Os muitos nomes de Silvana poderiam ser “os muitos nomes” de Maria, Paula, Conceição, entre outros. Essas personagens, apesar de terem diferenças identitárias e históricas, têm algumas caractecercar, numa abordagem da Psicanálise em interface com a História, a Sociologia e a Antropologia, essas características e buscar a difícil e quase impossível explicação sobre os caminhos obtusos e sinuosos do silenciamento da “cor” nas pesquisas psicanalíticas. A leitura não deixa dúvida sobre a representação destas mulheres no imaginário coletivo de uma sociedade racista como a brasileira. O consciente e o inconsciente, o dito e o não-dito se misturam em nosso cotidiano, como se formassem um iceberg cuja ponta podemos enxergar a olho nu, mas não a parte mais profunda que exige as ferramentas de uma análise psicanalítica.
– Kabengele Munanga
PSICANÁLISE
psicanálise, sua posição ou seus operadores, quem afirma essa insubordinação são as pessoas. O
Os muitos nomes de Silvana
trabalho deste livro é o encontro
Contribuições clínico-políticas da psicanálise sobre mulheres negras
recupera, com afeto e justeza, as
com as contradições da casa grande, que agem no conforto de suas poltronas. Ana Musatti intelectuais pretas dentro e além da que o tema, ainda oportuno, é uma denúncia vazia. Em um texto rigoroso e poético, testemunhamos o ato analítico e político da escuta de uma pesquisadora e analista que aponta os marcadores de estrangeiridades de gênero, de raça e de classe. Musatti aponta para a radicalidade da psicanálise,
série
PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA Coord. Flávio Ferraz PSICANÁLISE
Ana Paula Musatti-Braga
Por mais subversiva que se diga a
psicanálise. Engana-se quem pensa
rísticas em comum: são mulheres, pobres e negras. A autora tenta
Os muitos nomes de Silvana
Psicanalista, educadora da Arco-Escola Cooperativa. É doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP) e membro do Laboratório Psicanálise Sociedade e Política da mesma instituição, desde 2004. Autora de vários artigos e capítulos de livros dos quais se destacam: “Articulações entre psicanálise e negritude: desamparo discursivo, constituição subjetiva e traços identificatórios” (2017) e “Escutando os subterrâneos da cultura: racismo e suspeição em uma comunidade escolar” (2018), ambos em parceria com Miriam Debieux; e “Racismo e sexismo: desafios da constituição psíquica de mulheres negras e homens negros”, em parceria com Priscilla Santos de Souza, do livro As escritas do Ódio: psicanálise e política (Escuta, 2018).
Musatti-Braga
Ana Paula Musatti-Braga
que aposta no devir de uma nova humanidade.
Priscilla Santos de Souza