Heloisa aos 80!

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Heloisa aos 80! Saudações de familiares e amigos

Edésio Fernandes Organizador


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Heloisa aos 80! Saudaçþes de familiares e amigos

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Sumário

Erton Carvalho 11 Cristiana Fernandes Carvalho 12 Gustavo Minzon Freitas de Souza 14 Eduardo de Lima Fernandes 14 Cândido Luiz de Lima Fernandes 17 Maria Eugênia Fernandes Couri 19 Edésio Fernandes Júnior 21 Lucy Paim Fernandes 22 Adriene Souza 23 Denise Portela de Lima Fernandes 26 Armando Carmo Couri 27 Robert A. Annibale 28 Maria Inês Franzen de Lima Abreu 29 Patrícia Passos de Guimaraens 29 Maria Cândida Veloso 31 Luiz Renato Paim Fernandes 31 Maria Izabel Pires Fernandes 32 Ana Florença Vaz 33 Lucas Vaz Fernandes 33 Pedro Vaz Fernandes 33 Rodrigo Paim Fernandes 34 Marcos Ahouagi Fernandes 34 Raquel Galan 35 Bernardo Lobato Fernandes 36 Eduardo Lobato Fernandes 36 Leonardo Lobato Fernandes 37 Bruno Portela de Lima Fernandes 40 Maria Bello Fernandes 43 Clara Bello 44 Sofia Bello Fernandes 44 Marina Fernandes Rodarte 45 Armando Carmo Couri Filho 47 Júlia Diniz Couri 48 Theo Diniz Couri 48


Juliana Couri Tassini 48 Alexandre Tassini 49 Júlia Couri Tassini 49 Gabriel Couri Tassini 49 Daniel Fernandes Couri 49 Fernanda Biaggioni Fernandes 52 Renata Couri Penna 53 Pedro Penna 53 Mariana Franzen de Lima de Abreu Fonseca 53 Patrícia Jardim 55 Padre Luis Corrêa Lima 56 Sabrina Medeiros 57 Izolete Raisson 57 Martin Dowle e Fabricio da Silva 58 Marcio Doctors 59 Cláudia Doctors 60 Rebeca Doctors 60 Betina Doctors 61 Ruth Levy 61 Isabela Gomide 63 Diogo Maia 67 Márcia Bonnet-Benjamin 67 Louisa Hutton e Matthias Sauerbruch 68 Jacqueline Bentley 69 David Bentley 70 Suzana Meinberg 71 Nilza Lentz 73 Maria Lúcia Menicucci 75 Romualda Modesta Vieira 75 Susana Paz 75 Eduardo e Elizabeth Jordão 76 Rosa Ayres de Carvalho 77 Carlos Aníbal Fernandes Almeida 78 Maria Ângela Assumpção Bicalho 81


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Helô querida,

Erton Carvalho

Heloisa, minha querida companheira. Por mais de 50 anos devoto o meu amor e uma crescente admiração que vai além do afeto cotidiano que se mistura com uma grande profundidade, envolvendo uma admiração e respeito. Tudo o que fizemos, construímos e alcançamos juntos, com o seu trabalho, na manutenção de nossa família, sobretudo na educação dos nossos filhos, Cristiana e Henrique. Trabalhou no Tribunal Eleitoral do Rio de Janeiro e, muitas vezes, participava de plantões para dar suporte às reuniões no Tribunal que se prolongavam noite adentro, na época das eleições. Durante esse período fez o curso de pós-graduação em museologia na PUC - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Aposentada no Tribunal, trabalhou durante 15 anos na Casa Museu Eva Klabin, local em que realizou um relevante trabalho intelectual com extenso relacionamento com organizações do gênero no país e no exterior. Vivíamos na nossa luta diária com muitos desafios e realizações, sobretudo na educação dos filhos. Devido à natureza de meu trabalho e atividades turísticas, tivemos a oportunidade de conhecer vários países, o que permitiu também que Heloisa contatasse organizações culturais na Europa, contribuindo para o sucesso do seu trabalho na área de museologia. Heloisa é admirável não só pela cultura e experiência por ela adquiridas como pela facilidade de se relacionar com as pessoas. Valoriza também o trabalho dos mais humildes, com uma visão social de integração da população nos projetos culturais. Tivemos o maior impacto em nossas vidas devido à morte, em um acidente aéreo, de nosso querido filho Henrique, com apenas 33 anos, que nos trouxe um profundo sofrimento que até hoje nos acompanha. Nossa filha Cristiana viveu intensamente a morte do irmão, tendo inclusive visitado o local do acidente, no morro próximo à vila de Boa Esperança, no Estado do Rio de Janeiro. Heloisa, muito ligada ao 11


nosso filho, foi muito atingida e sua lembrança permanece em nossos corações, procurando sempre relembrar os bons momentos que vivemos juntos. Continuamos abraçados como um suporte mútuo e cada vez mais integrados com um amor amadurecido e fortificado. Erton

Cristiana Fernandes Carvalho

A “ mulher sábia edifica a sua casa” Esta da foto é minha mãe. Filha de uma tradicional família mineira. Exemplo de esposa, mãe e mulher. A personalidade é forte, muito decidida. Seu espírito é admirável porque é incansável. É batalhadora, guerreira, religiosa, inteligente, curiosa, culta, corajosa e com uma energia inesgotável de vida. É um ser humano que sempre se colocou na vida de uma maneira intensa e apaixonada. Dona de um coração enorme e, ao mesmo tempo, bondoso e doador. Seus infinitos atos de bondade estão no esconderijo do seu dia a dia. Simples de espírito, simples nas palavras. Alcançou sucesso, realizações e apogeu profissional. Sua busca incessante pelo conhecimento a levou para a trajetória da arte, que alimenta e preserva sua alma e seu espirito. Sua sabedoria e intelectualidade transcendem meu entendimento. Mãe, eu, melhor do que ninguém, conheço seus valores, seus ensinamentos, sua história, sua coragem. Obrigada pelo seu grande exemplo de vida e por me ensinar a caminhar!!! Obrigada, Deus!!! Obrigada, mãe!!! Te amo infinitamente!!! Com todo meu amor e gratidão eterna, Cristiana 12


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Gustavo Minzon Freitas de Souza

À minha querida sogra, Heloisa, Tenho uma enorme admiração pela sua pessoa, pela sua determinação, força de vontade, disciplina, educação, sua vasta cultura e seu conhecimento. Também gostaria de enfatizar sua grande generosidade e bondade de sempre estar preocupada com os mais necessitados e com os trabalhos voluntários em instituições carentes. O meu muito obrigado, pelo aprendizado nos nossos seis anos de convivência, sempre acrescentando importantes e bons valores em minha vida. Gostaria de, nesta data especial, lhe desejar bênçãos, saúde, prosperidade, vitórias e realizações. Um beijo muito carinhoso, Gustavo

Salve, Heloisa!

Eduardo de Lima Fernandes

São tantas as qualidades que ela tem, e tantas as possibilidades para se falar dela, que é difícil saber por onde começar, sem me perder no rumo e no tempo, em breves palavras, homenageando seus 80 anos de vida exemplar para todos nós; daí, expresso aqui um pouco do que vimos e sentimos na vida da nossa irmã, que chamamos de Helô, primogênita da nossa irmandade de sete irmãos. Infelizmente, hoje, somente cinco vivos, com as perdas que tivemos do Marcos e do Luiz. Nascida em Belo Horizonte no ano seguinte ao do casamento de nossos pais, quando o Papai, antes de ingressar na Magistratura, ainda no Ministério Público, era Promotor em Elói Mendes, seguiu o périplo do Promotor e do Juiz por 14


todas as comarcas por onde ele passou, acompanhando o nascimento de cada um de nós. No tempo de Muzambinho, o do Luiz – com a particularidade de que ele foi o presente de Natal que pediu, e ganhou em 25 de dezembro de 1942; no de Três Pontas, o do Marcos; no de Três Corações, o meu; no de Lavras, o do Cândido; no de Ponte Nova, o da Maria Eugênia; no de Belo Horizonte, o do Edésio Júnior. Sempre participativa, ajudando nossos pais nos cuidados conosco em todas essas etapas, isto foi nos marcando, cada um de nós a seu tempo, com os traços de sua personalidade, reta, firme, decidida, a par de carinhosa e amiga, como demonstrado ao longo de toda a sua vida. Tenho na lembrança alguns lampejos de sua vida de menina-moça em Ponte Nova, mas com nitidez a partir da nossa mudança para Belo Horizonte, eu com 6, 7 anos, em 1954, no Grupo Escolar Barão de Macaúbas; e depois na nossa casa da Rua Caraça, ela no Colégio Santa Maria, com seu garboso uniforme de saia azul e blusa branca, meia comprida, sapato brilhando, e daí em diante seguindo sua trajetória de vida. Estudante dedicada – tantos cursos, rico aprendizado, aqui e na sua França tão querida; professora competente, formada em letras neolatinas, em especial o francês; profissional administrativa muito reconhecida no TRE de Minas e do Rio; museóloga – o ápice da sua atuação profissional, encantando a todos nós com o seu saber, sua cultura, suas análises sobre a arte em geral, o que domina tão bem. E na nossa linha do tempo, primeira dos filhos de Edésio e Maria Iphigênia, de certa forma sacrificada para nos dar seu exemplo sempre “cobrado” por eles, mas não abrindo mão de, na sua conduta, impor sua personalidade e superar dificuldades que os relacionamentos transitoriamente trazem, como obstáculos que sempre soube vencer com altivez, sendo muito respeitada por isto. 15


