Encontrando Presbíteros e Diáconos Fiéis - Thabiti Anyabwile

Page 1



“Como pastor, penso regularmente sobre o tipo de liderança que nossa congregação terá depois que eu estiver com o Senhor e ocupado com outras coisas. Os desafios de transição geracional na liderança da igreja são os maiores que uma igreja enfrentará. Com isso em mente, recomendo esta excelente contribuição de Thabiti Anyabwile a esta discussão tão necessária. Este livro promete ser realmente uma grande ajuda.” Douglas Wilson, professor de Filosofia e Línguas Clássicas, New St. Andrews College; pastor, Christ Church, Moscow, Idaho

“Escolher homens que liderarão a igreja é uma tarefa séria. Eu recomendo este valioso material escrito por Thabiti Anyabwile, meu amigo e parceiro no evangelho. Este livro é criterioso e prático. Os discernimentos de Thabiti neste livro ajudarão você a recrutar, alistar e reproduzir líderes fiéis em sua igreja.”

James MacDonald, pastor, Harvest Bible Chapel,

Rolling Meadows, Illinois

“Motivado por um amor óbvio pela igreja local, o pastor Thabiti leva muito a sério a liderança bíblica. Ele a leva tão a sério que escreveu um livro com o propósito de ser tanto bíblico quanto acessível ao povo da igreja – explicando claramente o ensino da Bíblia sobre as qualificações para liderança e muito mais. Depois de uma exposição cuidadosa de cada qualificação para liderança, ele inclui uma lista de perguntas proveitosas para os que


aspiram à liderança fazerem a si mesmos e para aqueles que entrevistarão esses aspirantes. Obrigado, Thabiti, por ajudar-me a pensar mais profundamente em meu chamado como presbítero e em meu esforço para formar líderes que glorificam a Deus e amam as pessoas na igreja de Cristo para a geração seguinte.” Tom Seller, pastor de Desenvolvimento de Liderança, Bethlehem Baptist Church, Minneapolis, Minnesota; Deão, Bethlehem College and Seminary

“Como identificamos, separamos e preparamos líderes dos quais precisamos tão urgentemente? O pastor Thabit escreveu um livro prático e teologicamente fiel que aborda esta pergunta crucial, com análise completa. Este é o tipo de livro que você desejará ter à sua disposição e a ele recorrer quando estiver pensando em possíveis diáconos e presbíteros para o ministério. O livro é atual, relevante e provoca reflexão.” Dave Kraft, pastor, Mars Hill Church, Orange County; Autor, Leaders Who Last

“Este livro de Thabiti Anyabwile é uma importante lembrança de um fato básico que pode ser facilmente esquecido na corrida por progresso eclesiástico – ou seja, que precisamos de presbíteros e diáconos fiéis. Embora este livro tencione ajudar os que estão procurando oficiais para sua igreja a saberem o que devem procurar em tais homens, achei as perguntas um


ótimo fortificante para minha alma e um espelho que revela áreas em que preciso aprimorar como pastor de igreja.” Conrad Mbewe, pastor, Kabwata Baptist Chruch, Lusaka, Zambia; Autor, Foundations for the Flock

“Este é um grande livro. É uma meditação abrangente das qualidades de presbíteros e diáconos que nos faz pensar cuidadosamente sobre o que Deus tenciona para seus líderes. Que tipo de pessoa as igrejas deveriam procurar? Você é esse tipo de pessoa? Mas, em segundo plano, este livro oferece uma reorientação radical do que é a liderança na igreja. A liderança da igreja não depende de sucesso profissional ou acadêmico e sim de piedade. Este livro pode mudar a maneira como os membros e líderes de igreja pensam sobre liderança, o que valorizam e o que cultivam. Líderes e membros serão igualmente beneficiados.” Jonathan Leeman, diretor editorial, Ministério 9 Marcas; Autor, A Igreja e a Surpreendente Ofensa do Amor de Deus (Editora Fiel)

“Encontrando Presbíteros e Diáconos Fieis oferece meditações sobre as Epístolas Pastorais que potenciais diáconos e presbíteros em treinamento precisam. Mas tanto pastores quanto leigos acharão estes capítulos discernentes e penetrantes, porque são fiéis à Escritura, culturalmente contextualizado e de implementação imediata. Há milhares de igrejas bem intencionadas que estão flutuando com prática religiosa medíocre e que po-


deriam ser transformadas em igrejas vibrantes, que agradam a Cristo, ganham almas e transformam sua comunidade, se os oficiais de suas congregações adotassem as exortações simples desta obra graciosa.” Eric C. Redmond, pastor principal, Reformation Alive Baptist Church, Temple Hills, Maryland

