LIDE

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Ano 8 – no 43 – 2014

EDUCAÇÃO, URGENTE!

País pode viver mais problemas sociais e econômicos se gestão educacional não for prioridade

SOBRE TRILHOS

Governo e iniciativa privada se juntam para reformular setor ferroviário. Quem sabe, agora, pode melhorar

Viviane Senna


SUMÁRIO

Carta ao Leitor 18 Capa 20 Panorama 28 Gestão 32 Mão de obra 34 Internacional 38 Integração 44 Fórum 50 Setor 54 Eventos 56

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MOBILIDADE URBANA Encontro 62 Meio ambiente 66 Concessões 72 Pelo mundo 76 Transporte 84 Entrevista Breno Figueiredo 90 Aviação 94

72 16 - LIDE


110 Arte 98 Luxo 104 Carro 110 Hotel 114 Turismo 118 Conhecimento 122 Aconteceu 124 Filiados 134 Economia 140 Summary 144

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CARTA AO LEITOR PUBLISHER João Doria Jr. DIRETORA EDITORIAL Daniela Filomeno danielafilomeno@grupodoria.com.br CONSELHO EDITORIAL Celia Pompeia Daniela Filomeno João Doria Jr. Píndaro Camarinha Paulo Uebel

EDUCAÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR

EDIÇÃO, REDAÇÃO E ARTE 3CX Editorial & Comunicação  contato@camarinha.com www.3cxeditorial.com DIRETOR DE PRODUÇÃO Cesar Camarinha REDATOR-CHEFE W. F. Padovani EDITORES EXECUTIVOS Caio Camarinha Erika Campos REDAÇÃO Leonardo Zanon (Editor), Adriana Proença e Evelyn Nemer ARTE Designers Bruno Lodovichi, Hélio Siecola, José Maria Faustino e Sylia Rehder

O

JUAN GUERRA

Brasil enfrenta sistematicamente o grave problema da educação. Ano após ano, os índices de avaliação do País não melhoram. E em certos aspectos, chegam a piorar. A educação é a vergonha nacional. É duro afirmar que, a cada dez crianças que entram nas escolas, apenas uma consegue se formar com um nível básico de entendimento em português e matemática. A falta de uma política pública de educação eficaz não prejudica apenas o nosso sistema social. Prejudica o equilíbrio coletivo e o crescimento econômico – sem crianças preparadas para ingressar nas faculdades não há mão de obra qualificada para as empresas. A decorrência é simples, e trágica: o Brasil perde sua capacidade de competir no mundo. Perde para países como Cingapura e Coreia do Sul, que hoje são exemplos de desenvolvimento educacional. Mas nem tudo está perdido. Atuações como a do Instituto Ayrton Senna podem ajudar a minimizar esse caos. Há 20 anos a entidade, liderada por Viviane Senna, com apoio da iniciativa privada, tenta levar para o sistema de ensino público a fórmula de gestão, resultados e metas que sempre são bem quistas no setor empresarial. O trabalho não é fácil e o resultado não será imediato. E ainda revela o óbvio: com boa gestão, decisão e sem corrupção, pode haver educação pública de qualidade.

João Doria Jr. Publisher e presidente do LIDE

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Tiragem 40.000 exemplares Foto da capa Viviane Senna em foto de Lilo Clareto


CAPA

É HORA DE FAZER A LIÇÃO DE CASA

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m termos de educação e conhecimento, o Brasil está quase falido. Se os números quantitativos de presença das crianças nas escolas são similares ao de nações do primeiro mundo, a qualidade de ensino e as noções básicas educacionais passam longe de países como Estados Unidos, Alemanha, Coreia, China e Japão. E mais: no País, apenas uma de cada dez crianças que ingressam na primeira série do ensino fundamental conseguem se formar com conhecimentos razoáveis de português e matemática. Os demais acabam abdicando dos colégios ou se transformam em analfabetos funcionais. Para tentar reverter essa situação, Viviane Senna idealizou há 20 anos o Instituto Ayrton Senna. A ideia do 20 - LIDE

projeto partiu do seu irmão pouco antes de sofrer o acidente na Itália, em 1994, com o objetivo de desenvolver o potencial das novas gerações, ajudando estudantes a ter sucesso na escola e a ser cidadãos capazes de responder às exigências profissionais, econômicas, culturais e políticas do século 21, por meio de serviços de gestão do processo educacional que incluem diagnóstico e planejamento, formação de gestores e educadores e desenvolvimento de soluções pedagógicas e tecnológicas inovadoras. Financiado com recursos próprios, de doações e de parcerias com a iniciativa privada, anualmente o IAS capacita 75 mil educadores e seus programas beneficiam diretamente cerca de 2 milhões de

LILO CLARETO

A educação no Brasil, se comparada com outros países, está com um atraso de mais de meio século. Se algo não for feito agora, afirma Viviane Senna, o País corre sério risco de sofrer um grande lapso de conhecimento e qualificação nas próximas décadas


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CAPA

LILO CLARETO

alunos, em mais de 1,3 mil municípios no Brasil. “Quando criamos o Instituto, há 20 anos, as palavras metas, resultados e indicadores em educação eram palavrões”, lembra Viviane. “Então, trouxemos ao setor público e ao terceiro setor um meio de gestão eficiente, desenvolvendo um modelo de operação educacional de larga escala e promovendo uma questão de eficiência entre a quantidade e a qualidade.” À revista LIDE, Viviane conta o que pensa sobre a educação no Brasil e como o Instituto pode ajudar a minimizar o déficit do País.

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REVISTA LIDE – A educação é um desafio fundamental para o desenvolvimento da nação. Ela é levada a sério no Brasil? VIVIANE SENNA – A gente não deu à educação a prioridade que ela tem como um fato decisivo de desenvolvimento econômico, social e político. Infelizmente, isso não é algo recente, mas um fato histórico. Em pleno século 20, na década de 1950, 50% da população brasileira era analfabeta. Então, pode-se ter uma ideia do tipo de importância que recaía sobre a educação. Para comparar, os Estados Unidos, país com dimensões similares às nossas, tinha apenas 3% nesse mesmo momento. A Argentina, nossa vizinha, apontava 14%. Então, é uma característica no Brasil a educação não ser uma prioridade. A gente conseguiu universalizar o ensino fundamental no País, com 98% das crianças na escola, apenas no final do século passado. Hoje temos esse indicador de taxa de ingresso de primeiro mundo, mas nós fizemos isso com um século de atraso. Os países avançados alcançaram essa meta no começo do século 20.


Ent ão, temos avançado na educação? Temos avançado, sim, mas não o quanto precisamos. Como começamos muito atrasados, nosso gap é muito grande ainda. O nível de escolaridade da população é de apenas sete anos e meio. Ou seja, a maioria não tem nem ensino fundamental. E ainda: quando são feitas avaliações com as pessoas que frequentaram as escolas, apenas 25% dessas pessoas têm domínio de português e matemática que precisariam ter. O restante está distribuído entre analfabetos e escolarizados em nível básico. Ou seja, temos 75% da população com capacidades limitadas a despeito de ter frequentado a escola por sete anos e meio. Quantidade de alunos na escola significa qualidade educacional? Temos 40 milhões de crianças e jovens no ensino básico (fundamental e médio). População muito grande, como se fosse uma Espanha. Aparentemente está todo mundo na escola. Mas, quando se olha de fato, percebe-se que temos, sim, uma cobertura quantitativa de primeiro mundo, com faixa de 98%. Porém, não se tem a qualidade necessária para as crianças darem certo. Elas entram, mas não concluem. Elas vão saindo no meio do caminho. Desses 40 milhões de crianças, de cada dez que entram na primeira série do fundamental, apenas cinco terminam. Em termos comparativos, imagine se esse percentual fosse em uma grande empresa, como a Vale, que carrega os vagões de minérios. Apenas metade dos vagões chega ao porto, pois a outra metade se perdeu ao longo do caminho.

Quanto tempo você acha que vai durar essa empresa? Isso mostra que temos um problema sério de formar e educar. Assim, se a cobertura quantitativa não for acompanhada de uma cobertura qualitativa, a criança aprende pouco, repete e acaba desistindo. E olha que elas insistem muito antes de sair. Mas, se a escola não ensina, acaba gerando desânimo. Quais são as implicações desse problema? Isso tem implicações muito graves para o País. Além das sociais, econômicas e políticas temos, claro, as pessoais. No Brasil, se a criança sai no meio do caminho pensa-se que é incapaz de aprender, e não que a escola foi incapaz de ensinar. Isso é atribuído à criança. A desculpa de todo mundo para essa maciça falha na educação é que as crianças vêm de lares pobres, desestruturados. Se isso fosse verdade, teríamos que esperar as crianças brasileiras enriquecerem para a escola ser capaz de ensinar. É um absurdo lógico. Se você ensina a criança aprende. O problema é que a escola é pouco eficiente. E isso resulta em números. Como muitas crianças saem ao longo do caminho ou não conseguem captar os ensinamentos, a escola leva 11 anos para formar uma pessoa direito, que saiba português e matemática.

O IAS capacita 75 mil educadores e seus programas beneficiam diretamente cerca de 2 milhões de alunos, em mais de 1,3 mil municípios no Brasil

Qual a influência nos custos emocionais e sociais? Primeiro, a criança sai com baixa autoestima, principalmente aquelas que ficam pelo caminho. Depois, vem o custo social, o que significa mais brasileiros despreparados para enfrentar o mercado de

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CAPA

trabalho. Ou seja, essas pessoas não são excluídas, elas são inincluíveis. O gari no Rio de Janeiro, por exemplo, precisa ter oito anos pelo menos de escola para passar no processo de seleção. Imagina quem tem apenas três, quatro, cinco séries. Na medida em que você não inclui as pessoas, elas vão ter que sobreviver. Acabam se engajando em tráfico, roubo, exatamente o que estamos assistindo. Como a gente não tem feito a lição de casa, já estamos pagando.

Na hora certa: educação correta gera profissionais qualificados

E com relação ao custo eco­nômico? Pessoas despreparadas, quando ingressam em uma empresa, têm baixa qualificação, obrigando, assim, as companhias a gastarem para qualificar os próprios funcionários. Na década de 1960 foi descoberta uma correlação direta entre nível de educação e produtividade do trabalho. Para se ter uma ideia, o nível de produtividade do Brasil hoje corresponde a um terço da produtividade de um coreano, um quinto de um americano e é igual à de um japonês de 1964. Ou seja, nossos trabalhadores de hoje têm o mesmo nível de produtividade de um japonês de há quase meio século. E aí fica a pergunta: quanto custa isso para uma empresa? A faixa salarial cresce cerca de 9% a 10% ao ano e a produção cresce em media 2%, como é possível competir? Isso tem um custo altíssimo para o País e todos vão pagar a conta. Porém, é o empresário o primeiro a sofrer, pois mesmo ele se qualificando, não é a mesma coisa. Além do custo adicional, ele não consegue fazer a pessoa chegar a um nível que ela poderia atingir se fosse inserido o conhecimento na hora certa. Você está, na verdade, fazendo um remendo.

IANI ROCHELE SOUSA

O mundo empresarial tem capturado essa consciência de que a educação não é um problema social, e sim econômico, que ele é refém e que, se não fizer algo, vai ser o primeiro a pagar a conta

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Qual a importância do conhecimento proveniente da educação no mundo globalizado? Mais da metade da produção de riqueza mundial é oriunda de conhecimento. Ele é um fator que tem maior peso do que os demais itens de produção, como recursos naturais, trabalho e capital. Esses itens essenciais perderam terreno para o conhecimento. Como está sendo a visão do empresariado com relação às atividades do Instituto? O mundo empresarial tem capturado essa consciência de que a educação não é um problema social, e, sim, econômico, que ele é refém e que, se não fizer algo, vai ser o primeiro a pagar a conta. Toda questão da violência, da competitividade mundial é decorrência disso. Dessa forma, está se formando um País para poucos, preparando pouca gente para a demanda que a gente tem. Isso, então, encarece a mão de obra, já que há poucas pessoas qualificadas. Como a educação é abordada em outros países? Os países desenvolvidos fizeram ao longo do século 18 e 19 sua lição de casa referente à educação. Outros fizeram a partir da década de 1950 e estão mostrando que dá certo, como a Coreia e Cingapura. Esses dois países, por exemplo, tinham nos anos de 1950 os mesmos índices econômicos e educacionais que o Brasil. Eles partiram do mesmo patamar, e olha hoje como está cada um. Com um detalhe muito importante: ambos têm muito menos habitantes que o Brasil e praticamente nenhuma riqueza natural. Cingapura, por exemplo, com 4 milhões de habitantes e sem água – eles


DIVULGAÇÃO/IAS

CAPA

Felicidade de estudar: alunos beneficiados pelo Instituto Ayrton Senna

importam toda a água potável –, exportam mais do que nós. Lá, todos os jovens fazem faculdade ou estão no ensino técnico. Uma autoridade de Cingapura disse uma vez que educação não é uma opção, e, sim, um fator de sobrevivência. Lá, até as cédulas de dinheiro levam a palavra educação. A educação para eles é um valor, uma prioridade. Como o Instituto é recebido pelo País? Normalmente, a gente encontra uma receptividade enorme dos governos para trabalhar. São eles que nos buscam para fazer coisas juntos. Isso é importante, pois tem que ser uma decisão política fazer mudanças na educação. Infelizmente temos uma 26 - LIDE

máquina pública com cultura própria que não é focada em resultados, metas, métricas ou gestão. Assim, nosso objetivo é levar uma cultura empresarial para dentro do setor público, focando em resultados, indicadores e acompanhamento. Mais do que boas intenções, temos que ter resultados. E é o que o País e as crianças precisam. Quais são suas previsões sobre a educação? Nós temos que lutar em duas frentes ao mesmo tempo. A lição do século 19 que não fizemos, com ensino básico de qualidade e, do outro lado, enfrentar as demandas do século 21, que já chegaram e não podem esperar. Essas demandas pressupõem habilidades cognitivas

e conhecimento, além de capacidade de liderança, de trabalhar em time, flexibilidade, inovação, criatividade, autonomia e iniciativa. Um pool de capacidades e habilidades para que as pessoas consigam dar certo numa economia globalizada. O Japão já percebeu essa nova demanda global. Nas escolas, eles inserem brinquedos grandes demais para as crianças, de maneira que elas precisam de colegas para brincar. Assim, você já coloca meios de trabalho em equipe, de colaboração desde pequeno. O Instituto, que sabe desenvolver habilidades cognitivas em larga escala, agora quer acrescentar isso, dar um novo passo e preparar nossas crianças para o século 21. n


PANORAMA

THINKSTOXKPHOTOS

NOTA BAIXA

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Censo ratifica que o sistema educacional brasileiro tem grandes gargalos – sobretudo no setor de ensino médio, onde o número de alunos é o menor desde 2007


A

educação no Brasil passa mais uma vez por um impasse. O sistema como um todo ainda não apresenta notas altas. O último Censo de Educação Básico divulgado pelo Ministério da Educação prova isso. No ano passado, por exemplo, caiu o número de alunos de ensino médio em todo o País. Hoje, em dados precisos, eles são 8.312.815. É o

menor registro desde 2007, que somou cerca de 57 mil alunos a mais do que esse total. Com base no levantamento, o ensino médio é um entrave para a educação brasileira. Somente no ano passado foram registradas 64 mil matrículas a menos nesse ciclo que em 2012. Alguns fatores justificavam o déficit. Cerca de 15% do público-alvo, jovens de 15 a

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PANORAMA

O período de transição do ensino fundamental para o médio é a fase em que milhares de alunos ficam pelo caminho

17 anos de idade, estava fora da escola em 2012, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E mais: não se tem o dado exato, mas boa parte dos jovens que deveriam frequentar o ensino médio engrossa a defasagem por ainda estar cursando o ensino fundamental. Dados mais precisos, incluindo evasão e repetência, devem ser divulgados até o meio deste ano. O período de transição do ensino fundamental para o médio é a fase em que milhares de alunos ficam pelo caminho. Durante o primeiro ano do nível médio, aproximadamente 30% deles saem da escola ou são reprovados. Sem contar

os que nem chegam a se matricular. Como confirma o próprio ministro da Educação, José Henrique Paim, o impasse da educação no ensino médio vem de longa data. O ministro diz que essa queda de frequentadores não tem também a ver com a falta de vagas na escola. O problema maior é atrair os estudantes para que eles permaneçam na escola após o termino do nível fundamental. Eis o desafio. Seguindo a linha de cativar e profissionalizar esse aluno, o governo tem apostado, por exemplo, no ensino técnico de nível médio. De 2010 a 2013, houve aumento de 84% no número de matrículas. Mas ainda falta mais. Muito mais. n

BONS EXEMPLOS Se há gargalos no ensino médio no País, e há mesmo, outros níveis educacionais brasileiros têm algo para mostrar de positivo. A educação em tempo integral cresceu 139% de 2010 a 2013. Nesse CRECHES

período, o total chegou a 3,1 milhões de alunos. Avançou também o total de matrículas nas creches no País. Foram 7,5% de crianças a mais em 2013, em comparação com o resultado do ano anterior. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL*

1.579.581 2.540.791 2.730.119 de 2012 Ç Variação para 2013: + 7%

780.162 1.362.200 1.441.051 de 2012 Ç Variação para 2013: + 5,7%

ENSINO MÉDIO 8.369.369 8.376.852 8.312.815

Ç Variação de 2012

para 2013: - 0,7%

*Técnico de nível médio

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2007

2012

2013


GESTÃO

LONGE DO PÓDIO

THINKSTOCKPHOTOS

Brasil amarga péssimo desempenho em educação, mas entidades e iniciativa privada podem ajudar a reverter o jogo

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C

om 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, o Brasil é o oitavo do mundo com maior taxa de analfabetismo entre adultos, de acordo com dados do 11o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, preparado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em outros rankings, a situação é a mesma. Levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) feito com estudantes brasileiros com relação à leitura, matemática e ciências, em uma lista de 65 países e territórios, colocou o Brasil em 55o lugar em leitura, 58o em matemática e 59o em ciência. Para tentar virar esse jogo, uma comissão especial na Câmara dos Deputados quer votar o Plano Nacional de Educação ainda neste primeiro trimestre. O PNE estabelece metas para a educação a serem cumpridas em um período de dez anos. Entre as diretrizes estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. O ponto mais polêmico, porém, é a destinação de 10% do PIB para a educação – atualmente

o montante é de 5,3%. O plano está tramitando no Congresso há três anos. Para minimizar os danos, várias entidades e projetos estão sendo criados para dar base educacional às crianças. É o caso da Parceiros da Educação, que promove parceria entre empresas e escolas públicas dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Com mais de 60 colégios inscritos, o objetivo é elevar o aproveitamento dos alunos, além de impactar e influenciar políticas públicas. Em São Paulo, a Parceiros da Educação, aliada a outras 15 entidades, quer transformar o sistema de ensino estadual entre os 25 melhores do mundo em 20 anos e colocar a carreira do professor em uma das dez mais desejadas. Para que o projeto dê certo, foram instituídos alguns pilares: os alunos ficam em tempo integral na escola, os professores têm dedicação exclusiva a apenas uma unidade educacional e ainda contam com salários melhores. No ensino médio, cada aluno desenvolve ainda seu Projeto de Vida, descrevendo um sonho e traçando um plano para concretizá-lo. Uma iniciativa que pode fazer a diferença. n

