TERMINAL INTERMODAL GUAÍBA » TiG
CONCEITO GERAL A ESTÉTICA DO FRIO, pensada pelo compositor e escritor pelotense Vitor Ramil foi apresentada na conferência de Genebra (Suíça) em junho de 2003. Ela fala sobre a criação de uma estética que responda realmente a cultura do extremo sul do Brasil. Uma estética que pouco tem a ver com a do restante do Brasil, já caracterizada pelo sol, praias e festas por grandes períodos do ano. “Precisamos de uma estética do frio, pensei. Havia uma estética que parecia mesmo unificar os brasileiros, uma estética para a qual nós, do extremo sul, contribuíamos minimamente; havia uma ideia corrente de brasilidade que dizia muito pouco, nunca o fundamental de nós. Sentíamo-nos os mais diferentes em um país feito de diferenças. Mas como éramos? De que forma nos expressávamos mais completa e verdadeiramente? O escritor argentino Jorge Luis borges, que está enterrado aqui em Genebra, escreveu: a arte deve ser como um espelho que nos revela a nossa própria face. Apesar de nossas contrapartidas frias, ainda não fôramos capazes de engendrar uma estética do frio que revelasse a nossa própria face”. (Ramil, 2004,p.14) Ramil ainda fala sobre o estereótipo do gaúcho, descrevendo a imagem comum a mente da maioria dos rio grandenses: “Recentemente um amigo me fez conhecer uma frase do escritor cubano Alejo Carpentier perfeitamente adequada às minhas idéias: o frio geometriza as coisas. Anos antes, como se essa frase já fizesse parte do meu repertório, ao me perguntar por onde começar a busca de uma estética do frio, minha imaginação respondeu com uma imagem invernal: o céu claro sobre uma extensa e verde planície sulista, onde um gaúcho solitário, abrigado por um poncho de lã, tomava seu chimarrão, pensativo, olhos postos no horizonte. Pampa, gaúcho... Que curiosa associação! Eu fora acometido por um surto de esteriótipo? Não. Pampa e gaúcho estavam ali porque eu me transportava ao fundo do meu imaginário, lá onde, tanto um como o outro têm seu lugar. O pampa pode
AV. SÃO JOSÉ
AV.
JOÃ
O PE SSO A
ocupar uma área pequena do território do Rio Grande do Sul, pode, a rigor, nem existir, mas é um vasto fundo na nossa paisagem interior.” (Ramil, 2004,p.19)
VIAS Segundo Kevin Lynch, as ruas são canais de circulação onde o observador se locomove. As pessoas formam percursos e roteiros dentro da cidade, muitas vezes através de memorizar as imagens da via ao longo do percurso, e não por localização geográfica. Evidenciadas em amarelo, estão as vias de maior fluxo. A Av. João Pessoa é a avenida que conecta os extremos Norte-Sul da cidade através da orla. Já a Av. São José é onde se concentram os maiores comércios e bancos da cidade. As duas avenidas têm o fluxo de automóveis considerável, e poucas vagas de estacionamento levando os carros para as ruas vizinhas. Na atual gestão, aos domingos, a Av. João Pessoa tem o transito restrito a pedestres e ciclistas. Refletindo sobre esta ação, percebo que é uma boa medida. Já que a avenida não tem largura o suficiente para comportar uma grande calçada, ou implantar um perfil de bulevar onde tem uma área peatonal dividindo as vias e liberando o passeio dos pedestres. As ruas secundárias geram respostas por sobre a orla, exemplo disso são o restaurante Caisinho e o píer. É importante citar que a população pede, mais uma vez, o alargamento das vias para facilitar o tráfego de carros. Mas na verdade, a solução ideal é reduzir o espaço dos carros e aumentar a área peatonal.
