Lingua Portuguesa
ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
MANUAL DO PROFESSOR
MANUAL DO PROFESSOR
ELIANA LÚCIA SANTOS BELTRÃO
(Eliana Santos Beltrão)
Mestra em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Especialista em Linguística Textual pela Faculdade de Educação da Bahia
Professora de Língua Portuguesa, Literatura e Produção de Texto no Ensino Fundamental e no Ensino Médio
TEREZA CRISTINA SANTOS GORDILHO
(Tereza Gordilho)
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto Sedes Sapientiae (SP) & Centro de Estudos e Terapias integradas de Salvador (Cetis)
Psicóloga na área educacional
A conquista Língua Portuguesa – 8o ano (Ensino Fundamental – Anos Finais)
Copyright © Eliana Lúcia Santos Beltrão, Tereza Cristina Santos Gordilho, 2022Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira
Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva
Edição Paulo Roberto Ribeiro (coord.)
André Saretto, Joana Figueiredo
Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.)
Diogo Souza Santos
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Andréa Dellamagna (coord.)
Projeto de capa Sergio Cândido
Imagem de capa Nuno Martins/EyeEm/Getty Images
Arte e Produção Rodrigo Carraro (coord.)
Daniel Cilli, Gislene Benedito (assist.)
Diagramação Select Editoração
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno
Licenciamento de textos Erica Brambila
Iconografia Erika Neves do Nascimento, Emerson de Lima (trat. imagens), Leticia dos Santos Domingos (trat. imagens)
Ilustração Carlos Caminha
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Beltrão, Eliana Lúcia Santos
A conquista língua portuguesa : 8o ano : ensino fundamental : anos finais / Eliana Lúcia Santos Beltrão, Tereza Cristina Santos Gordilho. -1. ed. -- São Paulo : FTD, 2022.
Componente curricular: Língua portuguesa. ISBN 978-85-96-03569-9 (aluno)
ISBN 978-85-96-03570-5 (professor)
1. Língua portuguesa (Ensino fundamental) I. Gordilho, Tereza Cristina Santos. II. Título.
22-115064
CDD-372.6 Índices para catálogo sistemático:
1. Língua portuguesa : Ensino fundamental 372.6 Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
EDITORA FTD
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP
CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300
Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br
central.relacionamento@ftd.com.br
Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33
Avenida Antonio Bardella, 300
Guarulhos-SP – CEP 07220-020
Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
APRESENTAÇÃO
Caro professor, cara professora, Esta coleção foi desenvolvida fundamentalmente comprometida com estudantes vivos, curiosos e participantes, com professores inquietos e destemidos diante de suas próprias dúvidas e com uma escola que, de fato, ofereça condições para formar jovens e adultos que enfrentem os desafios da atualidade.
Nesse sentido, é preciso preparar os estudantes para a vida, de modo integral, e não para o mero acúmulo de informações. O foco da escola passa a ser não apenas a transmissão de conteúdos, mas também o desenvolvimento de habilidades. Isso significa que não basta, por exemplo, que os estudantes saibam ler e escrever textos; eles precisam também escutar com atenção, interesse e respeito o que é dito por outras pessoas para compreendê-las melhor.
As propostas pedagógicas da coleção têm como objetivo assegurar, de modo efetivo, o desenvolvimento das competências definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), possibilitando, assim, experiências de aprendizagem e uma participação significativa e crítica dos estudantes nas práticas sociais, culturais e literárias.
Em consonância com o que é proposto pela BNCC, a coleção apresenta práticas de linguagem contextualizadas em todos os campos: jornalístico-midiático, de atuação na vida pública, das práticas de estudo e pesquisa e artístico-literário.
Outro ponto de destaque é a abordagem de gêneros textuais digitais. As propostas com práticas de leitura e produção de gêneros multissemióticos e multimodais visam ampliar o trabalho com esses gêneros, assim como estimular os estudantes a lidar de forma crítica e ética com os conteúdos que circulam na web, entre outras finalidades.
A nossa proposta pedagógica pretende ampliar a capacidade de os estudantes participarem com criticidade de situações comunicativas diversificadas, interagindo com um número de interlocutores cada vez maior, buscando fortalecer sua autonomia e seu protagonismo.
Assim, o que pretendemos é contribuir, juntos e efetivamente, para alcançar os objetivos do ensino de Língua Portuguesa e fornecer instrumentos aos nossos estudantes para essa transformação tão necessária.
As autorasIntrodução V
Conheça seu Manual do Professor VI
Organização da coleção VIII
Base Nacional Comum Curricular XIII
Competências propostas pela BNCC para a Educação Básica XIV
Objetos de conhecimento e habilidades XV
A coleção no contexto da BNCC XXXII
Eixo Leitura XXXIII
Eixo Produção de textos XXXIII
Eixo Oralidade XXXIV
Eixo Análise linguística/semiótica XXXIV
Campos propostos pela BNCC XXXIV
Atitudes e valores no Ensino Fundamental ................................................ XXXV
Concepções de língua, linguagem e aprendizagem XXXV
Variedades linguísticas e ensino de língua XXXVII
Gêneros textuais e ensino XXXIX
Ensino de leitura e escrita XLI
Ensino de oralidade XLIII
Ensino de gramática e análise linguística/semiótica XLIV
Novas tecnologias, gêneros multissemióticos/multimodais e multiletramento XLV
Metodologias ativas e ensino XLVII
Pensamento computacional XLVIII
Interdisciplinaridade e Temas Contemporâneos Transversais XLIX
O processo de avaliação LI
Cultura juvenil, cultura de paz e educação para a cidadania LV
Sugestões de projetos LV
Introdução LV
Proposta de pesquisa para 6o e 7o anos LVII
Proposta de pesquisa para 8o e 9o anos LXV
Quadro programático do 8o ano LXXII
INTRODUÇÃO
Esta coleção, composta de quatro volumes, traz o resultado de uma intensa jornada de discussões com professores e leitores críticos, além de ser fruto de pesquisas sobre as principais abordagens concernentes ao ensino-aprendizagem de línguas.
Para organizar a proposta, optamos pela divisão de cada um dos volumes em sete módulos. Tal divisão se justifica ao considerarmos sete meses efetivos de aula, excluindo os períodos de avaliação. Assim, além de explorar os assuntos dos módulos, o professor pode ampliar o trabalho com questões suscitadas pelos conteúdos e temas abordados, desenvolver atividades de interdisciplinaridade, intertextualidade, relação com outros componentes da área de Linguagens, com base no interesse dos estudantes, enriquecendo ainda mais o trabalho em sala de aula.
Os módulos, em sua maior parte, estão organizados em torno de dois gêneros textuais principais e contemplam temas como Meio Ambiente, Ciência e tecnologia, Multiculturalismo, Cidadania e civismo, Saúde e Economia, entre outros. Alinham-se, dessa forma, ao que é apresentado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento de referência nacional para a formulação dos currículos e das propostas pedagógicas de todas as escolas do país. Esse documento, que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica, teve como fundamento a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e o Plano Nacional de Educação (PNE).
Esses documentos nortearam a seleção de gêneros, textos e temas, bem como as atividades de leitura, de escuta, de produção, de análise linguística e semiótica, ao longo de toda a coleção, com o objetivo de contemplar todas as habilidades previstas no componente curricular Língua Portuguesa, considerando os objetos de conhecimento aos quais essas habilidades se relacionam. Buscou-se, assim, que os estudantes desenvolvessem, ao final de cada volume, diferentes habilidades de leitura e de produção, bem como de análise linguística e semiótica, sendo capazes de acionar diversos conhecimentos para atuar nas diferentes situações de comunicação e de contextos interacionais.
Em relação ao estudo dos conhecimentos linguísticos e semióticos, a coleção busca focar ora o uso da língua, ora a análise e a reflexão sobre ela, em uma abordagem que envolve ações de descrição e reflexão sistemática sobre
aspectos linguísticos e o uso de determinados recursos da língua para a construção de sentidos. Procuramos, sempre que possível, priorizar os eixos do uso e da análise no tratamento didático dos conteúdos/objetos de ensino nos diferentes volumes.
Com essa seleção de conteúdos, organização e abordagem didática, pretendemos promover a construção gradativa de saberes sobre os textos (multissemióticos, multimodais ou não)1 de diferentes gêneros que circulam socialmente. Na abordagem do multiculturalismo, por exemplo, os textos possibilitam acesso a variados bens culturais, contemplando não só a diversidade sociocultural brasileira como também outros universos, outras culturas, outras manifestações literárias representativas da diversidade cultural existente. Isso se dá, por exemplo, ao propormos atividades que fazem referência às tradições culturais de povos indígenas e de brasileiros com ascendência africana, aos costumes e às tradições dos povos do campo, como os quilombolas, de povos de diferentes continentes, entre outros, buscando, assim, promover uma educação multicultural. Além disso, por meio de propostas com base em obras de arte, filmes e outras manifestações artísticas e produções culturais, procuramos desenvolver práticas de multiletramentos.
Dada a multiplicidade e a natureza das informações que circulam nas sociedades contemporâneas, esperamos que, ao utilizarem esta coleção, os professores se coloquem na condição de aprendizes e busquem, com os estudantes, respostas a questionamentos suscitados, considerando que seu papel não seja apenas o de ensinar um conteúdo, mas também, e sobretudo, o de orientar a pesquisa e a aprendizagem. Esperamos que, juntos à comunidade escolar, os professores estejam atentos para as diferenças individuais e entre grupos a fim de evitar que, em torno delas, se construam mecanismos de exclusão.
Com o intuito de explicitar os pressupostos desta obra, apresentamos mais adiante as discussões teórico-metodológicas tomadas como base para esta edição. Discorremos sobre a natureza da língua, a concepção de aprendizagem e de ensino, a variação linguística, a abordagem dos gêneros textuais e a perspectiva de avaliação que norteiam a coleção, além de apresentar reflexões mais específicas sobre os multiletramentos, a interdisciplinaridade, o ensino de leitura e escrita, o ensino de oralidade e o ensino de conhecimentos linguísticos.
CONHEÇA SEU MANUAL DO PROFESSOR
Este Manual do Professor está organizado em duas partes: a primeira parte, geral, apresenta os princípios que embasam a proposta teórico-metodológica desta coleção; a segunda parte, específica para cada volume, apresenta orientações didáticas para apoiá-lo nas práticas pedagógicas em sala de aula.
Na primeira parte, além da fundamentação que embasa a proposta da coleção, apresentamos também o quadro programático do respectivo volume do Livro do Estudante, assim como sugestões de projetos e referências comentadas.
Na segunda parte, apresentamos a reprodução das páginas do Livro do Estudante em tamanho reduzido e, ao redor, objetivos, eventuais respostas ou respostas sugeridas, proposições pedagógicas, competências e habilidades contempladas, Temas Contemporâneos Transversais abordados, sugestões de integração com outros componentes curriculares etc. As páginas reproduzidas a seguir são representativas da segunda parte do Manual do Professor.
Competências do módulo
Gerais: 1, 3, 4
Linguagens: 1, 2, 5
Língua Portuguesa: 1, 3, 7, 9 Arte: 1
Habilidades da abertura • EF67LP23 EF69AR03 • EF69AR05 EF69AR31
Tema Contemporâneo Transversal Diversidade cultural
INTRODUÇÃO Neste módulo, o tema desenvolvido é a leitura literária. O eixo de leitura aborda textos de capa e quarta capa de livro e narrativa de aventura. Os textos que compõem o módulo têm como personagem principal o superherói Pantera Negra, de grande apelo cultural e identificação na cultural juvenil na contemporaneidade. O suporte de circulação de suas aventuras –as HQs – é bastante apreciado pelos estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. Dessa forma, contemplase o trabalho com o Tema Contemporâneo Transversal (TCT) Diversidade cultural. Esse TCT se relaciona à apresentação de narrativa do superherói Pantera Negra, cuja história faz referência à diversidade cultural dos povos africanos. Se quiser conhecer mais sobre o filme, acesse o link: https://revistagalileu.globo. com/Cultura/noticia/2018/02/ pantera negra e repleto dereferenciashistoricaseculturais.html (acesso em: 25 maio 2022). O eixo de análise linguística/semiótica tem como foco as linguagens verbal e não verbal, as variações linguísticas, os substantivos e os sinais de pontuação relacionados ao discurso direto e ao discurso indireto. Também são abordados textos de comentário do
BNCC
leitor, buscandose, a partir das experiências dos estudantes como usuários da internet, analisar os fenômenos da língua e dos novos gêneros textuais. No eixo de produção textual, o trabalho enfoca a produção oral de uma roda de leitura.
OBJETIVOS
• Reconhecer e aprender as características dos gêneros capa e quarta capa de livro, comen
tário do leitor e narrativa de aventura.
• Identificar textos relativos aos gêneros capa e quarta capa de livro.
• Distinguir linguagem verbal de linguagem não verbal em textos variados.
• Identificar os tipos de variação linguística e o conceito de normapadrão.
• Retomar o conceito de substantivo e suas classificações.
Indica as competências (gerais, de área e específicas), as habilidades e os Temas Contemporâneos Transversais trabalhados.
INTRODUÇÃO
Introduz, de modo geral, o trabalho realizado nas diferentes seções do respectivo módulo, apresentando os textos que serão trabalhados e os conteúdos abordados em cada uma delas.
• Compreender os usos de sinais de pontuação.
• Participar de práticas de compartilhamento de leitura e recepção de obras literárias e objetos culturais.
• Realizar produção oral de uma roda de leitura.
FIQUE POR DENTRO
• Capa de livro e quarta capa • Comentário do leitor • Linguagem verbal e linguagem não verbal Variação linguística e adequação da linguagem
• Narrativa de aventura
Substantivo: comum e próprio, concreto e abstrato, primitivo e derivado, simples e composto, coletivo • Sinais de pontuação: travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação e reticências • Produção oral: roda de leitura • Arte e universo literário
Observe a imagem que faz parte do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg. Depois, discuta as perguntas com os colegas.
1. Quais são os elementos da imagem que mais chamam a sua atenção? Por quê?
Respostas pessoais.
2. Observe o ambiente representado na imagem. Que lugar você imagina que seja esse? Você já esteve em um lugar parecido?
Se necessário, estabeleça com eles, de modo coletivo e colaborativo, maneiras adequadas de tratamento com os colegas e o professor em sala de aula e de participação nos debates, para que os turnos de fala sejam respeitosos e as discussões sejam proveitosas. Proponha-lhes que analisem a imagem e pensem em histórias que conheceram em livros, filmes, seriados, HQs ou videogames. Peça que comentem e justifiquem as histórias de que se lembraram. Garanta que os estudantes construam um comentário crítico e pessoal a respeito das histórias escolhidas.
REALIZAÇÃO
1. Incentive os estudantes a observar com atenção a imagem. Ressalte que esse é um frame de um curta-metragem de animação, ou seja, é uma imagem estática que compõe a sequência do audiovisual. Deixe que exponham livremente suas opiniões e, depois, peça-lhes que argumentem o porquê.
3. Para você, qual é a relação da personagem com os livros que estão no chão? Resposta pessoal.
4. Como é a sua relação com os livros e com a literatura?
Respostas pessoais. Respostas
PROPOSIÇÕES
As atividades propostas em Imagem em foco permitem levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre as temáticas abordadas no módulo, como o contato e o interesse por livros e o conhecimento sobre narrativas de aventura, bem como incentivá-los a identificar e analisar elementos da linguagem não verbal.
OBJETIVOS
2. Incentive-os a prestar atenção nos detalhes da cena e chame atenção para a maneira pela qual uma imagem não verbal pode comunicar diversas informações e apresentar possibilidades narrativas por meio de cores, tons, formas, dimensões etc.
3. O objetivo da atividade é incentivar os estudantes a buscar sentidos e interpretações voltadas para o tema do módulo. Lembre-se de que eles podem não conhecer o curta-metragem; por isso, deixe que a turma trace hipóteses de maneira livre.
4. Comente com a turma que a prática de leitura é essencial na formação escolar e que a literatura amplia nosso conhecimento acerca de assuntos variados.
Apresenta os objetivos de aprendizagem a serem alcançados.
PROPOSIÇÕES
Traz comentários e orientações para o desenvolvimento dos conteúdos abordados.
REALIZAÇÃO
Apresenta eventuais respostas, sugestões ou complementos de respostas a atividades do Livro do Estudante.
BNCCautor de outros livros de ficção derivados de obras cinematográficas.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA Explique aos estudantes que a capa de um livro é formada por quatro páginas: a primeira capa, a segunda capa, a terceira capa e a quarta capa, e que eles só irão analisar a primeira e a quarta capas. Após ouvir os comentários da turma, explique que as capas e quartas capas têm a função de identificar o livro para o consumidor e, por
isso, apresentam elementos que visam instigar o interesse pelo seu conteúdo. Em seguida, peça que observem a capa, identifiquem quais elementos sugerem o assunto que será tratado no livro e explicitem o título, a figura da capa, as cores, o conhecimento do filme, da personagem etc. Solicite que observem a quarta capa e o título que aparece nela, imaginando o que poderá acontecer na história com base nesse
ARTICULAÇÃO COM
elemento e que antecipações de fatos ele sugere. Peça a eles que avaliem a capa e a quarta capa, digam se elas cumprem o objetivo e comentem se se sentiram atraídos pela leitura do livro com base nas informações que localizaram até o momento e por quê. Após essa conversa inicial, proponha uma leitura silenciosa dos textos e, depois, a leitura compartilhada em voz alta.
REALIZAÇÃO
Caso você ainda não tenha abordado as informações contextuais dos textos lidos, elas podem ser encontradas em Quem é o autor e exploradas com os estudantes. Verifique com a turma se há dúvidas de vocabulário, esclareça-as coletivamente e leia o boxe Vocabulário
ARTICULAÇÃO COM
GEOGRAFIA
Indica-se a possibilidade de desenvolvimento de trabalho de maneira interdisciplinar com o componente Geografia. Com base na representação do país fictício de Wakanda, conhecido por sua industrialização e tecnologia avançadas, é possível explorar o objeto de estudo identidade sociocultural. O professor convidado pode propor que os estudantes identifiquem e analisem as modificações feitas pelo ser humano nas paisagens naturais em diferentes comunidades a fim de construir novos espaços de vivência. Esse estudo pode ser realizado por meio de imagens e representações relativas aos povos originários, em especial. Cabe também, se possível, incluir nessa seleção sociedades oriundas do universo da ficção.
Indica possibilidades de articulação dos conteúdos ou temas com outros componentes curriculares.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Sugere estratégias adequadas aos objetivos de leitura e ao propósito dos textos.
FORMAÇÃO CONTINUADA
Apresenta leituras complementares com o objetivo de aprimorar continuamente o trabalho docente.
• O rei soltou um suspiro demorado.
Substantivo concreto e abstrato
Substantivo concreto é a palavra que nomeia seres, reais ou imaginários, que têm existência própria, isto é, que não dependem de outro ser para existir. Mesmo seres imaginários, como dragões e fadas, são substantivos concretos. Exemplo: O rei ativou o motor da moto
Substantivo abstrato é a palavra que representa algo dependente de outro ser, como uma ação um sentimento ou uma qualidade Exemplo: O rei soltou um suspiro demorado. Suspiro depende de rei para se tornar uma ação ou um sentimento.
Substantivo primitivo e derivado
Substantivo primitivo é a palavra que não deriva de nenhuma outra palavra. Exemplo: O rei desligou o aparelho Aparelho forma o substantivo aparelhagem
Substantivo derivado é a palavra formada a partir de outra palavra, substantivo ou não.
Exemplo: Está presa no desabamento Desabamento forma-se a partir da palavra desabar
Substantivo simples e composto
Substantivo simples é um nome formado por uma só palavra. Exemplo:
Eu não deixarei minha mãe indefesa. Substantivo composto é um nome formado por mais de uma palavra, que são combinadas para designar um único ser ou ideia. Exemplo: Você defenderá a Rainha Mãe Rainha e mãe formam um ser único, a personagem Rainha Mãe
Há substantivos compostos que podem ser escritos com hífen. Exemplos: super-herói arranha-céus. Há substantivos compostos que podem ser escritos sem hífen, a partir da junção de outros dois nomes. Exemplos: pontapé passatempo
Substantivo coletivo São palavras que nomeiam em si um conjunto de seres ou coisas de uma mesma espécie, referindo-se a uma coletividade. Exemplo: As tropas lutariam até o último homem. Nomeia um conjunto de soldados.
Se julgar necessário, peça aos estudantes que busquem outras ocorrências em textos, listando outros exemplos de cada tipo de substantivo no caderno ou em uma folha à parte. É possível também propor que elaborem coletivamente um cartaz com os novos exemplos, afixandoo no mural da sala de aula para consultas posteriores. Se considerar interessante, explique aos estudantes as diferenças de sentido no uso do substantivo.
Comente que, em situações formais e informais de comunicação, os substantivos podem ser usados pelos falantes para reforçar certos aspectos do que querem dizer. Ao escolherem usar um nome em vez de outro para referirse a alguém, por exemplo, os falantes evidenciam algo a respeito dessa pessoa sobre a qual estão falando. Leia para eles estas frases:
• T’Challa passou a mão por sua moto a jato.
• O Pantera Negra assentiu, subiu na moto e acionou a moto. Diga a eles que cada nome ou expressão usada para referirse ao personagem principal da narrativa enfatiza um aspecto diferente. Na primeira, o substantivo próprio T’Challa dá ênfase ao personagem principal da história em sua individualidade; o substantivo comum rei evidencia seu cargo e destaca seu poder e sua relevância em Wakanda; o substantivo próprio Pantera Negra enfatiza seu papel de superherói.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Jogo com dicionário
Proponha um jogo com dicionário: fale uma palavra derivada e peça aos estudantes que pesquisem no dicionário a palavra primitiva correspondente. Quem encontrar primeiro a palavra correta desafia os colegas a encontrar a próxima palavra derivada. Vá anotando as palavras indicadas por eles. Ao final, peça que elaborem um quadro ou um cartaz com todos os exemplos apresentados.
PARA LER
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação uma proposta para o ensino de gramática no 1 e 2 graus. 14. ed.
São Paulo: Cortez, 2016. Esse livro, destinado à leitura do professor, propõe o ensino de gramática por meio de atividades que desenvolvem a competência comunicativa. Nele, o autor busca refletir sobre a função e o modo de se ensinar gramática, relacionando o ensino gramatical ao de produção e compreensão de textos.
PROPOSIÇÕES
Em Pronomes pessoais retos e oblíquos, se julgar oportuno, chame a atenção dos estudantes para o fato de que a classificação dos pronomes retos e oblíquos não é fixa; o que a determina é a função sintática que eles exercem na oração, seja de sujeito (retos) ou de complemento (oblíquos). Esse assunto será abordado posteriormente, quando tratarmos das funções sintáticas.
FORMAÇÃO CONTINUADA
No excerto a seguir, a linguista Ingedore Villaça Koch aborda as estratégias de coesão referencial e destaca o uso dos pronomes, em especial os pessoais, para construir os sentidos do texto.
Os pronomes são palavras que podem substituir ou acompanhar um nome e possibilitam ao falante fazer referências e retomadas. Os pronomes analisados anteriormente são chamados de pronomes pessoais
Pronome pessoal é a palavra que representa as pessoas do discurso, indicando quem fala, com quem se fala ou de quem se fala dentro de uma situação de interação.
Veja o exemplo a seguir.
Estamos apenas começando a descobrir o tamanho do QI dos golfinhos. E ele é maior do que imaginávamos Nesse trecho, extraído da reportagem de divulgação científica, o pronome pessoal ele refere-se ao QI dos golfinhos Ao mesmo tempo em que evita a repetição da expressão, ele a retoma para dar sentido ao trecho.
Os pronomes pessoais podem ser usados para ligar diferentes partes do texto, garantindo a coesão e a coerência. Isso porque os pronomes pessoais possibilitam fazer referências, isto é, indicar de que ou de quem se está falando.
Observe este exemplo.
Logo a golfinha também percebeu que o tamanho do lixo não fazia diferença, o lanche era sempre o mesmo. Ela não teve dúvidas [...].
Nesse trecho, o pronome pessoal ela indica que foi a golfinha nome ao qual se refere, que não teve dúvidas.
Os pronomes pessoais são empregados para indicar as três pessoas do discurso
1 pessoa (quem fala)
2 pessoa (com quem se fala)
3 pessoa (de quem se fala)
Pronomes pessoais retos e oblíquos
Os pronomes pessoais podem ser classificados como retos ou oblíquos de acordo com a função que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos são aqueles que representam as pessoas do discurso e evidenciam quem realiza a ação declarada pelo verbo. Veja:
1 pessoa (quem fala) – eu, nós 2 pessoa (com quem se fala) – tu, vós
3 pessoa (de quem se fala) – ele/ela, eles/elas 158
[…] A coesão por remissão pode, no meu entender, desempenhar a quer função de (re)ativação de referentes, quer a de “sinalização” textual. A reativação de referentes no texto é realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando-se, deste modo cadeias coesivas mais ou menos longas. Aquelas que retomam referentes principais ou temáticos (por exemplo, protagonista e antagonista, na narrativa; ser que é objeto de uma descrição; tema de uma discussão, em textos opinativos) percorrem em geral o texto inteiro. Esse tipo de remissão pode ser efetuado […] por meio de recursos de ordem “gramatical” – pronomes pessoais de terceira pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes (possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, relativos), os diversos tipos de numerais, advérbios pronominais
(como aqui aí lá ali) e artigos definidos; ou por intermédio de recursos de natureza lexical, como sinônimos. hiperônimos, nomes genéricos, descrições definidas; ou, ainda, por reiteração de um mesmo grupo nominal ou parte dele; e, finalmente, por meio da elipse.
por exemplo, o todo a partir de uma ou de algumas partes; um conjunto a partir de um ou mais subconjuntos, o gênero ou espécie a partir de um indivíduo; enfim, conhecimentos que fazem parte de um mesmo “frame” ou “script”, a partir de um ou vários de seus elementos explícitos na superfície textual ou vice-versa. […] KOCH, Ingedore G. V. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2018. p. 46-47. 158
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Propõe atividades complementares para ampliar a aprendizagem dos estudantes.
PARA LER / ASSISTIR / ACESSAR
Apresenta sugestões de sites, leituras ou outros recursos para ampliar o trabalho do professor e apoiar a aprendizagem dos estudantes.
ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO
Cada um dos quatro volumes desta coleção – destinados ao 6o, 7o, 8o e 9o anos do Ensino Fundamental –é organizado em sete módulos. Cada um dos módulos apresenta seções, subseções, boxes e outros componentes especialmente pensados para o ensino de Língua Portuguesa e para as temáticas que atendem às necessidades dos estudantes em seus desafios na atualidade.
Abertura
O objetivo da abertura dos módulos é focar a linguagem não verbal de um objeto artístico-cultural (fotografia, pintura, cena de filme etc.) que possibilite relacionar os elementos presentes e/ou sugeridos na imagem aos conhecimentos prévios dos estudantes e acessar suas experiências de mundo, antecipando os conteúdos que serão abordados nos textos. As perguntas apresentadas na subseção Imagem em foco visam desenvolver a habilidade dos estudantes de ler imagens e de utilizar a linguagem não verbal como meio para produzir sentidos e expressar ideias, bem como fazê-los refletir sobre a importância dos elementos não verbais na construção de sentidos. Também apresenta o Fique por dentro, que traz os principais conteúdos abordados no módulo.
Capítulo e Texto
Os módulos estão organizados em Capítulo 1 e Capítulo 2. Cada um dos capítulos se inicia com a seção Texto, com base na qual são desenvolvidas atividades que englobam o estudo dos gêneros textuais em suas três dimensões – conteúdo temático, forma composicional e estilo (marcas linguísticas) –, visando ao desenvolvimento de habilidades de leitura como: localização de informações, inferência, levantamento de hipóteses, reconhecimento de elementos composicionais do gênero em estudo e análise de recursos linguísticos e discursivos.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. A leitura do texto confirmou a sua expectativa quanto à decisão tomada por T’Challa entre a sua missão ou a proteção de sua família? Resposta pessoal.
2. No trecho que você leu, percebe-se que as mulheres são muito importantes no reino de Wakanda. Na sua opinião, em nossa sociedade, as mulheres tem o mesmo protagonismo que as guerreiras de Wakanda? Resposta pessoal.
3. Nesse recorte, que atitudes de T’Challa o caracterizam como um líder, um super-herói para o seu país? Você vê semelhanças entre ele e outros heróis? Respostas pessoais.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
1. Resposta pessoal. Espera-se que, por meios dessas atividades, os estudantes possam expressar uma avaliação sobre o texto lido e estabelecer preferências por gêneros, temas e autores.
2. a) Sugestões de resposta: A vida em palácios, o uso de armaduras invencíveis, existência de vilões superpoderosos, a presença de seres extraordinários como um homem radioativo, o uso de tecnologias inexistentes como uma motocicleta de motor de íon.
1. O que você achou de conhecer uma das aventuras do Pantera Negra? Ficou com vontade de ler o livro? Troque ideias com os colegas.
CAPA DE LIVRO E QUARTA CAPA CAPÍTULO1
Além da capa, a maioria dos livros apresentam textos na quarta capa. Você acredita que a função da capa de um livro é só atrair os leitores? De que maneira ela pode ajudar na interpretação da obra? Por que algumas capas conquistam os leitores e outras não? A quarta capa tem a mesma função que a capa de um livro? Que informações você imagina que um texto de quarta capa precisa ter? Compartilhe suas opiniões respeitosamente com os colegas e escute com atenção as respostas deles. Respostas pessoais.
TEXTO Leia a seguir capa e a quarta capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? adaptação de uma história em quadrinhos de mesmo nome.
Capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? publicado pela editora Novo Século, em 2018. Editora Novo Século 14
Conversando sobre o texto
2. b) Esses elementos são utilizados para proporcionar ao leitor a visualização dos cenários das personagens da história.
2. As narrativas de aventura de super-heróis geralmente apresentam elementos fantásticos e ligados à imaginação. a) Que elementos imaginários aparecem no texto? b) O que esses elementos acrescentam à construção dessa narrativa? c) Outros elementos citados no texto fazem parte do nosso cotidiano. Quais são esses elementos? d) Que efeitos de sentido a presença desses elementos do cotidiano acrescentam à narrativa?
2. c) Sugestões de respostas: O tablet o comunicador (telefone), o fone de ouvido e motocicleta são elementos presentes em nosso cotidiano.
2. d) Esses elementos produzem um efeito de aproximação do leitor, mobilizando seus conhecimentos de mundo.
3. No trecho do texto que você leu, T’Challa enfrenta a ameaça de invasão de Wakanda por um vilão.
3. a) O inimigo a ser vencido é M’Butu, do reino de Niganda; nesse reino, o povo vive de forma indigna e passa por momentos muito difíceis.
a) Quem é esse vilão? O que é possível afirmar sobre o povo que vive sob o comando dele? b) Considerando a temática da narrativa e as características do super-herói e do vilão, qual o provável público leitor desse livro?
3. b) Adolescentes adultos que se interessam pelo gênero de aventura, que admiram personagens que têm superpoderes que lutam com vilões, sempre com o objetivo de fazer o bem ou salvar alguém.
4. O livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? foi publicado em 2018 e, assim como ocorreu com o filme, o personagem fez sucesso e passou a ser uma referência para as pessoas ao redor do mundo. a) Por que você acha relevante haver uma referência de super-herói negro, como o Pantera Negra? b) Na sua opinião, que elementos sociais, históricos e culturais presentes na sociedade podem ter contribuído para que a história do Pantera Negra tenha tido tanto destaque?
4. a) Espera-se que os estudantes infiram que o fato de existir um super-herói negro é uma maneira de dar representatividade protagonismo às pessoas negras, reforçando papéis de destaque que elas ocupam na sociedade.
4. b) Espera-se que os estudantes infiram que ainda há muitas situações em que se observam discriminação e o preconceito em relação às pessoas negras, aspectos que vêm sendo combatidos por todas as pessoas já que todos que vivem em uma sociedade possuem valores devem ter seu lugar respeitado.
Esta seção ocorre logo após a seção Texto e tem por finalidade promover um espaço em que os estudantes possam apresentar as primeiras impressões a respeito do que leram, além de expor suas ideias e opiniões sobre os temas ou fatos presentes nos textos considerando seus conhecimentos prévios. Eles poderão verificar se as hipóteses construídas anteriormente na antecipação realizada na introdução dos textos foram confirmadas ou não, relacionar as informações lidas com seu conhecimento de mundo e emitir pontos de vista com base em uma situação narrada ou apontada nos textos.
Explorando o texto
1. A leitura do texto confirmou a sua expectativa quanto à decisão tomada por T’Challa entre a sua missão ou a proteção de sua família? Resposta pessoal.
2. No trecho que você leu, percebe-se que as mulheres são muito importantes no reino de Wakanda. Na sua opinião, em nossa sociedade, as mulheres tem o mesmo protagonismo que as guerreiras de Wakanda? Resposta pessoal.
3. Nesse recorte, que atitudes de T’Challa o caracterizam como um líder, um super-herói para o seu país? Você vê semelhanças entre ele e outros heróis? Respostas pessoais.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
1. Resposta pessoal. Espera-se que, por meios dessas atividades, os estudantes possam expressar uma avaliação sobre o texto lido e estabelecer preferências por gêneros, temas e autores.
2. a) Sugestões de resposta: A vida em palácios, o uso de armaduras invencíveis, a existência de vilões superpoderosos, a presença de seres extraordinários como um homem radioativo, o uso de tecnologias inexistentes como uma motocicleta de motor de íon.
1. O que você achou de conhecer uma das aventuras do Pantera Negra? Ficou com vontade de ler o livro? Troque ideias com os colegas.
2. As narrativas de aventura de super-heróis geralmente apresentam elementos fantásticos e ligados à imaginação.
a) Que elementos imaginários aparecem no texto?
b) O que esses elementos acrescentam à construção dessa narrativa?
2. b) Esses elementos são utilizados para proporcionar ao leitor a visualização dos cenários e das personagens da história.
c) Outros elementos citados no texto fazem parte do nosso cotidiano. Quais são esses elementos?
2. c) Sugestões de respostas: O tablet o comunicador (telefone), o fone de ouvido e a motocicleta são elementos presentes em nosso cotidiano.
d) Que efeitos de sentido a presença desses elementos do cotidiano acrescentam à narrativa?
2. d) Esses elementos produzem um efeito de aproximação do leitor, mobilizando seus conhecimentos de mundo.
3. No trecho do texto que você leu, T’Challa enfrenta a ameaça de invasão de Wakanda por um vilão.
3. a) O inimigo a ser vencido é M’Butu, do reino de Niganda; nesse reino, o povo vive de forma indigna passa por momentos muito difíceis.
a) Quem é esse vilão? O que é possível afirmar sobre o povo que vive sob o comando dele?
Esta seção é dedicada ao estudo das dimensões discursivas do texto. Em Texto e contexto, as atividades de análise e compreensão contemplam o conteúdo temático, os fatores de textualidade e a situação de produção (finalidade, papel do interlocutor, esfera de produção e circulação, suporte etc.). Em Composição e linguagem, o objetivo é analisar o modo de organização das informações e da sequência textual predominante no gênero explorado, bem como propor atividades de análise e compreensão dos estilos do gênero textual e do autor, por meio da análise linguística do registro escolhido (formal e informal), do léxico, dos elementos coesivos, entre outros fatores.
34
b) Considerando a temática da narrativa e as características do super-herói e do vilão, qual é o provável público leitor desse livro?
3. b) Adolescentes e adultos que se interessam pelo gênero de aventura, que admiram personagens que têm superpoderes e que lutam com vilões, sempre com o objetivo de fazer o bem ou salvar alguém.
4. O livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? foi publicado em 2018 e, assim como ocorreu com o filme, o personagem fez sucesso e passou a ser uma referência para as pessoas ao redor do mundo.
a) Por que você acha relevante haver uma referência de super-herói negro, como é o Pantera Negra?
4. a) Espera-se que os estudantes infiram que o fato de existir um super-herói negro é uma maneira de dar representatividade protagonismo às pessoas negras, reforçando papéis de destaque que elas ocupam na sociedade.
b) Na sua opinião, que elementos sociais, históricos e culturais presentes na sociedade podem ter contribuído para que a história do Pantera Negra tenha tido tanto destaque?
4. b) Espera-se que os estudantes infiram que ainda há muitas situações em que se observam a discriminação e o preconceito em relação às pessoas negras, aspectos que vêm sendo combatidos por todas as pessoas já que todos que vivem em uma sociedade possuem valores e devem ter seu lugar respeitado.
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 34
10/08/22
Essa organização do estudo do texto em duas partes foi feita para fins didáticos. Contudo, vale ressaltar que o agrupamento dessas duas subseções foi pensado considerando o aspecto predominante a ser tratado. Assim, ao se enfatizar uma questão temática, não significa que se está excluindo o diálogo com os outros elementos, uma vez que todos eles estão interligados e não podem ser completamente desvinculados. O tratamento do texto nessa perspectiva busca favorecer o processo de leitura, a construção de sentidos e a compreensão dos estudantes quanto à situação de comunicação e às características do gênero. Nesta seção, em geral, encontram-se atividades de leitura que visam contemplar os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) e a diversidade de gêneros presentes nos diferentes campos de atuação definidos pela BNCC. Os gêneros, mídias e modalidades abordados na coleção tomam como referência o universo cultural dos estudantes e linguagens por eles conhecidas com práticas de linguagem que envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, caracterizando, assim, uma abordagem de multiletramentos.
Textos em diálogo
Esta seção promove o diálogo entre a leitura principal do Capítulo 1 e outros textos, a fim de buscar uma interligação entre eles no aspecto composicional (organização e estrutura do gênero), na linguagem e/ou no conteúdo temático. O objetivo da seção é promover a percepção de diferentes linguagens na construção de sentidos dos textos e de aspectos de intertextualidade, levando os estudantes a estabelecer relações de semelhanças e diferenças, assim como conexões entre textos de diferentes gêneros ou de outras linguagens.
Narrativa de aventura e resenha de game Histórias de aventuras, com heróis enfrentando inimigos ou outros desafios e desbravando novos lugares, não estão presentes apenas nos livros. Esse tema também é apresentado em filmes, séries e games Apesar de terem elementos semelhantes, cada uma dessas produções tem linguagens diferentes. Diante da variedade de opções relacionadas a um tema específico, como saber se vale a pena, por exemplo, assistir a um novo filme ou série, ou conhecer um game lançado recentemente? Como você faz para se informar dessas novidades sobre livros, filmes, séries e jogos? Comente com os colegas e ouça com atenção o que eles têm a dizer. Respostas pessoais.
Além das indicações de colegas e amigos, podemos recorrer às resenhas críticas e aos comentários publicados em blogues, sites, revistas, jornais e saber como uma produção é avaliada, quais são os pontos positivos e os negativos. Agora, leia a resenha de um game chamado Sea of Thieves ("Mar de ladrões", em português), publicada em um site especializado em apresentar informações sobre jogos eletrônicos. 62
O jogo tem uma mecânica bem simples, existem dois modos de jogo, o modo corveta, para até dois jogadores, este é um modo mais fácil para jogadores que não tem tanta experiência com o game ou falta de amiguinhos para jogar, e o outro modo é onde você e seus amigos controlam um galeão, um navio para quatro pessoas. O grande charme de Sea of Thieves é o vasto mundo e a experiência cooperativa entre os jogadores, com diversas batalhas entre navios, caçando tesouros e até mesmo podendo derrotar um Kraken. Apesar de todas essas qualidades citadas o jogo peca em um fator importantíssimo para o jogo mais ambicioso da Rare, o conteúdo. As missões de caçadas aos tesouros são repetitivas e seguem uma mesma linha em TODAS as missões, apenas o método de como chegar ao tesouro dá uma pequena variada, tornando assim o segmento das missões muito parecido entre uma e outra, você vai para o porto, pega uma missão, encontra a ilha do mapa, encontra o tesouro (Batalha com alguns esqueletos amaldiçoados) e entrega no porto. [...] Contudo, o pvp agrada muito os jogadores tornando-se o grande acerto da Rare no jogo, o triunfal momento do jogo onde dois barcos piratas se confrontam é de total satisfação e a grande recompensa é o tesouro do navio abatido, a camaradagem é o essencial para você ter sucesso no jogo, não só apenas nos duelos, como também na diversão do jogo. [...]
Kraken é um dos personagens do jogo Sea of Thieves Ele é um monstro que vive em águas profundas costuma atacar embarcações de grande porte.
VOCABULÁRIO
pvp: sigla para a expressão, em inglês, player versus player ou seja, “jogador contra jogador”, em tradução livre. No pvp em equipe, duas ou mais equipes de aliados entram na disputa com outros grupos também controlados por jogadores reais.
a trilogia Donkey Kong Country para Super Nintendo) para os holofotes das indústrias dos games [...]. Dois meses após o seu lançamento e muitas horas de jogatina online com meus amigos, eu vi a necessidade de dar uma opinião sobre o game que apesar de ser bem ambicioso na sua proposta, ele acaba se tornando exaustivo.
Além de promover a intertextualidade, buscamos desenvolver um trabalho de multiletramento. Os gêneros textuais, por serem compostos de múltiplas linguagens, exigem do estudante capacidades e práticas de compreensão para cada uma das linguagens que os compõem (isto é, multiletramentos), a fim de estabelecer sentidos.
Reconhecer essas relações entre os textos é importante para a formação de um leitor crítico e serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como esse fator interfere tanto na compreensão do texto quanto na produção textual. Ao relacionar um texto com outro, o leitor pode compreendê-los em sua profundidade.
Questão de fala e escrita
A seção tem como objetivo permitir aos estudantes o aprendizado dos elementos notacionais da escrita (pontuação, acentuação, irregularidades ortográficas), assim como de outros aspectos da língua, como as estratégias linguísticas, os recursos discursivos, os elementos de textualidade e os marcadores conversacionais, presentes em textos de diferentes campos de atuação.
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
2. a) O trecho 1 apresenta a descrição dos penhascos. Espera-se que os estudantes indiquem que a descrição produz efeito de tensão e medo no leitor, dando ênfase ao perigo daquele local.
Recursos descritivos, prescritivos e de ordenação de fatos Para elaborar um texto oral ou escrito são usados alguns recursos que possibilitam ao interlocutor ou ao leitor entender melhor o que está sendo dito ou escrito.
1. No trecho do relato pessoal que você leu, a bióloga Deise Nishimura inicia descrevendo o local onde os fatos aconteceram. Releia-o.
E... foi um dia que eu tava limpando peixe, é... preparando o almoço, né? Eu tava limpando o peixe no deque de fora de minha casa e foi quando um jacaré me atacou slide ao fundo do palco mostra uma representação, em desenho, da casa e do jacaré] Eu tava na parte de fora da casa, o jacaré veio por trás, eu tava sentada, né, no chão, limpando no chão [riso nervoso; faz gestos para a plateia, exemplificando a situação] e o jacaré veio por trás e... e pulou mais de um metro, abocanhou a minha perna e ele me levou lá pro fundo da água, né?
• Em sua opinião, a ordem em que os fatos foram relatados contribui ou dificulta o entendimento do texto?
Espera-se que os estudantes infiram que a sequência em que os fatos foram
relatados prioriza a ordem em que se sucederam os acontecimentos, contribuindo para entendimento do texto.
relatados prioriza a ordem em que se sucederam os acontecimentos, contribuindo para o entendimento do texto.
2. Um recurso empregado em textos orais e escritos, principalmente em textos narrativos, é o recurso descritivo. Releia trechos de “O cruzeiro do coracle”.
Trecho 1
Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura cercados de grandes pedras caídas no mar. Estava perto e meu primeiro pensamento foi remar de volta para a terra.
Trecho 2
Um pouco mais ao norte, o terreno se estendia por um longo trecho, revelando com a maré baixa uma longa faixa de areia amarela. A ponta oposta dessa praia era chamada de Ponta das Florestas no mapa, e merecia o nome. Era coberta por pinheiros verdes que vinham até a beira do mar.
90
ao personagem para ele chegar à praia.
PRODUÇÃO MULTIMODAL
Narrativa de aventura
Agora, é a sua vez de escrever uma narrativa de aventura para compor, com os outros textos da turma, uma coletânea, que pode ser intitulada Grandes aventuras, grandes leituras! Depois, essas histórias serão gravadas para serem ouvidas em formato de audiobook A coletânea audiobook com as produções da turma comporão o acervo da biblioteca, de modo que os estudantes de outras turmas, familiares e amigos possam ler, ouvir e se encantar com essas aventuras.
Planejando a narrativa de aventura Espaço
1 Defina o espaço dos acontecimentos que serão narrados. Para isso, pense em quais elementos fazem parte desse cenário e que permitiriam aos personagens viverem uma aventura. Por exemplo, uma história que se passa em uma ilha deserta pode trazer animais selvagens e plantas venenosas como elementos hostis e desafiadores para a narrativa de aventura; uma floresta densa pode ter animais peçonhentos, desconhecidos.
Escrevendo a narrativa de aventura
1 Defina se o narrador vai participar da história como personagem – narração em 1 pessoa – ou se vai narrar apenas como observador – narração em 3 pessoa. Para isso, pense nos efeitos de sentido que você quer provocar no leitor.
2 Ao narrar as peripécias e aventuras da personagem, descreva o lugar, a cena, os obstáculos e como ela os supera. Dessa forma, revele ao leitor as habilidades da personagem, como coragem e determinação.
3 Atente-se para os recursos que ajudam a dar sentidos ao texto torná-lo compreensível. Para isso, observe:
• a escolha de palavras para caracterização do cenário e dos personagens, como os adjetivos que ajudam o leitor visualizar na imaginação os obstáculos vividos pela personagem.
<Aplicar p. 94 e 95 do LE 6o ano>
Por exemplo: pesada nuvem, encosta íngreme velejo selvagem. Lembre-se de fazer a concordância adequada do adjetivo com relação ao substantivo a que se refere; as associações que ajudam a realçar características, como: ondas pico azul comparações, como: leve como um pássaro as substituições de substantivos por sinônimos para dar continuidade e estabelecer relações de sentido entre as partes do texto. Por exemplo: rochas pedras recifes os recursos de coesão para interligar as partes e dar continuidade ao texto, como em: “A estava com a vela principal e duas bujarronas desfraldadas ao vento. Quando vi pela primeira vez, as velas estavam enfunadas e ela rumava para noroeste” (os pronomes a e ela substituem a palavra escuna produzindo continuidade ao texto);
2 Inspire-se no cenário escolhido e pense no enredo da aventura: Que obstáculos e desafios a personagem deverá superar nesse ambiente?
Protagonista O protagonista tem um modo de ser e de agir que se destaca dos demais personagens. As qualidades atribuídas ao protagonista vão ajudar você a pensar como ele vai encarar os acontecimentos, obstáculos e desafios no ambiente escolhido. Escreva algumas características do seu protagonista, como nome, idade, habilidades, virtudes e defeitos. Considere também como complicação da narrativa vai colocar essas características à prova. Por exemplo: um defeito de caráter do protagonista pode gerar o conflito da história.
O enredo As informações do quadro a seguir ajudam no planejamento das etapas do enredo. É com base nelas que você vai desenvolver sua história.
• as expressões que marcam onde os fatos acontecem. Por exemplo: Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura”;
• as expressões que constroem passagem do tempo, como: “Logo depois ela começou a buscar cada vez mais o rumo oeste”; “de vez em quando dava uma ou duas pequenas remadas”; por algum tempo finalmente • os tempos verbais no pretérito perfeito ou no pretérito imperfeito, evidenciando que as ações ocorreram em um tempo passado, como em: “Navegou suavemente por cerca de 1 minuto e ficou mais uma vez com o nariz voltado para o vento” (as formas verbais estão no pretérito perfeito, indicando que o fato ocorreu e foi finalizado); “Entre as pedras, a arrebentação espumava uivava As ondas reverberavam pesadas, uma após a outra, borrifando água salgada que ia alto e caía com tudo” (as formas verbais estão no pretérito imperfeito, indicando um acontecimento passado).
3. Leia a seguir um trecho do Estatuto da Pessoa com Deficiência que trata das garantias e dos direitos das pessoas com deficiência relacionadas à educação. Esse trecho compreende três incisos do Capítulo IV, Artigo 28 desse documento.
Incisos são as partes que tratam de aspectos específicos de um artigo. O artigo é uma parte do texto legal, o qual serve para localizar uma informação dentro da lei, por maior que ela seja.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida; [...] VIII participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; [...] XV – acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; [...] de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Senado Federal, 2015. Disponível em: www2.senado.leg.br/bdsf/ bitstream/handle/id/513623/001042393.pdf. Acesso em: 17 dez. 2021.
a) Em sua opinião, o que pode ter levado o governo a criar o Estatuto da Pessoa com Deficiência? Resposta pessoal b) Para você, os direitos expressos nesse artigo estão sendo garantidos às pessoas com deficiência? Por quê? c) Com base no inciso XV, o que o poder público deve garantir à pessoa com deficiência? d) De acordo com o Artigo 28, o poder público é o responsável por garantir o cumprimento desses direitos. Que ações são atribuídas a esse poder?
Nos textos que você analisou nesta seção, foram empregados recursos linguísticos de ordenação de fatos, de descrição e de prescrição. Cada um desses recursos tem a sua finalidade e são empregados em diferentes textos. O recurso da ordenação de fatos é usado em textos para evidenciar a sequência em que os fatos ocorrem. Normalmente, em textos narrativos, os fatos se organizam em uma relação de causa e consequência. Exemplo:
3. c) Deve garantir o acesso da pessoa com deficiência jogos a atividades recreativas, esportivas e de lazer no ambiente escolar.
Mas eu consegui chegar dentro da casa, peguei o rádio, chamei por ajuda e... depois de mais ou menos uns 10 minutos, uns... guias turísticos de uma pousada que fica lá perto chegaram. E eles fizeram um torniquete na minha perna, tudo...
Respostas pessoais. No trecho, a forma como os fatos estão escritos possibilita ao leitor compreender a sequência de ações realizadas pela bióloga até o momento do seu resgate.
3. d) O poder público precisa assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar se os direitos às pessoas com deficiência estão sendo cumpridos.
91
Produção
Nesta seção, há uma proposta de produção de texto (escrito, oral ou multimodal) relacionada a um dos gêneros textuais estudados no módulo. Os gêneros selecionados para orientar a proposta são produzidos e circulantes em diferentes esferas da atividade humana, como a literária, a jornalística, a publicitária, a da vida pública e a de estudo e pesquisa.
94
Situação inicial Complicação Clímax Desfecho Apresentação do protagonista e dos demais personagens, fatos iniciais, localização da aventura no espaço (onde) e no tempo (quando).
Parte em que surge o conflito, que vai trazer tensão à narrativa.
Momento de maior tensão da narrativa, que prende atenção do leitor.
Momento em que o conflito é resolvido e a história termina.
4 Escolha um título adequado à narrativa. Revisando e reescrevendo a narrativa de aventura Nesta etapa, você deve ler, reler e avaliar seu texto. Se necessário, deve reescrevê-lo. Em seguida, a turma vai organizar a coletânea. Faça dupla com um colega e troquem seus textos. Leia a narrativa do colega e avalie o texto, de acordo com os aspectos apresentados a seguir. 95
A proposta considera as fases essenciais de planejamento – execução, reescrita, avaliação –, além da divulgação do texto em diferentes mídias, suportes e contextos de produção. Essa sequência didática tem a finalidade de ajudar o estudante a apreender o gênero produzido de modo a poder usá-lo, de forma adequada, em determinada situação de comunicação, considerando o interlocutor, o suporte em que o texto vai circular, a intenção do locutor, entre outros elementos da situação de comunicação.
A seção também possibilita aos estudantes realizar a autoavaliação e observar o que aprenderam e o que ainda precisam aprender, assim como os incentiva a avaliar a produção do colega, opinar e trocar experiências e conhecimentos.
Os critérios avaliativos que vão orientar a autoavaliação e a heteroavaliação devem ser considerados em seu conjunto, de forma contextual, e analisados segundo os objetivos que orientaram o ensino. De modo geral, eles podem ajudar os estudantes a verificar se escrevem textos com pontuação e ortografia convencional; se produzem textos escritos e orais considerando as características do gênero e a situação de comunicação; e aspectos ligados a questões linguísticas gerais e especificas dos gêneros produzidos.
Arte e ciência Neste módulo, você estudou uma reportagem de divulgação científica e um verbete de enciclopédia e refletiu sobre a importância da ciência para as sociedades. Agora, você vai conhecer um trabalho artístico que relaciona arte e ciência para propor reflexões ao público. A instalação artística Mundus Admirabilis, da artista gaúcha Regina Silveira (1939-), formada por grandes adesivos colados em paredes, tetos e chão de ambientes. Para produzir esses adesivos, a artista consultou livros científicos do século XVIII e selecionou ilustrações de insetos classificados como daninhos, isto é, que de alguma maneira fazem mal ao ambiente em que vivem. É importante notar que essas ilustrações foram produzidas antes da criação da fotografia, por isso tinham a mesma importância de um registro científico e eram elaboradas com grande riqueza de detalhes.
Linguagens em conexão
1. Observe as imagens da instalação e imagine-se andando dentro desse ambiente. Quais sensações você acha que teria?
personagens brasileiros
História da arte com Regina Silveira Vídeo (5min41s). Canal
Quem é
pessoal. Resposta pessoal.
A seção apresenta uma proposta de integração entre um conteúdo ou tema do módulo e algum aspecto ou algum componente curricular da área de Linguagens, da qual Língua Portuguesa faz parte. O objetivo da seção é interligar diferentes componentes curriculares, contribuindo para o aprofundamento da aprendizagem em diferentes linguagens e para um aprendizado cada vez mais interligado.
2. Em sua opinião, o que a presença de insetos considerados daninhos pode sugerir ao público?
3. Quando a artista retira as imagens dos livros científicos do século XVIII e insere em uma instalação artística do século XXI, os sentidos das imagens continuam os mesmos? Por quê? 4. Em sua opinião, a arte e a ciência podem se relacionar? Como? De quais maneiras?
Cultura. Disponível em: you tube.com/watch?v=qEhjzD7OsSc. Acesso em: abr. 2022.
vídeo uma produção da TV Cultura apresenta a artista Regina Silveira contando um pouco mais sobre o trabalho Mundus Admirabilis
Este boxe traz dados biográficos resumidos sobre o autor do texto, o fotógrafo ou o artista. Tem como objetivo apresentar o perfil do produtor dos principais conteúdos selecionados para a coleção, a fim de ampliar o repertório e o conhecimento de mundo dos estudantes.
O contexto do texto
O boxe acompanha alguns textos principais e tem como finalidade apresentar informações fundamentais para a compreensão de seus contextos de produção, além de despertar o interesse dos estudantes pela leitura integral das obras em que os textos lidos foram publicados.
Vocabulário
O boxe traz uma lista de palavras e seus respectivos significados no contexto em que aparecem nos textos propostos, com o objetivo de auxiliar os estudantes na compreensão textual. Os termos apresentados aparecem em destaque no texto.
Saiba mais
Este boxe apresenta informações complementares a conteúdos e temas suscitados pelos textos do módulo e até mesmo curiosidades que buscam ampliar o repertório dos estudantes.
Língua em cena
Este boxe tem como objetivo propor pesquisas e atividades que levem os estudantes a ampliar seu conhecimento linguístico. Como estratégia, incentiva os estudantes na busca pelo conhecimento instigando-os a levantar hipóteses, desenvolver a capacidade de observação, análise e comparação, e estabelecer conclusões, a fim de realizar as próprias descobertas.
Outros boxes
• Para ler / assistir / acessar / ouvir / visitar: oferece aos estudantes sugestões de livros, textos, filmes, vídeos, sites, músicas e locais de visitação relacionados aos conteúdos apresentados, por meio das quais se pode aprofundar os assuntos abordados.
• “Explicativo”: complementa, detalha, sintetiza ou relembra informações e conceitos que podem auxiliar os estudantes no entendimento de algum tema ou de alguma atividade.
• “Conceito”: apresenta os principais conceitos das seções.
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
Esta obra está alinhada à Base Nacional Comum Curricular (doravante BNCC), documento normativo de referência nacional para a formulação dos currículos e das propostas pedagógicas de todas as escolas do país. Ao considerar as necessidades e demandas dos estudantes brasileiros contemporâneos, a BNCC, elaborada em conjunto com a sociedade, profissionais da educação e especialistas, define o conjunto de aprendizagens essenciais que todas as escolas do território nacional devem desenvolver em todos os anos ao longo da Educação Básica.
Já prevista na Constituição Federal de 1988, a BNCC teve como base outros marcos legais já existentes, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, lei no 9.394/1996), as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN) e o Plano Nacional de Educação (PNE, 2014-2024). Esse documento integra uma política nacional que visa contribuir para o alinhamento das políticas municipais, estaduais e federais relativas à Educação Básica, para a diminuição das desigualdades entre as escolas e para a garantia de uma formação básica comum aos estudantes, por meio do estabelecimento de competências e diretrizes em que se respeitem os valores culturais e artísticos nacionais e regionais. Portanto, escolas públicas e particulares de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil, devem construir currículos e planos de ação e de gestão curricular baseando-se nas aprendizagens essenciais estabelecidas na BNCC.
A BNCC aponta que a Educação Básica brasileira deve promover a formação e o desenvolvimento humano global dos estudantes para que eles sejam capazes de construir uma sociedade mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva, sustentável e solidária. Isso significa orientar-se por uma concepção de educação integral, que proporcione o desenvolvimento de crianças e jovens em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural.
Para abarcar todas essas dimensões, a ideia, de acordo com a BNCC, é que os currículos e as decisões pedagógicas devem estar orientados para o desenvolvimento de competências.
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
(BRASIL, 2018, p. 8).
As competências previstas na BNCC para serem desenvolvidas no Ensino Fundamental não se restringem, portanto, aos conhecimentos que os estudantes devem adquirir, mas também abrangem a aplicação desses mesmos conhecimentos na resolução de problemas da comunidade em que vivem e da sociedade, de modo que os jovens exerçam a cidadania e se insiram no mundo do trabalho.
Direitos humanos, ética, justiça social e consciência ambiental são valores e atitudes que a escola e os professores devem promover na formação e aprendizagem de todos os estudantes brasileiros, uma vez que, para viver em sociedade atualmente, mais do que simplesmente obter conhecimentos e informações, é necessário desenvolver
[...] competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.
(BRASIL, 2018, p. 14).
O trabalho desenvolvido nesta coleção, portanto, guia-se pela proposta pedagógica que visa contribuir para o desenvolvimento integral dos estudantes considerando suas dimensões éticas, morais, afetivas, sociais e simbólicas, reconhecendo suas singularidades e promovendo a valorização das diferenças.
COMPETÊNCIAS PROPOSTAS PELA BNCC PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
A BNCC apresenta dez competências gerais que fazem referência ao que, de fato, é necessário trabalhar, oferecer e desenvolver para formar jovens e adultos que deem conta dos novos desafios do século XXI, caracterizados por um alto nível de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Nesse contexto, as Competências gerais da Educação Básica definem o ser humano que se quer formar e tratam das diferentes dimensões humanas (intelectual, física, emocional, social e cultural).
Competências gerais da Educação Básica
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
(BRASIL, 2018, p. 9-10).
As competências gerais definem competências específicas para cada área de conhecimento. Para a área de Linguagens – à qual pertencem os componentes curriculares de Língua Portuguesa, Arte, Língua Inglesa e Educação Física – são estabelecidas seis competências que devem ser desenvolvidas ao longo dos nove anos do Ensino Fundamental.
Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental
1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.
5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos.
(BRASIL, 2018, p. 65).
Com base nas competências gerais e nas competências da área de Linguagens, são definidas competências específicas para o componente curricular Língua Portuguesa.
Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental
1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem.
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social.
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.
4. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.
6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionandose ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais.
7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias.
8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.).
9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.
10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais.
(BRASIL, 2018, p. 87).
Objetos de conhecimento e habilidades
Para garantir o desenvolvimento das competências específicas de Língua Portuguesa, a BNCC define um conjunto de habilidades que expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos estudantes. Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – entendidos como conteúdos, conceitos e processos –, organizados em diferentes práticas de linguagem e de acordo com campos de atuação.
As habilidades para o Ensino Fundamental – Anos Finais estão organizadas em blocos comuns do 6o ao 9o ano, do 6o e do 7o ano, do 8o e do 9o ano e em blocos específicos para cada um dos anos, com progressão de complexidade. As cores indicam os campos de atuação a que pertence cada grupo de habilidades dos quadros a seguir.
• Campo jornalístico-midiático
• Campo de atuação na vida pública
• Campo das práticas de estudo e pesquisa
• Campo artístico-literário
• Todos os campos de atuação
Objetos de conhecimento Habilidades comuns: 6 o ao 9 o ano
(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.
Apreciação e réplica
Relação entre gêneros e mídias
(EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagandas em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.
Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto
(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.
Efeitos de sentido
(EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes.
(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.
Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais
(EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc. – e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.
Textualização
(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero, utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.
Revisão/edição de texto informativo e opinativo
(EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.
Planejamento de textos de peças publicitárias de campanhas sociais
(EF69LP09) Planejar uma campanha publicitária sobre questões/problemas, temas, causas significativas para a escola e/ou comunidade, a partir de um levantamento de material sobre o tema ou evento, da definição do público-alvo, do texto ou peça a ser produzido – cartaz, banner, folheto, panfleto, anúncio impresso e para internet, spot, propaganda de rádio, TV etc. –, da ferramenta de edição de texto, áudio ou vídeo que será utilizada, do recorte e enfoque a ser dado, das estratégias de persuasão que serão utilizadas etc.
Produção de textos jornalísticos orais
(EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros.
(EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em entrevistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar frente a eles.
Planejamento e produção de textos jornalísticos orais
(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/ redesign (esses três últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.
(EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.
Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma e/ ou de relevância social
(EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/ questão polêmica, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.
(EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.
Construção composicional
(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.
Estilo
(EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as formas de pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras, metáforas, imagens).
(EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etc.).
Efeito de sentido
(EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos da modalidade falada, como a pausa, a entonação, o ritmo, a gestualidade e expressão facial, as hesitações etc.
Reconstrução
das condições de produção e circulação e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero (Lei, código, estatuto, código, regimento etc.)
(EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos e legais, a lógica de hierarquização de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção), artigos (caput e parágrafos e incisos) e parte final (disposições pertinentes à sua implementação) e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de vocabulário técnico, pelo uso do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como advérbios e locuções adverbiais, de palavras que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a poder compreender o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis e de outras formas de regulamentação.
Apreciação e réplica
(EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar, expor uma problemática ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as partes e semioses presentes para a construção de sentidos.
(EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade, justificando pontos de vista, reivindicações e detalhando propostas (justificativa, objetivos, ações previstas etc.), levando em conta seu contexto de produção e as características dos gêneros em questão.
Textualização, revisão e edição
(EF69LP23) Contribuir com a escrita de textos normativos, quando houver esse tipo de demanda na escola – regimentos e estatutos de organizações da sociedade civil do âmbito da atuação das crianças e jovens (grêmio livre, clubes de leitura, associações culturais etc.) – e de regras e regulamentos nos vários âmbitos da escola – campeonatos, festivais, regras de convivência etc., levando em conta o contexto de produção e as características dos gêneros em questão.
Discussão oral
(EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submetidos a juízo, que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos, do ECA, do Código de Defesa do Consumidor, do Código Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado publicitário etc., como forma de criar familiaridade com textos legais – seu vocabulário, formas de organização, marcas de estilo etc. –, de maneira a facilitar a compreensão de leis, fortalecer a defesa de direitos, fomentar a escrita de textos normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar a compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias perspectivas que podem estar em jogo.
(EF69LP25) Posicionar-se de forma consistente e sustentada em uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados da escola, de agremiações e outras situações de apresentação de propostas e defesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas alternativas e fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valendo-se de sínteses e propostas claras e justificadas.
Registro
(EF69LP26) Tomar nota em discussões, debates, palestras, apresentação de propostas, reuniões, como forma de documentar o evento e apoiar a própria fala (que pode se dar no momento do evento ou posteriormente, quando, por exemplo, for necessária a retomada dos assuntos tratados em outros contextos públicos, como diante dos representados).
Análise de textos legais/normativos, propositivos e reivindicatórios
(EF69LP27) Analisar a forma composicional de textos pertencentes a gêneros normativos/jurídicos e a gêneros da esfera política, tais como propostas, programas políticos (posicionamento quanto a diferentes ações a serem propostas, objetivos, ações previstas etc.), propaganda política (propostas e sua sustentação, posicionamento quanto a temas em discussão) e textos reivindicatórios: cartas de reclamação, petição (proposta, suas justificativas e ações a serem adotadas) e suas marcas linguísticas, de forma a incrementar a compreensão de textos pertencentes a esses gêneros e a possibilitar a produção de textos mais adequados e/ou fundamentados quando isso for requerido.
Modalização
(EF69LP28) Observar os mecanismos de modalização adequados aos textos jurídicos, as modalidades deônticas, que se referem ao eixo da conduta (obrigatoriedade/permissibilidade) como, por exemplo: Proibição: “Não se deve fumar em recintos fechados.”; Obrigatoriedade: “A vida tem que valer a pena.”; Possibilidade: “É permitido a entrada de menores acompanhados de adultos responsáveis.”, e os mecanismos de modalização adequados aos textos políticos e propositivos, as modalidades apreciativas, em que o locutor exprime um juízo de valor (positivo ou negativo) acerca do que enuncia. Por exemplo: “Que belo discurso!”, “Discordo das escolhas de Antônio.”, “Felizmente, o buraco ainda não causou acidentes mais graves.”
Reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero
(EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etc. – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.
Relação entre textos
Apreciação e réplica
(EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.
(EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por outro lado”, “dito de outro modo”, “isto é”, “por exemplo” – para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo dos textos.
(EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.
Estratégias e procedimentos de leitura
Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
(EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etc. na (re)construção dos sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. – e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma de ampliar as possibilidades de compreensão desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.
(EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.
Consideração
das condições de produção de textos de divulgação científica
Estratégias de escrita
(EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa, infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e estudos de campo realizados.
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Estratégias de produção
Estratégias de produção: planejamento e produção de apresentações orais
(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.
(EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto, programa de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em vista seu contexto de produção, os elementos e a construção composicional dos roteiros.
(EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes formas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.
Estratégias de produção
(EF69LP39) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado e sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro de perguntas, realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto permitir, tomar nota, gravar ou salvar a entrevista e usar adequadamente as informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.
Construção composicional Elementos
paralinguísticos e cinésicos
Apresentações orais
(EF69LP40) Analisar, em gravações de seminários, conferências rápidas, trechos de palestras, dentre outros, a construção composicional dos gêneros de apresentação – abertura/saudação, introdução ao tema, apresentação do plano de exposição, desenvolvimento dos conteúdos, por meio do encadeamento de temas e subtemas (coesão temática), síntese final e/ou conclusão, encerramento –, os elementos paralinguísticos (tais como: tom e volume da voz, pausas e hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modulação de voz e entonação, ritmo, respiração etc.) e cinésicos (tais como: postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia, modulação de voz e entonação, sincronia da fala com ferramenta de apoio etc.), para melhor performar apresentações orais no campo da divulgação do conhecimento.
Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais
(EF69LP41) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de forma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etc.
Construção composicional e estilo Gêneros de divulgação científica
(EF69LP42) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de conhecimentos: título, (olho), introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etc., exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etc. e reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3a pessoa, presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etc., como forma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.
