PNLD 2022 : MANUAL DO PROFESSOR

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E O BEBÊ DINO?

ilustrado por THOMAS HARDTMANN
escrito por CELINA BODENMÜLLER e LUIZ EDUARDO ANELLI Livro do professor M aterial D igital D o P rofessor e scrito P or J essica s P illa PDLP0002020167P220203000000

Copyright © 2021

Jessica Spilla

Material Digital do Professor baseado na obra

E o bebê dino? , escrita por Celina Bodenmüller e Luiz Eduardo Anelli e ilustrada por Thomas Hardtmann. Os autores declaram anuência para a elaboração deste guia com base em sua obra.

DIREÇÃO EDITORIAL

Aloma Carvalho

ASSISTENTE EDITORIAL

Jessica Spilla

ILUSTRAÇÃO

Thomas Hardtmann

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Soma - palavra e forma

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

SPILLA, J.

E o bebê dino? - Livro do Professor / Material Digital do Professor. / Jessica Spilla. 2ª edição. São Paulo: Bamboozinho, 2021.

44 p.: il., 20,5 x 27,5 cm

ISBN 978-65-89843-08-5 CDD 028.5

1. Lit eratura infantil. 2. Afabetização. 3. Dinossauros.

4. Animais pré-históricos. 5. Desenvolvimento infantil.

6. Educação Infantil. I. Autor. II. Título.

Índice para catálogo sistemático

1. Educação infantil: narrativa curta - 028.5

2. Educação infantil: animais - 028.5

3. Educação infantil: dinossauros brasileiros - 028.5.

ISBN Livro do Aluno 978-65-89843-07-8

ISBN Livro do Professor 978-65-89843-08-5

NOSSA MISSÃO

Publicar livros de qualidade que permaneçam na mente dos nossos leitores como fonte preciosa de conhecimento e de entretenimento.

2021 - Todos os direitos reservados.

Bamboozinho é um nome fantasia da Bon Bini Editorial Ltda. Rua Dom Armando Lombardi, 777 - cj. 51

São Paulo/SP - 05616-011

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Acompanhe nossas novidades: @editorabamboozinho

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CARA PROFESSORA, CARO PROFESSOR,

Obrigada pela oportunidade de apresentar E o bebê dino? a você!

Nós, da editora Bamboozinho, sempre tivemos o cuidado em publicar livros para a primeira infância que trouxessem a valorização da nossa produção nacional. Acreditamos que as obras voltadas para as crianças, ainda que aparentemente simples, devem trazer conteúdos que aproximem as crianças leitoras do universo dos livros e da literatura, sempre através de textos originais e divertidos e ilustrações vibrantes. Outra característica muito presente em nossos títulos é a admiração e valorização da cultura, fauna e flora brasileiras. Com o livro E o bebê dino? não é diferente. A obra traz uma divertida comparação entre a rotina e crescimento de um bebê humano e um filhote de dinossauro, animal que faz parte do imaginário infantil, e com uma surpresa: estamos falando de dinossauros brasileiros!

Neste Material Digital de Apoio, traremos informações mais aprofundadas sobre o livro e todo conteúdo que ele traz, como rotina, crescimento e desenvolvimento e, também, algumas sugestões para que o momento de leitura seja muito especial, além de propostas de atividades dentro do ambiente escolar e em casa com a família.

Esperamos que você goste do livro e deste complemento digital. Seguimos juntos pela construção de uma educação de qualidade e pela formação de leitores conscientes. Que estejamos sempre nesse movimento: espalhando livros e leitura, formando leitores!

Jessica Spilla
SUMÁRIO SOBRE A OBRA 5 A história por detrás da história 7 Qual é mesmo a histór ia? 8 Quem? Quando? Onde? 9 Virando a página 9 Sobre os autores 11 A FORMAÇÃO DO LEITOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA 12 Os livros para a primeira infância 12 A leitura para crianças pequenas 14 O livro E o bebê dino? e o desenvolvimento da criança 16 A rotina da criança como temática do texto literário 18 Os dino ssauros como tema para a infância 20 O que as crianças podem aprender ao ler esse livro? 23 A LEITURA DO LIVRO 24 Antes da leitura 24 Durante a leitura 25 Depois da leitura 26 O livro, página a página 28 SUGESTÃO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES 34 Uma coleção de dinossauros (ou de outros bichinhos) 34 Cr iando memórias (uma exposição de quando “éramos todos bebês”) 35 Fazendo arte, deixando marcas 35 Uma festa de dinossauros! 36 O livro dos bichos 37 Pergunte ao paleontólogo 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

PÚBLICO-ALVO, CATEGORIA E TEMÁTICAS

Título: E o bebê dino?

Autores: Luiz Eduardo Anelli e Celina Bodmüller (texto) e Thomas Hardtmann (ilustração).

Categoria: Pré-escola – crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses.

Especificação de uso: Manuseio dos estudantes (crianças pequenas).

Temas: 1. Cotidiano, relacionamento pessoal e desenvolvimento de sentimentos de crianças nas escolas, nas famílias e nas comunidades (urbanas e rurais); 2. Mundo natural, meio ambiente, plantas, Biologia e Ciências.

Gênero literário: Narrativo – história curta, texto com repetições.

E o bebê dino? é um livro feito especialmente para as crianças e que, pela primeira vez, apresenta os dinossauros brasileiros. A obra aborda temas do dia a dia da primeira infância: o nascimento, a alimentação, o desenvolvimento da fala, o abrigo, o sono, a vida em grupo, as aprendizagens e surpreende os leitores porque os convida a refletir sobre a vida das crianças do ponto de vista de outro animal muito especial, que encanta a crianças e adultos: o dinossauro.

O livro infantil pode e deve trazer um conteúdo especial

para os leitores e que favoreça a descoberta de si e da natureza. O livro para criança também pode ser, por que não, interessante para os adultos – incentivando a leitura em família de forma a instigar também a sua curiosidade e o seu desejo de ler. Assim é esse livro: uma narrativa para crianças que encanta a leitores de todas as idades pela sua narrativa textual, pelas ilustrações que apresenta e também pelas temáticas que aborda. Um livro que convida a família a também se envolver com a leitura e a descobrir um pouco mais sobre o fascinante mundo dos dinossauros

SOBRE A OBRA
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– além, é claro, do universo dos livros e da leitura para a criança. Por que dinossauros? Já reparou como muitas crianças não só sabem de cor os nomes complicados animais pré-históricos – Guaibassauro, Oxalaia, Saturnária – como também conhecem seus hábitos alimentares e estão por dentro das novas descobertas de fósseis? Os psicólogos chamam isso de “interesse intenso”, um processo que se inicia por volta dos três ou quatro anos de idade e que, quando estimulado, prossegue nos anos subsequentes do desenvolvimento da criança. Essa paixão por dinossauros

pode ajudar a criança a desenvolver a sua capacidade de processar informações e os sentimentos de curiosidade, persistência e autoconfiança. Muitas vezes elas sabem tanto sobre eles – se são carnívoros ou herbívoros, por exemplo – que têm a sensação de estar em um “mundo adulto”. Esses são os primeiros momentos em que começam a perceber a sua autonomia e autoridade, e essa é uma sensação muito poderosa. Além disso, o amor pelos dinossauros é também um amor à natureza em si: é por que conhecemos que aprendemos a valorizar e respeitar.

AQUI TEM NATUREZA

E o bebê dino? traz o selo Aqui tem Natureza, indicando que a obra valoriza a integração da criança com a natureza através de uma narrativa que revela o orgulho e sentimento de pertencimento à natureza. Criado no contexto da campanha mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/ ONU) pela transformação das condições da infância, esse selo tem a função de apresentar às crianças e aos adultos livros que trazem as riquezas naturais do planeta do passado e do presente. Também tenciona conscientizar ainda mais o leitor para a necessidade de proteger a cada bichinho que aqui vive e o seu habitat: as praças, bosques, matas e florestas do mundo todo. A (re)conexão das crianças com a natureza é uma forma de ajudá-las a perceber que fazem parte de algo maior e a crescer com o sentimento de respeito e cuidado em relação ao ambiente!

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E o bebê dino? é um li vro concebido para o manuseio das crianças pequenas e que apresenta ilustrações vivas, atrativas e adequadas à faixa etária. Os personagens são retratados de forma clara, sem margem a ambiguidades, e elaborados a partir das características reais dos dinossauros, um recurso para instigar a imaginação das crianças. Elas terão facilidade em identificá-los, reconhecendo os principais elementos que lhes conferem identidade. Os objetos e cenários foram elaborados a partir de cores fortes e com contrastes bem delineados. A presença do fundo branco permite destacar ainda mais a energia e a vivacidade das ilustrações, nas quais o tom de azul predomina como cor base e os tons de marrom e verde rementem à natureza. As ilustrações estão altamente correlacionadas ao texto e ainda apresentam, de forma coerente e consistente ao texto, informações adicionais, conferindo ainda mais graça à narrativa textual.

O texto possui uma estrutura que se repete e é constituído de frases simples e previsíveis, embora ricas e diversas do ponto de vista linguístico. O vocabulário empregado é familiar à faixa etária e está apresentado em contextos que auxiliam na construção de significados pelas crianças. Um texto que elas facilmente se apropriarão e farão uso, espontaneamente, para “ler” o livro mesmo que ainda não saibam ler convencionalmente. Ao longo da leitura do livro e a partir da proposta de trabalho descrita neste guia, as crianças também serão estimuladas a se apropriar desse vocabulário em situações de conversação, ampliando suas capacidades comunicativas. Quando a criança é pequena, o seu desenvolvimento leitor depende do leitor mediador, que lhe apresentará não apenas o texto através da sua leitura em voz alta, mas também lhe servirá como modelo, mostrando-lhes os gestos da leitura e compartilhando com ela importantes estratégias de leitura.

