Minilivro Para ler e ver com olhos livres

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© 2013, by Flávia Aidar e Januária Cristina Alvesibi Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela Editora Nova Fronteira Participações S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do detentor do copirraite. Editora Nova Fronteira Participações S.A. Rua Nova Jerusalém, 345 — CEP 21042-235 Bonsucesso — Rio de Janeiro — RJ Tel.: (21) 3882-8200 fax: (21) 3882-8212/8313

CIP-Brasil. Catalogação na Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ A248p Aidar, Flávia Para ler e ver com olhos livres / Flávia Aidar, Januária Cristina Alvesibi. - Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2013. 72 p. : il. ; 24 cm ISBN 978.85.209.2890-5 1. Arte - Literatura infantojuvenil. I. Alvesibi, Januária Cristina, 1966-. II. Título. CDD: 700 CDU: 7


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Agradecimentos

Aos artistas e seus familiares que cederam os direitos de publicação dessas obras. Que essa seja uma maneira de descortinar para os nossos leitores o imenso e belo universo da produção artística brasileira. Ao Ricardo Ribenboim, que não hesitou em pôr seus olhos, sempre atentos e generosos, na seleção das obras que constam deste livro, nosso reconhecimento e carinho. À Leila Name e Daniele Cajueiro, nossas editoras, por terem a ousadia necessária para viabilizar e embarcar conosco nessa aventura em busca de retratar, de forma tão ampla e desafiadora, um panorama possível da arte contemporânea brasileira.


Caros meninos e meninas e todos os nossos leitores, Este livro é um convite para que vocês experimentem, com olhos de pássaros, um voo panorâmico sobre parte da produção artística brasileira dos séculos XX e XXI. Pode ser também uma boa brincadeira. Um jogo de esconde e acha, em que cada obra, cada artista, vai abrindo o seu olhar para as muitas e diferentes formas de ver, conhecer e perceber. A ordem alfabética foi só um pretexto para começar a brincadeira: a partir dos títulos das obras, apresentamos um conjunto de artistas e trabalhos que compõem um arco diversificado de gerações, origens, linguagens, gêneros, experiências e materiais reunidos numa única publicação. Tudo isso para você poder ver, ler e querer saber mais. Fazer esse panorama com base na sequência de letras do nosso alfabeto, se foi inicialmente uma brincadeira, serviu também como um fio condutor para a difícil tarefa de escolher obras e artistas. Os trabalhos selecionados foram, pelo simples fato de terem sido colocados lado a lado na cadência anacrônica do alfabeto, formando um conjunto e ganhando o sentido de serem, ao mesmo tempo, muitos e únicos, parte e todo. Colocar textos ou frases ao lado das obras foi também um modo de provocar o olhar do leitor para ler e ver, começando como quiser. Se começamos pelo texto, nosso olhar vai buscar o sentido refletido na imagem. E se começamos pela imagem, logo buscamos no texto a tradução do que vimos. Mas o bom mesmo é simplesmente deixar que seus olhos vejam ou leiam com olhos de querer ver e saber. Você vai perceber que, por vezes, o texto conversa com o artista, outras, com a obra, às vezes desconversa e trata de dialogar com outras obras, seus textos e contextos. Algumas vezes de modo mais sério ou grave, outras vezes, rindo e se divertindo.

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Esse jogo nunca termina, pois é uma grande conversa entre a imagem e o texto, entre o olhar e o falar, entre a obra e o espectador, entre o livro e o leitor, entre o artista e o escritor, entre o aluno e o professor. Mas, o que importa mesmo é que vocês possam sempre: Olhar para conhecer Olhar e reconhecer Olhar para gostar (ou não) Olhar e desenhar, pintar, esculpir... Olhar a arte para pensar, ler e fazer arte! Flávia Aidar Januária Cristina Alves

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baporu, de Tarsila do Amaral

ABA PORA U: Homem, come, gente, fome... Tupy or not Tupy? Tarsila do Amaral Abaporu, 1928 Material: óleo sobre tela, c.i.d. Dimensão: 85 x 73cm Colección Costantini (Buenos Aires, Argentina) Reprodução fotográfica: Romulo Fialdini Fonte: família da artista

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Artistas em Para ler e ver com olhos livres

ALDEMIR MARTINS Aldemir Martins (Ingazeiras, CE, 1922 — São Paulo, SP, 2006). Pintor, gravador, desenhista e ilustrador. Desde o início da carreira sua produção é figurativa, emprega um repertório formal constantemente retomado: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas, e ainda flores e frutas. ALEXANDRE ÓRION Alexandre Órion Criscuolo (São Paulo, SP, 1978). Artista visual, fotógrafo e designer. É autodidata e em 1993 inicia seu trabalho com grafite e arte pública. Em 2001, começa a trabalhar com fotografia. Uma das marcas de seu trabalho são as intervenções urbanas em grandes dimensões. ALEX FLEMMING Alex Flemming (São Paulo, SP, 1954). Pintor, escultor e gravador. Reside na Alemanha e continua expondo no Brasil. A representação do corpo humano e os mapas de regiões em conflito estão na série Body Builders (2001-2002).


