Sem medo da minha idade - Elyse Fitzpatrick

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O D ME E LY S E ICK R T A P Z FIT


O D ME

E LY S E F I T Z PAT R I C K

E LY S E ICK R T A P Z FIT

SEM MEDO DA MINHA IDADE

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Fitzpatrick, Elyse, 1950Sem medo da minha idade / Elyse Fitzpatrick ; [tradução: Elizabeth Gomes]. – São José dos Campos, SP: Fiel, 2019. Tradução de: The afternoon of life : finding purpose and joy in midlife. Inclui referências bibliográficas. ISBN 9788581325712 (impresso) 9788581325729 (ebook) 1. Mulheres cristãs – Vida religiosa. 2. Mulheres de meia idade – Vida religiosa. I. Título. CDD: 248.843

Catalogação na publicação: Mariana C. de Melo Pedrosa – CRB07/6477 Sem Medo da Minha Idade Traduzido do original em inglês The Afternoon of Life: Finding Purpose and Joy in Midlife Copyright © 2004 por Elyse Fitzpatrick

Publicado por P&R Publishing Company, P.O. Box 817, Phillipsburg, New Jersey 08865-0817 United States

Copyright © 2018 Editora Fiel Primeira edição em português: 2019 Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária

Proibida a reprodução deste livro por quaisquer meios, sem a permissão escrita dos editores, salvo em breves citações, com indicação da fonte.

Diretor: James Richard Denham III Editor-chefe: Tiago J. Santos Filho Editora: Renata do Espírito Santo Coordenação editorial: Gisele Lemes Tradução: Francisco Brito Revisão: Shirley Lima – Papiro Soluções Textuais Diagramação: Larissa Nunes Ferreira Capa: Larissa Nunes Ferreira ISBN: 978-85-8132-571-2

Caixa Postal, 1601 CEP 12230-971 São José dos Campos-SP PABX.: (12) 3919-9999

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Dedicatória Aos meus queridos: Wesley David, Hayden Dexter, Eowyn Elyse e Alexandria Louise, obrigada por toda a alegria que vocês trouxeram a este coração de mulher madura.



Sumário Introdução ....... 07

1 • Tudo Tem um Tempo Determinado ....... 21 2 • A Mulher Virtuosa no Entardecer da Vida ....... 39 3 • Somente Nós Dois ....... 59 4 • Não se Esqueça de Escrever ....... 81 5 • Deixando Seu Pai e Sua Mãe ....... 103 6 • Pode me Chamar de “Mimi”!

com Kathie Printy e Julie Smith ....... 123

7 • Quando as Crianças Voltam para Casa com Vickie Daggett ....... 141

8 • Querido Filho Incrédulo, Como Anseio por Sua Alma! com Eileen Scipione ....... 163

9 • Aqui, Mãe, Não Esqueça Seu Agasalho com Karen Haney ....... 179

10 • Estou me Acostumando com a Minha Aparência com Barbara Lerch ....... 199

11 • Mulheres Maduras no Ministério com Anita Manata ....... 221

Epílogo ....... 249 Agradecimentos ....... 255 Sobre as Colaboradoras ....... 257



Introdução

O “período de entardecer da vida” é uma expressão que usei pela primeira vez em Mulheres ajudando mulheres.1 Nos Estados Unidos, a expectativa de vida da mulher é de 79 anos. Se você dividir esses anos em segmentos de 15 anos e associar esses segmentos às diferentes partes do dia, terá o seguinte: 0–15: AMANHECER 16–30: DA MANHÃ AO MEIO-DIA 31–45: MEIO-DIA 46–60: DO ENTARDECER AO CREPÚSCULO 61–75: INÍCIO DA NOITE Mais de 76: NOITE.

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Elyse Fitzpatrick e Carol Cornish, Mulheres ajudando mulheres. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.

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Sem Medo da Minha Idade Sou uma mulher em pleno desabrochar do entardecer, e isso é algo que estou aprendendo a amar. Mas reconheço que nem sempre foi assim. Lembro-me da preocupação incrédula que acompanhou as primeiras ondas de calor que senti e de quanto meu coração se encheu de lágrimas durante as cerimônias de formatura tão esperadas. Lembro-me de quando aprendi a fazer comida suficiente para somente duas pessoas. Algumas partes dessas experiências foram mais difíceis que outras, e eu compreendo que talvez você esteja passando por um desses momentos difíceis e, por isso, considere o humor que pretendo usar aqui um pouco insensível e cruel. Por favor, não entenda mal o que estou dizendo ou minha maneira de dizê-lo. Já passei por alguns desses momentos difíceis e, ao refletir sobre eles, não os vejo somente em meio à escuridão, à confusão e ao desespero, mas na luz e com fé — e, em mim, isso produz humor. Talvez você não consiga rir comigo agora, mas talvez uma boa risada seja exatamente o que você precisa. Seja como for, por favor não se sinta incompreendida ou desprezada. Aquele que tem o amor e a compreensão de que você tanto necessita está hoje bem ao seu lado, como sempre esteve, e ele chora e sorri com você. Também é possível que alguns capítulos deste livro não se apliquem diretamente a você. Talvez você nunca tenha tido filhos e nunca tenha se preocupado com rugas. Contudo, confio que as verdades em cada um desses capítulos vão falar ao seu coração, mesmo que isso sirva apenas 10


Introdução

para ajudar suas irmãs que passam por dificuldade. Com isso, não quero dizer que as mulheres que não têm marido, filhos ou netos não sofram as angústias da vida vespertina; essas são as arenas em que já derramei meu sangue e esses são os campos que já arei.

