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Socialização e controle social
FRENTE A
MÓDULO A02
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ASSUNTOS ABORDADOS
n Socialização e controle social
n Tipos de controle social
Figura 01 - Somos parte de um todo
SOCIOLOGIA
SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
A sociabilidade é desenvolvida por meio do processo de socialização, pelo qual o indivíduo integra-se no grupo em que nasceu. Assim, você e a maioria dos que habitam a sua rede de convivência direta e indireta, compartilhando um conjunto de normas e valores específicos atuam no processo de socialização. E seria errôneo afirmar que uma sociedade constitui-se apenas por indivíduos sem qualquer tipo de ligação pessoal, pois todos nós acabamos por nos tornar parte de grupos que possuem contato mais próximo à nossa realidade diária, com os quais dividimos interesses, objetivos e similaridades de ideias e condições, sejam econômicas ou de posição social. Assim, a sociedade como um todo é um conjunto de pessoas, indivíduos, que ligadas pela necessidade de auxílio mútuo, buscam garantir as condições de vida e a satisfação dos seus interesses.
No mundo moderno, contudo, as relações sociais são construídas pela interdependência, constituindo-se em uma relação de dependência recíproca que é responsável pela coesão entre as pessoas. Mesmo em uma realidade em que a grande maioria tem hábitos voltados para a vida urbana com muitos artifícios que as tornam autossuficientes, não há quem não necessite estabelecer essa relação de solidariedade.
Entretanto, as necessidades não são somente no âmbito material. Os seres humanos não vivem em comunidade por escolha pessoal, mas porque a vida social impõe certos comportamentos padrões, caracterizando-se assim como um fenômeno sui generis (do latim, “de seu próprio gênero”).
Isso nos faz pensar que o ser humano manifesta duas vontades concomitantemente: um desejo por independência, buscando cada vez mais recursos que os tornem autônomos em muitos âmbitos de suas vidas, e outra por fazer parte e pertencer a determinados grupos, como a família, a nação, a uma ideologia, algo que tenha um significado importante, pois é assim que ele além de satisfazer suas necessidades, desenvolve-se, indo além de sua individualidade e buscando frequentemente pela integração. Esta nem sempre acontece de forma pacífica, já que, muitas vezes, há embate de ideias e conflitos que estão presentes nas relações, porque elas são diferentes e/ ou porque têm objetivos e interesses distintos. Todo esse desenvolvimento se daria de forma mais prática e justa se houvesse equilíbrio, compreensão, autonomia, confiança, respeito, pois devemos entender que dependemos uns dos outros em vários sentidos.
Os conflitos podem ser então resultados do desrespeito às diferenças, da intolerância, da necessidade de pessoas ou grupos se sentirem superior aos outros. Da mesma forma, podemos interferir positivamente ou negativamente na vida do outro e vice-versa.
Quando nascemos, os traços culturais não estão incuti dos em nosso inconsciente. Daí o fato do processo de socialização atuar enquanto aprendizagem de uma cultura, de determinadas normas e regras. Para a criança, por exemplo, o processo acontece no coti diano, no contexto em que está inserida. Ela aprende determinadas formas de compreender sua realidade e de interagir com os outros. Esse processo garante ainda que, a criança, enquanto novo sujeito social, aprenda como guiar-se neste mundo cheio de símbolos e signifi cados.
E embora se inicie na infância, o processo de socialização não termina com a chegada da vida adulta, pois o comportamento e compreensão de mundo se altera a todo momento, e é esse contato que garante a conti nuidade do processo de socialização. É um processo em que os indivíduos entrarão em contato com um enorme número de contextos e grupos sociais que são dotados de diferentes visões de mundo.
Quanto a esse processo de socialização, Anthony Giddens (2008) especifi ca duas etapas: a primeira fase se dá na infância e é o período de maior aprendizagem cultural da vida do ser humano, em que ele aprende sua primeira língua e começa a ter seu comportamento moldado pelo convívio social com sua família, pois a “descoberta” do mundo externo começa no seio familiar, o que pode ser chamado de socialização primária. Esse contato, portanto, caracteriza-se por ser pessoal, direto e com infl uência afeti va. Já o segundo período – socialização secundária - acontece na fase mais madura do ser humano. Ele representa todo e qualquer processo que introduz um indivíduo já socializado em novos setores no mundo objeti vo da sociedade, em que vamos assumindo novos papéis em vários grupos a que vamos pertencendo, adquirindo papéis sociais determinados pelas relações sociais desenvolvidas.