Marcas linguísticas Intertextualidade
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/ amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem nesses textos. Reconstrução
(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/ vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD’s, DVD’s etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.
(EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos
(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc.), semânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.
Adesão às práticas de leitura
(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.
Relação entre textos
Consideração das condições de produção
Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/ edição
Produção de textos orais
(EF69LP50) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de romances, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, biografias romanceadas, crônicas, dentre outros, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador; explicitando as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões) e retextualizando o tratamento da temática.
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.
Produção de textos orais
Oralização
(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infantojuvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.
Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.
(EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.
Variação linguística
(EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.
Objetos de conhecimento
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Apreciação e réplica
Relação entre textos
Estratégia de leitura
Distinção de fato e opinião
Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos
Apreciação e réplica
Efeitos de sentido
Efeitos de sentido
Exploração da multissemiose
Habilidades comuns: 6 o e 7o anos
(EF67LP01) Analisar a estrutura e funcionamento dos hiperlinks em textos noticiosos publicados na Web e vislumbrar possibilidades de uma escrita hipertextual.
(EF67LP02) Explorar o espaço reservado ao leitor nos jornais, revistas, impressos e on-line, sites noticiosos etc., destacando notícias, fotorreportagens, entrevistas, charges, assuntos, temas, debates em foco, posicionando-se de maneira ética e respeitosa frente a esses textos e opiniões a eles relacionadas, e publicar notícias, notas jornalísticas, fotorreportagem de interesse geral nesses espaços do leitor.
(EF67LP03) Comparar informações sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e avaliando a confiabilidade.
(EF67LP04) Distinguir, em segmentos descontínuos de textos, fato da opinião enunciada em relação a esse mesmo fato.
(EF67LP05) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etc.), manifestando concordância ou discordância.
(EF67LP06) Identificar os efeitos de sentido provocados pela seleção lexical, topicalização de elementos e seleção e hierarquização de informações, uso de 3a pessoa etc.
(EF67LP07) Identificar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e perceber seus efeitos de sentido.
(EF67LP08) Identificar os efeitos de sentido devidos à escolha de imagens estáticas, sequenciação ou sobreposição de imagens, definição de figura/fundo, ângulo, profundidade e foco, cores/tonalidades, relação com o escrito (relações de reiteração, complementação ou oposição) etc. em notícias, reportagens, fotorreportagens, foto-denúncias, memes, gifs, anúncios publicitários e propagandas publicados em jornais, revistas, sites na internet etc.
Estratégias de produção: planejamento de textos informativos
(EF67LP09) Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as condições de produção, do texto – objetivo, leitores/ espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes, análise de documentos, cobertura de eventos etc. –, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc. e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de publicação em sites ou blogs noticiosos).
Textualização, tendo em vista suas condições de produção, as características do gênero em questão, o estabelecimento de coesão, adequação à norma-padrão e o uso adequado de ferramentas de edição
(EF67LP10) Produzir notícia impressa tendo em vista características do gênero – título ou manchete com verbo no tempo presente, linha fina (opcional), lide, progressão dada pela ordem decrescente de importância dos fatos, uso de 3a pessoa, de palavras que indicam precisão –, e o estabelecimento adequado de coesão e produzir notícia para TV, rádio e internet, tendo em vista, além das características do gênero, os recursos de mídias disponíveis e o manejo de recursos de captação e edição de áudio e imagem.
Estratégias de produção: planejamento de textos argumentativos e apreciativos
(EF67LP11) Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts variados, e textos e vídeos de apresentação e apreciação próprios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), dentre outros, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha de uma produção ou evento cultural para analisar – livro, filme, série, game, canção, videoclipe, fanclipe, show, saraus, slams etc. – da busca de informação sobre a produção ou evento escolhido, da síntese de informações sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos, elementos ou recursos que possam ser destacados positiva ou negativamente ou da roteirização do passo a passo do game para posterior gravação dos vídeos.
Textualização de textos argumentativos e apreciativos
(EF67LP12) Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, podcasts variados e produções e gêneros próprios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), que apresentem/descrevam e/ou avaliem produções culturais (livro, filme, série, game, canção, disco, videoclipe etc.) ou evento (show, sarau, slam etc.), tendo em vista o contexto de produção dado, as características do gênero, os recursos das mídias envolvidas e a textualização adequada dos textos e/ou produções.
Produção e edição de textos publicitários
(EF67LP13) Produzir, revisar e editar textos publicitários, levando em conta o contexto de produção dado, explorando recursos multissemióticos, relacionando elementos verbais e visuais, utilizando adequadamente estratégias discursivas de persuasão e/ou convencimento e criando título ou slogan que façam o leitor motivar-se a interagir com o texto produzido e se sinta atraído pelo serviço, ideia ou produto em questão.
Planejamento e produção de entrevistas orais
(EF67LP14) Definir o contexto de produção da entrevista (objetivos, o que se pretende conseguir, por que aquele entrevistado etc.), levantar informações sobre o entrevistado e sobre o acontecimento ou tema em questão, preparar o roteiro de perguntas e realizar entrevista oral com envolvidos ou especialistas relacionados com o fato noticiado ou com o tema em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando outras perguntas a partir das respostas dadas e, quando for o caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição escrita do texto, adequando-o a seu contexto de publicação, à construção composicional do gênero e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.
Estratégias e procedimentos de leitura em textos legais e normativos
(EF67LP15) Identificar a proibição imposta ou o direito garantido, bem como as circunstâncias de sua aplicação, em artigos relativos a normas, regimentos escolares, regimentos e estatutos da sociedade civil, regulamentações para o mercado publicitário, Código de Defesa do Consumidor, Código Nacional de Trânsito, ECA, Constituição, dentre outros.
Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas relacionadas à defesa de direitos e à participação social
(EF67LP16) Explorar e analisar espaços de reclamação de direitos e de envio de solicitações (tais como ouvidorias, SAC, canais ligados a órgãos públicos, plataformas do consumidor, plataformas de reclamação), bem como de textos pertencentes a gêneros que circulam nesses espaços, reclamação ou carta de reclamação, solicitação ou carta de solicitação, como forma de ampliar as possibilidades de produção desses textos em casos que remetam a reivindicações que envolvam a escola, a comunidade ou algum de seus membros como forma de se engajar na busca de solução de problemas pessoais, dos outros e coletivos.
Relação entre contexto de produção e características composicionais e estilísticas dos gêneros (carta de solicitação, carta de reclamação, petição on-line, carta aberta, abaixo-assinado, proposta etc.)
Apreciação e réplica
Estratégias, procedimentos de leitura em textos reivindicatórios ou propositivos
Estratégia de produção: planejamento de textos reivindicatórios ou propositivos
Curadoria de informação
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
(EF67LP17) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas de solicitação e de reclamação (datação, forma de início, apresentação contextualizada do pedido ou da reclamação, em geral, acompanhada de explicações, argumentos e/ou relatos do problema, fórmula de finalização mais ou menos cordata, dependendo do tipo de carta e subscrição) e algumas das marcas linguísticas relacionadas à argumentação, explicação ou relato de fatos, como forma de possibilitar a escrita fundamentada de cartas como essas ou de postagens em canais próprios de reclamações e solicitações em situações que envolvam questões relativas à escola, à comunidade ou a algum dos seus membros.
(EF67LP18) Identificar o objeto da reclamação e/ou da solicitação e sua sustentação, explicação ou justificativa, de forma a poder analisar a pertinência da solicitação ou justificação.
(EF67LP19) Realizar levantamento de questões, problemas que requeiram a denúncia de desrespeito a direitos, reivindicações, reclamações, solicitações que contemplem a comunidade escolar ou algum de seus membros e examinar normas e legislações.
(EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e abertas.
(EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia, podcasts científicos etc.
(EF67LP22) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.
Conversação espontânea
Procedimentos de apoio à compreensão
Tomada de nota
Textualização
Progressão temática
Textualização
Relação entre textos
(EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na participação em conversações e em discussões ou atividades coletivas, na sala de aula e na escola e formular perguntas coerentes e adequadas em momentos oportunos em situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.
(EF67LP24) Tomar nota de aulas, apresentações orais, entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo), identificando e hierarquizando as informações principais, tendo em vista apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões pessoais ou outros objetivos em questão.
(EF67LP25) Reconhecer e utilizar os critérios de organização tópica (do geral para o específico, do específico para o geral etc.), as marcas linguísticas dessa organização (marcadores de ordenação e enumeração, de explicação, definição e exemplificação, por exemplo) e os mecanismos de paráfrase, de maneira a organizar mais adequadamente a coesão e a progressão temática de seus textos.
(EF67LP26) Reconhecer a estrutura de hipertexto em textos de divulgação científica e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de notas de rodapés ou boxes.
(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visuais e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos.
Estratégias de leitura Apreciação e réplica
(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
Reconstrução da textualidade
Efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos
(EF67LP29) Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena, fala e indicações cênicas e a organização do texto: enredo, conflitos, ideias principais, pontos de vista, universos de referência.
Construção da textualidade
Relação entre textos
(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de fatos passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos direto e indireto.
(EF67LP31) Criar poemas compostos por versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando recursos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas, explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da mancha gráfica (poema visual) e outros recursos visuais e sonoros.
Fono-ortografia (EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo às convenções da língua escrita.
Elementos notacionais da escrita (EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
(EF67LP34) Formar antônimos com acréscimo de prefixos que expressam noção de negação.
Léxico/morfologia
(EF67LP35) Distinguir palavras derivadas por acréscimo de afixos e palavras compostas.
Coesão (EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.
Sequências textuais
Figuras de linguagem
Objetos de conhecimento
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto
Apreciação e réplica
Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto
Apreciação e réplica
(EF67LP37) Analisar, em diferentes textos, os efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos linguístico-discursivos de prescrição, causalidade, sequências descritivas e expositivas e ordenação de eventos.
(EF67LP38) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem, como comparação, metáfora, metonímia, personificação, hipérbole, dentre outras.
Habilidades comuns: 8 o e 9 o anos
(EF89LP01) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos.
(EF89LP02) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, comentar, curar etc.) e textos pertencentes a diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etc.) envolvidos no trato com a informação e opinião, de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.
(EF89LP03) Analisar textos de opinião (artigos de opinião, editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog e de redes sociais, charges, memes, gifs etc.) e posicionar-se de forma crítica e fundamentada, ética e respeitosa frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.
(EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-argumentos em textos argumentativos do campo (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etc.), posicionando-se frente à questão controversa de forma sustentada.
Efeitos de sentido
(EF89LP05) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a formas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).
(EF89LP06) Analisar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e seus efeitos de sentido.
Efeitos de sentido Exploração da multissemiose
(EF89LP07) Analisar, em notícias, reportagens e peças publicitárias em várias mídias, os efeitos de sentido devidos ao tratamento e à composição dos elementos nas imagens em movimento, à performance, à montagem feita (ritmo, duração e sincronização entre as linguagens – complementaridades, interferências etc.) e ao ritmo, melodia, instrumentos e sampleamentos das músicas e efeitos sonoros.
Estratégia de produção: planejamento de textos informativos
(EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos etc. –, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da produção de infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados).
Estratégia de produção: textualização de textos informativos
(EF89LP09) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina (optativa), organização composicional (expositiva, interpretativa e/ou opinativa), progressão temática e uso de recursos linguísticos compatíveis com as escolhas feitas e reportagens multimidiáticas, tendo em vista as condições de produção, as características do gênero, os recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o manejo adequado de recursos de captação e edição de áudio e imagem e adequação à norma-padrão.
Estratégia de produção: planejamento de textos argumentativos e apreciativos
(EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de argumentos relacionados a diferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.
Estratégias de produção: planejamento, textualização, revisão e edição de textos publicitários
(EF89LP11) Produzir, revisar e editar peças e campanhas publicitárias, envolvendo o uso articulado e complementar de diferentes peças publicitárias: cartaz, banner, indoor, folheto, panfleto, anúncio de jornal/revista, para internet, spot, propaganda de rádio, TV, a partir da escolha da questão/problema/causa significativa para a escola e/ou a comunidade escolar, da definição do público-alvo, das peças que serão produzidas, das estratégias de persuasão e convencimento que serão utilizadas.
Estratégias de produção: planejamento e participação em debates regrados
(EF89LP12) Planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, participação em debate a partir do levantamento de informações e argumentos que possam sustentar o posicionamento a ser defendido (o que pode envolver entrevistas com especialistas, consultas a fontes diversas, o registro das informações e dados obtidos etc.), tendo em vista as condições de produção do debate – perfil dos ouvintes e demais participantes, objetivos do debate, motivações para sua realização, argumentos e estratégias de convencimento mais eficazes etc. e participar de debates regrados, na condição de membro de uma equipe de debatedor, apresentador/mediador, espectador (com ou sem direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como forma de compreender o funcionamento do debate, e poder participar de forma convincente, ética, respeitosa e crítica e desenvolver uma atitude de respeito e diálogo para com as ideias divergentes.
Estratégias de produção: planejamento, realização e edição de entrevistas orais
(EF89LP13) Planejar entrevistas orais com pessoas ligadas ao fato noticiado, especialistas etc., como forma de obter dados e informações sobre os fatos cobertos sobre o tema ou questão discutida ou temáticas em estudo, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, partindo do levantamento de informações sobre o entrevistado e sobre a temática e da elaboração de um roteiro de perguntas, garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática, realizar entrevista e fazer edição em áudio ou vídeo, incluindo uma contextualização inicial e uma fala de encerramento para publicação da entrevista isoladamente ou como parte integrante de reportagem multimidiática, adequando-a a seu contexto de publicação e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.
Argumentação: movimentos argumentativos, tipos de argumento e força argumentativa
Estilo
(EF89LP14) Analisar, em textos argumentativos e propositivos, os movimentos argumentativos de sustentação, refutação e negociação e os tipos de argumentos, avaliando a força/tipo dos argumentos utilizados.
(EF89LP15) Utilizar, nos debates, operadores argumentativos que marcam a defesa de ideia e de diálogo com a tese do outro: concordo, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na perspectiva aqui assumida etc.
Modalização
(EF89LP16) Analisar a modalização realizada em textos noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais como adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais, orações adjetivas e adverbiais, orações relativas restritivas e explicativas etc., de maneira a perceber a apreciação ideológica sobre os fatos noticiados ou as posições implícitas ou assumidas.
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos legais e normativos
(EF89LP17) Relacionar textos e documentos legais e normativos de importância universal, nacional ou local que envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes e jovens – tais como a Declaração dos Direitos Humanos, a Constituição Brasileira, o ECA –, e a regulamentação da organização escolar – por exemplo, regimento escolar –, a seus contextos de produção, reconhecendo e analisando possíveis motivações, finalidades e sua vinculação com experiências humanas e fatos históricos e sociais, como forma de ampliar a compreensão dos direitos e deveres, de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho).
Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas relacionadas à defesa de direitos e à participação social
(EF89LP18) Explorar e analisar instâncias e canais de participação disponíveis na escola (conselho de escola, outros colegiados, grêmio livre), na comunidade (associações, coletivos, movimentos etc.), no município ou no país, incluindo formas de participação digital, como canais e plataformas de participação (como portal e-cidadania), serviços, portais e ferramentas de acompanhamentos do trabalho de políticos e de tramitação de leis, canais de educação política, bem como de propostas e proposições que circulam nesses canais, de forma a participar do debate de ideias e propostas na esfera social e a engajar-se com a busca de soluções para problemas ou questões que envolvam a vida da escola e da comunidade.
Relação entre contexto de produção e características composicionais e estilísticas dos gêneros Apreciação e réplica
(EF89LP19) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas abertas, abaixo-assinados e petições on-line (identificação dos signatários, explicitação da reivindicação feita, acompanhada ou não de uma breve apresentação da problemática e/ou de justificativas que visam sustentar a reivindicação) e a proposição, discussão e aprovação de propostas políticas ou de soluções para problemas de interesse público, apresentadas ou lidas nos canais digitais de participação, identificando suas marcas linguísticas, como forma de possibilitar a escrita ou subscrição consciente de abaixo-assinados e textos dessa natureza e poder se posicionar de forma crítica e fundamentada frente às propostas.
Estratégias e procedimentos de leitura em textos reivindicatórios ou propositivos
(EF89LP20) Comparar propostas políticas e de solução de problemas, identificando o que se pretende fazer/implementar, por que (motivações, justificativas), para que (objetivos, benefícios e consequências esperados), como (ações e passos), quando etc. e a forma de avaliar a eficácia da proposta/solução, contrastando dados e informações de diferentes fontes, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder compreender e posicionar-se criticamente sobre os dados e informações usados em fundamentação de propostas e analisar a coerência entre os elementos, de forma a tomar decisões fundamentadas.
Estratégia de produção: planejamento de textos reivindicatórios ou propositivos
(EF89LP21) Realizar enquetes e pesquisas de opinião, de forma a levantar prioridades, problemas a resolver ou propostas que possam contribuir para melhoria da escola ou da comunidade, caracterizar demanda/necessidade, documentando-a de diferentes maneiras por meio de diferentes procedimentos, gêneros e mídias e, quando for o caso, selecionar informações e dados relevantes de fontes pertinentes diversas (sites, impressos, vídeos etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, que possam servir de contextualização e fundamentação de propostas, de forma a justificar a proposição de propostas, projetos culturais e ações de intervenção.
Escuta
Apreender o sentido geral dos textos
Apreciação e réplica
Produção/Proposta
Movimentos argumentativos e força dos argumentos
Curadoria de informação
(EF89LP22) Compreender e comparar as diferentes posições e interesses em jogo em uma discussão ou apresentação de propostas, avaliando a validade e força dos argumentos e as consequências do que está sendo proposto e, quando for o caso, formular e negociar propostas de diferentes naturezas relativas a interesses coletivos envolvendo a escola ou comunidade escolar.
(EF89LP23) Analisar, em textos argumentativos, reivindicatórios e propositivos, os movimentos argumentativos utilizados (sustentação, refutação e negociação), avaliando a força dos argumentos utilizados.
(EF89LP24) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.
(EF89LP25) Divulgar o resultado de pesquisas por meio de apresentações orais, verbetes de enciclopédias colaborativas, reportagens de divulgação científica, vlogs científicos, vídeos de diferentes tipos etc.
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
(EF89LP26) Produzir resenhas, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o manejo adequado das vozes envolvidas (do resenhador, do autor da obra e, se for o caso, também dos autores citados na obra resenhada), por meio do uso de paráfrases, marcas do discurso reportado e citações.
Conversação espontânea
Procedimentos de apoio à compreensão
Tomada de nota
(EF89LP27) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.
(EF89LP28) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, apresentações multimídias, vídeos de divulgação científica, documentários e afins, identificando, em função dos objetivos, informações principais para apoio ao estudo e realizando, quando necessário, uma síntese final que destaque e reorganize os pontos ou conceitos centrais e suas relações e que, em alguns casos, seja acompanhada de reflexões pessoais, que podem conter dúvidas, questionamentos, considerações etc.
Textualização
Progressão temática
(EF89LP29) Utilizar e perceber mecanismos de progressão temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes demonstrativos, nomes correferentes etc.), catáforas (remetendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de organizadores textuais, de coesivos etc., e analisar os mecanismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do conhecimento.
Textualização
(EF89LP30) Analisar a estrutura de hipertexto e hiperlinks em textos de divulgação científica que circulam na Web e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de links
Modalização
(EF89LP31) Analisar e utilizar modalização epistêmica, isto é, modos de indicar uma avaliação sobre o valor de verdade e as condições de verdade de uma proposição, tais como os asseverativos – quando se concorda com (“realmente, evidentemente, naturalmente, efetivamente, claro, certo, lógico, sem dúvida” etc.) ou discorda de (“de jeito nenhum, de forma alguma”) uma ideia; e os quase-asseverativos, que indicam que se considera o conteúdo como quase certo (“talvez, assim, possivelmente, provavelmente, eventualmente”).
Relação entre textos
(EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros.
Estratégias de leitura
Apreciação e réplica
Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF89LP34) Analisar a organização de texto dramático apresentado em teatro, televisão, cinema, identificando e percebendo os sentidos decorrentes dos recursos linguísticos e semióticos que sustentam sua realização como peça teatral, novela, filme etc.
Construção da textualidade
(EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.
Relação entre textos
(EF89LP36) Parodiar poemas conhecidos da literatura e criar textos em versos (como poemas concretos, ciberpoemas, haicais, liras, microrroteiros, lambe-lambes e outros tipos de poemas), explorando o uso de recursos sonoros e semânticos (como figuras de linguagem e jogos de palavras) e visuais (como relações entre imagem e texto verbal e distribuição da mancha gráfica), de forma a propiciar diferentes efeitos de sentido.
Figuras de linguagem
Objetos de conhecimento
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Léxico/morfologia
(EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.
Habilidades específicas: 6 o ano
(EF06LP01) Reconhecer a impossibilidade de uma neutralidade absoluta no relato de fatos e identificar diferentes graus de parcialidade/imparcialidade dados pelo recorte feito e pelos efeitos de sentido advindos de escolhas feitas pelo autor, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos e tornar-se consciente das escolhas feitas enquanto produtor de textos.
(EF06LP02) Estabelecer relação entre os diferentes gêneros jornalísticos, compreendendo a centralidade da notícia.
(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre palavras de uma série sinonímica.
Morfossintaxe
(EF06LP04) Analisar a função e as flexões de substantivos e adjetivos e de verbos nos modos Indicativo, Subjuntivo e Imperativo: afirmativo e negativo.
(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.
(EF06LP06) Empregar, adequadamente, as regras de concordância nominal (relações entre os substantivos e seus determinantes) e as regras de concordância verbal (relações entre o verbo e o sujeito simples e composto).
(EF06LP07) Identificar, em textos, períodos compostos por orações separadas por vírgula sem a utilização de conectivos, nomeando-os como períodos compostos por coordenação.
(EF06LP08) Identificar, em texto ou sequência textual, orações como unidades constituídas em torno de um núcleo verbal e períodos como conjunto de orações conectadas.
(EF06LP09) Classificar, em texto ou sequência textual, os períodos simples compostos.
Sintaxe
Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe
Semântica Coesão
(EF06LP10) Identificar sintagmas nominais e verbais como constituintes imediatos da oração.
(EF06LP11) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: tempos verbais, concordância nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etc.
(EF06LP12) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (nome e pronomes), recursos semânticos de sinonímia, antonímia e homonímia e mecanismos de representação de diferentes vozes (discurso direto e indireto).
Objetos de conhecimento Habilidades específicas: 7o ano
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Léxico/morfologia
(EF07LP01) Distinguir diferentes propostas editoriais – sensacionalismo, jornalismo investigativo etc. –, de forma a identificar os recursos utilizados para impactar/chocar o leitor que podem comprometer uma análise crítica da notícia e do fato noticiado.
(EF07LP02) Comparar notícias e reportagens sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes mídias, analisando as especificidades das mídias, os processos de (re)elaboração dos textos e a convergência das mídias em notícias ou reportagens multissemióticas.
(EF07LP03) Formar, com base em palavras primitivas, palavras derivadas com os prefixos e sufixos mais produtivos no português.
(EF07LP04) Reconhecer, em textos, o verbo como o núcleo das orações.
(EF07LP05) Identificar, em orações de textos lidos ou de produção própria, verbos de predicação completa e incompleta: intransitivos e transitivos.
(EF07LP06) Empregar as regras básicas de concordância nominal e verbal em situações comunicativas e na produção de textos.
(EF07LP07) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, a estrutura básica da oração: sujeito, predicado, complemento (objetos direto e indireto).
Morfossintaxe
(EF07LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, adjetivos que ampliam o sentido do substantivo sujeito ou complemento verbal.
(EF07LP09) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, advérbios e locuções adverbiais que ampliam o sentido do verbo núcleo da oração.
(EF07LP10) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: modos e tempos verbais, concordância nominal e verbal, pontuação etc.
(EF07LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, períodos compostos nos quais duas orações são conectadas por vírgula, ou por conjunções que expressem soma de sentido (conjunção “e”) ou oposição de sentidos (conjunções “mas”, “porém”).
Semântica Coesão
(EF07LP12) Reconhecer recursos de coesão referencial: substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos).
Coesão
Modalização
(EF07LP13) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos –pessoais, possessivos, demonstrativos), que contribuem para a continuidade do texto.
(EF07LP14) Identificar, em textos, os efeitos de sentido do uso de estratégias de modalização e argumentatividade.
Objetos de conhecimento Habilidades específicas: 8 o ano
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Relação entre textos
Textualização de textos argumentativos e apreciativos
Fono-ortografia
Léxico/morfologia
(EF08LP01) Identificar e comparar as várias editorias de jornais impressos e digitais e de sites noticiosos, de forma a refletir sobre os tipos de fato que são noticiados e comentados, as escolhas sobre o que noticiar e o que não noticiar e o destaque/enfoque dado e a fidedignidade da informação.
(EF08LP02) Justificar diferenças ou semelhanças no tratamento dado a uma mesma informação veiculada em textos diferentes, consultando sites e serviços de checadores de fatos.
(EF08LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, a defesa de um ponto de vista, utilizando argumentos e contra-argumentos e articuladores de coesão que marquem relações de oposição, contraste, exemplificação, ênfase.
(EF08LP04) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e concordâncias nominal e verbal, modos e tempos verbais, pontuação etc.
(EF08LP05) Analisar processos de formação de palavras por composição (aglutinação e justaposição), apropriando-se de regras básicas de uso do hífen em palavras compostas.
(EF08LP06) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, os termos constitutivos da oração (sujeito e seus modificadores, verbo e seus complementos e modificadores).
(EF08LP07) Diferenciar, em textos lidos ou de produção própria, complementos diretos e indiretos de verbos transitivos, apropriando-se da regência de verbos de uso frequente.
(EF08LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, verbos na voz ativa e na voz passiva, interpretando os efeitos de sentido de sujeito ativo e passivo (agente da passiva).
Morfossintaxe
(EF08LP09) Interpretar efeitos de sentido de modificadores (adjuntos adnominais – artigos definido ou indefinido, adjetivos, expressões adjetivas) em substantivos com função de sujeito ou de complemento verbal, usando-os para enriquecer seus próprios textos.
(EF08LP10) Interpretar, em textos lidos ou de produção própria, efeitos de sentido de modificadores do verbo (adjuntos adverbiais – advérbios e expressões adverbiais), usando-os para enriquecer seus próprios textos.
(EF08LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, agrupamento de orações em períodos, diferenciando coordenação de subordinação.
(EF08LP12) Identificar, em textos lidos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, incorporando-as às suas próprias produções.
(EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e articuladores textuais.
Semântica
Coesão
Modalização
(EF08LP14) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão sequencial (articuladores) e referencial (léxica e pronominal), construções passivas e impessoais, discurso direto e indireto e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.
(EF08LP15) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando o antecedente de um pronome relativo ou o referente comum de uma cadeia de substituições lexicais.
(EF08LP16) Explicar os efeitos de sentido do uso, em textos, de estratégias de modalização e argumentatividade (sinais de pontuação, adjetivos, substantivos, expressões de grau, verbos e perífrases verbais, advérbios etc.).
Objetos de conhecimento Habilidades específicas: 9 o ano
Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Relação entre textos
Textualização de textos argumentativos e apreciativos
Fono-ortografia
(EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, da análise da formatação, da comparação de diferentes fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc.
(EF09LP02) Analisar e comentar a cobertura da imprensa sobre fatos de relevância social, comparando diferentes enfoques por meio do uso de ferramentas de curadoria.
(EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, assumindo posição diante de tema polêmico, argumentando de acordo com a estrutura própria desse tipo de texto e utilizando diferentes tipos de argumentos – de autoridade, comprovação, exemplificação, princípio etc.
(EF09LP04) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.
(EF09LP05) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, orações com a estrutura sujeito-verbo de ligação-predicativo.
(EF09LP06) Diferenciar, em textos lidos e em produções próprias, o efeito de sentido do uso dos verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e “permanecer”.
Morfossintaxe
(EF09LP07) Comparar o uso de regência verbal e regência nominal na norma-padrão com seu uso no português brasileiro coloquial oral.
(EF09LP08) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, a relação que conjunções (e locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas estabelecem entre as orações que conectam.
Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe
Coesão
Variação linguística
(EF09LP09) Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e explicativas em um período composto.
(EF09LP10) Comparar as regras de colocação pronominal na norma-padrão com o seu uso no português brasileiro coloquial.
(EF09LP11) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial (conjunções e articuladores textuais).
(EF09LP12) Identificar estrangeirismos, caracterizando-os segundo a conservação, ou não, de sua forma gráfica de origem, avaliando a pertinência, ou não, de seu uso.
(BRASIL, 2018, p. 140-191.)
A COLEÇÃO NO CONTEXTO DA BNCC
O trabalho proposto nesta coleção articula-se com os pressupostos teóricos e as orientações da BNCC, documento que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo das etapas da Educação Básica.
Com base nessa concepção, a nossa proposta pretende assegurar a aprendizagem de conhecimentos curriculares aos estudantes, e também o desenvolvimento de competências, compreendidas como a soma de conhecimentos (saberes), de habilidades (capacidade de aplicar esses saberes na vida cotidiana), de atitudes (disposição para utilização desses conhecimentos e habilidades) e de valores (aptidão para utilizar esses conhecimentos e habilidades com base em valores universais, como direitos humanos, ética, justiça social e consciência ambiental). Busca-se, dessa maneira, promover a formação e o desenvolvimento do estudante em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. Na coleção, as dez competências gerais norteiam e são o propósito final do que os estudantes irão vivenciar, aprender e desenvolver ao longo da Educação Básica. Assim, a seleção de textos e temas, as atividades de leitura, de escuta, de estudo da gramática e de análise linguística, de produção escrita e oral, contemplam as aprendizagens
essenciais, mas também têm como foco ampliar a capacidade de lidar com pensamento crítico e criativo, repertório cultural, comunicação, diversidade de saberes, cultura digital, trabalho e projeto de vida, capacidade de argumentação, autoconhecimento, autocuidado, empatia, desenvolvimento pessoal e social, responsabilidade, consciência socioambiental e cidadania, entre outros aspectos importantes para a vida no século XXI.
Objetiva-se, portanto, expandir as possibilidades de participação dos estudantes nas mais diversas práticas de linguagem e as experiências nos letramentos de natureza multissemiótica e multimidiática no mundo contemporâneo cada vez mais digital, para fortalecer a autonomia dos estudantes, oferecendo-lhes condições e ferramentas para acessar e interagir criticamente com diferentes conhecimentos e fontes de informação.
Nesta fase escolar, os jovens são colocados diante de situações de aprendizagem mais desafiadoras, uma vez que elas mobilizam conhecimentos de diferentes áreas e fontes de informação para que eles sejam capazes de analisar e compreender a complexidade do mundo em que vivem. Dessa maneira, as atividades e as orientações deste material favorecem o desenvolvimento da autonomia, bem como o aprofundamento e a ampliação do repertório dos estudantes.
Ainda, a adolescência é uma época da vida em que se vivenciam muitas experiências novas, além de mudanças físicas e sociais; por isso, este material também privilegia o desenvolvimento dos aspectos afetivos e das singularidades de cada estudante, ao considerar a formação da identidade e a inserção na sociedade.
A partir das competências gerais e das competências da área de Linguagens, foram definidos eixos de aprendizagens relativos às práticas de linguagem:
[...] oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e multissemiótica) e análise linguística/semiótica (que envolve conhecimentos linguísticos – sobre o sistema de escrita, o sistema da língua e a norma-padrão –, textuais, discursivos e sobre os modos de organização e os elementos de outras semioses). [...]
(BRASIL, 2018, p. 71).
Eixo Leitura
O eixo da leitura, tal como concebido na BNCC, não diz respeito somente à leitura de textos escritos, mas também às imagens estáticas (fotografias, pinturas, gráfico etc.), às imagens em movimento (filmes e vídeos, por exemplo) ou aos sons (música). Essa abrangência de textos busca contemplar a complexidade dos gêneros digitais que fazem parte do cotidiano dos estudantes. Esse eixo “compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação” (BRASIL, 2018, p. 71). A fim de cumprir essa orientação, nesta coleção, os estudantes são incentivados, por exemplo, a fruir esteticamente de textos literários, a entender textos da área jornalística, como reportagens, artigos de opinião e outros e também a ler textos multissemióticos e multimidiáticos próprios da cultura digital, assim como a realizar pesquisas para apoiar trabalhos escolares e a inferir informações implícitas nos textos. Destaca-se, nessa perspectiva, a diversidade de gêneros textuais e de culturas nas propostas e atividades.
Eixo Produção de textos
O eixo da produção de textos “compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos enunciativos” (BRASIL, 2018, p. 76). As propostas exploram esse eixo por meio de atividades em que são solicitadas aos estudantes a seleção de dados em fontes confiáveis para a defesa de posicionamentos, a produção de textos com uso de recursos da linguagem próprios para o objetivo comunicativo ou o público-alvo, a análise de aspectos composicionais dos gêneros entre outras ações. Também se considera importante o desenvolvimento de um trabalho contextualizado e específico por meio de situações humanas nas quais os gêneros estejam inseridos.
Eixo Oralidade
O eixo da oralidade “compreende as práticas de linguagem que ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face” (BRASIL, 2018, p. 78). Nesta coleção, considerando a importância dessas práticas, busca-se desenvolver nos estudantes as habilidades da oralidade em situações de aprendizagem em que eles são convidados a produzir textos orais, a utilizar uma escuta ativa, a conhecer as tradições orais e seus gêneros, a promover o debate e o questionamento de forma a valorizar e respeitar o pensamento divergente, entre outras propostas nos diferentes campos de atuação.
Eixo Análise linguística/semiótica
Por fim, o trabalho com o eixo da análise linguística não tem um fim em si mesmo, mas busca promover o aperfeiçoamento das habilidades dos estudantes considerando que o conhecimento sobre a linguagem perpassa todos os campos de atuação e é essencial para a inserção na sociedade.
Neste material, além da abordagem que envolve o estudo da ortografia, morfologia, sintaxe, semântica, pontuação, há atividades em que os estudantes analisarão textos orais e os elementos próprios da fala, como os paralinguísticos e cinésicos e textos multissemióticos, considerando as características dos elementos que os compõem e o estilo das diferentes linguagens utilizadas. Considera-se também o estudo sobre o fenômeno da variação na língua portuguesa, o preconceito linguístico e o prestígio de determinadas variedades da língua. As propostas oportunizam situações de reflexão sobre a língua e os aspectos analisados.
CAMPOS PROPOSTOS PELA BNCC
Para desenvolver as habilidades de cada eixo, foram considerados campos de atuação, uma vez que cada prática de linguagem ocorre em uma situação da vida social. Assim, a aprendizagem do componente Língua Portuguesa se organiza de maneira contextualizada e significativa para os estudantes e com progressão de complexidade.
A escolha por campos de atuação considera que a formação dos estudantes se dá dentro e fora da instituição escolar – ela também acontece, por exemplo, no espaço familiar e na esfera pública. Por isso, por meio de um conjunto de práticas, atividades e leituras, nesta coleção, criam-se condições, atividades e leituras que possibilitam aos estudantes desenvolver seu protagonismo no exercício da cidadania e da inserção na sociedade.
No campo artístico-literário, por exemplo, são estudados gêneros como narrativa de aventura, cordel e conto popular, além de manifestações culturais das mais variadas, como intervenção artística, grafite, lambe-lambe, microrroteiro. As atividades contribuem não só para a formação leitora dos estudantes como também permitem o contato com diversificados valores e comportamentos, levando os estudantes a desenvolver uma atitude de respeito e valorização do que é diferente.
O campo jornalístico-midiático envolve as práticas relativas ao trato da informação e da opinião. Alguns dos gêneros desse campo são: notícia, carta do leitor, comentário, charge, meme e propaganda. O estudo das práticas desse campo objetiva levar os estudantes à incorporação da leitura, escuta e produção de textos desses gêneros, de forma crítica e autônoma, além de contribuir para que tenham sensibilidade e interesse pelos temas que fazem parte do cotidiano do mundo e da comunidade em que vivem.
No campo de atuação na vida pública, destacam-se os gêneros legais e normativos, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição Federal. Por meio do estudo de textos reivindicatórios, propositivos e regimentais, os estudantes abrem-se para a discussão de ideias, de forma ética e propositiva, e para a valorização dos direitos humanos. A partir de vivências significativas, fomentam-se a autonomia e a formação cidadã dos estudantes.
O campo das práticas de estudo e pesquisa propicia situações em que os jovens atuem como protagonistas nas atividades científicas, de modo que reconheçam e valorizem os procedimentos da ciência para a compreensão do mundo ao redor. Nesta coleção, por exemplo, propõem-se a pesquisa de fenômenos de uso da língua portuguesa no cotidiano, a produção de relatório, a análise de resultados etc. Estão incluídos no campo das práticas de estudo e pesquisa gêneros como apresentação oral, debate, podcast e reportagem de divulgação científica.
ATITUDES E VALORES NO ENSINO FUNDAMENTAL
A escola é o espaço onde crianças e jovens se desenvolvem diariamente, aprendendo sobre si mesmas e sobre o outro a partir das experiências informais e espontâneas, assim como por meio de experiências formais e planejadas. Essas experiências contemplam as dimensões humana, intelectual, social e emocional do estudante e se colocam como possibilidades para que ele possa se desenvolver em sua maturidade pessoal e coletiva.
Neste sentido, propõe-se a formação do jovem em valores fundamentais, como empatia, respeito à natureza, à cultura e às diferenças, assim como trabalhos em grupo, debates, fóruns de discussão, que desenvolvem superação, perseverança e disciplina, qualidades notórias e tão necessárias para a formação humana, social e emocional, uma vez que, posteriormente, ajudarão nas decisões de modo mais consciente sobre si e sobre seu papel na sociedade.
Na coleção, as atividades pedagógicas proporcionam aos estudantes constatar que os valores estão sempre presentes nas escolhas e nas ações propostas, concretas e reais. Merecem destaque algumas propostas em que os estudantes são mobilizados a realizar campanhas de conscientização visando ao bem-estar social, assim como o trabalho voluntário no ambiente escolar, refletindo sobre a importância da solidariedade, do serviço gratuito e da doação pessoal. Isso é, sem dúvida, um instrumento poderoso e eficaz na formação dos valores dos estudantes, que se colocarão como agentes transformadores da sociedade.
Assim, há diversas propostas em que os estudantes são convidados a posicionar-se em relação a direitos e responsabilidades, a identificar valores importantes para si e para o coletivo, a realizar projetos escolares e comunitários e a propor soluções para problemas de modo coletivo e colaborativo, revelando-se como um caminho possível e saudável para a formação em valores como trabalho em equipe, superação, perseverança e disciplina.
CONCEPÇÕES DE LÍNGUA, LINGUAGEM
E APRENDIZAGEM
O primeiro aspecto importante, tanto na elaboração de materiais didáticos de Língua Portuguesa quanto nas práticas de ensino, são as noções de língua e de aprendizagem que se adotam. Assim, toma-se por um primeiro prisma, como referência nesta coleção, a visão sociointeracionista de Bakhtin (2003), Bakhtin e Volochínov (1999) e Vigotski (1984, 2003), a fim de enfatizar o papel das interações sociais na constituição da língua; por um segundo prisma, assume-se o conceito de mediação no processo de desenvolvimento e aprendizagem do sujeito.
No que diz respeito à concepção de língua, parte-se do princípio de que ela “constitui um processo de evolução ininterrupto, que se realiza através da interação verbal social dos locutores” (BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 1999, p. 127). Isso é contemplado nesta coleção em seções como Linguagem e sentidos, em que são estudadas as questões de variações linguísticas, preconceito linguístico e adequação de linguagem; Palavra aberta, em que são propostas atividades de produção de textos orais diversos nos quais os estudantes deverão ajustar a linguagem ao público e ao contexto situacional; Produção, em que as propostas orientam os estudantes a adequar a linguagem à função social, aos interlocutores, à situação de comunicação, aos objetivos pretendidos e ao veículo de publicação desses textos.
Aqui se assume a linguagem como dialógica, isto é, constituída por meio da interação, aspecto fundamental da língua, que só pode ser compreendida com base em sua natureza social, na medida em que “as palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações em todos os domínios” (BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 1999, p. 41).
Quando se fala ou se escuta, não são apenas palavras ditas ou ouvidas, uma vez que elas vêm carregadas de valores, de julgamentos, de impressões do mundo e do outro. A enunciação, portanto, é o resultado da interação entre pelo menos dois interlocutores reais ou representantes ideais, mas nunca abstratos. A palavra reflete as transformações sociais e se orienta em função do interlocutor, podendo variar se o participante da interação fizer parte de um determinado grupo social ou se mantiver com o seu interlocutor uma relação mais ou menos afetiva, por exemplo. É um fenômeno ideológico por natureza, ou seja, toda palavra
[...] é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do interlocutor. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.
(BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 1999, p. 113).
A língua é, assim, mais do que um conjunto de recursos simbólicos de expressão e comunicação: ela atua como um espaço de interação, de interlocução humana; é viva e dinâmica. Bakhtin (2003) relaciona a língua às condições concretas de vida dos sujeitos – ela não pode ser concebida fora da sua dimensão social e histórica. O discurso, para Bakhtin (1993), apresenta uma orientação dialógica, isto é, emana sempre do outro e é marcado pela presença de múltiplas vozes. Desse modo, o dialogismo, que designa formas da presença do outro dentro do discurso, é o princípio constitutivo da linguagem e a condição do sentido do discurso.
Em resumo, a língua apresenta uma natureza transformadora, interativa, estando sujeita a mudanças. Precisa ser vista como “ação interindividual orientada por uma finalidade específica, um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história” (BRASIL, 1998, p. 20). Por meio dela, significamos o mundo, temos acesso à informação, partilhamos e/ou construímos visões de mundo, defendemos pontos de vista, expressamos emoções, nos relacionamos e influenciamos pessoas, muitas vezes alterando a forma como o outro e nós mesmos vemos a realidade e as sociedades e provocando (re)ações. Conceber a língua dessa forma implica a criação de situações que favoreçam seu uso efetivo e a utilização de textos passíveis de reflexão nas práticas de ensino, como é realizado no estudo dos gêneros notícia (Módulo 5 – “Natureza em alerta”) e reportagem de divulgação científica (Módulo 4 – “Vozes da ciência”), ambos do volume do 6o ano, em que se discutem temas relativos à saúde, ao meio ambiente e à ciência.
Com esse trabalho, os estudantes são levados a perceber que as escolhas feitas a cada enunciação não são aleatórias (nem sempre conscientes), mas decorrem da situação de comunicação, isto é, da intenção do locutor, dos conhecimentos prévios sobre o(s) interlocutor(es), da relação entre eles, da posição social de cada um etc., o que determina também a escolha do gênero de texto no qual o discurso se realizará.
Em relação à concepção de aprendizagem, nesta obra, destaca-se o papel da linguagem e da educação formal (escolar) no desenvolvimento do indivíduo. De acordo com Vigotski (1984, 2003), o desenvolvimento ocorre por meio da interação do indivíduo com o contexto sócio-histórico e com os outros membros do grupo cultural do qual faz parte. Assim, a interação social desempenha um papel de formadora e construtora dos processos psicológicos superiores, como a linguagem, os quais não podem surgir nem se constituir sem ela. Nesse sentido, a linguagem é responsável pela própria constituição do sujeito e possibilita ao indivíduo se relacionar com os membros de seu grupo social, agir sobre o outro e expressar desejos, sentimentos, ideias etc.
Para Vigotski, a construção do conhecimento não ocorre isoladamente, mas por meio do processo de aprendizagem, possibilitando o desenvolvimento das funções mentais superiores – por exemplo, a linguagem. Nesse sentido, a aprendizagem é intermediada pelos indivíduos que estão ao redor do sujeito e que repassam significados sócio-histórico-culturais. A aprendizagem “pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que as cercam” (VIGOTSKI, 1984, p. 99).
Para incentivar a aprendizagem, é importante que o professor desenvolva um trabalho em parceria com os estudantes, por meio de atividades em pares, em pequenos grupos ou com toda a turma, para que eles possam construir significados. Considerando isso, nesta coleção, propomos atividades que promovem o trabalho em duplas ou grupos – por exemplo, as das seções Palavra aberta e Língua em cena – e outras que propiciam a interação entre professor e estudantes, tendo em vista a construção de sentidos – como as de Imagem em foco, Conversando sobre o texto e Linguagens em conexão. Atividades dessa natureza favorecem a constituição do indivíduo, uma vez que ocorrem na sua relação com o outro e na mediação entre instrumentos e signos.
Nesse contexto de aprendizagem, o professor assume um papel essencial, porque passa a ser o elo entre o conhecimento (objeto de ensino) e os estudantes ao trabalhar com eles a fim de explicar e dar informações (com o intuito de XXXVI
ampliar os esquemas mentais já existentes, modificando-os ou substituindo-os por outros mais sólidos e abrangentes), questionar e corrigir (verificando se a sua interferência foi compreendida e capaz de fazer os estudantes alcançarem os objetivos esperados) e, por fim, motivar a explicação do conteúdo apreendido (certificando-se de que o conhecimento novo tornou-se real e significativo para os estudantes).
Também nesta coleção as propostas e atividades visam contribuir para desenvolver nos estudantes o compromisso como protagonistas no seu próprio processo de aprendizagem. Assim, a coleção mobiliza os conhecimentos que já possuem (de anos anteriores de escolarização e de mundo) e propõe novos olhares e perspectivas a eles, possibilitando, no andamento das aulas, uma construção coletiva do conhecimento (entre professor-estudantes e estudantes-estudantes) no processo de aprendizagem.
Variedades linguísticas e ensino de língua
Considerando que a língua é constituída sócio-historicamente e as diferenças são características inerentes a ela, este material se apoia no trabalho com as variedades linguísticas em sala de aula, pois, além de serem eficazes nas interações sociais, elas identificam as comunidades em que são utilizadas.
As variações fazem parte da natureza própria da língua e resultam da diversidade de grupos sociais, ocorrendo em todos os níveis linguísticos – fonético-fonológico, morfológico, sintático, semântico, lexical e estilístico-pragmático (BAGNO, 2007). Elas podem decorrer de vários fatores, como idade, gênero, status socioeconômico e inserção no mercado de trabalho. As diferenças linguísticas derivadas desses e de outros fatores podem ser reunidas em quatro tipos de variação.
• Variação geográfica: constituída por diferenças derivadas da cultura de determinada região; por exemplo, diferenças fonéticas (pronuncia-se “tchia” [no Pará] e “tia” [na Bahia]) e lexicais (semáforo [em São Paulo], sinaleira [na Bahia], sinal [no Rio de Janeiro]).
• Variação sociocultural: constituída por diferenças derivadas da classe social, da profissão, da idade, do nível de escolaridade etc.; por exemplo, gírias e jargões profissionais (“usar datação de carbono” – na Arqueologia; “criar um layout ” – na Publicidade).
• Variação histórica: constituída por diferenças decorrentes do tempo, da evolução natural da língua; por exemplo, diferenças entre o português arcaico e o português contemporâneo (segujmte > seguinte; asy > assim).
• Variação situacional: diferenças originadas pela adaptação à situação de comunicação (suporte, objetivo, interlocutor, contexto sócio-histórico etc.).
Não se pode, diante do fenômeno da variação, conceber a língua como única, baseando-se nas prescrições normativas dos compêndios gramaticais, pois o uso de uma ou outra forma de expressão depende de diversos fatores. E, se existem diferentes formas de usar a língua,
[...] Não cabe o argumento de trabalhar apenas com a norma culta porque o aluno já domina as demais: isso não é verdade, uma vez que o aluno, quando chega à escola, pode dominar bem uma ou duas variedades e alguns elementos de várias, mas sempre tem muito que aprender de diversas variedades, inclusive das que domina. (TRAVAGLIA, 2016, p. 41).
Desse modo, a coleção traz uma abordagem sociolinguística, pois considera a língua essencialmente heterogênea, visto que está sempre em desconstrução e reconstrução, sendo, portanto, um processo, uma atividade social realizada pelos falantes nos momentos de interação social. Assim, estudo das variações se dá não só em textos, explorando as questões de variação geográfica, sociocultural, situacional e os efeitos de sentidos que o seu uso produz, como também na seção Linguagem e sentidos, que tem como uma de suas finalidades abordar, de forma sistemática, questões relacionadas a variação, adequação de linguagem, preconceito linguístico e outros aspectos.
Ainda com relação às variedades linguísticas, vale destacar a diferença entre norma-padrão e norma urbana de prestígio, visto que a primeira corresponde ao modelo ideal de língua “correta”, fundamentado em gramáticas normativas; e
a segunda, a uma variedade social legitimada como meio público de comunicação, geralmente usada em situações mais formais. A norma urbana de prestígio diz respeito “aos usos que se consideram mais adequados aos contextos (orais e escritos) de uso da língua formal, aceitando-se, ainda, que essa formalidade da língua pode admitir graus e variações diversos” (ANTUNES, 2007, p. 91).
Portanto, observa-se que a norma-padrão não corresponde aos usos sociais da língua, ou seja, não corresponde a nenhum uso real, constituindo-se apenas em um modelo abstrato. Contudo, [...] apesar de ser um produto cultural, de natureza diferente das variedades linguísticas efetivamente empregadas pelos falantes, a norma-padrão tem que ser incluída em qualquer estudo sobre as relações entre linguagem e sociedade. E, exatamente por isso, a norma-padrão tem lugar garantido na educação linguística. Só não pode ser, como tem sido, um lugar exclusivo e excludente.
(BAGNO, 2013, p. 67).
Com relação à norma urbana de prestígio, vale destacar que ela:
I. não implica uso efetivo em todas as situações de comunicação;
II. é usada em situações que exigem maior grau de formalidade;
III. está relacionada, por exemplo, às atividades de divulgação de informação escrita (jornais) e ao poder político-administrativo;
IV. é requisitada de acordo com o grau de formalidade da situação de comunicação e não pelo fato de ser uma situação de fala ou de escrita.
Quanto a esse último aspecto, é importante considerar que, para interagir em algumas situações de comunicação, como as que ocorrem via mensagens instantâneas (chats de redes sociais ou aplicativos de conversas, por exemplo), o usuário faz uso da escrita informal; já em situações de exposição oral, como seminários ou palestras, o falante se vale da modalidade oral formal, o que contradiz a ideia de que a oralidade é o lugar da informalidade e a escrita, o da formalidade. Com o intuito de promover essa reflexão, apresentamos atividades que focam na oralidade tanto no aspecto informal (como nas interações em sala de aula, propostas nas seções Imagem em foco, Conversando sobre o texto, Linguagens em conexão e em algumas atividades da seção Palavra aberta) quanto no mais formal (como nas propostas de Produção oral, de debates ou exposição e em algumas atividades também na seção Palavra aberta). Em outros momentos da coleção, também exploramos a escrita em situações informais, como troca de mensagens por meio de aplicativos para esse fim.
Assim, sobre o reconhecimento das variedades linguísticas e sua abordagem em sala de aula, é necessário ressaltar aos estudantes que existem outras formas usadas pelos falantes, e não apenas as prestigiadas, conscientizando-os de que as formas usadas por cada um são tão valiosas quanto aquela ensinada na escola. Estudar o funcionamento da língua sem desconsiderar as origens e as culturas da turma é primordial nas aulas de Língua Portuguesa. Contudo, isso não implica abandonar o ensino das variedades mais prestigiadas; envolve o trabalho com a língua de modo a ampliar as variedades linguísticas dominadas pelos estudantes, mostrando-lhes que as de menor prestígio não são erradas ou inferiores e que a questão é saber como utilizar a língua de acordo com a situação de comunicação.
Tal abordagem pode favorecer o acesso dos estudantes às variedades linguísticas, contestando-se, assim, o preconceito que existe contra aquelas menos prestigiadas, tendo em vista que o “preconceito linguístico, como qualquer outro preconceito, resulta de avaliações subjetivas dos grupos sociais e deve ser combatido com vigor e energia”, e levando os estudantes a entender que “todas as variedades linguísticas são legítimas e próprias da história e da cultura humana” (BRASIL, 1998, p. 82). Desse modo, fomenta-se o combate a quaisquer manifestações de ódio e preconceito contra as variedades menos prestigiadas e a valorização das diferenças.
Portanto, cabe ao professor criar situações de aprendizagem que possibilitem aos estudantes utilizar as variedades linguísticas da língua materna, orientando-os quanto à prática de uma ou outra variedade, de forma que eles as usem proficientemente, segundo suas intenções e a situação de comunicação.
Gêneros textuais e ensino2
De acordo com Bakhtin (2003), os locutores podem formular e comunicar ideias a partir dos gêneros. Constituídos socialmente, os gêneros são maleáveis, uma vez que possibilitam aos falantes a criação de novas formas discursivas de acordo com as necessidades e situações comunicativas.
Os gêneros refletem as situações de produção dos textos e as finalidades da esfera de atividade humana e são também “tipos relativamente estáveis de enunciados”, pois
[...] organizam nossa fala da mesma maneira que a organizam as formas gramaticais (sintáticas). Aprendemos a moldar nossa fala às formas do gênero e, ao ouvir a fala do outro, sabemos de imediato, bem nas primeiras palavras, pressentir-lhe o gênero, adivinhar-lhe o volume (a extensão aproximada do todo discursivo), a dada estrutura composicional, prever-lhe o fim, ou seja, desde o início, somos sensíveis ao todo discursivo que, em seguida, no processo da fala, evidenciará suas diferenciações. Se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos, se tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo de fala, se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível.
(BAKHTIN, 1993, p. 302).
Ao enfatizar o aspecto “relativo” no conceito, Bakhtin destaca que é preciso levar em consideração a historicidade desses instrumentos semióticos e seu caráter maleável. Por isso, devemos ter cuidado para não tornar o ensino de gêneros algo normativo, priorizando apenas as propriedades formais (estrutura narrativa, argumentativa etc.) e esquecendo-nos de que eles se constituem na interação social, não são estanques, estão diretamente relacionados às atividades humanas, se modificam continuamente e apresentam uma variedade infinita, visto que as possibilidades de interação são inesgotáveis.
Os gêneros, portanto, devem ser entendidos em sua função no processo de interação, uma vez que os seres humanos agem diferentemente de acordo com as esferas de atividades: na escola, na igreja, no trabalho, na política, na família etc., ou seja, “falamos sempre por meio de gêneros no interior de uma dada esfera de atividade. O gênero estabelece, pois, uma interconexão da linguagem com a vida social” (FIORIN, 2006, p. 61).
Vale mencionar que, segundo Bakhtin (2003), os gêneros são constituídos por três elementos: conteúdo temático, forma composicional e estilo (marcas linguísticas) – elementos que se fundem indissoluvelmente no todo do enunciado, mas que apresentam certas regularidades, descritas a seguir.
• Conteúdo temático: o conteúdo temático está fundamentado não apenas no assunto abordado, mas também em vínculos dialógicos que o enunciado (texto) estabelece com outros textos, visto que, ao compor seu enunciado, o sujeito leva em consideração também outras enunciações, que estão correlacionadas ao tema ou assunto de que trata seu texto.
• Forma composicional: é o modo de estruturar ou organizar o texto. Essa análise possibilita que os estudantes possam entender a lógica do texto, em suas partes e no todo, compreendendo não só o que o autor quis dizer, mas também fazendo-o reconhecer o jeito, a forma, como algo foi dito.
• Estilo: equivale à seleção de meios lexicais, fraseológicos e gramaticais em função do interlocutor, do lugar em que o texto vai circular, da situação de comunicação, da finalidade etc., o que atribui entonação própria ao enunciado, garantindo a identidade e a singularidade aos textos de cada interlocutor.
Seguindo essa orientação, é de fundamental importância lembrar que, antes de começar a escrever, o estudante precisa saber por que vai escrever aquela mensagem e quem será seu possível leitor. Ele deve estar ciente do gênero que vai produzir e conhecer suas características típicas, o que implica domínio de vocabulário e de expressão adequados, da estrutura e do contexto de circulação; em síntese, precisa considerar os aspectos de produção, circulação e recepção de um texto.
2 Para este bloco, levamos em consideração diferentes abordagens sobre gênero, a fim de elaborar uma proposta de ensino que contemplasse seus vários aspectos. Assim, não diferenciamos, nesta coleção, os conceitos de gênero textual e gênero discursivo.
É necessário ainda considerar que “a falta de domínio do gênero é a falta de vivência de determinadas atividades de certa esfera. Fala-se e escreve-se sempre por gêneros e, portanto, aprender a falar e a escrever é, antes de mais nada, aprender gêneros” (FIORIN, 2006, p. 69). Por isso, é função das aulas de Língua Portuguesa possibilitar o contato com múltiplos gêneros, relacionados a diferentes esferas da atividade humana, assim como alertar para o fato de que gêneros são ressignificados ao longo do tempo, isto é, podem mudar, ganhar novos sentidos ou até desaparecer, enquanto outros podem surgir.
Quando se fala em gênero, trata-se ainda de distinguir tipos ou sequências textuais de gêneros. Os gêneros são formas de discurso social (ROJO, 2005); os tipos textuais, por sua vez, são sequências definidas pela natureza linguística que envolve questões relacionadas à estrutura sintática, aos tempos verbais, às relações lógicas etc. Segundo Bronckart (2007), há seis sequências: descritiva, explicativa, argumentativa, narrativa, injuntiva e dialogal
Vale mencionar que pode haver textos organizados em torno de uma única sequência ou de várias sequências. No romance, por exemplo, predomina a sequência narrativa, mas outras poderão ser identificadas nele, como a dialogal e a descritiva.
Quanto ao ensino de gênero textual, reconhecemos os gêneros (e seus componentes) como objetos de ensino e como “instrumentos que fundam a possibilidade de comunicação” (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, p. 171).
Como destacam Schneuwly e Dolz, ao adentrar na escola, o gênero exerce a função tanto de instrumento de comunicação quanto de objeto de ensino-aprendizagem. Em sala de aula, sofre transformações porque ocupa um novo lugar social, diferente daquele em que foi criado; conforme explicam os autores:
Toda introdução de um gênero na escola é o resultado de uma decisão didática que visa a objetivos precisos de aprendizagem, que são sempre de dois tipos: trata-se de aprender a dominar o gênero, primeiramente, para melhor conhecê-lo ou apreciá-lo, para melhor saber compreendê-lo, para melhor produzi-lo na escola ou fora dela; e, em segundo lugar, de desenvolver capacidades que ultrapassam o gênero e que são transferíveis para outros gêneros próximos ou distantes. Isso implica uma transformação, pelo menos parcial, do gênero para que esses objetivos sejam atingidos e atingíveis com o máximo de eficácia.
(SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, p. 80-81).
Na situação de ensino, para ajudar os estudantes a dominar melhor um gênero e permitir que escrevam ou falem mais adequadamente conforme a situação de comunicação, sugere-se o uso de sequências didáticas que correspondem a “um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito” (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004, p. 97).
A proposta desta coleção toma o texto como ponto de referência e, com essa finalidade, apresenta aos estudantes diferentes gêneros, de diversos ambientes de produção e circulação, considerando o campo de atuação em que estão inseridos, a finalidade de cada um, os elementos que os compõem e suas características.
Ainda sobre o tratamento dos gêneros na escola, é preciso levar em consideração sua dinamicidade. Não cabe, portanto, reduzir o ensino ao preenchimento de “uma forma vazia com certo conteúdo”; cabe, ao contrário, “desenvolver a habilidade [do estudante] para manipular ao mesmo tempo a forma e o conteúdo” (ALVES FILHO, 2011, p. 19). Desse modo, é equivocado querer associar os gêneros apenas à forma ou imaginar que se reduzam ao conteúdo. A forma “precisa ser vista como funcional, como tendo uma finalidade, uma razão de ser ou produzindo certo efeito de sentido”, e o conteúdo “precisa ser visto como algo semiótico, já que as ideias somente são veiculadas e mesmo pensadas através dos signos” (ALVES FILHO, 2011, p. 29). Como entidades holísticas que são, merecem atenção a forma, o conteúdo, os valores, as ideologias, os papéis sociais dos interlocutores, o suporte, o propósito comunicativo do gênero, a intencionalidade do locutor etc. Com base nesses pressupostos teóricos, a escola deve realizar um trabalho com diferentes gêneros possibilitando aos estudantes o acesso a novas práticas de linguagem ou àquelas que eles ainda não dominam, por meio de atividades que contemplem:
• a situação de comunicação (Quem são os possíveis interlocutores? Quais são os possíveis objetivos do locutor? Qual é a finalidade do gênero? Quais são os veículos em que circula?);
• a estrutura (fases de organização interna do gênero e sequência textual predominante);
• as características semióticas (linguagens verbal, visual, sonora que constituem o gênero);
• as marcas linguísticas (tempo verbal priorizado, tipo de discurso mais utilizado, uso de modalizadores e de operadores argumentativos etc.).
Por isso, conforme recomendado pela BNCC, é preciso uma abordagem em relação à multiplicidade de gêneros e, especificamente, dos gêneros multimodais. Com o objetivo de contribuir para a apropriação, pelos estudantes, de diferentes gêneros que fundem diversas situações de interação, destaca-se na coleção o trabalho com gêneros multimodais ou multissemióticos presentes no cotidiano, como post, blogue, podcast, videos, infográficos etc. Essas abordagens evidenciam as práticas de multiletramentos na leitura e na escrita, pois acredita-se que a compreensão dos recursos multissemióticos associados à linguagem verbal envoltos nessas práticas contribui para a ampliação da produção de sentidos pelos estudantes.
Ensino de leitura e escrita
Koch e Elias (2010) afirmam que a concepção de leitura está associada à forma de conceber o sujeito, a língua, o texto e o sentido. Para as autoras, dependendo da visão de língua, a leitura pode ser entendida como atividade de captação de ideias (língua como representação do pensamento), como reconhecimento do sentido das palavras e estruturas do texto (língua como estrutura) e como uma atividade interativa (língua como uma atividade dialógica).
Rojo (2004) também se refere às concepções de leitura apresentando diferentes maneiras de conceber o ato de ler: como processo de percepção e associação entre som e letra (decodificação); como ato cognitivo; como interação entre leitor e autor; e como apreciação e réplica ativa.
O trabalho com leitura nesta coleção baseia-se na perspectiva interacional. A leitura é, assim, considerada um espaço de produção de sentidos, que engloba o uso de diferentes estratégias, e é regulada pela situação de comunicação. Alguns componentes dessa situação são os sujeitos (autor e leitor), a ideologia, o suporte e os diferentes tipos de discurso. Ela é reconhecida aqui como um processo que transcende o próprio texto. Também destaca-se, na coleção, a leitura de textos da esfera digital, os hipertextos, e as relações entre diversas linguagens que compõem esses textos, estabelecendo os sentidos necessários à sua compreensão, considerando o impacto que essas novas tecnologias trazem para o ensino da língua.
A leitura como interação entre autor-texto e leitor está ancorada na perspectiva interacional (dialógica) da língua. Nessa concepção, o leitor é visto como um sujeito ativo que não apenas decodifica, mas também produz sentidos por sua interação com o texto-autor. O leitor desempenha o papel de “construtor de sentido”, valendo-se, para isso, de estratégias como antecipação e inferência. De acordo com essa visão, o sentido é “construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a essa interação”. A leitura “se realiza evidentemente com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização” (KOCH; ELIAS, 2014, p. 11). É uma atividade que leva em consideração as experiências e os conhecimentos do leitor, e não apenas o conhecimento do código linguístico.
O texto, portanto, não pode ser concebido fora de sua relação com os processos de produção, distribuição e consumo, que caracterizam as esferas de atividade humana nas quais ele se inscreve. Ele é “um tecido único, cujo resultado global decorre exatamente dos efeitos conseguidos por meio de cada um de nós, feitos textualmente, e pressupostos contextualmente” (ANTUNES, 2010, p. 17). A compreensão de um texto, portanto, decorre da relação entre os elementos linguísticos e os não verbais e da situação na qual as interações acontecem.
A leitura do texto não consiste apenas na decodificação de informações que estão objetivamente inscritas nele. Toda leitura tem sua história, o que implica leituras diferentes em condições diferentes de um mesmo texto, porque as relações entre leitores e textos se modificam. Afirmar, contudo, que é possível ler um mesmo texto de diferentes maneiras não significa aceitar qualquer tipo de compreensão, porque o que se depreende de um texto precisa estar em conformidade com a situação de produção e com sua materialidade linguística.
Quando lemos, consideramos tanto o que está explícito quanto o que está implícito. Assim, as relações de sentido ocorrem também na relação entre os textos uns com os outros, a qual chamamos de intertextualidade.
A intertextualidade stricto sensu (daqui por diante, apenas intertextualidade) ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade ou da memória discursiva
(domínio estendido de referência [...]) dos interlocutores. Isto é, em se tratando de intertextualidade stricto sensu, é necessário que o texto remeta a outros textos ou fragmentos de textos efetivamente produzidos, com os quais estabelece algum tipo de relação.
[...]
Diversos tipos de intertextualidade têm sido relacionados, cada qual com características próprias: intertextualidade temática, intertextualidade estilística; intertextualidade explícita, intertextualidade implícita; autotextualidade, intertextualidade com textos de outros enunciadores, inclusive um enunciador genérico [...].
(KOCH; BENTES; CAVALCANTE, 2012, p. 17-18).
Ao lermos um texto, acessamos outros textos (relação intertextual) para que possamos compreendê-lo e, assim, produzir sentidos sobre a leitura. Portanto, é importante levar o estudante a considerar as relações intertextuais nos processos de leitura. O conceito de intertextualidade é tido como fundamental para os estudos de textos no ambiente escolar.
Os sentidos não são propriedade privada do leitor nem do autor. É na interação entre leitor, texto e autor que o sentido é construído. Além disso, o lugar social dos interlocutores é parte constitutiva do processo de significação.
Assim, na interação instaurada pela leitura, os sujeitos produtores de sentido – leitor e autor – são ideologicamente constituídos e sócio-historicamente determinados. O leitor é aquele que se assume como tal na prática de leitura, em uma dada ordem social, em um lugar específico. Ele tem identidade de leitura configurada pelo seu lugar social, e é em relação a esse seu lugar que se define a sua leitura. O autor é o responsável pela unidade do texto, entre outros elementos, e está na base da coerência do discurso.
Em síntese, a leitura é aqui tomada como uma atividade de interlocução em que leitor e autor participam do processo de construção de sentidos mediado pelo texto.
O leitor, nessa acepção, é um sujeito que atua ativamente na (re)construção dos sentidos. Nesse processo, segundo Antunes (2003), os sinais gráficos presentes funcionam apenas como guia para o leitor, pois os elementos linguísticos não são os únicos responsáveis pela compreensão. Os conhecimentos prévios e contextuais são essenciais no ato da leitura, porque permitem ao leitor formular hipóteses sobre o assunto ou o fato do texto.
A leitura é também uma atividade de apreciação e de réplica ativa (BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 1999). Segundo Rojo (2004, p. 3-4), nessa vertente teórica, o “discurso/texto é visto como um conjunto de sentidos e apreciações de valor das pessoas e coisas do mundo, dependentes do lugar social do autor e do leitor e da situação de interação entre eles”. A leitura é, portanto, sempre uma atitude assumida diante do discurso do outro, e os sentidos de um texto resultam:
• dos elementos contextuais em que esses textos funcionam como parte de eventos comunicativos;
• do conhecimento de mundo ativado pelo conjunto de elementos contextuais e textuais;
• das unidades lexicais postas ou pressupostas na superfície do texto;
• das unidades gramaticais em suas múltiplas categorias, relações e funções. (ANTUNES, 2010, p. 18).