A Parceiros da Educação promove ações entre empresas e escolas públicas dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro – e já conta com mais de 60 colégios inscritos LIDE - 33


MÃO DE OBRA

A SOLUÇÃO É EDUCAÇÃO Como diminuir o gargalo entre o número de vagas no mercado de trabalho e o de profissionais realmente aptos para ocupá-las

A

pesar dos avanços das últimas décadas, no quesito educação ainda colhemos as falhas do passado e somamos dúvidas quanto ao futuro. O mercado de trabalho sofre com as lacunas do ensino brasileiro, com efeito direto na falta de mão de obra qualificada. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 90% dos novos empregos gerados no País exigem que se tenha ensino médio completo. No entanto, 40% dos trabalhadores não terminam o ensino fundamental e 16% são analfabetos funcionais. “O que influi diretamente na qualidade do trabalhador é o sistema educacional que, embora tenha melhorado no que concerne à universalização do ensino, ainda precisa investir na qualidade”, afirma Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai e diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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Os gargalos da educação podem ser sentidos na economia. “O trabalhador mal qualificado leva mais tempo para desempenhar as tarefas e, portanto, mais tempo para produzir. O produto fica mais caro e o Brasil acaba perdendo”, acrescenta Lucchesi, ressaltando que a saída para as empresas é investir em capacitação, treinamento e requalificação do quadro de funcionários. É a mesma visão de Javier Martínez, diretor de Marketing e Comunicação para a América Latina da Grant Thornton, especializada em serviços fiscais. “As empresas terão que começar a criar alternativas para suprir essa carência de mão de obra,


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FOTOS: THINKSTOCKPHOTOS


MÃO DE OBRA

CONSTRUINDO O FUTURO A discrepância entre o Brasil e

(OCDE), que congrega 34 países de

o Instituto da Construção, modelo

os países desenvolvidos, que com-

alta renda com o objetivo de incre-

de franquias que realiza cursos téc-

binam a educação regular com a

mentar a economia mundial, o nú-

nicos específicos para o setor. A uni-

profissional, é outro fator que em-

mero é de 46%.

dade-piloto opera desde dezembro

perra a qualificação da mão de

“Precisamos deixar de lado o con-

de 2011 em São José do Rio Preto,

obra no País. Enquanto no Brasil

ceito de que só existe a universidade

interior de São Paulo, oferecendo au-

apenas 6% dos jovens de 15 a 19

como caminho para quem termina o

las de elétrica, hidráulica e alvenaria,

anos se dedicam à educação profis-

ensino médio. Com cursos técnicos

entre outras. Segundo pesquisa reali-

sional e à básica simultaneamente,

você melhora a competitividade, or-

zada recentemente pela CNI, cerca

na Alemanha, por exemplo, a taxa

ganiza melhor o mercado de traba-

de 70% das empresas no Brasil so-

é de 53%. Nesse âmbito vale dizer

lho – à semelhança dos países desen-

frem com a falta de mão de obra no

ainda que, no Brasil, 6,6% dos es-

volvidos – e amplia a possibilidade

setor da construção civil. “A situação

tudantes cursam ensino médio em

de mobilidade social”, defende Ra-

evidencia que há vagas disponíveis,

conjunto com alguma forma de en-

fael Lucchesi. Atento ao problema da

porém, faltam profissionais aptos a

falta de profissionais capacitados no

ocupá-las”, diz o empresário, que

mercado de construção civil, o em-

pretende inaugurar 500 unidades do

ção e Desenvolvimento Econômico

presário paulista David Pinto criou

instituto em cinco anos. DIVULGAÇÃO

sino profissionalizante. Em países da Organização para a Coopera-

O empresário David Pinto criou o Instituto da Construção para capacitar mão de obra para o setor

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qualificando e investindo na preparação de profissionais que estão ingressando no mercado com cursos e treinamentos. Sem isso pode haver um encarecimento muito grande desse tipo de mão de obra e no recrutamento de profissionais do exterior”, ressalta. A International Business Report (IBR), em levantamento realizado pela Grant Thornton, aponta que o número de empresários que consideram a falta de mão de obra qualificada como fator limitador cresceu 19% desde 2011. Um outro estudo indica que o Brasil está na terceira colocação no ranking dos países que mais têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados para preencher vagas disponíveis e supera a média mundial, segundo pesquisa divulgada pela Manpower, empresa na área de recursos humanos. Para o levantamento, foram entrevistados 40 mil empregadores em 39 países. O índice de empresários brasileiros que dizem não conseguir achar no

mercado pessoas adequadas para o trabalho é de 57%. A média global de empresários que apresentaram queixas sobre a falta de novos talentos ficou em 34%. “Na comparação entre os países, os economicamente desenvolvidos têm menos dificuldades, pois já formaram esses profissionais – e como não estão em crescimento, têm baixa demanda por novos talentos”, relata Márcia Almström, executiva da Manpower. Os profissionais de nível técnico ficaram no topo dos dez cargos mais difíceis de ser preenchidos. Por muito tempo o Brasil não privilegiou o ensino técnico, mas, sim, o universitário – e nem sempre de boa qualidade. De acordo com Almströn, crescem os movimentos de empresas que já investem em universidades corporativas, e de escolas que querem ampliar suas vagas, mas também é preciso a participação do poder público para que esse problema seja de vez resolvido. n

O Brasil é o terceiro país com mais dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. Profissionais de nível técnico são os mais difíceis de ser encontrados

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INTERNACIONAL

FOTOS: T HINK STOCKPHOTOS

EXEMPLO A SER SEGUIDO

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Como o sistema de educação sul-coreano tornou-se sinônimo de qualidade. Na última avaliação pelo mundo, a Coreia do Sul ficou em 5o lugar – e o Brasil em 58o

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INTERNACIONAL

U

ma sucessão de esforços transformou a Coreia do Sul em um país de destaque no quesito educação. O avanço no sistema educacional por lá exige muito mais que os investimentos governamentais – ainda que estes não sejam poucos. Mas tem mais: pais, estudantes e professores são protagonistas desse cenário. O resultado? No último Pisa (Programme for International Student Assessment) da OCDA (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a Coreia do Sul alcançou o 5o lugar no ranking das melhores médias. O Brasil estacionou no 58o. Além dos sul-coreanos, alunos da China e de Cingapura têm representado com brilho a Ásia.

Talvez o reconhecimento que o governo da Coreia do Sul – primeiro país a ter banda larga nas escolas – oferece aos professores seja o ponto de partida para essa engrenagem bem orquestrada. Para dar aula no país é fundamental ter mestrado, e os mestres recebem, em média, US$ 4 mil por mês. Aqui no Brasil, o novo piso anunciado pelo governo federal é de R$ 1,6 mil (na cotação atual não chega a US$ 700). Na Coreia do Sul, os professores não desfrutam apenas de suporte financeiro para se preparar melhor para suas atividades: eles são admirados por toda a sociedade. Os pais também participam. Cabe a eles acompanhar de perto a evolução dos filhos. Estes, por sua vez,

passam dez horas por dia nas escola em 80% dos casos. Há ainda os que complementam as horas de estudo com aulas particulares e métodos de ensino não formal – como jogos educativos. Com isso, a Coreia do Sul alcançou altos índices de alfabetização: 98% da população. Em torno de 97% dos alunos concluem o ensino médio, taxa bem diferente da que presenciamos no sistema brasileiro. Em 2013 o Brasil amargou uma defasagem nesse ciclo educacional, com 57 mil alunos a menos que em 2007, o que é o principal gargalo no quadro geral do setor. Para completar, 60% dos cidadãos entre 25 e 34 anos, na Coreia do Sul, cursaram a universidade. De fato é um país que tem muitas lições a dar nessa matéria. n

Dedicação que traz resultado: alunos sul-coreanos passam dez horas por dia nas escolas

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INTEGRAÇÃO

BOAS FAMÍLIAS, BONS NEGÓCIOS

10a edição do CEO’s Family Workshop reuniu líderes empresariais e seus filhos para debater educação, relações pessoais e networking

E

da agenda de palestras, o encontro promoveu algumas homenagens. A primeira foi aos patriarcas das famílias Afonso, Furlan e Trussardi pelo exemplo de liderança e empreendedorismo; a segunda foi à apresentadora Xuxa Meneghel pelo trabalho desenvolvido com a Fundação X, no Rio de Janeiro. A instituição conseguiu arrecadar R$ 414 mil para 138 crianças apadrinhadas durante almoço especial no CEO’s.

FOTOS: GUSTAVO RAMPINI

ntre os dias 14 e 16 de março, o LIDE realizou a décima edição do CEO’s Family Workshop, no hotel Sofitel Guarujá Jequitimar, no litoral de São Paulo. O evento integra executivos e suas famílias para debater a relação familiar, a importância da união e da conversa entre pais e filhos, além de promover um intenso relacionamento entre empresários e executivos. Além

Anfitriões: João Doria Jr. e Bia Doria receberam o casal Xuxa Meneghel e Juno Andrade e grandes empresários

44 - LIDE


Reconhecimento: famílias Furlan (Osório Furlan), Trussardi (Romeu Trussardi) e Afonso (Milton Afonso) foram homenageadas durante o evento

Outra grande homenagem prestada pelo LIDE foi ao artista plástico Gustavo Rosa, falecido em 2013. Uma de suas obras, da série Banhistas, foi leiloada durante o evento – arrematada por R$ 200 mil –, com valor integralmente dividido entre as fundações de Rosa e a Fundação X. CICLO DE DEBATES Marcelo Tas, jornalista e âncora do programa CQC – Custe o Que Custar, da Rede Bandeirantes, foi o primeiro a se apresentar no 10o CEO’S Family Workshop. Tas abordou a facilidade dos adolescentes na interação com os novos meios de comunicação, criticou a lentidão das emissoras de TV de entender o novo telespectador, cada vez

mais antenado, e explicou a diferença existente entre o consumidor de hoje e de antes. “O brasileiro é ávido por tecnologia. Não tente enganá-lo. Se seu produto não entrega o que ele quer, irá reinventá-lo”, alertou. “Antes tínhamos apenas uma fonte de informação, de forma passiva, apenas com o professor. Hoje é totalmente ao contrário. A mudança de comportamento existe.” Tas ainda criticou as empresas que não têm a importância dessa evolução no radar. “A internet é uma rede mundial de pessoas que usam computadores. E se tratá-las com respeito, as companhias serão bem respondidas.” Já Joana Garcia, doutora em Serviços Sociais e pesquisadora da Universidade do Rio de Janeiro, e

O CEO’s Family Workshop integra executivos e suas famílias para debater problemas, soluções, ideias familiares e a importância da união e da conversa entre pais e filhos

LIDE - 45


INTEGRAÇÃO

Marcelo Tas: redes sociais são fundamentais para o mercado

“O brasileiro é ávido por tecnologia. Não tente enganá-lo. Se seu produto não entrega o que ele quer, irá reinventá-lo”, afirmou Marcelo Tas

46 - LIDE

Robertha Blatt, educadora e psicóloga, falaram sobre os limites para as crianças e como dizer não aos filhos. “Os pais dizem muito ‘não’ para evitar a negociação da conversa”, observou Joana. “O carisma é mais eficaz do que a força. Este é o caminho para lidar com os desejos dos filhos.” A opinião foi complementada por Robertha. “O ‘não’ não precisa ser algo ruim. A criança precisa perceber isso”, disse. “O castigo do não é feito de forma superficial. Os pais dizem por falta de tempo, pelo estresse, pelo dia a dia corrido e depois sentem culpa e aí, por sentirem pena dos filhos, querem agradar sempre. O que é errado.” Esse envolvimento familiar também foi realçado durante a palestra Como Trazer a Felicidade da Realização no Trabalho para Casa, com

o médico psiquiatra Flavio Gikovate. O especialista abordou como um casal pode lidar com os conflitos do dia a dia entre trabalho e família. “Os casais que se dão bem, que trabalham para construir um conjunto de diretrizes, valores e comportamentos de família, são muito bem-vistos pelos filhos, que percebem essa união.” Artur Grynbaum, sócio e presidente-executivo do Grupo Boticário, falou sobre como manter os filhos interessados nos negócios da família. Ele deu como exemplo o projeto Futuro em Nossas Mãos, que começou em 2010 e funciona para que os filhos dos donos das franquias se tornem sucessores dos negócios dos pais. “Sucessor tem que entender que ele pode não estar preparado para


INTEGRAÇÃO

Flavio Gikovate: é possível lidar com conflitos

Robertha Blatt: pais dizem “não” para evitar negociar com os filhos

“No começo foi difícil explicar aos franqueados a importância de se pensar na evolução e no crescimento do negócio. Hoje nós conseguimos”, contou Grynbaum

Artur Grynbaum, do Grupo Boticário: sucessão é bem preparada

48 - LIDE

Vagner Meneses Pereira, o Fly: exemplo de superação

Joana Garcia: o carisma é melhor que a força na relação familiar

assumir. Então, ele precisa se preparar, se tornar profissional”, afirmou. “No começo foi difícil explicar aos franqueados a importância de se pensar na evolução e no crescimento do negócio. Hoje nós conseguimos.” Já a palestra de Vagner Meneses Pereira, o Fly, coreógrafo e diretor da Rede Globo, abordou sobre educação financeira. Ele contou como começou a vida ganhando dinheiro ainda na adolescência, quando ingressou na TV Globo e a fortuna que fez, como perdeu tudo, e, principalmente, como conseguiu dar a volta por cima e controlar sua vida financeira. “Hoje, sou contratado por empresas para auxiliar seus funcionários. A educação financeira pode mudar a vida do cidadão e sua família”, afirmou. “E a falta dela reflete no rendimento desse trabalhador, consequentemente, na empresa em que atua.” n


FÓRUM

OS DESAFIOS DA EXPANSÃO

Primeira edição do Fórum Brasileiro de Shopping Centers ressaltou a importância de uma visão global para o setor, com o objetivo de se obter um crescimento cada vez mais sólido

1o Fórum Brasileiro de Shopping Centers: a abertura do evento foi feita pelo governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin

50 - LIDE


Shopping Centers, com a participação de autoridades políticas e líderes empresariais do setor, no dia 13 de fevereiro, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo. “Os latinos, sobretudo os brasileiros, gostam de passear, ver gente, e os shoppings cumprem esse papel”, afirma João Doria Jr., presidente do LIDE. “A chegada desses novos centros comerciais apenas neste ano e os quase 550 que já existem no Brasil explicam a força desse mercado.”

Durante o encontro, os líderes empresariais debateram, dividido em quatro painéis, o tema Os Desafios da Expansão do Setor de Shopping Centers no Brasil nos Próximos Anos. Um dos pilares da discussão apontou a importância de uma visão ampla desse mercado. “Para alcançar uma expansão cada vez maior é primordial saber lidar com as questões relacionadas à globalização”, diz Luiz Marinho, sócio-diretor da GS&BW, e um dos organizadores do evento.

BRUNA GUERRA

O

segmento de shopping centers está entre os que mais avançam no Brasil. Nos últimos sete anos, o total de unidades pelo País deu um salto de 30%. Para este ano, os números também são positivos: aumento de 8,3% no faturamento e a inauguração de 43 unidades. Diante desse cenário promissor, o LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, em parceria com a empresa de consultoria GS&MD, realizou o 1o Fórum Brasileiro de

LIDE - 51


JUAN GUERRA

FÓRUM

Homenagem especial aos expoentes do varejo: Carlos Jereissati, José Isaac Peres, Sérgio Carvalho e Luiz Fernando Pinto Veiga, junto com os idealizadores do Fórum, João Doria Jr. e Marcos Gouvêa de Souza

“Isso inclui o crescimento do comércio eletrônico e a chegada das marcas internacionais.” São dois os polos essenciais para um avanço sólido do setor de shopping centers, segundo os especialistas. O já citado conhecimento do mercado global e, na outra ponta, o alinhamento com o público local, especialmente das regiões interioranas e das periferias. “Um shopping, desde a sua concepção até os serviços que serão oferecidos, tem que estar totalmente afinado com os critérios do consumidor”, afirma Marcos Carvalho, copresidente da Ancar Ivanhoe, que tem participação e/ou administra shopping centers distribuídos pelas cinco regiões do País. “O cliente quer ser surpreendido, quer qualidade. É preciso o envolvimento da comunidade e dos lojistas para termos um retorno satisfatório.” 52 - LIDE

Para o presidente do LIDE Comércio, Marcos Gouvêa de Souza, um dos principais experts no setor varejista no País, o mercado brasileiro já pode perceber uma mudança em vários aspectos, e isso deve impactar a forma de fazer esse tipo de negócio. “O novo consumidor, o atual cenário macroeconômico e a análise do País pelos olhos dos estrangeiros são pontos que criam uma nova realidade para o segmento”, diz. “Este é um momento em que todos os agentes devem repensar seu papel e sua atitude.” Além dos debates de peso sobre o tema, o Fórum realizou o Prêmio LIDE de Shoppings 2014 em reconhecimento às empresas que fizeram a diferença no decorrer de

2013. No total, 30 companhias foram homenageadas entre as seguintes categorias: Arquitetura e Design, Campanha Promocional, Eficácia Promocional Operacional, Excelência em Tenant Mix, Relacionamento com Lojistas, Destaque Digital, Destaque em Outros Formatos, Destaque de Marketing, Lojas Destaque em Shopping Centers e Serviços Especializados. Os executivos Carlos Jereissati, presidente do Grupo Jereissati; José Isaac Peres, presidente da Multiplan; e Sergio Carvalho, presidente da Ancar Ivanhoe, também foram ovacionados durante a premiação. Os empresários receberam homenagem especial pela importante contribuição ao avanço do varejo nacional. n

Os números do setor de shopping centers são positivos: aumento de 8,3% no faturamento e inauguração de 43 unidades


SETOR

TESOURO NACIONAL

Autoridades e empresários de mineração defendem segurança jurídica para o setor e atração de investimentos durante 1o Fórum Brasileiro de Mineração

A

uma agência representativa do segmento e, principalmente, para que se elabore um marco regulatório eficiente com o objetivo de incrementar ainda mais as oportunidades. Com base nesse quadro, o LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, em parceria com o LIDE Minas Gerais, realizou, no dia 21 de fevereiro, o 1o Fórum Brasileiro de Mineração, no

FOTOS: TIÃO MOURÃO

mineração é muito importante para o Brasil. O País é o segundo maior produtor de minério de ferro no mundo. O setor vem respondendo por um índice entre 3% e 5% do PIB nacional. Apesar dos bons índices, o segmento carece de uma atenção especial para a liberação de investimentos em pesquisas, para a criação de

Representatividade: 1º Fórum Brasileiro de Mineração contou com a presença de autoridades políticas e empresariais. Antônio Anastasia, João Doria Jr., Gustavo César de Oliveira, Paulo Castellari, José Fernando Coura e David Leal

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Ministro de Minas e Energia Edison Lobão: “A nova legislação deverá trazer dispositivos seguros e estáveis. Acredito que sejá uma fase de transformação para o setor”

auditório JK, na Cidade Administrativa. Com a presença do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, de muitas autoridades e de um grande número de empresários do setor, o Fórum teve como objetivo debater a situação da mineração no Brasil, no momento em que o novo Código de Mineração (Projeto de Lei 37/2011) está prestes a ser votado no Congresso Nacional. Durante o encontro, Lobão ressaltou o importante impacto da área na engrenagem econômica do País e os benefícios do novo Código de Mineração. “Houve um aumento de 23,5% no valor de exportação de minerais pelo Brasil no ano passado, e o ambiente interno é favorável”, afirmou. “A nova legislação deverá trazer dispositivos seguros e estáveis. Acredito que será uma fase de transformação para o setor, já que teremos a necessária redução da burocracia e a criação do Conselho Nacional de Política Mineral.” Tanto para o empresariado quanto para os representantes do poder público participantes do Fórum, passou da hora de o segmento contar com uma ampla segurança jurídica interna e externa, envolvendo os dois protagonistas

do processo da atividade: a União e o minerador. Dessa forma o País pode, entre outros aspectos positivos, atrair um maior número de nações importadoras de minerais e de produtos oriundos da atividade. Hoje, o Brasil vem perdendo posição no ranking mundial – enquanto a China segue na frente. “Somos o 10o país em extratividade”, lembrou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, José Fernando Coura, acrescentando: “A última mina inaugurada no Brasil foi em 2007, e houve uma queda de 23% no número de autorizações para abertura de novas minas.” Entre os fatores apontados pelos empresários para justificar esse clima de “semiparalisia” no setor mineral, figurou a morosidade na votação do projeto do novo marco regulatório e a dificuldade para atrair investidores. Estados como o Pará (segundo maior produtor mineral brasileiro) e Goiás, por exemplo, estão se esforçando para abrir novas frentes de investimento na área. Mas boa parte do otimismo para estimular as mudanças no setor está voltada para o novo Código de Mineração. “O projeto é um avanço”, afirma o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG).

