
























Gleba 1

Gleba 2







Centro de Férias do Sesc Bertioga.
Estação de tratamento de esgoto e futura central de compostagem.
Gleba 3



Área destinada à conservação do mangue.
Gleba 4
Reserva Natural Sesc Bertioga.
Gleba 5











Área conservada sobreposta ao Parque
Estadual Serra do Mar; local de captação de água para abastecimento da unidade.





































Parque das Neblinas









5






Parque Estadual Serra do Mar – PESM







Parque Estadual Restinga de Bertioga - Perb












centro de Bertioga





rio Itapanhaú
3
rod. Governador Mário Covas (BR101, rod. Rio-Santos)
2 1 4
praia de Maitinga


av. Anchieta



SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO
Administração Regional no Estado de São Paulo
Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Diretor Regional
Luiz Deoclecio Massaro Galina
Conselho Editorial
Carla Bertucci Barbieri
Jackson Andrade de Matos
Marta Raquel Colabone
Ricardo Gentil
Rosana Paulo da Cunha
Edições Sesc São Paulo
Gerente Iã Paulo Ribeiro
Gerente Adjunto Francis Manzoni
Editorial Clívia Ramiro
Assistente: Antonio Carlos Vilela
Produção Gráfica Fabio Pinotti
Assistente: Thais Franco
do mar à serra
3ª edição revista e ampliada
© Fabio Schunck, 2024
© Edições Sesc São Paulo, 2024
Todos os direitos reservados
1a edição, 2004
2a edição, 2012
3a edição, 2024
Fotografias e gravação dos áudios das aves Fabio Schunck
Preparação Maria Alice Gonçalves
Revisão Marina Nogueira, Edgar Costa Silva
Design Casa Rex
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sch866a Schunck, Fabio
Aves no Sesc Bertioga: do mar à serra / Fabio Schunck. –
São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2024. –332 p. il.
Glossário; Tabela de espécies
ISBN: 978-85-9493-306-5
1. Aves Brasileiras. 2. São Paulo: Bertioga. 3. Sesc Bertioga. 4. Reserva Natural Sesc Bertioga. 5. Projeto Avifauna Sesc Bertioga. 6. Clube de Observadores de Aves de Bertioga. I. Título.
Elaborada por Maria Delcina Feitosa CRB/8-6187
Edições Sesc São Paulo
Rua Serra da Bocaina, 570 – 11o andar
03174-000 – São Paulo-SP – Brasil
Tel. 55 11 2607-9400
edicoes@sescsp.org.br sescsp.org.br/edicoes /edicoessescsp
Sustentabilidade ambiental
como compromisso
Instituição criada em 1946, mantida e administrada pelo empresariado, o Sesc dedica-se a valorizar o tempo de lazer em sua relevância e complexidade. Desenvolvendo um trabalho modelar nas áreas de educação, cultura, lazer, saúde e assistência, tem como principal missão possibilitar às pessoas empregadas dos setores do comércio de bens, serviços e turismo, seus familiares e a comunidade, a experiência de qualidade de vida.
A Colônia de Férias Ruy Fonseca, atual Centro de Férias Sesc Bertioga, é um marco nessa trajetória. Instalada em 1948, no litoral de São Paulo, atendia aos anseios de uma classe trabalhadora que se via extremamente exigida em seu cotidiano laboral, em um país que vivenciava uma acelerada curva de urbanização das cidades. Passadas mais de sete décadas, esse espaço segue propiciando momentos de descanso e lazer, os quais colaboram com as perspectivas de promoção de educação e emancipação.
Nesse sentido, observando que a incorporação de vínculos com a natureza no cotidiano é um dos fatores que permitem a transformação social das pessoas, o Sesc, como parte de seus compromissos com a inovação e com a responsabilidade social, adotou nas últimas décadas uma perspectiva para a sustentabilidade ambiental. Visando incentivar a consciência crítica na população e difundir a importância da adoção de hábitos sustentáveis, o Sesc iniciou em 2012 o processo para a criação de uma Reserva Particular de Patrimônio Natural, em uma área próxima ao Centro de Férias do Sesc Bertioga.
A nova edição do livro Aves no Sesc Bertioga: do mar à serra representa a materialização do senso de comprometimento vinculado à instituição desde o início. É a convicção em um projeto de educação permanente, construído a partir de bases sólidas, que permite imaginar um futuro de modos de viver mais sustentáveis, apoiados nos pilares econômico e social, para uma sociedade mais justa, ética e democrática.
Abram Szajman PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DO SESC SÃO PAULO
Educação permanente como ferramenta para a emancipação 13
Luiz Deoclecio Massaro Galina
Fabio Schunck
Fabio Schunck 18 60
Projeto Avifauna Sesc Bertioga
Marcelo Bokermann
Tabela de espécies Glossário
Sobre o autor e os colaboradores
Educação permanente como ferramenta para emancipação
“Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas –é de poesia que estão falando”.
Manoel de Barros