Pensemos agora nas ins� tuições sociais, que são instrumentos que regulam de alguma forma nossas ações, estabelecendo regras que são reconhecidas e reproduzidas socialmente. Sendo assim, essas insti tuições determinam os procedimentos dos grupos de acordo com padrões, valores e comportamentos, podendo agir como uma espécie de controladoras da sociedade.
Tais enti dades podem ser espontâneas ou criadas, com fi ns reguladores ou operacionais. As insti tuições espontâneas surgem a parti r das relações estabelecidas entre os agentes sociais, como a família, por exemplo, enquanto que as criadas, servem para regular e organizar a sociedade e não surgiram espontaneamente, como as igrejas, por exemplo. Quanto a seus fi ns, uma vez sendo reguladoras, atuam regulando diversos aspectos da sociedade (igrejas, escolas etc.); e sendo operacionais, operam sobre diversos aspectos, como os órgãos públicos de operação, que podem ser vistos na fi gura do Departamento de fi nanças.
Entender então o processo de socialização e o que são as insti tuições sociais é fundamental para darmos um passo adiante nessa discussão: pensar sobre o controle social. Este representa as formas pelas quais a sociedade impõe seus valores com o intuito de evitar que haja comportamentos contrários do que aceita. Por esse moti vo, a socialização é vista como uma série de controles exercidos de fora e apoiada por algum sistema de recompensas e casti gos, no caso das crianças, pois assim elas penetram nesse mundo e adquirem capacidade de parti cipar dele (BERGER; BERGER, 1977).
Fonte: Wikimedia commons
O controle social leva as pessoas a evitarem um determinado comportamento em determinada época e logo depois esse comportamento é socialmente aceito, como foi com o uso da minissaia e roupas de banho etc. A primeira agência de controle social é a família, pois no seu seio a criança é orientada e controlada. Desse modo, “uma instituição pode ser considerada como um padrão de controle, ou seja, uma programação da conduta individual imposta pela sociedade” (BERGER; BERGER 2004, p.163). De acordo com o referido autor, essas instituições, enquanto agente do controle social, carregam consigo algumas características comuns, a saber:
Exterioridade
As instituições são experimentadas como algo dotado de realidade exterior; é alguma coisa situada fora do indivíduo, algo que, de certa maneira, difere da realidade formada pelos pensamentos, sentimentos e fantasias da pessoa. Objetividade As instituições são experimentadas como possuidoras de objetividade.
Coercitividade
As instituições são dotadas de força coercitiva. Em certa medida, essa qualidade está implícita nas duas que já enumeramos: o poder essencial que a instituição exerce sobre o indivíduo consiste justamente no fato de que essa instituição tem existência objetiva e não pode ser afastada por ele.
Autonomia moral
Historicidade
As instituições têm uma autoridade moral. Invocam um direito à legitimidade, reservam-se o direito de não só ferirem o indivíduo que as viola, mas ainda o de repreendê-lo no terreno da moral. As instituições têm a qualidade da historicidade. Não são apenas fatos, mas acontecimentos históricos, ou seja, têm uma história. Em praticamente todos os casos experimentados pelo indivíduo, a instituição existia antes que ele nascesse e continuará a existir depois de sua morte.
Tipos de controle social
Sabendo então que controles sociais são mecanismos de intervenção utilizados para que os indivíduos se comportem de maneira desejável, falaremos sobre alguns tipos de controle. Bobbio faz a distinção de duas formas de controle social, denominadas abaixo.
