ano 14 • número 40 • março de 2013
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IMPRESSO
Lançamentos Diário de um adicto
Marcando o começo de um novo selo editorial, este livro traz o depoimento corajoso de um dependente químico em recuperação A obra traz uma visão realista da doença da adicção e de quanto sofrimento pode haver na vida de quem usa drogas, bem como nas vidas dos familiares. É também uma inspiração e uma prova de que se deve ter esperança, conforme defende o autor, Adilson Mételer, em uma entrevista exclusiva páginas 2 e 3
Respostas dos espíritos
Waldenir Aparecido Cuin Estudo • 14x21 cm • 224 pp. • R$ 23,00 Neste livro, Waldenir Cuin selecionou algumas questões de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, para refletir junto ao leitor sobre temas do cotidiano, com o objetivo de fazer da análise de cada uma a base para entendermos nossa própria evolução moral e espiritual e reformular nossa conduta.
Felicidade é algo que se aprende
Lúcia Cominatto • Irmã Maria do Rosário (espírito) 14x21 cm • 256 pp • R$ 25,00 Esta é uma obra onde é possível encontrar o esclarecimento necessário para nos redimirmos dos nossos erros e podermos aprender e conquistar a verdadeira felicidade, sempre tão desejada. Façamos destes ensinamentos uma norma de vida, para que a dor e a aflição fiquem cada vez mais distantes.
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Comentários dos nossos leitores sobre livros de Allan Kardec e Lucia Moysés
página 3
Jesus: o dependente químico pode contar com esta poderosa orientação espiritual
página 4
página 4 1
Lançamento Editorial As águas de março vão fechando o verão e o Leitor EME chega com uma enxurrada de novidades. A principal delas é o lançamento de um novo selo editorial, o Nova Consciência. Segundo o grupo Narcóticos Anônimos, a tarefa de definir adicção tem desafiado médicos, juízes, padres, os próprios adictos e suas famílias. Existem tantas definições potenciais quanto existem grupos com interesses em definir adicção. Diante desta necessidade e da importância do tema, surge este novo selo, com o propósito de esclarecer sobre o assunto e, ao mesmo tempo, trazer esperança para quem enfrenta o problema que é destaque também no texto do psicólogo Frederico Eckschmidt. E não deixe de conferir a entrevista sobre a EME no “A vida continua”! Até a próxima!
Expediente Leitor EME é um boletim informativo da Editora EME, distribuído gratuitamente Editor: Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo Jornalista responsável: Rubens Toledo – MTb 13.776 Diagramação: Editora EME Fotolitos e impressão: Gráfica EME Tiragem desta edição: 3.200 exemplares Vendas: (19) 3491-7000 vendas@editoraeme.com.br
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O autor
Paulista da cidade de Pirassununga, Adilson Mételer vive há 41 anos em Americana, também no estado de São Paulo. Casado há 19 anos com Emília Adriana com quem tem dois filhos, Guilherme (18) e
Elis (17), Adilson tem Nível Médio completo e alguns cursos de dependência química pela FEBRACT – Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas. Mas este belo quadro não é composto apenas de cores vibrantes. Aos 12 anos, Adilson se envolveu com drogas e se tornou usuário de maconha, álcool e anfetaminas (re-
médios para emagrecer). Por causa disso, passou por internações breves em sanatórios psiquiátricos e hospital geral (pronto socorro) para desintoxicação. Segundo ele, o mais marcante “foi conviver com doentes mentais, depressivos, suicidas e tomar medicação que impede os movimentos até faciais”. Durante este período turbu-
Entrevista com o autor O que é adicto/adicção? Escravo/escravidão. Pessoas de pouco equilíbrio emocional. Dependentes de sensações pesadas, prazer imediato. Pra resumir é isto. Adicção tem cura? Tem cura por um dia de cada vez, como qualquer doen ça crônica. Qualidade de vida e aprender a conviver com ela é a meta, o objetivo. O que faz uma pessoa se tornar adicta? Estudos demonstram que já nasce com maior tolerância do organismo para substâncias que alteram o humor, e que suas mentes têm leitura bastante diferente das pessoas do cotidiano e dos fatos da vida. E o que a faz deixar de sê-lo? O sofrimento e a certeza de que já não encontra mais alívio no uso das drogas. Você definiria a adicção como um problema social, fisiológico, psicológico ou moral? Ou nenhum deles? Todos os aspectos, para ser breve. Qual a importância da família nestes casos e o que ela deve fazer diante deste problema? Paciência. Aceitação. Conhecimento. A família pode comprometer a recuperação para resultados ruins ou bons. Por que escrever sobre este tema e qual seu objetivo com Diário de um adicto?
