Manual Prรกtico de Arquitetura Hospitalar
Ronald de Gรณes Lanรงamento 2011 ISBN: 9788521205807 Pรกginas: 360 Formato: 20,5x25,5 cm Peso: 0,600 kg
4a CAPA
Manual prático de arquitetura hospitalar
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Conteúdo
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Prefácio à 2.ª edição
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Introdução
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Conceito de saúde
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Sistema de saúde no Brasil – SUS
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Cap. 1 –
Rede de atendimento de saúde no Brasil O conceito de municipalização, 17 Níveis de atendimento, 18 Serviços prestados à população pelos postos de saúde à comunidade, 19 Serviços prestados pelos centros de saúde à comunidade, 20 Ambulatórios gerais, 20 Unidades de pronto atendimento – UPA, 21 Unidade mista, 21 Hospitais locais, 21 Hospitais regionais ou de referência: 50 a 150 leitos, 21 Hospitais regionais ou de referência: 151 a 200 leitos, 22 Hospitais especializados, 22
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Cap. 2 –
Evolução histórica do hospital Hospital – histórico, 25 Leis e portarias, 33
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Cap. 3 –
Abordagens preliminares Planejamento do hospital, 39 Terminologia, 39 Aspectos econômico-financeiros, 40 Dimensionamento, 44 Subdivisão, 45
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Cap. 4 –
Conceitos Hospital: arquitetura, construção e urbanismo, 47 Arquitetura – introdução, 47 Fases do planejamento, 50 O futuro do hospital, 66
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Cap. 5 –
Critérios para projetos Tipologias hospitalares e custos comparativos, 69 Instalações, 79 Índice de compacidade, 80 Planos horizontais e verticais, 82 Índice Yale, 87 Corredor simplesmente carregado/duplamente carregado, 91 Flexibilidade – Comentários adicionais, 120 Outras formas de avaliação do projeto de unidade de internação, 121
123
Cap. 6 –
Unidades especiais Unidade e centro de terapia intensiva (UTI/CTI), 124 Unidade de radiologia (imagenologia), 130 Unidade de radioterapia, 138 Unidade/centro de material esterilizado, 141 Unidade de centro cirúrgico, 147 Unidade de centro obstétrico, 168 Unidade de medicina hiperbárica, 173 Unidade de medicina nuclear, 178 Equipamentos médicos, 181
189
Cap. 7 –
Novas formas de ver a Arquitetura Arquitetura e energia, 189 Arquitetura e meio ambiente, 190 Arquitetura e hotelaria hospitalar, 192 Arquitetura e sustentabilidade, 194
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Cap. 8 –
Aspectos a considerar Conforto acústico, 199 Imagem visual e ergonomia, 199 Cores, 201 Metodologia e técnicas de planejamento hospitalar, 203 A experiência brasileira, 205 Acreditação hospitalar, 206
209
Cap. 9 –
Histogramas Anexos, 209 Setor funcional 1, Atendimento básico de saúde, 211 Setor funcional 2, Ambulatório, 212 Setor funcional 3, Atendimento imediato, 215 Setor funcional 4, Atendimento em regime de internação, 217 Setor funcional 5, Apoio ao diagnóstico e terapia, 225 Setor funcional 6, Apoio técnico, 253 Setor funcional 7, Ação e formação para o desenvolvimento de recursos humanos e pesquisas, 260 Setor funcional 8, Apoio administrativo, 261 Setor funcional 9, Apoio logístico, 263 Diagrama composto – modelo teórico, 269 Projetos, 270
277
Glossário
281
Bibliografia
285
Biografia
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Rede de atendimento de saúde no Brasil
Capítulo
1
17
Rede de atendimento de saúde no Brasil O conceito de municipalização Dentro da premissa de que o homem mora no município, zona rural ou urbana, e não no estado ou país, foram estabelecidas ações para o atendimento primário de saúde, ainda inspirado na conferência de Alma Ata, que envolvem educação, nutrição, atenção à família, imunização, saneamento básico, controle de endemias, tratamento de doenças comuns e previsão de medicamentos essenciais. A municipalização apresenta vantagens e desvantagens no atendimento direto ao cidadão. Entre as vantagens, podemos citar: • • • •
adequação dos serviços à realidade e necessidades locais; elevação de eficiência pelos recursos existentes; controle dos custos; utilização dos recursos humanos da localidade e dentro de cada realidade; • utilização de tecnologia apropriada em cada nível de atendimento; • possibilidade de articulação entre estabelecimentos e instituições.