A escrita mantém uma relação de interdependência e intercomplementaridade com a leitura. Segundo Antunes (2003, p. 67), “a atividade da leitura completa a atividade da produção escrita”. A escrita, para a autora, é uma “atividade interativa de expressão [...], de manifestação verbal das ideias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos que queremos partilhar com alguém, para, de algum modo, interagir com ele” (ANTUNES, 2003, p. 45). Há, portanto, uma relação de interdependência entre os envolvidos na situação comunicativa.
Para a referida autora, as propostas de produção escrita precisam prever três etapas: planejamento, escrita e reescrita. A primeira fase consiste na delimitação do tema e na seleção dos objetivos. A segunda é o ato de escrever propriamente dito. A terceira corresponde àquele momento em que o sujeito avalia o que escreveu – observando a organização textual e a temática, além dos aspectos referentes à segmentação da escrita, entre outros – e reelabora seu texto.
Nesta coleção, com o intuito de trabalhar a escrita como processo, organizamos as propostas de produção de textos em etapas a fim de ajudar os estudantes na escolha do tema ou fato, no planejamento, na escrita propriamente dita, XLII
na revisão, na reescrita e na avaliação, o que acontece, por exemplo, na seção Produção. Além das etapas principais, apresentamos etapas intermediárias, igualmente importantes, em que se definem: o(s) destinatário(s) (público-alvo ou leitor do texto que será produzido); o suporte (mídia ou local em que a produção será divulgada); após a escrita, o processo de edição, com eventuais escolhas de imagens e sua disposição junto ao texto (diagramação) e escolhas de linguagem; os ajustes de escolhas feitas no planejamento e que precisam ser repassadas e revistas; a avaliação do resultado da divulgação ou da socialização da produção (se atingiram o propósito estabelecido durante o planejamento) etc.
Tudo isso vai ao encontro do que preconiza a BNCC:
Da mesma forma que na leitura, não se deve conceber que as habilidades de produção sejam desenvolvidas de forma genérica e descontextualizadas, mas por meio de situações efetivas de produção de textos pertencentes a gêneros que circulam nos diversos campos de atividade humana. Os mesmos princípios de organização e progressão curricular valem aqui, resguardadas a mudança de papel assumido frente às práticas discursivas em questão, com crescente aumento da informatividade e sustentação argumentativa, do uso de recursos estilísticos e coesivos e da autonomia para planejar, produzir e revisar/editar as produções realizadas.
(BRASIL, 2018, p. 78).
Com isso, vimos até aqui que a linguagem é dialógica. Logo, tanto na escrita quanto na leitura, o interlocutor está presente, ainda que não esteja materializado, interpelando indiretamente o locutor. Em outras palavras, há sempre um interlocutor na prática da escrita que influencia o discurso do locutor. Segundo Britto (1999, p. 119), “a presença desse interlocutor no discurso de um indivíduo não é algo neutro, sem valor”. É necessário, portanto, saber para quem se escreve, e o interlocutor previsto precisa ser real, estar inserido em um contexto sócio-histórico.
Com base nessas considerações, podemos afirmar que a escrita, independentemente de ser uma produção multissemiótica ou multimodal, é um processo, uma atividade que pressupõe a identificação dos objetivos, da situação em que o gênero é utilizado, da mídia em que será veiculada, da relação entre os interlocutores e da natureza da informação.
Ensino de oralidade
Segundo Marcuschi (2003), o estudo da oralidade favorece o tratamento de aspectos como variação, níveis de uso da língua e relação entre escrita e fala; para Antunes (2003), o trabalho com a oralidade permite observar, entre outros aspectos, que: a depender da situação, utilizamos determinados gêneros; a oralidade segue um princípio de textualidade; os textos orais estão organizados em torno de um tema.
A produção oral, sistematizada e adequada à situação discursiva, é importante para o desenvolvimento das habilidades de expressão oral em situações formais e informais.
Vale destacar que, na escola, a oralidade está presente quase sempre em forma de conversas informais, e pouco se dá atenção ao ensino de gêneros orais formais. Nessa instituição, é muito recorrente conceber a oralidade como sinônimo de registro informal, como o espaço do “erro”, da espontaneidade e da falta de planejamento. No entanto, essa é uma noção equivocada, visto que as ações do falante serão menos ou mais planejadas, menos ou mais informais, a depender do gênero oral. Por isso, nesta coleção, propomos não só a produção, mas também a leitura de textos de gêneros orais. Dessa maneira, as atividades das seções Palavra aberta e Produção (oral) oferecem ferramentas para que os estudantes aprendam a transitar das formas cotidianas de produção oral para formas constituídas em esferas de produção e circulação que exigem a utilização da língua na modalidade oral de modo mais formal.
Ao enfatizar gêneros orais nos quatro volumes, pretendemos também que os estudantes percebam que não existe uma única oralidade, mas várias (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004), e que tanto a oralidade quanto a escrita apresentam suas especificidades e estão a serviço da interação verbal, podendo variar e ser menos ou mais formais e planejadas. Ambas estão ligadas às situações comunicativas, uma vez que as diferentes práticas de linguagem requerem usos diferenciados.
Além de propor atividades que envolvem o uso de um registro mais formal e ações mais planejadas, criamos situações que dão a oportunidade de os estudantes utilizarem a língua falada, como em Imagem em foco e Conversando sobre
o texto. Nessas e em outras seções, por meio de interações com os colegas e o professor, os estudantes podem expressar suas opiniões, negociar sentidos, socializar conhecimentos e saberes, apresentar e defender uma posição utilizando argumentos em situações didáticas das mais diversas.
Tal abordagem se justifica dada a importância do ensino da oralidade, como bem destaca Marcuschi (2003), na medida em que contribui com a conscientização de que a língua sofre variação e mudança, favorecendo a formação de estudantes atentos à natureza da linguagem: heterogênea, dinâmica e ideológica. Desse modo, sempre que possível, o professor deve trabalhar a fala, que tem suas particularidades, suas regras e seus modos de organização, por meio de situações em que o estudante faça uso de gêneros orais considerando a circunstância de comunicação.
Ensino de gramática e análise linguística/semiótica
São vários os estudos que se propõem a discutir o ensino de gramática. Há, inclusive, a discussão sobre a necessidade de ensiná-la ou não. Como enfatizam os PCN, trata-se de uma “falsa questão: a questão verdadeira é o que, para que e como ensiná-la” (BRASIL, 1998, p. 28), reflexão também reforçada pela BNCC. O fundamental é não tornar as aulas de Língua Portuguesa meramente descritivas e prescritivas, tal como consta nos manuais gramaticais em geral.
A BNCC afirma que as questões gramaticais devem ser pontuadas em função das atividades de produção, leitura e escuta de textos. Nessa perspectiva, a atividade metalinguística (o reconhecimento, a categorização e a classificação de tópicos gramaticais) deve ser instrumento de apoio para a discussão dos aspectos da língua em uso, e não o centro do ensino. Tal atividade precisa “fornecer ao aluno informação cultural sobre a língua, para que ele tenha um conhecimento básico sobre como a língua é constituída e como funciona” e “instrumentalizar o aluno com um meio auxiliar aos demais tipos de atividade de ensino de gramática”, favorecendo a apropriação de uma metalinguagem com o objetivo de “facilitar a referência aos elementos da língua” (TRAVAGLIA, 2018).
Segundo Travaglia (2016), o estudo da gramática em sala de aula propicia uma melhoria na qualidade de vida dos estudantes, visto que o mundo da cultura é constituído pela linguagem e só é possível mover-se nele e perceber os significados nele produzidos dominando a língua. Além disso, o domínio linguístico contribui para o desenvolvimento da competência comunicativa, pois possibilita ao falante conhecer e utilizar os recursos da língua conforme as interações sociais.
De acordo com esses pressupostos, o ensino de gramática deve envolver atividades epilinguísticas e metalinguísticas. As primeiras estão voltadas para o uso da língua e para a exploração dos recursos expressivos utilizados pelo falante em situações de comunicação. As atividades metalinguísticas, por sua vez, correspondem à descrição, à categorização e à sistematização de elementos linguísticos e devem ser instrumento de apoio para a discussão dos aspectos da língua, e não o centro do ensino.
Dada a complementaridade de ambas as atividades na situação didática, pois permitem que os estudantes levantem as regularidades da língua e construam explicações sobre os fenômenos linguísticos, as propostas desta coleção englobam aspectos gramaticais que contemplam essas duas dimensões do ensino.
Nas propostas de atividades de leitura, há também discussões sobre os elementos verbais e não verbais (semióticos) e sobre o uso de elementos linguísticos que permitem a atribuição de múltiplos sentidos a um texto.
O trabalho com elementos linguísticos específicos torna-se significativo à medida que possibilita reflexões sobre o uso e a função de tais elementos na construção e na intensificação de sentidos dentro do texto.
Dessa forma, em Por dentro da língua, Linguagem e sentidos, Questão de fala e escrita e Língua em cena, focamos a reflexão sobre a língua em situações de leitura, produção e compreensão e a análise dos fatos linguísticos, seus usos e os efeitos de sentidos que produzem na construção do texto.
NOVAS TECNOLOGIAS, GÊNEROS MULTISSEMIÓTICOS/ MULTIMODAIS E MULTILETRAMENTO
Os novos letramentos e os multiletramentos tornaram-se capacidades básicas para a atuação do professor em seu contexto educacional e para a participação em diferentes interações, em decorrência das novas demandas sociais. O letramento digital e os multiletramentos merecem atenção na perspectiva da formação e no trabalho em sala de aula com os estudantes. De modo geral, esses conceitos se referem, respectivamente, à capacidade do indivíduo para compreender e produzir textos orais e escritos no meio digital e à capacidade do indivíduo de ler, assistir e produzir textos orais e escritos que combinam várias semioses (verbal, imagética, sonora, gestual, espacial), bem como para reconhecer a pluralidade e a diversidade cultural. Desenvolver letramentos múltiplos ajuda, assim, os indivíduos a participar de diversas situações de interação em diferentes meios de comunicação e, ao mesmo tempo, lidar com tecnologias digitais.
A sociedade tem passado por constantes mudanças sociais, culturais, econômicas e históricas decorrentes do surgimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), o que vem impactando a convivência social e alterando a organização de trabalho. Ao utilizarem tablets, celulares e computadores, adolescentes e jovens atuam como protagonistas da cultura digital, não somente como consumidores, mas também como usuários que interagem de maneira rápida e instantânea com outros usuários nas redes sociais por meio da utilização de diferentes linguagens e mídias.
As mudanças provocadas pelo uso das TICs não se restringem ao uso de novas tecnologias digitais; elas abrangem uma nova maneira de existir e viver em sociedade, em que o conhecimento é produzido de modo compartilhado, colaborativo e interativo. Nesse sentido, novos letramentos (ou multiletramentos) são necessários para acompanhar e possibilitar a construção de um olhar crítico às novas dinâmicas da produção do conhecimento na sociedade contemporânea, uma vez que:
As demandas sociais devem ser refletidas e refratadas criticamente nos/pelos currículos escolares [...], para que a escola possa qualificar a participação dos alunos nas práticas da web, na perspectiva da responsabilização, deve propiciar experiências significativas com produções de diferentes culturas e com práticas, procedimentos e gêneros que circulam em ambientes digitais: refletir sobre participações, avaliar a sustentação das opiniões, a pertinência e adequação dos comentários, a imagem que se passa, a confiabilidade de fontes, apurar os critérios de curadoria e de seleção de textos/produções, refinar os processos de produção e recepção de textos multissemióticos.
(ROJO; BARBOSA, 2015, p. 135).
Daí vem a necessidade de a escola promover o desenvolvimento dos multiletramentos, conceito que aponta para “a multiplicidade cultural das populações e a multiplicidade semiótica de constituição dos textos por meio dos quais ela se informa e se comunica” (ROJO, 2012, p. 13). A pedagogia dos multiletramentos em sala de aula
[...] caracteriza-se como um trabalho que parte das culturas de referência do alunado (popular, local, de massa) e de gêneros, mídias e linguagens por eles conhecidos, para buscar um enfoque crítico, pluralista, ético e democrático – que envolva agência – de textos/discursos que ampliem o repertório cultural, na direção de outros letramentos, valorizados (como é o caso dos trabalhos com hiper e nanocontos) ou desvalorizados (como é o caso do trabalho com picho).
(ROJO, 2012, p. 8-9)
Trabalhar com os multiletramentos significa, portanto, considerar as experiências relativas ao contexto familiar, social e cultural em que os estudantes estão inseridos e levá-los a produzir análises críticas, ampliando seu repertório. Ou seja, propõe-se uma valorização dos conhecimentos e das habilidades que os estudantes já dominam, incentivando-os a cultivar uma postura curiosa, criativa e crítica para a compreensão do mundo e de si mesmos.
Nessa perspectiva, já não é suficiente trabalhar o texto verbal escrito; é preciso relacioná-lo com outras modalidades de linguagem (imagem em movimento, som, fala), sendo o texto multimodal ou multissemiótico:
[...] aquele que recorre a mais de uma modalidade de linguagem ou a mais de um sistema de signos ou símbolos (semiose) em sua composição. Língua oral e escrita (multimodalidade verbal), linguagem corporal (gestualidade, danças, performances, vestimentas – modalidade gestual), áudio (música e outros sons não verbais – modalidade sonora) e imagens estáticas e em movimento (fotos, ilustrações, grafismos, vídeos, animações – modalidades visuais) compõem hoje os textos da contemporaneidade, tanto em veículos impressos como, principalmente, nas mídias analógicas e digitais.
(ROJO; BARBOSA, 2015, p. 108).
Ao considerar as incessantes transformações tecnológicas possibilitadas pela internet, como o surgimento e a proliferação de novos e diferentes gêneros, é necessário, portanto, que a escola aborde a organização e a constituição dos gêneros e opere com as diferentes semioses (múltiplas linguagens) ou com a multimodalidade, compreendendo como ocorre a construção dos sentidos do texto, visto que levar os estudantes a pesquisar nos motores de busca (por exemplo, sites de pesquisa) não é o suficiente. Os textos veiculados nesse meio exigem, assim, a capacidade de compreensão e de produção de cada semiose para que haja a construção de sentidos.
De acordo com Rojo (2012), o surgimento dos multiletramentos, que englobam a multiplicidade de linguagens, semioses (verbal, visual, sonora) e mídias presentes na criação de significação para os textos multimodais, não só modifica as funções cognitivas humanas como também implica “mutação da relação com o saber” sobre a leitura e a escrita, na medida em que os avanços tecnológicos possibilitam a (re)combinação de outras mídias e outras semioses, instaurando novas formas de produzir e compreender textos, em que apenas o conhecimento da língua (conjunto de signos linguísticos) não se mostra suficiente.
Os multiletramentos apresentam as seguintes características:
(a) são interativos; mais que isso, colaborativos;
(b) fraturam e transgridem as relações de poder estabelecidas, em especial as relações de propriedade (das máquinas, das ferramentas, das ideias, dos textos [verbais ou não]);
(c) são híbridos, fronteiriços, mestiços (de linguagens, modos, mídias e culturas). (ROJO, 2012, p. 23).
O uso de lousa e giz, ainda que instrumentos legítimos e necessários, podem ser insuficientes, nessa perspectiva, uma vez que o hipertexto, a hipermídia, a internet e os gêneros digitais são a expressão característica dos multiletramentos. Os estudantes, nascidos já no ambiente digital, participam de situações sociais em que produzem textos dessa natureza, com base no domínio de “habilidades técnicas”, como editar vídeos para vlogues, elaborar posts para rede social ou produzir gifs. No entanto, as práticas deste material buscam fomentar uma análise crítica dos contextos de produção e circulação dos diferentes gêneros, assim como de suas funções e formas de composição, levando os estudantes a fazer apreciações e a elaborar valorações estéticas e afetivas de produtos culturais locais e mundiais e a participar como autores nesses mesmos gêneros.
Os gêneros, que utilizamos para nos comunicar e interagir em diferentes esferas, se alteram conforme as práticas sociais, que também mudam. A escola, em contrapartida, ainda privilegia o estudo do texto escrito, impresso ou não, principalmente aquele que compõe o cânone e faz parte da cultura “letrada”. No entanto, a articulação entre as diferentes semioses e mídias faz-se necessária em função dos sentidos/significados múltiplos que os gêneros possibilitam aflorar. Esses significados são influenciados pelos aspectos imagético, musical, verbal etc., articulados de acordo com a intenção comunicativa.
Esta coleção, orientada pela pedagogia dos multiletramentos e gêneros multissemióticos e multimodais, contempla atividades que envolvem a análise de fotografias, de gêneros multimodais (tirinhas, infográficos, anúncios de propaganda etc.) e de pinturas, bem como a sugestão de criação de blogue, de gravação de entrevistas, entre outras práticas, buscando desenvolver múltiplos letramentos, a fim de que os estudantes passem a dominar as novas maneiras de ler, de produzir e de colocar textos em circulação nas diversas esferas da atividade humana.
Busca-se enfatizar, nesta coleção, práticas que privilegiam os valores da democracia e da ética na formação dos estudantes, além do respeito à diferença e à diversidade cultural. Para isso, as propostas dialogam com as vivências dos estudantes e contemplam manifestações artístico-culturais oriundas de diferentes espaços e épocas, fruto de subjetividades variadas, produzidas por grupos marginalizados e por aqueles que compõem a tradição erudita.
Assim, espera-se que, com base em diferentes letramentos, os estudantes possam desenvolver habilidades para se apropriarem, de forma autônoma e crítica, de diversos saberes com o objetivo de elaborar experimentações e formar novos sentidos criativamente, à medida que atuam em prol da construção de uma sociedade mais justa e democrática.
O uso de novas tecnologias e de novas práticas metodológicas deve impulsionar, portanto, possibilidades de ensino-aprendizagem que acompanhem as mudanças de um mundo globalizado, regido pela velocidade de acesso à informação e à comunicação, e que contemplem a pluralidade cultural e das linguagens e as novas formas de participar e interagir em sociedade.
METODOLOGIAS ATIVAS E ENSINO
Considerando os estudantes como protagonistas do processo de aprendizagem e agentes ativos na construção do conhecimento, produzido em rede e a partir de diferentes linguagens, faz-se necessário adotar novas pedagogias, em que se abandone a premissa de que há uma hierarquia em que o professor é o detentor absoluto dos saberes, para que a sala de aula se torne, de fato, um espaço mais democrático.
Há muitos desafios relativos ao ensino e à aprendizagem atualmente. Muitos deles dizem respeito às dificuldades para motivar os estudantes e envolvê-los nesses processos. As chamadas metodologias ativas visam a uma posição ativa na aprendizagem por parte dos estudantes e à atuação dos professores como mediadores e facilitadores desse processo, possibilitando que os estudantes “aprendam fazendo”.
Nesta coleção, as propostas e atividades estão alinhadas com essa metodologia, aspirando a uma melhoria da qualidade do ensino e entendendo, nesse ambiente de desafios, que para o sucesso da aprendizagem é imprescindível que os estudantes se conectem com os conteúdos, por meio de uma relação positiva com os saberes, a fim de que a aprendizagem seja, de fato, significativa.
Nesse sentido, os conteúdos estão organizados de maneira que os estudantes possam fazer descobertas por eles mesmos, em atividades investigativas e contextualizadas, orientadas para que se engajem em novas experiências. Busca-se, por exemplo, incentivar os estudantes a pensar sobre os conteúdos, a formular hipóteses e a construir conceitos, articulando teoria e prática. Para isso, as propostas são encadeadas em etapas gradativas, de forma dinâmica, para que os estudantes se envolvam no próprio processo de aprendizagem e deem sentido àquilo que aprendem.
O trabalho aqui desenvolvido considera essencial conhecer os estudantes, seus interesses e suas preferências, para a elaboração de práticas que partam dos conhecimentos prévios deles para, em seguida, mobilizá-los em direção a novos desafios, tornando-os críticos e reflexivos. Assim, propõe-se o fomento da leitura, da análise, da comparação e discussão de textos ou de manifestações artístico-culturais, para que eles possam apreciá-las, formar opiniões e elaborar as próprias ideias.
Do mesmo modo, considera-se importante criar situações de aprendizagem que requerem o trabalho em duplas ou grupos visando a um objetivo comum, para que os estudantes possam interagir e compartilhar ideias, testar hipóteses etc., ao mesmo tempo em que aprendem a manter a escuta ativa, a respeitar posicionamentos divergentes e a negociar posições.
Além disso, as metodologias ativas, centradas na aprendizagem e não no ensino, permitem que os estudantes reflitam sobre o próprio processo de aprendizagem ao registrar etapas e processos, de maneira que desenvolvam autonomia, construam os próprios valores e se comprometam com a aquisição de conhecimento. O professor, aqui, propõe as atividades, orienta os estudantes e define as estratégias.
Por fim, espera-se que o trabalho orientado por essa abordagem contribua para que os estudantes possam pensar sobre si mesmos, a comunidade em que vivem e a sociedade, e ampliem seu repertório e visão de mundo a partir de situações vivenciadas na prática. Assim, democratizam-se o conhecimento e a aprendizagem, e os estudantes tornam-se seres protagonistas e transformadores na sociedade.
Como exemplos de metodologias ativas podemos citar: resolução de problemas, trabalho de campo, sala de aula invertida, projetos de pesquisa, aprendizagem colaborativa. Todas essas estratégias de ensino, articulando teoria e prática, objetivam levar os estudantes a aplicar na vida cotidiana os conceitos, as habilidades, os valores e os conhecimentos que aprenderam. Elas também consideram os diferentes modos de aprendizagem dos estudantes, a cultura juvenil e os seus interesses. Apresentamos, a seguir, cada um desses exemplos citados.
• Resolução de problemas
A resolução de problemas propicia que os estudantes elaborem hipóteses, criem estratégias de resolução, busquem e analisem informações para solucionar um problema bem definido. Ao aplicar conceitos em atividades práticas, essa estratégia visa desenvolver nos estudantes o pensamento crítico e a capacidade de ação como agentes propositores. Nesse trabalho, os estudantes se sentem encorajados a investigar um problema, por meio da observação de uma situação real, em que decidirão quais são os conhecimentos necessários para chegar ao objetivo proposto.
• Trabalho de campo
O trabalho de campo correlaciona teoria e prática ao propor aos estudantes uma vivência fora do espaço da sala de aula. É um estudo de investigação que proporciona que eles tenham contato com objetos e situações reais e possam aplicar os conceitos aprendidos. Não se trata de uma atividade de natureza recreativa para a turma, pois o trabalho de campo relaciona-se a uma pesquisa em que os estudantes devem fazer entrevistas, observações ou registros que, em seguida, serão analisados e interpretados por eles. Ainda que seja uma oportunidade interessante, em que os estudantes são convidados a interagir com o mundo, o trabalho de campo é também estruturado e faz parte de uma sequência de atividades e objetivos.
• Sala de aula invertida
A sala de aula invertida pretende alterar a lógica tradicional em que o professor faz uma aula expositiva. Nessa estratégia, o professor orienta os estudantes a conhecer um conteúdo por meio de uma aula expositiva registrada, como uma videoaula, de uma sequência ilustrada, de leituras ou outro recurso. Após esse primeiro momento, o professor sana possíveis dúvidas dos estudantes e orienta projetos, exercícios e atividades, em que eles possam aprofundar os conhecimentos sobre o conteúdo estudado. Por fim, o professor sistematiza o conteúdo de modo colaborativo com os estudantes, que podem compartilhar suas experiências. Essa metodologia propicia que o ambiente de sala de aula seja dedicado às experiências ativas e organizadas em duplas, trios e grupos de estudantes.
• Projetos de pesquisa
Os projetos de pesquisa permitem que os estudantes participem mais ativamente do processo de construção do conhecimento. De modo coletivo, os estudantes podem selecionar temas de relevância para a cultura juvenil e investigar os aspectos que julgarem mais interessantes, tornando a aprendizagem mais significativa, uma vez que se engajam no processo. Aqui também eles são protagonistas, pois elaboraram as perguntas, as hipóteses e as conclusões, acompanhados e orientados pelo professor.
• Aprendizagem colaborativa
A aprendizagem colaborativa é uma metodologia que privilegia o desenvolvimento de trabalhos em grupo entre os estudantes. Ela propõe que eles trabalhem em grupos em torno de um objetivo comum de modo colaborativo. Essa estratégia possibilita que os estudantes desenvolvam as habilidades no campo dos afetos e das relações pessoais, como a capacidade de ouvir o outro com respeito e atenção, de liderar um grupo, tomar decisões, mediar conflitos, regular as próprias emoções etc.
Assim sendo, em diferentes momentos da coleção, fazemos uso dessas e de outras metodologias que colocam os estudantes no papel de protagonistas em seu processo de aprendizagem, utilizando recursos e abordagens adequados para eles, para os conteúdos e para os objetivos definidos, baseando-se na ideia de que ensinar não é transmitir conhecimento (professor-estudantes), mas propiciar formas de participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento e fazer com que ele possa ser aplicado em sua vida cotidiana.
PENSAMENTO COMPUTACIONAL
O conceito de pensamento computacional está relacionado à habilidade de mobilizar conhecimentos para a solução de problemas, por meio da tecnologia, de maneira crítica, criativa e estratégica. Nesse sentido, ele está relacionado tanto ao uso e à apropriação da tecnologia quanto às diferentes áreas do conhecimento.
O pensamento computacional se sustenta com base em alguns pilares. XLVIII
• Decomposição: habilidade de decompor um problema maior em partes menores, propiciando sua compreensão e consequente resolução.
• Abstração: capacidade de filtrar e classificar os dados mais relevantes para a solução de um problema, em vez de focar nos detalhes.
• Identificação de padrões: análise de dados, de modo a chegar a generalizações e abstrações.
• Pensamento algorítmico: habilidade de definir etapas sistematizadas ou ordenadas para solução de problemas complexos. (É importante lembrar que os algoritmos são parte do pensamento computacional. O pensamento algorítmico ajuda a definir uma série de etapas ordenadas para a resolução de problemas complexos).
Nesta coleção, o pensamento computacional diz respeito especialmente à capacidade dos estudantes de identificar padrões. Essa capacidade, não restrita à Matemática, auxilia os estudantes na resolução de problemas, nas inferências, na argumentação, na investigação, na representação e comunicação de ideias e na elaboração de etapas.
Considerando a abundância de informações no contexto digital atual, é necessário fomentar situações de aprendizagem em que os estudantes possam desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento computacional e a análise e interpretação de dados, para que atuem, de maneira autônoma e crítica, nas diversas esferas de atuação social.
Assim, nesta coleção, é solicitado aos estudantes, por exemplo, que desenvolvam um estudo de recepção de produtos da cultura juvenil. Em uma das etapas da pesquisa proposta, relativa à tabulação e análise de dados, eles são convidados a elaborar estratégias do pensamento computacional para análise de informações que comporão o relatório de pesquisa. Além disso, abordagens que levam em consideração o pensamento computacional propiciam maior autonomia aos estudantes ao privilegiar atividades práticas e que exigem deles uma postura ativa, com o exercício da criatividade nos trabalhos interdisciplinares.
INTERDISCIPLINARIDADE E TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS
A abordagem interdisciplinar facilita a organização coletiva e cooperativa do trabalho pedagógico. Segundo Fazenda (2002), ela visa à integração das diferentes áreas do conhecimento e das pessoas por meio de um trabalho de cooperação que prevê o diálogo e o planejamento. Facilita também a integração do processo formativo dos estudantes e pressupõe um trabalho pedagógico centrado em eixos temáticos.
A concepção de interdisciplinaridade respeita a especificidade de cada área do conhecimento, mas pressupõe a colaboração integrada de diferentes especialistas envolvidos nas propostas de ensino. Esse trabalho pode acontecer por meio da criação de práticas de ensino visando resolver um problema ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista.
Nesta coleção, na escolha dos temas e na seleção e organização dos conteúdos, propusemos, sempre que possível, a abordagem interdisciplinar. Além disso, para buscar a integração de diversas áreas do conhecimento, apresentamos sugestões e atividades ao longo das orientações didáticas do Manual do Professor, que ampliam as propostas do Livro do Estudante e envolvem diferentes componentes curriculares. Com isso, pretendemos fomentar iniciativas entre professores para que articulem os seus campos de saber, seguindo, assim, princípios da interdisciplinaridade.
Queremos, desse modo, enfatizar que a função primordial da escola não é a de informar o estudante, mas a de fornecer a ele os instrumentos necessários para que consiga compreender o mundo em que vive e interagir (mediar, articular, acessar, selecionar etc.) com a quantidade de informações e conceitos que circulam à sua volta.
Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs), previstos na BNCC são organizados em grandes áreas temáticas – Meio Ambiente, Economia, Saúde, Cidadania e Civismo, Multiculturalismo e Ciência e Tecnologia – que objetivam possibilitar um conhecimento contextualizado, que seja relevante para a formação dos estudantes. Assim, busca-se que os estudantes atuem de forma autônoma e crítica, a fim de mudar a realidade em que vivem, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática.
As grandes áreas temáticas dos TCTs possuem temas mais específicos, aqueles a que nos referimos nesta coleção.
No volume do 6o ano desta coleção, por exemplo, exploram-se temas como o do personagem Pantera Negra, de grande identificação com a cultura juvenil, e gêneros próprios do universo digital como comentário de leitor na internet e compartilhamento de resenhas e objetos culturais na rede. Assim, propõe-se um estudo sobre a representatividade da cultura africana e das populações afrodescendentes em diferentes países, levando os estudantes a refletir sobre a herança cultural africana e a valorizar suas contribuições no Brasil. Essa proposta dialoga especialmente com o TCT Diversidade cultural (parte da área temática Multiculturalismo), além de levar os estudantes a compreender a diversidade da realidade em que vivemos, refletindo sobre o universo digital e utilizando as tecnologias digitais de forma ética e respeitosa.
MEIO AMBIENTE
Educação ambiental Educação para o consumo
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Ciência e tecnologia
MULTICULTURALISMO
Diversidade cultural
Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
Temas Contemporâneos Transversais na BNCC
ECONOMIA
Trabalho
Educação financeira
Educação fiscal SAÚDE Saúde
Educação alimentar e nutricional CIDADANIA E CIVISMO
Vida familiar e social Educação para o trânsito Educação em Direitos Humanos Direitos da Criança e do Adolescente Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso
Fonte: BRASIL, 2019, p. 13.
Para uma aprendizagem mais significativa e conectada com as realidades dos estudantes, no Livro do Estudante e no Manual do Professor desta coleção, há indicações de trabalhos interdisciplinares com os temas apresentados nas diferentes seções, subseções e boxes, com o oferecimento de orientações para o planejamento de maneira individual e em parceria, dialogando com as competências gerais, as de Linguagens e as específicas de Língua Portuguesa, além das habilidades propostas pela BNCC.
Ciente, portanto, de que a aprendizagem não se dá de forma fragmentária e rígida, mas integrada entre as diferentes áreas do conhecimento e também com o contexto, esta coleção apresenta uma variedade de estratégias e orientações para que o professor, de forma flexível, de acordo com os interesses da turma e com as possibilidades da instituição de ensino, proponha atividades em que se relacionem conteúdos de outros componentes curriculares, visando a uma aprendizagem que abarque a complexidade dos saberes e dialogue com a realidade local, regional e global. O objetivo desta abordagem é contribuir para um ensino cada vez mais plural, conectado com as necessidades dos estudantes e comprometido com uma aprendizagem integral, que respeita a diversidade dos estudantes e as experiências vivenciadas por eles.
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Diariamente, ocorrem situações que exigem reflexões e avaliações. Na escola, a dimensão avaliativa da construção do conhecimento é essencial. Avaliam-se constantemente os estudantes, seja de forma sistemática e planejada, seja de forma assistemática. No entanto, o que é avaliação e como se deve avaliar?
Nesta coleção, avaliação é concebida como
[...] a ação processual de construir um valor provisório para o ser focalizado, mediante categorias social e culturalmente marcadas e interativamente elaboradas. Avaliar, portanto, envolve concepções de mundo, conhecimentos partilhados e a emissão de juízos de valor, juízos esses formulados a partir de informações coletadas e selecionadas em contextos sócio-históricos específicos.
(MARCUSCHI; SUASSUNA, 2007, p. 66).
A avaliação também é compreendida como uma sequência de ações orientadas para a obtenção de informações sobre o que os estudantes aprenderam e de que forma. Essas ações podem ser realizadas por um conjunto de procedimentos que possibilita a intervenção pedagógica para tornar possível o ensino-aprendizagem. Os procedimentos e os instrumentos utilizados para avaliar devem orientar não só o professor como também os estudantes, no que diz respeito ao que aprenderam e às suas dificuldades. Para que isso seja possível, a avaliação precisa ocorrer no início e durante todo o processo de ensino-aprendizagem, e não apenas no final de cada etapa de ensino. Nesse sentido, “a avaliação implica a retomada do curso de ação, se ele não tiver sido satisfatório, ou a sua reorientação, caso esteja se desviando” (LUCKESI, 2011, p. 59).
São as informações obtidas no início e ao longo do processo didático-pedagógico que orientam os passos do professor quanto às futuras intervenções pedagógicas. Para que isso ocorra, é preciso recorrer a outros modos de avaliação que forneçam informações importantes para organizar suas ações – por exemplo, a análise das produções para conhecer as dificuldades reais dos estudantes e, com base nisso, selecionar o que será alvo de ensino. “A avaliação deve caminhar para além da mera constatação e classificação do estudante, tornando-se parte integrante do processo de ensino, subsidiando o professor com informações que vão ajudá-lo a orientar e reorientar a sua prática” (BESERRA, 2007, p. 49). Não se deve confundir, portanto, avaliação com nota, pois esta é apenas uma das formas de expressar os resultados de uma avaliação.
Nessa perspectiva, a avaliação é o eixo central de qualquer proposta pedagógica e precisa ser pensada em suas múltiplas funções. Assim, segundo Ferreira e Leal (2007), ela ocorre em diferentes momentos com finalidades diversas, visando identificar os conhecimentos prévios dos estudantes, conhecer suas dificuldades, verificar se aprenderam, por exemplo.
LI
O professor deve utilizar diferentes estratégias para avaliar os estudantes. Para isso, é necessário usar, além da avaliação somativa (para mensurar e classificar os resultados), a avaliação diagnóstica (realizada no início do processo, com a função de obter informações sobre os conhecimentos e as habilidades dos estudantes) e a formativa (feita para regular e adaptar o ensino às necessidades deles), uma vez que avaliação implica levar em conta o processo, não apenas o produto.
Obter informações sobre os conhecimentos, as habilidades e as capacidades dos estudantes.
Acompanhar o processo de ensino-aprendizagem, verificando o que os estudantes aprenderam e o que eles ainda devem aprender.
Fazer balanço somatório da sequência de trabalho, informando e situando o avaliado.
FORMATIVA SOMATIVA DIAGNÓSTICA
A avaliação é um processo dinâmico e interativo e parte integrante do ensino-aprendizagem.
O professor precisa atentar-se aos diferentes níveis de aprendizagens que os estudantes de uma turma possam apresentar. Nesse sentido, o processo de avaliação pode contribuir para a elaboração de um planejamento adequado que funcione como um guia de práticas que auxiliem os estudantes em situação de defasagem a se recuperarem e acompanhem também o processo de aprendizagem do restante da turma.
Da mesma forma, a avaliação é importante para que cada estudante desenvolva a autonomia. Assim, instrumentos de autoavaliação são fundamentais para que ele tome consciência do que sabe e do que precisa saber. É por meio da autoavaliação que o estudante assume participação ativa em seu processo de aprendizagem.
Além do desempenho dos estudantes em relação à recepção e à aprendizagem da língua, é preciso avaliar suas habilidades e atitudes em relação à escuta atenta na sala de aula; à receptividade às propostas de trabalho e de atividades em sala de aula; à postura nas atividades desenvolvidas em grupo; à interação com o grupo e com o professor.
Sendo assim, a avaliação é uma prática docente que ocorre de modo permanente, não sendo restrita ao momento da avalição formal, como a “prova”, tradicionalmente realizada de maneira individual e por escrito e cujo resultado é uma nota numérica. A avaliação, em nossa abordagem, deve guiar todo o processo de ensino-aprendizagem, inclusive considerando aqueles aspectos relativos ao comportamento e envolvimento dos estudantes nas propostas.
Outra finalidade da avaliação é preparar os estudantes para a participação em exames de larga escala, tais como o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), a Prova Brasil, vestibulinhos e, futuramente, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e os vestibulares. Diante disso, esta coleção apresenta propostas de atividades que consideram o formato desses exames, como atividades contextualizadas, de múltipla escolha, de seleção, de raciocínio.
Nesta coleção, apresentamos também orientações e procedimentos para a realização de trabalho com grupos grandes, pensando na diversidade de conhecimentos e nas habilidades dos estudantes que compõem uma turma, bem como nas diferenças de valores e atitudes entre eles. Essa abordagem visa contribuir para o sucesso do processo de aprendizagem, ao respeitar a pluralidade de formas de aprender.
Considerando as propostas presentes na coleção, o papel do professor é essencial, pois é preciso não só acompanhar de perto os estudantes, desafiando-os à autorreflexão, como também estabelecer diálogos a fim de que eles sejam bem orientados e possam identificar e dizer o que conseguiram aprender e em que precisam melhorar.
A seguir, sugerimos uma ficha de avaliação com critérios de acordo com as práticas a serem desenvolvidas. Essa ficha pode ser adaptada a cada situação de ensino, consoante com os objetivos a serem atingidos e as habilidades a serem desenvolvidas.
FICHA DE AVALIAÇÃO
Tendo em vista o trabalho desenvolvido, pode-se considerar que o(a) estudante: Sempre Às vezes Ainda não
LEITURA, COMPREENSÃO E CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS
1. Localiza informações explícitas em textos.
2. Identifica o tema de um texto.
3. Infere informações implícitas.
4. Relaciona elementos não verbais e verbais na construção de sentidos.
5. Identifica a finalidade dos textos.
6. Percebe a relação de sentido estabelecida pelos conectivos.
7. Identifica as informações principais e secundárias em um texto.
8. Distingue um fato de uma opinião relativa a esse fato.
9. Infere o sentido de palavras ou expressões.
10. Reconhece diferentes formas de abordar uma informação na comparação entre textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que foram produzidos.
11. Identifica as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor do texto.
12 Identifica efeitos de ironia, humor ou crítica.
Observações:
PRODUÇÃO DE TEXTOS
1. Escreve textos considerando o interlocutor e o propósito comunicativo.
2. Organiza textos de acordo com as capacidades de relatar, argumentar, narrar, descrever, expor.
3. Usa o padrão escrito relativo à paragrafação e à pontuação.
4. Escreve textos coerentes e coesos.
5. Usa o sistema ortográfico corretamente.
6. Adapta o registro da língua (formal ou informal) à situação de comunicação.
7. Utiliza recursos multissemióticos de forma articulada e adequada, bem como elementos paralinguísticos e cinésicos.
8. Escreve textos de acordo com gênero, suporte e mídia.
9. Emprega articuladores textuais adequados às relações que deseja estabelecer.
10. Revisa o próprio texto.
11. Cuida da apresentação da sua produção (letra legível, texto limpo e sem rasuras etc.).
12. Utiliza os recursos disponíveis nos meios digitais, como editores que proporcionem cores, movimentos, formas, sons, entre outros, para produzir textos multimodais/multissemióticos.
13. Emprega, em textos orais, recursos como efeitos sonoros e expressividade.
Observações:
ORALIDADE
1. Produz textos orais de acordo com os gêneros estudados.
2. Faz uso de gestos e da entonação para a construção de sentidos.
3. Segue as fases de planejamento, produção e autoavaliação de suas produções.
4. Adapta o registro (formal e informal) conforme a situação de comunicação.
5. Expõe os fatos de modo organizado, com apresentação, desenvolvimento e conclusão.
6. Conta histórias mantendo a ordem temporal dos fatos e o tipo de relação existente entre eles.
7. Usa material escrito apenas como apoio, sem ficar lendo o texto.
8. Mantém boa postura e contato visual com o seu interlocutor.
9. Usa recursos visuais para dinamizar sua apresentação.
10. Emprega expressões para organizar a fala.
11. Utiliza recursos como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade.
Observações:
1. Identifica o assunto dos textos.
2. Resume ideias de textos orais.
COMPREENSÃO ORAL
3. Identifica os gêneros em que os textos se realizam.
4. Identifica a finalidade dos gêneros.
5. Reconhece os interlocutores envolvidos na interação.
6. Reconhece a função das pausas, hesitações e repetições nos textos orais.
7. Elenca palavras relativas às temáticas dos textos.
8. Emite opiniões e pontos de vista a respeito dos textos lidos.
9. Estabelece relações com outros textos e/ou com situações vividas.
10. Posiciona-se de forma crítica em relação à tese apresentada em textos argumentativos.
Observações:
ANÁLISE LINGUÍSTICA E SEMIÓTICA
1. Conhece e aplica adequadamente as normas que regem a ortografia e a acentuação das palavras.
2. Identifica e analisa os efeitos de sentido decorrentes de elementos como volume, timbre, intensidade, pausas e ritmo em textos orais.
3. Estabelece relações de sentido com base nos conectivos.
4. Percebe a função de adjetivos, substantivos e advérbios na produção e na compreensão dos textos.
5. Identifica os diferentes tipos de variedades linguísticas e de registro, assim como sua adequação de acordo com a situação de comunicação.
6. Analisa os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos.
7. Identifica repetições ou substituições que estabelecem relações entre as partes do texto.
8. Identifica o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação.
9. Analisa adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais etc. como elementos modalizadores.
10. Reconhece o papel das figuras de linguagem na construção de sentidos do texto.
Observações:
CULTURA JUVENIL, CULTURA DE PAZ E EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA
A adolescência é um período de mudanças na vida de um indivíduo que passa da infância à juventude. Nessa fase, os adolescentes vivenciam intensas transformações biológicas, sociais, psicológicas e emocionais, cada um à sua maneira, de acordo com a dinâmica da comunidade em que está inserido. Eles vivenciam um processo de amadurecimento, em que a relação com o mundo ao redor se amplia, bem como os laços afetivos com amigos. Tornam-se capazes de elaborar raciocínios mais complexos e definir seus valores éticos.
Os professores que atuam com essa faixa etária de estudantes (11 a 14 anos) necessitam se atentar às particularidades próprias desse grupo e reconhecer também em si mesmos o papel de formadores, uma vez que esse período pode trazer à tona conflitos emocionais e sociais e gerar comportamentos violentos em sala de aula, nos demais ambientes escolares e fora deles.
Esta coleção, no intuito de contribuir para mudanças significativas na sociedade, apresenta uma seleção de textos e temas direcionados a essa faixa etária, para que os estudantes se interessem pelos conteúdos e assuntos abordados, debatendo-os e refletindo sobre questões importantes, como o combate: à propagação de discursos de ódio (na mídia e em redes sociais); à desigualdade em relação às mulheres (especialmente no campo profissional); ao racismo e à xenofobia; à violência de gênero e de identidade de gênero etc. Assim, além de discutir temas próprios da juventude, propõe discussões sobre a violência doméstica, o bullying (intimidação sistemática), o sexismo e a luta por igualdade de gênero na sociedade contemporânea, exposição excessiva em redes sociais e suas consequências, entre outros.
Dessa forma, ao mesmo tempo em que explora o caráter lúdico que o componente curricular pode propiciar, esta coleção apresenta atividades e propostas em que os estudantes podem explorar e apreciar diferentes manifestações artísticas e culturais e suas práticas, fazendo uso delas nas diferentes mídias e linguagens. As atividades em dupla ou em grupo, bem como as discussões com toda a turma, buscam desenvolver os valores da empatia e da cooperação, propondo situações que necessitam do estabelecimento do diálogo e da argumentação para chegar a um objetivo comum.
A coleção, com sua estrutura e seleção de conteúdos, busca reforçar o ideal de uma cultura de paz e valores como cidadania e respeito, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia, a formação humana dos estudantes em toda a sua singularidade, a criação de um projeto de vida significativo que possibilite o desenvolvimento pessoal e a atuação significativa na comunidade.
SUGESTÕES DE PROJETOS
Introdução
O objetivo da proposta de trabalhar com projetos é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares por meio do tratamento dado à informação, visto que somente o acesso a ela não garante que o estudantes adquiram conhecimento. Para compreendê-la, é preciso confrontar ideias e reelaborá-las. Por isso, propomos envolver os estudantes em atividades de projetos de pesquisa que lhes possibilitem “aprender a aprender”, tomando as diferentes informações disponíveis sobre determinado tema para transformá-las em conhecimento próprio.
Tomamos como base os princípios das metodologias ativas – conjunto de processo que visa incentivar a autoaprendizagem e a curiosidade do estudante para pesquisar, refletir e analisar possíveis situações de determinado problema. Nessa perspectiva, contribui-se de forma significativa para o desenvolvimento da autonomia e da motivação do estudante, à medida que ele interage, articula, observa, reflete sobre o que vê e emite opinião acerca da situação como forma de intervir na realidade. Ao assumir uma postura mais ativa, o estudante não só aprende, mas também desenvolve valores sociais importantes, como respeito, compreensão e solidariedade, aprendendo a ouvir e a falar.
A seguir, descrevemos as etapas básicas para o desenvolvimento de um projeto de estudo e pesquisa. Logo depois, com base nesse roteiro, apresentamos propostas para desenvolver com os estudantes do 6o e do 7o anos e do 8o e do 9o anos.
Etapas para a realização de uma pesquisa
O trabalho será feito em grupos e a organização deve prever as tarefas de cada membro do grupo em cada etapa.
1. Escolha do tema
A primeira etapa para a realização de uma pesquisa consiste em conhecer as opções de temas para que os grupos possam escolher o que for de seu interesse. A escolha do tema de pesquisa, portanto, é o primeiro passo. Esse tema por si só não constitui um problema de pesquisa, mas dele procede o problema a ser investigado. Essa escolha requer considerar os conhecimentos dos estudantes sobre o que será investigado; por isso, deve ser atraente e interessante para que eles tenham curiosidade e interesse em ler, investigar e se aprofundar no tema.
Propomos que, em vez de o professor apresentar uma lista prévia aos estudantes, eles escolham o tema por meio de discussões, leituras de notícias e artigos sobre determinados assuntos de interesse próprio e da turma. Escolhido o tema, parte-se para a formulação de um conjunto de perguntas a respeito do “problema” que se pretende responder com os estudos e a pesquisa. As perguntas vão ajudar a levantar o que será preciso buscar e definirão todo o processo de investigação e pesquisa posterior.
Apresente como exemplo o problema do lixo na sociedade atual, que possibilita perguntas como as seguintes.
• Por que o lixo é um problema nas cidades?
• Que implicações o problema do lixo causa na saúde pública?
• Qual é a relação entre consumo e lixo?
• Que fatores provocam o aumento do lixo?
• De que forma o consumismo interfere na produção de lixo?
Nessa perspectiva, podemos perguntar: Quais são as consequências do consumismo exagerado para a saúde e o meio ambiente? Seguindo por essa trilha, podemos abrir interfaces com outros componentes curriculares, como História, Ciências e Geografia, fazendo as seguintes perguntas.
• Quanto lixo sua família produz por semana? Compare com os dados dos colegas: isso é muito ou pouco?
• Que produtos são mais encontrados na composição do lixo urbano? Qual é o tempo de duração desses materiais na natureza?
• A composição do lixo no século passado era diferente da atual? Por quê?
• O que ocorre quando o lixo fica exposto durante muito tempo nas ruas?
• Quais são as consequências do excesso de lixo para a saúde?
2. Fontes de pesquisa
A segunda etapa requer que o professor indique algumas fontes aos estudantes, ao menos para o começo da pesquisa principalmente para os estudantes do 6o e do 7o anos. Essas fontes podem ser sites confiáveis, revistas e livros; depois, os próprios estudantes poderão ampliá-las à medida que avançam na pesquisa e procedem à seleção das informações.
É importante, também, que o professor ajude a fazer a análise das referências coletadas pelos estudantes, descartando fontes não confiáveis ou não científicas, e indique a necessidade de buscar outras fontes quando necessário.
3. Leitura e análise das informações
Essa etapa compreende aprender a tomar notas, resumir, ler e elaborar gráficos. Os estudantes podem entrevistar pessoas e avaliar comportamentos, criando tabelas e gráficos que documentem e facilitem as análises, e podem, da mesma forma, recorrer a levantamentos científicos já disponíveis em livros, revistas, filmes e na internet para que subsidiem suas análises. Se desejarem, podem documentar em vídeo seus trabalhos e suas entrevistas.
4. Produção escrita dos resultados e das conclusões da investigação
Essa etapa consiste em integrar de maneira coerente e pessoal as informações coletadas nas várias fontes, sempre tendo em mente a necessidade de responder às perguntas iniciais sobre o problema investigado e às questões secundárias, que surgirão ao longo da pesquisa.
A produção escrita pode ser na forma de artigo, como fazem cientistas e pesquisadores profissionais. Nesse caso, é importante trabalhar cada tópico em aula e ajudar na definição de objetivos, justificativas e conclusões, seguindo a estrutura desse gênero textual.
5. Compartilhamento dos resultados da pesquisa
Nessa etapa, os estudantes vão compartilhar os conhecimentos adquiridos com a pesquisa, divulgando os resultados, as conclusões e propostas de solução, por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia, página/blogue na internet etc. Também podem ser organizadas atividades como mesa-redonda, debates, feiras de ciências e mostras na escola.
É importante lembrar que toda pesquisa é um estudo, mas não se resume à coleta de dados/informações e sua apresentação. É preciso que o trabalho envolva uma reflexão sobre os dados e as informações coletados e, por isso, é fundamental a orientação do professor aos estudantes/grupos ao longo de todas as etapas da pesquisa. Para isso, é importante planejar encontros de acompanhamento, durante os quais se deve conversar com os estudantes/grupos para verificar o andamento do trabalho, elucidar dúvidas e oferecer ajuda com embasamento teórico, além de dicas de materiais e indicações de fontes de referências específicas.
Proposta de pesquisa para 6o e 7o anos
Para esta atividade de pesquisa, levamos em conta os conhecimentos prévios dos estudantes e os componentes curriculares Geografia e Ciências, conforme as seguintes habilidades da BNCC.
6 o ano – Geografia
(EF06GE06) Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.
(EF06GE07) Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.
(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.
(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).
7o ano – Ciências
(EF07CI05) Discutir o uso de diferentes tipos de combustível e máquinas térmicas ao longo do tempo, para avaliar avanços, questões econômicas e problemas socioambientais causados pela produção e uso desses materiais e máquinas.
(EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais e sociais, tanto na vida cotidiana quanto no mundo do trabalho, decorrentes do desenvolvimento de novos materiais e tecnologias (como automação e informatização).
(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.
(EF07CI09) Interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado, com base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados de políticas públicas destinadas à saúde.
(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.
(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.
Parcerias possíveis e interessantes
Para o projeto com os estudantes do 6o ano, sugerimos uma parceria com o professor de Geografia, uma vez que há mais possibilidades de conteúdos para pesquisa com esse componente curricular. Já com os do 7o ano, sugerimos uma parceria com o professor de Ciências. No entanto, isso não significa que outros componentes não possam contribuir com a atividade, pois o conhecimento é interdisciplinar. Considerando isso, a proposta de tema para cada ano, possivelmente, terá diferentes leituras e encaminhamentos voltados para as respectivas áreas (mesmo levando em conta que os conhecimentos não são estanques e perpassam as diferentes áreas).
O tema da pesquisa
O tema ou assunto para ambos os anos partirá do filme de animação Wall-E (ou outro, adaptando a proposta), que propicia a discussão de diversos pontos sobre a questão do meio ambiente, além de mostrar facetas do consumismo e consequências das facilidades da vida moderna, como alienação, comodismo, sedentarismo, problemas de saúde. A exploração desses pontos vai direcionar as diferentes propostas de pesquisa.
Organização dos grupos
A atividade de pesquisa, quando realizada em grupos, traz mais benefícios para o aprendizado, porque os estudantes aprendem com a troca de pontos de vista, ganham espaço para criar e passam a testar hipóteses, refazer raciocínios e estabelecer correlações para construir conhecimentos.
Sugerimos que a atividade seja realizada em grupos com quatro ou cinco estudantes. No entanto, avalie, antecipadamente, como os grupos vão trabalhar: se todos pesquisarão o mesmo tema, se cada grupo pesquisará um tema diferente ou se uma parte dos grupos pesquisará um tema e outra parte, outro. Considere, nessa escolha, o fato de que caberá ao professor indicar, pelo menos inicialmente, fontes de pesquisa relacionadas ao tema de cada grupo.
Procedimentos de leitura e gêneros para registro da pesquisa
Com os estudantes do 6o ano, sugerimos que sejam abordados procedimentos como tomar notas, sublinhar e esquematizar informações, ler e produzir gráficos de barra e de setores. Com os estudantes do 7o ano, sugerimos: procedimentos de esquematizar e resumir informações, ler e produzir gráficos de barras, de setores e de linhas.
Essa divisão é apenas uma sugestão. Caso ache importante e necessário abordar o resumo e os demais tipos de gráfico no 6o ano, considere as possíveis diferenças de experiências entre os estudantes.
Compartilhamento dos resultados da pesquisa
A proposta de compartilhamento descrita adiante visa promover a troca de conhecimentos e a divulgação das informações adquiridas com os estudos e as pesquisas; por isso, sugerimos que seja discutido com os estudantes quem serão os interlocutores reais (leitores e ouvintes) antes da produção do material.
Apresentamos, a seguir, orientações específicas para o desenvolvimento da atividade de pesquisa com os estudantes.
1. Escolha do tema
Nessa etapa, os estudantes devem escolher o tema e planejar a coleta de informações. Converse com a turma sobre o propósito da exibição do filme, direcionando o olhar dos estudantes para o objetivo pedagógico: reconhecer e analisar as questões ambientais, de consumo, de saúde, entre outras, como problemas para o planeta.
O filme Wall-E (direção e roteiro: Andrew Stanton. EUA, 2008) é uma animação dos estúdios Disney e Pixar, de 97 minutos. A história se inicia no ano de 2700, tendo como cenário principal o planeta Terra, onde não há mais recursos naturais e que se apresenta como um grande depósito de lixo, com a atmosfera poluída por gases tóxicos.
Nesse ambiente inóspito, encontra-se o robô Wall-E (Waste Allocation Load Lifters – Earth; “Levantador de Carga para Alocação de Lixo – Classe ‘Terra’”, em tradução livre), deixado na Terra para compactar e organizar todo o entulho. Ele e sua barata de estimação são os únicos habitantes, porque os seres humanos, para se protegerem da toxidade do planeta, foram morar na estação espacial Axiom. O plano era ficar somente cinco anos nessa estação, esperando a conclusão do LVIII
trabalho de Wall-E, para então retornar à Terra, mas a permanência deles em Axiom já dura aproximadamente 700 anos. De tempos em tempos, são enviados robôs para a Terra a fim de verificar se o planeta já está habitável novamente. Um desses robôs é Eva (acrônimo, em português, para “Examinadora de Vegetação Alienígena”), que se encanta com Wall-E. Enquanto isso, os seres humanos, a bordo da estação espacial, estão tão acomodados que são incapazes de se levantarem sozinhos e de se locomoverem sem auxílio de aparelhos especiais. Os robôs executam todas as tarefas e realizam os desejos mais banais dos seres humanos – que são obesos, visto que passam a maior parte do tempo comendo. Além disso, vivem envoltos por uma tela que projeta imagens, deixando-os tão passivos que se tornam incapazes de reconhecer e analisar o mundo à volta – assim como de se relacionarem com as outras pessoas.
Ao final da exibição, com a turma organizada em grupos, retome o objetivo da atividade e peça a cada grupo que aponte os aspectos que consideraram mais significativos em relação ao meio ambiente, à poluição, à saúde, ao consumismo, às tecnologias, à automação, entre outros aspectos. Em seguida, permita que os grupos troquem suas interpretações e impressões, tornando essa interação um momento de aprendizagem significativa, em que os estudantes possam perceber a multiplicidade de visões e conhecimentos. Destacamos, a seguir, aspectos que consideramos interessantes.
Meio ambiente: o filme apresenta o resultado que a poluição e a geração desenfreada de lixo causaram. O cenário desolador retrata a consequência da ação do homem sobre o planeta, caso não haja um desenvolvimento consciente. Podem-se trabalhar a relação do homem com a natureza e o consumo exagerado e a produção de lixo; e cada estudante pode avaliar a própria consciência ecológica, como age em relação ao meio ambiente, suas atitudes para propor mudanças etc.
Poluição: pode-se observar que, no filme, o poluente mais agravante é o lixo, mas é possível deduzir a participação de outros tipos, como a queima de combustíveis da atividade industrial, de automóveis, de centrais termoelétricas, e assim por diante. Podem-se abordar os tipos de poluição (do solo, atmosférica, hídrica, sonora, térmica, luminosa, visual, entre outros), os efeitos negativos causados no ambiente, na saúde, nos seres vivos e em todo o ecossistema, e as diversas medidas de prevenção que os próprios estudantes podem tomar para cuidar do meio ambiente. Recomenda-se propor que os estudantes pensem na correlação do cotidiano deles com o local em que vivem, discutindo a situação da poluição no bairro onde a escola se situa, a responsabilidade de cada um, o papel do poder público etc.
Saúde: no filme, a questão da saúde pode ser explorada ao se observar como, na estação espacial, todos estão acima do peso e ociosos; não realizam atividades físicas; ficam sempre sentados em confortáveis cadeiras que se locomovem; e passam a maior parte do tempo comendo o que é servido por robôs, que ainda escovam seus dentes, lavam seus rostos, arrumam seus cabelos, vestem suas roupas etc. É possível trabalhar com os estudantes a questão da obesidade, iniciando um debate que questione até que ponto é boa essa automação, de que maneira o desenvolvimento de novas tecnologias pode melhorar ou prejudicar a saúde, além dos temas “alimentação saudável” e “estilo de vida”.
Registre as questões que despertaram mais interesse nos estudantes e, juntos, discutam os temas das pesquisas. Em seguida, formulem conjuntamente as perguntas, ou seja, os “problemas”, a que se pretende responder com a prática proposta. Essas perguntas nortearão o trabalho, as leituras e a busca de informações.
2. Fontes de pesquisa
Para a coleta de informações e de dados sobre o tema, oriente os estudantes a buscar fontes como textos de livros didáticos, artigos e reportagens de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), infográficos, vídeos variados de canais de divulgação científica. Se achar pertinente, proponha também que façam entrevistas com especialistas no assunto. Peça aos estudantes que fiquem atentos às perguntas que norteiam a pesquisa, como forma de orientar a quantidade de informação. Oriente-os a organizar o material coletado em uma pasta e combinem a data em que deverão levar o material para a aula.
3. Leitura e análise das informações
A pesquisa é um trabalho que requer, além da investigação, o registro escrito do que se leu, observou e coletou, de modo que possa apoiar o estudo e as conclusões sobre o objeto de estudo, produzindo respostas para as questões colocadas. Sugerimos que esses procedimentos de leitura – tomar notas, sublinhar informações importantes, fazer esquemas e resumir –, assim como produzir tabelas e gráficos, sejam objeto de estudo, uma vez que são indispensáveis às atividades escolares e acadêmicas dos mais diferentes componentes curriculares.
4. Produção escrita dos resultados e das conclusões da investigação
A seguir, destacamos os procedimentos de estudo e os gêneros textuais que podem auxiliar no desenvolvimento das atividades com as turmas do 6o e do 7o anos e constituem um aprendizado útil para os estudantes durante toda a vida escolar.
Tomar notas: fazer anotações das informações consideradas importantes durante aula, exposição oral ou palestra, por exemplo, para retomar posteriormente o conteúdo.
Ressalte a importância das notas, que não têm um formato rígido, mas devem ser úteis para o autor reconstruir a informação mais tarde, no momento de estudar. Promova o exercício desse procedimento de estudo, primeiro como modelo: em apresentações dos estudantes ou seminários em grupos, faça anotações e compartilhe-as com a turma. Comente a necessidade de ser rápido ao anotar; portanto, o uso de abreviações é uma ótima opção. Dê exemplos de diferentes modos de tomar nota, como tópicos, palavras-chave, frases inteiras, esquemas e desenhos. Para exercitar essa habilidade, prepare uma exposição oral sobre um tema de estudo e convide os estudantes a tomar notas das informações que considerarem importantes, usando o modelo de preferência, mas com rapidez, para treinar o registro mais completo possível.
Faça a exposição normalmente, com clareza, objetividade e sem digressões. Durante a explanação, dê ênfase a algumas expressões que indicam uma informação importante, como fator decisivo, isso é muito sério e outras como concluímos que, por isso que. Para ajudar os estudantes, registre os termos mais complexos na lousa. Ao finalizar, convide-os a ler as anotações que fizeram em voz alta e compará-las com as dos colegas. Peça a eles que observem como as formas de registro deixam o conteúdo mais claro e por que isso ocorre. Incentive-os a trocar suas anotações uns com os outros e revisá-las, debatendo sobre os dados considerados importantes.
Alguns aspectos que devem ser observados nesse primeiro registro dos estudantes estão listados a seguir. Com base nestes aspectos, ensine-os a aprimorar as próximas anotações.
• Atenção ao tema exposto para que percebam as informações importantes sobre ele.
• Uso de subtítulos para organizar as informações, o que torna mais fácil a retomada do conteúdo depois.
• Anotações com base nas observações pessoais e na própria compreensão do conteúdo.
• Seleção das informações e dos dados que merecem registro – os principais geralmente são enfatizados pelo orador –, distinguindo-os de informações secundárias.
• Confirmação de que não há dados incorretos e de que não estão faltando informações; averiguação de que foram usadas diferentes técnicas de registro, como frases completas, tópicos e desenhos.
Depois da explanação, produza uma nova nota em conjunto com a turma, descartando dados que não são essenciais para a compreensão do tema e explicando a escolha das diferentes técnicas de registro para que os estudantes possam se apropriar delas.
Sublinhar informações: consiste em marcar (sublinhar) um número reduzido de trechos do texto com o objetivo de ressaltar as informações que melhor sintetizam seu conteúdo.
Sublinhar pressupõe saber selecionar as informações mais importantes, ou seja, saber ressaltar os dados essenciais para a compreensão do texto e omitir os secundários ou menos relevantes. Para isso, pode-se usar marca-texto ou lápis e anotar nas laterais do texto. Para desenvolver esse procedimento de leitura, selecione textos relacionados ao tema da pesquisa. Inicialmente, realize a atividade com algum texto já conhecido dos estudantes. Oriente-os a ler o texto todo antes e a sublinhar as informações que sintetizam seu conteúdo. Esclareça que nem todos os parágrafos apresentam informações que precisam ser ressaltadas.
Analise os dados que os estudantes selecionaram no texto para discutir sua pertinência e relevância em relação ao que está sendo estudado. Observe com eles se as seguintes situações ocorrem.
• Marcação de parágrafos inteiros, o que pode dificultar a identificação das ideias principais. Nesse caso, retome o parágrafo e pergunte: Qual é a informação essencial nesse parágrafo?
• Destaque de palavras soltas, que parecem não fazer sentido sozinhas. Peça-lhes que releiam o trecho em que a palavra está inserida e indiquem/expliquem a relação entre a palavra sublinhada e o trecho.
• Omissão de dados relevantes. Para corrigir, pergunte aos estudantes o que consideraram essencial no texto e anote na lousa. Em seguida, veja se todos os dados importantes aparecem e debata com eles a relevância do que foi anotado. Depois disso, peça a eles que revejam o texto e marquem o que não selecionaram antes.
Em outro momento, proponha-lhes que repitam esse procedimento em outro texto, que trate de um assunto novo para eles. Se achar producente, a atividade pode ser feita em duplas.
Fazer esquemas: um esquema é a representação gráfica de um tema e reflete sua síntese, com seus principais conceitos e a relação entre eles.
Reproduza o modelo de esquema a seguir na lousa.
IDEIA PRINCIPAL 1
TÍTULO (ideia geral)
IDEIA PRINCIPAL 2
ideia secundária ideia secundária
ideia secundária ideia secundária
ideia secundária ideia secundária
detalhe detalhe
detalhe detalhe
detalhe detalhe detalhe
Esquema de setas Esquema de subordinação 1. 1.1 1.2 1.2.1 2. 2.1 2.2 2.2.1 Mapa de ideias Ideia principal EDITORIA DE ARTE EDITORIA DE ARTE EDITORIA DE ARTE LXI
Para melhor compreensão desse procedimento, selecione um texto sobre um assunto ainda não estudado pelos estudantes e peça a eles que o leiam e sintetizem as informações de forma esquemática.
Antes, leia o texto e identifique o tema – a palavra central. Considerando as informações do texto, avalie qual é o tipo de esquema mais adequado para organizá-las e mostre aos estudantes. Em seguida, oriente-os a ler o texto todo e a identificar as informações, os conceitos e a relação deles com a palavra central, separando (com grifos de cores diferentes) as ideias gerais das específicas.
Ao concluir a atividade, peça que comparem as construções que escolheram. Explique que não há uma forma única e certa: cada um pode eleger informações diferentes como principais, porém, por ser importante reconhecer as ideias mais relevantes, distinguindo-as das ideias secundárias, pergunte aos estudantes se, olhando o esquema, é possível saber quais são as informações principais. Também é possível pedir a eles que expliquem o tema por meio do esquema construído, a fim de ajudá-los a reconhecer se os elementos são suficientes para essa explanação e o que deveriam retirar ou acrescentar para tornar isso mais claro. Explicar o conteúdo para os colegas, com base nos próprios esquemas, possibilita aos estudantes confirmar a compreensão do assunto.
Resumo: procedimento de escrita para organizar informações e facilitar a compreensão do conteúdo, elegendo os aspectos mais relevantes.
Consiste em, depois de ler e reler o texto para entender o assunto, definir as informações mais importantes e transcrevê-las de forma resumida. Na construção do resumo, podem-se usar algumas estratégias, entre elas: a supressão – dispensa de exemplos ou dados secundários; a generalização – reformulação das informações com termos mais genéricos; e a construção – reorganização do conteúdo por meio da elaboração de uma ideia central.
Prepare um resumo e apresente-o aos estudantes. Para isso, selecione um texto do livro de História, Ciências ou Geografia já lido por eles e leia-o em sala de aula. Comente o tema, o que está sendo dito sobre ele, quais palavras-chave resumem o assunto ou as informações mais importantes do texto.
Em seguida, leia para os estudantes o resumo que você escreveu e analise-o com eles: Todos os conceitos, informações importantes e necessárias à compreensão estão presentes no resumo? O que foi suprimido pode prejudicar a compreensão? Alguém que não leu o texto do livro é capaz de compreender e explicar o assunto com base no resumo? Há alguma informação que não estava no texto?
Mostre aos estudantes algumas as estratégias que usou em seu resumo, tais como: informações suprimidas; generalizações (por exemplo, uso da expressão “animais carnívoros” no lugar da enumeração “cobra, gavião e onça”); exemplos de reformulação de informação, ou seja, a reescrita com as próprias palavras.
Após essa atividade, proponha aos estudantes que escrevam resumos. Oriente-os com base nos passos a seguir.
1. Ler e reler o texto.
2. Sublinhar algumas palavras-chave sobre o assunto, frases importantes para a compreensão do texto, nomes e datas se forem importantes (em História), nomes das partes do ser vivo em estudo (Ciências), conceitos básicos etc.
