Passear Dezembro 2011

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Nº.9 . Ano I . 2011

passear by

sente a natureza

Caminhada Nas margens do rio Lizandro Crónicas do Gerês

O trilho de Carris Contato GARMIN Montana 650T

Évora e Montemor-o-Novo Monumentos GRANDIOSOS

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Praceta Mato da Cruz, 18 2655-355 Ericeira - Portugal Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

www.passear.com

Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net

Um ano intenso

2011 foi, sem dúvida, um ano intenso para a editora Lobo do Mar ao lançarmos o projeto editorial Passear (versão paginada). Ao longo de 10 edições temos vindo a crescer em número de leitores situando a média mensal nos 7500. Em 2012 iremos aprofundar este projeto, implementar algumas alterações e esperamos continuar a ter a adesão dos nossos leitores. Vamos estar presentes na Nauticampo que terá lugar de 8 a 12 de Fevereiro, em Lisboa onde iremos desenvolver algumas acções de divulgação das actividades de ar livre em estreita colaboração com a organização do certame.

Grafismo

Contacto +351 965 761 000 email anagoncalves@lobodomar.net www.wix.com/lobodomardesign/comunicar

2 Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Nesta edição continuamos a publicar a nossa iniciativa de descobrir os Castelos de Portugal a partir da utilização e bicicleta. Rui Barbosa volta com as suas Crónicas sobre o Gerês, João Pimenta antecipa o grande raid no Tua e Jonas Oliveira continua à descoberta do rio Douro. Como estamos na época natalícia apresentamos-lhe algumas sugestões de presentes de Natal.

Boas caminhadas e pedaladas e um bom ano de 2012 Diretor vascogoncalves@lobodomar.net

Capa Fotografia Évora (pág.48)


Edição Nº.9 Dezembro 2011

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Sumário 04 Notícias 06 Sugestões de Natal 12 Passeio: À volta do Rio Lizandro 24 Antevisão: Caminhada no Vale do Tua 28 Crónicas do Gerês 38 Canoagem 42 Contacto Garmin Montana 650 48 Passeio bicicleta PUB

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notícias 4

Escalar por uma causa Ângelo Felgueiras está na América do sul a preparar subida ao Vinson

O escalador Ângelo Felgueiras está no continente sul-americano a treinar para a subida ao Monte Vinson, na Antárctida. O comandante da TAP, em fase de preparação, vai escalar o Aconcágua, partindo depois para Patriot Hills (Antárctida), para o desafio da montanha gelada. Tal como nas duas escaladas anteriores,

sociado), é apoiar o projecto Escolinha de Rugby da Damaia. A trabalhar o projecto da Escolinha de Rugby da Damaia está a Organização Não Governamental (ONG) Máquina do Mundo, presidida por Frederico Martins e que tem como coordenadora de projecto Filipa Gonçalves. Esta ideia partiu do presidente da or-

o Comandante da TAP, apoia novamente uma causa social com o objectivo de ‘vender’ cada metro de ascensão por um euro, para ajudar instituições de solidariedade: Associação do Moinho da Juventude, na Cova da Moura, Amadora (2007) e Escolinha de Rugby do ATL da Galiza, do Bairro do Fim do Mundo, em S. João do Estoril (2010). Desta vez o desafio, ao qual se juntaram novamente a GROUPAMA Seguros (parceiro desde 2007) e a Fundação EDP (vai contribuir com um euro por cada euro as-

ganização, adepto de rugby, que se inspirou na Escolinha de Rugby da Galiza e teve em conta os poucos espaços para os miúdos do Bairro 6 de Maio (Damaia) brincarem e praticarem desporto. Depois de conquistadas as seis maiores montanhas de cada continente, Ângelo Felgueiras parte agora para o sétimo e último desafio: o Monte Vinson, na Antárctida. A escalada dos 4.897 metros de altitude, o ponto mais alto de todo o Continente Antárctico, marca a conquista das sete montanhas mais altas de cada continente.


Festival da Bicicleta Solidária Encontro de Bicicletas Clássicas, Bicicletas Convencionais, Passeio para todas as Bicicletas, Alley Cat Race, Cicloficina e animação O objectivo do Festival é a angariação de géneros alimentares para instituições que se encarregarão de distribuir aos necessitados. Os participantes deverão oferecer alimentos não perecíveis (por exemplo: enlatados, arroz, massa, leite, etc.) entregando-os neste dia à organização. Encontro de Bicicletas Clássicas Passeio para todas as bicicletas – nível fácil Animação de rua com a Kumpania Algazarra Evento de orientação Alley Cat - percorrer uma determinada distância pelas ruas de Lisboa, com partida e chegada ao Terreiro do Paço Monociclos Cicloficina – reparação e aconselhamento em pequenas avarias Apoios: CM Lisboa; Kumpania Algazarra; Cicloficina dos Anjos; Camisola Amarela, Lisbon Cycle Chic, Scott. Domingo, 18 de Dezembro • 10:00 23:30 Local: Terreiro do Paço - Lisboa Organização: FPCUB - Federação Portu-

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guesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta Organização - FPCUB: 213159648, 213561253 (fax), 912504851, fpcub@fpcub.pt, www.fpcub.pt


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Bernina Polainas básicas, impermeáveis e transpiráveis, adequadas para utilização em neve, com um largo fecho em velcro. Também são adequadas para a prática de ski. Pode ser ajustada à perna, uma vez que na parte superior da

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polaina existe um elástico regulável. Para além disso, devido a possuir uma fivela, pode ser adaptada à bota calçada. Possui também um elástico na parte inferior e média da polaina, o qual aumenta o conforto aquando da sua utilização. - Peso - 260g (tamanho L) Marca: Vaude. Preço: €31.39. Comercialização: Strail / geral@s-trail.com

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Edge 800 Blundle É um parceiro ideal de treino e aventuras em bicicleta. É um GPS muito completo, numa unidade compacta vai encontrar mapas, opções de registo e seguimento de trajectos e funcionalidades de criação e registo de todos os seus treinos. É um aparelho que vem actualizar a conhecida gama EDGE 705, acrescentando: Ecrã táctil, facilitando muito a utilização do aparelho; Aviso de que se esqueceu de fazer “start” (não se esquecendo assim de gravar o percurso e os dados do seu treino); Suporta mapas Birdseye (visualização de mapas do google Earth no GPS); Suporta “custom mapas” - adição de mapas raster feito pelo utilizador - como sejam cartas militares digitalizadas e geo-referenciadas (no Google Earth); Calcula as calorias gastas baseando-se também nos dados do sensor cardíaco (o 705 só faz uma média com o seu peso, altura e distância percorrida). Marca: Garmin. Preço: 379.00 Euros. Comercialização: Ciclonatur / info@lojadogps.com


Steiner SkyHawk Pro 8 x 32 A gama SkyHawk Pro é vocacionada para a observação de aves combina ópticas de topo, robustez e uma facilidade de utilização a um preço excepcional. Binóculos prismáticos com um design esguio extremamente ergonómico vão ao encontro das exigências dos observadores que confiam plenamente no seu desempenho.

Principais características: Ampliação – 8; Diâmetro objectiva (mm) – 32; Distância de focagem ao perto (m) - 2,2; Pupila de saída – 4; Campo de visão a 1000m – 112; Luminosidade – 16; Factor “twilight” – 16; Peso gr - 570; Marca: Steiner. Preço: €349,00.

