Cena extra pecaminoso

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Cena extra de Pecaminoso Copyright 2015 Gisele Souza e Editora Charme


Cena Extra

— Ei, Fred! Onde está a concha de plástico que acabei de colocar na mesa? — Olhei para o lado esperando encontrá-lo me olhando com aquela carinha de quem aprontou, mas não havia sinal daquele danado. Bufei alto quando percebi que teria que caçá-lo pela casa. Aquele cachorro estava ficando cada vez mais espertinho. Passei pela lavanderia onde ficava seu cantinho, mas nada dele. Olhei no banheiro, na sala e nem sinal. Deus, onde tinha se enfiado aquele cachorro. Blake o deixou muito mal-acostumado, fazia suas vontades o tempo todo. Era só abanar o rabo e olhar pra ele com a carinha pidona linda que tinha, que meu carrasco se derretia. Dizia que se identificava com ele. Eu poderia realmente encontrar algumas coisas que os ligavam mesmo, principalmente o fato de me enlouquecerem facilmente. Blake e eu estávamos juntos — de verdade — há uma semana e acabamos nos encontrando todos os dias. Às vezes, passávamos um tempo em seu apartamento, outras vezes ficávamos na minha casa, mas praticamente nos víamos todos os dias. Porém, eu mantinha certa distância controlando as noites que passávamos juntos. Pois dormir em seus braços era muito bom — bom até demais — e me aterrorizava. Então, nesse dia em especial, combinamos de jantar em minha casa e depois veríamos o que iriamos fazer, eu não gostava muito de planejar as coisas quando


estava com ele, porque o bom do nosso recémrelacionamento era a surpresa e a expectativa do desconhecido. Ele havia mandado uma mensagem que iria se atrasar, mas que chegaria a tempo. Estava quase tudo pronto, só que o bipolar do meu cachorro decidiu aprontar e talvez não conseguisse me arrumar a tempo. — Fred, vem aqui! Estou ficando chateada, vai ficar uma semana sem biscoitos. Sei que estava pegando pesado com o coitadinho — pois ele adorava os biscoitos de carne que eu comprava no pet shop —, mas, poxa, ele estava simplesmente fazendo pirraça para chamar atenção e eu estava sem tempo. Logo o safado do meu namorado (isso ainda soava estranho para nós, mas era um estranho bom), estaria aqui e eu nem tinha tomado banho e ficado sexy pra ele. Tudo bem que eu sabia que, assim que Blake tivesse a chance, ele iria arrancar minhas roupas e não adiantaria muito o trabalho que tive me arrumando. Enfim, gosto mesmo é de provocá-lo e fazer com que veja o cuidado que tive com cada peça íntima que sei que ele iria gostar de tirar com os dentes de preferência. Droga, só de pensar nisso já ficava excitada. E cadê o Fred com a concha? Estava quase desistindo quando ouvi um barulho no armário do meu quarto. Estreitei os olhos e andei devagar ao lado da cama, o danadinho estava deitado na lateral do guarda-roupa roendo a concha de plástico, na verdade ela estava completamente destruída e toda babada... Eca!


— Fred, seu menino malvado! Olha o que você fez?! — Ele levantou a cabeça e me olhou com aquela cara de inocente, como se não tivesse feito nada de mais. De repente, ele levantou-se latindo pra porta. Já até sabia quem estava ali. Fred era apaixonado por Blake. Caminhei devagar até a porta, porque eu gosto de fazer aquele safado esperar, e ajeitei o cabelo mais ou menos. Mesmo que eu estivesse cheirando comida, ainda tinha que parecer menos desleixada. Ainda vestia a saia que usei para trabalhar e a blusa de botão. Abri a porta e era como se o visse pela primeira vez de novo. Seus olhos verdes maliciosos me entorpeciam e me levavam para outra dimensão. Seus lábios torcidos num sorriso safado deixavam meu corpo aceso com a visão daquele homem. Caramba, será que um dia me acostumaria com seu sex appeal? — Oi! — Ele deu um passo dentro do apartamento e envolveu meu pescoço aproximando sua boca da minha. Outra coisa que preciso dizer sobre Blake Miller, os lábios e beijos desse cara tinham o poder de me deixar com as pernas bambas. Não que ele saberia disso, dar esse poder a ele ia contra minha autopreservação. Ele afastou-se e olhou em meus olhos com aquele sorriso lindo que tanto mexia comigo. — Oi, você demorou. Dei um passo pra dentro da sala dando passagem para ele entrar. Blake abaixou-se e acariciou a cabeça de


