PNLD - MANUAL DO PROFESSOR

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De quem é?

Ilustrações Paloma Portela LIVRO DO PROFESSOR M aterial D igital D o P rofessor e scrito P or a lo M a PDLP0002030158P220201000000

Material Digital do Professor baseado na obra “De quem é?”, escrita por Aloma e ilustrada por Paloma Portela. As autoras declaram anuência para a elaboração deste guia com base em sua obra.

Copyright©2021

© Aloma

Direção editorial Ricardo Soares

Revisão e Preparação Jessica Spilla

Ilustração Paloma Portela

Projeto gráfico e diagramação Soma - palavra e forma

NOSSA MISSÃO

Publicar livros de qualidade que permaneçam na mente dos nossos leitores como fonte preciosa de conhecimento e de entretenimento.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ALOMA.

De quem é? – Livro do Professor / Manual Digital do Professor / texto: Aloma.

1ª ed. São Paulo/SP: SG-Amarante, 2021.

45 p. : il. colorido, 20,5 x 27,5 cm

ISBN 978-65-99000-95-9 CDD 028.5

1. Literatura infantil. 2. Livro para bebê. 3. Animais: bebês da fauna brasileira.

4. Brincadeira. 5. Família.

II.

Índices para catálogo sistemático:

1. Literatura infantil: livro ilustrado – 028.5

2. Literatura infantil: creche – 028.5

3. Literatura infantil: livro para bebês – 028.5

4. Convívio social e brincadeira – 028.5

5. Animais: filhotes – 028.5 Obras correlacionadas: isbn livro do aluno 978-65-99000-94-2 isbn livro do professor 978-65-99000-95-9

2021 - Todos os direitos reservados.

SG-AMARANTE EDITORIAL

Rua Cônego Eugênio Leite, 916 . cj. 61 – Pinheiros São Paulo/SP – CEP 05414-001

Conheça os nossos livros: w w w.sg-amarante. com .br

6. Creche. I. Título. Autor.

CARA PROFESSORA, CARO PROFESSOR,

O brigada pela oportunidade de apresentar o meu livro De quem é? a você! Essa é uma obra que produzi com muito carinho para os bebês, que estão começando a conhecer melhor as partes do próprio corpo, mas que também querem saber mais sobre tudo o que há a sua volta. Da mesma forma, o livro também foi pensado para o adulto mediador, que lê, brinca e interage com o “bebê leitor”. Desde as minhas primeiras publicações, sempre me preocupei em escrever livros de qualidade e que fossem especialmente pensados para os bebês, e mais do que isso, que fossem obras que demonstrassem a minha admiração e respeito pela nossa cultura, fauna e flora brasileiras. Acredito que a criança deve ter contato com a sua própria cultura desde a mais tenra idade, pois isso lhe dá uma maior sensação de pertencimento e também de acolhimento.

No livro De quem é?, há uma brincadeira de descobrir de quem são as partes do corpo que estão em cada página, e a resposta será sempre um filhotinho bem brasileiro que não aparece com muita frequência em livros para bebês. Essa originalidade chama ainda mais a atenção dos bebês, que conhecerão novos animais e as características dos corpos desses bichinhos – fazendo uma comparação com os seus próprios corpos –, ampliarão o seu vocabulário e, é claro, se encantarão com as ilustrações do livro.

Neste Material de Apoio, apresento algumas informações mais aprofundadas sobre o livro, sobre a escolha de ilustrações tão realistas, dicas para a leitura da obra e também algumas sugestões de atividades para serem realizadas com os bebês e suas famílias. Desde já, agradeço mais uma vez pela oportunidade de apresentar o meu livro a você e por se dedicar com tanto carinho à educação dos nossos bebês.

Seguimos todos nesse caminho: compartilhando conhecimentos e valorizando a infância, a educação, a natureza e o livro. Juntos, formamos leitores!

Abraços, Aloma Carvalho
SUMÁRIO SOBRE A OBRA 5 A história por detrás da história 7 Qual é mesmo a história? 8 Quem? Quando? Onde? 9 Virando a página 10 S obre a autora e a ilustradora 12 A FORMAÇÃO DO LEITOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA 13 Os livros para a primeiríssima infância 13 A leitura para os bebês 15 Alguma s dicas práticas 17 O livro De quem é? e o desenvolvimento do bebê 18 O autoconhecimento e a br incadeira como descoberta 19 A ilustração científica no livro infantil 20 A rotina e o livro infantil 21 O que os bebês podem aprender ao ler esse livro? 22 A LEITURA DO LIVRO 24 Antes da leitura 24 Durante a leitura 25 Depois da leitura 26 O livro, página a página 27 SUGESTÃO DE ATIVIDADES 35 Dançando como os bichinhos 35 Os filhotes e suas famílias 36 Animais domésticos e animais selvagens 36 Movimentando o corpinho! 37 Br incadeira sensorial 37 O LIVRO DE QUEM É? E A BNCC – EDUCAÇÃO INFANTIL 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

SOBRE A OBRA

PÚBLICO-ALVO, CATEGORIA E TEMÁTICAS

Título: De quem é?

Autora: Aloma

Ilustração: Paloma Portela

Categoria: Creche I – bebês entre 0 a 1 ano e 6 meses de idade

Especificação de uso: Manuseio dos estudantes (bebês)

Temas: 1. Jogos, brincadeiras e diversão; 2. Animais da fauna local, nacional e mundial.

Gênero literário: Narrativo – narrativa curta, texto com repetições.

Escrever livros que transmitam uma sensação de pertencimento ao leitor que está descobrindo a si mesmo, aos outros e o mundo que o cerca. Essa sempre foi uma meta enquanto escritora. Estudos apontam o quanto é importante, além de ser divertido e prazeroso, ter o momento diário de leitura em casa e na creche e o quanto os livros podem auxiliar no desenvolvimento dos bebês. Por isso, costumo elaborar textos que ajudem a explorar os campos de experiência e os direitos de aprendizagens previstos na Base Nacional Comum Curricular. Afinal, todo bebê tem o direito de se expressar, de brincar, de conviver, de participar,

de explorar e se conhecer. Associar a literatura e o livro para a infância a uma visão de educação é uma marca do meu trabalho e gosto de fazer isso por meio de livros bem ilustrados e que possuem um suporte de qualidade, sempre pensando no leitor final: o bebê. Com o livro De quem é? não é diferente. O texto traz uma pergunta que se repete no decorrer das páginas, sempre instigando o leitor: “De quem é...?” e aí temos uma brincadeira gostosa que estimula o bebê a descobrir de qual animal é aquela parte do corpo que está ilustrada. O texto pode parecer simples, mas é muito importante para a concentração do bebê e também para

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ampliar o seu vocabulário acerca dos animais, além de estimular o bebê a conhecer seu próprio corpo e compará-lo com o corpo de outros animais, percebendo semelhanças e diferenças. Além do texto, a obra possui dois diferenciais que a tornam extremamente original: o livro traz animais da fauna brasileira, pouco comuns nos livros para bebês. Aqui, serão apresentados o tamanduá, o lobo-guará, a capivara e outros bichinhos representantes da nossa fauna. As ilustrações também são um ponto alto do livro, pois são pinturas realistas – quase ilustrações científicas – criadas a partir de fotos de filhotes reais.

De quem é? é um livro concebido para o manuseio do bebê. A partir de uma primeira leitura do adulto, que dará o tom às questões e às respostas do jogo textual, o bebê rapidamente compreenderá como ler, ou melhor, observar e apreciar as ilustrações e o jogo de “esconde-aparece” que elas propõem na narrativa visual. As ilustrações vivas, atrativas e adequadas à faixa etária também logo chamarão a sua atenção e ele se sentirá desafiado a descobrir que partes do corpo as imagens se referem e a quem elas pertencem. Os personagens são retratados de forma clara, sem margem a ambiguidades, elaborados a partir das características reais dos animais.

Os bebês terão facilidade em identificá-los, reconhecendo os principais ele mentos que lhes conferem

identidade. As ilustrações estão altamente correlacionadas ao texto e ainda apresentam, de forma coerente e consistente ao texto, informações adicionais, conferindo ainda mais graça à narrativa textual. Aqui, vale destacar os detalhes das ilustrações, feitas em aquarelas: a textura da pelagem dos animais, o formato das partes do corpo e a posição em que eles se encontram. Ainda há o fato de que são jovens, também eles bebês (exceto o papagaio, que foi retratado, por assim dizer, quase “adolescente”). No livro infantil, é raro que apareçam os filhotes e aqui a intenção foi mostrar aos leitores como esses animais são quando pequenos. O brilho no olhar é o diferencial, um elemento ficcional criado para gerar empatia e despertar ainda mais a curiosidade do leitor.

O texto possui uma estrutura que se repete e é constituído de frases simples e previsíveis, atraindo os bebês que, rapidamente, vão perceber as intencionalidades comunicativas e usá-las também para se comunicar no seu dia a dia. O vocabulário empregado é familiar à faixa etária e está apresentado em contextos que auxiliam na construção de significados pelos bebês. Um texto que eles facilmente se apropriarão e farão uso, espontaneamente, para “ler” o livro mesmo que ainda não saibam ler convencionalmente. Ao longo da leitura do livro e a partir da proposta de trabalho descrita neste guia, os

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bebês também serão estimulados a se apropriar desse vocabulário em situações de conversação, ampliando suas capacidades comunicativas. Também eles vão gostar de repetir, na medida em que dominam progressivamente a fala, “de quem é? e “é meu!”. Quando o leitor é um bebê, o seu desenvolvimento leitor depende do leitor mediador que lhe apresentará não

apenas o texto através da sua leitura em voz alta, mas também lhe servirá como modelo, mostrando-lhes os gestos da leitura e compartilhando com ele importantes estratégias de leitura. Com a leitura do livro “De quem é?”, as ilustrações ganharão maior significado durante a leitura e o prazer de descobrir filhotinhos da nossa fauna agradará aos leitores de todas as idades.

AQUI TEM NATUREZA

De quem é? traz a natureza através de uma narrativa que revela o nosso orgulho e sentimento de pertencimento à natureza. Criado no contexto da campanha mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/ONU) pela transformação das condições da infância, esse selo tem a função de apresentar às crianças e aos adultos livros que trazem as riquezas naturais do planeta. Também tenciona conscientizar ainda mais o leitor para a necessidade de proteger a cada bichinho que aqui vive e o seu habitat, as praças, bosques, matas e florestas do mundo todo. A (re)conexão das crianças com natureza é uma forma de ajudá-las a perceber que fazem parte de algo maior e a crescer com o sentimento de respeito e cuidado em relação ao ambiente!