Os itens acima relativos à municipalização e que configuram o funcionamento horizontal do SUS não implicam a eliminação do nível regional, ou vertical, de seu funcionamento. A concepção do SUS prevê a integração dos dois níveis com a adoção das práticas de referência e contrarreferência de pacientes no sistema. Estão previstas organizações de distritos sanitários, formados a partir de conjuntos de municípios que, por intermédio de suas comunidades, se integrarão ao nível regional, possibilitando o atendimento de acordo com a sua complexidade em cada nível, num intercâmbio de recursos humanos e financeiros, levando em consideração as particularidades de cada região. O SUS vem funcionando de forma deficiente. Os desequilíbrios regionais, num país de dimensões continentais como o Brasil, com sua cultura multifacetada e uma tradição de administração pública autoritária e centralizadora, não permitiram ainda um funcionamento adequado do sistema.
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Rede de atendimento de saúde no Brasil
planos de saúde privados. Geralmente, os hospitais especializados tornam-se gerais. São considerados hospitais especializados: • • • • • • •
hospitais de doenças infectocontagiosas; hospitais psiquiátricos; hospitais oncológicos; hospitais pediátricos; hospitais geriátricos; hospitais universitários; hospitais penitenciários.
Com a Lei 10.216, de 6 de abril de 2001 (Lei Antimanicomial), os hospitais psiquiátricos estão sendo paulatinamente desmobilizados e destinados apenas aos casos de emergências. A nova política para as doenças mentais é o tratamento ambulatorial nos Núcleos e Centros de Atendimento Psicossocial (NAPS e CAPS) e nas Casas Terapêuticas. Com o aumento do número de idosos na sociedade brasileira, política semelhante está sendo adotada quanto aos hospitais geriátricos e a transformação deles em Centros de Atendimentos aos Idosos, conforme RDC 283, de 26 de setembro de 2005.
PS
UPA
PS
HL
CS
PS
UM
PS CS UPA UM HL HR HE
HR
HE
Posto de Saúde Centro de Saúde Unidade de Pronto Atendimento Unidade Mista Hospital Local Hospital Regional (geral) Hospital Especializado
FIGURA 1.1 Rede de saúde no Brasil – Estrutura física herarquizada e integrada.
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Evolução histórica do hospital
Capítulo
2
Evolução histórica do hospital Segundo o Ministério da Saúde, o hospital é a parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica integral, preventiva e curativa sob qualquer regime de atendimento, inclusive domiciliar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente.
Hospital – histórico A palavra hospital vem do latim hospitalis, adjetivo derivado de hospes (hóspede, estrangeiro, viajante, conviva). Por extensão, o que dá agasalho, que hospeda. Surgiram designações em outros idiomas, hospital, hospedale etc. No início da era cristã, a terminologia mais usada era de origem grega ou latina: Nosocomium Lugar para tratar doentes, asilo, enfermos. Nosodochium Lugar para receber doentes. Ptochotrophium Asilo para pobres. Poedotrophium Asilo para crianças. Xenotrophium Asilo de refúgio para viajantes estrangeiros. Gynetrophium Hospital para mulheres. Gerontokomium Asilo para velhos. Hospitium Lugar onde os hóspedes eram recebidos, daí o nome de hospício para estabelecimentos que recebia enfermos pobres, incuráveis ou insanos. Nas suas origens, os hospitais eram locais aonde as pessoas, com doenças graves, iam para morrer com um mínimo de dignidade. Eram instituições filantrópicas e agências de auxílio aos pobres. Há documentos históricos que registram a existência de hospitais na Babilônia e no Egito. Em sua obra History, Heródoto refere-se à medicina dos povos do vale do rio Nilo e ressalta várias especialidades existentes: olhos, dentes, distúrbios internos etc.