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Comercialização: Lobo do Mar / geral@lobdomar.net

AQUAPAC Mini Stormproff A Aquapac tem desenvolvido os seus produtos num conceito assente na qualidade e na simplicidade de funcionamento. Este é um equipamento para aqueles que gostam de actividades de ar livre sem se terem de preocupar com as condições atmosféricas. A bolsa fabricada a partir de TPU revestido Ripstop Nylon, possui uma impermeabilização completa para IPX6. Marca: Aquapac. Preço: 17,00 €. Comercialização: Lobo do Mar / geral@lobodomar.net


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Quechua FORCLAZ 400 Concebido para proteger da chuva ou do vento e manter o corpo seco durante as grandes caminhadas. Um casaco 3 camadas leve, impermeável, respirante, ventilado e extensível. Tamanhos : S, M, L, XL, XXL, XXXL Cores : preto. Preço: 79.95 €. Comercialização: Decathlon

Saco El Gordo Saco robusto, ideal para viagem e para utilização diária. Possui uma tira de ombro almofadada e removível, pegas de transporte superiores almofadadas e pegas laterais, que possibilitam um maior conforto e versatilidade

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no seu transporte. Para além disso, possui um fundo almofadado, para proteger objectos mais frágeis e tiras de compressão na parte superior do saco. Devido a possuir pegas superiores reguláveis, pode ser utilizado como mochila.

Características: - Tamanho disponível – L; - Peso - 1134 g (tamanho L); - Capacidade - 64 Litros (tamanho L); - Medidas - L: 34cm x 61cm x 33cm; - Material - 1260D Ballistics; - Tira de ombro almofadada e removível; - Fundo almofadado; - Tiras de compressão superiores; - Bolso lateral com fecho, para transportar pequenos objectos. Marca: Northe Face. Preço: €81.12. Comercialização: Strail / geral@s-trail.com


Vango Freedom 60+20

Magellan eXplorist 510

Esta mochila de viagem é muito versátil com

GPS portátil

muitos usos e destinos possíveis. Espaçosa e

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Padrão ambiental/estanquicidade: IPX-7

chila mais pequena (acopolada), sendo ainda

Duração da bateria (autonomia): 16 horas

muito resistente e confortável para as suas ex-

Saída Áudio: Bips e altifalante

pedições e passeios.

Coordenadas, Datums, Grelha Utilizada: Mais de 100

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Tipo de expansão de memória: micro SD™

Capacidade: 60 + 20 L

Memória interna: 2G

Peso: 3100 g

Comando do utilizador: Ecrã táctil

Material exterior: Excel 600D poliester ripstop

Ecrã: 3.0” WQVGA

Ajuste de costas: sim

Resolução: 200 x 400 pixéis

Apoio lombar pré-formado

Dimensão: 6,5 cm x 3,7 cm x 12,8 cm

Rede nos pontos de contacto com o corpo

Câmara fotográfica: 3.2M

Mochila de 20 litros (acopolada)

Waypoints / Pontos: 2 000

Acesso ao interior com fechos

Geocaches: 10 000

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Vista a 3D: Sim

Fitas internas para arrumação

Mapas: Mundo

Compartimento principal com divisória

Marca: Magellan.

Ponto de transporte com borracha na parte

Preço: 359,00€. Importador: Nautel

superior Marca: Vango. Preço: 80,67 €. Comercialização: Go Outdoor Stor

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Caminhada

À volta do

rio Lizandro Texto e Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

passeio

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A parte final do rio Lizandro foi o cenário escolhido para uma caminhada de cerca de 15 quilómetros onde as paisagens se alteram com frequência ao longo de uma linha condutora que é o rio.


Duração 4 horas Distância 14,7 Km Dificuldade

Tipo: Circular Localização: Ericeira Apreciação Geral: Dificuldade média

Ericeira

Carvoeira

Pobral

F. Boa Brincosa

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D

epois de uma semana de chuvas intensas e trovoadas que assolaram o país no mês de Novembro vi, no meteo.pt, uma aberta e decidi ir fazer uma caminhada junto à foz do rio Lizandro, ali para as bandas da Ericeira.

Rumo ao Pobral A caminhada começa num parque de estacionamento, junto à EN247, com uma vista privilegiada sobre o Atlântico, Praia do Lizandro e S. Julião. Depois de algum tempo passado a observar, através de binóculos, o Atlântico e o nosso próximo destino liguei o aparelho de GPS e procurei o trajeto que previamente tinha descarregado. O delinear do trajeto foi feito através do site RideWithGPS e, é sempre interessante de ver se que o que

programámos é exequível na prática. As primeiras dezenas de metros do percurso são feitos na movimentada EN247 e todo o cuidado é pouco pois, o peão não tem qualquer proteção! Na descida são já visíveis as numerosas hortas que se desenvolvem ao longo das margens do rio Lizandro. A qualidade dos terrenos e o fácil acesso à água para a rega fazem com que estas hortas sejam exploradas intensamente e com os mais diversos produtos hortícolas. Quando já caminhamos na margem esquerda em direção à foz é interessante de ver o serpentear do rio e a atividade das aves nesta zona. Corvos marinhos e gaivotas alimentam-se numa grande azáfama enquanto, numa toada mais calma, podemos ver o voar majestoso da garça-real. Chegamos à costa e a vegetação quase


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o o ri nsĂŁ o e d b ns ua uma arge o g ĂĄ m ĂŠ el A ro suas as p es d n s ad nd za Li ra a form gra pa ans em s. tr mem orta h ho


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desaparece devido à exposição permanente, desta zona, aos fortes ventos de N e NW que sopram ao longo de todo o ano. Daqui podemos ver bem a povoação da Ericeira e o seu porto. Caminhamos um pouco mais para Sul em direção ao casario composto por uma pequena capela pertencente já a S. Julião. Voltamos, momentaneamente, à estrada de alcatrão e iniciamos a subida que nos levará ao Pobral, o ponto mais alto a cerca de 140 m de altitude. Caminhamos por caminhos largos observando antigos campos aurículos e está bem patente a pressão urbanística que esta região sofre. Apesar da beleza natural da região, alguns dos habitantes das aldeias e povoações pensam que a Natureza lhes pertence e depositam nos seus terrenos frigoríficos, televisões, móveis, etc.!!! Felizmente

neste trajeto não foi muito frequente.

Regresso ao vale No Pobral voltamos a ter contacto com a EN247 mas, só para a atravessar e entrarmos novamente em caminhos fora de estrada. Há uns dois anos tinha feito parte deste percurso e lembrava-me que a descida até ao vale é feita por um bosque com uma paisagem de exceção. Qual foi o meu


Em S. Julião

despedimo-nos do Atlântico para encetermos a subida que nos levará à povoação do Pobral.

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19 espanto ao verificar que grande parte do bosque tinha sido devastado por um incêndio recente… Mas, mesmo assim, o local encerra uma beleza relevante e é interessante ver a azáfama nas hortas que os agricultores, na sua maioria já com uma idade avançada, teimam em cultivar. No vale, grande parte do percurso é feito junto ao rio, foi interessante observar os efeitos causados pela força da água que alargou margens e até deitou árvores abaixo e amontoou canas. O silêncio domina este vale e é quase impossível imaginar que a menos de um quilómetro temos estradas… O nosso próximo destino é a pequena Igreja da Senhora do Ó. Este local é aprazível e ideal para uma pequena pausa para descanso e explorar.