3. Organizar as ideias: retomar palavras-chave, frases, nomes e conceitos sublinhados; perguntar-se “Como eu explicaria esse assunto para alguém?”, “Quais informações são necessárias para que alguém entenda esse assunto?”. Reforce a orientação de que o autor do resumo deve usar suas próprias palavras, pois, dessa forma, estará apreendendo e fixando o conteúdo.
Gráficos: são representações visuais utilizadas para exibir dados, a fim de facilitar sua visualização, bem como torná-los mais claros e informativos, deixando a interpretação e/ou análise mais rápida e objetiva. Costumam aparecer em diversas áreas de estudo (Matemática, Estatística, Geografia, Economia, História etc.).
Selecione alguns gráficos simples e mostre aos estudantes, em um primeiro momento, apenas os elementos que os compõem. Explique a eles que, em geral, os gráficos apresentam: título, dados numéricos, legendas e fonte. Explique cada um dos elementos à turma.
• Título: informa a que se referem os dados contidos no gráfico, por exemplo: População de jovens no Brasil; Número de habitantes por região; Renda per capita no mundo.
• Fonte: identifica a procedência dos dados, ou seja, de onde as informações foram retiradas, com indicação do ano de publicação.
• Dados numéricos: compreendem os dados quantitativos dos gráficos e a indicação de período de tempo/abrangência a que os dados se relacionam (mês, ano, trimestre, década, século etc.), essenciais para comparar as informações apresentadas.
• Legendas: auxiliam na leitura das informações indicando a que corresponde cada uma delas. Em geral, são empregadas cores que destacam diferentes dados ou períodos.
• Tabelas: são representações visuais utilizadas para exibir informações organizadas e separadas por linhas e colunas, de forma que facilitem sua leitura e seu entendimento. Também costumam apresentar título e outros elementos, dependendo dos tipos de dados.
Promova a leitura conjunta de cada gráfico. Mostre aos estudantes diferentes tipos de gráfico, explicando cada tipo em linhas gerais. Para isso, selecione gráficos com dados relacionados a algum tema ou assunto de interesse da turma.
• Gráfico de barras: usado para mostrar dados comparativos ou mesmo demonstrar valores pontuais de determinado período; aparece com muita frequência em jornais, revistas, livros e outros materiais impressos. As barras podem ser utilizadas na horizontal ou na vertical (nesse último caso, é também conhecido como gráfico de colunas).
Utilize o exemplo a seguir para mostrar aos estudantes que é possível apresentar os mesmos dados em um gráfico ou em uma tabela. Faça a leitura e a análise coletiva dos dados. (Os dados apresentados são mera referência para exemplificação da proposta; para uma abordagem mais profunda, é necessária a pesquisa atualizada das informações junto às fontes indicadas).
Fonte de pesquisa: BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). [São José dos Campos]: [202-?]. Site. Disponível em: http://www.inpe.br/. Acesso em: 11 jul. 2022.
Fonte de pesquisa: BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). [São José dos Campos]: [202-?]. Site. Disponível em: http://www.inpe.br/. Acesso em: 11 jul. 2022.
• Gráfico de setores: também conhecido como “gráfico de pizza”, é utilizado, em geral, para representar partes de um todo.
Veja, a seguir, como os mesmos dados do gráfico de barras anterior podem ser representados em um gráfico de setores.
O DESMATAMENTO NA ÁREA DA AMAZÔNIA LEGAL
Fonte de pesquisa: BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). [São José dos Campos]: [202-?]. Site. Disponível em: http://www.inpe.br/. Acesso em: 11 jul. 2022.
• Gráfico de linhas: também conhecido como gráfico de segmentos, é utilizado, em geral, para representar a evolução dos valores de uma variável no decorrer do tempo.
• Histograma: as frequências absolutas e as relativas de dados agrupados em intervalos de classes podem ser representadas por meio de um tipo de gráfico denominado histograma, o qual é composto de retângulos justapostos cujas bases são apoiadas em um eixo horizontal.
5. Compartilhamento dos resultados da pesquisa
Proponha que a divulgação dos resultados da pesquisa seja feita de duas maneiras: no 6o ano, por meio de painéis, gráficos, ilustrações e apresentações orais; no 7o ano, por meio de um artigo de divulgação científica.
O painel é um banner (pôster com cerca de 1 m × 1,2 m) utilizado para apresentações de resultado de pesquisas em eventos. Mostre aos estudantes alguns exemplos e aspectos composicionais do painel, como a localização do título e dos nomes dos autores e a organização das informações (introdução, objetivos e resultados da pesquisa).
Oriente os estudantes do 6o ano a organizar o material coletado e a selecionar as informações importantes sobre o tema trabalhado. Explique também a escrita do primeiro parágrafo – a introdução –, com uma breve explicação do tema da pesquisa, e do desenvolvimento – os resultados, as conclusões e ações propostas. Esclareça que a escrita deve ser sintética e o painel pode ser ilustrado com imagens, gráficos, tabelas e fotografias que auxiliem na compreensão da questão abordada. Em seguida, oriente a preparação dos grupos para fazer uma apresentação oral, tendo o painel como apoio e referência das informações.
Com os estudantes do 7o ano, retome o estudo do gênero artigo de divulgação científica e oriente a escrita do artigo sobre o tema da pesquisa, considerando os aspectos composicionais: título, linha fina, intertítulos, parágrafo de introdução, parágrafos de desenvolvimento (com dados, exemplos, explicações, resultados), conclusão. Auxilie-os a inserir ilustrações, esquemas, gráficos e tabelas, por exemplo, para mostrar uma ideia ou resultado, intercalando trechos de texto com esses recursos visuais, e a usar a linguagem impessoal (em 3a pessoa).
Proposta de pesquisa para 8o e 9o anos
Para essa atividade de pesquisa, levamos em conta os conhecimentos prévios dos estudantes e o componente curricular Geografia, conforme as seguintes habilidades da BNCC.
8 o ano – Geografia
(EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.
(EF08GE20) Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.
9 o ano – Geografia
(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.
(EF09GE18) Identificar e analisar as cadeias industriais e de inovação e as consequências dos usos de recursos naturais e das diferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica, eólica e nuclear) em diferentes países.
Parcerias possíveis e interessantes
Sugerimos uma parceria com o professor de Geografia do 8o e do 9o anos, uma vez que o componente traz mais possibilidades de conteúdos para a pesquisa. No entanto, isso não significa que outros componentes curriculares não possam contribuir com a atividade, que é interdisciplinar. Dessa forma, a proposta de tema a ser escolhida para cada ano, possivelmente, terá diferentes leituras e encaminhamentos voltados para as especificidades do tema.
O tema da pesquisa
Para ambos os anos, o tema da pesquisa partirá da discussão do filme O menino que descobriu o vento (direção e roteiro: Chiwetel Ejiofor. EUA, 2019). A obra fornece diversos pontos relativos às questões políticas e econômicas do continente africano, mas vai além, ao mostrar outras facetas da vida, por exemplo, a exploração humana, o descaso dos governos, assim como a capacidade de superação diante das dificuldades.
Organização dos grupos
A atividade de pesquisa, quando realizada em grupos, traz mais benefícios para o aprendizado, uma vez que os estudantes aprendem na troca de pontos de vista, ganham espaço para criar e passam a testar hipóteses, refazer raciocínios e estabelecer correlações para construir conhecimentos.
Sugerimos que a atividade seja feita em grupos de quatro a cinco estudantes. Todavia, avalie, antecipadamente, como eles vão trabalhar: se todos pesquisarão sobre o mesmo tema; se cada grupo pesquisará um tema diferente; ou se uma parte deles pesquisará um tema e outra parte, outro. Considere, nessa escolha, o fato de que caberá ao professor indicar, pelo menos inicialmente, fontes de pesquisa relacionadas ao tema de cada grupo.
Procedimentos de leitura e gêneros para registro da pesquisa
Além dos procedimentos de leitura e gêneros abordados na proposta de pesquisa com os estudantes de 6 o e 7o anos – tomar notas, sublinhar informações importantes, fazer esquemas, resumir, usar tabelas e gráficos –, trazemos como objeto de estudo para os estudantes de 8 o e 9 o anos os seguintes procedimentos: mapa conceitual, quadro sinóptico (ou sinótico) e quadro comparativo. Avalie a necessidade de trabalhar também com os procedimentos explorados com as turmas de 6 o e 7o anos.
Compartilhamento da pesquisa
A proposta de compartilhamento está descrita no final destas orientações, mas seria interessante adiantar para os estudantes suas linhas gerais. Ela visa promover a troca de conhecimentos e a divulgação das informações adquiridas com os estudos e as pesquisas; por isso, sugerimos que, antes da produção do material, seja discutido com os estudantes quem serão os interlocutores reais (leitores e ouvintes).
1. Escolha do tema
Nessa etapa, os estudantes devem escolher o tema e planejar a coleta de informações. Converse com a turma sobre o propósito da exibição do filme O menino que descobriu o vento, direcionando o olhar deles para o objetivo pedagógico: reconhecer e analisar as questões políticas e econômicas, as consequências do colonialismo no continente africano, as ações do governo diante do problema da fome, assim como a importância da educação e o poder de superação.
Inspirado em uma história real, O menino que descobriu o vento narra a jornada de William Kamkwamba, um garoto que mora no povoado de Wimbe, na República do Malauí, país da África oriental. Ele cresceu vendo os pais e vizinhos trabalhando como agricultores para sobreviver. Porém, em 2001, o cenário do povoado muda quando, em função do desenvolvimento industrial, o governo começa a comprar terrenos próximos e derrubar árvores – o que traz mudanças climáticas para a região, produzindo chuvas torrenciais e longos períodos de seca, arruinando as terras aráveis e a agricultura. Essas condições climáticas, somadas ao abandono e descaso do governo, culminam em um período de fome e escassez de suprimentos, vitimando as produções agrícolas e, consequentemente, a população. Sem as plantações, cria-se um clima de turbulência social. O governo é brutal na repressão a toda oposição. Diante de tudo isso, William, então com 14 anos, depois de frequentar clandestinamente a biblioteca da escola – de onde fora expulso por falta de pagamento –, aprende, com a ajuda do livro Using Energy (“Usando energia”, em tradução livre) e por meio da energia eólica, como construir um moinho para produzir energia elétrica e acionar uma bomba de captação de água do solo.
A engenhoca permitiu romper uma violenta seca pós-inundação que submetia os moradores do Malauí à fome e à miséria. O jovem fez um moinho de cinco metros de altura utilizando uma bicicleta quebrada, uma pá, um amortecedor velho e árvores de eucalipto azul. Depois o ligou a uma bateria de carro para armazenamento. O moinho foi posteriormente estendido: passou a ter 12 metros para melhor captar o vento acima das árvores. Um terceiro moinho bombeava água para irrigação.
A história narrada no filme ressalta a força da cultura africana, enraizada na ancestralidade, e mostra a importância da educação e da união em momentos de crise. O filme revela questões políticas que permeiam a história do continente africano, cujas democracias recentes ainda sofrem com governos frágeis. A seguir, destacamos aspectos que consideramos interessantes serem abordados.
Para o 8o ano:
I. O filme traz acontecimentos de uma época ainda bem próxima – ano de 2001, em plena era da revolução da internet –e vemos pessoas vivendo de forma simples e rudimentar, em que uma bicicleta e um rádio são recursos especiais por oferecer rapidez de locomoção e acesso à informação. Assim, pode ser trabalhada a questão da atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica no contexto africano.
II. No filme, os interesses econômicos levaram ao abandono dessas pessoas do lugar, pois o governo só queria comprar terras, cortar árvores, pagar um preço irrelevante pela produção; o desmatamento tornou a terra extremamente árida, dificultando a plantação, e a produção não deu os frutos esperados, provocando saques, embates com o governo e a evasão de famílias.
Para o 9o ano:
I. A obra também expõe o abismo entre os países considerados grandes potências mundiais e as nações africanas quanto aos problemas enfrentados por estas, especialmente as regiões mais distantes dos grandes centros. O Malauí foi colonizado pela Inglaterra e, como toda colônia, sofreu dominação econômica, cultural e político-militar, tornando-se independente em julho de 1964. No filme, 37 anos após sua independência, o país continuou tendo um governo opressor e negligente nas questões de saúde, educação, urbanização etc., o que provocou o agravamento das tensões sociais. Nesse contexto, pode-se abordar a relação entre a atuação do governo na região e a forma como a hegemonia inglesa atuou em suas colônias.
II. O garoto investiga fontes de energia e descobre a força do vento e uma possível maneira de gerar energia e água para o povoado, por meio da construção de um moinho de vento. Além da investigação sobre as diferentes fontes de energia e as consequências dos usos de recursos naturais de cada fonte, pode-se pesquisar a importância da ciência e do uso de fontes renováveis como um caminho para mudanças significativas em nossa sociedade, pautas que são cada vez mais relevantes para o planeta.
Ao final da exibição do filme, com a turma organizada em grupos, retome o objetivo da atividade e peça aos estudantes que cada grupo aponte os aspectos que considerou mais importantes em relação às questões apresentadas. Em seguida, separe um momento para que os grupos troquem suas interpretações, tornando essa interação um momento de aprendizagem significativa em que os estudantes possam perceber a multiplicidade de visões, ideias e conhecimentos. Registre as questões que despertaram mais interesse nos estudantes e proponha uma discussão para definir os temas da pesquisa. Em seguida, formulem conjuntamente as perguntas, ou seja, os “problemas”, a que se pretende responder com a prática proposta. Essas perguntas nortearão o trabalho, as leituras e a busca de informações.
2. Fontes de pesquisa
Essa etapa é importante e requer que o professor indique algumas fontes aos estudantes, pelo menos para o começo da pesquisa, que podem ser sites confiáveis, revistas e livros; depois, os próprios estudantes poderão ampliá-las à medida que avançam na pesquisa e procedem à seleção das informações.
Assim, oriente-os a buscar o assunto em fontes como: textos de livros didáticos, artigos, reportagens e vídeos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia (impressa e digital) e infográficos. Se considerar pertinente, proponha também que façam entrevistas com especialistas no assunto.
Lembre aos estudantes que, como forma de orientar a quantidade de informação, fiquem atentos às perguntas que norteiam a pesquisa. Oriente-os a organizar o material coletado em uma pasta.
3. Leitura e análise das informações
Reforce com a turma a ideia de que a pesquisa não se resume à mera coleta de dados ou informações. A busca de respostas para uma questão requer, além da coleta de informações mediante leituras e pesquisas, a reflexão sobre os dados coletados. Dessa forma, é importante registrar por escrito o que se leu, observou e coletou, de modo a apoiar o estudo, a reflexão e as conclusões sobre o objeto de estudo.
É fundamental o acompanhamento e a orientação do professor durante o processo de coleta e produção dos estudantes. Nesse momento, se surgirem dúvidas, você poderá ajudá-los com embasamento teórico, além de dicas de materiais e indicações de fontes de referências específicas.
4. Produção escrita dos resultados e das conclusões da investigação
Além dos procedimentos de leitura abordados na proposta de pesquisa com os estudantes de 6o e 7o anos – tomar notas, sublinhar informações importantes, fazer esquemas, resumir, montar tabelas e gráficos –, para os estudantes do 8o e do 9o anos propomos abordar os procedimentos: mapa conceitual, quadro sinóptico (ou sinótico) e quadro comparativo. A seguir, descrevemos esses procedimentos e ilustramos apenas o primeiro deles (mapa conceitual). Sugerimos que busque exemplos dos demais e os apresente aos estudantes, conforme julgar conveniente.
Mapa conceitual: estrutura gráfica que apresenta os conceitos de determinado assunto dispostos em uma espécie de rede e torna mais clara a exposição do conhecimento, segundo a compreensão cognitiva de seu idealizador.
Em um mapa conceitual, os conceitos aparecem relacionados entre si por meio de palavras-chave que explicitam essa relação. Dessa forma, conceito + palavra de ligação + conceito formam uma proposição que evidencia o significado da relação conceitual.
Como exemplo, reproduza o mapa conceitual a seguir na lousa.
LXVII
Conceitos
Veja a seguir aspectos a serem ressaltados pelo professor e observados pelos estudantes.
• Como o conceito/tema de estudo do mapa é identificado.
Oriente os estudantes a observar como são indicados os diversos níveis de hierarquia entre os conceitos, por exemplo: árvore (conceito principal) e lenha > papel > livros.
• Como as proposições de cada segmento conceito + palavra de ligação + conceito exprimem a relação entre eles. Por exemplo: árvore + pode hospedar + ninho de vespa / árvore + quando + cortada + pode produzir + lenha + se + triturada + pode produzir + papel.
• A importância das palavras de ligação no mapa conceitual.
Esclareça que as palavras de ligação são essenciais para dar sentido aos conceitos. Por essa razão, incentive os estudantes a usá-las na confecção de mapas conceituais. Porém, esse recurso não torna os mapas autoexplicativos; eles devem ser explicados por quem os faz. Mostre-lhes as ramificações, como em: triturada + transforma-se em + polpa / triturada + pode produzir + papel / triturada + produz + fibra; e as ligações cruzadas, como em: triturada + em um + moinho / crescer + até ser + cortada.
Ressalte que não há mapa conceitual certo ou errado, o importante é que ele evidencie a relação atribuída aos conceitos. Para isso, é necessária uma leitura atenta do texto que servirá de base para a construção do mapa, porque muitos estudantes podem ter dificuldades para relacionar palavras se tentarem fazê-lo depois de uma leitura rápida. Entretanto, é importante dar um retorno positivo para os estudantes e encorajá-los na construção dos mapas, pois, com a prática, eles vão percebendo quais são as palavras de ligação mais usadas na área de estudo em questão (Ciências, Geografia,
História etc.). Os estudantes passam, também, a ler textos com mais atenção, estabelecendo relações entre os conceitos (formando proposições) e de modo não linear, como são apresentados no texto.
Explique-lhes que, em geral, o fluxo para a leitura de um mapa conceitual é do centro para as extremidades e de cima para baixo. No caso de ligações cruzadas, usam-se setas para indicar o fluxo correto. O mapa conceitual pode ser usado com diferentes objetivos, como os listados a seguir.
• Revelar o conhecimento prévio do estudante para desenvolver um tópico.
• Resumir conteúdos e fazer anotações por meio de um texto escrito.
• Preparar exposições orais em seminários e apresentações.
• Revisar e estudar um conteúdo.
• Avaliar conhecimentos adquiridos depois do estudo de um conteúdo. Para exercitar as habilidades dos estudantes na construção de mapas conceituais, sugerimos duas atividades. A primeira consiste em fornecer os conceitos-chave fundamentais para se compreender um tema. Peça aos estudantes que elaborem um mapa conceitual relacionando estes e outros conceitos adicionais relevantes, de modo que formem proposições que tenham sentido. Liste os conceitos relacionados ao conceito principal Hidrosfera
Em seguida, explique-lhes que deverão conectar os conceitos por meio do conceito principal (um par de cada vez), por uma linha na qual deve ser expressa a relação entre eles de uma maneira que faça sentido para o autor do mapa. Incentive-os a incluir outros conceitos à medida que forem lembrando, para que seus mapas sejam únicos e significativos para eles. Dê ênfase especial às ramificações, aos vários níveis de hierarquia e às ligações cruzadas entre conceitos em áreas diferentes do mapa. Dê tempo suficiente aos estudantes para que consigam relacionar significativamente todos os conceitos. Quando concluírem, em grupos de três, peça-lhes que apresentem seus mapas oralmente para os colegas. Depois, selecione outros três estudantes para que compartilhem seus mapas com a turma e os leiam em voz alta, e assim sucessivamente. Chame a atenção deles para ligações apropriadas entre conceitos e para a diversidade e a criatividade na produção dos mapas. Enfatize que não há problema se os mapas ficarem um pouco confusos a princípio, pois eles podem ser refeitos quantas vezes quiserem. Lembre aos estudantes que um mapa conceitual é uma representação da compreensão de quem o cria; entretanto, as ligações de um mapa devem estar cientificamente corretas. Lembre-os também de que existem várias maneiras de organizar e representar o que eles sabem. Comente sobre a importância da criatividade e dê ênfase ao fato de que não existe apenas uma resposta “correta”.
Após as apresentações da turma, dê um tempo para que eles revejam seus mapas, adicionando, excluindo e reorganizando as informações, ou, se acharem necessário, para que comecem um novo mapa.
Para a segunda atividade, peça a colaboração do professor de Geografia para selecionar dois textos do Livro do Estudante desse componente curricular: um referente a um assunto já estudado e outro sobre um assunto que os estudantes ainda não tenham estudado.
Inicialmente, proponha a eles que façam um mapa com base no texto referente ao assunto já estudado. Para isso, terão de reler o texto e listar, no máximo, 20 conceitos (mas, a depender do texto, pode ser menos), além do conceito principal, presente, via de regra, no título do texto.
Explique aos estudantes que, quando considerarem o trabalho pronto, devem ler o mapa observando se as ligações entre os conceitos fazem sentido e se as proposições são verdadeiras, tomando cuidado em terminar a leitura de um ramo (e suas ramificações secundárias) antes de passar para o seguinte. Se possível, devem procurar estabelecer ligações
cruzadas, isto é, ligar conceitos entre ramos e hierarquias diferentes, demonstrando o aprofundamento da leitura. Quando concluírem, peça-lhes que compartilhem o mapa com dois colegas, observando e perguntando o que significam as relações, a localização de certos conceitos, a inclusão de alguns e a omissão de outros.
Proponha aos estudantes que façam em casa o mapa conceitual do segundo texto (sobre um assunto ainda não estudado por eles). Eles poderão utilizar figuras, papel e lápis; post-it de diferentes tamanhos; ilustrar a hierarquia e dar cor às ligações entre os conceitos. Também poderão utilizar softwares ou programas on-line para criar mapas conceituais.
Quadro sinóptico (ou sinótico): esquema gráfico-visual que permite a distribuição das informações de um texto, uma ideia, um documento e até mesmo de uma aula. É uma excelente estratégia de estudo e de organização das ideias. Também pode servir de material de apoio para exposições orais, oferecendo ao espectador uma perspectiva geral do tema que será abordado.
O termo sinóptico refere-se ao fato de que o quadro equivale a uma sinopse ou a um resumo do tema, sendo necessário determinar a ideia principal (geralmente enunciada no título) e as ideias secundárias (informações concretas, exemplos que ilustram a ideia principal). Pode ser elaborado com a utilização de chaves, diagramas e até mesmo uma série de colunas e fileiras, como tabelas. Devem-se considerar os seguintes aspectos: não incluir ideias próprias, apenas os pontos em destaque no texto, de maneira breve e concisa; indicar os conceitos centrais ordenados, de modo sistemático; partir do geral para o particular; elaborar os subtítulos com frases curtas e que tenham sentido.
A principal diferença entre o quadro sinóptico e o mapa conceitual está no fato de que, no quadro sinóptico, é fundamental resumir e hierarquizar as informações; no mapa conceitual, a representação das informações é mais ampla, variada e pessoal, obedecendo a uma forma particular de ver o assunto.
Para desenvolver a habilidade de escrita de um quadro sinóptico, proponha aos estudantes construí-lo com base em um texto do livro de Geografia ou de História, a ser selecionado juntamente com os professores desses componentes. Veja a seguir os passos para a elaboração do quadro sinóptico.
• Ler, buscando a compreensão do assunto.
• Identificar e anotar, à parte, as ideias principais e as secundárias.
• Identificar e anotar, à parte, os exemplos e casos específicos ou particulares que sirvam para entender as ideias principais ou secundárias.
• Definir o tipo de quadro e organizar as informações.
Como em uma lista, podem-se organizar os tópicos principais na primeira coluna e as informações relacionadas a esses tópicos ao lado. Em forma de esquema, primeiro devem ser escritas as informações principais – aquelas ligadas ao tema; depois, para cada uma dessas informações, abre-se uma nova chave e escrevem-se as informações secundárias. Repete-se essa operação com os temas secundários e acrescentam-se exemplos, detalhes e informações que os complementam. Ao final, oriente os estudantes a revisar o conjunto, fazendo as correções necessárias.
Quadro comparativo: esquema que permite comparar e contrastar diferentes elementos em relação a dois ou mais elementos similares sobre determinado tema, possibilitando, pela visualização, maior compreensão do assunto.
O quadro comparativo é uma interessante ferramenta de estudo ao:
• proporcionar uma síntese de informações;
• comparar dados relevantes;
• destacar as diferenças e as semelhanças entre conceitos ou temas;
• tornar mais visual e didático o estudo, permitindo melhor aprendizado e rápida assimilação de um tema.
Os quadros comparativos são aplicados em variados tipos de atividade. Selecione alguns exemplos desses quadros e apresente-os aos estudantes – um exemplo é o quadro disponível em: https://www.diferenca.com/jogo-e-esporte/ (acesso em: 10 jun. 2022).
As tabelas e os quadros comparativos facilitam a sistematização das informações. Dessa maneira, um tema pode ser comparado a outro. Os conceitos ou as ideias, dispostos lado a lado, proporcionam uma visão global; por isso, torna-se mais viável conhecer um assunto específico.
Para desenvolver essa habilidade, proponha aos estudantes a construção de um quadro comparativo a respeito de um tema de interesse ou de um assunto que estejam estudando em outro componente curricular. Também pode-se sugerir um tema da área de Linguagens, por exemplo: comparar os gêneros conto e crônica. Para isso, oriente os estudantes a:
I. selecionar os conceitos ou tópicos que serão comparados;
II. escolher os principais elementos, características, conceitos ou ideias a serem comparados;
III. construir uma tabela com o número de colunas necessário à quantidade de tópicos e com o número de linhas suficiente à quantidade de elementos, características, conceitos ou ideias que serão comparados;
IV. escrever as informações de maneira sintetizada.
Quando os estudantes concluírem, peça a eles que, em grupos de três, compartilhem os quadros, analisem e discutam as diferenças encontradas, avaliando a necessidade de acrescentar outros dados ou de excluir determinadas informações.
5. Compartilhamento dos resultados da pesquisa
Para divulgar os resultados das pesquisas e compartilhar os conhecimentos adquiridos, sugerimos uma apresentação oral, explorando os gêneros multimodais, como gráficos, infográficos, mapas conceituais, quadros comparativos, quadros sinópticos e vídeos.
Para isso, converse com os estudantes sobre a proposta e sugira que, durante determinado período (uma semana), observem o cotidiano da escola – colegas, professores, funcionários –, do bairro e da cidade e identifiquem os problemas nos quais poderiam intervir para tornar a vida coletiva melhor.
Identificados os problemas, motive-os a ir em busca de soluções, pesquisando sobre o assunto em livros e sites e procurando projetos já encaminhados em outros lugares. O desenvolvimento dessa proposta de ação poderá ser acompanhado por um grupo de professores, dando suporte, apoio e, principalmente, incentivo.
Para isso, formados os grupos, os estudantes deverão:
I. conversar sobre problemas ou situações, na comunidade escolar, no bairro ou na cidade, que merecem a busca de soluções, tendo em vista a transformação na vida das pessoas;
II. fazer uma lista com sugestões, que poderá ser complementada por outras;
III. tendo definido o problema sobre o qual vão atuar, elaborar um projeto escrito do que pretendem realizar.
Reproduza o roteiro de projeto detalhado a seguir e distribua-o aos grupos.
Título: a escolha de um nome que possa despertar a curiosidade e o interesse das pessoas.
Identificação: os nomes dos integrantes do grupo, o ano e a turma.
Tema: a informação do tema e a descrição do problema que será objeto da pesquisa e alvo da ação do grupo.
Objetivo: perguntas às quais o grupo pretende responder com o projeto, como: O que o projeto deve mudar na comunidade em termos de acessibilidade/locomoção/higiene etc.? Que impacto o projeto terá sobre o ambiente externo à escola? Por exemplo: um projeto cujo tema é “meio ambiente” pode ter como um dos objetivos tornar mais agradável, limpo, saudável e bonito o ambiente da própria escola.
Justificativa: respostas às perguntas: Por que este projeto é importante? Por que vale a pena realizar este projeto? Quem se beneficiará?
Metodologia: explicação sobre como o grupo pretende executar o projeto; quem, além dele, será envolvido na execução (pais, professor, moradores); e a inclusão de pessoas cuja formação ou atividade profissional poderá colaborar com a proposta.
Atividades: descrição das atividades principais que levarão à realização da proposta, explicitando: o que será feito, com que finalidade, como será feito, onde e com que recursos.
Avaliação e divulgação: explicação de como serão medidos os efeitos do projeto com os beneficiados direta ou indiretamente, de como será compartilhado o que se aprendeu e para quem será divulgado (outras escolas, comunidade escolar, pais), pois é importante que outros possam aprender com essa experiência.
QUADRO PROGRAMÁTICO DO 8 o ANO
Módulos Conteúdos
Módulo 1
Diferentes mundos, diferentes visões
• Conto de ficção científica
• Fanfic
• Oração sem sujeito
• Variação sociocultural
• Poema social
• Conto
• Transitividade verbal e objeto
• Há e a: alguns usos
• Produção escrita: fanfic de ficção científica
• Afrofuturismo
Módulo 2
Poesia e protesto
• Microrroteiro e poema concreto
• Adjunto adverbial
• Figuras de linguagem: metonímia, aliteração e assonância
• Letra de canção: rap
• Estudo de recepção: a voz do leitor
• Aposto
• Pontuação: adjuntos adverbiais e aposto
• Produção escrita: microrroteiro
• Batalhas de MCs
Módulo 3
Nosso Brasil tão diverso
• Texto didático
• Videoaula
• Complemento nominal e adjunto adnominal
• Competência comunicativa
• Artigo de opinião
• Editorias jornalísticas
• Relatório
• Análise documental de danças e ritmos brasileiros e exposição oral
• Pronome relativo
• Fotografia jornalística
• Fórum de discussão
• Produção multimodal: documentário
• Diversidade e patrimônio cultural
Módulo 4
Entre fronteiras
• Vozes verbais
• Processo de formação de palavras: composição por justaposição
• Artigo de opinião
• Cartum
Módulo 5
Consumindo sem se consumir
• Período composto por coordenação e período composto por subordinação
• Oração subordinada adverbial I
• Postagem em blogue
• Batalha de passinho
• Voz passiva sintética e voz passiva analítica
• Hífen: alguns usos
• Modalização e argumentatividade
• Entrevista
• Análise de métricas de mídias sociais e exposição oral
• Outros processos de formação de palavras
• Produção multimodal: artigo de opinião e podcast opinativo
• Direitos humanos sem fronteiras
• Oração subordinada adverbial II
• Marcadores conversacionais
• Produção oral: debate
• O universo dos eSports
• Produção oral: apresentação oral
Módulo 6
Eu, jovem
• Regência verbal
• Processo de formação de palavras: composição por aglutinação
• Carta aberta
• Narrativa de memórias
• Discussão de casos
• Concordância nominal
• Petição on-line
• Juventudes plurais
Módulo 7
Ações locais, mudanças globais
• Intervenção artística
• Vocativo
• Léxico: escolhas e sentidos
• Assembleia
• Concordância verbal
• Recursos de coesão sequencial
• Produção escrita: carta aberta
• Arte é reflexão
Habilidades
EF69LP02, EF69LP03, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP13, EF69LP15, EF69LP29, EF69LP32, EF69LP34, EF69LP38, EF69LP44, EF69LP45, EF69LP46, EF69LP47, EF69LP49, EF69LP51, EF69LP53, EF69LP55, EF69LP56, EF89LP27, EF89LP32, EF89LP33, EF89LP35, EF89LP37, EF08LP04, EF08LP06, EF08LP07, EF08LP10, EF08LP11, EF08LP13, EF08LP14, EF08LP15, EF08LP16, EF69AR01, EF69AR04, EF69AR05, EF69AR31, EF69AR33
EF69LP02, EF69LP03, EF69LP05, EF69LP13, EF69LP15, EF69LP21, EF69LP28, EF69LP30, EF69LP44, EF69LP46, EF69LP47, EF69LP48, EF69LP49, EF69LP51, EF69LP53, EF69LP54, EF69LP55, EF69LP56, EF89LP17, EF89LP27, EF89LP32, EF89LP33, EF89LP36, EF89LP37, EF08LP01, EF08LP04, EF08LP06, EF08LP09, EF08LP10, EF08LP16, EF69AR16, EF69AR19, EF69AR23, EF69AR31, EF69AR33
EF69LP03, EF69LP05, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP11, EF69LP12, EF69LP13, EF69LP15, EF69LP16, EF69LP21, EF69LP29, EF69LP30, EF69LP31, EF69LP32, EF69LP33, EF69LP34, EF69LP35, EF69LP37, EF69LP38, EF69LP41, EF69LP42, EF69LP43, EF69LP44, EF69LP54, EF69LP55, EF69LP56, EF89LP08, EF89LP09, EF89LP13, EF89LP16, EF89LP24, EF89LP25, EF89LP27, EF89LP29, EF89LP33, EF08LP06, EF08LP09, EF08LP13, EF08LP14, EF08LP15, EF08LP16, EF69AR09, EF69AR31, EF69AR33, EF69AR34
EF69LP03, EF69LP05, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP10, EF69LP11, EF69LP12, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15, EF69LP16, EF69LP17, EF69LP18, EF69LP19, EF69LP21, EF69LP48, EF69LP55, EF69LP56, EF89LP01, EF89LP03, EF89LP04, EF89LP05, EF89LP06, EF89LP10, EF89LP12, EF89LP14, EF89LP15, EF89LP16, EF89LP22, EF89LP23, EF89LP27, EF89LP31, EF89LP33, EF89LP37, EF08LP01, EF08LP02, EF08LP03, EF08LP04, EF08LP05, EF08LP06, EF08LP07, EF08LP08, EF08LP10, EF08LP13, EF08LP16, EF69AR05, EF69AR31
EF69LP03, EF69LP05, EF69LP11, EF69LP12, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15, EF69LP16, EF69LP17, EF69LP19, EF69LP24, EF69LP27, EF69LP28, EF69LP32, EF69LP38, EF69LP44, EF89LP01, EF89LP02, EF89LP03, EF89LP04, EF89LP05, EF89LP06, EF89LP07, EF89LP12, EF89LP14, EF89LP15, EF89LP16, EF89LP17, EF89LP23, EF89LP24, EF89LP25, EF89LP27, EF89LP31, EF08LP06, EF08LP11, EF08LP12, EF08LP13, EF08LP14, EF08LP16, EF69AR03, EF69AR31, EF69AR35
EF69LP03, EF69LP05, EF69LP07, EF69LP11, EF69LP12, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15, EF69LP16, EF69LP17, EF69LP19, EF69LP21, EF69LP25, EF69LP26, EF69LP31, EF69LP32, EF69LP33, EF69LP38, EF69LP41, EF69LP44, EF69LP47, EF69LP54, EF69LP55, EF69LP56, EF89LP01, EF89LP02, EF89LP03, EF89LP04, EF89LP05, EF89LP06, EF89LP14, EF89LP16, EF89LP22, EF89LP24, EF89LP25, EF89LP27, EF89LP32, EF89LP33, EF89LP37, EF08LP04, EF08LP05, EF08LP06, EF08LP07, EF08LP09, EF08LP13, EF08LP14, EF08LP16, EF69AR01, EF69AR03, EF69AR31
EF69LP02, EF69LP03, EF69LP05, EF69LP11, EF69LP13, EF69LP15, EF69LP17, EF69LP21, EF69LP22, EF69LP25, EF69LP27, EF69LP28, EF69LP47, EF69LP53, EF69LP56, EF89LP05, EF89LP06, EF89LP16, EF89LP18, EF89LP19, EF89LP21, EF89LP22, EF89LP23, EF89LP27, EF89LP31, EF08LP04, EF08LP06, EF08LP13, EF08LP14, EF08LP16, EF69AR01, EF69AR05, EF69AR31, EF69AR33
REFERÊNCIAS COMENTADAS
ALVES FILHO, Francisco. Gêneros jornalísticos: notícias e carta de leitor no ensino fundamental. São Paulo: Cortez, 2011. (Coleção Trabalhando com... na escola, 2).
O autor discorre sobre as concepções de gênero pontuando os principais elementos caracterizadores dos gêneros (os propósitos comunicativos, o evento deflagrador, o tema etc.) e mencionando parâmetros para o ensino de gêneros. Promove também uma discussão sobre as notícias e as cartas de leitor na mídia e apresenta sugestões de trabalho com ambos os gêneros na sala de aula.
ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 21).
A publicação busca orientar o docente diante do desafio do ensino da língua, que pode levá-lo a se restringir ao estudo da morfologia e da sintaxe apenas. O objetivo é que a pesquisa da produção textual, voltada para a coesão e a relevância dos temas seja uma forma de ampliar o programa de ensino dos professores.
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. (Série Aula, 1).
A autora reflete sobre o ensino de leitura, escrita/oralidade e gramática, destacando que essas áreas se sobrepõem e precisam ser articuladas nas práticas de ensino. Foca o texto como unidade de análise e reflexão na atividade diária das aulas de Língua Portuguesa e sugere ainda pistas que podem orientar a prática docente.
ANTUNES, Irandé. Gramática contextualizada: limpando “o pó das ideias simples“. São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 49).
Irandé Antunes trata de questões ligadas ao ensino buscando esclarecer o que é uma gramática contextualizada. Entre outros itens, a autora discorre sobre a linguagem como interação social e a gramática na atividade discursiva, além de apresentar análises contextualizadas do uso dos conectores e dos pronomes.
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. (Estratégias de ensino, 5).
O livro tem como objetivo oferecer uma compreensão mais ampla, mais científica e mais relevante dos usos da linguagem. É destinado não apenas aos professores de Língua Portuguesa, mas também a quem se preocupa com questões de gramática e de seu ensino na escola e queira se inteirar das descobertas da Linguística.
ANTUNES, Irandé. Território das palavras: estudo do léxico em sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. (Estratégias de ensino, 28).
Esse livro discute a marginalização do léxico e do vocabulário no ensino da língua portuguesa, conduzindo o leitor a uma percepção mais fina sobre o papel das palavras na organização textual.
BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
Nessa obra, o autor trata das relações entre língua e poder no Brasil considerando que o preconceito linguístico enraizado na sociedade brasileira é, na verdade, um entranhado preconceito social.
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação Linguística. São Paulo: Parábola, 2007. (Educação linguística, 1).
Com linguagem acessível e pragmática, o autor apresenta conceitos como variação e mudança, norma-padrão e norma culta, estigma e prestígio. Aborda ainda maneiras de como tratar essas discussões em sala de aula, apresentando sugestões. Trata-se de um manual para o trabalho pedagógico sobre as variações linguísticas. BAGNO, Marcos. Sete erros aos quatro ventos: a variação linguística no ensino de português. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino).
A obra investiga o papel dos livros didáticos na formação educacional brasileira, mas levanta um debate sobre o caráter tradicional e de apego às normas-padrão da língua que essas publicações trazem como gênero discursivo. Além disso, o autor aborda as variantes linguísticas e como elas são tratadas nessas publicações, que compõem a base para a aquisição da língua materna.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
O livro traz produções do autor em três momentos importantes, como um extrato de sua primeira obra mais relevante e a descrição fenomenológica do ato de criação. Esses textos ajudam a entender sua teoria e os princípios fundamentais de sua trajetória.
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. Tradução e organização: Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2016.
A publicação apresenta os ensaios “Os gêneros do discurso” e “O texto na linguística, na filologia e em outras ciências humanas”, que são de importante peso para compreender a dialogia entre o texto e a linguagem viva. Também traz “Diálogos”, um conjunto de dois textos, até então inéditos no Brasil, que serviram de base para a teoria dos gêneros do discurso e delinearam novas ideias do autor sobre a natureza da língua.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução: Aurora Fornoni Bernardini et al. São Paulo: Hucitec, 1993.
O autor investiga o romance como um universo interno da cultura popular. A obra percorre a trajetória desse gênero passando pelos romances de cavalaria e pelo folclore, por exemplo, para relacionar a produção romântica como expressão de uma consciência da realidade concreta da linguagem.
BAKHTIN, Mikhail; VOLOCHÍNOV, Valentin N. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução: Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1999.
Originalmente publicado entre 1929 e 1930, o livro apresenta as principais tendências no estudo da linguagem que atualmente fundamentam as Ciências Humanas, como a Linguística Aplicada.
BATISTA, Ronaldo de Oliveira. A palavra e a sentença: estudo introdutório. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino, 16).
O livro apresenta os conteúdos básicos das áreas de morfologia (com tópicos de lexicologia) e de sintaxe, dos pontos de vista formal e funcional, trazendo uma introdução sobre o que é considerado como análise linguística, além de exercícios para treinar a análise nos níveis linguísticos da palavra e da sentença.
BESERRA, Normanda da Silva. Avaliação da compreensão leitora: em busca da relevância. In: MARCUSCHI, Beth; SUASSUNA, Livia (org.). Avaliação em língua portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p. 45-59. Disponível em: http://www.serdi gital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/8.pdf. Acesso em: 25 jul. 2022.
No capítulo indicado, a autora aborda o tratamento de textos literários e traz exemplos de atividades, formas de interação e avaliação, tanto da turma quanto de si.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Linguagem, 4).
Esse livro apresenta fundamentos teóricos sobre Sociolinguística e suas aplicações práticas. O intuito é instrumentalizar o professor com saberes que o ajudem a criar situações didáticas em que os estudantes das classes sociais menos favorecidas tenham acesso à cultura letrada, contribuindo para a formação plena do cidadão. A obra contempla os fenômenos de variação e mudança linguísticas e busca mostrar que não existe “erro de português“.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. (Lingua[gem], 11).
Essa obra, fruto da pesquisa sociolinguística realizada no Brasil, apresenta fundamentação teórica e adequada exemplificação de entrevistas sociolinguísticas, eventos de oralidade, análise de erros e episódios comunicativos associados a problemas sociais e comunitários.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris et al (org.). Por que a escola não ensina gramática assim? São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 47).
Esse livro apresenta reflexões e discussões sobre tópicos de gramática, fenômenos morfossintáticos, semânticos, fonéticos e fonológicos, que ocorrem tanto na variedade de prestígio quanto nas variedades estigmatizadas, nas modalidades escrita e oral. Também traz sugestões de como trabalhar em sala de aula cada tema apresentado.
BRAGA, Denise Bértoli. Ambientes digitais: reflexões teóricas e práticas. São Paulo: Cortez, 2013. (Trabalhando com... na escola, 6).
A autora contextualiza a emergência e a evolução das TICs. A autora apresenta uma reflexão sobre a história da escrita e discorre sobre a tecnologia e as mudanças nos modos de ensinar. Descreve ainda os ambientes virtuais de aprendizagem e as ferramentas da internet (blogue, buscadores, tradutores automáticos, redes sociais) incorporadas às práticas de ensino.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 13 jun. 2022.
Texto da Constituição Federal de 1988, que apresenta o conjunto de leis fundamentais que organiza e rege o funcionamento do país, estabelecendo direitos e deveres para todos os cidadãos.
BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Casa Civil, 1996. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 13 jun. 2022.
Legislação que define e regulamenta o sistema educacional público e privado no país, a partir dos princípios presentes na Constituição Federal de 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.
Documento que apresenta as bases curriculares a serem consideradas pelos sistemas educacionais e pelas escolas em território brasileiro para todos os segmentos da Educação Básica.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes curriculares nacionais da educação básica Brasília, DF: MEC/SEB/DICEI, 2013. Disponível em: http:// portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman& view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-novapdf&Itemid=30192. Acesso em: 13 jun. 2022.
Documento oficial que estabelece direcionamentos curriculares a serem adotados por todas as esferas da Educação Básica no Brasil. As diretrizes são o resultado de debates ocorridos entre diversos agentes da educação e visam estabelecer uma organização pedagógica atualizada para a nova realidade de ensino no país.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília, DF: MEC/SEB, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf. Acesso em: 13 jun. 2022.
Documento que apresenta resultados de estudos e pesquisas demográficas, estabelecendo a inserção dos estudantes de seis anos de idade no sistema de ensino de forma a prolongar o contato com o ambiente escolar e desenvolver suas potencialidades de forma mais efetiva.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal. mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.
O documento apresenta reflexões e sugestões para abordar o conhecimento em sala de aula, contribuindo para a formação continuada e permanente do professor no ensino da língua portuguesa.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Plano Nacional de Educação. Brasília, DF: MEC/SEF, 2014. Disponível em: https://pne.mec.gov. br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional -de-educacao-lei-n-13-005-2014. Acesso em: 13 jun. 2022.
Plano do Governo Federal que estabelece metas para a Educação entre os anos de 2014 e 2024, que preveem, entre outros pontos, maior universalização do ensino público, melhorias nos índices de alfabetização e aumento de investimento na rede pública escolar.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MEC/SEB, 2019. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ images/implementacao/contextualizacao_temas_contempora neos.pdf. Acesso em: 13 jun. 2022.
Documento que estabelece os assuntos ligados à contemporaneidade dos temas ligados à realidade dos estudantes. De caráter diversificado, os temas transversais adicionam ao currículo uma formação voltada ao trabalho, à cidadania e à democracia.
BRITTO, Luiz Percival Leme. Em terra de surdos-mudos: um estudo sobre as condições de produção de textos escolares. In: GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1999. p. 117-126.
O texto busca identificar os elementos que compõem a produção textual dentro das escolas, considerando os objetivos comumente atribuídos à composição da redação – como o fato de ser uma ferramenta de acesso ao Ensino Superior via vestibular, por exemplo, entre outras condições que subjazem à produção escrita em sala de aula.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividades de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sociodiscursivo. Tradução: Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: Educ, 2007.
O autor discorre sobre as noções de atividade social e linguagem. Reflete também sobre condições de produção de textos, mecanismos de textualização, mecanismos enunciativos e tipos de discurso. Além disso, faz menção às seis sequências textuais que podem aparecer combinadas em um texto, embora quase sempre haja a predominância de uma ou de algumas delas: a narrativa, a descritiva, a explicativa, a argumentativa, a injuntiva e a dialogal.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. 8. ed. São Paulo: T. A. Queiroz: Publifolha, 2000.
Antonio Candido analisa as contribuições das ciências sociais para o estudo literário. Para o autor, o crítico literário deve levar em consideração o vínculo entre a obra e o ambiente, sem abandonar a análise estética da literatura. O contexto e a obra são inseparáveis, e é preciso observar todos os aspectos para uma análise satisfatória.
CASCUDO, Luís da Câmara. Antologia do folclore brasileiro São Paulo: Global, 2001.
Esse livro reúne informações sobre o povo brasileiro. Para divulgar as investigações no campo da folclorística, o autor seleciona obras expressivas deixadas pelos viajantes estrangeiros e estudiosos brasileiros dos séculos XIX e XX, apresentando conceitos e manifestações populares ainda hoje presentes no cotidiano do brasileiro, como o bumba meu boi e festas religiosas.
CASCUDO, Luís da Câmara. Literatura oral no Brasil. São Paulo: Global Editora, 2006.
O livro explora as diversas manifestações da literatura oral, que compõem uma rica trama cultural que envolve o canto, a dança, mitos, lendas e anedotas
CASTILHO, Ataliba Teixeira de. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto, 2004. (Repensando o ensino).
A obra aborda o uso da língua portuguesa por meio da análise de exemplos cotidianos, como tirinhas, anúncios, títulos e subtítulos de notícias. Desta forma, é possível compreender os aspectos da língua de maneira prática.
CITELLI, Beatriz. Produção e leitura de textos no Ensino Fundamental: poema, narrativa, argumentação. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2018. (Aprender e ensinar com textos, 7).
Nessa obra, a autora demonstra como o exercício permanente da leitura e da escrita é essencial para o desenvolvimento e a formação do conhecimento dos estudantes, além de colaborar para o próprio ensino da língua materna.
COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário São Paulo: Contexto, 2014.
O livro apresenta possibilidades para reformular, fortalecer e ampliar o estímulo à leitura, propondo a construção de uma comunidade de leitores e sugerindo oficinas para a eficácia do letramento literário.
DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luzia de; JOVER-FALEIROS, Rita (org.). Leitura de literatura na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino).
Esse livro traz questionamentos e propõe a reflexão sobre a forma como se utiliza a literatura para o ensino da língua portuguesa na atualidade, sugerindo uma forma diferente de ensino, que potencialize ainda mais a exploração da literatura.
DIONISIO, Angela Paiva; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Livro didático de português: múltiplos olhares. Campina Grande: EDUFCG, 2020. E-book. Disponível em: https:// editora.ufcg.edu.br/ebooks/151/view_bl/66/publicacoes -2020/83/livrodidatico-de-portugues-multiplos-olhares.html. Acesso em: 6 maio 2022.
O livro preserva os resultados de uma pesquisa publicada em 2001, contribuindo para a construção da história dos estudos sobre o livro didático no Brasil, sobretudo o de Língua Portuguesa, com informações sobre diferentes abordagens de linguagem, língua e ensino.
DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 18).
Esse livro traz artigos que tratam da letra de canção, do verbete, da história em quadrinhos, da entrevista, da carta do leitor etc. como gêneros textuais. Há também reflexões sobre o que são gêneros, textos, sequências tipológicas, entre outros aspectos teóricos e metodológicos relacionados ao ensino de gênero textual.
DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Helena Rodrigues Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 95-128.
Em seu texto, os autores apresentam propostas para a elaboração de um ensino a partir da oralidade, passando pelo estudo de gêneros e pela produção de conteúdos de forma clara e bem sistematizada.
DOLZ, Joaquim; GAGNON, Roxane; DECÂNDIO, Fabrício. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem Campinas: Mercado de Letras, 2010.
Nesse livro, os autores propõem um procedimento de análise de textos para guiar o diagnóstico das produções escritas dos estudantes e das dificuldades de aprendizagem mais frequentes no contexto brasileiro.
ELIAS, Vanda Maria (org.). Ensino de língua portuguesa: oralidade, escrita e leitura. São Paulo: Contexto, 2014.
Vários artigos discorrem sobre a oralidade e a escrita no ensino de Língua Portuguesa, a relação entre oralidade e poesia, a avaliação e reescrita de textos escolares, a escrita e as práticas comunicativas na internet, o ato de ler e compreender tirinhas, entre outros assuntos que podem auxiliar o professor no momento da seleção dos objetos de ensino e no planejamento das aulas.
FÁVERO, Leonor Lopes; ANDRADE, Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira; AQUINO, Zilda Gaspar Oliveira de (org.). Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2017.
Esse livro apresenta questões recorrentes de escrita e de oralidade, além do conhecimento mais atual sobre tais questões e como aplicá-las em sala de aula.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. São Paulo: Loyola, 2002.
Nessa obra, a autora defende o uso da interdisciplinaridade e do conteúdo integrado no processo de ensino e aprendizagem. Nesse aspecto, a articulação interdisciplinar leva a estabelecer um elo sobre o que é ensinado e o que é vivido pelo estudante, permitindo sua identificação com a realidade.
FERREIRA, Andréa Tereza Brito; LEAL, Telma Ferraz. Avaliação na escola e ensino da língua portuguesa: introdução ao tema.
In: MARCUSCHI, Beth; SUASSUNA, Livia (org.). Avaliação em língua portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p. 11-26. Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/ arquivos/8.pdf. Acesso em: 9 maio 2022.
Nesse documento, escrito por diversos estudiosos da educação, é proposta uma reflexão sobre o processo de avaliação como etapa fundamental para o desenvolvimento do ser humano, inclusive fora do contexto escolar. Para isso, são investigadas as abordagens que a escola tem adotado em torno desse tema e são feitas propostas para o aprimoramento no processo avaliativo como parte integrante da aprendizagem.
FIORIN, José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakhtin
São Paulo: Ática, 2006.
O autor apresenta a complexidade e a riqueza da concepção da linguagem no pensamento de Bakhtin, abordando temas que moldaram a obra do pensador russo como o dialogismo, o “eu” e o “outro” na interação linguística e sua relação com assuntos da atualidade.
FIORIN, José Luiz. Linguagem e interdisciplinaridade. Alea: Estudos Neolatinos, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 29-53, jan./jun. 2008. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php? pid=S1517-106X2008000100003&script=sci_arttext.
Acesso em: 13 jun. 2022.
O autor assume que a linguagem é heterogênea e multifacetada; por isso, a interdisciplinaridade promove um impacto positivo no processo pedagógico. Além disso, Fiorin estabelece uma breve história das relações entre a linguística e a literatura no Brasil, assim como sua relação com outras ciências.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 36. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.
A autora apresenta sua teoria de avaliação mediadora, refletindo sobre o mito da avaliação classificatória. Além disso, discorre sobre o verdadeiro significado da ação avaliativa, o significado de testar e medir, e a avaliação como mediação.
KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim Siebeneicher (org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 4. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino, 25).
A obra reúne nomes como Luiz Antônio Marcuschi e Roxane Rojo, entre outros, para abordar questões relacionadas aos gêneros textuais. Inclui um importante capítulo sobre letramento digital, com proposta de formação continuada para o professor (via web) visando ao desenvolvimento de práticas de leitura e escrita. Trata-se de uma fonte para os estudiosos da linguagem que desejam iniciar ou aprofundar as pesquisas sobre gêneros textuais.
KOCH, Ingedore Villaça. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 2002.
O livro representa um estudo sobre a argumentatividade na língua portuguesa. Composta por um denso embasamento teórico, a obra contribui para o trabalho de leitura dos textos argumentativos.
KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem 11. ed. São Paulo: Contexto, 2015.
Nesse livro, a autora encara a linguagem como um espaço de interação dos membros de uma sociedade e explica a capacidade humana de interagir socialmente por meio da língua.
KOCH, Ingedore Villaça. As tramas do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.
Esse livro é dedicado a todos os leitores que desejam refletir teoricamente sobre a escrita, a leitura, o mecanismo de construção textual e a capacidade humana de interpretar.
KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
O livro apresenta questões relativas à compreensão das modalidades escrita e falada do texto e se aprofunda no estudo da construção dos sentidos no texto falado, nas atividades discursivas e em suas marcas linguísticas.
KOCH, Ingedore Villaça; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Intertextualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2012.
A obra traz a intertextualidade para o campo das discussões da Linguística Textual, que são cada vez mais presentes pela sua importância na interação com o outro, tanto na produção da escrita e da fala quanto no diálogo.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2014.
As autoras estabelecem estratégias para a melhor compreensão do leitor sobre um texto. Seguindo sua proposta, ler um texto não é apenas identificar as palavras em uma produção, mas também se apropriar do texto e criar maneiras de interagir com ele de forma a se aproximar de seu sentido e ser incorporado pela mensagem que o produtor busca alcançar.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2010.
Nesse livro encontram-se informações sobre conhecimentos referentes à língua, aos textos e à situação de comunicação. Com exemplos comentados (quadrinhos, crônicas, músicas, entre outros), as autoras mostram a aplicação dos conceitos teóricos abordados, favorecendo a compreensão das peculiaridades de cada gênero textual.
KÖCHE, Vanilda Salton; MARINELLO, Adiane Fogali; BOFF, Odete Maria Benetti. Estudo e produção de textos: gêneros textuais do relatar, narrar e descrever. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 2015.
As autoras expõem estudos teórico-analíticos sobre gêneros textuais e apresentam sugestões de atividades com cada um deles, buscando aprimorar a pedagogia dos professores no ensino da língua portuguesa e o letramento dos estudantes.
LEMKE, Jay L. Letramento metamidiático: transformando significados e mídias. Trabalhos em linguística aplicada, Campinas, v. 49, n. 2, p. 455-479, jul./dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tla/a/pBy7nwSdz6nNy98ZMT 9Ddfs/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 12 jul. 2022.
O autor identifica outros veículos de letramento que extrapolam o texto verbal, buscando na semiótica e na semiótica multimidiática a investigação entre imagem e texto como fenômenos complementares, e dotados de maior complexidade, à medida que as tecnologias de difusão de informações tornam-se cada vez mais sofisticadas.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 2011.
Cipriano Luckesi, considerado por vários especialistas o grande nome da avaliação na era contemporânea, aponta nessa obra os fatores históricos, filosóficos e sociológicos da avaliação nos processos de aprendizagem na escola. O autor também apresenta possibilidades práticas de avaliação no cotidiano escolar.
MARCONDES, Beatriz; MENEZES, Gilda; TOSHIMITSU, Thaís. Como usar outras linguagens na sala de aula São Paulo: Contexto, 2015.
As autoras elaboraram esse material visando apoiar os professores no tratamento de diversos gêneros textuais de circulação social. Por isso, são propostas atividades que consideram textos de jornais, televisão, publicidade, entre outros, de forma a despertar no estudante não só o prazer na leitura, mas sua incorporação no cotidiano.
MARCUSCHI, Beth; SUASSUNA, Lívia (org.). Avaliação em língua portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Disponível em: http:// www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/8. pdf. Acesso em: 9 maio 2022.
Esse livro reúne conceitos e métodos pedagógicos esclarecedores para o docente, propondo reflexões sobre o porquê ensinar a língua portuguesa e como avaliar seu aprendizado e sugerindo uma reconstrução do nosso conhecimento atual sobre as formas de avaliação do saber dos estudantes.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.
A obra baseia-se na concepção de que fala e escrita não são opostas entre si. Assim, o autor propõe a construção dessa relação por meio de estudos sobre os diversos gêneros textuais, com base na oralidade, de forma a promover um letramento que se interconecta a esses paralelos de produção da linguagem.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 18).
A produção visa destrinchar os gêneros textuais conforme sua funcionalidade e estrutura. A obra colabora no trabalho do docente para que ele possa identificar os tipos textuais e fazer uma abordagem mais profícua em sala de aula.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010. (Acadêmica, 71).
O especialista em análise textual/discursiva Luiz Antônio Marcuschi aborda nesse livro, por meio de ensaios, a evolução dos gêneros textuais na era tecnológica e aponta formas de analisar e trabalhar os gêneros que circulam no meio digital.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Oralidade e ensino de língua: uma questão pouco “falada”. In: DIONISIO, Angela Paiva; BEZERRA, Maria Auxiliadora. O livro didático de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
A oralidade costuma ser desconsiderada das abordagens no ensino da língua, no entanto, ela é central na comunicação humana. Por isso, por meio dessa obra, Marcuschi põe em relevo esse aspecto da comunicação, que a escola tem tendência a obliterar na formação curricular. Dessa forma, se incorporada na abordagem didática, a inserção da oralidade no ensino ajuda a tratar a linguagem em sua totalidade.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. (Educação linguística, 2).
A obra traz um panorama sobre a Linguística e faz uma análise sobre os gêneros textuais, a leitura e a compreensão dos textos, mostrando como a linguagem pode ser utilizada na produção escrita.
MOLLICA, Maria Cecília. Fala, letramento e inclusão social. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.
A autora aborda métodos pedagógicos para auxiliar a apropriação da norma-padrão pelos estudantes, elencando o letramento, a fala, a teoria e a prática como ferramentas para inclusão social.
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática passada a limpo: conceitos, análises e parâmetros. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Lingua[gem]).
A autora aborda a multiplicidade de arranjos linguísticos possíveis, considerando a linguagem tanto como meio de conhecimento e de apreciação de mundo quanto como recurso autoanalítico (a “metalinguagem”), e defende que aos estudantes seja dada a oportunidade de conhecer esses aspectos complexos e extraordinários.
NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora Unesp, 2000.
Recomenda-se a leitura dessa gramática – principalmente dos capítulos que tratam dos substantivos e adjetivos, em que a autora aborda algumas questões de concordância nominal a partir de excertos de textos autênticos – a fim de que o professor retome alguns contrapontos entre a perspectiva normativa e as realizações dos usuários da língua.
NEVES, Maria Helena de Moura. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na língua portuguesa. São Paulo: Contexto, 2006.
Esse livro questiona o atual ensino de língua portuguesa, visto que muitos estudantes saem das escolas sem entender o que leem, e propõe que o método de ensino seja mais científico, para que os estudantes possam utilizar a língua de forma legítima.
OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 17).
Esse livro analisa a gramática normativa e a teoria sobre o ensino da língua portuguesa e propõe reflexões teóricas acerca do método de ensino e da teoria da aprendizagem por parte dos estudantes, sem deixar de se preocupar com a efetividade do ensino linguístico.
PALOMANES, Roza; BRAVIN, Angela Marina (org.). Práticas de ensino de português. São Paulo: Contexto, 2012.
A obra apresenta conceitos sobre o processamento cognitivo e a aquisição de conhecimento, além de críticas ao atual ensino da língua portuguesa e seus principais desafios, levando o leitor a ter uma visão mais crítica e analítica e aprimorando o conhecimento do docente.
PEREIRA, Katia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014. (Como usar na sala de aula).
O livro apresenta exemplos práticos e sugestões de atividades para trabalhar as artes visuais em aulas de qualquer área e traz também reflexões sobre arte, cultura e sociedade.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. 2. ed. São Paulo: Mercado de Letras, 2009.
O autor reúne nessa obra ideias sobre o papel que a gramática exerce na educação. O livro se organiza em duas partes: uma em que apresenta algumas teses para um bem-sucedido ensino de Língua Portuguesa e outra em que expõe alguns conceitos de gramática que considera relevantes para pensar o ensino
POSSENTI, Sírio. Questões de linguagem: passeio gramatical dirigido. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Educação linguística, 7).
Esse livro aborda e questiona o modo como a língua portuguesa é ensinada nas escolas, buscando alimentar a curiosidade e o interesse no estudo da gramática e tendo em vista que a língua é um objeto complexo sempre em construção.
ROJO, Roxane Helena (org.). Escol@ conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino, 40).
Os artigos desse livro contemplam alguns campos dos multiletramentos e focam gêneros que circulam e são produzidos em ambiente digital. Neles, discorre-se sobre a relação entre gêneros discursivos e multiletramentos, vidding, multiletramentos em ambientes digitais, fanfics, práticas de letramento em MUD (jogo de RPG on-line para múltiplos usuários), entre outros.
ROJO, Roxane Helena. Gêneros do discurso e gêneros textuais: questões teóricas e aplicadas. In: MEURER, José Luiz; BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée (org.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. p. 184-207. (Lingua[gem], 14).
A autora investiga diferentes conceitos de gênero para expor que, embora haja diferenças de método e de concepção, em primeira instância, os estudos da área recorrem a uma base comum: os estudos de Bakhtin.
ROJO, Roxane Helena. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004. Disponível em: https://www.academia.edu/1387699/ Letramento_e_capacidades_de_leitura_para_a_cidadania. Acesso em 26 jul. 2022.
A autora faz uma provocação sobre a forma como a leitura é tratada na escola, que circunscreve o ato de ler como uma atividade voltada apenas para demandas escolares. Também defende uma maneira de promover um letramento capaz de dotar o estudante de capacidades para analisar sua realidade, formar-se como leitor e possuir autonomia para intervir socialmente por meio de uma prática cidadã.
ROJO, Roxane Helena. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In: ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. (org.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012. (Estratégias e ensino, 29).
Nesse artigo encontra-se uma discussão sobre a necessidade de introduzir na escola diferentes gêneros discursivos que circulam em meios digitais, a fim de que os estudantes assumam o papel de protagonistas na construção de conhecimentos e ocupem o lugar de produtores e consumidores de bens culturais.
ROJO, Roxane Helena; BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. (Estratégias de ensino, 51).
A obra relaciona a abordagem bakhtiniana com outros pensadores para estabelecer os gêneros discursivos na realidade das relações sociais. Além disso, explica de forma clara a estrutura interna desses gêneros em um contexto complexo, o da Hipermodernidade, na qual se insere um cruzamento dinâmico da linguagem contemporânea. O livro aborda esses conceitos de forma didática, mas não simplista, bem como a importância do multiletramento para o atual contexto escolar.
ROJO, Roxane Helena; BATISTA, Antônio Augusto Gomes (org.). Livro didático de língua portuguesa, letramento e cultura da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 2009. (As faces da Linguística Aplicada).
Reunindo diversos artigos, esse livro questiona as intenções atuais do ensino da língua materna, que hoje em dia parece apenas preparar os estudantes para avaliações, em vez de formá-los para a vida cidadã, como é a intenção dos referenciais de ensino.
ROUILLÉ, André. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Senac, 2009.
Trata-se de um estudo sobre a trajetória da fotografia, partindo de sua invenção e tecendo uma reflexão sobre o fazer fotográfico e o consumo da fotografia nos tempos atuais. O autor analisa, desde os primeiros registros fotográficos até a imagem digital, os movimentos estéticos da história da fotografia e seus usos ao longo do tempo.
SANTAELLA, Lucia. Leitura de imagens. São Paulo: Melhoramentos, 2012.
Lucia Santaella apresenta conceitos fundamentais sobre a percepção e as interpretações dos signos visuais, das artes plásticas, da publicidade. Propõe sugestões didáticas para o trabalho com anúncios publicitários e com outras linguagens, como a pintura, a escultura, o desenho e a fotografia.
SCHNEUWLY, Bernard. Palavra e ficcionalização: um caminho para o ensino da linguagem oral. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola Tradução e organização: Roxane Helena Rodrigues Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. (As faces da Linguística Aplicada, 6).
O autor ressalta a importância da oralidade na percepção da língua e que, por meio dela, a escola permite que o estudante perceba a linguagem de outra forma. Ao praticar a oralidade, o estudante toma consciência de sua expressividade, o que dá a ele capacidade para alcançar meios mais elaborados de comunicação, que vão, por consequência, revelar uma escrita mais desenvolvida.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. São Paulo: Mercado de Letras, 2004.
(As faces da Linguística Aplicada, 6).
Os autores discutem vários aspectos relacionados aos gêneros orais e escritos, em uma perspectiva teórica e prática. Há, por exemplo, reflexões sobre os gêneros como objetos de ensino e o oral como texto, bem como a descrição e a análise dos gêneros seminário e debate.
SCHERRE, Maria Marta Pereira. A norma do imperativo e o imperativo da norma: uma reflexão sociolinguística sobre o conceito de erro. In: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2004. p. 217-252. (Humanística, 6).
O texto traz pesquisas realizadas junto a diversos falantes da língua portuguesa com base na sua produção de enunciados imperativos. A tendência de usar formas sintaticamente “incorretas” nessas formulações representa a maioria das amostragens, e isso suscita uma análise morfológica e social sobre o vão entre as normas gramaticais estabelecidas e sua apropriação subvertida pela oralidade.
SILVA, Luiz Antônio da (org.). A língua que falamos: português: história, variação e discurso. São Paulo: Globo, 2005.
O livro traz noções sobre a formação histórica da língua portuguesa e sua situação no mundo, as variações linguísticas e a língua falada, além de outras pesquisas no campo da Linguística.
SOARES, Doris de Almeida. Produção e revisão textual: um guia para professores de português e de línguas estrangeiras. Petrópolis: Vozes, 2009.
Entre várias questões, a autora trata de assuntos como o ensino da escrita e a importância do feedback do professor nas produções escritas dos estudantes. Apresenta também diversas propostas de atividades para serem utilizadas em sala de aula como alternativas à tradicional correção de textos.
SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança: hip-hop. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino).
A obra utiliza o hip-hop como ferramenta ativa para o letramento dos estudantes, visto que suas letras retratam diversas desigualdades existentes na sociedade brasileira relacionadas a aspectos como escolaridade, inserção profissional, classe social, gênero, raça e faixa etária.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2016.
Travaglia propõe o ensino de gramática utilizando atividades que desenvolvem a competência comunicativa do estudante. Nele, o autor busca refletir sobre as finalidades e os meios de ensinar gramática, o que ensinar nas aulas de gramática e como relacioná-las às de produção e compreensão de textos.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática: ensino plural. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
Esse livro busca auxiliar o professor a cumprir um “ensino plural”, isto é, possibilitar aos estudantes que desenvolvam diferentes conhecimentos e habilidades linguísticas para utilizá-los em situações variadas.