A história por detrás da história

A descoberta das partes do corpo é uma temática clássica dentre as publicações voltadas para o público infantil. Livros que apresentam o nome e a ilustração de partes do corpo, sobretudo do corpo humano, são muito comuns, mas a proposta do livro De quem é? é oferecer uma obra que instigue o bebê a perceber as partes do corpo dos animais e fazer um comparativo entre si e as imagens que está vendo, começando a refletir sobre o seu próprio corpo.

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De quem é? é um livro que também traz a brincadeira “esconde-aparece”, pois a narrativa convida aos leitores a descobrir a qual bichinho pertence uma determinada parte do corpo – e, aqui, não é qualquer bichinho. São representantes da fauna brasileira e que não são explorados com muita frequência em livros para crianças, especialmente os livros para bebês. Nessa obra, a partir de pequenos detalhes das imagens, o bebê descobrirá o focinho do tamanduá, a orelha do lobo-guará, o dentinho da capivara, entre outros. Mais do que a diversão, a brincadeira de descobrir o animal, que se revelará somente ao virar a página, estimula a concentração, a curiosidade, a visão (a percepção dos detalhes da ilustração) e a reflexão sobre si. Afinal, o bebê, conforme for crescendo, poderá perceber que ele não tem um focinho, mas possui orelhas. Ele não tem penas, mas já tem dentinhos! É a brincadeira aliada ao desenvolvimento, ao autoconhecimento e a percepção de si, dos outros e da natureza.

No que tange à ilustração e escolha dos animais, todo o livro foi pensado para valorizar a fauna brasileira e também para apresentar aos bebês um tipo de ilustração diferente do que é visto nos livros para essa faixa etária, a ilustração realista. É uma escolha que aproxima o leitor ainda mais da fauna como ela é, ainda que haja elementos nas imagens que foram inseridos para causar ainda mais empatia aos leitores, recursos que deixam os filhotinhos representados nas ilustrações ainda mais “fofos e com carinhas de filhotinhos”, aproximando-se ainda mais do leitor final: o próprio bebê. Afinal, quando o leitor entra em contato com um livro que apresenta personagens com os quais pode se identificar, a leitura pode causar uma sensação de pertencimento ainda maior. Essa é a proposta do livro De quem é?!, proporcionar momentos de muitas descobertas, autoconhecimento e criação de novos vínculos e relações, sempre a partir da convivência, do cuidado e, é claro, da brincadeira.

Qual é mesmo a história?

Qual é o bebê que não gosta de uma boa brincadeira de achar a mãozinha, o pezinho, de brincar de esconder e encontrar? Essa é a proposta do livro De quem é?, criado especialmente para os bebês, mas que certamente agradará aos leitores de todas as idades.

O livro traz ilustrações bem realistas de filhotes de animais da nossa fauna, um cuidado especial para que os bebês brasileiros conheçam mais da cultura, identidade e fauna brasileiras desde cedo. Em cada página, uma brincadeira: de quem é essa orelhinha? De quem é esse dentinho? De quem é esse pezinho? E então o leitor é convidado a virar a página para conhecer o dono de cada parte do corpo. Os bebês conhecerão o tamanduá-bandeira, a

onça-pintada, o lobo-guará, a capivara e o papagaio. O texto traz um jogo para descobrir e conhecer as partes do corpo desses animais, mas também para se autoconhecer, se desenvolver, saber nomear o seu próprio corpo e também perceber as diferenças entre os animais. O desafio entre as páginas também é um convite para que o bebê se aproprie do livro, manuseie, sinta vontade de explorar o objeto que tem nas mãos e tudo o que ele tem a oferecer. Com ilustrações que possuem uma base realista e cores fortes e vibrantes, que criam retratos fofos dos filhotinhos, os bebês e os adultos mediadores terão vontade de abraçar e cuidar desse livro com muito amor!

Quem? Quando? Onde?

Nessa obra, há a apresentação de cinco animais da fauna brasileira, cinco filhotes de animais ainda pouco representados na literatura infantil: o tamanduá-bandeira, a onça-pintada, o lobo-guará, a capivara e o papagaio. Cada um deles terá duas páginas exclusivas, que não apresentam nenhum elemento gráfico além da própria representação do animal, para que cada detalhe de sua constituição física seja destacado. É uma oportunidade para que o bebê observe e direcione a sua percepção apenas para os detalhes dos bichinhos, que são ricamente representados em ilustrações que trazem a sensação de textura dos pelos e penas e que representam muito bem as cores e formas dos filhotes. As ilustrações, por serem exclusivas dos filhotes e sem representação de seus habitats, não revelam onde os bichinhos estão e nem em que momento do dia estão sendo retratados. Essa opção não foi aleatória: como comentado acima, o foco na compleição física de cada animal é um recurso para direcionar a atenção do leitor, mas também abre margem para a imaginação do bebê que está acompanhando a leitura do texto, assim como para a extrapolação da obra a partir de questionamentos e intervenções do adulto mediador, que poderá comentar sobre o habitat desses bichinhos, sobre onde é possível encontrá-los, quando é possível visitá-los, quando eles dormem, onde tomam banho, entre outras proposições.

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O VAZIO QUE PREENCHE

Em “De quem é?”, o suporte das ilustrações é um fundo claro, que remete à tessitura do papel reciclado, evocando ele também a natureza. As ilustrações dos animais aparecem de forma destacada; a ausência de outros elementos cênicos direciona o olhar do bebê de um animal para o outro, sem desvios. O “vazio” entre elas, aqui, funciona como um fio condutor que permite ao leitor respirar para, na sequência, novamente se atentar aos detalhes. Vale lembrar que um bom livro ilustrado não se sustenta apenas com grandes efeitos de técnica, traços e cores. É preciso considerar o desenho, o texto e a montagem. Como uma expressão artística, em que o livro é o suporte, deve-se considerar a virada das páginas, a sequência da narrativa, o fluxo e o ritmo das imagens e como estes se relacionam com as palavras e com o próprio ato da leitura que, no livro para bebês, é uma leitura em voz alta.

Virando a página

A estrutura do livro foi planejada de modo que o próprio projeto gráfico fornecesse pistas que favorecessem a construção inicial de importantes procedimentos de leitura, como a antecipação e a localização – além das múltiplas inferências e extrapolações que podem ser elaboradas a partir da leitura da obra. O leitor sempre encontrará duas duplas de páginas para cada bichinho, uma dupla para o desafio, em que só é possível ver uma parte do corpo do animal, e uma dupla de páginas com a resposta, em que é possível visualizar todo o corpo do filhote. Aqui, temos um jogo gráfico: na dupla do desafio, há um pequeno texto que sempre conterá a pergunta: “De quem é...?” e a conclusão da pergunta com a parte do corpo ilustrada. A ilustração retrata fielmente a parte do corpo descrito no texto, sem qualquer elemento adicional. Na segunda dupla de páginas, a da reposta, sempre haverá um pequeno texto que começará com a exclamação “É meu/ É minha!”, e o nome do animal. A ilustração trará o corpo do filhote retratado fielmente e rico em detalhes, também sem nenhum elemento de ilustração adicional. No livro para infância, é sempre importante apresentar marcas gráficas ou estruturais que favoreçam a apropriação não apenas dos gestos da leitura como também do seu conteúdo escrito. Para o leitor que ainda não domina o sistema de escrita plenamente, essas referências são um apoio fundamental para que ganhe confiança e autonomia para “ler” mesmo quando ainda não sabe ler convencionalmente, estreitando seus vínculos com o objeto livro e com o ato de ler.

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A narrativa textual, toda registrada em letra bastão para garantir uma padronização do desenho das letras do alfabeto, recebeu uma tipologia em tamanho maior, escura e muito expressiva – que é coerente com a opção gráfica das ilustrações: os traços precisos e coloridos dos personagens no fundo claro. Texto e imagem estão claramente dispostos, de modo que cada qual tem o seu espaço, tornando ainda mais evidente para o bebê o que é escrita e o que é desenho. O mesmo recurso linguístico se repete no começo de cada frase que compõe o texto das páginas: a interrogação “De quem é?” e a exclamação “É meu!/É minha!” iniciam a narrativa, como em um ritual sonoro, conferindo certa musicalidade ao texto. Essa repetição não é algo aleatório: sabemos que os elementos repetitivos em uma narrativa para a primeira infância servem como elementos conectivos entre as várias partes do texto, além de permitirem uma apropriação oral (e por que não da escrita também) do texto. Servem como apoio para o avanço da leitura e conferem ainda uma maior graça à leitura. As ilustrações foram feitas a partir de uma paleta de cores vibrantes, que oferece verossimilhança em relação a imagem real dos filhotes apresentados no livro – o que confere a percepção de textura para as penas e os pelos, além dos detalhes de coloração dos animais e o destaque para as suas formas.

DESTAQUE

Uma das características dos livros para bebês é a presença de uma única palavra por página. Geralmente essa palavra é um substantivo associado a uma imagem e que, na realidade, não favorece a construção de uma narrativa plena de significados. Na maioria dos casos, o substantivo está ali apenas para nomear o objeto representado na imagem. Nesse livro, há algumas palavras que se repetem, os pronomes “quem” e “meu/minha”. O pronome “quem”, inclusive, está presente no nome da obra. Vale lembrar que os pronomes são palavras-chaves, que substituem os substantivos e conferem uma função de conhecimento, de pertencimento, de encontro e de propriedade. O pronome “quem”, sendo relativo, estimula o bebê à descoberta, a perceber e observar quem aparece ali na ilustração, convidando-o a resolver o desafio proposto pela brincadeira do livro. Já os pronomes “meu/minha” são possessivos, mostram a propriedade, a falar do que é seu e perceber o que ele próprio possui. Certamente, o bebê se sentirá mais seguro ao apontar o seu próprio corpo, fazendo uma relação com o que ele mesmo possui: “minha mãozinha/ minha cabeça/ minha perninha”.

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Sobre a autora e a ilustradora

Aloma é o pseudônimo de Aloma Carvalho, pedagoga e professora de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Já atuou em projetos educativos desenvolvidos pelo MEC e pela UNESCO voltados para formação de educadores da Educação Infantil e para a elaboração do currículo escolar nas áreas de Alfabetização, Ciências, História e Geografia, tanto para o segmento da Educação Infantil como para o Ensino Fundamental. Há mais de vinte anos escreve livros escolares e aproveitou o conhecimento adquirido nessa experiência para escrever também livros para a primeira infância que ajudem no desenvolvimento leitor e estimulem a leitura em família de forma prazerosa e ativa. É editora e curadora editorial da Editora Bamboozinho e também influenciadora digital no blog Bebê Leitor, que trata de divulgar a literatura infantil nacional, escrita e ilustrada por profissionais brasileiros, e de difundir a leitura em família e a formação do leitor desde a primeira infância. Seu trabalho pode ser apreciado no site Bebê Leitor: w w w.bebeleitor. com .br (acesso em 19/abril/2021).