ANNA LETYCIA Anna Letycia Quadros (Teresópolis, RJ, 1929). Gravadora. Deu aulas de gravura nos principais museus brasileiros e no Chile. Desenvolveu também atividades de cenógrafa e figurinista, atuando principalmente em parceria com Maria Clara Machado, autora literária. ANTONIO HENRIQUE AMARAL Antonio Henrique Abreu Amaral (São Paulo, SP, 1935). Pintor, gravador e desenhista. A partir da metade da década de 1960, sua produção passa a incorporar a temática social, elementos da gravura popular e da cultura de massa, aproximando-se também da arte pop. BONADEI Aldo Cláudio Felipe Bonadei (São Paulo, SP, 1906 — idem, 1974). Pintor, designer, gravador, figurinista e professor. Nos anos 1930 morou na Itália, onde teve aulas com artistas ligados ao movimento Novecento. De volta ao Brasil participa ativamente do Grupo Santa Helena. Nos anos 1940 inicia suas primeiras experiências abstratas. CANDIDO PORTINARI Candido Portinari (Brodósqui, SP, 1903 — Rio de Janeiro, RJ, 1962). Pintor, gravador, ilustrador e professor. Famoso pelos grandes murais que pintou, destacam-se dentre eles os do prédio do Ministério da Educação e Cultura (MEC) com temas dos ciclos econômicos do Brasil (1936-38), propostos pelo ministro Gustavo Capanema, e os feitos para a Biblioteca do Congresso em Washington D.C. com temas da história do Brasil (1941). Em 1956, com a inauguração dos painéis Guerra e Paz na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, recebeu o prêmio Guggenheim.


CARLOS ZILIO Carlos Augusto da Silva Zilio (Rio de Janeiro, RJ, 1944). Pintor e professor. Sua produção dos anos 1960 e 1970 revela um amplo sentido de crítica social, tanto que em 1976, em razão de perseguição política, vai para Paris estudar. A partir de 1978 dedica-se unicamente à pintura, passando a realizar trabalhos abstratos. CARMELA GROSS Maria do Carmo Costa Gross (São Paulo, SP, 1946). Artista multimídia. Desde os anos 1970, atua em linguagens diversificadas, como desenho e litografia, utilizando novos meios como carimbos, heliografia, xerox e videoarte, desenvolvendo ainda experiências de transposição entre mídias. CHICO CARUSO Francisco Paulo Hespanha Caruso (São Paulo, SP, 1949). Caricaturista, ilustrador e chargista. Arquiteto formado pela USP, nunca exerceu a profissão. Iniciou-se como chargista e ilustrador em 1968, quando publicou seus primeiros desenhos no jornal Folha da Tarde, de São Paulo, sobre temas que variavam entre futebol, crônicas, horóscopo e política, sobre os quais trabalha até hoje no Jornal O Globo. CILDO MEIRELLES Cildo Campos Meirelles (Rio de Janeiro, RJ, 1948). Artista multimídia. Sua obra tem um forte caráter político e de crítica à sociedade capitalista. Entre 1978 e 1994 desenvolve séries de trabalhos inspirados em papel moeda, como Zero Cruzeiro, Zero Centavo (ambos de 1974-78) e Zero Dollar (1978-94). DI CAVALCANTI Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (Rio de Janeiro, RJ, 1897 — idem, 1976). Pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista, escritor e cenógrafo. É um dos idealizadores e principais organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Sua obra é marcada pela conciliação da influência das vanguardas europeias com a formulação de uma linguagem própria, focando na temática nacionalista e nas questões sociais brasileiras.


EFRAIN ALMEIDA Efrain Almeida de Melo (Boa Viagem, CE, 1964). Escultor. Seu trabalho é marcado pela pesquisas com diversos materiais, tendo a madeira como matéria-prima principal. Sua obra é composta por diversas pequenas esculturas. ERNESTO NETO Ernesto Saboia de Albuquerque Neto (Rio de Janeiro, RJ, 1964). Artista multimídia. Sua produção situa-se entre a escultura e a instalação. No final da década de 1990, passa a elaborar as “naves”, estruturas de tecido transparente e flexível, que podem ser penetradas pelo público. GUTO LACAZ Carlos Augusto Martins Lacaz (São Paulo, SP, 1948). Artista multimídia, arquiteto, ilustrador, designer, desenhista e cenógrafo. É um legítimo representante da arte dos anos 1980, em que as leituras formais e conceitos tornaram-se simultâneos e indivisíveis. Sua obra tem como tema central o mito do progresso da humanidade. HÉLIO OITICICA Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, RJ, 1937 — idem, 1980). Artista performático, pintor e escultor. Artista cuja produção se destaca pelo caráter experimental e inovador. Seus experimentos pressupõem uma ativa participação do público e quase sempre são acompanhados de elaborações teóricas com a presença de textos, comentários e poemas. Na abertura da mostra Opinião 65, no MAM/RJ, protesta quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira são impedidos de entrar, e é expulso de lá. Realiza então uma manifestação coletiva em frente ao museu, no qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistas.