Conservar ecossistemas é, sobretudo, garantir a capacidade dos seres de construir vínculos entre si e com o espaço que ocupam no mundo. Nesse sistema, onde confluem indivíduos, comunidades e territórios, seres humanos têm um papel complexo: são potenciais responsáveis por desencadear o desequilíbrio socioambiental, mas também podem atuar de maneira propositiva sobre seu cuidado. O modo de viver baseado no crescimento contínuo e no consumo exacerbado promovido pelas sociedades ditas modernas conduziu à crise ambiental, acarretando aceleradas transformações no meio ambiente, com impactos para o clima e para a biodiversidade. Face a esse quadro, pensar em estratégias que conduzam a uma lógica de reedição das ações humanas frente à natureza, como evoca o líder quilombola e ativista político Antônio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo, pode estabelecer uma relação ampliada com o coletivo, em um exercício de cidadania sobre as responsabilidades individuais com e para o comum.
Considerar, então, os processos educativos torna-se fundamental. Disposição prioritária nas ações do Sesc, a educação está presente em programas e projetos que promovem a integração entre as múltiplas dimensões da sustentabilidade – ecológica, social, ética, cultural, econômica e política –, partindo de atividades que visam contribuir para a melhoria da qualidade de vida atual e futura das pessoas. Com isso, espera-se promover espaços de compartilhamento de saberes entre agentes engajados na defesa de todas as formas de existência.
A instituição, entendendo-se como parte desse tecido social, emprega esforços também para incorporar a questão socioambiental em sua estrutura. As iniciativas de gestão voltadas à diminuição da geração de resíduos e sua destinação responsável, ao uso racional de água e energia, a construções sustentáveis e à conservação de áreas verdes em ambientes urbanos auxiliam a manutenção da vida de humanos e não humanos que se abrigam dentro e fora desses espaços.
O Sesc Bertioga, situado no litoral paulista e em funcionamento desde 1948, possui uma área total de quase quatro milhões de metros quadrados e incentiva, a partir da experimentação e do contato com o meio ambiente, diversas atividades que versam sobre preservação e conservação da natureza. Um exemplo disso, o projeto Avifauna mobiliza desde 1993 o conhecimento sobre aves como ferramenta de educação para a sustentabilidade, em um conjunto de estratégias que englobam estudos das espécies presentes nas áreas do Sesc e em seus arredores.
A criação da Reserva Natural Sesc Bertioga, uma área de conservação que conta com 60 hectares de floresta alta de restinga na Mata Atlântica, enraizada em meio ao território urbano da cidade de Bertioga, é parte desse leque de ações. Posteriormente, foi preparado um plano de manejo – uma metodologia registrada e orientada pelas diversas condições do local – que contou com envolvimento da comunidade. Por meio de reuniões, rodas de conversa, encontros e entrevistas, as pessoas puderam compartilhar impressões, expectativas e sonhos que tinham ao pensar no papel desse espaço para a cidade.
A terceira edição do livro Aves no Sesc Bertioga: do mar à serra traz uma atualização do projeto Avifauna. Traçando um caminho que parte do limite da orla imediatamente à frente do portão principal do Sesc Bertioga, rumando para o topo da Serra do Mar, a mais de 900 metros de altitude, o biólogo e ornitólogo Fabio Schunck realizou um mapeamento das aves autóctones ou visitantes, descrevendo comportamentos e características marcantes. O aumento expressivo no número de registros de aves identificadas, passando de pouco mais de oitenta espécies que compõem a primeira edição, de 1993, para quase quatrocentas nesta, marca a celebração dos esforços de conservação, valorização e difusão do patrimônio natural que o Sesc empreende nesse espaço, atrelado às ações educativas destinadas a hóspedes do Sesc Bertioga e comunidade local.
Iniciativas direcionadas à conservação dos espaços naturais, como a edição de Aves no Sesc Bertioga: do mar à serra, constituem uma trama de dispositivos educativos aptos a colaborar para a proteção da biodiversidade local, ao mesmo tempo que engajam a comunidade em um senso de dever e cuidado compartilhado. Espera-se que ações desse tipo possam promover um aumento da consciência crítica, fruto de um trabalho de educação permanente, que tem como premissa enxergar mundos possíveis, onde a interconexão entre seres humanos e meio ambiente seja a substância vital de uma coexistência harmoniosa e sustentável.
Luiz Deoclecio Massaro Galina
DIRETOR DO SESC SÃO PAULO