“Como membro de uma equipe de pastores que está sempre em algum ponto do processo de identificar, desenvolver e afirmar presbíteros e diáconos, recebo com alegria este livro de Thabiti Anyabwile. Correto desde o princípio, com a clareza e convicção de suas sentenças iniciais, este livro está marcado por ensino bíblico saudável. A transição coerente para conselho prático no final de cada capítulo é onde este livro prova realmente o seu valor. Será um guia muito útil para todos os que estão comprometidos em fazer liderança da igreja pela Bíblia.” Mike Bullmore, pastor, Crossway Community Church,

Bristol, Wisconsin


Encontrando PRESBÍTEROS e DIÁCONOS

Fiéis

THABITI ANYABWILE


A532e

Anyabwile, Thabiti M., 1970Encontrando presbíteros e diáconos fiéis / Thabiti Anyabwile – São José dos Campos, SP : Fiel, 2015. 240 p. ; 21cm. Tradução de: Finding faithful deacons and elders. Inclui referências bibliográficas e índice. ISBN 9788581322926 1. Anciãos (Administradores eclesiásticos) – Batistas. 2. Diáconos – Batistas. I. Título. CDD: 253

Catalogação na publicação: Mariana C. de Melo – CRB07/6477 Encontrando presbíteros e diáconos fiéis Traduzido do original em inglês Finding Faithful Elders and Deacons por Thabiti M. Anyabwile Copyright ©2012 por Thabiti M. Anyabwile

Publicado por Crossway Books, Um ministério de publicações de Good News Publishers 1300 Crescent Street Wheaton, Illinois 60187, USA. Copyright © 2015 Editora Fiel Primeira Edição em Português: 2015

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária Proibida a reprodução deste livro por quaisquer meios, sem a permissão escrita dos editores, salvo em breves citações, com indicação da fonte.

Diretor: James Richard Denham III Editor: Tiago J. Santos Filho Tradução: Roberto Freire Revisão: Elaine Regina O. Santos Diagramação: Rubner Durais Capa: Rubner Durais ISBN: 978-85-8132-292-6 Caixa Postal 1601 CEP: 12230-971 São José dos Campos, SP PABX: (12) 3919-9999 www.editorafiel.com.br


Índice Introdução.......................................................................................... 9

PARTE UM – ENCONTRANDO SERVIDORES DE MESAS 1 – Escolhendo o seu garçom: introdução para o diaconato..........17 2 – Cheios do espírito e de sabedoria..............................................23 3 – Sincero........................................................................................29 4 – Sóbrio e contente.......................................................................35 5 – Mantendo a fé............................................................................41 6 – Experimentados e irrepreensíveis.............................................49

PARTE DOIS – ENCONTRANDO BONS PRESBÍTEROS 7 – Sobre ovelhas e pastores: uma introdução para presbíteros...... 57 8 – Excelente obra almeja................................................................65 9 – Irrepreensível.............................................................................75 10 – Marido de uma só mulher.......................................................81 11 – Temperante, sóbrio, modesto.................................................89 12 – Hospitaleiro.............................................................................95 13 – Apto para ensinar..................................................................103 14 – Sóbrio, gentil, pacificador......................................................113 15 – Não amantes do dinheiro......................................................119 16 – Um líder em seu lar................................................................129 17 – Maduro e humilde.................................................................135 18 – Respeitado pelos de fora........................................................143


PARTE TRÊS – QUAL O TRABALHO FAZEM AQUELES QUE SÃO BONS PASTORES 19 – Os presbíteros refutam o erro...............................................153 20 – Os presbíteros refutam os mitos e treinam para uma vida piedosa...........................................................161 21 – Os presbíteros esperam em Deus..........................................169 22 – Os pastores ordenam.............................................................173 23 – Presbíteros não permitem que ninguém despreze a sua mocidade.......................................................................179 24 – Os presbíteros dão o exemplo...............................................183 25 – Os presbíteros ensinam.........................................................193 26 – Os presbíteros se desenvolvem.............................................201 27 – Os presbíteros vigiam suas próprias vidas...........................211 28 – Presbíteros vigiam sua doutrina...........................................217 Palavras finais.................................................................................225 Apêndice: Exemplos para os votos na ordenação de um pastor ou presbítero..........................................................229 Notas...............................................................................................233


