Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto

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É engenheiro formado pela Escola Politécnica da USP, e um conhecido autor de livros técnicos para a Construção Civil.

BOTELHO FRANCISCHI JR.

Manoel Henrique Campos Botelho

MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS DO ENGENHEIRO E DO ARQUITETO

Jarbas Prado de Francischi Jr.

Este volume 2 apresenta mais de trinta assuntos, dentre os quais se destacam: • a importantíssima proposta de norma de classificação e numeração de unidades de novos prédios em condomínio em construção (os cartórios de registro de imóveis vão adorar, pois as confusões diminuirão); • a explicação da poluição de rios por esgotos e de sua regeneração, com exemplo do conceito real. Explicando e entendendo, mas entendendo mesmo, os conceitoschaves de “Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)” e “oxigênio dissolvido (OD)”; • partida explicada de uma casa de bombas que abastece o serviço público de água de uma cidade; • a atuação extremamente fértil e com orçamento reduzidíssimo de um jovem arquiteto em um distrito que virou cidade. Se o orçamento era reduzidíssimo, a “criatividade do arquiteto” não era reduzida. Veja o que ele fez e o que você pode fazer; • proposta de norma para identificar, fixar limites e dar nome a bairros importantes da cidade. A incrível cidade de grande porte onde os bairros eram conhecidos por todos, mas os distritos, não. E a história polêmica da implantação de um shopping center e como a experiência em empreendimentos industriais de seu engenheiro coordenador acelerou e organizou todo o empreendimento. Brigas e polêmicas apresentadas e resolvidas. Foi usada com sucesso a ferramenta “Relatório Preliminar Permanentemente Atualizado” (Basic Engineering Design Data –BEDD) de projetos norte-americanos.

MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS

O livro Manual de primeiros socorros do engenheiro e do arquiteto – volume 1 é um dos livros mais vendidos da coleção Concreto armado eu te amo.

DO ENGENHEIRO E DO ARQUITETO

É engenheiro civil formado pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie (1978). Administrador formado pela Escola de Administração da Universidade Mackenzie (1993). Possui Master Business Administration (MBA) em Administração para Engenheiros pelo Instituto Mauá de Tecnologia (2004).

MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO JARBAS PRADO DE FRANCISCHI JR.

MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS

O livro Manual de primeiros socorros do engenheiro e do arquiteto – volume 1 é um dos livros mais vendidos da coleção Concreto armado eu te amo. Sendo, inclusive, citado como leitura de apoio (referência) para concursos oficiais da área de construção civil. Muitas mensagens sobre a necessidade de assuntos complementares chegaram ao autor, o que exigiu a produção deste volume 2 que traz mais de trinta novos assuntos.

DO ENGENHEIRO E DO ARQUITETO

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VOLUME

O autor MHCBotelho convidou o amigo Eng. Jarbas Prado de Francischi Jr. para ajudar na preparação deste volume, diante de sua significativa experiência profissional no que se pode chamar de “engenharia municipal”, resultado de mais de 30 anos de assessoria a prefeituras de municípios de diversos portes. Aproveitou-se a oportunidade também para contar a história agitada, mas com final feliz, da implantação de um shopping center em uma cidade de porte médio. Durante a narrativa são descritas técnicas de condução de empreendimentos (como hotéis, hospitais, estações rodoviárias, frigoríficos etc.) com muitos equipamentos, e contam-se os conflitos humanos e profissionais que por vezes ocorrem e como administrá-los. Mais uma obra marcante e escrita em “estilo botelhano”.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 Conteúdo

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MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS DO ENGENHEIRO E DO ARQUITETO Volume

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Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2

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ConteĂşdo


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 Conteúdo

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MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO JARBAS PRADO DE FRANCISCHI JR.

MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS DO ENGENHEIRO E DO ARQUITETO Volume

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Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 Conteúdo

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Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto Volume 2 © 2015 Manoel Henrique Campos Botelho Jarbas Prado de Francischi Jr. Editora Edgard Blücher Ltda.

Ficha Catalográfica Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4º andar 04531-934 – São Paulo – SP – Brasil Tel.: 55 (11) 3078-5366 contato@blucher.com.br www.blucher.com.br

Botelho, Manoel Henrique Campos Manual de primeiros socorros do engenherio e do arquiteto, v. 2 / Manoel Henrique Campos Botelho, Jarbas Prado de Francischi Junior. – São Paulo: Blucher, 2015. ISBN 978-85-212-0873-0

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, conforme 5. ed. do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Academia Brasileira de Letras, março de 2009.

1. Construção civil – Manuais, guias, etc. 2. Engenharia sanitária – Manuais, guias, etc. 3. Arquitetura – Manuais, guias, etc. I. Título II. Francischi Junior, Jarbas Prado de

É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da Editora.

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Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda.

Índices para catálogo sistemático: 1. Construção de edifícios

CDD 690


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CONTEÚDO

Apresentação, 9 Pensamentos, 11 1.

Curva ABC para tomada de decisões na engenharia e na vida. Princípio de Paretto, 13

2.

Explicando termos urbanísticos, 17

3.

Hierarquia dos documentos técnicos na engenharia, 21

4.

Dialogando com o Arquiteto, 23

5.

Atuação de um arquiteto recém-formado numa jovem e pequena cidade do interior, 25

6.

Sugestão de proposta padrão para profissional autônomo de estudos e projetos e/ou para execução de obras, 37

7.

Problemas de obras. Orçamentos, 45

8.

Domínio e posse de uma propriedade imobiliária. Entendendo os cartórios, 47

9.

Tabela hidráulica de escoamento em tubos à seção plena, 49

10. Válvulas hidráulicas. Tipos e usos, 51 11. Sumário sobre golpe de aríete em pequenas e médias estações elevatórias e em instalações prediais, 71 12. Cuidados em projetos, adequações e usos em banheiros, 75 13. Destrinchando aparentes paradoxos hidráulicos, 79 14. Entendendo a partida e o funcionamento de uma casa de bombas de água em seu primeiro dia de operação, 81

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15. Entendendo o funcionamento de uma caldeira, 85 16. Fossas sépticas. Disposição de esgotos. The day after, 89 17. Poda de árvores. Regulamentação municipal, 93 18. Sua casa, seu local de maior perigo. Cuidados a tomar, 97 19. Entenda os curto-circuitos elétricos e os incêndios, 105 20. Calçadas, 107 21. Pavimentação municipal. Aspectos gerais, 111 22. Dois conceitos importantes no estudo do controle da poluição bioquímica dos cursos de águas: demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e oxigênio dissolvido (OD), 117 23. Planejamento municipal de canalização e retificação de córregos urbanos, 123 24. Nega de estacas, enfim explicada. Estaca hélice, estaca raiz e ensaio de estacas, 131 25. Sugestão de norma de numeração e denominação de andares e unidades de prédios. Oficialização e delimitação de bairros, 143 26. Cuidados técnicos na implantação de cemitérios, 147 27. Entendendo a Lei de Licitações, 163 28. Iluminação pública, 171 29. Entendendo as normas da ABNT, 183 30. Normas técnicas mais importantes da Cetesb para a Engenharia Civil, Sanitária e Arquitetura, 185 31. Anexo – A gerência da construção de um shopping center. Apresentando e interpretando vários procedimentos e documentos dessa gerência, 191 Introdução, 194 31.1

Implantação do Shopping, 194

31.2

Primeira pausa para meditação, 199


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31.3

Segunda pausa para meditação, 225

31.4

Terceira pausa para meditação, 229

31.5

Quarta pausa para meditação, 253

31.6

Quinta pausa para meditação, 271

31.7

Sexta pausa para meditação, 279

31.8

Referência bibliográfica, 280

32. Crônicas tecnológicas, 281 1. O problema da bomba. O jovem engenheiro sofre, 281 2. Partida de uma refi naria de petróleo. Da discussão do conceito das coisas, 283 3. Provamos que “quase foram usados”, numa famosa e enorme cidade, números de casas e lotes pertencentes ao conjunto dos números negativos, 286 4. O caso das duas bibliotecas totalmente informatizadas. Aplicação do Princípio de Paretto, 290

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ConteĂşdo


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 Conteúdo

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APRESENTAÇÃO

Dentro do programa de escrever livros técnicos de primeira leitura para engenheiros, arquitetos e tecnólogos, apresento agora, junto com o colega e amigo Jarbas Prado de Francischi Júnior, o livro Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto, volume 2. Trata-se de um verdadeiro manual de bolso para engenheiros, arquitetos e tecnólogos. Um dos livros que escrevi foi o Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto, volume 1. Por abordar dezenas de assuntos corriqueiros de obras civis, esse livro teve excelente aceitação. O presente livro (volume 2) é de alguma maneira a continuação do primeiro. Escolhi e convidei o colega, engenheiro Jarbas, para fazer esta edição pelo fato de ele ter uma invulgar experiência em engenharia municipal. Jarbas já trabalhou para quase uma dezena de prefeituras paulistas, seja como engenheiro construtor, seja como profi ssional prestando serviços. E, destaque-se, ele tem mais de 25 anos de atuação como engenheiro concursado na Prefeitura do Município de São Paulo. Uma lembrança e um alerta: todos os autores precisam de colaboração dos leitores. Esperamos mensagens de críticas, elogios e sugestões de novos temas. Os autores agradecem as colaborações dos colegas engenheiro Nelson Newton Ferraz, engenheiro Jorge Vianna SSA/BA <cimatek.jorgevianna@ yahoo.com.br> e arquiteto João Paulo Cuzziol <joaopaulo@cuziol.com.br>. Manoel Henrique Campos Botelho1

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Autor da Coleção Concreto Armado Eu Te Amo.


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ConteĂşdo


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PENSAMENTOS

Navegando por mares didáticos, possivelmente nunca dantes navegados…

A jornada de mil passos começa com o primeiro…

Caminhante: Avisamos-te que não há caminhos, os caminhos se fazem ao caminhar…

Acompanhando o poeta Pablo Neruda: Confessamos que em velhos e novos livros, em livrarias e em alfarrabistas (sebos), em consulta a colegas, em sites da Internet, nós muito garimpamos…

Uma abraço e boa leitura.

Manoel Henrique Campos Botelho e-mail: <manoelbotelho@terra.com.br>

Jarbas Prado de Francischi Júnior e-mail: <jarbasfjr@uol.com.br>


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ConteĂşdo


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 1 – Curva ABC para tomada de decisões

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1 – CURVA ABC PARA TOMADA DE DECISÕES NA ENGENHARIA E NA VIDA. PRINCÍPIO DE PARETTO Os fi lósofos e os profi ssionais de Planejamento Estratégico dizem que, diante de cada situação algo complexa, podemos dividir as providências a tomar em três grupos, chamando cada um de A, B e C. O importante é reconhecer que muitos problemas da vida se resolvem: •

Razoavelmente com poucas providências (trecho A da curva);

Com alto grau de satisfação, se muitas coisas forem feitas (trecho A + B da curva);

Perto da perfeição se muitas, mas muitas coisas forem feitas (trecho A + B + C da curva).

O desenho a seguir ilustra a curva ABC:

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

Porcentagem de sucesso

0

A

B

C

D

Figura 1.1 Gráfico que mostra a curva ABC.