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Evolução histórica do hospital
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FIGURA 2.2 HOSPITAL DA BRIGADA MILITAR DE RECIFE - PE 1934 Arquiteto: Luís Carlos Nunes Calculista: Joaquim Cardozo Partido arquitetônico com lâminas paralelas isoladas articuladas por um bloco monolito central. Bastante revolucionário para a época e que ainda permanece atual. Rompeu com o sistema pavilhonar, muito utilizado então, baseado na teoria dos “miasmas”. Revista A.U. – N. 51
Concepção de projeto para o Hospital da Brigada Militar de Recife Revista A.U. – N. 51
Fachada do Hospital da Brigada Militar de Recife. Revista A.U. – N. 51
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Abordagens preliminares
Capítulo
3
Abordagens preliminares Planejamento do hospital O planejamento de um hospital envolve os seguintes aspectos: legais, econômico-financeiros e técnicos. Documentos legais a serem observados • NBR 5984 – Norma Geral de Desenho Técnico; • disposições da ABNT; • códigos, leis, normas municipais, inclusive concessionárias de serviços públicos; • códigos, leis, normas estaduais; • códigos, leis, normas federais.
Terminologia A norma da Portaria 1.884/GM do Ministério da Saúde e sua atualização Portaria 50, de 31/12/1997, estabelecem uma termologia apropriada que deve ser consultada. Entretanto, existem variações terminológicas de escritório para escritório nas diversas regiões do País. Tal fato talvez explique a exigência da norma em unificar ou padronizar as apresentações dos projetos, facilitando a sua análise. Assim, a norma estabelece, a partir de um programa Físico Funcional, as seguintes etapas.
Estudo Preliminar, projeto básico e projeto executivo A complexidade do edifício hospitalar, entretanto, geralmente acarreta, para analistas dos diversos órgãos públicos envolvidos na sua aprovação, dificuldades de interpretação e compreensão que exigem do projetista um maior detalhamento ou ampliação das etapas do seu projeto: • estudo Preliminar; • anteprojeto.
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Abordagens preliminares
O IBGE, numa pesquisa realizada em 2002, revela que o número de leitos no País caiu 10%. Em 1992, eles eram 544.357 e passaram para 471.171 em 2002; queda que é de 13% ocorrida mais no setor privado. Já o setor público aumentou para 10.876 o número de leitos. A pesquisa revela também que 36% dos municípios brasileiros não oferecem leitos à população. A redução, talvez, se justifique pela eliminação dos leitos nos hospitais psiquiátricos (em função da lei que determina a eliminação progressiva desses estabelecimentos e sua substituição por tratamentos alternativos)., ou pela melhora nas ações básicas de saúde, inclusive ambulatorial. Os números apresentados servem de parâmetros para o dimensionamento de novos hospitais, ampliação ou reforma dos existentes.
