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ele jogou a semente. Aquele que planta conhece a boa terra. O próprio Jesus explica a parábola depois de ser questionado pelos discípulos. A semente é a mensagem do Reino. Ela é dita a muitos, mas só em alguns ela gera transformação de fato. Foi Ele que criou os diferentes tipos de terra. Ele que leva a mensagem através de nossas vidas, pois é o Espírito Santo que transforma. A pergunta que resta aqui é: que tipo de terra é o meu coração? Os discípulos fizeram uma pergunta a Jesus logo após a parábola do semeador ser contada por Ele.

Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: “Por que falas ao povo por parábolas?” Ele respondeu: “A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não”. Mateus 13:10-11 ____________________

Não conheço seu coração, mas novamente, lembro que por ter tido acesso a essa leitura e por ter chegado até aqui, é bem provável que chegou o momento de mudanças em sua vida. O próprio desejo de mudar em seu coração não vem de você. Então, ore a Deus confessando seus pecados revelados durante essa leitura e peça a Ele que tenha misericórdia de você, que o guie às águas tranquilas, que o atraia. Busque viver como o Filho de Deus viveu. Se conseguir, a cada dia, achegar-se um pouco mais a Deus, descobrirá que foi escolhido antes da fundação do mundo. Caso contrário, descobrirá ao final da vida que não foi. Contudo, atente para o seguinte: vida, só em Cristo. A salvação é dicotômica, ou seja, você é salvo ou não é. Você foi salvo através do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário ou não foi. Já a vida no Reino é gradativa. Não é alcançada da noite para o dia. Deve ser buscada por aqueles que são atraídos por Deus. Esse é o momento. Quando reconhecer o completo domínio de Deus sobre todas as coisas e se render, avançará rapidamente para alcançar a vida plena em Jesus Cris-


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to.

A seguir proponho um caminho de mudança que pode auxiliá-lo nessa virada. Diagrama 2 – RoadMap de desintoxicação

1

Ore a Deus pedindo auxílio para se tornar igual a seu Filho e não para que Ele faça o que você deseja.

2

Busque compreender de fato que você não é uma pessoa boa e depende completamente da misericórdia de Deus.

3

Combata veementemente o orgulho. Ele te leva aos demais pecados e te impede de enxergar seus pecados e defeitos, além de te fazer sentir superior aos seus semelhantes.

4

Descubra através do estudo diligente da Bíblia e da oração que sua alma estará satisfeita de forma plena somente ao conhecê-Lo e não ao ser consumista.

5

Dê o seu melhor em tudo na vida, pois deve fazer como que para Deus e não para os homens ou para si.

6

Entenda de forma profunda em seu coração que você não é dono de nada, portanto, compartilhe, dê, desprenda do que é material.

7

Aprenda sobre a história do cristianismo e da humanidade para compreender por que chegamos ao estágio atual, tão longe de Cristo. Você terá certeza de que Ele é o caminho, a verdade e a vida.

8

Dedique-se a conhecer de fato o Deus da Bíblia, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o criador do Universo. Ele te deu algumas dezenas de anos para isso.

9

Contribua para um mundo melhor, em todos os aspectos que puder. Foi Deus quem criou o que você usufrui hoje e Ele colocou o homem com regente da criação.


16. MUDANDO O MUNDO

A TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO PASSA POR MINHA MENTE


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16 MUDANDO O MUNDO Imagine um mundo onde todos são honestos, onde Deus vem em primeiro lugar, o próximo em segundo e eu por último. Um mundo onde a violência não tem lugar, nem a inveja e a arrogância. Onde o desenvolvimento não é para me beneficiar com poder ou riqueza, mas para glória de Deus que é manifestada no bem de todos. Enfim, um mundo onde a paz, que excede todo entendimento, reina nos corações de seus habitantes. Então, infelizmente esse mundo é inviável sob domínio do Gênio Milenar. O mundo em que vivemos jaz no maligno (I Jo 5:19), porém, muitos têm experimentado essa realidade de forma parcial, pois vivem no Reino de Deus, mesmo ainda sofrendo com a injustiça daqueles que não estão nele. Mesmo Deus estando no controle de tudo, podemos mudar o mundo? Sim. Se você for transformado por Ele através da renovação da sua mente, agirá de forma diferente em cada ponto de contato com o Universo. Isso muda as coisas. Deus já determinou tudo, porém nós não conhecemos o futuro. Deus pode ter planos de benção as nações através da sua vida, que começa a partir dessa leitura e de outros aprendizados que você tenha. Ele pode usá-lo para ser um agente de transformação, direcionado por Ele para ser benção na vida de muitos. Lembre-se, você não sabe o que acontecerá amanhã, dê o seu melhor hoje. Se for da vontade dEle, você poderá ser um propagador do Reino de Deus. Deseje isso. Mudar o mundo para melhor começa no micro, e esse início só pode ser realizado por pessoas desintoxicadas, que não buscam seus próprios interesses. Como diria Albert Einstein: “Lembre-se que as pessoas podem tirar tudo de você, menos o seu conhecimento”. A transformação do mundo acontece nos fundamentos daquilo que não pode ser roubado: sua mente. O mundo


