Lançamento EME
Editorial Olá! Na entrevista deste mês, você vai conhecer um pouco mais sobre o escritor Geziel Andrade e sua nova obra, O homem que mudou a história, que fala sobre a vida e os ensinamentos de Jesus. Além de comentários de leitores sobre dois dos nossos livros, você vai conhecer mais dois lançamentos e quatro novas edições de sucesso. Vai poder ler sobre a importância dos romances espíritas para o crescimento dos leitores, e conhecer um projeto desenvolvido pela Casa da Criança de Capivari, a terra natal da Editora EME, em dois textos envolventes e que servem para muita reflexão. Tem isso. E ainda mais! Folheie, aproveite mais esta edição do Leitor EME e aguarde a próxima!
Expediente Leitor EME é um boletim informativo da Editora EME, distribuído gratuitamente Editor: Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo Jornalista responsável: Rubens Toledo – MTb 13.776 Diagramação: Editora EME Fotolitos e impressão: Gráfica EME Tiragem desta edição: 3.500 exemplares Vendas: (19) 3491-7000 vendas@editoraeme.com.br
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O autor
Geziel Andrade nasceu em Mogi Mirim, SP, e reside na capital do estado. É casado com Nadja, com quem tem dois filhos, Alexandre e Elaine. Mestre e doutor em economia, aposen-
tou-se como administrador do extinto Banespa. Tem importante atuação no movimento espírita, por meio de pesquisas e palestras. Mantém os blogs Artigos sobre Espiritismo (www.tiny.cc/Geziel) e Jorge Rizzini: vida e obras (www.tiny.cc/Rizzini). Dedicado à literatura espí-
rita, encanta a todos com seus textos “redigidos num estilo elegante, direto e, sobretudo, rigorosamente de acordo com a doutrina espírita”, segundo Jorge Rizzini. É autor de diversos livros espíritas (alguns em parceria com Ariovaldo Cavarzan), dentre eles: Amor e vida em família; Doen-
A obra ças, cura e saúde à luz do espiritismo; Educação espírita de nossos filhos; Manual e dicionário básico de espiritismo; O homem que conversou com os espíritos; Os espíritos, a música celeste e a música terrena; Perispírito: o que os espíritos disseram a respeito; Sexo sem preconceito, sem segredo, com equilíbrio.
Entrevista com o autor Como você conheceu o Espiritismo? Nasci em Mogi Mirim, interior de SP, em família espírita. Como meus avós e pais eram espíritas, fui criado no meio das atividades espíritas que eram desenvolvidas tanto na casa de meu avô, Juca de Andrade, quanto no centro espírita que foi fundado e dirigido por ele. Mais tarde, conheci melhor o Espiritismo nas reuniões de estudos espíritas realizadas nesse centro espírita e com a minha frequência e participação na Mocidade Espírita de Mogi Mirim. Depois disso, nunca mais parei de estudar, praticar a doutrina e participar do movimento espírita. Qual a importância do Espiritismo em sua vida? O Espiritismo tornou-se o meu orientador religioso, filosófico e moral. Amo esses aspectos da doutrina espírita, por me orientar a ser homem de bem, pela prática das virtudes. Você possui alguma mediunidade desenvolvida? Jamais senti qualquer influência ostensiva por parte dos espíritos, a ponto de poder servir de intermediário para as suas manifestações ou comunicações. Mas, com certeza, sinto-me em constante sintonia mental com eles, recebendo conselhos, inspirações e ideias que orientam as minhas atitudes, condutas e realizações no cotidiano. Como você escolhe o tema de seus livros? Os temas dos primeiros li-