Já estamos perto do final da nossa caminhada. A ideia inicial era a de caminharmos ao longo da margem do rio até à pequena ponte da EN247 mas, as obras de construção da estação de tratamento de águas impediu a nossa passagem. Não sei se no futuro poderemos passar! Tivemos que criar uma alternativa e a mais prática foi a de subir até à povoação Fonte Boa da Brincosa e depois descer, por estrada, até o local de partida. Este pequeno troço não tem nada de interessante mas foi a solução encontrada para este imprevisto.

Rio Lizandro O Lizandro, também conhecido por Lisandro é um rio do distrito de Lisboa, Portu-


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gal, que desagua na praia foz do Lizandro junto à Carvoeira, perto da Ericeira no concelho de Mafra. Em diferentes alturas do ano a barra encontra-se fechada por uma língua de areia, sendo necessária a abertura por meios mecânicos. Nasce na freguesia de Almargem do Bispo no concelho de Sintra e possui uma extensão de cerca de 30 km, tendo como principais afluentes, na margem direita, a ribeira de Cheleiros e na margem esquerda, a Ribeira da Garganta.

Aves no rio Lizandro

Tenho conheci mento que a r egião é muito b oa para a obser vação d e aves. O própr io site da C.M. de Mafra t em um

espaço ded i à observaçcãado com sugestã o o percursos. de

Na nossa caminhada levámos connosco a mais recente edição da Lynux, o livro sobre as Aves de Portugal, que complementado pelos binóculos Steiner foram uns preciosos auxiliares na identificação e 21 localização das aves durante o nosso percurso. Posteriormente recorremos ao site www.avesdeportugal.info é um local na Internet onde temos acesso a uma informação (texto e fotografias) rigorosa sobre as aves que podemos avistar em Portugal e respetivos lugares de observação. Em pleno mês de Novembro conseguimos identificar as seguintes espécies: Garçareal Ardea cinerea mais no interior do rio; Corvo-marinho-de-faces-brancas Phalacrocorax carbo, na foz; Águia-d’asa-redonda Buteo buteo, junto aos campos agrícolas; Gaivota-argêntea Larus michahellis, na foz; Peneireiro-vulgar Falco tinnunculus, junto aos campos agrícolas.


Informações úteis Guarda Nacional Republicana Ericeira – 261 866 700 Mafra – 261 815 124 Bombeiros Ericeira – 261 863 334 Mafra – 261 812 100 Igreja Nossa Srª. do Ó

Descarregar e ver o percurso: http://ridewithgps.com/routes/823863 Alojamento EriceiraCamping*** Parque de Campismo Estrada Nacional 247, km 49,4 2655-319 Ericeira Tel.: 261 862 706/ 261 862 513 Fax: 261 866 798 E-mail: info@ericeiracamping.com Web: www.ericeiracamping.com

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Ecolodges Ericeira Estrada do Rego Eco-Club Raphaelis 2655 Ericeira info@ecolodgesericeira.com www.ecolodgesericeira.com



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ANTEVISÃO

Caminhada no Vale do Tua DENTRO DAS COMEMORAÇÕES DOS 26 ANOS DO CLAC, CLUBE DE LAZER, AVENTURA E COMPETIÇÃO – ESTE VAI ORGANIZAR UMA MEGA AVENTURA, UMA AUTÊNTICA EXPEDIÇÃO AO VALE DO TUA QUE TERÁ LUGAR NOS DIAS 9 E 10 DE DEZEMBRO. Texto e fotografia: João Pimenta*

Esta iniciativa é aberta a todos os simpatizantes do pedestrianismo, amantes dos comboios e das suas vias. Este evento será em autonomia total para 2 dias e terá o seu início no dia 9 de Dezembro ás 6.45 h na estação de Mirandela, onde apanharemos o metro até Cachão. Seguidamente teremos a linha como guia e o vale do Tua por nossa conta. * (Coordenador dos passeios pedestres do CLAC.)


1º DIA – 30 KM Uma tirada de aproximadamente de 30 km espera-nos até S. Lourenço e como reza a historia não há trabalhos fáceis nesta linha. Por ser Outono as condições atmosféricas podem fazer das suas! O cuidado tem que ser redobrado, caminhar por pedras e travessas molhadas requer um bom calçado (botas) devido não só à irregularidade do piso como também ao facto de estar escorregadio. O equipamento terá que ser o indispensável porque mesmo ás costas a mochila vai moendo, quilómetro a quilómetro. Perante tanta beleza e tanta história muito está escrito, desde a formação geológica à valentia do homem em desbravar a natureza. Dos castores ás aves de rapina, da engenharia das pontes ao sofrimento dos túneis em xisto. Sem dúvida uma viagem que alerta os sentidos e sensibiliza-nos por serem lugares tão belos. Depois de passarmos uma série de estações e apeadeiros, vamos pernoitar na estação de S. Lourenço conhecida pelas suas águas termais. Por serem pequenos os dias, é imperativo que à chegada se procure um local para montar a tenda. As condições físicas poderão não ser as melhores mas iremos fazer antecipadamente uma visita ao local, devido a este já ter sido frequentado por pessoas com vários problemas de saúde (pele, estôma-

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go, etc.). Ao cair da noite, não se pode perder um jantar aquecido no calor de uma fogueira. Uns enchidos no pão, um copo de vinho e conversas do acaso, não há melhor para 26 apurar um serão no meio de tudo e no meio do nada. São música para os ouvidos os sons do rio Tua que nas pedras se alonga e embala numa noite escura, até adormecer.

2º DIA Dia 10, sábado esperamos o melhor e pior. Convém levantarmo-nos cedo para fazermos os restantes 16km com calma. Depois de petiscar qualquer coisa, iniciamos a caminhada com alguma expectativa e ansiedade em relação ao que iremos encontrar mais á frente. O Vale aperta e a paisagem geológica é magnífica, até dantesca. As pontes e os túneis, as estações abandonadas e os carris achatados pelo tempo,

são uma realidade. Entramos na zona zero, numa despedida anunciada e vê-la-emos provavelmente pela última vez. Parte do Vale do Tua irá submergir, são 14km que fazem a diferença entre o natural e a mão do homem. Por curiosidade iremos até ao limiar da segurança, até onde for permitido. A alternativa será a subida até à aldeia do Fiolhal lá no alto do monte onde avistaremos a estação de Tua. Que por sinal é nossa. No fim desta aventura espera-se que todos os participantes tenham compreendido a beleza ímpar do Vale do Tua e sobre ele as amizades que se fomentaram que não serão esquecidas certamente. Cada um irá regressar a casa mais rico, mas com uma riqueza que alguns não querem compreender. É o que espero deste sonho, um Raid de fim de semana excelente com muita fraternidade e cumplicidade