INTRODUÇÃO “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros “ (2 Timóteo 2.2)

U

ma igreja sem líderes piedosos, é uma igreja em perigo. E uma igreja que não treina outros líderes é uma igreja infiél. Deus nos dá líderes nas igrejas para o seu amadurecimento, unidade e solidez em cada congregação local. Sem a existência de uma liderança piedosa, fiel e que se multiplica, a igreja sofrerá profundamente. O apóstolo Paulo reconhecia quão importante é esta liderança. Em sua segunda epístola a Timóteo, ele escreve ao seu filho na fé diversas instruções e exortações finais, incluindo esta de encontrar bons líderes. Timóteo cresceu sob a instrução espiritual de sua avó Loide e de sua mãe Eunice (2 Timóteo 2.2, 5). Ele viajou, serviu e aprendeu ao lado de Paulo. Agora, já perto do fim de sua vida, instruindo “à sombra do cadafalso”1 , Paulo escreve com profunda ternura,


ENCONTRANDO PRESBÍTEROS E DIÁCONOS FIÉIS

praticamente em todos os versículos. Entre as muitas jóias nessa carta, uma delas é sua maneira de encarregar Timóteo a encontrar “homens fiéis.” Os ensinos do apóstolo precisam, necessariamente, ser passados de mãos fiéis para outras mãos fiéis. E isso quer dizer que o pastor deve estar capacitado para encontrar homens capacitados e treiná-los. Se um homem não se encontra habilitado para discipular outros, parecerá bastante estranho que ele tenha sido chamado para o ofício pastoral. Eu sou o produto de um homem que me encontrou, levou à prova minha confiabilidade e, então, conferiu-me o tesouro do evangelho. Lembro-me de Peter Rochelle que, de modo altruísta, deu-me a oportunidade de trabalhar ao seu lado, na implantação de uma igreja. Primeiramente, buscou entusiasmar-me a pregar e a ensinar e, desde então, seu método expositivo tem influenciado minha vida. Depois foi Mark Dever, um talentoso e incomum discipulador de homens. Jamais poderei esquecer sua entusiástica generosidade a meu favor. Começou no dia da minha entrevista à membresia da Igreja Batista de Capitol Hill. Perguntou-me o que eu planejava para minha vida a longo prazo. Assim, um tanto intimidado, respondi-lhe: “Eu desejaria, se o Senhor me permitisse, ser um pastor de tempo integral.” “É mesmo?”, perguntou-me Mark, com sua sobrancelha curiosamente levantada, sua cabeça levemente de lado. Depois voltou-se para minha esposa e perguntou: “Ele é capaz de ensinar?” 10


Introdução

Oh, não, pensei. Essa eu não esperava. Que será que ela vai dizer? Para meu alívio, veio uma rápida e imediata resposta, “Oh, sim, é capaz”. Mark Dever virou-se para mim e disse, “você precisa chamar a secretária da igreja e dizer que lhe coloque em minha agenda de almoços. Temos que sair juntos e verificar alguns bons livros cristãos. Considere minha vida à sua disposição”. Nunca me esqueci dessas palavras. Meus cinco anos na Igreja Batista de Capitol Hill ficaram marcados pelas vidas de Mark Dever, Michael Lawrence, Matt Schmucker e um número enorme de outros homens – sem ainda mencionar toda a família de membros – que se derramaram em minha vida, confiando-me todas as coisas que eles ouviram, leram, viram e aprenderam consonante ao Senhor, ao Evangelho e à sua Noiva.

QUE TÊM OS MARQUETEIROS, QUE AS IGREJAS CRISTÃS NÃO TÊM? Por um bom número de anos, cada vez que eu visitava uma livraria, era abordado por alguém que me perguntava se eu estava interessado em “ganhar de 500 a 1.000 dólares por mês, trabalhando em minha própria casa, apenas 10 horas por semana”. Era como se eu tivesse um rótulo na testa, que dizia “bobo de marketing”. Eles queriam que eu me tornasse parte de sua “linha de apoio” – ajuntar-me à sua liga de insuspeitos, ingênuos, um tipo de marqueteiro “fique-rico-rapidamente”. Estes se multiplicavam rapidamente, e da maneira mais abrangente possível. 11