Seja o projeto de fundações de um prédio de média altura. Os projetos corriqueiros de fundações exigem: 1. Fazer uma inspeção local. 2. Fazer sondagens SPT do solo obedecendo às normas da ABNT. 3. Interpretar os resultados das duas atividades anteriores. 4. Estudar a estrutura que receberá as fundações.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 1 – Curva ABC para tomada de decisões

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Estamos no trecho A da curva ABC. Apenas com essas quatro atitudes fazemos o projeto das fundações. Mas se quisermos estudar recalques, entrada de água na vala das fundações, teremos de fazer mais. Estaríamos, então, no trecho A + B da curva ABC. Exemplos do uso da Curva ABC para assuntos do dia a dia:

Caso 1 Para tirar uma nota próxima de oito num exame de português – exame de crase, por exemplo – basta conhecer uma única regra: •

A letra “a” com a crase (à) é usada diante de palavras femininas; na versão masculina, usamos ao.

Exemplo: “Eu vou à Cinemateca”. Notar que a forma feminina tem crase, pois a forma masculina seria ao: “Eu vou ao cinema”.

Logo, estamos no trecho A da curva ABC. Com uma única regra alcançamos nota próxima de oito. Bom, não? Se você quiser tirar nota dez precisará estudar 34 regras. Vale a pena?

Caso 2 Para tirar nota sete (uma nota boazinha) num exame de português referente à acentuação basta conhecer três regras: •

Regra 1 Todas as proparoxítonas têm acento.

Regra 2 As paroxítonas têm acento quando terminam nas consoantes da palavra de referência “rouxinol”. Exemplos: bórax, hímen etc.

Regra 3 Acentuam-se todas as oxítonas terminadas nas vogais da palavra de referência “paletó”. Exemplos: pá, pó, abaeté etc.

Vê-se nesse caso 2 que com pouco esforço se conseguem razoáveis resultados. Estamos no trecho A da curva ABC.

Regra existencial adicional: •

Inúmeros problemas se resolvem apenas com providências do trecho A da curva ABC.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 1 – Curva ABC para tomada de decisões

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Último exemplo: Vou fazer uma viagem – digamos, de 240 km – com o meu carro, e tomo somente (trecho A da curva ABC) as seguintes providências: •

Pego os documentos do carro e minha carteira de motorista;

Verifico os cinco pneus e o nível da gasolina;

Pego algum dinheiro vivo e o meu cartão bancário.

Pensamento de um fi lósofo: •

O ato mais importante da vida é o casamento, pois dele pode resultar a geração da vida de mais um ser humano. Pense, caro leitor, se na escolha do cônjuge usamos os critérios dentro da faixa A, ou do trecho A + B ou do trecho A + B + C. Por favor, seja honesto...

Princípio de Paretto: •

Semelhante à fi losofi a da Curva ABC temos o Princípio de Paretto (Regra 20/80), que diz que diante de um problema com influência de muitas variáveis, na maioria das vezes, se atacarmos 20% das causas principais, poderemos obter 80% de melhora.

Nota dos autores Ver no capítulo 32 deste livro, na Crônica 4, o texto “O caso das duas bibliotecas totalmente informatizadas. Aplicação do Princípio de Paretto”.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 2 – Explicando termos urbanísticos

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2 – EXPLICANDO TERMOS URBANÍSTICOS

Apresentamos a seguir os principais termos urbanísticos devidamente explicados: •

Acesso – caminho, rua etc.

Águas dormentes – lagos. Por exemplo, o Lago Paranoá (em Brasília). Dormente significa parado. Curiosidade: O Paranoá é um lago artificial construído na época da construção de Brasília com o principal intuito de aumentar, com a sua evaporação, a umidade da região, naturalmente muito seca (umidade muito baixa).

Águas correntes – córregos, rios. Por exemplo, o Córrego Ipiranga, o Rio Tietê, o Rio Parnaíba, o Rio São Francisco etc.

Alinhamento – linha de defi nição de pontos importantes – alinhamento de prédios.

Alvará – licença. Por exemplo, alvará de demolição.

Área de uso comum do povo – ruas, praças, praias. Praia particular é uma heresia jurídica no Brasil.

Área dominial – área de domínio (propriedade) da prefeitura. Em loteamentos, são as áreas destinadas a escolas, hospitais etc.

Área institucional – área destinada a um objetivo público.

Área rural – parte do município onde existe predominância de áreas verdes e uso agrícola pastoril. Em São Paulo, boa parte da região de Parelheiros é rural, e nenhuma parte do bairro da Sé é rural, assim como o bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, que também não possui área rural.

Área urbana – área de grande ocupação urbana. O centro de uma cidade na sua totalidade é urbano. A área urbana tem seus limites fi xados por Lei Municipal.

Áreas verdes – área onde a vegetação predomina. Por exemplo, praças públicas.

Conurbação – aproximação das áreas urbanas de dois municípios como, por exemplo, os municípios de São Paulo e Osasco.

Decreto – norma legal, obediente e detalhando uma lei. O decreto é emitido pelo poder executivo (municipal, estadual ou federal).


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 2 – Explicando termos urbanísticos

18 •

Desdobro – divisão de lote.

Desmembramento – a subdivisão de uma gleba.

Divisor de águas – divisor de bacias. Na cidade de São Paulo, a Av. Paulista divide as bacias dos rios Tamanduateí e Pinheiros.

Eixo da via – a linha que passa equidistante em relação a dois alinhamentos.

Equipamentos comunitários – redes de serviços, como rede de água, rede de esgotos e órgãos públicos, como parques, praças, estacionamentos públicos etc.

Faixa de pedestres – área de travessia na qual o pedestre tem preferência.

Faixa non edificandi – trecho no qual são proibidas as edificações. Por exemplo, margens de rios.

Frente do lote – divisória entre a propriedade particular e a área pública.

Gleba – uma área urbana ou rural.

Lei – norma legal que passou pelo poder Legislativo (municipal ou estadual ou federal) e pelo poder Executivo.

Licenciamento ambiental – autorização para intervenção num local desde que tenham sido aprovados, do ponto de vista ambiental, seus projetos.

Limite municipal – local onde termina a área do município. Os limites podem ser defi nidos por rios, lagos, divisores de águas, linhas geográficas determinadas por linhas topográficas.

Lindeiro – ao lado.

Lote – área de terreno fruto da divisão de uma gleba para venda individual.

Loteamento – divisão de uma gleba.

Nunciação de obra nova – reclamação de nova obra irregular.

Posseiro – situação de quem tem ou exerce posse de uma área. O proprietário legal de um lote, desde que o ocupe, é um posseiro legal. Sem documentos, é um posseiro ilegal.

Profundidade do lote – distância máxima entre o alinhamento de espaço público e os pontos mais distantes do lote.

Quadra – divisão de uma gleba; delimitada por vias de circulação.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 2 – Explicando termos urbanísticos

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Recuo – afastamento em relação a um espaço público.

Remembramento – a junção de duas glebas formando uma única gleba. Às vezes, por questões de redução de imposto municipal ou por valorização da área, vale a pena fazer um remembramento2.

Urbanização – ocupação por edificações.

Usucapião – situação na qual um ocupante, simples posseiro de área particular, pode solicitar na justiça, depois de certo tempo e sendo uma posse tranquila, tornar-se o seu proprietário (domínio).

Via de circulação – o mesmo que rua.

Viela sanitária – trecho sem edificação e destinado a passagem de pedestre ou algum serviço público, como rede de esgoto, rede pluvial, rede de água etc. Muitas vezes, pode constituir um problema sanitário, caso se torne um depósito de lixo ou ponto de encontro de usuários de drogas.

TIPOS DE NUMERAÇÃO DE LOTES Existem duas possibilidades: a. Por distância ao início da rua, caso adotado em São Paulo e na maioria dos municípios3. Este é o melhor entre os dois sistemas. b. Por numeração sequencial de lotes, independentemente da distância. Este sistema, por exemplo, é adotado em Santos, SP. O lote número 1, por exemplo, só pode existir neste caso.

2 Um dos autores esteve envolvido, como profi ssional, em um caso de remembramento. Duas grandes áreas foram remembradas como área única perante a Prefeitura, pelo fato de, para áreas maiores, o imposto municipal ser bem menor (R$/m 2). Daí a vantagem do remembramento dos dois lotes, que ficaram como um só, pagando um Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) menor. 3 Ver detalhes desse assunto no livro “Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 1”. – Página 196.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 2 – Explicando termos urbanísticos

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3 – HIERARQUIA DOS DOCUMENTOS TÉCNICOS NA ENGENHARIA

Quando se constrói um empreendimento de engenharia de médio ou grande porte, são produzidos e manuseados centenas de documentos e há de se ter cuidados em sua interpretação. Num mesmo empreendimento podem haver: 1. Documentos confl itantes e, portanto, com algum erro. 2. Documentos de hierarquias diferentes e com informações diferentes. Nesse caso, as informações diferentes não confi guram erro. Vamos analisar cada caso.

1. Documentos de mesma hierarquia conflitantes Documentos de mesma hierarquia com dados diferentes precisam ser explicados, e, seguramente, algum dado está errado ou superado pela evolução do empreendimento. Deve-se corrigir, fazendo-se a revisão do documento.

2. Documentos de hierarquia diferentes e com informações diferentes Temos o exemplo de uma grande empresa que tinha uma especificação padrão para bombas hidráulicas, na qual se dizia que toda bomba a ser fornecida deveria ser testada em um laboratório de hidráulica. Para um caso específico da compra de uma determinada bomba, seu data sheet (folha de dados) afi rmava que não era necessário ensaio em laboratório de hidráulica, pois essa bomba seria testada no recebimento. Aparentemente, havia uma contradição, mas uma falsa contradição, pois se tratava de uma pequena bomba de esgotamento de água de piso. Assim, vale a regra: quanto mais específicos forem os documentos, maior será a hierarquia que terão em relação a documentos genéricos. Nesse caso, a especificação geral de bombas com mais de 15 páginas não era mudada caso a caso, pois isso geraria uma confusão documental; contudo, a especificação geral anotava: Essa especifi cação pode ser modifi cada pelo que for estabelecido na folha de dados (data sheet) específi ca de cada equipamento.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2

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Anotações…

2 – Explicando termos urbanísticos


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 4 – Dialogando com o arquiteto

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4 – DIALOGANDO COM O ARQUITETO

O engenheiro Jorge Vianna explica a uma jovem colega (arquiteta) os cuidados que toma ao início de um projeto:

Cara colega P., Minha prática segue, mais ou menos, o seguinte roteiro (para casas, prédios, galpões, o que for). 1. Estudar o projeto arquitetônico até entender mais dele que o próprio arquiteto. 2. Superpor os desenhos dos andares e verificar possíveis desencontros. Encontrando, solicitar ajustes ao arquiteto. 3. Verificar cortes e fachadas com as plantas baixas. Se houver diferenças, solicitar ajustes ao arquiteto. 4. Verificar no projeto arquitetônico se as medidas estão “batendo” corretamente com as dimensões/desenho. 5. Verificar se as linhas arquitetônicas estão ortogonais, verticais e horizontais. 6. Verificar se as elevações dos pisos estão corretas entre cortes e plantas baixas. Se houver diferenças, solicitar ajustes ao arquiteto. 7. Verificar se as espessuras das paredes são exequíveis. Caso contrário, solicitar que o arquiteto veja o que pode fazer. 8. Estudar especificações para defi nir, principalmente, revestimentos de paredes e pisos, cargas de jardineiras banheiras, piscinas, forros, coberturas, impermeabilizações e outros. 9. Estabelecer cargas atuantes permanentes e submeter as justificativas à aprovação do arquiteto. Considerações do tipo 5 cm para o piso, 3 cm ou 2 cm ou, ainda, 1,5 cm para o revestimento do material. 10. Estabelecer limites admissíveis de piso a teto nos diversos casos de vãos e passagens. 11. Verificar preliminarmente a esbeltez de peças para atender aos desenhos de arquitetura e adaptar com o arquiteto caso necessário.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 6 – Sugestão de proposta padrão para profissional autônomo de estudos e projetos

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6 – SUGESTÃO DE PROPOSTA PADRÃO PARA PROFISSIONAL AUTÔNOMO DE ESTUDOS E PROJETOS E/OU PARA EXECUÇÃO DE OBRAS Os autores deste livro tiveram, por alguns anos, a função profi ssional de contratar serviços de projetos e obras de manutenção de unidades públicas (escolas, centros de saúde etc.). A quantidade de propostas mal feitas por engenheiros e arquitetos assombrou esses profi ssionais. Em face desse assunto, decidimos sugerir uma proposta de estudos ou projetos, que ajudem o jovem profi ssional a evitar erros graves em sua proposta. A seguir, temos uma proposta de execução.