Paloma Portela tem formação em letras, arte-educação e pedagogia. Já atuou na educação infantil, foi ilustradora científica de pássaros por 10 anos e expôs suas obras em diversos museus e parques florestais. Atualmente trabalha como ilustradora e artista visual. De vez em quando, sai por aí, contando histórias para crianças e adultos. Gosta de pesquisar as relações entre natureza, arte e educação. Livros, papéis, pincéis, aquarelas e lápis de cor estão sempre a sua volta, mesmo nas horas vagas.

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A FORMAÇÃO DO LEITOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA

A primeira infância, que compreende os primeiros seis anos da criança, é uma fase de descobertas infinitas, em que o cérebro cria milhares de conexões por segundo e se desenvolve como em nenhuma outra fase da vida. É o período inicial de identificação e pertencimento, de autoconhecimento, do conhecimento do outro e do mundo que o cerca. Dentro dessa fase, há a subdivisão primeiríssima infância, que contempla até os três anos e onze meses de vida. Aqui, as descobertas são ainda mais intensas, o bebê passa de um período extremamente dependente do outro para os seus primeiros atos de autonomia, como segurar objetos, rolar, engatinhar, andar, sair das fraldas, falar. E sobre os livros e a literatura para essa faixa etária, como tudo isso se reflete?

Os livros para a primeiríssima infância

No mercado editorial, há uma variedade de livros para bebês, nomenclatura usada na Base Nacional Comum Curricular para classificar as crianças com idade de zero a dezoito meses. Dentro desse grupo, estão diversos livros-brinquedo, livros com suporte cartonado, de pano, de banho e com outras características específicas. Todos esses objetos são interessantes do ponto de vista lúdico e sensorial; contudo, os livros tradicionais, com capa e folhas de papel, também devem ser oferecidos aos bebês desde a mais tenra idade, para que eles conheçam o objeto livro tal como ele se apresenta socialmente e se familiarize com ele, sem que haja a confusão de que tal objeto é um brinquedo (ainda que, entre outras características, o livro também é feito para divertir, e essa é uma de suas características principais).

Para melhor compreender a importância do contato do bebê com um livro de papel, é possível fazer um paralelo com a alimentação. Ninguém duvida da importância de deixá-lo pegar a comida com as próprias mãos: trata-se de um estímulo para o desenvolvimento da autonomia e também do paladar. O bebê fica com o rosto todo sujo e as mãos enlambuzadas; suas roupas manchadas; a cadeira, a mesa, o chão... Tudo em volta parece ficar cheio de pedacinhos de comida. E a reação das pessoas? Pura alegria!

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Mas, quando se trata de deixar um bebê pegar um livro de papel com as próprias mãos, muita gente ainda hesita. E se rasgar uma página? Colocar na boca e babar em cima? Cortar a mãozinha? Comer o papel? Amassar o livro? Pois é, embora os livros sejam o alimento da alma, ainda existem aqueles que acreditam que livros e bebês não combinam. Afinal, eles nem conseguem entender o que está escrito, não é mesmo?! Não, não é. No processo de literacia, é fundamental que os bebês sejam expostos a livros de papel, com todas as suas características reais. Livros de plástico, de pano e até livros-brinquedo podem fazer parte da biblioteca do bebê. Mas é com o livro de papel que ele terá as melhores oportunidades para perceber-se como um leitor ativo inserido em uma comunidade leitora. Ao estimular o contato frequente com um objeto social real, tal como ele existe concretamente em nosso dia a dia, o bebê aprenderá, gradualmente, a manipulá-lo com segurança, reconhecendo desde o início os cuidados necessários para a sua conservação.

Mas o suporte do livro para a primeira infância não deve ser o único ponto a ser levado em conta: juntamente com a ilustração e o texto, formam a tríade perfeita para um livro de qualidade. As

É fundamental que os bebês sejam expostos a livros de papel, com todas as suas características reais. Livros de plástico, de pano e até livros-brinquedo podem fazer parte da biblioteca do bebê.

cores, as formas representadas, as imagens que complementam o texto chamam a atenção dos bebês que veem o adulto mediador segurando o livro, ou quando já possuem a independência de folhear os livros por si sós. Da mesma forma o texto, quando lido em voz alta, convida os bebês a entrarem no universo apresentado pela história, auxilia na construção do vocabulário, estimula a capacidade de concentração e, mais importante do que tudo isso, diverte e forma futuros leitores, contemplando o conceito de literacia. Inserir a leitura na rotina do bebê, independentemente da idade, é um fator preponderante para que eles aprendam a reconhecer o valor da leitura e para que tenham a consciência de que esse é também um momento de diversão, mas também de aprendizado e até de reconhecimento. Por isso, é importante que sejam lidos livros de diversas temáticas, com características diferentes e que podem ora se focar em um objeto, ora na rotina, ora em um lugar, ora em uma pessoa ou um animal... as possibilidades são muitas. Com o passar do tempo, as crianças perceberão qual tipo de história e de temas preferem e passarão a eleger seus livros favoritos a partir de seus gostos pessoais.

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LÊ DE NOVO?!

Durante a primeira infância, os bebês e crianças gostam da repetição. Para eles, repetir um mesmo passeio, comer uma mesma comida, ouvir várias vezes uma mesma história e ler e reler o mesmo livro é uma estratégia de aprendizagem emocional e cognitiva. Por isso é muito importante reler o mesmo livro várias vezes. Os bebês sempre poderão fazer uma interpretação diferente do que foi lido, observar um novo detalhe na ilustração e se sentir mais seguro ao saber que já conhece o texto. Esses são pontos que podem estimular a concentração dos bebês e fazer toda a diferença em suas vidas como leitores.

A leitura para os bebês

A leitura para bebês é necessariamente uma leitura em voz alta realizada por um leitor mais experiente. Ao ler para eles, não apenas traduzimos oralmente aquilo que está escrito no livro ou representado em suas imagens, como também servimos como modelo de leitor. Os nossos gestos ao segurar o livro e ao virar as páginas; a direção do nosso olhar pelo livro; a entonação da nossa voz... Tudo isso serve como pista para o bebê que observa o mediador (ora de forma mais atenta, ora de forma mais dispersa, mas sempre observando) e, logo, se sente estimulado a imitá-lo. O bebê que participa de situações de leitura, quando diante de um livro, começa a mexer os lábios como se estivesse ele também lendo em voz alta; percebe que é preciso olhar para as páginas do livro; aprende a apontar com o dedinho para algum conteúdo específico.

A leitura para o bebê deve ser sempre uma situação de cuidado e afeto, proporcionando um intenso momento de convívio entre ele e o(a) educador(a) e entre ele e seus familiares. Algumas dicas que podem ajudar a colocar em prática procedimentos que estimulam o desenvolvimento da comunicação oral e o conhecimento linguístico dos bebês de uma forma geral:

1. Explorar o livro antes de ler.

É importante que o adulto mediador conheça o livro antes de ler para que possa para estar inteirado de seu conteúdo e melhor explorá-lo durante a leitura.

2. Preparar a leitura.

A leitura se torna mais estimulante para o bebê se o livro render conversas, muitas conversas. Tecnicamente, essas conversas são situações de interpretação do texto

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(e da ilustração) e o adulto servirá como um modelo para os bebês leitores. O ideal é ler o livro para planejar aquilo que será comentado sobre cada página. Os comentários podem ser sobre o texto ou sobre as ilustrações. Recorrer a eventos vivenciados pelo bebê, fatos da rotina, outras histórias, livros e até mesmo às suas memórias de infância é sempre interessante, “caldo” para uma boa conversa.

3. Desenvolver um estilo próprio. Criar um estilo próprio para ler em voz alta. Não existem regras. Algumas pessoas preferem uma leitura mais teatral. Outras preferem ler com a voz séria e baixa. Algumas pessoas preferem ler e contar; outras apenas ler. Mas jamais deixe de efetivamente ler o livro. Muitos adultos acabam apenas contando a história, o que não é interessante para a formação do leitor. Ler é sempre essencial.

4. Variar a posição do bebê durante a leitura. O bebê pode estar no colo do adulto, com o livro diante de ambos, e ouvir a história quase como um sussurro em seus ouvidos. Ele pode estar ao lado do adulto, os dois observando o livro do mesmo ângulo. O adulto pode ler de frente para ele, assim o bebê poderá visualizar as expressões do seu rosto durante a leitura. O mesmo pode ser dito com relação ao bebê: a leitura pode acontecer com o mediador na frente dele, ao lado, em lugares abertos ou fechados. Essa variação é muito importante, pois permite que o bebê leitor tenha diferentes interações com o objeto livro. Em determinados momentos também é interessante deixá-los manipular o livro, mesmo ele sendo de papel.

5. Ler e reler o mesmo livro.

Os bebês adoram quando os adultos repetem a leitura de um mesmo livro. Maiorzinhos um pouco, essa diversão acaba virando uma necessidade e aos 2 ou 3 anos eles chegam a pedir para repetir eternamente as histórias, os livros, os filmes, as canções. Esta repetição é fundamental para o seu desenvolvimento. Permite que eles lembrem, relacionem e compreendam cada vez mais e melhor um mesmo fato ou sentimento.

6. Criar uma rotina de leitura e relativizar as expectativas.

Criar uma rotina agradável e prazerosa de leitura para os bebês, de preferência envolvendo mais de um adulto. Na instituição creche, esse adulto será, sobretudo, o(a) educador(a) que cuida deles; em casa serão seus familiares. É importante determinar um horário fixo na rotina para a leitura no qual os bebês já estejam alimentados e com suas necessidades de sono já resolvidas. Assim, eles se sentirão mais confortáveis para aderir a alguns procedimentos que, pouco a pouco, devem aprender: como sentar, escutar, esperar a sua vez para falar, olhar o livro. A

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atenção do bebê, porém, é fragmentada e de curta duração. Mesmo que ele pareça desinteressado, é possível prosseguir com a leitura, pois de alguma forma o bebê estará prestando atenção – salvo, é claro, naquelas ocasiões nas quais o bebê manifestar claro descontentamento com a situação.

