Se a infância da gente tivesse trilha sonora, certamente seria uma cantilena como as aqui apresentadas. Quem não se lembra das lenga-lengas repetidas nos jogos de bate-palma, nas recitações de pequeninas quadrinhas para pular corda ou sortear o próximo a jogar: Abacaxi, quem não sai é um saci!
Uni-duni-tê, salamê-minguê, um sorvete colorê, oescolhido foi você!
E quando tentamos lembrar como estes pequeninos pingos de memória ficaram molhados de canções, logo surge um outro verso:
Foram os peixinhos do mar!
O convite que este livro traz consigo é para que as crianças possam cantar enquanto brincam, divertir-se com as misteriosas adivinhações, encantar-se com a velha e boa dança recitada, que sugere ocorpo em integração com a palavra... Tudo isso se pode propor às crianças quando elas se cansarem de olhar para os seus brinquedos eletrônicos que apenas lhes permitem assistir enquanto eles – os brinquedos! – brincam sozinhos...
A nA ClAudi A R oCh A
CANTIGAS, A DIVINHAS e outros versos
VOLUME 1
ilustrado por Erika Ariente
CANTIGAS, ADIVINHAS e outros versos
VOLUME 1
Seleção e Organização:
Helo Magri
Ivana Angeli
Karina Rizek
Ana Paula Ferreira
Ana Claudia Rocha
Pesquisa das Melodias e Editoração de Partituras:
Gabriel Levy
Ana Ruy Vieira e Thais Coca
Ilustrado por Erika Ariente
Prefácio
Se a infância da gente tivesse trilha sonora, certamente seria uma cantilena como as apresentadas em Cantigas, Adivinhas e Outros Versos – Volume 1. Quem não se lembra das lenga lengas repetidas nos jogos de bate p alma, nas recitações de pequeninas quadrinhas para pular corda ou sortear o próximo a jogar: Abacaxi, quem não sai é um saci! Uni-duni-tê, salamê-minguê, um sorvete colorê, o escolhido foi você! É assim mesmo: o som da infância aparece nos nossos pensa‑ mentos inundados pelas cantigas de roda, quadrinhas, parlendas, adi vinhas... E quando tentamos lembrar como esses pequeninos pingos de memória ficaram molhados de canções, logo surge um outro verso: Foram os peixinhos do mar!
A infância de todos nós se mistura com o cancioneiro da cultura popular brasileira, porque a tradição oral em nosso país se mani festa com muita naturalidade nas brincadeiras de criança, outrora tão vivenciadas na rua e hoje cada vez mais resga tadas pela escola, revelando e mantendo vivos traços sutis mas definitivos das influências de tantos povos que nos fizeram assim: S alada, saladinha, bem temperadinha... Assim, as brincadeiras de pé no chão e as adivinhas ao pé do ouvido, que nos foram ensina das pela nossa mãe, que aprendeu com nossa avó, que ouviu com a mãe dela... vão brincando de ser eternas. E a alegria de brincar e aprender, brincar e conviver, brincar e crescer vai surgindo entre os saltos que dão as meninas dos olhos de cada criança, juntando às rimas sorrisos, tombos e joelhos ralados...
Hoje, porém, pais e educadores se deparam com uma outra cantilena, que, coitada!, nem rima tem, em
que as crianças estão a repetir “eu quero! eu quero” diante de telas de TV e computadores repletas de imagens tridimensionais, desejosas que são dos brinquedos que convidam a apertar botões emissores de luz e sons eletrônicos ao simples toque do controle remoto ou das teclas do computador. Claro, pais e educadores nem pensam em desdizer, pois quem há de discordar da era da tecnologia?
Este livro pode fazer os adultos ficar em dúvida: seria de textos ou de memórias? O certo é que o livro traz consigo um convite para que as crianças possam cantar enquanto brincam, divertir se com as mis teriosas adivinhações, encantar se com a velha e boa dança recitada, que sugere o corpo em integração com a palavra... Tudo isso se pode propor às crianças quando elas se cansarem de olhar para esses brin quedos eletrônicos que apenas lhes permitem assistir enquanto eles – os brinquedos! – brincam sozinhos...
A nA Cl Audi A Ro Ch A
Cantigas
A barata diz que tem , 6
A pombinha , 8 Balaio, 10 Cai, cai, balão, 12
Ciranda, cirandinha , 14
Fui no tororó, 16
Giroflê, giroflá , 18
Meu limão, 20
Pai Francisco, 22
Pirulito, 24
Pobre e rica , 26
Roda pião, 28
Samba lelê, 30
Se esta rua fosse minha , 32
Sereia , 34
Teresinha de Jesus, 36
A BARATA DIZ QUE TEM
A BARATA DIZ QUE TEM SETE SAIAS DE FILÓ.
É MENTIRA DA BARATA, ELA TEM É UMA SÓ.
AH! AH! AH!
OH! OH! OH!
ELA TEM É UMA SÓ!
A BARATA DIZ QUE TEM UM ANEL DE FORMATURA.
É MENTIRA DA BARATA, ELA TEM É CASCA DURA.
AH! AH! AH!
OH! OH! OH!
ELA TEM É CASCA DURA!
A BARATA DIZ QUE TEM UMA CAMA DE MARFIM.
É MENTIRA DA BARATA, ELA DORME É NO CAPIM.
AH! AH! AH!
OH! OH! OH!
ELA DORME É NO CAPIM!
A BARATA DIZ QUE TEM UM SAPATO DE VELUDO.
É MENTIRA DA BARATA, ELA TEM O PÉ PELUDO.
AH! AH! AH!
OH! OH! OH!
ELA TEM O PÉ PELUDO!
6
[BIS] [BIS] [BIS] [BIS]
Aba ratadizque C temsete G 7 saiasdefi C men F tiradaba rata ela G tem uma C Ahah C ahOhoh G 7 oh ela tem uma 1. C Ahah 2. CA barata 7
A POMBINHA
A POMBINHA VOOU, VOOU, CAIU NO LAÇO, SE EMBARAÇOU.
AI, ME DÁ UM ABRAÇO
QUE EU DESEMBARAÇO
A MINHA POMBINHA
QUE CAIU NO LAÇO.
8
[BIS] [BIS]
Apom C binhavoouvo F oucaiuno G 7 laçose_embara 1.C çou Apom 2.C çouAime um_a C braçoque_eudesemba G 7 raço aminhapom 1. binhaquecaiuno C laçoAime um_a 2. binhaquecaiuno C laçoA pombinha 9