ENCONTRANDO PRESBÍTEROS E DIÁCONOS FIÉIS

O que aqueles “marqueteiros” possuem que os pastores cristãos não possuem? Se, num sistema de negócios de vendas diretas e “marketing”, seus associados estão constantemente buscando novos representantes, certamente nós, que somos embaixadores de Cristo, deveríamos fazer o mesmo. A nós nos foi confiado o ministério da reconciliação. Se fomos tornados em possessão do próprio Cristo, deveria ser nosso negócio e nosso prazer instruir outros mordomos das boas novas de Deus, que irão, por sua vez, procurar outros para, não só manter, mas também ensinar o evangelho. Dizer, porém, que um pastor deve procurar e treinar outros, é a parte mais fácil. Mas na prática, como isso acontece? Como fazê-lo? Nos capítulos que seguem, gostaria de convidar pastores e presbíteros para conversarmos sobre este assunto de procurar e treinar homens fiéis para a obra de liderança na igreja. Eu não sou um especialista. Não estou nisto por muito tempo e estou certo da existência de centenas de outros homens que podem fazer isto melhor. O que você não encontrará aqui é um processo de “dez passos para transformar homens espirituais em presbíteros”. Você não vai encontrar uma fórmula para tornar toda e cada pessoa em uma estrela da liderança . Em vez disso, o que segue são breves meditações nas instruções de Paulo a Timóteo, em 1 Timóteo 3 e 4. No capítulo 3, vamos examinar as qualificações bíblicas para presbíteros e diáconos e perguntar que tipo de caráter esses homens de12


Introdução

vem possuir e como podemos distingui-lo. No capítulo 4, vamos considerar o encargo de Paulo a Timóteo como um modelo para um ministério pastoral fiel. Com a bênção de Deus, enquanto andamos em passos vagarosos por 1 Timóteo 3 e 4, ponderaremos sobre as qualidades que devem ser procuradas e que responsabilidades devem ser cumpridas na liderança cristã. Muito mais se poderia dizer sobre este assunto tão importante. Muitos livros grossos têm sido escritos e estão disponíveis ao leitor interessado.2 Mas, espero que este pequeno volume venha complementar esses outros recursos, ajudando aos já sobrecarregados pastores que desejam cultivar outros líderes, mas que necessitam conversar com outro colega, a fim trazer à tona certas perguntas e ideias.

13



parte um

ENCONTRANDO SERVIDORES DE MESAS



1

ESCOLHENDO O SEU GARÇOM: INTRODUÇÃO PARA O DIACONATO

E

u frequento restaurantes com uma considerável regularidade. Ali ocorre muito do meu trabalho de discipulado. Encontro-me com homens da igreja em restaurantes para discutir as Escrituras, nossas vidas, e bons livros. Além de compartilhar um bom almoço, ser atendido por um bom garçom realmente ajuda a fazer desses encontros uma ocasião proveitosa. Quando os garçons se deleitam em seu serviço como servidores de mesas, quando são prestimosos em servir, quando estão disponíveis sem se tornarem intrusos, então a experiência é bastante agradável. O lado ruim é que os fregueses, normalmente, não podem escolher os seus garçons. Nós chegamos, um assento nos é apontado por uma recepcionista e depois aguardamos o garçom que, eventualmente, foi designado para a área onde estamos as-


ENCONTRANDO PRESBÍTEROS E DIÁCONOS FIÉIS

sentados. Poderá dar-se o caso que venhamos a ser servidos por um ótimo garçom ou garçonete, mas também poderá acontecer o contrário. Aquele que nos serve poderá, por exemplo, não conhecer bem o cardápio da casa, ou poderá estar passando por um dia em que as coisas não lhe correm bem, ou que não tenha muita experiência, ou, quem sabe, acabou de vir de outra mesa onde tenha sido maltratado. Em linguagem secular, ser servido por um bom garçom, “é uma questão de sorte”. Talvez, você ainda não tenha percebido, mas há pelo menos um aspecto na vida da igreja local que é como comer num restaurante. A igreja local, igualmente, tem aqueles que servem as mesas. Os chamamos de “diáconos”. O deleite, a paz, a unidade e o produzir frutos em uma igreja local, depende, em parte, de termos um grupo de servidores de mesa fiéis, que sempre estão presentes quando são necessitados, prontos para servir, sem se intrometerem naquilo que não lhes diz respeito. Os próximos capítulos se referem à procura de diáconos na igreja local – servidores de mesa fiéis, que se entregam ao serviço de cuidar das necessidades do corpo local. Nestas últimas duas ou três décadas, mais e mais igrejas estão adotando o modelo bíblico de uma multiplicidade de pastores, ou presbíteros, o que significa que a posição oficial dos diáconos tem sido redefinida ou negligenciada. Os diáconos, porém, são uma parte indispensável no serviço do corpo de Cristo e na multiplicação do ministério da igreja. Vemos isso claramente em Atos 6, onde os apóstolos encarregaram a igreja em Jerusalém de procurar diversos ho18