OPERAÇÃO HALL- ÁREA PÚBLICA BILHETERIAS CONTROLES (ESPAÇO p/ CATRACAS) SANIT PÚBLICO MASC c/PNE SANIT PÚBLICO FEM c/PNE SALA EMBARQUE - SAGUÂO SANIT MASC/FEM /PNE SALA DESEMBARQUE SAGUÃO SANIT MASC/ FEM/ PNE SALA CHEFIA - CONFERÊNCIA SALA ADMINISTRAÇÃO SALA CONTROLE SANIT FUNC MASC SANIT FUNC FEM COPA FUNCIONÁRIOS SALA MÁQUINAS AR CONDICIONADO Total parcial SERVIÇO PÚBLICO INFORMAÇÕES ACHADOS E PERDIDOS GUARDA VOLUMES PRIMEIROS SOCORROS POSTO METROPLAN POSTO TELEFONICO CAIXAS ELETRÔNICOS Total parcial COMÉRCIO/SERVIÇOS- LOJAS PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO SERVIÇOS./ CONVENIÊNCIA Total parcial RESTAURANTE SALÃO P/ 25 MESAS COPA /COZINHA / DESPENSA TERRAÇO COBERTO SANIT FEM / MASC /PNE ESCRITÓRIO Total parcial INFRAESTRUTURA SALA GERADOR SALA TRANSFORMADOR SALA BATERIAS SALA RESERVATÓRIO INF. / CISTERNA SALA RESERVATÓRIO SUPERIOR CENTRAL DE CLIMATIZAÇÃO OFICINA DEPÓSITO SANIT VEST MASC SANIT VEST FEM SALA LIXO SALA / COPA TERCERIZADOS Total parcial Total geral sem paredes e circulações
Penso que, o Rio Grande do Sul assim como o restante do Brasil é formado por um povo miscigenado. Diferentes culturas nos moldaram, criando a nossa cultura atual. Mas o gaúcho tem uma imagem já preconcebida para o povo brasileiro: “Gaúcho é uma denominação dada às pessoas ligadas à atividade pecuária em regiões de ocorrência de campos naturais do Vale do Rio da Prata e do Sul do Brasil, entre os quais o bioma denominado pampa, descendente mestiço de espanhóis, indígenas, portugueses e africanos.” Fonte: Wikipedia. E sim, os gaúchos que nada tem a ver com espanhóis, indígenas, portugueses e africanos se identificam com essa imagem e cultura. Então concluo que a busca da Estética do Frio, tem a ver com a identidade de todo Rio Grande do Sul. E ao menos no que tange a arquitetura e urbanismo, pode ser discutida e pensada com a originalidade da cultura gaúcha.
área m2 200 15 10 30 30 100 30 100 30 15 30 30 10 10 10 15 665 área m2 10 10 30 10 10 10 10 90 2 área m 60 300 360 área m2 180 75 45 30 10 340 área m2 15 15 15 30 15 80 20 20 20 10 20 260 1865
DIRETRIZES E INTENÇÕES - Projetar um prédio que seja uma cobertura para diferentes programas, conectando todos os modais, e abrigando diferentes tipos de comércio e turismo. - Uma edificação permeável e ao mesmo tempo de um volume sóbreo que responda a Estética do frio e suas influências regionais. - Repensar o desenvolvimento da orla a partir do ponto focal da estação intermodal: - Intesificar a relação do pedestre com a água; - Criar um espaço público para grandes reuniões de pessoas;
SÍTIO A área tem como característica o embarque e desembarque de passageiros, de diferentes tipos de modais há vários anos. A pequena edificação que abriga hoje o terminal hidroviário, anos atrás era usada como o fim da linha do transporte rodoviário público urbano. A escolha deste sítio é induzida pela sua função. É observada a necessidade de prevenir que este sítio se torne um “não lugar”. A questão histórica, que é óbvia nesta área, sempre teve a função de logística de cargas e pessoas. O crescimento urbano, o incentivo do uso do automóvel e a criação de estradas descaracterizaram o uso dessa área. O mercado público, hoje abandonado, e o atual comércio informal crescente são as mais definitivas provas da vocação do lugar. O comércio cresce onde existe movimento de pessoas e trocas de mercadorias. O não lugar é um conceito proposto que se define por ser um espaço de passagem incapaz de produzir identidades, que não é relacional, nem histórico, e é ainda, um espaço que nunca se realiza totalmente, mas que é fruto da ação humana. (As Formas de Esquecimento, AUGÉ, Marc. 2001, pp.73-74). Concluindo, o que me parece necessário, como intervenção arquitetônica, paisagística e urbanística, é recriar a orla como um espaço de chegadas, partidas, encontros e trocas. Persistir no conceito de vitalidade, cidade compacta, sustentabilidade e forte relação com o lago que dá nome a cidade.
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“A essência das cidades é o encontro" Paulo Mendes da Rocha. Fonte: Jornal O Globo, Rio de Janeiro, Segundo Caderno, 30 out. 2010.