A LEITURA EM FAMÍLIA

As indicações feitas aqui podem ser sugeridas aos familiares. A leitura fora do contexto da creche é similar àquela realizada na creche: o adulto leitor precisa estar preparado, o local e a hora da leitura devem estar previamente planejados. Como o livro De quem é? aborda uma temática da brincadeira no cotidiano das famílias, além da exploração da temática “natureza”, a sua leitura será carregada de significados para todos, facilitando a formação de uma comunidade de leitores também em casa.

Algumas dicas práticas

U Mostrar para o bebê onde, na página do livro, se localizam o texto e a imagem. Use a ponta do dedo para fazer essa indicação.

U Escolher momentos tranquilos para a leitura – evitando relacionar o livro com os momentos de fome, cansaço, choro ou de “crise”.

U Garantir que o local onde os bebês se sentam para ouvir a história é confortável (o chão às vezes é duro e frio).

U Ler com o bebê no colo.

U Ler com o bebê ao seu lado.

U Formar uma roda para a leitura ou deixar os bebês sentarem-se à vontade.

U Ler de frente para o bebê, com o livro voltado para ele.

U Sempre ler em voz alta – evite contar a história antes de ler, garanta que o bebê tenha contato com o texto escrito.

U Comentar algo sobre o texto e a imagem.

U Relacionar o conteúdo do livro com outras experiências do bebê (outras fotos e livros; pessoas ou lugares; momentos da rotina diária).

U Ensinar como segurar o livro e virar as páginas.

U Deixá-los folhear o livro a vontade, mesmo que as folhas fiquem um pouco “amassadinhas”.

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U Ensiná-los que o livro não deve ser colocado na boca e tampouco deixado no chão (e que muito menos se deve pisar no livro), ensinando-os sobre como utilizar um livro e os cuidados que se deve ter para não estragá-lo.

O livro De quem é? e o desenvolvimento do bebê

De quem é? retrata um momento muito especial da rotina dos bebês: a brincadeira, que também acarreta em aprendizado. Esse é um livro feito para o bebê que convive com pessoas da família e amigos, que brinca à vontade, que participa de um espaço coletivo, que explora o lugar em que vive e tudo o que ele oferece, que se expressa em falas e gestos e que, principalmente, conhece a si mesmo. Esses são os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos para a Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular, que podem ser contemplados a partir da leitura e de atividades a partir do livro.

Sobre a obra De quem é?, é através da leitura que o bebê descobre nomes de partes do corpo que não possui, como asa, rabo e focinho, e também percebe semelhanças, além de brincar com o mediador e com os bebês que o cercam, reproduzindo a brincadeira de esconder, achar e adivinhar.

A Base Nacional Comum Curricular também traz cinco campos de experiência, que exploram as situações e experiências da vida cotidiana, e todas essas definições também estão presentes no livro:

U O eu, o outro e o nós

A partir da leitura da simples pergunta “de quem é...?”, o bebê é convidado a pensar sobre o outro, mas também sobre a si mesmo. Ele infere que aquela parte pode ou não ser de um bichinho ou de um humano, se ele e as pessoas que conhecem possuem tal característica e assim passa a observar melhor a si, aos outros com quem convive e os animais do livro.

U Corpo, gestos e movimentos

Esse campo, certamente, é o mais explorado no livro. Quando o bebê é apresentado a diferentes partes do corpo e de vários corpos, ele também é estimulado a conhecer o seu próprio. Ele olha a patinha da onça, por exemplo, e a compara com as suas mãos e pés, observando os movimentos que domina, os que podem ser feitos e como pode se comunicar a partir das expressões corporais. Esse estímulo ocorre durante toda a leitura e é um convite para a brincadeira.

U Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

O livro traz ilustrações apenas de filhotes de animais, o que pode abrir uma possibilidade de apresentar aos bebês fotos e ilustrações de animais adultos, conforme sugerido em uma das atividades adiante. É muito interessante que o bebê perceba essa transformação dos animais e também nos seres humanos, pensando na relação natural do crescimento e mudanças, que o crescimento demanda tempo e também que conheça que cada indivíduo tem o seu espaço, considerando o habitat dos animais e também criando inferências com o próprio lugar onde vive. Todos esses tópicos podem ser amplamente abordados a partir da leitura do livro.

U Escuta, fala, pensamento e imaginação

A leitura do livro estimula a concentração, a escuta e o pensamento do bebê sobre as características pessoais de si, de quem conhece e dos animais que aparecem no livro, mas também de outros que já conheça, criando comparações. Após a leitura, o bebê é estimulado a comentar se gostou da obra e opinar sobre as suas preferências, da mesma forma que pode ser convidado a imaginar outras proposições de brincadeiras a partir da leitura.

U Traços, sons, cores e formas

De quem é? é um livro que traz representações quase fieis dos filhotes dos animais apresentados, através de ilustrações lindas e vivas. Da mesma forma, cada um desses bichos emite um som característico. A partir da leitura do livro, há várias possibilidades de atividades que podem ser feitas com os bebês, incentivando a expressão artística, sensorial e sonora.

Todos os pontos presentes na Base Nacional Comum Curricular exploram questões importantes para o desenvolvimento dos bebês e, por isso, são também abordadas no decorrer do livro De quem é?, que tenciona abranger de maneira completa muitas possibilidades de trabalho e interação com eles.

O autoconhecimento e a brincadeira como descoberta

Desde o nascimento, o bebê tem em seu corpo todas as ferramentas necessárias para se expressar. Ele chora quando está com fome, encolhe as pernas em um momento de dor, como as tão comuns cólicas, e em pouco tempo já começa a virar a cabeça e abrir e fechar as mãos.

Quem nunca se encantou com aquele bebê que segura forte o dedo do adulto que o embala, não é mesmo? Essa observação da capacidade de expressão e contato com outras pessoas e com o mundo que o cerca vai sendo aprimorada, assim como os próprios movimentos. Logo o bebê começa a rolar, engatinhar e finalmente andar... mas as descobertas vão além de movimentos locomotores. É

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fundamental que o bebê seja sempre estimulado a conhecer mais de si mesmo, das suas capacidades e também limites, até para que ele comece a ter consciência de que algumas atitudes trazem riscos. Por isso, incentivar o bebê a descobrir as possibilidades de brincadeiras com o seu próprio corpo é muito importante, sobretudo na Educação Infantil.

A típica brincadeira de esconder e achar é uma das preferidas dos bebês e sempre rende boas gargalhadas. Ao se esconder atrás de uma fralda de pano, de um brinquedo ou de qualquer outro obstáculo, o bebê desenvolve não só a visão e a capacidade de concentração, mas também percebe a importância da comunicação e expressão corporal (sobretudo facial). Além disso, essa brincadeira também é excelente para estreitar o vínculo afetivo do bebê com o adulto, pois ao perceber que ele estará ali quando olhar novamente traz uma sensação de segurança e cuidado. Da mesma maneira, fazendo essa brincadeira ao esconder e mostrar as partes do corpo, os bebês enriquecem o autoconhecimento, estimulam a observação de semelhanças e diferenças entre os indivíduos e estimulam a descoberta de novas habilidades, além de também ampliar o vocabulário. “Cadê o meu pezinho?”, “de quem é essa mão?”, “onde está a minha barriga?”, “quantos dedinhos estão escondidos?” etc, são exemplos de perguntas que podem ser feitas, que certamente iniciarão um momento divertido de interação entre o bebê e as pessoas que a cercam. Definitivamente, brincar também é aprender!

A ilustração científica no livro infantil

Ainda no século XVI, estudiosos entenderam a importância de se registrar em imagens os detalhes do corpo humano, de animais e objetos, não apenas de maneira artística, mas também a forma mais realista possível. Surgia, então, a ilustração científica, estilo que foi amplamente utilizado na Itália e depois se espalhou por todo o mundo. Atualmente, a grande maioria dos livros para bebês e crianças possuem ilustrações, pois ainda que o texto seja parte fundamental de um livro infantil, os leitores, sobretudo os que ainda não são alfabetizados, prendem a sua atenção nas imagens ricas e vivas

que retratam as histórias que ouvem e leem. As ilustrações, juntamente com o texto narrativo e o suporte (papel, tecido, plástico etc) compõem a tríade que faz o objeto livro um material tão rico de aprendizado, diversão, cultura e informação. No livro De quem é?, há ilustrações científicas para bebês, algo raro na literatura infantil, pois o estilo geralmente é utilizado para representações em livros acadêmicos e textos científicos. De maneira muito acessível, essas ilustrações trazem a imagem quase fiel de filhotes de animais da fauna brasileira, o que torna essa obra ainda mais original.

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É possível que os bebês ainda não conheçam, por exemplo, a capivara e o lobo-guará; por isso, ainda que já fosse muito válida a representação desses filhotes em uma técnica de ilustração tipicamente infantil, a ilustração científica vai chamar ainda mais a atenção dos bebê para os detalhes das características físicas de cada animal, até porque

o conceito do livro é justamente o de apresentar as partes do corpo através de uma brincadeira muito conhecida e divertida. O fato de não haver qualquer cenário ou imagem além do próprio animal ressalta ainda mais a sua importância e desperta a curiosidade do bebê para cada cor, traço e detalhe que compõe a ilustração dos bichinhos.

A rotina e o livro infantil

Estima-se que um recém-nascido durma em média dezoito horas por dia, enquanto um bebê de dezoito meses já dorme cerca de doze horas durante a noite e tenha até duas sestas de uma a duas horas durante o dia. Até os cinco anos, é comum que as crianças tenham uma média diária de doze horas de sono. Vale lembrar que as crianças dessa faixa etária estão passando por um desenvolvimento corporal em ritmo acelerado. Órgãos, músculos e ossos estão se desenvolvendo e crescendo, além do desenvolvimento neurológico ser fundamental nessa fase da vida. Os bebês e as crianças que dormem mais desenvolvem melhor o cérebro, o que também acarreta em melhoras comportamentais e psicológicas, já que há estudos que defendem que, quando as crianças têm um sono de melhor qualidade e por mais tempo, diminui distúrbios como o déficit de atenção e hiperatividade, são mais concentradas e ficam menos irritadas. Por todos esses motivos, é fundamental cuidar da rotina dos bebês. É importante que eles tenham consciência do seu cotidiano desde bem pequenos, sabendo que há hora para dormir, para comer, para fazer a higiene pessoal e, obviamente, que há hora para ler brincar. Como citam Barbosa e Horn no artigo “Organização do tempo e espaço na Educação Infantil”:

“Para dispor de tais atividades no tempo é fundamental organizá-las tendo presentes as necessidades biológicas das crianças como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene, e à sua faixa etária; as necessidades psicológicas que se referem às diferenças individuais como, por exemplo, o tempo e o ritmo que cada uma necessita para realizar as tarefas propostas; as necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida, como as comemorações significativas para a comunidade onde se insere a escola e também as formas de organização institucional da escola infantil ”. (BARBOSA, HORN, 2001, p. 68).