“Ele trata de questões fundamentais, como o restabelecimento do direito de acesso ao subsolo pelo regime de prioridade.” Essa já é uma prática usual em países como Canadá e Austrália. Ao final do Fórum Brasileiro de Mineração, os empresários redigiram o documento Carta de Minas, com pontos que ainda precisam ser revistos no projeto do deputado Quintão, tais como: ausência de conceito de reservas e recursos nos padrões internacionais; a permissividade, em função da figura do “achado mineral”, que gera o risco de atividades clandestinas de mineração ou mesmo invasivas, e que hoje podem equiparar-se ou prevalecer sobre títulos legalmente constituídos. Neste sentido, eles sugerem que o “achado mineral” deve ocorrer apenas em áreas livres; e consideram injusto que o minerador que venha a ter seu direito revogado em razão do interesse público seja recompensado nos limites do seu investimento. Os empresários alegam que o Congresso Nacional já entendeu em diversas circunstâncias similares que as indenizações devem ocorrer pelo justo valor do bem e o minerador nesse aspecto merece o mesmo tratamento. n

LIDE - 55


EVENTOS

AGENDA CONCORRIDA

Calendário LIDE do primeiro semestre terá grandes encontros, como o Fórum de Comandatuba e o Fórum de Saúde e Bem-Estar Celebração: empresários homenageados pelo LIDE no Fórum de Comandatuba

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com os pré-candidatos à presidência da República Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Dilma Rousseff (PT), sobre o tema Uma Agenda para o Desenvolvimento do Brasil. O evento terá também a presença de ministros, governadores, prefeitos, parlamentares, cerca de 350 empresários e personalidades das mais diversas áreas. Durante o Fórum, acontece a entrega do Prêmio LIDE,

homenagem anual a personalidades públicas e privadas que tenham se destacado em suas atividades nos últimos 12 meses. Também em maio, no dia 24, no hotel Royal Palm Plaza, em Campinas, será realizado o Fórum da Saúde e Bem-Estar, que, após o sucesso das edições anteriores, volta a reunir especialistas do Brasil e do exterior para debates em torno das melhores

TIAGO ARCHANJO

G

randes eventos vão marcar as ações do LIDE no próximo trimestre, todos com papel significativo no cenário empresarial e econômico do País. Considerado o maior evento empresarial do País, o Fórum de Comandatuba será promovido entre 1 e 4 de maio, no Hotel Transamérica, Bahia. Neste ano, o evento propõe um amplo debate

LIDE - 57


FERNANDO CICERO/ IMAGEM PAULISTA

EVENTOS

Fórum de Saúde e Bem-Estar: reúne conhecidos nomes da medicina brasileira

Encontros do LIDE no próximo trimestre abordam temas significativos no cenário empresarial e econômico do País

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condições preventivas de saúde. O evento se tornou referência nacional ao promover o encontro de grandes nomes da saúde pública e privada e reunir dirigentes de empresas que atuam no suporte à medicina preventiva. Em sua terceira edição, trará para discussões os temas: O Papel da Mídia e sua Ética no Campo Médico, Fármaco e Hospitalar, Grandes Líderes e o Futuro da Medicina, Tecnologia a Serviço da Medicina para Salvar Vidas e Telehealth: Monitoramento a Distância para Pacientes Graves. O Fórum da Saúde e Bem-Estar reconhecerá nomes importantes da medicina brasileira. A homenageada especial será Angelita Gama, uma das mais renomadas cirurgiãs da história da medicina brasileira. Angelita é a primeira mulher a se tornar membro

honorário da centenária sociedade científica American Surgical Association desde 2002. Também é fundadora e presidente da Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci). Neste ano, o LIDE lança novo evento internacional: Mulheres Líderes, com intuito de debater a força feminina no universo corporativo e sua contribuição para o desenvolvimento do País. Com apoio do LIDE Mulher, comandado por Sônia Hess de Souza, presidente da Dudalina e uma das mais importantes gestoras empresariais do País, o encontro será realizado entre 17 e 20 de julho, em Anguilla - St. Barth, e reunirá um seleto time de 20 empresárias que irão compartilhar lições de liderança, valores, desafios e oportunidades. n


MOBILIDADE URBANA

BONS EXEMPLOS

Cidades como Medellín e Londres provam que, com boa gestão, a mobilidade é possível QUANDO É PRIVADO FUNCIONA

Concessão do aeroporto de Campinas prova que há solução para o setor aéreo

SUPERBIKES

THINKSTOCKPHOTOS

Fenômeno das metrópoles mundiais


ENCONTRO

COMO SAIR DO ENGARRAFAMENTO?

LIDE realiza 1o Fórum Nacional de Mobilidade Urbana para debater gargalos e soluções do setor

O

brasileiras e a qualidade de vida dos cidadãos com a Carta de Minas e o Legado do Fórum de Mobilidade Urbana. “A demanda do Fórum é absolutamente legítima e necessária. As pessoas ficam cerca de 20 dias por ano em um transporte para se deslocar diariamente de sua casa ao trabalho e vice-versa”, disse Roberto Giannetti da Fonseca,

presidente do LIDE Infraestrutura. “Isso impacta em um tempo menor tanto na sua produtividade quanto em uma oportunidade de lazer maior com suas famílias. Com este debate queremos despertar novas ideias aos poderes público e privado.” A opinião de Fonseca foi realçada por João Doria Jr., presidente do LIDE. “Nas eleições passadas, há quatro anos, a mobilidade

FOTOS: BRUNO GONZAGA

Grupo de Líderes Empresariais realizou, em 21 de março, a primeira edição do Fórum Nacional de Mobilidade Urbana, em Belo Horizonte. Com a presença do prefeito, Marcio Lacerda e empresários, o encontro debateu os problemas e propôs soluções para o desenvolvimento planejado e aumento da competitividade das cidades

Roberto Giannetti da Fonseca: a demanda do Fórum é legítima

62 - LIDE


João Doria Jr.: a mobilidade urbana é urgente

urbana não foi tema de nenhum partido”, recordou. “No ano passado, a população foi às ruas e a necessidade de colocar em pauta a mobilidade urbana é urgente. Queremos que este encontro seja mais uma contribuição de Minas Gerais ao Brasil.” DEBATES Marcio Lacerda foi um dos palestrantes do Fórum e exemplificou as ações realizadas na cidade devido ao aumento da frota de veículos. “A pessoa pode possuir um automóvel para uso eventual, mas tem o direito de um transporte coletivo de qualidade com a implementação de BRTs e da expansão e investimentos dos metrôs”, explicou o prefeito. “Foi feito um planejamento eficaz, com o auxílio da BRTrans, que também integrou as ciclovias com os sistemas de transporte coletivo”, contou.

Marcio Lacerda: população tem o direito a um transporte coletivo de qualidade

Um dos eixos do planejamento urbano vinculado à questão da mobilidade e ao transporte de massa de qualidade está na operação urbana consorciada, como no caso da Nova BH. “É um grande desafio, uma operação urbana de grande porte que desperta tanto entusiasmo quanto temor, mas que terá uma solução em prol de todos ao final”, disse o prefeito. Alexandre Lafer Frankel, presidente da Vitacon, apresentou seu painel com base no tema Humanidade e Comportamento. “Antigamente o luxo era ter um apartamento grande ou um carro caro. Hoje luxo é não necessitar de carro, é ter mais tempo para o lazer, para estar com seus familiares”, afirmou. “Conseguimos trazer o mesmo luxo para apartamentos menores, que possuem restaurantes, bicicletários, sistemas de lavanderia, sistema de caronas entre

os condôminos e carros compartilhados, itens que aumentam a mobilidade das pessoas.” Para Clarisse Linke, diretora do ITDP Brasil – Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, o grande problema é o investimento míope para carros e não uma preocupação em como essas pessoas vão se deslocar. “Qual é a prioridade: melhorar a qualidade de vida das pessoas ou esvaziar os pátios das montadoras?”, questionou. “Não há uma cultura de planejamento multidisciplinar no Brasil que estude o caso. O que acontece é como será o uso do solo e não o impacto que o carro causa na qualidade de vida e também da saúde das pessoas e das cidades.” Uma das necessidades imediatas para a mobilidade ocorrer é usufruir da tecnologia. Oscar Díaz, sócio da GSD Plus, durante sua palestra disse que tinha estado

LIDE - 63


ENCONTRO

CARTA DE MINAS - O LEGADO DO FÓRUM NACIONAL DE MOBILIDADE URBANA O Fórum Nacional de Mobilidade Urbana, realizado

públicas, por exemplo, as ferramentas de gerenciamento

em Belo Horizonte pelo LIDE – Grupo de Líderes Empre-

do fluxo e demanda de tráfego, como GPS, e o rádio e a

sariais, promoveu um rico debate sobre o tema com a par-

internet para ajudar no monitoramento e divulgação das

ticipação de autoridades públicas, privadas e especialistas.

informações sobre o trânsito. A instalação de câmeras e

Em primeiro lugar, ressaltamos a crescente relevân-

monitores nas principais vias de trânsito e semáforos in-

cia do tema mobilidade urbana na qualidade de vida das

teligentes foi mencionada como alternativa para melhor

pessoas, especialmente nas grandes metrópoles brasilei-

controle do tráfego urbano.

ras. O crescimento desorganizado dos grandes centros ur-

Outras questões importantes foram levantadas no pai-

banos, sem adequado planejamento geográfico e de inte-

nel sobre legislação aplicada à questão da mobilidade ur-

gração logística, acarreta enorme transtorno à população

bana. A desoneração tributária dos ativos fixos aplicados

pela distância e tempo de deslocamento entre os locais

sobre os modais de capital intensivo como VLT e metrô,

de residência, trabalho, comércio e lazer.

bem como a tributação progressiva de IPTU e IPVA, le-

No painel inicial, discutimos Humanidade e Comportamento, com destaque para a necessidade da mudança

vando em conta a questão da mobilidade urbana também foram objetos de debate entre os participantes.

comportamental do cidadão. Procurando adaptar-se à

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, apre-

nova realidade dos grandes centros urbanos, por meio

sentou um interessante projeto integrado de planejamento

da redução do uso do transporte individual (automóvel)

urbano, baseado numa eficaz legislação de uso do solo e

e uso mais intenso das várias modalidades de transporte

de uma rede estruturante multimodal, que transformará

coletivo, como metrô, BRT e também da bicicleta para

Belo Horizonte de uma metrópole monodispersa em uma

trajetos de menor distância.

metrópole policompacta. Propostas de adensamento das

Igualmente para o pedestre, foi sugerida a melhoria das

construções imobiliárias e móveis mais compactos em

calçadas públicas, em um conceito que poderia ser de-

regiões de uso misto do solo poderão, em breve, reduzir

nominado calçada cidadã, proporcionando mais conforto,

a demanda e a necessidade do deslocamento dos cida-

segurança e prazer para os pedestres das grandes cidades.

dãos de Belo Horizonte para suas atividades cotidianas,

Destacamos também o custo social e econômico dos grandes congestionamentos de tráfego e a deficiência do

proporcionando mais segurança e qualidade de vida para os seus habitantes.

transporte urbano para os cidadãos das grandes metrópo-

Concluindo, todos consideraram o tema mobilidade

les. Além do tempo de, aproximadamente, 45 dias por ano

urbana como um tema central das políticas públicas nos

para deslocamento da residência ao trabalho e vice-versa,

três níveis de governo: federal, estadual e municipal.

os riscos de acidentes e violência são inerentes aos inten-

Como também a necessidade de parcerias público-pri-

sos congestionamentos do tráfego urbano. No painel sobre Tecnologia Aplicada à Mobilidade, destacamos a aplicação de novas tecnologias de informa-

vadas para dar consequência aos investimentos dos modernos modais de transporte público que estão hoje sendo demandados nos grandes centros urbanos.

ção como ferramentas imprescindíveis para a melhoria da circulação de veículos individuais e coletivos pelas vias

em Belo Horizonte há alguns anos, quando o BRT Móvel era apenas um projeto e ficou feliz em ver a tecnologia em funcionamento. “Enquanto o trânsito estava engarrafado, o BRT fluía livremente”, observou. Também apontou sobre a 64 - LIDE

questão da bilhetagem eletrônica. “Nossa proposta e nosso trabalho é que os sistemas sejam abertos. Em Bogotá, o Transmilenio funciona com três tipos de bilhetagem – pagamentos por celular, pela internet ou cartões de crédito – e isso

Belo Horizonte, 21 de março de 2014

é bom para os passageiros e, consequentemente, para as cidades”, disse. “Há também a questão da segurança, pois não há assaltos quando não existem trocas de dinheiros entre passageiro e cobradores ou motoristas de táxis.” n


MEIO AMBIENTE

SOBRE DUAS RODAS

As bikes estรฃo ganhando espaรงo como meio de transporte sustentรกvel nas grandes cidades

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JOSÉ COR DEIRO

Ciclofaixa da avenida Paulista, em São Paulo

LIDE - 67


MEIO AMBIENTE

A

prática do ciclismo urbano deixou de ser uma quase exclusividade de Amsterdã, na Holanda, para ganhar novos adeptos pelo mundo. Nova York, Londres e São Paulo entraram na lista das megalópoles com número crescente de bikers. A boa nova é que as bicicletas estão se transformando em meio de transporte nessas grandes cidades e, além dos benefícios para a saúde, são econômicas e podem ajudar a desafogar o tráfego. Aos poucos, aparecem iniciativas para que a bicimobilidade avance. Mas ainda falta muito. Em Nova York foi implantado o Sustainable Streets, um plano audacioso para melhorar a mobilidade da cidade mais populosa dos Estados Unidos. Dentro dele está a criação de centenas de quilômetros de ciclovia. No período de cinco anos, foram construídos quase 500 km. E esse investimento surtiu efeito: dobrou o número de ciclistas. Em São Paulo houve alguns avanços, mas bem mais modestos. Por aqui, recentemente uma ciclovia foi instalada na avenida Faria Lima e nos arredores, por exemplo, que são contabilizados nos 150 km de extensão de ciclofaixas espalhadas pela cidade. Pouco, dada a dimensão da cidade. Dessa forma, muitos bikers acabam utilizando as faixas de rolamentos de carros e ônibus, gerando uma verdadeira disputa territorial.

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PAULO G IANDALIA

MÉTODO EFICAZ O uso das bikes compartilhadas tem sido uma boa estratégia adotada por São Paulo. A prefeitura da cidade, desde 2012, em parceria com o Banco Itaú e as empresas Serttel e Samba, fizeram o projeto

Imagem da rua Oscar Freire feita pelo repórter fotográfico e biker, Paulo Giandalia


Bike Sampa, uma parceria públicoprivada que conta com estações espalhadas por diversos endereços. Os 142 “estacionamentos”, equipados com wireless e alimentados por energia solar, permitem ao usuário a retirada da bicicleta – já são mais de 1,4 mil – e a devolução pode ser realizada em outro ponto da cidade. Para a locação ou empréstimo basta baixar um aplicativo do Bike Sampa ou acessar seu site.

O uso das bikes compartilhadas tem sido uma boa estratégia adotada por São Paulo

B RUNO NAMORATO

ADEPTO FIEL Bem antes das bikes começarem a ter notoriedade como um transporte sustentável, o repórter fotográfico Paulo Giandalia se encantou com os benefícios da magrela e passou a usá-la diariamente na ida ao trabalho e para o lazer.