Pequenos traidores amarronzados

Enquanto estou sentada bem aqui, na frente do meu teclado — algo que tenho feito muito nos últimos anos —, olho para minhas mãos... e sou lembrada novamente. Tem feito um verão maravilhoso e eu passei alguns dias agradáveis na praia —divertindo-me na água e dando risadas com os amigos. As mechas loiras no meu cabelo estão mais perceptíveis agora e minhas sardas estão no auge, pulando e gritando: “O verão chegou, estamos de volta! Vamos nos divertir!”. Minhas mãos ficaram mais bronzeadas, mas existe outra coisa que também é perceptível e acaba por tirar o foco daqueles agradáveis prenúncios de dias longos, borrifos de água salgada e areia quente. As pequenas pintinhas que eu tinha na pele estão se tornando manchas amarronzadas que me fazem lembrar da minha avó. Minhas pequenas sardas conspiraram contra mim e se transformaram em manchas da idade! Sim, é verdade. Não importa quanto eu lute ou tente ignorar, estou ficando mais velha, e essas pla11


Sem Medo da Minha Idade cas de sinalização superficiais não são as únicas coisas que indicam isso.

Mudanças no habitat

Nos últimos anos, meus filhos saíram de casa... e meu útero, a primeira casa deles, também. Os netos vêm me visitar, mas vão embora no final do dia e, por mais que eu fique feliz por vê-los, quando eles vão embora, já estou exausta. Como conseguíamos fazer isso? É o que meu marido, Phil, e eu nos perguntamos enquanto pegamos os brinquedos do chão com as costas e os joelhos doloridos. Eu tenho um novo queridinho... meu travesseiro. É meu novo melhor amigo. Quando não posso estar com meu travesseiro, sonho com ele, especialmente quando cochilo no sofá, no início da noite, porque é cedo demais para ir para a cama. À noite, Phil e eu ficamos olhando para o relógio, bocejando e esperando pela hora de poder ir para a cama (nove da noite é a Bendita Hora do Alívio). Quando, finalmente, nos rendemos ao canto da sereia do nosso travesseiro, eu me pego acordada às três e meia da madrugada, recitando os livros da Bíblia, orando e me perguntando o que aconteceu com o tempo em que eu era capaz de dormir tranquilamente durante toda a noite. Eu agora dependo do meu travesseiro para tudo — eu acho que ele é turco. Seu nome é Otomano. Adoro essa palavra: otomano. Eu só preciso colocar meus pés um pouco 12


Introdução

para cima, esse se tornou meu mais novo mantra. Por que eles não fazem cadeiras de escritório e computadores que ficam pendurados no teto para que eu me sinta confortável enquanto escrevo? Ah, o conforto, o querido e doce conforto!

Momentos terceira idade

Costumamos jantar às quatro e meia da tarde. Atualmente, quando vamos ao restaurante, chegamos a tempo de pegar a promoção especial para pessoas de terceira idade, que chegam cedo. Em geral, nós somos os mais jovens, ou pelo menos acreditamos ser. Eu já me flagrei dizendo: “Não posso comer tarde da noite porque, nesse caso, fico acordada a noite toda tomando antiácido”. Quando comecei a falar essas coisas? O que aconteceu com a época em que éramos capazes de comer dois cheesebúrgueres duplos com fritas e um milk shake de chocolate às dez e meia da noite sem pensar ou provar duas vezes? Nossa alimentação também mudou de outras maneiras, além do fato de que, às cinco e dez da tarde, já terminamos a refeição. É um pouco constrangedor, mas é verdade: muitas coisas estranhas têm acontecido com meu sistema digestivo. A lista de alimentos que não posso comer tem crescido exponencialmente; e isso em uma época em que nossa cultura clama cada vez mais por tolerância. Quanto a mim, tenho me tornado cada vez mais intolerante. Agora, para 13


