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Marina Ribeiro
Professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP (IPUSP)
PROJETO CAVAS/UFMG
PSICANÁLISE
E c o s d o S i l ê n c i o : R e v e r b e r a ç õ e s d o t r a u m at i s m o s e x u a l
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É doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP, onde também realizou o pós-doutoramento. É professora da graduação e da pós-graduação em Psicologia da UFMG, onde também coordena o curso de especialização em Teoria Psicanalítica e o Projeto CAVAS (Crianças e Adolescentes Vítimas de Abuso Sexual). É autora dos livros Ejaculação precoce e disfunção erétil: uma abordagem psicanalítica (Casa do Psicólogo, 2001), Disfunções sexuais (Coleção Clínica Psicanalítica, Casa do Psicólogo, 2005), Nem sapo, nem princesa: terror e fascínio pelo feminino (Blucher, 2017) e organizadora dos livros Perversão: variações clínicas em torno de uma nota só (Casa do Psicólogo, 2005), Estilos do xadrez psicanalítico: a técnica em questão (Imago, 2006), Tramas da perversão: a violência sexual intrafamiliar (Escuta, 2014) e Perversão: as engrenagens da violência sexual infantojuvenil (Imago, 2010).
A sexualidade humana é inerentemente traumática, escreve Joyce McDougall. Se já não conseguimos alcançar uma narrativa que comporte o sexual freudiano, imagine quando estamos diante dos excessos, do que transborda, do que não tem contorno, representação, do que não tem palavra. A sessão de análise é o lugar de narrar a dor, de transformar a dor. Um sujeito que narra a própria dor, dá continência e existência ao que era apenas silêncio e trevas. No entanto, é preciso ter coragem para ser narrador da própria história, narrador dos excessos vividos, do excesso do sexual e do traumático.
França
Cassandra Pereira França
Este livro é um relato ampliado de múltiplas estratégias psicanalíticas para acolher e dar palavra aos acontecimentos traumáticos que perfuraram o tecido psíquico e comprometeram a vida desses pacientes. O abuso na infância e na adolescência acontece em uma época em que não há palavras suficientes. Mais que a intensidade da dor, que o excesso de dor que cortou a palavra, o verdadeiramente traumático foi o segundo momento, do desmentido e da indiferença do ambiente humano que não deu crédito ao acontecido. O eu se encontrava, então, em ruínas, despedaçado. A maior demanda é que se possa reconstruir a vida social a partir da vulnerabilidade humana reconhecida e partilhada. Os pacientes aqui relatados estão em estado de máxima vulnerabilidade e os analistas descrevem bem as suas experiências de se tornarem vulneráveis para romper o circuito de silêncio e tirar do encapsulamento as vivências traumáticas.
Elisa Maria de Ulhôa Cintra Professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP