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Energies
Empresa de saneamento reduz conta de energia elétrica com soluções digitais
A Saneago, empresa que atende 5,7 milhões de pessoas com água tratada, no estado de Goiás, implantou a solução ABB Ability Digital Powertrain, para melhorar a eficiência energética e a confiabilidade de quatro importantes estações de bombeamento. A instalação de inversores de frequência de velocidade variável (VSDs) e de motores de alta eficiência permitiu uma redução de 25% no custo de energia elétrica para tratamento de água. Além disso, o monitoramento remoto baseado em condições dos ativos também garante um abastecimento seguro de água potável, para milhares de pessoas e indústrias no Estado.
O projeto começou com estudo de eficiência energética, que indicou o potencial da Saneago para economizar mais de 6.000 MWh, por ano – cerca de US$ 700 mil. A ABB entregou essa economia por meio de seu parceiro e integrador de sistemas, BEU Engenharia. Foram instalados 15 motores de alta eficiência, e 15 inversores de frequência dedicados à água ACQ580, para controlar a velocidade e o torque das bombas de água.
Para ajudar a Saneago a melhorar a confiabilidade e robustez de seus equipamentos e operações, a ABB instalou Smart Sensor – sensores inteligentes – nas bombas e motores, e a ferramenta de monitoramento remoto NETA-21 nos drives. Os Smart Sensors e o NETA-21 fazem parte da oferta ABB Ability Digital Powertrain, que permite o monitoramento remoto de drives, motores, bombas e rolamentos.
“Uma de nossas maiores despesas operacionais é o custo com energia para bombear a água” relata Osmar Qualhato Junior, Supervisor de Gestão de Energia da Saneago. “A instalação do Digital Powertrain da ABB atingiu nosso objetivo, de melhorar a eficiência energética em nossas operações. O monitoramento remoto também nos dá novos e poderosos recursos para obter uma visão mais profunda, e uma melhor visão geral de todos os nossos equipamentos, 24 horas por dia. Agora podemos agir com antecedência, antes que ocorra qualquer falha em nossas plantas”.
“Combinar os produtos de alta eficiência da ABB com nossas soluções digitais é a combinação perfeita para o segmento de água e saneamento”, conta Rodrigo Teixeira, gerente do segmento de água e saneamento da ABB Motion Brasil. “Além da economia de energia, os operadores de água podem cortar custos de manutenção, e melhorar a confiabilidade de suas operações”.
Os sensores inteligentes já ajudaram a detectar um caso de vibração excessiva do motor, que foi corrigido antecipadamente, evitando grandes danos, e economizando tempo, dinheiro e problemas consideráveis.
Enel seleciona projetos de efi ciência energética
A Enel Distribuição São Paulo deve destinar R$ 10,53 milhões para financiar a implementação de onze projetos selecionados na Chamada Pública de Projetos de Eficiência Energética (CPP), referente ao ano de 2020.
A iniciativa é financiada com recursos do PEE – Programa de Eficiência Energética –, regulado pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica –, cujos projetos promovem o consumo eficiente e sustentável de energia, com o objetivo de contribuir para reduzir o valor da conta de luz, e promover o desenvolvimento sustentável. A economia total no consumo de energia esperada é de 9.429,6 MWh/ano, o que equivale ao abastecimento de 5.169 famílias, por mês.
Dos onze projetos selecionados na CPP 2020, quatro envolvem a eficientização de prédios públicos, três de clientes comerciais, um da classe industrial, dois da área de serviços públicos, e um de iluminação pública. Entre as iniciativas contempladas, destacam-se projetos de modernização e substituição de iluminação por tecnologia LED de alto rendimento, atualização dos sistemas de climatização, melhorias dos equipamentos motrizes, e instalação de placas solares fotovoltaicas.
Entre iniciativas a serem financiadas pelo CPP 2020, destaque para a modernização do parque de iluminação pública de Itapecerica da Serra, um dos municípios da área de concessão da Enel Distribuição São Paulo. Ao todo, serão substituídas 2.187 lâmpadas antigas por modelos LED, mais econômicas e duráveis. A execução do projeto irá demandar um investimento total de R$ 1,93 milhão.