Sem Medo da Minha Idade onde eu vou, sempre carrego pastilhas para digestão, pois me tornei intolerante a lactose e tantos outros produtos alimentícios deliciosos.Também me tornei intolerante a cafeína. Lembro-me da época em que era capaz de tomar café o dia inteiro, até a noite, e ria das mulheres mais velhas que diziam que não conseguiam tomar café depois do meio-dia, pois, se tomassem, ficariam acordadas durante toda a noite. Agora, sou eu quem fico acordada às 2:45 da madrugada, perguntando a mim mesma qual demônio do Starbucks me possuiu para que eu pedisse uma dose de espresso nas primeiras horas do dia a fim de ter energia para concluir todos os meus projetos. Um rapazinho imberbe (quero dizer, um adolescente), mastigando chiclete, incapaz de reconhecer uma pessoa de terceira idade, mesmo que sua vida dependa disso (Brincadeirinha!), já me perguntou se eu queria pagar meia-entrada no cinema. Garçonetes — agora, tratadas como garçons, sem especificação de gênero, de forma geral — agora me chamam de “senhora”. Comissários de bordo (nome politicamente correto para “aeromoço” ou “aeromoça”) me perguntam se quero ajuda para colocar minha bagagem no compartimento superior. No último verão, uma criança de quatro anos me perguntou se eu estava bem enquanto eu rolava na água, à beira-mar. O que essa criança estava pensando? Acaso eu não parecia bem? Não é normal que uma avó aproveite a esfoliação de pele e a algoterapia que a natureza oferece de graça? 14


Introdução

No ano passado, meu marido recebeu pelos Correios um convite para fazer parte da Associação Americana de Aposentados. Eu achei hilário até receber o meu também. Enquanto eu jogava o convite no lixo, pensei: Vou dar o troco. Lembranças, nada além de lembranças... Humm... sobre o que estávamos falando mesmo? Por falar em filmes (estávamos falando sobre filmes, não estávamos?), eu tenho uma amiga cuja mãe tem uma lista de filmes que já viu porque simplesmente não consegue lembrar quais foram. Eu achava isso engraçado. Meus filhos me contam histórias dizendo: “Lembra quando nós... e depois você...”, ao que respondo: “Não lembro, mas estou certa de que você está dizendo a verdade. Isso parece divertido. Eu me diverti?”. Certo dia, eu estava conversando com meu filho mais novo, Joel, e fiz uma pergunta a ele (sobre alguma coisa que não consigo lembrar) e ele respondeu: “Mãe, a resposta a essa pergunta é a mesma de uma hora atrás”. Eu respondi choramingando: “Por favor, responda mais uma vez. Prometo que vou me esforçar para lembrar”. Admito que fiquei bem cética em relação à suposta incapacidade de Hillary Clinton lembrar-se dos fatos relacionados ao Escândalo Whitewater, mas agora já não tenho 15


Sem Medo da Minha Idade mais tanta certeza assim. Qual era a idade dela quando foi intimada a depor? Em algum momento do passado — não tenho certeza exata —, minha filha, Jessica, comentou que, sempre que vinha à minha casa, eu estava fazendo uma encomenda de medicamentos prescritos na farmácia local. O que me faz lembrar que... Agora uso óculos de grau e tenho até lentes bifocais. Isso é um alívio porque, com o tempo que já passei procurando meus óculos desde que comecei a usá-los, nos últimos cinco anos, acho que já poderia ter escrito outro livro. Estou mais alta do que a minha mãe agora — pela primeira vez na vida — e tenho o corpo da minha avó paterna. A papada, as celulites e as rugas estão aumentando, e o que é mais surpreendente é que acho que não ligo mais para isso. Meus netos adoram receber meus abraços — tenho certeza de que sou quentinha, aconchegante, macia e confortável para eles, assim como minha avó era para mim. Embora eu tenha passado muitos anos suando na academia, por algum motivo, Wesley, meu neto mais novo, nunca fez aquele elogio tão desejado: “Nossa, Mimi, você está tão sarada!”, e agora eu sei que ele provavelmente nunca fará. Bem... onde foi parar o Otomano? Bem, acho que você já entendeu. Eu poderia falar muitas coisas (e é o que vou fazer) sobre as mudanças que as mulheres experimentam na fase do entardecer de suas vidas. São décadas de nossas vidas em que muitas mudan16


Introdução

ças acontecem e, quando você começa a se sentir bem com a forma como as coisas são, tudo vira de ponta-cabeça. Este livro é sobre essas mudanças, mas não é somente sobre isso.

Uma meditação reconfortante

O pensamento mais reconfortante que já tive enquanto experimento essas mudanças dos últimos anos não é uma lembrança da era de ouro de prazer, quando meus bebês eram pequenos e meu corpo era jovem. O consolo mais doce que tenho chega a mim na forma de uma proposição teológica: Deus é o meu Pai, ele é soberano e ele é bom. Ao longo deste livro, enfatizo constantemente que as mudanças que estamos enfrentando fazem parte do plano de um Pai sábio e amoroso, um plano em que Deus realiza seu propósito último de glorificar a si mesmo e de me moldar à sua imagem. Não passe por cima dessa última frase, pois ela é a chave para acolhermos esta e todas as outras fases da vida com alegria. O supremo propósito de Deus de me fazer passar por todas essas mudanças é glorificar a si mesmo e me santificar. Todas nós já ouvimos as pessoas falarem sobre Deus glorificar a si mesmo, não é? Eu sei que Deus é glorioso, mas também reconheço que ele busca glorificar a si mesmo através de determinadas formas em nossas vidas. Como seria a glória de Deus em sua vida? Parece-me que Deus é glorificado quando conhecê-lo torna-se 17