VARGAS, Maria Valíria. Verbos e práticas discursivas. São Paulo: Contexto, 2011. (Linguagem e ensino).
A obra trata de questões sobre identificação, dominação e ensino do uso adequado de diversos tempos verbais da língua portuguesa, com base em estudos do texto e do discurso.
VIGOTSKI, Lev Semionovitch. A formação social da mente Tradução: José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna Barreto e Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
Obra basilar para compreender o pensamento de Vigotski, o livro reúne alguns dos ensaios mais importantes do pensador, introduzindo conceitos-chave de sua teoria, como as funções psicológicas superiores e a relação do indivíduo com o mundo físico e social.
VIGOTSKI, Lev Semionovitch. Pensamento e linguagem Tradução: Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
A obra descreve estudos experimentais sobre o desenvolvimento do significado das palavras na infância e a relação da aquisição dos conhecimentos científicos em face dos conhecimentos espontâneos da criança. A pesquisa relaciona, ainda, o que outros pensadores, como Piaget, estabeleceram como fundamentos para o desenvolvimento cognitivo.
XAVIER, Glayci; REBELLO, Ilana; MONNERAT, Rosane (org.). Semiolinguística aplicada ao ensino. São Paulo: Contexto, 2021.
Essa obra reúne reflexões baseadas na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, trazendo a aplicação da teoria proposta para o estudo da língua portuguesa em funcionamento com base em uma gramática do sentido.
COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
ELIANA LÚCIA SANTOS BELTRÃO
(Eliana Santos Beltrão)
Mestra em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Especialista em Linguística Textual pela Faculdade de Educação da Bahia
Professora de Língua Portuguesa, Literatura e Produção de Texto no Ensino Fundamental e no Ensino Médio
TEREZA CRISTINA SANTOS GORDILHO
(Tereza Gordilho)
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto Sedes Sapientiae (SP) & Centro de Estudos e Terapias integradas de Salvador (Cetis)
Psicóloga na área educacional
A conquista Língua Portuguesa – 8o ano (Ensino Fundamental – Anos Finais)
Copyright © Eliana Lúcia Santos Beltrão, Tereza Cristina Santos Gordilho, 2022
Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira
Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva
Edição Paulo Roberto Ribeiro (coord.)
André Saretto, Caroline Zanelli Martins, Fabiana Marsaro Pavan, Joana Figueiredo
Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.)
Diogo Souza Santos
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Andréa Dellamagna (coord.)
Projeto de capa Sergio Cândido
Imagem de capa Nuno Martins/EyeEm/Getty Images
Arte e Produção Rodrigo Carraro (coord.)
Daniel Cilli, Gislene Benedito (assist.)
Diagramação Lima Estúdio Gráfico
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno
Licenciamento de textos Erica Brambila
Iconografia Erika Neves do Nascimento, Emerson de Lima (trat. imagens), Leticia dos Santos Domingos (trat. imagens)
Ilustração Carlos Caminha
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Beltrão, Eliana Lúcia Santos
A conquista língua portuguesa : 8o ano : ensino fundamental : anos finais / Eliana Lúcia Santos Beltrão, Tereza Cristina Santos Gordilho. --
1. ed. -- São Paulo : FTD, 2022.
Componente curricular: Língua portuguesa.
ISBN 978-85-96-03569-9 (aluno)
ISBN 978-85-96-03570-5 (professor)
1. Língua portuguesa (Ensino fundamental)
I. Gordilho, Tereza Cristina Santos. II. Título.
22-115064
CDD-372.6 Índices para catálogo sistemático:
1. Língua portuguesa : Ensino fundamental 372.6
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
EDITORA FTD
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br
Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427 D3-001-011-POR-F2-2102-V8-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd
Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33
Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, cara estudante, Nenhuma obra, descoberta ou invenção é fruto do trabalho de uma única pessoa ou de um único grupo. Esta coleção é resultado de um trabalho colaborativo em que nos empenhamos bastante para que chegasse até você, juntamente com uma entusiasmada equipe de colaboradores: editores, professores, especialistas em Língua Portuguesa, profissionais de arte.
Nosso desejo é que você se sinta motivado(a), atraído(a) e desafiado(a) a entender cada vez mais o universo da Língua Portuguesa e assuma maior protagonismo nas práticas de linguagem realizadas dentro e fora da escola, de modo a apresentar soluções para as diferentes demandas com ética e de modo colaborativo.
Esperamos que você interaja ativamente dando continuidade a esta criação, multiplicando a riqueza de cada proposta, e que enriqueça seu repertório utilizando esta obra como aliada da sua aprendizagem.
Desejamos que suas palavras e ações construam uma ponte bela e iluminada entre você, o seu próximo e o mundo!
As autoras
CONHEÇA O LIVRO
ABERTURA DE MÓDULO
Apresenta uma imagem significativa e atividades orais, propostas no Imagem em foco, que possibilitam relacionar os elementos presentes na imagem aos conhecimentos prévios e acessar suas experiências de mundo, antecipando os conteúdos que serão abordados nos textos. Também apresenta o Fique por dentro, com os principais conteúdos a serem estudados no módulo.
• Batalha de passinho
• Regência verbal Processo de formação de palavras: composição por aglutinação
• Outros processos de formação de palavras
• Narrativa de memórias
• Discussão de casos
• Concordância nominal
• Produção oral: Apresentação oral
• Juventudes plurais
CAPÍTULO E TEXTO
Os módulos estão organizados em Capítulo 1 e Capítulo 2 Cada um dos capítulos inicia sempre com a seção Texto, que traz diferentes gêneros textuais para leitura, estudo e reflexão.
POEMA SOCIAL CAPÍTULO1
O CONTEXTO DO TEXTO
Capa do livro Para viver um grande amor de Vinicius de Moraes (São Paulo: Companhia das Letras, 2010).
O poema “O poeta a rosa”, de Vinicius de Moraes, faz parte do livro Para viver um grande amor considerado um clássico da literatura brasileira, publicado originalmente em 1962. Organizado de forma singular, o volume alterna prosa poesia, com crônicas e poemas que abordam assuntos diversos. Segundo o autor, o que dá unidade ao livro é o tema “um grande amor”.
58
D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd
Observe a imagem e converse com os colegas e o professor sobre as perguntas a seguir.
1. Quais elementos da imagem mais chamaram a sua atenção? Por quê?
RAS
obra poética bastante diversificada. Avaliando apenas o título, sobre o que você imagina que o eu lírico vai falar? O que faz você deduzir isso? Compartilhe suas hipóteses com os colegas e ouça com atenção as considerações deles. Depois, leia o boxe ao lado.
Respostas pessoais.
TEXTO
Agora, leia o poema em voz alta e verifique se suas hipóteses se confirmam ou não.
O poeta e a rosa (e com direito a passarinho) Ao ver uma rosa branca O poeta disse: Que linda! Cantarei sua beleza Como ninguém nunca ainda! Qual não é sua surpresa Ao ver, à sua oração A rosa branca ir ficando Rubra de indignação. É que a rosa, além de branca (Diga-se isso a bem da rosa…) Era da espécie mais franca E da seiva mais raivosa.
— Que foi? — balbucia o poeta E rosa: — Calhorda que és! Para de olhar para cima! Mira o que tens a teus pés!
2. Como você poderia utilizar esta imagem para falar da juventude?
3. Para você, o que é ser jovem?
4. Como você definiria a cultura juvenil da qual participa?
Respostas pessoais. Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal.
E o poeta vê uma criança Suja, esquálida andrajosa Comendo um torrão da terra Que dera existência à rosa.
— São milhões! — a rosa berra Milhões a morrer de fome
E tu, na tua vaidade Querendo usar do meu nome!...
E num acesso de ira Arranca as pétalas, lança-as Fora, como a dar comida
A todas essas crianças. O poeta baixa a cabeça. — É aqui que a rosa respira... Geme o vento. Morre a rosa.
E um passarinho que ouvira
Quietinho toda a disputa
Tira do galho uma reta
E ainda faz um cocozinho Na cabeça do poeta. MORAES, Vinicius de. O poeta a rosa (e com direito a passarinho). In MORAES, Vinicius de. Para viver um grande amor São Companhia das Letras, 2010. p. 103.
Vinicius de Moraes (1913-1980) foi poeta, cronista, advogado diplomata. Também exerceu intensa atividade no cinema, no teatro e na música. Compôs
10 parágrafo
VOCABULÁRIO Assim, os vídeos de unboxing criam demandas e acabam por incutir nas crianças o desejo de consumo do que está sendo “anunciado” Esse tipo de conteúdo cria crianças consumistas e materialistas e, possivelmente, insatisfeitas e infelizes, sempre em busca do próximo lançamento. Artigo escrito por Livia Cattaruzzi, advogada do programa Criança e Consumo
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
Rentável: lucrativo. Velada: dissimulada; disfarçada. Imperceptível: que não se percebe. Abusiva: indevida; excessiva. Incutir: introduzir, induzir.
POWeruP/ShutterStOcK.cOM
CATTARUZZI, Livia. Disponível em: https://criancaeconsumo.org.br/noticias/unboxing-criancas-fora-da-caixa/.
Acesso em: 7 jun. 2022.
QUEM É A AUTORA
A advogada Livia Cattaruzzi formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Tem experiência profissional em causas de defesa do consumidor, com atuação em órgãos como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Em sua opinião, por que o público infantil é um dos principais alvos do mercado publicitário? Resposta pessoal.
2. Para você, as crianças são capazes de decidir o que devem ou não consumir? Justifique. Resposta pessoal.
3. Em sua opinião, que estratégias podem ser adotadas por familiares e responsáveis para proteger as crianças dos abusos da publicidade infantil, principalmente em meio digital? Resposta pessoal.
198 94-241-PO -M5-LA-G24_AVU.indd 198
Início do estudo do texto, com um trabalho oral que possibilita explorar as primeiras impressões da leitura, confirmar ou revisar algumas hipóteses iniciais e estabelecer relações entre o texto e o conhecimento de mundo do leitor, além de posicionar-se diante de questões apresentadas nos textos.
05/08/22
EXPLORANDO O TEXTO
Estudo do texto com foco no contexto de produção, na estrutura, na composição e na linguagem. A seção está organizada em duas partes: Texto e contexto e Composição e linguagem
DIÁLOGO TEXTOS EM
Postagem em blogue e batalha de passinho A postagem de blogue que você leu trouxe uma visão do processo de adolescer. Um dos aspectos que o texto aborda é que a diversidade é uma marca dos jovens e está presente inclusive no modo como se expressam. O termo culturas juvenis é utilizado atualmente para se referir às formas de expressão próprias dos jovens, desde a linguagem e a vestimenta até padrões de comportamento e manifestações artísticas e de contestação. Uma dessas formas de expressão típicas das culturas juvenis é o passinho. Esse estilo de dança, que surgiu nos bailes funk das comunidades cariocas, em meados dos anos 2000, tem influência de passos do samba, do frevo, da capoeira e do breaking Uma das características desse estilo é que ele dá grande liberdade de criação ao dançarino, que pode inventar passos do seu jeito e improvisar de acordo com a batida da música. Observe a imagem a seguir.
TEXTOS EM DIÁLOGO
Breaking uma dança que faz parte do movimento hip-hop criado por comunidades negras e latinas do bairro do Bronx, em Nova York, nos Estados Unidos, na década de 1970, como forma de pacificar as disputas territoriais.
POR DENTRO DA LÍNGUA
Apresentação de conhecimentos linguísticos visando à aprendizagem e ao reconhecimento de diferentes tópicos gramaticais, assim como a reflexão sobre eles.
TEXTO EXPLORANDO O
3. b) Segundo o texto, o projeto de lei pretende ampliar a inserção de agrotóxicos na produção de alimentos, além de mudar o termo agrotóxico para pesticida transferir a decisão de aprovação do agrotóxico para o Ministério de Agricultura, o que praticamente exclui do processo de aprovação o Ministério do Meio Ambiente e a Anvisa; assim como conceder registro temporário para agrotóxicos cujas análises não estão concluídas, entre outros aspectos.
TEXTO E CONTEXTO
5. b) As assinaturas são essenciais para mostrar o engajamento da população em relação ao assunto abordado na petição, contribuindo para torná-la um instrumento para pressionar as autoridades.
1. A petição on-line foi criada em defesa de uma causa relevante e de interesse para a sociedade. a) Qual é o tema da petição? b) Por que esse tema é relevante para a sociedade?
2. O que motivou a criação da petição?
Uso de agrotóxico na agricultura para o plantio de alimentos. Porque diz respeito à saúde da população e à preservação do meio ambiente. A aprovação pela Câmara dos Deputados do “Pacote do 3. a) A rejeição do projeto de lei pelo Senado.
3. A petição busca a ação do Estado para interceder direta- mente na resolução de um problema. Para isso, apresenta-se uma proposta e a justificativa. a) O que está sendo proposto na petição? b) Qual é a justificativa proposta na petição?
Veneno”, projeto de lei (PL), que prevê a liberação e ampliação do uso de mais agrotóxico na agricultura.
7. b) Ao chegar a essa constatação, o leitor entende que os interesses financeiros de vários grupos põem em risco a saúde da população e, assim, é convencido a assinar a petição.
4. Segundo o texto, por que as pessoas devem assinar a petição? 5. A petição busca convencer o leitor a assiná-la e, dessa forma, atingir seu objetivo.
5. a) Por meio da inserção de informações do usuário site como nome, e-mail,cidade e estado.
a) Como os usuários realizam a assinatura de uma petição on-line? b) Como essas assinaturas podem contribuir para que a petição cumpra seu objetivo?
6. b) Sugestões de resposta: canais e plataformas
6. A petição on-line é um gênero da esfera digital que circula na internet e alcança legitimidade a partir da assinatura das pessoas. a) Quantas pessoas já assinaram a petição on-line até a data indi- cada no texto?
b) Em sua opinião, quais outros meios digitais os usuários de inter- net podem utilizar para exercer sua cidadania, reivindicar, sugerir e apoiar ideias?
4. Porque os agrotóxicos provocam cada vez mais destruição ambiental e adoecimento e morte da população que consome alimentos produzidos com a utilização deles.
6. a) Em 1 de julho de 2022, data de acesso ao siteda petição, 1 919 680 pessoas haviam assinado petição on-line de participação social, portais de serviços, sitesde ONGs que se dedicam a determinada causa, sitesem que seja possível acompanhar tramitação de leis etc.
7. a) Que apoio ao uso de agrotóxicos nos alimentos é motivado por interesses financeiros e, portanto, não considera a saúde da população.
7. A assertiva “Só não é contra quem lucra com os agrotóxicos” é uma estratégia argumentativa utilizada na defesa do ponto de vista apresentado na petição.
a) O que é possível inferir com base na afirmação?
b) Por que essa inferência produz um efeito de persuasão no leitor?
8. Ao final, a petição informa as entidades e as organizações que são apoiadoras da causa. a) O que essa informação sugere sobre a causa defendida pela petição? b) Qual é o objetivo da exposição dessas informações na petição?
Apresentação de texto que se relaciona à leitura principal do Capítulo 1, com o objetivo de perceber diferentes linguagens na construção de sentidos dos textos, relações de intertextualidade e de conexões entre eles.
Você é o que você come? Um guia sobre tudo o que está no seu prato! de vários autores. São Paulo: Moderna, 2016.
PARA LER edi OrA
Nesse guia, você vai descobrir diversos fatos curiosos sobre o corpo huma- no e os alimentos e, de maneira diver- tida, entender por que uma boa alimen- tação fundamental para a qualidade de vida.
rnA 8. a) Sugere que a causa defendida é relevante para várias instituições públicas e privadas da sociedade. 8. b) O objetivo é convencer o leitor de que a causa é importante chancelada por várias instituições, por isso deve ser assinada.
311
POR DENTRO DA LÍNGUA
Voz passiva sintética e voz passiva analítica
Você já sabe que as vozes verbais indicam a relação existente entre o sujeito – agente ou paciente – e a ação realizada por ele. 1. A manchete, a fotografia e a legenda que a acompanha fazem parte de uma notícia que trata de uma manifestação de imigrantes no estado do Acre. Leia-as.
Em manifestação, imigrantes fecham ponte entre Brasil e Peru no Acre
Estrangeiros exigem que as autoridades peruanas liberem a entrada deles no país 14.fev.2021 às 19h27 Jairo Barbosa RIO BRANCO (AC)
Um grupo de aproximadamente trezentos imigrantes, a maioria haitianos, fechou na manhã deste domingo (14) a ponte da Integração, que liga o Brasil ao Peru, na cidade de Assis Brasil (310 km de Rio Branco).
Os estrangeiros exigem que as autoridades peruanas liberem a entrada deles no país para seguirem viagem até seus países de origem. Senegaleses e indianos também estão entre os estrangeiros.
[…] nei
Impedidos de cruzar a fronteira no Brasil para o Peru, imigrantes no lado brasileiro impedem a passagem na ponte da Integração, em Assis.
BARBOSA,
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd
AÚJO/A
VO
SSOAL
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd 311PALAVRA ABERTA
ABERTA PALAVRA
Análise documental de danças e ritmos brasileiros e exposição oral Neste módulo, você leu textos que abordam a cultura brasileira e as principais influências que a tornam uma das mais diversas do mundo. Você viu que muitas danças e músicas, como o funk e o sertanejo, são resultados dessas influências culturais.
dades de falar em público e de posicionar-se criticamente, por meio de situações reais de comunicação.
Agora, você e os colegas vão realizar uma pesquisa sobre essas e outras influências musicais presentes no cenário cultural brasileiro, utilizando como fonte documentos que tratem dessas manifestações. Os resultados da pesquisa serão registrados em um relatório e apresentados para a turma em uma exposição oral.
Etapa 1: Preparando e realizando a pesquisa Em grupo, escolham qual dança, ritmo ou gênero musical desejam pesquisar. Considerem os interesses e as preferências de todos os membros do grupo ou as manifestações mais presentes na região onde vocês moram, por exemplo. No caderno, escrevam uma justificava para essa escolha.
2 Deem início à pesquisa. Lembrem-se de que você e o grupo deverão buscar informações em documentos impressos ou digitais, como artigos de pesquisa, relatório, jornais, revistas ou sites de órgãos oficiais ligados à cultura. Essas fontes deverão ser escolhidas de acordo com o local onde a dança ou o gênero musical surgiu ou é mais presente.
3 Na pesquisa, busquem informações que respondam aos itens a seguir.
a) Em que consiste essa dança, esse ritmo ou esse gênero musical?
b) Como surgiu? Que influências culturais lhe deram origem?
c) Onde se manifesta (região, cidade, estado)?
d) Quais são suas características?
e) Que artistas ou grupos são seus principais representantes?
Para cada informação encontrada, registrem a fonte documental pesquisada.
Etapa 2: Analisando os documentos
1 Agora, analisem os documentos e fontes que usaram para fundamentar as informações, considerando os seguintes aspectos: a linguagem empregada no material (verbal, visual ou verbo-visual); em que circunstâncias ou com que finalidade foram produzidos (para resgatar uma história, valorizar uma etnia ou a influência dela na cultura etc.); de quem é a autoria.
Etapa 3: Organizando o relatório
1 Organizem o material pesquisado em um relatório abordando a dança, o ritmo ou o gênero musical escolhido e as fontes documentais nas quais pesquisaram as informações. O relatório deverá conter as seguintes partes:
130
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd
LINGUAGEM E SENTIDOS
Proposta de trabalho com diferentes linguagens e apresentação de aspectos estilísticos, semânticos, entre outros, em uma abordagem para a construção de múltiplos sentidos.
Na introdução é necessário apresentar um resumo dos objetivos da pesquisa e da metodologia utilizada.
• No desenvolvimento informem as pesquisas realizadas e os dados que obtiveram a respeito do assunto. Nessa parte, vocês poderão inserir fotografias, entrevistas (se tiverem feito), depoimentos etc. Na conclusão (ou considerações finais), vocês devem fazer um fechamento das principais ideias desenvolvidas ao longo do texto e dizer o que concluíram diante da análise.
• Nas referências, vocês deverão inserir as fontes usadas na pesquisa.
2 Durante a escrita do relatório, utilizem o registro formal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. Atentem-se à escrita correta das palavras, ao uso adequado dos sinais de pontuação e de outros elementos que garantam a coerência e coesão do texto.
Etapa 4: Organizando a exposição oral
1 Se possível, organizem as informações mais importantes que vão expor oralmente em um painel ou esquema, de modo a auxiliá-los durante a exposição.
Escolham representantes do grupo para fazer a exposição oral dos resultados obtidos por meio da análise documental.
3 Para os integrantes do grupo que farão a exposição oral, ensaiem-na previamente considerando a entonação, a pronúncia clara das palavras, a gestualidade e a postura corporal. Se possível, apresentem-se para os demais colegas do grupo, pedindo-lhes que avaliem a sua apresentação, de modo que possam fazer sugestões construtivas de melhoria.
4 Ao realizarem o ensaio, não se esqueçam de cronometrar o tempo da apresentação e façam os ajustes necessários, de modo que esse tempo não se exceda e prejudique os demais grupos no(s) dia(s) de apresentação.
Etapa 5: Realizando a exposição oral
Exponham os resultados da análise documental cuidando para que os colegas compreendam, com clareza, as conclusões a que o grupo chegou.
2 Estejam atentos à maneira como falam, considerando elementos como a entonação, a modulação de voz e o ritmo. Cuidem também da postura corporal e da gestualidade.
3 Durante a exposição dos demais grupos, mantenham-se em silêncio, mas atentos à apresentação.
Finalizada a exposição oral de todos os grupos, combinem com o professor se haverá um momento destinado a perguntas ou a possibilidade de os demais grupos comentarem, opinarem e elogiarem a exposição oral de vocês.
5 Como encerramento da atividade proposta, conversem com toda a turma para avaliar se vocês conseguiram compartilhar os resultados da análise documental com clareza. 131
WWW.BICHINHOSDEJARDIM.COM
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
1. a) Provavelmente, a falta de cuidado com seu semelhante, a despreocupação com os problemas dos demais, os conflitos devido a divergências familiares, religiosas, o descaso com o meio ambiente etc. 1. b) A finalidade é levar o leitor a refletir sobre as suas ações, fazendo com que ele possa analisar entender sua forma de encarar a vida e, partir daí, conseguir solucionar problemas, encarar situações difíceis de outra forma, tornando-se, assim, uma pessoa melhor. 2. b) Ela utiliza um celular; as onomatopeias no penúltimo quadrinho indicam o som das teclas sendo digitadas pela personagem.
Hífen: alguns usos No processo de composição por justaposição, as palavras podem vir ou não ligadas por hífen. Na tirinha a seguir, foram empregadas algumas palavras em que é necessário o uso do hífen.
Leia-a.
GOMES, Clara. [Praga da humanidade]. Bichinhos de jardim ], 8 dez. 2016. Disponível em: http:// bichinhosdejardim.com/praga-da-humanidade/. Acesso em: 10 jun. 2022.
1. Na tirinha, uma das personagens acha que o ser humano não tem mais jeito.
a) Em sua opinião, o que pode ter levado a personagem a essa conclusão?
b) Com que finalidade um tema como esse pode ter sido abordado na tirinha?
2. A personagem dá uma solução para resolver o problema da humanidade.
a) Qual a solução? A solução é que um asteroide caia no planeta Terra e destrua a humanidade. b) Que meio ela utiliza para se comunicar? Como o leitor pode inferir isso?
3. No último quadrinho, uma palavra explica a solução da personagem. a) Que palavra é essa? A palavra disque-asteroide b) Com que tipo de serviço o leitor pode fazer uma associação? Que efeito de sentido essa relação produz na tirinha?
O serviço de entrega em domicílio feito por deliveries que levam o pedido feito pelo telefone
4. O que há em comum entre a palavra disque-asteroide e as onomatopeias quanto à grafia?
São palavras que usam o hífen em suas grafias.
5. A palavra disque-asteroide é um substantivo composto por justaposição e precisa do uso do hífen. Esse substantivo é formado de verbo + substantivo Agora, leia as palavras do quadro formadas com essas classes gramaticais.
caça-fantasma beija-flor arco-íris fim de semana guarda-sol peixe-espada arranha-céu girassol passatempo paraquedas O que você observou quanto grafia desses substantivos compostos?
Espera-se que os estudantes infiram que há substantivos formados por verbos que se escrevem com o hífen e outros sem hífen.
Competência comunicativa
1. a) A ideia central do trecho é de que as manifestações artísticas em geral sempre trazem referências do lugar onde se originaram.
O texto didático que você leu no início deste capítulo tem como objetivo divulgar conhecimentos, informações e dados científicos de uma forma acessível, de modo que o leitor compreenda o conteúdo com facilidade.
E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E a) No caderno, elabore uma síntese sobre a ideia central apresentada nesse trecho.
1. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, devido às características apontadas anteriormente e, principalmente, pelo fato de o texto empregar uma linguagem adequada ao gênero e ao seu propósito comunicativo.
1. A seguir, releia o trecho que aborda as diferentes manifestações culturais existentes no Brasil.
Se considerarmos como exemplo a música sertaneja de raiz, encontramos nela elementos que remetem à vida no campo. Já o funk carioca fala da vida nas favelas, de onde ele surgiu. A literatura de cordel, por sua vez, trata de temas recorrentes ao sertanejo nordestino, enquanto os elementos da vida gaúcha tratam da vida dos povos que se estabeleceram no Sul do país, sob influência de alemães e argentinos.
b) Você teve dificuldade de entender as informações apresentadas nesse trecho? Por quê?
Respostas pessoais.
c) A finalidade do texto didático é ensinar algo. O texto didático analisado cumpriu seu propósito comunicativo? Justifique sua resposta.
2. O texto obedece à norma-padrão, isto é, procura seguir as prescrições da gramática normativa. a) Considerando a finalidade e o gênero textual, a obediência à norma-padrão está adequada? Explique sua resposta.
b) Em sua opinião, que conhecimentos o autor de um texto didático precisa ter para empregar a norma-padrão de modo a viabilizar sua comunicação?
3. A seguir, você vai ler o trecho de uma entrevista publicada em uma revista especializada em arte e cultura brasileiras com o quilombola Nêgo Bispo, em que ele aponta o que podemos aprender com a vida nos quilombos. Antes de fazer a leitura desse trecho, leia algumas informações a respeito dele no boxe a seguir.
Resposta pessoal.
SAIBA MAIS Nêgo Bispo. Fotografia de 2021.
Antônio Bispo dos Santos (1959-), conhecido como Nêgo Bispo nasceu no Vale do Rio Berlengas, antigo povoado Papagaio, atual município de Francinópolis (PI). É morador do Quilombo do Saco-Curtume (São João do Piauí, PI) e se dedica às questões quilombolas. É um dos criadores da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), da qual é diretor. Também é poeta e escritor, tendo escrito vários artigos e poemas e publicado os livros Quilombos modos e significados (2007) e Colonização Quilombos: modos e significações (2015).
2. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, já que o texto didático tem finalidade pedagógica e, por isso, espera-se um uso mais monitorado da língua a fim de conferir maior rigor à exposição. 117
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 117
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
Atividades de percepção das convenções da escrita, como pontuação, acentuação, regularidades ortográficas, elementos de textualidade e marcadores de oralidade.
MAUR ÍCIO PO KE MON
Atividade que tem por objetivo promover a expressão oral e desenvolver as habili-
PRODUÇÃO
Trabalho orientado de produção escrita, oral ou multimodal de um gênero textual, considerando as fases de planejamento, execução, revisão, avaliação e divulgação de um texto em diferentes mídias, suportes e contextos de produção.
LINGUAGENS EM CONEXÃO
Proposta de integração entre o tema principal do módulo e algum aspecto da área de Linguagens, da qual o componente curricular Língua Portuguesa faz parte, contribuindo com o aprofundamento da aprendizagem em diferentes linguagens.
QUEM É
PRODUÇÃO ESCRITA
Microrroteiro
1. a) Uma menina de 6 anos que observa rua através das grades de uma janela. Trata-se de um fato do cotidiano. 1. b) Resposta pessoal. Ainda que compreensão da cena seja pessoal, possível imaginar uma menina nas grades de uma janela, olhando com tristeza para rua, porque sua mãe não a deixa sair, por achar a rua perigosa.
Neste módulo, você leu textos de vários gêneros – poema, letra de rap microrroteiro, entre outros – que revelam histórias cenas do cotidiano que ampliam nosso olhar, despertam os sentidos e provocam reflexões sobre diversas questões sociais. Nesta seção, você vai escrever um microrroteiro a partir do seu olhar vivência sobre fatos e acontecimentos do cotidiano que, por alguma razão, chamam sua atenção. Com base neles, vai expressar sua forma de ver e entender o mundo que o cerca.
Escrevendo o microrroteiro
1 Escreva o microrroteiro inspirado nos fatos do cotidiano que você registrou ou em outro que observou/vivenciou.
2 Quais e como os elementos da narrativa – personagens, espaço e ação – aparecerão? Importante escreva frases curtas e um único parágrafo.
Revisando e reescrevendo o microrroteiro
94
Planejando o microrroteiro
1. c) A cena retratada provoca uma nova compreensão e reflexão sobre a situação, por exemplo, a violência e a falta de segurança que impedem as crianças de brincarem na rua, a solidão das pessoas nas cidades.
1 Nesta etapa, você vai apurar seu olhar para os acontecimentos do seu dia a dia e registrar, no caderno, algum acontecimento comum que, de algum modo, chamou sua atenção. Se prestar atenção ao seu entorno, verá que o tempo todo estão acontecendo histórias, fatos, acontecimentos. Assim, observe o que acontece no dia a dia da sua rua, do seu bairro, assim como no seu cotidiano escolar e familiar, que tenha achado engraçado, interessante, curioso, desagradável.
1. d) Personagens: menina e a mãe; ação: observando a rua através das grades da janela; espaço: em casa (ou no apartamento); tempo: à noite.
2 Reúna-se em grupo. Sentados em círculo (ou em semicírculo), conversem sobre os acon- tecimentos que registraram. Cada integrante do grupo deve falar um pouco sobre um acontecimento: qual o fato observou; por que esse fato chamou a atenção; se é um fato rotineiro ou nunca aconteceu; se rotineiro, por que isso acontece; como ele pode afetar sua vida, da família e/da comunidade; qual é o sentimento diante desse fato.
Analisando um microrroteiro
1 Leia o microrroteiro ao lado e comente com os colegas:
a) Que fato o texto retrata? É um fato do cotidiano ou extraordinário?
b) Como você imagina a cena ao ler esse microrroteiro?
c) O que essa cena nos leva a refletir sobre o cotidiano?
d) A cena narra uma breve história. Identifique seus elemen- tos – personagens, ação, espaço e tempo – no texto. e) Na linguagem do microrroteiro, as letras minúsculas e os sinais de pontuação foram usados de forma não usual. Na sua opinião, essa forma de usá-los prejudica a com- preensão do texto?
Exemplo de um microrroteiro projetado em uma parede de um prédio, ao lado da Praça das Artes, localizada no centro histórico da cidade de São Paulo (SP). Fotografia de 2014. Laura Guimarães
1. e) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes observem que, embora não estejam de acordo com norma-padrão, essa forma de usá-los não prejudica a compreensão do texto, de modo que a leitura flui a pontuação produz sentido.
097-POR-F2-2102-V8-M2- 24_AVU.indd 94
você vai conhecer um trabalho produzido pela cantora estadunidense Beyoncé (1981-) que se relaciona ao Afrofuturismo.
O Afrofuturismo tem relação estreita com a ficção científica e com as tecnologias, mas busca apresentar visões antirracistas para as narrativas que ocorrem no futuro. No Afrofuturismo, as pessoas negras são protagonistas e têm a possibilidade de imaginar novos destinos à população negra ou até mesmo de reelaborar o passado que tiveram, geralmente marcado por histórias de escravidão e preconceito. Com o filme Black is king Beyoncé uniu cinema, teatro, dança, música e artes visuais para criar uma adaptação para a famosa história de O Rei Leão Para a produção, a artista uniu referências visuais de diversas culturas africanas e afrodescendentes a aspectos e a características afrofuturistas, traçando, assim, novas narrativas e novas possibilidades de futuro a povos negros.
Dados biográficos resumidos sobre o autor do texto, o fotógrafo ou o artista.
O CONTEXTO DO TEXTO
Apresentação de informações fundamentais para a compreensão do contexto de produção de alguns dos textos.
SAIBA MAIS
Boxe com informações complementares ou curiosidades que ampliam a compreensão de algum tema ou conteúdo abordado no módulo.
VOCABULÁRIO
1 Faça dupla com um colega, troquem os textos entre si e aponte o que pode ser melhorado no texto dele com base nos critérios a seguir. O texto retrata um fato do cotidiano?
• É possível identificar o fato retratado? • Trata-se de um fato do cotidiano do autor? A cena descrita no texto possibilita a visualização pelo leitor?
• Os elementos da narrativa estão presentes?
A cena provoca as reflexões esperadas?
Troquem novamente os textos e conversem sobre as observações feitas por cada um.
Considerando a avaliação do colega, faça as adaptações que julgar necessárias.
Preparando e divulgando o microrroteiro
Digite o microrroteiro ou utilize a técnica de colagem das palavras e das letras, recortando-as e colando em um fundo de cor. Se possível, dê movimento às palavras, às letras, para enfatizar e dar sentido ao que diz. Siga as orientações mencionadas anteriormente e fornecidas pelo professor. Faça pelo menos duas cópias de cada texto para que sejam afixadas nos lugares, a serem indicados pelo professor.
3 Para dar mais visibilidade, os microrroteiros podem ser afixados em espaços públicos, como os lambe-lambes.
4 Combinem com o professor o dia em que irão colar os microrroteiros. Os microrroteiros também podem ser publicados em um blogue a ser criado para esse fim, de forma que outras pessoas possam visualizá-los e fazer comentários.
Avaliando e autoavaliando a atividade Em uma roda de conversa, exponha para os colegas as reflexões que você fez por meio da leitura dos microrroteiros deles. Comente também o que gostou e aprendeu realizando essa atividade.
King
1. Observe as imagens com atenção. Considerando os estudos deste módulo, quais reflexões elas geram em você?
2. Em sua opinião, quais características das imagens fazem com que elas sugiram um visual futurista?
3. Você acha
Lista de palavras e seus respectivos significados no contexto em que aparecem nos textos propostos.
LÍNGUA EM CENA
Propostas de pesquisa e atividades que proporcionam a ampliação do conhecimento linguístico.
PARA LER / ASSISTIR / ACESSAR / OUVIR / VISITAR
Sugestões de livros, textos, filmes, vídeos, sites, músicas e locais de visitação relacionados aos conteúdos apresentados.
Estudante, Este livro foi produzido para apoiar sua trajetória em busca do conhecimento e da aprendizagem. Cuide bem dele para que, ao final do ano, você possa devolvê-lo para a escola e ele possa ser utilizado por outro colega no ano seguinte.
Assim, não escreva nas páginas deste livro, pois todas as atividades foram pensadas para que sejam respondidas oralmente, por escrito no caderno ou produzidas em outros suportes.
Alguns cuidados adicionais também podem ajudar na conservação do livro: manuseá-lo com cuidado para não danificar suas páginas; não rasgar, arrancar ou recortar as folhas; e protegê-lo da chuva ou de situações que possam molhá-lo.
Com esses cuidados, seus estudos e os de outros colegas estarão garantidos!
Competências do módulo
Gerais: 1, 2, 3, 9
Linguagens: 1, 2, 5
Língua Portuguesa: 1, 3, 4, 5, 7, 9, 10
Arte: 1, 7
Habilidades da abertura
• EF69LP44
• EF69LP46
• EF69LP49
• EF89LP27
Temas Contemporâneos
Transversais
• Vida familiar e social
• Educação em Direitos Humanos
INTRODUÇÃO
Neste módulo, por meio dos textos que serão lidos nos dois capítulos, contemplam-se os Temas Contemporâneos
Transversais (TCTs) Vida familiar e social e Educação em Direitos Humanos . Nesse sentido, no eixo de leitura são trabalhados contos (de ficção e de ficção científica) e fanfic, que servem como disparadores de reflexões sobre diferentes visões de mundo e sobre a convivência entre as pessoas, a fim de promover o respeito e a construção de ambientes democráticos e inclusivos. O eixo de análise linguística/semiótica tem como foco orações sem sujeito, variações linguísticas socioculturais, distinção entre verbos transitivos e intransitivos e alguns usos de há e a. No eixo de produção textual, o trabalho enfoca a produção escrita de uma fanfic de ficção científica.
OBJETIVOS
• Reconhecer as características dos gêneros conto, conto de ficção científica e fanfic
• Compreender o conceito de oração sem sujeito.
• Identificar o emprego das variações linguísticas socioculturais.
DIFERENTES MUNDOS, DIFERENTES VISÕES
D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd
• Distinguir verbos transitivos de verbos intransitivos e revisar os complementos verbais (objeto direto e objeto indireto).
• Empregar adequadamente há e a, de acordo com o contexto de uso.
• Produzir fanfic de ficção científica.
• Conhecer as características e os objetivos do Afrofuturismo.
PROPOSIÇÕES
Em Imagem em foco, a imagem apresentada é um frame do curta-metragem Burn out , ilustrado e dirigido pela artista francesa Cécile Carre. No filme, o espaço e o Universo são utilizados como metáforas para as possibilidades e desejos que temos ao longo da vida, representando o desconhecido. O curta-metragem está disponível
FIQUE POR DENTRO
• Conto de ficção científica
• Fanfic
• Oração sem sujeito
• Variação sociocultural
• Conto
• Transitividade verbal e objeto
• Há e a: alguns usos
• Produção escrita: fanfic de ficção científica
• Afrofuturismo
REALIZAÇÃO
1. Essa proposta de descrição coletiva propicia aos estudantes o acesso a um maior número de detalhes que, sozinhos, poderiam ignorar. Assim, os estudantes são incentivados a criar interpretações e fazer inferências, unindo o que já conhecem com o que está explicitamente apresentado na imagem.
2. As respostas devem variar: alguns podem afirmar que olham bastante para o céu, gostam de observar as estrelas e têm interesse pelo campo da Astronomia; outros, ainda, podem dizer que não têm esse hábito. Promova uma conversa entre eles, incentivando a troca de saberes e pergunte se acham que o Universo gera interesse em muitas pessoas. Aproveite o momento para questioná-los sobre o que sentem quando observam o céu.
Observe a imagem e converse com os colegas e o professor sobre as perguntas a seguir.
1. O que você vê na imagem? Faça uma descrição coletiva com os colegas. Procure descrevê-la com a maior riqueza de detalhes possível.
Respostas pessoais.
2. Em que o casiões você costuma olhar para o céu, observar as estrelas e a lua? O que essa observação desperta em você?
Respostas pessoais.
3. Por que você acha que há tantas histórias de ficção científica ambientadas em outros planetas e mundos alternativos? Se você fosse escrever uma história de ficção científica, ou produzir um filme nesse gênero, onde ela se passaria? Por quê?
Respostas pessoais.
4. Conte aos colegas sobre algum livro, filme ou série que você conhece e que te fez refletir sobre a sociedade em que você vive. Vale mencionar histórias ficcionais e não ficcionais.
somente em inglês, no site da artista: https:// cecilecarre.myportfolio.com/burn-out (acesso em: 25 jun. 2022). Caso queira mostrá-lo aos estudantes, você pode fazer pausas para ajudá-los a compreender ou até mesmo convidar o professor de Língua Inglesa para um trabalho conjunto. Mesmo que os estudantes não assistam ao curta-metragem, você pode trabalhar a leitura de imagem com eles nesse mesmo sentido, propondo debates sobre o
que o espaço, o Universo e as narrativas de aventura e de ficção científica representam para eles e quais possibilidades de reflexão sugerem.
Por meio dessa reflexão inicial e da discussão a partir das perguntas propostas, os estudantes poderão se sensibilizar para os TCTs Vida familiar e social e Educação em Direitos Humanos, que permearão o trabalho deste módulo.
3. Verifique a familiaridade de todos com histórias de ficção científica. Caso seja necessário, dê alguns exemplos de filmes, livros ou séries desse gênero. Lembre-os de que um aspecto muito importante da ficção científica é a exploração do desconhecido, das possibilidades que o Universo apresenta ou, até mesmo, daquilo que o futuro, também desconhecido pelos humanos, apresenta. Aproveite para verificar por quais temas e assuntos eles se interessam mais e como relacionam a ficção científica com os próprios interesses, atitudes e valores.
4. Esta pergunta é importante para incentivar a leitura e a apreciação de produções literárias e audiovisuais, despertando a atenção para as reflexões que elas podem causar; por isso, pe ça aos estudantes qu e busquem conhecer as histórias indicadas pelos colegas.
BNCC
Habilidades do Capítulo 1
TEXTO
• EF89LP27
• EF89LP33
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP46
• EF89LP27
CONTO DE FICÇÃO CIENTÍFICA CAPÍTULO1
• EF89LP32
• EF89LP33
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP32
• EF69LP38
• EF69LP44
• EF69LP47
• EF69LP53
• EF89LP32
• EF08LP14
• EF08LP15
• EF08LP16
TEXTOS EM DIÁLOGO
• EF69LP44
• EF69LP45
• EF69LP46
• EF69LP47
• EF69LP49
• EF89LP27
• EF89LP32
• EF89LP33
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP02
• EF69LP03
• EF69LP04
• EF69LP15
• EF69LP44
• EF69LP56
• EF89LP27
• EF08LP06
LINGUAGEM E SENTIDOS
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP29
• EF69LP47
• EF69LP55
• EF69LP56
PROPOSIÇÕES
A ficção científica é um subgênero literário da ficção em prosa, porém, além de apresentar os elementos próprios da narrativa, articula uma ponte entre a realidade (a tecnologia e as ciências) e um mundo imaginário. Nessas obras, as ciências costumam extrapolar as conquistas reais, atuais. Por isso, seus autores devem estar sempre atentos para se adaptar aos novos desenvolvimentos científicos para superá-los por meio da ficção. Dois escritores disputam o título da paternidade desse gênero: Júlio Verne (1828-1905), autor de Vinte mil léguas submarinas , Viagem ao centro da Terra, Da Terra à Lua; e a inglesa Mary Shelley (1797-1851), com seu romance Frankenstein, no qual põe em discussão a ética da ciência.
QUEM É O AUTOR
André Carneiro (1922-2014) foi um escritor paulista que, ao longo da vida, escreveu contos, romances e poemas. Foi premiado diversas vezes por suas obras, que foram traduzidas para outros idiomas, como espanhol, francês e inglês. Além da escrita literária, envolveu-se com o cinema e as artes visuais.
A curiosidade do ser humano a respeito do espaço e de tudo o que está além da órbita terrestre vem de longas datas. Ao observar o céu, especialmente à noite, é possível ver a olho nu alguns astros, como planetas e estrelas. Isso motivou a humanidade a estudar e pesquisar os enigmas do Universo e instigou a imaginação de muitos escritores a escrever histórias de ficção científica.
O texto que você vai ler, um conto de ficção científica, trata de questionamentos que fazem parte do nosso imaginário e para os quais a ciência ainda não tem uma resposta exata: Será que há vida inteligente em outros planetas? Se existe, será que são seres semelhantes aos humanos? Será que, nesse imenso Universo, a única espécie dotada de inteligência é a dos seres humanos? O que você acha? Compartilhe suas hipóteses com os colegas e ouça as deles.
TEXTO
Planetas habitados
— Olhe como são bonitas, milhares de estrelas…
— E quase todas devem ser rodeadas de planetas como o nosso, habitados, provavelmente…
— Custa-me acreditar…
— Os cientistas dizem que há milhões, talvez trilhões de planetas, só nas galáxias mais próximas. A vida existiria como aqui.
— Devo ter pouca imaginação. Acho difícil visualizar planetas habitados, com seres iguais a nós, vivendo como nós.
— Por que “iguais e vivendo como nós”? É pretensão injustificável deduzir que só animais semelhantes tenham desenvolvido inteligência. E os objetos de forma arredondada, vistos em nossa órbita? Muita gente os vê a olho nu.
— Não seriam pessoas sugestionáveis ou com defeitos na vista? Li num artigo: essas aparições são fenômenos naturais pouco estudados, ou máquinas voadoras feitas aqui mesmo, em experiências secretas.
— Talvez, em parte. Mas já há uma boa documentação e não vejo motivo de espanto em supor que outros planetas do nosso sistema sejam habitados.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Antes de solicitar a leitura do texto, sugere-se que realize com os estudantes uma atividade de motivação para a leitura, de modo que eles estabeleçam aproximações com o tema do texto que será lido, respondendo a uma questão e/ou posicionando-se sobre o tema evocado no conto. Para iniciar a atividade, questione e comente
com os estudantes: Existe vida inteligente em outros planetas? Ao longo dos anos, muitas pessoas já fizeram essa pergunta, mas, até hoje, ninguém chegou a uma resposta convincente. Não faltam, porém, pessoas que afirmam ter certeza de que extraterrestres já estão entre nós.
Em seguida, compartilhe com eles a história de Travis Walton, que afirma ter sido abduzido por alienígenas no dia 5 de
— Mas os seres que comandam ou pilotam essas naves espaciais, por que não pousam e entram em contato?
— Não passa de orgulho gratuito pensar que habitantes de outros planetas estejam interessados em dialogar conosco. Esses engenhos talvez sejam minúsculos, comandados a distância. Estarão apenas nos estudando com seus aparelhos? E é bem possível que eles sejam tão diferentes de nós que não haja uma possibilidade de entendimento imediato.
— Falariam línguas impossíveis de se aprender? Quem sabe emitam ruídos, ou comuniquem-se por gestos…
— Nossos cientistas acabariam descobrindo a chave. Ou eles, mais inteligentes, nos ajudariam a compreendê-la.
— Aquela estrela brilhante não é um planeta?
— É. Ali há condições para a vida. Talvez primitiva e diversa da nossa, pois sua temperatura é extraordinariamente alta.
— Escrevem muitas histórias sobre aquele planeta. Costumam inventar seus habitantes como sendo monstros destruidores, interessados em conquistar a galáxia…
— Histórias e hipóteses… Quem sabe eles têm mesmo duas antenas na cabeça, um olho atrás, outro na frente, quatro braços e seis patas.
— Seria engraçado se fosse assim.
— Por quê?
— Pior se tivessem dois braços, um par de olhos em cima do nariz…
— Seu conceito de beleza é muito exclusivista.
— Gente normal como nós poderia se entender com monstros pavorosos?
— Fique tranquilo. É provável que eles só existam nas histórias. E descobriram que lá a atmosfera é oxigênio puro. De mais a mais, o terceiro planeta possui só um terço de matéria sólida. O resto é uma substância líquida onde a vida é improvável.
— Esta conversa me abala os nervos. Imaginar monstros pernaltas, com dois olhos na frente. Toque aqui a antena.
— Adeus. Não pense mais no assunto. E saia com cuidado para não incomodar as crianças. Seis patas fazem muito barulho…
CARNEIRO, André. Planetas habitados. In: CAUSO, Roberto de Sousa (org.). Histórias de ficção científica. São Paulo: Ática, 2005. p. 27-30. (Para gostar de ler, 38).
VOCABULÁRIO
Pretensão: comportamento de quem acredita ser superior, vaidade exagerada.
Engenhos: máquinas, aparelhos.
Pernaltas: aqueles que têm pernas altas, extensas.
novembro de 1975; esse caso já foi contado em documentários que abordam o assunto. Leia uma síntese a seguir.
A abdução de Travis Walton
[...] Naquele dia, ele e outros seis homens estavam trabalhando na Floresta Nacional de Sitgreaves no Arizona, Estados Unidos. Já perto do momento de ir embora do local, eles viram uma luz brilhante do lado direito de onde estavam; ao se aproximarem,
encontraram uma forma de disco voador brilhante, que flutuava a cerca de 6 m acima de uma clareira próxima — e Walton diz que decidiu ir, pessoalmente, conferir o que era.
Ele descreve que, conforme se aproximava do objeto, foi atingido por uma descarga elétrica vinda da nave, que o levou para o interior da estrutura. Walton ficou desaparecido após o ocorrido, e foi encontrado somente cinco dias depois do incidente. [...]
CASSITA, Danielle. 7 relatos de abduções, avistamentos de ETs e OVNIs que você precisa conhecer. Canaltech, [s. l.], 21 ago. 2021. Disponível em: https://canaltech. com.br/espaco/7-relatos-deabducoes-avistamentos-deets-e-ovnis-que-voce-precisaconhecer-193279/. Acesso em: 26 jun. 2022.
Após ler o caso, incentive os estudantes a se posicionar e a apresentar argumentos, exemplos e outros casos que conheçam. Pergunte: Vocês acreditam nesse depoimento?
Acham que é verdade ou imaginação? Segundo os astrônomos, com a quantidade de galáxias, de planetas e de estrelas em cada uma, a probabilidade de vida fora da Terra é muito grande. O que pensam disso? Vocês conhecem alguma história ou já leram alguma notícia de alguém que teria visto um extraterrestre ou teria sido abduzido como Travis? Compartilhem com os colegas.
REALIZAÇÃO
Sugere-se que a leitura do conto, um diálogo entre dois personagens, seja realizada por dois estudantes, de modo que cada um assuma o papel de um dos falantes. Como o conto se constrói visando surpreender o leitor nas últimas falas, os estudantes não precisam ler antes.
O léxico do conto de ficção científica é uma característica específica desse gênero. Procure tirar as dúvidas que surgirem, oriente-os a consultar o boxe Vocabulário e a estabelecer relação do termo com alguma referência da realidade.
TAMIRIS6/SHUTTERSTOCK.COMPROPOSIÇÕES
As atividades de Conversando sobre o texto propiciam o trabalho de inferência, em que é possível acionar os conhecimentos prévios dos estudantes e verificar as hipóteses que eles têm a respeito do texto lido. Se possível, organize a turma em duplas para que possam realizar as atividades de modo colaborativo.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. In centive os estudantes a compartilhar suas opiniões a respeito da recepção do texto e a comentar eventuais relações que traçaram com filmes e séries a que assistiram ou a outras obras artísticas e/ou literárias (músicas, poemas, contos etc.).
2. Comente que as imagens que costumamos ter de uma eventual vida extraterrestre, composta de seres intelectualmente superiores que, de alguma forma, visitem, vigiem e façam contato com os humanos é uma realidade criada, em grande parte, pela indústria cinematográfica e televisiva.
3. Comente que os alienígenas são protagonistas de muitas produções na TV e no cinema e que esse tema costuma despertar o interesse de muitas pessoas – algumas das quais acreditam que esses seres extraterrestres são reais e estão o tempo todo tentando se comunicar com o ser humano. Por isso, esse é um nicho bastante vasto no campo da ficção especulativa (ou seja, que especula sobre contextos que diferem do que apreendemos como realidade).
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. O que você achou do conto? Ele remeteu você a alguma outra obra artística ou literária, como um filme, uma série ou mesmo outro conto que conheça? Em caso positivo, comente. Respostas pessoais.
2. Você acredita que um diálogo como o apresentado no conto “Planetas habitados” pode estar acontecendo neste momento em algum lugar? Por quê? Respostas pessoais.
3. Em que outras manifestações artísticas você já viu a referência à vida em outros planetas? Resposta pessoal.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
1. O fato de as personagens não serem humanos (isso é evidenciado nas duas últimas falas, em que são mencionados o cumprimento por toque de antenas e o andar sobre seis patas), o que quebra a expectativa que vinha sendo construída do início até quase o final da história.
2. b) Os conhecimentos científicos e tecnológicos que os seres humanos dispõem não permitem responder com precisão a essa questão: ainda são necessárias mais pesquisas, assim como é necessário o desenvolvimento de novas tecnologias para investigarmos se há vida em outros planetas.
1. No conto, a história surge como o flagrante de uma cena em que duas personagens conversam. Inicialmente, lê-se uma conversa que pode ser vista como corriqueira, mas que acaba surpreendendo o leitor no final. Que aspecto torna esse diálogo surpreendente? Por quê?
2. Esse conto levanta um questionamento para o qual ainda não há uma resposta baseada em conhecimentos científicos consolidados.
a) Que questionamento é esse?
O questionamento é se há vida inteligente em outros planetas.
b) Por que ainda não existe uma resposta precisa para esse questionamento?
c) E você, como responderia a esse questionamento? Resposta pessoal.
3. Leia as afirmações a seguir e transcreva, no caderno, quais delas descrevem adequadamente o posicionamento das personagens do conto em relação à existência de vida em outros planetas. Alternativas A e B.
A. A personagem que inicia o diálogo não acredita que haja seres semelhantes a ela, ou seja, que haja vida inteligente em outros planetas.
B. Uma das personagens considera possível a existência de conhecimentos e tecnologias mais avançadas em outros planetas.
C. Uma das personagens, mesmo achando que é possível a existência de vida inteligente em outros planetas, discorda da outra.
D. Ambas as personagens consideram impossível a existência de vida inteligente em outros planetas.
4. O que a discordância entre as personagens do conto revela sobre a forma de ver e entender o mesmo assunto ou crença?
Mesmo para os questionamentos com uma resposta tida como cientificamente verdadeira, pode haver diferentes interpretações e crenças que reforçam determinadas ideias, produzindo diferentes pontos de vista.
PROPOSIÇÕES
Antes de Texto e contexto, verifique se os estudantes compreenderam que o gênero conto de ficção científica apresenta uma história que une ficção e ciência, baseando-se em situações que se desenvolvem com lógica e explicações científicas, mesmo quando mostram situações que ainda não
existem na realidade atual, apresentando uma visão futurística sobre os avanços tecnológicos e o futuro do ser humano. Além disso, a sequência textual predominante é narrativa e o texto frequentemente incentiva a reflexão do leitor sobre as práticas dos seres humanos e as consequências de suas ações no futuro.
5. a) A temperatura “extraordinariamente alta”, a atmosfera composta de “oxigênio puro”, a superfície majoritariamente coberta de água e a existência de vida na água (“substância líquida onde a vida é improvável”).
5. No texto, algumas características consideradas essenciais para as condições de vida no nosso planeta são tidas como improváveis para as personagens.
a) Que condições de vida do planeta Terra são consideradas estranhas para as personagens?
b) Que características físicas do ser humano são tidas como “anormais” pelas personagens?
Ter dois braços, duas pernas, dois olhos acima do nariz.
6. A descrição da figura dos alienígenas pareceu assustadora a uma das personagens. Explique por que essa personagem pensa assim.
Porque a descrição traz características muito diferentes das delas – e, consequentemente, do que elas consideram “normal”.
7. Embora o diálogo apresentado em “Planetas habitados” seja entre seres de outro planeta, algumas ideias deles são semelhantes a ideias que formam o nosso senso comum.
4. Comente que todos podem dar opinião para exercer sua liberdade de expressar um ponto de vista acerca de algo.
5. Oriente e apoie os estudantes na localização, no texto, das características essenciais para as condições de vida no nosso planeta e consideradas improváveis para as personagens.
a) Identifique duas dessas ideias.
7. a) Sugestões de resposta: A ideia de que as pessoas que acreditam em seres extraterrestres são sugestionáveis; a ideia de que os objetos arredondados avistados no céu podem ser tanto naves de outros planetas quanto satélites artificiais, balões atmosféricos etc.; a ideia de que os extraterrestres são “monstros” perigosos, “destruidores” e “interessados em conquistar a galáxia”.
b) Com que finalidade é estabelecida a relação de semelhança entre o mundo da história (ficcional) e o nosso mundo (real)?
8. Releia o trecho a seguir.
Com a finalidade de aproximar o leitor da história, levando-o a aceitar o que é narrado – o ficcional – como real naquele contexto, ou seja, verossímil. Dessa forma, torna-se possível a quebra de expectativa ao final da história.
— Escrevem muitas histórias sobre aquele planeta. Costumam inventar seus habitantes como sendo monstros destruidores, interessados em conquistar a galáxia…
• Que associação você identifica entre essa descrição e a visão que as personagens têm dos “alienígenas”?
9. Releia o trecho.
A ideia de monstros destruidores e que querem conquistar outros mundos é coerente com a visão que as personagens têm dos alienígenas, vistos como seres inferiores e estranhos, que, por viverem num planeta de condições consideradas inóspitas por elas (atmosfera de oxigênio puro, com pouca matéria sólida – terra – e com dois terços da superfície coberta por um líquido “onde a vida é improvável”), quereriam conquistar outros planetas com condições “mais favoráveis”.
— Fique tranquilo. É provável que eles só existam nas histórias. E descobriram que lá a atmosfera é oxigênio puro. De mais a mais, o terceiro planeta possui só um terço de matéria sólida. O resto é uma substância líquida onde a vida é improvável.
• Com base nesse comentário, o que se pode concluir a respeito dessas personagens e do planeta em que vivem?
6. Converse com os estudantes sobre as diferentes crenças e culturas e a existência de diversas opiniões e/ou entendimentos sobre um mesmo assunto entre as várias sociedades humanas: o que é considerado “normal” para um povo pode não ser considerado normal para outro.
10. No conto “Planetas habitados”, seres alienígenas conversam sobre a possibilidade de vida em outros planetas, inclusive na Terra. Que reflexões o conto promove acerca da visão dos terráqueos sobre a existência de vida em outros planetas?
É possível que as personagens não precisem de oxigênio nem de água para viver e que o planeta seja uma grande massa sólida (de terra ou pedras). O conto de ficção científica é um gênero textual literário que une ficção e ciência com o objetivo não só de entreter o leitor, mas também de promover uma reflexão de como os desdobramentos dos avanços científicos podem beneficiar (ou ameaçar) a humanidade. Nesses textos, a ciência e a tecnologia, em geral, extrapolam as conquistas reais e atuais do campo científico.
10. Reflexões como pensarmos que somos seres únicos no Universo – e, caso não sejamos únicos, que seríamos seres superiores; que as características de alguns planetas representam impossibilidade para desenvolvimento de vida; que os extraterrestres não teriam interesse em manter contato com os humanos. 17 D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd 17
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. Seria interessante retomar o texto e enfatizar as duas últimas falas com os estudantes para que percebam a quebra de expectativa.
2. a) e 2. b) Comente que há vários anos a busca por extraterrestres mobiliza a ciência, a ficção e a crença popular. Reitere que não há indícios científicos que sustentem que
exista vida inteligente além do planeta Terra; por enquanto, são só especulações e ficção.
2. c) Permita aos estudantes que se manifestem e avalie se os argumentos usados nas respostas estão relacionados apenas a conjecturas em relação à vida inteligente fora do planeta Terra.
3. Certifique-se de que os estudantes percebem a discordância entre as personagens.
7. e 8. Comente que, na literatura, especialmente nos textos de ficção científica, os fatos não são necessariamente verdadeiros, mas devem ser verossímeis. A palavra verossimilhança contém dois radicais: vero -, que significa “verdadeiro”, “real”; e símil -, “semelhante”, “parecido”. Ainda que inventados, os elementos imaginários precisam ser verossímeis, ou seja, precisam ser entendidos como verdade no contexto da história construída.
9. e 10. Leve-os a refletir sobre a importância dos avanços tecnológicos e das pesquisas científicas quanto à possibilidade de descobrir vida em planetas com condições naturais adversas para os seres humanos, mas possíveis para outros seres.
PROPOSIÇÕES
Sugere-se acompanhar de perto o trabalho dos estudantes na realização das atividades de Composição e linguagem. Aproveite para reler o texto e avaliar os conhecimentos dos estudantes a respeito dos efeitos de sentido produzidos pelos elementos que o compõem. Se considerar produtivo, realize as atividades em duplas de estudantes, de modo que eles possam compartilhar suas compreensões de leitura uns com os outros e experimentar modos colaborativos no processo de aprendizado.
Se julgar interessante, comente os discursos direto e indireto. O discurso direto é a transcrição exata da fala das personagens e pode ser introduzido por verbos de elocução, como dizer, perguntar, responder Já no discurso indireto, o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.
Chame a atenção para algumas características da linguagem nos contos de ficção científica: linguagem verbal que desperte suspense no leitor; substantivos que remetem ao universo da ficção científica; verbos no tempo pretérito na narração e no tempo presente em falas de personagens; expressões que enfatizem o clima ficcional; aspas para citar o discurso do outro; dois-pontos e travessão nos discursos diretos; reticências para enfatizar o suspense; advérbios e locuções adverbiais de tempo e lugar; pronomes e verbos na 1a pessoa (narrador-personagem) ou na 3a pessoa (narrador-observador ou onisciente), de acordo com o foco narrativo escolhido.
1. a) Leva o leitor ao papel de observador da cena, como se estivesse presente no local, olhando para as personagens independentemente da interpretação de um narrador para assimilar a história.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que isso não compromete a compreensão; no diálogo sem intervenção de um narrador, o discurso é direto, de modo que as falas das personagens são entregues diretamente ao leitor.
1. No conto, a história desenvolve-se por meio do diálogo entre as personagens.
a) Que efeito de sentido a ausência da voz de um narrador produz no leitor?
b) Em sua opinião, a ausência de narrador compromete a compreensão do leitor? Justifique.
2. No caderno, relacione a coluna da esquerda, que indica de que partes é composta a sequência de falas, com a da direita, que traz trechos do conto que exemplificam essa composição.
A: item II; B: item III; C: item I
A. Abertura: introdução do diálogo.
B. Corpo do texto: desenvolvimento do diálogo sobre o assunto.
C. Encerramento: marcado por uma despedida.
I. — Adeus. Não pense mais no assunto. […]
II. — Olhe como são bonitas, milhares de estrelas…
III. — E quase todas devem ser rodeadas de planetas como o nosso, habitados, provavelmente…
3. b) Sugere que estão em um momento de relaxamento, no qual contemplam o céu e as estrelas e especulam sobre o que veem.
3. Ainda que o conto não forneça elementos do desenvolvimento da narrativa, é possível o leitor inferi-los.
a) Com base no seu repertório, em que momento do dia e em qual espaço você acha que ocorre o diálogo? Justifique.
b) O que a primeira fala da primeira personagem sugere quanto ao estado de espírito das personagens nesse momento inicial do conto?
3. a) Considerando o contexto de vivência na Terra, os estudantes podem inferir que o diálogo ocorre à noite e, possivelmente, em uma varanda, diante de uma janela ou ao ar livre. Na primeira fala do diálogo, uma das personagens fala das estrelas, que, na Terra, são vistas à noite (com exceção do Sol), e de um lugar que vislumbre o céu.
c) Qual é a importância da primeira fala da segunda personagem para a construção da narrativa?
A fala promove a quebra do estado de equilíbrio verificada na abertura do conto, pois a personagem formula uma hipótese que inicia o desenrolar de uma conversa sobre vida em
4. O conto é construído em torno de um único conflito.
outros planetas.
a) Há um comentário que quebra o tom inicial do diálogo e provoca uma discordância entre as personagens. Qual é essa discordância?
A impossibilidade de que possam existir seres iguais a elas em outros planetas.
b) Em que momento ocorre? Justifique sua resposta indicando a fala em que se evidencia a discordância.
pretensão injustificável deduzir que só animais semelhantes tenham desenvolvido inteligência. […]”.
Ao ler as duas últimas falas do diálogo. Nelas, as personagens se descrevem como seres que possuem antena e seis patas, evidenciando a aflição de ter contato com
5. No desfecho do conto, o leitor é surpreendido pela revelação de quem são as personagens. Como o leitor fica sabendo?
6. Para ajudar a construir o cenário e o contexto da história, o autor selecionou um vocabulário relacionado ao universo do tema abordado, criando coerência.
seres “pernaltas,
a) Dê exemplos de termos desse campo semântico.
Logo após a abertura do diálogo: “— Por que ‘iguais e vivendo como nós’? É Campo semântico é o conjunto de palavras e expressões que se aproximam por apresentarem significados semelhantes ou cujos sentidos remetem a um mesmo universo.
b) Se fossem utilizadas palavras de um campo semântico distante do universo do tema abordado, que sensação isso causaria no leitor?
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
1. Pergunte aos estudantes se conseguem identificar o narrador no conto. Reforce que, no conto lido, não há um narrador, as falas são reproduzidas da maneira como as personagens falam e há o uso de travessões para identificar e separar as falas de cada personagem. Como não há
6. b) Causaria um estranhamento, uma quebra, que faria o leitor duvidar daquilo que se espera que ele aceite como possível na história, o que comprometeria a verossimilhança.
narrador para introduzir as falas, não há necessidade de empregar os dois-pontos ou verbos de elocução.
2. Ajude os estudantes a compreender a organização na sequência das falas do conto: abertura, corpo do texto e encerramento.
3. Oriente-os a identificar e a analisar as referências explícitas e implícitas presentes nas falas das personagens.
6. a) Estrelas, planetas, cientistas, galáxias, máquinas voadoras, engenhos, experiências secretas, naves espaciais, atmosfera, oxigênio com dois olhos na frente”, como os humanos.7. Ao se expressar por meio da fala, os gestos, a entonação, o tom de voz e as pausas ajudam a dar sentido ao que está sendo dito. Na escrita, os sinais de pontuação são usados para representar recursos próprios da fala. Releia em voz alta o trecho a seguir.
— Escrevem muitas histórias sobre aquele planeta. Costumam inventar seus habitantes como sendo monstros destruidores, interessados em conquistar a galáxia…
— Histórias e hipóteses… Quem sabe eles têm mesmo duas antenas na cabeça, um olho atrás, outro na frente, quatro braços e seis patas.
a) Transcreva no caderno a alternativa que indica o motivo pelo qual as reticências foram utilizadas na primeira fala
Alternativa A .
A. Indica a interrupção da fala pela outra personagem.
B. Revela desconhecimento da personagem acerca do que fala.
C. Evidencia o prolongamento da fala da personagem.
D. Não tem mais nada a acrescentar.
7. b) Não. Na segunda fala, as reticências entre as falas da mesma personagem dão a entender que há uma breve pausa para organização do pensamento. Além disso, elas imprimem um certo tom de ironia.
b) Na segunda fala, as reticências são usadas pelo mesmo motivo que na primeira? Justifique.
c) Qual é a importância do uso desse sinal de pontuação em um conto que se constrói exclusivamente com diálogo?
As reticências garantem a preservação de elementos da oralidade, como prolongamento da fala, interrupção e reorganização do raciocínio, além de criar efeito de ironia.
8. No conto, não há explicações ou demarcações que permitam ao leitor saber qual dos interlocutores está falando. Como é possível identificar a fala de cada um e entender a progressão da conversa?
Pela alternância das falas, marcadas pelo travessão, e pelos diferentes posicionamentos que os personagens têm sobre o que conversam.
9. Ao longo do diálogo, as personagens usam variados termos para se referirem às naves dos seres de outros planetas. Releia o trecho a seguir em voz alta.
7. Explique que os sinais de pontuação, no caso as reticências, são recursos gráficos que colaboram para a construção dos sentidos do texto escrito.
8. Comente com os estudantes que, no discurso direto, as falas são, geralmente, antecedidas pelo travessão. Esse sinal de pontuação indica o início da fala de uma personagem, a mudança de interlocutores e a mudança para o narrador, pelo uso de um verbo de elocução.
9. b) O primeiro, objetos de forma arredondada e engenhos, que sugerem generalização, enfatizando a ideia de que esses veículos são algo qualquer que transita no espaço e de difícil distinção entre os demais objetos que se encontram ali.
— […] E os objetos de forma arredondada, vistos em nossa órbita? Muita gente os vê a olho nu.
— Não seriam pessoas sugestionáveis ou com defeitos na vista? Li num artigo: essas aparições são fenômenos naturais pouco estudados, ou máquinas voadoras feitas aqui mesmo, em experiências secretas.
— Mas os seres que comandam ou pilotam essas naves espaciais, por que não pousam e entram em contato?