Pedalando, ele percebeu uma nova dimensão da cidade, o que ajuda muito em sua profissão, já que as imagens do cotidiano, antes despercebidas, ganham outro significado. “Meu olhar está muito mais apurado”, afirma ele, que tem uma relação de amor com sua bicicleta há 15 anos. Giandalia tem a bike como seu principal meio de transporte e diariamente circula cerca de 10 km entre as avenidas Paulista, Rebouças e Faria Lima. “Não sinto medo nenhum em pedalar pela cidade”, diz. “Um ciclista tem de ter disponibilidade para incluir no seu trajeto os caminhos alternativos e fugir das grandes avenidas.” Mas mesmo para bikers experientes como Giandalia, a atenção é obrigatória. n

Parceria público-privada: projeto Ciclo Bike

LIDE - 69


MEIO AMBIENTE

FO STER + PA RTNERS

BICICLETAS VOADORAS

Há cidades que não viabilizam de forma assertiva o

durante a década. Outra questão é a ambiental, já que as

transporte via bikes. Há outras, entretanto, que estão se es-

bicicletas não poluem e geram benefícios para a saúde e

truturando para ampliar o número de ciclistas em seus cen-

a natureza. A via suspensa também diminui os incômodos

tros abarrotados de carros. Londres deu mais um passo à

causados pelo contato com a fumaça emitida pelos automó-

frente e pode tirar do papel o projeto SkyCycle. Idealizado

veis e reduz os atritos entre as pessoas que andam de bici-

pelo arquiteto inglês Norman Foster, um adepto das duas

cleta e os motoristas. “A bicicleta faz um uso mais eficiente

rodas, o sistema seria uma ciclovia aérea de aproximada-

do espaço limitado de Londres”, afirma Foster. “SkyCycle

mente 200 km de extensão, seguindo o mesmo percurso

é uma abordagem lateral para encontrar espaço em uma

que as principais linhas de trem da capital, possibilitando

cidade congestionada. Ao utilizar os corredores acima das

assim a total integração entre o transporte público e a mo-

ferrovias suburbanas, poderíamos criar uma rede segura de

bilidade individual das bikes.

classe mundial, com carros e bicicletas livres.”

Com 200 pontos de entrada e acesso para dez diferen-

Ciclista regular e presidente da National Byway Trust,

tes ciclovias que já existem em Londres, tem capacidade

uma rede que promove os benefícios para a saúde e para o

para transportar mais de 12 mil ciclistas por hora.

ambiente por meio do ciclismo, Norman Foster acredita que

O projeto, que há mais de 20 anos espera para ser apro-

o SkyCycle também é uma solução do ponto de vista econô-

vado, tem ganhado apoio entre as autoridades locais por

mico. “Essas ciclofaixas aéreas demandam um custo menor

diversos motivos. A começar pela superlotação da rede de

que a implantação de novas ciclovias, túneis e outras estru-

transporte público, com perspectivas de crescimento de 12%

turas de transporte para as bikes na capital inglesa”, aponta.

70 - LIDE


CONCESSÕES

72 - LIDE


THINKSTOCKPHOTOS

TRILHOS DO CRESCIMENTO Para 2014, o foco do governo é prioritariamente o setor ferroviário em parceria com a iniciativa privada

LIDE - 73


CONCESSÕES

A

TÂNIA RÊGO/ABR

pós 2013 ter sido marcado por avanços nas concessões de portos, rodovias e aeroportos, a presidente Dilma Rousseff é enfática ao afirmar que o projeto de repasse à iniciativa privada vai continuar em 2014. E o foco será o setor ferroviário, ponto fundamental para dinamizar a matriz de transporte, diminuir custos de produção e aumentar a competitividade do agronegócio e das indústrias. “É inadmissível que um País de dimensões continentais não tenha esse investimento”, afirma Dilma. “É imperdoável não termos feito esses investimentos no final do século 19 e no século 20. Agora, esse século 21 exigirá um sistema ferroviário de porte internacional.”

Dificuldade em escoar: falta de ferrovias atrasa solicitações externas

74 - LIDE

De fato, a entrada da iniciativa privada na área de investimento em logística para os próximos 30, 35 anos abriu uma perspectiva positiva em termos de infraestrutura. Em Mato Grosso do Sul, dois lotes farão parte das concessões a serem leiloadas em 2014: a ferrovia Anápolis (GO)-Dourados (MS) e a ferrovia Maracaju (MS)-Lapa (PR). O projeto de Anápolis tem uma extensão aproximada de 1,3 mil km. Porém, a concessão do serviço público de exploração da ferrovia vai compreender a construção apenas do trecho Estrela D’Oeste até Dourados, já que o trecho AnápolisEstrela D’Oeste (681,6 km) está em construção pela Valec, empresa pública controlada pelo governo federal. Além de Dourados,


FREDY UEHARA/UEHARA FOTOGRAFIA

VOO CANCELADO

Guido Mantega: sem concessões aéreas

Se a concessão para aeroportos pretendia ser um exemplo de grande voo na escala das privatizações, não será mais. A concessão de outros aeroportos à iniciativa privada está descartada, conforme declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recentemente. Ele negou que o governo pretenda privatizar os internacionais do Rio de Janeiro (Galeão-Tom Jobim) e de Confins, em Minas Gerais, além de assegurar de que não está em estudo a transferência de aeroportos regionais para estados e municípios. “Vamos consolidar aquilo que está sendo feito”, esclarece. Mantega descartou ainda a possibilidade de os R$ 24,5 bilhões obtidos pelo governo no leilão de outorgas dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas serem usados para reforçar o superávit primário, que é a economia de recursos que o governo faz para pagar os juros da dívida pública. As receitas dos leilões, que irão para o Fundo Nacional da Aviação Civil, serão aplicadas principalmente na melhoria de aeroportos regionais e no financiamento de novos investimentos no setor aeroportuário, principalmente nos aeroportos regionais, que têm rentabilidade menor e não são passíveis de concessão.

A entrada da iniciativa privada na área de investimento em logística para os próximos 35 anos abriu uma perspectiva positiva em termos de infraestrutura

o traçado deve passar pelos municípios sul-mato-grossenses de Deodápolis, Angélica, Nova Andradina, Bataguassu, Santa Rita do Pardo, Brasilândia, Três Lagoas e Eldorado. A ferrovia será integrada à Ferrovia Norte-Sul, cujo trecho, quando completo, vai interligar o interior do Brasil aos portos de Belém (PA), São Luís (MA), Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Rio Grande (RS). Além disso, futuramente, a Norte-Sul deve se conectar à Ferrovia Ferroeste, e essa

interligação atingirá também o porto de Paranaguá (PR). Já a concessão da ferrovia Maracaju-Lapa envolve a construção de 989 km de trilhos. O trecho integrará justamente a Ferroeste, que cruza o Paraná de leste a oeste, e permitirá a interligação ao porto de Paranaguá. O traçado em Mato Grosso do Sul, a partir de Maracaju, deve incluir os municípios de Itaporã, Dourados, Caarapó, Amambai, Iguatemi, Eldorado e Mundo Novo. n

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PELO MUNDO

IDEIAS QUE DERAM CERTO Ações emergenciais, mas com boa gestão, provam que vale a pena estudar a fundo o trânsito nas metrópoles para criar formas de melhorar o dia a dia das pessoas

Teleférico em Medellín: mais do que transporte, é uma forma de inclusão social

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PELO MUNDO

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o sistema foi o principal palanque para o município ser reconhecido como a Cidade mais Inovadora do Ano, em levantamento realizado pelo The Wall Street Journal e pelo Citigroup, com a participação de urbanistas de todo o mundo. Um detalhe importante: com o novo sistema houve redução de 175 mil toneladas de gás carbônico. A idealização do BRT foi o primeiro passo de um plano urbanístico para 2030, que conta com distribuição de polos geradores de emprego e renda, melhoria na circulação de pedestres e ampliação da rede de transporte público, além de intervenções nas áreas culturais e de educação. A cidade também investiu em teleféricos para MARIANA GIL/EMBARQ BRASIL

Com as iniciativas em mobilidade urbana, Medellín, na Colômbia, foi considerada a cidade mais inovadora do mundo em 2012

squeça qualquer corredor ou faixa exclusiva de ônibus das principais capitais brasileiras. A maioria foi instalada sem um estudo prévio de viabilidade, impacto no trânsito e na agilidade de tráfego para os passageiros. Tudo bem diferente do BRT – Bus Rapid Transit de Medellín, na Colômbia. À primeira vista, ele parece um simples corredor de ônibus. Porém, foi todo estruturado para ser rápido, acessível aos passageiros e integrar suas linhas com os demais meios de transporte, incluindo bicicletas. O projeto começou a operar em dezembro de 2011, com 12,5 km. Já em 2012, devido aos benefícios na mobilidade urbana e na qualidade de vida dos moradores locais,

BRT, em Medellín: projeto integra diversas formas de transporte para facilitar viagem dos passageiros

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FOTOS: THINKSTOCKPHOTOS

Londres: sinal mostra onde é realizada a cobrança de pedágio

ligar pequenos deslocamentos de bairros altos às partes mais baixas, minimizando sociologicamente o preconceito, já que a população mais pobre vive nas partes elevadas dos morros. Conhecido como metrocable, o teleférico tem cerca de 9 km e ajuda a reduzir, e muito, o trajeto que homens e mulheres demoravam mais de uma hora para percorrer. Medellín, que nos anos 1990 era conhecida como a cidade mais perigosa do mundo,

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PELO MUNDO

Londres utiliza o pedágio urbano desde 2003 e, com ele, arrecadou mais de R$ 3,6 bilhões durante esse período valor foi revertido para o transporte

agora ostenta a medalha de liderança e gestão no transporte. Outras cidades também estão se movimentando. Porém, preferiram restringir ou cobrar sobre o uso de carros em áreas centrais para desafogar o caos e reduzir as emissões poluentes. Caso de Londres, Milão, Roma, Estocolmo e Cingapura. “Os benefícios com medidas como estas são a diminuição de emissão de toxinas poluentes, economia de centenas de milhares de horas de congestionamento e aumento automático da qualidade do transporte coletivo”, explica o arquiteto gaúcho Anthony Ling. Londres, por exemplo, desde 2003, utiliza o pedágio urbano, cobrando cerca de 10 libras para quem circula entre 7h e 18h no centro da cidade.

Um grande "C" branco sobre fundo vermelho pintado no chão indica a zona tarifada. As placas dos veículos são identificadas por quase 2 mil câmeras, e o sistema verifica se o pagamento foi efetuado. O usuário tem até a meianoite do mesmo dia para pagar. A medida reduziu em 15% o movimento de automóveis no local e gerou mais de R$ 3,6 bilhões em receita, investidos na melhoria do transporte coletivo. Porém, dez anos depois, toda a corte londrina estuda a criação de novos projetos ou dispositivos para reduzir os engarrafamentos – que tiveram seus níveis retornados ao de 2003 – e melhorar a qualidade do ar. Um deles já tem causado agitação: a partir de 2020, somente os veículos mais limpos serão autorizados a circular no centro de Londres.

TECNOLOGIA Em Cingapura, os engenheiros de tráfego não acompanham mais o trânsito em tempo real. Para eles, o presente é coisa do passado. Para que a cidade flua, os responsáveis utilizam câmeras, sensores nas ruas e GPS para prever um congestionamento antes que ele ocorra. Após identificar o risco, o departamento de trânsito já modifica o tempo dos semáforos, realiza desvios e orienta os motoristas a utilizarem caminhos alternativos. Outro movimento essencial do governo é o estudo a longo prazo. A cada cinco anos é realizado um cronograma para as duas décadas seguintes com medidas que promovam o transporte público e melhorem a vida das pessoas.

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Cingapura: tecnologia na prevenção de congestionamentos


MARIA FERNANDA CAVALCANTI/EMBARQ BRASIL

PELO MUNDO

Aeromóvel em Porto Alegre: do aeroporto à estação de trem, de forma mais rápida

Porto Alegre também vai inaugurar este ano o BRT, com ônibus de 23 m de comprimento e de baixa emissão de gases poluentes

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NO BRASIL Após Curitiba, Porto Alegre também pretende, com sua linha de BRT, melhorar o transporte coletivo. Apresentado em outubro do ano passado, o modelo de ônibus tem 23 m de comprimento, comporta 166 passageiros e baixa emissão de gases poluentes. Com previsão que seja inaugurado oficialmente e colocado em uso no fim deste ano, tem cálculo orçamentário de R$ 667 milhões. Mais do que um ônibus, o BRT porto-alegrense quer ter uma rede que permita a redução do número de ônibus nas principais vias e no centro da cidade. A operação, que está sendo gerida para aprimorar a circulação

também dos passageiros, pretende fazer a cobrança de tarifa antecipada nas estações de plataforma elevada. Para isso, contará com linhas expressas e semiexpressas. Porto Alegre também pretende inaugurar este ano o seu aeromóvel – as obras começaram em 2011 e tinham previsão de finalização em 2013. O sistema vai ligar o Aeroporto Salgado Filho à estação de trem da Trensurb (responsável pelo projeto, cuja tecnologia foi comprada da Aeromovel Brasil). São cerca de 800 m, ao custo de R$ 37,8 milhões. O projeto vai ser encarado como um laboratório para a instalação em outros pontos da cidade. n


TRANSPORTE

DESAFIO NAS RUAS

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questão. A solução para esse problema depende de novas políticas públicas e, claro, de investimento em transporte. Especialistas nesse tema são enfáticos ao frisar a necessidade urgente de mudanças, entendendo, no entanto, que o caminho entre a teoria e a prática está, para usar termos pertinentes ao assunto, congestionado, com trânsito bastante lento. TÂNIA RÊGO/ABR

esde o anúncio de que a Copa do Mundo 2014 seria realizada no Brasil, um dos problemas das grandes cidades ficou mais evidenciado: o gargalo na mobilidade urbana. Como a Copa já está aí, essa questão ganha ainda mais destaque. Aos trancos e barrancos, os estádios para a competição estão sendo entregues – mas como fazer para chegar até eles? Eis a

Transporte público: custo ficou acima da inflação em 2013

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MARCELLO CASAL JR/ABR

Especialistas convergem na ideia de que só novas políticas públicas vão melhorar a mobilidade urbana nos grandes centros do País


“A cultura operacional e administrativa do transporte brasileiro não promove o equilíbrio entre o desempenho operacional e comercial do sistema”, alertou Bernardo Alvim, especialista sênior para o setor de transportes do Banco Mundial, voltado a conceder empréstimos de ações sociais para países em desenvolvimento, em um recente fórum sobre o assunto – o Simpósio SAE Brasil

(entidade de engenheiros de tráfego) de Inteligência na Mobilidade Urbana. Ele ressalta nessa conta a variação acumulada de preços e custos dos insumos do transporte público de janeiro de 2012 a agosto de 2013 no Brasil, que ficou acima da inflação (no setor de ônibus, a taxa subiu 111% no período). O secretário dos Transportes Metropolitanos do estado de São,

O tempo gasto no deslocamento de 18,6% dos brasileiros para o trabalho nas regiões metropolitanas passa de uma hora

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TÂNIA RÊGO/ABR

TRANSPORTE

Ônibus: é preciso maior espaço exclusivo para o tráfego de coletivos

O Brasil tem um modelo de transporte que ocupa muito espaço, divide a cidade e deteriora o tecido social

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Paulo Jurandir Fernandes, acrescenta que a concentração urbana e a complexidade da execução de projetos de expansão do metrô são gargalos ainda difíceis de serem superados. “Da concepção de uma estação do metrô até a inauguração há um prazo de até oito anos”, frisa. Segundo ele, as atuais obras da rede metroferroviária na cidade de São Paulo aumentarão a capacidade do sistema em mais 4 milhões de passageiros, chegando a 11,2 milhões a cada dia útil.

Atualmente, o tempo gasto no deslocamento de 18,6% dos brasileiros para o trabalho nas regiões metropolitanas passa de uma hora e, entre os 10% mais pobres, 30% deles estão excluídos do transporte público por falta de recursos para pagar a tarifa. Luiz Antonio Cortez Ferreira, coordenador executivo da Iniciativa Latino-Americana para o Transporte Sustentável (Ilats), é um dos que defendem que a elevação da qualidade de vida nas grandes cidades deve ter como foco da mobilidade. “O


TRANSPORTE

ônibus, melhorias na superfície e geometria das vias, além de restrições de estacionamento nas ruas. “Precisamos ainda de menos linhas superpostas, linhas expressas, melhor controle de tráfego, menos uso de carro em locais e horários determinados, frotas mistas de ônibus de acordo com os horários de pico e mais câmeras para supervisão de segurança”, enumera ele. Ailton Brasiliense, presidente da ANTP, acentua a necessidade de empregos em áreas de grande concentração de moradias, além de redes integradas de transporte. Para a questão tarifária, sugere a redução de gratuidades, aplicação de descontos no vale-transporte proporcionais aos salários e divisão do pagamento da tarifa entre o usuário e os governos. n

O planejamento integrado de transporte e o uso do solo devem promover a mobilidade ativa, como andar de bicleta

MARCELLO CASAL JR/ABR

Brasil tem um modelo de transporte que ocupa muito espaço, divide a cidade e deteriora o tecido social”, afirma. “A aplicação de políticas de planejamento integrado de transporte e o uso do solo devem ser prioridade para também promover a mobilidade ativa, como caminhar e pedalar.” O fato é que a participação dos investimentos anunciados para a infraestrutura do transporte diante do PIB brasileiro é pequena. A participação caiu de 2,45%, em 2009, para 2%, em 2012, e não deve passar dos 2,4% este ano. Cláudio de Senna Frederico, consultor e membro da comissão de ônibus da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), faz coro às mudanças. Ele defende soluções como aumento do espaço exclusivo para

Trânsito caótico: uma das opções é o uso de carros em locais e horários determinados

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ENTREVISTA

MOBILIDADE: QUESTÃO DE PLANEJAMENTO As melhorias nesse setor vão além da reformulação do sistema de transportes

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s grandes cidades brasileiras enfrentam diariamente tráfego caótico. A solução, para muitos, seria exclusivamente de investimentos no transporte público de qualidade, mas, para Breno Figueiredo, diretor do Instituto de Urbanismo e de Estudos para a Metrópole (Urbem), isso é apenas uma parcela do processo de melhorias. Em entrevista à revista LIDE, Figueiredo defende a participação mais plural para amenizar ou, quem sabe, sanar os problemas ligados à mobilidade no País.

uma ampla interlocução entre a sociedade civil, forças do mercado e órgãos de execução e controle que representem o poder concedente e regulatório precisa ocorrer. O bom disso tudo é que a pauta da mobilidade abre espaço para uma ampla discussão sobre a cidade que queremos, qual tecido urbano queremos construir. Podemos, a partir de projetos de infraestrutura e mobilidade, discutir e efetivamente promover a transformação de que precisamos, na direção de cidades melhores, mais justas, eficientes e mais belas.

REVISTA LIDE – A mobilidade urbana tem espaço na pauta governamental? BRENO FIGUEIREDO – Sim. As manifestações populares colocaram aos governantes de forma inequívoca a questão. Hoje, inaugurar alternativas de locomoção para a população é uma pauta que resulta em popularidade e votos. Quem não desejaria fazê-lo? Mas, para que a pauta governamental possa de fato avançar,

Mas a questão da mobilidade no Brasil é solucionável? Claro, tem que ter solução. Mas a solução deve ser planejada e implementada como uma combinação de intervenções simultâneas, tanto pelo lado da oferta quanto pelo lado da demanda. Pela demanda é preciso compreender: a mobilidade não é uma questão de governo apenas e exclusivamente de transportes. É de toda a sociedade.