Subdivisão Hospitais gerais: 60m²/ leito é considerado uma relação mínima. administração/apoio técnico e apoio logístico: 15 m²/leito; apoio ao diagnóstico e tratamento: 15 m²/leito; internação: 30 m²/leito; total:
60 m2/leito
Hospitais universitários: 115 m²/ leito, a subdivisão é a mesma dos hospitais gerais, com o incremento para as áreas de ensino: alojamentos, bibliotecas, salas de estudos etc. A existência de ambulatórios na estrutura hospitalar pressupõe um acréscimo na sua área total, mas exige cálculo à parte. Para alguns autores, o ambulatório completo, num hospital geral, corresponde a 1/3 a mais da área prevista para um hospital. No Brasil, segundo estatísticas, entre 10% e 18% das consultas ambulatoriais correspondem a uma internação, variando de região para região. Nesse caso, o melhor é proceder o dimensionamento com base numa rigorosa pesquisa e em estudos estatísticos, considerando a região onde será implantado o hospital. Dois outros fatores que provocam o incremento de áreas num hospital são os chamados equipamentos de diagnóstico por imagem e os chamados espaços lúdicos (tendência que se acentua na arquitetura hospitalar), representados por galerias de arte, lojas, bancos, praças de alimentação etc., dentro de uma justificativa de humanização dos hospitais. Europa e Estados Unidos utilizam muito esses espaços. No Brasil, estamos iniciando esse processo. Neste caso, o arquiteto tem de definir, junto com o cliente, o nível de utilização desses equipamentos e espaços.
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Conceitos
Capítulo
4
Conceitos
Hospital: arquitetura, construção e urbanismo Arquitetura – introdução O hospital é um dos programas mais complexos a ser atendido pela composição arquitetônica. É um edifício multifacetado, onde interagem relações diversas de alta tecnologia e refinados processos de atuação profissional (atendimento médico e serviços complementares) com outras de características industriais (lavanderia, serviço de nutrição, transportes etc.). Do ponto de vista funcional, um edifício deste porte deveria ser, de preferência, construído em um único pavimento térreo. A norma, entretanto, preconiza uma ocupação máxima em torno de 50% do terreno, já previstas futuras ampliações. Por outro lado, as grandes dimensões requeridas para este tipo de edifício são enormes: 60m²/leito no mínimo. Então, um hospital de 100 leitos, por exemplo, terá 6.000 m² e exigirá um terreno de 12.000 m² ou 1,2 HA. Área difícil de encontrar, hoje em cidades de médio e grande portes, com boa localização. Assim, a verticalização, praticamente, se impõe pelas dificuldades de terrenos disponíveis. Deve-se salientar que, dispondo de uma área de tamanho adequado, a verticalização só é recomendável em hospitais acima de 200 leitos, pois a partir daí os longos percursos solicitam um edifício verticalizado. A opção entre o sistema pavilhonar horizontal térreo, com no máximo dois pavimentos, que permite a utilização de rampas ou de bloco na vertical, exige alguma prudência por parte do projetista, no sentido de dimensionar qual a intensidade ou em qual nível se dará a verticalização. Questões como aumento de custos, possibilidade de incêndio (o sério problema da evacuação de doentes), elevadores, fluxos de pessoas e serviço, suprimento de materiais etc. são itens a serem considerados ao se optar por uma solução verticalizada. A norma exige, por uma condição lógica, no processo de atendimento, facilidades para circulação de pacientes, entre outras, que setores como administração, ambulatório, pronto atendimento (urgência e emergência), parte dos serviços de apoio ao diagnóstico e terapia, dotados de aparelhos complexos e pesados, como raios X, tomógrafos, ressonância sejam colocados no
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Manual prático de arquitetura hospitalar
8 Apoio administrativo 7 Ação para formação e desenvolvimento de recursos humanos e pesquisa
1 Ações básicas de saúde 2 Ambulatório 3 Atendimento imediato 4 Atendimento em regime de internação 5 Apoio ao diagnóstico e terapia
9 Apoio logístico
6 Apoio técnico
FIGURA 4.2 Diagrama de hospital geral. RDC n. 50.
Internação
Apoio ao diagnóstico e terapida
Ações básicas de saúde
Apoio técnico
Apoio administrativo
Apoio logístico
Ambulatório
Administração
Atendimento imediato
Acesso independente
Acesso geral independente Triagem para administração e internação
Acesso independente
FIGURA 4.3 Gráfico: diagrama composto/acessos.