Percebo a necessidade de uma linguagem mais simples. Há excelentes livros, mas com linguagem muito técnica, e sem vivência e convivência com a questão. Daí o motivo. Chamar para a divulgação, para um debate de forma mais simples e leve. Encontrar mais respostas através do retorno e contato com os próprios leitores que irão questionar o que eu escrevi. Você foi usuário de drogas? Comecei aos 12 anos de idade. Usava maconha, ál cool e anfetaminas. Então o livro é baseado em fatos reais? Exatamente, mas tem a visão pessoal que dá desfechos diferentes, opinião própria. Sendo assim você enfrentou internações. O que mais te marcou neste período? Sim. Internações breves em sanatórios psiquiátricos e hospital geral para desintoxicação. Mais marcante foi conviver com doentes mentais, depressivos, suicidas e tomar medicação que impede os movimentos até faciais. Diante de sua experiência, o que você pensa sobre internações involuntárias? Sou favorável desde que não haja excessos. O dependente perde a condição de decidir por tratamento, perde o senso de razão, de censura e de direitos indivi-
duais familiares, sociais. Se não for detido pode causar prejuízos irreversíveis ao seu redor. Prejuízos emocionais, físicos, financeiros etc. Em sua opinião, a chance de recuperação é diferente em internações voluntárias e involuntárias? Na internação voluntária a receptividade é automática, imediata. Na involuntária ela pode ocorrer gradativamente ou não, mas mesmo assim o fato de limitar as atitudes do dependente é uma evolução. É possível uma pessoa que está em recuperação ter uma recaída? Por que isto acontece? Recaída acontece quando se abandona o tratamento – pequenos procedimentos que fortalecem a recuperação. O dependente vai ficando enfraquecido – ressentido – sente que não vale a pena. Convence a si mesmo e volta a usar. Quais os sintomas da recaída? Isolamento e falta de gratidão são os mais comuns. Dificuldades nos relacionamentos. Como evitar que o adicto tenha uma recaída? Incentivando-o sempre a manter contato com outros em recuperação, e a leitura, o conhecimento do programa de doze passos, o conhecimento da doença e de si mesmo.
ançamento EME A obra lento, ele se tornou morador de rua e chegou a tentar o suicídio. De sua experiência nasceu Diário de um adicto, seu primeiro livro. Nesta entrevista exclusiva ele fala mais sobre o tema, sobre o livro e sobre a importância da espiritualidade e da família, deixando uma carinhosa mensagem de esperança aos leitores. Acompanhe.
É muito grande o número de recaídas? Por que isso acontece? Sim. A maioria não gosta de compromissos. Querem se recuperar sem fazer nada e tendo as mesmas atitudes de antes. Velhas estradas levam aos velhos lugares. Há mais de 17 anos você atua como consultor em Dependência Química. Como você definiria a importância deste seu trabalho profissional? Deixo que quem receba avalie. Os resultados surgem em longo prazo e estou feliz com isso. No caso da adicção, a questão da espiritualidade tem importância para o tratamento? A espiritualidade é de suma importância. É a base da recuperação. Princípios espirituais como humildade, perdão, boa vontade, mente aberta e honestidade. Sem estes princípios não há crescimento em nenhuma área. Que mensagem você deixaria para nossos leitores? Que leiam com carinho e tenham esperança, fé e coragem, porque há um horizonte novo se abrindo para este grande problema. O fato de qualquer pessoa poder ler este livro dá valor a esta verdade. Perseverança. Obrigado.