ELEVAÇÃO NORTE
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Trabalho de Conclusão de Curso II - Departamento de Projetos - 2013/1 Prof. Arq. José Carlos Campos e Prof. Arq. Paulo Ricardo Bregatto
Tema
TERMINAL INTERMODAL DE GUAÍBA Guaíba / RS
Aluno EDGAR BELMENI STEFFENS Orientador MARCELO MARTEL
Prancha
01/08
IMPLANTAÇÃO Esc.:1/500
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PLANTA SUBSOLO Esc.:1/200
Tema
TERMINAL INTERMODAL DE GUAÍBA Guaíba / RS
Aluno EDGAR BELMENI STEFFENS Orientador MARCELO MARTEL
Prancha
02/08
SE
ÇÃ
O
02
ESPAÇO PÚBLICO O TERMINAL INTERMODAL DE GUAÍBA não é mais apenas um lugar de passagem. É um lugar para ESTAR, um local de ENCONTRO, para se estar JUNTO. Um lugar para se estar SOZINHO com a MULTIDÃO, ser SINGULAR no PLURAL, e acima de tudo um lugar para nos encontrarmos numa CONSCIÊNCIA COLETIVA que traduza a nossa CULTURA. O TERMINAL está localizado no ponto onde a montanha desce para encontrar o lago e a visual vertical à frente é o horizonte. O edifício é parte de uma grande praça para conectar a cidade e o marco cultural em direção ao lago. As duas extremidades são levantados para formar uma entrada da cidade e uma entrada do lago. Estas entradas estão ligados em um espaço público contínuo, que flui em direção a orla. RUÍNAS DO MERCADO PÚBLICO DE GUAÍBA
CONCEITO DE DESENHO DO PROJETO "O frio geometriza as coisas" dizia Alejo Carpentier. Mas na verdade , a cidade de Guaíba, não vive só o frio. Todas as estações do ano são bem marcantes. Então o conceito pensado para o projeto como um todo, parte de dois princípios: - O frio geometriza as bases, o chão da cidade. Muito em função das raízes dos imigrantes açorianos. - Já o que não fica a rés do chão é influenciado pela característica brasileira tropical, onde a natureza se expressa por curvas. Linhas curvas essas que vem do vento que sopra, e da orla da cidade.
SEÇ
ÃO
01
A união da geometria ortogonal com essas curvas é representada pelas linhas desenhadas no piso de concreto. As linhas fortes e angulares da praça constringem e rebatem linhas que representam o vento que tenta escapar pelo eixo norte/sul da orla.
PLANTA TÉRREO GERAL Esc.:1/200 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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FACHADA OESTE Esc.: 1/200 Tema
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Prancha
03/08
PLANTA 2º ANDAR Esc.: 1/200
FACHADA SUL Esc.: 1/200
CORTE A’A Esc.: 1/200
FACHADA NORTE Esc.: 1/200
ELEVAÇÃO NORTE Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Tema
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Prancha
04/08
PLANTA 4º ANDAR TÉCNICO Esc.: 1/200
PLANTA 3º ANDAR Esc.: 1/200
E
CORTE B’B Esc.: 1/200
E
CORTE C’C Esc.: 1/200
FACHADA LESTE Esc.: 1/200
ELEVAÇÃO LESTE Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Tema
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Prancha
05/08
PLANTAS PERSPECTIVADAS
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SEQUÊNCIA ESTRUTURAL
Tema
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Prancha
06/08
DET. 06 TALA DE CONEXÃO DA VIGA SUPERIOR À TRELIÇA EXTERNA Esc.:1/10
CORTE BANZO INFERIOR TUBO DE AÇO RETANGULAR 600X1200mm Sem Escala
DET. 05 TALA DE CONEXÃO DA VIGA INFERIOR À TRELIÇA EXTERNA Esc.:1/10
DET 06
DET 03 DET 05
A D A
DET 04
OS MÓDULOS DA FACHADA SERÃO TRAZIDOS PRONTOS DA INDÚSTRA. NO LOCAL SERÃO MONTADOS FORMANDO A TRELIÇA. APÓS ISSO FIXADOS AS FUNDAÇÕES EM CONCRETO.
D O
L P M
E X E
H C A F A
D O
L U D
Ó M E
DET 02
DET. 05 - CONEXÃO CENTRAL TRELIÇA EXTERNA Esc.:1/10
DET 01
FLANGE INTERNA TRANSVERSAL APARAFUSADA AS FUNDAÇÕES
DET. 03 - CONEXÃO VIGA HORIZONTAL TRELIÇA EXTERNA Esc.:1/10
DET. 04 - CONEXÃO PEÇAS DIAGONAIS TRELIÇA EXTERNA Esc.:1/10
FLANGE INTERNA ENRIJECEDORA DOS BANZOS TUBULARES FLANGE INTERNA ENRIJECEDORA
CONEXÃO ENTRE AS FUNDAÇÕES A ESTRUTURA DA TRELIÇA
DET. 01 - FIXAÇÃO DA TRELIÇA EXTERNA AS FUNDAÇÕES Esc.:1/10 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Tema
DET. 02 - FIXAÇÃO DA TRELIÇA EXTERNA AS FUNDAÇÕES Esc.:1/10
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Prancha
07/08
CORTE DE PELE Esc.: 1/25
DETALHE DO TIRANTE Esc.: 1/10
FACHADA SUL Esc.: 1/25
DETALHE FIXAÇÃO BRISE Esc.: 1/10
SEÇÃO 01 PRAÇA Esc.: 1/50
VISTAS POSTE DE ILUMINAÇÃO PHILIPS LUMEC SOLE CITY LED Esc.:1/10 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Tema
DETALHE DO BANCO Esc.: 1/20
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SEÇÃO 02 PRAÇA Esc.: 1/20
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Prancha
08/08