JAC LEIRNER Jacqueline Leirner (São Paulo, SP, 1961). Artista multimídia. Para executar suas obras, realiza uma coleta de objetos comuns, frequentemente ligados ao universo do consumo. Ao criar os trabalhos, insere esses objetos do cotidiano no circuito artístico, retirando-os do contexto e atribuindo-lhes, assim, outros significados. LEDA CATUNDA Leda Catunda Serra (São Paulo, SP, 1961). Pintora e gravadora. Trabalha com diversos materiais, tirando partido de suas propriedades, tramas e texturas, suas cores e sua flexibilidade. Aspectos que lhe permitem elaborar obras mais sugestivas, às vezes nem pinturas, nem esculturas, isto é, nem planos fixados em paredes, nem volumes colocados no espaço, obras híbridas. LEONILSON José Leonilson Bezerra Dias (Fortaleza, CE, 1957 — São Paulo, SP, 1993). Pintor, desenhista e escultor. Sua obra é predominantemente autobiográfica e está concentrada nos últimos dez anos de sua vida. Em 1989, começa a fazer uso de costuras e bordados, que passam a ser recorrentes em sua produção. Em 1991, descobre ser portador do vírus da AIDS, o que repercute de forma determinante em sua obra. LUISE WEISS Luise Weiss (São Paulo, SP, 1953). Gravadora, pintora, fotógrafa e professora. O tema de sua tese de doutorado foi Retratos Familiares: in Memorian. Em 2001 foi para a Áustria, terra de seus antepassados, e, munida de fotografias antigas, refotografa alguns dos locais onde eles viveram. Com base nessas fotografias realiza diversas pinturas.


LUIZ HERMANO Luiz Hermano Façanha Farias (Preaoca, CE, 1954). Escultor, gravador, desenhista e pintor. Nos anos 1990, desenvolve obras tridimensionais utilizando materiais diversos, entre eles madeira, bambu e arames de cobre, alumínio e ferro. Trabalha também com artigos de consumo de massa, como brinquedos de plástico e utensílios de limpeza, com os quais cria instalações, painéis e objetos. NELSON LEIRNER Nelson Leirner (São Paulo, SP, 1932). Artista intermídia. Estudou engenharia têxtil nos Estados Unidos e foi professor na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, onde teve grande relevância na formação de várias gerações de artistas. Foi um dos pioneiros no uso do outdoor como suporte. ROBERTO MAGALHÃES Roberto de Oliveira Magalhães (Rio de Janeiro, RJ, 1940). Pintor, desenhista e gravador. Construiu um percurso próprio, transitando por diferentes técnicas (lápis de cor, bico-de-pena, aquarela, litografia, xilogravura e pintura a óleo) e com um repertório temático particular. É difícil localizá-lo em tendências ou escolas, no entanto, é possível perceber em suas obras um estreito diálogo com as técnicas e temáticas da ilustração, das histórias em quadrinhos e das caricaturas. ROCHELLE COSTI Rochelle Costi (Caxias do Sul, RS, 1961). Fotógrafa e artista multimídia. Sua atuação como fotógrafa em jornais e revistas lhe possibilita o contato com ambientes diversos, o que estimula suas pesquisas sobre espaços privados. Faz instalações com fotografias e objetos que coleciona, tais como cinzeiros, malas, vidros e lâmpadas.


TARSILA DO AMARAL Tarsila do Amaral (Capivari, SP, 1886 — São Paulo, SP, 1973). Pintora e desenhista. Em 1928, pinta Abaporu, um dos quadros mais importantes do modernismo brasileiro que inspirou o movimento antropofágico, desencadeado por Oswald de Andrade e Raul Bopp. WALTER FIRMO Walter Firmo Guimarães da Silva (Rio de Janeiro, RJ, 1937). Fotógrafo, jornalista e professor. É conhecido por suas fotos coloridas e por retratar importantes cantores da música popular brasileira, bem como festas populares e folclore nacional. Entre 1973 e 1982, é premiado sete vezes no Concurso Internacional de Fotografia da Nikon.