Irmã cuidadosa, atenta à evolução de cada um dos seus seis irmãos, nos transmitiu sempre a sua preocupação com a família, com a preservação dos valores que aprendemos e que norteiam nossas vidas, e que tão bem soube interpretar; esposa dedicadíssima ao esposo Erton, cuidando do seu bem-estar e da família, conciliando suas atividades profissionais com as domésticas; mãe que cuidou com esmero da educação dos filhos, que retribuíram aos pais com a perfeita formação escolar que tiveram, desde o jardim de infância até a universidade; cunhada discreta, sempre com palavras de elogio e admiração manifestada às esposas e ao marido de seus irmãos e irmã; tia e tia-avó sempre presente na vida dos seus 13 sobrinhos da herança Maria Iphigênia e Edésio, e de seus 23 sobrinhos-netos, desde o Guga, o mais velho, puxando a fila, até o Lucas, da Renata, sobrinho-neto mais novo, todos com um afeto incontido. Tenho a imensa felicidade de ter participado do nascimento de seus dois queridos filhos, Cristiana e Henrique, em Belo Horizonte, no Hospital São Lucas, e a honra eterna de ter sido chamado por ela e pelo Erton para batizar o Henrique, meu querido afilhado, com o qual convivi por 33 anos, seguindo com muito orgulho sua vida pessoal e profissional, a graduação primária até a diplomação na universidade, o primeiro emprego, o casamento. Ele, que nesse curto tempo nos deixou um legado muito valioso de sua formação, de sua educação, de seu equilíbrio, de sua inteligência, de seu trato afetivo com todos que o cercavam, de seu lindo sorriso, a par de suas paixões, dentre elas o amor pelo Clube Atlético Mineiro. Preciso registrar, dentre suas inúmeras qualidades – e importante: nenhum defeito –, a sua mineiridade, que nos encanta; a sua “carioquice”, como bem disse o Marcos, na maneira com que assimilou sua vida de 50 anos na Cidade Maravilhosa; a sua cultura, que nos inebria com o seu conhecimento do mundo das artes – e com que prazer ela nos relata o seu saber; a sua sabedoria, sempre reconhecida por quem a procura para aconselhamento; a sua resignação, no enfren16


tamento de um momento de dor aguda por que passou, e com a qual soube ao longo da vida conviver como ninguém. E lembrar dos ótimos tempos passados com sua família tão querida, nas inúmeras vezes em que fomos acolhidos na sua vivenda de Araruama, local de lazer e descanso, de tanta tranquilidade e paz! Só boas lembranças nossas e de nossos filhos! Helô, Com o tempo, na nossa vida adulta, amadurecidos, aprendemos a te admirar cada dia mais; todos queremos ter sua energia, disposição, determinação, fé, e facilidade de conduzir e resolver os problemas que a vida nos impõe; irmã amiga, receba minha profunda e sincera homenagem pelos seus 80 anos, tão bem vividos, e que Deus lhe permita viver muitos outros mais! Eduardo

Para Heloisa,

Cândido Luiz de Lima Fernandes

Querida irmã Helô, os sentimentos que tenho por você são de admiração, profundo amor e gratidão. Admiração pela sua independência, quando, ainda criança, a via sair para trabalhar no Tribunal Regional Eleitoral, o que lhe permitiu comprar o próprio carro numa época em que isto era pouco comum entre as mulheres. Admiração pela sua inteligência, pelo seu elevado nível cultural e acurado bom gosto. Gratidão pelo seu exemplo de vida e por ter influenciado tanto, ao longo dos anos, a pessoa que sou. Foi você que me levou pela primeira vez ao Teatro Marília para assistir a uma peça. Foi você que me matriculou na Cultura Francesa, onde, adolescente, aprendi a falar essa língua tão bonita e a amar a França como segunda pátria. Foi graças ao seu apoio que estudei na Cultura até ser aprovado no Exame de Nancy, tendo-a sempre como exemplo. Aplaudi a conquista de seus 17


diplomas de língua e literatura francesa, vibrei com sua ida para Montpellier como bolsista da Capes em 1967 e sonhei em seguir seus passos como estudante numa Universidade Francesa. Foi você que me despertou para o magistério, inspirando-me no seu exemplo de dedicação como professora de Francês nos Colégios Estadual e São Paulo, devidamente recompensada pelo reconhecimento e por homenagens dos alunos. Foi você que incentivou o meu gosto pelas artes plásticas e pelas músicas clássica e popular. Herdei seu violão Di Giorgio e nele comecei a dedilhar as primeiras canções e, com ele, a me tornar seresteiro e animador das festas daquela época.

Sua influência no meu gosto musical foi

tão grande que, muitos anos mais tarde, atrevi-me a gravar CDs nos quais interpretava alguns clássicos da música francesa. O primeiro disco que ganhei foi o compacto simples da Edith Piaf, que você me deu por ocasião da passagem da cantora pelo Rio, no qual ela canta “Non, je ne regrette rien”. Esta música me impressionou tanto que a registrei no CD “Un Chansonnier”. Foi você que me estimulou a gostar de poesia, incentivando-me a escrever poemas ainda criança e apresentando-me ao seu colega Affonso Romano de Sant’Anna. Admiração pela sua contínua busca do saber, quando, depois de muitos anos de casada e com os filhos criados, foi estudar Museologia e trabalhar na Fundação Eva Klabin. Admiração pela sua vontade de viajar e correr mundo, no que procuro também imitá-la. Admiração pela sua generosidade e simpatia, que a todos cativam. Admiração pela esposa dedicada ao marido Erton e pela excelente mãe que foi para o Henrique e é para a Cristiana. Admiração pela sua religiosidade e fé, que a ajudaram a se manter firme diante dos rudes golpes que a vida lhe aprontou. Profundo amor pela pessoa que você é. Minha retribuição é pequena diante das suas imensas demonstrações de afeto por mim, por meus filhos, por minhas netas. Você esteve sempre presente em todos os momentos da minha vida, nos alegres e nos difíceis. Lembro-me do período que passei no Rio fazendo o doutorado em Economia. Você sempre me 18


ajudando, incentivando-me até o final, quando compareceu à defesa da tese. Você foi minha conselheira e me orientou, com sua ampla visão do mundo e experiência de vida, a pisar sempre em terra firme. Seu carinho e seu afeto são inigualáveis, expressos em palavras, gestos e presentes, e se estendem à minha família, que também a ama profundamente. Embora residindo em cidades diferentes, eu, em Belo Horizonte, e você, no Rio de Janeiro, sempre estivemos muito próximos. No dia 3 de agosto de 2019 você irá completar 80 anos de uma vida rica e fecunda. Peço a Deus que lhe conceda muitas graças em retribuição a tudo que você fez de bom por nós e, sobretudo, muita saúde para que possamos ter ao nosso lado, por muito tempo ainda, esta pessoa maravilhosa que você é. Cândido

Helô,

Maria Eugênia Fernandes Couri

Minha irmã, madrinha, companheira de quarto, duas vezes comadre, merecidamente querida. Já foi sabiamente dito que: “só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera. Porque o mês de agosto tem muito a nos ensinar: é um mês jardineiro; é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem, aguardando seu tempo de brotar. É o guardador da boa nova, o preparador da arrebentação de cores, que, com seus mais variados nomes, vêm em forma de flores. Agosto é quando Deus deixa a natureza traduzir, visivelmente, o tempo das mutações.” Palavras que nos evocam imediatamente o devir, esse processo de mudanças pelas quais todos os seres passam; uma lei geral do universo, que cria, destrói, reconstrói, ensina e engrandece. 19


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E como tem sido potente o seu devir, querida Helô! Diante do balanço do que tem sido a sua caminhada, muito me encanta vê-la brilhar, inovar, inspirar, se reinventar, deixando sempre belas marcas em tudo o que se dispôs a fazer. Constato, comovida, também sua resiliência, coragem, determinação, disciplina, humildade e fé com que tem vencido as mais duras provas. O que só pode resultar em afeto, respeito e admiração crescentes. Agosto nos presenteou regiamente, nos trazendo você no dia 3. Gostaria, então, de lhe dizer que é merecedora de todas as primaveras, de todas as flores, de todas as cores. Sejam elas as mensageiras da minha alegria e do privilégio que sinto por tê-la em minha vida! Maria Eugênia

Edésio Fernandes Júnior

Heloisa, para mim, é muitas coisas: determinação e curiosidade, trabalho e responsabilidade, força e serenidade, sentido de família e sentido de amizade. Como poucos, ela se reinventou várias vezes ao longo da vida, e a cada uma das muitas provações a que tem sido submetida – e têm sido tantas – responde sempre com enorme garra e vontade de viver. Sempre entre um projeto de reforma e um projeto de viagem, ela segue reconstruindo e explorando. Culta, sensível, dona de uma bela e fluente escrita, Helô é a gentileza personificada. Agora, o que mais devo a ela, e o que mais lhe agradeço, é ter incutido em mim o sentido da Europa. 21


O amor dela à França e à cultura francesa, os cartões postais que recebi, menino, vindos de cidades imaginárias, os chocolates suíços com embalagens de paisagens de sonho... Foi ela que despertou em mim o desejo da viagem, o respeito pela cultura, a curiosidade pelo mundo. Salve a Helô aos 80, jovem de espírito e inspiradora como sempre foi! Edésio

Heloisa querida,

Lucy Paim Fernandes

Minha singela homenagem pelos seus oitenta anos. Desde a primeira vez que ouvi o nome Heloisa, soou-me forte, com um cunho simbólico de fibra, garra, sofisticação, nobreza. Fui me inteirar do seu significado e fiquei surpresa perante a profundidade de meu sentimento e do próprio significado do nome. Pessoa saudável, guerreira, lutadora diante dos seus objetivos, combatente e corajosa. Carinhosamente chamada de Helô, é uma das pessoas mais nobres de sentimento, de trato, de simplicidade nos atos do dia a dia, mas que encobre uma sofisticação nata. Essa característica é de origem materna e paterna. Requinte permeado de humildade, determinação e coragem para enfrentar as vicissitudes, vivenciar todos os momentos e ousadia para realizar todos os seus desejos, dos mais simples aos mais complexos. Afetuosa e amiga de fato, faz amigos facilmente, ampliando sempre seu círculo de amizade, através da busca incessante de aproximações afetivas fundamentadas no carinho, na 22


solidariedade ao próximo nos momentos de tristezas e participativa nas grandes alegrias. Pessoa alegre, às vezes tímida, fervorosa, inteligente, dada às letras, às artes de todos os tipos e às viagens que sempre estão presentes em sua vida toda. Comunicativa por excelência, gosta de prosear, de trocar ideias, de visitar parentes e amigos, ama cinema e teatro. Tudo que a vida lhe proporciona aproveita ao máximo, “não deixando para amanhã o que pode ser feito hoje”. Como todos nós, Helô vivencia alegrias e tristezas, reagindo com aceitação, resignação e resiliência, equilíbrio, persistência, fé, como uma verdadeira guerreira que é. Ficarão muitas lacunas na minha escrita, mas fica aqui, por ora, meu depoimento sincero de como vejo, me encanto e me orgulho de tê-la como cunhada e amiga que prezo muito. Parabéns, Helô, por ser essa mulher que é, pelos seus oitenta anos bem vividos com fé, amor e esperança. Com carinho, Lucy

Adriene Souza

Falar de Helô, ou para Helô, é muito simples e difícil ao mesmo tempo. Tenho profunda admiração pela mulher que ela é, pela força e determinação. Vive intensamente em tudo que faz, é exemplo para todos nós, cuidando da família e das relações familiares com tanta afetividade. 23


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Energia não lhe falta. Adora cinema, restaurantes e viagens, sempre acha um tempo para falar horas ao telefone com as pessoas de que gosta. Comigo sempre muito carinhosa e atenciosa, nunca se esquece de perguntar pelos meus filhos, sabe como ninguém escolher as palavras e mensagens certas para os bons e maus momentos. A Helô profissional é também muito admirável, museóloga! Que luxo!!! Nunca conheci outra! Isso além da sua formação em letras, o que lhe permite se expressar com tanta desenvoltura em vários idiomas. Cultura, conhecimento e curiosidade não lhe faltam e a memória, invejável!!! Helô, Tenho por você grande admiração e carinho. Te desejo muitos anos de vida, muita saúde e muitas viagens. Um beijo grande, Adriene

