A Querela dos Diagnósticos

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Capa_Soler_A querela_P3.pdf 1 22/10/2018 12:00:08

Soler

Por orientar a resposta à transferência que engaja a sua

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problema para o psicanalista. A sua relação com o diagnós-

É psicanalista e leciona e clinica em Paris. Seu encontro com Lacan, com quem se analisou, a inspirou a escolher a psicanálise. Membro-fundador da IF-EPFCL, AME, diplomada em Psicopatologia, doutora em Psicopatologia pelas universidades Paris V e Paris VII, respectivamente. É autora de inúmeros livros e artigos sobre a psicanálise lacaniana publicados em diferentes línguas. Dentre seus livros publicados no Brasil estão: O inconsciente a céu aberto nas psicoses (2002), O que Lacan dizia das mulheres? (2005), O inconsciente: que é isso? (2012), Lacan, o inconsciente reinventado (2012), Lições sobre as psicoses (2016) e Rumo à identidade (2018).

nosográfica ou apreensão da causalidade psíquica, abuso do

tico psiquiátrico é um dos aspectos dessa querela, descrição diagnóstico ou leviandade de sua ausência? Lacan, desde os primórdios de seu ensino, focou o debate em torno da psicose e no aspecto estrutural do diagnóstico procedente da relação com a linguagem; contudo, os últimos anos de seu ensino mudam o paradigma. Colette Soler expõe, com perspicácia e de maneira esclarecedora, o seu conhecimento ímpar do texto lacaniano, abordando Joyce, o sinthoma e a clínica borromeana, entre outros temas. Dominique Touchon Fingermann

PSICANÁLISE

A querela dos diagnósticos

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Colette Soler

PSICANÁLISE

responsabilidade clínica e ética, o diagnóstico configura um

Colette Soler

A querela dos diagnósticos

“A necessidade do diagnóstico é solidária do racionalismo da orientação lacaniana, isto é, do postulado segundo o qual a relação analítica com sua experiência da fala e o instrumento da linguagem, por um lado, e, por outro, o campo de que ela trata (a saber, os sintomas), ambos – relação analítica e sintoma – são, um e outro, regulados, ou seja, que há leis, mecanismos e, portanto, cálculo possível. Evidentemente, o cálculo não é tudo, não exclui a incidência da causa subjetiva singular própria a cada um, em que reside o incalculável. O melhor que se pode fazer na psicanálise é um cálculo que dê lugar ao incalculável.” “No plano epistêmico e prático, precisamos dos diagnósticos mediante a pena de sermos irresponsáveis. O abuso possível, se houver algum, é no nível da predicação ética e daquilo que inspira o juízo ético que é interno ao diagnóstico. Pode haver aí, efetivamente, usos pouco recomendados do diagnóstico.”


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