16. MUDANDO O MUNDO

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só pode ser transformado de fora para dentro e depois para fora novamente. Deus precisa entrar em sua vida, depois de um coração transformado, você precisa influenciar o mundo exterior. Felizmente, a fórmula da transformação do mundo não é nova e já foi aplicada. Foi o que impulsionou a Europa a se tornar a potência que foi por vários séculos recentes, assim como impactou o desenvolvimento dos Estados Unidos da América, nação que foi protestante por um longo período, sendo atualmente protestante somente de forma nominal. Abraham Kuyper vai dizer que é inquestionável o fato de que o desenvolvimento superior que a Europa vem gozando desde o século XVI, não é devido à Espanha ou a Áustria, nem mesmo à Alemanha, mas à Inglaterra e aos Países Baixos calvinistas daquele tempo. Segundo o mesmo autor, o desenvolvimento superior na França foi interrompido pelo Romanismo para, na sequência, ser impactada pela Revolução Francesa, que era uma caricatura deformada do Calvinismo, a qual, em sua triste consequência, quebrou a força interior da França como nação e enfraqueceu seu significado internacional. Kuyper foi nada mais nada menos que primeiro ministro da Holanda a partir de 1901, tendo antes disso criado a Universidade Livre de Amsterdã, foi Editor-Chefe de jornais, sendo que, além de tantos outros feitos, em comemoração ao seu 70º aniversário, em 1907, foi realizada uma celebração nacional na Holanda sendo dito: “A história da Holanda na Igreja, no Estado, na imprensa, na escola e nas ciências dos últimos quarenta anos, não pode ser escrita sem a menção de seu nome em quase todas as páginas, pois durante este período a biografia do Dr. Kuyper é, numa extensão considerável, a história da Holanda”. Em seu livro intitulado Calvinismo, Kuyper vai mostrar que, na base do desenvolvimento de uma nação, está seu Sistema de Vida. Para se definir um sistema de vida humana, são necessários três fundamentos: a forma como os indivíduos se relacionam com Deus, com o homem e com o mundo. Como mundo entende-se tudo que está fora da relação do indivíduo


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com Deus e com o homem, por exemplo, artes e ciência. Portanto, o sistema de vida, que boa parte da Europa viveu a partir do final do século XVI (Calvinismo), foi a base para seu desenvolvimento. Entenda as relações com essas três dimensões dos cinco principais sistemas de vida do mundo:


16. MUDANDO O MUNDO

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O Calvinismo é o Sistema de Vida que carrega boa parte dos princípios abordados neste livro e ele não é novidade. Tem quase cinco séculos de existência, foi a realidade de várias nações europeias que avançaram rapidamente, contudo, perderam de vista que seu desenvolvimento era porque Deus estava no centro. Acreditaram que o homem era o responsável pelas proezas. Nesse movimento de valorização, a Europa se perdeu. Contudo, podemos retomar, na Europa e nos EUA, esse padrão elevado de vida. Podemos implementar, em países em desenvolvimento como o Brasil, tal sistema de vida. Tudo começa em Deus, passa pelo indivíduo e chega ao todo.