6.1 – PROPOSTA DE ESTUDOS/PROJETO Documento XYZ – Toda proposta tem de ter um número de referência. •

Data A proposta tem de ter estilo. Não use número para defi nir mês. Escreva o nome do mês por extenso. As normas oficiais recomendam escrever o nome do mês com inicial minúscula. Exemplo: 3 de maio de 20XX.

Nome completo do cliente Redija o nome completo, não utilize letras iniciais, e anteceda o nome com um título, como Sr. Paulo Silva, Dr. Pedro Souza, Professor Ubirajara Martins etc. A titulação Professor é hierarquicamente superior à doutor.

Endereço completo Coloque o endereço completo do cliente, mas completo mesmo, incluindo até o nome do bairro. Em locais muito conhecidos, todavia, o nome do bairro é dispensável. Por exemplo: Largo da Matriz, nº 38.

Assunto a ser desenvolvido Defi na projeto, consultoria ou perícia.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2

38 •

6 – Sugestão de proposta padrão para profissional autônomo de estudos e projetos

Apresentação Explique de forma extremamente reduzida a razão da proposta.

Escopo do trabalho Cuidado com os riscos do superdetalhamento da proposta que podem ser passados pelo cliente para outro concorrente. Escreva com clareza o escopo oferecido e seus limites. Não cite trabalhos excluídos – afi nal, se detalhamos com clareza o escopo do que será realizado, o que não estiver no escopo já estará fora do trabalho. Use sempre e sempre frases positivas e evite frases negativas. Não se deve citar o que não será realizado, pois a abrangência do não fazer tende ao infi nito. Escreva o que vai fazer.

Ampliação do trabalho, se necessário Diga com clareza quais trabalhos não contemplados no escopo do trabalho dessa proposta poderão ser realizados, dependendo de acertos complementares (leiam-se acréscimos de prazo e de custos).

O valor total estimado (ou fi xo) e o prazo para início dos serviços e o prazo de execução dos serviços

Documentos a serem entregues pelo cliente Cite os documentos de referência que o cliente terá de entregar formalmente. Documente a entrega desses documentos para evitar problemas futuros.

Documentos a serem produzidos pelo trabalho contratado Detalhe, de forma resumida, mas com objetividade e clareza.

Emissão da ART (CREA ou CAU) Transforme um limão numa limonada, ou seja, diga que você entregará (é de lei) a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) defi nindo sua responsabilidade. O valor da ART deve estar embutido na proposta de honorários, bem como o aviso de que o profi ssional pagará os custos dessa exigência.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 6 – Sugestão de proposta padrão para profissional autônomo de estudos e projetos

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Honorários e forma de pagamento Escreva com clareza o valor do futuro pagamento a ser feito pelo cliente a você, e não se esqueça de indicar a forma de pagamento do tipo: sinal e “x” parcelas mensais, algumas dessas parcelas podem ser contra eventos.

Taxa horária, se necessário.

Prazo de validade da proposta Indique o prazo de validade (normalmente, um mês), com a observação de que se ultrapassar esse prazo a proposta poderá ser renegociada.

Assinatura completa Ao assinar a proposta, não use garranchos, e sim desenhe de forma legível seu nome e o nome da empresa. Marketing é: gente encontrando gente. Personalize de forma identificável sua proposta. O cliente tem o direito de saber o nome de quem fez a proposta.

Anexo – currículo do proponente Em uma ou no máximo em duas páginas. Em currículos profi ssionais, o passado distante importa pouco e o que importa bastante é o que você fez nos últimos dois (a cinco) anos.

Nota de redação técnica Quando for citar vários itens, fuja de citação em linhas e vá para a citação em itens, como a seguir. Texto criticável O Rio Tanquinho tem como tributários os rios Verde, da Usina, do Centro e do Góis. Prefi ra O Rio Tanquinho tem como tributários: a) Rio Verde; b) Rio da Usina; c) Córrego do Centro; d) Rio do Góis.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 7 – Problemas de obras. Orçamentos

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7 – PROBLEMAS DE OBRAS. ORÇAMENTOS

ORÇAMENTOS SUBDIMENSIONADOS O Brasil está passando por uma fase difícil e complexa a ser superada. Temos notado que o assunto orçamento de obras não está sendo objeto de avaliação para sua evolução. Tratam-se de grandes, médias e pequenas obras sendo projetadas, implementadas e iniciadas, mas que não são concluídas adequadamente e totalmente, sobretudo por falta de recursos fi nanceiros, por conterem erros grosseiros de orçamentos, os quais são imprecisos e mal elaborados. Citamos como exemplos, em nível estadual, o recente episódio ocorrido no Rio de Janeiro com o Estádio do Engenhão atualmente interditado, tendo sido concluído recentemente. No nível nacional ocorre a não conclusão da transposição das águas do Rio São Francisco para o Nordeste, os estádios de futebol para a Copa do Mundo, sendo vários entregues e não totalmente concluídos etc. Em todas essas obras a informação consensual é apenas uma, os recursos fi nanceiros previstos e disponibilizados não foram suficientes. Além de todas essas lamentáveis e indesejáveis situações, contamos, ainda, com as promessas de campanhas políticas municipais não mensuradas fi nanceiramente, incluindo a construção de hospitais, prontos-socorros, escolas, creches, sem que haja levantamento para verificação de áreas disponíveis para tais construções. Há apenas promessas vazias para que a população, mantida ignorante e inculta, aprove tudo o que lhe é dito, mantendo-se o status quo. O atropelo para gerar fatos consumados da (e na) política, seja ela em nível nacional, estadual ou municipal, tem agravado esta situação, na qual verificamos que o Brasil necessita utilizar adequadamente os parcos recursos fi nanceiros existentes para investimentos em infraestrutura. Ainda assim, nenhuma obra é concluída de maneira adequada, provocando reclamações que infalivelmente geram a necessidade de futuras intervenções para sua fi nalização, ou, o que é pior, o abandono das obras por muito tempo, até surgirem novos recursos fi nanceiros que, como se sabe de antemão, não serão suficientes para sua conclusão, prolongando indefi nidamente sua conclusão. No nosso entendimento, para serem licitados os projetos deveriam ser detalhados exaustivamente, exigindo, para tanto, levantamentos de campo condizentes, atualizados e, principalmente, mais bem elaborados, possibilitando a criação de orçamentos que representem a realidade do local, de modo a trans-


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2

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7 – Problemas de obras. Orçamentos

formar e justificar sua execução e, defi nitivamente, melhorar a vida da população beneficiada pela obra. No acompanhamento do cotidiano dessa situação, temos percebido que as empresas contratadas, na ânsia de ter a obra em seu portfólio, não têm se atentado ou se preocupado com essa realidade. Somente quando os recursos fi nanceiros previstos terminam elas se dão conta do problema que paralisa a execução dos serviços, provocando, invariavelmente, problemas para a população que seria beneficiada. Infelizmente, alguns dos órgãos representativos das classes de engenharia e arquitetura não têm se manifestado, ausentando-se por completo, provavelmente por terem se transformado de órgãos técnicos em políticos, tendo sido cooptados, tornando-se corresponsáveis pelo desleixo. Acreditamos que haja duas hipóteses como solução para esse problema: ou os governantes e seus subordinados técnicos melhoram a análise e a qualidade dos projetos, licitando obras com valores reais, indicando a totalidade dos recursos fi nanceiros e de onde advirão, para possibilitar a continuidade da situação atual, ou seja, contratando obras por preços unitários, ou devem transferir essas atribuições para a iniciativa privada, contratando obras e serviços por preços globais totais.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 8 – Domínio e posse de uma propriedade imobiliária

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8 – DOMÍNIO E POSSE DE UMA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA. ENTENDENDO OS CARTÓRIOS CARTÓRIO Quem utiliza e ocupa uma propriedade imobiliária (casa, terreno ou uma gleba) tem a posse dessa propriedade. Se também possuir documentos oficiais que o defi nam como o dono dessa propriedade, chamamos essa situação de domínio. A posse de uma área foi determinada após o descobrimento do Brasil, quando este território teve a posse portuguesa identificada por marcos e criação de cidades e o domínio garantido anteriormente pelo Tratado de Tordesilhas. Quem mora em uma casa ou a aluga mediante contrato formal tem a posse e o domínio dessa propriedade imobiliária. O inquilino tem uma posse provisória. Para formalizar a compra e a venda de uma propriedade imobiliária existem os Cartórios de Notas (concessão estadual), sendo que a escritura de uma venda de um terreno no Estado do Rio Grande do Sul pode ser feita, por exemplo, num cartório localizado no Estado do Acre. Cabe ao adquirente, depois de obter a escritura de compra e venda, ir correndo registrar essa escritura no Cartório de Registro de Imóveis (concessão estadual). Não há escolha do Cartório de Registro de Imóveis. Cada propriedade imobiliária está registrada em um único cartório e toda a transação deve ser informada a esse cartório, que fará o lançamento no livro de registro próprio, o qual individualiza cada imóvel com o nome do novo proprietário. Se formos comprar um imóvel, devemos, primeiro solicitar do vendedor uma certidão atual que indique em nome de quem está registrado o imóvel no Cartório de Registro de Imóveis, e somente devemos comprar dessa pessoa que tiver o imóvel em seu nome. Como já citado, podemos fazer a escritura de compra e venda em qualquer cartório do Brasil, mas o registro da venda deve ser feito no cartório específico de registro de imóveis. Existem, ainda: a. b. c.

Cartório de Registro Civil – onde se anotam o nascimento, casamento, morte, e testamentos de cada cidadão; Cartório de Registro de Documentos – onde se registram e se tornam públicos quaisquer documentos; Cartório de Protestos – onde se registram notas promissórias não pagas, cheques devolvidos etc.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 10 – Válvulas hidráulicas. Tipos e usos

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10 – VÁLVULAS HIDRÁULICAS. TIPOS E USOS

O que são válvulas ou registros hidráulicos?