Fred coçando atrás de suas orelhas. O danadinho, por sua vez, virou a cabecinha e colocou a língua pra fora adorando o carinho do meu namorado. — Sim, a reunião demorou mais do que eu esperava. — Ele caminhou até o sofá, tirou o paletó e a gravata, e, em seguida, descalçou os sapatos e as meias. Levantou-se e sorriu para mim enlaçando minha cintura em seus braços fortes, abaixou a cabeça até meu pescoço e respirou fundo causando arrepios em minha pele. — Sabe que eu não consigo ficar muito tempo longe de você, né, provocadora? Penso em seus lábios carnudos e olhos maliciosos todo o tempo e não é uma coisa boa quando estou cercado de homens. Eu tive que rir da sua cara torturada. Às vezes, Blake parecia um menino mimado. E no caso estava impossibilitado de ficar onde queria. Levei minhas mãos em seu rosto bonito e deslizei a palma por sua barba rala. — Você sabe, chefe? Eu fico na minha mesa revivendo cada detalhe dos nossos encontros, tanto em seu escritório quanto em outros lugares. Passei o polegar em seus lábios quentes e Blake o capturou mordendo levemente com um sorriso maroto e olhos verdes brilhantes. — Eu não sei o que faço com você, mulher. Toda vez que tenho um vislumbre dessas pernas ou escuto sua


voz, eu tenho uma vontade louca de te jogar em minha mesa e foder ao esquecimento. Droga, porque eu ainda insistia em brincar com o cara? Ah sim, porque eu adorava fazer isso. Ver a tempestade em seu olhar e a batalha que ele travava em seu interior me deixava em êxtase. — Eu poderia me acostumar com isso, mas vamos lá jantar. Eu nem tive tempo de tomar banho. Alguém me atrasou, sabe? Olhei para o Fred, que estava sentado aos nossos pés, e ele abaixou a cabeça e saiu de fininho. Semvergonha! Jantamos calmamente e aquele ambiente familiar com Blake era certo! Tão certo que temia que pudesse acabar de uma hora pra outra. Minha insegurança bateu duramente em mim e tremi as mãos com a intensidade. Engoli em seco e tentei continuar comendo sem me abalar. Desisti de tentar parecer normal e levantei-me com o prato e levei até a pia. Qualquer coisa era boa para me afastar um pouco da presença marcante do Blake. O cara era simplesmente intenso demais e meus sentimentos queriam sair sem que eu pudesse controlá-los. Deixei o prato dentro da pia e apoiei as mãos nos dois lados do balcão, fechei os olhos e respirei fundo, esperava que ele não percebesse todo esse turbilhão que havia dentro de mim. Sua presença era tão forte que o senti se aproximando, Blake não fez nenhum barulho e nem me tocou, mas o calor do seu corpo me envolvia e


capturava a minha atenção como ninguém havia conseguido. — Por que está fugindo de mim, provocadora? — Eu não estou fugindo! — minha voz vacilou denunciando o meu nervosismo. Blake pegou meus braços e virou-me, seu corpo encostou-se ao meu e era demais para aguentar. Fechei os olhos e senti suas mãos fortes em meu rosto. Ele selou meus lábios num beijo suave, quase como se adorasse minha boca. Encostou a testa na minha e respirou fortemente, ouvi sua risada rouca e abri os olhos fixando em sua tormenta verde. — Eu tenho tanto medo de que o que temos seja só uma ilusão da minha mente. Tenho medo de acordar amanhã e perceber que ainda estamos separados e que aquelas duas malditas semanas infernais não acabaram. Eu não sou mais o mesmo, não tenho o controle das minhas ações e pensamentos. Então, Isabella, não pense em se afastar de mim. Saber que eu causava nele os mesmos sentimentos que havia em mim, me deixou com as pernas bambas e meu coração batia frenético em meu peito. Assenti, e, mesmo que ele não tivesse feito uma pergunta, sabia que aguardava uma afirmativa minha. Ele sorriu e me pegou em seus braços depositando-me em meu sofá. Sentou-se abrindo as pernas e puxando-me para seu peito forte. Descansei a cabeça em seu ombro e Blake alisou minhas costas devagar. Ficamos assim por um bom tempo.