16. MUDANDO O MUNDO

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Gráfico 34 - Você acredita que para termos o mundo melhor, o principal é:

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Os entrevistados apontaram como principal fator para a mudança no mundo, a postura de cada pessoa. Externamente é isso que realmente veremos, mas o que muda a mente humana é o próprio Deus. Portanto, em última instância, para vermos um mundo transformado depende somente de Deus. Por isso, oremos a Ele, sempre lembrando de dizer ao final “contudo, seja feita a tua vontade”, como Cristo nos ensinou. Os habitantes do Reino trabalham por um mundo melhor, mesmo que sua esperança não esteja limitada à Terra. Eles aguardam ansiosamente pela volta do Filho de Deus, que virá novamente à Terra não como Salvador, mas como Juiz. Aqueles que amaram a Luz, que se empenharam para viver no Reino d’Ele, viverão para sempre com Ele. Aqueles que se apaixonaram pelas iguarias dessa terra, viverão em um mundo onde a Graça de Deus não mais existirá, onde desaparecerá toda forma de bondade, sinceridade, fidelidade, verdade, honestidade e beleza que provém de Deus. Esse é o inferno.


Esses habitantes do Reino podem transformar o ambiente e inclusive influenciar aqueles que não são do Reino. O propósito de Deus para Abraão era que ele fosse luz para as nações e não somente para seus escolhidos. A transformação das vidas transformará o mundo. Os habitantes do Reino já vivem colocando a vida do Reino em suas práticas diárias, não em sua plenitude que virá com a volta de Cristo, contudo, não mais estão presos às diretrizes do príncipe desse mundo, o Gênio Milenar (Jo 14.30). Vamos mudar o mundo?


17. NÃO CONCORDO

ALTERNATIVA A TUDO ISSO


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17 NÃO CONCORDO Depois de toda essa leitura, você pode discordar da total soberania de Deus. Tudo bem. Contudo, é fundamental que você reflita no que vai crer ao se opor ao controle de Deus sobre sua criação. Em linhas gerais, resta-lhe uma alternativa. Vamos estudá-la. Para crer em uma alternativa, será necessário assumir que uma das três dimensões não influencia o processo de decisão do ser humano. É senso comum que a dimensão “Experiência” influencia o processo de decisão do ser humano, portanto a manteremos como fundamental para explicar as decisões que tomamos, assim como o reconhecimento de que Deus sempre soube de cada detalhe das experiências que vivemos, pois Ele é onisciente e não está restrito à dimensão tempo. Para ele, não existe passado, presente e futuro. Restam-nos duas dimensões para refutarmos. Comecemos pela “Essência”. Deus, sabendo de todas as experiências que você viveria, não teria definido sua Essência como Ele quis. Temos uma alternativa a essa situação. Deus teria feito sua mente como uma folha em branco. Esse conceito, cunhado por Aristóteles no século IV a.C., foi trabalhado e difundido por John Locke no século XVII. Dessa forma, poderíamos crer que Deus não teria interferido em sua Essência, fazendo sua mente de forma genérica exatamente como a de qualquer outra pessoa. Assim, todas as suas decisões seriam tomadas somente a partir das suas Experiências na vida. Na pesquisa, percebemos essa visão sendo predominante entre católicos e espíritas e chegando 37% da população em geral.


17. NÃO CONCORDO

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Gráfico 35 – Você acredita que ao nascer:

Fonte: Pesquisa realizada exclusivamente para esse livro.

Porém, é importante esclarecer um ponto sobre a ideia de John Locke. Ele não dizia que o ser humano nasce sem nada na mente. A ideia era somente de que a matéria-prima para a razão e o conhecimento provém da experiência durante a vida. Contudo, nem Locke, nem a grande maioria dos empiristas eram extremistas em acreditar que a mente era completamente vazia antes de suas experiências com o Universo a sua volta. Eles reconheciam um poder inato de reflexão, a consciência de ideias, sensações, emoções e assim por diante. Essa ideia, limitada de homogeneidade das mentes humanas, foi adotada pelo behaviorismo até o meio do século XX, contudo, o behaviorismo¹ atual já não faz uso da tabula rasa (ideia de que uma criança nasce