Beija-flor-de-fronte-violeta
Thalurania glaucopis
TAMANHO 11,1 cm
PESO 4,8 g
DIMORFISMO SEXUAL sim
ENDÊMICA sim
AMEAÇADA não
MIGRATÓRIA não
Ocorre em um trecho da Mata Atlântica que vai de Sergipe até o Rio Grande do Sul, sendo endêmica desse bioma. Espécie tipicamente florestal que prefere matas altas, densas e úmidas, mas pode ser encontrada em áreas de bordas e em ambientes adjacentes, inclusive em jardins. Alimenta-se do néctar das flores e captura pequenos insetos para completar a dieta dos filhotes. Vive solitária pelo sub-bosque da mata, é muito vocal e canta ao longo do dia, fatores que mais contribuem para detectá-la em campo. Joga-se em corpos de água de certa altura a fim de tomar banho. Mergulha parte do corpo e voa na sequência para permitir que um volume maior de água remova os vestígios de néctar deixados durante a alimentação.




Beija-flor-de-garganta-verde
Chionomesa fimbriata
TAMANHO 10 cm
PESO 5 g
DIMORFISMO SEXUAL não
ENDÊMICA não
AMEAÇADA não
MIGRATÓRIA não
Ocorre em todo o Brasil. Espécie que utiliza vários tipos de ambiente, como borda de floresta úmida, capoeira, mata de galeria, restinga, áreas antropizadas e urbanas. Alimenta-se do néctar das flores e captura pequenos insetos para completar a dieta dos filhotes. Faz parte de um complexo de espécies muito parecidas, o que dificulta sua identificação em campo. No caso dessa ave, a coloração verde do pescoço e a linha branca no peito, que expande pela barriga, são importantes características para definir a espécie. Possui um canto matinal, emitido no início do dia, e outro canto mais comum, escutado ao longo do dia, o que facilita sua detecção.

Sobre o autor e os colaboradores
Fabio Schunck é biólogo, ornitólogo, anilhador de aves e doutor em Zoologia pela Universidade de São Paulo. Membro do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos e da Sociedade Brasileira de Ornitologia. Desenvolve pesquisa com comunidades de aves, história natural, migração e resgate de dados históricos. Colabora com projetos de espécies ameaçadas de extinção, taxonomia, biogeografia, evolução, virologia, malária aviária e educação ambiental. Publicou mais de oitenta artigos científicos, além de dezenas de textos de divulgação científica e capítulos de livros.
Marcelo Bokermann é graduado em Biologia e Música. É escritor, compositor, ilustrador científico e taxidermista, com artigos publicados principalmente na área da ornitologia. Atualmente é supervisor do Setor de Educação para a Sustentabilidade do Sesc Bertioga, sendo funcionário do Sesc São Paulo desde 2000 e realizando trabalhos nas áreas de educação ambiental, difusão científica e conservação da biodiversidade.
Martha Argel é bióloga e doutora em Ecologia, tendo trabalhado com ciência e meio ambiente por mais de três décadas. É coautora de Aves do Brasil – Pantanal & Cerrado e Aves do Brasil – Mata Atlântica do Sudeste. Escreveu ainda livros-texto de Biologia e Ciências, livros de divulgação científica e vários artigos acadêmicos, além de romances e coletâneas de contos.
Este livro foi composto com as famílias tipográficas
Strawford e Utopia e impresso no papel Offset 120g/m2 no miolo e Supremo Alta Alvura 250g/m2 na capa, na gráfica PifferPrint em dezembro de 2024.
Este livro convida o leitor a um passeio pelo Sesc Bertioga, uma área de convivência e aprendizado única em meio à Mata Atlântica no litoral de São Paulo. No percurso, odestaque vai para as aves registradas nas cinco glebas do Sesc, verdadeiro santuário natural. Com descrições detalhadas de 302 espécies, fotografias e até vozes de muitas aves, o livro celebra a beleza e a importância da conservação ambiental, revelando curiosidades sobre cada espécie avistada, além de oferecer orientações para a observação de aves em qualquer ambiente, destacando os benefícios que a maior conexão com a natureza traz para todos nós.
ISBN