vros surgiram em minha mente e os capítulos ficaram prontos numa elaboração mental, à medida em que fui estudando, aprendendo e participando do Espiritismo. O trabalho foi apenas de passá-los para o papel, aperfeiçoá-los. Evidentemente, as minhas experiências profissionais e acadêmicas ajudaram-me muito nisso. Atualmente, eu realizo estudos espíritas de temas que tenho interesse ou dúvidas. Qual a principal motivação para escrever O homem que mudou a história? O Espiritismo é uma doutrina essencialmente cristã. Uma das primeiras coisas que aprendemos no Espiritismo é adotar Jesus como guia e modelo. E na vastíssima literatura espírita vemos em detalhes a revolução religiosa e moral que Jesus veio promover na Terra, por ordem de Deus, com os seus ensinos e exemplos. A partir disso, preocupei-me em ressaltar no livro, à luz do Espiritismo, os principais fatos ocorridos na vida de Jesus, bem como os seus feitos e legados que mudaram o curso da humanidade, ao aprimorar o mundo íntimo do homem e o seu modo de agir perante os semelhantes com um melhor entendimento de Deus, do reino dos céus e das verdades espirituais. O que o incentivou a desenvolver esse trabalho? O grande incentivo para o desenvolvimento desse trabalho foi tentar dar uma contribuição modesta para a evangelização, que é uma priori-
dade no movimento espírita, por engrandecer a alma do homem e acelerar a transformação moral da humanidade, com a disseminação da prática da sabedoria aliada ao amor. Quanto tempo levou para concluir a obra? Esse trabalho durou cerca de três anos para ser concluído. A bibliografia consultada foi bastante extensa, pois tive a extrema preocupação em retratar fielmente a vida e obra de Jesus sob o enfoque espírita. Qual a importância do estudo sobre a personalidade e os atos de Jesus? A personalidade e os atos de Jesus são tão elevados em relação à nossa condição humana, que exigem ainda muitos estudos e muitas reflexões para a nossa completa compreensão e principalmente identificação e conformidade com suas lições e exemplos. Mas nessa busca já contamos com o Espiritismo a nos orientar sobre: as aparições de anjos; as mensagens de esperança contidas no “Sermão da Montanha”; as lições sobre Deus; a prática do amor, caridade, humildade, simplicidade, discrição, modéstia, prece, fé, justiça, perdão e gratidão; as curas realizadas; os ensinos contidos nas parábolas; as promessas quanto ao porvir; a morte, ressurreição e aparições de Jesus. Estes temas, entre outros, foram abordados em detalhes no livro. Alguma coisa mudou na sua compreensão, depois de ter escrito esse livro? A elaboração desse livro
mostrou-me aspectos que não compreendia muito bem, a respeito da nobreza espiritual e moral de Jesus, da missão grandiosa que lhe foi confiada por Deus, bem como dos poderes que ele possuía sobre a matéria, os homens e os espíritos. Então, depois de ter elaborado esse livro, percebi que minha consciência se dilatou acerca de Jesus, seus ensinos, exemplos e realizações, que estão contidos no Evangelho. Quais são seus próximos projetos literários? Estou iniciando um novo livro sobre a felicidade à luz do Espiritismo, pela importância que ela tem para nós e pelas lições que a doutrina espírita nos oferece. Mas é um projeto ainda em desenvolvimento, cujo resultado só será possível avaliar melhor bem mais tarde. Deixe um comentário final para o leitor. Estou plenamente convencido de que devemos priorizar a evangelização no momento atual, em função da grave crise moral que a humanidade está enfrentando, por valorizar e se iludir com os tesouros e poderes materiais transitórios. A evangelização nos propicia a valorização dos tesouros religiosos, morais e espirituais, que garantem efetivamente o progresso intelectual e material aliado às boas condutas e à paz, bem como à felicidade duradoura. E nisso, o Espiritismo tem desempenhado valorosamente a sua missão de estabelecer a evangelização e o progresso moral na humanidade.
O homem que mudou a história Geziel Andrade 16x23 cm • 264 páginas • R$ 27,00 Muito se fala na atualidade sobre a personalidade e os atos do homem que mudou a história da Terra: Jesus Cristo. Por meio de uma ampla pesquisa e utilizando-se da capacidade de síntese, o autor expõe o que de mais belo encontrou sobre essa figura única e inesquecível, transmitindo os ensinamentos e exemplos a respeito de importantes assuntos. Se colocados em prática na vivência diária, os significativos ensinamentos presentes neste livro auxiliarão de forma especial no caminho do crescimento interior, inspirando sempre a reflexão sobre o que faria Jesus, em nosso lugar.