Marco legal da geração própria de energia benefi ciará consumidores
“A aprovação do Projeto de Lei 5.829/2019, que prevê a criação de um marco legal para a geração própria de energia no Brasil, em especial com a fonte solar em telhados e pequenos terrenos, beneficia todos os consumidores de energia elétrica, e ajuda a reduzir as contas de luz no país”, afirma Henrique Lian, diretor da Proteste, maior associação de consumidores do Brasil e da América Latina.
Segundo o executivo, a geração própria de energia ajuda a reduzir vários custos da conta de luz que os consumidores pagam sem saber, entre eles o uso de termelétricas fósseis e as perdas elétricas. Também alivia custos do sistema elétrico brasileiro, que são rateados e pagos por todos os consumidores – com isso, beneficia, tanto os consumidores que têm, quanto os que não têm geração própria.
“Atualmente, quando compra eletricidade de uma distribuidora, o consumidor brasileiro não tem como saber quais fontes de energia elétrica produziram aquela energia, pois, não há esta rastreabilidade. É muito comum que haja termelétricas fósseis nesse mix, e o cidadão nem sabe que está pagando essa energia mais cara e poluente. Uma maneira de o consumidor ter certeza de que está usando energia limpa e renovável é gerando a sua própria eletricidade”, explica Lian.
Na visão da Proteste, para o Brasil cumprir as suas metas climáticas, precisará continuar avançando na expansão das energias renováveis. A fonte hidrelétrica enfrenta dificuldades neste sentido, devido à escassez de água e dificuldades na aprovação e construção de novas usinas. “Por isso, para continuar crescendo em renováveis, precisamos de mais energia solar e eólica. A geração própria de energia é o melhor modelo, já que os próprios consumidores assumem este protagonismo, e ainda ajudam a gerar empregos de qualidade, atrair novos investimentos e movimentar a economia”, ressalta o executivo.
Análises da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – apontam que os benefícios da geração própria de energia superam, de longe, eventuais custos aos consumidores. “Somente com a redução de custos no uso de termelétricas fósseis, serão mais de R$ 150 bilhões de economia, até 2050, diminuindo o peso das bandeiras vermelhas nas contas de luz, e contribuindo para a redução de emissões de poluentes e gases de efeito estufa, no setor elétrico. Adicionalmente, também serão proporcionados, pela aprovação do marco legal, mais de R$ 23 bilhões de economia sobre perdas elétricas na transmissão, distribuição e geração da energia elétrica em usinas de grande porte, distantes dos locais de consumo. Há ainda diversos outros benefícios, como o alívio da operação do sistema no horário diurno, quando a demanda de energia elétrica no Brasil é maior, a diminuição da necessidade de construção de novas usinas de geração e linhas de transmissão, entre outros”, esclarece Rodrigo Sauaia, CEO da entidade.
No total, mais de 30 instituições representativas apoiam o PL 5.829/2019, que garantirá em lei o direito do consumidor gerar e consumir sua própria eletricidade, por meio de fontes limpas e renováveis, incluindo de produtores rurais, de comércio de bens, serviços e turismo, de pequenos negócios e de defesa do consumidor, entre outros. “A aprovação do PL 5.829/2019, de relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada, vai impulsionar a economia, com a atração de R$ 139 bilhões de novos investimentos, até 2050, e a criação de mais de 500 mil empregos, nos próximos três anos”, conclui Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.
Infraestrutura para hidrogênio verde
Sete empresas da Iniciativa GET H2 mostram a rapidez com que o planejamento da economia do hidrogênio nacional e europeu está avançando. O consórcio pretende construir uma estrutura de hidrogênio além-fronteiras – começando com a produção do hidrogênio, passando pelo transporte, até chegar ao seu uso industrial. De Lingen (Emsland) a Gelsenkirchen, e da fronteira holandesa a Salzgitter, na Alemanha, a produção, o transporte, o armazenamento e a aceitação industrial do hidrogênio verde devem ser conectados, em diversas etapas, entre 2024 e 2030, sob o guardachuva do projeto amplo.
Para esse projeto, as empresas BP, Evonik, Nowega, OGE, RWE, Salzgitter Flachstahl e Thyssengas, todas parceiras na iniciativa do hidrogênio denominada GET H2, apresentaram uma declaração de interesse pelo financiamento no âmbito do programa IPCEI (Importante Projeto de Interesse Comum da Europa) ao Ministério da Economia e Tecnologia da Alemanha. Com o uso de hidrogênio verde nas refinarias, na produção do aço e em outros aplicações industriais, o projeto em geral delineado prevê que serão evitadas emissões de até 16 milhões de toneladas de CO2, até 2030.
