Mauricio Negro Ilustrações
Naná Martins Linhas e cores
Linhas e coresCopyright © Naná Martins, 2012
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Naná Martins é escritora, servidora pública federal, conselheira da Federação Indígena Brasileira (FIB). Como tal, assumiu o compromisso de divulgar a diversidade cultural indígena por meio da literatura. Em 2011, participou da primeira antologiada AEILIJ, Trem de histórias. Publicou para crianças Pé de lata, Vai e vem, Carrinho de caixa e A lua e o porto
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Martins, Naná
Pedzeré: linhas e cores / Naná Martins; ilustrações Mauricio Negro. – 1. ed. – São Paulo: FTD, 2012.
ISBN 978-85-322-8274-3
1. Contos – Literatura infantojuvenil I. Negro, Mauricio. II. Título.
12-06848
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Contos : Literatura infantil 028.5
2. Contos : Literatura infantojuvenil 028.5
Ao brilho e ao encanto das cores.
Agradecimento especial a Saturnino Rudzne’edi, indígena Xavante.
Pedzeré colhia folhas todos os dias pela manhã.
Eram folhas para banho, folhas para remédio, folhas para comida.
Ela saía com suas irmãs e primas em direção à mata.
Não precisavam ir muito longe, pois todas as plantas eram bem frescas àquela hora e ficavam próximas à aldeia.
Um dia, Pedzeré seguiu distraída pelo caminho e foi distanciando-se das outras índias.
Como caminhava cantarolando, não percebeu por onde ia.
E cantarolava assim:
Tsi Pássaro bödo sol ma tô we âwitsi ele trouxe para cá bödo sol
Tsi Pássaro ti’a terra ma tô we âwitsi ele trouxe para cá ti’a terra
Tsi Pássaro ö
água ma tô we âwitsi ele trouxe para cá
ö
água
Achava sempre folhas lindas e suculentas.
Colocava-as no cesto.
E cantarolava...
Tsi
Pássaro bödo sol ma tô we âwitsi
ele trouxe para cá bödo sol
Tsi Pássaro ti’a terra
ma tô we âwitsi
ele trouxe para cá ti’a terra
Tsi
Pássaro
ö água ma tô we âwitsi
ele trouxe para cá
ö
água
Sem perceber, Pedzeré estava sendo observada por uma jiboia-arco-íris que, ao ver seu encanto e a docilidade de seu canto, se apaixonou.
Naquele instante, a jiboia-arco-íris pediu aos céus que lhe fosse permitido aparecer para a linda jovem e expressar o seu amor.
E a jiboia-arco-íris transformou-se em um belo homem.
Mas seu corpo continuou como antes, cheio de linhas, contornos e cores.
Pedzeré tomou um susto ao ver um índio todo pintado e colorido.
Não que não fosse bonito, mas em sua aldeia ninguém se pintava daquele jeito.
Foi quando ele disse que de onde vinha todos eram assim.
A jovem índia apaixonou-se também pelo rapaz.
Quis conhecê-lo mais, bem como onde morava.
O jovem levou-a para conhecer seu povo. Chegaram a uma árvore frondosa.
E lá, em seu pé, disse: “É ali!”.
Ela não entendeu muito, pois só havia uma bela árvore, um pequeno lago, flores e plantas.
A bela indígena Pedzeré gosta de colher folhas frescas todas as manhãs, próximo a sua aldeia. São folhas para banho, para remédio, para comida.
Um dia é surpreendida por um jovem indígena com uma pintura corporal que ela jamais vira.
Apaixonam-se. Mas o mistério que envolve aquele rapaz e as extraordinárias cores de seu corpo mudarão para sempre a vida do povo de Pedzeré.
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