Escolhendo o seu garçom: introdução para o diaconato

mens cheios do Espírito e de sabedoria. A palavra diácono não é encontrada nesta passagem mas, entretanto, parece apontar nessa direção. A oportunidade: Em Atos 6.1 lemos que o número dos discípulos estava se multiplicando. Eram dias de prosperidade espiritual na conversão de muitas almas e de sua consequente matrícula na escola de Cristo. A Palavra de Deus avançava e produzia frutos. O conflito: Na igreja, porém, os gregos, ou melhor, os judeus helenistas, levantaram uma reclamação contra os hebreus, ou seja, os judeus que falavam hebraico. Aqueles não criam que a alimentação estava sendo distribuída equitativamente entre as viúvas. E não parecia que esta distribuição desigual estivesse ocorrendo de forma aleatória. Parecia que as viúvas estavam sendo atendidas de forma diferenciada, porque umas eram gregas e as outras, judias. A discrepância parecia ser um caso de preconceito étnico ou cultural, e essa situação ameaçava a unidade da igreja e o bem estar físico de alguns membros. A solução: então, os apóstolos deliberaram duas coisas. Primeiro, determinaram priorizar o seu próprio ministério da Palavra e da oração, acima do cuidado físico das pessoas necessitadas. Segundo, decidiram instruir a igreja a escolher sete homens para “servir as mesas” – diáconos (v.2). Assim procedendo, os apóstolos fizeram provisões para ambos os ministérios: da Palavra e do cuidado às viúvas. Para a sensibilidade moderna, “servir mesas” está, algumas vezes, conotado como uma posição de nível baixo e 19


ENCONTRANDO PRESBÍTEROS E DIÁCONOS FIÉIS

humilhante. Uma pessoa serve mesas quando ainda está estudando numa universidade, ou aproveitando o tempo, enquanto sua carreira profissional progride. Muitos assumem isso como um sacrifício necessário para ganhar sua subsistência. Mas, que diferença na igreja do Senhor! Os apóstolos, sob a inspiração do Espírito de Deus, aparentemente criaram um novo ofício na igreja, para o específico propósito de servir mesas. E a grandeza desse trabalho se vê: (a) no caráter dos indivíduos que deveriam ocupar este ofício (“cheios do Espírito e de sabedoria” – v. 3); (b) no fato que isto facilitaria o ministério da Palavra e da oração, e (c) no efeito unificador e fortalecedor que isto traria à igreja em geral. O diaconato é importante. Reconhecemos haver viúvas em nossa igreja que não estão sendo tratadas apropriadamente? Quem sabe, devamos considerar nosso trabalho com os diáconos. Existe alguma desigualdade na distribuição dos recursos benevolentes na igreja? Soa como algo prudente para a função dos diáconos. Existem tensões culturais e ameaças à unidade da igreja? Desejamos ver uma maior e mais diversificada integração da igreja na vida dos crentes? Pois a posição diaconal foi estabelecida justamente para promover uma harmonia que cruze as barreiras culturais e as diferenças de idiomas. A igreja está sendo ameaçada de uma ruptura em seu seio? Os diáconos eram como os “amortecedores” da igreja, em seu princípio. Eles absorviam as reclamações e as preocupações, resolvendo-as piedosamente e, assim, promoviam a unidade e o testemunho dos santos. 20


Escolhendo o seu garçom: introdução para o diaconato

Quando Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau foram comissionados para o diaconato, “crescia a Palavra de Deus e, em Jerusalém, multiplicava-se o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (Atos 6.7). Quem dentre nós não deseja ver a Palavra de Deus espalhando-se, o número dos discípulos crescendo rapidamente, um grande número de pessoas obedecendo à fé? Um ministério diaconal assim efetivo, facilitou na igreja primitiva, visto que liberou os “diáconos da Palavra” – os apóstolos – para levarem a cabo o seu trabalho. Com esta esperança em mente, eu oro para que o Senhor nos guie em nossa consideração de diáconos e de como encontrá-los em nosso meio.

21



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.