Externas: seriam as intervenções diretas no meio social, coibindo os indivíduos que não seguem o padrão social estabelecido, sujeitos a sanções e punições que garantem o restabelecimento da ordem. Elas correspondem às leis e regras institucionalizadas. O controle social externo pode ser visto nas leis e na polícia, por exemplo, quando o indivíduo que não cumpre determinadas leis pode estar sujeito a pagar multas ou mesmo ser encarcerado. A instituição policial é dotada de um poder simbólico e físico que, legitimado pelo Estado, garante que as ações dos indivíduos não extrapolem as regras. Para Bayley (2001), a polícia tem como competência exclusiva o uso da força física real ou por ameaça, para afetar o comportamento da sociedade. “A polícia se distingue, não pelo uso real da força, mas por possuir autorização para usá-la” (BAYLEY, 2001, p. 20). Dessa forma, a ação policial gera debates e polêmicas, já que os policiais que cumprem sua função em determinadas ações, podem agir de modos diferenciados.
Figura 03 - Polícia como instituição que representa uma forma de controle social externa.
Alf Ribeiro / Shutterstock.com
Internas: são aquelas que fazem parte da consciência dos indivíduos, que estão interiorizadas, correspondendo às normas de conduta social que são reconhecidas e compartilhadas em uma sociedade, como costumes, por exemplo. Esse tipo de controle ocorre a partir do processo de socialização, em específico a primária, ou seja, são aqueles que não ameaçam uma pessoa externamente, mas agem por meio de sua própria consciência. Foucault (2010) também estudou as formas de controle social e segundo sua teoria, a construção de um indivíduo dócil, útil e submisso se dá por meio de processos e instituições disciplinadoras, como a escola, por exemplo, já que ela moldaria indivíduos dóceis e úteis ao meio social.
Esse debate sobre controle social pode ser visto de duas maneiras. A primeira é positiva, pois quem o defende afirma que ele é necessário para que todos possam conviver em um mesmo espaço social, já que, como afirma Thomas Hobbes, a maior parte dos indivíduos são maus em sua essência e precisam de um certo controle para conviverem de forma harmônica. Contudo, há quem critique as formas de controle social e como eles são acionados, uma vez que podem ser vistos como tendo a função de domínio da classe dominante, ou seja, o Estado, que garantiria por meio de instituições, como a escola, que pensamentos da classe dominante continuem a dominar com o intuito de manter a estratificação social, que refere-se ao fato de que toda sociedade compõe-se de níveis inter-relacionados em termos de ascendência subordinação, seja em poder, privilégio ou prestígio. O tipo de estratificação mais importante na sociedade ocidental é o sistema de classes, que define a posição do indivíduo no contexto social por critérios econômicos.
Figura 04 - Escola como insti tuição que representa uma forma de controle social interno.
Figura 05 - Charge sobre controle social, que chama atenção para o fato de que nem todos percebem como estão sendo monitorados e controlados a todo tempo.
Fonte: Wikimedia commons
Referências bibliográfi cas
BAYLEY, David. Padrões de Policiamento. São Paulo: EDUSP, 2001.
BERGER, P; BERGER, B. Socialização: como ser um membro da sociedade; O que é uma insti tuição social?. In: FORACCHI, M.; MARTINS, J de S. In: Sociologia e sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 38 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
Exercícios de Fixação
Questão 02. Gab. A - Segundo a corrente interacionista da sociologia, no processo de socialização ocorre uma relação dialética entre a cultura e a personalidade. A sociedade (ou cultura), construída pelo sujeito, condiciona-o e determina qual a matriz sobre a qual o indivíduo pode construir sua personalidade pessoal. Nesse sentido, podemos dizer que a individualidade é socialmente condicionada e, por isso, somente a alternativa A é correta.
01. (Unimontes) Socialização é um conceito-chave utilizado na
Sociologia para reconhecer que identidades sociais, papéis e trajetórias de indivíduos e grupos sociais são construídos por meio de um processo contínuo de transmissão cultural.
Portanto, é CORRETO afirmar: a) Os indivíduos são seres antissociais que somente pautam suas vidas influenciados pelo individualismo utilitário. b) A socialização não expressa a heterogeneidade das populações e seus modos de vida, mas somente a condição de nascimento das pessoas. c) A socialização desagrega os indivíduos numa comunidade, impossibilitando as relações sociais e a participação em decisões públicas. d) Socialização é o processo de aprender a tornar-se membro de uma sociedade, por meio do qual nos tornamos seres sociais.