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Critérios para projetos
Capítulo
5
Critérios para projetos Tipologias hospitalares e custos comparativos Uma questão sempre colocada pelos arquitetos diz respeito à forma mais econômica em planta para um edifício qualquer. Juan Mascaró, engenheiro argentino, professor na UFRS, nos livros O custo das decisões arquitetônicas e O custo das decisões arquitetônicas no projeto hospitalar, analisa a questão da configuração formal de um edifício de uma maneira geral e do edifício hospitalar nos seguintes itens: 1) 2) 3) 4) 5)
forma da planta ou plano horizontal; superfícies das fachadas ou planos verticais; índice de compacidade; tipologia das internações; instalações.
Ou seja, os cinco itens transformam-se em duas questões básicas: os espaços construídos e os equipamentos necessários para o funcionamento do edifício. Antes de qualquer análise das configurações formais e respectivas variações de custo, Mascaró chama atenção para as diferenças, economicamente falando, de como se comportam estas distintas partes de um edifício, embora, construtivamente, estejam ligadas entre si. Enquanto os espaços construídos são função direta de suas dimensões, sem nenhuma exceção, as instalações dependem de outras variáveis. Por exemplo, a circulação vertical tem o seu custo alterado para maior, caso o edifício possua elevadores. As instalações sanitárias têm seu custo aumentado na proporção direta do número de banheiros e assim sucessivamente. Tal fato é tão importante, que a presença ou ausência desses equipamentos indicam a qualidade ou não do edifício e seu nível socioeconômico, servindo inclusive de parâmetro para a composição do custo da obra. Simplificando, o custo dos espaços construídos dependerá sempre das suas dimensões: comprimento, largura, pé-direito, número de pavimentos etc.
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Critérios para projetos
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Entretanto, os apartamentos ou enfermarias da parte menos favorável em termos de ventilação natural, poderiam ser beneficiados, indiretamente, por esta mesma ventilação. Os banheiros deixariam de ser confinados, os corredores poderiam ficar abertos até o nível do peitoril, reduzindo-se a quantidade de planos verticais, além de melhorar, consideravelmente, aspectos visuais e ambientais da internação. Tal solução ainda possibilitaria arranjos de iluminação e ventilação naturais nas áreas localizadas abaixo da torre de internação. Ver Figura, 5.24, p. 98.
FIGURA 5.26 Apartamento padrão, Hospital Albert Einstein, São Paulo, 1997.
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Unidades especiais
Capítulo
6
123 Unidades especiais A introdução deste novo capítulo na presente edição foi no sentido de atender as solicitações de colegas e alunos, de diferentes partes do País, com o intuito de obter informações mais detalhadas sobre as Unidades aqui contempladas, geralmente as mais complexas no âmbito da estrutura do edifício hospitalar. Procuramos efetuar um somatório de informações a partir da RDC n. 50, o Programa Somasus, Normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), artigos científicos de diferentes autores, além da nossa experiência profissional e docente da área de Arquitetura Hospitalar. A seleção das Unidades (CTI/UTI, Radiologia e Radioterapia, Centro de Material Esterilizado, Centro Cirúrgico e Centro Obstétrico, Medicina Hiperbárica, Medicina Nuclear e um detalhamento, o mais abrangente possível, relativo a equipamentos, espaço físico, requisitos de radioproteção e instalações dos ambientes de imagiologia e radioterapia) foi efetuada tendo em vista as especificidades desses ambientes. Áreas novas no apoio ao diagnóstico e terapia, como a Medicina Hiperbárica, receberam um destaque especial em decorrência do pouco conhecimento do assunto até em setores médicos. A abordagem efetuada procura contemplar não só o conceito ou a concepção desses espaços, como os aspectos construtivos, os revestimentos, as instalações e as condições ambientais. O atual quadro da rede de saúde do Brasil apresenta um panorama extenso de edifícios hospitalares (mais de 60% dos hospitais existentes, a maioria com mais de 50 anos de existência), necessitando de reformas urgentes, não só do ponto de vista da manutenção como da adequação a novas tecnologias médicas, aos novos conceitos de biossegurança, sustentabilidade e humanização do espaço hospitalar. Isto para não falar na demanda por novos hospitais ou unidades de saúde de um modo geral, para atender a população brasileira, que já está chegando aos 200 milhões de habitantes. Sessenta por cento dos municípios do País (3.339 de um total de 5.565 municípios), segundo o IBGE, não possuem nem Casa de Parto. Quando existem, ou são prédios improvisados ou edificações construídas sem nenhuma preocupação com as normas técnicas. Esperamos que esta nova edição venha colaborar no sentido de melhorar, para dirigentes e profissionais, as informações sobre o assunto.