Porém, quando percebi, eu estava sendo carregada para o quarto e a casa já estava escura. Tinha dormido em meio a tanto carinho vindo daquele carrasco safado. Blake deitou-me na cama e pairou acima de mim com os olhos fixos nos meus. Em meu estado sonolento não queria pensar em nada, estendi a mão e o convidei silenciosamente. Não precisava falar nada, pois ele me entendia melhor do que ninguém. Na verdade, desconfiava que Blake me conhecia melhor do que eu mesma. Um sorriso lindo enfeitou seu rosto e ele se afastou, retirou a calça e a camisa se deitando ao meu lado só de cueca boxer, percebi que eu só vestia minha camisa de botão e uma calcinha lilás de renda. Virei-me e o enfrentei. — Quando você tirou minha roupa? Ele riu e passou os dedos pelo meu rosto fazendome fechar os olhos de tão bom que era receber aquele toque. — Você estava dormindo tão linda em meus braços que não quis acordá-la, então tirei sua roupa lá na sala mesmo. Parecia um defunto, não acordou por nada e olha que eu me aproveitei um pouco do seu estado vulnerável. — Pervertido! Mas meu cansaço é por conta do meu chefe controlador, resistir a ele é mais difícil do qualquer outra coisa que experimentei. — Eu não queria que ele soubesse a duplicidade no sentido do que tinha dito, mas estava implícito ali o que realmente se passava dentro de mim. A confusão de sentimentos que guardava


em meu peito e a apreensão de perder tudo, ou seja, o controle da minha vida e o amor que crescia em meu peito. Abaixei os olhos para seu peito e contornei seus músculos peitorais, que estavam me distraindo. Eu devia estar de TPM, só isso explicava esse sentimentalismo que tomou conta da minha personalidade “doce”. Blake pegou meu queixo entre seus dedos e me forçou a olhar em seus olhos. E naquele mar verde revolto que tanto amava, que tanto me afrontava, eu vi os mesmos medos, inseguranças e sentimentos que haviam refletidos em mim. Seus lábios tocaram os meus e seu gosto era uma delícia. Sua boca se moveu contra a minha com fome e intensidade, mordisquei sua carne vermelha e o senti endurecer em minhas mãos. Seu beijo era como o sexo, ele me venerava com a língua e me enlouquecia do quanto era bom estar com ele. Deitados lado a lado, numa situação tão casual, me fez ver o quanto aquele homem arrogante, frio e safado era importante para mim. O medo de perdê-lo não era tão grande quanto o que sentia de não viver aquilo tudo. Quando o beijo terminou, ele se afastou distribuindo selinhos suaves em meu rosto, nariz e olhos. Encontrei seu olhar e ele sorria. E me senti a mulher mais sortuda do mundo por ter aquele homem pecaminoso em minha vida. — Não resista a mim, provocadora! Eu quero ter você de todas as maneiras que um homem pode ter uma mulher!


E como resistir a um homem desses? Eu que n達o seria louca!

Fim


Conheça Pecaminoso: Quando Isabella Leal foi trabalhar em uma empresa de processamento de dados como estagiária, não imaginou que, ao ser efetivada, passaria por uma situação tão inusitada... E deliciosa! Ela se deparou com um vício: Blake Miller. Além de ser lindo e ardente, o jovem CEO da empresa era irritantemente arrogante. Após um encontro arrebatador, Isabella percebe que se tornou um erro. Mas ela não vai deixar isso barato! Blake vai descobrir o que uma mulher determinada e com o sabor do pecado é capaz de fazer. Saiba mais em: http://www.editoracharme.com.br/#!pecaminoso/cwvl


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