1 A Revolução Educacional começa na Educação Infantil Rogério de Melo
A intenção deste texto é trazer reflexões sobre a força da pedagogia da Educação Infantil para provocar revoluções educacionais no mundo. Inicialmente, é importante alinhar alguns conceitos. Quando trazemos o termo “revolução”, objetivamos conceituar a intenção com a força adequada. É certo que queremos definir uma mudança radical, uma transformação – no entanto, nem sempre rápida. Trago algumas referências de revoluções ao longo da história recente da humanidade, que não só permitem a percepção da intensidade de um processo desta natureza, mas que também denotam a característica temporal. Vejamos, por exemplo, a Revolução Francesa, ou a Revolução Industrial, ou a Emancipação Feminina. Todos estes movimentos redirecionaram o curso da vida social humana, mas demandaram tempo para se estabelecerem, tomarem corpo e impactarem a sociedade de maneira definitiva. A Revolução Francesa pode ter tido seus anos de luta, mas, ao se aprofundar a análise histórica, é possível compreender que houve todo um caminhar para se chegar a uma culminância, ao cisma social. Alguns especialistas também podem afirmar que muitos dos conceitos e da ideologia da Revolução Francesa continuam a influenciar a nossa política e a ciência. A Revolução Industrial segue a mesma lógica. Falamos, inclusive, em várias dessas revoluções: a 1ª, no século XVIII, restrita à Inglaterra, baseada na mudança do sistema produtivo com o advento das primeiras máquinas; a 2ª, um século depois, ultrapassando as fronteiras inglesas, expandindo-se para outros países europeus e para os Estados Unidos, com a chegada da energia a vapor, da eletricidade e do petróleo; a 3ª, estabelecida no século XX e também conhecida como Revolução Técnico-científica, provocada pela aceleração dos avanços em telecomunicação, informática, eletrônica e medicina. E muitos dizem que já estamos numa 4ª Revolução Industrial, fruto de tecnologias ainda mais avançadas, com supercomputadores, automação, inteligência artificial, nanorrobótica, internet das coisas e redes sociais.
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