Trecho da obra Os fundamentos da maravilhosa doutrina religiosa, moral e espiritual de Jesus estão expressos no Sermão da Montanha. Todos esses fundamentos estão assentados na continuidade da vida da alma no reino dos céus, após a morte do corpo material. Reafirmando a existência de Deus e do reino dos céus, onde as almas dos homens continuam a existir após a morte do corpo material, Jesus fortaleceu a esperança na alma das pessoas simples, sofredoras e aflitas. Ensinou-lhes que as pessoas que enfrentam as tribulações da vida material praticando as virtudes desfrutam das bem-aventuranças no reino dos céus. Allan Kardec [...] nos ensinou que as bem-aventuranças prometidas por Jesus podem ser realizadas na vida futura em função da justiça divina, que recompensa as atitudes elevadas e as boas obras terrenas. Recomendou-nos a adoção das seguintes condutas elevadas perante a vida presente:
• Suportar as provas, lutas, dificuldades e tribulações da vida terrena com calma, serenidade, resignação e fé no futuro, tirando delas lições espirituais e tornando proveitoso o sofrimento terreno. • Conquistar as virtudes da humildade, simplicidade de coração, pureza de sentimento e nobreza no pensamento, porque são indispensáveis à conquista das boas condições de vida existentes no reino dos céus para a alma virtuosa. • Viver atendendo às vontades, aos desígnios e às leis de Deus, pela prática do bem, porque essa é a única forma da alma conquistar o progresso que lhe garante a felicidade na vida futura. [...] • Agir com misericórdia e indulgência perante as más ações do próximo, estendendo o perdão às ofensas recebidas, para ser digno de merecer o perdão do Pai celestial quando houver a prática de más condutas.
Almoço musicado – apresentação da Casa da Criança em festa de Capivari Eram quase 11h15 quando Nádya começou a cantar no almoço anual beneficente da Associação Santa Rita de Cássia, uma instituição organizada para o acolhimento de crianças e adolescentes que se encontram em situação de risco. Ela havia deixado o Emanuel, seu filho único, ainda de colo, com a mãe (algo que a incomodava um pouco – pensava se não estaria estorvando, quando na verdade aquilo era a maior alegria da avó). Agora já eram quase 11h40, ela tocava uma música nova da Marisa Monte, calma e bonita, mas continuava incomodada – ainda não sabia se daria certo a garotada da Casa da Criança tocar ali na festa. Tinha conversado com alguns conhecidos seus, combinando o horário da apresentação; pegara a assinatura dos pais e responsáveis por cada criança que viria; tinha ensaiado três músicas especialmente para o dia (podiam ter ensaiado mais, deveriam ter ensaiado mais, preocupava-se também). Sempre pode haver imprevistos; era preciso buscar as crianças (será que todas viriam?), o que ficara a cargo de um amigo; nessas festas o número de pessoas é grande, nem sempre se encontram aqueles com quem se combinou, essas coisas. Além disso, pensava em como o público receberia a apresentação das crianças, ainda amadora... Tudo era tão corrido, tudo estava corrido... Seu filho “já” tinha mais de um ano, mas cada dia era uma novidade; seus pacientes na fisioterapia demandavam não
Trecho extraído do capítulo “O Sermão da Montanha e as bem-aventuranças”, páginas 31 a 33.