ALGUMAS DICAS Alimentação: – Como a caminhada é em autonomia total cada um deve levar comida suficiente para si durante o percurso. Muito importante é o transporte da água pois não abunda durante o trajeto. As refeições são tipo volante (ir andando e comendo) exceto o jantar do dia 9 em S. Lourenço. Fica aqui a ideia no ar, podemos acender uma pequena fogueira e assar uns enchidos e beber um bom vinho e pão etc. Um serão de convívio. Equipamento: - Mochila – Anatómica não superior a 50lt, ter atenção ao peso e se possível com proteção para a chuva. - Tenda – Se possível pequena e leve de 1 ou 2 pessoas. - Saco de cama – Quente, pois a noite pode arrefecer aos 4°C / 5°C. - Esteira/colchonete de esponja – Chão duro. - Manta – Dá sempre jeito na rua como no interior da tenda. - Bastão – Fica ao critério de cada um. - Frontal e/ou lanterna – É sempre importante andarmos iluminados. - Algo refletor – para o corpo ex. colete. Segurança acima de tudo. - Máquina fotográfica – Não pode faltar, atenção ás baterias. - Prato/tacho/marmita, talheres, copo, toalha, etc. – principalmente para a janta. - Material de higiene pessoal - papel higiénico e toalhetes. - Telemóvel - Não há rede praticamente em todo o

percurso exceto em alguns pontos altos – Vodafone - “no phone no stress”. Vestuário: O Vestuário está condicionado ao estado do tempo ficando assim ao critério de cada um. - Botas - devido ao piso pedregoso e ás passagem das travessas. - Impermeável – Com a chuva ou muita humidade dá sempre jeito. - Chapéu para a chuva ou gorro – Faça sol ou faça chuva estamos no Outono. - Muda de roupa ligeira – Caso uma fique molhada. - Roupa interior e meias suplentes – Pode fazer a diferença no andar. - Casaco quente e fato de treino - para dormir quentinho(a) a ouvir o rio. Inscrição e taxa: Taxa de inscrição – 2€ inc/seguro (necessário o nome e data de nascimento) Todos os participantes devem inscrever-se por email, telefone ou mesmo pelo Facebook pelas mensagens, para que o CLAC possa fazer o respetivo seguro. Dar o nome e data de nascimento. geral@clac.pt 960007711 – Sede do clube 911161683 – João Pimenta Fb – João Pimenta

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Cr贸nicas do Ger锚s

Subindo aos Carris, o trilho pelo Vale do Alto Homem

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A

curiosidade por

Carris

surge-nos

porque alguém já ouviu falar ou esteve numas ruínas nos píncaros geresianos.

Na

realidade, não existe qualquer in-

dicação bem visível que nos mostre o caminho certo para bem que assim é!!!!

Carris,

e ainda

Texto e fotografia: Rui Barbosa

A única indicação do trilho de Carris que pode estar visível ao observador minimamente atento, encontra-se no início do trilho, mesmo antes da cancela e ao lado da ponte sobre o Rio Homem. Uma indicação pintada a tinta branca indica “Carris” e uma seta aponta na direção do caminho. O trilho para Carris inicia-se a uma altitude de 720 metros e rapidamente nos apercebemos que não será um caminho fácil para os mais desprevenidos. A sua dificuldade vai aumentando ao longo do percurso não tanto pela inclinação, mas mais pelo estado do próprio trilho. Em quase 9,8 km de extensão, o trilho é na sua maioria composto por pedra solta que dificulta a progressão. São escassas as extensões em que o terreno é suave. Na quase totalidade do seu comprimento o trilho é acompanhado pelo jovem Rio Homem e ouvimos quase sempre o seu rumor por entre as rochas. Convém salientar que o trilho para Carris está inserido num vale de extrema importância para o Parque Nacional da Peneda-Gerês e que está integrado numa das duas áreas de proteção total existentes

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naquela área protegida. a cabo pelo Parque Nacional da PenedaTenho por hábito dividir o trilho em duas Gerês, com o objetivo de melhorar o partes que considero de dificuldade dis- caminho para a reflorestação de zonas de tinta. A primeira parte termina no que eu alta montanha, é possível observar, mesmo considero ser a metade do caminho na no início do trilho, conjuntos alinhados de ponte junto do Cabeço do Modorno e rochas que marcam o que então teria sido após se ter vencido já cerca de 300 met- uma estrada em terra batida que permitia ros de altitude por entre pedra solta e al- a passagem de camiões para o transporte guma vegetação. A fase inicial da segun- do minério e não só. Esta estrada teria sido da parte do trilho é muito semelhante à bastante melhorada já na segunda fase de primeira parte, mas este vai-se tornando exploração de Carris. Como curiosidade, mais suave há medida que nos aproxi- posso referir que no início da sua consmamos da Ponte das Águas Chocas, trução existia um pequeno caminho que sendo um trilho fácil ligaria a Portela de LeonTenho por hábito a partir daí e até ao te a Carris e pelo qual as dividir o trilho final do planalto onde largas telhas que iriam em duas partes se inicia a subida final cobrir as casas de Carris que considero de para Carris, passando eram transportadas em 30 nas Abrótegas e já dificuldade distinta. ombros pela quantia de na Corga da Carvoe2$50 nos idos anos de irinha (ou da Carvoeira). A passagem 40. Voltando aos nossos sinais... ao longo pela Ponte das Abrótegas é muito fácil e do trilho vamos observando um ou outro somos presenteados por uma paisagem pequeno muro, ou um ou outro alinhaúnica que nos leva desde o Alto do Pás- mento de pedras que nos podem sugerir a saro até às alturas do Altar de Cabrões existência de uma rude estrada serrana. O já na raia. primeiro sinal sólido da existência de algo No início dos anos 90 ainda era pos- mais complexo na serra surge-nos junto da sível observar ao longo do Vale do Alto zona que dá pelo nome de ‘Água da Pala’. Homem uma linha de postes de madeira Aqui, e já coberta pela vegetação, obsersobre os quais assentava o cabo metáli- vamos à nossa esquerda (não se esqueçam co de telégrafo, que permitia as comu- de que estamos a subir o trilho, cansados... nicações com o complexo mineiro. Nos mas a subir!!!) uma área delimitada por um nossos dias são raros os sinais, ao longo pequeno e baixo muro. Em tempos terá do caminho, daquilo que mais tarde servido de curral para abrigo dos rebanhos iremos encontrar no sopé de Carris. Ti- (tal como é referido num artigo publicado rando os trabalhos mais recentes levados no Século Ilustrado em 1955). Do lado di-


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Na Ă gua da Pala iniciava-se um trilho de pĂŠ posto que atravessava o Rio Homem


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reito podemos observar, também por en- aqui, e olhando para a nossa direita, tre a vegetação, uma pequena construção temos a oportunidade de observar os com tijolos de cimento que nos dá a ideia picos escarpados que delimitam os Prade ser uma pequena guarita, mas que já dos Caveiros ou Caveiros. Esta fase mais foi referenciada como um pequeno abri- plana do trilho segue pela Ponte do Cago dos cantoneiros que mantinham o es- garouço sobre a Ribeira do Cagarouço, tradão em estado de circulação. Esta zona um pequeno afluente do Rio Homem. antecede uma ponte de pedra. Toda este É nesta fase que o caminho se volta a lugar é extremamente peculiar e bucólico. inclinar ligeiramente e ouvimos o rugido Na Água da Pala iniciava-se um trilho de do jovem rio a poucos metros de distânpé posto que atravessava o Rio Homem e cia. Por entre a vegetação é por vezes subia ao longo do rio pela sua margem di- fácil ter um olhar sobre lagoas que no reita no sopé da Encosta do Sol até atingir Verão são sempre uma forma de retemo topo do Cabeço do Madorno, algumas perar forças. centenas de metros após O trilho ultrapassa a O seu delimitar atravessar novamente o cota dos 1000 mepelos picos das Homem sensivelmente à tros de altitude, a serras leva-nos a cota de 1050 metros de poucos metros de imaginar, sonhar um altitude. Não havendo entrarmos numa mundo antigo. registos cartográficos fase do caminho deste trilho em direção a onde vamos superar Carris, documentos fotográficos atestam a vários metros de altitude em pouca dissua continuação para as zonas mais eleva- tância, ultrapassando assim um bom das da serra. Quem observa a Encosta do declive. O trilho flete para a direita no Sol a partir da Água da Pala, terá a sen- que são conhecidas como as ‘Curvas sação de ainda puder vislumbrar o traçado das Febras’ e em pouca distância subideste pequeno trilho que, sem dúvida, nos mos 30 metros em altitude antes de fleproporcionaria uma visão distinta do vale. tir para a nossa esquerda. Nesta parte Porém, e após várias tentativas de obser- do caminho podemos ter uma imagem var no terreno a sua progressão, cheguei do Vale do Homem só superada pela à conclusão de que este trilho já desa- paisagem que nos aguarda poucos pareceu e será extremamente difícil tentar metros após a passagem da Ribeira do seguir o seu antigo percurso, senão mes- Madorno. Poucos metros mais à frente mo impossível. entramos numa parte do caminho que Após passar a Água da Pala, o trilho para é ladeado, à direita, por uma parede Carris entra numa zona mais plana. Até sólida de granito e, à esquerda, por