A história por detrás da história

A temática “dinossauros” é clássica dentre as publicações voltadas para o público infantil. Livros com dinossauros são marcantes na literatura para bebês e também nos livros para os maiorzinhos. Entretanto, no Brasil, essa tradição sempre privilegiou livros de autores e ilustradores estrangeiros que, quando não adotam uma estética genérica de um dinossauro meramente ficcional, abordam espécies de dinossauros que existiram em seus países de origem, notadamente relacionados ao imaginário norte-americano da pré-história. Por isso, publicar um livro com dinossauros brasileiros para crianças pequenas sempre foi um sonho para a Editora

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Bamboozinho. Quando Luiz Eduardo Anelli e Celina Bodenmüller apresentaram a ideia do livro, logo veio a proposta: publicar um livro sobre os dinos brasileiros que explorasse também o desenvolvimento da criança. De forma poética, E o bebê dino? é um livro que resgata o desenvolvimento do bebê e aproxima a criança pequena dos dinossauros. E no final, a emoção de descobrir que os dinos são como os humanos: animais que fazem parte da natureza e que precisam do apoio para crescer e se desenvolver. Quando a criança entra em contato com um livro que tem um personagem com o qual pode se identificar, com cenários em que pode reconhecer um espaço, uma brincadeira, uma forma ou um sentimento, a leitura pode causar uma sensação de pertencimento ainda maior. Essa é a proposta do livro E o bebê dino?, que traz um bebê que está se descobrindo, assim como aos outros e o mundo ao seu redor. As ilustrações registram a rotina desse protagonista em situações muito conhecidas pelos leitores, como momentos de brincadeira, a hora do banho e da alimentação.

Quando a criança entra em contato com um livro que tem um personagem com o qual pode se identifIcar, com cenários em que pode reconhecer um espaço, uma brincadeira, uma forma ou um sentimento, a leitura pode causar uma sensação de pertencimento ainda maior.

Mais do que isso, elas também refletem o crescimento e desenvolvimento natural do ser humano, sempre comparando cada um desses momentos ao desenvolvimento de outro bebê: um filhote de dinossauro. O texto, quando lido em voz alta, apresenta uma sonoridade interessante que igualmente prende a atenção do leitor: sempre há uma informação afirmativa sobre o desenvolvimento e a rotina do bebê, acompanhada de uma pergunta que se repete em todas as páginas: “e o bebê dino?”. Esse texto repetitivo pode proporcionar uma identificação por parte da criança leitora, que estará atenta à resposta e poderá fazer três comparações com as informações que recebe ao longo do livro: com o bebê protagonista, com o filhote de dinossauro e com o seu próprio desenvolvimento e a sua própria rotina, embarcando em um jogo interpretativo que favorece a percepção de si e do outro, além da descoberta da natureza.

Qual é mesmo a história?

Um narrador curioso levanta os fatos da vida de um bebê humano: como ele nasceu, onde ele dorme, o que ele come... Mas também se indaga a respeito da vida de um bebê dinossauro. Será que esse bebê dino é muito diferente dos bebês humanos? Para a surpresa dos leitores, parece que a infância desses antigos animais

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não era muito diferente. Nesta obra, imaginação e ciência se mesclam para compor uma narrativa poética acerca das infâncias de dois animais muito diversos no tempo e no espaço, revelando que, afinal, os dinossauros nascem, crescem e se desenvolvem de forma muito parecida com os humanos.

Quem? Quando? Onde?

Há três personagens nessa história: o bebê humano, o bebê dino e o narrador, que assume uma posição de destaque na medida em que, a cada dupla de páginas, apresenta a questão que é o elemento conectivo da narrativa: “ e o bebê dino?”.

O bebê humano: quem é ele, personagem ou leitor? Enquanto personagem, o bebê da história é um bebê menino que provavelmente tem entre 10 e 15 meses. Onde ele está? Em casa, junto à família – essa é uma das interpretações possíveis. E quando essa história se passa? No presente, mas também em qualquer tempo que a imaginação das crianças fantasie. Mas esse bebê também pode ser confundido com o próprio leitor: em um jogo de transferência, meninos e meninas podem se identificar com o protagonista e projetar o seu próprio “eu” no personagem, em um processo de identificação fundamental para a construção da própria identidade durante a primeira infância. O outro personagem é o bebê dino. As ilustrações do livro mostram que o bebê

dino não é sempre o mesmo: ele muda de uma página para outra, revelando diferentes espécies de dinossauros e assumindo uma multiplicidade de personagens. Quem são eles? Onde eles estão? Quando eles viveram? Essas questões estimulam a interpretação lúdica da criança, despertando a sua fantasia a respeito dos dinossauros. Mas ela ainda poderá interpretá-lo de forma surpreendente: atribuindo uma única identidade a esse personagem. Aqui, é o lado afetivo da criança que dominará a sua interpretação, seguindo as características emocionais e cognitivas dessa fase do seu desenvolvimento. Ah, mas não estranhe... Alguma criança, após a leitura do livro, poderá sair grunhindo como um dinossauro, identificando-se ela também com esse personagem!

Virando a página

A estrutura do livro foi planejada de modo que o próprio projeto gráfico fornecesse pistas que favorecessem a construção inicial de importantes procedimentos de leitura, como a antecipação e a localização – além das múltiplas inferências e extrapolações que podem ser elaboradas a partir da leitura da obra.

O leitor sempre encontrará na página par, a página da esquerda, o texto que se refere ao personagem humano da narrativa. Na página ímpar, da direita, o texto que trata do personagem dinossauro. No livro para

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infância, é sempre importante apresentar marcas gráficas ou estruturais que favoreçam a apropriação não apenas dos gestos da leitura como também do seu conteúdo escrito. Para o leitor que ainda não domina o sistema de escrita plenamente, essas referências são um apoio fundamental para que ganhe confiança e autonomia para “ler” mesmo quando ainda não sabe ler convencionalmente, estreitando seus vínculos com o objeto livro e com o ato de ler.

A narrativa textual, toda ela registrada em letra bastão para garantir uma padronização do desenho das letras do alfabeto, recebeu uma tipologia fina e delicada que é coerente com a opção gráfica das ilustrações: o traço linha delineia as representações dos personagens e os elementos dos cenários. Texto e imagem estão claramente dispostos em um fundo claro no qual cada qual ganha o seu espaço, tornando ainda mais evidente para a criança o que é escrita e o que é desenho.

O recurso linguístico se repete ao final do texto da página par: “e o bebê dino?”.

O mesmo acontece com a página ímpar: é sempre a mesma frase que introduz a sequência da narrativa: “o bebê dino...”. Essa repetição não é algo aleatório: sabemos que os elementos repetitivos em uma narrativa para a primeira infância servem como elementos conectivos entre as várias partes do texto, além de permitirem também uma apropriação oral (e por que não da escrita também) do texto. Servem como apoio para o avanço da leitura e conferem ainda uma maior graça à leitura.

A repetição não é algo aleatório: sabemos que os elementos repetitivos em uma narrativa para a primeira infância servem como elementos conectivos entre as várias partes do texto, além de permitirem também uma apropriação oral do texto.

As ilustrações foram feitas a partir de dados reais dos dinossauros: a forma dos corpos (cabeça, tronco, membros, garras, dentes), a textura da pele, as cores e até mesmo o cenário têm correspondência aos estudos paleontológicos sobre o assunto. Claro, por ser um livro ficcional, detalhes como o brilho nos olhos e o rosto sorridente foram introduzidos para despertar ainda maior empatia com os leitores, desmistificando a ideia de que os dinossauros eram “maus” ou “bravos” – atribuições equivocadas da indústria de entretenimento.

Ao final, o nome de cada dinossauro é apresentado, apenas como título de curiosidade, e ilustrações divertidas mostram o tamanho real dos dinos mostrados no livro, sempre comparado com crianças e adultos para que se possa ter uma ideia do quão grandes (ou pequenos) eles eram.

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DESTAQUE

O texto apresenta uma frase que se repete ao longo da narrativa que certamente encantará as crianças: “e o bebê dino?”. Como um bordão, ela poderá receber um destaque especial do leitor adulto durante a leitura em voz alta, permitindo que as crianças se apropriem dela tanto do ponto de vista literário (um texto escrito a ser reproduzido oralmente), como também do ponto de vista lúdico. Essa apropriação textual favorecerá uma multiplicidade de interpretações do texto e de correlações entre o ele e o dia a dia da criança. Afinal, será que o bebê dino também escova os dentes? Gosta de brincar de esconde-esconde? E de se aninhar no colo dos pais? Essa pergunta vai levar a criançada bem longe!

Sobre os autores

Celina Bodenmüller é escritora de livros infantis e juvenis de ficção e não-ficção, radialista e brinquedista. Apresenta o programa “Era uma vez” na rádio e TV Mega Brasil Online e escreve no Blog Dinossauros do jornal O Estado de São Paulo. Foi a livreira fundadora da Livraria PanaPaná, especializada em literatura para a infância e brinquedos criativos. Foi jurada da Revista Crescer para a escolha dos 30 melhores livros infantis do ano. Já teve livro de sua autoria como representante brasileiro na Feira do Livro de Bolonha na Itália e outros foram adotados em escolas norte-americanas, onde a língua portuguesa é estudada como segundo idioma e como língua de herança. Foi vencedora do IV Prêmio AEILIJ de Literatura em 2021 na categoria Adaptação ou Reconto.

Luis Eduardo Anelli é paleontólogo e professor no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. Vencedor do prêmio Jabuti em 2018 na categoria infantojuvenil, é autor de diversos livros para adultos e crianças sobre dinossauros brasileiros.

Thomas Hardtmann é alemão de nascimento e brasileiro de coração. É ilustrador, designer gráfico e diretor de arte. Quando mudou-se com a família para o Brasil, conheceu a Celina e o Luiz e as portas se abriram para uma grande paixão da sua infância: os dinossauros.

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A FORMAÇÃO DO LEITOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA

A primeira infância, que compreende os primeiros seis anos da criança, é uma fase de descobertas infinitas, em que o cérebro cria milhares de conexões por segundo e se desenvolve como em nenhuma outra fase da vida. É o período inicial de identificação e pertencimento, de autoconhecimento, do conhecimento do outro e do mundo que o cerca. Aqui, as descobertas são ainda mais intensas, a criança passa de um período extremamente dependente do outro para os seus primeiros atos de autonomia, como falar, ir ao banheiro, dormir sozinha, aprender e, sobretudo, ter maior consciência de si e do outro. E sobre os livros e a literatura para essa faixa etária, como tudo isso se reflete?

Os livros para a primeira infância

No mercado editorial, há uma variedade de livros para crianças pequenas, nomenclatura usada na Base Nacional Comum Curricular para classificar as crianças com idade de 4 a 5 anos. Dentro desse grupo, estão diversos livros-brinquedo, livros com suporte cartonado, de pano, de banho e com outras características específicas. Todos esses objetos são interessantes do ponto de vista lúdico e sensorial; contudo, os livros tradicionais, com capa e folhas de papel, também devem ser oferecidos às crianças desde a mais tenra idade, para que elas conheçam o objeto livro tal como ele se apresenta socialmente e se familiarize com ele, sem que haja a confusão de que tal objeto é um brinquedo (ainda que, entre outras características, o livro também é feito para divertir, e essa é uma de suas características principais).

