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O papel do gás natural na contenção do aquecimento global

Ainda que a demanda energética mundial siga em crescimento, tornou-se evidente, a partir do fim do século XX, a necessidade de diminuir as emissões de carbono na atmosfera. A discussão sobre fontes de energia mais limpas e renováveis surgiu como resposta a essa demanda, em busca da redução das emissões de gases de efeito estufa e contenção do aquecimento global. Fontes primárias de energia de origem fóssil, contudo, ainda hoje, desempenham papel central para suprir a demanda energética mundial e, mesmo com o avanço de fontes renováveis, continuarão ocupando um lugar relevante no fornecimento de energia nas próximas décadas.

Nesse cenário, o gás natural desponta como fonte de energia estratégica na transição para uma economia de baixo carbono. Isso porque consegue equilibrar a necessidade de redução de emissões, estabilidade produtiva e custo competitivo, sem impor grandes desafios às cadeias produtivas, já adaptadas a lidar com outros hidrocarbonetos, por apresentar o menor índice de emissões em relação a esses.

Por que o gás natural é o combustível-chave para a transição rumo ao desenvolvimento sustentável? Cássio Adriano Teixeira, André Pompeo, Ricardo da Costa, Marco Aurélio Rocio e Haroldo Prates responderam, através do artigo Gás natural – um combustível-chave para uma economia de baixo carbono, publicado no BNDES Setorial 53 ( https://web.bndes. gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/20802/1/PR_Gas%20natural_ 215277_P_BD.pdf ), resumido pelo BNDES como segue:

A 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), que aconteceu em Paris, em 2015, estabeleceu metas desafiadoras para lidar com o aquecimento global. A principal delas foi manter o aumento de temperatura médio do planeta em até 2ºC, e idealmente em até 1,5ºC, até o fim do século. Já em 2020, durante os preparativos para a COP 26 (adiada em função da Pandemia), a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou a campanha Race to Zero, com o objetivo de mobilizar os governos e a sociedade para neutralizar integralmente o balanço das emissões de CO 2 é o gás natural.

Em média, o uso do gás gera 27% menos CO2 por unidade de energia gerada (BTU – British Thermal Unit) do que o petróleo, e 44% menos do que o carvão. Já na comparação com derivados de petróleo, ele emite cerca de 33% menos gás carbônico do que o óleo combustível, empregado nas indústrias, 17% menos do que o gás liquefeito de petróleo (GLP), usado em residências, assim como 26% menos do que a gasolina, e 27% do que o óleo diesel, con sumidos por automóveis, caminhões e ônibus (EIA, 2016).

Para além das emissões de gás carbônico, o uso do gás natural contribui ainda para a drástica diminuição das emissões de outros poluentes tóxicos, como óxidos de enxofre (SOx), ou óxidos de nitrogênio (NOx), além de eliminar a emissão de

particulados finos (MP2,5).

máximo, até 2050. Considerando o ritmo de evolução das fontes renováveis e as dificuldades para alterar ou substituir a infraestrutura existente em economias industrializadas, em curto espaço de tempo, é fundamental a participação da indústria de petróleo e gás natural, no esforço de redução de emissões.

O petróleo é o combustível que detém a maior participação na demanda mundial de energia primária, mas apresenta um alto índice de emissão de carbono. Entre as fontes de energia disponíveis para substituí-lo, a fonte fóssil que apresenta melhores resultados de eficiência energética e emissão de CO

No Brasil, o gás natural pode contribuir para a redução de CO2, particulados e outros poluentes tóxicos, em diversas atividades econômicas, como nos transportes e na indústria. Se, em alguns casos ele pode substituir o uso de outros combustíveis mais poluentes, como derivados de petróleo, carvão mineral e lenha de desmatamento, em muitas aplicações, o gás natural poderia, pelo menos, frear o crescimento do consumo desses combustíveis.

Para os próximos anos, a expectativa é de queda nas emissões derivadas da produção do petróleo e do próprio gás natural, uma vez que as principais petroleiras estão promovendo

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