Helô querida,

Denise Portela de Lima Fernandes

Uma das missões mais fáceis que recebi atualmente foi escrever sobre você. Fiquei pensando, sentindo principalmente, no prazer e no privilégio que é participar da sua vida durante esses 44 anos. Você representa para mim força, coragem, determinação, franqueza, observação, cultura, exemplo de mulher e de vida. Ao mesmo tempo, tem o lado doce, carinhoso, atencioso, amigo, participativo, companheiro e família. E tudo junto é a nossa Helô tão amada, tão querida! 26


Admiro imensamente a sua fome de saber, de conhecer (de verdade!) lugares novos, pessoas diferentes, ser uma andarilha do mundo. Mesmo com todas as dificuldades e dores que a vida nos reserva, você não abaixa a cabeça, não se entrega, fica com sua fé inabalável. Quando crescer, quero ser igual! Amo você, muito. Denise

Armando Carmo Couri

Há 47 anos conheci Heloisa, quando, chegando pela primeira vez à casa da Maria Eugênia, vi na sala um bonito bebê, que há dias tinha vindo ao mundo, o seu filho, Henrique. Passados esses 47 anos, só tenho a agradecer por tê-la no meu convívio tão próximo, seja em Araruama, no Rio ou em BH, mas principalmente no meu coração. Seus sentimentos puros e qualidades tão corretas, cristalinas e probas me fizeram ter uma grande admiração pela minha querida cunhada. Como se não bastassem essas qualidades acima, acrescento sua cultura geral, estendida a todos os assuntos, sejam atuais, presentes ou passados, históricos ou geográficos, que brotam de sua conversa suave, sempre cheia de adjetivos, que enriquecem seu conteúdo e me cativam a estar sempre próximo dela. A esta mulher forte, que passou por momentos difíceis, mas sempre ajudada por uma força interior incrível, que faz dela esta pessoa fascinante, rendo as minhas homenagens. Armando

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Robert A. Annibale

I think of Heloisa whenever I think of Paris. I write this note extending my love and congratulations to her on her milestone birthday year from France, where she and Erton have lived and visited for decades, understanding and adoring all the best of the country, its history, art, food, institutions, challenges, language and friendships. Heloisa has an intimacy with Paris that comes from somewhere much profound than from many visits and a deep knowledge of the city. It comes from an empathy for its people, music, way of living, style and expression. She is so fluent in French that it is easy for her to move between two very different places close to her personal history and heart, Rio and Paris, as she does between Portuguese and French. But it is in Rio that I think of her most and all her famously welcoming and gracious receptions, hospitality, delicious family meals, and abundance of gifts that she spoils us with. Rio was the first city I visited in Brazil, some 25 years ago, and Heloisa received me as she always has since, as part of the family that she has devoted so much of her energy, care and love supporting, nurturing and adoring. She deeply believes and is guided by her faith, supporting her through the great loss of our much missed Henrique and other loved ones, but also a life strengthened and enriched by it. The love and blessings that she bestows on all her friends and family are abundant, her kindness, hospitality and elegance legendary, and may we all be blessed with celebrating many more birthdays with this beautiful woman whose friendship and love we cherish. Bob

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Maria Inês Franzen de Lima Abreu

Helô, nossa matriarca, Exemplo de determinação, coragem e disposição para tudo, sempre. Nunca deixou a peteca cair, mesmo nos momentos mais dolorosos da vida, que enfrentou com muita força, fé, resignação e dignidade. Esposa e mãe exemplar. Uma dona de casa perfeita, que, com o nosso querido Erton e com a querida Cristiana, recebe os parentes e amigos mineiros e cariocas sempre com muito carinho. Mesas lindas e deliciosos menus. Helô, querida, realmente você é uma guerreira, exemplo para todos nós. Você está nos nossos corações, com muito carinho. Maria Inês

Patrícia Passos de Guimaraens

“Tenho um dia. Se souber aproveitá-lo, terei um tesouro.” Helô, prima querida, sabe como ninguém aproveitar seus dias! É um fenômeno! Consegue, no mesmo dia, almoçar com amigos, visitar uma exposição, pegar um cineminha e passar numa livraria para conhecer os últimos lançamentos! Determinada, corajosa, focada – é um exemplo de mulher guerreira. Com entusiasmo e incrível energia, circula pelas artes plásticas, música, literatura, sempre buscando conhecimento. 29


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Mineiríssima, cultiva os hábitos e os valores de suas raízes, mantendo tradições, como a hospitalidade e a gentileza. Como maior característica, o prazer de viajar e de conhecer pessoas e lugares diferentes. O melhor destino é a França, país que admira e cultua. Tenho afeto e admiração pela Helô. Enfrenta as dificuldades que a vida lhe impõe com força, fé e esperança. Desejo-lhe, minha prima-irmã, no seu aniversário de 80 anos, saúde, felicidade e inúmeras viagens. Quero vê-la, logo, logo, sorrindo muito e curtindo os belos jardins do Taj Mahal! Patrícia

Maria Cândida Veloso

Querida prima Lolô, Feliz Aniversário! Muita saúde e alegrias! Lolô, minha prima suave e guerreira, pequena e notável, a mineira mais francesa! Quem primeiro me falou sobre Paris. Ah, Paris! Desde pequena me maravilhava com esta pequena e delicada mulher e suas aventuras, que parecem nunca ter fim. Uma vontade incessante de aprender! Viva Lolô, a incansável! Maria Cândida

Luiz Renato Paim Fernandes

A Helô, como gosto de chamá-la, é única e especial; mulher forte que tem uma energia que contagia quem a cerca. As férias na casa da tia, no Rio e em Araruama, me trazem as 31


melhores lembranças. Sempre cuidadosa, interessada, disposta a conversar, passear, agradar! Ela me acolheu no início da vida profissional, durante um mês de estágio. Carinhosamente, me aguardava pra irmos a alguma exposição, a um restaurante ou simplesmente para andar no calçadão do Leblon. Curte muito meus filhos, cada passo, cada etapa, cada conquista. Pessoa culta e inteligente, boa de prosa, sempre dando o máximo pra gente se sentir bem, confortável e feliz. E está assim, desde sempre, presente nas nossas vidas e em nossos corações. Abraços, Luiz Renato

Maria Izabel Pires Fernandes

Lembro-me bem do dia em que conheci essa grande mulher. Meu saudoso sogro me disse: Heloisa é a minha irmã mais velha, fala bem o francês e adora artes, você irá gostar dela! Quando a vi com aquele olhar profundo, com seus colares sempre grandes, seu cabelo curtinho e sua voz firme, porém doce, compreendi perfeitamente as palavras de Luiz Aníbal. Algumas pessoas cruzam nosso caminho e estabelecem uma ligação forte desde o primeiro instante; dizem que “os santos batem”. Perto da Tia Helô não tenho receio de deixar o choro brotar! O assunto não falta e o carinho supera os obstáculos do tempo... Tia Helô é assim: uma mistura de delicadeza e fortaleza. Uma coragem ímpar para lidar com a aridez e o brilho da vida, entendendo que nem sempre será só ruim, nem sempre será só bom, não abandonando tudo só porque as coisas estão difíceis no momento. Sempre disposta a dar um colo para seus sobrinhos-netos, que lhe chamam carinhosamente de “Avó Helô”. 32


Ela é assim, uma mistura singular de tia, mãe e avó, com muito açúcar! Bell

Heloisa,

Ana Florença Vaz

É com muita alegria que desejo o que há de melhor neste mundo para você! Lutas e dificuldades superadas com garra, fé e sempre uma força interior invejável! Parabéns! Com muito carinho, Ana Florença

Tia Helô,

Lucas Vaz Fernandes

É com muito carinho que te desejo um feliz aniversário, repleto de saúde, paz e felicidade! Um beijo, Lucas

Tia Helô,

Pedro Vaz Fernandes

80 anos de alegria, bondade e muitas conquistas! Desejo tudo de melhor, muitas felicidades e anos de vida! Beijos, Pedro 33


Tia Helô,

Rodrigo Paim Fernandes

Sinônimo de alegria! Mulher guerreira, exemplo de vida. Tia amada, a qual temos a honra de chamar de “comadre”! Afinidade incrível, amor incondicional por nós e nossos filhos. Tantos momentos alegres vividos juntos em Araruama, Rio e BH. Lembranças gostosas guardadas em nossos corações. Seus 80 anos se aproximam, muito bem vividos. Que Deus a abençoe sempre e renove sua fé! Só podemos dizer muito obrigado por seu amor, dedicação e carinho! Te amamos muito! Rô, Sophia, Rafa, Dedé e Gigi

Marcos Ahouagi Fernandes

Querida Madrinha, Agradeço a Deus todos os dias por ter recebido de meus pais o grande presente da sua escolha como minha madrinha. Dois sentimentos sintetizam muito bem o que sinto por você. Gratidão e admiração! Gratidão por você ser a madrinha perfeita, amorosa, amiga, compreensiva e muito presente, mesmo que a distância física tenha sido sempre uma constante em nossas vidas. Sua influência em minha vida é inexplicável! Toda vez que nos 34


encontramos, você me faz sentir importante, querido, valorizado, especial! Sinto-me grato e muito honrado por poder ocupar um espaço importante em sua vida e no seu coração, pelo menos é assim que você me faz sentir! Assim como todos que a conhecem, sinto por você uma admiração imensa. Admiro a sua força, fibra, gentileza, coragem, inteligência e generosidade. Acima de tudo, admiro a sua dedicação como mãe e esposa, além da sua capacidade de se reinventar sucessivas vezes, mesmo diante de situações extremas que a vida lhe impôs. São tantas boas recordações que tenho de você que precisaria de muito tempo para descrevê-las. Mas gostaria de compartilhar que, quando criança, em Brasília, sofria de ansiedade para chegarem as férias, em especial o Natal, para poder ver você, receber seu abraço, ler os cartões que sempre me escreveu (relíquias que guardo até hoje) e escutar a sua voz, os seus agradáveis casos e histórias. Guardo também no fundo do coração cada viagem ao Rio de Janeiro e a Araruama, quando pudemos ter um pouco mais de convívio (sem ter que dividir você com tanta gente). Querida Tia Helô, com muita alegria celebro os seus 80 anos, agradeço por você existir na minha vida e lhe desejo muitos anos pela frente, com muita saúde, se Deus quiser! Com amor, do seu afilhado, Marquinhos

Raquel Galan

Helô querida, tão preocupada com o próximo, delicada, forte e corajosa. Que bom ter esta oportunidade para lhe falar o tanto que você é exemplo em minha vida. Irmã presente, madrinha 35


(quase mãe), esposa amorosa e fortaleza como mãe. Quando anfitriã, é o melhor guia turístico que se pode imaginar. Deixo aqui registrados meu carinho e admiração. Parabéns pelo seu aniversário de 80 anos! Nós te amamos. Raquel

Bernardo Lobato Fernandes

Querida Tia Helô, são tantas lembranças e tantas qualidades que fica até difícil escrever uma mensagem breve. Sua delicadeza constante, seu coração gigante e seu interesse genuíno em saber sobre a família e as novidades sempre me marcaram. De forma positiva e natural, sempre consegue perceber e enaltecer o melhor de cada pessoa. É impossível pensar no Rio de Janeiro sem me lembrar de você, do Tio Erton, da Cris e de nosso saudoso primo Henrique. Foram inúmeras e divertidas viagens de férias para sua casa no Rio e em Araruama! Sem nenhuma dúvida, você marcou minha infância e minha vida. Com muito carinho, um beijo, Bê.