Para melhor compreender a importância do contato da criança pequena com um livro de papel, é possível fazer um paralelo com a alimentação. Ninguém duvida da importância de deixar a criança, desde bebê, pegar a comida com as próprias mãos: trata-se de um estímulo para o desenvolvimento da autonomia e também do paladar. O bebê fica com o rosto todo sujo e as mãos enlambuzadas; suas roupas manchadas; a cadeira, a mesa, o chão... Tudo em volta parece ficar cheio de pedacinhos de comida. E a reação das pessoas?

Pura alegria!

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quando se trata de deixar uma criança pequena pegar um livro de papel com as próprias mãos, muita gente ainda hesita. E se rasgar uma página? Cortar a mão? Comer o papel? Amassar o livro?

Mas, quando se trata de deixar uma criança pequena pegar um livro de papel com as próprias mãos, muita gente ainda hesita. E se rasgar uma página? Cortar a mão? Comer o papel? Amassar o livro? Pois é, embora os livros sejam o alimento da alma, ainda existem aqueles que acreditam que livros e crianças pequenas não combinam. Afinal, elas nem conseguem ler o que está escrito, não é mesmo?! Não, não é. No processo de literacia, é fundamental que as crianças pequenas sejam expostas a livros de papel, com todas as suas características reais. Livros de plástico, de pano e até livros brinquedos podem fazer parte da biblioteca da criança. Mas é com o livro de papel que a criança terá as melhores oportunidades para perceber-se como um leitor ativo inserido em uma comunidade leitora. Ao estimular o contato frequente com um objeto social real, tal como ele existe concretamente no dia a dia, a criança aprenderá, gradualmente, a manipulá-lo com segurança, reconhecendo desde o início os cuidados necessários para a sua conservação. Mas o suporte do livro para a primeira infância não deve ser o único ponto a ser levado em conta: a ilustração e o texto, somados ao suporte, formam a tríade perfeita para um livro de qualidade. As cores, as formas representadas e as imagens que complementam o texto chamam a atenção das crianças pequenas que veem o adulto mediador segurando o livro, ou quando já possuem a independência de folhear os livros por si sós. Da mesma forma o texto, quando lido em voz alta, convida às crianças a entrarem no universo apresentado pela história, auxilia na construção do vocabulário, estimula a capacidade de concentração e, mais importante do que tudo isso, diverte e forma futuros leitores, contemplando o conceito de literacia.

Inserir a leitura na rotina da criança, independentemente da idade, é um fator preponderante para que elas aprendam a reconhecer o valor da leitura e para que as crianças tenham a consciência de que esse é também um momento de diversão, mas também de aprendizado e até de reconhecimento. Por isso, é importante que sejam lidos livros de diversas temáticas, com características diferentes e que podem ora se focar em um objeto, ora na rotina, ora em um lugar, ora em uma pessoa ou um animal... as possibilidades são muitas. Com o passar do tempo, as crianças perceberão qual tipo de história e de temas preferem e passarão a eleger seus livros favoritos a partir de seus gostos pessoais.

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LÊ DE NOVO?!

Durante a primeira infância, as crianças gostam da repetição. Para elas, repetir um mesmo passeio, comer uma mesma comida, ouvir várias vezes uma mesma história e ler e reler o mesmo livro é uma estratégia de aprendizagem emocional e cognitiva. Por isso, é muito importante reler o mesmo livro várias vezes. As crianças sempre poderão fazer uma interpretação diferente do que foi lido, observar um novo detalhe na ilustração e se sentir mais segura ao saber que já conhece o texto. Esses são pontos que podem estimular a concentração das crianças e fazer toda a diferença em suas vidas como leitores.

A leitura para crianças pequenas

A leitura para crianças pequenas é necessariamente uma leitura em voz alta realizada por um leitor mais experiente. A leitura não apenas traduz oralmente aquilo que está escrito no livro ou representado em suas imagens, mas o mediador também se torna um modelo de leitor. Os gestos ao segurar o livro e ao virar as páginas; a direção do olhar pelo livro; a entonação da voz... Tudo isso serve como pista para a criança que observa o mediador (ora de forma mais atenta, ora de forma mais dispersa, mas sempre observando) e, logo, se sente estimulada a imitá-lo. A criança que participa de situações de leitura quando, diante de um livro, começa a mexer os lábios como se estivesse ela também lendo em voz alta; percebe que é preciso olhar para as páginas do livro; aprende a apontar com o dedinho para algum conteúdo específico.

A leitura para a criança pequena deve ser sempre uma situação de cuidado e afeto, proporcionando um intenso momento de convívio entre as crianças e o(a) educador(a) e entre elas e seus familiares. A seguir, há algumas dicas que podem ajudar a colocar em prática procedimentos que estimulam o desenvolvimento da comunicação oral e o conhecimento linguístico das crianças pequenas de uma forma geral:

1. Explorar o livro antes de ler.

É importante que o adulto mediador conheça o livro antes de ler para que possa estar inteirado de seu conteúdo e melhor explorá-lo durante a leitura.

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2. Preparar a leitura.

A leitura se torna mais estimulante para a criança pequena se o livro render conversas, muitas conversas. Tecnicamente, essas conversas são situações de interpretação do texto (e da ilustração) e o adulto servirá como um modelo para os jovens leitores. O ideal é ler o livro para planejar aquilo que será comentado sobre cada página. Os comentários podem ser sobre o texto ou sobre as ilustrações. Recorrer a eventos vivenciados pela criança, fatos da rotina, outras histórias, livros e até mesmo às suas memórias de infância é sempre interessante, “caldo” para uma boa conversa.

3. Desenvolver um estilo próprio.

Criar um estilo próprio para ler em voz alta. Não existem regras. Algumas pessoas preferem uma leitura mais teatral. Outras preferem ler com a voz séria e baixa. Algumas pessoas preferem ler e contar; outras apenas ler. Mas jamais deixe de efetivamente ler o livro. Muitos adultos acabam apenas contando a história, o que não é interessante para a formação do leitor. Ler é sempre essencial.

4. Variar a posição do livro durante a leitura.

A criança pode estar ao lado do adulto, os dois observando o livro do mesmo ângulo. O adulto pode ler de frente para a criança, com o livro aberto voltado para ela. Assim, ela não apenas enxergará o livro como também poderá visualizar as expressões do rosto do adulto durante a leitura. A leitura pode acontecer ainda em lugares abertos ou fechados. Essa variação é muito importante, pois permite que a criança pequena tenha diferentes interações com o objeto livro. Em determinados momentos também é interessante deixá-la manipular o livro livremente, mesmo ele sendo de papel. Assim ela atuará plenamente como leitora, folheando o livro e atribuindo sentidos ao texto e às ilustrações de forma espontânea.

5. Ler e reler o mesmo livro.

As crianças pequenas adoram quando os adultos repetem a leitura de um mesmo livro. Maiorzinhas um pouco, essa diversão acaba virando uma necessidade e elas chegam a pedir para repetir eternamente as histórias, os livros, os filmes, as canções. Esta repetição é fundamental para o seu desenvolvimento. Permite que elas lembrem, relacionem e compreendam cada vez mais e melhor um mesmo fato ou sentimento.

6. Criar uma rotina de leitura e relativizar as expectativas.

Criar uma rotina agradável e prazerosa de leitura para as crianças pequenas, de preferência envolvendo mais de um adulto. Na instituição escolar, esse adulto será,

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sobretudo, o(a) educador(a) que cuida delas; em casa serão seus familiares. É importante determinar um horário fixo na rotina para a leitura no qual as crianças já estejam alimentadas e com suas necessidades de sono já resolvidas. Assim, elas se sentirão mais confortáveis para aderir a alguns procedimentos que, pouco a pouco, devem aprender: como escutar, esperar a sua vez para

falar, olhar o livro. A atenção, principalmente quando a criança é recém ingressa na escola, porém, pode ser fragmentada e de curta duração. Mesmo que ela pareça desinteressada ou muito agitada, é possível prosseguir com a leitura, pois de alguma forma ela estará prestando atenção – salvo, é claro, naquelas ocasiões nas quais ela manifestar claro descontentamento com a situação.

A LEITURA EM FAMÍLIA

As indicações feitas aqui podem ser sugeridas aos familiares. A leitura fora do contexto da escola é similar àquela realizada na escola: o adulto leitor precisa estar preparado, o local e a hora da leitura devem estar previamente planejados. Como o livro E o bebê dino? aborda uma temática do cotidiano das famílias, a sua leitura será carregada de significados para todos, facilitando a formação de uma comunidade de leitores também em casa.

O livro E o bebê dino? e o desenvolvimento da criança

O livro E o bebê dino? traz uma narrativa divertida que agrada a criança e o adulto leitor, tanto pelo texto quanto pelas imagens. A proposta dessa obra é apresentar um conteúdo de qualidade que estimule uma leitura prazerosa em família e na escola.

O livro retrata um dia na vida de um bebê que convive com pessoas da família e amigos, que brinca à vontade, que participa de um espaço coletivo, que explora o lugar e tudo o que ele oferece, que se expressa em falas e gestos e que, principalmente, conhece a si mesmo. Com isso, a narrativa contempla todos os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos para a Educação Infantil na

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Base Nacional Comum Curricular. Da mesma forma, o documento apresenta cinco campos de experiência, que trazem as situações e experiências da vida cotidiana, e essas definições também estão presentes no livro:

P O eu, o outro e o nós

O autoconhecimento é o mote desse livro. O protagonista é um bebê que está descobrindo o seu próprio crescimento e desenvolvimento a partir de comparações com outro bebê muito especial: o filhote de dinossauro. Com isso, a criança passa a descobrir mais de si mesma, do outro e de todas as pessoas que estão ao seu redor, além de também poder conhecer mais os outros animais.

P Corpo, gestos e movimentos

A ilustração do livro auxilia muito na percepção dessas experiências que o bebê tem. É possível observá-lo engatinhando no chão, deitado, brincando com brinquedos e na hora do banho, segurando a mamadeira. A partir dessas ilustrações, os mediadores de leitura podem também explorar melhor os movimentos das crianças que conhecerão o livro, mostrando os seus potenciais.

P Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

A narrativa mostra linearmente a vida do bebê desde o seu nascimento. Através do crescimento do bebê protagonista, assim como do bebê dinossauro, há a passagem do tempo

pelas etapas do seu desenvolvimento. Também é possível, a partir da leitura, falar de espaço, já que o bebê humano e o bebê dinossauro possuem habitats diferentes, e também de quantidades, já que são retratados um bebê humano e vários dinossauros ao longo do livro. O tempo longínquo da pré-história também pode ser mencionado, mas sem a preocupação de que as crianças venham a compreendê-lo. Em uma primeira aproximação a esse tempo histórico, elas poderão ser apresentadas a frases e expressões como “há muito tempo”, “no passado”, “na época dos dinossauros”, “naquele tempo” – sempre lembrando que essa será uma aproximação inicial, sem pretensões de que venham a compreender conceitualmente.

P Escuta, fala, pensamento e imaginação

A figura do dinossauro, por si só, já é comumente parte do imaginário infantil. Sendo um livro que fala da comparação entre a vida e crescimento humano e dos dinossauros, a obra mostra de modo lúdico o desenvolvimento do bebê e convida a criança a falar mais de sua rotina, do que sente e já reconhece como característico da sua família e, é claro, da sua escola.

P Traços, sons, cores e formas

E o bebê dino? é um livro ricamente ilustrado e colorido, que propõe despertar os sentidos das crianças, ao imaginar os sons do bebê e dos animais. Nas imagens, há objetos simples e que

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fazem parte do cotidiano das crianças, que abrem margem para conversas sobre cores e formas e atividades lúdicas, tanto em casa com a família quanto no ambiente escolar.

Todos os pontos presentes na Base Nacional Comum Curricular exploram questões importantes para o desenvolvimento das crianças e, por isso, são também abordadas no decorrer do livro E o bebê dino?, que tenciona abranger de maneira completa muitas possibilidades de trabalho e interação com elas.

A rotina da criança como temática do texto literário

Estudos apontam para a importância da rotina no dia a dia das crianças, sobretudo na primeira infância. Saber que há a hora de se alimentar, de descansar, de tomar banho e fazer a higiene bucal e também, é claro, de ler, brincar e aprender ajuda as crianças a terem mais consciência do tempo, do espaço em que habita e de suas atividades individuais e coletivas, colocando-as como protagonistas no aprendizado e de seu próprio desenvolvimento. A rotina deve ser respeitada em casa e no ambiente escolar, oferecendo tempo e liberdade para que as crianças tornem-se cada vez mais independentes e autônomas. Como citam Barbosa e Horn no artigo “Organização do tempo e espaço na Educação Infantil”:

“A ideia central é que as atividades planejadas diariamente devem contar com a participação ativa das crianças, garantindo às mesmas a construção das noções de tempo e de espaço, possibilitando-lhes a compreensão do modo como as situações sociais são organizadas e, sobretudo, permitindo ricas e variadas interações sociais”. (BARBOSA; HORN, 1998, p. 67-69)

Essa percepção da rotina pode ser estimulada também pela leitura de E o bebê dino?, uma percepção que será estimulada de modo lúdico, divertido e acessível através de um texto literário. No decorrer da narrativa, o leitor pode acompanhar a gestação do bebê na barriga da mãe, a sua hora do descanso no berço, o momento da brincadeira, do leite na mamadeira, do banho – entre outras. A partir dessas cenas, a criança observa o crescimento e desenvolvimento gradual do bebê protagonista, a passagem de tempo, a exploração de seus sentidos, dos espaços e suas necessidades, sempre comparando a rotina do bebê humano – com verossimilhança – com o filhote de dinossauro, o que confere a diversão do livro e também permite a entrada ao campo da imaginação, através da leitura e brincadeira.

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“É na situação de brincar que as crianças se podem colocar desaFIos e questões além de seu comportamento diário, levantando hipóteses na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas pessoas e pela realidade com a qual interagem. Quando brincam, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua imaginação, as crianças podem construir relações reais entre elas e elaborar regras de organização e convivência. Concomitantemente a esse processo, ao reiterarem situações de sua realidade, modiFIcam-nas de acordo com suas necessidades. Ao brincarem, as crianças vão construindo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivem uma possibilidade de modiFIcá-la”. (WAJSKOP, 1995, p. 33)

A consciência do tempo e das tarefas cotidianas também é algo importante a ser observado na rotina da criança, que é amplamente abordado durante a leitura do livro E o bebê dino?:

“Para dispor de tais atividades no tempo é fundamental organizá-las tendo presentes as necessidades biológicas das crianças como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene, e à sua faixa etária; as necessidades psicológicas que se referem às diferenças individuais como, por exemplo, o tempo e o ritmo que cada uma necessita para realizar as tarefas propostas; as necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida, como as comemorações signifIcativas para a comunidade onde se insere a escola e também as formas de organização institucional da escola infantil”. (BARBOSA, HORN, 2001, p. 68).

Mas esse não é apenas um livro divertido. Em cada dupla de páginas, há uma espécie diferente de dinossauro brasileiro – cujas informações como nome científico, local onde foi encontrado, datação e alimentação constam no paratexto ao final do livro –, que mostra como é o crescimento e o desenvolvimento do dinossauro, o que brinca com o imaginário infantil e mesmo do adulto mediador. Ainda que os dinossauros estejam extintos há milhares de anos, é possível fazer outro comparativo através da história: a vida do dinossauro com a de outros animais. O conhecimento sobre como outras espécies vivem e do que necessitam pode agregar não só um maior conhecimento para as crianças, mas também o respeito, a admiração e o cuidado com toda a fauna. Além disso, através do livro, as crianças podem perceber que existem rotinas diferentes das que estão acostumadas, seja dos outros animais, seja de outros seres humanos, o que proporciona uma reflexão por parte dos leitores sobre o que fazem e como vivem, estimulando o autoconhecimento percepção do seu próprio desenvolvimento. Qual criança não se orgulha em dizer que

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não precisa mais da fralda, da chupeta ou da mamadeira? É esse orgulho que E o bebê dino? pretende estimular. Afinal, o bebê do livro e bebê dino estão crescendo, assim como as crianças leitoras.

Os dinossauros como tema para a infância

Psicólogos e neurologistas estudiosos do desenvolvimento in fantil sabem que entre os dois e seis anos de idade a criança pode manifestar um interesse intenso sobre um determinado assunto. Esse interesse manifesta-se através de uma curiosidade crescente em conhecer, classificar, colecionar e relacionar o máximo possível de informações sobre o tema que a atrai. Dentre as temáticas preferidas, estão os animais, com destaque especial para os dinossauros. A pré-história atrai a criança (e muitos adultos também) por ainda estar envolta em mistérios e sempre trazer muitas novidades para quem se aventura em conhecê-la. Um mundo de animais e plantas grandiosos e plenos de energia e força – o que estimula ainda mais a curiosidade de meninos e meninas.

O despertar do “interesse intenso” na criança pode favorecer o desenvolvimento de importantes habilidades cognitivas e linguísticas. A capacidade de observar, relacionar, comparar e inferir também ficam favorecidas quando a criança explora intensamente uma mesma temática.

Na proposta de exploração didática do livro E o bebê dino?, essas possibilidades que o tema favorece são associadas a um trabalho lúdico e artístico, para que também as habilidades de movimentar-se, imaginar e criar sejam estimuladas. O fato de o livro apresentar espécies de dinossauros que fizeram parte da pré-história brasileira agrega um valor cultural à leitura do livro, mostrando à criança e suas famílias o trabalho de pesquisa da paleontologia brasileira e a importância da nossa fauna e flora.

Para que o/a educador/educadora possa ter mais subsídios para o trabalho com esse livro, apresentamos na sequência algumas informações complementares relacionadas ao desenvolvimento dos bebês dinossauros e ao seu modo de vida. As conversas com as crianças e seus familiares se tornarão ainda mais ricas e a troca de experiências e informações ainda mais intensas.

P Como os dinos bebês nasciam?

Todos os animais nascem de uma célula chamada ovo: minhocas, mosquitos, peixes, pererecas, cachorros, coelhos, pessoas e até dinossauros. Os dinossauros

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nasciam de ovos formados dentro da barriga da mãe, que logo eram colocados em um ninho ou em uma cavidade. Ficavam ali para o dino crescer e se desenvolver, até o rompimento da casca.

P O que os dinos bebês comiam?

Alguns pais de dinossauros deixavam os filhotes no ninho para buscar alimento, pois, como todos os répteis, não fabricavam leite. Nada seguro, porque sempre havia predadores por perto. Outros pais e mães se revezavam: enquanto um saía, o outro ficava para proteger a ninhada. Como muitos filhotes tinham dentes pequeninos, os pais lhes traziam alimentos moles, como minhocas e pequenos insetos. Alguns dinos eram carnívoros, outros herbívoros. Havia ainda os onívoros que, como humanos, comiam de tudo.

P Onde os dinos bebês dormiam?

Dormir é muito importante e, por isso, todos os animais dormem bastante. Até os dinos. É durante o sono que se guarda, em uma região específica do cérebro, as memórias do dia anterior e também quando há a sua limpeza, descartando substâncias químicas que não serão mais usadas. Durante o sono, o corpo aproveita para se recuperar e fazer reparos, como um carro na oficina. Dormir deixa os animais mais fortes, espertos e felizes para viver o dia seguinte. É por isso que é tão agradável dormir em uma cama aconchegante, em um lugar escuro e silencioso. Os dinossauros dormiam em ninhos, tocas e outros tipos de abrigos. O ninho ajudava os pais a manter os ovos unidos e os filhotes por perto, todos acomodados no mesmo lugar.

P Os dinos bebês faziam xixi?

De modos diferentes, muitos animais fazem xixi, inclusive os humanos. É a maneira que o corpo encontra para retirar do corpo substâncias que, se acumuladas no sangue, fazem mal. Essas substâncias são formadas durante o metabolismo celular e podem provocar vários sintomas ruins. Para os dinossauros, o xixi ainda tinha a função de demarcar território, marcando os caminhos que percorriam e os lugares que visitavam com frequência. A urina era a marca registrada que deixavam por toda parte. Por isso não seria nada bom se tivessem que usar fraldas...

P Os dinos bebês tomavam banho?

Como dormir e fazer xixi, tomar banho é outra coisa que de vemos fazer sempre. Hábito muito importante para a saúde, o banho quente relaxa, reduz o estresse de um dia cansativo, induz o sono e retira da pele toxinas expelidas com o

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suor. Os dinossauros não tinham banho quente, mas a água fria tinha vantagens para eles, pois estimulava o seu sistema imunológico, tornando-os mais resistentes às doenças. Além disso, a água fria ativa a produção de testosterona, o hormônio sexual masculino, o que os tornava mais ativos para a reprodução. Dinos que viviam no deserto se limpavam com um banho de areia, pois esfregar o corpo na areia ajudava a retirar parasitas da pele e das penas. Além disso, deixavam seus odores por lá para avisar que aquela“banheira” já tinha dono.