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Desde pequenos, os bebês também devem se sentir incluídos na realização dessa rotina. O simples ato de colocar o creme dental na escova, de pegar a sua naninha ou colocar um brinquedo para dormir já são elementos que a fazem se sentir mais independente e autônoma.

“A ideia central é que as atividades planejadas diariamente devem contar com a participação ativa das crianças, garantindo às mesmas a construção das noções de tempo e de espaço, possibilitando-lhes a compreensão do modo como as situações sociais são organizadas e, sobretudo, permitindo ricas e variadas interações sociais”. (BARBOSA; HORN, 1998, p. 67-69)

O livro De quem é? tem a função de fazer parte dessa rotina, especificamente no momento de leitura, para que o bebê perceba como esse é um momento é único e importante, assim como a hora da brincadeira, e que ambos devem fazer parte de seu cotidiano.

O que os bebês podem aprender ao ler esse livro?

Mesmo o bebê pode aprender muitas coisas durante a leitura de um texto literário. Com a leitura desse livro, ele pode começar a aprender a…

U Ouvir a leitura de um texto em voz alta realizada por um leitor mais experiente – no caso, o leitor mediador.

U Desfrutar da leitura de um texto literário e, neste caso, do jogo sonoro entre a pergunta e a resposta, além do conjunto do texto repetitivo e a ilustração, que juntos retratam uma brincadeira.

U Comunicar-se com o(a) educador(a) e com seus familiares.

U Distinguir letras de desenhos e reconhecer no livro os trechos correspondentes à parte textual (texto central, títulos, subtítulos etc.).

U Localizar, identificar e descrever elementos das ilustrações.

U Relacionar o conteúdo do texto com o conteúdo das ima gens, começando a perceber o papel complementar que existe entre a informação textual e a informação visual no livro infantil.

U Interessar-se pelas pessoas de seu convívio e suas características, estreitando vínculos.

U Incorporar, pouco a pouco, o vocabulário do livro em seu dia a dia.

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U Valer-se da memorização do texto para realizar leituras memorizadas (pseudoleituras), procurando relacionar aquilo que lê com aquilo que está escrito no texto.

U Reconhecer as partes de um livro: capa e parte central, localizando informações como título, nome do autor e da editora.

U Participar da leitura de um livro por prazer e, ao mesmo tempo, desfrutar das informações que ele traz e que complementam a leitura.

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A LEITURA DO LIVRO

A leitura do livro infantil para bebês possui, em nossa experiência didática, três eixos fundamentais: a leitura do texto escrito, a leitura da narrativa visual (as ilustrações) e o momento de conversação. É muito importante levar em conta esses três eixos no planejamento da leitura, considerando o que se pode fazer antes, durante e após a sua realização. Decidir se o livro será trabalhado apenas no momento de leitura (as rodas de leitura) ou se será o ponto de partida para o desenvolvimento de uma ação maior (seja ela um projeto ou uma sequência de atividades) é outro fator importante a ser considerado. De quem é? é um livro que abre inúmeras possibilidades, além da leitura literária. Por tratar de dois temas tão importantes para a primeira infância, a brincadeira e a natureza, a sua leitura pode se desdobrar em ações mais amplas, envolvendo inclusive toda a família na reflexão sobre o brincar na primeira infância.

As atividades apresentadas nesse tópico são sugestões sobre como a leitura de De quem é? pode ser realizada em meio a contextos mais amplos, com atividades a serem realizadas antes, durante e depois envolvendo educadores e familiares. Vale destacar, porém, que mesmo o trabalho com o livro apenas no momento da roda de leitura já representará uma experiência literária intensa para os bebês, que se encantarão com a brincadeira e toda a fauna presente na narrativa que, ao final, provoca o leitor a refletir sobre si mesmo e a beleza da natureza.

Antes da leitura

O ideal é que o momento da leitura ocorra em lugar calmo, arejado e iluminado, tornando a leitura ainda mais prazerosa. E que os bebês estejam confortáveis. A escolha de quando e onde a leitura será realizada pode ser parte do planejamento do/da educador/educadora, antes que a leitura do livro ocorra. Outro ponto interessante é ler o livro antes de apresentá-lo aos bebês, preparar a leitura em voz alta, decidir o que e quando será destacado. A entonação, o ritmo e a velocidade podem ser ensaiados pelo leitor mediador que, assim, imprimirá a sua marca, o seu modo de ler, à leitura do livro. Com relação aos bebês, é importante que eles saibam que existe um momento de leitura na rotina da creche e que agora, pouco a pouco, eles já sabem o que

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acontecerá e o que se espera que eles façam. Para aqueles que recém ingressam na creche, será todo um aprendizado inicial. Por isso mesmo é importante que, antes da leitura, o leitor mediador antecipe o que acontecerá: “agora vou ler um livro; é importante prestar atenção, ouvir o que eu estou lendo”. Essas são pistas que orientam o bebê que, sem dúvida, com o passar do tempo compreenderá o que fazer nos momentos de leitura. A organização do espaço e do tempo para a atividade que ocorrerão na sequência da leitura do livro também é muito importante. Assim, leitura e ação ocorrerão com maior fluidez e os bebês se sentirão bem orientados. Importante ainda planejar como será a interação do livro De quem é? com as famílias, envolvendo-as na leitura da obra e também na reflexão do tema que ela apresenta.

LENDO COM O CORPO

Por vezes, os bebês podem interromper a leitura, apontar para uma ilustração que gostam e interagir. Isso é ótimo! Ainda que essas ações possam interromper o andamento da leitura, tais atitudes por parte dos bebês significam que eles estão interessados e se sentindo estimulados a participar. Vale lembrar que os bebês praticamente “leem com o corpo”, ou seja, expressam suas reações à leitura não apenas por meio de palavras, mas também de movimentos. É interessante acolher essa movimentação, compreendendo que ela faz parte do desenvolvimento infantil.

Durante a leitura

A leitura começa pela capa. Se possível, comece mostrando os bebês onde, na capa do livro, encontram-se as informações sobre o nome dos autores, o título da obra e o nome da editora. É interessante que eles saibam o que faz o autor do livro e também o ilustrador. Informe-lhes sobre o trabalho deles na produção de um livro e quem participa dessa produção. Nesse sentido, é interessante o adulto mediador saber que:

U o autor é quem teve a ideia do texto e depois o escreveu;

U o ilustrador é quem desenhou os personagens, elementos e cenários do livro –muitas vezes é o autor do texto quem dá as dicas sobre o que desenhar para o ilustrador;

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U a editora é a empresa que faz o livro chegar até o leitor.

Aponte para a sonoridade e também para o significado do título, “De quem é?”. Depois, faça a leitura novamente da palavra, com uma entonação diferente e interrogativa: “De quem é?”, mostrando que essa pergunta é um convite à descoberta, a uma brincadeira. Comente sobre a ilustração e instigue a curiosidade dos bebês, perguntando sobre o que pode ter na história desse

livro, será que eles conhecem esse bichinho que está na capa? Que som será que ele faz? Faça a leitura da história em voz alta e com clareza, em uma velocidade que os bebês acompanhem confortavelmente e mostre as páginas com calma para que eles possam observar todas as ilustrações. Não há problema caso o bebê interrompa a leitura para comunicar algo ou apontar algo na imagem, pelo contrário, é sinal que ele está interessado e que há interação com o momento.

Depois da leitura

É interessante que os bebês manuseiem o livro, folheiem as páginas e, após a leitura, revejam os pontos que mais gostaram, trocando ideias e impressões entre si. Caso o bebê seja maiorzinho e já se expresse falando, finalizar a leitura perguntando qual foi a parte favorita na história e o porquê faz com que ele se sinta parte do momento de leitura. É importante que ele compartilhe o seu gosto pessoal e seja estimulado a argumentar sobre as suas escolhas e percepções, pois além de reforçar a atividade e memória do que lhe foi apresentado, ele também sente que a sua opinião é importante e relevante, que é ouvido e respeitado. Algumas perguntas também podem ser feitas nesse momento após a leitura, questões simples que façam os bebês relembrarem as ilustrações e o texto.

U Quem gostou do livro? Por que gostou?

U O que esse livro mostrou para nós?

U Você gostou de brincar de “descobrir de quem é”? Qual é a sua brincadeira favorita?

U Quais bichinhos aparecem no livro? Você tem um bichinho de estimação? Qual? Qual é o nome dele?

U Quantos bichinhos aparecem no livro no total? Vamos contar?

U Nós podemos ter os animais que aparecem no livro na nossa casa, como bichinhos de estimação? Por quê?

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Caso o livro seja lido em casa, juntamente com a família, as perguntas podem ser encaminhadas para os responsáveis, para que eles possam conversar com os bebês após a leitura e assim, também, criar o hábito de conversar sobre as leituras compartilhadas.

LER PARA FALAR

Após a leitura de um livro, é sempre interessante garantir que os bebês se apropriem do vocabulário do texto (ou pelo menos de uma parte dele). No livro De quem é? há dois pontos linguísticos que se destacam de forma muito adequada à fase do bebê neste momento: uma pergunta e uma exclamação. Para garantir essa apropriação, o mais importante é que o educador e a educadora repitam as expressões do livro em diferentes momentos da rotina na creche e que introduzam outras novas conforme acharem adequado. Assim, os bebês poderão ampliar o seu vocabulário, se expressar de maneira mais diversa (e talvez até mais completa) e, sobretudo, levar um pouquinho do livro para o seu dia a dia, “não é?!” – uma exclamação só para fazer a gente sorrir! O

livro, página a página

As indicações apresentadas na sequência são como uma palavra da autora ao educador/educadora, revelando suas intenções e desejos ao produzir o conteúdo de cada uma das páginas do livro. São sugestões que podem estimular o bebê a localizar, antecipar, inferir e extrapolar o conteúdo do texto e da ilustração, adquirindo uma maior consciência de sua percepção e interpretação da história. Um guia para as conversas que surgirão de forma espontânea ou estimulada pelo educador/educadora. Vale lembrar que ler para o bebê é conversar para compartilhar aquilo que compreendeu, lembrou e emocionou cada um dos leitores, estreitando os laços de afeto e consolidando a primeira comunidade de leitores da qual eles irão participar e, durante a sua escolarização, vivenciarão de outras inúmeras formas. Nesse momento, ao se preparar para ler o livro, o educador e a educadora poderão decidir se realizarão inicialmente toda a leitura do livro, sem interrupção, voltando a ler novamente dessa vez fazendo comentários e dialogando com os bebês. Ou o

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contrário, se será realizada uma primeira leitura comentada para posteriormente realizar outras em situações de diálogo. Ambos os encaminhamentos são importantes, sempre lembrando que é a diversidade de situações que ajuda o bebê a construir os procedimentos para participar de um momento de leitura: ouvir, prestar atenção, permanecer em silêncio, refletir, esperar a sua vez para se expressar à sua maneira.