Inicialmente, uma correção quanto à denominação. Por razões históricas as válvulas hidráulicas são chamadas em algumas localidades de “registros”. Essa denominação é indesejável. Registro, na engenharia de controle, é um instrumento que registra, documenta o valor de uma variável medida. O correto é denominar como válvulas hidráulicas7 os equipamentos que controlam vazões de fluídos, sendo entendida a expressão “controlar” como alterar o escoamento, bem como mudar, abrir e fechar sistemas hidráulicos/gasosos. Por exemplo, a válvula do tipo ventosa é aplicada em linhas de recalque para permitir a saída ou entrada de ar, melhorando o funcionamento dessa linha adutora. Vamos estudar as seguintes válvulas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 7

válvula de gaveta; válvula de retenção; válvula borboleta – butterfly valve; válvula globo; válvula de esfera; válvula de descarga de fundo; válvula de alívio; comporta e adufa de parede; stop log (pequena comporta de acionamento manual); ventosa; hidrante de combate a incêndio;

Em um domicílio, a válvula hidráulica mais comum é chamada de “torneira”.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 10 – Válvulas hidráulicas. Tipos e usos

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12. válvula de nível de reservatório; 13. válvula anti golpe de aríete; 14. válvula de pé. Vamos à descrição de cada uma delas:

Válvula de gaveta Trata-se de uma válvula com uma placa (gaveta) na posição ortogonal ao eixo de escoamento. Quando fechada, ela veda a passagem do fluído. Aberta, ela libera a sua passagem. Em instalações de bombeamento de água quando está fechada ela permite, pelo bloqueio, atividades de manutenção da bomba. Existem válvulas de corpo oval que permitem trabalhar com maiores pressões do fluido. Para menores pressões podem ser utilizadas válvulas de gaveta de forma chata.

Gaveta

Figura 10.1 Válvula de gaveta.

As válvulas de gaveta devem ser do tipo de fechamento lento (muitas voltas) para que, no caso de uso em tubulações com pressão os golpes de aríete sejam mínimos.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 10 – Válvulas hidráulicas. Tipos e usos

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Válvula de retenção

H

Fluxo

L

Figura 10.2 Válvula de retenção.

Válvula que permite a passagem da água num só sentido. Parando o bombeamento, por exemplo, de água de uma instalação de bombeamento, a válvula de retenção impede o retorno da água bombeada e com isso protege o sistema contra grandes golpes de aríete e impede que a água do tubo de recalque retorne.

Válvula borboleta – butterfly valve

Figura 10.3 Válvula borboleta.

Tem a mesma função que a válvula de gaveta. Uma peça tipo lâmina gira em torno do seu eixo liberando ou impossibilitando o escoamento da água.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 11 – Sumário sobre golpe de aríete

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11 – SUMÁRIO SOBRE GOLPE DE ARÍETE EM PEQUENAS E MÉDIAS ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS E EM INSTALAÇÕES PREDIAIS INTRODUÇÃO

Linha de recalque NA

Bomba NT

Reservatório inferior NA

Reservatório superior

Figura 11.1 Desenho esquemático de estação elevatória.

SENTIDO DA ÁGUA 1.

Bombeamento

2.

Retorno da água em face de falta de energia elétrica que aciona o motor que gira a bomba. Esse retorno gera o golpe de aríete.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 11 – Sumário sobre golpe de aríete

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Chama-se golpe de aríete o fenômeno transitório que ocorre em casas de bomba quando o bombeamento da água cessa bruscamente devido a: •

desligamento planejado das bombas, ou por desligamento por falta momentânea de energia elétrica.

acionamento das válvulas de descarga nos prédios.

O GOLPE DE ARÍETE 1.

Causa esforços em toda a tubulação e peças;

2.

Pode, quando do retorno da massa de água e em caso extremo, fazer girar ao contrário o motor e a bomba;

3.

Faz barulho em instalações prediais, normalmente só perceptível à noite, quando há maior silêncio nas cidades.

Podem ocorrer graves danos nas instalações em face desse golpe hidráulico. Analisemos as duas primeiras situações: Situação 1. Em determinadas horas do dia, o funcionamento de uma bomba de uma casa de bombas pode não ser necessário. Por causa dessa situação, para parar o bombeamento o operador tem de operar a válvula de gaveta, que tem como característica principal ser uma válvula de fechamento lento. Assim, ele progressivamente fecha o envio de água para a linha adutora. Quando toda a alimentação terminar (válvula gaveta totalmente fechada) o operador desliga os motores e, com isso, a bomba deixa de bombear. Nesse caso, não ocorrerá o golpe de aríete. Situação 2. Havendo interrupção do fornecimento de energia elétrica numa casa de bombas de um sistema público de abastecimento de água, o motor rapidamente para de girar e, com isso, a bomba para de funcionar, deixando de enviar água para a tubulação de recalque. A água que foi bombeada minutos antes ainda está com velocidade e vai subindo na tubulação. Mas esse impulso cessará aos poucos, e toda a coluna de água começará a voltar nessa tubulação. Esse retorno da água gerará um impacto nas peças da tubulação, válvulas, blocos de ancoragem, bomba e motor. Essa ação de retorno é o que chamamos golpe de aríete. Esse golpe pode ser muito danoso às instalações hidráulicas.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 11 – Sumário sobre golpe de aríete

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Como se diminuem os efeitos do golpe de aríete? Usando-se, entre outros, os seguintes recursos possíveis: 1.

Ao projetar hidraulicamente a casa de bombas e a tubulação de recalque, utilizar baixas velocidades para a água;

2.

A válvula de retenção em cada bomba poderá muitas vezes absorver o golpe de aríete e, assim, nada mais acontecerá. Esse é o caso mais comum em estações elevatórias de pequeno e médio porte (caso de bombas em instalações prediais);

3.

Pode-se instalar válvulas especiais antigolpe de aríete junto às bombas; essas válvulas permitem entrada de ar na tubulação de recalque e, assim, forma-se um colchão de ar que absorverá parte do impacto;

4.

Pode-se usar tubulações de plástico ao invés de tubulações de ferro/aço, pois com o uso da tubulação mais deformável, como o plástico, essa ação de deformação absorve parte da energia do golpe de aríete;

5.

Pode-se criar na tubulação de recalque pontos de fi xação mais fracos que possivelmente se romperão quando do golpe de aríete e, com isso, o golpe pouco afetará a bomba e o motor. Faz-se, então, o reparo (muito mais barato) do trecho que funcionou como dispositivo de sacrifício;

6.

Em outros países, existem placas sensíveis ao aumento da pressão da água diante do golpe de aríete. Essas peças, também de sacrifício, rompem e protegem as instalações. Posteriormente ao seu rompimento, são trocadas essas peças de sacrifício;

7.

Acoplar junto a cada bomba um volante com muito peso e, com isso, a inércia do sistema é maior e o golpe de aríete resulta menor.

O assunto golpe de aríete é bem complexo, e existem várias teorias para o seu cálculo, assim como vários programas de computador para esse cálculo. Sugestão de leitura: Golpe de aríete em casas de bombas, de Plinio Tomaz, Editora Navegar.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 14 – Entendendo a partida e o funcionamento de uma casa de bombas

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14 – ENTENDENDO A PARTIDA E O FUNCIONAMENTO DE UMA CASA DE BOMBAS DE ÁGUA EM SEU PRIMEIRO DIA DE OPERAÇÃO Vamos apresentar o caso da partida e uso de uma estação de bombeamento de água no seu primeiro dia de operação (ver Figura 14.1). O manancial é um lago natural que serve para atender a um sistema público de pequena/média cidade. Tudo está pronto para o início de operação. Todos os equipamentos foram testados individualmente e funcionam. Veja o esquema apresentado na Figura 14.1. A ideia essencial é mandar água do tanque A até o tanque B, que está em posição mais alta. A estação tem duas bombas centrífugas iguais, uma servindo como reserva da outra. Na partida, as tubulações de sucção e de recalque estão sem água. Vejamos as etapas de uso: Partida da bomba, mas ela não recalca nada. Por quê? É que uma bomba centrífuga succiona muito bem água, mas, não existindo água na tubulação de sucção – somente ar –, torna-se necessário encher a tubulação de sucção com água. Qualquer processo que encha a tubulação de sucção com água serve. Consideremos duas alternativas (existem mais) para encher essa tubulação de sucção. •

Encher manualmente com água a tubulação de sucção graças a um copinho com válvula de gaveta (algo como 12,5 mm de diâmetro). A tubulação de sucção fica cheia de água. Essa solução só é prática para sistemas de bombeamento muito pequeno, como uma instalação que atende a uma família ou um grupo resumido de residências,

Colocar uma bomba de vácuo na tubulação de sucção (ponto A). Com isso, forma-se um vácuo (pressão inferior à pressão atmosférica) na tubulação de sucção e a água do reservatório (tanque A) sobe e enche a tubulação de sucção. A válvula de pé (válvula de retenção) impede o retorno da água para o tanque A.

Agora a casa de bombas pode funcionar, retirando água do tanque A para a linha de recalque que chegará até o tanque B. Cuidado na partida. Fechamento da válvula de gaveta na tubulação de recalque.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2

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14 – Entendendo a partida e o funcionamento de uma casa de bombas

Antes de ligar o motor elétrico, o operador, Seu Chiquinho, fechou a válvula de gaveta do recalque, evitando com isso que a bomba recalcasse contra uma tubulação de recalque sem água. Recalcar contra a pressão atmosférica (sem água) poderia danificar o motor. Depois de alguns poucos minutos, Seu Chiquinho abriu lentamente a válvula de gaveta, que, por razões construtivas e necessidades, é uma válvula de fechamento lento. Então, a tubulação de recalque começou a encher-se com água, e essa água no recalque não voltará em decorrência da válvula de retenção.

Funcionamento pleno da elevatória A linha de recalque está, agora, cheia, e a água, fi nalmente, chega ao tanque B (reservatório mais alto). Ao longo da linha de recalque existe um ponto alto (ponto K) em que o ar dissolvido (não combinado quimicamente e produzido pelo movimento da água no tanque A) vai se acumulando. O acúmulo desse gás nesse ponto K atrapalha o escoamento e pode gerar esforços, em decorrência de sua compressão. Colocaremos, então, nesse ponto K, uma ventosa de duplo efeito, que, graças à pressão, expulsa o ar acumulado e, no caso de golpe de aríete, deixa entrar ar, diminuindo os esforços do golpe. No ponto M existe uma válvula de gaveta que propicia a descarga de partículas e permite o esvaziamento da linha de recalque para limpeza e reparos. Uma linha de recalque de outra elevatória foi construída sem a válvula de descarga e era um problema quando se desejava esvaziar essa linha.

Chegada da água no seu destino A água recalcada chega, no fi nal da linha, ao tanque B. Aí, para evitar a extravasão, é necessária uma válvula de gaveta, acionada por nível da água ou por comando elétrico, que desligue o motor da bomba.

Combate ao golpe de aríete A estação está dotada de válvulas antigolpe de aríete, para o caso de alguma ocorrência desse tipo, nas situações de queda não programada da alimentação elétrica dos motores. O golpe de aríete nasce no retorno da água bombeada pela falta do acionamento da bomba em decorrência do não funcionamento do motor por falta de alimentação elétrica. A existência da válvula de retenção no recalque ajuda a minimizar as consequências do golpe de aríete.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 14 – Entendendo a partida e o funcionamento de uma casa de bombas

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Nova partida Parando-se o bombeamento graças à válvula de pé na sucção e da válvula de retenção no recalque, que mantêm as tubulações de sucção e recalque cheias de água, o sistema fica todo escorvado. Uma nova partida não terá problemas.