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Quem pode e deve participar? Todos devem contribuir, com novos hábitos e modelos de organização do trabalho. Nós já temos tecnologias para revisar nossos arranjos produtivos. É uma questão de hábito a ser induzido por revisões nos horários de trabalho e na regulação trabalhista e fiscal, por exemplo. Nós nos tornamos uma sociedade de prestadores de serviços com múltiplas faces. Quem pode produzir em pequenos escritórios próximos de casa e home offices, ao menos em uma parte da semana, deveria ser estimulado pelas empresas a fazê-lo. Se retirarmos 20% do trânsito diário de carros, já andamos mais um passo para a solução. Horários comerciais descasados entre setores também ajudariam. Precisamos catalisar o avanço de soluções de micromobilidade, como ciclovias, ofertar calçadas e passeios públicos, ao mesmo tempo que ampliamos o transporte de alta capacidade. Os carros sempre serão parte de qualquer solução, mas


Quanto tempo seria necessário para sairmos desse cenário caótico? O nosso atraso é histórico. Levamos gerações até o “caos” atual. Não imagino que o caminho para deixá-lo seja mais curto. Mas poderemos ir mais rápido ou não, conforme nossa disposição de dialogar, convergir e combinar soluções. Só não é possível agir a cada dois ou quatro anos, como queiram, na esperança de eleger o “Salvador da Pátria”. É injusto

FOTOS: THINKSTOCKPHOTOS

não podem mais ser vistos como a única. Devemos considerar a expansão dos prédios de estacionamentos, viabilizando-os pela liberação das ruas e calçadas da ocupação por “vagas azuis”. É o que o Urbem propõe em seu projeto Passeio Novo. O Urbem preconiza o fim da hegemonia do carro, mas reconhece que o automóvel ainda fará parte de nossas vidas e que, portanto, precisamos pensar soluções para otimizar o seu uso e estacionamento.

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ENTREVISTA

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Precisamos catalisar o avanço de soluções de micromobilidade, como ciclovias, ofertar calçadas e passeios públicos, ao mesmo tempo que ampliamos o transporte de alta capacidade

E no caso dos projetos emergenciais de infraestrutura? Um projeto feito emergencialmente já nasce vencido, pois fazer sem planejar é planejar para errar. Se estou investindo emergencialmente em uma solução de infraestrutura para a mobilidade urbana, ela já vai começar a operar sobrecarregada, como você vê hoje no ônibus BRT da Barra, no Rio de Janeiro. Sim, ela deve e tem que ser feita, nem mesmo questione. Mas deveria ser nosso alerta para acelerar o planejamento em todos os níveis. Recentemente em São Paulo tivemos a implantação dos corredores de ônibus numa tentativa de melhorar o sistema de transporte. Qual a sua opinião quanto à implantação desses corredores? Sejamos honestos: os ônibus urbanos precisam de vias expressas para a sua circulação. Esse é um dado do problema, não uma variável. Tampouco é opção. Eles são necessários e ponto final. A questão central a debater não são os corredores, mas sobretudo a maneira de implementá-los. Por exemplo, na questão relativa à autorização ou não para que táxis circulem nas faixas de ônibus, sugerimos que a prefeitura realize períodos de teste em diferentes

DIVULGAÇÃO

esperar isso de nossa classe política. Nossos governantes são um espelho do que somos como sociedade. Comecemos mudando o objeto, para que sua imagem no espelho seja outra. Em infraestrutura não há prazo curto. As cidades se transformam ao longo de gerações, e os meios de transporte que lhes servem também.

Breno Figueiredo, da Urbem: “O nosso atraso é histórico. Levamos gerações até o ‘caos’ atual”

avenidas e efetivamente meça o impacto das diferentes alternativas. A decisão seria tomada a partir de medidas empíricas, e não a partir de um conceito imposto. De toda forma, é preciso criar alternativas. São Paulo, como qualquer grande aglomerado humano, não é uma equação fácil de resolver. Acredito que medidas de gerenciamento da demanda, ainda pouco exploradas por nossa sociedade, poderiam ser mais rápidas de implementar – tal como os estímulos fiscais para o não deslocamento. Em São Paulo, onde o rodízio – um exemplo de gerenciamento da demanda – já foi incorporado aos hábitos de todos, certamente outras medidas poderão ser tentadas. Mas vale lembrar: a questão da mobilidade urbana não é só municipal. Ela é intermunicipal, estadual e federal. É preciso estabelecer uma entidade de planejamento e articulação que una essas diferentes esferas, e trazer agentes privados, oriundos de toda a sociedade, para a solução do problema. n

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AVIAÇÃO

EMBARQUE IMEDIATO FOTOS: GLENER UEHARA

Eficaz gestão privada do aeroporto de Viracopos, em Campinas, mostra que há grupos empenhados em atuar com responsabilidade no setor

Obras aceleradas: desde 2012, Viracopos tem passado por inúmeras reestruturações para se tornar um dos melhores aeroportos da América Latina

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esde que venceu o leilão para administrar Viracopos, um dos maiores e mais importantes complexos aéreos do País, localizado em Campinas, em fevereiro de 2012, o consórcio Aeroportos Brasil Viracopos tem mostrado que vontade de fazer bem feito pode gerar muitos benefícios para a população e bom rendimento financeiro. Formado por três empresas – UTC

Participações S.A. (45% de participação), TPI – Triunfo Participações e Investimentos S.A. (45%) e Egis Airport Operation (10%), o consórcio quer ir longe: tornar o aeroporto um dos dez melhores da América Latina até o fim de 2015. Para atingir essa meta, Luiz Alberto Küster, presidente do consórcio, conta o que já foi feito e quais são os próximos passos da companhia.


cinco posições. Além disso, a obra do novo terminal de passageiros, com capacidade para até 22 milhões de pessoas/ano, segue dentro do cronograma (80% concluída). Quais serão as próximas ações? O próximo passo será entregar o novo terminal de passageiros operacional no dia 11 de maio. Terá uma moderna estrutura de concreto, aço e vidro, contará com 28 pontes de embarque, sete novas posições remotas de estacionamento de aeronaves e um edifício-garagem com 4 mil vagas, além da ampliação das pistas de taxiamento de aeronaves, até maio de 2014. Entre as intervenções previstas, o edifício-garagem destaca-se por sua harmoniosa integração com o novo terminal de passageiros. Conectado ao terminal por uma ponte coberta, contará com restaurantes, loja de aluguel de carros e escritórios dos órgãos públicos federais. Além disso, a estrutura estará preparada para uma expansão vertical futura, na qual poderão ser construídos escritórios comerciais e um hotel. E com relação ao setor de cargas, o que foi melhorado e o que será aprimorado? No total, a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos investiu cerca de R$ 60 milhões em melhorias na estrutura do terminal de cargas, que é hoje o maior em volume de importação do Brasil. Já realizamos a otimização do terminal de cargas importação, ampliamos e adequamos o complexo

FERNANDO MAIA

REVISTA LIDE – O consórcio não tem muito tempo à frente do aeroporto, mas tem sido bem elogiado. Quais as mais importantes melhorias realizadas neste começo de gestão? LUIZ ALBERTO KÜSTER – Houve ampliação das áreas de embarque de 2,5 mil m² para 5 mil m²; reformamos todos os conjuntos de banheiros e construímos mais quatro novos, totalizando 15 instalações; ampliamos o número de vagas de estacionamento, passando de 2 mil para 3,5 mil. Adquirimos quatro novos “supercaminhões de bombeiros”; entregamos o estacionamento coberto prime com 200 vagas; instalamos câmeras, guaritas elevadas e painéis de vagas no estacionamento; construímos um local para caminhoneiros; instalamos o sistema “sem parar” e caixas de autoatendimento no terminal de passageiros (TPS). Implementamos 600 m de cobertura da passarela ligando os bolsões de estacionamento ao TPS; inauguramos o free shop, uma sala VIP, restaurantes e estabelecimentos comerciais. Também inserimos iluminação em LED da rodovia de acesso ao aeroporto; criamos um site oficial de Viracopos; conquistamos a homologação da Anac para receber os supercargueiros Boeing 747-8F; regularizamos o comércio de ambulantes no aeroporto; reformamos as instalações do atual terminal de passageiros; construímos um rodoviário de ônibus com dez baias; aplicamos um serviço de táxi executivo e entregamos o novo pátio de aeronaves ATRs com

Luiz Alberto Küster: investimentos milionários para melhorar todo o complexo

O novo terminal de Viracopos terá uma moderna estrutura de concreto, aço e vidro, contará com 28 pontes de embarque, sete novas posições remotas de estacionamento de aeronaves e um edifíciogaragem com 4 mil vagas

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AVIAÇÃO

frigorífico, adquirimos empilhadeiras de alta capacidade, para cargas de até 20 toneladas, renovamos o parque de equipamentos e implementamos o sistema WMS (Warehouse Management System ou sistema de gerenciamento do armazém), que irá permitir automatização de grande parte dos processos, possibilitando integração, agilidade logística e maior controle da operação.

O Brasil pode superar os gargalos com eficiência e agilidade. Viracopos está mostrando que é possível superar as dificuldades, pois foi apontado pela Firjan como o aeroporto de cargas mais ágil do País

Um dos sócios é uma empresa com experiência internacional em aeroportos. Quais tipos de ensinamentos e práticas internacionais ela tem aplicado em Viracopos? A sócia é a francesa Egis, que opera 14 aeroportos no mundo, incluindo Viracopos. A experiência da Egis ajuda muito Viracopos na manutenção eficiente do aeroporto. Qual a expectativa de movimento para este ano? Viracopos deve receber neste ano

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cerca de 10 milhões de passageiros. Em 2013, foram 9,3 milhões. Há previsão – negociação com empresas aéreas – para ampliar os destinos internacionais? Sim. Há previsão de novas companhias e as negociações continuam. Por enquanto não temos o contrato assinado. Então, não podemos revelar nomes. Como o Brasil pode superar o gargalo dos aeroportos? O Brasil pode superar os gargalos com eficiência e agilidade. Viracopos está mostrando que é possível superar as dificuldades, pois foi apontado pela Firjan como o aeroporto de cargas mais ágil do País. Há conversas com o governo para melhorar a mobilidade ao redor de Viracopos? Sim. Há inúmeras conversas com a prefeitura de Campinas e com o governo do estado. Acreditamos que logo elas serão concretizadas. n


ARTE

CORES E FORMAS COM SOTAQUE Galerista Gary Nader pretende montar em Miami o maior museu de arte latino-americana

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e dono da famosa Gary Nader Fine Art, também em Miami, escolheu a cidade para construir um museu de arte latino-americana. “Miami é cosmopolita e transformou-se em líder em turismo, finanças, comércio nacional e internacional, entretenimento e cultura”, afirma Nader. “Por todos esses motivos, a criação do museu no ponto de convergência das américas é essencial.” FOTOS: REPRODUÇÃO

iami. Não há cidade mais latina em toda a América do Norte. É por causa dessa presença de sul-americanos e de uma intensa participação de residentes dos países da América Central – sem contar, claro, os turistas brasileiros que invadiram a região – que o renomado colecionador de arte americano Gary Nader, nome importante do cenário contemporâneo,

No alto, o colecionador Gary Nader. Acima, entre as obras do novo museu estão Quietude au Delá (1956-57), de Emilio Pettoruti e A Family (1932), de Fernando Botero (à direita)

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ARTE

Intensidade: Bucaro (1943), de Mario Carreño

Totalmente dedicado ao conhecimento, apreciação e reinterpretação da arte moderna e contemporânea da América Latina, o local – cuja data de inauguração ainda não foi divulgada – funcionará como um centro cultural dinâmico, apresentando continuamente exposições, filmes, música e obras teatrais, e oferecerá também um intenso programa educativo. “Os visitantes poderão experimentar e vivenciar o que é considerado atualmente como uma das regiões do mundo mais importantes no cenário 100 - LIDE

da arte contemporânea, por meio da exposição permanente de pinturas, desenhos, esculturas e outros meios, além de exposições itinerantes”, conta Nader. “Serão aproximadamente mais de 7 mil m2, cinco salas para coleções permanentes e dez para mostras itinerantes. Além disso, teremos uma biblioteca, um auditório para 800 pessoas e um parque apenas para esculturas.” Os Estados Unidos contam hoje com mais de 53 milhões de residentes latinos. Dessa forma, a construção do museu pretende ainda


O museu terá mais de 7 mil m2, cinco salas para coleções permanentes e dez para mostras itinerantes, além de uma biblioteca, um auditório para 800 pessoas e um parque apenas para esculturas

Latinidade: em sentido anti-horário, Deux Peches (1920), de Henri Matisse; Forest Tropical No1 (1992), de Armando Morales; e Hermes Trismegiste (1945), de Wifredo Lam

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ARTE

conceber um programa participativo que inclua todos os setores da comunidade, artistas, escritores, atores, músicos, produtores, colecionadores, corporações, investidores e público em geral. “É, sem dúvida, uma comunidade que influencia todos os aspectos do cenário social, econômico e político da América”, completa ele, que já, em sua galeria, a mais importante de arte moderna e contemporânea latina, dispõe de peças de artistas como Fernando Botero (Colômbia), Walter Goldfarb (Brasil), Armando Mariño (Cuba) e Rufino Tamayo (México). n

Vibrantes: ã direita, Couleur Additive No 110 (1974), de Carlos Cruz-Diez; abaixo, Physical Morphology (1938), de Roberto Matta. Na página ao lado, Buste d’Homme Écrivant (1971), de Pablo Picasso

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LUXO

FOTOS: DI VU LGAÇÃO

Grand Lange 1 Moon Phase, da A. Lange & Söhne: relógio não precisa ser ajustado por mais de 100 anos

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O TEMPO EM SUA MÁXIMA PERFEIÇÃO Conheça quais foram os relógios mais cobiçados durante o Salão da Alta Joalheria de Genebra

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m Genebra, na Suíça, o mês de janeiro é sagrado. Reduto das principais relojoarias finas do mundo, a cidade recebe milhares de especialistas e empresários ávidos por conhecer quais os principais lançamentos do mercado. Nesta 20a edição do Salão Internacional da Alta Joalheria não foi diferente. A começar pela exclusividade: são apenas 16 grifes, as consideradas mais emblemáticas no quesito produção.

A A. Lange & Söhne abriu as cortinas apresentando o Grand Lange 1 Moon Phase, produzido com ouro amarelo, rosa e também com platina. Uma das diferenças dessa peça foi a criação de seu mecanismo: ele foi desenvolvido a partir de um concurso para incentivar jovens a participarem e a ingressar como futuros relojoeiros. Seu indicador moonphase ao centro do mostrador principal é o destaque. Ele não precisa ser ajustado

Hommage Double Flying Tourbillon, da Roger Dubuis: 45 mm de pura perfeição

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LUXO

por mais de 100 anos. Já o disco do moonphase é feito inteiramente de ouro com um revestimento azul que permite extrema intensidade de cor, refletindo as ondas de luz de uma maneira especial. A partir daí, mais de 300 estrelas são gravadas com laser. Enquanto isso, a grife Roger Dubuis, comandada hoje pelo britânico Jean-Marc Pontroué, tem como critério a produção totalmente artesanal. É dessa forma que cada uma das 452 peças do novo Hommage Double Flying Tourbillon with Hand-Made Guilloché é impecável. Com toques clássicos, linhas longas, moldura côncava e grandes algarismos romanos, a joia exibe contraste entre design e mecânica. Com 45 mm de diâmetro, sua superfície é acetinada e polida, alternada juntamente com o efeito de raio de sol – uma assinatura característica de relógios Roger Dubuis –, além de sua caixa em ouro rosa.

Visão invertida: parte de trás do Luminor 1950 Left-Handed 3 Days, da Panerai

Aquatimer Automático 2000, da IWC: nova paixão dos mergulhadores

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LUXO

Montblanc Villeret ExoTourbillon Rattrapante: apenas 18 unidades

Royal Oak Concept GMT Tourbillon, da Audemars Piguet: autonomia de dez dias

RELEITURA A Panerai lançou o Luminor 1950 Left-Handed 3 Days – 47 mm, que faz parte da coleção LeftHands, uma das mais importantes da história da empresa. O modelo conta com reserva de marcha de três dias e é resistente à água (100 m). A novidade da peça, porém, é sua destinação a canhotos, já que possui o controle e o dispositivo de proteção do lado invertido do tradicional. 108 - LIDE

RESISTENTE A IWC preferiu apostar na coleção Aquatimer, ampliando os calibres dessa que é uma das linhas mais famosas da marca. Um deles é o Aquatimer Automático 2000, construído para ser usado nas profundidades extraordinárias, indicado para mergulhadores amadores e profissionais. A sua caixa de titânio e o seu reduzido desenho são reminiscências de um ícone estilístico – o Ocean 2000, projetado por Ferdinand A. Porsche no ano de 1982. Outra peça de vanguarda é o novo Royal Oak Concept GMT Tourbillon, da Audemars Piguet. Sua caixa é esculpida em titânio em formato

octogonal, enquanto sua pulseira é de borracha. Os apreciadores do mecanismo podem vislumbrar cada movimento a partir do campo exposto. Com 44 mm, o relógio tem calibre 2930, que garante autonomia de 10 dias, e fuso horário GMT. Enquanto isso, a maison Montblanc expôs o Villeret ExoTourbillon Rattrapante, um dos mais emblemáticos e complexos relógios da feira: cronógrafo com função splitsecond, mostrador tridimensional de ouro e grande balanço posicionado fora da gaiola rotativa do turbilhão. Além disso, a peça produzida com ouro branco, com 47 mm, terá apenas 18 unidades. Exclusividade para poucos. n


CARRO

NAS ASAS DA GAIVOTA

Mercedes-Benz traz ao Brasil sua mais nova preciosidade: o AMG CoupĂŠ Black Series

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FOTOS: DAIMLER AG - GLOBAL COMMUN ICATIONS MERCEDES -BEN Z CARS


CARRO

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ais um superesportivo trafega nas ruas brasileiras. A Mercedes-Benz está trazendo, diretamente da Alemanha, o SLA AMG Coupé Black Series, que chega ao País a um custo aproximado de R$ 1,2 milhão. Considerado o automóvel com portas asa de gaivota mais rápido de todos os tempos – acelera de 0 a 100 km/h em 3,6 s, com velocidade máxima de 315 km/h –, será um sonho de consumo realizado por poucos brasileiros: apenas 11 unidades chegarão por aqui. Além da velocidade, a nova máquina da Mercedes conta com detalhes visuais e preparação mecânica inspirados na versão de competição SLS AMG GT3. Pesando 1.625 kg, o carro é equipado com um poderoso motor 6.3 V8, capaz de render 631 cv de potência e 64,7 kgfm de Superesportividade para poucos: apenas 11 unidades vão chegar ao Brasil

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Destalhes ao estilo alemão: Black Series desponta em ousadia

Além da velocidade, a nova máquina da Mercedes conta com detalhes visuais e preparação mecânica inspirados na versão de competição SLS AMG GT3

torque. A eficiência em cruzeiro e na velocidade máxima são decorrentes ainda da transmissão de sete marchas e de quatro modos de condução, variando entre performance esportiva e consumo eficiente. O Coupé Black Series não é só versátil em sua potência. Todo seu design interno e externo surpreende. Os faróis e as lanternas,

por exemplo, foram escurecidos. A saída de ar central e o aerofólio foram projetados para suportar seu arranque e sua força. Já em seu interior, o volante esportivo, o console de fibra de carbono e o sistema de som da Bang & Olufsen fazem de uma simples volta a bordo do Black Series uma verdadeira aventura. n

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FOTOS: BRUCE BUCK

HOTEL


HISTÓRIA CENTENÁRIA

Como está o luxuoso St. Regis Nova York, em plena Quinta Avenida, após uma reforma milionária

E

m um dos mais importantes endereços de Nova York, a Quinta Avenida, um icônico hotel se destaca: o St. Regis. Construído em 1904, acabou de passar por uma reforma de mais de R$ 200 milhões liderada pelo atelier de design HDC. O escritório preservou toda sua estrutura clássica, entre os candelabros de cristal Waterford e as elegantes modelagens da coroa, com belos trabalhos de arte fotográfica de grande formato, tecidos com tons vibrantes e impressionantes espelhos chanfrados, incorporando estilo contemporâneo em seus ambientes – entre suítes, corredores e espaços públicos, criando uma estética baseada em uma filosofia de que “o atemporal é moderno”. Os apartamentos foram modernizados com peças de mármore, projetos ricos em cores

com destaques ousados, tecidos suntuosos e detalhes de couro, decoração personalizada e tecnologias de ponta. Um amplo programa de arte, com ênfase em fotografias da cidade de Nova York de Janet Arsdale e Hampton Hall, foi integrado a cada apartamento e suíte. As suítes másteres do St. Regis também passaram por uma notável reforma. A extraordinária Suíte Imperial conta com uma Chinoiserie Europeia e conjuntos decorativos da Ásia Oriental, com tons vermelhos, destaques em cristal e folhas de ouro. A Suíte Real incorpora a mistura do estilo europeu ao espírito americano, com um conjunto de cores ricas, gravuras exóticas e uma coleção eclética de arte. Já a Suíte Presidencial foi totalmente redecorada, com mobiliário variando do contemporâneo ao clássico.