02. (Uel) “Socialização significa o processo pelo qual um indivíduo se torna um membro ativo da sociedade em que nasceu, isto é, comporta-se de acordo com seus folkways e mores [...]. Há pouca dúvida de que a sociedade, por suas exigências sobre os indivíduos, determina, em grande parte, o tipo de personalidade que predominará. Naturalmente, numa sociedade complexa como a nossa, com extrema heterogeneidade de padrões, haverá consideráveis variações. Seria, portanto, exagerado dizer que a cultura produz uma personalidade totalmente estereotipada. A sociedade proporciona, antes, os limites dentro dos quais a personalidade se desenvolverá”.
Fonte: KOENIG, S. Elementos de Sociologia. Tradução de Vera Borda, Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1967, p. 70-75.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar: a) Existe uma interação entre a cultura e a personalidade, o que faz com que as individualidades sejam influenciadas de diferentes modos e graus pelo ambiente social. b) Apesar de os indivíduos se diferenciarem desde o nascimento por dotes físicos e mentais, desenvolvem personalidades praticamente idênticas por conta da influência da sociedade em que vivem. c) A sociedade impõe, por suas exigências, aprovações e desaprovações, o tipo de personalidade que o indivíduo terá. d) O indivíduo já nasce com uma personalidade que dificilmente mudará por influência da sociedade ou do meio ambiente. e) São as tendências hereditárias e não a sociedade que determinam a personalidade do indivíduo.
03. (Ufpr) A socialização da criança é fundamental para a construção do eu social. Em que consiste esse processo e por que a sociologia atribui-lhe tanta importância? 04. (Ufpa) Pode-se dizer que as diferenças culturais existentes na humanidade são explicadas e compreendidas, entre outros fatores, por meio de seus processos de socialização. A escola é um importante espaço desse processo porque a) proporciona a educação formal, que é um instrumento relevante na manutenção das realidades socioculturais, uma vez que apenas os membros mais velhos de uma dada sociedade determinam o modo se ser, agir e pensar das novas gerações. b) é possível perceber, no universo da sala de aula, o caráter formal e informal da educação, pois alunos e professores trazem consigo uma bagagem cultural que se manifesta espontaneamente e em situações diversas. c) transmite modelos sociais de comportamento homogêneo, uma vez que as diferenças sociais e culturais entre as pessoas garantem o dinamismo neste processo educativo. d) busca ampliar ações afirmativas por meio do diálogo com outras identidades, ou seja, o interculturalismo, baseando-se na eliminação das diferenças socioculturais e reforçando conflitos e disputas pela manutenção ou ampliação de poder. e) aprender e ensinar aspectos culturais são processos que se manifestam em momentos e lugares específicos da educação formal, como é o caso do que se processa nas escolas e universidades.
05. (Uem) “O casamento é assim há cerca de três mil anos. A monogamia surgiu com a família, para garantir a manutenção da herança nas mesmas mãos. A relação fora do casamento era um crime inadmissível, o adultério. Mas só para as mulheres, pois o marido não podia correr o risco de ter um filho bastardo. Os homens não tinham esse problema.
Sempre se sabe quem é a mãe de uma criança. Já o pai precisou esperar até a Ciência desenvolver os testes com base no DNA para ter certeza de que o filho é seu.”
(OLIVEIRA, Malu. Homem e mulher a caminho do século XXI. São Paulo: Ática, 1997, p. 30).
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a instituição família, assinale o que for correto. 01. Os laços de parentesco são estabelecidos a partir da consanguinidade ou do casamento. 02. Em determinados contextos, o crime de adultério serviu para penalizar e expor as mulheres a severos julgamentos sociais sobre sua idoneidade moral. 04. Os modelos de família patriarcais não influenciaram a formação social e cultural das sociedades ocidentais. 08. A família é uma instituição social estática, e os exames de DNA são recursos modernos que dificilmente são utilizados para definir a paternidade. 16. Nas sociedades ocidentais, as uniões monogâmicas são instituições que auxiliam a perpetuação das heranças em uma mesma unidade familiar.
