A Vitória de Mairarê
texto
Heloisa Prieto e Victor Scatolin
ilustração
Leia e ouça o poema em língua guarani.
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Heloisa Prieto e Victor Scatolin
ilustração
Leia e ouça o poema em língua guarani.
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Heloisa Prieto e Victor Scatolin
ilustração
Joaquim de Almeida
Copyright © 2022
Heloisa Prieto e Victor Scatolin (texto)
Joaquim de Almeida (ilustração)
Direção editorial
Aloma Carvalho
Assistente editorial
Jessica Spilla
Diagramação
Soma – palavra e forma
A Bamboozinho apoia a Aliança Global pela Alfabetização e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS-ONU) da Agenda 2030 ao fazer livros que promovem a leitura em família de forma prazerosa, incentivando crianças e adultos a ler e a aprender. Nossos livros despertam amor e curiosidade pela natureza e por pessoas de diversas partes do mundo, principalmente do Brasil e da América do Sul.
Fazendo livros, espalhando leituras!
Publicar livros de qualidade que permaneçam na mente dos nossos leitores como fonte preciosa de conhecimento e de entretenimento.
DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO - CIP
PRIETO, H.
A Vitória de Mairarê./ Heloisa Prieto e Victor Scatolin (texto); Joaquim de Almeida (ilustração). 2ª edição. São Paulo: Bamboozinho, 2022.
44 p.: il. colorido, 17 x 24 cm
ISBN 978-65-86389-11-1 CDD 028.5
1. Ficção infantojuvenil brasileira. 2. Literatura infantojuvenil brasileira. 3. Literatura indígena. I. Scatolin, Victor. II. Almeida, Joaquim de. III. Título.
ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO
1. Ficção: literatura infantojuvenil brasileira.
2. Educação Infantil: literatura infantojuvenil.
3. Ensino Fundamental (anos iniciais): literatura infantojuvenil.
4. Educação: temática indígena.
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Os autores dedicam o livro a Olivio Jekupé e sua família.
Sentada de cócoras ao lado de seu irmão Naara, Mairarê sorria em silêncio observando a ninhada de cãezinhos. Eles eram minúsculos. Um amigo de seu pai trouxera a fêmea da raça chihuahua para sua casa. Seu avô rira muito.
— Cachorrinho com jeito de rato – ele disse.
Presente esquisito. Coisa de gente da cidade.
Naara e Mairarê gostaram da braveza da pequena mãe, de seu jeito de saltar quando estava feliz.
Além disso, ela cabia dentro da sacola quando eles saíam caminhando pela mata. Era uma boa companheira. Mairarê decidiu que ganhar a cachorrinha de presente fora uma coisa boa demais, principalmente agora que ela dera cria e logo, logo eles teriam mais quatro cachorrinhos para brincar.
Mairarê, no entanto, tinha detestado o outro presente. Uma boneca de pernas tão compridas que parecia uma garça, cabelo amarelo e escorrido, o corpo duro de dobrar. A menina resolveu brincar só com a cabeça da boneca, para penteá-la como se fosse boneca de sabugo de milho. Então, a primeira coisa que fez foi arrancá-la.
Sonia, amiga de seus pais que morava na cidade e que lhe dera a boneca de presente, não entendeu. Fez cara de tristeza e os olhos dela ficaram mareados. Mairarê sorriu e deu de ombros.
— Cada um pode brincar como gosta – ela pensou. Ou então não é brincadeira, é dever de casa, coisa que a gente aprende na escola.
Mairarê gostava muito de ir à escola, mas na hora de brincar, tudo tinha que ser do jeito que ela preferia.
Brincar é quando a gente inventa sozinha –ela pensava.
Mairarê fala dois idiomas: guarani e português. Também sabe cantar nas duas línguas. De vez em quando, inventa uma terceira fala. As palavras que ela acha que ouve das estrelas, do vento, do rio e da mata. A fala secreta do mundo. Palavras que nem todas as crianças conseguem ouvir. Há também as conversas de pássaros. Principalmente as histórias de voos e viagens que lhe conta o tucano. A amizade entre Mairarê e o tucano é muito forte.
— Ele a escolheu para ser sua protegida – diz sua mãe orgulhosa.
Verdade é que o tucano nunca tem muita paciência com as pessoas e se esconde na mata quando chegam visitas. Mas se Mairarê estiver sentada, brincando com galinhas ou cachorros, ou fazendo colares de miçanga ao lado da mãe, lá vem o tucano pousar no seu ombro. Os bichos sabem que podem confiar em Mairarê, seja ave, gato ou cachorrinho.
De onde veio essa história?