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Novas formas de ver a Arquitetura
Capítulo
7
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Novas formas de ver a Arquitetura Arquitetura e energia A produção arquitetônica está intimamente ligada à questão energética. A crise no setor, recentemente ocorrida no Brasil, impõe medidas urgentes para enfrentar o problema, tendo em vista a produção de energia de base hídrica do nosso País por meio de soluções alternativas e/ou implantando matriz energética regional. O Nordeste brasileiro, nos Estados do Rio Grande do Norte e Ceará, apresenta-se como local potencialmente rico em energia elétrica, solar e petrolífera, por exemplo, podendo ser, alternadamente ou de forma complementar, essa alternativa. O mesmo poderia acontecer com os Estados ricos em produção de cana-de-açúcar, usando o bagaço da cana ou restabelecendo o programa do álcool. Outra fonte inesgotável de energia é o lixo urbano. Devidamente tratado pode produzir gás metano em abundância, resolvendo dois problemas de uma só vez: aproveitamento energético e destino final do lixo. No caso da arquitetura, entretanto, para o Brasil, onde não existe grandes variações climáticas, é importante um redimencionamento do desenho arquitetônico que leve em consideração os benefícios que poderão ser obtidos a partir de um conceito de sustentabilidade, com a implantação das obras de acordo com as características de cada localidade. A lição não é nova. Coberturas com grandes beirais, brisoléis, fachadas protegidas, equilíbrio nas aberturas (entradas e saídas de ar), redução no uso de fachadas envidraçadas, iluminação e ventilação naturais, além de cuidados na concepção do desenho urbano e sua interação/integração com a arquitetura, são parâmetros que não devem ser esquecidos pelos arquitetos e que, devidamente utilizados, representarão reduções drásticas no consumo energético, como é o caso do ar-condicionado, limitando-se o seu caso aos locais onde for imprescindível a sua adoção. Deve-se cuidar de fazer, como já vem ocorrendo na Europa, os Regulamentos Energéticos das edificações. Tais códigos contemplam a forma adequada de economia de energia a partir do projeto arquitetônico. No caso do edifício hospitalar, onde, devido às grandes dimensões e complexidade de funções, o consumo de energia é alto, seja pelos ambientes que
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Novas formas de ver a Arquitetura
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cionais, eficientes e ecologicamente corretas de se construir. Os hospitais são edificações que requerem, e muito, a aplicação desses conceitos. Grande consumidora de bens e materiais, a construção civil é responsável, segundo a ONU, por 30% do CO2, além de grande produtora dos resíduos produzidos na terra, ou seja, 1/3 da poluição gerada no mundo. Como não existiam critérios de certificação genuinamente brasileiros (só agora foi que entrou em vigor a Norma de Desempenho da ABNT, NBR 15575, criada em 2008 e que estabelece parâmetros de desempenho de edificações), as empresas de construção civil utilizam o LEED, para avaliar e certificar suas obras. Achamos, entretanto, que antes de optar por um programa de certificação a indústria da construção civil deveria discutir formas de elaborar uma agenda que estabelecesse metas para melhorar o desempenho da sua produção e introduzir tópicos mais de acordo com nossa realidade, nos quais fatores como violência urbana, edifícios sadios × edifícios doentes, sejam considerados. Certificado LEED (apenas como exemplo).
