Heranças Invisíveis do Abandono Afetivo

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Este livro vai ao cerne de uma das questões mais importantes entre as que emergem atualmente na prática da psicanálise, e do que, consequentemente, mobiliza nossos mais fecundos pensadores: o que se passa com certos pacientes difíceis, pessoas que se mostram vivazes e interessantes, mas que carregam um sofrimento mortal em suas almas, cicatrizes mal fechadas de experiências traumáticas de abuso e de abandono afetivo? Indivíduos que se mostram quase intratáveis, de difícil acesso, refratários aos esforços terapêuticos de compreensão e transformação, mas, paradoxalmente, sempre dispostos a nos entreter e distrair. Como compreendê-los em termos metapsicológicos e psicopatológicos? Como empreender esses tratamentos? Que perspectivas clínicas eles nos abrem e requerem, seja na instalação dos enquadres, seja nas técnicas, manejos e interpretações?

—Luís Cláudio Figueiredo série

PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA PSICANÁLISE

Coord. Flávio Ferraz

Heranças invisíveis do abandono afetivo

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É psicanalista, doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), onde defendeu também sua dissertação de mestrado. Desde sua graduação em Psicologia, tem se dedicado especialmente à clínica da infância e da adolescência, tanto em consultório particular quanto na rede pública de saúde mental da Grande São Paulo. Por três anos, foi coordenador de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Infantojuvenil na região, onde atuou de modo interdisciplinar no estabelecimento de projetos terapêuticos para crianças e adolescentes em situação de sofrimento psíquico intenso. Até o fim de 2010 foi professor da Universidade São Marcos, onde lecionou, entre outras, disciplinas ligadas às áreas de psicologia do desenvolvimento, epistemologia e atenção psicossocial.

Schor

Daniel Schor

Daniel Schor

Heranças invisíveis do abandono afetivo Um estudo psicanalítico sobre as dimensões da experiência traumática

PSICANÁLISE

Capa_Schor_Heranca invisiveis_12mm.pdf 1 18/05/2017 17:01:04

“ Quando tratamos das

problemáticas narcísico-

-identitárias, aquelas em que o sentido e a verdade de si estão sempre em questão, há uma reciprocidade necessária entre a desconfiança que o sujeito vive sobre si mesmo e sobre o outro. Se me constituo como sujeito na exata medida em que passo a conceber a existência do outro como sujeito […], temos que a insegurança fundamental sobre a verdade de si próprio corresponde, necessariamente, a uma desconfiança de igual proporção sobre a verdade do outro, em cuja realidade poderei ou não me apoiar.


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