AVitória de Mairarê Vitória de Mairarê foi escrita por juruás, escritores que não são guaranis. Heloisa Prieto é conhecida por suas histórias e muitos dos seus livros foram inspirados em suas experiências pessoais. Victor Scatolin é poeta. Juntos tiveram a ideia de escrever sobre crianças indígenas, suas brincadeiras e a relação com os bichos e a mata. Assim foi criado esse texto, uma mistura de prosa poética e poesia, como celebração da infância. Victor, que nunca estivera em uma aldeia, criou um poema como símbolo da fala da infância eterna. O poema, escrito originalmente em língua portuguesa, foi vertido para a língua guarani e recitado por Jeguaká Mirim, durante a primeira visita de Victor à família de Olivio Jekupé que vive na aldeia Krukutu, em São Paulo. Por falar nesta família, vale contar que a personagem Mairarê surgiu da amizade de Heloisa com a pequena Maitê, uma jovem Guarani Mbya. Sempre que visita a aldeia, Heloisa conversa com o pajé, encontra seus amigos Olivio e Maria, que também são escritores,
e brinca com as crianças. Como surgiu essa amizade? É o próprio Olivio Jekupé quem nos conta.
Conheci Heloisa Prieto no 1o Encontro de Escritores
Indígenas do Brasil, que aconteceu no ano de 2003, na cidade do Rio de Janeiro. Na ocasião, ouvi-la falar sobre literatura infantil foi muito importante. Queria aprender mais e mais sobre o ofício e ela se tornou minha mentora. Até hoje, pela internet, trocamos ideias sobre as histórias que eu tenho e os livros que escrevo.
Um dia, Heloisa veio conhecer a aldeia Krukutu. Ela veio com sua mãe e sua filha. Era um domingo tranquilo, de sol. Pude então apresentar-lhe a minha mulher, Maria Kerexu, e meus filhos: Tupã Mirim, Jeguaká Mirim, Jekupé Mirim, Kerexu (minha filha mais velha) e também minha netinha
Maitê, que em língua guarani se chama Ará.
Heloisa gostou muito de Ará, que na época era pequena e muito sapeca. Gostava de brincar com sua boneca e com a sua cachorrinha. Não parava quieta. E a Heloisa também brincava muito com ela. Surgiu uma forte amizade entre nós.
Quando soube que ela escreveu uma história baseada nas suas vivências na aldeia, fiquei muito contente. Ao ler o texto, fiquei encantado com a sua capacidade de transformar em história aquilo que acontece. Uma história fácil e gostosa de ler.
OliviO Jekupé
H el O isa p riet O
Autora de mais de 60 livros voltados principalmente para o público infantil e juvenil, vários deles adaptados para o cinema, o teatro e a televisão. Detentora de diversos prêmios literários, também pesquisa sobre criação literária e ministra oficinas sobre o tema voltadas para jovens escritores e educadores.
v ict O r s cat O lin
Victor Scatolin é poeta, roteirista e tradutor. Já traduziu poemas das mais diversas línguas, desde o inglês, que conhece e fala com fluência, ao japonês, que estuda e sabe menos de 100 palavras. É um apaixonado pela língua guarani e pelas culturas indígenas, sua admiração só cresceu após a produção desse livro. É também professor e já ministrou diversas oficinas sobre literatura e práticas de escrita criativa.
J O aquim de a lmeida
Seu trabalho inspira-se nas raízes brasileiras e parte do intenso contato que tem com a natureza. Adora os rios e o mar que percorre com sua canoa nos dias ensolarados de descanso. Esta é sua primeira obra feita em parceria com a escritora Heloisa Prieto. Possui outras obras literárias de sua autoria nas quais também atua como escritor.
Para este livro, todas as ilus trações foram feitas com aqua rela e lápis de cor em papéis coloridos. Além disso, foram delicadamente recortadas uma a uma. Para conhecer melhor o seu trabalho acesse o site: www.joaquimalmeida.com.br.
os autores, que são as pessoas que têm a ideia da história e escrevem o texto.
foi escrito por…
HELOISA PRIETO E VICTOR SCATOLIN
o ilustrador, ou seja, a pessoa que imagina os personagens e os cenários e desenha todos eles. a editora, a empresa que faz o livro e leva ele até você!
foi ilustrado por… JOAQUIM DE ALMEIDA
foi publicado por…
EDITORA BAMBOOZINHO
tem o número ISBN… 978-65-86389-11-1
está bem explicadinho aqui… www.bamboozinho.com.br
@editorabamboozinho
que é o número que identifica o livro em qualquer lugar do mundo! as redes sociais da editora, que trazem informações sobre o livro e seus autores.
Fazendo livros, espalhando leituras!
Mairarê brinca com o tucano e adora as histórias dos livros. Mairarê percebe o seu universo e o recria em sua imaginação: a mata, o pajé, sua língua guarani e tudo aquilo que chega à aldeia.
Quem é Mairarê? Ela mesma responde: Ivoty é flor, perfume… Yvoty reankua porã.
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