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uma queda de 50 metros que termina no Rio Homem. O declive aqui é acentuado e notório, mas o esforço para chegar à meia distância merece a pena. Somos chegados a meio do caminho e o descanso na Ponte do Madorno é merecido. A água da ribeira é sempre fresca e corrente, mesmo no Verão. Ao entrar neste pequeno vale temos a visão de uma pequena queda de água por debaixo da ponte e são poucos os que resistem a uma fotografia. Situados na ponte em direção ao final do vale, por onde vemos o Rio Homem, temos à nossa direita o imponente Cabeço do Modorno, uma escarpa granítica que atinge os 1317 metros de altitude. Conheci todas as pontes até ao Madorno já em ci34 mento, mas o meu fascínio por este vale e por Carris começou a ser despertado pelas velhas pontes de madeira que antigamente permitiam a passagem célere e um tanto ou quanto aventureira. É sempre bom descansar e retemperar forças junto do Cabeço do Modorno, mas é hora de prosseguirmos pois, logo ali à frente, temos uma surpresa à nossa espera. Prossigamos então a nossa caminhada. Logo após abandonar a Ponte do Modorno e seguindo o nosso trilho, vamos encontrar uma das mais fantásticas paisagens que a Serra do Gerês e o Parque Nacional têm para nos oferecer. É com deslumbre que observamos o Vale do Alto Homem e a forma como este se projeta no céu. O seu delimitar pelos picos das serras leva-nos a imagi-

nar, sonhar um mundo antigo. Atenção ao vocabulário, pois é aqui que nos começam a faltar as palavras... Ao longe vemos a Serra Amarela e com bom tempo facilmente se vislumbram as antenas do Muro localizadas em Louriça. Saindo do pequeno vale da Ribeira do Modorno entramos novamente no vale do Alto Homem e logo ali à nossa frente observamos uma estreita queda de água com uma altura superior a 110 metros. Toda este zona nos dá paisagens deslumbrantes em, ou após, dias de chuva com as paredes rasgadas pelos cursos de água que se precipitam no vale, ou então nos frios dias de Inverno com a imagem das quedas de água geladas que se amarram às paredes graníticas. Prosseguindo o trilho ao longo do vale vamos ganhando altitude, atingindo os 1200 metros de forma suave. Nesta fase o trilho chega a complicar-se devido ao estado do «pavimento». O Rio Homem é, nesta fase, constituído por uma série de pequenos ribeiros que têm origem nos inúmeros vales que golpeiam o topo da serra. Aos 1200 metros de altitude, na zona do Teixo (que assim se chama porque se diz que antigamente ali existia uma árvore desta espécie), o trilho flete ligeiramente para a direita seguindo um dos pequenos riachos que, juntamente com o riacho do Corgo dos Salgueiros da Amoreira, irá mais tarde formar o Rio Homem. O nosso trilho segue a base da Rocha da Água do Cando, passando pela Ponte das Águas Chocas (1285 metros) e entrando nas Abrótegas até atingir a Ponte das Abrótegas (1325 metros).


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As Abrótegas definem, juntamente com o Outeiro Redondo, um pequeno planalto que é atravessado pelo trilho até atingir e seguir ao longo da base do contraforte de Carris. Foi neste planalto onde esteve montado nos dias 17 a 19 de Setembro de 1908 o acampamento da primeira expedição venatória levada a cabo na Serra do Gerês. Neste planalto têm origem vários trilhos de pé posto, sendo o mais interessante aquele que segue para as Minas das Som-

bras (Galiza, Espanha) e para os Cocões do Concelinho (através das Lamas de Homem) e, mais tarde, Minas do Borrageiro e Lagoa do Marinho. Na Ponte das Abrótegas somos interrogados por umas peculiares construções semelhantes a pequenos pilares de rocha e cimento que tinham essa mesma função. Estas construções serviriam de ponto de apoio, certamente de uma conduta metálica para transportar água desde uma


pequena represa ali existente até à lavaria quais não existem quaisquer sinais. Por nova situada no topo da Corga de Lama- esta zona deveria passar uma conduta de longa. A paisagem aqui permite-nos ob- água que teria a sua origem numa pequeservar o marco geodésico de Carris (1508 na represa próximo da Ponte das Abrótemetros), o Altar de Cabrões ou Altar dos gas e que, apoiada em pilares feitos com Cabros. Neste planalto podemos tam- aglomerados de pedra, atravessava o bém observar vários currais destinados às pequeno planalto para lá das Abrótegas. pastagens de altitude e à transumância Mais pilares são visíveis no extremo deste ainda levada a cabo na Serra do Gerês, planalto, que serve de pastagem de altique sim... ainda tem pastores!!!! tude ao gado que nos meses da vezeira A zona das Abrótegas permite o descanso passeia pela serra, já próximo do caminho antes da subida final, verdadeiro calvário antes deste fletir para a esquerda para inipara quem já está cansado da subida. ciar a subida final. Seguindo o prolongaAo percorrer o início da subida, um por- mento deste caminho secundário e depois menor passa desperceentrando em trilhos de A zona das Abrótegas bido à quase totalidade pé posto, chega-se às permite o descanso das pessoas. Logo no Minas de Carris pela antes da subida início do declive a ansua zona inferior junto 36 tiga estrada dividia-se final, verdadeiro da lavaria nova, no excalvário para quem em duas, com uma a tremo topo do vale da seguir a direção do Sal- já está cansado da Corga de Lamalonga. to do Lobo, local onde Mas voltemos à estrada subida. decorreram as primeiprincipal e iniciemos a ras extrações de volfrâmio tirando par- subida final para Carris. A parte final da tido do aluvião vindo da Corga da Car- estrada vence um declive de 70 metros voeirinha. No terreno é difícil vislumbrar ao longo da Corga da Carvoeirinha e sem sinais desta parte da estrada e só andan- dúvida que é para muitos a parte mais do alguns metros no caminho principal complicada de todo o trajeto. No entanto, que segue em direção a Carris, e depois o final do árduo caminho é sempre uma olhando para trás, é que se vê a antiga motivação forte para vencer estes últimos estrada já coberta de vegetação. Nesta metros. área não existem construções ou edifí- No troço final o declive torna-se menos cios, excetuando uma ou outra pequena intenso, com a estrada a tornar-se quase construção de pastores (os formos) ou plana mesmo a chegar ao muro que deoutros abrigos. Esta zona provavelmente limitava a entrada no complexo mineiro teria o apoio de edifícios de madeira dos de Carris.