Sem Medo da Minha Idade minha maior alegria. Quando minha vida grita para todos ao meu redor: o conhecimento de Deus é o melhor, mais doce e mais gratificante aspecto da vida!, ele está sendo glorificado e exaltado em mim. Quando enfrento essas mudanças aparentemente infinitas com graça e alegria, tornando-me parecida com minha valorosa irmã de Provérbios 31, que, “sorri diante do futuro” (Pv 31.25 - NVI), minha família e meus amigos sabem que Deus é digno de confiança, mesmo que a vida às vezes seja mais parecida com uma montanha-russa imprevisível do que com um carrossel previsível. De que maneira Deus cria em meu coração esse tipo de louvor que o exalta? Ensinando-me que as partes da minha vida que tendo a amar e preferir (como, por exemplo, uma boa memória, uma boa visão, energia natural para realizar as tarefas, noites tranquilas de sono) não são capazes de suportar o peso da vida real eternamente. Essas não são as fontes da verdadeira alegria, paz ou bênção. Então, ele remove as alegrias temporais, amorosamente chamando a atenção para si mesmo, que é onde encontro a plenitude da alegria e dos eternos deleites (Salmos 16:11). Romanos 8:28-30 é uma passagem que a maioria de nós conseguiria citar. Paulo escreveu: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também 18


Introdução os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.

Vamos ver o ensinamento de Paulo e parafraseá-lo à luz do atual momento de nossas vidas: Nós sabemos e podemos ter certeza de que Deus faz com que tudo o que você e eu estamos passando, especialmente as mudanças dolorosas em nossos corpos e em nossas casas, coopere proveitosamente para o nosso bem último; esse é um bem que será desfrutado e recebido por aqueles que amam a Deus e aderiram e se adaptaram ao seu propósito em suas vidas. Esse bem não consiste na manutenção do status quo ou na continuação da vida tal como a conhecíamos e amávamos. Em vez disso, a maneira desse bem se realizar em nossas vidas é nos recriando, dia após dia, à imagem do Filho, que disse: “Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20); e “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se

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Sem Medo da Minha Idade vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?” (Lc 9.23-25)

O que exatamente o Senhor está realizando em nossas vidas? Ele está intrinsecamente envolvido em cada mudança que acontece e, misericordiosamente, preparou nossas vidas para que fôssemos forçadas a enfrentar essas mudanças? Nas próximas páginas, vamos analisar a maneira como experimentamos algumas dessas mudanças; vamos levantar a bandeira vermelha sempre que o perigo estiver se aproximando; e vamos tentar ver, sempre que possível, o lado mais leve das coisas. A verdade é que, nesses anos vespertinos de nossas vidas, o que precisamos não é simplesmente de alguém que fique conosco na cadeira de balanço, na varanda de nossas casas; em vez disso, precisamos enxergar esse período com as lentes certas — as lentes do plano, da glória e do propósito de Deus. Outras valorosas mulheres maduras vão participar de nossa conversa. Você pode descobrir mais sobre elas na seção Sobre as Colaboradoras, no final deste livro. Todas são amigas e eu acompanhei suas vidas enquanto passavam pelos desafios dos anos vespertinos de suas vidas. Recomendo o trabalho delas e que você beba da profunda sabedoria delas. Você está preparada para avançar rumo ao futuro desconhecido? Você está sorrindo? Você está pronta para abraçar tudo o que Deus colocou em seu caminho, sabendo 20


Introdução

que seus propósitos e objetivos são bons? Se a resposta for sim, vamos pegar uma xícara de chá (sem cafeína, à base de ervas naturais, se você quiser), colocar nossos pés no bom e velho Sr. Otomano e aprender a apreciar o tesouro que está sendo posto diante de nós nessa longa jornada vespertina.

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1 • Tudo Tem um Tempo Determinado

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. (Ec 3.1)

A criação de Deus está cheia de diversidade e dessemelhança. O oceano, a floresta, o deserto e as estrelas são diferentes telas para sua pintura. Olhe para uma folha e reflita sobre a diversidade da paleta de Deus: folhas verdejantes cor de esmeralda cheias de vida ficam amareladas, transformando-se em velinos ocres e infrutíferos, que caem no chão em redemoinho.