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só seu tempo como bastante energia (que despendia com a convicção de ser aquela a sua vocação); e havia as inseguranças e os temores comuns aos pais de primeira viagem. A Nádya e o Lídio, os pais do “Manu”, organizaram juntos aquela apresentação no almoço da Associação. Apesar de ele também ter uma ocupação profissional em outra área, o atrativo que parece ter sido dos mais decisivos para a reunião do casal foi justamente a música. Lídio, além de professor de física, é baterista, e hoje viaja pelo Brasil prestando consultoria técnico-científica para uma empresa de equipamentos cirúrgicos. Por causa do trabalho, tem de passar boa parte da semana longe de casa, uma encruzilhada com que boa parte das mães e pais de hoje também se encontra: correr atrás do melhor pela família, para
de saneamento básico. A favela não tem esgoto, e as “casas” não têm banheiro – não aquele que conhecemos. A Casa da Criança, instituição criada há mais de 20 anos, atende cerca de 80 crianças locais. Fundada por um grupo de pessoas dispostas a oferecer não apenas um “abrigo”, alimentação e atividades diversas, mas uma nova perspectiva de futuro, a Casa retirava das ruas crianças e adolescentes pedintes e “cuidadores de carros” nos eventos públicos, nas praças centrais e na Igreja Matriz aos fins de semana. Hoje a Casa da Criança oferece regularmente serviços de que os diretores se orgulham, como aulas de informática, trabalho técnico de promoção social e profissional na comunidade, acompanhamento psicológico individual e em grupos (para crianças,
isso, infelizmente, tendo de ficar longe dela. Há cerca de três anos o casal criou o Projeto Sibemol: aulas de percussão e canto para crianças e adolescentes do bairro São Luís (frequentadores da Casa da Criança), em Capivari, no interior de São Paulo. Popular e pejorativamente conhecido como Morro dos Macacos, trata-se de um bairro de alta vulnerabilidade social: são mais de 50 barracos apinhados num terreno em declive grave, com todos os alarmantes índices a que muitos de nós, à força de escutar, estamos imunes a prestar atenção: desemprego e analfabetismo, falta de qualificação profissional, incidência de alcoolismo e tráfico, falta
para adolescentes, para mães/ pais/responsáveis), logística para a prática de esportes, dança e estudo, além dos almoços servidos diariamente aos meninos e meninas que frequentam a Casa. Alegria mesmo os diretores teriam se esses serviços não fossem necessários, se houvesse inserção e não segregação social (muitas vezes, autossegregação), algo pelo qual se tem trabalhado, junto às mães, junto às crianças – como nesse projeto musical. Há alguns anos já, a festa da Associação Santa Rita de Cássia, onde estava ocorrendo o almoço, acontece com o objetivo de arrecadar fundos e também promover essa outra instituição. No almoço daque-
le dia, inclusive, a pequena apresentação seria com crianças que em anos anteriores estavam trabalhando como flanelinhas aos arredores da festa. Mas agora elas vinham sob outra perspectiva: não pedindo, mas dando algo de si. A cidade como um todo teve uma queda no número de crianças exploradas nessa situação, mas o problema ainda persiste – há outros bairros vulneráveis, outros focos a se trabalhar. A festa da Santa Rita é um daqueles eventos concorridos na cidade, mas com fins sociais. É a sociedade que se organiza para promover uma instituição necessária, mesma sociedade que dá suporte à Casa da Criança (com participação em seus eventos, com doações, com o voluntariado, com destinação de parte do imposto de renda ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente). Esse suporte é indispensável, mas sem o protagonismo de uns poucos, sua participação direta e frequente, muitas dessas ações não existiriam. Pessoas como Nádya e Lídio, que parecem ter a compreensão de que, quando “ajudamos o próximo”, em verdade a primeira pessoa a quem estamos ajudando é a nós mesmos. Presenciar a desenvoltura e o desenvolvimento de uma criança, agora uma jovem, que viram crescer nas atividades daqueles anos, hoje formada (assistente social), empregada, desempenhando com sua voz uma canção de apelo (“Faz um milagre em mim”), era como uma
recompensa para algo que se fez sem esperar por ela. Os olhos das crianças e jovens, a presença alegre delas, suas conquistas – coisas que animam, trazem esperança, inspiram. E estavam todos muito sorridentes e empolgados, após a apresentação. Sim, tinha dado tudo certo. As crianças chegaram a tempo, se aprontaram a tempo – a tempo de assistir ao final do show da própria Nádya. Cantora profissional, além de fisioterapeuta, ela se apresentava na festa como sua colaboração para o evento, ao lado do Lídio e de outro colega, Mauro, que compunham o trio. E três sambas foi também o que as crianças ofereceram à plateia após o show deles, como uma sobremesa especial do dia, recebida com aplausos entusiasmados. Depois da apresentação, instrumentos guardados (quase uma miniescola de samba), todos se sentaram para também comer aquela famosa iguaria dos churrasqueiros locais, “porco no rolete”. Qualquer pedaço parecia ser gorduroso demais, diriam os caloricamente corretos de plantão, mas, pela delícia do preparo, um prato só parecia nunca bastar – disseram os músicos, profissionais e mirins, após seu almoço musical. *** A Editora EME é uma das parceiras na gestão da CEAC – Central de Educação e Atendimento da Criança, razão social da Casa da Criança. Parte das vendas de livros e também dos direitos autorais de diversos de seus autores são revertidos para apoiar os serviços prestados pela Casa.
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