Eduardo Lobato Fernandes

Não há como pensar na Tia Helô e não lembrar de seu carinhoso sorriso quando nos recebe. Inicia nossas conversas com sua introdução clássica ”Oi, Dudu, vem cá, me conta aqui uma coisa....”, e por aí iniciamos, sempre da última página em que paramos, atualizando tudo com uma memória que não perde nenhum detalhe. Discreta, elegante, de semblante sereno, atenta e com muita cultura “armazenada”, tem 36


sempre um ensinamento e/ou uma palavra positiva a deixar. Uma autêntica Fernandes, muito discreta e reservada, porém, meio “carioca”. Gosta de uma boa conversa, tem “munição” para todos os assuntos, e em diversas línguas. Pessoa de leves e fáceis sorrisos, deixa o bem onde quer que passe. Travou batalhas duras na vida, nunca baixou a cabeça, e seguiu acompanhando todos à sua volta, sempre preocupada em que nada falte. Uma pessoa muito especial, que tem um lugar no coração de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. Querida Tia, parabéns pela sua octogésima volta ao mundo, e lhe desejo muitas outras voltas, com muita saúde e paz! Beijo grande do sobrinho, Dudu

Querida Tia Helô,

Leonardo Lobato Fernandes

Fico muito feliz por poder lhe escrever esta mensagem e participar desta merecida homenagem neste ano em que completa seus 80 anos de vida. Quero que saiba o quanto minha vida foi positivamente marcada e impactada por você, e dizer que tenho as melhores e mais vivas lembranças de nossas férias no Rio e em Araruama com você, Tio Erton, Cris e nosso saudoso Kiko. O carinho e afeto que vocês sempre tiveram conosco é inexplicável, acompanhando cada etapa de nossa trajetória e participando e incentivando sempre nossas vidas! Temos muito orgulho de você, da sua força, sua fé, sabedoria e bondade! É com grande carinho que lhe desejamos um feliz aniversário, e que Deus continue lhe dando força e serenidade para enfrentar os desafios da vida. Leo, Olívia, Theo e Thor 37


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Heloína

Bruno Portela de Lima Fernandes

Estamos em 2019 e quase ninguém usa mais o dicionário. O chamado “Pai dos Burros” vive hoje a Síndrome do Ninho Vazio. Seus filhos, quando buscam o significado para algo, usam o Google. Mesmo impreciso e, muitas vezes, confuso, o “Tio Descolado dos burros” deixou Dicionários e Enciclopédias à míngua. Com isso, raramente pensamos nos verbetes. Seja então para o Google, para blogs, Wikipédia, ou mesmo conteúdo para redes sociais, venho aqui pedir a inclusão de dois novos verbetes: Heloísa e Heloína. De acordo com o Google, em um tal de Dicionário de No-

mes Próprios, Heloísa significa: “saudável”, “saudavelmente larga”; “combatente gloriosa”, “guerreira famosa”, “famosa na guerra”. Carrega consigo qualidades que possivelmente acompanharão as pessoas registradas com esse bonito nome feminino, tais como saúde, coragem e bravura. Achei pouco. Quem escreveu isso não conhece a nossa Heloisa. Segue abaixo a atualização. Heloisa Fernandes Carvalho significa: “iluminada”, “matriarca”, “Tia com T maiúsculo”, “avó emprestada”, “resiliente”, “presente”, “mineiramente carioca”, “cheia de energia”, “descolada e elegante”, “culta”, “historiadora”, “responsável”, “animada”, “amiga”, “companheira”, “aquela que contagia”, “persistente”, “fraterna”, “materna”, “a que não desiste”, “a que não se entrega”, “très chic”, “à frente do tempo”, “a que tem memórias”, “a que não se esquece”, “a que perdoa”, “corajosa”, “guerreira como nunca se viu”, “batalhadora”, “saudável” e “um exemplo a ser seguido”. E proponho também a inclusão do substantivo/adjetivo Heloína. Heloína é aquela que puxa a fila, que registra tudo, que cai, mas logo se levanta; que enfrenta, mas não perde a ternura; 40


que erra, mas corrige para acertar; que vive, independentemente do que vier; que nos deu pessoas maravilhosas, mas, algumas, a vida, que nem sempre lhe foi justa, levou prematuramente. Mas ela se ergueu. E enfrentou. E nos deu uma lição do que é o amor. Heloína é aquela que busca forças onde e quando ninguém acreditava mais existir. E vive, e prospera, e se recupera, e ainda acolhe, cuida, acompanha, torce, vibra e contagia. Helô é minha tia querida, que sempre me tratou com bastante carinho. Não é verbete nem substantivo, mas é cheia de adjetivos e predicados. É aquela que nos recebe com o maior sorriso nas temporadas cariocas, a que se interessa por nós, que vibra com nossas conquistas e apoia quando é preciso. É quem abre as portas do Rio e de Araruama para férias inesquecíveis. Foi quem nos deu Henrique, uma das pessoas mais fantásticas que a Terra já conheceu, e que foi encantar o Céu mais cedo do que gostaríamos. Tia Helô carrega com honrarias as histórias e tradições dos Lima Fernandes. E abriu muitas portas para nós ali também. Conquista tudo e todos com seu carisma e simpatia. Sentado na varanda da Vieira Souto, com a melhor brisa do Rio de Janeiro, escutando a Annie Haslam cantar no fone de ouvido, agradeço por esses mais de quarenta anos de convivência com a nossa Heloína. Olho para a areia da praia, me sinto como um daqueles grãozinhos e penso o quanto me sinto importante por ter feito parte de metade da vida dela, e quanta sorte temos por tê-la conosco. Eternamente, nessas lembranças inesquecíveis. Se você conhece a nossa Heloína, sabe que agora este termo está registrado, imortalizado, com ISBN e tudo mais. Helô é para sempre. Exemplo de vida. De bravura. E a prova de que Amor é uma palavra pequena, de quatro letras, múltiplos significados e uma responsabilidade imensa de representar tantos sentimentos complexos e misturados. 41


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O que Heloína faz? Espalha Amor por onde vai. Prevejo, em breve, jovens utilizando frases como “Nossa, ela foi muito Heloína em fazer isso!” ou “Não tenha medo, seja Heloína”. Na nossa gíria, apesar de não dizermos, já é assim. Bruno

Maria Bello Fernandes

Mensagem e desenho de Maria, filha de Bruno e Clara

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A nossa Malala

Clara Bello

Tia Helô presenteou sua sobrinha neta, nossa filha, Maria, com um livro sobre a admirável Malala, a jovem paquistanesa Prêmio Nobel da Paz. Hoje fiquei pensando que há algo que une essas duas mulheres incríveis. Seus corpos mignons e aparentemente frágeis são insuficientes para abrigar tamanha fortaleza. Retidão de caráter, muita fibra, resiliência e uma disposição invejável... Mesmo diante das adversidades e da dor, ambas reuniram forças não se sabe onde para lutar por justiça, e não desanimaram diante dos obstáculos. Impressionam-me na Tia Helô sua curiosidade, sua vontade de aprender, de conhecer, de explorar, e acredito que até a jovem Malala, do alto dos seus 21 anos, poderia ter dificuldade em conseguir acompanhar nossa globe trotter incansável. De longe, Tia Helô se faz presente nos deliciosos encontros de família, e, sempre que nos brinda com sua presença, nos recebe de braços abertos e com um sorriso acolhedor. É um privilégio ser considerada uma de suas sobrinhas e receber o seu afeto e o seu amor! Clara

Sofia Bello Fernandes

Desenho de Sofia, filha de Bruno e Clara

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Marina Fernandes Rodarte

Para minha Tia Helô

Falar de e para alguém tão querida e especial quanto a Tia Helô deveria ser tarefa fácil. No entanto, para mim, não foi. Não é que me faltem adjetivos, qualidades ou belas palavras para descrevê-la. Ao contrário, as tenho de sobra. E tenho certeza de que todos que a conhecem também têm. Qualquer um que tenha o privilégio de conviver com ela de alguma forma sabe a grande mulher que ela é. Forte além dos limites humanos, corajosa, doce, amável, inteligente, empática, simpática e “à frente do seu tempo” são apenas alguns dos adjetivos que facilmente me vêm à cabeça para falar dela. Como eu disse no início, não faltam palavras. Mas faltam aquelas que realmente descrevam o que ela representa para mim e que eu nunca soube dizer antes. Nem sei se o farei agora, mas vou tentar fazer isso contando um pouquinho da minha história, coisa que também não é fácil de fazer. A família é a primeira vivência que temos de sociedade. É através dos nossos primeiros convívios que tentamos entender quem somos e a que viemos. Tive uma infância relativamente tranquila e feliz, sem nenhum grande percalço. Porém a criança que fui não costuma, até os dias de hoje, ser descrita de forma positiva, mesmo eu sendo mera coadjuvante na maioria das aventuras infantis. Há quem diga que eu era chorona, mimada, medrosa, quieta, “diferente” de alguma forma. O que eu realmente era, além de uma criança como qualquer outra procurando o seu lugar, não tenho como saber. No entanto, esse olhar do outro marcou minha infância com os sentimentos de solidão e inadequação. Mas a vida se encarrega de nos trazer pessoas que contradizem qualquer olhar negativo, qualquer reprovação. Pessoas que nos olham com tanta bondade, amor e compaixão, que é impossível não olhar para si mesmo e gostar do que vê. Essa foi e continua sendo a Tia Helô pra mim. E o estranho 45