Questão 01. Gab. E - Ainda que a escola tenha como função desenvolver o senso crítico-reflexivo nos estudantes, ela também tem uma função de reprodução da sociedade: a de transmitir o legado cultural através das gerações. Assim sendo, ela não pode ser absolutamente revolucionária, pois isso faria com que ela deixasse de existir. Questão 02. Gab. D - A alternativa D é a única que não está de acordo com o tipo de socialização familiar. Na família, as relações não são formais e hierárquicas como o Estado. Por acontecerem em ambiente privado, há diversas formas de organização dessas relações, dependendo da forma como a família é construída, exatamente como pondera a alternativa C.
Exercícios Complementares
01. (Upe ssa) A Escola é considerada pela Sociologia uma instituição, pois se trata de um conjunto de relações entre indivíduos mediadas por normas e procedimentos padronizados de comportamento, aceitos pela sociedade como importantes para a socialização dos sujeitos e para a transmissão de determinado conhecimento compartilhado pela cultura.
Assinale a alternativa que NÃO indica uma das funções das instituições escolares. a) Preparar os sujeitos para os papéis profissionais e ocupacionais. b) Transmitir a herança cultural do grupo. c) Promover a mudança social por meio de pesquisas. d) Estimular a sociabilidade entre os sujeitos. e) Desenvolver o senso crítico-reflexivo para questionar a autoridade dos adultos e romper com as regras sociais.
02. (Upe ssa) Leia a tirinha de Mafalda a seguir:
Disponível em: <http://www.praquemgostadeler.com.br/2013/04>
Ela apresenta um grupo social responsável pela socialização dos mais jovens. Sobre esse assunto, assinale a alternativa que NÃO indica uma característica desse conceito sociológico. a) Os membros desse grupo se conhecem intimamente, possibilitando contatos sociais, pessoais e totais, ou seja, intensos. b) Os indivíduos pertencentes ao grupo são insubstituíveis por haver uma relação de dependência entre si. c) O tamanho do grupo varia bastante, sendo, atualmente, constituído por relações de parentesco diversificadas, baseadas em laços biológicos e, também, afetivos. d) As relações entre os membros desse grupo tendem a ser formais e hierárquicas, obedecendo a uma organização determinada pelas leis formais do Estado. e) A coesão das relações entre os indivíduos é constituída de objetivos mediados pelo trabalho e pelo uso de recursos materiais.
03. (Uema ) A Sociologia, tradicionalmente, é a ciência que estuda a sociedade. Expressão abstrata, visto que não há uma definição precisa. Mas, a literatura indica que toda sociedade deriva de grupos sociais, compreendidos como “um agregado de seres humanos no qual (1) existem relações específicas entre indivíduos que o compreendem e (2) cada indivíduo tem consciência do próprio grupo e de seus símbolos”. É necessário, portanto, que haja interação e identidade entre os membros do grupo.
OUTHWAITE, William; BOTTOMORE, Tom (editores). Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2008.
Um exemplo de grupo social é (são) a) multidão em um domingo na praia. b) pessoas em uma fila de cinema. c) alunos em uma sala de aula. d) jovens em festival de música. e) indivíduos lendo jornal.
04. (Upe-ssa ) Observe a imagem a seguir:
Disponível em: <https://lucasarodrigues.wordpress.com/2013/11/28> Acesso em: junho 2015
Questão 05. Gab. 01 + 02 + 04 + 08 = 15. A alternati va 16 é a única incorreta. Ainda que a sociedade ocidental esteja vivendo uma alteração na concepção de família, o modelo tradicional (de pai, mãe e fi lhos) conti nua a existi r, mesmo que eventualmente deixe de ser hegemônico.
A relação social estabelecida ocorre entre dois agentes sociais.
Aparentemente um dos lados exerce infl uência signifi cati va sobre o outro. A Sociologia classifi ca essa ação como a) Interação social não recíproca. b) Interação social bilateral. c) Retardamento cultural. d) Assimilação direta. e) Aculturação.