LEED
Como funciona
Categoria de análise
Leadership in Energy and Environmental Design é um sistema norte-americano de certificação aplicado pelo USGBC (United States Green Builing Council), que leva em conta o impacto gerado no meio ambiente em consequência dos processos relacionados ao edifício (projeto, construção e operação).
Pontua soluções nos quesitos: espaço sustentável, localização, entorno, eficiência no uso de água, energia, qualidade do ar, uso de materiais, qualidade ambiental interna, inovação e processos. Usa um cheklist com as principais exigências das sete categorias. Pontuação tem classificação em Platinum (platina) Silver (prata) e Gold (ouro)
LEED NC (New Construcion) Novas construções ou grandes reformas. LEED CS (Core e Shell) Envoltório do empreendimento, suas áreas comuns e internamente com os sistemas de ar-condicionado e elevadores. LEED CI (Comercial Interior) Complementa o LEED CS. LEED ND (Neighbourhood) Avalia bairros e desenvolvimento de comunidades. LEED School (É o LEED NC específico para Escolas. LEED EB (Existing Building) Para edifícios existentes e orientar o proprietário para a medir suas operações e executar melhorias.
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Participação/custos Taxa de cadastro US$ 600. Projetos com até 5.000 m² pagam mais US$ 2.500. De 5. 000 até 50.000 m² pagam mais US$ 0,45 por m². Acima de 50.000 m² mais US$ 22.500. Consultoria: Aproximadamente 1% do custo da obra.
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Aspectos a considerar
Capítulo
8
199 Aspectos a considerar
Conforto acústico O ruído de um ambiente é medido em decibéis. Um decibel é igual a uma pressão sonora de 0,0002 dinas/cm². Uma dina é a força capaz de mover um grama um centímetro. As variações que devem ser consideradas sobre conforto acústico pressupõem: • Localização e orientação do edifício em relação às fontes externas de ruído (tráfego, indústrias, oficinas etc.). • Dimensão e posição das aberturas. • Isolamento das paredes e características acústicas dos materiais. • Redução das fontes internas de produção de ruídos. No aspecto interno, o controle das fontes de ruído é mais simples. Entretanto, a caótica urbanização brasileira, as dimensões dos terrenos – como já foi visto, cada vez mais difíceis de serem encontrados nas condições ideais – têm produzido hospitais onde as áreas livres são cada vez menores ou inexistentes, impedindo que soluções paisagísticas, por exemplo, contribuam com a redução dos ruídos em relação aos edifícios hospitalares. A Figura 8.1, p. 198, mostra mais detalhes.
Imagem visual e ergonomia Neste item sobre condições ambientais, dois aspectos muito importantes devem ser enfatizados: 1) A imagem visual do hospital. 2) A ergonomia de espaços, mobiliários e equipamentos. A imagem visual pressupõe um projeto de comunicação visual que contemple desde uma logomarca que identifique de imediato a instituição até a padronização de uma sinalização externa/interna, identificação de veículos, impressos, uniforme do staff, entre outros equipamentos da instituição. A sinalização, então, é uma necessidade elementar. Em edifícios de grandes dimensões com uma infinidade de setores e unidades, essa sinalização auxiliará em muito os usuários do edifício a se locomoverem no seu interior, colaborando com a melhoria do padrão de atendimento e diminuindo a distância entre paciente e instituição, entre outros benefícios.