é que eu sempre senti isso, mas nunca consegui nem contar isso para ela e nem elaborar tão claramente quanto agora. Que bom que tive esta oportunidade! Mesmo tendo vivido a maior parte da vida em uma cidade diferente da dela, me recordo com muito carinho dos encontros com a Tia Helô na infância. Ela sempre tem um olhar amoroso para mim, um interesse na minha vida e um característico presentinho, um agrado sem igual. Eu me lembro especialmente de um estojo de lata da Company com a imagem de uma bailarina que ela me deu. Eu detestava fazer

ballet, no entanto esse estojo foi uma preciosidade usada até gastar por completo. Bem como um biquíni rosa choque da Bumbum, que ela me deu na pré-adolescência e eu me sentia a verdadeira Garota de Ipanema nele. Tive biquínis de diversas marcas e jamais me senti desse jeito. A verdade é que esses presentes da Tia Helô são muito mais que objetos para mim. São a presença dela, o olhar carinhoso dela, são ela aqui do meu lado. Que o diga uma pulseira de pérolas que ela me deu não há muito tempo e que quebrou o fecho, mas eu a guardo cuidadosamente na gaveta. Ou o fogão que ela me deu de casamento e cortamos até granito na nova casa para que ele coubesse, já que eu não podia me desfazer dele, pois jamais posso é me desfazer dela! Tenho certeza de que ela é igualmente carinhosa, atenciosa e cuidadosa com todos os seus sobrinhos. Afinal, justiça e igualdade também são valores dela. Porém, ela precisava saber que isso que ela faz tão de graça vale o mundo para mim. Não há uma conquista minha em que eu não tenha recebido uma mensagem ou uma ligação dela, bem como nos momentos difíceis. Recentemente, passei por um susto em um acidente de carro, em que nada mais grave aconteceu, graças a Deus. No dia seguinte, toca meu telefone, um DDD do Rio, e eu pensei “não pode ser”. E era ela, que está vivendo situações muito mais complicadas e difíceis que essa minha. Era ela, que em qualquer momento ou humor, não se esquece de mim. Eu precisaria de, no mínimo, mais uma vida para retribuir 46


tudo isso que ela me dá. Eu também precisaria ser muito mais e fazer muito mais do que hoje. E, ainda assim, não seria suficiente, pois não há como agradecer a quem sempre te olha com ternura e empatia, quem sempre arruma algum assunto para falar com você, quem te mostrou que seus sentimentos de inadequação e solidão não eram tão verdadeiros assim. Não tenho ideia de por que sou merecedora desse carinho e dessa atenção. Sei bem que não falo ou demonstro adequadamente. Mas tenha certeza, minha tia querida... o universo há de sentir todo o meu amor por você e te retornar em mais luz, saúde e amor. Dizer “obrigada” é pouco, mas preciso terminar este texto dizendo: – Obrigada por dar mais cor ao meu mundo, por ser exatamente quem você é e fazer sempre parte da minha vida. Tudo isso me fez me olhar diferente, fez toda a diferença em quem eu consegui ser. Obrigada, mil vezes obrigada! Marina

Armando Carmo Couri Filho

Tia Helô é uma guerreira! Pessoa a quem muito admiro e por quem tenho um carinho enorme! Não foram as adversidades que a vida traz que a fizeram fraquejar. Desde a infância, sempre as melhores lembranças, seja nas deliciosas férias em sua casa em Araruama ou nas temporadas no Rio, sempre na companhia do saudoso primo e grande amigo Kiko. E até hoje sempre atenciosa e amorosa com os sobrinhos-netos que têm grande afeto por ela, principalmente o Theo, que a considera sua terceira avó e faz questão de visitá-la sempre que está no Rio de Janeiro. Em nossa mais recente visita por lá, ele me perguntou: “Papai, onde você gostaria de estar agora?”. Respondi que era junto da minha família, com sua mamãe, ele e seu irmão. E ele me respondeu: “Eu queria estar na casa da Vovó Helô...”. 47


Dino Júlia Diniz Couri

Nossos encontros no Rio são sempre recheados de ótimas conversas e um amor recíproco cheio de saudades. E foi neles que Tia Helô ganhou o coração do seu maior fã, Theo, que carinhosamente a nomeou de “minha terceira vovó”. Júlia

Theo Diniz Couri

Vovó Helô é a minha terceira avó! Eu amo muito ela! Gosto muito de ir na casa dela pra ver ela e brincar! Theo

Juliana Couri Tassini

Minha querida Tia Helô é sinônimo de sabedoria, fortaleza, gentileza e resiliência. A cabeça erguida com que enfrenta os obstáculos da vida é um grande exemplo para mim! Como a admiro, como a adoro! São com ela as minhas mais deliciosas lembranças de férias em Araruama e no Rio de Janeiro: as visitas às livrarias, os almoços deliciosos preparados com tanto carinho em seu apartamento (onde já ganhei até bolo de aniversário), as idas ao Paissandu, sua presença constante em minha vida e seu enorme carinho com a minha família! Para ela envio todo o meu amor, minha gratidão e o melhor

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– sempre! Ela merece! Juliana Alexandre Tassini

Helô é uma tia muito querida que ganhei ao me casar com a Ju. Pessoa extremamente carinhosa e agradável, que sempre está por perto. Para nossos filhos, Jujú e Biel, é considerada uma avó muito especial e muito atenciosa. Desejo que tenha muita saúde e vida longa, e que continue sempre presente em nossas vidas! Alexandre

Júlia Couri Tassini

Tia Helô é uma tia-avó muito querida e gentil! Sempre nos leva para passear e fazer lanches deliciosos, nos dá presentes e conta casos da sua infância! Júlia

Gabriel Couri Tassini

Tia Helô é muito legal e gosta de me mimar, pois tem sempre uma lembrança para mim! Um dos meus sonhos é viajar sozinho de avião para o Rio e passar uns dias com ela! Gabriel

Daniel Fernandes Couri

Os 80 anos da Tia Helô merecem muita comemoração! 49


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Ela é uma pessoa muito especial! Desde pequeno, sou um admirador dessa tia tão carinhosa, que proporcionou para mim e para toda a nossa família muitos momentos de alegria nas diversas e maravilhosas férias que passamos juntos em Araruama e no Rio. Ao longo de sua vida ela nos deu várias demonstrações de sua enorme força, sua persistência e seu otimismo. Apesar das adversidades, nunca abandonou a sua fé e soube superar todos os obstáculos com muita sabedoria. Se eu tivesse que descrever a Tia Helô em uma única palavra, diria que ela é uma FORTALEZA. Desejo tudo de melhor para essa tia tão querida, que é um exemplo para a nossa família! Dani

Helô!

Fernanda Biaggioni Fernandes

Nunca poderia imaginar que faria parte da família da Tia Helô. Minha família alugava a casa de Araruama em todas as férias durante a minha infância. Eu me lembro de ir para a casa da Helô e do Erton e ficar encantada com todo o carinho e delicadeza com que sempre fomos recebidos! É uma grande honra hoje poder chamá-la de Tia Helô! Ela é um exemplo de força, amabilidade, alegria e fé! Daquelas pessoas raras, que encantam todos à sua volta! Admiro muito a Helô e a tenho no meu coração com um

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carinho mais que especial! Fernanda  Renata Couri Penna

Gosto de pensar que fui abençoada ao nascer, pois recebi de presente dois padrinhos maravilhosos: Tio Luiz Aníbal (quanta saudade!) e Tia Helô. Alegria, carinho, presença (mesmo distante), sabedoria, doação, resiliência e positividade são algumas das palavras em que penso ao me lembrar dessa segunda mãe tão querida. O Rio de Janeiro tem uma atração à parte, e os encontros com ela sempre são maravilhosos! Lembro-me com muito carinho das visitas à livraria Malasartes, que me renderam um gosto especial pela leitura, e também das idas a Araruama, que sempre farão parte das minhas melhores lembranças da infância. Tia Helô é amorosa, atenciosa, forte e doce, uma mistura de adjetivos que fazem dela uma pessoa muito especial! Renata

Pedro Penna

Tia Helô, muito obrigado por nos passar tanto carinho e amor de família. Você nos ensina a ser pessoas melhores. Fico feliz de ter me tornado seu sobrinho. Um beijo do coração, Pedro

Mariana Franzen de Lima de Abreu Fonseca

Querida Tia Helô Tantas boas lembranças tenho de você, do seu carinho, sua força, sua resiliência e paciência. Você é um exemplo de fé, esperança e, principalmente, força. A você desejo o melhor 53


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que a vida possa oferecer. A você agradeço a convivência e o privilégio de poder estar ao seu lado sempre. Mariana

Dona Heloisa

Patrícia Jardim

Que alegria falar de Dona Heloisa! Uma mulher admirável, ativa, generosa e muito elegante. Sou, realmente, privilegiada por tê-la em minha vida há 16 anos. Vivemos momentos importantes, uma ao lado da outra, muito divertidos em Araruama, aproveitando a comidinha caseira da Neusa. Comentávamos sobre o exagero que cometíamos ao comer, mas nada disso nos abalava. Em especial, guardo uma lembrança que muito me emociona, que foi a escolha das músicas tocadas na cerimônia do casamento. Lembro-me de que não queríamos que aquele momento acabasse, porque já estávamos imaginando a emoção que sentiríamos num dia tão especial. Nossos encontros são sempre alegres. Conversamos sobre os filmes que estão em cartaz, sobre as viagens que fizemos, as que faremos e sobre Paris. Ah, Paris! Essa cidade que amamos e que nos inspira pela beleza e pela cultura. Descreve Montmartre, Le Marais, Quartier Latin com tanto entusiasmo que me sinto lá, aproveitando exatamente o que ela relatou. Como disse, vivemos momentos importantes, uma ao lado da outra, mas, no mais triste, estávamos de mãos dadas. De mãos dadas esperando uma resposta que seria a pior de nossas vidas. Estávamos lá, esperançosas e... de mãos dadas. Uma perda irreparável, uma dor que nos atormenta diariamente, mas tentamos seguir em frente. Optamos pelo amor, apesar de nunca termos conversado sobre isso, e acho que, depois de tanto sofrimento, percebemos que amar deixa a nossa vida mais simples. É o que realmente vale a pena, o que fortalece nossos passos e jus55


tifica estarmos vivas. Agradeço-lhe o carinho com meu filho Davi, por incentivá-lo à leitura e por estar presente em sua vida. É a vovó do coração, que lê para ele livros de tubarões ferozes, cobras perigosas e dos temidos dinossauros. Ainda temos muito o que viver, quero escutá-la dizendo com empolgação: vou viajar! Independentemente do lugar, sempre encontra um jeitinho de passar por Paris e, quando retorna ao Brasil, traz um olhar diferente, novo, um detalhe nunca percebido desta cidade tão exuberante. Dona Heloisa merece todo o carinho e amor do mundo! Patrícia

