Formiguinhas

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F O R M I G U I N H A S Natalia Borges Polesso ilustrações PriWi

F O R M I G U I N H A S

Natalia Borges Polesso ilustrações SãoPriWi1aediçãoPaulo—2022

F OR MI GUI NHAS

Polesso, Natalia Borges Formiguinhas / Natalia Borges Polesso; ilustrações PriWi. — 1. ed. — São Paulo: FTD, 2022. ISBN 978-85-96-03269-8 1. Contos – Literatura infantojuvenil I. PriWi. II. Título. 22-97779 CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático: 1. Contos: Literatura infantil 028.5 2. Contos: Literatura infantojuvenil 028.5 Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380

Brasileira do Livro, SP,

Copyright © Natalia Borges Polesso, 2022 Todos os direitos reservados à EDITORA FTD Rua Rui Barbosa, 156 — Bela Vista — São Paulo — SP CEP 01326-010 — Tel. 0800 772 2300 www.ftd.com.br | central.relacionamento@ftd.com.br diretor-geral Ricardo Tavares de Oliveira diretor de conteúdo e negócios Cayube Galas gerente editorial Isabel Lopes Coelho editor Estevão Azevedo editora assistente Bruna Perrella Brito coordenador de produção editorial Leandro Hiroshi Kanno preparadora Lívia Perran revisoras Marina Nogueira e Kandy Saraiva editores de arte Daniel Justi e Camila Catto projeto gráfico Daniel Justi diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Natalia Borges Polesso é doutora em Teoria da Literatura. Publicou Coração à corda (2015), Amora (2015) — vencedor do prêmio Jabuti em 2016 —, Recortes para álbum de fotografia sem gente (2018), Pé atrás (2018), Controle (2019), Corpos secos (2020) e A extinção das abelhas (2021). Formiguinhas é seu primeiro livro infantil. PriWi é artista visual. Publicou Inusitado (2014) e Pérolas (2016), pela série Gibi Quântico, além de Mamãe tamanduá (2016), Romeo and Juliet e Alfabeto poético (2021). Entre 2016 e 2020, trabalhou com animação (Cupcake e Dino: serviços gerais, para a Netflix) e campanhas publicitárias. Formiguinhas é seu primeiro livro feito todo com lápis de cor. Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasil)

Dados

Às pessoas ansiosas e curiosas.

A menina caminhava com passinhos tão pequenos quanto seus pés. Calçava botinhas vermelhas compridas até a metade da canela. Distraía-se com as linhas do cimento entre uma pedra e outra do calçadão da praça. Fingia que eram rios. De longe, seu pai e sua mãe a observavam. Era uma menina de cabelos pretos como piche. Correu para perto dos pais: — Quero comer. — Já vamos. Sua mãe quer tomar um pouco de sol — disse o pai.

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para a mãe, que tinha uma barriga tão pontuda que poderia estourar a qualquer minuto. — É, filha, quero esquentar meus pés. Olhou para suas botinhas e sentiu os pés bem quentes. Passou a mão na barriga da mãe. Ela sabia que em breve teria um irmão. E disseram que seria tão pequeno e frágil que ela teria que ter muito cuidado com ele. Toda vez que se lembrava daquilo, ficava ansiosa.

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Resolveu brincar novamente. Achou na calçada um pedaço de arame, e dele fez uma lupa de detetive.

Atrás da lente imaginária, olhou a barriga da mãe e viu o irmãozinho sorrir. Sorriu de volta e logo mudou de direção.

A menina começou a matutar o que poderia ser tão interessante assim que atraía tanta gente, e se corrigiu logo depois, tanta formiga.

Perto de uma árvore, reparou em uma trilha de formigas. Com sua lente, ficou observando o vai e vem das pequeninas. Reparou que um pouco mais adiante elas formavam uma grande confusão.

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a mão no bolso e encontrou uma bala. Olhou para os pais sentados no banco. Sabia que não deveria comer doces antes do almoço. Mas eles não saberiam mesmo; além disso, estava com fome. Jogou a bala na boca com a mesma rapidez das formigas que iam e vinham.

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