LENDO COM A PONTA DO DEDO

Apontar o texto ou a ilustração com a ponta do dedo indicador é um recurso simples, mas de grande valia para os bebês. Esse gesto corriqueiro para os adultos é um importante instrumento de localização, de identificação do sentido e da direção da leitura (a linearidade do texto) e de reconhecimento entre aquilo que se fala quando se lê em voz alta e aquilo que está escrito no texto (relação fonema/grafema, início do processo de conscientização fonológica que os bebês podem começar a desenvolver, mesmo quando ainda muito pequenos). Com o livro em suas mãos ou com ele apoiado em uma superfície, é fundamental que o leitor mediador use esse recurso ao ler para os bebês.

A leitura de um livro começa pela capa. Ou melhor, pela 1ª capa. Importantes informações textuais como o título da obra, o nome dos autores e da editora estão ali presentes e podem ser compartilhadas com os bebês. No caso do livro ilustrado, a arte da capa já começa a contar a história. Quem ali aparece? O que ele parece ser? É um animal? Qual é o nome dele? Muito importante essa primeira exploração, que já fornecerá

pistas sobre o texto que será lido na sequência. Vale destacar que o pequeno desenho entre o nome da autora e da ilustradora é o logo da editora, um elemento gráfico que traz imagem e texto e que se repete em outras passagens da obra: na 4ª capa, na página 1 (o front ou rosto) e na página 2, no expediente. Essa distinção entre o que é desenho, o que é escrita e no caso de uma logomarca a reunião de ambos (texto e imagem), é um procedimento essencial por parte do adulto leitor que, assim, já ensina ao bebês a começar a reconhecer as diferenças entre um e outro.

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A capa é formada pela 1ª capa e também pela 4ª capa, o verso do livro. Geralmente, ali se encontra a sinopse da obra, uma breve resenha que pode e deve ser lida para os bebês. A ilustração também deve ser observada: o que aparece ali?

A primeira página do livro, chamada de “rosto” ou “front”, geralmente repete o conteúdo da capa, mas sem o mesmo trabalho gráfico. Essa é uma informação interessante para o adulto leitor, mas que também pode ser compartilhada com os bebês. Que novidades essa página apresenta com relação à capa? O que repete e o que muda entre a capa e front? A identificação visual de semelhanças e diferenças é uma atividade interessante para ser realizada com os bebês, que poderão começar a reparar que eles existem e fazem sentido.

Esta página é chamada de expediente. É nela que a editora informa os dados da empresa, tais como o endereço e as redes sociais. É no

expediente que também estão os dados do livro, a sua ficha de identificação, informações sobre o nome dos autores e o ano de publicação, tamanho do livro e o número de páginas. Nela, também consta o número do ISBN, que é a identificação da obra. Trata-se de um número internacional, válido no mundo todo, como se fosse o número da carteira de identidade de uma pessoa. Vale lembrar que mostrar a estrutura de um livro para um bebê tem como principal objetivo aproximá-la desse objeto cultural e suas características. Não é necessário de modo algum que ele entenda os dados formais da obra, mas que conheça o objeto livro em sua totalidade e se sinta com domínio sobre ele, apropriando-se através do contato com o livro impresso do direito de pertencer à cultura letrada.

Neste livro, a página 3 traz uma apresentação à leitura, uma frase de motivação para despertar a curiosidade dos bebês pelo texto. Trata-se de um momento de pré-leitura, no qual os bebês podem ser convidados para refletir sobre o que acontecerá na sequência. Quem será que vai aparecer? Será que os personagens são pessoas ou bichinhos? A frase está falando da mãozinha e do narizinho do bebê, cadê a sua mãozinha? Você consegue colocar o dedinho na ponta do nariz? Um toque de

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humor poderá aguçar a curiosidade dos bebês pela leitura. Ao compartilhar os seus conhecimentos prévios, os bebês reforçam seus vínculos enquanto leitores, construindo certa cumplicidade para a leitura que se realizará na sequência. Certamente, enquanto o adulto estiver fazendo essas perguntas, chamando a atenção dos bebês, eles ficarão ainda mais concentrados e curiosos para conhecer o conteúdo do livro. Aqui, há uma pergunta, que também é um convite, que os bebês amam: “De quem é...?”. Comente com eles que a leitura também é uma forma de se divertir.

Nessa dupla de páginas, há a pergunta “de quem é esse narizinho?” e a ilustração de um focinho. Se possível, aponte para o seu próprio nariz e estimule os bebês a fazerem o mesmo. Permita que os bebês brinquem de apontar e apertar o narizinho deles, afirmando a semelhança de seus corpos e percebendo a diferença entre o nariz humano com o retratado na imagem. Se os bebês ainda forem muito pequenos, é interessante que um adulto brinque com eles, fazendo carinho no nariz do bebê leitor. Podem ser apontadas várias diferenças para a percepção deles, como a diferença do formato do nariz do bebê e o focinho que está no livro, a cor e que ele é coberto de pelos, entre outras proposições. Em todas as páginas, teremos uma marcação sonora pela repetição da frase “De quem é...”. Essa repetição textual serve para causar uma maior identificação da obra, pois o bebê leitor perceberá o mesmo início em todas as páginas no decorrer dessa leitura/brincadeira.

Agora, os bebês verão a revelação de que o narizinho é de um filhote de tamanduá, que tem o focinho bem comprido. Note que a resposta começa com a exclamação “É meu!”. Novamente, como uma marcação textual, essa exclamação se repetirá em todas as páginas de resposta ao desafio, sendo alterado apenas o gênero (meu/minha) conforme a necessidade, para igualmente trazer uma melhor interpretação da brincadeira e também para reforçar o vocabulário presente na obra. É interessante explicar com palavras e gestos os opostos como nariz “curto e comprido”, enfatizando que, aqui, estamos falando do nariz comprido do animal. Permita que eles observem os detalhes da ilustração. Mesmo sendo bebês, não deixe de enfatizar o vocabulário: nariz e focinho.

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Nessa dupla de páginas, os bebês verão um pezinho. Pergunte para eles onde estão os seus pés e se eles são parecidos com a imagem do livro. Quem consegue colocar a mão no pé? Será que eles sabem de quem é essa pata? Comente sobre as características físicas da imagem, a pata parece ser cheia de pelos, tem pintas, é possível ver três dedos… Assim, os bebês se observarão melhor os detalhes, ampliando também o vocabulário ao conhecer palavras novas.

É um filhotinho de onça-pintada! Comente com os bebês que a onça tem quatro patas, contando uma a uma na ilustração, e também faça a observação de que nós temos dois pés, que nos ajudam a andar, e duas mãos, que nos auxiliam em diversas tarefas. Como diferença, nós temos cinco dedos, com o polegar opositor que nos permite agarrar os objetos (a onça também tem cinco dedos)! Se possível, mostre, com exemplos, o que podemos fazer com as mãos: pegar objetos, segurar o livro, dar tchau; e também bater os pés no chão, mostrando a diferença entre as mãos e os pés. Outro ponto interessante a comentar é que os humanos têm mãos e pés e os outros animais têm patas. E que as patinhas do filhote de onça da ilustração são bem peludas!

Agora, há uma orelha. Será que os bebês sabem de quem é? Se possível, gesticule com as mãos e explique com palavras que a orelha serve para ouvir. Peça que reparem na ilustração: a orelha, assim como a patinha da onça, parece ser cheia de pelos. Ela também parece pontuda, apontada para cima. Onde está a orelha do bebê, será que ele sabe mostrar? É interessante indicar que ela está na lateral da nossa cabeça, enquanto a orelha do animal do livro está no alto.

A orelha é do lobo-guará! Esse, geralmente, não é um animal muito conhecido pelos bebês (nem mesmo pelas crianças maiores), por isso é importante enfatizar as suas características e habitat: é interessante fazer comparações de tamanho (ele tem entre 85 e 115 cm de comprimento, por isso, vale falar que parece um cachorro grande,

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usar objetos do ambiente em que estão para mostrar o tamanho ou mesmo as mãos, para que os bebês comecem a ter noção de tamanho); falar que ele tem pelos como o gatinho e o cachorro; que é um bichinho que mora no Brasil, assim como nós; e mora na floresta. Permita que os bebês observem bem os detalhes dele e faça comparações com os outros bichinhos já vistos. O que ele tem de semelhante e diferente da onça?

Nessa dupla de páginas, há a pergunta: “de quem é esse dentinho?”. Agora, é um momento ideal para conversar com os bebês sobre onde estão os dentinhos deles, para que eles servem e por que precisamos sempre fazer a higiene bucal. Que tal todo mundo dar um sorriso e mostrar os dentinhos? Será que eles são iguais ou diferentes dos dentinhos do animal misterioso?

Ah, são os dentinhos da capivara! Assim como o lobo-guará, a capivara não é um animal muito conhecido por parte dos bebês. É interessante permitir que eles observem bem a ilustração desse animal diferente. Ela também tem o corpo coberto de pelos, como o lobo-guará e a onça-pintada, mas a patinha dela já é bem diferente da que foi vista há alguns instantes... Permita que os bebês passem as mãozinhas nas ilustrações, direcionando o dedinho deles com informações como “aqui é a cabeça, aqui é uma pata etc.” e também explorando as diferenças entre uma ilustração e outra. Não deixe de comentar: o dentinho da capivara, na realidade, é bem grandão!

Agora, há uma parte do corpo bem diferente de todas as que vimos até agora. Se possível, mostre com gestos para quê ela serve e enfatize as características físicas apresentadas pela parte do corpo que todos estão observando: ela parece ser coberta de penas, é verde, também tem duas pequenas partes em

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vermelho... Ao apontar com o dedo para cada detalhe, os bebês perceberão melhor as diferenças mencionadas, fazendo também uma relação com as ilustrações que já foram vistas até o momento.