Suite Imperial: inspiração asiática com tons de vermelho forte

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HOTEL

Novidade: o King Cole Bar & Salon, agora maior e mais aconchegante

O King Cole Bar, um dos espaços de encontros mais célebres de Manhattan, também sofreu mudanças. Ele foi expandido para se tornar o King Cole Bar & Salon, criando um amplo saguão com uma notável lareira aberta. Apesar de toda a mudança, algumas tradições foram mantidas: caso das apresentações de jazz, do coquetel Bloody Mary e do famoso mural Old King Cole, de Maxfield Parrish, além do serviço atencioso e personalizado prestado pelos St. Regis butlers (mordomos do St. Regis). O hotel muda, mas a essência continua a mesma. n www.stregis.com/newyork 116 - LIDE

Apesar de toda a mudança, algumas tradições foram mantidas: caso das apresentações de jazz, do coquetel Bloody Mary e do famoso mural Old King Cole, de Maxfield Parrish


TURISMO

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ESCONDERIJO NO PARAÍSO

FOTOS: DI VULGAÇÃO

Royal Davui Island Resort: são muitos os adjetivos para um lugar superlativo em beleza

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TURISMO

O

romance prevalece, se emoldura sob o sol e o encanto de uma das menores ilhas do arquipélago de Royal Davui, em Fiji. Sobre uma barreira de corais vivos e cercada por praias de areia branca e águas cor de safira, a ilha sobe abruptamente em dois lados criando pontos de vista para um cenário espetacular. A natureza se faz convidativa e abriga o paradisíaco Royal Davui Island Resort. Com apenas 16 acomodações inteligentemente posicionadas ao longo do topo da falésia – e uma esplêndida vista para os recifes circundantes e ilhas distantes, a sensação é de vivacidade. São casas em meio a jardins tropicais exuberantes e coloridos, capazes de, por horas, evocar

a vontade de ficar na varanda, apreciando a paisagem. A atmosfera dos cômodos é residencial, com sala de estar, dois quartos espaçosos e uma suíte – onde, em tempo, abriga uma jacuzzi irresistível, posicionada sob um teto que se abre para revelar céus ensolarados ou estrelados. No terraço, uma piscina privativa. O jantar pode ser ali mesmo, ao ar livre. Em outras palavras, vale deleitar-se com o isolamento, sentindo a brisa do evento e os sons do mar. No centro do resort, com vista para a lagoa de Bega, o restaurante Banyan é circundado pela majestosa copa de uma árvore banyan e apresenta uma boa gastronomia. Os pratos trazem a cultura local, com frutos

Em clima de romance: as suítes privilegiam viagens românticas e bem exclusivas

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São 16 acomodações posicionadas ao longo do topo da falésia, com uma esplêndida vista para os recifes circundantes e ilhas distantes


Acomodações possuem sala de estar, dois quartos espaçosos e uma suíte

do mar e muitos vegetais orgânicos. A ilha é conhecida por oferecer uma grande variedade de locais de mergulho e vida marinha dentro de um lago. Todos esses locais estão a 30 minutos do resort, alguns acessíveis direto da praia. Vale ainda conhecer o Mima Royal Davui Spa, com deliciosos produtos de Fiji, como massagens com óleos tropicais exóticos ou esfoliação de açúcar bruto e manteiga corporal, além de uma variedade de tratamentos, que pode ser desfrutada no próprio apartamento. Royal Davui Island Resort aceita no máximo 32 hóspedes. Vale a pena ser um deles! n www.royaldavui.com

Total privacidade: casas em meio a jardins tropicais

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CONHECIMENTO

OS SENIORES DA LIDERANÇA Grupo de Líderes Empresariais anuncia a criação do LIDE Master para compartilhar experiências adquiridas por ex-executivos de grandes empresas para a nova safra de empreendedores

FREDY UEHARA / UEHARA FOTOGRAFIA

N Mário Anseloni, presidente do LIDE MASTER: o objetivo é repassar o pragmatismo de ex-executivos consagrados para os líderes do futuro

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ão há conhecimento mais valioso que aquele aprendido na prática. Partilhar o que se aprendeu é mais precioso ainda. Levando à risca essa máxima, o LIDE – Grupo de Líderes Empresariais acaba de inovar, mais uma vez, com a criação do LIDE Master. Esse novo braço da entidade nasce com a proposta de reunir ex-executivos que ocuparam cargos no alto escalão de importantes companhias atuantes no mercado nacional. A adesão ao LIDE Master ocorre exclusivamente por meio de convites. Somente um membro pode indicar outro executivo que atenda ao perfil do Grupo. Mesmo sendo recém-lançado, o LIDE Master já mostra sua força no mercado: 30 líderes já aceitaram o convite. “Esses profissionais

exerceram e, apesar de não estarem mais à frente de grandes empresas, ainda têm um papel de liderança muito forte”, explica Mário Anseloni. Aliás, o convite do LIDE a Anseloni para encabeçar como diretor seu novo braço não podia ser mais adequado. O ex-presidente da HP e da Itautec criou recentemente um novo projeto: a abertura da IN.business, empresa de consultoria em gestão estratégica. A empresa oferece serviço de assessoria, tendo como profissionais ex-CEOs ou CFO de gigantes do mercado. “Fica mais fácil falar de fusão e aquisição, novos modelos de negócios ou melhoria na área de vendas, quando já se passou por isso”, explica. “Pretendemos repassar nosso pragmatismo para os líderes do futuro.” n


ACONTECEU

LIDE NO MARROCOS CAROLINA LOPES

Nova unidade internacional é inaugurada no Marrocos. LIDE promove debates e conferências no Brasil e no exterior

O Grupo de Líderes Empresariais continua crescendo fora do Brasil. O LIDE ampliou sua atuação na África com a criação do LIDE Marrocos. A unidade é presidida pelo empresário Ali Hassan e favorecerá os fluxos de negócios, investimentos e parcerias entre os filiados do LIDE, presente agora em 13 países. O lançamento oficial ocorreu em 17 de janeiro, na cidade de Marrakesh, em encontro entre empresários e políticos marroquinos, entre eles os ministros Salah Eddine Mezouar (Relações Exteriores), Mohamed Bousaid (Finanças) e Moulay Hafid Alami (Indústria).

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SOLIDARIEDADE a

A 11 edição do Natal do Bem, ocorrida em 16 de dezembro e organizada pelo LIDE Solidariedade, reuniu cerca de mil empresários, autoridades políticas e celebridades no hotel Grand Hyatt, em São Geraldo Alckmin, João Doria Jr., Xuxa, Paulo, em prol de seis ins- Carolina Doria e Sérgio De Nadai tituições beneficentes: Lar do Caminho, Hospital Pinhalzinho, Fundação Xuxa Meneghel, Aldeias Infantis SOS Brasil, Projeto Âncora e Instituto Pró-Queimados. A noite teve show do cantor Michel Teló, com presença especial de Xuxa, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, dos apresentadores Rodrigo Faro, Celso Zucatelli e Luisa Mell, além dos atores Reynaldo Gianecchini, Luigi Baricelli, Carlos Casagrande, Thais Fersoza, Sophia Abrahão, Suzi Rego e Gisele Fraga. Desde a primeira edição, o Natal do Bem captou mais de R$ 26,8 milhões, revertidos a projetos sociais.

JUAN GUERRA

LIDE MARROCOS

Em Marrakesh: João Doria Jr., o empresário Ali Hassan, presidente do LIDE Marrocos, e empresários brasileiros e marroquinos


PRÊMIO LÍDERES DO BRASIL

André Esteves, presidente do Banco BTG Pactual, junto com João Doria Jr. durante o 3o Prêmio Líderes do Brasil

privada”, realçou Temer. “Afinal, o Brasil só cresce com a ajuda do setor privado, que é a força motriz da nação. Estar presente nesta celebração significa o aplauso do governo federal à iniciativa privada.” Além da premiação, o LIDE realizou uma homenagem especial a André Esteves, presidente do BTG Pactual, como líder do setor privado.

AKIRA PATIÑO

FOTOS: IMAGEM PAULISTA

O LIDE – Grupo de Líderes Empresariais promoveu, em 9 de dezembro, o 3o Prêmio Líderes do Brasil, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo. A cerimônia, em parceria com o SBT e o Terra, contemplou o trabalho de 66 líderes, em 22 categorias, por suas atuações e dedicação a favor do Brasil. João Doria Jr., presidente do LIDE, José Roberto Maciel, vice-presidente do SBT, e Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, entregaram os prêmios, num encontro que contou com mais de 900 lideranças empresariais. O vice-presidente da República, Michel Temer, esteve presente e destacou o trabalho de empresários e executivos no crescimento do Brasil. “Minha presença na premiação é não só vista como um amigo dos presentes, mas estou aqui como um representante do governo federal, que se destina mais uma vez a divulgar e a comemorar a parceria extraordinária com a iniciativa

LIDE NA ARGENTINA A unidade portenha promoveu, em 5 de dezembro, no Park Hyatt Buenos Aires Hotel, Networking Breakfast sobre os rumos do País pós-eleições. O escritor e comentarista político Alejandro Borensztein foi o convidado especial do encontro, compartilhando sua visão com os empresários presentes. Federico Sturzenegger, Rodolfo de Felipe e Tomás Bulat

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ACONTECEU

FOTOS: FREDY UEHARA

FÓRUM REGIONAL DE BARUERI

Prefeito Gil Arantes e João Doria Jr., presidente do LIDE, ao lado de empresários e especialistas

A 4ª edição do Fórum Regional de Barueri, promovida em 30 de novembro, debateu educação, logística e gestão pública. Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, reforçou que o estado é a segunda maior economia da América do Sul, responsável por 40% do montante que o governo brasileiro arrecada. E afirmou ainda que Barueri é fundamental nesse conjunto orçamentário. “A região é uma das principais expoentes industriais e comerciais do País.” Já Gil Arantes, prefeito de Barueri, revelou que, no primeiro semestre de 2013, mais de 1,4 mil empresas se instalaram na cidade. “Nós entendemos e incentivamos a parceria entre os empresários. Por isso, apoiamos essa atividade conjunta”, explicou Arantes. Herman Voorwald, secretário da Educação do estado de São Paulo, alertou sobre a taxa de analfabetismo no Brasil durante sua explanação. “No ano passado, 3,8% da população se enquadrava nesse quesito, e nossa missão é melhorar essa porcentagem. Hoje, 98,8% das crianças de 6 a 14 anos estão na escola.” O secretário pontuou ainda que o desempenho dos alunos tem evoluído em todos os níveis,

Gil Arantes, prefeito da cidade de Barueri, São Paulo

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mas ainda há muitos desafios a enfrentar. Entre eles estão a qualidade abaixo dos níveis atingidos por países com PIB similar, ritmo de melhoria lento e o fato de que quase 50% dos jovens brasileiros não concluíram o ensino médio. “Como decorrência, falta de mão de obra qualificada para 64% dos empregadores”, disse Voorwald, preocupado ainda com a baixa atratividade da carreira do professor. “Essa é a grande questão que o País enfrentará nos próximos anos.” No painel de Alencar Burti, o ex-presidente da Associação Comercial de São Paulo e presidente do Conselho do Sebrae-SP abordou os desafios diários das micro e pequenas empresas – incluindo a legislação trabalhista e as burocracias. “Os políticos de hoje precisam saber que os países são grandes empresas e que o mundo é muito competitivo”, alertou. “Procuramos, através da união de convênio com todas as entidades, buscar conhecimento fora do País e compartilhar esse conhecimento com os pequenos empreendedores, para que eles possam entrar no circuito com propriedade, já que a carência de informação é alta.” Já Rodrigo Garcia, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo, defendeu em sua palestra que São Paulo é o melhor local para se investir, já que responde por 50% das pesquisas científicas do Brasil. “Nosso estado investe sozinho mais de R$ 6 bilhões em pesquisas de desenvolvimento”, explicou o secretário. Entre os desafios da inovação tecnológica destacados por Garcia está a utilização de todos os recursos públicos e privados, a criação de produtos inovadores a preços competitivos e a aproximação do setor produtivo da academia paulista. O Fórum Regional de Barueri teve patrocínio da Sabesp e da Prefeitura de Barueri, com colaboração da Desenvolve SP.


FREDY UEHARA

SEMINÁRIO MUNICIPALISTA Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte, participou do Seminário LIDE em 11 de dezembro, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo. Lacerda ressaltou a gestão metropolitana e a mobilidade urbana na Grande Belo Horizonte, além de relatar a aprovação do contrato de empréstimo do governo municipal com o Banco Mundial no valor de US$ 200 milhões. “Com esse aporte, teremos condições de ampliar nossa capacidade de obras e serviços, principalmente de mobilidade urbana e infraestrutura.”

FREDY UEHARA

Prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda

AEROPORTOS E INFRAESTRUTURA O ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, foi o expositor do Almoço-Debate que ocorreu em 25 de novembro, no hotel Hyatt, em São Paulo. Durante o encontro, ele afirmou que os leilões de privatização dos aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins (MG) foram um importante passo para a modernização do sistema aeroportuário do Brasil. “Não tenho dúvida de que o Brasil mudará. Daqui a dois ou três anos devemos transportar 200 milhões de passageiros anualmente e precisamos de empresas robustas que se organizem para operar uma malha aérea no País inteiro.”

FREDY UEHARA

Ministro da Aviação Civil, Moreira Franco

SAÚDE E LONGEVIDADE O cardiologista Mario Maranhão foi o palestrante do seminário do LIDE Saúde, em 19 de novembro. O tema apresentado foi Longevidade: o que É Necessário Mudar para Viver Mais e Melhor?, no Auditório da Omint, em São Paulo. Maranhão defendeu melhores condições físicas e mentais do homem por meio de exercícios físicos leves e diários, além de reeducação alimentar e da prevenção como o melhor dos remédios. Cardiologista Mario Maranhão, palestrante do LIDE Saúde

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ACONTECEU

LIDE EM ANGOLA

O LIDE Paraná realizou, no dia 25 de novembro, Almoço-Debate com Olivier Murguet, presidente da Renault do Brasil, no Hotel Bourbon, em Curitiba. O executivo falou sobre as perspectivas e as oportunidades da montadora no estado – com investimento de R$ 500 milhões, a Renault inaugurou uma fábrica em São José dos Pinhais (PR) e vai aumentar a capacidade produtiva de 280 mil para 380 mil veículos ao ano. Já em 12 de dezembro, a unidade realizou o LIDE Gastronomia, evento com o objetivo de promover networking entre os filiados. A noite contou com menu especialmente preparado pelo buffet La Table, com harmonização de vinhos. André Caldeira, presidente da unidade, foi o anfitrião da noite. Ainda durante o jantar foi realizado um leilão beneficente, com parte da renda revertida para o Hospital Pequeno Príncipe.

O comitê de gestão organizou o evento Dezembro Solidário, no dia 12 de dezembro, no hotel Epic Sana, em Luanda, em comemoração aos dois anos da unidade. Durante o encontro, Filipe Zau, presidente do LIDE Cultura, entregou doações dos empresários angolanos à Fundação Lwini, instituição que presta apoio às vítimas civis de minas terrestres no país.

DIVULGAÇÃO

LIDE NO PARANÁ

DIVULGAÇÃO

Olivier Murguet, presidente da Renault do Brasil, com autoridades políticas e empresariais, durante Almoço-Debate do LIDE Paraná

LIDE NO RIO DE JANEIRO Ocorreu em 16 de dezembro, no hotel Copacabana Palace, a cerimônia de entrega do Prêmio Rio+Empreendedor, organizado pelo LIDE Rio de Janeiro. O evento foi um reconhecimento às grandes empresas, de 11 categorias, que contribuem para a expansão do ambiente de negócios e geração democrática de renda da cidade. Graça Foster, presidente da Petrobras, recebeu homenagem especial. Esteve presente também na celebração o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Graça Foster, presidente da Petrobras, recebeu Prêmio Rio+Empreendedor no LIDE Rio das mãos de Pedro Paulo Carvalho Teixeira deputado federal e chefe da Casa Civil da Prefeitura do Rio de Janeiro

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FREDY UEHARA

LIDE EM CAMPINAS Segurança pública foi o tema do seminário idealizado pelo LIDE Campinas, em 21 de novembro. Sob a liderança de Juan Quirós, a unidade recebeu José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e um dos idealizadores do projeto das Unidades de Polícia Pacificadoras, as UPPs. O evento foi realizado no Royal Palm Plaza Resort.