PComo os dinos bebês se aqueciam?

O corpo precisa ser mantido na temperatura certa para que as reações químicas que mantêm os animais vivos e conscientes ocorram perfeitamente. Por isso, mais da metade da ingestão de calorias é utilizada somente para manter a temperatura corpo ral. É por essa razão que os animais comem mais e os humanos usam roupas quentes quando está frio: não deixar o calor escapar é uma forma eficiente de economizar energia. E os bichos?

Alguns resolveram isso acumulando uma camada de gordura isolante, como a baleia; outros uma espessa pelagem, como o urso; ou um belo revestimento de penas e plumas, como os dinossauros. Sim, foram os dinossauros os “inventores” das penas. Elas evoluíram em dinos pequeninos e, como um casaco, elas não deixavam o calor sair do corpo. Milhões de anos mais tarde, os dinossauros aprenderam a usá-las para voar e, no período Jurássico, surgiram as primeiras aves.

P Os dinos bebês falavam?

Assim que os humanos nascem, precisam aprender a se comuni car com quem cuida de si para pedir alimento, cuidado ou proteção. Um rostinho fofo com olhos grandes e bochechas avermelha das cativam os adultos mamíferos para cuidarem de seus filhotes. É por isso que costumam ser tão bonitinhos. Se distantes, apelam para um choro potente, capaz de ser ouvido por toda a vizinhança. E quem resiste ao choro de um bebê? Os bebês dinossauros, além da aparência frágil, seguramente se comunicavam emitindo algum tipo de chiado, ronco ou assobio, assim como fazem hoje os filhotes de seus parentes lagartos e crocodilos e, praticamente todos os filhotes dos dinossauros viventes, as aves. Elas, verdadeiros dinossauros voadores, disputam, com os mamíferos, a posição de melhores pais do mundo animal.

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O que as crianças podem aprender ao ler esse livro?

Mesmo a criança pequena pode aprender muitas coisas durante a leitura de um texto literário. Com a leitura desse livro, ela pode começar a aprender a...

P Ouvir a leitura de um texto em voz alta realizada por um leitor mais experiente – no caso, o(a) educador(a).

P Desfrutar da leitura de um texto literário e, neste caso, do jogo poético das adivinhas.

P Compartilhar a sua opinião e a sua interpretação de um texto com os colegas, com o(a) educador(a) e com seus familiares.

P Distinguir letras de desenhos e reconhecer no livro os trechos correspondentes à parte textual (texto central, títulos, subtítulos etc.).

P Localizar, identificar e descrever elementos das ilustrações.

P Relacionar o conteúdo do texto com o conteúdo das imagens, começando a perceber o papel complementar que existe entre a informação textual e a informação visual no livro infantil.

P Começar a reconhecer os elementos que caracterizam o texto escrita – como a presença de letras para formar as palavras e os sinais de pontuação (a interrogação, por exemplo, para indicar perguntas).

P Interessar-se por palavras pouco comuns em seu vocabulário cotidiano.

P Interessar-se em descobrir o significado de palavras que desconhece.

P Valorizar o modo de se expressar de pessoas pertencentes a outras gerações, a outros espaços e tempos.

P Incorporar o vocabulário do livro em seu dia a dia e empregá-lo com gradual eficiência.

P Valer-se da memorização do texto para realizar leituras memorizadas (pseudoleituras), procurando relacionar aquilo que lê com aquilo que está escrito no texto.

P Reconhecer a grafia de letras e o registro escrito de sílabas e palavras, demonstrando interesse na apropriação do sistema de escrita.

P Reconhecer as partes de um livro: capa e parte central, localizan do informações como título, nome do autor e da editora.

P Participar ativamente da leitura de um livro por prazer e, ao mesmo tempo, desfrutar das informações que ele traz e que complementam a leitura.

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A LEITURA DO LIVRO

A leitura do livro infantil para crianças pequenas possui, em nossa experiência didática, três eixos fundamentais: a leitura do texto escrito, a leitura da narrativa visual (as ilustrações) e o momento de conversação. É muito importante levar em conta esses três eixos no planejamento da leitura, considerando o que se pode fazer antes, durante e após a sua realização. Decidir se o livro será trabalhado apenas no momento de leitura (as rodas de leitura) ou se será o ponto de partida para o desenvolvimento de uma ação maior (seja ela um projeto ou uma sequência de atividades) é outro fator importante a ser considerado. E o bebê dino? é um livro que abre inúmeras possibilidades, além da leitura literária. As atividades apresentadas nesse tópico são sugestões sobre como a leitura de E o bebê dino? pode ser realizada em meio a contextos mais amplos, com atividades a serem realizadas antes, durante e depois envolvendo educadores e familiares. Vale destacar, porém, que mesmo o trabalho com o livro apenas no momento da roda de leitura já representará uma experiência literária intensa para as crianças pequenas, que se encantarão em descobrir como os animais dormem, reconhecerão a si próprias na história e se surpreenderão com essa narrativa que, ao final, provoca os leitores com uma mudança de rumo inesperada.

Antes da leitura

O ideal é que o momento da leitura ocorra em lugar calmo, arejado e iluminado, tornando a leitura ainda mais prazerosa. E que as crianças estejam confortáveis. A escolha de quando e onde a leitura será realizada pode ser parte do planejamento do/da educador/educadora, antes que a leitura do livro ocorra. Outro ponto interessante é ler o livro antes de apresentá-lo às crianças,

preparar a leitura em voz alta, decidir o que e quando será destacado. A entonação, o ritmo e a velocidade podem ser ensaiados pelo leitor mediador que, assim, imprimirá a sua marca, o seu modo de ler, à leitura do livro. Com relação às crianças, é importante que elas saibam que existe um momento de leitura na rotina da escola e que agora, pouco a pouco, elas já sabem o que acontecerá e o que se espera que elas façam. Para aquelas que recém

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ingressaram na escola, será todo um aprendizado inicial. Por isso mesmo é importante que, antes da leitura, o leitor mediador antecipe o que acontecerá: “agora vou ler um livro; é importante prestar atenção, ouvir o que eu estou lendo, esperar a vez para falar”. Essas são pistas que orientam a criança pequena que, sem dúvida, com o passar do tempo compreenderá o que fazer nos momentos de leitura.

A organização do espaço e do tempo para a atividade que ocorrerão na sequência da leitura do livro também é muito importante. Assim, leitura e ação ocorrerão com maior fluidez e as crianças se sentirão bem orientadas. Importante ainda planejar como será a interação do livro E o bebê dino? com as famílias, envolvendo-as na leitura da obra e também na reflexão do tema que ela apresenta.

LENDO COM O CORPO

Por vezes, as crianças podem interromper a leitura, apontar ou comentar sobre uma ilustração que gostam e interagir com a narrativa ao oferecer exemplos e comparações com as suas próprias vivências. Isso é ótimo! Ainda que essas ações possam interromper o andamento da leitura, tais atitudes por parte das crianças significam que elas estão interessadas e se sentindo estimuladas a participar. Vale lembrar que as crianças pequenas praticamente “leem com o corpo”, ou seja, expressam suas reações à leitura não apenas por meio de palavras, mas também de movimentos. É interessante acolher essa movimentação, compreendendo que ela faz parte do desenvolvimento infantil.

Durante a leitura

A leitura começa pela capa. Se possível, comece mostrando às crianças onde, na capa do livro, encontram-se as informações sobre o nome dos autores, o título da obra e o nome da editora. É interessante que as crianças saibam o que faz o autor

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do livro e também o ilustrador. Informe-lhes sobre o trabalho deles na produção de um livro e quem participa dessa produção:

P o autor é quem teve a ideia do texto e depois o escreveu; P o ilustrador é quem desenhou os personagens, elementos e cenários do livro – muitas vezes é o autor do texto quem dá as dicas sobre o que desenhar para o ilustrador;

P a editora é a empresa que faz o livro chegar até o leitor.

A sonoridade do título também é um assunto interessante para abordagem, já que é uma pergunta: “e o bebê dino?”. Será que as crianças sabem quem é ele? As crianças gostam da ilustração? Instigue a curiosidade delas, perguntando sobre o que pode ter na história desse livro, será que as crianças já fizeram a mesma coisa que o bebê que está na capa?

Faça a leitura da história em voz alta e com clareza, em uma velocidade que as crianças acompanhem confortavelmente e mostre as páginas com calma para que elas possam observar todas as ilustrações. Não há problema caso a criança interrompa a leitura para fazer uma pergunta ou apontar algo na imagem, pelo contrário, é sinal que ela está interessada e que há interação com o momento.

Depois da leitura

É interessante que as crianças manuseiem o livro, folheiem as páginas e, após a leitura, revejam os pontos que mais gostaram.

Finalizar a leitura perguntando qual foi a parte favorita na história e o porquê também inclui a criança e faz com que ela se sinta parte do momento de leitura. É importante que ela compartilhe o seu gosto pessoal e seja estimulada a argumentar sobre as suas escolhas e percepções, pois além de reforçar a atividade e memória do que lhe foi apresentado, ela também sente que a sua opinião é importante e relevante, que é ouvida e respeitada. Algumas perguntas também podem ser feitas nesse momento após a leitura, questões simples que façam as

crianças relembrarem as ilustrações e o texto. A seguir, estão listados alguns exemplos de questões abertas, que convidam as crianças a exercerem a argumentação, a concentração e melhor observação do livro lido:

P Quem é esse personagem do livro?

Vocês conhecem um bebê como ele? Será que ele estuda em nossa escola ou é um amigo da família?

P Qual parte do livro você mais gostou?

P Qual brincadeira você acha que ele gosta mais? Vimos alguns brinquedos no decorrer do livro, bolas, dinossauros de brinquedo, brincadeiras na água... E você, do que gosta de brincar?

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P Qual é o nome do animal que aparece a todo o momento no livro? Você reparou que os dinossauros de cada página são diferentes? Eles são de espécies diferentes!

P Quantos dinossauros há no livro?

P Quando vemos as fotos do bebê, conseguimos perceber que ele cresceu bastante, não é?

P Quantos anos você acha que ele tem agora? Quantos anos você tem? Será que ele é do seu tamanho?

P Onde o bebê estava dormindo? Era dia ou noite? Por que você acha isso?

P O bebê estava tomando leite na mamadeira. Qual é o seu lanche favorito?