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Canoagem RESERVA NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL PERCURSO 3 BARRAGEM DO PICOTE-BARRAGEM DE BEMPOSTA ESTE PERCURSO INICIA-SE A DOIS QUILÓMETROS A JUSANTE DA BARRAGEM DO PICOTE, NUM LOCAL USADO PARA A PESCA DESPORTIVA. O ACESSO A ESTE LOCAL É FEITO PELA ALDEIA DE PICOTE, SEGUINDO AS PLACAS INDICATIVAS DE RIO/PESCA. AINDA NA ALDEIA, ACONSELHO UMA VISITA Á FRAGA DO PUIO, UM MIRADOURO COM VISTA PRIVILEGIADA PARA O RIO. Texto e Fotografia: Jonas Oliveira* * aKademia do Kayak


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O percurso deve ser feito em regime de passeio, com tempo para desfrutar da rica fauna e flora local. As barragens distam entre si aproximadamente vinte quilómetros, pelo que é aconselhado o uso de pelo menos duas viaturas automóveis para efeitos de resgate. Iniciando o percurso, vale a pena subir, condicionados á cota e caudal existente, o rio até á Barragem de Picote. Será conveniente contudo verificar se está a ser efetuada descarga ou não, uma vez que tal situação poderá alterar a cota e ou o caudal, aumentando assim a corrente ou fazer com que momentaneamente este pequeno trajeto fique sem água para navegar. No percurso entre barragens, a paisagem é, nos primeiros dez quilómetros, caracterizada pelas altas encostas e rio estreito. É um percurso muito agradável de se fazer, com o rio 40 calmo e com pouca incidência de vento. Se for num dia solarengo e quente, existem muitos locais de paragem onde se podem dar uns mergulhos para refrescar. Aos poucos o rio vai alargando e a paisagem muda. As altas fragas dão lugar a extensos montes, com estradas em terra, como que desenhadas na paisagem. O vento, na última parte do percurso, incide com alguma intensidade. A forma de o evitar será navegar junto á margem, permitindo que a densa vegetação atenue o efeito desagradável do vento contrário. Há medida que nos vamos aproximando da barragem da Bemposta aparecem algumas casas de férias, principalmente na parte espanhola. Existem ainda algumas praias fluviais com kayaks e gaivotas para alugar. É normal encontrarmos embarcações de pes-


ca e de recreio neste percurso. Existem ao longo do trajeto alguns cais de amarração para embarcações. O local onde termina este passeio é um desses cais e fica a cerca de quinhentos metros da Barragem de Bemposta, num dos braços de rio na margem portuguesa. Informações: - Parque Natural Douro Internacional - (http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-DouroInternacional ); - Câmara Municipal Miranda do Douro – (http:// www.cm-mdouro.pt/) - Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (http://snirh.pt/) – Informação detalhada sobre caudal, cota, descargas, etc. Conselhos úteis: - Utilizar pelo menos duas viaturas, sendo que 41 uma será para o resgate (colocação da viatura no final do percurso); - Iniciar o passeio durante a manhã, podendo assim apreciar com mais tempo a fauna e flora local; - Colocar protetor solar com abundância e usar chapéu; - Não esquecer de levar agua e uma ou duas barras energéticas; - Em caso de almoço levar comida ligeira; - Levar máquina fotográfica e binóculos; - Levar uma muda de roupa; Coordenadas GPS - Inicio (41°23’37.78”N / 6°21’56.11”W ) - Final (41°18’14.54”N / 6°27’43.90”W)


contacto Garmin Montana 650 42

A nova geração OS MODELOS DA SÉRIE MONTANA TÊM UM ECRÃ DE 4”, A CORES (65K), TFT DE DUPLA ORIENTAÇÃO, COM MAPA BASE INCLUÍDO E UM RECETOR GPS DE ALTA SENSIBILIDADE COM HOTFIX®. PARA ALÉM DISTO, TODOS OS MODELOS VÊM COM RANHURA PARA CARTAS MICROSD, BÚSSOLA DE 3 EIXOS E ALTÍMETRO BAROMÉTRICO. Texto e fotografia: Lobo do Mar

Tendo como base o modelo Montana 600, o 650 acrescenta uma câmara digital de 5 megapixéis, com focagem automática que georreferencia imagens, permitindo de futuro, aos utilizadores, marcar, relembrar e navegar até ao ponto exato que pretendem. Ao ligar o Montana a um computador através do cabo

USB vá a https://my.Garmin.com, onde todas as fotos serão automaticamente detetadas. O intuitivo site myGarmin, torna simples a escolha, upload e arquivo de fotos. Pode também planear e rever a localização da sua última aventura ao utilizar o software gratuito Garmin Basecamp. Em acréscimo à câmara de 5 megapixéis, o


Montana 650t, vem pré-programado com o mapa topográfico europeu detalhado a uma escala 1:100k, com detalhes de estrada, contornos de elevação, pontos de interesse e dados relativos ao terreno.

essencialmente, em caminhadas quer através da gravação de percursos como seguimento de percursos previamente estabelecidos em computador. O equipamento é extremamente fácil

Todas as unidades da série Montana são compatíveis com a cartografia City Navigator ®, Garmin Custom Maps, imagens de satélite BirdsEye, imagens Birdseye Select e mapas BlueChart® g2. Receba instruções de mudança de direção com “text-to-speech” quando navega com os mapas City Navigator, utilizando o suporte de automóvel opcional. A cartografia BlueChart® g2 é obrigatória para navegação marítima. O Garmin Custom Maps permite aos utilizadores de equipamentos Garmin, transformar de forma simples, mapas eletrónicos e de papel, em cartografia disponível para download de forma gratuita. As imagens de satélite BirdsEye são um serviço de subscrição que permite aos utilizadores visualizar imagens aéreas do seu destino. O Birdseye Select é um serviço que lhe permite selecionar e fazer o download de áreas personalizáveis de alguns dos seus mapas “raster” favoritos, incluindo para o Reino Unido, França, Alemanha, Áustria e Suíça.

de operar e muito intuitivo. O ecrã de grandes dimensões e os símbolos com boa qualidade gráfica permitem trabalhar com facilidade e efetuar uma navegação segura. O conforto de utilização deve-se também, à capacidade de leitura horizontal ou vertical da imagem no ecrã (à semelhança dos mais recentes smartphones). A qualidade gráfica dos mapas é boa e trabalhar no computador, com o BaseCamp, é muito simples. 43 Um outro ponto forte deste equipamento é o da autonomia da bateria de iões de lítio. A máquina fotográfica de 5 megapixeis cumpre bem as suas funções mostrando contudo, alguma falta de qualidade nas imagens capturadas com grandes diferenças de tons claros e escuros. A georreferenciação das imagens é muito útil na organização do passeio. A possibilidade de personalização da informação a aparecer no ecrã é uma característica útil e boa. O equipamento é ergonómico, não é pesado mas um pouco grande demais.

NO TERRENO

A nossa utilização do Montana 650T foi,


contacto 44

A georefrenciação das imagens obtidas com o Montana 650t são de qualidade e ajudam em navegações futuras.