Em Lingen (Emsland), a RWE produz hidrogênio verde por meio de eletrólise. A partir de 2024, o produto será usado para abastecer a refinaria da BP em Gelsenkirchen. A maior parte do transporte será efetuada por gasodutos existentes (na figura, em laranja), que serão convertidos para o transporte de hidrogênio. Até 2025, pretende-se estender a rede à fronteira holandesa e, em 2026, a RWE deve integrar uma instalação de armazenamento em cavernas em Gronau-Epe. Até 2030, a rede deverá ser ampliada até à siderúrgica Salzgitter e, se necessário, conectada a outras redes (em azul-claro no mapa).
Do ponto de vista coletivo, o projeto global pode mapear os componentes essenciais da cadeia de valor do hidrogênio verde, e formar a base de uma eficiente estrutura de gás europeia para hidrogênio. Com a integração de um sistema de armazenamento em caverna pela RWE, em Gronau-Epe, o sistema, que tem como base a geração de eletricidade de fonte eólica, também pode contribuir adicionalmente para a segurança do abastecimento. A conexão ao mercado holandês de gás estabelece as bases para um mercado de hidrogênio transeuropeu. A ampliação do projeto por parceiros do setor de transportes, e para a distribuição do hidrogênio verde na área, também já está em preparação. Outros parceiros da iniciativa GET H2 manifestaram interesse em financiamentos do IPCEI, para projetos que têm por objetivo a construção de uma infraestrutura de hidrogênio.
As empresas querem avançar na construção de uma economia de hidrogênio. Mas, esses planos só poderão ser concretizados se houver o necessário marco regulatório. No momento, o foco principal se concentra na emenda da EnWG, a lei que regula o abastecimento de energia elétrica e gás na Alemanha. As empresas são da opinião de que o Projeto de Lei aprovado pelo Governo Federal da Alema-
nha, no início de fevereiro, não tem alcance suficiente. Ele não prevê uma regulamentação abrangente para as redes de gás e hidrogênio, com uma taxa uniforme de rede. No entanto, essa seria a melhor solução para possibilitar um uso uniforme e não discriminatório da infraestrutura de hidrogênio em condições sustentáveis. O programa IPCEI pode financiar em parte a construção da rede. Mas, o financiamento de uma operação em rede requer uma solução de
longo prazo, quanto à questão da taxação na EnWG. Também serão necessárias iniciativas políticas adicionais para estimular o uso do hidrogênio verde na indústria.
Também estão pendentes a definição dos critérios para a aquisição de eletricidade e os parâmetros de isenção fiscal sobre a eletricidade verde usada em eletrólises, decidida em dezembro como parte da emenda da Lei sobre fontes de energia renováveis, que ainda precisam ser elaborados. Para a indústria siderúrgica, seriam necessários incentivos diferentes, uma vez que a RED 2 não se aplica ao caso.
Biobaterias a partir de esgoto e efl uentes
Em busca de alternativas para a sustentabilidade dos setores de energia e saneamento, pesquisadores vinculados ao Laboratório de Saneamento e Tecnologias Ambientais (LabSanTec) da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP desenvolveram um modelo de Célula a Combustível Microbiana (CCM), que é capaz de gerar eletricidade a partir de águas residuárias urbanas e agroindustriais, a exemplo da vinhaça, resíduo obtido na produção de bioetanol. O Grupo de Pesquisa Água, Saneamento e Sustentabilidade – GEPASS – mantém seis unidades que apresentam potência em torno de 48 Watts/m3 de volume do sistema. A solicitação de depósito de patente baseada no projeto foi efetuada no último mês de março.
O grupo de pesquisa liderado pelo professor Marcelo Nolasco, do Programa de PósGraduação em Sustentabilidade da EACH, vem trabalhando agora com seus orientandos nas melhorias que buscam otimizar os protótipos, para tornálos mais eficientes e capazes de gerar maior densidade de corrente elétrica. “Nossos protótipos resultam de estudos anteriores, que almejavam a recuperação de recursos diversos, provenientes de estações de tratamentos de águas residuárias. Os sistemas, formados por tecnologias e processos, deixam de ser consumidores de insumos e eletricidade, para se tornarem fontes de geração de novos recursos”, explica o docente.