Caso o livro seja lido em casa, juntamente com a família, as perguntas podem ser encaminhadas para os responsáveis, para que eles possam conversar com as crianças após a leitura e assim, também, criar o hábito de falar sobre as leituras compartilhadas entre eles.

Depois da leitura do livro, é interessante conversar com as crianças sobre o que elas mais gostaram nas ilustrações e na história. Se possível, comente que é possível serem feitas algumas atividades para explorar melhor o que foi visto e estimule-as a relembrar as passagens, permitindo que as crianças folheiem o livro novamente.

LER PARA FALAR

Após a leitura de um livro, é sempre interessante garantir que as crianças se apropriem do vocabulário do texto (ou pelo menos de uma parte dele). No livro E o bebê dino? há dois pontos linguísticos que se destacam de forma muito adequada à fase da criança pequena neste momento: uma interjeição e uma saudação. Para garantir essa apropriação, o mais importante é que o educador e a educadora repitam as expressões do livro em diferentes momentos da rotina na escola e que introduzam outras novas conforme acharem adequado. Assim, as crianças poderão ampliar o seu vocabulário, se expressar de maneira mais diversa (e talvez até mais completa) e, sobretudo, levar um pouquinho do livro para o seu dia a dia, “não é?!” – uma interjeição só para fazer a gente sorrir!

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O livro, página a página

A leitura de um livro começa pela capa. Ou melhor, pela 1ª capa. Importantes informações textuais como o título da obra, o nome dos autores e da editora estão ali presentes e podem ser compartilhadas com as crianças. No caso do livro ilustrado, tem a arte da capa que já começa a contar a história. Quem ali aparece? Quem eles parecem ser? Um bebê? Outro animal? Que animal é esse? O que eles estão fazendo? É muito importante essa primeira exploração, que já fornecerá pistas sobre o texto que será lido na sequência. Vale destacar que o pequeno desenho ao pé da página é o logo da editora, um elemento gráfico que traz imagem e texto que se repete em outras passagens da obra: na 4ª capa e na página 2, no expediente.

A capa é formada pela 1ª capa e também pela 4ª capa, o verso do livro. Geralmente, ali se encontra a sinopse da obra. Uma breve resenha que pode e deve ser lida para as crianças. A ilustração também deve ser observada: o que aparece ali? É interessante destacar que entre o dinossauro da 1ª capa e os dois que aparecem na 4ª

capa há uma diferença: uma pequena etiqueta indica que esses últimos são, na realidade, bichos de brinquedo. Aproveite para conversar com a turma sobre quem tem bichos de brinquedo, que animais eles são, como eles são, do que são feito, se eles também têm uma etiqueta, onde eles ficam na casa da criança e como elas gostam de brincar com eles. Será que alguém tem um dinossauro de pelúcia? Aqui, há um QRCode que linka com o site da editora e dali para as redes sociais. Para o/a educador/educadora, há diversas informações complementares sobre esta obra e sobre a leitura na primeira infância que podem ser interessantes.

A primeira página do livro, chamada de “rosto’ ou “front”, geralmente repete o conteúdo da capa, mas sem o mesmo trabalho gráfico. Essa é uma informação importante para o(a) educador(a), que poderá compartilhá-la com as crianças se julgar adequado. Que novidades essa página apresenta com relação à capa? Mostre às crianças o que se repete e o que muda entre uma e outra.

Esta página é chamada de expediente. É nela que a editora informa os dados da empresa, tais como o endereço e as redes sociais. É no expediente que

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também estão os dados do livro, a sua ficha de identificação, informações sobre o nome dos autores e o ano de publicação, tamanho do livro e o número de páginas. Nela, também consta o número do ISBN, que é a identificação da obra. Trata-se de um número internacional, válido no mundo todo, como se fosse o número da carteira de identidade de uma pessoa. Vale lembrar que mostrar a estrutura de um livro para uma criança tem como principal objetivo aproximá-la desse objeto cultural e suas características. Não é necessário de modo algum que ela “decore” ou entenda as informações sobre a obra.

Neste livro, a página 3 traz uma apresentação à leitura, uma frase de motivação para despertar a curiosidade das crianças pelo texto. Trata-se de um momento de pré-leitura, no qual as crianças podem ser convidadas para falar sobre o que sabem sobre os dinossauros e até mesmo sobre si: quem conhece um dinossauro? Quem já viu um animal como esse? Como ele é?. Ao compartilhar os seus conhecimentos prévios, as crianças reforçam os seus vínculos enquanto leitores, construindo certa cumplicidade

para a leitura que se realizará na sequência. Importante explorar a imagem que acompanha a frase motivacional: O que ela mostra? Quem é esse bebê? O que ele está fazendo? Quem já brincou desse mesmo jeito?.

A história começa com o nascimento dos bebês. Na ilustração, uma mamãe grávida e elementos que possivelmente são do conhecimento das crianças, como brinquedos e um carrinho. O filhote de dinossauro está saindo de um ovo, mostrando a diferença entre o nascimento do bebê humano e de um animal, o que pode gerar algumas perguntas por parte das crianças. Se possível, comente com elas, mostrando a barriga da mamãe, que o bebê está lá dentro, enfatizando que, diferentemente do bebê humano, o dinossauro nasce fora da barriga da mamãe dele. Pode acontecer de algumas crianças lembrarem-se de outros animais que também nascem do ovo, como os pintinhos e outras aves. Outras trarão fortes lembranças da mãe

grávida, sobretudo se tiverem tido a experiência de ter irmãos mais novos. Certamente o nascimento é algo que desperta o emocional da criança

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e muitas se emocionarão em compartilhar que sabem como é o choro do bebê recém-nascido, sobre como eles mamam e dormem.

O bebê aparece mamando, tomando o leite sozinho enquanto está deitado. Como será que as crianças tomam o seu leitinho, na mamadeira ou no copo? Elas gostam de leite? Enquanto o bebê segura a mamadeira, os bebês dinossauros são alimentados pela mamãe dinossauro com vegetais e insetos. Também é importante que os humanos comam vegetais, não é mesmo? Essa dupla de páginas é interessante para conversar sobre os hábitos alimentares das crianças tanto em ambiente escolar quanto na leitura com a família, deixando as crianças à vontade para comentarem as suas preferências. Pode-se instigar a imaginação delas e propor que extrapolem aquilo que é apresentado no texto e nas imagens: como, o que e quando elas comem? E os dinossauros, será que faziam como elas: com talheres, sentados à mesa, com a família? Pela imaginação, elas entram no jogo simbólico, algo fundamental nesta etapa do seu desenvolvimento.

O bebê dorme em um berço. E o bebê dino? Ele dorme em um ninho sob o luar! Essa página pode mostrar as crianças que, assim como os humanos, os dinossauros também dormem à noite (e também podem ter a hora do soninho à tarde) como as crianças. Se possível, aponte que a lua também está lá, iluminando o bebê pela janela, mostrando que o bebê mora dentro de uma casa e não ao ar livre. E os leitores, onde dormem?

O bebê faz xixi na fralda, enquanto o dinossauro faz xixi por aí. Os humanos usam fraldas quando bebês e o banheiro quando crescem um pouquinho, não é mesmo? O bebê do livro parece muito aliviado, fazendo xixi na fralda! E as crianças da turma, como se sentem em relação a isso? Essa passagem abre possibilidade para duas

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reflexões importantes: a auto percepção de como cada um está em relação ao seu próprio desenvolvimento e a descoberta de como são os outros animais. Afinal, quem conhece outros animais que fazem xixi por aí?!

Hora do banho! Há o registro do bebê tomando um banho na banheira, enquanto brinca. Já o bebê dino toma banho no rio. Onde as crianças tomam banho, na banheira como o bebê do livro ou no rio? Será que a água está quentinha ou gelada? O banho do bebê parece estar delicioso! Será que as crianças conseguem perceber as sensações de frescor e se eles estão se divertindo? E por que será que o bebê dino não toma banho em uma banheira? O tema “banho” sempre agrada muito as crianças, uma ótima ocasião para elas falarem sobre o que gostam (ou não gostam) da hora do banho e também de recordarem sobre como outros animais se higienizam e cuidam do próprio corpo.

O bebê está se aquecendo com um cobertor, enquanto o bebê dino não sente frio por conta de suas penas. Quando faz frio, é importante que os humanos usem roupas quentinhas para se

aquecerem e usarem cobertores para dormir aquecidos. O bebê tem um cobertor roxo, qual é a cor da roupa que os leitores estão usando no momento da leitura, será que eles sabem responder? São roupas de inverno ou verão? Aqui, será interessante deixar as crianças expressarem as suas hipóteses sobre como os animais se abrigam quando faz frio, quando chove, quando venta, à noite. Suas vivências pessoais acrescentarão novas interpretações à leitura do livro.

O bebê aprende palavras para falar, já o bebê dino pode assobiar, roncar e chiar. O mediador usará palavras para ler esse livro, não é mesmo? Os humanos podem fazer outros sons, assim como o do dinossauro, porque também é muito divertido! Entretanto, para a comunicação, é importante aprender novas palavras. Quem gosta de falar bastante?

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Será que as crianças gostam de conversar? Nessa passagem, a leitura das ilustrações agregam mais informações à narrativa textual. Convidar as crianças para descobrirem o que está escrito no cartaz que ilustra o esforço de ambos os bebês para aprenderem a falar (e será que ler também?) será uma boa ocasião para aprenderem a observar atentamente o texto visual da obra.

narrativa literária se encerra, abrindo espaço para que as crianças se apropriem do texto e dos personagens.

Nessa dupla de páginas, há muitas fotos que retratam diversos momentos do bebê, que cresce e agora é um menino muito sorridente que brinca e descobre coisas novas, como as crianças leitoras! Geralmente, adultos e crianças também gostam muito de tirar fotos, não é mesmo? E o bebê dino? As crianças vão gostar de descobrir na sequência!