— Não passa de orgulho gratuito pensar que habitantes de outros planetas estejam interessados em dialogar conosco. Esses engenhos talvez sejam minúsculos, comandados a distância.
a) No trecho, o termo em destaque refere-se aos veículos usados por seres alienígenas. Que outros termos são empregados com a mesma função?
Os termos aparições, máquinas voadoras, naves espaciais e engenhos
b) Embora se refiram ao mesmo objeto, esses termos transmitem valores semânticos diferentes. Qual(is) dele(s) produz(em) efeito de ironizar e desvalorizar esses veículos?
c) E os demais termos, possuem o mesmo valor semântico, em sua opinião?
9. c) Espera-se que os estudantes infiram que máquinas voadoras e naves espaciais também não possuem o mesmo valor semântico. O primeiro termo destaca apenas o fato de ser uma máquina; o segundo destaca o tipo de veículo e sua especificidade.
4. Comente que o conflito de um conto é desenvolvido de forma a atingir um ponto máximo de tensão, que consiste no clímax. Se julgar pertinente, retome o conceito de clímax narrativo, que nem sempre é cercado de tensão, perigos etc.; entretanto, deve ser um acontecimento inevitável em função do desenrolar do conflito.
5. Se necessário, oriente os estudantes a reler as duas últimas falas do diálogo para que infiram a resposta.
6. Essa atividade tem como objetivo levar os estudantes à reflexão acerca de como o uso de campos semânticos colabora para a composição do texto.
9. Os estudantes devem refletir acerca dos aspectos funcionais da utilização da língua e dos efeitos de sentido produzidos pela escolha de nomes e expressões usados para referir-se a elementos já citados anteriormente, e os diferentes valores semânticos que podem ser atribuídos a essas escolhas. Comente que esse recurso linguístico é um dos responsáveis pela coesão e coerência nos textos.
POR QUE você lê ficção científica?
2018. Vídeo (3min29s). Publicado pelo canal Editora Aleph. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=7BSClkOnLws. Acesso em: 14 jun. 2022.
O vídeo pode ser assistido junto com a turma. Durante a 25a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 2018, alguns leitores e escritores de sci-fi (ficção científica) responderam a seguinte pergunta: “Por que você lê ficção científica?”. As justificativas foram as mais variadas e bastante interessantes.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
10. Explique que os recursos de coesão referencial são usados para estabelecer relações entre palavras e expressões em um texto, permitindo que o leitor identifique os termos aos quais se referem.
11. Oriente os grupos no momento de realização das pesquisas e reforce a necessidade de que avaliem a confiabilidade das fontes consultadas, organizando e confrontando dados, de modo a detectar eventuais divergências. Com as pesquisas prontas e os dados organizados, combine o dia para a apresentação dos estudantes e delimite um tempo para cada grupo – peça-lhes que considerem esse tempo ao planejar a comunicação. Ao final, a turma pode discutir as diferentes descobertas trazidas pelos grupos.
ARTICULAÇÃO COM HISTÓRIA
Sugere-se trabalhar de modo colaborativo com a disciplina de História, como antecipação do trabalho com a habilidade EF09HI28. Proponha aos estudantes a produção de uma linha do tempo digital, contendo os principais eventos que ocorreram durante a corrida espacial. Para a criação da linha do tempo digital, os estudantes podem pesquisar em sites de busca da internet ferramentas para a elaboração de linhas do tempo on-line Muitas dessas plataformas são de fácil manuseio e possibilitam fazer o uso de vídeos. Essa atividade ajudará os estudantes na compreensão do relacionamento entre o desenvolvimento tecnológico e os interesses econômicos e políticos.
Se possível, poste o resultado da linha do tempo no site
10. Os termos identificados na atividade anterior são considerados recursos de coesão referencial e têm uma função no texto. Transcreva no caderno a(s) alternativa(s) que explica(m) qual é essa função
Alternativas A e C
A. Evitar a repetição indesejada de palavras.
B. Ajudar a compreender a ordem de acontecimento das ações narradas.
C. Ajudar o leitor a resgatar, durante a leitura, o assunto que está sendo abordado.
D. Produzir efeitos de impessoalidade, evitando o uso de termos técnicos.
PARA ACESSAR
Guerra Fria: a guerra ideológica entre duas potências. Disponível em: https:// www.politize. com.br/guerrafria/. Acesso em: 17 maio 2022.
O texto apresenta informações e dados históricos e políticos que detalham o decorrer da Guerra Fria, desde os antecedentes até as consequências desse conflito.
11. A Guerra Fria, conflito político-ideológico que dividiu o mundo entre duas potências – Estados Unidos e União Soviética –, durante os anos de 1947 a 1991, acabou sendo também uma disputa no âmbito científico. A corrida espacial foi resultado dessa disputa: as duas nações incentivaram a educação e promoveram o desenvolvimento científico, possibilitando as expedições tripuladas ao espaço, como a expedição que levou o homem à Lua. Qual é a importância dessas pesquisas? Será que essas expedições só buscam vida em outros planetas? Qual é a importância das expedições para a ciência? Quais benefícios elas podem trazer para a humanidade?
• Reúna-se com mais alguns colegas. Juntos, pesquisem na internet quais produtos do nosso cotidiano e conhecimentos científicos foram gerados a partir dessas expedições espaciais.
• Façam uma relação dos produtos que foram desenvolvidos para as missões espaciais e que foram incorporados pela sociedade nas mais diversas áreas. Lembrem-se de avaliar a relevância das fontes consultadas.
• Em seguida, preparem uma comunicação para compartilhar as descobertas com a turma.
• Selecionem imagens e/ou vídeos para apoiar a apresentação e façam anotações que ajudem a guiar a fala de vocês.
11. Respostas pessoais. Leia orientações no Manual do Professor.
Os contos de ficção científica, em geral, apresentam um único conflito central e poucos personagens. Quanto ao espaço e ao tempo, podem ser reduzidos, como nos contos em geral, ou ampliados – por causa da possibilidade que essas histórias trazem de explorar, por exemplo, múltiplas dimensões espaço-temporais. No conto lido, o enredo é construído em uma sequência dialógica, e por meio desse diálogo, surgem os demais elementos, como conflito, personagens, espaço e tempo. A linguagem é utilizada de modo a aproximar o leitor do contexto de tecnologia e de ciência, por meio do uso de termos e de expressões que o fazem ingressar nesse universo.
da escola, no blogue da turma ou em alguma página relacionada com a instituição para que toda a comunidade escolar tenha acesso ao resultado do trabalho.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Produção de diálogo
Para trabalhar a linguagem nas narrativas de ficção científica de modo lúdico, peça aos estudantes que, em duplas, criem um diálogo
entre dois idosos (que estejam vivendo 50 anos no futuro), fazendo uma relação entre os costumes do presente e do passado. Na data marcada, peça a cada dupla que apresente seu diálogo, de preferência encenando-o. Para finalizar, converse sobre as obras que os inspiraram a criar cenas, convenções, hábitos etc. do futuro imaginado.
Conto de ficção científica e fanfic
Do que você é fã? Quais filmes, séries, personagens e personalidades você costuma acompanhar com mais atenção? Observe os cartazes de filmes a seguir.
Cartaz do filme Uncharted –Fora do mapa, dirigido por Ruben Fleischer (Estados Unidos, 2022).
Cartaz do filme Vingadores: Guerra Infinita, dirigido por Joe Russo e Anthony Russo (Estados Unidos, 2018).
REALIZAÇÃO
Textos em diálogo
Faça um levantamento dos conhecimentos dos estudantes acerca do gênero textual fanfic, permitindo que realizem inferências, deduções, levantem hipóteses e desenvolvam procedimentos de leitura antecipatória.
Cartaz do filme Interestelar, dirigido por Christopher Nolan (Estados Unidos, 2014).
Cartaz do filme A culpa é das estrelas, dirigido por Josh Boone (Estados Unidos, 2014).
Você já assistiu a algum desses filmes? Em caso positivo, gostaria de mudar o final de algum que não gostou ou mesmo o desfecho de alguma personagem? Já imaginou fazer parte de alguma dessas histórias ou de outras de que goste? Respostas pessoais.
Se você fosse escrever uma história, qual personagem você colocaria como protagonista? Você sabe o que é fanfic? Respostas pessoais.
Fanfic é a abreviação da palavra inglesa fanfiction – em tradução literal para a língua portuguesa, uma “ficção de fã”. Ou seja, são textos criados por fãs a partir de histórias, personagens e personalidades de que gostam. As personagens e os ambientes das obras originais servem de inspiração para a criação das fanfics, que podem conter novos enredos, dar novos rumos às personagens, mudar os relacionamentos, propor outro final para uma história que não acabou como você gostaria ou até misturar personagens de universos diferentes.
Enfim, as fanfics possibilitam criar histórias novas e muito diferentes das histórias originais, além de histórias com personalidades diversas, como acontece com muitas celebridades.
Observe a seguir os elementos que compõem a apresentação da fanfic Uma ode ao astronauta solitário, publicada em uma plataforma on-line de publicação e leitura de fanfics
PROPOSIÇÕES
Fanfiction, fanfic ou apenas fic consiste em uma narrativa ficcional elaborada por fãs de livros, animes, séries, videogames, quadrinhos, filmes, novelas, bandas, entre outros, contemplando certos aspectos da obra original. Esse gênero, em foco em Textos em
diálogo, tem relação com a cultura juvenil, influenciando na leitura e escrita deles. Essas narrativas são difundidas em sites, blogues e plataformas de compartilhamento de textos. As fanfics tomam posse dos personagens e do ambiente de suas histórias prediletas para elaborar novas narrativas.
Promova uma roda de conversa acerca das questões propostas no início desta seção e oriente os estudantes a respondê-las no caderno. Valide as contribuições que eles fizerem e, quando não instituírem relação direta com as discussões, procure redirecionar a participação realizando outro questionamento ou oferecendo exemplos de situações habituais correlatas, características do universo deles. Deixe os estudantes expressarem-se livremente, mas cuidando para que haja respeito aos turnos de fala dos colegas e do professor, assim como às opiniões discordantes e às diversidades socioculturais. Verifique a necessidade de incentivar, por meio de perguntas, a participação daqueles que sejam mais retraídos ou tenham dificuldades de comunicação.
STEIN, Thaís. Fanfic ou Fanfiction. Dicionário Popular. [S. l.], c2017-2022. Disponível em: www.dicionariopopular.com/ fanfic/. Acesso em: 27 jun. 2022. O texto, indicado para leitura pelo professor e estudantes, traz informações interessantes sobre o gênero fanfic, como: origem, termos utilizados, gêneros e subgêneros originários da fanfic, entre outras curiosidades.
REALIZAÇÃO
A sinopse da fanfic Uma ode ao astronauta solitário traz uma frase escrita em código binário com os seguintes dizeres: “Isso é real?”. Explique que o código binário é um padrão de linguagem que utiliza a combinação de apenas dois algarismos, 0 e 1, formando o modelo bit (acrônimo de binary digit – do inglês, “dígito binário”). Com ele, é possível exibir e expressar informações como números, letras, caracteres e cores. Nos computadores e nos demais equipamentos eletrônicos, o código binário é usado para criar comandos e realizar operações, garantindo o bom funcionamento dos aparelhos. Na internet, é possível encontrar ferramentas que convertem texto em código binário e vice-versa. Procure uma delas com os estudantes e experimente com eles essa linguagem.
Releia com os estudantes o “Aviso legal” do site sobre as fanfics nele publicadas. Ele torna mais claro o que é uma fanfic : uma narrativa autoral, feita por fã, que utiliza personagens e características de narrativas originalmente criadas por outros autores ou faz alusão a pessoas reais.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Código binário
Caso ache pertinente e os estudantes se interessem, proponha uma atividade de escrita com código binário. Aproveitando a temática da cultura de fã, proponha que escrevam, em linguagem binária, o nome de algo ou alguém de que sejam fãs. Antes, no entanto, é preciso compreender como o código binário
História Uma ode ao astronauta solitário Escrita por: biasmut Sinopse:
Há vários sistemas no universo, e todos eles são reais.
Diante da extinção da humanidade e do iminente fim, uma cientista encontra esperança em números binários e em ruídos intergalácticos que viajam pelo Universo.
Tradução do código binário: “Isso é real?”.
01101001 01110011 01110011 01101111 00100000 11101001 00100000 01110010 01100101 01100001 01101100 00111111 00100000.
min yoongi x reader | distopia, universo alternativo | angst
Iniciado em 09/05/2020 21:25
Atualizada em 27/06/2021 16:52
Idioma Português
[…]
Palavras 9.641
Concluído Não
Categorias Bangtan Boys (BTS)
Personagens Jeon Jungkook (Jungkook), Kim Seokjin (Jin), Min Yoongi (Suga), Park Jimin (Jimin)
Tags Bangtan Boys (BTS), Imagine Bts, Imagine Min Yoongi, Imagine Suga, Imagine Yoongi, Min Yoongi, Suga, Yoongi
LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS
Gêneros: Drama / Tragédia, Ficção, Ficção Científica / Sci-Fi, Romântico / Shoujo, Universo Alternativo […]
Aviso legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e nenhuma das situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratando-se esta obra de uma ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, feita apenas de fã para fã sem o objetivo de difamar ou violar as imagens dos artistas.
NANNINI, Bianca. Uma ode ao astronauta solitário. [S. l.]: Spirit Fanfics e Histórias, 2020. Disponível em: https://www.spiritfanfiction.com/historia/uma-ode-ao-astronauta-solitario-19259436. Acesso em: 27 maio 2022.
pode ser lido – para isso, você pode propor uma parceria com o professor de Matemática.
D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd 22 09/08/22 09:08
No código binário, cada conjunto de números representa um valor. Um modo de interpretar esse valor é na forma de letras e caracteres. A letra A (sem acentuação), por exemplo, é representada pelo conjunto 01000001, cujo valor é 65. Um jeito simples
de ler o código binário e chegar aos valores representados usando expoentes: cada dígito binário deve ser multiplicado por 2 elevado à sua posição lida da direita para a esquerda, considerando que o dígito mais à direita tem expoente zero. Observe a seguir o exemplo da letra A (a última linha mostra o resultado de cada operação).
1. Com base na leitura da apresentação da fanfic Uma ode ao astronauta solitário, responda ao que se pede.
a) Em que a autora se inspirou para escrever a fanfic?
b) Quais gêneros narrativos classificam a fanfic?
c) Qual é a extensão dos textos? 9 641 palavras.
1. a) No grupo musical sul-coreano de k-pop BTS.
d) A leitura da sinopse da fanfic despertou seu interesse para a leitura da história?
Resposta pessoal.
2. Leia a seguir um trecho do primeiro capítulo da fanfic Uma ode ao astronauta solitário, que tem como um dos personagens um membro do conjunto musical sul-coreano de k-pop BTS.
Capítulo 1 – Dez
Olho em volta outra vez antes de responder à mensagem, falhando miseravelmente em esconder o sorriso que repuxa o canto de minha boca. […]
01101001 01101101 00101100 00100000 01101101
01100101 00100000 01101100 01101001 01100111 01100001 (sim, me liga)
A quantidade de zeros e uns que chegava a me causar uma cegueira temporária no começo já não me incomoda quase nada. Na verdade, cada vez que a tela de meu celular é tomada por sequências numéricas sinto meu coração fraquejar no peito e uma onda de conforto aquecer o meu interior. Não é a matemática que me deixa em êxtase, mas sim o segredo que se esconde por trás dela. […] O toque baixinho de meu aparelho interrompe meus devaneios matemáticos e atendo a ligação de imediato, praguejando o ruído intergaláctico que invade meus ouvidos bem mais depressa do que a voz dele. Ele sempre perde a corrida e, paradoxalmente, sempre me ganha.
— Min? — Minha boca já está acostumada com o nome dele, mas cada vez que o substantivo próprio escorrega por meus lábios é como se fosse a primeira vez. Ele demora para responder, e a espera é sempre um problema, mas assim que sua voz vence os anos-luz que nos separam é como se ele estivesse ao meu lado. […]
— Desculpa, você disse pra não ligar no horário do seu trabalho, mas já faz tanto tempo que não escuto a sua voz que não consegui esperar até você sair… Eu sei que tecnicamente não preciso esperar, mas eu gosto de seguir as nossas regras — A enxurrada de palavras chega com atraso, sendo atropelada pelas interferências provocadas pelas ondas de rádio paralelas, mas a mensagem por trás de cada sílaba é clara e compreendo o significado de sua fala com maestria, porque também senti saudades.
Sinopse é uma espécie de resumo da obra. O objetivo da sinopse é fazer que o leitor entenda os pontos principais de uma obra, mostrar o potencial da história e despertar o interesse pela leitura da obra integral.
Reader: do inglês, “leitor”. Distopia: representação ou descrição de uma organização social futura caracterizada por condições de vida insuportáveis, com o objetivo de criticar tendências da sociedade atual, ou parodiar utopias, alertando para os seus perigos.
Angst: do inglês, “medo”; caracteriza fanfics que envolvem emoções como angústia e tristeza.
Imagine: categoria de fanfic em que os protagonistas são personalidades famosas e o próprio leitor (o reader).
Sci-Fi: abreviação do inglês para “ficção científica”.
Shoujo: tipo de mangá (história em quadrinhos japonesa) produzido com foco no público feminino.
Devaneios: sonhos, fantasias.
Praguejando: amaldiçoando, falando mal (de alguém).
Paradoxalmente: de modo contrário ou contraditório.
Anos-luz: distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano, à velocidade de 300 mil km/s.
Maestria: conhecimento profundo, primor.
Depois que eles estiverem familiarizados, proponha que escrevam em uma folha à parte o nome de algo ou alguém de que sejam fãs e que troquem entre si para que todos tenham a oportunidade de decifrar o que um colega escreveu. Dessa forma, eles poderão trabalhar noções do pensamento computacional ao identificar gostos semelhantes e, consequentemente, padrões na escrita binária das escolhas da turma.
REALIZAÇÃO
1. Oriente os estudantes a localizar no texto os elementos que compõem a apresentação da fanfic
1. d) Acrescente aos estudantes que sinopse é um gênero textual que serve de apoio em relação a uma escolha de determinada produção cultural (nesse caso, uma história), que pode ser consultada quando é necessário tomar decisões nesse sentido. Normalmente, uma sinopse apresenta um resumo no qual são introduzidos o tema, as personagens e como elas se desenvolvem no decorrer da história.
Depois, basta somar os resultados da última linha: 64 + 1 = 65. Para saber os valores de outras letras e caracteres, consulte este link: https://roubaixinteractive. com/PlayGround/Binary_Conversion/The_Characters.asp (acesso em: 27 maio 2022). Nele, há uma tabela que lista a correspondência entre cada letra ou caractere e seus respectivos valores e representações em código binário. Compartilhe a indicação com os estudantes.
PROPOSIÇÕES
Após a leitura, certifique-se de que não restam dúvidas em relação ao vocabulário do texto – não apenas as palavras que estão indicadas no boxe, mas também outras palavras que possam ser desconhecidas pelos estudantes. Se possível, pergunte a eles se o texto lido pode ser considerado uma fanfic e por quê. Espera-se que eles consigam reconhecer nele algumas características do gênero fanfic
Se necessário, esclareça que o BTS é um grupo sul-coreano de música, fenômeno do k-pop (o pop coreano), que tem fãs pelo mundo inteiro, autointitulados armys, termo que significa “exército” em inglês, mas que também é uma sigla em inglês para Adorable Representative M.C. for Youth (Adorável Representante MC da Juventude, em tradução livre). O grupo é formado por sete integrantes: RM (Kim Nam-joon), Jin (Kim Seok-jin), Suga (Min Yoon-gi), J-Hope (Jung Hoseok), Jimin (Park Ji-min), V (Kim Tae-Hyung) e Jungkook (Jeon Jung-kook).
REALIZAÇÃO
2. a) Oriente os estudantes a procurar no dicionário o significado da palavra alusão para que possam inferir a resposta.
2. b) Auxilie-os a identificar no texto os elementos de composição que remetem ao campo de ficção científica. Se achar pertinente, anote na lousa os apontamentos da turma para que, ao final da atividade, eles possam observar esses elementos em conjunto.
Há um universo de distância entre nós, ainda que ele resida em meus pensamentos, e que faça morada no fundo de meu peito.
— Tudo bem, eu dei um jeito de escapar do trabalho pra falar com você… Que horas são aí? Eu sempre me perco nesse maldito fuso-horário-planetário.
VOCABULÁRIO
Astro-rei: Sol. Frívolo: inútil, superficial, sem importância.
— Você sabe que não existe hora aqui… Pode ser uma da tarde, três da manhã, o tempo é sempre relativo. E, além disso, quem é que se importa com isso? — Ele ri. Ele sempre ri quando faço essa pergunta, e talvez a verdade seja que eu sempre a faça porque o som do riso dele incendeia meu interior e faz todos meus deslizes éticos valerem a pena. […] É doce. Penso que em Min tudo é doce.
— Certo… Quando foi a última vez que fez sol aí?
— Uns três dias atrás… eu acho? É pra fazer sol amanhã. Sempre faz sol depois de uma chuva de estrelas cadentes, e elas têm surgido quase sempre agora. […]
— É, ele está indo embora daqui agora… Então acho que ele logo chega aí — Eu respondo, me referindo ao astro-rei e sentindo um gosto amargo tomar conta de meu paladar. Porque se Min é doce, a realidade é amarga, num contraste sombrio e frívolo. […]
— Eu conheço esse tom de voz. O que houve? — Ele pergunta, e é estranho pensar que alguém que jamais colocou os olhos em mim consiga reconhecer minhas angústias pelo modo como minha voz vibra espaço a fora. Mais do que estranho, chega a ser assustador me sentir amparada por uma onda sonora que viaja galáxia através de galáxia.
[…]
— Você sabe… já faz meses e… às vezes dói estar tão longe — Confesso, engolindo à força o gosto salgado que invade o fundo de minha garganta, teimoso e inconveniente — É como sentir saudade de uma coisa que nunca existiu, mas que parece tão real.
Seja na Terra, em Marte, ou Saturno. Seja no asteroide B612, ou no planeta sem nome. O conceito de saudade é universal, penso.
— Eu sei como é isso.
— Sabe? — Questiono curiosa, mas ele se perde em nossa conversa paralela, deixando que minha dúvida se perca em algum ponto do espaço.
— Dói… — Min repete, como se testasse a palavra em sua boca, enrolando a língua em torno das letras. Aprendi que ele costuma fazer isso quando precisa entender melhor o que cada coisa significa, como se criasse um dicionário pessoal. Ainda não tive coragem de perguntar se não existe dor no canto do espaço onde ele vive — O que são meses mesmo?
— É mais tempo do que eu achei que podia aguentar.
NANNINI, Bianca. Capítulo 1 – Dez. In: NANNINI, Bianca. Uma ode ao astronauta solitário. [S. l.]: Spirit Fanfics e Histórias, 2020. Disponível em: https://www.spiritfanfiction.com/historia/uma-ode-ao-astronauta-solitario-19259436/ capitulo1. Acesso em: 27 maio 2022.
• Para melhor compreender a fanfic que você leu, identifique as referências que são estabelecidas na narrativa.
a) Min é um dos personagens. A quem ele faz alusão? A um componente do grupo musical BTS.
b) Que elementos no texto remetem ao campo da ficção científica?
3. O título da fanfic é Uma ode ao astronauta solitário. Sabendo que ode é uma espécie de composição poética para ser cantada ou declamada, em homenagem à pessoa amada, responda: Porque foi atribuído esse título à fanfic?
Por contar uma história de amor
entre a narradora-personagem e o personagem Min, provavelmente um astronauta em alguma missão espacial.
4. A história se passa num futuro longínquo. O que é possível deduzir das relações humanas, valores sociais e culturais no futuro com base nessa história?
Pode-se deduzir que sentimentos como amor, saudade e atitudes como gentileza, respeito entre as pessoas continuarão sendo importantes na dinâmica das relações.
2. b) A comunicação por meio de celular, por código binário, as referências ao espaço e ao astronauta, as imprecisões nas referências a tempo (manhã/tarde), as referências a distância (anos-luz).
3. Certifique-se de que entendem a associação do título com o contexto da história.
4. Nessa atividade, os estudantes, por meio da análise da história, precisam deduzir como serão as relações humanas, os valores sociais e culturais no futuro. Auxilie-os a inferir a resposta.
5. O que você achou dessa história? Ela despertou seu interesse pela leitura dos próximos capítulos? Comente com os colegas as suas impressões. Respostas pessoais.
6. Compare o conto “Planetas habitados” e a fanfic Uma ode ao astronauta solitário. No caderno, relacione as características descritas a seguir a um dos textos ou a ambos. I Inclui componentes científicos e/ou tecnológicos como essenciais na trama. Ambos.
II. Elabora fatos e situações não possíveis no contexto atual, mas que são verossímeis. Ambos.
III. Constrói narrativa com personagens que fazem alusão a personalidades ou criações de outros autores. Fanfic.
IV. A história é escrita por fãs para outros fãs. Fanfic.
V. A narrativa se caracteriza e se desenvolve por meio do uso do sinal de travessão que marca a interlocução entre as personagens. Conto.
VI O sinal de travessão separa a voz do narrador da voz de quem fala. Fanfic.
7. Leia a seguir o comentário de uma leitora da fanfic e a resposta da autora.
Meldysama
Postado 10/05/2020 16:23
garota???
eu to tão apaixonada por essa história que não consigo explicar. Encontrei ela aqui por um acaso e achei a coisa mais linda do mundo só pelo nome. li a sinopse e fiquei ainda mais curiosa terminei de ler e estou sem palavras <3 é tão leve, gostoso, diria que é ‘aconchegante’ ler suas palavras. Você escreve de uma forma tão linda, estou de verdade maravilhada <3
QUERO CONTINUAÇÃO, HEIN?
HAHAHA <3
Nota:
gostei (1) comentários (0) comente
Respondido por biasmut 13/05/2020 18:14 oooo meu dengo, eu fico tão feliz de ler isso! não tenho nem palavras pra expressar o quanto meu coração fica pleno de saber que você gostou! espero que você continue acompanhando a história! beijosss
gostei (1) comentários (0) comente
[COMENTÁRIOS A] NANNINI, Bianca. Capítulo 1 – Dez. In: NANNINI, Bianca. Uma ode ao astronauta solitário. [S. l.]: Spirit Fanfics e Histórias, 2020. Disponível em: https://www.spiritfanfiction.com/historia/uma-ode-ao-astronautasolitario-19259436/capitulo1. Acesso em: 27 maio 2022.
REALIZAÇÃO
5. Espera-se que apresentem sua opinião e um argumento sustentado em sua experiência com a leitura do texto.
6. Oriente os estudantes a voltar aos textos – “Planetas habitados” e Uma ode ao astronauta solitário –, para que possam comparar as intenções comunicativas, os interlocutores, a linguagem empregada, o tema/assunto, entre outros aspectos.
7. Explique que, ao fazer co men tários na internet, principalmente, é necessário ter muito cuidado para não usar palavras depreciativas, desrespeitosas e maldosas.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Explorando o universo das fanfics
a) Que importância você acha que os comentários têm para os leitores de fanfics? E para quem as escreve?
7. b) Oriente os estudantes a retomar o link na referência do texto.
b) Acesse o endereço da fanfic Uma ode ao astronauta solitário para ler outros capítulos dessa história. No final, deixe seu comentário.
7. a) É uma forma de os leitores observarem as impressões e avaliarem se a leitura é de seu interesse. Para os autores, é uma ferramenta de troca com os leitores e uma forma de medir a receptividade da audiência e avaliar eventuais mudanças de rumo na história, ter outras ideias ou mesmo ponderar se não é o caso de abandoná-la.
PARA ACESSAR
D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd
SOUTO, Miriane Pereira Dayrell; FREITAS, Tatiele da Cunha. Das (re)criações e (re)leituras no universo das fanfictions: o leitor como produtor de sentidos. Anais do CENA, Uberlândia, v. 1, n. 1, 2013. Disponível em: www. ileel.ufu.br/anaisdocena/wp-content/uploads/2014/02/ cena3_artigo_35.pdf. Acesso em: 27 jun. 2022.
Este estudo, indicado para leitura pelo professor, traz uma discussão referente às fanfictions, refletindo sobre como ocorre a interação dos novos leitores com o que estão lendo e de que modo acontece a recriação de significados.
Combine com o responsável pelo laboratório de informática a visita dos estudantes para explorarem a plataforma Spirit Fanfics (www.spiritfanfiction. com/; acesso em: 27 jun. 2022) – ou outra plataforma de publicação e leitura de fanfics –e buscarem informações. Encaminhe as seguintes questões: Quem são os autores e os leitores? Como o leitor interage com os textos? Quais são as regras de publicação? Qual é o impacto das fanfics na leitura dos jovens?
Essas informações serão importantes para a publicação das fanfics que irão produzir ao final do módulo. Em sala, peça que exponham, em uma roda de conversa, as informações obtidas.
PROPOSIÇÕES
Na construção de textos, os enunciados, formados por períodos e orações, são organizados de modo a produzir sentidos. Em geral, as orações são compostas de dois elementos essenciais: o sujeito e o predicado. Entretanto, essa afirmação é questionável quando o estudante é apresentado a certas orações em que o sujeito é inexistente.
Os objetivos de Por dentro da língua são identificar a oração sem sujeito e reconhecer o papel que ela desempenha na construção de sentidos do texto.
REALIZAÇÃO
1. Auxilie os estudantes a inferir o sentido das respostas, fundamentando-se no contexto do texto. Se necessário, peça que retomem a leitura integral do conto.
2. Para que respondam corretamente, espera-se que localizem o verbo e verifiquem a quem ou a que se refere a informação expressa por ele para identificar o sujeito. O predicado é a informação expressa acerca do sujeito, isto é, aquilo que se afirma em relação ao sujeito.
3. Verifique se os estudantes identificam o sujeito na oração. Por meio da forma verbal devo , é possível inferir o sujeito (eu).
4. a) Oriente-os a identificar a quantidade de períodos por meio da quantidade de pontos-finais.
4. b) Reforce que o verbo sempre deve concordar com o núcleo do sujeito em pessoa e número.
POR DENTRO DA LÍNGUA
Oração sem sujeito
1. a) O fato de eles fazerem comentários semelhantes aos que geralmente fazemos sobre o que há no espaço sideral e sobre a existência de planetas que tenham algum tipo de vida.
Geralmente, as orações são compostas por dois termos essenciais: o sujeito e o predicado.
1. No início do conto “Planetas habitados”, duas personagens conversam sobre o Universo e as possibilidades de existência de vida em outros planetas. Releia o trecho a seguir.
1. b) A personagem pode ser associada àquelas pessoas que não acreditam ou têm dúvidas sobre a existência de vida em outros planetas.
— Olhe como são bonitas, milhares de estrelas…
— E quase todas devem ser rodeadas de planetas como o nosso, habitados, provavelmente…
— Custa-me acreditar…
— Os cientistas dizem que há milhões, talvez trilhões de planetas, só nas galáxias mais próximas. A vida existiria como aqui.
— Devo ter pouca imaginação. Acho difícil visualizar planetas habitados, com seres iguais a nós, vivendo como nós.
a) Que pistas induzem o leitor a imaginar que esses personagens são seres humanos?
b) Uma das personagens parece menos entusiasta da ideia que o seu interlocutor. A que tipo de pessoa essa personagem pode ser associada?
2. Releia o segundo período do trecho e responda às perguntas a seguir.
a) O período é formado por apenas uma oração. Que forma verbal exerce a função de núcleo dessa oração? A locução verbal devem ser rodeadas
b) Essa oração é formada por sujeito e predicado. Qual termo exerce a função de sujeito? E qual exerce a função de predicado?
3. Agora, analise a oração em destaque no trecho.
a) A posição do sujeito está preenchida nessa oração? Explique.
b) Qual é a classificação desse tipo de sujeito?
Sujeito: quase todas; predicado: devem ser rodeadas de planetas como o nosso, habitados, provavelmente… Sujeito oculto ou elíptico.
3. a) Não. Embora se saiba quem é o sujeito da oração (eu), a posição do sujeito não está preenchida.
4. No trecho a seguir, o personagem reproduz o que dizem os cientistas. Releia-o.
— Os cientistas dizem que há milhões, talvez trilhões de planetas, só nas galáxias mais próximas. A vida existiria como aqui.
4. a) O primeiro período é formado por duas orações, por isso é classificado como período composto; o segundo possui apenas uma oração, portanto é período simples.
a) O trecho é composto de dois períodos. Qual é a diferença entre eles quanto à composição?
b) Agora, observe a oração em destaque e reflita: Se o verbo sempre deve concordar com o sujeito, o termo milhões, talvez trilhões de planetas, só nas galáxias mais próximas pode ser considerado o sujeito dessa oração? Espera-se que os estudantes reconheçam que o termo não pode ser o sujeito porque ele se encontra no plural e o verbo está no singular.
PARA ACESSAR
D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd 26
MORAES, Jorge Viana de. Verbos impessoais - Como fazer a concordância? Uol Educação. [S. l.], c1996-2022. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/ portugues/verbos-impessoais-como-fazer-a-concordancia. htm?foto=15. Acesso em: 15 jun. 2022.
O link, indicado para consulta pelo professor e estudantes, traz explicações e exemplos de como fazer a concordância com os verbos impessoais, como ser, haver e fazer, e os que indicam fenômenos meteorológicos.
5. Agora, compare as duas orações a seguir.
• Há milhões de planetas nas galáxias mais próximas.
• Existem milhões de planetas nas galáxias mais próximas.
5. a) Na segunda oração; o verbo se encontra no plural, indicando que ele está diretamente relacionado ao sujeito, que também se encontra no plural.
a) Em qual das orações o termo milhões de planetas nas galáxias pode ser considerado sujeito? Que elementos linguísticos indicam essa relação?
b) Com base nessa análise, transcreva no caderno a alternativa que corresponde ao que pode ser afirmado a respeito dessas duas orações. Alternativa C
A. Apenas a segunda oração é formada pelo predicado.
B. As duas orações são formadas pelos termos essenciais: sujeito e predicado.
C. Apenas a primeira oração é formada pelo predicado.
D. As duas orações apresentam a mesma estrutura em suas composições.
c) E quanto aos sentidos, pode ser atribuída alguma diferença entre elas?
Nas orações analisadas, percebe-se que existem orações formadas por termos essenciais, o sujeito e o predicado, mas também existem orações formadas por apenas um desses termos –o predicado –, formando orações sem sujeito.
Oração sem sujeito é aquela formada apenas pelo predicado. O verbo que integra o seu núcleo está sempre na 3a pessoa do singular.
Exemplos:
• Ali há condições para a vida.
5. c) Espera-se que os estudantes infiram que não, pois os verbos haver e existir podem ser usados com o mesmo significado, como nos exemplos, o que não altera o sentido das orações.
• Haverá possibilidade de entendimento entre esses seres?
Nos exemplos, o verbo haver, que exerce a função de núcleo do predicado verbal nas duas orações, permanece na 3a pessoa do singular nos dois casos. Observe que as formas verbais dessas orações não se referem a nenhuma pessoa do discurso. Por isso, são chamadas de impessoais
Os verbos impessoais são aqueles que não possuem sujeito em nenhuma pessoa do discurso e são empregados na 3a pessoa do singular.
Principais casos de oração sem sujeito
1. Verbos que indicam fenômenos da natureza, como chover, relampejar, ventar, nevar etc., quando usados em seu sentido denotativo. Exemplos:
• Anoiteceu rapidamente naquele dia.
• Choveu torrencialmente todos os dias naqueles três meses.
• Esfriou no fim do dia.
2. Verbos haver, fazer e ser indicando tempo decorrido. Exemplos:
• Há dias que não via uma noite tão estrelada.
• Faz anos que os homens tentam descobrir os segredos do Universo.
• Será tarde demais para saber se há vida em outras galáxias?
REALIZAÇÃO
5. a) Relembre os estudantes de que o verbo sempre deve concordar com o sujeito.
5. b) Transcreva os períodos na lousa e faça essa atividade com a turma, mostrando a função e a importância de cada termo nas orações.
5. c) Comente que o uso do verbo haver costuma ser menos comum pelo falante, principalmente no registro informal; ele é mais usado pelos falantes na produção de textos mais monitorados e em situações de comunicação formal.
Oração sem sujeito na interação do dia a dia Peça aos estudantes que imaginem esta situação: um falante encontra por acaso um amigo que não vê há muito tempo. Então, ele diz algo. Veja a seguir exemplos de frases que ele pode dizer nesse momento.
• Você sumiu!
• Faz muito tempo que você não aparece!
• Há tempos que não te vejo!
• Nossa! Há quanto tempo, hein?
Depois de ler as frases em voz alta com eles, faça as perguntas a seguir e ouça atentamente as respostas.
• Qual delas é mais enfática? Por quê? (Resposta pessoal.)
• Qual delas você usaria em uma situação semelhante? Qual não usaria? (Resposta pessoal.)
• Quais dessas frases apresentam oração sem sujeito?
Resposta: “Faz muito tempo que você não aparece!” / “Há tempos que não te vejo!” / ”Nossa! Há quanto tempo, hein?”
• Quais formas verbais possibilitam a identificação dessas orações?
Resposta: As formas verbais faz e há, que são impessoais, e dão ideia de tempo decorrido.
PROPOSIÇÕES
Aproveite para complementar para os estudantes que, tendo em vista que o verbo concorda com o sujeito, nas orações em que não há sujeito, ele não tem com quem concordar, ficando, por conta disso, no singular. Quando verbos auxiliares acompanham esses verbos impessoais, formando locuções verbais, estes últimos também são mantidos no singular. Exemplos: Deve haver show hoje na praça. / Deve haver muitos shows durante a semana na praça. Está havendo muita festa junina pelo Brasil. / Está havendo muitas festas juninas pelo Brasil.
Se achar oportuno, comente também que, segundo a norma-padrão, o verbo haver, em contextos com sentido de existir, deve ser conjugado apenas na 3a pessoa do singular, exemplos: “Houve um incidente no jardim” ou “Houve várias manifestações na porta da escola”.
Em situações cotidianas, no uso menos monitorado das modalidades falada e escrita, é comum o emprego dos verbos ter e fazer no lugar de haver para indicar tempo decorrido.
Exemplos:
• “Tem duas semanas que você não me dá notícias”, em vez de “Há duas semanas que você não me dá notícias”.
• “Faz muito tempo que não tenho notícias dele”, em vez de “Há muito tempo que não tenho notícias dele”.
Outro caso semelhante é o uso de ter no lugar de haver, no sentido de existência.
Exemplo:
• Não tem nenhuma teoria que comprove a vida fora da Terra”, em vez de “Não há nenhuma teoria que comprove a vida fora da Terra”.
3. Verbo haver no sentido de existir e de ocorrer. Exemplos:
• Mas já há uma boa documentação…
haver no sentido de existir
• Houve novas descobertas científicas sobre os extraterrestres?
Observe que o verbo existir, ao ser empregado no lugar de haver, no entanto, é pessoal e apresenta sujeito. Veja:
• Há muitas teorias sobre a vida extraterrestre.
haver no sentido de ocorrer oração sem sujeito
• Existem muitas teorias sobre a vida extraterrestre.
sujeito: muitas teorias; a forma verbal, no plural, concorda com o sujeito.
Os verbos que indicam fenômenos da natureza, quando são empregados em sentido figurado, tornam-se pessoais e, consequentemente, apresentam sujeito. Exemplo:
• Choviam estrelas brilhantes naquela noite.
ATIVIDADES
1. As missões espaciais continuam sendo realizadas, tanto por órgãos governamentais, como a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço, dos Estados Unidos) quanto por parte da iniciativa privada. A notícia a seguir trata do lançamento de uma expedição à Estação Espacial Internacional (ISS) tendo uma mulher negra na equipe no cargo de especialista. Leia.
CIÊNCIA E ESPAÇO
Astronauta da NASA conquistará recorde para mulheres negras no espaço
Por Rafael Arbulu, editado por Rafael Rigues 04/02/22 13h18
A astronauta Jessica Watkins, da NASA, conquistará um recorde digno de preservação, como a primeira mulher negra a viver por um longo período no espaço. Em abril, a especialista voará a bordo da missão Crew-4, operada pela SpaceX, em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), onde viverá e trabalhará por cerca de seis meses.
A escolha por uma ou outra maneira no uso dos verbos não é aleatória e depende dos fatores da situação de comunicação: maior ou menor formalidade, objetivos almejados, interlocutores etc.
Em Atividades , oriente uma leitura compartilhada da notícia que serve de base para as atividades 1 a 4 com os estudantes,
alternando a leitura de trechos entre a turma. Pergunte-lhes qual é o fato principal dessa notícia, onde e quando ele ocorreu, quem participou dele. Ressalte a importância da notícia para o mundo, valorizando o feito de uma mulher afrodescendente na equipe, no cargo de especialista, e a representatividade que ela promove na sociedade.
REALIZAÇÃO
A astronauta Jessica Watkins, com o microfone em mãos, será a primeira mulher negra em uma missão estendida: como parte da missão
Essa será a primeira viagem de Watkins, que também é membro do Programa Artemis – o esforço da NASA para enviar o homem de volta à Lua.
Apesar de não ser a primeira astronauta – ou mulher – negra no espaço, Watkins tem a honraria de ser a primeira em uma missão de longo prazo. Antes dela, há 30 anos (1992), Mae Jemison foi a primeira mulher negra do mundo a sair da Terra. Desde então, apenas outras três repetiram o feito: Stephanie Wilson e Joan Higginbotham, pela NASA e, mais recentemente, Sian Proctor, pela missão privada Inspiration4
A missão Crew-4, da qual Jessica Watkins será a especialista, está marcada para lançamento em 15 de abril de 2022. A missão contará com outra mulher, a italiana Samantha Cristoforetti, da ESA, como comandante do voo.
ARBULU, Rafael. Astronauta da NASA conquistará recorde para mulheres negras no espaço. Olhar Digital, [s. l.], 4 fev. 2022. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2022/02/04/ciencia-e-espaco/astronauta-da-nasa-conquistararecorde-para-mulheres-negras-no-espaco/. Acesso em: 18 maio 2022.
• Discuta com os colegas: Afinal, para que serve o envio frequente de equipamentos e pessoas para o espaço? O que isso pode trazer de bom para a humanidade?
Respostas pessoais.
2. A notícia traz um fato muito importante: o lançamento de mais uma missão à Estação Espacial Internacional (ISS).
a) O que torna o evento noticiado ainda mais interessante?
2. b) Destacar o protagonismo da mulher também nas missões espaciais, além de enfatizar a relevância de uma delas ser negra.
b) O título dirige o olhar do leitor para perspectiva abordada na notícia. Qual é essa perspectiva?
2. a) O fato de que na equipe dessa expedição estará uma mulher negra, além de ter uma comandante também mulher, algo muito raro nesse tipo de missão, em que geralmente a figura masculina é predominante.
PARA ACESSAR
GARCIA, Afrânio da Silva. Sobre a inexistência de orações sem sujeito no português. Anais do I congresso nacional de linguística e filologia. Rio de Janeiro: Dialogarts; São Gonçalo: CiFEFiL, 1998. Disponível em: www.filologia.org.br/anais/anais_204. html. Acesso em: 28 jun. 2022.
No artigo, recomendado para leitura para o professor, o professor-doutor da UERJ Afrânio da Silva Garcia apresenta um questionamento sobre a classificação da gramática tanto para oração sem sujeito como para oração com sujeito inexistente, trazendo pontos de vista levantados por linguistas ingleses e norte-americanos.
1. Reforce a necessidade de apresentarem argumentos para defenderem suas ideias e contra-argumentos, caso queiram refutar a fala de um colega, sempre de forma coerente e respeitosa. Comente que as respostas possíveis são muitas, já que alguns podem concordar com essas missões espaciais e outros podem ser contrários – há quem pense que o dinheiro gasto com isso poderia ser mais bem aplicado, inclusive para sanar o problema da fome, que afeta pessoas em situação de vulnerabilidade em muitos lugares do mundo. Outros podem achar, ainda, que existem motivos muito importantes para que essas missões aconteçam e que elas são benéficas para a humanidade, como, por exemplo, quanto à ativação de satélites que desempenham uma infinidade de funções, desde fazer nossos GPSs funcionarem até nos fornecer sinal de televisão, internet, telefone e informações valiosas.
2. Aproveite o momento para questionar preconceitos e representações estereotipadas. Comente que é urgente haver discussões e ações com o propósito de erradicar as discriminações racial e de gênero.
Crew-4, ela passará seis meses na Estação Espacial Internacional. NASA/JOEL KOWSKYREALIZAÇÃO
3. Auxilie os estudantes a perceber que cada oração é organizada por um único verbo ou locução verbal.
4. Auxilie os estudantes a reconhecer o papel da oração em destaque na construção de sentidos do texto, levando-os a perceber que a língua e seus recursos só podem ser analisados em contexto.
5. a) Comente com os estudantes a atual preocupação de empresas jornalísticas com as fake news. Os grandes jornais possuem equipes que verificam as fontes de todas as notícias. Alguns até usam mecanismos eletrônicos para desmentir as fake news. É preciso também que os usuários das redes sociais fiquem atentos ao que compartilham, procurando verificar a autenticidade da informação recebida antes de passá-la adiante.
5. b) É importante que os estudantes entendam que uma notícia falsa pode ter consequências negativas para a sociedade.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Os sujeitos e as ações sustentáveis
Oriente os estudantes a pensar em atitudes sustentáveis que podem ser tomadas individualmente, no dia a dia, para diminuir os problemas consequentes da ação humana no meio ambiente.
Solicite-lhes que, em grupos, selecionem três atitudes que foram sugeridas. Andar de bicicleta, fazer coleta seletiva de lixo, reciclar lixo, fazer uso consciente da água e da energia elétrica, descartar o lixo eletrônico de
PARA ACESSAR
Live_ISS_Stream Disponível em: https: //video.ibm.com/ channel/live-issstream. Acesso em: 18 maio 2022.
O site disponibiliza transmissões de vídeo ao vivo diretamente da Estação Espacial Internacional.
3. b) [1] Em abril, a especialista voará a bordo da missão Crew-4, operada pela SpaceX, em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), [2] onde viverá [3] e trabalhará por cerca de seis meses
3. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que apenas a primeira oração tem as duas posições preenchidas; nas duas últimas, embora a posição do sujeito não esteja preenchida por um sintagma nominal, é possível identificá-lo pelo contexto, configurando-se a ocorrência de sujeito oculto.
3. O período a seguir informa as ações que a especialista desenvolverá no espaço. Releia-o.
[…] Em abril, a especialista voará a bordo da missão Crew-4, operada pela SpaceX, em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), onde viverá e trabalhará por cerca de seis meses.
a) Esse período é composto de três orações. Quais formas verbais exercem a função de núcleo dessas orações?
Na ordem: voará, viverá, trabalhará
b) No caderno, copie as orações separadamente, sublinhando a parte de cada oração que exerce a função de predicado.
c) Agora responda: Todas as orações têm as posições de sujeito e predicado preenchidas? Explique.
4. Releia outro período.
4. b) Ela é formada apenas por predicado e tem o verbo haver na 3a pessoa do singular.
[…] Antes dela, há 30 anos (1992), Mae Jemison foi a primeira mulher negra do mundo a sair da Terra. […]
a) Qual é a importância da oração em destaque para a construção de sentidos do período?
b) A oração em destaque é uma oração sem sujeito. Que características em sua composição permitem chegar a essa conclusão?
5. O anúncio a seguir foi uma das peças de uma campanha publicitária de um jornal para esclarecer a população quanto à propagação de fake news (notícias falsas) na internet.
4. a) A oração em destaque informa quando a primeira mulher negra foi ao espaço, para evidenciar o seu pioneirismo –informação importante para reforçar o significado simbólico desse fato.
Peça de campanha publicitária de combate às fake news, lançada em 2017 pelo jornal O Globo
5. a) Para deixar claro aos leitores que as notícias que veicula são verdadeiras, reforçar a credibilidade do jornal e garantir a confiança do seu público.
Antes de acreditar em tudo o que você lê, se pergunte: é isso mesmo? Se a fonte não tem credibilidade, a informação não tem garantia O Globo. Conteúdo em que você confia. E compartilha.
a) Com que finalidade o jornal pode ter lançado essa campanha?
b) Em sua opinião, por que as fake news preocupam o jornal a ponto de criar campanhas como essa?
5. b) Espera-se que os estudantes infiram que as fake news vêm ganhando força em todo o mundo e viraram alvo de preocupação dos principais veículos jornalísticos, no Brasil e no mundo. Isso se deve ao caráter enganador desse tipo de conteúdo, que promove a desinformação.
forma adequada são alguns exemplos de atitudes que podem ser mencionadas por eles.
D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd
Proponha, então, que elaborem três orações – uma para cada atitude escolhida pelo grupo – com diferentes tipos de sujeito, alertando para a importância das atitudes selecionadas.
Depois, solicite que leiam as orações elaboradas para outro grupo, que deverá classificar
os sujeitos das orações que ouviram. O processo deve se repetir até que todos os grupos tenham lido e classificado os sujeitos de todas as orações elaboradas.
Ao final, proponha a criação de um mural com as orações elaboradas, a fim de conscientizar a comunidade escolar sobre as ações sustentáveis escolhidas.
REALIZAÇÃO
6. b) O fato de que as pessoas costumam propagar informações sem a certeza de que são verdadeiras.
6. c) A expressão ou não. Ela indica que os fatos propagados podem não ser verdadeiros. Para ter essa certeza, é preciso checá-los em fontes confiáveis antes de divulgá-los ou compartilhá-los.
6. O texto principal da campanha se baseia no ditado popular “Onde há fumaça, há fogo”.
a) Que sentidos podem ser atribuídos ao ditado?
Se há indícios de que algo ocorreu, é provável que tenha realmente ocorrido.
b) O que a relação com esse ditado reforça no texto da campanha?
c) Que expressão dá o tom de oposição ao que diz o ditado popular? Por quê?
7. a) Sim. Em ambas as orações, o verbo haver está empregado no sentido de existir e em sua forma impessoal, pois não há identificação de sujeito nas orações.
7. No texto principal da campanha, há duas orações.
a) É possível afirmar que se trata de orações sem sujeito? Justifique.
7. b) Onde tem fumaça, tem fogo. / Onde existe fumaça, existe fogo.
b) O autor do anúncio poderia ter usado os verbos ter e existir. No caderno, escreva como ficaria o texto com essas opções de verbos.
c) As orações construídas por você no item b também são orações sem sujeito?
7. c) Apenas a construída com o verbo ter é oração sem sujeito. A oração construída com o verbo existir tem sujeito (os termos fumaça e fogo).
8. Leia a seguir manchetes de notícias publicadas em diferentes veículos.
Vai chover meteoros nesta terça
VAI CHOVER meteoros nesta terça. Destaque Notícias, [s. l.], 13 dez. 2021. Disponível em: https://www.destaquenoticias.com.br/vai-chover-meteoros-nesta-terca/. Acesso em: 18 maio 2022.
Estrela cadente? Não, tá chovendo meteoro!
ESTRELA cadente? Não, tá chovendo meteoro! Espaço do conhecimento UFMG. [S. l.], [8 jul. 2019]. Blogue. Disponível em: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/estrela-cadente-nao-ta-chovendo-meteoro/. Acesso em: 18 maio 2022.
Extraterrestres existem, mas não da forma como você pensa
ABREU, Fabiano de. Extraterrestres existem, mas não da forma como você pensa. TecMundo, [s. l.], 1 jun. 2021. Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/ciencia/218324-extraterrestres-existem-nao-formavoce-pensa.htm. Acesso em: 18 maio 2022.
Brasil é o país onde há mais preocupação com fake news
BRASIL é o país onde há mais preocupação com fake news Poder 360, [s. l.], 16 jun. 2020. Disponível em: https://www.poder360.com.br/brasil/brasil-e-o-pais-onde-ha-mais-preocupacao-com-as-fake-news/. Acesso em: 18 maio 2022.
a) Leia as alternativas a seguir e transcreva no caderno aquela(s) que corresponde(m) às manchetes. Alternativas B e D.
A. Todas contêm oração sem sujeito ou são oração sem sujeito.
B. Nas duas primeiras, o sujeito é simples, porque as formas verbais estão sendo usadas no sentido metafórico ou figurado.
C. Nas duas últimas, uma das orações é sem sujeito.
D. Apenas na última manchete ocorre uma oração sem sujeito.
b) Em uma das manchetes, a concordância entre o sujeito e a forma verbal não está de acordo com a indicada pela norma-padrão. Qual é a manchete? Como deveria ser a concordância? Por quê? A primeira manchete; a forma verbal deveria ser vão chover, para concordar com o sujeito meteoros, que está no plural.
6. Explique que os ditados populares difundem pensamentos com a finalidade de orientar o comportamento coletivo. Pergunte se conhecem outros ditados populares para compartilhar com os colegas.
7. Auxilie os estudantes a inferir as respostas. Comente que os principais casos de oração sem sujeito são aquelas com o verbo haver com o sentido de existir ou ocorrer. Acrescente que o verbo ter, no sentido de existir, também é impessoal e é empregado na 3a pessoa do singular.
8. a) Reitere aos estudantes que oração sem sujeito consiste naquela formada apenas pelo predicado. O verbo que integra o seu núcleo está sempre na 3a pessoa do singular. As formas verbais dessas orações não se referem a nenhuma pessoa do discurso e, por isso, são chamadas de impessoais.
8. b) Explique que é esperado, nas situações de comunicação formal, como em manchetes, o uso dos termos de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
09/08/22 09:17
D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd
PARA LER
D’ANCONA, Matthew. Pós-verdade: a nova guerra contra os fatos em tempos de fake news. Tradução: Carlos Szlak. Barueri: Faro Editorial, 2018.
Neste livro, cuja leitura é recomendada para professor e estudantes, o autor, respeitado jornalista britânico, defende a ideia de que o leitor não deve se conformar com as fake news; deve resguardar-se e contra-atacar.
PROPOSIÇÕES
A língua é um elemento de interação entre indivíduo e sociedade, objeto de estudo da Sociolinguística. Nessa perspectiva, associa-se a variação linguística aos costumes, valores e convenções próprios de cada comunidade de fala. A essa variação dá-se o nome de variação sociocultural, conteúdo em foco em Linguagem e sentidos. No Brasil, essa variação está associada à situação socioeconômica dos falantes.
A gíria empregada por um grupo de jovens ( skatistas, surfistas etc.), por exemplo, define a identidade desse grupo e exclui os demais, que não compreendem os termos utilizados. O jargão, por sua vez, identifica pela linguagem um grupo profissional (economistas, advogados, profissionais de informática etc.).
REALIZAÇÃO
Linguagem e sentidos
1. Comente com os estudantes que a variação linguística empregada no trecho lido é a variação sociocultural, pois os termos são científicos, geralmente utilizados em situações de comunicação relacionadas com essa área.
2. Auxilie os estudantes a identificar as semelhanças dos termos empregados entre os dois textos. Comente que é necessário que o leitor tenha alguns conhecimentos específicos para poder atribuir sentido ao texto.
E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E
Variação sociocultural
1. b) O uso desses termos aproxima a narrativa da linguagem da Ciência Espacial, evidencia a relação entre ficção e ciência proposta pelo gênero e ajuda a expressar um tom de verdade ao que está sendo contado (verossimilhança).
Sabe-se que a língua é heterogênea, isto é, está em constante mudança, portanto as variações fazem parte dela. Algumas dessas variações são decorrentes de vários fatores relacionados aos falantes, como área de atuação profissional e grau de escolaridade.
1. No conto “Planetas habitados”, uma narrativa de ficção científica, há alguns termos próprios da área científica. Releia o trecho:
— Fique tranquilo. É provável que eles só existam nas histórias. E descobriram que lá a atmosfera é oxigênio puro. De mais a mais, o terceiro planeta possui só um terço de matéria sólida. O resto é uma substância líquida onde a vida é improvável.
a) Que termos remetem à área da Ciência Espacial?
Os termos atmosfera, oxigênio puro, planeta, matéria sólida, substância líquida
b) Sabendo que o conto é um texto ficcional, que efeito de sentido o uso desses termos produz na narrativa?
2. Agora, compare o trecho do conto ao trecho de texto informativo a seguir, a respeito do planeta Terra, publicado na seção dedicada à ciência de um portal de notícias.
Conheça mais sobre o planeta Terra
25 nov. 2009 12h31 | atualizado às 12h53
A Terra é o terceiro planeta a contar do Sol e o quinto maior do Sistema Solar. Sua forma é praticamente esférica, com uma deformação que causa um achatamento dos polos. Até onde se sabe o planeta em que vivemos é o único do nosso sistema solar em condições de abrigar vida da forma como a conhecemos. Isso acontece porque o planeta possui algumas condições únicas, como 71% de sua superfície coberta por água, placas tectônicas e um forte campo magnético.
[…]
CONHEÇA mais sobre o planeta Terra. Terra, [s. l.], 25 nov. 2009. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/ ciencia/conheca-mais-sobre-o-planeta-terra,ab39f9d4566ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html. Acesso em: 19 maio 2022.
2. a) Ambos os trechos abordam questões referentes à posição em que o planeta se encontra em relação ao Sol e às condições referentes à composição do planeta, como água e solo.
a) Que semelhanças existem entre o trecho do conto e a descrição científica da Terra feita no trecho de texto informativo?
b) O que há de comum quanto aos termos empregados em cada um deles? O que essa conclusão pode nos revelar sobre contos de ficção científica?
2. b) Alguns termos empregados no texto ficcional estão empregados também no texto informativo. Isso evidencia que esses contos, apesar de ficcionais, têm uma ligação com a ciência e com fatos científicos e tecnológicos do mundo real.
PROPOSIÇÕES
Dê exemplos da ocorrência de variação sociocultural:
• Termos técnicos da área de saúde: bradicardia (batimento lento do coração, diminuição do ritmo cardíaco); cefaleia (dor de cabeça, localizada ou difusa); decúbito (posição deitada do corpo).
• Termos usados na área jurídica (por advo -
gados, juízes etc.): apelo extremo (recurso extraordinário); caderno indiciário (inquérito policial); indigitado (réu).
• Termos da área futebolística: caneta (quando um jogador passa a bola por debaixo das pernas de outro jogador); estar na banheira (quando o jogador fica somente no ataque, esperando a bola chegar nele para fazer o gol; dessa forma, o jogador não volta para ajudar na marcação); cavar uma
Os termos analisados nos trechos são utilizados em situações de comunicação ligadas à área científica tematizada nos textos lidos. Essa variação linguística é chamada de variação sociocultural
Variação sociocultural é o tipo de variação linguística que ocorre devido às diferenças existentes entre os grupos sociais com os quais o falante convive, se relaciona e interage.
A linguagem empregada por um grupo de advogados em seu contexto de atuação profissional, por exemplo, é diferente da usada por grupo de surfistas, assim como da de pessoas das áreas médica, científica etc. Uma mesma pessoa pode fazer parte de diferentes grupos sociais e, dessa forma, a linguagem usada por ela pode variar de acordo com o contexto de uso.
ATIVIDADES
1. Na tirinha a seguir, um locutor de TV anuncia um novo experimento científico realizado por cientistas europeus. Leia-a.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR Gírias
Proponha uma pesquisa com os familiares a respeito das gírias que utilizavam. Com base na relação obtida, peça que destaquem aquelas que foram substituídas e as que desapareceram.
FORMAÇÃO CONTINUADA
Como complemento à parte teórica sobre variação sociocultural, veja o que diz o linguista Roberto Gomes Camacho (caso tenha interesse, acesse o link indicado na referência e leia o artigo na íntegra):
[...] podemos afirmar que a variação sociocultural deriva da tendência para a maior semelhança entre os atos verbais dos indivíduos participantes de um mesmo setor socioeconômico e cultural. As variedades linguísticas são motivadas por diferenças de ordem socioeconômica, como nível de renda familiar, grau de escolaridade, ocupação profissional, de ordem sócio-biológica, como idade e gênero, entre outros, sejam eles isolados ou combinados entre si.
[...]
D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd
falta (simular uma situação, forçar para que o árbitro dê a falta a seu favor).
Os fatores que determinam essa variação são sociais ou extralinguísticos. Além da origem geográfica, temos o status socioeconômico, o grau de escolarização, a idade, a atuação profissional, as redes sociais, entre outros. Entre eles, o grau de escolarização e o status socioeconômico são os que costumam produzir mais impacto na variação.
REALIZAÇÃO
Atividades
1. A tirinha dialoga com o aspecto científico presente nas narrativas lidas até o momento no módulo. Solicite aos estudantes que atentem para os aspectos verbais e visuais e demonstre como eles dialogam no conjunto da tirinha.
CAMACHO, Roberto Gomes. Norma culta e variedades linguísticas. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA; UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Caderno de formação: formação de professores: didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, Unesp – Pró-Reitoria de Graduação, Univesp, 2011. p. 34-49. (Coleção Caderno de Formação, v. 3, bloco 2, n. 11). Disponível em: https:// acervodigital.unesp.br/ bitstream/unesp/381260/1/ caderno-formacaopedagogia_11.pdf. Acesso em: 28 jun. 2022.
GARCIA, Jão. Mais rápido que a luz… Os cientistas em quadrinhos. [Campinas], 23 set. 2011. Blogue. Disponível em: http://oscientistashq.blogspot.com/2011/09/mais-rapido-que-luz.html. Acesso em: 19 maio 2022.REALIZAÇÃO
Atividades
2. Comente que o aspecto de despreparo apontado no item b realmente ocorre. Solicite-lhes que compartilhem casos que já tenham observado ou comentem se esse aspecto já chamou a atenção deles.
3. a) Auxilie os estudantes a identificar na tirinha os termos científicos usados pela personagem.
3. b) Permita que se manifestem acerca da questão e certifique-se da pertinência dos argumentos apresentados por eles. É importante incentivar a visão crítica dos estudantes para que desenvolvam consciência sociocultural significativa.
4. a) Espera-se que percebam que o humor da tirinha consiste nos diálogos das personagens, fundamentando-se em sua modalidade multissemiótica.
4. b) É possível que eles entendam e atribuam vários sentidos ao diálogo, considerando que as personagens parecem fazer parte de um mesmo grupo social. Peça, no entanto, que eles destaquem os elementos (verbais ou visuais) a que estão recorrendo para justificar as inferências.
5. Espera-se que os estudantes indiquem se é uma avaliação positiva ou negativa e justifiquem sua escolha.
6. Espera-se que os estudantes percebam que se trata de uma conversa entre amigos; portanto, a situação é de intimidade, o que permite o uso da língua informal.
1. a) O gesto das mãos e a expressão fisionômica denotam segurança e domínio do que ele está dizendo.
a) Nos dois primeiros quadrinhos da tirinha, o personagem demonstra dominar o assunto. Que elementos visuais evidenciam isso?
1. c) Respostas pessoais. É provável que os estudantes não tenham compreendido do que trata a notícia, pois os termos
b) Com que intenção esses indícios podem ter sido usados?
c) E você, conseguiu entender o que o personagem da tirinha noticiou? Por quê?
e elementos citados não devem ser do conhecimento deles.
1. b) Para dar ênfase à quebra de expectativa no último quadrinho e produzir efeito de humor.
2. A tirinha faz uma crítica à imprensa e à forma como alguns fatos científicos costumam ser noticiados.
a) Que recursos linguísticos são empregados para construir essa crítica?
2. a) Nos dois primeiros quadrinhos, o personagem usa uma linguagem com termos próprios da área científica; no último quadrinho, ao fazer o comentário da notícia, o
b) Que aspecto do trabalho da imprensa é criticado na tirinha? Em sua opinião, a crítica tem fundamento? Justifique.
personagem emprega uma linguagem informal, própria de uma conversa espontânea.
3. Releia as falas do personagem da tirinha.
3. a) Os termos: experimento, neutrino, partícula, átomo, velocidade da luz, conceito de Einstein
a) Nos dois primeiros quadrinhos, o personagem emprega a variação sociocultural em sua fala. Que termos comprovam esse tipo de variação?
b) Em sua opinião, a variação empregada está adequada à situação de comunicação?
4. Leia esta tirinha.
3. b) Espera-se que os estudantes infiram que não, pois, se nem o próprio locutor da notícia sabe do que estava falando, pode-se esperar o mesmo de ouvintes ou espectadores.
a) Que efeito de sentido o diálogo entre os personagens produz na tirinha? Alternativa A
A. Humor.
B. Ironia.
C. Denúncia social.
D. Crítica política.
2. b) É criticado o despreparo de alguns profissionais que abordam determinados temas sem formação intelectual ou suporte que ajude a entender o que irão noticiar; também pode ser uma crítica ao uso de termos científicos, próprios de uma situação de comunicação específica, em uma notícia para um público sem muito conhecimento do assunto nem dos termos.
b) Na sua opinião, qual é o tema dessa tirinha? Quais elementos possibilitam inferir sentidos?
Respostas pessoais.
5. No final, uma das personagens usa o termo cabeça para avaliar Orelha. O que você acha que ela quis dizer ao usar esse termo? É uma avaliação positiva ou negativa, em sua opinião? Justifique.
6. Considerando os termos utilizados pelas personagens, transcreva no caderno a(s) alternativa(s) que informa(m) corretamente a situação dos interlocutores.
Alternativa C
A. Pessoas adultas em uma situação informal de comunicação.
B. Pessoas mais jovens em uma situação de conversa formal.
C. Jovens em uma situação informal de comunicação.
D. Pessoas que fazem parte de um mesmo grupo de trabalho.
5. Respostas pessoais. Pode ser uma avaliação positiva ou negativa; o importante é que os estudantes justifiquem seus pontos de vista com base nas inferências feitas.
PROPOSIÇÕES
O conto em foco no Capítulo 2, escrito por Maria Valéria Rezende, narra a história do primeiro amor de um jovem do interior, seus desencantos e amadurecimento.
Ao trabalhar o gênero conto, é importante ressaltar seu caráter ficcional, mostrando aos estudantes que ele propicia uma expressão maior da individualidade do
autor, que imprime seu estilo à obra. Além disso, é interessante ressaltar como cada elemento inserido no texto será relevante para a história, desde o espaço escolhido até as palavras usadas para descrever as personagens. O trabalho com o gênero textual conto visa à mobilização de conhecimento prévio dos estudantes e despertar o interesse deles para a leitura de textos como esse.
ANGELI FILHO, Arnaldo. [Tirinha de Luke & Tantra]. Folha de S.Paulo, São Paulo, 29 jun. 1998.BNCC
Habilidades do Capítulo 2
TEXTO
• EF69LP53
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP44
• EF69LP46
• EF89LP27
• EF89LP33
O conto apresentado faz parte do livro Vasto mundo, no qual Maria Valéria Rezende desfia em vários contos as histórias do povo de uma vila fictícia no Nordeste brasileiro: Farinhada. Não foi por acaso que a escritora paulista ambientou aí suas histórias, já que viveu por quase 30 anos nessa região.
No Capítulo 1, você leu um conto em que as personagens expressam uma visão de mundo com base no que veem, percebem e conhecem. O conto que você vai ler a seguir também traz visões de mundo construídas com base nas experiências de sua personagem, Preá, um acanhado jovem da vila de Farinhada, que só tem olhos para Leninha, uma moça recém-chegada da cidade do Rio de Janeiro. Com base nessas informações, elabore hipóteses: Como você imagina que a moça vai reagir ao saber desse amor de Preá? Será que Preá será correspondido por ela? O que poderá acontecer na vida desses jovens? Respostas pessoais.
TEXTO
Leia coletivamente o conto e vivencie um pouco dessa história.