Válvula de bloqueio (gaveta) B NA Linha de recalque

Válvula de retenção Bomba centrífuga e motor Chegada de água

Válvula de gaveta Válvula antigolpe

NT

NA

Tanque A (poço de sucção)

Válvula de retenção ou de pé com crivo, o que evita a entrada de detritos

Figura 14.1 Esquema de uma estação de bombeamento de água.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 15 – Entendendo o funcionamento de uma caldeira

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15 – ENTENDENDO O FUNCIONAMENTO DE UMA CALDEIRA

Há várias instalações nas quais se precisa de calor. Indústrias, hospitais, grandes hotéis são exemplos disso. Estamos falando de calor, e não de fogo. Porém a demanda por calor acontece em vários locais da instalação, e com demandas diferentes para atender. Para atender a vários pontos, por razões de economia, uma ideia é ter um único gerador de vapor que transportará esse calor, via tubulação, atendendo a essas demandas. Assim nasceu a caldeira, em quase tudo semelhante à nossa panela de pressão domiciliar. A caldeira é um equipamento industrial que recebe água fria (temperatura ambiente), que depois é aquecida e se transforma em vapor. Esse vapor chega por pressão aos pontos de consumo por meio de linhas de condução, transportando o calor. A Figura 15.1 ilustra esse processo. O esquema funcional é o que segue.

Chaminé: saída dos gases quentes

Tanque elevado de água Água nova (suplemento)

N.A.

Água

Água quente

Vapor

Saída do vapor para serviço

Água em ebulição Calor

Usos do vapor

Usos do vapor

Queimador Água Caldeira N.A. Bomba Tanque de condensado

Usos do vapor

Retorno do condensado (vapor que virou água quente)

Retorno ao tanque elevado de água

Figura 15.1 Esquema básico de uma instalação de vapor.

Vamos agora entender, etapa por etapa, o funcionamento de uma caldeira e suas linhas de vapor. 1.

Temos um tanque elevado, alimentado por água vinda do sistema predial.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 15 – Entendendo o funcionamento de uma caldeira

86 2.

A água do tanque está na temperatura ambiente e, nessa condição, é encaminhada à caldeira, em que, por efeito de aquecimento, será transformada em vapor.

3.

A água (fria) sofre aquecimento já dentro da caldeira e, então, circula por tubos internos, nos quais é aquecida, transformando-se em vapor.

4.

Toda a caldeira tem um queimador que transmite calor para a água que está escoando dentro dela.

5.

No queimador, podemos usar como combustíveis: •

Gás natural;

GLP (gás liquefeito de petróleo);

Madeira e outros restos vegetais. Um exemplo expressivo é a queima do bagaço de cana.

Como alternativa à queima de combustível, podemos usar o aquecimento da água pelo uso de resistência elétrica semelhante à de um chuveiro elétrico. Entretanto, o aquecimento da água pelo uso da eletricidade é a mais cara das alternativas de aquecimento da água e, hoje em dia, é pouco usado.

6.

O vapor produzido, pelo fato de se expandir, o que é impossibilitado pela carcaça de aço da caldeira, é, então, expelido com pressão para as linhas de vapor que irão até os pontos de utilização.

7.

Chegando aos pontos de utilização o calor do vapor é trocado e, então, esse vapor se condensa (volta ao estado líquido) e, depois disso, essa mistura vapor-água condensada (água quente) volta ao circuito, com o uso de bomba, normalmente via reservatório de água fria.

8.

Nos pontos de alimentação de vapor e onde ocorre a troca térmica, podem acontecer dois tipos de fenômeno: •

O vapor cede calor, mas não entra em contato com o produto a aquecer. É o caso do aquecimento externo de grandes panelas de cozinha (por exemplo, hospitais). Nesse caso, o vapor cede calor (e, portanto, esfria) e volta ao sistema quase como água quente e sem haver mistura calor-comida.

O vapor cede calor entrando em contato com o produto (caso das nossas panelas de pressão) e, com a cessão de calor, o vapor transforma-se numa mistura vapor e água quente, além de restos do produto aquecido. Esse vapor não tem a possibilidade de reúso e, então, é descartado na rede de esgoto. O vapor usado em hospitais na lavagem de roupa é um desses casos.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 15 – Entendendo o funcionamento de uma caldeira

9.

87

Seja no circuito de ida do vapor aos pontos de utilização, via tubulação de condução, devidamente isolado termicamente, no retorno do ponto de uso. Uma parte do vapor condensa, transformando-se em mistura de vapor e água quente. Essa mistura é chamada, simplificadamente, de “condensado”. O condensado não interessa nas trocas térmicas, e, então, nas linhas de vapor, colocamos pequenos aparelhos que expulsam continuamente e automaticamente a fase líquida da mistura vapor-água quente (condensado). Esse condensado, sendo água quente, é recolhido e armazenado e, por meio de bombas, volta ao início do circuito.

10. Cada local com caldeiras tem de ter operadores 24 horas por dia, pois vários cuidados devem ser tomados para se evitar o risco de explosão da caldeira – quando as caldeiras explodem, produzem efeitos catastróficos, podendo atingir as pessoas próximas. 11. Em termos de segurança contra a explosão do equipamento, o operador de caldeiras deve tomar cuidado com vários fatores, mas os cuidados mínimos são: •

Verificar e acompanhar o nível mínimo de água na caldeira, tomando atitudes de correção, se for o caso;

Fazer a descarga do lodo do fundo da caldeira, a cada 30 minutos;

Verificar e acompanhar a pressão dentro da caldeira tomando as providências necessárias, no caso de excesso de pressão;

Além dos cuidados de segurança, o operador deve seguir as instruções do manual da caldeira;

Ter em mãos a NR 13 do Ministério do Trabalho e segui-la.

Recomenda-se a leitura do livro Operação de caldeiras – gerenciamento, controle e manutenção, de Manoel Henrique Campos Botelho e Hercules Bifano, Editora Blucher. Para estudos posteriores mais avançados, recomenda-se o livro Geradores de vapor, de Raul Peragallo Torreira da Editora Ex-Libris.

Nota dos autores Para escrever o texto deste capítulo os autores se inspiraram nos aspectos gerais da chamada caldeira fogo tubular (também chamada fl amotubular) de 800 kgf/h de produção de vapor. A caldeira fogo tubular é o tipo mais comum dentre as caldeiras do mercado.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 18 – Sua casa, seu local de maior perigo. Cuidados a tomar

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18 – SUA CASA, SEU LOCAL DE MAIOR PERIGO. CUIDADOS A TOMAR A nossa casa é o local que nos oferece maior perigo, ou seja, onde pode acontecer o maior número de acidentes. Isto se deve ao fato de a nossa casa ser o local onde passamos a maior parte de nosso tempo. Vejamos alguns assuntos sobre segurança predial: 1.

Não estocar gás (GLP) dentro da casa. O estoque de gás deve ficar fora da residência, ou seja, ao ar livre.

2.

Quando ainda se usavam espiriteiras a álcool para cozinhar, a realimentação de álcool, por vezes, fazia explodir o frasco com esse combustível, pelo fato de o fogo atingir o recipiente e provocar uma explosão. A determinação das autoridades sanitárias colocando restrições à venda de álcool líquido atende a esse cuidado. Para o público em geral, o correto é o uso do álcool na forma de gel.

3.

Banheiros. A norma NBR 5410 da ABNT estabelece com extremo cuidado as orientações das instalações elétricas dentro de banheiros. Siga-as. Ver a norma da ABNT.

4.

Tapetinhos. Os famosos tapetinhos que sempre escorregam e são usados para enxugar o piso de banheiros e pisos de cozinha são outro elemento de risco. Não use tapetinhos, enxugue o chão com pano e jogue fora os tapetinhos.

5.

Verifique, no box do seu banheiro, se há peças salientes que possam causar acidentes quando alguém escorregar. Se houver, elimine-as. Veja na Figura 18.1 (a, b e c) exemplos de instalações para segurança em banheiros.

Figura 18.1 (a) Sanitários acessíveis.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 18 – Sua casa, seu local de maior perigo. Cuidados a tomar

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Figura 18.1 (b, c) Sanitários acessíveis.

6.

O ideal seria que portas especiais de qualquer prédio se abrissem para fora, favorecendo a saída de ocupantes. No caso de banheiros, o material dessas portas deve ser o mais fraco possível, de modo que um “bom pontapé” em situação de risco possa abri-las, mesmo que as inutilizando.

7.

Jogue fora, de forma espetacular, as panelas com cabos com deficiências, pois essas deficiências podem fazer com que essas panelas girem ao serem transportadas, derramando ou água fervente ou, o que é mais perigoso, por sua alta temperatura, o óleo fervente.

8.

Lave, a cada seis meses ou, no máximo, uma vez a cada ano, sua caixa-d’água. Ela pode ser um ponto de contaminação da água que você vai beber. E tampe-a. O correto seria instalar a caixa-d’água em cima de uma pequena estrutura metálica com fácil acesso para limpeza. Isso acontece em vários países, como a Argentina. Quem consegue limpar a caixa-d’água indicada na Figura 18.2?

9.

Minimize ao máximo o uso do maldito aparelho chamado em alguns locais de “benjamim”. O benjamim permite que se liguem vários aparelhos elétricos numa mesma tomada. Já vi uma tomada elétrica com o acoplamento de dois benjamins, ou seja, permitindo (???) o acoplamento de até cinco aparelhos elétricos !!!!!!. A corrente que passará nesse “acoplamento maldito” poderá gerar um curto-circuito.

10. Um item especial: as perigosas escadas. Deixamos por último e para dar destaque, por sua importância, o assunto referente à escada de um domicílio e à escada pública. Cuidados: a.

A escada é uma das poucas peças da construção civil que exige a precisão de milímetros, enquanto todas as outras peças podem usar o centímetro como unidade básica de medida. Uma escada construída com espelho de degraus variando 1 (um) centímetro em relação aos


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 18 – Sua casa, seu local de maior perigo. Cuidados a tomar

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outros espelhos é uma fonte eterna – escrevemos eterna – de tropeções e quedas;

Caixa-d’água 1.000 L

Posição maldita para limpeza 5,90

Banho +3,10

+1,40 Vazio +0,30

NT

0,00

Y 2,00

5,80 CORTE A-B

7,00

9,50

X

Figura 18.2 Exemplo de instalação de caixa-d’água em local de difícil acesso.

b.

Deve-se instalar corrimão nos dois lados da escada ou, no “mínimum minimorum” só de um lado, correndo desde o início da escada até seu nível mais alto. Com uma escada recém-construída, chame uma pessoa idosa e veja como ela a utiliza. Você talvez fique surpreso com o que vai acontecer e com a opinião do idoso.

c.