O grupo buscou previamente identificar potencialidades para implementar a transformação do esgoto sanitário em água de reuso, biogás e em fertilizante orgânico.
O pós-doutorando Vitor Cano, que integra o grupo, destaca que os pesquisadores querem desenvolver soluções que tornem o setor de saneamento mais sustentável, alinhado Biorreatores (protótipo da CCM) instalados no Laboratório de Saneamento e Tecnologias Ambientais da EACH – Imagens cedidas pelos pesquisadores
às melhores práticas e tecnologias apropriadas. “Quando observamos estações de tratamento, mesmo em outras regiões, vemos que são obras de grande porte e, em que pesem os enormes benefícios há muito conhecidos, causam impactos ao ambiente, incluindo emissões de gases de efeito estufa. Em alguns países, como os Estados Unidos, os setores de água e esgoto podem consumir até 4% da eletricidade de toda a nação”, calcula. A tese de doutorado de Vitor Cano, defendida na EACH, contou com a colaboração de grupo de pesquisa da Universidade de Columbia, EUA.
BMWs produzidos com energia solar em
Araquari
A fábrica do BMW Group, em Araquari/SC, segue tendo a sustentabilidade como um dos seus principais focos, e agora conta com 562 placas fotovoltaicas – que vão gerar 261.397 kWh de energia, em um ano, o que seria suficiente para abastecer 143 residências – no telhado do prédio da Montagem. Os painéis ocupam uma área de 1.068 m2, que pode ser expandida.
A instalação começou a ser feita no fim de 2020 e, com isso, a fábrica deve deixar de emitir cerca de 28,75 toneladas de CO2 por ano, o equivalente a 2.738 árvores. Com isso, a planta segue a meta do BMW Group no mundo, de reduzir a emissão de CO2: entre os objetivos – que devem ser alcançados até 2030 – estão: reduzir em 20% a emissão de CO2 por veículo na cadeia produtiva; em 80% na produção, por veículo; e em 40% na fase de uso, também por veículo.
“Assim como em todo o BMW Group, seguimos tendo a sustentabilidade como um assunto de extrema importância. E, por isso, estamos muito orgulhosos de mais esse pas- so dado, aqui, na fábrica de Araquari”, releva Mathias Hofmann, diretor geral da fábrica do BMW Group em Araquari.
A fábrica em Araquari já conta com a utilização de energia proveniente de fontes renováveis, promovendo a redução das emissões de CO2 em suas atividades – o que rendeu a certificação I-REC, um instrumento de compensação do consumo de energia elétrica proveniente de fontes que emitem CO2 na atmosfera.
Usina de Pirapora atinge recorde de 19,40 megawatts, em março
Trabalho de retirada de lixo e melhoria de equipamentos foram determinantes para atingir pico de geração
A PCH Pirapora, usina hidrelétrica da Pirapora Energia S/A, subsidiária da EMAE, localizada na cidade de Pirapora do Bom Jesus/SP, atingiu, no mês de março, 19,40 megawatts, maior índice desde o início da operação da usina, em dezembro de 2014. O recorde anterior, de 19,39 megawatts, foi registrado em dezembro de 2015, após um ano de operação do empreendimento.
Um dos principais fatores para que a usina atingisse esse índice de geração de energia é o trabalho incessante de retirada de lixo que chega às grades da usina, realizada pela EMAE. Somente de janeiro a março deste ano, foram removidas 683,81 toneladas de lixo, a um custo de R$ 954,1 mil. Outro fator que contribuiu para que se atingisse essa marca foi o investimento em manutenção, para evitar paradas na operação da usina.
“Investimos em inovação e nas manutenções preventivas e corretivas dos equipamentos, em um trabalho minucioso, que envolve toda a equipe da empresa”, explica Marcio Rea, diretorpresidente da EMAE. “Por causa dos altos índices de poluição, as máquinas sofrem danos, e precisam passar por reparos constantes, e aproveitamos esses momentos para introduzir melhorias nos equipamentos e metodologias de trabalho”, conclui.