FLÁVIA AIDAR Este livro foi o resultado de muitos encontros, pessoais e profissionais. Com a Januária, amiga e parceira de muitos trabalhos realizados, o privilégio dos encontros sempre regados a muitas ideias, risadas e sonhos. Tantos que alimentam o desejo de muitas criações futuras. Com o Ricardo Ribenboim, que, generosamente, me colocou diante do mundo das artes pela vida toda, principalmente por meio do convite para conduzir a área de projetos educativos no Itaú Cultural, instituição que dirigiu durante anos especialmente férteis e produtivos. Com o Celso Favaretto, sempre mestre, que me ensinou que as artes visuais são componentes indispensáveis da formação que vem da educação dos cinco sentidos, e não apenas da razão. Como sua aluna tenho experimentado olhar e olhar para ler e ver. Mas meu primeiro e definitivo encontro se deu com a profissão que escolhi: sou professora, o que de saída me coloca sempre na condição de encontros. Que sejam bem-vindos!


JANUÁRIA CRISTINA ALVESibi Sou escritora e jornalista de formação. Hoje em dia trabalho com textos e tramas, inventando as minhas histórias e editando livros de outros autores. Também compartilho minhas experiências com professores e educadores em palestras, cursos e oficinas que ofereço Brasil afora. É um privilégio poder fazer o que gosto e acredito: para mim, os livros são preciosos canais que nos levam, quase que por mágica, a um encontro com nós mesmos e com as pessoas, em qualquer lugar do mundo. Fazer livros é, para mim, criar múltiplas possibilidades de encontros. E, por falar em encontros, Para ler e ver com olhos livres nasceu do meu com a educadora, historiadora e parceira de tantos projetos Flávia Aidar, que me convidou para abraçar a aventura de contar histórias sobre 26 artistas e suas obras para quem quisesse ver e saber mais sobre a arte contemporânea brasileira. E que delícia foi mergulhar nesse universo de cores, formas, temas, propostas e histórias! Cada obra nos remetia a muitas ideias e palavras, e cada uma delas nos mandava de volta àquela obra — ou a tantas outras, que por algum motivo se pareciam com aquela —, fazendo com que percorrêssemos uma trajetória que poderia ter dado em muitos lugares diferentes! Fazer este livro foi libertar meus olhos para ver e ler as infinitas possibilidades que a arte nos oferece, num exercício que, com certeza, ampliou muito os meus horizontes. Mesmo com o livro pronto, ainda nos pegamos pensando frequentemente num sem-número de alternativas que ele nos oferece, oportunidades de ler e ver outras tantas obras e artistas, de exercitar nosso olhar para além. Tenho certeza de que esta obra não termina aqui. Ela abre, para mim — e tenho certeza que para você também —, um mar de novas e desafiantes leituras. E é aqui que se dá outro encontro, o mais misterioso e fascinante de todos: o do autor com o leitor. Então, muito prazer em conhecê-lo e... até o próximo livro!


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Este livro traz duas propostas inusitadas e desafiadoras. Uma é olhar para as 26 obras de arte aqui reunidas considerando seus títulos, outra é o enorme esforço que significa oferecer um conjunto largo e eclético de artistas e obras, lado a lado, numa só publicação. Levando em conta que muitos artistas não nomeiam suas obras, outros apenas as codificam, e alguns conferem ao título um aspecto fundamental para compreensão do significado que quis dar à sua produção, priorizar o título como referência para ordenar as obras contidas neste livro é também propor que ele seja um dos fios condutores do olhar e da percepção. Como as autoras justificam,“A ordem alfabética foi só um pretexto...”, porque faz todo sentido pensar que as obras existem para ser observadas, lidas e percebidas em sua totalidade e em várias circunstâncias ou momentos. O primeiro deles é o impacto com a imagem, depois seguem diversas camadas de percepção e leitura, entre elas, o título. É sabido que a artista mais conhecida por todos os admiradores da arte brasileira é Tarsila do Amaral, assim como o título de sua obra icônica Abaporu é um dos que mais intrigam e provocam o público. Mas quais seriam os outros artistas e obras que têm títulos em que há muito mais “para ler e ver”? Esse é o fio condutor desta publicação, em que as autoras propõem aos leitores um jogo que vai além da relação entre o título e a imagem.

ISBN 978.85.209.2890-5

Ricardo Ribenboim Artista e gestor cultural, foi diretor-superintendente do Itaú Cultural e hoje é sócio-diretor da base7 projetos culturais

9 788520 928905

Recomendo a leitura de Para ler e ver com olhos livres colocando todos os sentidos em ação e, depois disso, a visita a museus e galerias, exercitando o mesmo tipo de apreensão da obra de arte!

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