Bruna AsSis Brasil
nasceu em Curitiba, em 1986, e se apaixonou pelos livros logo na infância. Vivia criando e desenhando suas próprias histórias. Foi desse jeito que percebeu que eram as ilustrações que mais a encantavam. E, assim, depois de terminar os cursos de Jornalismo e Design Gráfico, decidiu se tornar ilustradora. Hoje, Bruna é pós-graduada em ilustração criativa pela Escola de Disseny i Art de Barcelona, na Espanha, e tem dezenas de livros publicados. Conheça outros trabalhos da ilustradora no Instagram @brunaassisbrasil.
Agente sente um ventinho e uma agradável sensação de bem-estar ao saborear essas páginas e descobrir a misteriosa Ilha de Malabares.
Onde os bebês nascem sem choro, sem tapinha no bumbum e são recebidos com palhaçadas por parentes de nariz redondo e vermelho. A Ilha de Malabares tem gargalhadas que fazem o chão tremer. E o grande leitorzinho e a esperta leitorazinha também podem ajudar a procurar as palavras que fugiram das histórias dos seus avós para montar o quebra-cabeça e achar os tesouros escondidos na incrível Ilha de Malabares.
Evandro Mesquita
Leitura compartilhada: a partir de 6 anos Leitura independente: a partir de 8 anos
MARIANA MESQUITA
A Ilha de malabares
Mariana Mesquita
ilustrações de Bruna AsSis Brasil
Mariana Mesquita
sempre gostou de contar histórias. Na década de 1980, contava suas aventuras junto dos grupos teatrais Banduendes Intrépida Tr upe e Irmãos Brothers Depois, foi para a televisão, onde trabalhou como roteirista dos prog ramas infantis Caça Talentos, O Pequeno Alquimista e Sítio do Pica-pau Amarelo (2000).
Ainda na TV, foi co-roteirista da série A Grande Família, das minisséries O Rebu, Justiça e Onde Nascem os Fortes, e da novela Amor de Mãe. Publicou, pela editora Globo, o Dicionário da Turma do Sítio.
A ILHA DE MALABARES ISBN 978-65-5539-345-3 ISBN 978-65-5539-345-3
Ei,
psiu! Você aí! Ééé... Você que está me lendo.
Muito prazer. Eu sou o livro que você abriu.
Aliás, estou muito agradecido. Com tantos livros no mundo, logo EU fui escolhido para ser lido por você. Emocionante! Só não vou chorar para não molhar as páginas e borrar minhas letras. Mas é tão bom quando um leitor me tira da estante e me abre pra ler.
Entra um ventinho, sabe? É como abrir as janelas de uma casa que estava fechada. A brisa sopra entre os capítulos e refresca minhas ideias!
Hum... Será que você poderia repetir a operação?
Assim, ó: você me fecha e logo abre de novo. Rapidinho?
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!
Obrigado. Você é nota mil!
Vou caprichar na história que você vai ler!
Está preparado? Respire fundo. Pronto. Já sei qual é a história que eu vou contar.
Você já ouviu falar na...
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I A Ilha de malabares Era
uma vez... uma ILHA muito pequena! Tão
pequena que até parece uma bolinha de malabarismo. Tão minúscula que nem aparece no mapa-múndi. Tem gente que até afirma que ela não existe, que nunca existiu. Mas pense comigo, meu amigo leitor, ou leitora amiga: alguém a inventou, então como é que a Ilha de Malabares não existe?
Se a história está escrita em mim, ela existe, certo? Pois bem.
É na pequena Ilha de Malabares que vive a grande população de malabarenses
Um povo, digamos assim, um pouco diferente. O cidadão malabarense é... Como direi? Eles são... Bom, são criativos, coloridos e incrivelmente incríveis! Isso! Incrivelmente incríveis.
Cada pessoa que nasce em Malabares tem o cabelo de uma cor diferente. Pode ser roxo e liso. Azul e cacheado, vermelho
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capítulo
embaraçado ou preto ou grisalho. Uma beleza a natureza! E os narizes?!... Ah, os narizes! Redondos, vermelhos e fofos. Tudo o que o malabarense mais ama na vida são suas narinas. Aos domingos e feriados, eles caminham à beira da praia de nariz em pé, demonstrando a enorme satisfação com as bicancas. Já os pés, meu sábio leitor ou leitora, acredite: são enooooooormes! Uma criança malabarense, de 8 anos aproximadamente, pode calçar até
42! Quarenta e dois! Claro que atrapalha um pouco na hora de correr, mas, em compensação, nenhuma barata aparece na ilha, com medo de levar sapatada!
Outra curiosidade desse povo colorido é que, quando nasce um neném malabarense, o médico não dá tapinhas no bumbum para o bebê chorar. Não! O médico faz palhaçada até o recém-nascido ter um ataque de riso. O doutor dá cambalhotas, faz caretas, toca corneta, anda de cabeça para baixo e até escorrega em casca de banana. Os nenéns adoram e sempre gargalham! É assim que nasce um malabarense: rindo. E é assim que eles crescem e vivem. Sempre rindo.
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Se, um dia, a pequena leitora ou o pequeno leitor tiver oportunidade de conhecer a Ilha de Malabares, não deixe de fazer uma visita à principal e única rua da pequena ilha: a Avenida Cata-vento. Será um passeio inesquecível no mais badalado ponto turístico. Mas o turista precisa estar preparado: a moeda corrente de Malabares é a bolinha de gude. Um sorvete chega a custar
B$ 2,00 (duas bolinhas de gude). A vida anda cara em Malabares!
A casa número UM da Avenida Cata-vento é onde mora o senhor Prefeito Perfeito. Um excelentíssimo político que foi eleito, democraticamente, com 100% dos votos.
TODOS os cidadãos malabarenses votaram nele. Por isso, ele sente uma enorme responsabilidade de cuidar muito bem da pequena ilha e de seus grandes moradores.
Quando está de folga, o Sr. Prefeito Perfeito gosta de passear de braços dados com sua esposa: a senhora Doroteia. A Sra. Doroteia é amiga da senhorita Josefina. A Srta. Josefina é muito distraída e nunca percebeu que seu vizinho, o senhor Luís Valente Valentíssimo, é apaixonado por ela. Acontece que ele nunca teve coragem de se declarar. O Sr. Luís Valente Valentíssimo é avô de Valentina Valente, a menina mais legal da ilha.
E a menina mais legal da ilha nem imagina que está prestes a conhecer o menino mais legal da ilha.
Por favor, respeitável leitor ou leitora, preste muita atenção: chegamos na hora da apresentação dele! O meu! O seu! O nosso amigo de fé e irmão camarada... O incrível! O inteligentíssimo!
O bonitíssimo! O fofíssimo...
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