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contacto ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

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- Ecrã tátil brilhante de 4”, legível sob luz solar direta, 65k cores TFT, com 272 x 480 pixéis; - Recetor GPS de alta sensibilidade, compatível WAAS com HotFix® ; - Partilha sem fios de rotas, trajetos, pontos de utilizador e geocaches, entre unidades compatíveis; - Mapa base mundial interno com relevo sombreado; - Mapa base topográfico Europeu com uma escala aproximada de 1:100k (apenas o 650); - Bússola de três eixos e altímetro barométrico; - Ranhura para cartas microSD para mapas opcionais; - Câmara digital com auto focagem de

5 megapixéis com georreferenciação automática (650 e 650t); - Saída áudio de 3.5mm; - Ligação USB de alta velocidade e interface de série; - Robusto, à prova de água (IEC 60529 IPX7); - Múltiplas opções de bateria: três pilhas substituíveis AA (até 22h) ou bateria de iões de lítio recarregável (até 16h) incluída. Preço Garmin Portugal: de 599,00 a 649,00 Euros Preço Ciclonatur: 549.00 Euros A Ciclonatur possui cartografia topográfica própria, num cartão memória 2Gb, Topo.Portugal comercializado a €25.00



De Bicicleta Ă Descoberta

passeio bicicleta

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dos Castelos de Portugal Évora e Montemor-o-Novo

Pelas planícies

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Duração +/- 3 horas Distância 35,7 Km Dificuldade

Tipo: Linear Localização: Alentejo Apreciação Geral: Dificuldade baixa

Évora

Montemor-o-Novo


A cidade de Évora e Montemor-o-Novo foram os nossos destinos na descoberta dos castelos de Portugal em bicicleta. Duas realidades diferentes mas ambas com uma beleza própria. Texto e Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

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C

om Monsaraz na minha memória, saí do Monte do Laranjal pelas 9 horas e o meu destino era agora a monumental cidade de Évora. Com os diversos furos que me atormentaram na anterior jornada decidi, fazer o trajeto de ligação a Évora pelas estradas nacionais para passar em Reguengos de Monsaraz e tentar comprar uma câmara de ar suplente. Percorridos os cerca de 16 km que separam as duas povoações, lá estava eu à porta da loja/oficina de bicicletas para comprar a dita câmara de ar mas, nada feito, o azar parece que me perseguia e o estabelecimento não tinha câmaras com a dimensão pretendida! Como o que não tem remédio, remediado está voltei á estrada rumo a Évora... O trajeto de 60 km não

tem qualquer dificuldade e o pedalar pelas bermas é seguro e, ao final da manhã já tinha chegado ao meu destino. Em Évora fiquei instalado no Parque de Campismo da Orbitur que fica situado nos limites da cidade e foi onde me dirigi para me instalar e aliviar a carga da bicicleta antes de iniciar a visita à cidade. No mês de Outubro a taxa de ocupação do parque não é elevada e os ocupantes são, maioritariamente, estrangeiros. Cumpridas as formalidades de registo fui á procura do meu alojamento, uma casa prefabricada com todos os requintes desde quartos, a sala, cozinha, casa de banho e alpendre para guardar a bicicleta. Um luxo! Com o duche já tomado fui à procura de uma loja de bicicletas para ver se conseguia resolver, definitivamente, o meu problema com a câmara de ar. Nem de propósito, a cerca de 500 m de distância do parque tinha uma loja da Specialized onde solucionei o meu problema.

Évora, Património Mundial A volta por Évora, Património Mundial desde 1986, foi feita meia de bicicleta meia a pé com a bicicleta ao lado. Deambular pela cidade à procura de pormenores arquitetónicos, recantos fora do circuito turístico, monumentos carregados de história e simbolismo, ruas estreitas e por vezes labirínticas, montras pelo qual o tempo não passou, descansar nos jardins frondosos… Évora, apesar da pressão turís-


tica, consegue oferecer ainda qualidade e autenticidade ao visitante. O tempo voa e há que regressar ao parque de campismo para preparar uma refeição com as compras feitas no supermercado (existem diversos estabelecimentos relativamente perto do parque). No final do dia passei pela sala de convívio que possui Wi-Fi gratuito para ver os meus emails e atualizar o Facebook da revista. Numa troca de mensagens com o Paulo Guerra dos Santos (Projeto Ecovias) fiquei a saber que o comboio regional de Coruche para Lisboa tinha acabado! Coruche era a povoação onde eu tomaria o comboio, no dia seguinte para regressar a Lisboa, depois de visitar Montemor-o-Novo. Consultas no mapa e na internet e consigo arranjar uma solução que passava por pedalar até ao Montijo para apanhar o barco para Lisboa. Mais alguns quilómetros mas, não tinha alternativa.

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A volta por Évora,

Património Mundial desde

1986, foi feita meia de bicicleta meia a pé com a bicicleta ao lado.

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Rumo a Montemor-o-Novo Por volta das 9 horas deixo o parque de campismo em direção a Montemoro-Novo. A quilometragem que tinha de fazer nesse dia (cerca de 130 km) não me deixava grande tempo e, por isso, decidi manter-me pela EN 114. Passados alguns quilómetros e depois de S. Matias vi uma placa que me indicava a existência de monumentos pré-históricos nas proximidades. Decidi ir averiguar e desviei-me do meu trajeto inicial mas, como é costume em Portugal não há qualquer informação adicional como, por exemplo, a que distância estão os monumentos, etc. Fui pedalando e passados cerca de 3 km encontrei, na povoa54 ção de Guadalupe, o Circuito Megalítico dos 3 Cromeleques todo ele em terra batida. Só fiz uma parte do circuito mas terei de lá voltar pois, pela informação que recolhi merece uma exploração mais pormenorizada. De regresso à EN114 foi pedalar até Montemor-o-Novo debaixo de um calor pouco vulgar para a época do ano. A cidade de Montemor-o-Novo - sede de concelho, povoação de origem muito antiga, situava-se inicialmente na parte interior da muralha do Castelo, expandindo-se posteriormente pela encosta virada a norte, onde atualmente se localiza. A povoação possui uma organização urbana muito característica do Alentejo com casas de grande porte, ruas estrei-


tas, uma praça principal, jardins e um castelo sempre presente. A subida para o castelo vai-nos mostrando o monumento de diferentes ângulos. O castelo tem a funcionar, no seu interior, diversos serviços instalados no Convento da Saudação e um pequeno museu. As ruínas proporcionam cenários estranhos e potenciam a nossa imaginação.

Balanço Neste passeio de Bicicleta à Descoberta dos Castelos de Portugal tivemos duas realidades bem distintas, por um lado Évora cada vez mais cosmopolita e onde se denota um cuidado apurado com o seu património e por outro lado, Montemor-o-Novo, um lugar típico alentejano com traços senhoriais e com um Castelo onde as ruínas convivem com edificações bem conservadas. É um passeio bem agradável de se fazer e que é exequível todo o ano sendo que no Verão deverá ser penoso devido às altas temperaturas que se fazem sentir na região. Ao nível do alojamento, o Parque de Campismo da Orbitur em Évora é uma excelente escolha devido à relação preço/qualidade e à sua situação geográfica. Em Montemor-o-Novo temos algumas pensões com a possibilidade de acolher as bicicletas.