FREDY UEHARA

José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro

LIDE EM SANTA CATARINA

ANGELO SANTOS

David Uip, secretário de Saúde do Estado de São Paulo

Em 10 de dezembro, o LIDE Santa Catarina promoveu o encontro Sala de Pensamento, no Auditório da Neoway Informática, em Florianópolis. O expositor foi Luiz Albert Ferla, presidente da Dot Digital Group e membro do Comitê de Gestão da unidade, que abordou sobre como ampliar o poder das empresas na internet. A unidade também realizou um seminário para debater o turismo na região. Realizado no Centro Sul, o encontro contou com a presença de Caio Luiz de Carvalho, ex-ministro do Turismo; Valdir Walendovsky, secretário do Turismo de Santa Catarina; Wilfredo Gomes, presidente do LIDE Santa Catarina; e Nicolas Peluffo, CEO da Ponta dos Ganchos Resort.

SAÚDE PÚBLICA David Uip, secretário de Saúde do Estado de São Paulo, participou, em 3 de dezembro, do Seminário LIDE Saúde, com a palestra Saúde Pública: Eficiência de Gestão de Qualidade de Serviços. Uip abordou, entre diversos assuntos, as filas dos hospitais, a gestão de leitos, o déficit entre os custos e os repasses feitos pelo Ministério da Saúde e a licitação emergencial para contratar médicos em todo o estado. Wilfredo Gomes, presidente do LIDE Pernambuco, Valdir Walendovsky e Tarcísio Gargioni

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TIAGO TRINDADE

ACONTECEU

Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Gustavo Ene, presidente do LIDE Rio Grande do Sul, em encontro com empresários

LIDE NO RIO GRANDE DO SUL O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, participou de um jantar empresarial promovido pelo LIDE Rio Grande do Sul, em 28 de novembro. Durante o encontro, o governador pontuou como grandes desafios para o crescimento do País a necessidade de investimentos em

educação, tecnologia e processos de comercialização – e melhorar a qualidade de vida das pessoas –, além de saúde e soluções em mobilidade urbana. Para Campos, o Brasil precisa se posicionar no mercado global. Gustavo Ene, presidente do LIDE Rio Grande do Sul, foi o mediador.

SILVIO SIMÕES

LIDE EM GOIÁS

André Rocha, Sonia Hess, Valéria Perillo e Helena Ribeiro

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Com a proposta de fortalecer a representatividade feminina no âmbito corporativo, o LIDE Goiás, presidido por André Rocha, acaba de lançar o LIDE Mulher. Para marcar o início das atividades desse braço da entidade em Goiás, o grupo promoveu, em 10 de fevereiro, o almoço-debate cujo o tema foi Lideranças Sob um Olhar Feminino e Como as Mulheres a Estão Redefinindo. O encontro, realizado no Castro’s Park Hotel, contou com a presença da presidente do LIDE Mulher Brasil, Sônia Hess de Souza. A unidade também realizou, em 20 de novembro, almoço-debate com Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein e do LIDE Saúde Brasil, no hotel Mercure, em Goiânia.


ESTÚDIO CLICKA.COM

LIDE EM PERNAMBUCO Roberto Klabin, presidente do LIDE Sustentabilidade e fundador da SOS Mata Atlântica, foi o expositor do Seminário do LIDE Pernambuco. O evento foi realizado em 25 de novembro, no foyer do JCPM Trade Center, em Recife. O empresário abordou o tema Sustentabilidade Ambiental e Consciência Empresarial, Cidadania para Construir o Presente e o Futuro do Brasil e do Mundo.

DIVULGAÇÃO

Roberto Klabin, presidente do LIDE Sustentabilidade e o vice-governador de Pernambuco, João Lyra Neto

LIDE EM BRASÍLIA

ROSE BRINCK

O LIDE Brasília recebeu o secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Hermano Carvalho, durante almoço-debate, promovido em 5 de fevereiro. O secretário anunciou, em primeira mão, que Brasília ganhará dois grandes investimentos: um centro de operações espaciais e um centro de logística dos Correios. Além de Hermano, o secretário da Micro e Pequena Empresa, Antônio Augusto de Moraes, também expôs um balanço sobre sua pasta aos empresários do LIDE.

Antônio Augusto de Moraes, Paulo Octavio, presidente do LIDE Brasília, e Hermano Carvalho

Marcio Ladeira

LIDE EM MINAS GERAIS A unidade mineira tem novo presidente: o empresário Marcio Ladeira substitui Gustavo César de Oliveira, que deixa o posto para disputar as eleições legislativas em 2014. “Quero engajar os filiados ao LIDE Minas Gerais nos projetos do LIDE Brasil para que eles entendam a dimensão do Grupo, conheçam empresários de outras regiões do País e, assim, mantenham boas relações comerciais e gerem novas possibilidades de negócios”, destaca o novo presidente.

LIDE - 131


ACONTECEU

ANNA QUAST E RICKY NARRUDA FOTOGRAFIA

COMPARTILHANDO SONHOS E SUCESSOS

Patrícia Meirelles e João Doria Jr. receberam os empresários

A primeira edição do Like The Future de 2014, realizada em 19 de março pelo LIDE Futuro, liderado por Patrícia Meirelles, reuniu os empresários Caito Maia, fundador e presidente da Chilli Beans, Gustavo Caetano, CEO da Samba Group, Cyro Diehl, presidente da Oracle no Brasil, e Guto Ramos, sócio-fundador da BR Mobile, para compartilharem suas experiências empresariais com novos empreendedores no evento que debateu Startups e Novas Tecnologias. Durante o encontro ocorreu uma apresentação de startups que fazem parte do LIDE Futuro. Entre elas a Condlink, de Ivan Bermudes, a Tá Pago, idealizada por Marcos Amorim, a Kolmea, de Rafaat Toumani, e a Organo, de Marcel Lotufo. “As experiências compartilhadas aqui são riquíssimas. A importância de acreditar e sonhar grande realmente é fundamental para o sucesso de qualquer projeto”, declarou Patrícia.

LIDE EM MIAMI

O LIDE Interior SP1 realizou dois grandes eventos para integração empresarial. Em 20 de março, no Espaço Golf, em Ribeirão Preto, organizou o Almoço Empresarial com a participação do cônsul comercial chinês de São Paulo, Yu Yong, com o tema Aproximação Brasil e China. Fábio Fernandes, presidente da unidade LIDE Interior SP1, e Mônica Fang, do LIDE China, receberam, além do cônsul, Daniel Lou, diretor na América do Sul da KPMG, Dolivar Coraucci Neto, presidente da Ourofino Agronegócio, e Tian Bin, consultor do mercado chinês. No dia 15 de março, a unidade promoveu o IV Polo Challenge LIDE & Espaço Golf, na Sociedade Hípica de Ribeirão Preto. “A principal proposta do grupo é a de promover relacionamentos que venham a gerar bons negócios. Desta forma, colaboramos para o desenvolvimento socioeconômico do País e, em especial, do interior do estado”, afirmou Fernandes.

O LIDE USA 1, presidido pelo empresário Cristiano Piquet, realizou um Network Meeting para compartilhar, aumentar e fortalecer contatos entre executivos, com o objetivo de gerar negócios no país mais poderoso do mundo. O encontro, realizado no dia 19 de março, no restaurante Texas de Brazil, em Miami, na Flórida, reuniu filiados ao Grupo de Líderes Empresariais.

JEAN TEIXEIRA

LIDE EM RIBEIRÃO PRETO

Fábio Fernandes foi o anfitrião dos eventos da unidade do interior de São Paulo

132 - LIDE


FILIADOS

LIDE FICA AINDA MAIS FORTE EM 2014

Oi, Kellogg’s, Samsung Mobile, M. Dias Branco, Grupo Algar e Ri Happy se filiam ao grupo

O

ano de 2014 será bastante expressivo para o LIDE – Grupo de Líderes Empresariais. É o que demonstra esse primeiro bimestre do ano: a entidade celebrou a chegada de mais empresas do mercado brasileiro e do exterior a seu grupo. A Oi, terceira maior companhia de telecomunicação da America Latina, agora faz parte do LIDE. A empresa confirmou a adesão em todas unidades, ganhando, assim, representatividade pela entidade em âmbito nacional. A companhia americana Kellogg’s, por exemplo, engrossa o time das gigantes do setor alimentício. Criada em 1906, ela se tornou sinônimo de cereal matinal em todo o mundo. O segmento também conta agora com mais uma grande referência brasileira – a M. Dias Branco. Fundada na década de 1930 pelo empresário Manuel Dias Branco como Padaria Imperial, ela produzia, além de pães, biscoito e também macarrão. Nas oito décadas seguintes a marca virou um império. Hoje a M. Dias Branco tem 14 indústrias espalhadas pelo Brasil e emprega 16 mil colaboradores. A Polishop, maior empresa multicanal de varejo do mundo, agora também faz parte do LIDE. 134 - LIDE

Fundada em 1999 pelo visionário João Apolinário, a companhia tem soluções singulares no que diz respeito à interatividade com o consumidor. Graças aos diferentes canais de comunicação, distribuição e vendas, a empresa consegue alcançar 180 milhões de brasileiros. Outro nome notável do comércio varejista a participar do LIDE é a Ri Happy Brinquedos. Com 26 anos de história, conquistou o posto de principal rede voltada para o mercado infantil. Com presença marcante nos ramos de agronegócios, turismo, tecnologia da informação e serviços, o Grupo Algar se juntou à lista. Outra nova componente de peso é a Samsung Mobile, companhia sulcoreana com representatividade mundial. A empresa de turismo Flytour, a seguradora Pan Seguros, a Penalty e o braço do Consulado Geral do Canadá, em São Paulo, o Ontario International Marketing Center, também se integraram ao LIDE. Ainda fazem parte do LIDE BR a Abifer, AMB – Associação Médica Brasileira, AVBB Advogados, Barilla, Baumer, Brasil Plural, DD&L Advogados, Dicave, Esmaltec, Fator Towers, Focus, Globalweb, Grupo Hamuche, Jcdecaux Salvador, Life Diagnósticos, Martorelli Advogados,

Novo Ambiente, Pet Center Marginal, Ruz Brasil, Vivante, Vopak Brasil, XP Investimentos, Warburg Pincus e Wilson Sons Logística. No LIDE Campinas, 3M, Facamp, Grupo Rac, Royal Palm Plaza, TozziniFreire Advogados, TVB, Vigzul. LIDE Bahia: Argos Participações, Imoplanet Holding, Sanafe e ZPE Ilhéus. No LIDE Pernambuco: AD Diper, Adlim, BTG Pactual, Copergás, Faculdade dos Guararapes, Foz, Gráfica Santa Marta, Grupo Cinapa, Grupo Tavares de Melo, Hemobrás, Lafepe, Moura Dubeux Engenharia, Notabile, Pedragon Autos, Procenge, Prosegur, Rota do Atlântico (CRA), Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo do Estado de Pernambuco (Seplag), Usina Ipojuca e Usina Petribu. No LIDE Rio de Janeiro, Assesopro/RJ, BG Brasil, D&B e Fabrimar. No LIDE Paraná, Fae e Toyota Sulpar. No LIDE Rio Grande do Sul, Buffon e Dana. LIDE Santa Catarina: Almeida Junior, Círculo, Gabriela e Studio Z, Guepardo, Lince, Plasvale e SBT SC. O LIDE também ganhou representatividade no exterior com a chegada da Interbrand no LIDE Argentina, além da La Meridional, Panalpina Transportes Mundiales e Sanofi. No LIDE China, Citic e YKP. No LIDE USA, o Escritório de Assessoria Jurídica JMH. n


LIDE BRASIL – Novos Filiados ABIFER

ALGAR

AMB - ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA

PRESIDENTE: VICENTE ABATE VICE-PRESIDENTE: LUIZ FERNANDO FERRARI

PRESIDENTE: LUIZ ALEXANDRE GARCIA VICE-PRESIDENTE: MARCIO ESTEFAN

PRESIDENTE: FLORENTINO DE ARAÚJO CARDOSO FILHO DIRETOR 1O TESOUREIRO: JOSÉ LUIZ BONAMIGO FILHO

AVBB ADVOGADOS

BARILLA

BAUMER

PRESIDENTE: JOÃO EDUARDO DE VILLEMOR AMARAL VICE-PRESIDENTE: PEDRO LEHMANN BARACUL

PRESIDENTE: MAURIZIO SCARPA VICE-PRESIDENTE: FABIANA ARAÚJO

PRESIDENTE: RUY SALVARI BAUMER VICE-PRESIDENTE: MÔNICA SALVARI BAUMER

BRASIL PLURAL

DD&L ADVOGADOS

DICAVE

PRESIDENTE: RODOLFO RIECHERT VICE-PRESIDENTE: BRUNO DE ARRUDA CARVALHO

PRESIDENTE: ÁTILA DE OLIVEIRA DENYS VICE-PRESIDENTE: CLÁUDIA ALVES LOPES BERNADINO

PRESIDENTE: LOURIVAL FIEDLER VICE-PRESIDENTE: ROLF WERNER

ESMALTEC

FATOR TOWERS

FLYTOUR

SUPERINTENDENTE: ANNETTE THERESE YVONNE DE CASTRO DIRETOR COMERCIAL: LUIZ CARLOS PITON

PRESIDENTE: VASCO RODRIGUES NETO VICE-PRESIDENTE: JERONIMO MESQUITA

PRESIDENTE: ELOI D’AVILA DE OLIVEIRA DIRETOR EXECUTIVO: CHRISTIANO KHOURI DE OLIVEIRA

FOCUS

GLOBALWEB

GRUPO HAMUCHE

PRESIDENTE: MARIO LUIZ ROCCO VICE-PRESIDENTE: LUIZ FERNANDO CAIUBY LEMOS DA SILVA

PRESIDENTE: MARIA CRISTINA BONER LEO VICE-PRESIDENTE: MARIANA BONER LACOMBE

CO-PRESIDENTE: OSWALDO NACLE HAMUCHE CO-PRESIDENTE: FAUZI NACLE HAMUCHE

JCDECAUX SALVADOR CEO AMÉRICA LATINA: ALEXANDRE ROUBAUD DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOS: ANA CÉLIA BIONDI RODRIGUEZ