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Sem Medo da Minha Idade Você já se perguntou por que as folhas mudam? Com isso, não quero saber: “Quais são as causas e os efeitos científicos para que algumas árvores sejam perenes, enquanto outras se desfolham?”. O que eu quero saber é se você já se perguntou: “Por quê?”. O que Deus estava nos dizendo sobre si mesmo quando criou essas árvores para que fossem assim? O que essa mudança nos ensina? “Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas. E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom” (Gn 1.16-18). Por que Deus dividiu o dia entre dia e noite? Por que nos deu dois “grandes luzeiros”, e não somente um? Por que o sol é flamejante e intenso, enquanto a lua é alva e sombria? Por que o céu passa do azul para cor de tangerina ao entardecer ou passa um dia inteiro obscurecendo sua elegância em mortalhas cinzentas apenas para, alegremente, lançar fora seu manto na glória exuberante do dia seguinte? A natureza da criação, a natureza do rei da criação Parece que Deus adora mudanças. Em toda a sua criação, não há nada que permaneça exatamente estático. Aliás, até mesmo os átomos estão sujeitos a variações, tendendo para a desordem, e não para a ordem. Em toda a cria24


Tudo Tem um Tempo Determinado

ção, o que não muda? Somente Deus, aquele que está acima da criação. Reflita comigo sobre seu testemunho acerca de sua natureza consistente e de nosso mundo inconsistente: Em tempos remotos, lançaste os fundamentos da terra; e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces; todos eles envelhecerão como uma veste, como roupa os mudarás, e serão mudados. Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim (Sl 102.25-27). Procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion, e torna a densa treva em manhã, e muda o dia em noite; o que chama as águas do mar e as derrama sobre a terra; Senhor é o seu nome (Am 5.8).

Deus governa soberanamente sobre todas as mudanças diárias que experimentamos, mas ele nunca muda. Ele diz em Malaquias 3.6: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”. Tiago declara essa verdade com eloquência quando diz que Deus é “o Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). Deus reina sobre os dois grandes luzeiros — o sol e a lua —, mas está acima deles. A lua muda de fases. No sol, há explosões violentas durante as tempestades solares; seus efeitos sobre nós são prolongados e encurtados à medida que a terra vai girando em torno de seu eixo durante as estações ou é obscurecida pela névoa 25


Sem Medo da Minha Idade ou a escuridão. Mas, com Deus, não há “variação ou sombra de mudança”. Não existe nada desse tipo em Deus; ele nunca é afetado pelas mudanças que afetam os seres mortais. Ele não ocupa um lugar específico do universo; ele enche os céus e a terra, está presente em todos os lugares, vê tudo, permeia tudo e brilha sobre todos.1

Por que o Senhor organizou o universo, desde a menor molécula até o curso completo de nossas vidas, de modo que estamos sempre enfrentando desafios? Porque ele nos quer observando e aprendendo. Aprendendo que somos finitas, dependentes, fracas, necessitadas do sustento diário. E aprendendo que ele não é como nós. A verdade sobre nossa condição Há cerca de um ano, percebi que havia uma estranha saliência no meu dedo anelar. O que é isso?, perguntei-me. Aquilo estava me incomodando e eu tentei mexer para descobrir o que era. Depois, em uma conferência que eu estava frequentando, falei com um reumatologista. “O que é essa estranha saliência no meu dedo?”, indaguei. 1  Adam Clarke, Clarke’s Commentary, arquivo digital, 1996, Biblesoft. Todos os direitos reservados.

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Tudo Tem um Tempo Determinado

Ele encostou a mão para sentir o que era e disse: “É um nódulo de Heberden. Faz parte do envelhecimento; é só um esporão calcificado da cartilagem da junta”. “Ah, faz parte do envelhecimento...” Isso deveria me fazer sentir-me melhor? A intenção era me fazer sentir melhor? A verdade sobre nossa condição é que todos nós estamos envelhecendo — mesmo que você ainda não tenha sido agraciada com alguma saliência estranha. Mas não estamos apenas envelhecendo. Estamos avançando rumo a uma eternidade que terá início com uma transformação que só podemos imaginar como será. Durante a minha pesquisa para um dos capítulos de Mulheres ajudando mulheres, deparei-me com a seguinte declaração impressionante: “Estou escrevendo este livro por uma razão intensamente pessoal. Tenho uma doença terminal. Você está convidado a ler pelo mesmo motivo. Você também tem uma doença terminal... A vida é sempre fatal”.2 Você costuma refletir sobre essa verdade? Você tem consciência de que sua vida vai se acabar e que há um dia que se aproxima com uma velocidade cada vez maior em que tudo o que você conhece será transformado? Todas as ilusões serão removidas; todas as falsidades serão expostas; e a verdade se tornará visível. 2  Peter Kreeft, Love Is Stronger Than Death (San Francisco: Ignatius Press, 1992), xv. 27