Diário de um adicto
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Li e gostei
Adilson Mételer Dependência Química • 14x21 cm • 160 pp. • R$ 20,00 Segundo o psicólogo Valci Silva, ao ler este livro, em que Adilson Mételer relata o que é o redemoinho do mundo das drogas, pois já viveu dentro dele e conheceu suas consequências, o leitor poderá entender que este caminho nada constrói. Antes, destrói a dignidade humana, a família, a humanidade. O leitor também poderá compreender que a evolução é a lei da vida, e nada escapa a ela. Afinal, alerta Valci, a vida é sempre o resultado do que fazemos dela, como herdeiros de nós mesmos.
Nas mãos amigas dos pais A leitura é emocionante, principalmente porque são depoimentos e experiências, e não simples teorias. Ajudou-me muito e agora reflito nos meus relacionamentos e sinto, também, que saí enriquecido após a leitura.
Trecho da obra O sol estralando no asfalto. Lá vem ela já com seus 56 anos, duas sacolas nos braços. Veio de ônibus, duas conduções. Está em pé desde as seis horas da manhã, para chegar na comunidade às nove horas. Seu filho está aqui há dois meses. A mãe enche os olhos ao perceber o quanto ele engordou, o quanto está melhor, fisicamente. Ela trouxe lasanha no tup peware e, num pequeno frasco, suco de acerola, que dizem que é bom para gripe. Pensou em tudo. Cuidando carinhosamente dele como se fosse um bebê. Cigarros do Paraguai, balas, bolachas – juntara moedas para comprar. Sorri com o filho no seu abraço. – Foi Deus quem me deu ele. Já é sua quarta internação. Ele tem 22 anos. Nos dias anteriores, exercitou com força a má vontade. Reclamou de tudo, não quis fazer e nem participar de nada.
É marrento e preguiçoso. Se falar isso para a mãe, ela debate. Apesar dos seus 96 quilos, ele é apenas uma criança para a mãe zelosa. Cheia de esperança. Mas a esperança cega os olhos de uma forma que a pessoa não consegue ver o óbvio. Pior: às vezes, cega o discernimento. Não podemos deixar a esperança se transformar em cega ilusão. Conversando com ela num momento separado do grupo, ela me confessou: – Sei que ele é difícil, mas se eu não me enganar e contar pra mim mesma que tudo isso é um pesadelo que está acabando, eu sofro ainda mais e perco o estímulo de estar com ele. Hoje, que sou pai, percebo que às vezes também acredito em mentiras sobre meus filhos, talvez para não estragar bons sentimentos que tenho sobre eles. Trecho extraído do capítulo “A mãe zelosa”, páginas 57 e 58.
João Francisco Barreto Neto mora em Niterói/RJ
O Evangelho segundo o Espiritismo Já li há anos atrás o Evangelho, mas não havia lido a coletânea de preces espíritas. Estou tendo a oportunidade e o prazer de ler as preces. Só espero que um dia eu possa colocar seus ensinamentos em prática, por que reconheço que sou uma alma caída. Espero, sinceramente, poder um dia ser um servo de Deus em Cristo Jesus. Edson de Oliveira mora em Itanhaém/SP
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EME na mídia O programa “A vida continua” esteve em Capivari conversando com Arnaldo Camargo, fundador e diretor da Editora EME que completou 30 anos de serviços na difusão do espiritismo através do livro.