KELLOGG’S

LIFE DIAGNÓSTICOS

PRESIDENTE: GUSTAVO RINCON ESTRADA DIRETORA DE MARKETING: TATIANA BRAMMER

PRESIDENTE: MARIO LUIZ GRIECO

M. DIAS BRANCO

MARTORELLI ADVOGADOS

NOVO AMBIENTE

PRESIDENTE: FRANCISCO IVENS DE SÁ DIAS BRANCO VICE-PRESIDENTE: FRANCISCO MARCOS SARAIVA L. DIAS BRANCO

PRESIDENTE: JOÃO HUMBERTO MARTORELLI VICE-PRESIDENTE: EDUARDO MONTEIRO DA SILVA FILHO

SÓCIO-DIRETOR: PAULO CROSMAN SÓCIO-DIRETOR: BRUNO CROSMAN

ONTARIO INTERNATIONAL MARKETING CENTER - CONSULADO GERAL DO CANADÁ EM SÃO PAULO

PAN SEGUROS

PENALTY

PRESIDENTE: JOSÉ CARLOS MACEDO DOS SANTOS DIRETOR COMERCIAL: EVANDRO BAPTISTINI

PRESIDENTE: PAULO RICARDO DE OLIVEIRA

CÔNSUL COMERCIAL: TODD BARRETT

PET CENTER MARGINAL

POLISHOP

RI HAPPY

PRESIDENTE: SÉRGIO ZIMERMAN DIRETOR: HÉLIO FREDDI FILHO

PRESIDENTE: JOÃO APPOLINÁRIO DIRETOR: EDUARDO TEIXEIRA

PRESIDENTE: HECTOR NUÑEZ DIRETOR OPERACIONAL: CARLOS DO PRADO FERNANDES

RUZ BRASIL

SAMSUNG MOBILE

VERINT

PRESIDENTE: FRANCISCO PEGADO CORTEZ

PRESIDENTE: JOÃO PEDRO FLECHA DE LIMA VICE-PRESIDENTE: RICARDO WAGNER BARBOSA

PRESIDENTE: PAULO ROBERTO BONUCCI RIBEIRO VICE-PRESIDENTE: FABIO COSTA

VIVANTE

VOPAK BRASIL

XP INVESTIMENTOS

PRESIDENTE: PHILIPPE ENAUD VICE-PRESIDENTE: HAMILTON QUIRINO

PRESIDENTE: DANIEL LISAK DIRETOR COMERCIAL: CARLOS ALBERTO QUINTERO MASSUH

VICE-PRESIDENTE: MARCELO MAISONNAVE DE OLIVEIRA DIRETOR INSTITUCIONAL: RAFAEL GUERINO FURLANETTI

WARBURG PINCUS

WILSON SONS LOGÍSTICA

PRESIDENTE: ALAIN JUAN PABLO BELDA FERNANDEZ

DIRETOR EXECUTIVO: THOMAS RITTSCHER DIRETORA COMERCIAL: MIRIAM KORN

LIDE - 135


FILIADOS

LIDE BAHIA – Novos Filiados ARGOS PARTICIPAÇÕES

IMOPLANET HOLDING

OI

PRESIDENTE: MANOEL SOUSA CHAVES NETO

PRESIDENTE: LUIGI ROTUNNO VICE-PRESIDENTE: RENATA RIGHI

DIRETOR: MAGNO VILAS BOAS

SANAFE

ZPE ILHÉUS

PRESIDENTE: NILO AUGUSTO MORAES COELHO FILHO

PRESIDENTE: OTAVIO PIMENTEL VICE-PRESIDENTE: MAX RODRIGUES RESENDE

LIDE CAMPINAS – Novos Filiados 3M

FACAMP

GRUPO RAC

PRESIDENTE: JOSÉ ROLANDO VARELA GARZA VICE-PRESIDENTE: AFONSO CHAGURI

PRESIDENTE: JOÃO MANUEL CARDOSO DE MELLO VICE-PRESIDENTE: FERNANDO DA ROCHA AZEVEDO

PRESIDENTE: SYLVINO DE GODOY NETO

OI

ROYAL PALM PLAZA

TOZZINIFREIRE ADVOGADOS

EXECUTIVO: RENATA CAMBRAIA

PRESIDENTE: ARMINDO DIAS VICE-PRESIDENTE: ANTONIO DIAS

PRESIDENTE: ALOISIO CARNEIRO DA CUNHA MENEGAZZO PRESIDENTE: MARCO ANTONIO RUZENE

TVB

VIGZUL

PRESIDENTE: CLAUDIA DA SILVA REI VICE-PRESIDENTE: JANIO DA SILVA SANTOS

PRESIDENTE: PAULO CESAR FERRÃO AMORIM VICE-PRESIDENTE: MARK JAMES NEELEMAN

LIDE CEARÁ – Novos Filiados OI EXECUTIVO: LEANDRO CARVALHO ALBUQUERQUE

LIDE PARANÁ – Novos Filiados FAE

OI

TOYOTA SULPAR

PRESIDENTE: JORGE APÓSTOLOS SIARCOS VICE-PRESIDENTE: PAULO ROBERTO ARAUJO CRUZ

EXECUTIVO: CLÁUDIO VASCONCELOS

PRESIDENTE: MOACIR COSSIA VICE-PRESIDENTE: ALEXANDRE FEDALTO

LIDE RIO GRANDE DO SUL – Novos Filiados BUFFON

DANA

OI

PRESIDENTE: ILDO BUFFON VICE-PRESIDENTE: ROSÉLIO BUFFON

PRESIDENTE: HARRO BRUMANN DIRETOR: LUIS PEDRO FERREIRA

DIRETOR: FLÁVIO GOMES

136 - LIDE


LIDE SANTA CATARINA – Novos Filiados ALMEIDA JUNIOR

CÍRCULO

GABRIELA E STUDIO Z

PRESIDENTE: JAIMES ALMEIDA JUNIOR VICE-PRESIDENTE: HELOISA ALMEIDA

PRESIDENTE: JOSÉ ALTINO COMPER VICE-PRESIDENTE: OSNI DE OLIVEIRA JUNIOR

PRESIDENTE: MARIO ZANATTA VICE-PRESIDENTE: MARIO ZANATTA JUNIOR

GUEPARDO

LINCE

PLASVALE

PRESIDENTE: FERNANDO RODRIGUES VICE-PRESIDENTE: EDUARDO OLIVEIRA

PRESIDENTE: LEOPOLDO SCHMALZ VICE-PRESIDENTE: OSNI DE OLIVEIRA

PRESIDENTE: JONAS ANTONIO MIRANDA VICE-PRESIDENTE: DARLENE CAROL PRESTES GOMES

SBT SC PRESIDENTE: ROBERTO ROGÉRIO AMARAL VICE-PRESIDENTE: CARLOS JOFFRE DO AMARAL

LIDE AMAZONAS – Novos Filiados OI EXECUTIVO: ANTÔNIO NELSON NASCIMENTO DE OLIVEIRA

LIDE BRASÍLIA – Novos Filiados OI DIRETOR: LEVI PEREIRA

LIDE GOIÁS – Novos Filiados OI EXECUTIVO: JORGE GIACON

LIDE INTERIOR SP1 – Novos Filiados OI DIRETOR: PAULO PESSOA

LIDE - 137


FILIADOS

LIDE RIO DE JANEIRO – Novos Filiados ASSESPRO/RJ

BG BRASIL

D&B

PRESIDENTE: MARCIO LACS VICE-PRESIDENTE: RAUL COLCHER

PRESIDENTE: NELSON SILVA VICE-PRESIDENTE: PAULO MACEDO

PRESIDENTE: MARK LINKER VICE-PRESIDENTE: JOSÉ EDUARDO DE OLIVEIRA

FABRIMAR

OI

PRESIDENTE: FERNANDO ANTONIO BUCHENE VICE-PRESIDENTE: DAVID MARTINS

DIRETOR: ALEXANDRE CORUJEIRA

LIDE PERNAMBUCO – Novos Filiados AD DIPER

ADLIM

BTG PACTUAL

PRESIDENTE: JENNER GUIMARÃES DO REGO DIRETOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO: CARLOS EUGÊNIO PORCIÚNCULA LINS

PRESIDENTE: JONAS ALVARENGA DA SILVA

SÓCIO-DIRETOR NORTE/NORDESTE: CONRADO SANDIM

COPERGÁS

FACULDADE DOS GUARARAPES

FOZ

PRESIDENTE: ALDO GUEDES ÁLVARO DIRETOR COMERCIAL: JAILSON JOSÉ GALVÃO

PRESIDENTE: ANDRÉ LUIZ RADUAN DE OLIVEIRA DIRETOR ACADÊMICO: PIERRE LUCENA RABONI

PRESIDENTE: PEDRO LEÃO DIRETOR: STELLIM REBELLO ESPINHEIRA

GRÁFICA SANTA MARTA

GRUPO CINAPA

GRUPO TAVARES DE MELO

DIRETOR COMERCIAL: EDSON CUNHA NETO DIRETOR INDUSTRIAL: RICARDO RIBEIRO

PRESIDENTE: PAULO FERNANDO CARNEIRO DA SILVA SÓCIA/DIRETORA: NARA CARNEIRO MENDONÇA

PRESIDENTE: MARCOS TAVARES COSTA CARVALHO CONSELHEIRO: EDUARDO MOREIRA TAVARES DE MELO

HEMOBRÁS

LAFEPE

MOURA DUBEUX ENGENHARIA

PRESIDENTE: ROMULO MACIEL FILHO DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO: MARCOS ARRAES DE ALENCAR

DIRETOR-PRESIDENTE: LUCIANO VASQUEZ MENDEZ DIRETORA ADMINISTRATIVA-FINANCEIRA: DENISE SCALZO

DIRETOR SUPERINT.: MARCOS JOSÉ MOURA DUBEUX DIRETOR SUPERINT.: GUSTAVO JOSÉ MOURA DUBEUX

NOTABILE

OI

PEDRAGON AUTOS

DIRETOR: DILAMAR DALL AGNOL DIRETOR: DALTRO DALL AGNOL

EXECUTIVO: CRISTIANA MARIA DE VASCONCELOS FERRO

DIRETOR-PRESIDENTE: JOSÉ HENRIQUE AMORIM DE FIGUEIREDO DIRETOR GERAL: ADAUTO FRANCISCO DO AMARAL JÚNIOR

PROCENGE DIRETOR-GERAL: GILBERTO JOSÉ ALVES COSTA JÚNIOR PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADM: JOSÉ CLÁUDIO DE OLIVEIRA

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO (SEPLAG) TITULAR DA PASTA: FREDERICO DA COSTA AMÂNCIO SEGUNDO SECRETÁRIO DA PASTA: EDILBERTO XAVIER DE ALBUQUERQUE JÚNIOR

PROSEGUR

ROTA DO ATLÂNTICO (CRA)

DIRETOR DA REGIÃO NE: NELSON CORREIA DE MELO JR. SUPERINTENDENTE DE GESTÃO DE CONTRATOS: JOSÉ EDMILSON GONÇALVES DE ANDRADE

PRESIDENTE: ELIAS LAGES DE MAGALHÃES NETO DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO: HELIO BELFORD KORNALEWSKI

USINA IPOJUCA

USINA PETRIBU

PRESIDENTE: FRANCISCO LUIZ DUBEUX DOURADO DIRETOR SUPERINTENDENTE: MARCOS ANTONIO QUEIROZ DOURADO

DIRETOR SUPERINTENDENTE: JORGE CAVALCANTI DE PETRIBÚ DIRETORA EXECUTIVA: DANIELA PETRIBÚ RIBEIRO ORIÁ

LIDE MINAS GERAIS – Novos Filiados OI EXECUTIVO: PERLA VANESSA SILVA PEREIRA

138 - LIDE


LIDE ARGENTINA – Novos Filiados INTERBRAND

LA MERIDIONAL

PANALPINA TRANSPORTES MUNDIALES

DIRETOR: PEDRO RAFAEL MORRONE

CEO: PARIDE DELLA ROSA

COUNTRY MANAGER: PETER HUWEL COUNTRY HEAD OF MARKETING AND SALE: PATRICIO PRANZETTI

SANOFI DIRETOR GERAL: PATRICE JEAN-ANTOINE FUSTER DIRETOR FINANCEIRO: RICARDO BARONE

LIDE CHINA – Novos Filiados CITIC PACIFIC

YKP

PRESIDENTE: YANG YONG

PRESIDENTE: YIM KING PO

LIDE USA 1 – Novos Filiados ESCRITÓRIO DE ASSESSORIA JURÍDICA J.M.H PRESIDENTE: LUCIANA HADDAD VICE-PRESIDENTE: HAMIL HADDAD

LIDE MASTER – Novos Filiados ALEXANDRE GONÇALVES SILVA

FIRMIN ANTÓNIO

MÁRIO ANSELONI

ANDRÉ MAGALHÃES PINTO

GERALDO JOSÉ CARBONE

OSWALDO MELANTONIO FILHO

ANTONINHO MARMO TREVISAN

HÉLIO RIBEIRO DUARTE

PHILIPPE OLIVIER BOUTAUD

CHU TUNG

HORST WOLFGANG MÜLLER

ROBERTO FALDINI

CLAUDIO BORGES FORTES PEDONE

HUGO ANTONIO JORDÃO BETHLEM

ROGERIO MARCOS MARTINS DE

DAVID BARIONI NETO

JOÃO COX NETO

OLIVEIRA

EDSON VAZ MUSA

JORGE GONÇALVES FILHO

RUBENS PANELLI JR.

ELCIO ANIBAL DE LUCCA

JOSÉ RUY Q. ANTUNES

RUI THOMAZ DE AQUINO

EMILSON ALONSO

KLAUS HERMANN BEHRENS

SILVIO GENESI

FABIO MAGNANI

LATIF ABRÃO JUNIOR

WALTER OTI SHINOMATA

FERNANDO TIGRE

MARCELO REHDER MONTEIRO

WILSON MELLO NETO

FERNANDO XAVIER FERREIRA

MARCOS ANTONIO MAGALHÃES

LIDE - 139


ECONOMIA

LOIRA GELADA E MUITO LUCRATIVA Cervejarias como o grupo Petrópolis e a Brasil Kirin têm investido pesado para ampliar consumo e melhorar sua distribuição

140 - LIDE


N

investir. Caso do Grupo Petrópolis, segunda maior cervejaria do País e a maior do setor, com 100% do capital nacional, que tem apostado na ampliação de sua malha produtiva, nas recorrentes ações de marketing e na forte atuação na distribuição, além de lançamentos de produtos. A companhia, detentora de marcas como Itaipava, Crystal e Petra, inaugurou recentemente uma fábrica em Alagoinhas, na Bahia. “A intenção da empresa é ampliar a sua participação de mercado, que era de menos de 1%, para cerca de 15% na região Nordeste em poucos meses”, explica Douglas Costa, diretor de Mercado do Grupo Petrópolis. “Para tal, além da fábrica de Alagoinhas, estamos construindo uma nova unidade em Itapissuma (PE), que deve ser inaugurada ainda este ano. Como uma empresa com capital 100% nacional, queremos estar em 100% do território nacional até o final da década.”

THINKSTOCKPHOTOS

FOTOS: DIVULGAÇÃO

ão há um brasileiro que não sonhe em fazer sua própria cerveja em casa. Afinal, o consumo, principalmente durante o verão, feriados e finais de campeonato de futebol, é extremamente alto em mercados, bares e praias. Engana-se quem acha que é fácil produzir essa bebida que está enraizada na cultura nacional. Pelo contrário: o acerto dos ingredientes deve ser extremamente minucioso. É por isso que são poucas as grandes companhias que se destacam no varejo. Casos de AmBev, Grupo Petrópolis e Brasil Kirin. A cada ano o setor recolhe mais de R$ 19 bilhões em tributos, gera quase 2 milhões de empregos e corresponde a 1,7% do PIB, segundo a Associação Nacional da Indústria de Cerveja (CervBrasil). É hoje o terceiro mercado global. E, para manter essa posição, as empresas não minimizam na hora de

Douglas Costa: foco direcionado para o Nordeste

LIDE - 141


REPRODUÇÃO

ECONOMIA

Na mídia: Grupo Petrópolis tem investido com vigor em ações e campanhas de marketing

As apostas pontuais do Grupo Petrópolis, segundo Costa, têm fundamento em cima do próprio crescimento do setor. “O mercado de cervejas vem se ampliando e modificando ao longo dos anos. Com o crescimento da

A cada ano o setor recolhe mais de R$ 19 bilhões em tributos, gera quase 2 milhões de empregos e corresponde a 1,7% do PIB

142 - LIDE

classe média brasileira, há uma demanda maior por esses produtos que as empresas procuram atender”, realça. “Do outro lado, o mercado de consumidores mais exigentes e sofisticados também cresce, não só em regiões como Sul e Sudeste, mas em todo o País. Assim, há espaço para vários tipos de bebidas e produtos.” Costa se refere ao crescimento das microcervejarias, que preferem apostar em produtos artesanais, fora da tradicional pilsen. São rótulos com tipos, aromas e sabores bem marcantes que, de acordo com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), são produzidas por cerca de 200 empresas – essas cadastradas e legais perante o governo. Apesar ainda de representar cerca de 1% do consumo total, alguns especialistas acreditam na evolução


Para dar vazão a este crescimento do segmento, a Brasil Kirin inaugurou em fevereiro um Centro de Distribuição Avançado em Campinas, interior de São Paulo

do mercado da bebida artesanal. Para José Gonçalves, coordenador da Área de Educação do Centro de Tecnologia de Alimentos e Bebidas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a longo prazo essas pequenas empresas podem conquistar market share de 10%. Foi tentando se equilibrar tanto no consumo de larga escala como no de cervejas mais caras que a Brasil Kirin tem mantido um amplo portfólio. Além das tradicionais Nova Schin e Devassa, a companhia tem apostado nas grifes Baden Baden e Eisenbahn, que, antes de serem adquiridas, eram produzidas

por pequenas cervejarias. Para dar vazão a esse crescimento, a companhia inaugurou em fevereiro um Centro de Distribuição Avançado em Campinas, interior de São Paulo. “Nossos objetivos principais são melhorar ainda mais a malha de distribuição, a penetração de mercado e o nível de serviço oferecido aos clientes da região”, afirma Geovane Krug de Borba, VP Comercial da Brasil Kirin. Com uma área de 4 mil m2 e aproximadamente 200 funcionários, este é o 19o centro de distribuição da companhia no País. Os aportes realizados pelas cervejarias provam que o setor das “loiras geladas” tem sede de mercado. n

Vencendo o calor, para todos os gostos: Brasil Kirin ampliou seu portfólio para atender às demandas de consumo

LIDE - 143


SUMMARY

LONG-RANGE VISION LIDE Magazine approaches the need for stronger investments and a more effective management in education

LILO CLARETO

L

Viviane Senna: president of Instituto Ayrton Senna

144 - LIDE

IDE magazine brings in this issue specific articles to discuss education, Brazil’s Achilles heel, but it has been managed efficiently in countries like Singapore and South Korea – and this generated positive prospects for the economy and the human development in these nations. On the cover, Viviane Senna, president of Instituto Ayrton Senna, portrays negative numbers in the national learning system and inefficient quality of education in the country. In order to try to charge this chaotic and endemic situation, the entrepreneur envisioned, 20 years ago, the Institute from an idea of her brother, former F1 driver Ayrton Senna, aiming to develop the potential of new generations, helping students to be successful in school and be citizens able to respond to the professional, economic, cultural and political demands of the 21st century through educational management services that include diagnosis and planning, training


REPRODUÇÃO

Voracious marketing: Grupo Petrópolis has increased investments in advertising

managers and educators and development of innovative pedagogical and technological solutions. Thus, with the support of several private companies and entities such LIDE, the Institute has helped more than 2 million children. While it is not seen as priority for the Brazilian public sector, education is essential in countries such as South Korea and Israel, which in a few years won climatic difficulties and low prospects for exports with large contributions in education. The result is: better numbers than Brazil, taken into consideration its continental size, the fertile soil and tropical weather. BUSINESS The issue also features a story on the substantial investments of Grupo Petrópolis and Brasil Kirin in factories, logistics and marketing of their beers to expand the marketing share in all regions of the country. And, speaking of future, entrepreneurs who have sold

their companies after a very successful business tell what they are going to do. Sônia Hess, from Dudalina, who sold part of the company, intends to continue managing the business for a few years and then do a gap year. She, however, will remain on the board. Another who endorsed the need for a break to return to acting with force on the segment that he loves – the gastronomy – was Arri Coser. After selling steakhouse network Fogo de Chão, Coser already has projects to inaugurate new restaurants in São Paulo. On the other hand, Carlos Martins, who at the end of the year accepted the proposal of Pearson Education of Brazil of approximately U$ 1.7 billion by Grupo Multi, intends to slow the pace this year, in order to, in 2015, prepare new projects.

Grupo Petrópolis and Brasil Kirin are making substantial investments in factories, logistics and marketing actions

LIDE LIDE – Business Leaders Group held in recent months a number of events throughout Brazil and the world. This year, members were

LIDE - 145


CAROLINA LOPES

SUMMARY

LIDE International: recently launched unity in Morocco

FREDY UEHARA / UEHARA FOTOGRAFIA

LIDE Master brings together executives who exercised leadership in large enterprises and now want to share their knowledge

Mário Anseloni: LIDE Master chairman

146 - LIDE

able to participate again in the CEO’s Family, in Guarujá, the Brazilian Mining Forum in Belo Horizonte, and the Brazilian Shopping Center Forum in São Paulo. In December, LIDE promoted Leaders of Brazil Award, in São Paulo, honoring 66 business leaders who have excelled in 2013. In the same month it promoted Regional Forum of Barueri, in Greater São Paulo – one of the main economic and financial strongholds of Brazil – and Natal do Bem, one of the leading events for solidarity. National units such as Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná and Minas Gerais also held several meetings to promote networking. Around the world, the release of LIDE Morocco in January was notable. Joao Doria Jr., LIDE chairman, also announced the launch of LIDE Master, which is a unit consisting of entrepreneurs who have exercised leadership in large companies and are now willing to share knowledge and experience. The LIDE Master is chaired by Mario

Anseloni. In the coming months, there are already other scheduled events, such as Comandatuba Forum, Health and Well-being Forum, besides the new Women’s Leadership Meeting. URGENT NEED LIDE Magazine also brings a series of reports focusing on urban mobility deficit in the country and how the private sector can, and has helped to minimize the chaos of highways, airports, railways and ports. In an interview with Luiz Kuster, director of Aeroportos Brasil Viracopos, responsible for Campinas airport, he approaches everything that was done and the plans which are being drawn up to turn it into one of the best airports in Latin America. On the other hand, Felipe Yung, from Instituto Urbem, gives tips on how it is possible to improve traffic in Brazilian cities in the short term. And, plus, good examples of mobility abroad and the phenomenon of bicycles in the large metropolises. n


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