Vasto mundo
A moça chegou do Rio. Logo se vê… tão alvinha! Saiu daqui miúda, não diferenciava em nada das outras meninas da escola municipal. Foi o padrinho que a levou. Voltou essa moçona. Veio passar o São João. No meio das outras moças, na frente da igreja, ela agora diferencia até demais. O vestido bonito, mais altura, as unhas compridas e vermelhas, movendo os braços, dando voltas e requebros enquanto fala. E fala sem parar. As outras, mais matutas ainda junto dela, são apenas moldura para o quadro. Para os olhos de Preá, nem moldura. Não existem. Não existe mais a igreja, a praça, a vila, nada. Só a moça. Preá… outro nome não tem. Quem poderia dizer era a velha, mas morreu sem que ninguém se lembrasse de perguntar. Para a maioria do povo de Farinhada, hoje parece que ele esteve sempre aqui, que sempre foi assim, uma coisa da vila como a igreja, a ponte sobre o riacho, os bancos de cimento da pracinha. Mas alguém se lembra: chegou um dia com a velha que chamava de avó, meio cega, meio mouca, meio fraca do juízo. O menino, não se sabe que idade tinha… Alguma coisa entre oito e treze anos. Quem pode saber? Fraquinho, enfezadinho como todo filho da miséria. Disseram que vinham do Juá. Qualquer canto da Paraíba tem rua, fazenda, sítio com esse nome. Também, ninguém perguntou muita coisa: uma velha perto de morrer e um menino vivendo só de teimoso... Neco Moreno deixou ficar nos restos da casinha de taipa e palha, no canto do sítio dele, já bem junto do arruado. Preá amassou barro, tapou os buracos, pediu palha daqui e dali, vivia ajeitando o telhado. Continuou sempre assim, aquele capricho com a casa, alisando as paredes, reparando rachaduras, até caiação... Preá faz tudo sozinho, sempre fez tudo sozinho.
Preá não sabe que coisa é esta acontecendo dentro dele. Começou quando bateu com os olhos na moça. Uma queimação dentro do peito, uma nuvem na vista que esconde tudo que não é a moça, os ouvidos moucos para tudo o que não seja a voz dela. Nem com Edilson, o amigo quase irmão, Preá não quer conversa. Um sentimento que parece tristeza, mas não é.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Antes de ler o texto, oriente os estudantes a ler o boxe Quem é a autora, localizado ao final do conto. Acrescente outras informações sobre a autora, como sua dedicação à educação popular, que a levou a percorrer sertões e periferias.
Em Vasto mundo, todas as 18 histórias se passam no mesmo mundo: o povoado fictício de Farinhada, no interior da Paraíba. Cada
história revela uma personagem e cada personagem reaparece como figurante em outras histórias. Nesse livro, Maria Valeria Rezende dá voz ao excluído, ao esquecido, ao analfabeto, às mulheres – descritas como fortes, bondosas e justas – que lutam contra as injustiças.
Pergunte que tipo de narrativa eles esperam encontrar, considerando o título do conto, “Vasto mundo”. Incentive-os a levantar hipóteses a respeito da vila de Farinhada e
• EF69LP49
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP44
• EF69LP47
• EF89LP33
• EF89LP37
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP13
• EF69LP34
• EF69LP44
• EF69LP47
• EF69LP56
• EF08LP04
• EF08LP06
• EF08LP07
• EF08LP11
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
• EF69LP02
• EF69LP03
• EF69LP04
• EF69LP05
• EF69LP13
PRODUÇÃO ESCRITA
• EF69LP46
• EF69LP47
• EF69LP51
• EF69LP53
• EF69LP56
• EF69LP56
• EF08LP04
• EF08LP10
• EF08LP13
• EF08LP16
• EF89LP32
• EF89LP35
• EF08LP04
• EF08LP14
das pessoas do lugar. Comente que essas histórias, em especial a que dá o título do livro, ressaltam o quanto é vasto e diverso o mundo, razão pela qual esse conto foi selecionado para a leitura dos estudantes. Em seguida, promova a leitura compartilhada em voz alta.
REALIZAÇÃO
Texto
Peça aos estudantes que leiam o primeiro parágrafo do conto e escrevam quais são as personagens principais da história, registrando também o lugar onde ela se passa. Essa etapa é importante para que eles percebam que, geralmente, é no início do conto que se situa o leitor no tempo e no espaço.
PROPOSIÇÕES
Peça aos estudantes que, durante a leitura, fiquem atentos às transformações que Preá vai sofrendo, observando, por meio do uso das formas verbais, as ações que ele já não realiza e as que passa a realizar. Isso os ajudará a entender que uma narrativa é formada pelas ações das personagens, pois elas as levam aos conflitos que enfrentam.
REALIZAÇÃO
Texto
Discuta com a turma os conflitos que Preá viveu e de que modo as ações de outros personagens interferiram neles. Ressalte o fato de a menina ter tido no primeiro parágrafo uma descrição maior que a do próprio Preá e discuta com os estudantes por que a autora teria optado por isso. Pergunte-lhes se gostaram do desfecho da história e se escreveriam algo diferente. Destaque a caracterização de Preá como mais um elemento “material”, “imóvel” da vila de Farinhada. Verifique se eles percebem que os habitantes de Farinhada não consideravam a subjetividade nem a singularidade de Preá. A chegada de Leninha e o impacto que ela causou em Preá despertam-no, fazendo com que ele deixasse de se sentir parte da cidade e passasse a ter sentimentos tão inusitados e insólitos que nem sequer sabe reconhecê-los ou nomeá-los. É a chegada da moça e os acontecimentos que se seguem até sua partida que vão permitir que Preá descubra seu próprio mundo (seus sentimentos) e o mundo que existe fora da cidade em
Pelo menos não é daquela tristeza de quando a avó morreu nem de quando o cachorro sumiu. Preá não sabe o que é. Doença também não é, que muitas vezes ele ficou doente e era coisa diferente. Pode ser o juízo enfraquecendo. O povo já diz que ele é fraco do juízo, igual à avó. Agora ele está ficando também cego e mouco, igual à avó. Igual não. É diferente, diferente de tudo o que ele conhece.
A morte da avó mudou pouca coisa na vida de Preá. A tristeza que lhe deu de pouco em pouco foi se acabando. De noite, sozinho, a casinha parecia maior e mais vazia, por uns tempos. No mais, ficou tudo igual, só que não precisa mais levar a lata de comida para casa. Encosta na porta da cozinha de qualquer um, recebe o prato com o que vier, come ali mesmo, “obrigado, dona, até amanhã”.
Desde o começo houve uma espécie de contrato, nem escrito nem falado, entre Preá e o povo de Farinhada. O menino fazia qualquer serviço que pudesse, para quem pedisse, sem botar preço e nem receber pagamento. Do outro lado, ninguém lhe negava um caneco de café, um prato de comida, uma roupa velha […]. Bom como ninguém para fazer mandado que tenha pressa, levar recado urgente, levar pacote, buscar a ferramenta ou o carretel de linha que falta para terminar um trabalho. Foi crescendo, aprendendo outros serviços, artes, muita coisa pode-se pedir a ele. O contrato com o povo continua o mesmo. Preá, fiel, sempre na pracinha ou na rua do meio, ao alcance de um grito. Quando não tem serviço encosta-se na parede… Espera. Jamais sai da vila. Sua casinha na ponta da rua é o limite do mundo. No mundo rural de Farinhada, Preá é urbano, da parca urbanidade da vila.
O dia de Preá, que começa quando a barra do dia raia por cima da Serra do Pilão, vira de novo noite quando a moça aparece na praça, manhã alta. É como estar dormindo e sonhando coisa nunca vista, beleza nunca imaginada. Muitas vezes já não ouve quando gritam por ele, já não vê quando lhe acenam, já não fica encostado na parede da bodega esperando chamado, perde-se a caminho dos mandados, engana-se nos recados. Perdeu todos os rumos, menos o da moça. No rumo dela desvia-se de todos os caminhos, vai cada dia mais longe de tudo, mais perto dela. Já se começa a comentar na vila que Preá não é mais o mesmo. “Está ficando mais leso, preguiçoso, esse menino…”
A moça lá no banco da praça, debaixo do jambeiro, cercada pelas outras que querem ser como ela, falando, gesticulando, mostrando-se. Os rapazes voltam mais cedo do roçado, banham-se, perfumam-se, vestem a roupa do São João e vão vê-la na esperança de serem vistos. Preá não teve roupa nova no São João, por fora é o Preá de sempre, por dentro só a luz da moça. Preá, mariposa, chega cada dia mais perto do jambeiro, mais perto dela. No princípio ninguém notava o menino ali parado, os olhos presos na moça alva. Ele tem a invisibilidade das coisas que sempre estiveram presentes. Mas quando Dona Inácia se cansou de chamar por ele, sem resposta, foi que toda a gente viu: “Preá está lá, feito besta, olhando pra moça.” “Eh, Preá, está gostando da carioca? Olhe só, Leninha, Preá está louco por você. Quer namorar, Preá?” E o coro: “Preá apaixonado! Preá apaixonado!” Ela achou graça, fez sinal: “Vem cá, meu bem, senta aqui perto de mim.” Ele foi, levado pelo vento, pelo olhar… Pelas pernas não foi que não as tinha mais, nem braços, nem corpo, só os olhos e o coração feito zabumba. Não ouviu os gritos, o riso, a mangação. Viu a moça olhando para ele, rindo para ele, a mão macia no joelho dele. “Se você gosta mesmo de mim, Preá, vou namorar com você. Só com você e mais ninguém. Mas tem que fazer uma coisa pra mostrar que gosta mesmo de mim: domingo quero ver você subir até na ponta da torre da igreja e me jogar um beijo lá de cima.”
Farinhada toda já sabe do amor de Preá e da exigência da moça. Apostam que ele sobe, que ele não sobe. A torre da igreja é alta e fina como uma agulha, como as da terra do padre Franz, que a mandou fazer. Edilson já fez de tudo para abrir os olhos do amigo,
que vive desde pequeno e da qual sempre fez parte.
Converse sobre a construção da narrativa e como ela dá pistas de que a história de Preá se passa em uma vila do Nordeste brasileiro. Releia com eles o trecho inicial e destaque: “A moça chegou do Rio. Logo se vê... tão
alvinha!”. Pergunte por que o fato de a moça ser “alvinha” é um indício de que ela estivera fora de Farinhada. Faça-os perceber que não estar com a pele queimada de sol é, para o narrador, um indício de que ela não passou os últimos tempos naquela região, tipicamente ensolarada e quente.
mas que nada! Dona Inácia também diz que é maldade da moça, diz a Preá que não suba. Mas o povo espera o domingo com mais interesse do que o clássico jogo de sábado contra o Itapagi Esporte Clube. “Preá é leso. Vai subir mesmo…” Cuidaram até para o padre não ficar sabendo de nada e não proibir a escalada da torre. Erlinda está fazendo coxinhas para vender na praça durante o acontecimento. Disseram que vem um caminhão de gente do sítio Ventania só para ver.
Preá não viveu quinta, nem sexta, nem sábado. Nada viu, nada ouviu, nem dormiu nem acordou. Pairou desencarnado em alguma dimensão misteriosa. Voltou ao mundo com o badalar do sino. Não vê a praça enchendo-se de gente, nem ouve os gritos, assobios e aplausos, só o zunido do vento aumentando. Sobe, para cima, mais para cima. Não sente as palmas das mãos escalavradas, não sente as plantas dos pés em sangue, não tem medo. Preá é leve, forte, pode tudo, tem asas. Mais, um pouco mais… Lá em cima, a moça, o beijo. Não percebe que aos poucos a praça silencia, tensa, admirada. Agora, mais um pouco e sua mão toca a cruz, agarra-se. Preá respira todo o ar do mundo e olha: lá embaixo o carro preto, a mala, a moça acenando. Só quando o carro que leva a moça desaparece ao longe, numa nuvem de poeira, é que o olhar de Preá, liberto, encontra o horizonte. Lá de cima passeia, vaga, vê. E Preá descobre que vasto é o mundo.
REZENDE, Maria Valéria. Vasto mundo. In: REZENDE, Maria Valéria. Vasto mundo São Paulo: Alfaguara, 2015. p. 15-19.
QUEM É A AUTORA
Maria Valéria Rezende (1942-) nasceu em Santos (SP). Iniciou sua carreira de educadora na periferia de São Paulo (SP), por volta de 1965. A partir de 1972, instalou-se no Nordeste para aplicar projetos de alfabetização e educação de jovens e adultos. Foi com o livro de contos Vasto mundo que ela estreou na literatura, em 2001. É também autora de livros infantojuvenis.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
VOCABULÁRIO
Mouca: aquela que ouve pouco ou é surda.
Juízo: bom senso, equilíbrio mental.
Parca: escassa, pouca.
Bodega: pequena loja de alimentos e bebidas.
Leso: confuso, desnorteado.
Zabumba: tambor de madeiras coladas e membranas nas duas extremidades, de média ou grande dimensão e sonoridade grave, é tocado por varetas ou baquetas.
Mangação: zombaria, “zoação”.
Escalavradas: arranhadas, feridas.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Incentive os estudantes a comentar as suas percepções sobre o conto, levando-os a observar algumas características comuns nesse gênero. Permita que todos se expressem livremente, desde que respeitem os turnos de fala dos colegas e as opiniões divergentes.
2. Comente que, embora haja um contraste entre os dois universos, o do jovem Preá é mais significativo, pois descreve hábitos e costumes da vila e da vida do personagem. Incentive-os a expressar a opinião em relação ao modo como ele acha que a juventude, atualmente, lida com as diferenças sociais.
3. Reflita com eles sobre o enredo do conto, que parece encaminhar para um final trágico previsível, em que a personagem enganada se sente triste, solitária; porém, pelo contrário, no desfecho ela descobre o mundo.
1. O que você achou do conto? Algo nessa história o fez refletir? Comente com os colegas. Respostas pessoais.
2. O conto apresenta personagens de contextos sociais diferentes. Como você acha que a sua geração lida com as diferenças sociais? Resposta pessoal.
3. O que você achou do desfecho do conto? Que outro desfecho você daria para ele? Justifique. Respostas pessoais.
PROPOSIÇÕES
As perguntas de Conversando sobre o texto propiciam o trabalho de inferência com os estudantes, sendo possível acionar os conhecimentos prévios deles e verificar as hipóteses que eles levantaram antes da leitura.
Comente que a finalidade de um conto é entreter e despertar emoções, reflexões. Suas principais características são: é constituído, em geral, por um único conflito, clímax e desfecho; há poucas personagens; o tempo e o espaço são restritos; a narração ocorre em 1a ou 3a pessoa; a linguagem apresenta marcas de temporalidade e ocorre o uso do discurso direto e do indireto.
KRAEMER, Márcia Adriana Dias; PERFEITO, Alba Maria. Discursos desvelados: estudo de movimentos dialógicos no conto contemporâneo. Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso, [s. l.], v. 7, n. 1, p. 125-141, 2012. Disponível em: https://revistas. pucsp.br/index.php/bakhtiniana/ article/view/8865. Acesso em: 28 jun. 2022.
Acesse o link e leia uma análise do gênero conto de uma perspectiva bakhtiniana, além de uma proposta de projeto de trabalho docente com base no conto “O noivo”, de Lygia Fagundes Telles.
PROPOSIÇÕES
Em Explorando o texto, recomenda-se retomar a leitura de trechos do conto. Se considerar produtivo, organize os estudantes em duplas, de modo que possam compartilhar suas compreensões de leitura e experimentar modos colaborativos de aprendizado.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. a) Os estudantes também podem mencionar que ela morava na vila até ser levada pelo padrinho para morar no Rio de Janeiro e estava de volta para as festas de São João.
1. b) Acrescente que a personagem é tomada por sensações que desconhece, passando a ter olhos somente para a moça.
2. Mostre os pontos de contraste entre as duas personagens – elas evidenciam também o contraste entre a cidade grande e a pequena vila.
3. Comente como os habitantes de Farinhada consideravam Preá mais um elemento “material”, “imóvel” da cidade.
4. Comente que as pessoas chamavam, acenavam e ele não as ouvia nem via, trocava os recados que entregava, errava o caminho que deveria fazer.
5. Leve-os a observar que, nesse momento, a diferença entre os valores do homem do campo e do homem da cidade se intensifica. Leninha não respeita os sentimentos de Preá por ela e não se importa se o desafio que propôs vai colocar o rapaz em risco. Por outro lado, Preá é amoroso, ingênuo e se entrega completamente ao desafio.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
2. b) Diferença de classes sociais. A moça, possivelmente estudante, frequentadora de ambientes social e culturalmente refinados; Preá, um rapaz considerado como mais um elemento da paisagem da vila, sem estudo, que vivia da ajuda das pessoas da comunidade.
1. No conto, a chegada de uma moça à vila é o evento que marca o desenrolar do enredo.
1. a) Como uma moça diferente das demais moças da vila, bem-vestida, alta, falante, desenvolta.
a) De que forma ela é apresentada no conto?
b) Como Preá a percebeu nesse momento?
1. b) Como a moça mais bonita que já viu; por isso, ele não tirava os olhos dela, não enxergava mais nada e mais ninguém, somente a moça.
2. O conto revela uma história da diferença entre dois mundos, duas realidades.
a) Quais são esses dois mundos?
b) De que diferença se trata?
O mundo de uma jovem que mora na cidade do Rio de Janeiro e o de um jovem matuto que mora numa vila no interior do Nordeste.
3 Com base no contexto, no desenvolvimento do conto e na descrição de Preá no trecho “uma coisa da vila como a igreja, a ponte sobre o riacho, os bancos de cimento da pracinha”, transcreva no caderno a alternativa que sugere como os moradores da vila consideravam o rapaz. Alternativa D
A. Especial e importante para a cidade.
B. Bobo e preguiçoso.
C. Querido e útil.
D. Útil e necessário.
4. a) A falta de resposta ao chamado de Dona Inácia fez as pessoas que estavam próximas perceberem que ele estava apaixonado.
4. Embora intensos, os sentimentos de Preá não eram notados pelas pessoas.
a) Que fato revelou seus sentimentos para as pessoas?
b) Como os moradores de Farinhada perceberam essa mudança de comportamento de Preá?
Acharam que ele estava mais leso, preguiçoso.
5. Releia o trecho a seguir.
[…] Ela achou graça, fez sinal: “Vem cá, meu bem, senta aqui perto de mim.” Ele foi, levado pelo vento, pelo olhar… pelas pernas não foi que não as tinha mais, nem braços nem corpo, só os olhos e o coração feito zabumba. Não ouviu os gritos, o riso, a mangação. […]
6. a) A insensibilidade em relação aos sentimentos de Preá, não se importando com o risco que significava subir na torre da igreja.
a) Que expectativa essa cena cria no leitor? Expectativa de que Preá e Leninha vão ficar juntos.
b) Considerando o desfecho do conto, qual é a real intenção de Leninha ao chamá-lo para perto dela? Brincar com os sentimentos dele, por ter percebido sua ingenuidade.
6. A cena de maior tensão, o clímax, é o desafio que a moça da cidade fez a Preá.
a) Que característica da personalidade de Leninha fica evidente nesse momento?
b) O que a atitude de Leninha revela em relação aos sentimentos de Preá?
Sugestão de resposta: Revela que ela se incomoda e não admite namorar com alguém de outra classe social.
6. Chame a atenção para a construção do clímax. Primeiramente, o tempo verbal: as formas verbais no presente do indicativo sugerem ao leitor a vivacidade da cena, como se ela estivesse ocorrendo no momento da narração: “não vê”, “não ouve”, “sobe”, “não sente”, “não tem medo”, por exemplo. Em seguida, peça a eles que observem a pontuação: as orações
separadas por vírgulas, sem conjunções, dão agilidade à narrativa, mostrando como as ações se sucedem rapidamente.
7. Se julgar necessário, oriente a retomada da leitura do texto para que localizem e infiram as respostas.
8. Observe se os estudantes compreenderam o conceito de espaço psicológico Acrescente que ele consiste no interior da
7. b) A insensibilidade. A moça e as pessoas da vila, com exceção do seu amigo Edilson e de D. Inácia, não se preocuparam com o que poderia acontecer com Preá, não demonstraram nenhuma empatia por ele e preferiram assistir ao “espetáculo”.
7. O narrador compara o interesse do povo da vila pelo evento de domingo ao clássico jogo contra o time Itapagi Esporte Clube.
7. a) A cidade de Farinhada vibra como se estivesse assistindo a um espetáculo: apostavam
a) Que situações o narrador aponta que justificam essa comparação?
b) É possível aproximar o comportamento da maioria das pessoas da vila ao comportamento da moça. O que têm em comum?
se Preá ia subir ou não, cuidavam para que o padre não soubesse, preparavam quitutes para vender na praça.
8. Na cena do último parágrafo, Preá não está em sintonia com as pessoas que o cercam, mas está em harmonia com seus pensamentos e sentimentos – o espaço psicológico. Isso, de certa forma, reproduz seu estado de espírito.
a) Como ele se sente no alto da torre?
limitou àquele espaço aonde chegou não se sabe de onde nem com quantos anos. Preá agora enxerga a grandeza do mundo. Ocorre, dessa forma, a transformação do personagem.
10. Explique aos estudantes que o conto tem como objetivo entreter, despertar emoções, bem como provocar reflexão ou inquietação no leitor.
b) O que, de fato, Preá descobre naquele momento?
Descobre dois mundos: o dele mesmo (seus sentimentos) e o vasto o mundo – o mundo lá fora, que vai muito além da cidade em que ele vive desde pequeno.
9. Pode-se dizer que o desfecho dessa história é inusitado, inesperado? Por quê?
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
10. O que o conto lido proporciona ao leitor? Transcreva a alternativa correta no caderno.
A. Reflexões sobre o comportamento humano. Alternativa A
B. Conhecimentos dos costumes das cidades do interior do país.
C. Informações precisas de diferentes realidades sociais.
D. Aquisição de conhecimentos variados.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
Sim. Porque, diferentemente de muitas histórias de amor, a paixão não correspondida por Leninha, em vez de produzir desilusão, levou Preá a se libertar e descobrir um novo e vasto mundo.
1. Comente a estrutura do conto. Em lugar de apresentar a situação inicial, o contista muitas vezes já expõe a situação que gera o desequilíbrio e provoca o conflito da narrativa.
1. O conflito começa com a visita de uma moça à vila de Farinhada, onde nasceu, vinda da cidade do Rio de Janeiro, falante, bem-vestida e desenvolta, que cruza a vida de Preá, rapaz matuto que morava na vila e que, ao vê-la, se apaixona.
1. O conto lido é uma narrativa breve em que o enredo se desenvolve a partir de um conflito derivado de diferenças sociais. Descreva o conflito.
2. O espaço é um elemento muito importante na narrativa. Por meio dele, pode-se entender a ambientação e o contexto da narrativa, as características dos personagens ou inferir situações sociais.
a) No conto, a vila é o cenário das ações. Como Preá era percebido na vila, segundo o narrador?
Como simplesmente mais “uma coisa da vila”, um elemento imóvel que fazia parte da paisagem da vila de Farinhada e tinha “a invisibilidade das coisas que sempre estiveram presentes”.
b) Essa maneira como ele é visto na vila reflete, de certa maneira, seu espaço psicológico, no seu estado de espírito. Qual era esse estado?
Sente-se livre, leve, forte. Estado de apatia, solidão.
c) É possível afirmar que, no conto, Preá e Leninha compartilham o mesmo espaço físico, mas têm espaços psicológicos diferentes. Justifique.
Espaço físico ou r eal é o cenário da ação, onde as personagens desenvolvem a narrativa: uma cidade, um parque, uma sala, uma escola etc.
Já o espaço interior ou psicológico é o interior da personagem, constituído por suas vivências, seus pensamentos e sentimentos, e também pode refletir o modo como ele vivencia determinado espaço físico.
2. c) As ações dos personagens ocorrem no mesmo cenário, a vila de Farinhada. Já em relação ao espaço psicológico, diferem quanto às vivências, aos pensamentos e sentimentos.
personagem, que não tem relação com o ambiente físico, mas, sim, com sentimentos, emoções etc. da personagem.
9. Comente o conjunto de metáforas que constroem o final do conto: “[...] Só quando o carro que leva a moça desaparece ao longe, numa nuvem de poeira, é que o olhar de Preá, liberto, encontra o horizonte. Lá de cima passeia, vaga, vê. E Preá descobre que vasto é o mundo”. Pergunte
a eles o que seria a “nuvem de poeira”. Provavelmente, comentarão que ela simboliza o momento em que Preá começa a enxergar a realidade; até então, ele estava envolvido por um amor idealizado e só com a partida da moça entende que ela não gostava dele. Depois, enfoque a frase: “E Preá descobre que vasto é o mundo”. De cima, ele tem a visão da vila e percebe que há muito para conhecer; ele sempre se
2. A descrição do espaço físico é muito importante nesse conto. Ela complementa a caracterização do protagonista, Preá. Em princípio, seu espaço físico se restringe à vila e a seus moradores. No final, quando atinge o ponto mais alto da torre da igreja, assim como ocorre uma transformação interior, o mundo de Preá também se amplia e o liberta. Com isso, a definição de espaço físico vai além da simples localização de onde ocorrem os fatos da narrativa, ela também constrói o enredo, estabelecendo as condições para a criação dos aspectos morais, psicológicos, culturais e socioeconômicos das personagens.
REALIZAÇÃO
3. Os estudantes podem apresentar dificuldade de entender o termo flashback
A palavra flashback , de origem inglesa, significa voltar ao passado. Na literatura e no cinema, por exemplo, consiste em um interessante recurso narrativo, para demonstrar algo que foi subitamente recordado no momento presente, geralmente como resposta a alguma motivação. Por exemplo, uma personagem visualiza ou escuta algo que lhe traz à memória um evento passado. Na música, remete a músicas que são mais antigas. Sugere-se, se possível, apresentar uma cena de filme, série ou telenovela em que uma personagem relembra, conta acontecimentos do passado usando o recurso de flashback
4. a) e 4. b) Comente que o foco narrativo é o ponto de vista por meio do qual o narrador conta a história, podendo se apresentar em 1a pessoa ou 3a pessoa. No caso, o conto foi narrado em 3a pessoa, ou seja, a personagem não participa da história e, assim, os acontecimentos são narrados com mais objetividade.
4. c) Auxilie os estudantes a perceber que esse é um recurso usado para priorizar apenas os sentimentos de Preá, personagem principal do conto. Como narrador-onisciente, o narrador certamente saberia a intenção de Leninha, mas optou por não revelar.
3. a) Cerca de quatro dias. A narrativa se inicia quando Leninha chega para passar o feriado de São João; Preá, já apaixonado, “não viveu quinta, nem sexta, nem sábado”; e ela foi embora no domingo, dia em que Preá sobe na torre da igreja, o que se comprova no trecho “[…] Mas o povo espera o domingo com mais interesse do que o clássico jogo de sábado […]”.
3. O tempo, outro importante elemento de construção da narrativa, pode estar presente no texto como cronológico ou psicológico
Tempo cronológico é o tempo entendido como “real”, marcado pelo relógio (minutos, horas) e pelo calendário (dias, semanas, meses, anos), assim como períodos (manhã, tarde, noite), épocas (Carnaval, festas juninas, Natal), entre outras marcações temporais. Ele permite que o leitor se situe quanto ao momento concreto em que determinado fato aconteceu. O tempo psicológico, por outro lado, é individual e subjetivo, pois cada personagem sente a passagem de tempo de forma diferente e de acordo com emoções, sentimentos e sensações. Ele aparece na narrativa, por exemplo, por meio das memórias e lembranças de uma personagem, como um flashback, em que se relembra algo do passado.
a) Qual é a duração dos fatos narrados no conto “Vasto mundo”? Justifique com elementos do texto.
b) No quarto parágrafo, há uso do recurso de flashback quando o narrador relembra como era a vida de Preá após a morte da avó. De que modo essas lembranças influenciam a narrativa?
Elas levam o leitor a se sensibilizar com a vida simples e solitária de Preá e, ao mesmo tempo, realçam a força interior e de sobrevivência do personagem.
4. Toda a história é contada com base no ponto de vista denominado foco narrativo, que determina o tipo de narrador da história, conforme descrito no esquema a seguir.
4. b) Possibilita ter conhecimento dos pensamentos, ideias e sentimentos das personagens, fazendo que o leitor esteja a par de tudo e conheça a trama em detalhes.
Narra a história da qual participa também como personagem, contando o que viveu, viu, sentiu e pensou.
Narra os fatos com neutralidade, contando somente aquilo que viu ou sobre o que ouviu falar, sem participar da história.
a) Qual é o foco narrativo e o tipo de narrador desse conto?
Narra como se soubesse o que as personagens pensam e sentem, além daquilo que fazem e dizem.
Foco narrativo em 3a pessoa, narrador-onisciente.
b) Que efeito de sentido o uso desse tipo de narrador produz na narrativa?
c) O narrador expõe claramente o que Preá pensa e sente. Por que não faz o mesmo com a personagem Leninha?
Porque, se o narrador expusesse os pensamentos da personagem, o leitor saberia desde o início suas verdadeiras intenções e a narrativa não teria o mesmo impacto no desfecho.
PARA ASSISTIR
O QUE é conto? 2015. Vídeo (5min46s). Publicado pelo canal Napead. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=APBz_hGpywA. Acesso em: 29 jun. 2022.
O link, indicado para acesso pelo professor, remete ao vídeo “O que é conto?”, em que a apresentadora aborda a evolução do conceito de conto e as dificuldades teóricas em definir o gênero. Ela também chama a atenção para o caráter ético dessa manifestação literária.
5. Releia os trechos a seguir, que caracterizam Preá em dois momentos da narrativa: antes de subir na torre e no alto da torre.
Trecho 1
[…] “Está ficando mais leso, preguiçoso, esse menino…”
Trecho 2
[…] Preá é leve, forte, pode tudo, tem asas. […]
Leso, preguiçoso, leve e forte.
a) Quais são os adjetivos usados na descrição de Preá nesses trechos?
b) Compare o uso desses adjetivos nos dois trechos e transcreva no caderno a alternativa que expressa a comparação entre esses dois trechos. Alternativa B
A. Ideias semelhantes.
B. Ideias opostas.
C. Um exagero.
D. Uma ironia.
c) Que efeito de sentido essa mudança de percepção sobre Preá cria para o leitor?
O leitor compreende que o personagem mudou ao descobrir o mundo que existia além daquele em que vivia.
6. A escolha de determinadas palavras e expressões contribui para a construção dos sentidos da narrativa. Leia os trechos a seguir.
Trecho 1
[…] Saiu daqui miúda, não diferenciava em nada das outras meninas da escola municipal. […]
Trecho 2
O dia de Preá, que começa quando a barra do dia raia por cima da Serra do Pilão […].
Trecho 3
[…] Bom como ninguém para fazer mandado que tenha pressa […].
Miúda: pequena, criança nova. Barra do dia: o nascer do Sol, as primeiras luzes do dia, o alvorecer. Fazer mandado: atender a um pedido ou a uma ordem, cumprir uma tarefa.
a) De acordo com o contexto, quais sentidos adquirem as expressões em destaque?
b) O que o uso dessas expressões indica sobre o conto? Que tipo de variação linguística é essa?
Indica que a história narrada se passa em algum lugar interiorano e/ou das regiões Centro-Oeste, Norte ou Nordeste do Brasil, nas quais essas expressões são usadas de forma mais corrente. Trata-se, portanto, de variação geográfica.
5. Espera-se que os estudantes percebam a oposição construída com os adjetivos e que a associem às mudanças pelas quais passa o personagem Preá, tanto por conta do seu objetivo de conquistar o coração da moça da cidade quanto pela descoberta da vastidão do mundo.
6. Comente com os estudantes que cada lugar, cada região, tem sua própria maneira de falar. No Brasil, apesar de todos falarem a mesma língua, existem diferenças, como os variados usos de certas palavras e expressões, e a pronúncia de determinados fonemas, o que chamamos de sotaque
PARA LER
BRANDÃO, Helena Nagamine (coord). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2012. (Aprender e ensinar com textos, 5).
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
7. Comente com os estudantes que as figuras de linguagem dão originalidade ao texto e possibilitam ao leitor perceber a construção artística dos sentidos do texto. Dê alguns exemplos de antítese, como: forte/fraco; baixo/alto; frio/ calor. A metáfora, por sua vez, estabelece uma relação de semelhança entre algo, como em: Maria Cecília é fera em xadrez (fica subentendido que Maria Cecília é muito hábil nesse tipo de jogo). Se necessário, oriente-os a consultar o dicionário sobre o significado das palavras antítese e metáfora
8. Explique que uma das marcas linguísticas do discurso direto é o uso das aspas; no caso, para reproduzir a fala das personagens.
9. Retome os diferentes tipos de discurso. Discurso direto: o narrador reproduz exatamente as palavras da personagem, destacando-as com dois-pontos, aspas ou travessão. Essas marcas ajudam o leitor a identificar quem está falando. Discurso indireto: o próprio narrador expressa o que a personagem diz. Discurso indireto livre: o narrador assume o lugar da personagem e suas falas vêm mescladas às dela. Ele expõe os desejos e pensamentos da personagem.
10. Comente que, em textos narrativos, as construções temporais não são necessariamente lineares; ora se narram eventos passados, ora presentes.
7. b) Porque Preá vai aos poucos se aproximando do lugar em que a menina está, atraído por sua “luz”, assim como fazem as mariposas, que são atraídas por luzes fortes.
7. c) Sugere-se que ele não é importante o suficiente para essas pessoas, por isso passa despercebido.
Figuras de linguagem são recursos que ajudam na construção dos sentidos do texto. A antítese, por exemplo, consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Já a metáfora constrói uma comparação com o uso de palavras de significados diferentes, mas cuja relação semântica pode ser entendida pelo contexto.
9. a) Sim. Tanto ao personagem Preá quanto aos moradores da vila, de modo geral, por ser um comentário que evidencia diferenças culturais e sociais.
9. b) Não foram usadas aspas, mas usa pontuação expressiva, palavras e jeito de falar que podem ser atribuídos ao personagem Preá ou a outros moradores da cidade.
7. As figuras de linguagem também contribuem para a criação de sentidos na narrativa. Releia o trecho a seguir.
[…] Preá não teve roupa nova no São João, por fora é o Preá de sempre, por dentro só a luz da moça. Preá, mariposa , chega cada dia mais perto do jambeiro, mais perto dela. No princípio ninguém notava o menino ali parado, os olhos presos na moça alva. Ele tem a invisibilidade das coisas que sempre estiveram presentes. […]
a) No primeiro trecho em destaque, há uma oposição entre por fora e por dentro. Transcreva no caderno a alternativa que indica a oposição que corresponde a essas expressões, respectivamente.
Alternativa A
A. Realidade × os desejos de Preá.
B. O menino do interior × a menina da cidade grande.
C. Sofrimento × alegria.
D. Desgosto × amor.
b) Por que o narrador usou a expressão “Preá, mariposa” nesse trecho?
c) Ao comparar a invisibilidade de Preá com a das coisas que estão sempre presentes, o que se sugere sobre ele?
8. Como já se sabe, a fala dos personagens pode ser representada pelo discurso direto ou pelo discurso indireto.
a) Que tipo de discurso é usado para representar a fala das personagens no conto? O discurso direto.
b) Que sinal gráfico é empregado para reproduzir a fala dos personagens?
As aspas.
9. Releia o início do conto.
Ao reproduzir a fala de personagens sem demarcação explícita, o narrador está usando o discurso indireto livre. Nesse tipo de discurso narrativo, sua voz se confunde com a das personagens e não se pode diferenciá-las com exatidão.
A utilização de diferentes tipos de discurso, tempos verbais e a escolha de palavras e outros recursos linguísticos ajudam a compor a história e os sentidos do texto.
a) O termo Logo se vê… tão alvinha! indica uma fala que poderia ser atribuída a outros moradores de Farinhada? No contexto do conto, a quem poderia ser atribuída essa fala?
b) Em que essa fala se diferencia das demais atribuídas a personagens no conto?
10. Quando o narrador conta a história, o tempo verbal predominante é o passado. Por que em alguns trechos o tempo verbal passa a ser, de repente, o presente do indicativo?
O conto, em geral, apresenta um único conflito, tempo e espaço reduzidos e poucas personagens. O tempo pode ser medido objetivamente (tempo cronológico) e subjetivamente (tempo psicológico), como também pode transcorrer em flashback, por meio de lembranças e reflexões das personagens. Os espaços físicos e interiores (ou psicológico), combinados a outros elementos, como a descrição das personagens e de suas ações também são muito importantes na construção do conto.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Literatura e valores
Livros, filmes, novelas, seriados, poemas e canções, entre outras produções artísticas, participam da construção dos valores humanos, do nosso jeito de ser e de lidar com a diversidade humana ao instigar ideias, sentimentos, reflexões, como as do conto lido: questões voltadas para as diferenças étnicas,
culturais, econômicas e sociais que permeiam o mundo e a convivência entre as pessoas.
1. Organize a turma em semicírculo e relembre com eles a história do conto “Vasto mundo” – cenas, personagens, falas etc. Para isso, proponha um reconto coletivo, em que todos podem contribuir. Se necessário, explique que reconto consiste em reconstruir oralmente um texto que já existe.
10. Porque o narrador alterna ações que acontecem no momento da narrativa e antes dela, assim como ações contínuas.PROPOSIÇÕES
Transitividade verbal e objeto
1. a) Provavelmente, deixar evidente que a moça será uma personagem importante na história e a sua chegada irá desencadear a trama no conto.
Os verbos, palavras que exercem a função de núcleo do predicado verbal e do sintagma verbal, podem ou não precisar de complemento. Isso depende da transitividade verbal e dos sentidos do contexto em que se encontram empregados.
1. b) Pode-se inferir que ela se diferencia não só fisicamente, mas, principalmente, pelo jeito de ser, pelas ações, pois é uma menina com hábitos de cidade grande, diferente das meninas da vila do interior.
A moça chegou do Rio. Logo se vê… tão alvinha! Saiu daqui miúda, não diferenciava em nada das outras meninas da escola municipal. Foi o padrinho que a levou. Voltou essa moçona. Veio passar o São João. No meio das outras moças, na frente da igreja, ela agora diferencia até demais. […]
a) O narrador apresenta a moça logo no início do conto. Em sua opinião, o que ele pretende destacar para o leitor ao usar essa estratégia?
b) A personagem se diferencia das demais meninas da região. O que se pode inferir sobre a menina com base nessa afirmação?
2. O trecho é formado por períodos que, por sua vez, são constituídos de orações.
a) O primeiro período é constituído por apenas uma oração. Que termo exerce a função de núcleo do predicado? A forma verbal chegou
b) Quanto à transitividade verbal, transcreva no caderno a alternativa correta acerca do termo identificado no item a Alternativa D
A. Transitivo direto, porque o termo do Rio complementa o sentido do verbo.
B. Transitivo indireto, pois o termo do Rio complementa o sentido do verbo e liga-se a ele por meio de uma preposição.
C. Transitivo direto e indireto.
D. Intransitivo, porque o termo do Rio indica uma circunstância de lugar.
3. Agora, releia esta oração.
[…] não diferenciava em nada das outras meninas da escola municipal. […]
a) O núcleo desse predicado é a forma verbal diferenciava. É possível afirmar que esse verbo é transitivo? Explique.
Sim, pois necessita de complemento, representado, nessa oração, pelo termo das outras meninas da escola municipal
b) Com base no item a, transcreva no caderno a alternativa que corresponde ao tipo de verbo representado pela forma verbal diferenciava nessa oração. Alternativa B.
A. Transitivo direto.
B. Transitivo indireto.
2. Peça que escrevam em uma folha à parte uma ideia que tenha chamado a atenção e que expressa a compreensão das mensagens expressas no conto em relação aos valores humanos. Pode ser interessante que também transcrevam a frase ou o trecho do conto que reflete essa ideia.
3. Depois, um por vez, os estudantes vão ler o que escreveram e compartilhar as reflexões feitas. Após todos apresentarem suas ideias,
C. Transitivo direto e indireto.
D. Intransitivo.
proponha que reflitam para concluir: Quais mudanças de comportamento, valores e atitudes cabem a cada um – e à sociedade em geral – e podem ajudar a construir um vasto mundo onde ninguém tenha a “invisibilidade das coisas que sempre estiveram presentes”?
4. Elabore com eles um registro coletivo dessa reflexão final e monte um painel com as reflexões individuais e coletivas registradas pela turma.
O conceito de transitividade verbal, trabalhado em Por dentro da língua , é complexo e demanda atenção ao contexto e à identificação das relações sintático-semânticas que se estabelecem, na oração, entre o verbo e seu complemento. Proponha aos estudantes que comparem os diferentes enunciados: “Comi bem.”; “Comi um peixe.”; “Comi a sobremesa por você.” Eles devem notar que a mesma forma verbal apresenta diferentes relações sintático-semânticas. No primeiro exemplo, o verbo comer é intransitivo, isto é, seu sentido é completo, não se estende ao adjunto adverbial bem, que acresce à forma verbal uma circunstância de modo. No segundo, a forma verbal é transitiva, seu sentido se completa com o complemento objeto direto. No último exemplo, o verbo comer tem seu sentido completado por dois complementos: a sobremesa (objeto direto) e por você (objeto indireto).
REALIZAÇÃO
Por dentro da língua
1. Verifique se os estudantes notam que a personagem desencadeará a trama do conto e que é evidenciado que ela é diferente das pessoas da vila por ter ido morar no Rio de Janeiro.
2. Comente que, quando o predicado é verbal, o seu núcleo é um verbo que indica ação e que o verbo se classifica como verbo intransitivo ou transitivo (direto, indireto ou direto e indireto).
3. Comente que a maioria dos verbos pode ser transitivo ou intransitivo, a depender de seu sentido no contexto.
REALIZAÇÃO
Por dentro da língua
4. a) Reitere que cada oração apresenta uma única forma verbal, mesmo no caso da locução verbal veio passar
4. b) Sugere-se que cada oração seja transcrita na lousa e a atividade seja realizada coletivamente, questionando as respostas e cada termo nas orações.
4. c) Oriente os estudantes na análise das orações, para que seja completa, identificando o sujeito, o verbo (núcleo do predicado verbal) e as palavras, as expressões e as orações que os complementam (no caso do verbo transitivo).
PROPOSIÇÕES
Ao abordar a classificação dos verbos transitivos, comente que os pronomes oblíquos átonos podem exercer a função de complementos verbais, objetos direto ou indireto.
Os pronomes oblíquos de 3a pessoa - a (s), - o (s) desempenham a função de objeto direto e, quando forem complementos de verbos terminados em som nasal (- m, - ão, - õe), recebem a letra n, no início.
Por exemplo: Eles fizeram a lição. / Eles fizeram-na.
Esses mesmos pronomes, quando forem complementos de verbos terminados em - r, - s ou -z, recebem no início a letra l - e as consoantes finais das formas verbais são apagadas.
Por exemplo: Ele vai escrever o bilhete. / Ele vai escrevê-lo.
O pronome lhe (s) ocupa a função de objeto indireto; já os demais – me, mim, nos –podem exercer a função de objeto direto ou indireto.
4. a) Os períodos são simples, pois cada um deles tem apenas uma forma verbal e, portanto, apenas uma oração.
4. b) [1] Voltou essa moçona. [2] Veio passar o São João. [3] No meio das outras moças, na frente da igreja, ela agora diferencia até demais.
4. Agora, releia o trecho a seguir.
[...] Voltou essa moçona. Veio passar o São João. No meio das outras moças, na frente da igreja, ela agora diferencia até demais. […]
a) Esse trecho é composto por três períodos. Como podem ser classificados cada um desses períodos? Qual característica eles apresentam que justifica sua classificação?
b) Transcreva no caderno os períodos separadamente e sublinhe o núcleo do predicado de cada um deles.
c) Agora, compare as orações.
4. c) II. Espera-se que os estudantes reconheçam que, nesse contexto, a forma verbal não é transitiva direta porque não tem complemento verbal, caracterizando-se, assim, como um verbo intransitivo.
I. Que tipo de verbo predomina na composição dessas orações? Verbos transitivos diretos.
II. Observe que em uma das orações aparece a forma verbal diferencia. Pode-se afirmar que, nesse contexto, o verbo é transitivo direto? Justifique sua resposta.
Nas atividades anteriores, você viu que alguns verbos precisam de complementos verbais e outros não precisam (os verbos intransitivos).
Os verbos transitivos são aqueles que precisam de complementos para que seus sentidos sejam apreendidos.
Exemplo:
A morte da avó mudou pouca coisa na vida de Preá.
No exemplo, o termo pouca coisa exerce a função de complemento da forma verbal mudou
Classificação dos verbos transitivos
Verbo transitivo direto: é acompanhado de um complemento – o objeto direto – que se liga ao verbo sem preposição. Exemplo: objeto
[…] Qualquer canto da Paraíba tem rua, fazenda, sítio com esse nome. […]
Verbo transitivo indireto: é acompanhado de um complemento – o objeto indireto – que se liga ao verbo por meio de uma preposição. Exemplo:
[…] “Se você gosta mesmo de mim, Preá, vou namorar com você […]”
objeto indireto objeto indireto
Verbo transitivo direto e indireto: nesse caso, o verbo necessita de dois complementos, um sem preposição – o objeto direto – e outro com preposição – o objeto indireto. Exemplo:
[…] Do outro lado, ninguém lhe negava um caneco de café, um prato de comida, uma roupa velha. […] objeto indireto objeto direto
Além de poder ser preenchido por substantivos – como em “caneco de café”, “prato de comida”, “roupa velha” –, o núcleo dos complementos verbais também pode ser constituído por pronomes, entre eles os pronomes pessoais oblíquos. Esses pronomes podem classificar-se em objeto direto ou objeto indireto. Exemplos:
[…] Foi o padrinho que a levou. […] (levou ela) objeto direto
ATIVIDADES
[…] já não vê quando lhe acenam […].
PROPOSIÇÕES
1. A reportagem a seguir conta a história de uma menina que vive em uma cidade do interior da Bahia e, a partir do que viu na capital, Salvador, teve uma ideia que mudou o seu entorno e o da comunidade em que vive. Leia o texto.
Clara Beatriz tem 13 anos e criou projeto para incentivar a leitura
Camilla Freitas De Ecoa, em São Paulo 23/06/2021 06H00
[…]
O Casinha de Livros nasceu […] quando Clarinha – como também é chamada – tinha apenas 10. Depois de uma viagem para Salvador, ela quis replicar na sua cidade, Irecê, região da Chapada Diamantina, uma iniciativa que viu por lá: uma casinha em uma praça pública que disponibilizava livros.
“Eu achei a ideia muito interessante e percebi que na minha região não tinha nada parecido para incentivar a leitura e decidi que eu poderia fazer uma casinha daquelas na minha cidade”, diz. A ideia deu tão certo que hoje o projeto conta com nove casinhas espalhadas pelos estados da Bahia, Ceará e Pará.
[…]
Conceber a ideia para o projeto foi mais fácil para Clara do que convencer os pais a entrar na empreitada. “De início, eles disseram não porque achavam que as pessoas que passavam pela praça poderiam vandalizar a casinha”, lembra. Sua mãe, Maria José Maciel, conta que, no início, achou que só se tratava de “mais uma das invenções de Clara”. “O pai dela até fez uma aposta com ela de que iriam destruir a casinha em 15 dias, mas já se passaram 2 anos e 7 meses e o projeto só cresceu”.
Muito determinada, ela passou um ano insistindo até que os pais cedessem. A solução encontrada foi a de colocar a primeira casinha na praça ao lado de sua casa, para que Clara pudesse acompanhá-la mais de perto. Os primeiros livros vieram de sua própria coleção e de sua família. Para construir e colocar a casinha na praça, Clara contou com a ajuda dos pais.
“No começo, muitas pessoas estavam pegando o livro e não estavam devolvendo”, lembra a garota. Esse é realmente um problema para o projeto. A ideia da Casinha de
Antes de iniciar a leitura da reportagem que serve de base para as atividades 1 a 5 de Atividades, levante os conhecimentos prévios dos estudantes em relação à ideia presente no título da reportagem. Espera-se que eles se surpreendam e fiquem motivados com o fato de uma menina de 13 anos criar um projeto para tornar a leitura acessível na comunidade em que vive.
REALIZAÇÃO Atividades
1. Proponha a leitura coletiva do texto em voz alta, efetuando pausas para realizar comentários em relação a determinados parágrafos, questionar, responder ou escutar comentários, promovendo uma leitura interativa e dinâmica. Depois de realizada a leitura, proponha aos estudantes que se organizem em duplas para discutir e realizar as atividades. Acompanhe de perto as discussões de cada dupla para perceber como a turma participa na resolução das questões propostas.
D3-012-055-POR-F2-2102-V8-M1-LA-G24_AVU.indd
ANTUNES, Irandé. Gramática contextualizada: limpando “o pó das ideias simples”. São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 49).
Nessa obra, indicada para leitura pelo professor, a professora e pesquisadora aborda a função interativa da linguagem e a gramática como atividade discursiva. Apresenta, ainda, análises contextualizadas do uso de conectores e dos pronomes.
Clara Beatriz Maciel, do projeto Casinha de Livros. CLARA BEATRIZ/ACERVO PESSOALREALIZAÇÃO
1. a) Explique que, geralmente, as reportagens trazem conteúdos informativos, curiosos e atuais.
1. b) Comente com os estudantes que a leitura é fundamental para a formação das pessoas, assim como um direito necessário a todos os indivíduos, por isso a reportagem é tão relevante e pertinente.
1. c) Incentive o compartilhamento das opiniões e pontos de vista dos estudantes e, se houver algum projeto de incentivo à leitura na região, organize uma visita ao local com a turma. Se possível e pertinente, proponha o desenvolvimento de ações colaborativas, seja por meio de divulgação, seja fazendo campanhas para arrecadação de livros e posterior doação ao projeto em questão.
2. Reitere aos estudantes que esse tipo de ação é essencial para a sociedade, uma vez que viabiliza a democratização do acesso ao livro e à leitura.
3. a) Comente que os verbos significativos ou nocionais exercem a função de núcleo dos predicados verbais.
3. b) Explique que os complementos verbais (objetos direto e indireto) são termos que completam o sentido de verbos transitivos.
3. c) Reforce que, quando um verbo, no contexto, é transitivo direto, ele necessariamente precisa de complemento.
Livros é que o livro circule, o que quer dizer que a pessoa pode pegá-lo, levá-lo para casa, mas precisa devolvê-lo. “Se quiser, é legal levar outro livro para contribuir”, explica.
[…] Pela rede social, Clara contou com a ajuda da tia para publicar por lá os títulos que estavam disponíveis, além de sempre lembrar que o projeto dependia das devoluções. […]
Ainda hoje, por não conseguir ter controle de quem pega os livros, Clarinha não consegue controlar, também, as devoluções. Mas se antes ela contava com a desconfiança dos familiares de que o projeto daria certo, hoje ela consegue contar com eles até para contornar essa situação.
1. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que muitas pessoas não leem porque não têm acesso aos livros e iniciativas simples como a das casinhas podem mudar essa realidade.
[…]
FREITAS, Camilla. Clara Beatriz tem 13 anos e criou projeto para incentivar a leitura. Ecoa UOL, São Paulo, 23 jun. 2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/06/23/clara-beatriz-tem-13anos-e-criou-projeto-para-incentivar-a-leitura.htm. Acesso em: 3 jun. 2022.
a) Quais circunstâncias tornam o fato apresentado importante para ser transformado em reportagem?
O fato de ser uma menina de 13 anos a criar um projeto para tornar a leitura acessível na comunidade em que vive por meio do acesso a livros de diferentes gêneros.
b) A iniciativa da menina começou em sua cidade, Irecê, que fica no interior da Bahia, com uma casinha de livros – no momento da publicação da reportagem, já existiam nove casinhas espalhadas em três estados. Considerando a repercussão desse projeto, o que se pode inferir sobre o acesso à leitura no Brasil?
c) Você acha que projetos como esse podem fazer a diferença? Na cidade em que você vive há algum projeto que incentive a leitura? Respostas pessoais.
2. De que forma divulgar iniciativas como essa pode contribuir para o desenvolvimento da educação no país?
3. Releia o título da notícia. Nele há três orações.
Notícias e reportagens desse tipo incentivam as pessoas a perceber a importância do hábito de leitura e de se criarem ou de participar de iniciativas que possam gerar melhorias no campo da educação, favorecendo uma sociedade mais inclusiva e democrática.
Clara Beatriz tem 13 anos e criou projeto para incentivar a leitura
a) Transcreva no caderno a primeira oração e identifique a parte que exerce função de predicado. Como ele pode ser classificado?
A oração é ”Clara Beatriz tem 13 anos”; predicado verbal.
b) Analise a forma verbal que exerce a função de núcleo da segunda oração e responda: Ela precisa de complemento verbal? Se sim, qual termo exerce essa função?
c) Com base na resposta ao item anterior, transcreva no caderno a alternativa que indica corretamente a classificação da forma verbal quanto à transitividade. Alternativa A
A. Transitiva direta.
B. Transitiva indireta.
C. Transitiva direta e indireta.
D. Intransitiva.
3. b) Sim; o complemento da forma verbal criou é projeto
4. No trecho a seguir, a menina fala da resistência dos pais ao seu projeto. Releia-o.
[…] “De início, eles disseram não porque achavam que as pessoas que passavam pela praça poderiam vandalizar a casinha”, lembra. Sua mãe, Maria José Maciel, conta que, no início, achou que só se tratava de “mais uma das invenções de Clara”. “O pai dela até fez uma aposta com ela de que iriam destruir a casinha em 15 dias, mas já se passaram 2 anos e 7 meses e o projeto só cresceu”.
a) A princípio, os pais da menina não deram apoio a ela. Você acredita que eles agiram acertadamente? Quais argumentos você usaria para convencer seus familiares a aderir ao projeto? Respostas pessoais.
b) Releia o terceiro período do trecho. Por quantas orações ele é formado? Por quatro orações.
c) Quais formas verbais exercem a função de núcleo dessas orações? Como esses verbos podem ser classificados quanto à transitividade?
As formas fez, iriam destruir, passaram e cresceu; os dois primeiros são transitivos, os outros, intransitivos.
5. Agora, releia o trecho a seguir.
[…] “O pai dela até fez uma aposta com ela de que iriam destruir a casinha em 15 dias, mas já se passaram 2 anos e 7 meses e o projeto só cresceu”. […]
• No caderno, transcreva a alternativa que não corresponde à análise do período.
A. O termo a casinha exerce a função de objeto direto da locução verbal iriam destruir
B. Os termos uma aposta e com ela exercem a função de complementos verbais do verbo fazer
C. O pronome ela exerce a função de objeto direto.
D. A forma verbal fez é transitiva direta e indireta. Alternativa C
6. Na tirinha a seguir, as personagens falam do amor. Leia-a.
6. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que não; uma delas considera o amor um sentimento que transforma de modo positivo, enquanto a outra considera a transformação de modo negativo.
5. Explique aos estudantes que os pronomes, quando assumem a função de objeto direto, são denominados pronomes oblíquos.
6. Nessa atividade, é realizada a interpretação e a compreensão da tirinha, que dialoga com as temáticas de valores evocadas nas leituras anteriores do módulo.
6. a) Auxilie-os a compreender que as personagens não apresentam o mesmo ponto de vista em relação ao amor.
6. b) Espera-se que os estudantes apresentem a opinião deles e um argumento sustentado na interpretação feita da tirinha.
7. Solicite aos estudantes que atentem para os aspectos verbais e visuais da tirinha, e mostre-lhes como eles dialogam no conjunto.
a) Pode-se afirmar que as personagens têm o mesmo ponto de vista em relaçao ao amor?
b) E você, concorda com qual das personagens? Justifique seu ponto de vista.
7. Na última fala, uma das personagens busca solucionar o conflito de opiniões.
a) Que recurso linguístico ela utiliza em sua fala?
7. a) Ela junta as duas falas (o que o amigo disse e o que ela própria disse) para caracterizar o sentimento.
b) Que efeito de sentido o uso desse recurso linguístico produz na tirinha?
8. Releia a fala do terceiro quadrinho. Transcreva no caderno a alternativa que está adequada à análise da oração. Alternativa B
A. O núcleo do predicado verbal é a forma verbal vai
B. O termo comigo exerce a função de objeto indireto.
C. O núcleo do predicado é a forma verbal concordar
6. b) Resposta pessoal. O importante é que os estudantes exponham seus pontos de vista posicionando-se de forma consistente e com argumentos que embasem seus pontos de vista.
D. O termo comigo exerce a função de objeto direto da locução verbal vai concordar
7. b) Produz efeito de humor, pois evidencia o que muitas pessoas pensam desse sentimento e o quanto ele pode ser contraditório e complexo.
REALIZAÇÃO
4. a) Os estudantes podem achar que sim, pois os familiares da menina poderiam querer, primeiramente, avaliar até que ponto ela estava decidida a concretizar a ideia e, também, porque a ação requeria um pequeno investimento da família – além do receio da reação das pessoas ao projeto. Os
argumentos podem ser os mais variados. Incentive o compartilhamento das ideias e avalie com eles quais seriam os argumentos mais consistentes, os mais fracos etc.
4. b) e 4. c) Transcreva o terceiro período do trecho na lousa, mostrando quantas orações há e quais são as formas verbais que exercem a função de núcleo dessas orações.
8. Explique aos estudantes que o termo comigo consiste em objeto indireto, uma vez que completa o sentido de concordar
GOMES, Clara. [Concordância]. Bichinhos de jardim. [S. l.], 19 jan. 2014. Disponível em: https://bichinhosdejardim.com/concordancia/. Acesso em: 21 maio 2022. CLARA GOMESWWW.BICHINHOSDEJARDIM.COMPROPOSIÇÕES
Em Língua em cena, a atividade proposta tem como finalidade que os estudantes busquem em manchetes jornalísticas as questões abordadas na seção Por dentro da língua, retomando e mobilizando os conhecimentos apreendidos e aplicando-os de forma efetiva em textos do cotidiano escolhidos por eles.
O objetivo é incentivar o protagonismo dos estudantes por meio do uso de metodologias ativas, uma vez que eles poderão trabalhar noções de práticas de pesquisa por meio da análise documental (sensibilização para análise de discurso) e da observação, tomada de nota e construção de relatórios. Dessa forma, terão oportunidade de construir análises e comparações e, em seguida, elaborar suas próprias conclusões com base no que depreenderem, favorecendo, também, o desenvolvimento do pensamento computacional (identificação de padrões).
REALIZAÇÃO
Língua em cena
Verifique se todos os estudantes têm acesso à internet, caso a pesquisa das manchetes seja realizada por meio dela, ou promova uma visita à biblioteca da escola. Também é possível solicitar que tragam recortes de manchetes para a sala de aula.
Oriente-os a avaliar o tipo de estrutura predominante na construção dessas manchetes. Lembre-os de que a manchete indica o assunto de que uma notícia trata. Tende a ser um texto mais curto que a linha fina e tem a função de motivar o leitor a ler o texto por completo. Explique como o emprego variado de formas
Ordem dos elementos nas orações de manchetes jornalísticas
A estrutura de uma oração, geralmente, segue o padrão conhecido como ordem direta: sujeito + verbo + complemento
No entanto, o falante ou autor pode empregar em seus textos outras estruturas, alterando a posição dos elementos da oração segundo seus propósitos comunicativos – de acordo com o que deseja (ou não) ressaltar.
1. Forme dupla com um colega e, juntos, pesquisem quatro manchetes jornalísticas em jornais, revistas e/ou na internet.
2. Analisem a construção dessas manchetes seguindo os critérios de organização dos elementos da oração e descrevam suas conclusões no caderno, utilizando conhecimentos linguísticos, como ortografia, concordância e pontuação adequados à norma-padrão.
3. Avaliem o tipo de estrutura predominante na construção dessas manchetes: se é a ordem direta ou se há uma alteração na ordem dos elementos da oração.
4. Depois, analisem por que os autores teriam optado por tais estruturas, o que pretendem valorizar ou evidenciar e quais efeitos de sentido essas escolhas podem produzir.
5. Verifiquem também a predominância da transitividade dos verbos empregados (se são transitivos e/ou intransitivos) e se essa transitividade produz algum impacto no sentido das manchetes.
6. Com base nas observações e análises das manchetes selecionadas, elaborem um relatório descritivo do que vocês depreenderam desse trabalho de investigação. Para isso, observem a seguinte estrutura.
I. Introdução: apresentem brevemente a proposta da pesquisa e os procedimentos que vocês seguiram para realizá-la.
II. Texto principal: apresentem as manchetes selecionadas e descrevam o que observaram e analisaram a partir delas.
III. Conclusão: descrevam as conclusões a que chegaram com base nas observações e análises feitas.
7. Releiam o texto que elaboraram, revisem o que for necessário e apresentem o resultado da pesquisa para os colegas no dia combinado com o professor.
verbais auxilia na elaboração de um texto claro, com frases bem construídas.
Se julgar pertinente, retome a estrutura sujeito + verbo + complemento, com exemplos que podem ser fornecidos por você ou pelos próprios estudantes, com a sua validação. Essa estrutura deve estar clara para que todos possam realizar a atividade.
É essencial realizar uma análise do motivo de se ter optado por tais estruturas, assim
como o que pretendem valorizar ou evidenciar com o texto.
Para ajudá-los a revisar o relatório, sugira que o leiam em voz alta, para perceber trechos truncados e sem pontuação adequada.
Defina um dia para que apresentem o relatório, assim como as suas conclusões. Após a apresentação, proponha uma avaliação, por meio da qual os estudantes reflitam sobre suas expectativas, experiências e aprendizados no decorrer do trabalho.
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
Há e a: alguns usos
Algumas palavras da língua portuguesa podem trazer dúvidas ao falante quanto à grafia e ao seu emprego por terem a mesma pronúncia, como é o caso de há e a
1. Releia a seguir um trecho do conto “Planetas habitados”, lido no Capítulo 1
— É. Ali há condições para a vida. [...]
1. a) O advérbio ali, que sugere ao leitor que elas se encontram em um outro planeta.
a) No trecho, a personagem refere-se à Terra. Que palavra da oração em destaque deixa claro que as personagens não estão nesse planeta?
b) A oração em destaque – uma oração sem sujeito – tem como núcleo do predicado a forma verbal há. Em que sentido o verbo haver está empregado? No sentido de existir
c) Na mesma oração foi empregado o artigo a. Embora tenham o mesmo som quando pronunciados, o que diferencia o artigo e a forma verbal quanto às funções que desempenham na oração?
d) O que se pode fazer para empregar adequadamente essas duas palavras?
Uma das formas do verbo haver pode ser usada quando a oração é sem sujeito (impessoal) e quando o verbo tiver o sentido de existir. Exemplo:
• Há uma bela igreja na cidade de Farinhada. (no sentido de existe)
Também pode ser utilizada em orações que se referem ao tempo passado. Nesses casos, pode ser substituída pelos verbos fazer ou ter. Exemplos:
• Há muitos anos que não vejo a Leninha.
• Faz / Tem muitos anos que não vejo a Leninha.
Aproveite para levantar os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito dessas palavras homófonas, ou seja, que são pronunciadas da mesma forma, mas apresentam grafia e significado diferentes.
REALIZAÇÃO
Questão de fala e escrita
1. Se necessário, retome a leitura de trechos anteriores e posteriores ao excerto apresentado do conto, para que os estudantes observem o contexto.
1. a) Relembre os estudantes de que ali é um advérbio de lugar.
1. b) Explique que o verbo haver, se apresentar o sentido de existir, é impessoal.
1. c) Auxilie-os a perceber a diferença entre o artigo e a forma verbal.
Na linguagem informal, principalmente em registro oral, é comum o emprego, nesses casos, da palavra atrás, reforçando a ideia de passado. Veja:
• Vi Preá há um ano atrás.
1. d) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes infiram que o primeiro passo é estabelecer sentidos ao texto em que estão ou serão empregados, para que, com base nisso, vejam o que se encaixa – a forma verbal há ou o artigo (e também preposição) a
O artigo a é usado quando acompanha um substantivo feminino. Exemplo:
Não existe mais a igreja, a praça, a vila, nada.
Quando for preposição, o artigo a é utilizado antes de substantivos e também para expressar tempo futuro. Exemplo:
• Daqui a dois dias, Preá irá subir na torre da igreja.
Essa preposição também pode ser usada para indicar distância. Exemplo:
• Preá mora a dois quilômetros do centro da cidade.
PROPOSIÇÕES
Em Questão de fala e escrita são propostas atividades para que os estudantes, por meio de observação e da reflexão, percebam a regularidade do emprego dos termos há e a. Eles devem perceber que a forma verbal há é um
modo representativo do verbo haver e utilizado quando o verbo haver está no modo impessoal e tem o mesmo sentido do verbo existir, fazendo referência a um tempo passado. O artigo definido a, por sua vez, normalmente é usado antecedido de substantivo, fazendo referência a um tempo futuro ou à distância.
1. d) Comente a importância das relações sintáticas que dão significado e sentido às orações. Se julgar pertinente, acesse com a turma o link a seguir e leiam as dicas de português disponíveis em: https://g1.globo. com/educacao/blog/ dicas-de-portugues/post/ quando-usar-ha-ou.html (acesso em: 29 jun. 2022). Em seguida, proponha que procurem mais exemplos e expliquem quando se emprega cada termo.
A forma verbal há exerce a função de núcleo do predicado e o artigo a acompanha o substantivo vida, determinando-o.REALIZAÇÃO
Atividades
1. a) Primeiramente, oriente os estudantes a fazer relação entre os elementos visuais e escritos da filipeta digital. Explique-lhes que esse tipo de campanha de conscientização tem mobilizado as pessoas a denunciar diversos casos de preconceito e discriminação em muitos setores da sociedade.
1. b) A questão pede aos estudantes que dirijam o olhar para o lugar onde vivem, seus problemas e quais questões podem ser trazidas à discussão. Eles poderão trazer situações, exemplos de casos que conhecem ou de que ouviram falar e que comprovem casos de discriminação e preconceito na comunidade. Comente com eles que a eliminação de qualquer tipo de discriminação é um dos pontos centrais da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1965. Segundo o artigo I da convenção:
1. Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial” significará qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano, (em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida pública.
BRASIL. Decreto nº 65.810, de 8 de dezembro de 1969. Promulga a Convenção Internacional
2. a) Fazendo-o acreditar que, se houver, na cidade, qualquer tipo de discriminação, preconceito e intolerância por parte de um ou mais cidadãos, a sociedade em que vivem será considerada infeliz.
ATIVIDADES
1. a) A campanha é dirigida aos moradores da cidade e aos das regiões próximas, com o intuito de chamar a atenção para o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e reforçar a luta contra o preconceito e a discriminação.
1. As diferentes formas de discriminação, preconceito e intolerância ainda precisam ser combatidas com veemência pela sociedade. A filipeta digital a seguir faz parte de uma campanha lançada com esse objetivo. Leia-a.
a) A campanha foi lançada na cidade de Paraná (RN). A quem essa campanha é dirigida e com que finalidade?
b) Considerando o tema e suas vivências, essa campanha poderia ser lançada também na cidade ou na região em que mora? Por quê? Respostas pessoais.
PARANÁ (RN). Prefeitura de Paraná. [Campanha] Dia Internacional Contra a Discriminação Racial – 21 de março. 21 mar. 2020. 1 Filipeta digital. Disponível em: https://parana.rn.gov.br/informa. php?id=133. Acesso em: 21 maio 2022.
