O livro conta a comovente história de Rorbeto, um menino diferente, não só no nome. Ele aprendeu muitas coisas sozinho, inclusive a contar os amigos na ponta dos dedos.
Papai, Mamãe, o cãozinho Filé e mais três amigos. É aí que vem a surpresa: ele tem a mão direita diferente da esquerda!
Rorbeto sentiu-se muito mal com essa descoberta, e ficou com muita vergonha de mostrar sua mão para a família e os amigos. Mas Gabriel oPensador nos faz repensar: ser diferente não é ruim. Somos todos diferentes, e são essas diferenças que nos fazem especiais, cada um de seu jeito.
G a B r I e L O P e n S a D O r
um GarOTO CHamaDO RO Be TO R
O tempo passou feito o rio, correndo, fazendo o Rorbeto crescer.
E um dia ele quis ensinar o seu pai, já velhinho, a ler e a escrever.
O pai, que nunca teve escola, gostou da ideia e pegou uma caneta;
Rorbeto lembrou-se, sorrindo, do dia em que fez sua primeira letra.
melhor: 6
Vez uma era... Quer dizer: Uma era vez... Ou
Vez era uma...
(Agora
7
Desculpem: Era uma vez...
sim!)
Era uma vez um menino que era muito atrapalhado.
O nome dele era esquisito, porque foi escrito errado.
É que o pai também se atrapalhava sempre, sem parar,
E lhe deu um nome com uma letra
Fora do lugar.
Quando o menino nasceu, O Doutor viu que era homem
E falou para os pais dele:
“Já escolheram o nome?”
Mas seu pai não tinha tido escola.
Era analfabeto.
Não sabia nem falar direito.
E falou...
O Doutor tava com pressa.
E anotou assim correndo.
O seu pai ficou olhando Como se estivesse lendo, Mas não entendia as letras
Porque não sabia ler.
O Doutor mostrou pro pai:
“O nome é esse?”
Pode ser.
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A mãe tava tão feliz
Que nem prestou atenção.
Esperou por nove meses, Com o bebê no coração, E ele nasceu com saúde, Trazendo orgulho e amor.
“Bem-vindo seja Rorbeto, Obrigada, tchau, Doutor!”
A família do Rorbeto
Morava bem escondida, Num lugar quase deserto, Com chão de terra batida.
Lá não tinha nenhum carro, Muito menos avião, E todos os moradores
Se tratavam como irmãos.
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A vila era bem pequena, na beira de um velho rio.
Os homens pescavam nele, o pai de Rorbeto e os tios.
Viviam todos como se fossem irmãos dos pais de Rorbeto, Pra todos ele era um novo sobrinho, pra alguns, um neto.
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