Sem Medo da Minha Idade Se você for como eu, é fácil esquecer essas verdades — até que algo acontece para nos lembrar. Minha memória não funciona, meus filhos estão completando trinta anos ou eu recebo notícias indesejadas de que meu pai ou minha mãe está doente, fazendo com que a realidade da vida, que estava um pouco de lado na minha consciência, volte a receber o foco da minha atenção. A vida nem sempre será o que é hoje. Eu sou finita, sou frágil e sou dependente. Você já parou para refletir sobre a imprudência dos jovens? Eu olho para os jovens do meu bairro andando de skate e fico perplexa; eles são jovens e se consideram invencíveis. Eles não sentem a dor e a rigidez que fazem parte das minhas manhãs, e os fatos sobre o futuro são tão irreais para eles quanto a ideia de que haverá um dia em que andar de skate deixará de encantá-los. Eles assumem riscos tolos porque não conhecem a verdade que meu pequeno nódulo de Heberden me ensinou: a vida é curta, a vida é preciosa e eu sou vulnerável. Encontrando bênçãos nas pequenas saliências Deus não é bom? Ele poderia nos ter deixado sem essas mudanças, poupando-nos de ver que estávamos caminhando rumo ao nosso destino último até chegarmos a um momento em que descobriríamos que tudo chegou ao fim. Em vez disso, ele colocou placas de sinalização no caminho. Como aquele autoproclamado profeta na esquina da 28


Tudo Tem um Tempo Determinado

rua com seu prognóstico: “O fim está próximo!”, o Senhor colocou um aviso dentro de cada uma de nós: “Pense no que você está fazendo! Prepare-se para a eternidade!”. O salmista orou para que o Senhor nos ensinasse “a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12). Não é interessante que, para aprender a contar nossos dias, torna-se necessário alcançar a sabedoria divina? João Calvino comentou: Ainda o mais habilidoso em matemática, e aquele que pode empreender com precisão uma investigação e acuradamente chegar a milhões e milhões, não obstante é incapaz de contar oitenta anos de sua própria vida [...] Os homens medem todas as distâncias fora deles mesmos, sabem a quantos quilômetros está a lua do centro da Terra, qual espaço há entre os diferentes planetas; e, em suma, podem dividir todas as dimensões tanto do céu quanto da terra; enquanto, não obstante, não podem contar setenta anos em seu próprio caso.3

Em diversas parábolas, Jesus, amorosamente, nos advertiu sobre a tolice de não compreender a brevidade da vida. Em uma delas, ele advertiu que deveríamos estar sempre cingidas e preparadas para seu retorno. Em outra, advertiu-nos que o dono da casa, que estava dizendo para 3

João Calvino, Comentário dos Salmos, v. 3. São José dos Campos: Editora Fiel, 2009.

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Sem Medo da Minha Idade si mesmo, “Sou financeiramente seguro e posso descansar”, quando menos esperasse, teria de prestar contas de sua alma. A parábola do homem rico que viveu de forma egoísta, mas depois foi atormentado, enquanto Lázaro deleitava-se em prazeres que nunca conheceu, também serve para ensinar aos sábios: Olhem para a Palavra! Observem o mundo! Leiam as manchetes das mudanças de seu corpo! O apóstolo Paulo também admoestou seus leitores: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor” (Ef 5.15-17). Você consegue perceber qual é o tema? A verdade sobre a eternidade e sobre quanto, rapidamente, nos aproximamos da eternidade peneira o coração de cada pessoa, o que pode revelar um coração tolo ou um coração de sabedoria. Sem a intervenção do Espírito Santo e sem o sacrifício de Cristo, tudo o que seria revelado sobre nós seria tolice. Mas, com a ajuda de Deus, podemos levar a sério os avisos que ele colocou no caminho para que sejamos sábias. Como conheceremos essa sabedoria? Ela se expressa em palavras como a de Davi: Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade. Deste aos meus dias o com30


Tudo Tem um Tempo Determinado primento de alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida é nada. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade. Com efeito, passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem os levará. E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança. (Sl 39.4-7).

O coração sábio que almejamos ter inclui diversos fatos importantes. Você e eu precisamos da ajuda de Deus para obter a sabedoria que Jesus, Paulo e Davi mencionam. Há uma deficiência em nossa compreensão: não apenas uma falta de entendimento, mas uma relutância voluntária para compreender o verdadeiro estado em que nos encontramos. Precisamos que ele torne nossos corações mais humildes e que crie em nós o desejo de amar a verdade. Haverá um fim para nossos dias aqui na terra. Até os mais tolos entre nós reconhecem essa verdade. Sim, sim, nós pensamos. Eu sei que minha vida vai acabar um dia... mas não será hoje. Esse tipo de pensamento tolo se manifesta de centenas de maneiras em nossa vida cotidiana. Você quer um exemplo? Você tem um testamento? Setenta por cento das pessoas não têm. A vida que agora vivemos na carne — na melhor das hipóteses, é um mero sopro. O Espírito Santo inspirou Tiago, que disse que a vida é “como neblina que aparece por instante e logo se dissipa”. Da próxima vez que você sair do banho, 31