O bebê dino também! Assim como os humanos, os animais crescem e se desenvolvem. É muito interessante ver quantas coisas são possíveis de fazer durante o dia a dia e o crescimento. As crianças se alimentam, tomam banho, convivem com suas famílias e brincam muito! Assim como na dupla anterior, a leitura das ilustrações trará novos elementos à narrativa do texto. Aqui a

O personagem que ilustra a capa do livro foi construído a partir das características do dinossauro Brasilotitã , um dos gigantes da nossa pré-história. Por isso, nessa passagem final, são apresentadas informações para que os leitores possam relacionar os vários bebês dinos às espécies de animais que os inspiraram. O nome popular, o nome científico, o tipo de alimentação, a região que habitaram e a época em que viveram são apresentados. Uma curiosidade importante é o tamanho desses nove dinos brasileiros, apresentados em uma escala aproximada nas vinhetas que acompanham a informação de cada animal. O nosso gigante tinha pelo menos o dobro da altura de um

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homem adulto, mas perdia em tamanho para o Tapuiassauro. O Saturnália, por sua vez, era bem pequeno. Essa passagem do livro poderá se desdobrar em várias atividades interessantes, inclusive de medição.

profissionais. É importante compartilhá-las com as crianças e também seus familiares, que se divertirão em conhecer os autores através da divertida ilustração que os representa.

Nessas páginas, há informações sobre a obra, escrita com muito carinho. Esse paratexto traz informações interessantes para o adulto mediador. Seja na escola, seja em casa, a leitura de E o bebê dino? proporcionará momentos de descobertas, trocas e muita conversa entre todos. É interessante apresentar o conteúdo dessa apresentação aos pais/ familiares em um momento de reunião e apresentação do livro para a família.

Página com dicas para a formação do leitor na primeira infância, um texto a ser compartilhado com os familiares em momentos de reunião pedagógica e a ser debatido em situações coletivas entre os educadores na escola, junto à coordenação.

Aqui, há informações sobre os autores e o ilustrador, que também são dados interessantes sobre os trabalhos desses

Ao abrir o livro, é possível visualizar a 1ª e 4ª capas juntas, surge a surpresa de enxergar a ilustração da capa de maneira completa. Para encerrar a exploração do livro, é interessante observar com as vinhetinhas em traço linha dos versos da capa, que mostram os diversos bebês dinos acompanhados de um dos seus progenitores, brincando com eles, passeando, no colo, nas costas... Crianças, como as crianças leitoras desse livro, assim como nós adultos já fomos um dia...

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SUGESTÃO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Na sequência, há um conjunto de atividades que podem ser realizadas antes, durante ou após a leitura do livro, de forma pontual ou em contextos mais amplos, como projetos maiores que envolvam também os familiares. São atividades lúdicas, relacionadas aos campos de experiência da BNCC, e que visam potencializar as aprendizagens das crianças e seu desenvolvimento cognitivo, motor e emocional por meio da leitura do livro E o bebê dino?. Em todas elas as crianças são convidadas a produzir pequenos textos, a organizar as suas ideias para falar publicamente, a se expressar através da arte e do movimento. As famílias também podem ser envolvidas e, assim, perceber como a leitura de um livro infantil pode gerar conhecimentos e vivências ricas e plenas de significado para todos, adultos e crianças.

Uma coleção de dinossauros (ou de outros bichinhos)

No jogo imaginário das crianças, colecionar faz parte do seu desenvolvimento. Elas adoram ter coleções de pedrinhas, bolinhas, conchinhas e, é claro, bichinhos – os mais variados (inclusive, dinossauros). Ter animais em miniaturas e brincar com eles é uma forma da criança projetar seus próprios anseios, medos, inseguranças e desejos. O bichinho tá com fome? A mamãe e o papai dá de comer. Machucou? Um carinho ajuda a passar. Como diz o filósofo Walter Benjamin: “A criança quer brincar e (re)significar o mundo e as coisas do mundo para atender a seus propósitos”. Mas a responsabilidade e os cuidados que devemos ter para com os animais é algo que a criança acaba percebendo em suas brincadeiras com suas coleções de bichinhos. Logo ela quer um potinho com água para eles se banharem ou um paninho para eles se aquecerem. A natureza fala mais forte: a nossa humanidade é, assim, evocada para conhecê-la e cuidar dela. Essa é a nossa proposta aqui: colecionar animais de brinquedo e brincar com eles. De preferência, uma coleção de dinossauros. Mas, se não for possível, uma coleção de bichinhos de madeira, de plástico, fabricados industrialmente ou simplesmente construídos com as crianças com argila, massinha de modelar, papel ou sucata.

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Domésticos ou selvagens. Existentes, extintos ou até mesmo imaginários. De uma mesma espécie e/ou de um mesmo habitat. Olha só quanta informação começa a circular por essa brincadeira! A aproximação a situações de escrita e de contagem podem ocorrer no contexto dessa brincadeira: listar o nome dos bichos da coleção, inventar nomes para eles, contar quantos bichinhos a coleção tem, juntar com as coleções das outras crianças e verificar quantos somam no total.

Criando memórias (uma exposição de quando “éramos todos bebês”)

Nas últimas páginas do livro, aparecem ilustrações que retratam o crescimento e desenvolvimento do bebê e do dinossauro. Como suges tão, é possível construir um painel ou um pequeno álbum com fotografias que revelem o desenvolvimento das crianças também. Ele poderá ser realizado em um espaço de tempo menor, como um mês, ou durante todo o período letivo. É interessante que haja registros não só fotográficos, mas escritos de seus familiares compondo pequenas legendas que descrevam quando, onde e quem aparece nas fotografias; desenhos e outras atividades gráficas produzidas pelas crianças e até mesmo uma pequena coleção de objetos simbólicos de quando as crianças eram menores – sapatinhos, brinquedos, paninhos etc. – sempre enfatizando o desenvolvimento e a rotina das crianças. Podem ser registrados fatos que podem passar despercebidos, mas que merecem a memória: o ato de escovar os dentes, o preparo para a hora do descanso, um momento de alimentação, a conversa e a brincadeira entre os alunos e, é claro, os momentos de leitura. O registro pode ser entregue aos responsáveis ao fim do projeto, explicando que a atividade é o resultado da leitura de E o bebê dino?; por isso, é interessante ter uma foto que registre o momento da leitura do livro. Com certeza, todos terão boas memórias e as crianças ficarão felizes em ter seus registros compartilhados com os colegas e perceberão como cresceram e foram assistidos durante esses seus primeiros anos de vida.

Fazendo arte, deixando marcas

Na página 25 do livro E o bebê dino? aparece uma ilustração com a marca deixada por uma pegada de dinossauro. Ela revela que é assim que os paleontólogos descobrem sobre os dinossauros e o seu modo de viver: através das marcas

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que eles deixaram na natureza. Que tal criar uma grande pintura de dinossauros da turma? Para isso, são necessários apenas dois materiais: cartolina branca (ou outro tipo de papel) e tinta guache. Pinte uma mãozinha de cada criança e peça para que elas “carimbem” a cartolina com a mão aberta, com os dedinhos voltados para a parte de baixo da cartolina, para que os dedos sejam as patas dos dinossauros e o dedão a parte do corpo do dinossauro que corresponde ao pescoço e à cabeça. Essa será a marca deixada pelo “dinossauro de cada criança”. Depois, convide as crianças para desenharem os olhos e a boca do dinossauro e, usando novamente a técnica de carimbar com tinta guache, criar as placas das costas dos dinossauros com as pontinhas do dedo. Deixe as pinturas secarem e pronto, agora, a turma criou seus próprios dinossauros! A partir da pintura, muitas propostas podem ser realizadas: as crianças podem criar nomes para os dinossauros, inventar histórias sobre onde eles vivem, se são amigos ou uma família, o que eles vão comer, entre outras proposições. É interessante fixar a cartolina em alguma parede da sala de aula em uma altura acessível para que as crianças possam tocar e interagir com o trabalho realizado por elas e a mesma atividade pode ser feita individualmente. Cada criança pode criar mais um dinossauro em uma folha sulfite, para poder levá-lo para casa e mostrar aos familiares, expondo o trabalho realizado e também para brincar com o seu próprio dinossauro após o período escolar. Com essa atividade, as crianças brincarão com formas e cores e serão estimuladas a brincar utilizando seus próprios corpos, desenvolvendo também a coordenação motora.

Uma festa de dinossauros!

Uma festa de dinossauros, cada qual com sua cauda, patas e escamas. As crianças poderão usar acessórios feitos com sucata: caixas de leite se transformam em patas de dinossauro e pedaços de caixas de papelão em escamas ao longo do dorso. Tudo dependerá da imaginação dos adultos brincantes. Na internet, basta buscar por “fantasias caseiras de dinossauros” que logo aparecem várias sugestões de fantasias, com

maior ou menor grau de dificuldade em sua elaboração. Mas também não é preciso ir muito além: no jogo fantástico, alguns poucos acessórios já instigam a imaginação da criança. Escolher uma das espécies de dinossauro, saber o que ele come, levar o seu nome em um crachá improvisado também são recursos suficientes para alegrar a garotada. Claro que terá sanduíche de folhas para os dinossauros herbívoros e petiscos de inseto

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para os carnívoros. As crianças podem ser estimuladas a brincar como dinossauros, imitando seus sons e movimentos, e também a explorar o

equilíbrio e o espaço destinado para brincadeiras. E como dançam os dinossauros? Ah, essa será a grande descoberta da festa!

O livro dos bichos

Os dinossauros apresentados nesse livro podem se tornar objeto de estudo da garotada que, com a mediação dos educadores, poderá pesquisar mais sobre eles: onde viveram, o que comiam, suas características físicas. Outros dinossauros, de outras partes do mundo, também podem ser envolvidos – descobrir como também eles eram será uma experiência e tanto. E o resultado dessa pesquisa podem ser desenhos acompanhados pela escrita espontânea com o nome dos dinossauros que serão reunidos de modo a compor um livro. As crianças podem ditar para o educador escrever as informações que acham importante que o livro apresente. E uma cerimônia de entrega do livro junto com os familiares tornará o projeto ainda mais interessante. Ler para escrever é um dos princípios desse livro, reforçando o empoderamento da criança com relação à escrita e à sua capacidade de se comunicar através dela é um dos objetivos do trabalho com esse livro, mesmo que ela ainda esteja dando seus primeiros passos rumo à aquisição do sistema de escrita.

Ler para escrever é um dos princípios desse livro, reforçando o empoderamento da criança com relação à escrita e à sua capacidade de se comunicar através dela.

Pergunte ao paleontólogo

O autor Luiz Eduardo Anelli é paleontólogo e mantém um canal aberto aos seus leitores para responder suas dúvidas e curiosidades. Um projeto que envolverá a escrita e a comunicação oral, além de fazer uso da tecnologia das redes sociais como meio de comunicação, será elaborar questões para que ele responda. O autor é um grande divulgador da paleontologia no Brasil e está habituado a interagir com leitores de todas as idades. Será uma alegria para as crianças encontrar o autor, mesmo que a distância, e com ele interagir. Familiares também poderão fazer os seus questionamentos, em mais uma ação que envolve a família em atividades de leitura e escrita significativa para todos.