05. (Uem) Sobre a insti tuição familiar é correto afi rmar: 01. A palavra família é usada para designar grupos bastante disti ntos, que vão além da estrutura nuclear composta pelas fi guras paterna e materna, cuidadoras dos fi lhos biologicamente gerados. 02. O reconhecimento da diversidade familiar pela lei e pelo Estado garante uma ampliação dos direitos de benefi ciários de pensão, divisão de bens, adoção e herança. 04. A desvinculação da noção de família e de parentesco das determinações consanguíneas permite a formulação de pautas de reivindicação políti ca associadas ao feminismo e à conquista de direitos dos homossexuais. 08. A defi nição de família se dá por meio de uma lógica de classifi cação social, dinâmica e variada, como já apontou o antropólogo Claude Lévi-Strauss. 16. O modelo hegemônico de família existente no mundo ocidental está prestes a desaparecer como insti tuição social, devido aos ataques morais sofridos nas últi mas décadas.
06. (Upe ssa ) Leia o texto a seguir:
Amor
Menino rejeitado por casais heterossexuais por ser “feio e negro demais” é adotado por casal homossexual
O garoto de quatro anos havia sido rejeitado por outros três casais heterossexuais.
Atualmente, um dos debates mais acirrados da sociedade brasileira diz respeito à capacidade de casais homossexuais fornecerem estrutura familiar para o desenvolvimento de uma criança. Ao contrapor o senso comum de que apenas a família
Questão 06.
Gab. B - Implicitamente, o texto faz referência à família como insti tuição social. Podendo variar historicamente e culturalmente, a família pode ter diversas confi gurações, tal como apresenta o texto da questão. consti tuída por um homem e uma mulher pode oferecer essa estrutura, ganhou repercussão, nas redes sociais, o caso do garoto de quatro anos que foi adotado por um casal homossexual após ser rejeitado por três casais heterossexuais com as justi fi cati vas de ser “feio” e “negro demais”. (...)
Disponível em: <htt p://www.diariodepernambuco.com.br/ app/noti cia/brasil/2015/02/27/> Adaptado. Acesso em: junho 2015
O tema apresentado no texto se refere ao conceito sociológico de a) Comunidade. b) Insti tuição social. c) Indicadores políti cos. d) Igualdade de gênero. e) Democrati zação das classes trabalhadoras.
07. (Ueg GO) Para as “boas” escolas vão sempre os professores mais competentes e experientes. Nelas, as condições de trabalho são melhores. Há um número menor de alunos por turma e o tempo de aula é maior. O material didáti co é abundante e de boa qualidade.
Nas escolas “carentes” dá-se o contrário. Os professores estão sobrecarregados e insatisfeitos. Por causa disso, ficam pouco tempo na escola. O material didático (cartilhas, livros etc.) é inadequado e insuficiente. As turmas estão superlotadas e as crianças têm menos tempo de aula. Nessas escolas, os professores faltam com mais frequência às aulas, os alunos são rebeldes ou desinteressados e há mais problemas de disciplina.
CECCON, C.; OLIVEIRA, M. D ; OLIVEIRA, R. D. A Vida na escola e a escola da vida. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1983. p. 52-53.
As afi rmações acima, em nível geral, apresentam uma descrição do sistema escolar brasileiro em seu nível fundamental. Essa situação do sistema escolar pode ser melhor explicada a parti r de qual teoria sociológica? a) A teoria das classes sociais, que apresenta a divisão social e seu processo de reprodução no âmbito escolar, tal como apresentado por várias pesquisas da sociologia da educação. b) A teoria da ação social, que diz que o sujeito atribui um senti do à sua ação voltado para a ação dos demais e, nesse senti do, a escola é produto da ação social de professores e alunos e suas diferenças são o resultado delas. c) A teoria da modernização, segundo a qual os mais pobres vão sendo paulati namente inseridos na modernidade, passando de condições precárias, inclusive escolares, para melhores condições de vida. d) A teoria da urbanização, que afi rma que existem diferenças espaciais nos grandes centros urbanos que tendem a ser superadas com o processo de desenvolvimento urbano, explicando as diferenças no sistema escolar e sua superação.