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como uma folha em branco e seu caráter e personalidade serão formados única e exclusivamente a partir de suas experiências com o mundo a sua volta). Portanto, crer que Deus fez mentes em branco irá gerar dificuldades não somente no meio religioso, mas inclusive no meio ateu. Será uma nova linha de compreensão das características inatas do ser humano a ser estudada pela ciência. Além dessa capacidade mental do ser humano, já embutida antes do seu contato com o Universo, há outro fator de sua Essência, que também será muito complicado de ser refutado: sua genética. É senso comum que nascemos com dons e talentos. Como exemplo, imaginemos um espetacular jogador de futebol. Sua habilidade extraordinária ao utilizar seu corpo não foi obtida a partir do treino. Não se produz uma estrela do esporte em laboratório. Tal profissional do esporte nasceu com uma genética particular que o diferencia dos demais e os treinos somente potencializam seu talento. Esse dom irá influenciar profundamente sua vida, pois o caminho que ele irá trilhar será extremamente diferente do que tomaria se não tivesse tal talento. Pessoas sem esse dom não se tornarão estrelas do esporte. Esse exemplo do esporte é facilmente replicado a diversas outras habilidades como a música, artes em geral e a facilidade para obtenção de conhecimento em áreas específicas. Essa interferência de Deus na definição de seus dons impacta suas decisões na vida, pois influenciam diretamente seu caminho. Contudo, ainda que fosse possível assumir que nascemos sem nenhuma consciência, sem nenhuma habilidade, sem nada que influenciasse nossa vida e nossas decisões, para que tivéssemos fundamento para crer na independência de minhas escolhas em relação a Deus, seria necessário crer também na não Interferência divina. Mesmo isentos ao nascimento, se Deus realiza uma interferência imperceptível durante sua vida, essa nova situação, de alguma forma e em algum grau, irá mudar a rota de sua vida, produzindo decisões futuras diferentes em relação às que você


17. NÃO CONCORDO

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tomaria se Deus não houvesse realizado tal interferência. Portanto, suas novas decisões não são somente suas, mas Deus ao interferir em sua vida, quis que você escolhesse exatamente como Ele quer. Uma, não sendo necessário mais do que uma Interferência divina na vida de Faraó, não mudou somente a vida dele, mas de toda uma nação. Prejuízos enormes para todo um povo, incluindo a morte de todos os primogênitos foi definida a partir de uma Interferência Divina. Tudo está conectado no mundo, tudo está relacionado. Qualquer mudança, mesmo que pequena, interfere na sua vida e impacta quem está a sua volta.

Faraó acreditava ser sua a mudança de ideia ao não liberar o povo escravo, contudo, não era dele, mas de Deus. Portanto, para darmos a nós mesmos a exclusividade de nossas escolhas, deveríamos, além de remover qualquer registro de Deus de nossa Essência, necessitaríamos remover toda e qualquer Interferência Divina durante nossa vida, como ocorreu na vida de Faraó. Como se não bastasse, além dessa difícil combinação de situações, seria necessário assumirmos que, além da nulidade da Interferência Divina, Deus não influenciaria nossas Experiências, pois um milagre que ele realiza em sua vida será uma nova


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informação que será armazenada em seu cérebro e será utilizada para decisões futuras e, portanto, não foram decisões puramente suas, mas com o dedo de Deus. Ele arbitrariamente decidiu afetar sua vida e não a de seu vizinho, decisão d’Ele e não sua. Portanto, o exercício de negar a Soberania de Deus depende de um arranjo confuso, complexo e incoerente. Entretanto, se ainda assim você crer que Deus não interferiu a seu bel prazer em sua Essência, que Ele não realiza interferências na vida das pessoas, ou seja, nos largou no mundo a nossa própria sorte e, ainda por cima, não interfere em nossas decisões através do impacto de suas ações em nossas experiências, como por exemplo, através de milagres, sinto lhe dizer que você não professa o cristianismo, mas algo mais próximo do deísmo. No deísmo, se crê em um criador, comumente reconhecido como Deus, contudo, sua criação foi largada na terra para viver de forma independente, sem a interferência divina. Nessa crença, a razão tem primazia sobre as Sagradas Escrituras e sobre a ação do Espírito Santo. Encaixotamos Deus à capacidade intelectual do ser humano. Novamente, colocamos o infinito dentro do finito. O nascimento do deísmo com o Iluminismo veio com a intenção de agradar a gregos e troianos. Confirmava algumas bases do cristianismo, porém só aceitava o que viesse da religião que fosse condizente com a razão e o raciocínio crítico. Ótimo ambiente para crer na Bíblia somente no que faz sentido para mim e deixar de lado aquilo que não me agrada. É exatamente nesse contexto Iluminista que se intensificou uma forte deturpação da fé cristã, que iria culminar na teologia liberal, gerando uma variedade enorme de interpretações religiosas que vão atender aos anseios da modernidade. Espero que Deus tenha falado ao seu coração, espero que você se prostre diante de sua majestade e soberania, espero que você se humilhe reconhecendo que não é digno da presença d’Ele em sua vida, espero que você reconheça sua total inclinação para o pecado, espero que você reconheça a bondade e misericórdia d’Ele ao se revelar a você, espero que você se livre do