No hall de acesso social de um determinado prédio de apartamentos não era possível o acesso às escadas, ou seja, no caso de um incêndio, os ocupantes do hall não teriam como fugir.

d. Um assunto sobre o qual os livros e normas pouco falam é sobre o “ritmo de uma escada”. O uso de uma escada, e principalmente das escadas públicas, que podem ter maior desenvolvimento, por vencerem maiores desníveis, gera no seu usuário o conceito de “ritmo daquela escada”. Numa famosa estação do metrô todas as escadas tinham, em suas extremidades, pequenas placas amarelas de borracha, que evitavam ou diminuíam o risco de escorregamento. Isso é ótimo e corretíssimo, porém, visualmente, essas placas amarelas criam uma comunicação visual,


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 19 – Entenda os curtos-circuitos elétricos e os incêndios

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19 – ENTENDA OS CURTOS-CIRCUITOS ELÉTRICOS E OS INCÊNDIOS

Para entender o fenômeno do curto-circuito e os possíveis incêndios decorrentes é necessário fazer uma viagem ao mundo da eletricidade, citando-se duas leis: Primeira lei A equação básica da eletricidade é: V=R×I V é a tensão elétrica entre dois polos, medidas em volts; R é a resistência elétrica de uma ligação medida em ohm; e I é a corrente elétrica medida em ampéres.

Calor gerado

Corrente elétrica

V1

V2

Disjuntor

V1 e V2 - tensões elétricas no condutor

Resistência elétrica

Figura 19.1 Esquema básico da corrente elétrica, gerando luz.

Segunda lei Lei de Joule Toda passagem de energia elétrica gera calor e, quanto maior o valor da corrente, maior o desprendimento de calor. Seja a mais simples de uma instalação elétrica composta de quadro, fi ação e uma tomada elétrica.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2

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19 – Entenda os curtos-circuitos elétricos e os incêndios

No quadro elétrico devia haver, no passado, nas fases, um fusível10, composto por uma peça de porcelana e fio de chumbo. Quando utilizávamos a instalação sem excessos, a corrente passava pelo fusível, mas como a corrente é de pequeno valor o calor liberado não causa problemas. Mas se houvesse excesso de ligações nessa tomada, como, por exemplo, quando utilizávamos o terrível “benjamim”, passava em toda a fi ação muita corrente elétrica, gerando muito calor, o qual era liberado em toda a fi ação. Nesta situação o chumbo do fusível podia se derreter, desligando o circuito. É necessário descobrir a causa do excesso de corrente elétrica, sanar o problema e trocar o fusível, com cuidado (desligada a eletricidade). Deve-se jogar o fusível queimado no lixo, e nunca deixá-lo na caixa do quadro elétrico ou guardá-lo, pois alguém pode querer reusar. O fusível era, pois, uma útil peça de sacrifício. Em caso de alta corrente elétrica, foi construído para fundir o pequeno trecho de chumbo que o compõe. Com o tempo e o avanço da tecnologia, os fusíveis foram trocados por uma peça denominada disjuntor, que trabalha como o velho fusível, desligando o circuito com excesso de corrente, porém sem queimar algum componente – apenas desliga o circuito. Descoberta a causa do excesso de corrente, o fato deve ser corrigido e o disjuntor pode ser religado (armado). O que acontece, na prática do dia a dia, com pessoas simples, por exemplo, em favelas? Quando um fusível se queima, em vez de, pelo menos, trocá-lo por um novo que tem um pequeno custo de aquisição, coloca-se, erradamente, um fio elétrico ligando as duas partes do fio fase. Se o problema que provocou a queima do fusível não foi corrigido, a corrente elétrica poderá correr em grande intensidade e gerando muito calor. Se esse excesso de calor encontrar algo combustível, terá início um incêndio. Aconteceu certo dia. Em uma residência de classe média, um garoto de uns quatro anos encontrou um pequeno fio de cobre, foi até uma tomada e ligou os dois polos. Basta ver a equação: V = R × I, logo I = V/R Como o fio da maldita ligação é de cobre e tem um pequeno comprimento, a resistência (R) dessa ligação tende a zero. Como existe tensão elétrica, a corrente sobe enormemente, liberando calor em toda a extensão da fi ação elétrica do circuito com possível aquecimento; a criança que fez a ligação maldita também vai sofrer um choque elétrico, pois parte da corrente elétrica passará pelo seu corpo, podendo até matá-la. Hoje em dia, existe o DPS (dispositivo de proteção contra surtos) que impede a ocorrência de outro problema que são correntes que vêm da rede pública, pois, em determinados casos pode acontecer a entrada de surtos com os aparelhos elétricos desligados pelo botão. 10 Hoje, disjuntor.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 20 – Calçadas

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20 – CALÇADAS

Edificação

Limite do terreno

Calçada

Leito carroçável

Figura 20.1 Esquema básico de uma calçada.

20.1 AVALIAÇÃO PRELIMINAR Passeio ou calçada11 – defi nido como caminho para pedestres, que bordeja uma rua, área incluída como de domínio público. Conhecidos desde a Antiguidade, e raros durante a Idade Média, os passeios foram reintroduzidos na Inglaterra no século XVIII. Constituem uma parte importante do espaço público urbano, eventualmente com atividades comerciais que ocupam parte da sua extensão. A execução e utilização dos passeios públicos estão normatizadas pela NBR 12.255. Nessa NBR verificamos que o passeio está subdividido em dois segmentos defi nidos como faixa de utilização pelos pedestres e faixa de separação do leito carroçável (área de arborização, para postes, mobiliário urbano etc.).

11 Calçada, um brasilianismo que significa passeio de rua, que, de acordo com Benedito Lima de Toledo, é um termo que pode ter origem no calçamento de pedras, executado para a proteção das paredes contra a infi ltração de água nos alicerces das residências. Segundo Zake Tacle, o termo vem do latim calciata, via, ou seja, estrada cujo calcetamento foi reforçado com pedras.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 22 – Dois conceitos importantes no estudo do controle da poluição bioquímica

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22 – DOIS CONCEITOS IMPORTANTES NO ESTUDO DO CONTROLE DA POLUIÇÃO BIOQUÍMICA DOS CURSOS DE ÁGUAS: DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO) E OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD) Todos os jovens profi ssionais da área técnica quando tendem a se relacionar com o controle da poluição das águas de rios precisam conhecer, no mínimo, dois conceitos com enorme importância, a saber: •

DBO – demanda bioquímica do oxigênio (dissolvido);

OD – oxigênio dissolvido.

Expliquemos esses dois importantíssimos conceitos. Trata-se de dois testes de laboratório para medir o estado sanitário de capacidade e cargas poluidoras. A causa mais comum da poluição dos cursos de água são despejos de produtos orgânicos biodegradáveis. Esses despejos, com produtos que causam essa degradação, são: •

esgotos sanitários;

restos de alimentos e bebidas, como carnes, queijos, cerveja etc;

lançamento de despejos de indústrias alimentícias (por exemplo, matadouros);

efluentes líquidos de aterros sanitários (aterro de lixo), com o famoso e terrível chorume;

produtos da decomposição de cadáveres de todo o tipo, sejam os humanos, sejam os de animais ou até decomposição de produtos vegetais.

O lançamento desses produtos nos corpos de água faz com eles se decomponham por meio de micro-organismos e, nesse processo, esses micro-organismos, do rio ou do próprio despejo (por exemplo, os esgotos sanitários), retirem oxigênio que esteja livre, dissolvido (não combinado quimicamente) do curso de água.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2

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22 – Dois conceitos importantes no estudo do controle da poluição bioquímica

A quantidade do oxigênio dissolvido em um curso de água é um parâmetro de qualidade. Numa abordagem preliminar, quanto maior o teor de oxigênio dissolvido, menos poluído é um rio, no ponto de coleta da amostra.

22.1 DBO14 – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO É necessário medir o potencial poluidor dos mais variados tipos de produtos. Foi, então, padronizado no mundo inteiro o teste da DBO – demanda bioquímica de oxigênio dissolvido no corpo de água. O teste é laboratorial bioquímico, ou seja, usa micro-organismos – ou já presentes no despejo, ou adicionados no laboratório. O teste dura cinco dias e é realizado à temperatura de 20 graus Celsius, por isso a abreviatura correta de DBO é DBO520 (indicando 5 dias de duração do teste à temperatura de 20º C). Mede-se quanto do oxigênio, colocado na amostra do laboratório, é absorvido pelo despejo, em seu processo de decomposição. Valores da DBO, de vários despejos: • esgoto sanitário – de 200 a 400 mg/L; • chorume (suor dos aterros sanitários) – de 500 a 1.000 mg/L; • outros despejos – de 100 a 1.000 mg/L ou mais. Assim, um litro de chorume causará até 1.000/300 = 3,3 vezes mais poluição em um curso de água do que um litro de esgoto sanitário de DBO igual a 300 mg/L. Rios não poluídos tendem a ter DBO próxima de zero, mas sempre podem ter alguma DBO causada pela decomposição de restos de animais silvestres e de vegetais que a ele chegam. O Rio Negro, na Amazônia, tem cor escura devido à presença de produtos vegetais que chegam a ele, e, possivelmente, esses produtos que resultam nessa coloração também geram DBO. Rios muito poluídos podem chegar a ter DBO de 200 mg/L, ou mais, bem mais. Mas atenção: a DBO indica a força da poluição, porém não indica a presença de venenos. Se eu lavar utensílios de cozinha junto a um córrego, os restos alimentares irão para o rio e causarão DBO e poluição, mas não envenenamento desse rio. É muito comum, em pequenos, médios e grandes rios junto ao local de chegada da rede de esgotos sem tratamento, haver grande quantidade e variedade de peixes. Se os comermos não seremos envenenados bioquimicamente, mas podemos estar ingerindo produtos com outros tipos de contami14 O símbolo da DBO é DBO520 (5d, 20º C) querendo dizer que o teste demora cinco dias à temperatura de 20 graus Celsius.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 22 – Dois conceitos importantes no estudo do controle da poluição bioquímica

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nantes, como a presença de micro-organismos que causam doenças, como, por exemplo, a cólera. Por isso, ao captarmos e usarmos águas de rios, é sempre recomendável adicionar esterilizantes, como produtos com cloro, que eliminam micro-organismos, alguns dos quais poderiam causar doenças. Despejos com os venenos cianetos, cromatos etc. são poluidores e envenenadores, e não podem ser identificados pelo teste da DBO. Passemos agora a interpretar o teste do OD.

22.2 OD – OXIGÊNIO DISSOLVIDO O teste do nível de OD é também um teste laboratorial químico. Um rio recebe oxigênio (O2) do ar, que permanece livre, não combinado. Quanto maior a velocidade do rio mais oxigênio do ar se mistura às suas águas, e permanece dissolvido, sem se combinar com outros produtos. É com esse oxigênio que os peixes e outros animais respiram. Altos valores de OD favorecem a proliferação de elevada quantidade de peixes de grande nobreza. Em rios não poluídos, o valor do oxigênio dissolvido em suas águas chega a 10 mg/L; nos rios poluídos, os valores variam de 2 a 0 mg/L. Mas atenção: 1.

Rios não poluídos podem ter baixo teor de oxigênio dissolvido, por exemplo, em locais próximo ao ponto onde morreu uma capivara e seu corpo entrou em decomposição bioquímica, atraindo e desenvolvendo micro-organismos que, para viver, retiram o oxigênio dissolvido das águas próximas.

2.

Rios altamente poluídos podem ter em algum local alto teor de oxigênio dissolvido se estiverem passando por grande movimentação – como uma corredeira, um salto ou uma cachoeira –, mas logo depois esse oxigênio, que se dissolveu vindo do ar atmosférico, é absorvido pelos micro-organismos provenientes da decomposição de produtos orgânicos e as águas retornam ao seu estado anterior.

