Os (des)caminhos de Édipo

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Castelo Filho

A publicação de um livro de Claudio Castelo Filho é sempre aguardada por seus inúmeros leitores. Sua cultura, sinceridade e capacidade de comunicar o que pensa sobre a psicanálise e o trabalho do analista o identificam como um autor da rara estirpe dos que descrevem o nosso ofício de maneira muito próxima do que de fato ocorre na sala de análise. É psicanálise em statu nascendi. Seu estilo nos convida a testemunhar o que pensa e faz. Seu uso de literatura, teatro, pintura, cinema e situações da vida cotidiana para iluminar o pensamento e a escrita é uma característica que seduz e atrai o leitor na direção de uma psicanálise que flui, livre e libertadora, desde sua mente criativa. Seus comentários sobre detecção de juízo moral, às vezes muito bem disfarçado no trabalho analítico, é uma das grandes virtudes desse excelente livro. Livro que é um achado! Seguramente, muitos o encontrarão. Renato Trachtenberg Membro fundador e titular da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre. Membro titular da Associação Psicanalítica de Buenos Aires. Médico psiquiatra pelo Hospital Italiano de Buenos Aires.

Instagram: @claudiocastelofilhopinturas

Os (des)caminhos de Édipo

Analista didata e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Psicólogo pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), doutor em Psicologia Social e professor livre-docente de Psicologia Clínica pela USP. Autor dos livros O processo criativo: transformação e ruptura e A psicanálise do vir a ser; coautor e organizador do livro Sobre o feminino, todos pela Editora Blucher. É o atual editor da Revista Brasileira de Psicanálise (da Federação Brasileira de Psicanálise – Febrapsi). Tem artigos publicados em livros e periódicos científicos no Brasil, na Itália e nos Estados Unidos. Também é artista plástico – pintor e desenhista – com exposições e publicações no Brasil, na Alemanha e no Reino Unido.

Seguindo seu (des)caminho, Édipo depara-se, diante da entrada de Tebas, com a esfinge. Esta lhe propõe o enigma: decifra-me ou devoro-te! Édipo dá uma resposta ao enigma. A esfinge se destrói. Contudo, a resposta dada ao enigma corresponde à verdade solicitada por este? A esfinge era um monstro sedento por uma resposta, mas tinha ela algum interesse na verdade? Ou apenas lhe bastava uma resposta? Obtendo-a, não tinha mais razão de existir. Tal como destaca Bion, citando Maurice Blanchot em seus seminários da Tavistock: a resposta é o infortúnio da pergunta.

Claudio Castelo Filho PSICANÁLISE

Claudio Castelo Filho

Os (des)caminhos de Édipo A resposta é o infortúnio da pergunta

PSICANÁLISE

Édipo deu uma resposta e ficou convicto de que possuía o conhecimento. Não considerou que tivesse apenas produzido uma resposta plausível nem cogitou que aquela pudesse não ser a verdade buscada. Nossos analisandos vêm em busca de respostas e soluções de enigmas. Quão grave não há de ser nossa situação se também nos portarmos como Édipo, convictos de que temos de produzir explicações e soluções para problemas.


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