É a asa do papagaio! Diferente dos outros animais vistos até agora, esse é um bichinho que possui o corpo coberto por penas e é o único que voa, graças às suas asas. Enfatize para os bebês sobre como ele é colorido. Além da asa, será que eles conseguem apontar outras diferenças entre o papagaio e os outros animais já vistos? Parece que há muitas diferenças, não é mesmo? Há um bico, as patas de formato diferente... É interessante também fazer comparações com outras aves que geralmente são mais conhecidas pelos bebês, para que eles façam relações: o papagaio se parece com um passarinho, com um pintinho (ou piu-piu, utilizando onomatopeias) etc.

Agora, os bichinhos estão todos juntos! Nessa dupla de páginas, é possível observar bem todos os corpinhos dos animais: a coloração das penas e pelos, a diferença dos tamanhos entre eles, as formas... E de quem são esses bichinhos? A narrativa termina com uma pergunta em aberto, fica o suspense. A frase que se repete ao longo do livro ganha força, como se fosse um ponto de virada na narrativa “e de quem é?!”. Comente com os bebês que o livro apresenta a natureza do Brasil, país em que vivemos, e como devemos respeitá-la. Os bichinhos todos pertencem à natureza, às matas e florestas. E eles também precisam de cuidado e de proteção. Será que os bebês possuem bichinhos de estimação? Eles são parecidos com os animais apresentados no livro?

Essa seção traz informações sobre a obra e o desejo da editora de publicar livros especialmente produzidos para bebês, que desde bem pequenos já podem e devem ter contato com livros, sobretudo aqueles que são produzidos com conteúdos específicos para a sua faixa etária. Da mesma forma, essa parte também apresenta um breve paratexto

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que comenta sobre a importância de apresentar a natureza brasileira para os bebês leitores. Textos interessantes para o adulto mediador.

Esta seção traz informações sobre a autora que podem de ser compartilhadas com os bebês, caso o adulto mediador julgue adequado. É interessante que eles cresçam tendo a consciência de que um livro é resultado do trabalho de alguém,

geralmente de várias pessoas, que estudam e passam horas se dedicando à sua produção.

Nessa capa, há a ilustração da onça, em uma posição diferente, e do logo da editora. Além disso, é possível ler a reprodução de algumas perguntas presentes no livro, que chamam a atenção e apresentam o conteúdo da obra, e que acompanham a sinopse do livro.

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SUGESTÃO DE ATIVIDADES

Depois da leitura do livro, é interessante conversar com os bebês sobre as ilustrações e a história. Comente que é possível fazer algumas atividades para explorar melhor o que foi visto e estimule-os a relembrar as passagens, permitindo que os bebês folheiem o livro novamente. A brincadeira, após a leitura, estimula a concentração, faz com que eles absorvam melhor o que foi lido e também os convida a entrar no campo da imaginação:

“É na situação de brincar que as crianças se podem colocar desafios e questões além de seu comportamento diário, levantando hipóteses na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas pessoas e pela realidade com a qual interagem. Quando brincam, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua imaginação, as crianças podem construir relações reais entre elas e elaborar regras de organização e convivência. Concomitantemente a esse processo, ao reiterarem situações de sua realidade, modificam-nas de acordo com suas necessidades. Ao brincarem, as crianças vão construindo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivem uma possibilidade de modificá-la”. (WAJSKOP, 1995, p. 33)

Dançando como os bichinhos

Umas das expressões artísticas mais utilizadas na Educação Infantil é a música, a dança. Mesmo o bebê, ainda que bem pequeno, ao ouvir uma música assimila o ritmo e quer entrar na brincadeira. Por isso, a proposta para essa atividade é colocar uma música bem animada que fale de animais para que os bebês possam dançar, imitando os movimentos dos animais. Aqui, a exploração pode ser feita em uma roda – caso os bebês já sejam maiores – ou mesmo com eles sentadinhos em um espaço confortável.

Outra possibilidade muito interessante e que chama muito a atenção dos bebês é colocá-los em frente a um espelho. A percepção do próprio movimento, o seu reconhecimento e de tudo o que há ao redor a partir da imagem espelhada atrai o olhar dos bebês, que ficam encantados em se ver! Se for possível, coloque um

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espelho na sala no momento da dança. Há muitas músicas infantis disponíveis na internet e que possuem como temática os bichinhos, deixamos aqui como sugestão a música Ciranda dos Bichos, do grupo Palavra Cantada, que está disponível no link: https://w w w.you tube.com / watch?v= H9fXoZmMHK8 (acesso em 13/maio/2021).

Os filhotes e suas famílias

No livro De quem é?, há diversos animais que brincam com o leitor, mas todos eles são filhotinhos. Agora, a proposta é que os mediadores de leitura encontrem imagem desses mesmos animais na internet, mas já em tamanho adulto, para mostrar aos bebês. Se for possível imprimi-las, essas imagens podem ser espalhadas no meio da roda de leitura, para que os bebês possam relacionar os filhotes do livro com os animais em questão. Algumas perguntas podem ser feitas como “quem é o papai do lobo-guará?”, “quem é a mamãe da capivara?”, “será que esse papagaio é um tio ou uma prima do filhotinho que está no livro?”. Com essa atividade, o bebê vai sendo estimulado a criar vínculos e também imaginar relações entre eles em diferentes níveis. Após os bebês conhecerem essas imagens, outras histórias podem ser criadas a partir da leitura.

Algumas perguntas podem ser feitas como “quem é o papai do lobo-guará?”, “quem é a mamãe da capivara?”, “será que esse papagaio é um tio ou uma prima do filhotinho que está no livro?”

Animais domésticos e animais selvagens

Os bebês podem receber diferentes desenhos de animais domésticos e animais selvagens para explorar a criação artística, seja com giz de cera, tinta ou como o educador/a educadora julgar adequado. Após a atividade pintura, os desenhos dos bichinhos poderão ser separados em grupos. Sugerimos colocar dois grandes pedaços de papel ou tecido no chão (um verde, que simbolizará a floresta, e outro de outra cor, que poderá representar uma casa). O educador/ a educadora poderão direcionar a divisão dos habitats, comentando que tal bichinho pode morar na nossa casa, tal bichinho deve morar na floresta, entre outros apontamentos. Se os bebês forem maiorzinhos, eles poderão ser convidados colocar os bichinhos nos locais adequados e, após a divisão, poderão criar outras atividades. Os bebês também podem levar dois desenhos para casa, de um bichinho doméstico e de um bichinho selvagem, para mostrar aos responsáveis o que fizeram na escola. Com essa atividade, tenciona-se que

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os bebês comecem a ter noção de espaço, além de mover objetos de acordo com a atividade, estimulando a coordenação motora, a noção espacial e o aprendizado lúdico.

Movimentando o corpinho!

Que tal conhecer os sons de vários animais? Convide os bebês a esticar o braço na frente do rosto para imitar o tamanduá; se esticar e ficar na ponta dos pés, com os braços para o alto, para voarem como o papagaio; a saltar como a onça; ou até mesmo a se encolherem no chão, ficando bem enroladinhos como o tatu-bola e outros movimentos que imitem os animais que não estão no livro. Com essa atividade, é possível unir a concentração, a escuta e ampliar o conhecimento dos bebês, além, é claro, de estimular o conhecimento corporal.

Brincadeira sensorial

Essa atividade pode ser realizada com os bebês bem pequenos. Com objetos simples e de texturas diferentes, é possível mostrar diferentes sensações aos bebês, encostando os objetos em diferentes partes do corpo e relacionando-os aos animais vistos no livro. Por exemplo, podem ser utilizados objetos que simulem o pelo animal (bichinhos de pelúcia, tecido etc.); acariciar a pele do bebê com uma pena para que ele saiba a textura da pena do papagaio; rolar uma bolinha plástica fria no pezinho para que ele saiba a temperatura do focinho do animal, entre outras possibilidades. Com essa atividade, o tato do bebê será amplamente explorado, além de ser uma brincadeira de contato e muito divertida.

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LIVRO DE QUEM É?

E A BNCC – EDUCAÇÃO INFANTIL

No decorrer deste manual, foram descritos diversos conteúdos e habilidades que podem ser trabalhadas com os bebês a partir do livro De quem é?, além de propostas de atividades para o período após a leitura. Todas as sugestões foram pautadas nas habilidades constantes na Base Nacional Comum Curricular, a partir dos cinco campos de experiência. A seguir, estão listados os objetivos de aprendizagem presentes da BNCC, os quais são atendidos tanto pela leitura do livro quanto nas propostas deste Material de Apoio.

Campo de experiência

O eu, o outro e o nós

O eu, o outro e o nós

(EI01EO01) Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.

(EI01EO02) Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa. X

O eu, o outro e o nós

(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos. movimentos e seguindo orientações.

O eu, o outro e o nós

O eu, o outro e o nós

Corpo, gestos e movimentos

(EI01EO04) Comunicar necessidades, desejos e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras. X

(EI01EO05) Reconhecer seu corpo e expressar suas sensações em momentos de alimentação, higiene, brincadeira e descanso. X

(EI01CG01) Movimentar as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, necessidades e desejos. X

Corpo, gestos e movimentos

(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes. X

O
Objetivo atendido
Objetivo
X
X
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Campo de experiência Objetivo Objetivo atendido

Corpo, gestos e movimentos

Traços, sons, cores e formas

Fala, pensamento e imaginação

Fala, pensamento e imaginação

Fala, pensamento e imaginação

Fala, pensamento e imaginação

Fala, pensamento e imaginação

Fala, pensamento e imaginação

Fala, pensamento e imaginação

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

(EI01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais. X

(EI01TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias. X

(EI01EF02) Demonstrar interesse ao ouvir a leitura de poemas e a apresentação de músicas. X

(EI01EF03) Demonstrar interesse ao ouvir histórias lidas ou contadas, observando ilustrações e os movimentos de leitura do adulto-leitor (modo de segurar o portador e de virar as páginas).

X

(EI01EF04) Reconhecer elementos das ilustrações de histórias, apontando-os, a pedido do adulto-leitor. X

(EI01EF05) Imitar as variações de entonação e gestos realizados pelos adultos, ao ler histórias e ao cantar X

(EI01EF06) Comunicar-se com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão. X

(EI01EF07) Conhecer e manipular materiais impressos e audiovisuais em diferentes portadores (livro, revista, gibi, jornal, cartaz, CD, tablet etc.). X

(EI01EF09) Conhecer e manipular diferentes instrumentos e suportes de escrita. X

(EI01ET03) Explorar o ambiente pela ação e observação, manipulando, experimentando e fazendo descobertas. X

(EI01ET04) Manipular, experimentar, arrumar e explorar o espaço por meio de experiências de deslocamentos de si e dos objetos. X

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

De quem é? é um livro que estimula a leitura, a brincadeira, a descoberta de si e do outro e, principalmente, a percepção da natureza brasileira, sempre com uma linguagem acessível e agradável para o bebê leitor. Para abordar todas essas questões, a seguir apresentamos algumas referências e sugestões de leituras para os educadores e também para os mediadores de leitura que, inclusive, podem ser os familiares do bebê. Há também a sugestão de um documentário que trata da relação da infância e a natureza, seu desenvolvimento e a importância de reforçarmos seu contato com os elementos naturais que existem a seu redor, cujo link para o trailer está abaixo.

O COMEÇO DA VIDA 2: LÁ FORA. Direção: Ana Lúcia Villela. Produção: Maria Farinha Filmes. Brasil, 2020. DVD. Documentário que trata das conexões entre as crianças e a natureza, sobretudo em grandes contextos urbanos. De forma acessível, o filme traz depoimentos de educadores, pais, estudiosos do tema e das próprias crianças sobre suas experiências e convívio em espaços urbanos, mas nos quais descobrem maneiras de manter o contato com a natureza de diferentes formas. O documentário está disponível em diversas plataformas e o trailer pode ser conferido em: https: //w w w.you tube. com / watch? v=9yNv6U02W1M (acesso em 14/04/2021).

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Conta Pra Mim: Guia de Literacia Familiar. Brasília: MEC, SEALF, 2019. Um guia sobre a importância da leitura em família com sugestões práticas para que os educadores possam apresentar roteiros e sugestões de atividades a serem realizadas em casa, no âmbito familiar. A valorização de livros infantis que estimulem a construção de uma comunidade leitora na família, baseada em momentos de convívio, diálogo e interações através de situações simples como conversar, passear, cozinhar, desenhar ou, simplesmente, ler. Disponível em: http: //alfabetizacao. mec . gov.br/images /pdf/ conta-pra-mim-literacia.pdf (acesso em 14/02/2021).

Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Brasília, 2018.

A BNCC foi amplamente utilizada para a construção desse manual e é um rico material de consulta para os educadores. Para a organização do planejamento das

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atividades de leitura, é interessante consultar a BNCC para identificação de conteúdos e objetivos de aprendizagem. Disponível em: http: // basenacional comum. mec.gov.br /abase /#infantil (acesso 14/04/2021).

BAJOUR, C. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. 1ª edição. São Paulo: Pulo do Gato, 2013. Os quatro textos que compõem a obra discorrem sobre a importância da “escuta”, da “conversação literária” e do “registro” para o êxito no trabalho com a leitura literária. Chamam a atenção para a importância da formação do mediador, responsável, em grande parte, pelo sucesso ou pelo fracasso das ações promotoras da formação do leitor nas instituições escolares.

BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. “Organização do espaço e do tempo na escola infantil”. In: CRAIDY, C.; KAERCHER, G. E. (Orgs.). Educação Infantil: pra que te quero?. Porto Alegre: ArtMed, 2001. p. 67-79.

O dia a dia das creches e pré-escolas é repleto de atividades organizadas por educadores que, de uma maneira ou de outra, lidam com o espaço e o tempo a todo o momento. Como organizar tempos de brincar, de tomar banho, de se alimentar, de repousar de crianças de diferentes idades nos espaços das salas de atividades, do parque, do refeitório, do banheiro, do pátio? É tarefa dos educadores organizar o espaço e o tempo das escolas infantis, sempre levando em conta o objetivo de proporcionar o desenvolvimento dos bebês.

BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. 2ª edição. São Paulo: Editora 34, 2009.

Estes ensaios apresentam a suma do pensamento de Benjamin sobre a educação. O autor discorre sobre aspectos da vida universitária, o aprendizado da leitura, a prática do teatro, brinquedos, jogos, livros infantis e, ainda, os contrastes entre a educação burguesa e os desafios de uma pedagogia revolucionária. Um livro clássico sobre a infância, que nos ajuda a compreender melhor as crianças e a sociedade.

DEBUS, E. Festaria de brincança: a leitura literária na Educação Infantil. 1ª edição. São Paulo: Paulus, 2006.

Obra interessante para educadores da Educação Infantil, pois fala da leitura literária para bebês e crianças. O livro explana sobre o contato dos bebês e crianças pequenas com vários tipos de livros (livros tradicionais, livros-brinquedo etc) e trata da importância da leitura no ambiente escolar.

JUNQUEIRA, R (org). Ler e Ensinar: gestos de leitura na Educação Infantil. 1ª edição. Presidente Prudente: Educação Literária, 2019.

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Nesse pequeno livro é ampliada a discussão e a teorização sobre literatura, mediação de leitura e livros para bebês e crianças pequenas. Ficamos no desejo de que o livro atraia a todos os leitores, como o tema tem seduzido centenas de professores e pais por muitos anos. Também, esperamos que filhos, netos e alunos tenham oportunidade de desenvolver esses gestos embrionários de leitura, que os colocarão frente ao ato de ser leitor.

JUNQUEIRA, R (org). Literatura e Educação Infantil: Livros, imagens e práticas deleitura (1). 1ª edição. Campinas: Mercado de Letras, 2016. Devemos aproximar livros infantis de crianças bem pequenininhas? Podemos provocar ações de leitura nos bebês? Sim, sim se entendermos os espaços da Educação Infantil como um ambiente que pode e deve impulsionar a humanização através da educação literária. Assim, nessa obra o leitor conhecerá um pouco mais sobre livros infantis, imagens e práticas de leitura para a primeiríssima e a primeira infância.

KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. 1ª edição. São Paulo: Cencage, 2002.

Dirigido a pesquisadores e educadores, este livro aborda desde o significado de palavras como ‘jogo’, ‘brinquedo’ e ‘brincadeira’, passando pela discussão da importância do jogo na educação infantil, até as teorias de Piaget, Wallon, Vygotsky e Bruner sobre o assunto. A autora dá destaque aos jogos tradicionais, marginalizados em decorrência do acelerado processo de industrialização e urbanização. A atualização e a recuperação desse tipo de jogo são hoje consideradas alternativas adequadas para fortalecer os processos interativos e enriquecer a cultura infantil e vêm chamando cada vez mais a atenção de professores e pesquisadores.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6ª edição. São Paulo: Ática, 2002.

Nessa obra, Marisa Lajolo trata sobre a leitura dentro do ambiente escolar, a sua importância e consequência. Um livro interessante para educadores da Educação Infantil e também para o Ensino Fundamental, pois traz, de maneira acessível, a discussão acerca do contato com os livros e como a leitura influencia diretamente o aprendizado dos alunos.

MATALONGA, S. A transdisciplinaridade no desenho. Ilustração científica e ilustração infantil. In: Expressão múltipla II : teoria e prática do desenho : atas das conferências, Lisboa, p. 196-210, mai. 2019. Disponível em: https: //repositorio.ul.pt /bitstream /10451/40654/2/ ULFBA_ExpressaoMultiplaII_

SofiaMatalonga_p.196-210.pdf (acesso em 14/02/2021).

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A reflexão proposta pelo artigo científico surge de uma investigação teórico-prática em que a expressão pelo desenho é materializada em duas categorias distintas: a ilustração científica e a ilustração para a infância. A pesquisa tem pretensões de estabelecer relações entre o desenho na ilustração científica e o desenho na ilustração para a infância, refletindo sobre o movimento pendular entre dois universos de conhecimento: a ciência e a arte.

MCGUINNESS, Diane. Cultivando um leitor desde o berço. Editora Record, 2006. Repleto de comentários fascinantes a respeito do comportamento infantil, este livro não apenas torna mais simples a compreensão sobre os estágios de aquisição da linguagem como também orienta sobre como aumentar a interação de pais e filhos. A autora apresenta seu programa inovador que facilita o domínio da leitura e revela o quanto bebês e crianças que ainda estão aprendendo a andar e aquelas em fase pré-escolar sabem e podem expressar desde os primeiros meses de vida.

NINFAS, P. Do ventre ao colo do som a literatura – livros para bebês e crianças.

1ª edição. Rio de Janeiro: RHJ Livros, 2012.

Qual a diferença entre livros e literatura para os bebês? Essas e outras questões são discutidas nessa obra, com exemplos comentados de livros destinados aos bebês leitores. Obra recomendada aos pais, educadores, professores, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos e psicanalistas e aos cuidadores dos bebês.

REYES, Y. Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. 1ª edição.

São Paulo: Pulo do Gato, 2012.

O título já anuncia como a autora está comprometida com a linguagem, a educação, a formação de leitores e a literatura, que “embora não transforme o mundo, pode fazê-lo ao menos mais habitável, pois o fato de nos vermos em perspectiva e de olharmos para dentro contribui para que se abram novas portas para a sensibilidade e para o entendimento de nós mesmos e dos outros”. Uma obra de referência para educadores.

REYES, Y. A casa imaginária. 1ª edição. São Paulo: Global, 2010.

Resultado de 15 anos de pesquisa da autora, este livro reúne as mais recentes descobertas das ciências que valorizam as etapas iniciais do desenvolvimento infantil.

Sua missão é convencer o público tanto sobre a necessidade de se começar já a tarefa de formar leitores quanto do imenso prazer de ler com os bebês.

TUSSI, R.C. Programa Bebelendo: uma intervenção precoce de leitura. São Paulo: Global, 2009.

Recuperar a importância de conversar com a criança ainda em gestação e, após o nascimento, de cantar canções de ninar e de brincar, de recitar, de contar pequenas

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histórias são ações que irão propiciar comportamentos precoces de leitura a partir da primeira infância. Assim, a participação dos pais e adultos se faz primordial para que se crie uma nação de leitores. Uma dica de leitura para os educadores interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre a importância da formação da criança leitora.

WAJSKOP, Gisela. Brincar na Pré-Escola. 1ª edição. São Paulo: Cortez, 1995. O texto apresenta uma abordagem sócio-histórica sobre o brincar e faz um panorama sobre a evolução nas teorias e práticas pedagógicas na Educação Infantil ocidental. Como o livro Psiu também propõe a brincadeira e a imaginação a partir do livro, a obra torna-se uma boa sugestão de leitura para os educadores.

NOSSA MISSÃO

Publicar livros de qualidade que permaneçam na mente dos nossos leitores como fonte preciosa de conhecimento e de entretenimento.

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