Além da retirada mensal de detritos, outros testes com equipamentos para retenção vêm sendo feitos no local, para evitar que os resíduos cheguem aos equipamentos da PCH. Algumas melhorias, inclusive já estão em andamento. “Chegamos a uma boa metodologia de trabalho, que é separar esse lixo com a ajuda de equipamentos, e levá-lo para a margem. O próximo passo é fazer a retirada desses resíduos. Quando isso for viabilizado, o detrito que chega na grade vai diminuir bastante” confirma Itamar Rodrigues, diretor de geração.
A PCH Pirapora é a primeira usina da EMAE na região do Médio Tietê a receber o lixo da Região Metropolitana de São Paulo, que cai nos rios Pinheiros e Tietê, ainda na capital paulista, descendo no sentido interior, em efeito cascata. Os detritos percorrem, ainda, outras duas usinas localizadas na região: Rasgão, também em Pirapora do Bom Jesus, e Porto Góes, na cidade de Salto. Os materiais, quando chegam em grande quantidade, entopem as grades da usina, podendo diminuir a operacionalidade dos equipamentos, e causar interrupções na geração de energia.
Para Marcio, Pirapora se tornou um campo de testes. “Estamos desenvolvendo soluções criativas. O que funcionar aqui será replicado para outras usinas da empresa, contribuindo para melhorar o resultado de cada uma delas”, afirma o diretor-presidente da EMAE. “Estamos caminhando para encontrar as melhores soluções para retirada de lixo. Devemos estender essas novas tecnologias para as outras usinas do Médio Tietê”, complementa Itamar.
Subestação distribui energia limpa para o SIN
A Bracell concluiu a subestação de energia SE 440kV, no município de Lençóis Paulista, interior de São Paulo, passando a ser a primeira fábrica de celulose, no Brasil, conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), no nível de tensão 440kV, com equipamentos blindados na tecnologia GIS (Gas Insulated Switchgear).
A Bracell faz parte do grupo RGE, que gerencia empresas com operações globais de manufatura baseadas em recursos naturais. A construção da SE 440kV é parte do investimento previsto no Projeto Star, obras de construção da nova fábrica da companhia em Lençóis Paulista, prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2021. Como o processo de produção de celulose gera resíduos que podem ser reaproveitados, a Bracell tomou a decisão estratégica de investir tecnologia nos seus ciclos de processos, e construir uma nova subestação como um recurso autossustentável, no longo prazo.
“A escolha pela conexão 440kV foi baseada em vários critérios. Poderíamos optar pela conexão em 138kV ou 230kV, porém, ao compararmos as vantagens, desvantagens e a flexibilidade no futuro, entendemos que a 440kV era a melhor opção em relação à confiabilidade, à segurança e ao potencial de expansão”, explica Pedro Stefanini, diretor geral da Bracell SP.
As obras da subestação de energia SE 440kV duraram cerca de 18 meses. Para conectar a subestação à rede nacional, foi necessária a construção de um trecho aproximado de 4,5 km de linha de transmissão em circuito duplo, por meio de seccionamento em uma linha da rede básica de energia já existente, sob concessão da ISA CTEEP, e que liga os municípios de Bauru e Sorocaba. Ao se conectar à rede, a SE 440kV será responsável por elevar o nível de tensão gerada na fábrica pelos turbogeradores, de 34,5kV, para 440kV, permitindo a injeção de energia no sistema elétrico nacional.
A subestação tem capacidade instalada de transformação de 420MVA, sendo três transformadores de 140MVA cada, suficientes para suprir a fábrica durante a fase de testes e, após a entrada em operação, permitir a exportação do excedente de 180 MV gerados no Projeto Star, energia suficiente para o atendimento a 750 mil residências, ou cerca de três milhões de pessoas.
“A maior parte das empresas no país utilizam o modelo convencional, com equipamentos separados e expostos ao tempo, o que ocupa muito espaço. Por exigir um alto investimento, a tecnologia GIS é uma tendência que vem crescendo no Brasil, a passos lentos. Mas, no longo prazo, ela apresenta um bom custo-benefício, principalmente do ponto de vista de manutenção e de espaço, pois, reduz em até 70% a área de ocupação” afirma Stefanini. Com a entrada em operação da SE 440kV, a Bracell está apta a suprir a energia necessária durante a fase de testes da empresa, bem como a injeção da energia excedente, após a entrada em operação da nova fábrica, contribuindo para o fornecimento de energia limpa e de alta qualidade para o sistema elétrico nacional.