Na entrevista, Arnaldo conta a história que se iniciou com sua primeira empreitada, a Gráfica e Editora ABC do Interior até aos dias de hoje, quando a EME se consolida como a segunda maior editora do país, com mais de 400 títulos publicados, incluindo O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. Arnaldo também fala sobre a Casa da Criança e a Comunidade Nova Consciência. O programa “A vida continua” é transmitido pelo Canal 8 NET–Campinas; Canais 9 e 96 da NET-ABC e TV Cidade, NET-Taubaté. É produzido e apresentado por Rubens Toledo, jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes (USP). A partir de 1989, Rubens, jornalista responsável pelas publicações da EME, abraçou a causa da unificação e da difusão doutrinária, centrando todos os esforços na produção e apresentação do programa, que está no ar desde o ano 2000 e que está disponível na internet, no endereço www.avidacontinua.org.br. Para assistir ao programa com a entrevista completa, visite http://youtu.be/ TWxnQTydyIY.
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Jesus: o caminho da verdade e da vida
Por Frederico Eckschmidt
Para a psicologia moderna, tratar da recuperação de um paciente, ainda mais dependente químico, seguindo os ensinamentos éticos de Jesus pode ser um problema, pois se trataria claramente de um conselho de perfeição. “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai” (Mateus 5:48). Para a maioria das pessoas, seguir literalmente esse ensinamento causaria certa incompatibilidade com sua existência material. Por isso, a psicologia pode sugerir outra forma de compreender esses ensinamentos através das vivências interiores. Compreendida dessa forma, a vida de Jesus torna-se uma espécie de manual para promover a recuperação de uma dependência química, permeado por valores éticos, disciplina, respeito à vida, criatividade para lidar com questões externas e internas, autoconhecimento e cultivo da espiritualidade. Aceitando a perda de controle de sua vida pela compulsão de usar álcool ou drogas, o dependente deve pedir ajuda. Mas muitas vezes ele não aceita essa ajuda, por causa da própria doença. Neste ponto ele deve se lem-
brar das palavras de Jesus que ensinava: “o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. (...) Porque quando estou fraco então sou forte.” (2 Coríntios 12:9 e 10). Em seguida, Jesus nos convida: “não resistais ao mal” e “amai a vossos inimigos” (Mateus 5:39 e 44). Essas frases analisadas, no sentido simbólico, nos ensinam a amar e nos reconciliar com os elementos de nossa personalidade que consideramos inaceitáveis e que relegamos ao inconsciente. Esse é o nosso inimigo interno que se alimenta de culpa, raiva, remorsos e sentimentos não aceitos pela consciência. E oferecer resistência a eles causa uma divisão na personalidade do indivíduo, gerando uma grave neurose. Essa mesma advertência aparece em seus ensinamentos quando ele adverte: “entra em acordo sem demora com o teu adversário” (Mateus 5:25). Esse é um passo decisivo, pois exige que o dependente comece um processo de autoconhecimento profundo. Nesse ponto é sempre recomendada a ajuda de um psicoterapeuta especializado, além da ajuda de um grupo como
o AA (Alcoólicos Anônimos) ou o NA (Narcóticos Anônimos). Esse processo de transformação interior é demorado e não deve ser conduzido com ansiedade. Cada dia deve ser visto como uma oportunidade dessa reconstrução da personalidade. Como foi ensinado: “não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações!” (Mateus 6:34). Este é o significado psicológico da “ressurreição” de Cristo – no sentido de ressurgir após a morte, não no sentido religioso – que representa o nascimento de uma personalidade mais abrangente que pode resultar da aceitação consciente da prova de crucificação, ou seja, simbolicamente é saber enfrentar os problemas de nossa realidade cotidiana e aceitar a realização de nosso ser, cumprindo assim nosso destino. Para um dependente químico, livrar-se das drogas é o início de uma nova vida. Lidando com os problemas de uma maneira mais criativa e cultivando sua paz interna. Assim ele pode encontrar o tesouro que está em seu coração (Lucas 12:34) e viver uma vida realizada e plena de amor e abundância (o reino de Deus). * Frederico Eckschmidt é psicólogo clínico, diretor do Núcleo Synthesus e especialista em dependência química. Informações em www.nucleosim.com.br Publicado originalmente na revista Universo Espírita, edição 60