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Colette Soler É psicanalista, clinica e leciona em Paris. Seu encontro com Lacan, com quem se analisou, causou a escolha pela psicanálise. AME, membro-fundador da IF-EPFCL, diplomada em Psicopatologia, doutora em Psicopatologia pelas Universidades Paris V e Paris VII, respectivamente. É autora de inúmeros livros e artigos sobre a psicanálise lacaniana publicados em diferentes línguas. Dentre seus livros publicados no Brasil estão: O inconsciente a céu aberto nas psicoses (2002), O que Lacan dizia das mulheres? (2005), O inconsciente: que é isso? (2012), Lacan, o inconsciente reinventado (2012), Lições sobre as psicoses (2016), A querela dos diagnósticos (2018), Rumo à identidade (2018), Lacan, leitor de Joyce (2018), Os adventos do Real (2018), Homens e mulheres (2019).
Vale ressaltar que a psicanálise, tal como entendo a psicanálise lacaniana, está ali lutando, luta ética contra toda concepção psi que, em sua condescendência bem-intencionada, faz do sujeito uma marionete da sorte. Trata-se de saber, especialmente para os psicanalistas, se o trauma que está no cerne do inconsciente, como segredo dos sintomas, é da mesma classe que os traumatismos que o discurso contemporâneo produz. Qual é a sua incidência nesses novos traumas? A historicidade do tema do traumatismo, bem como a da angústia, indica por si só em que medida ele se relaciona com a ordem do discurso que regula os laços sociais, como também a subjetividade.
Colette Soler
Dor e Existência
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Importa-nos levar ao público
os títulos que tratam, em suas diferenças, das dores que acompanham as situações-limite – perdas radicais, violência, racismo e outras intolerâncias e
De um trauma ao Outro
Evidentemente, há aí algo a se julgar, e inclusive resolver quando o problema do tratamento se apresenta.
Soler
Com relação à psicanálise, a inversão é completa. O discurso dominante se ocupa de traumatismos que não são sexuais, nem originários ou genéricos, que não têm nada de constitutivo, que são acidentes da história ao mesmo tempo coletiva e individual. A esses traumatismos, que é preciso chamar de contingentes, ele acrescenta uma suposta vítima inocente, que cai sob o julgo do autómaton, com efeitos pós-traumáticos que o liberam de toda implicação subjetiva, e à qual somente devem ser dispensados cuidados e reparação.
Série
abusos diversos – e seus modos de resistência, considerando que a patologia do particular está intrinsecamente relacionada com as patologias do social. Sem a pretensão de esgotar essas
PSICANÁLISE
situações e seus efeitos disruptivos, desejamos que cada livro possa
Colette Soler
contribuir para enlaçar e
De um trauma ao Outro
intercambiar saberes e experiências, na aposta de que algo sempre se transmite, ainda que com furos e, às vezes, de modo artificioso.
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Míriam Ximenes Pinho
PSICANÁLISE Série Dor e Existência
Série
Dor e Existência
Cibele Barbará Sheila Skitnevsky Finger Organizadoras da série