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Sobre a Muralha de Évora

breve análise à planta de Évora revela bem a dimensão dos novos bairros surA muralha da cidade de Évora, com caracgidos em torno do primitivo centro de terísticas da baixa Idade Média, mantém-se origem romana e islâmica. Devido à amnas suas linhas essenciais, com troços bem plitude desta iniciativa, as obras arrasconservados e elementos arquitetónicos sitaram-se durante muito tempo, sendo gnificativos. Destacam-se a chamada Porta concluídas no reinado de D. Fernando, de Avis (referida em 1353), a Porta de Menrazão por que alguns autores a referem do Estevens (Porta do Moinho de Vento), a como cerca fernandina. Porta da Alagoa (defendida por uma torre), Esta estrutura baixo-medieval mantéma Porta de Alconchel (a principal da cidade, se nas suas linhas essenciais, com troços protegida por dois grandes torreões). O troço bastante bem conservados e peças de de muralha entre as Portas da Alagoa e do arquitetura verdadeiramente significatiRaimundo manteve-se íntegro durante as vas na dinâmica urbanística da cidade. épocas posteriores, não sendo alterado nas As Portas de Avis (referidas em 1353), de campanhas de obras dos Alconchel, de Mendo “A muralha da séculos XVII e XVIII. A Porta Estevens ou do Moinho cidade de Évora, da Alagoa, entretanto, en56 com características de Vento, apesar das contra-se atualmente muito transformações posteda baixa Idade descaracterizada por reediriores, constituem ponMédia, mantémficações sucessivas. A chatos fundamentais para se nas suas linhas mada Porta do Raimundo, essenciais,...”dent a compreensão desta demolida em 1880, foi remuralha medieval”. constituída como uma composição revivalista. Ainda segundo o IGESPAR, “…A reSegundo o IGESPAR, “…Ainda que se volução militar proporcionada pela descdesconheça o momento específico da 1ª Dioberta da pólvora obrigou à redefinição nastia portuguesa em que se decidiu dotar das estruturas defensivas herdadas da Évora de novas muralhas, tudo aponta para Idade Média. Das muitas cidades e vio reinado de D. Afonso IV, monarca que relas portuguesas que durante o século sidiu na cidade durante largos períodos e de XVI foram objeto de obras, a cidade de onde partiu para a Batalha do Salado. Évora viu o seu espaço extramuros subsO burgo, entretanto, havia crescido em imtancialmente transformado, adquirindo portância e em área urbana, não apenas uma fisionomia marcadamente militar, beneficiando do fim da Reconquista no de acordo com as novas exigências deocidente peninsular, mas também do amrivadas do uso sistemático de armas de plo programa reordenador de D. Dinis. Uma fogo.


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Em 1518 D. Manuel I deu início à construção do Castelo Novo, segundo um projeto de Diogo de Arruda. Concluído sete anos mais tarde, este castelo instituiu-se como verdadeira cidadela militar, facto que não impediu, no entanto, as sucessivas transformações e atualizações ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII. Mas a verdadeira mutação da fisionomia militar de Évora surgiu nos meados do século XVII, altura em que D. João IV encarregou Carlos Lassart, engenheiro-mor do reino, para examinar o estado da fortaleza. Produto da Restauração, as dificuldades económicas por que o reino passou nesses anos, levou a que o início das obras demorasse algum tempo. Assim, foi apenas na 58 década de 60 que se reuniram as condições para empreender a obra, sendo o projeto, ao que tudo indica, atribuível a Luís Serrão Pimentel. Como sistema defensivo moderno, o plano desenvolveu-se com dois objetivos fundamentais: por um lado, reforçar a antiga cinta medieval, com junção de alguns fossos e baluartes menores; por outro, proceder a uma defesa ativa da cidade, com uma rede de fortes mais distantes mas suficientemente perto uns dos outros e em contacto com o burgo. Deste duplo objetivo resultou a construção dos baluartes de Nossa Senhora de Machede (o primeiro a ser construído), dos Apóstolos ou o do Príncipe, e os fortes de Santo António e dos Penedos”.


Sobre o Castelo de Montemor-o-Novo O castelo é considerado, pelo IGESPAR, Monumento Nacional. Nas notas Históricas-Artísticas refere o seguinte: “ A região de Montemoro-Novo, de remotíssima ocupação humana, chegou a integrar um castro romanizado, e possivelmente uma fortificação muçulmana. Com o avanço da Reconquista cristã peninsular, a povoação foi conquistada por D. Sancho I, no início do século XIII, estando então praticamente arruinada. Visando o seu repovoamento, essencial à defesa do território, o mesmo monarca outorgou-lhe um primeiro foral logo em 1203, na sequência do qual se terá começado a erguer de novo uma fortificação. A alcáçova, hoje em ruínas, parece datar ainda desta época. Mas será com D. Dinis que, à semelhança do sucedido em todo o Alentejo, se efetuaram grandes obras no castelo, incluindo a construção da muralha da vila. No século XIV, no reinado de D. João I, Montemor-o-Novo foi integrado no senhorio doado a D. Nuno Álvares Pereira. As obras no castelo continuaram ao longo do tempo, sendo de realçar 59 a intervenção levada a cabo em finais do século XV, a cargo de Afonso Mendes de Oliveira, mestre de pedraria, a quem D. Manuel encarregou de vários trabalhos do género (incluindo o reforço do Castelo de Olivença). O local foi palco das Cortes de 1496, estando este facto na origem da tradição que sustenta ter sido neste castelo que o almirante Vasco da Gama ultimou os planos para a histórica viagem à Índia (justamente decidida nas Cortes). A vila, então a viver um período de grande prosperidade, e já francamente expandida para lá do inicial abrigo da cerca, estendendo-se pela encosta voltada a Norte, é agraciada com Foral Novo, dado por D. Manuel em 1503. Desta época data o início da construção do Convento da Saudação, junto às muralhas. O castelo teve seguidamente um papel preponderante no combate à ocupação castelhana e ao longo da Guerra da Restauração, quando D. João IV determinou novo reforço da fortificação, de forma a poder enfrentar as modernas táticas militares. Voltou a ser objeto de ataques no início do século XIX, durante as invasões francesas, quando já se encontrava em estado de alguma degradação, acentuada pelo terramoto


de 1755, que determinou vários trabalhos de consolidação ainda durante o século XVIII. Presentemente, e após aceleração do estado de ruína ao longo do século XX, o castelo conserva essencialmente o lanço principal da muralha dionisina, de planta aproximadamente triangular, protegida por onze torreões cilíndricos, com barbacãs do século XIV. A alcáçova, ou Paço dos Alcaides, já referida como construção de inícios do século XIII, em ruínas, tem planta retangular e é protegida por duas torres redondas. O acesso faz-se pela muralha a Norte, voltada para a vila, através da Porta da Vila ou Porta Nova, anteriormente conhecida por Porta de Santarém. Aí se localiza igualmente a Torre do Relógio e a 60 Casa da Guarda, onde se destaca o brasão de armas de D. Manuel. Subsistem ainda vestígios de habitações sobre os cubelos da fortificação, bem como a cisterna, na praça do castelo. Dentro do perímetro das

muralhas ficam ainda as Igrejas de São João Baptista e de Santiago, e as ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo, para além do Convento de Nossa Senhora da Saudação, incluídos na classificação do castelo”.


Informações úteis Proteção à Floresta: 117 Alojamento

Parque ORBITUR ÉVORA Estrada de Alcáçovas – Herdade da Esparragosa 7005-206 Évora GPS: N-38º 33’ 27’’ W-007º 55’ 35’’ Tel. +351 266 705 190 / Fax. +351 266 709 830 e-mail: infoevora@orbitur.pt Posto de Turismo Praça do Giraldo, nº 73 7000 - 508 ÉVORA

Percurso para descarregar no equipamento GPS: http://ridewithgps.com/routes/838784

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