3.

Dois rios sem nenhuma poluição podem ter valores diferentes de oxigênio dissolvido em virtude da temperatura do ambiente e dessas águas. Águas mais frias conseguem ter mais oxigênio dissolvido do que águas mais quentes. Um dos rios mais frios do Brasil é o Rio Piracuama, belíssimo rio localizado em Pindamonhangaba, São Paulo. Suas águas são frias pelo fato de a região ser montanhosa – próxima a Campos do Jordão (limítrofe com Pindamonhangaba) –, provavelmente a região mais fria do Estado. Por causa da temperatura de suas águas, o Rio Piracuama possui um teor elevado de oxigênio dissolvido.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 25 – Sugestão de norma de numeração e denominação de andares e unidades

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25 – SUGESTÃO DE NORMA DE NUMERAÇÃO E DENOMINAÇÃO DE ANDARES E UNIDADES DE PRÉDIOS. OFICIALIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DE BAIRROS Não há no Brasil uma norma oficial ou da ABNT para a numeração e denominação de andares de um prédio, seja residencial, seja comercial, seja uma instituição como um hospital. Diante dessa falta, surgem denominações dos andares dos mais diversos tipos: •

andar;

piso;

mezanino;

salão de festas;

portaria (em hotéis);

cobertura;

subsolo 1, subsolo 2 etc;

garagem;

• outros.

A falta de padronização gera, no mínimo, dois problemas graves. O primeiro problema surge no cartório de registro de imóveis, quando da inscrição de um prédio em condomínio. O documento de incorporação exige uma descrição detalhada andar por andar, unidade por unidade. A falta de uma norma padrão dificulta a redação com a descrição de cada unidade. Para os fabricantes de elevadores essa falta gera uma complicação na indicação no painel de cada elevador. Num prédio no qual estava a serviço, um dos autores deste livro notou que no painel do elevador aparecia o andar LB e que era o mais acionado. Desconhecedor do significado de LB, o autor perguntou a uma pessoa que havia apertado o botão LB: – Por favor, o que significa andar LB? A resposta foi direta:


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2

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25 – Sugestão de norma de numeração e denominação de andares e unidades

– E o senhor não conhece a Rua Líbero Badaró? Era a saída principal do prédio, e por ali o autor chegou à citada rua. Propomos que seja elaborada uma norma na identificação de cada número do andar, começando-se sempre com o número zero, correspondendo ao andar mais baixo servido pelos elevadores, e, na sequência, andar 1, andar 2 etc. Isso seria de uso oficial obrigatório, mas podendo colocar ao lado um nome de fantasia como Andar de cinemas, Andar de diversões, Andar de garagem 1, Andar de garagem 2, etc. Seria obrigatória a indicação extremamente clara de qual andar corresponde à saída principal (ou seja, a mais segura), colocada nos painéis dos elevadores. De certa forma, isso está sendo seguido no uso do Sistema Braile para cegos, no painel de controle dos elevadores, indicando os andares. Claro está que, em casos de incêndio, o melhor é usar as escadas, e não o elevador, mas nos prédios comerciais e hospitais a indicação clara do andar e do nome de fantasia (Pátio de alimentação, Pátio de cinemas) geraria economia com o uso de energia elétrica pela diminuição do erro de indicação do andar desejado. Casos de problemas de numeração de andares Caso 1. Como engenheiro perito, um dos autores participou de uma briga de um adquirente de apartamento de luxo de número 22. O adquirente estava certo de que embaixo de seu apartamento haveria o apartamento 12. Quando foi receber as chaves do apartamento 22 descobriu que embaixo de seu apartamento não havia o apartamento 12, e sim o salão de festas equipado com potentes caixas sonoras. Seu cliente reclamou na justiça que o apartamento, sendo em cima de um salão de festas, valeria menos que os outros do prédio. O autor (MHCB), como perito avaliador, fez um laudo dizendo que, realmente, a diferença de valor existia. Depois de muita briga foi feito um acordo, e seu cliente foi indenizado com um valor médio. Não havia outra solução. Caso 2. Em determinado país de fala hispânica foi lançado o primeiro prédio de superluxo que ocupa integralmente o andar, com uma piscina por apartamento. Na incorporação do prédio, o sistema de numeração dos andares foi: dois níveis de subsolo para as garagens com códigos SS-1 e SS-2, sendo o SS-1 em cima do SS-2, andar térreo com o código andar zero, apartamento do primeiro andar com o número 1, apartamento do segundo andar com o número 2 e assim por diante. O prédio era de grande altura, com mais de 20 andares, e seu lançamento foi um sucesso comercial, tendo sido vendidos


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todos os apartamentos, menos o apartamento nº 1, pois nenhum milionário compra apartamento em nível tão baixo. A incorporadora abaixou drasticamente o preço de venda do apartamento nº 1, mas nenhum milionário queria um apartamento de “não rico”. Depois de meses de espera o apartamento 1 foi vendido a preço baixo. Ou seja, com grande desconto feito pela incorporadora. A incorporadora, com a experiência desse primeiro prédio, lançou outro similar, mas dourou a pílula para os futuros compradores, mudando a numeração dos andares. Assim, a garagem SS-2 virou nível 1, a garagem SS-1 virou nível 2, o andar térreo virou nível 3 e o apartamento mais baixo virou número 4. Vendeu tudo.

Curiosidade •

Em certos prédios e hotéis dos Estados Unidos não existe o andar 13. Do andar 12 passa-se para o andar 14. Em alguns prédios de hotéis e hospitais, existe o andar 13, mas ele é projetado, desde o início, para servir como unidade de vestiário para os empregados e depósito de material de limpeza (almoxarifado).

Concretamente, propõe-se que a ABNT faça uma norma sobre numeração e indicação de andares de prédios. Cremos que o IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) também poderia emitir uma recomendação nesse sentido, e, como não existe nada de oficial, essa recomendação seria usada pelos peritos e, com isso, na prática, se oficializaria. Em terra de cegos quem tem um olho é rei...

Nota dos autores Outro aspecto que merece classificação oficial é a denominação com limites de bairros. A cidade de São Paulo tem mais de 3.000 bairros catalogados informalmente em publicações comerciais sobre os endereços da cidade. Em nada adianta dizer-se que alguém mora no enorme Distrito da Penha. É necessário dizer-se, principalmente para pessoas simples, a indicação do bairro, algo muito mais humano (menor) do que Distrito. Além disso, aprovando-se a denominação oficial (com seus limites), teremos o guia de CEP da cidade. Para cada CEP o correio utilizou a denominação vulgar, não a oficial do local.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 26 – Cuidados técnicos na implantação de cemitérios

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26 – CUIDADOS TÉCNICOS NA IMPLANTAÇÃO DE CEMITÉRIOS

26.1 AVALIAÇÃO PRELIMINAR Cemitério é o lugar onde são sepultados os cadáveres. Na maioria dos casos, os cemitérios também são lugares de prática religiosa. A palavra “cemitério” foi dada pelos primeiros cristãos aos terrenos destinados à sepultura de seus mortos. É o mesmo que necrópole ou sepulcrário. Por analogia, chama-se cemitério a um lugar onde se enterram ou se acumulam produtos, tipicamente resíduos e detritos (por exemplo, cemitério de resíduos nucleares). Os cemitérios ficavam geralmente longe das igrejas, fora dos muros da cidade: a prática do sepultamento nas igrejas e respectivos adros19 era desconhecida nos primeiros séculos da era cristã. A partir do século XVIII, surgiu um sério problema com a falta de espaço para os enterramentos nos adros das igrejas ou mesmo nos limites da cidade; os esquifes acumulavam-se, causando poluição e doenças mortais, o que tornava altamente insalubres as proximidades dos templos. Uma lei inglesa de 1855 veio regular os sepultamentos, passando estes a serem feitos fora do centro urbano. A prática da cremação, cada vez mais frequente, permitiu dar destino aos corpos de maneira mais compatível com as normas sanitárias. Como os cemitérios são áreas destinadas ao sepultamento, devem ser respeitadas as práticas e valores religiosos e culturais da população Em muitas cidades existem cemitérios onde os ritos funerários são cumpridos de acordo com a respectiva religião (católica, protestante, judaica, islâmica) ou fraternidade (maçônica). Criaram-se também cemitérios nacionais para o sepultamento de chefes militares e fi guras notáveis da vida pública, como o de Arlington, perto de Washington, D.C., Estados Unidos. Alguns cemitérios modernos rompem com a imagem tradicional das necrópoles – com jazigos e monumentos de mármore –, substituindo-os por parques arborizados (memorial parks), onde simples placas de metal assinalam os locais das sepulturas. 19 Terreno adjacente a uma igreja.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 26 – Cuidados técnicos na implantação de cemitérios

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Outra prática comum, pela falta de espaço, é a verticalização dos cemitérios, onde os túmulos são dispostos uns sobre os outros e em andares para as visitações. Esclarecemos que nessa categoria de cemitério os mortos não são enterrados em pé e sim na tradicional posição horizontal em jazigos elevados de concreto armado chamados lóculos. Com o crescimento urbano, os cemitérios existentes eventualmente não podem se expandir e têm sua capacidade esgotada. O cemitério faz parte do roteiro histórico de visitação em diversas regiões turísticas do mundo, como, por exemplo, o Père-Lachaise, em Paris, na França, o Recoleta, em Buenos Aires, na Argentina, o São João Batista, no Rio de Janeiro e o da Consolação em São Paulo, nos quais são identificados elementos que demonstram a história social e artística dessas regiões, por meio da estatuária, das obras arquitetônicas, dos epitáfios e dos símbolos encontrados e analisados nos túmulos, valorizando e exaltando a preservação desses imensos patrimônios públicos, que ficaram conhecidos como “museus a céu aberto”. Os cemitérios podem nos dar valiosas informações, como, por exemplo: •

fonte histórica para preservação da memória familiar e coletiva;

fonte de estudo das crenças religiosas;

forma de expressão do gosto artístico;

forma de expressão da ideologia política;

forma de preservação do patrimônio histórico;

fonte para conhecimento da formação étnica;

fonte para o estudo da genealogia;

fonte reveladora da perspectiva de vida.

Essas informações são obtidas por meio da análise de epitáfios20, de fotos tumulares, das simbologias contidas nas obras funerárias e da expressão artística dos monumentos e mausoléus. Deve-se analisar se há importância do turismo cemiterial, em função dos cemitérios que viraram atrativos. Algumas localidades acabaram se desenvolvendo turisticamente com esse segmento, por sua importância histórica local. Haverá, por este motivo, a necessidade da prestação de serviços turísticos, devido ao deslocamento, à hospedagem e à alimentação, entre outros, de modo que a localidade possa se desenvolver.

20 História de um morto.


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Os cemitérios brasileiros, de modo geral, começaram a registrar os sepultamentos após 1840, e são poucos os cemitérios muito antigos, ainda existentes nas grandes cidades. A maioria dos cemitérios21 do século XVII e anteriores não existe mais; os restos sepultados nesses cemitérios foram transferidos para cemitérios mais novos.