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PERGUNTE AO PALEONTÓLOGO

Um canal especial no qual apaixonados por dinossauros de todas as idades simplesmente perguntam ao paleontólogo as suas dúvidas e curiosidades sobre esses gigantes da nossa pré-história. São programas de curta duração que podem ser facilmente acompanhados pelas crianças. A oportunidade de assistir à fala de um cientista brasileiro e ouvir as ideias e concepções de outras crianças será uma experiência incrível. Luiz Eduardo Anelli, autor de E o bebê dino?, mantém o seu canal de divulgação da paleontologia aberto a participação de todos, sempre disponível para conversar com as crianças e jovens de todas as idades: w w w. you tube. com/ channel/ UCGiKRp7I0za1TTxuFBBy6jw (acesso em 14/04/2021).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

O E o bebê dino? é um livro que estimula a leitura, a descoberta de si e do outro, a exploração do entorno e também a percepção da natureza presente no dia a dia das crianças. Para abordar todas essas questões, a seguir, são apresentadas algumas referências e sugestões de leituras para os educadores e também para os mediadores de leitura. Há também a sugestão para que educadores e familiares assistam a um documentário que trata da relação das crianças pequenas, seu desenvolvimento e a importância do contato com a natureza, cujo link para o trailer está abaixo.

O COMEÇO DA VIDA 2: LÁ FORA. Direção: Ana Lúcia Villela. Produção: Maria Farinha Filmes. Brasil, 2020. DVD. Documentário que trata das conexões entre as crianças e a natureza, sobretudo em grandes contextos urbanos. De forma acessível, o filme traz depoimentos de educadores, pais, estudiosos do tema e das próprias crianças sobre suas experiências e convívio em espaços urbanos, mas nos quais descobrem maneiras de manter o contato com a natureza de diferentes formas. O documentário está disponível em diversas plataformas e o trailer pode ser conferido em: w w w. you tube. com/ watch? v=9yNv6U02W1M (acesso em 14/04/2021).

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Conta PraMim: Guia de Literacia Familiar. Brasília: MEC, SEALF, 2019. Um guia sobre a importância da leitura em família com sugestões práticas para que os educadores possam apresentar roteiros e sugestões de atividades a serem realizadas em casa, no âmbito familiar. A valorização de livros infantis que estimulem a construção de uma comunidade leitora na família, baseada em momentos de convívio, diálogo e interações através de situações simples como conversar, passear, cozinhar, desenhar ou, simplesmente, ler. Disponível em: http: // alfabetizacao. mec.gov.br/ images/pdf/conta-pra-mim-literacia.pdf (acesso em 14/02/2021).

Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Brasília, 2018.

A BNCC foi amplamente utilizada para a construção desse manual e é um rico material de consulta para os educadores. Para a organização do planejamento das

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atividades de leitura, é interessante consultar a BNCC para identificação de conteúdos e objetivos de aprendizagem. Disponível em: http: // basenacionalcomum. mec.gov.br/abase /#infantil (acesso 14/04/2021).

ANELLI, L. E., ELIAS, F. A. O guia completo dos dinossauros do Brasil. 1ª edição. São Paulo: Peirópolis, 2010. A obra é um excelente material para educadores que desejam conhecer mais do universo dos dinossauros, especialmente das espécies encontradas no Brasil. O livro foi coescrito por Luiz Eduardo Anelli, um dos autores de E o bebê dino?, que é um dos maiores paleontólogos do Brasil.

BAJOUR, C.Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. 1ª edição. São Paulo: Pulo do Gato, 2013. Os quatro textos que compõem a obra discorrem sobre a importância da “escuta”, da “conversação literária” e do “registro” para o êxito no trabalho com a leitura literária. Chamam a atenção para a importância da formação do mediador, responsável, em grande parte, pelo sucesso ou pelo fracasso das ações promotoras da formação do leitor nas instituições escolares.

BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. “Organização do espaço e do tempo na escola infantil”. In: CRAIDY, C.; KAERCHER, G. E. (Orgs.). Educação Infantil: pra que te quero?. Porto Alegre: ArtMed, 2001. p. 67-79. O dia a dia das escolas é repleto de atividades organizadas por educadores que, de uma maneira ou de outra, lidam com o espaço e o tempo a todo o momento. Como organizar tempos de brincar, de tomar banho, de se alimentar, de repousar de crianças de diferentes idades nos espaços das salas de atividades, do parque, do refeitório, do banheiro, do pátio? É tarefa dos educadores organizar o espaço e o tempo das escolas infantis, sempre levando em conta o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das crianças.

BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. 2ª edição.

São Paulo: Editora 34, 2009. Estes ensaios apresentam a suma do pensamento de Benjamin sobre a educação. O autor discorre sobre aspectos da vida universitária, o aprendizado da leitura, a prática do teatro, brinquedos, jogos, livros infantis e, ainda, os contrastes entre a educação burguesa e os desafios de uma pedagogia revolucionária. Um livro clássico sobre a infância, que nos ajuda a compreender melhor as crianças e a sociedade.

DEBUS, E. Festaria de brincança: a leitura literária na Educação Infantil. 1ª edição. São Paulo: Paulus, 2006.

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Obra interessante para educadores da Educação Infantil, pois fala da leitura literária para crianças pequenas. O livro explana sobre o contato das crianças pequenas com vários tipos de livros (livros tradicionais, livros-brinquedo etc) e trata da importância da leitura no ambiente escolar.

DELORME, M.I.C. Criança e natureza nas cidades . 1ª edição. São Paulo: Baobá, 2019.

Esta produção apresenta uma coletânea de estudos sobre os espaços de brincar e as tantas relações que se estabelecem nestes espaços. De tantos aspectos essenciais tratados na obra, é possível destacar as inúmeras possibilidades de interação com a natureza como parte do que há de mais genuíno nas infâncias: a brincadeira, a imaginação, a criação e a liberdade. Os estudos interagem e dialogam entre si, através de escritas articuladas que inserem os leitores nas praças, nos parques e nas quadras. As autoras assumem um projeto de formação humana, o qual se constrói com sensibilidade, escuta, voz e autoria de quem aprende e ensina, com e para as diversidades, as experiências criadoras e, por que não dizer, o amor.

JUNQUEIRA, R (org). Ler e Ensinar: gestos de leitura na Educação Infantil. 1ª edição. Presidente Prudente: Educação Literária, 2019. Nesse pequeno livro é ampliada a discussão e a teorização sobre literatura, mediação de leitura e livros para crianças pequenas. Ficamos no desejo de que o livro te atraia, como o tema tem seduzido centenas de professores e pais por muitos anos. Também, esperamos que filhos, netos e alunos tenham oportunidade de desenvolver esses gestos embrionários de leitura, que os colocarão frente ao ato de ser leitor.

JUNQUEIRA, R (org). Literatura e Educação Infantil: Livros, imagens e práticas de leitura (1). 1ª edição. Campinas: Mercado de Letras, 2016. Devemos aproximar livros infantis de crianças pequenas? Podemos provocar ações de leitura em crianças que ainda não sabem ler? Sim, sim se entendermos os espaços da Educação Infantil como um ambiente que pode e deve impulsionar a humanização através da educação literária. Assim, nessa obra o leitor conhecerá um pouco mais sobre livros infantis, imagens e práticas de leitura para a primeiríssima e a primeira infância.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6ª edição. São Paulo: Ática, 2002.

Nessa obra, Marisa Lajolo trata sobre a leitura dentro do ambiente escolar, a sua importância e consequência. Um livro interessante para educadores da Educação Infantil e também para o ensino fundamental, pois traz, de maneira acessível, a

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discussão acerca do contato com os livros e como a leitura influencia diretamente o aprendizado dos alunos.

MCGUINNESS, Diane. Cultivando um leitor desde o berço. Editora Record, 2006. Repleto de comentários fascinantes a respeito do comportamento infantil, este livro não apenas torna mais simples a compreensão sobre os estágios de aquisição da linguagem como também orienta sobre como aumentar a interação de pais e filhos. A autora apresenta seu programa inovador que facilita o domínio da leitura e revela o quanto bebês e crianças que ainda estão aprendendo a andar e aquelas em fase pré-escolar sabem e podem expressar desde os primeiros meses de vida.

NINFAS, P. Do ventre ao colo do som a literatura – livros para bebês e crianças. 1ª edição. Rio de Janeiro: RHJ Livros, 2012. Qual a diferença entre livros e literatura para as crianças? Essas e outras questões são discutidas nessa obra, com exemplos comentados de livros destinados a esse público. Obra recomendada aos pais, educadores, professores, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos e psicanalistas e aos cuidadores das crianças.

REYES, Y.Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. 1ª edição.

São Paulo: Pulo do Gato, 2012.

O título já anuncia como a autora está comprometida com a linguagem, a educação, a formação de leitores e a literatura, que “embora não transforme o mundo, pode fazê-lo ao menos mais habitável, pois o fato de nos vermos em perspectiva e de olharmos para dentro contribui para que se abram novas portas para a sensibilidade e para o entendimento de nós mesmos e dos outros”. Uma obra de referência para educadores.

REYES, Y.A casa imaginária. 1ª edição. São Paulo: Global, 2010.

Resultado de 15 anos de pesquisa da autora, este livro reúne as mais recentes descobertas das ciências que valorizam as etapas iniciais do desenvolvimento infantil. Sua missão é convencer o público tanto sobre a necessidade de se começar já a tarefa de formar leitores quanto do imenso prazer de ler com as crianças pequenas.

TUSSI, R.C. Programa Bebelendo: uma intervenção precoce de leitura. São Paulo: Global, 2009.

Recuperar a importância de conversar com a criança ainda em gestação e, após o nascimento, de cantar canções de ninar e de brincar, de recitar, de contar pequenas histórias são ações que irão propiciar comportamentos precoces de leitura a partir da primeira infância. Assim, a participação dos pais e adultos se faz primordial

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para que se crie uma nação de leitores. Uma dica de leitura para os educadores interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre a importância da formação do bebê leitor.

WAJSKOP, Gisela. Brincar na Pré-Escola. 1ª edição.São Paulo: Cortez, 1995. O texto apresenta uma abordagem sócio-histórica sobre o brincar e faz um panorama sobre a evolução nas teorias e práticas pedagógicas na Educação Infantil ocidental. Como o livro E o bebê dino? também propõe a brincadeira e a imaginação a partir do livro, a obra torna-se uma boa sugestão de leitura para os educadores.

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