Padre Luis Corrêa Lima

Tenho muito boas lembranças desses anos de amizade com Heloísa. Dessas lembranças, destaco uma muito preciosa. Certa vez ela me convidou para vermos juntos o filme japonês A Partida, de Yojiro Takita, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. É a história de um jovem que vai trabalhar no serviço funerário de uma pequena cidade no Japão. Ele realiza um rito tradicional de limpeza e vestição de pessoas falecidas, feito na presença de seus respectivos familiares, antes do sepultamento. Esse jovem trabalhador aprende a vencer a repulsa diante da morte, e testemunha o conforto trazido aos familiares por esse rito sabiamente conservado pela tradição. Nunca vi algo tão belo sobre um tema tão difícil para o nosso mundo contemporâneo. O filme tem o poder extraordinário de nos reconciliar com a nossa condição humana, da qual a morte faz parte, o poder de nos remeter ao horizonte da eternidade em que a vida não tem fim. Eu, como sacerdote, digo ao fiéis que esse filme vale mais que uma dúzia de sermões. Inegavelmente, o Espírito 56


de Deus também sopra nesse meio não cristão, e chega até nós como alento e vigor. Agradeço a Deus pela amiga Heloisa e por tantas coisas boas que vivemos. Luis

Helô,

Sabrina Medeiros

Nossas trajetórias se cruzaram por um espaço de tempo limitado, entre os meus 21 e 23 anos de idade. Quem nos vê de fora não sabe que foi tão intenso, que jamais te tirei de verdade dos meus melhores pensamentos e caminhos. Eu fui e ainda sou muito influenciada por ti. Eu cheguei mansa, com uma timidez que poucos reconhecem: eu, sim. Mas, afinal, era uma grande mulher, mãe, tia, sogra. Dona de uma trajetória cheia de belezas, dignidade e peso. Mirava-me nessa força que era visível mesmo diante da doçura do nosso encontro. Do seu abrigo à minha juventude. De você trouxe o moderno da tradição, igualei no sorriso, manifestei o desejo da delicadeza e da lapidação. Foi também por você que desejei, pela primeira vez, fazer um enredo próprio. E, com você, aprendi que a vida tem caminhos seus. Aprendi isso na sequência que o afeto e a dor trazem e que as razões e desrazões invocam. Ainda me surpreendo como a vida se manifesta. Mas sua presença nos lembra que o tempo inexiste e que a sabedoria persevera na sua resiliência. Esse é o seu tempo. Um tempo infinito de sensações e vivências. Seus imperativos permanecem. Que sejam regados para sempre! Sabrina

Querida Heloisa,

Izolete Raisson

Amiga de muitos anos, amiga das horas difíceis, amiga de 57


maravilhosas viagens, amiga de leitura, amiga de descobertas gastronômicas. AMIGA. Heloisa, guerreira nata, elegante até para contar de suas guerras. Incapaz de incomodar seus amigos com lamentações. É aberta para contar seus problemas, mas de forma tão delicada, que parece estar contando um “causo”. Heloisa está sempre atenta ao outro. Tarefa bem difícil nos dias de hoje! Ninguém escapa às suas gentilezas. A família de seus amigos é a continuidade de seus amigos. Mãe, pai, marido, filhos, netos são objetos também de sua atenção. Sempre me pergunto como será o “caderninho de notas” da Helô. Como ela não se esquece de nada e de ninguém! Como seus dias são longos o bastante para contemplar tantos amigos! Minha querida Heloisa, gostaria que soubesse o quanto sou grata a você por sermos amigas. Desde aquele dia em que entrou aqui em casa, para se apresentar como orientadora no encontro de jovens, e, daí para frente, nunca mais ficamos longe. Minha doce Heloisa, 80 anos! Vida que segue. Atrás, um séquito de amigos-fãs que adoram estar com você. Izolete

Martin Dowle e Fabrício da Silva

Nossa querida Heloisa É com muito prazer que participamos desta homenagem à nossa querida Heloisa. Nossa amizade começou mais de 27 anos atrás, e ficou firme durante todo este periodo. Nós nos encontramos em Londres, Kyiv, Nova Friburgo, Araruama, São Paulo, e, é claro, no Rio de Janeiro (se lembra da viagem 58


de trem de Kyiv para Lviv?). Até na maravilhosa cidade de Istambul com Fabrício. A você Martin deve muito de seu conhecimento do Brasil. Tantas aventuras! Tantas boas memórias! Desejando tudo de bom para você. Com muito amor e afeição, Martin e Fabrício Marcio Doctors

Querida Helô, você é uma pessoa especial e querida. Como sou grato à vida por tê-la conhecido. Eu acredito que as pessoas que encontramos ao longo de nossas vidas e que ficam (como você ficou presente na minha, da Claudia, da Rebeca e da Betina) são as verdadeiras amizades e ficam por alguma razão. São aquelas em que confiamos e com as quais construímos nossos afetos. São muitas suas qualidades. Inúmeras. Aprecio sua capacidade de dedicar-se ao outro por inteira. Você, quando conversa, está totalmente presente e se envolve. Coisa rara no mundo acelerado de hoje, onde tudo é rápido e fugaz. Um mundo em que sempre somos atropelados pela urgência e deixamos o que é importante para depois. Quando você conversa, não há urgência. Há presença e a conversa é o que é importante. Sua fé é algo que sempre me impressionou. Sua força vem de sua fé. É admirável. Ela a impulsiona para enfrentar os momentos mais difíceis da vida, que você enfrenta de uma maneira que não sei nem como definir, mas que é sempre com muita determinação e coragem. E sua memória, desta nem se fala. Que inveja! Inveja declarada não faz mal; é admiração!!! Quando conta de suas viagens, então, é incrível. A gente viaja junto. Sinto saudades de quando você voltava de viagem e contava para mim, 59


Ruth e Diogo os detalhes de tudo que você havia visto e vivido. Gostaria que soubesse como você foi importante na minha entrada na Eva Klabin. Foi você a primeira pessoa com quem conversei, que me ensinou muito, e que juntou, de fato, essa equipe maravilhosa, da qual adoro fazer parte. Obrigado, querida amiga, que possamos estar juntos em muitos e muitos outros aniversários para comemorar e celebrar a vida. Desejo tudo de bom para você. Meu afeto, Marcio

Cláudia Doctors

Helô, nossa amiga amada, que glória fazer 80 anos! E que alegria estarmos juntos para compartilhar desse momento. A Helô é aquela amiga que cuida, que lembra, que dá carinho, que acolhe e que dá vontade de a gente fazer o mesmo, sempre! Uma mulher que admiro muito, inteligente, uma supermuseóloga, entende de arte muito bem, adora viajar e divide o amor entre alguns lugares do mundo; um deles, certamente, é Paris. Rodeada pela família amorosa e numerosa e por amigos de verdade, te tenho em grande valor, querida amiga, e só me resta desejar que venham mais muitos anos de saúde, amor e alegrias! Feliz aniversário, Helô!!! Cláudia

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Rebeca Doctors

Helô, fiquei surpresa quando descobri que você está fazendo 80 anos!!! (Te daria menos 20 anos!). Te desejo tudo de melhor nesta data e que este novo ciclo seja ainda melhor que o último! Você sempre foi muito carinhosa comigo e Betina, e me lembro muito bem dos presentinhos e cartinhas que deixava pra nós duas. Você é uma amiga muito especial e fico feliz de ter você na minha vida! Um beijo carinhoso, Rebeca

Betina Doctors

Querida Helô, lhe desejo parabéns e tudo de melhor. Espero que você comemore ainda muitos aniversários ao lado de todos que lhe querem bem (e que são tantos!). Sempre me lembro da pessoa carinhosa e atenciosa que você é e sempre foi com nossa família. É um verdadeiro prazer te conhecer e te rever quando temos a oportunidade! Beijos e carinho sempre, Betina

Nossa querida Helô

Ruth Levy

A amizade da Helô é um privilégio na minha vida. Quando nos conhecemos no curso de Museologia, nos idos de 1986, essa pessoa tão especial, culta, elegante e sábia me impressionou de imediato. E a amizade que ali começou só foi 61


crescendo a cada dia, desde então. Heloisa é uma amiga que verdadeiramente sabe cultivar a amizade. A cada dia e nos mínimos detalhes. E quantas jornadas vivemos juntas! O curso de Museologia, nossa formatura, nossa ida para a PUC, onde por dois anos desfrutamos de aulas maravilhosas, e depois o convite para que eu fosse trabalhar com ela na Eva Klabin, num gesto de confiança e generosidade. A partir daí, e por muitos anos, tive o privilégio da convivência diária com essa pessoa de múltiplos interesses e conhecimentos, sempre tão bem informada e ávida por novidades. Recebi banhos de cultura, educação, etiqueta, amorosidade, experiência de vida. Exemplos formidáveis de profissionalismo e de conduta. Histórias de família compartilhadas, que foram tornando seus familiares tão próximos e queridos por mim; relatos extraordinários de suas viagens (quase sempre passando por Paris), que me faziam viajar também por aqueles lugares incríveis. Sempre digo que, depois de trabalhar com a Helô, nunca mais deixei de procurar imediatamente o significado de uma palavra desconhecida no dicionário. Esse e tantos outros hábitos e gestos, apreendidos em uma convivência tão próxima e cheia de carinho. A amizade com o Erton, seu grande companheiro de vida, e com seus filhos, Cris e Henrique, que vi acabarem de crescer e se tornarem também meus amigos, é um bônus a mais dessa relação com a Helô. Não me esqueço de tantos dias alegres desfrutados em sua acolhedora casa de Araruama, com a mesa cheia de amigos, saboreando as deliciosas moquecas preparadas pelo especialista Dr. Erton. São tantos amigos em comum que vejo compartilharem comigo esse apreço infinito pela Helô. Colegas e professores da UniRio e da PUC, colegas de trabalho e de outros museus, os jovens estagiários que ela ajudou a transformar em profissionais competentes; os ex-vizinhos da Saboia Ribeiro, os amigos de Araruama, do grupo de leitura. Por todos os lados, pessoas que a apreciam e querem tão bem a ela. 62


Helô também sempre torceu muito pela minha felicidade pessoal e acompanhou com o maior carinho meus passos para formar minha família. Admirava imensamente a minha mãe, D. Ruth, lembrando-se sempre dela. E torceu demais pelo meu casamento com o José e pelo nascimento da minha Nina, a quem adotou como netinha e dedica tanto carinho. Todos sabemos que a nossa Helô tem passado por muitos golpes duros nesta vida, muitos mais do que gostaríamos que ela tivesse que enfrentar. Principalmente a maior dor e tristeza de todas, a partida do querido Henrique. A forma como ela vive desde então e a garra com que enfrenta cada adversidade representam uma inspiração sem fim. A cada duro golpe que sofre, ela se torna mais amorosa e preocupada com os outros, em vez de amargurada e indiferente ao sofrimento alheio. Helô querida, eu só tenho a agradecer e a comemorar a nossa amizade de tantos anos e desejar que continue a ser a pessoa maravilhosa que você é. Parabéns por esta data tão especial! Te desejo muita saúde e muitos anos de vida. Você merece tudo de melhor hoje e sempre! Ruth