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fardo de crer que está no controle de alguma coisa, espero que você busque em primeiro lugar, o Seu Reino e sua justiça, pois Ele irá suprir aquilo que é sua necessidade. Que Deus nos abençoe. Encontramos no Reino aqui e lá!


204

BIBLIOGRAFIA AGOSTINHO, Santo. O Livre-Arbítrio. [tradução, organização,

introdução e notas Nair de Assis Oliveira; revisão Honório Dalbosco]. São Paulo: Paulus, 1995.

BRITANNICA, Enciclopédia. Tábua rasa. 2015. Disponível em: <http://www.britannica.com/topic/tabula-rasa>. Acesso em: 26 fev. 2015. CRABB, Lary. Neyd Siqueira.

Chega de Regras. Traduzido por São Paulo: Mundo Cristão, 2002.

SALON; MCDONOUGH, Katie. Richard Dawkins defende “a pedofilia leve”, diz ela não causar “dano duradouro”. 2013. Disponível em: <http://www.salon.com/2013/09/10/richard_ dawkins_defends_mild_pedophilia_says_it_does_not_cause_ lasting_harm/>. Acesso em: 22 mar. 2014. GLEISER, Marcelo. Poeira das estrelas. São Paulo: Editora Globo, [20]. 280 p. KIVITZ, Ed René. Talmidim: O passo a passo com Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. 384 p. KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2002. LEWIS, C. S. Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz. São Paulo: Martins Fontes, 2005. LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples. São Paulo: Martins Fontes, 2009. NEWS, BBC; FILDES, Jonathan. Artificial brain ‘10 years


205

away’: A detailed, functional artificial human brain can be built within the next 10 years, a leading scientist has claimed. 2009. Disponível em: <http://news.bbc.co.uk/2/hi/8164060.stm>. Acesso em: 4 jun. 2014. PIPER, John. Deus deseja que todos sejam salvos? São José dos Campos: Fiel, 2013. SHELLEY, Bruce L. História do Cristianismo, ao alcance de todos. São Paulo: Shedd Publicações, 2004. WALDINGER, Robert. What makes a good life? Lessons from the longest study on happiness. TED Beacon Street, 2015. WARREN, Rick. Uma vida com propósitos. São Paulo: Editora Vida, 2002. WELLINGTON, Alex. As Dimensões dos Relacionamentos Humanos. Taguatinga Norte: SEBI Publicações, 2014.


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ANEXO - PESQUISA A pesquisa sobre liberdade de escolha foi elaborada para avaliar a percepção da população em geral em relação aos temas abordados neste livro. Foram 301 respondentes provenientes de diversas religiões, faixas etárias e níveis de escolaridade. O questionário foi construído na plataforma online Typeform, sendo respondido somente pela Internet, através de computadores, celulares e tablets. A maioria dos respondentes utilizaram o celular. Os convites para responder foram entregues via papel em vários condomínios horizontais e verticais e através da rede social Whatsapp. O resultado geral apresentado foi ponderado pelo percentual de cada religião no Brasil de acordo com o Censo IBGE 2010. Ponto importante a ser observado é que os evangélicos que responderam à pesquisa são, em sua grande maioria, tradicionais ou pentecostais. O grupo neopentecostal praticamente não foi representado (ver tabela que se segue). Tab. Anexo - Denominações Evangélicas representadas na pesquisa

Denominação

%

Igreja Batista

43,3%

Igreja Presbiteriana

23,1%

Outras

20,1%

Igreja Assembléia de Deus

6,7%

Congregação Cristã do Brasil

2,2%

Igreja Deus é Amor

2,2%

Igreja Evangelo Quadrangular

1,5%

Igreja Maranata

0,7%


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