Sem Medo da Minha Idade olhe no espelho. Depois, abra uma janela, veja o vapor indo embora e peça sabedoria para Deus. Pense, “é assim que são os dias da minha vida”. Todas as vaidades do mundo que atualmente prendem a minha atenção não passam de futilidades. Pense na última vez que você ficou transtornada, com raiva ou preocupada. Que importância essas coisas teriam no Céu? Será que realmente é importante se a parede da sua sala de jantar está amarela demais ou se a taxa de juros do seu investimento diminuiu 0,25%? Como disse Madre Teresa: “Sob a perspectiva do Céu, a mais miserável vida na terra terá sido como uma mera noite ruim em um hotel de estrada inconveniente”.4 Somente o nosso relacionamento com nosso Pai celestial através de Cristo durará. A verdade sobre a natureza temporária de nossa vida e dos relacionamentos da vida presente nos faria entrar em desespero se não houvesse um relacionamento que durasse para sempre. Aliás, nosso relacionamento com Deus através de Cristo já existia no coração do Pai antes do nosso nascimento, antes da fundação do mundo (Ef 1.4), e esse é o relacionamento que continuará eternamente.

4  Edward T. Welch, “Exalting Pain? Ignoring Pain? What Do We Do with Suffering?” The Journal of Biblical Counseling 12, no 3 (spring, 1994), 4.

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Tudo Tem um Tempo Determinado

Este é o meu lar... mas, na verdade, não é Eu adoro festas. Nos últimos dois anos, tentei descobrir quantas pessoas consigo amontoar na minha casa (e em volta da porta da frente e de trás) no Dia do Trabalhador. Este ano, colocamos um castelo inflável e uma piscina de criança no quintal. Nós dissemos aos pais que dessem pistolas d’água a seus filhos. Adultos e crianças ficaram correndo descontroladamente pela casa — alguns adultos fizeram até uma guerra d’água com a mangueira! Dá para acreditar nisso? Ao longo do dia, pelo menos duas mulheres me perguntaram: “Por que você faz isso? Você não tem medo de bagunçar sua casa?”. “Ah”, respondi, “na verdade, isso não é realmente importante. No fim das contas, vai ser tudo queimado no fogo”. Talvez essa história pareça espiritual e nobre. Eu estava sendo sincera quando disse isso, mas, no dia seguinte, quando descobri que haviam quebrado um dos meus porta-retratos, que ficava no escritório, vi tudo isso sob uma perspectiva diferente. É verdade que tudo vai passar (2Pe 3.10-12) e que a minha casa, por mais bonita que seja, não é o meu lar, mas pôr essa verdade em prática quando vejo meu porta-retratos quebrado é bem diferente. Como todas as pessoas, tenho a tendência de amar as minhas coisas. Você sabe de que tipo de coisa estou fa33


Sem Medo da Minha Idade lando: minha casa, meu carro, minhas roupas, meus livros... minhas coisas. Eu amo minhas coisas e, embora eu talvez conheça a maneira sábia de me sentir a esse respeito, preciso me esforçar para me despojar da tolice e me revestir de sabedoria. É muito fácil pensar que meu pequeno ninho aqui é realmente o sentido de toda a vida. Meus filhos, meus netos, as férias no lago, os jogos de futebol, os chás de bebês, as compras no supermercado; é tudo tão familiar e tão confortável! Estrangeiros e peregrinos Um dos objetivos das mudanças que você está experimentando é que aprenda sobre a fé de Abraão. Reflita sobre as palavras que descrevem a jornada dele: “Pela fé, Abraão... obedeceu... e partiu sem saber aonde ia... peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas... porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.8-10). Você está buscando essa cidade? Você está buscando “uma pátria superior, isto é, celestial” (Hb 11.16)? Deus foi muito bondoso conosco ao nos alimentar à força com a mudança: mudança de casa, mudança de trabalho, mudança da situação familiar. Ele é bondoso ao nos lembrar de que essa realidade não é o nosso lar, que precisamos buscar um lar diferente. Reflita sobre essas questões enquanto pensa na 34


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admoestação dele: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra [...], mas ajuntai para vós outros tesouros no céu” (Mt 6.19-20). O seu tesouro está na sua casa? Seu Salvador avisa contra a tolice de acumular tesouros em um lugar que é suscetível a danos. Você sabia que tudo vai se queimar no fogo? Você é capaz de apreciar o que tem sem colocar seu coração nessas coisas? Como você se sente quando algo quebra, é roubado ou perdido? Ser um bom mordomo é justo, mas não é justo ser um bom idólatra. O seu tesouro está em sua família? Você deve amar sua família e valorizar o tempo que Deus permite que você se relacione com eles, mas não deve construir sua existência em torno deles. Sua existência deve ser construída em torno de Deus, de seu reino e de sua justiça. Assim, quando as crianças forem para a faculdade e começarem uma nova vida, seu coração estará protegido no Céu, que é o lugar dele. Se você é casada, seu marido é provavelmente seu amigo terreno mais próximo. Você foi chamada para ser sua companheira e auxiliadora, mas não foi chamada para fazer dele o seu deus. O que aconteceria com a sua fé se o Senhor decidisse levá-lo para casa ou se ele caísse em pecado e abandonasse você? Seu coração está seguro com seu Salvador? O seu tesouro está na sua beleza? Como você se sente quando vê uma nova marca de expressão? A vida valerá a pena quando você tiver a aparência de sua vó? Se você passou toda a vida tentando ter uma boa aparência, vai se sen35