Querida Helô,

Isabela Gomide

Que prazer eu tive em ter te conhecido, e, melhor ainda, ter convivido com você diariamente por mais de 10 anos. Nesse tempo, fui conhecendo a mulher doce e cheia de força, serena e com energia para dar e vender, com admirável e vasta cultura, além de uma generosidade imensa! Essa é você pra mim e muito mais. Poderia ficar escrevendo por horas sobre o quanto te amo e te admiro. Passamos por muitas coisas juntas, momentos de alegria e 63


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de dor, risos e lágrimas, de vitórias, conquistas e superações, e seu coração sempre transbordando de amor e afeto. Você é um ser iluminado, minha querida Helô. Aprendi e aprendo sempre com você. Sinto uma gratidão enorme por você fazer parte da minha vida, de termos construído uma amizade linda e sólida. Só o que posso lhe desejar é que continue sendo exatamente quem você é e que Deus lhe dê muita saúde, amor e alegrias, pois você merece isto e muito mais! Um beijo cheio de amor, Izabela

Diogo Maia

Conheci a Helô em 2002, quando fui fazer estágio na Fundação Eva Klabin. Eu tinha apenas 22 anos e, apesar de já ter tido um longo período como estagiário em outro museu, ainda me considerava uma pessoa muito inexperiente. Sabia pouco sobre arte e catalogação de acervos, assim como fazer uma boa visita ao museu. A Helô foi muito mais do que uma chefe ou coordenadora de estágio, ela foi, como costumo falar, minha madrinha museológica. Desde o primeiro dia, me senti muito bem acolhido por ela, com total liberdade para perguntar, tirar dúvidas, questionar, etc. E a Helô sempre esteve pronta para me responder, me ensinar, me orientar, sempre com a maior calma, paciência e elegância. Que sorte eu tive de conhecer a Helô, de conviver com ela diariamente por quase cinco anos, de poder absorver um pouco do seu conhecimento. Sou muito grato a tudo que a Helô fez e continua fazendo por mim. Diogo

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Márcia Bonnet-Benjamin

Minha grande amiga Helô é a carioca mais mineira que conheço. Ou será a mineira mais carioca? Essa mulher guerreira e vencedora pertence a dois grupos muito seletos na minha vida: o dos amigos que se tornaram família e o das pessoas que eu quero ser quando crescer. E não poderia ser diferente! Os motivos? Bem, ela é uma amiga sempre presente até quando fisicamente ausente, uma anfitriã cuidadosa e carinhosa, uma pessoa generosa que sempre encontra algo de positivo mesmo nas situações mais ridículas e embaraçosas, uma mulher corajosa que enfrenta e vence todos os desafios com elegância e determinação. E, além disso tudo, ela é chiquéééérrrrima! Amada, Feliz Aniversário! Muita luz no seu caminho, para iluminar todas as suas vitórias; muita força, para que você possa continuar a ultrapassar todos os obstáculos; muito amor, simplesmente porque você merece! Muitos beijos saudosos da amiga que está longe e perto! Márcia

Louisa Hutton e Matthias Sauerbruch

Dearest Heloisa We have heard from Edésio that soon you will be reaching your 80th birthday – we cannot imagine that you will be 80 as you always look so young... and full of life and energy and ideas... I remember with such pleasure both the visit that you and Erton made to our flat in Linienstrasse here Berlin now some years ago – as indeed the time that I visited you in Rio also many years ago – such a great city and we hope to be back 68


in Rio again soon! So for now Matthias and I send you our very best wishes from a slightly summery Berlin, and very much hope that there will be a chance to meet again soon. Louisa + Matthias Jacqueline Bentley

Parmi la multiplicité des facettes qui caractérisent la personnalité d’Héloise un trait se distingue entre tous:son incroyable énergie vitale. Cette formidable énergie alimente sa curiosité permanente. Curiosité intellectuelle tournée vers toutes les formes de la production artistique,peinture,architecture, littérature, cinéma, musique... tout intéresse Héloise. Curiosité du monde,de cultures différentes d’où son désir toujours renouvelé de voyages et de découvertes. Curiosité de “l’autre”, signe de sa grande ouverture d’esprit et de sa capacité exceptionnelle à faire des rencontres partout dans le monde. Héloise explore la vie comme d’autres les continents lointains. Son énergie vitale s’investit également dans son immense capacité de résilience qui lui permet de surmonter des épreuves douloureuses et cruelles qui causeraient l’effondrement de personnalités plus fragiles. Héloise est une personne forte, solide, qui va toujours de l’avant. Un jour, Erton devant David et moi, a qualifié Héloise d’étoile. “Je la suis comme mon étoile” nous a t’il affirmé! Merveilleux compliment d’un époux aimant et aimé qui révèle aussi un aspect de la personnalité d’Héloise. Héloise “taille la route” comme le dit l’expression française (métaphore moins poétique que le trajet d’une étoile.) et elle nous donne le désir de partager le chemin avec elle.

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C’est ce que nous faisons depuis notre rencontre à Paris il y a bientôt trente ans, malgré les milliers de kilomètres qui nous séparent. Malgré l’éloignement géographique je voudrais te dire Héloise que tu es toujours présente dans ma vie, dans mes pensées, dans mon coeur et te remercier pour tous les bonheurs que tu m’as apportés au cours de ces trente années. Qu’il en soit ainsi pendant longtemps encore dans le partage et la réciprocité Bon et heureux anniversaire Héloise. N’oublie pas que Paris, la France, tes amis t’attendent toujours les bras ouverts Tua irmã francesa, Jacqueline

David Bentley

Héloise: a star – a friend We live far from each other geographically, but only geographically. Héloise, the most precious of friends, is part of life, with me, in mind and in heart. I was introduced to Héloise in Paris, a city she comes to often, bringing that special, magical, Brazilian mixture of energy and vitality which brightens any grey Parisian day. Her keen curiosity for people, cultures and culture, life, stimulates and inspires all those privileged enough to know her. I am so proud and fortunate to count myself among them. It is Erton, her husband, who summed up far better than I could ever do the essence of Héloise. During an unforgettable trip to Salvador de Bahia, made together, two couples, Héloise and Erton, Jacqueline and myself, Erton told Jacqueline and I, « Héloise is my guiding star, I follow her ». 70


This phrase has stayed with me and always comes to my mind when I think of Héloise. Perhaps Brazilians have a gift for expressing what is essential in few words. Héloise’s youngest brother, Edesio, once expressed an idea which has never left me and which applies so well to his sister. « There are certain people who accompany your life ». Héloise is such a person. Thank you so much, Héloise, for being my friend and for accompanying my life. With all my love and affection, David

Suzana Meinberg

Minha família fez o caminho de volta para o Bairro Serra em 1955. Nesse ano passamos o Natal lá. A Rua Caraça que eu conhecia como “caminho do pico da Serra do Curral” agora tinha muitas casas novas. Rota natural de ida e volta aos pontos dos ônibus, às aulas de piano, às casas de avós e primos, passeios de bicicleta, tinha nas casas novas, por volta do número 500, ponto especial de interesse. Os “rapazes”. Chamava também a atenção a moça simpática e sorridente que sempre cumprimentava. Lembro-me de conversa de meus pais sobre os novos vizinhos. Dr. Edésio Fernandes, Juiz de Direito que havia sido Promotor em Três Pontas, terra do papai, casado com Maria Iphigênia de Lima, prima de Aparecida Franzen de Lima, amiga e colega de colégio de minha tia Lula, que eu já conhecia. Algumas caronas, viagens no ônibus ou lotação, pouco a pouco estabelecido um contato maior – ela se chamava Heloisa. 71


Ônibus, lotação, trólebus eram referências de localização. “Conheço do ônibus!” Sabia-se de onde e para onde iam as pessoas, assim como seus horários, trajes, comportamentos. Meus horários e os de Heloisa pouco coincidiam, mas nos fins de semana nos encontrávamos e conversávamos, seja no ponto ou na viagem. Ela tinha algumas amigas vizinhas, como Nilza e Auxiliadora, que moravam na Rua Serranos, filhas de um engenheiro conhecido do meu avô. Certo sábado, ela telefonou-me convidando para ir ao cinema. Heloisa, a moça simpática e sorridente cheia de amigas, dando-me acesso ao seu patamar! Foi então o estabelecimento, para mim, do desabrochar de novos interesses. Até então, ia ao cinema ver artistas. Doris Day, Pat Boone, James Dean... Com a nova amiga, comecei a ir para assistir a diretores como Godard e Claude Lelouch, da “Noveulle Vague”. “A fonte da donzela”, de Igmar Bergman, assistimos juntas no Cine Acaiaca. Gostava, como eu, de música erudita e encontrei companhia, além de meu pai, para os concertos da Cultura Artística, no Instituto de Educação. A missa de domingo do vestido novo, terço de cristal e véu de renda migrou para a missa – no Convento dos Dominicanos – de calça comprida, véu algum e missal para preparar-se antes e acompanhar os textos. Mudei do “acompanhar a liturgia” para o “viver o Evangelho”. Novo e rico. Heloisa trabalhava no Tribunal Eleitoral e comprou um carro pequeno, inglês, que foi batizado de “Gaspar”. Que independência! Não ganhou dos pais porque havia se formado. Comprou. Andava com as próprias pernas, mas nem por isto era filha rebelde. Sempre respeitou os pais de maneira 72


madura e encantadora. Com “Gaspar” teve mobilidade ampliada e eu me beneficiei disto. Lembro-me de uma ocasião em que íamos para o Museu da Pampulha e ela ficou assustada com o movimento da Avenida Antônio Carlos. Ônibus e caminhões. Paramos num semáforo, comprimidas entre dois mastodontes. A luz ficou verde e ela disse: “estou com medo”. Mas, pelo retrovisor, muito veículos. “Vai, Heloisa!” Ela fechou os olhos, agarrou o volante e andou bons metros de primeira marcha. Chegamos e vimos a exposição de arte que queríamos. Vimos muitas outras também no ICBEU. Quando foi para a França aprimorar o francês, como valorizei! O cuidado com os pais e irmãos e o carinho com a irmã mais nova não me escaparam. Como eu, minha mãe Lizete sempre a admirou. “Moça culta, finíssima”. Um dia casou, foi embora para o Rio, para longe... Permaneceu uma referência, minha mentora... Suzana