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Histogramas
Capítulo
9
Histogramas
Anexos Nestes Anexos, discutiremos dois temas que consideramos importantes como informação. O primeiro tema é questão da composição do programa hospitalar, por meio de seus diagramas de grupos (histogramas) e composto, para um hospital médio, entre cem e duzentos leitos. Trata-se de uma relação de setores e unidades hospitalares, contendo as relações espaciais e suas dimensões mínimas, requisitos de instalações e observações complementares. Posteriormente, apresentamos o diagrama ou modelo teórico do hospital. Essa medida visa possibilitar a profissionais e aos estudantes uma orientação sobre as relações espaciais no interior e exterior dessas unidades. Essas relações seguem, de modo geral, a norma RDC n. 50, Anvisa/MS, de 21 de fevereiro de 2002. Qualquer diferença entre diagramas e a norma decorre de uma postura calcada na experiência profissional, em pesquisas adicionais e no referencial teórico de outros profissionais, como por exemplo, o trabalho Programação Físico-Funcional do médico Paulo Lamb, não constituindo qualquer discordância quanto ao que determina a norma. As primeiras portarias do Ministério da Saúde sobre normas para construções de unidades de saúde, apresentavam modelos de projeto, no todo ou em parte, a título de ilustração, para melhor esclarecer os profissionais que trabalhassem com o tema, bastante complexo, do edifício hospitalar. Entretanto, alguns profissionais inescrupulosos, além de instituições públicas ou privadas, passaram a utilizar o que era simples ilustração como autênticos projetos arquitetônicos, desprezando as condições específicas de cada região do País, tais como clima, topografia, materiais etc. Tal fato provocou em congressos, ou através de instituições profissionais, solicitações ao Ministério da Saúde para que as publicações da norma não incluíssem mais os modelos ilustrativos, evitando-se, assim, equívocos indesejáveis. Entretanto, na nossa prática de cursos de treinamento, consultorias e projetos, notamos, frequentemente, a dificuldade de estudantes, profissionais e clientes de estabelecerem ou visualizarem as relações e conexões entre diferentes setores e unidades hospitalares. Esperamos que este livro preencha essa lacuna.
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Histogramas
SETOR FUNCIONAL 5 — Apoio ao diagnóstico e terapia Unidade: Medicina nuclear S
S Coletas de macas
Espera
Circulação geral
Macas cadeira de rodas
Secretaria
Rejeitos radioativos
Coletas gerais
Manipulação de estoques de fontes de uso
Radioimunoensaio
Gamacâmara
Administração de fármacos 2 leitos
Estar funcionários
Cintilógrafo S
Chuv. e lav lavaolhos
Pacientes injetados 2 leitos
S
Pacientes injetados de iodo
DML
SETOR FUNCIONAL 5 — Apoio ao diagnóstico e terapia UNIDADE: Medicina Nuclear Ambiente Espera
Áreas 36,00 m
2
2
Dimensões
Instalações
Observações
6,0 x 6,0 m
-
-
2,4 x 2,4 m
HF
-
Sanitários masculino e feminino
5,76 m
Local para macas e cadeira de rodas
12,96 m2
3,6 x 3,6 m
-
-
DML
5,76 m2
2,4 x 2,4 m
-
-
3,6 x 3,6 m
-
-
2,4 x 2,4 m unit.
HF
-
-
ADE
5,76 m2
2,4 x 2,4 m
-
-
Coletas macas
5,76 m
2
2,4 x 2,4 m
-
-
Laboratório e estoque; fontes em uso
8,64 m2
2,4 x 3,6 m
HF;E
-
Rejeitos radioativos
2,88 m2
1,2 x 2,4 m
-
-
Box coleta de sangue
3,24 m
2
1,8 x 1,8 m
HF
-
Laboratório radioimunoensaio
5,76 m2
2,4 x 2,4 m
HF;CD;ED;E
Sala administração radiofármacos
5,76 m2
2,4 x 2,4 m
HF;CD
Sala box pacientes injetados
3,24 m2
1,8 x 1,8 m
-
Sala administrativa
12,96 m
Sanitários para funcionários
5,76 m
Laboratório para relevação de filmes
-
Coletas gerais (box)
hospital 09.indd 231
2
2
Pode ser em outro local
Pode ser em outro local, 1 sala 2,00 m2 por paciente em áreas coletivas
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EXCELÊNCIA EM
ARQUITETURA