Sem Medo da Minha Idade tir tentada a investir cada vez mais tempo e dinheiro em sua aparência para se opor aos efeitos da gravidade, do tempo e do nosso ambiente. Não estou dizendo que você não deva tentar parecer aceitável, mas o vaso de porcelana, que é o seu rosto, é muito frágil para carregar o peso de seu coração. O seu tesouro está na sua saúde? O que o Senhor pode lhe ensinar através dos pés que doem e das mãos que ficam inchadas como um donut? Você estaria disposta a servir a Deus se isso lhe trouxesse desconforto e até mesmo dor? Novamente, não estou dizendo que você não deve se esforçar para ter o máximo de saúde possível, pelo máximo de tempo possível. O que estou dizendo é que, independentemente de quantas vezes você vai à academia, de quantas repetições consegue fazer com os pesos livres e de quantas vitaminas, minerais e suplementos consome, você está ficando mais velha. Deus está libertando você do orgulho e da tolice que os jovens, aparentemente invencíveis, abraçam. O relógio está fazendo tique-taque — viva com sabedoria! Ele é o diretor e o dramaturgo Aqui vai mais um pensamento sobre por que Deus ama que experimentemos essas mudanças: sua glória é tão grande que é impossível manifestá-la em uma peça de um ato só. Às vezes, preferimos que a vida continue, que as mesmas cenas agradáveis se repitam, mas Deus está interessado em manifestar sua glória. Ele quer que vejamos quanto ele 36


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é glorioso em nossa juventude — cheios de força, fascínio e energia. Ele quer que aprendamos como ele é conhecido nos primeiros anos de nossa vida adulta — uma época que é cheia de emoção, desafios e novas perspectivas. Ele quer que aprendamos o que significa ser fiel por muito tempo em uma direção e como a sabedoria é mais desejável do que a beleza, a força ou a riqueza. São lições sobre suas perfeições que nunca aprenderemos até passarmos por elas. Tenha ânimo, querida irmã. As mudanças que estamos experimentando, embora às vezes sejam desconfortáveis, estão tecendo uma bela tapeçaria. Essa tapeçaria não é sobre nossa beleza ou sobre quanto nos tornamos sábias e maravilhosas. É sobre a beleza dele e sobre a excelência de seu plano eterno. Em vez de sair correndo no sentido contrário, por que você não aproveita para reservar um tempo agora a fim de refletir sobre o que Deus projetou para você durante todos esses anos e orar: Ensina-me, querido Senhor, a contar os dias que me restam. Desejo apresentar a ti, para a tua glória, um coração cheio de sabedoria e que anseia pelo Céu, que se apega com amor, mas com flexibilidade, às pessoas que são os teus presentes para a minha vida aqui; e um coração que ajude outras mulheres a ansiar pela entrada em teu reino e a trabalhar com alegria em teus campos.

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Sem Medo da Minha Idade

Tornando-se uma mulher sábia

1. Quais são as mudanças que você está enfrentando atualmente? Você pode dividi-las em categorias como, por exemplo, Mudanças em Mim Mesma; Mudanças em Meu Lar; Mudanças Relacionadas ao Meu Futuro. 2. Quais são as alegrias que se destacam na atual fase da sua vida? 3. Como seria, na prática, “apresentar um coração sábio” em cada uma dessas áreas?

4. O que você já aprendeu por causa dessas mudanças que experimentou? 5. Leia Deuteronômio 32.29, Eclesiastes 9.10 e João 9.4. O que essas passagens nos ensinam sobre sabedoria? Quais mudanças você acredita que precisa realizar para aproveitar melhor o tempo que ainda lhe resta? 6. Escreva Eclesiastes 3.1-8 por extenso. Que sabedoria você pode extrair desses versos? Jay Adams, conselheiro e autor, escreveu o seguinte sobre esses versos: “Esses exemplos mostram a completa imprevisibilidade de qualquer coisa (à exceção do próprio processo de mudança) neste mundo. Quando Salomão diz que todos os eventos são 38


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apropriados para o momento em que acontecem, está pensando sobre como Deus (e não o homem) promove as mudanças (ou a necessidade delas) no momento apropriado, em seu controle providencial sobre o rumo da história”. 5 7. Resuma o que você aprendeu neste capítulo em três ou quatro frases.

5  Jay

E. Adams, Life Under the Son (Stanley, NC: Timeless Texts, 1999),

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