Minha amiga Heloisa

Nilza Lentz

A Rua Caraça era passagem obrigatória para eu tomar o ônibus Serra na Rua Oriente. No meio do quarteirão, destacava-se uma casa muito simpática. Jardim pequeno, bem cuidado, onde quase sempre estava presente a babá, com um bebê no carrinho. Uma turminha de meninos observava-me passar com olha73


res tímidos e curiosos. Às vezes, via-se também uma adolescente de idade aproximada à minha. Na vizinhança, comentava-se que ali moravam Dr. Edésio Fernandes, famoso desembargador, e sua família. Comentava-se também que a família era toda muito inteligente. Essa mística impunha respeito e minha timidez me impedia de puxar conversa com a menina. Um dia fomos apresentadas, parece-me que pela Suzana Meinberg, e inaugurou-se uma bela amizade. Junto com minha irmã Auxiliadora e, às vezes, a Élcia, nossa vizinha, tornamo-nos parceiras para ir ao Minas, às matinês domingueiras, seguidas de lanche na Camponesa, ou a outro lugar qualquer. Inventávamos pretextos para ir à Sloper, que ficava na Av. Afonso Pena, onde postava-se a plateia masculina para admirar as meninas. Às vezes, Heloisa me convidava para entrar e eu, vencendo a timidez, aceitava. Ficava sem falar na presença do Dr. Edésio, muito sério e elegante em seu “robe”. D Iphigênia, sempre gentil, procurava deixar-me à vontade . Heloisa surpreendeu-me com sua cultura. Falava de assuntos que ultrapassavam meus conhecimentos e interesses típicos de adolescentes. Eu terminara o ginásio, que encerrava o primeiro grau, estudava Inglês e Alemão e não pretendia fazer o segundo grau. Já Heloisa, inteligente e aplicada, fez o Clássico e ingressou na Faculdade, curso de Letras. Completou sua formação em Montpelier, na França. Um dia Heloisa leu um poema que escrevi por impulso e atribuiu-me talento literário. Passou a incentivar-me a continuar os estudos, o que só fiz bem mais tarde, já casada com o Ernesto, que também me incentivou bastante. Essa convivência foi interrompida quando minha família mudou-se para Goiânia. Heloisa casou-se com o Erton, brilhante engenheiro e mu74


dou-se para o Rio. Formou uma linda família com a Cristiana e o Henrique. Como já se prenunciava na adolescência, tornou-se uma mulher brilhante, museóloga, poliglota, muito viajada. Nossos encontros tornaram-se raros, mas, quando acontecem, percebemos que a amizade continua a mesma. Parece que nos separamos ontem. Uma conversa com a Heloisa é uma verdadeira aula. Ela esbanja cultura e conhecimento. Muito fina como toda a família, destaca-se pela classe e pelo bom gosto. Infelizmente, a tragédia abateu-se sobre a família com a trágica perda do Henrique. Mostraram-se fortes e conseguiram se reerguer e continuar suas trajetórias. Essa tristeza tão grande foi compartilhada por todo o clã familiar e inúmeros amigos. Heloisa tornou-se ainda mais admirada por seu espírito forte e sua coragem. Nilza

Querida Helô,

Maria Lucia Menicucci

Saudades da varanda da casa de seu avô. Poderíamos estar conversando lá até hoje. Maria Lúcia

Romualda Modesta Vieira

Heloisa, a filha mais velha do casal D. Maria Iphigênia e Dr. Edésio, sempre foi muito amiga e, mesmo morando longe, sempre esteve ao meu lado ao longo da vida. Sou-lhe grata pela atenção e pelo carinho por mim. Nas minhas orações ela está sempre presente. Fiquei preocupada com as notícias sobre a sua saúde, mas Deus vai abençoá-la e ela vai se recuperar. Romualda 75


Susana Paz

Heloísa, ser tua amiga me enche de orgulho, porque tenho aprendido muito com você. Aproveita esta data tão especial, como você soube sempre. Feliz aniversário!!! A familia Paz te ama!!! Susana Eduardo e Elizabeth Jordão

Nossa amiga Heloisa Nossa Amiga Heloisa – Nossa Querida Amiga Heloisa – Nossa Muito Querida Amiga Heloisa! Qualquer desses títulos seria mais do que apropriado para esta pequena descrição do que é para nós a amizade profunda e verdadeira que conseguimos construir com Heloisa. Eduardo já a conhecia, pois ele e Erton foram companheiros no último ano de faculdade, no Rio, e novamente companheiros em Paris, quando fizeram no mesmo período seus estágios técnicos junto ao governo francês, no fim dos anos 1960 e início dos 1970. Naquela época, Eduardo ficava impressionado com a dedicação do Erton – todo fim de semana tomava um trem noturno e viajava sentado por 10 horas até Montpelier, onde Heloisa realizava seu estágio na França. Passavam juntos o sábado e, no domingo, Erton tomava o trem de volta para Paris, outras 10 horas sentado em noite mal dormida, para enfrentar uma nova semana de estágio pesado. Que amor arrebatador – pensava Eduardo –, que qualidades, carinho e delicadeza deve ter essa namorada do amigo Erton, que o faz passar vinte horas em um trem, todo fim de semana, para venerar sua amada Heloisa. E assim, de volta ao Brasil, Heloisa e Erton se casaram, para assistir depois ao nosso casamento. Do que resultou forte amizade, que se tornou ainda maior quando os filhos se tornaram também muito amigos – Renata e Cristiane, Mario Eduardo, Alexandre e Henrique, em particular. 76


Ainda há pouco eu lia com Elizabeth a deliciosa carta em que Heloisa nos cumprimentava pelo nosso casamento – carta que nem precisaria ter escrito, pois esteve presente na cerimônia, como presentes temos todos nós estado em nossos momentos de comemorações e também de tristeza. Agora, chegamos à celebração de 80 anos de Heloisa. Esta será uma data festiva, de alegria pelos deliciosos momentos que puderam passar no Rio, em Araruama, em Belo Horizonte com o restante de sua bela família. Nesta festividade dos 80 anos, Heloisa e Erton, ao fazer uma retrospectiva de festejada e bela vida em comum, terão a possbilidade de agradecer a Deus as dádivas que receberam como um casal amoroso, justo, que soube irradiar e compartir seus momentos de felicidade e de alegria com os amigos queridos. Agradecerão também a força com que souberam vencer outros momentos de inesperada tristeza, como somos muitas vezes levados a enfrentar. Muitos anos ainda estarão abertos pela frente. Que sejam anos de alegria, de plena satisfação pela história vivida, em que a família – no Rio e em Belo Horizonte – seja motivo da mais completa felicidade, e em que os amigos possam complementar seus dias de muita alegria. É o que todos desejamos. Eduardo e Elizabeth

Rosa Ayres de Carvalho

À Heloisa com carinho, Expressarmo-nos sobre a Heloisa traz-nos imenso prazer, muito embora é-nos difícil descrever tão elevada riqueza espiritual. Mesmo nos momentos mais dolorosos e difíceis de sua vida, soube superar as adversidades e os sofrimentos com extrema resignação, fé e, por que não dizer, heroismo. Enfrentou 77


com força, benevolência e crença em Deus a partida de seu filho amado, Henrique. Estudiosa, diligente, dedicou-se à literatura e às artes. Em sua vida profissional, evidenciou-se no trabalho como museóloga e pesquisadora. Sempre versátil, Heloisa possui especial visão a uma apreciação positiva da vida. Admira as pessoas que sonham e lutam para progredir em suas atividades, alcançando com sucesso seus objetivos. Como principais hobbies, aprecia bons escritores, viagens culturais e lazer, exposições artísticas, música e outras atividades que lhe oferecem satisfação e prazer. Acima de ser apreciadora da vida e das artes, ela é, essencialmente, humanitária em relação ao próximo. É dedicada e zelosa quanto à vivência com sua querida filha, Cristiana. E quanto a seu esposo, Erton, seu companheiro de tantos anos, ela vem, carinhosamente, apoiando-o em todas as circunstâncias, quer profissionais, quer pessoais. Heloisa é uma cunhada prestimosa e sempre nos proporcionou atenção e afeto. Ao nosso pai, Newton Carvalho, consagrou um carinho especial. Sentimo-nos gratos pelo apoio que sempre devotou ao nosso irmão Erton. Concluimos com o pensamento de nosso pai: “Não é somente nos momentos de tristeza e alegria que se voltam um para o outro, caminham os dois com os olhos fitos nos mesmos ideais. No caminho da vida, não há nada mais sólido que o casal, certos da confiança recíproca, afronte com segurança os choques da existência.” Heloisa, feliz aniversário e receba todo o carinho da família Carvalho. Rosa

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Carlos Aníbal Fernandes Almeida

Estimada prima Heloisa, Quando recebi o convite para escrever algumas palavras para a comemoração de seu aniversário, senti-me honrado mais uma vez, pois já havia participado também da redação dos livros comemorativos de seus pais. Heloisa, nossa infância foi de poucos encontros devido à vida profissional do Tio Deco, em constante mudança de endereço. Mas me recordo bem dos alegres cafés da tarde, aos sábados, na casa de Vovó Dedélia. Veio a juventude e, com ela, o exercício profissional, quando seguimos caminhos diferentes. Lembro-me ainda dos aniversários de família, na saudosa casa da Rua Caraça, quando Tio Deco retornou definitivamente para Belo Horizonte. Casamos na mesma época e lidamos com a coincidente surpresa do nascimento dos nossos filhos, no mesmo hospital, no mesmo dia, com o Dr. José Maria Salles. Agora já estamos na iminência de comemorar os 50 anos da Cristiana e do Junior, fato que nossos pais, exceto Tia Iphigênia, não conseguiram presenciar conosco. Parabéns, Heloisa, pelos 80 anos! Esta meta também é minha!!! Cacá

Da esquerda para a direita, estão Cacá, Marcos, Luiz, Patrícia, Paulinho, e Heloisa, na frente da casa dos tios Nilde e Geraldo, na Rua Marechal Deodoro, Floresta, em Belo Horizonte.

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Maria Ângela Assumpção Bicalho

Minha querida amiga Heloisa, Recebi a singela incumbência de representar sua madrinha – quem sou eu! –, mas de uma coisa tenho certeza: com a mamãe, fui muito abençoada e cercada de pessoas especiais, que eu guardo no meu coração com um carinho único. Não me sai da memória o afeto com que ela se referia sempre a você, “a Heloisa minha afilhada”. Tudo isso, fruto de uma amizade muito sincera entre nossos pais, tantas alegrias e dificuldades compartilhadas através de cartinhas cuidadosamente escritas e enviadas de diversas partes, por tantos anos!... Tanta admiração e cumplicidade! Pude também participar da amizade sólida entre vocês e um compromisso lindo, a cada data comemorativa, muito carinho, amizade e cartõezinhos de uma delicadeza sem fim... Assim, pude herdar da mamãe Stella, além de muito aprendizado, uma amizade tão valiosa quanto a sua! Tantos momentos de alegria vividos juntas e tantos outros que ainda teremos para viver! Obrigada por tudo, Heloisa! Você é muito especial para mim também! Parabéns!... e que Deus te guarde, proteja, ilumine, abençoe você e toda a sua família com muita paz e saúde, hoje e sempre! Você é uma vencedora, amiga! Um abraço muito carinhoso e um beijo neste seu dia! Maria Ângela 81


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Organização: Edésio Fernandes Júnior Design gráfico: Lúcia Nemer e Martuse Fornaciari Produção gráfica: Nemer Fornaciari Design Revisão de textos: Trema Textos Impressão: Rona Editora

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