26.2 CONDIÇÕES GERAIS NECESSÁRIAS AOS CEMITÉRIOS Deve-se ter em atenção, além de outros aspectos de natureza sanitária e de localização, os seguintes fatores concernentes aos cemitérios: •

ser a sua área suficiente para o movimento obituário das populações a servir;

terem, de preferência, a forma regular, pois permitem a racionalização dos espaços;

não ficarem excessivamente afastados das povoações;

terem fáceis acessos, existentes ou a construir, por trajetos que evitem as ruas de grande movimento e as estradas;

serem sensivelmente planos ou com declive pouco acentuado;

terem o subsolo de natureza permeável em toda a área destinada a enterramentos, preferencialmente os terrenos de natureza calcário-sílica, calcário-argilosa e sílico-calcária e devendo rejeitar-se os de natureza humosa, calcária ou fortemente argilosa, salvo se forem corrigidos com areia, produtos calcários ou outros semelhantes;

terem drenagem natural ou possibilidade de drenagem artificial simples;

serem fáceis de escavar, não apresentando rochas, blocos rochosos ou água, até a profundidade de 2 metros;

no caso de haver edifícios nas imediações dos terrenos escolhidos, e no caso de a construção do cemitério poder vir a dar origem a reclamações, deve-se deixar um intervalo mínimo de 10 metros para que se estabeleça a separação, sem que, no entanto, se vede a utilização de tal espaço para quaisquer fi ns, como de trânsito;

deve-se desprezar ou mesmo proibir a utilização por cemitérios das áreas próximas a fontes ou cursos de água que possam ser utilizados para o abastecimento das populações;

hospitais devem localizar-se a mais de 1.000 metros, para evitar problemas com insetos, nos casos de exumação de cadáveres.

21 Antigos cemitérios indígenas são chamados de “sambaquis” quando têm detalhes históricos.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 29 – Entendendo as normas da ABNT

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29 – ENTENDENDO AS NORMAS DA ABNT

A lei federal n. 8.078 de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) declara no seu artigo 39 item VIII que na falta de normas oficiais as normas da ABNT ficam sendo de uso e atendimento obrigatório. Antes dessa lei, havia dúvidas sobre a obrigatoriedade ou não das normas da ABNT. Com essa lei, aparentemente, as normas da ABNT ficaram obrigatórias. Será? Aqui não se coloca em questão o mérito técnico das normas da ABNT, que é reconhecido por todos, mas se discute se esses documentos técnicos são ou não de obediência obrigatória. Vejamos os seguintes aspectos: 1.

A lei é de 1990 e aceitou todas as normas da ABNT até essa data. E as normas que saíram depois dessa data, como, por exemplo, a norma NBR 6118/03 do ano de 2003? Teria dado a legislação federal um cheque em branco para a ABNT aprovando as normas então existentes e todas as normas que viessem a ser feitas? Isso é juridicamente inaceitável. Note-se que, quando o Brasil adere a acordos internacionais, como o Acordo Internacional de Aviação, esse acordo só tem valor no Brasil se for aprovado pelo Senado Federal, e cada modificação desse acordo tem de ser reaprovada pelo Senado. Por que as normas da ABNT seriam diferentes?

2.

As normas da ABNT são de alto valor de compra, o que vai contra a ideia da lei, que determina que as normas devem ser acessíveis ao bolso do cidadão. Compra-se a Constituição Federal por pouco mais de R$ 15,00, enquanto algumas normas da ABNT custam mais de R$ 300,00. A ABNT tem custos de manutenção e precisa repassar esse custo para as normas, mas leis não podem ser tão caras.

3.

As normas da ABNT, por serem de uma entidade privada, não podem ser transcritas na sua totalidade em livros e boletins, o que vai contra o princípio da alta publicidade de leis.

4.

Leis têm de ser publicadas no Diário Oficial para que tenham grande publicidade, e as normas da ABNT não são publicadas nesse órgão.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 29 – Entendendo as normas da ABNT

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Diante de tudo isso, colocamos em dúvida a constitucionalidade desse item da Lei de Defesa do Consumidor. Porém, não adianta um cidadão questionar a constitucionalidade de uma lei. A única entidade que pode anular juridicamente uma lei é o Supremo Tribunal Federal. Basta que uma questão ligada às normas vá para um tribunal de nível inferior, que os recursos jurídicos cheguem a essa Suprema Corte, questionando esse item da lei para que se conheça a opinião desse tribunal superior, o qual poderá anular esse item da lei. Alguns aspectos são claros: •

As normas da ABNT são boas e representam um avanço da sociedade civil em se organizar para nossa modernização;

Num caso de confl ito técnico que chegue aos tribunais, o juiz nomeará um perito e perguntará a esse perito: – O que é o certo e usado como boa regra técnica nesse assunto em disputa?

Na falta de outro critério, o perito seguirá as normas da ABNT, podendo fazer ressalvas.

Um caso curioso Um prédio recém-construído para um incorporador ficou cheio de trincas. O incorporador processou por perdas e danos a construtora, que chamou, na ação, o projetista estrutural. Esse projetista estrutural apresentou a memória de cálculo, e esta tinha uma divergência com a norma da ABNT, de modo que foi aplicado nas lajes dos corredores do prédio um espaçamento da ferragem das lajes pouca coisa maior que o máximo fi xado pela norma. O perito do juiz relatou o fato, mas declarou honestamente que as causas das trincas generalizadas pelo prédio não tinham relação com isso. Apesar do alerta do perito ao juiz, considerando a divergência com a norma, e como não se descobriu formalmente outra causa, o juiz sentenciou contra a construtora e o projetista da estrutura. Seguramente, a causa das trincas tinha outra origem, mas como não se descobriu formalmente outra causa (talvez uma variação na geologia do terreno com consequências em recalques diferenciais) a divergência formal, apesar de insignificante, foi decisiva na sentença do juiz. Conclusão – siga as normas da ABNT.


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 30 – Normas técnicas mais importantes da Cetesb

30 – NORMAS TÉCNICAS MAIS IMPORTANTES DA CETESB28 PARA A ENGENHARIA CIVIL, SANITÁRIA E ARQUITETURA Código

Título

D3.440

Operação e lavagem de filtros rápidos de gravidade – Procedimento

D3.560

Manual de avaliação de desempenho de lagoas de estabilização – Manual técnico

D3.570

Manual de operação e manutenção de valo de oxidação

D3.591

Tratamento de águas de lavagem de cana – Manual técnico

D3.855

Desinfecção de sistema de instalações prediais de água fria

D3.860

Desinfecção de reservatórios de sistema público de abastecimento de água – Procedimento

D6.102

Atendimento a acidentes com produtos químicos – Manual técnico

D7.010

Mineração por dragagem – Procedimento

D7.011

Mineração por desmonte hidráulico – Procedimento

D7.012

Mineração por escavação – Procedimento

E8.110

Projeto de grades de barras para ETE – Procedimento

E8.710

Escovas de aeração – Especificação

E8.811

Aeradores mecânicos de alta rotação – Especificação

E8.812

Aeradores mecânicos verticais de superfície do tipo de baixa rotação – Especificação

E8.930

Agitadores mecânicos tipo turbina para estações de tratamento de efluentes industriais – Especificação

E15.010

Sistemas de tratamento térmico sem combustão de resíduos de serviços de saúde contaminados biologicamente – Procedimento – 2ª Edição Outubro/2011 – edição revisada

E15.011

Sistema para incineração de resíduos de serviços de saúde, portos e aeroportos – Procedimentos

28 Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

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Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 30 – Normas técnicas mais importantes da Cetesb

186 E16.030

Dutos e chaminés de fontes estacionárias – Calibração dos equipamentos utilizados na amostragem de efluentes – Método de ensaio

L1.009

Operação e manutenção de lagoas anaeróbia e facultativas – Manual técnico

L1.010

Avaliação de desempenho de valos de oxidação

L1.011

Poluição do ar – Termos físicos e químicos – Terminologia

L1.012

Poluição do ar – Sistemas de amostragem de ar – Terminologia

L1.013

Poluição do ar – Unidade e termos relacionados – Terminologia

L1.014

Poluição do ar – Equipamentos – Terminologia

L1.015

Poluição do ar – Termos relacionados à meteorologia – Terminologia

L1.016

Poluição do ar – Termos relacionados à segurança e higiene do trabalho – Terminologia

L1.017

Poluição do ar – Termos gerais – Terminologia

L1.018

Poluição do ar – Termos relacionados a fornos industriais – Terminologia

L1.021

Manual técnico de avaliação de desempenho de estações de tratamento de esgoto

L1.022

Avaliação do uso de produtos biotecnológicos para tratamento de efluentes líquidos, resíduos sólidos e remediação de solos e águas

L1.025

Microbiologia para sistemas de lodos ativados operando com esgotos domésticos – Método de ensaio – Manual técnico

L1.040

Implantação de cemitérios

L5.009

Segurança e higiene do trabalho em laboratórios de microbiologia ambiental – Procedimento

L5.011

Ensaio para verificar a toxicidade de detergentes para lavagem de material de laboratório

L5.015

Segurança em laboratório químico de águas – Procedimento

L5.113

Determinação de cloreto em águas – Método do nitrato mercúrico – Método de ensaio

L5.115

Determinação de condutividade em águas – Método do condutivímetro – Método de ensaio


Manual de Primeiros Socorros do Engenheiro e do Arquiteto – Volume 2 30 – Normas técnicas mais importantes da Cetesb

L5.117

Determinação de cor em águas – Método de comparação visual – Método de ensaio

L5.124

Determinação da dureza total em águas – Método titulométrico do EDTA – Método de ensaio

L5.126

Determinação de ferro em águas – Método colorimétrico da ortofenantrolina – Método de ensaio

L5.139

Determinação de nitrogênio orgânico e de nitrogênio total Kjeldahl em águas – Método da determinação de nitrogênio na forma de amônia

L5.143

Determinação de oxigênio consumido em águas – Método do permanganato de potássio – Método de ensaio

L5.156

Determinação de turbidez em águas – Método nefelométrico

L5.169

Determinação de oxigênio dissolvido em águas – Método de Winkler modificado pela ázida sódica

L5.173

Determinação de cálcio em águas – Método titulométrico de EDTA – Método de ensaio

L5.178

Tratamento biológico de efluentes industriais – Determinação de oxigênio dissolvido (OD) em água pelo método eletrométrico – Método de ensaio

L5.184

Determinação de ferro em águas – Método colorimétrico automático com orto-fenantrolina – Método de ensaio

L5.186

Determinação de oxigênio dissolvido em águas – Método do eletrodo de membrana – Método de ensaio

L5.196

Determinação de cor em águas – Método colorimétrico automático – Método de ensaio

L5.199

Determinação de metais em águas (prata, zinco, níquel, cádmio, chumbo, cobalto e cobre) – Método da espectrofotometria de absorção atômica por chama – Método de ensaio

L5.201

Contagem de bactérias heterotróficas – Método de ensaio

L5.202

Coliformes totais e fecais – Determinação pela técnica de tubos múltiplos – Método de ensaio (Novo arquivo, com data de edição corrigida para janeiro/1993)

L5.204

Fungos – Contagem e isolamento em amostras de águas, esgotos e resíduos sólidos – Método de ensaio

L5.206

Staphylococcus aureus – Determinação pela técnica de membrana filtrante – Método de ensaio

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MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS DO ENGENHEIRO E DO ARQUITETO Volume 2 Manoel Henrique Campos Botelho Jarbas Prado de Francischi Jr. ISBN: 9788521208730 Páginas: 292 Formato: 17x24 cm Ano de Publicação: 2015 Peso: 0.491 kg


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