2. No texto da filipeta digital, um período define o que é uma “sociedade feliz”.
a) De que forma essa definição pode persuadir o leitor a aderir à campanha?
b) Na segunda oração, foi empregada a forma verbal há. Em que sentido ela foi usada?
3. Leia a tirinha a seguir. Foi usada no sentido de existir
3. a) A situação da saúde pública. A finalidade é mostrar ao leitor o longo tempo de espera para conseguir uma consulta médica.
a) Qual é o tema da tirinha? Com que finalidade essa situação foi abordada?
b) Que tom a autora da tirinha dá à narrativa?
c) Como é construído esse efeito de sentido?
3. b) Um tom de ironia e crítica à situação narrada, evidenciando o seu absurdo.
3. c) Por meio da reação da personagem no último quadrinho, ressaltando a inutilidade da guia de agendamento ao rasgá-la.
4. No primeiro quadrinho, a personagem emprega a palavra a
a) Que sentido ela atribui à oração?
b) A que classe de palavras essa palavra pertence? Preposição.
5. No último quadrinho, o que a fala da personagem reforça?
Atribui o sentido de tempo futuro em relação ao que está sendo dito. Reforça o que a autora deseja evidenciar: os problemas da saúde pública no Brasil.
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. Brasília, DF: Presidência da República, 2022. Disponível em: www.planalto. gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D65810.html. Acesso em: 29 jun. 2022.
2. a) Auxilie os estudantes a compreender o objetivo da campanha e a localizar os recursos persuasivos.
2. b) Certifique-se de que todos percebam que a forma verbal usada traz o sentido de existir
3. Antes de ler a tirinha, chame a atenção apenas para as personagens: O que elas parecem fazer? Qual é, aparentemente, o estado físico de cada uma? O que faz com que se suponha isso? Depois, peça-lhes que leiam os balões e respondam qual é a crítica feita na tirinha. Espera-se que os estudantes percebam que é feita uma crítica ao tempo de espera para se conseguir atendimento no sistema de saúde brasileiro. Caso julgue
LAERTE. [O condomínio #94, 1985]. Laerte. [S. l.], c1970-2021. Disponível em: https://laerte.art.br/acervo/?_sfm_ decada=1980&sf_paged=2. Acesso em: 21 maio 2022.PROPOSIÇÕES
PRODUÇÃO ESCRITA
Fanfic de ficção científica
A proposta de produção deste módulo levará você a outros mundos, outras galáxias, outras épocas, por meio de histórias de ficção científica criadas a partir de outras histórias, de personagens e/ou personalidades que você conheça. A sua fanfic poderá publicada em uma plataforma digital de fanfics
Então, prepare-se para embarcar em uma aventura pelo mundo da ficção científica!
Planejando o texto
1 Escolha a(s) obra(s), personagem(ns) e/ou personalidade(s) que darão origem à fanfic. Escolha elementos de que você goste em filmes, séries de TV, novelas, jogos, livros ou qualquer outra produção que conte uma história e que você possa expandir, mudar o rumo, inserir outras personagens, criar outro desfecho etc. Você pode, ainda, selecionar personagens (de um mesmo universo criativo ou de vários) e personalidades famosas dos mais diferentes campos para compor a sua história. As possibilidades são inúmeras, mas não se esqueça da temática de ficção científica, que pode incluir elementos como supercomputadores, planetas longínquos, viagens no tempo, humanos com superpoderes, mutações etc. Descubra o que desperta seu interesse e sua imaginação.
2 Escreva suas ideias sobre a obra ou as personagem(ns) escolhida(s) e busque mais informações sobre eles. Registre as ideias que surgirem ao perguntar “E se…?” para as mais diferentes possibilidades. Exemplo: “E se fulano fosse imortal ou pudesse viajar no tempo?”.
3 Caso a sua fanfic seja baseada em uma obra existente, a semelhança com a obra original deve ser mantida, não só por ter personagens com o mesmo nome. A fanfic deve preservar o clima e o universo da história original. Lembre-se do conceito de verossimilhança – possibilidade de um elemento ser aceitável como real dentro de determinado universo fictício.
4 Escreva um esboço do texto. Reproduza no caderno um quadro como o apresentado a seguir e organize suas ideias.
Espaço Tempo Personagens Narrador Fatos Onde se passa a história?
Quando a história acontece: passado, presente ou futuro?
Ou há uma mistura de tempos?
Quem é o protagonista da história e as demais personagens?
Quem conta a história? Ela terá narrador?
O que acontece na história?
a) Faça um desenho para mostrar o cenário e as personagens que você imagina. Isso ajudará você a construir a imagem que, depois, será transmitida no texto escrito.
b) Pense em como vai surpreender o leitor e tornar a leitura instigante. Lembre-se do conto “Planetas habitados”, em que a história parece seguir em uma direção e, no final, surpreende o leitor.
relevante, converse com eles sobre a situação do sistema público de saúde na cidade onde moram, abrindo espaço para que compartilhem experiências ruins ou favoráveis pelas quais eles próprios ou parentes tenham passado. Amplie a questão, perguntando: O que dá o tom de humor à tirinha? Eles devem responder que é o fato de a atendente rasgar o comprovante de agendamento da consulta diante da fala do
personagem, alegando que, depois de tanto tempo, ele não precisaria mais de atendimento médico.
4. Certifique-se de que os estudantes percebem que a palavra a é utilizada para indicar tempo futuro e que, nesse caso, trata-se de uma preposição.
5. Comente que o comportamento da atendente não é uma regra, mas sim uma exceção.
Em Produção escrita , estamos oportunizando espaço para a cultura juvenil por meio de uma proposta de produção de um roteiro relacionado com a perspectiva das fanfics, com um tema ligado à ficção científica. Antes de iniciar a escrita do texto, oriente os estudantes a pesquisar termos científicos que possam ser empregados no texto. Lembre-os de que é possível derivar outros termos dos existentes na realidade. Além disso, deixe acessíveis dicionários e enciclopédias para que possam consultar alguns inventos e se inspirar.
REALIZAÇÃO
Produção escrita
Na etapa Planejando o texto, promova uma discussão coletiva sobre temas possíveis: uma viagem ao futuro ou ao passado; um elemento tecnológico novo que influencia o comportamento dos seres humanos etc.
Oriente a turma a explorar a ficção que foi eleita por eles com muito cuidado para levantar informações acerca das personagens, dos fatos e acontecimentos que costumam rodeá-los, as circunstâncias experenciadas, entre outros. É essencial lembrar que as fanfics são textos escritos por pessoas que têm amplo conhecimento acerca da ficção original, por isso é imprescindível manter-se coerente com o mundo de ficção elaborado originalmente.
REALIZAÇÃO
Na etapa Escrevendo a primeira versão da fanfic, eles devem empregar sequências dialogais para expressar as emoções das personagens. Reforce que as expressões indicativas de tempo, modo e lugar são importantes para localizar os fatos no tempo e no espaço e descrever como ocorreram.
Comente também que as sequências descritivas são importantes na narrativa tanto para a descrição do espaço quanto das personagens.
Explique que eles devem usar recursos que deixem evidentes as características das personagens ou façam alusão a fatos precedentes cujo conhecimento seja necessário para que o enredo seja totalmente compreendido. Também é fundamental supor toda a narrativa de modo a estabelecer precisamente o que é pertinente apresentar no início da produção de modo que os leitores possam criar expectativas ao que será contado.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Relacionando ciência e ficção
Para explorar mais a relação entre ciência e ficção, converse com os estudantes sobre o que sabem a respeito dos extraterrestres segundo a ficção e a ciência. Peça a eles que, em grupo, selecionem filmes ou desenhos animados que abordem essa relação. Em seguida, solicite que façam uma rápida pesquisa sobre a questão abordada na produção selecionada, considerando a leitura científica do tema.
No dia combinado, peça aos grupos que comparem a visão científica com a ficcional. Procure encerrar a conversa demonstrando que, na ficção, tudo é possível, pois a imaginação trabalha sem limites.
c) Decida como vai contar a história. Você pode apresentar:
• o narrador organizando o diálogo entre as personagens;
• a história sendo construída apenas com as falas das personagens, em uma sequência dialogal.
d) Caso resolva organizar sua história em uma sequência narrativa, faça um esboço do que será narrado em cada parte. Caso prefira a sequência dialogal, retome as partes da sequência na atividade 2 do tópico Composição e linguagem do Capítulo 1. Observe a seguir a descrição dos elementos estruturais básicos de uma história.
• Introdução: situa o leitor quanto ao ambiente, os acontecimentos iniciais, onde e quando acontecem.
• Complicação: o que acontece e coloca o protagonista em posição de conflito. Geralmente, provocado por outra personagem, o antagonista, ou alguma situação complicada.
• Clímax: momento de tensão em que o protagonista enfrenta uma situação difícil e, aparentemente, sem saída.
• Desfecho: momento em que o protagonista supera a situação do clímax e tudo se resolve (para o bem ou para o mal).
Escrevendo a primeira versão da fanfic
1 Em uma folha à parte, escreva a primeira versão da história. Leve em consideração os seguintes pontos.
Com relação ao conteúdo
• Escreva a ação logo no início e atraia o interesse do leitor para o que vai acontecer em seguida. Evite longas descrições.
• Deixe evidentes as referências à(s) obra(s), personagem(ns) e/ou personalidade(s) originais, de modo que o leitor possa reconhecer esses elementos na fanfic
• Crie uma história verossímil, ou seja, com acontecimentos que podem ser considerados verdadeiros no universo em que a história se desenvolve.
• Tente mostrar não só o que acontece, mas também como acontece.
• Crie diálogos entre as personagens: eles possibilitam que o leitor observe a forma como se comportam, se expressam, se relacionam etc.
• Se necessário, dê explicações e informações científicas sobre algum fato, objeto, situação da história.
• Dê um título para sua fanfic Com
relação à linguagem
• Defina o foco narrativo da sua história: em 1a pessoa (narrador participa da história como personagem); em 3a pessoa (narrador narra sem participar da ação ou como se soubesse o que as personagens pensam e sentem).
• Empregue expressões que organizem e liguem com coerência as ações narradas, dando ideia de encadeamento, de ruptura ou de conclusão.
PARA ACESSAR
MARTINHO, Cristina Maria Teixeira; FIDELIS, Lincoln de Araujo. Utopias fantásticas: características gerais da ficção científica. Cadernos do CNLF, Rio de Janeiro, vol. XIV, n. 4, t. 4, p. 3289-3300, 2011. Disponível em: www.filologia.org.br/xiv_cnlf/tomo_4/3289-3300.
pdf. Acesso em: 27 jun. 2022.
O link apresenta artigo “Utopias Fantásticas: características gerais da ficção científica”, publicado nos Cadernos do CNLF, Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos. Interessante texto que descreve as principais características da ficção científica.
• Atente aos tempos verbais: empregue o pretérito (passado) na narração dos fatos anteriores e o presente na fala das personagens, por exemplo.
• Empregue palavras do universo científico. Reforce a importância dos advérbios e locuções adverbiais na organização das ideias e na coerência do texto.
Há palavras e expressões que ajudam a organizar as ideias do texto e a construir coerência interna da narrativa.
• Advérbios e locuções adverbiais de tempo: há dois dias, agora, no dia seguinte, depois, ao amanhecer, ao entardecer, imediatamente, enfim, primeiramente, jamais, entre outros.
• Advérbios e locuções adverbiais de lugar: abaixo, acima, além, em algum lugar, atrás, dentro, embaixo, externamente, lá, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, entre outros.
Revisando o texto
1 Troque seu texto com o de um colega e leia-o, observando os aspectos a seguir.
• A fanfic deixa explícitos os elementos originais que a inspiraram?
• A história é verossímil?
• Há clareza a respeito de onde, quando, com quem, o que e como aconteceram os fatos?
• A introdução situa o leitor no universo da história?
• Há um momento de clímax?
• As ações desenvolvidas pelas personagens levam o leitor a viver a tensão do momento?
• O foco narrativo está adequado ao tipo de narrador (narrador-personagem em 1a pessoa; narrador-observador em 3a pessoa)?
• A escolha das palavras ajuda a criar um ambiente de ficção científica?
• Foram usados termos para dar encadeamento à narrativa?
• Foi feito uso de palavras que indicam as circunstâncias em que os fatos e as ações aconteceram?
Reescrevendo e editando o texto
1 Releia (em silêncio e, depois, em voz alta) o que você escreveu e as observações feitas pelo colega e faça os ajustes que achar necessários. Essa é uma etapa muito importante de sua produção.
2 Dedique um tempo para editar sua fanfic, revendo a qualidade tanto do conteúdo quanto da narrativa – muitos leitores de fanfic desistem da leitura por causa de textos confusos.
Publicando a fanfic
1 Há várias plataformas on-line voltadas à publicação de fanfics. Com a orientação do professor, escolha com os colegas uma dessas plataformas e publique com eles as fanfics da turma.
2 Depois, vocês podem acompanhar se elas serão lidas e comentadas pelos leitores da plataforma, assim como ler as histórias publicadas por outros usuários.
REALIZAÇÃO
Na etapa Revisando o texto, faça a análise coletiva a partir da leitura ou da reprodução do texto de um estudante. Após essa etapa, os estudantes farão a correção do próprio texto e sua reescrita. Oriente-os nesse trabalho, pedindo que deem sugestões que possam enriquecer a história, fortalecendo o caráter de ficção científica que o texto deve apresentar.
Após a autocorreção, oriente-os a fazer uma edição criteriosa dos textos quanto aos aspectos discursivos do texto, à ortografia e à pontuação.
Para a publicação das fanfics, pesquise e selecione com os estudantes uma plataforma adequada e na qual seja possível não só publicar, mas também comentar e avaliar os textos. Dessa forma, em um momento futuro, eles poderão observar a recepção das histórias que criaram.
PARA ACESSAR
PODCAST trata de Asimov, o escritor de ficção científica que pauta discussões até hoje. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 jan. 2020. Disponível em: www1.folha. uol.com.br/podcasts/2020/01/ colunista-fala-de-asimov-oescritor-de-ficcao-cientifica-quepauta-discussoes-ate-hoje.shtml.
Acesso em: 29 jun. 2022.
Esse link, cujo acesso é indicado ao professor, apresenta um podcast com curiosidades sobre a vida de Isaac Asimov, por ocasião do centenário do escritor, e discute algumas questões a respeito das três leis da robótica, que foram criadas por ele e estão na base das discussões éticas sobre a inteligência artificial.
Habilidades de encerramento
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF69LP46
• EF69LP49
• EF89LP27
• EF89LP32
• EF69AR01
• EF69AR04
• EF69AR05
• EF69AR31
• EF69AR33
PROPOSIÇÕES
Apesar de mais conhecida como cantora, Beyoncé é uma artista que atua em diferentes vertentes, como a dança e o audiovisual. Ela tem se destacado cada vez mais por uma produção artística engajada e comprometida com questões sociais, como o feminismo e o combate ao racismo. Em muitos de seus videoclipes e canções, ela exalta culturas negras e valoriza a atuação e o reconhecimento da mulher negra na sociedade.
O filme Black is King (2020) foi reconhecido por muitos como afrofuturista e pode ser interessante mostrar aos estudantes como, nas imagens apresentadas, o filme apresenta visualidades futuristas, geralmente comuns em filmes de ficção científica. Porém, é importante notar que o filme constrói uma narrativa de futuro contada por meio de pessoas e culturas negras, tentando neutralizar apagamentos históricos e dando protagonismo a elas. Você pode enfatizar que é muito comum que pessoas negras sejam deixadas de fora de narrativas futuristas, por isso o Afrofuturismo atua não só como uma ação artística, mas também política e social.
CONEXÃO LINGUAGENS EM
Afrofuturismo
Neste módulo, você estudou contos e fanfics. Assim, pôde perceber como as narrativas de ficção também são maneiras de expressar valores e atitudes, buscando provocar reflexões sobre o convívio social e o respeito mútuo. Agora, você vai conhecer um trabalho produzido pela cantora estadunidense Beyoncé (1981-) que se relaciona ao Afrofuturismo.
O Afrofuturismo tem relação estreita com a ficção científica e com as tecnologias, mas busca apresentar visões antirracistas para as narrativas que ocorrem no futuro. No Afrofuturismo, as pessoas negras são protagonistas e têm a possibilidade de imaginar novos destinos à população negra ou até mesmo de reelaborar o passado que tiveram, geralmente marcado por histórias de escravidão e preconceito.
Com o filme Black is king, Beyoncé uniu cinema, teatro, dança, música e artes visuais para criar uma adaptação para a famosa história de O Rei Leão. Para a produção, a artista uniu referências visuais de diversas culturas africanas e afrodescendentes a aspectos e a características afrofuturistas, traçando, assim, novas narrativas e novas possibilidades de futuro a povos negros.
REALIZAÇÃO
1. Incentive os estudantes a observar as imagens e fazer uma leitura com base no que estudaram neste módulo. Não há respostas corretas, apenas verifique de que eles se lembram a respeito do que estudaram e como traçam relações com as imagens apresentadas.
2. Incentive os estudantes a observar aspectos visuais das imagens, relacionando-os à leitura interpretativa que fazem delas. Peça que observem as cores utilizadas, os cenários e figurinos, as formas e as linhas. Também não há uma resposta correta neste caso, algumas características podem causar mais ou menos estranhamento
As imagens desta página e da anterior são frames do filme Black is King, dirigido por Beyoncé, Blitz the Ambassador, Kwasi Fordjour, Emmanuel Adjei, Jenn Nkiru, Ibra Ake e Jake Nava (Estados Unidos, 2020).
também passa pela literatura, pela arte e pela cultura. Aproveite para valorizar o Afrofuturismo e ressaltar sua importância não apenas para as pessoas negras, mas para toda a sociedade.
4. Proponha uma conversa sobre como cada estudante se sente em relação às histórias de ficção com que tem contato. Coloque em debate as desigualdades e preconceitos presentes na sociedade e incentive que analisem e argumentem como isso tem a ver com a criação e divulgação de histórias de ficção, em qualquer gênero ou mídia. Aproveite para enfatizar a importância de a diversidade estar bem representada na arte e na cultura como forma de luta pela equidade na sociedade.
1. Observe as imagens com atenção. Considerando os estudos deste módulo, quais reflexões elas geram em você?
2. Em sua opinião, quais características das imagens fazem com que elas sugiram um visual futurista?
Resposta pessoal. Resposta pessoal.
3. Você acha que é importante que todos se sintam representados nas histórias de ficção? Por quê?
Black is King Vídeo (1min22s). Canal Walt Disney Studios. Disponível em: www.youtube. com/watch?v= 69MO7yU0d70
4. Você se sente representado em histórias de ficção de livros, filmes, novelas ou séries? Em caso positivo ou negativo, comente com os colegas o motivo
Respostas pessoais. Resposta pessoal.
nos estudantes, mas sugira que analisem se essas cenas retratadas são comuns e se poderiam ser encontradas facilmente na realidade e atualmente. Não se esqueça de colocar em debate a questão do Afrofuturismo, apresentado nesta seção, comentando com os estudantes que as personagens em cena são negras e em que leituras essa informação pode influenciar.
Acesso em: 19 jul. 2022. No vídeo, é possível ver o trailer oficial do filme (em inglês) e apreciar outras de suas imagens.
3. Esta pergunta propõe um debate interessante para a finalização do módulo. Garanta que os estudantes compreendam que qualquer produção e expressão, escrita ou artística, precisa estar comprometida com princípios éticos e democráticos. Se necessário, conte a eles que a luta pela equidade entre homens e mulheres e entre brancos, indígenas e negros, por exemplo,
WALT DISNEY STUDIOS WALT DISNEY STUDIOSCompetências do módulo
Gerais: 1, 3, 4, 9, 10
Linguagens: 1, 2, 3, 5
Língua Portuguesa: 1, 5, 7, 10
Arte: 1, 3, 6, 7
Habilidades da abertura
• EF69LP21 • EF89LP27
Temas Contemporâneos Transversais
• Direitos da criança e do adolescente
• Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
INTRODUÇÃO
Neste módulo, o eixo de leitura aborda textos dos gêneros poema social, microrroteiro, poema concreto e letra de canção de rap. O trabalho contempla os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) Direitos da criança e do adolescente e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras. O eixo de análise linguística/semiótica trata de adjunto adverbial, aposto e figuras de linguagem como metonímia, aliteração e assonância. No eixo de produção textual, propõe-se a produção de um microrroteiro. Os estudantes também são orientados a desenvolver uma prática de pesquisa de estudo de recepção, com foco na cultura juvenil.
OBJETIVOS
• Explorar as características dos gêneros poema social, microrroteiro e poema concreto.
• Identificar o adjunto adverbial e reconhecer seus efeitos de sentido no contexto.
• Revisar o emprego de algumas figuras de linguagem e conhecer metonímia, aliteração e assonância.
• Explorar as características do gênero letra de canção: rap.
POESIA E PROTESTO 2
• Realizar prática de pesquisa de estudo de recepção.
• Identificar o aposto e reconhecer sua função esclarecedora ou especificadora na oração.
• Compreender o uso e empregar corretamente a pontuação em orações com adjuntos adverbiais e aposto.
• Produzir microrroteiros.
PROPOSIÇÕES
A imagem da abertura mostra o resultado do projeto Tempo de arte: duração para coletas subjetivas, que foi organizado e coordenado, entre 2012 e 2013, pela professora de Arte Maria José Falcão, em uma escola pública de Itapetininga (SP). No projeto, os estudantes foram convidados a guardar em frascos o que
não gostariam de esquecer ou perder, como lembranças, memórias, sensações, vivências e sentimentos. No interior do frasco, eles colocaram materiais diversos, com cores, formas e texturas que representariam aquilo que foi escolhido para ser guardado. No exterior, há uma etiqueta mostrando o que o frasco representa e o nome do estudante que o criou.
• Poema social
• Microrroteiro e poema concreto
• Adjunto adverbial
• Figuras de linguagem: metonímia, aliteração e assonância
• Letra de canção: rap
• Estudo de recepção: a voz do leitor
• Aposto
• Pontuação: adjuntos adverbiais e aposto
• Produção escrita: microrroteiro
• Batalhas de MCs
IMAGEM EM FOCO
Observe a imagem e converse com os colegas com base nas perguntas a seguir.
1. O que mais chamou a sua atenção na imagem?
imagem com mais profundidade, contando algumas das informações fornecidas neste manual.
2. Aproveite para verificar o entendimento que os estudantes possuem a respeito de poética. Se achar interessante, conte a eles que a palavra poética é utilizada não apenas para se referir à poesia literária, mas também para se referir a criações de diferentes linguagens artísticas. Neste caso, a poética contempla as ideias, as intenções, os estilos e os desejos do artista, que, geralmente, tem uma poética própria e única. Já uma imagem pode ser considerada poética por apresentar possibilidades de fruição e entendimento que ultrapassam a linguagem verbal e mobilizam sensações, emoções e sentimentos por meio da arte.
2. Em sua opinião, é possível afirmar que essa imagem é poética? Por quê?
3. Se o projeto propusesse aos estudantes que guardassem em um frasco o que não é bom para eles ou algo que consideram que precisam mudar, o que você acha que guardariam?
4. Se você fosse participar do projeto, o que escolheria guardar? Quais materiais você colocaria dentro do frasco para representar o que escolheu?
Resposta pessoal. Respostas pessoais. Resposta pessoal. Respostas pessoais.
REALIZAÇÃO
1. Esta atividade visa incentivar a observação e a leitura da imagem. Reserve alguns minutos para que os estudantes possam observar os detalhes com atenção. Depois, convide-os a compartilhar as respostas com os colegas e oriente uma conversa com base na troca de conhecimentos e na escuta do outro. Aproveite a conversa para contextualizar a
3. Incentive os estudantes a pensar em possibilidades de respostas. Diga-lhes que não existe uma resposta certa e que a ideia é que eles inventem possibilidades com base na imagem e nas próprias experiências.
4. Finalize a conversa propondo aos estudantes que pensem o que fariam caso participassem de um projeto como esse. Oriente-os a primeiro pensar no que gostariam de guardar e depois a imaginar quais materiais ou objetos poderiam representar o que escolheram, considerando suas formas, cores e texturas.
BNCC
Habilidades do Capítulo 1
TEXTO
• EF69LP44
• EF69LP46
• EF69LP49
• EF89LP32
• EF89LP33
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP44
• EF69LP46
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP28
• EF69LP44
• EF69LP48
• EF69LP54
• EF89LP17
• EF89LP32
• EF89LP37
• EF08LP16
TEXTOS EM DIÁLOGO
• EF69LP21
• EF69LP44
• EF69LP47
• EF69LP48
• EF89LP32
• EF89LP33
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP44
• EF08LP06
• EF08LP10
LINGUAGEM E SENTIDOS
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP44
• EF69LP48
• EF89LP37
PROPOSIÇÕES
Para mobilizar os conhecimentos que os estudantes têm do gênero poema, organize uma conversa com a turma sobre hábitos e preferências na leitura desse gênero. Pergunte se costumam ler poemas, quais são os poetas de sua preferência, seus poemas favoritos, se sabem declamar algum poema de cor, se apreciam alguma temática específica abordada nesse gênero etc.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Antes da leitura do poema, sugere-se a realização da atividade a seguir, cujo objetivo é possibilitar aos estudantes a familiarização com a temática de crítica social da obra, além de mobilizá-los para a leitura de um texto literário e ampliar
58
Os poemas podem abordar os mais variados temas: desde as emoções do amor, os sentimentos de saudade e solidão até a crítica social e política. A produção poética em que o poeta faz de sua obra um instrumento de denúncia e crítica sociais é chamada de poesia social – ou engajada Neste capítulo, você vai ler o poema “O poeta e a rosa”, que faz parte dessa vertente literária. Ele foi escrito por Vinicius de Moraes, autor de uma obra poética bastante diversificada. Avaliando apenas o título, sobre o que você imagina que o eu lírico vai falar? O que faz você deduzir isso? Compartilhe suas hipóteses com os colegas e ouça com atenção as considerações deles. Depois, leia o boxe ao lado.
Capa do livro
Para viver um grande amor, de Vinicius de Moraes (São Paulo: Companhia das Letras, 2010).
O poema “O poeta e a rosa”, de Vinicius de Moraes, faz parte do livro Para viver um grande amor, considerado um clássico da literatura brasileira, publicado originalmente em 1962. Organizado de forma singular, o volume alterna prosa e poesia, com crônicas e poemas que abordam assuntos diversos. Segundo o autor, o que dá unidade ao livro é o tema “um grande amor”.
O poeta e a rosa (e com direito a passarinho)
Ao ver uma rosa branca
O poeta disse: Que linda! Cantarei sua beleza Como ninguém nunca ainda!
Qual não é sua surpresa
Ao ver, à sua oração
A rosa branca ir ficando Rubra de indignação.
É que a rosa, além de branca (Diga-se isso a bem da rosa…) Era da espécie mais franca
E da seiva mais raivosa.
— Que foi? — balbucia o poeta
E a rosa: — Calhorda que és! Para de olhar para cima! Mira o que tens a teus pés!
o horizonte deles em relação ao letramento literário.
Prepare previamente cartões, cada um com uma das seguintes palavras: denúncia; indignação; protesto; poesia; exclusão; diversidade; desigualdade. Solicite aos estudantes que se reúnam em sete grupos e entregue a cada grupo um dos cartões.
Explique-lhes que, em 2 minutos, devem escrever, no caderno ou em uma folha à parte, cinco palavras ou expressões que eles
associem a situações ou fatos relacionados à palavra que receberam e apresentar essas palavras, que deverão ser escritas na lousa por você ou por eles.
O CONTEXTO DO TEXTOE o poeta vê uma criança
Suja, esquálida, andrajosa Comendo um torrão da terra Que dera existência à rosa.
— São milhões! — a rosa berra
Milhões a morrer de fome
E tu, na tua vaidade
Querendo usar do meu nome!...
E num acesso de ira
Arranca as pétalas, lança-as
Fora, como a dar comida
A todas essas crianças.
O poeta baixa a cabeça.
— É aqui que a rosa respira...
Geme o vento. Morre a rosa.
E um passarinho que ouvira
Quietinho toda a disputa
Tira do galho uma reta
E ainda faz um cocozinho
Na cabeça do poeta.
MORAES, Vinicius de. O poeta e a rosa (e com direito a passarinho). In: MORAES, Vinicius de. Para viver um grande amor. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 103.
VOCABULÁRIO
Calhorda: indivíduo sem valor, desprezível; patife.
Esquálida: muito magra.
Andrajosa: coberta de trapos, esfarrapada.
QUEM É O AUTOR
Vinicius de Moraes (1913-1980) foi poeta, cronista, advogado e diplomata. Também exerceu intensa atividade no cinema, no teatro e na música. Compôs canções em parceria com vários artistas, como Antônio Carlos Jobim e João Gilberto, dando início a um movimento de renovação da música popular brasileira chamado bossa nova , caracterizado por forte influência do samba carioca e do jazz estadunidense.
D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd 59
Pergunte: Vocês acham que esses temas podem fazer parte de um poema? Incentive o posicionamento dos estudantes na resposta a essa pergunta.
REALIZAÇÃO
Leia para os estudantes o título do poema e pergunte o que ele sugere, motivando-os a levantar hipóteses sobre o tema do texto.
Anote as respostas na lousa (elas serão retomadas posteriormente).
Depois, proponha a leitura em voz alta do poema. Se os estudantes demonstrarem interesse em ouvir novamente o poema, solicite a um deles que faça uma nova leitura – ou, ainda, divida a leitura das estrofes entre diferentes estudantes. Nas leituras em voz alta, motive-os a prestar atenção nos elementos que contribuem para a construção da sonoridade do texto.
VINICIUS DE MORAES. Rio de Janeiro, 2022. Site. Disponível em: www.viniciusdemoraes.com.br/.
Acesso em: 8 jul. 2022.
O link leva ao site do poeta, compositor, dramaturgo e cineasta Vinicius de Moraes. Na aba “Vida e obra”, é possível percorrer uma linha do tempo que apresenta fotos, comentários e documentos de sua vida. Em outras abas, é possível acessar poemas, canções, peças de teatro, além da filmografia de sua autoria. Compartilhe a referência com a turma e explore o conteúdo com os estudantes.
VINICIUS DE MORAES. [S. l.], [2013]. Canal de vídeos. Disponível em: https://www.youtube. com/c/viniciusdemoraes. Acesso em: 24 jun. 2022.
Canal de vídeos oficial do poeta Vinicius de Moraes, em que é possível assistir a seus poemas declamados, entrevistas, músicas etc. Recomendado ao professor e ao estudante.
SILVEIRA, Rosilene de Fátima Koscianski da; DEBUS, Eliane Santana Dias; AZEVEDO, Fernando José Fraga de. A linguagem poética e a criança: ouvir, ler, criar, fruir e brincar. Signo, Santa Cruz do Sul, v. 45, n. 83, p. 69-80, maio/ago. 2020. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index. php/signo/article/view/14785/pdf.
Acesso em: 24 jun. 2022.
Esse artigo relata uma experiência de crianças e adolescentes com a poesia, buscando compreender a relação delas com a linguagem poética no campo da escola.
PROPOSIÇÕES
Após a leitura do poema, conduza o trabalho de Conversando sobre o texto e Texto e contexto Crie um ambiente de discussão e incentive-os a justificar seus posicionamentos por meio de argumentos bem fundamentados. O poema “O poeta e a rosa” pode ser considerado uma crítica às manifestações artísticas que falam somente de amor e daquilo que é socialmente tido como belo, ou seja, uma crítica às expressões de arte que não tratam de problemas que afetam os seres humanos, seja cultural, política ou socialmente, ou mesmo em sua relação com o meio ambiente.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Os estudantes talvez reconheçam que o poema é social (ou engajado), pois possibilita ao leitor inferir valores sociais e humanos e diferentes visões de mundo, fazendo-o refletir.
2. Comente que há diferentes maneiras de manifestar uma crítica social e pergunte se eles conhecem outras manifestações artísticas que reflitam sobre questões semelhantes.
3. Espera-se que os estudantes reconheçam que as situações apresentadas no poema, como a pobreza, a fome e a desnutrição infantil, persistem no Brasil, o que evidencia que o poema permanece atual em sua temática.
2. O poeta, por meio de sua poesia, deveria denunciar a realidade que o cerca. Já a poesia, simbolizando a manifestação artística, deveria servir de (e provocar) reflexão a respeito da realidade denunciada.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Você gostou do poema? Por quê? Afinal, ele pode ser considerado um poema social?
2. Em sua opinião, apenas no gênero poema é possível abordar questões polêmicas e registrar indignação diante de uma realidade social?
3. Esse poema retrata um cenário da sociedade brasileira no início da década de 1960. Que situações do cotidiano podem ser associadas a ele, tornando sua temática atual?
Respostas pessoais. Resposta pessoal. Resposta pessoal.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
3. b) A imagem de revolta intensa, de indignação, que, geralmente, demonstra sentimentos como raiva e revolta, o que aumenta o fluxo sanguíneo das pessoas fazendo-as ficar “vermelhas de raiva”, assim como a rosa fica “rubra de indignação”.
6. b) Ele demonstra sua insatisfação indo embora do local, mas antes age de modo inesperado para com o poeta, como expressam os versos "E ainda faz um cocozinho / Na cabeça do poeta".
1. No poema, a rosa (objeto de inspiração) surpreende o poeta (criador).
a) Por que o poeta se surpreendeu?
Porque a rosa (objeto de inspiração) voltou-se contra ele (criador), em uma reação inesperada.
b) Considerando os motivos da rosa, ela tinha razão para reagir dessa forma? Explique.
2. O poema provoca sentimentos e reflexões sobre os possíveis papéis do poeta e da poesia. De acordo com o texto, qual deveria ser o papel do poeta? E o da poesia?
3. Leia novamente a segunda estrofe do poema.
1. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que os motivos apresentados pela rosa tornam sua reação indignada completamente aceitável.
a) Quais são os versos que revelam que a indignação da rosa vai aumentando progressivamente?
Os versos “A rosa branca ir ficando / Rubra de indignação”.
b) Nesses versos, que imagem pode ser associada a reações ou sentimentos humanos?
4. A quinta estrofe descreve a cena que indignou a rosa. Ao ler esses versos, você entende a indignação sentida pela rosa ou a considera exagerada? Justifique.
Resposta pessoal.
5. Na oitava estrofe, o poeta também reage diante dessa cena. Como ele se sente? Em que verso é possível reconhecer esse sentimento?
Ele se sente envergonhado. Esse sentimento transparece no verso “O poeta baixa a cabeça”.
6. O passarinho, citado no subtítulo do poema, aparece apenas nas últimas estrofes.
a) Que papel o passarinho parece ter desempenhado até esse momento? Explique apresentando elementos do texto.
O papel de observador de toda a cena, o que é sugerido nos versos “E um passarinho que ouvira / Quietinho toda a disputa”.
b) A reação final do passarinho sugere que ele se posiciona a favor da rosa. Como ele demonstra sua indignação? Quais versos revelam esse posicionamento?
c) Nesse momento final, o passarinho continua desempenhando o mesmo papel que tinha inicialmente? Justifique sua resposta.
Não, pois ele deixa de ser um mero observador e passa a ser protagonista da cena, registrando sua indignação também.
7. Com base no tema do poema e na forma como foi abordado, o que se pode inferir sobre o autor e o contexto histórico da época em que o texto foi produzido?
Espera-se que os estudantes reconheçam que o escritor – Vinicius de Moraes – apresenta em seu texto um tom de denúncia social e indignação, contextualizando o leitor acerca das problemáticas sociais existentes na época em que foi produzido.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. a) É possível que os estudantes reconheçam essa relação entre a rosa e o poeta como uma grande metáfora do próprio processo de criação: o artista inicia seu trabalho com base em algum objeto e seguindo certo “planejamento”, mesmo que seja não
sistematizado, acaba se surpreendendo com “as rosas”, os caminhos que vão se mostrando no próprio processo de criação, muitas vezes, levando-o a outro “lugar”. Encaminhe uma discussão em que os estudantes possam perceber a gravidade dos motivos que levaram a rosa a indignar-se.
2. Explique aos estudantes que um poeta, no decorrer de sua trajetória artística,
8. a) Assim como no poema, o cartum apresenta a fragilidade física de uma criança, provocada pela fome e pela desnutrição causadas, por sua vez, pela vulnerabilidade social. Também mostra o descaso da sociedade em relação a essas crianças, o que é retratado pela imagem da família que se afasta, como se a criança fosse invisível – o mesmo olhar denunciado pela rosa no poema.
8. O tema do poema de Vinicius de Moraes está presente em textos dos mais diferentes gêneros. Observe o cartum a seguir, de Jarbas.
Cartum é um gênero jornalístico que utiliza humor e/ou ironia para abordar, de maneira crítica, diversos questionamentos sobre a sociedade e levar o leitor a refletir sobre o cotidiano.
8. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que existe uma crítica à sociedade e à desigualdade social. O cartum faz uma crítica sobre o trabalho infantil e a condição de crianças que não podem ter momentos de brincadeira e lazer com a família.
a) Que elementos do cartum podem ser associados ao que é dito sobre a criança do poema?
b) O poema traz uma crítica à sociedade. É possível afirmar que no cartum também há essa crítica? Em caso afirmativo, o que ele critica?
9. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei no 8.069, foi promulgado em 1990 com o objetivo de garantir a proteção integral a crianças e adolescentes. Leia o que determina o artigo 4o dessa lei.
Art. 4 o É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária
BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Casa Civil, 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 10 jun. 2022.
a) Com base em fatos e situações sobre os quais você tem conhecimento, pode-se afirmar que o ECA é um documento importante para garantir os direitos de crianças e adolescentes? Explique.
9. b) A conduta esperada de que cumpram o que está sendo descrito no artigo, pois essa ação é considerada uma obrigação, um dever estipulado em lei.
b) O artigo 4o inicia com a expressão “É dever da [...]”. Com base nessa expressão, qual é a conduta esperada por parte das pessoas?
9. a) Espera-se que os estudantes infiram que o ECA trouxe uma mudança fundamental para as questões relacionadas à proteção e à garantia dos direitos de crianças e adolescentes, que passaram a ser prioritários e de responsabilidade compartilhada entre Estado, sociedade e família.
D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd
passa por diferentes fases. Esse poema de Vinicius corresponde ao que se costuma chamar a sua segunda fase, na qual as suas preocupações sociais se evidenciam.
3. Se julgar conveniente, explique que, nos poemas, utiliza-se a linguagem poética, construída por meio de imagens, formadas por sua vez por recursos expressivos da língua, metáforas e metonímias, o que
permite, por exemplo, a uma rosa ficar rubra de indignação.
4. Espera-se que eles entendam a indignação da rosa diante da atitude do poeta de admirá-la, ignorando a realidade que até ela percebe.
5. Espera-se que os estudantes compreendam a vergonha sentida pelo poeta.
6. Espera-se que os estudantes compreendam que há uma mudança no papel desempenhado pelo passarinho no poema.
7. O poema também mostra o engajamento social do autor, pois aborda temas como a desigualdade, a pobreza e a fome, evidenciando que a arte deve apresentar um olhar mais crítico sobre a realidade.
8. a) Pergunte que impressões o cartum causa e o que está implícito nele. Ele remete ao trabalho infantil e à desigualdade social que muitas crianças vivenciam.
8. b) No cartum, a crítica é expressa pela imagem de vulnerabilidade da criança que precisa trabalhar para sobreviver, vendendo pirulitos em forma de coração, o qual simboliza o amor que ela parece não receber da sociedade.
9. a) Comente que, antes do ECA, eram comuns maus-tratos e negligências; hoje, o Estatuto define as penalidades para quem praticar esses crimes contra crianças e adolescentes.
9. b) Chame a atenção deles para o fato de que se trata de um dever social compartilhado entre família, comunidade, sociedade em geral e poder público.
Jarbas JARBAS. [Pirulito]. [S. l.], c2018. Disponível em: www.jarbasdomingos.com/ portfolio/pirulito/. Acesso em: 14 jul. 2022.REALIZAÇÃO
Texto e contexto
9. c) Comente com os estudantes que alguns aspectos interferem no cumprimento das leis. Por exemplo: a falta de prioridade dos governos na aplicação e garantia de direitos para crianças e adolescentes; a ausência de envolvimento da sociedade, assim como a falta de debate nas escolas para informar os estudantes sobre seus direitos.
PROPOSIÇÕES
Antes de prosseguir com as atividades de Composição e linguagem, se possível, faça uma nova leitura em voz alta do poema, em que se destaque o uso de recursos expressivos sonoros (como rimas, estrofação etc.), para que os estudantes possam interpretar os efeitos de sentido produzidos pela utilização deles no poema.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
1. e 2. Se necessário, retome os conceitos de estrofe e verso com os estudantes.
3. a) Se necessário, relembre aos estudantes a definição de eu lírico: a voz do poema que expressa a subjetividade do autor, seus sentimentos e pensamentos, suas emoções e opiniões. O eu lírico, presente em todo texto poético, é uma criação do poeta.
3. b) Há várias interpretações possíveis. A voz pode ser do poeta, que, envergonhado, vê a rosa aliviada e sem as pétalas. Pode ser do vento, indicada pela forma verbal geme. Pode ainda ser a voz de alguém que assiste à cena, ou do leitor, ao ver que, após o desabafo,
9. c) Espera-se que os estudantes respondam que não. O poema e o cartum apresentam situações de descumprimento desse artigo e, consequentemente, do ECA pela sociedade em geral.
c) Comparando o conteúdo do poema e do cartum, pode-se afirmar que o artigo 4 o está sendo cumprido pelos cidadãos e órgãos responsáveis pela sua execução? Justifique sua resposta.
O poema é um gênero textual da esfera literária e tem a finalidade de expressar sentimentos, emoções e conflitos do eu lírico. O poema social leva o leitor a refletir sobre problemas sociais e políticos e a se incomodar diante da desigualdade, posicionando-se e mobilizando-se.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. b) Há rimas regulares no final do segundo e do quarto versos de cada estrofe. Apenas na terceira estrofe há rima final no primeiro e no terceiro versos.
1. Releia o poema e atente-se para a composição dele.
a) O poema é composto de nove estrofes. Há regularidade no número de versos nessas estrofes?
Sim. Todas são compostas de quatro versos.
b) Como é construído o esquema de rimas no poema?
4. b) Predominam palavras com tonicidade na penúltima sílaba, ou seja, palavras paroxítonas.
2. Que efeito de sentido as rimas produzem na leitura dos poemas? No caderno, transcreva a alternativa correta.
Alternativa B
A. Atribuem a duração de cada sílaba poética.
B. Dão ritmo, sonoridade e musicalidade ao poema.
C. Produzem sonoridade, mas não dão ritmo aos versos.
D. Reforçam de forma expressiva os significados do poema.
3. a) A voz do eu lírico, que narra a cena, e que aparece nos versos “Ao ver uma rosa branca / O poeta disse [...]”; a voz da rosa, em “[...] — Calhorda que és!”; a voz do personagem poeta, em “[...] Que linda!”.
3. Em “O poeta e a rosa”, constrói-se um diálogo com diferentes vozes que ajuda a estruturar todo o poema.
a) De quem são essas vozes? Explique citando exemplos do poema.
b) Em sua opinião, de quem é a voz do verso “— É aqui que a rosa respira...”, da oitava estrofe? Explique sua resposta.
Resposta pessoal.
4. O ritmo é uma característica fundamental dos poemas e ocorre com o uso de outros elementos sonoros, além da rima.
a) No caderno, transcreva a primeira estrofe e marque a última sílaba tônica em cada verso.
“Ao ver uma rosa branca / O poeta disse: Que linda! / Cantarei sua beleza / Como ninguém nunca ainda!”.
b) Na primeira estrofe, predominam palavras com que tipo de tonicidade?
c) Confira se esse elemento sonoro se repete nas estrofes 5, 6 e 7 fazendo o mesmo processo. O que você concluiu a respeito da tonicidade nessas estrofes?
Em todas essas estrofes, os versos terminam em palavras com tonicidade na penúltima sílaba.
5. Releia a quarta estrofe em voz alta.
a) Que efeito o ritmo, as modulações do tom de voz e as pausas produzem na construção dos sentidos dessa estrofe?
Realçam o tom de indignação e de incredulidade da rosa diante do que vê.
b) Que recursos linguísticos e expressivos ajudam a produzir esse efeito de sentido?
O diálogo, que faz com que as pausas sejam enfáticas; os sinais de pontuação, que ajudam a dar expressividade ao que está sendo dito; e o uso do imperativo, que acentua o tom incisivo e ríspido dos versos.
a rosa respira aliviada por ter cumprido seu papel.
4. a) Ao explorar o ritmo do poema, incentive o desenvolvimento do pensamento computacional dos estudantes, para que consigam verificar os padrões em uma sequência. No entanto, comente que, em poemas versificados e que sigam alguma métrica em sua composição, esse padrão pode ser observado com mais evidência.
Se desejar, selecione um soneto de Vinicius de Moraes, em que o ritmo e a sonoridade geralmente são bem-marcados.
4. b) Se necessário, recorde os estudantes sobre a classificação das palavras quanto à tonicidade da língua portuguesa: oxítonas (última sílaba), paroxítonas (penúltima sílaba) e proparoxítonas (antepenúltima sílaba).
6. b) Os adjetivos linda, branca, franca e raivosa ajudam a construir a imagem da rosa. Já suja, esquálida e andrajosa constroem a imagem da criança.
6. c) Emocionar o leitor e reforçar o objetivo do poema de denunciar a realidade social degradante, provocando reflexões sobre ela e, ao mesmo tempo, sobre a postura dos intelectuais diante dela.
6. Releia o poema e preste atenção nos versos que descrevem a rosa e a criança.
a) Que imagem é construída para a rosa? E para a criança?
A rosa é retratada como bela e forte; já a criança, como frágil e malcuidada.
b) Que adjetivos usados no poema possibilitam a construção dessas imagens?
c) Que efeitos de sentido o contraste entre essas imagens pode produzir no leitor?
7. Na terceira estrofe, um verso está entre parênteses. Por quê?
7. Se desejar, comente o papel do leitor em preencher as lacunas para interpretar e atribuir sentidos aos poemas.
8. As figuras de linguagem são recursos muito usados para enfatizar os sentidos nos textos. Nesse poema, é possível encontrar algumas delas.
a) Releia a primeira estrofe e identifique em qual verso se estabelece uma comparação.
b) O que essa figura de linguagem pretende evidenciar nesse contexto?
8. a) “Cantarei sua beleza / Como ninguém nunca ainda!”. Alternativa D
A. A descrença do eu lírico na força da poesia.
B. A esperança do poeta em melhorar a própria realidade.
C. A destreza do poeta em fazer versos sobre qualquer assunto.
D. A vaidade e a pretensão do poeta em considerar o seu canto único e especial.
11. Enfatizar o tom de zombaria ou escárnio com o poeta.
9. A personificação aparece em algumas estrofes do poema.
a) Releia a segunda estrofe e, no caderno, transcreva os versos que constroem uma personificação.
“A rosa branca ir ficando / Rubra de indignação”.
b) Que ser inanimado ganha características humanas nessa estrofe? Explique.
c) Em quais outros versos também há personificação? Cite ao menos dois.
9. b) A rosa, que fica vermelha de indignação, assim como os humanos.
10. No poema também foi empregada uma elipse.
a) Releia a sexta estrofe e identifique que expressão foi omitida nos dois primeiros versos.
A expressão de crianças
b) Que efeito de sentido essa elipse produz?
A elipse é uma figura de linguagem que consiste na omissão de uma palavra ou expressão identificável pelo contexto.
Chama a atenção para o termo milhões, sensibilizando o leitor e enfatizando a gravidade do problema.
11. Na última estrofe do poema, a palavra cocozinho é empregada no diminutivo. Nesse contexto, com que finalidade o diminutivo foi utilizado?
9. c) No primeiro verso da sexta estrofe: “— São milhões! — a rosa berra”; e todos os versos da sétima estrofe: “E num acesso de ira / Arranca as pétalas, lança-as / Fora, como a dar comida / A todas essas crianças”.
O poema caracteriza-se, geralmente, pela construção de estrofes formadas por versos que exploram elementos de musicalidade e sonoridade, perceptíveis ao leitor, por meio do ritmo e das rimas.
Cada poema tem seu ritmo. Nos poemas, em geral, é possível criar efeitos de sonorização tanto pela alternância de sílabas tônicas (fortes) e átonas (fracas) quanto por outros recursos, como repetição de palavras ou fonemas, pontuação e quebra de versos, a fim de produzir o efeito desejado.
Nos poemas, os recursos linguísticos criam jogos sonoros, semânticos e visuais com a finalidade de produzir múltiplos sentidos e diversas sensações no leitor. Com a mesma intenção, as figuras de linguagem também são utilizadas.
7. Resposta pessoal. Os parênteses podem indicar a voz do próprio eu lírico, que interrompe seu raciocínio e depois o retoma, ou do personagem-poeta, que admirava a rosa. Os parênteses são utilizados para indicar uma quebra no ritmo do poema e possibilita múltiplas leituras.
4. c) Convide os estudantes a fazer uma leitura em voz alta e compartilhada, em que marquem as sílabas tônicas, para que compreendam o ritmo do poema.
5. a) Espera-se que compreendam como os recursos paralinguísticos contribuem para a criação de sentidos nos textos.
5. b) Oriente-os a perceber como o sentimento de indignação é construído no poema.
6. a) e 6. b) Auxilie os estudantes a perceber, no poema, as imagens associadas à criança e à flor, de modo autônomo, para que desenvolvam também confiança nas próprias interpretações.
6. c) No poema lido, a rosa passa de objeto contemplado e passivo para algo com voz e sentimentos, subvertendo a construção tradicional desse símbolo.
8. a) Explique aos estudantes que as figuras de linguagem fazem parte da linguagem cotidiana, mas estão presentes especialmente nos poemas, pois neles são construídas imagens em sentido conotativo.
8. b) Se for possível, discuta com os estudantes por que as demais alternativas estão incorretas. Leve-os a perceber como o eu lírico é pretensioso e arrogante.
9. Caso seja necessário, relembre que a personificação (ou prosopopeia) é uma figura de linguagem que atribui características e sentimentos humanos a objetos ou seres não humanos.
10. Se desejar, comente que, no cotidiano, frequentemente, é utilizada a figura de linguagem elipse, como na oração “Fui à feira”, em que há a elipse do sujeito eu. Oriente os estudantes a perceber os efeitos produzidos pela escolha do uso dessa figura de linguagem nesse contexto.
11. Comente que o uso do diminutivo pode ter várias finalidades, como expressar a ideia de carinho e intimidade, amenizar o impacto de algo, ironizar, enfatizar o sentido etc. Se desejar, reserve um momento para discutir com os estudantes diferentes possibilidades de uso.
PROPOSIÇÕES
O trabalho de Textos em diálogo visa desenvolver nos estudantes a capacidade de comparar manifestações artístico-culturais que abordam a mesma temática – poema social, microrroteiro e poema concreto – e analisar os efeitos de sentido produzidos pelo uso de elementos verbais e não verbais. O estudo de diferentes linguagens que abordam a temática do abandono infantil e da fome é relevante, pois fortalece nos estudantes valores sociais, como a solidariedade, a empatia e a preocupação com as desigualdades da sociedade, possibilitando-lhes tornarem-se agentes de transformação social por meio do exercício da cidadania.
REALIZAÇÃO
Tendo em vista o propósito da seção, escolheu-se o trabalho com o gênero microrroteiro, uma vez que dialoga com os problemas da sociedade contemporânea e permite a denúncia e a crítica no cotidiano por meio de uma intervenção urbana, que chama a atenção daqueles que transitam pela cidade.
Reserve um momento para discutir com os estudantes os questionamentos propostos no início da seção. Em seguida, aproveite para perguntar se conhecem o gênero microrroteiro. Incentive que compartilhem o que sabem com os colegas.
Em seguida, oriente a leitura do texto 1 desse gênero. Leia em voz alta e peça que observem atentamente a imagem em seus detalhes. Incentive os estudantes a compartilhar as percepções sobre o microrroteiro lido e os sentimentos e reflexões provocados nessa leitura. Caso seja possível, para
Poema social, microrroteiro e poema concreto
O poema “O poeta e a rosa” chama a atenção para uma questão social que precisa ser resolvida em nosso país. Que outras manifestações artísticas e culturais também podem abordar esses temas e levar o leitor a refletir sobre eles? Será que essas obras podem trazer alguma mudança de atitude no leitor, como induzi-lo a respeitar os direitos de todos, sem discriminação? Leia os textos a seguir e veja os efeitos de sentido que eles podem produzir no leitor. O texto 1 é um microrroteiro, e o texto 2, um poema concreto.
TEXTO 1
ampliar o repertório dos estudantes sobre esse gênero, exiba o vídeo que fala do trabalho de Laura Guimarães, autora de um projeto de microrroteiros pela cidade de São Paulo, disponível em www.hypeness.com.br/2012/05/ microrroteiros-pela-cidade-para-estimular-aimaginacao-das-pessoas/ (acesso em: 25 jun. 2022), ou visite o blogue da autora: http:// nopassodoroteiro.blogspot.com/ (acesso em: 25 jun. 2022).
REALIZAÇÃO
O microrroteiro é uma narrativa breve que tem como objetivo a reflexão a partir do registro de microcenas inspiradas em fatos da vida real e do cotidiano. A narrativa incita a visualização de pequenas cenas, as quais permitem entrever uma história com personagens, ações, espaço e tempo, assim como a visão de mundo do autor.
Desejando maior visibilidade de suas histórias, os autores de microrroteiros utilizam lambe-lambes, cartazes de intervenção urbana que podem ser colados em postes e outros espaços públicos e/ou publicados nas redes sociais.
TEXTO 2
TEXTO 2
GUIMARÃES, Gustavo Uchôas. Milhões em um. In: UM POEMA chamado Brasil. São Paulo: Fiat, 2003. Disponível em: www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/ gustavo_uchoas_guimaraes.html. Acesso em: 25 maio 2022.
PARA ACESSAR
SANTOS, Fernanda Bornancin. Deslocamentos tecnológicos e artísticos na prática dos microrroteiros da cidade. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2016. Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/ handle/1/2032. Acesso em: 2 jul. 2022.
Nessa dissertação da área de Tecnologia e Sociedade: Mediações e Culturas, recomendada para o professor, a autora propõe uma reflexão sobre deslocamentos de processos artísticos e comunicacionais do gênero microrroteiro.
O poema concreto “Milhões em um” é criação de um estudante que foi premiado em um concurso de âmbito nacional promovido no Brasil, em 2003, e compõe uma antologia de poemas de jovens estudantes.
Explique aos estudantes que eles vão ler um poema concreto sobre uma temática social. Oriente a leitura silenciosa e individual do poema e, em seguida, uma leitura em voz alta e compartilhada. Peça que observem atentamente o poema e reflitam sobre por que ele é considerado um poema concreto. Encaminhe uma discussão em que possam perceber que em poemas como esse há o uso da linguagem verbal e não verbal e uma disposição diferenciada do texto. Proponha também, aqui, um momento em que os estudantes possam expressar suas impressões sobre o texto lido, incentivando-os a compartilhar seus posicionamentos com argumentos coesos e coerentes.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Discussão sobre o papel da poesia social
Se possível, converse com os estudantes sobre a função e a importância da poesia de cunho social: Qual é o papel da poesia social para a compreensão e a transformação da realidade em que se vive?
A poesia social utiliza a palavra – e os sentidos por ela sugeridos – como instrumento para revelar as mazelas sociais. O poeta, em meio ao lirismo dos versos, conduz o leitor a uma reflexão sobre os problemas do cotidiano.
A literatura presente na poesia social mostra um texto combativo, politizado, problematizador. Assim, nota-se uma articulação entre texto e contexto social.
Promova a reflexão e peça aos estudantes que registrem suas conclusões em um texto a ser entregue a você ao final da discussão. Avalie a produção deles com atenção à coerência, coesão e consistência dos argumentos.
GUSt A vO UChOAS GUIMARÃeSREALIZAÇÃO
Textos em diálogo
1. a) Espera-se que os estudantes infiram que esses textos promovem uma reflexão no leitor de modo a despertar nele um olhar para a realidade e para os problemas sociais.
1. b) Espera-se que eles percebam que os três textos abordam temáticas sociais.
2. a) Auxilie-os a compreender os efeitos de sentido dos recursos expressivos gráfico-espaciais e como eles se relacionam com o texto escrito.
2. b) Oriente-os a perceber que a degradação causada pela fome é representada na linguagem verbal e na linguagem não verbal.
3. a) e 3. b) Comente que o roteiro apenas sugere a história, deixando lacunas, espaços para o leitor elaborar na sua imaginação.
3. c) Oriente a turma a retomar o microrroteiro e a observar os detalhes com atenção, analisando o uso de recursos verbais e não verbais. Leve-os a perceber como as escolhas do autor sugerem variadas interpretações.
4. Espera-se que os estudantes compreendam que, ainda que o texto seja breve e sintético, o autor apresenta uma ideia do tema.
5. Comente o fato de o microrroteiro ser um gênero textual relativamente novo, que se apropria da estrutura tradicional das narrativas já conhecidas.
6. Incentive os estudantes a observar os fatos que acontecem a todo momento no cotidiano deles, nas ruas do bairro, na escola, entre outros espaços, e refletir sobre eles.
O poema concreto é um poema composto de linguagem verbal e de linguagem não verbal. Os poetas concretos fazem uso de recursos gráficos, como cores e diferentes tipos e tamanhos de letras, e de formas diversificadas de usar o espaço do suporte em que o poema se apresenta (como o papel ou uma tela eletrônica). Eles também podem usar a ausência de linearidade, de versificação e de metrificação para produzir novos sentidos.
1. b) Os temas presentes no microrroteiro e no poema concreto – a pobreza, a fome, a desigualdade social e a e vulnerabilidade infantil – retomam as questões sociais abordadas no poema de Vinicius de Moraes.
1. Compare como essas duas manifestações artísticas exploram questões sociais.
a) O que você achou dessas criações? Qual delas mais impactou você? Por quê? Que imagem elas constroem sobre a nossa sociedade?
Respostas pessoais.
b) Que relações temáticas e de sentido podem ser estabelecidas entre essas obras e o poema “O poeta e a rosa”?
2. Releia o poema concreto e observe a forma como ele foi construído.
2. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que a forma como o poema foi composto, com a diminuição do tamanho das letras em cada verso, evidencia o efeito progressivo da fome nas pessoas causado pelo descaso da sociedade.
a) Que efeito de sentido essa composição gráfica atribui ao significado do poema?
b) Que elementos verbais e não verbais possibilitaram a construção desse efeito de sentido no poema?
3. O microrroteiro faz um convite à visualização de uma história inspirada em um fato do cotidiano.
Na linguagem verbal, o poema apresenta um jogo sonoro com as palavras fome, come e some, finalizando com esta última sendo repetida; na linguagem não verbal, a distribuição dos versos no poema e o uso de diferentes tamanhos de letras, que diminuem gradativamente, ajudam a construir o efeito pretendido.
a) Que fato o microrroteiro retrata?
Crianças que vivem na rua devido ao abandono dos pais ou responsáveis por variados motivos.
b) É possível visualizar/imaginar a cena retratada? Como você imagina essa história ao ler o microrroteiro?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes confirmem essa possibilidade, relatando cada um a seu modo como leem as narrativas sugeridas no microrroteiro.
c) Quais recursos verbais e não verbais são utilizados para que essa cena possa ser visualizada?
4. Considerando o fato e a descrição da cena no microrroteiro, o que é possível inferir sobre a visão do autor acerca da questão?
Pode-se inferir que, para o autor, se trata de uma situação que não devia acontecer com nenhuma criança, o que é perceptível no trecho “é só uma criança”.
5. Mesmo sendo uma narrativa breve, que elementos constituintes de uma narrativa clássica podem ser identificados no microrroteiro?
Podem ser identificados as personagens (criança, pai, mãe), o espaço (rua) e o tempo (passado). Resposta pessoal.
6. Se você fosse compor um microrroteiro, quais fatos do cotidiano retrataria?
Batalha!, de Tânia Alexandre Martinelli e Valdir Bernardes Jr. São Paulo: Ática, 2021.
Esse livro relata a história de jovens da periferia engajados com a cultura hip-hop que lutam contra o racismo, a opressão policial, a desigualdade social e os desafios da adolescência. Os autores mostram as trajetórias de Tati, moradora do bairro de Pirituba (São Paulo), em sua jornada para se tornar poeta, e Henrique e sua crew, morador do Morro do Horácio (Florianópolis), em batalhas de rap, de dança e pela vida, relatando o amadurecimento artístico e pessoal de cada personagem.
3. c) Na construção da narrativa, utilizou-se a técnica de colagem ao dispor as palavras em um fundo nas cores amarela, vermelha e verde; na última parte do texto, a partir de “vive nas ruas...”, as letras que compõem as palavras ficam fora de lugar, como se estivessem em ziguezague, para enfatizar a falta de direção da criança que vive nas ruas. Já a imagem do homem pode sugerir várias interpretações: pode ser o transeunte, o leitor, o pai da criança ou até simbolizar a sociedade.
ARTICULAÇÃO COM GEOGRAFIA
Propõe-se um trabalho articulado com o componente de Geografia, para o desenvolvimento da habilidade EF08GE16. Para isso, recomenda-se o trabalho com metodologias ativas, por meio de projeto de pesquisa. O professor realiza uma aula expositiva registrada sobre os principais problemas das grandes cidades latino-americanas, principalmente
aqueles relativos às dinâmicas das populações e às suas condições de vida e trabalho. Em seguida, orienta projetos em que os estudantes possam aprofundar os conhecimentos estudados, tais como: pesquisa sobre poetas e compositores latino-americanos que expressaram por meio de poemas os problemas vividos por eles e seus povos; produção de poemas individuais sobre essas temáticas. Por fim, os estudantes podem compartilhar os resultados a que chegaram com a turma em um sarau.
Adjunto adverbial
Os advérbios e as locuções adverbiais são usados para que se possa localizar onde os fatos acontecem, entre outras informações.
1. Leia esta estrofe do poema “O poeta e a rosa”.
— Que foi? — balbucia o poeta
E a rosa: — Calhorda que és! Para de olhar para cima! Mira o que tens a teus pés!
1. b) Ela ter concluído que o poeta fazia poemas sem perceber o que acontecia à sua volta, sem abordar os problemas da realidade.
a) Nessa estrofe, a rosa dirige-se ao poeta. Em sua opinião, que valores humanos podem ser associados à rosa com base em suas palavras?
Resposta pessoal.
b) Que razão pode ter levado a rosa a tomar essa atitude contra o poeta?
2. No terceiro e no quarto versos, a rosa diz ao poeta o que ele precisa fazer.
a) Que expressão indica para onde ele não deve olhar?
b) Que expressão indica para onde ele deve olhar?
A expressão para cima A expressão a teus pés
c) Considerando os sentidos do poema, o que essas expressões sugerem que o poeta faça?
3. As expressões que você analisou na atividade 2 são locuções adverbiais. Que circunstâncias elas indicam? No caderno, transcreva a alternativa correta.
Alternativa D
A. Modo e lugar.
B. Tempo e lugar.
C. Modo e tempo.
D. Ambas indicam lugar.
As expressões que você analisou na atividade 2 – locuções adverbiais – indicam circunstâncias das orações em que estão inseridas. Os termos que exercem essa função sintática nas orações são chamados de adjuntos adverbiais
Adjunto adverbial é o termo da oração que, em geral, se refere ao verbo, mas também modifica adjetivos e outros advérbios, indicando circunstâncias variadas. Os adjuntos adverbiais contribuem de diferentes maneiras para a compreensão geral das orações, acrescentando informações a elas.
Exemplo:
E ainda faz um cocozinho Na cabeça do poeta.
adjunto adverbial – circunstância de lugar
REALIZAÇÃO
Por dentro da língua
1. a) Espera-se que os estudantes infiram que a rosa demonstra os seguintes valores humanos: respeito, pois tem consideração aos sentimentos de outras pessoas; empatia, pois percebe os sentimentos e sofrimentos das crianças, colocando-se “no lugar delas”; solidariedade para com outra pessoa, pois procura agir com justiça ao se indignar diante do que vê.
1. b) Espera-se que os estudantes percebam o motivo pelo qual a ação do poeta despertou na rosa o sentimento de indignação.
2. c) Sugerem que ele pare de falar de assuntos irreais, imaginários, e passe a falar de situações reais, concretas.
2. Auxilie os estudantes a identificar as expressões que indicam as circunstâncias em que ocorrem as ações dos verbos. Se desejar, pergunte a eles que expressões similares utilizamos no cotidiano, tais como ter a cabeça nas nuvens (pensar em coisas imaginárias) e manter os pés no chão (viver de acordo com a realidade).
Nesse exemplo, a circunstância indicada pelo adjunto adverbial na cabeça do poeta dá um sentido específico aos versos, sugerindo ironia e descaso pela atitude do poeta.
PROPOSIÇÕES
Em Por dentro da língua , inicialmente, comente com os estudantes que os verbos, quando significativos, exercem a função de núcleo dos predicados verbais e que os verbos transitivos precisam de
complementos verbais, mas os intransitivos não, e que há alguns termos que atribuem ideias de circunstância aos verbos. Explique que verbos significativos ou nocionais são verbos intransitivos ou transitivos que indicam ação.
3. Se necessário, discuta com os estudantes por que as demais alternativas estão incorretas. Espera-se que percebam que as expressões analisadas indicam apenas circunstância de lugar.
PROPOSIÇÕES
Auxilie os estudantes a compreender os diferentes usos dos adjuntos adverbiais, como a indicação de circunstância de lugar, tempo, modo, finalidade, causa, instrumento e companhia. Nesse momento, se necessário, traga mais exemplos à sala de aula, mas privilegie o uso de dados contextualizados da língua, para que os estudantes entendam as possibilidades reais que a língua oferece aos falantes.
Para ampliar o trabalho com a noção de adjunto adverbial, sugere-se ao professor que selecione previamente tirinhas que contenham, em seus textos verbais, adjuntos ou locuções adverbiais e apresente-as aos estudantes. Leia com eles algumas das tirinhas, explorando o assunto, o humor produzido, a crítica feita, sempre considerando os elementos verbais e visuais e sua combinação para a produção de sentidos. Identifique os advérbios e os adjuntos adverbais (mesmo sem classificá-los inicialmente), chamando a atenção dos estudantes para os termos que indicam as circunstâncias de tempo, de lugar etc.
Se necessário, retome com eles as características da locução adverbial. Em seguida, explique que, na oração, o adjunto adverbial é o termo que tem a função sintática de indicar circunstâncias, modificando advérbios, adjetivos e verbos. A partir da leitura dos exemplos, oriente-os a perceber como o uso de adjuntos adverbiais pode acrescentar sentidos aos textos, enriquecendo-os ao atribuir-lhes detalhes.
Os adjuntos adverbiais podem também modificar e intensificar o sentido de um adjetivo ou de outro advérbio. Exemplos:
• O poeta escreve muito bem
• A rosa é extremamente solidária à criança.
No primeiro exemplo, o adjunto adverbial muito intensifica o advérbio bem. No segundo exemplo, o adjunto adverbial extremamente intensifica o adjetivo solidária
Essas circunstâncias expressas pelo adjunto adverbial podem ser representadas pela classe gramatical dos advérbios, pelas locuções adverbiais e por expressões adverbiais.
Os adjuntos adverbiais costumam ser classificados de acordo com as circunstâncias que indicam. A seguir, veja os principais tipos de adjuntos adverbiais.
Adjuntos adverbiais de lugar
Esses adjuntos respondem à pergunta “Onde?” precedida ou não de preposição (Por onde? Até onde? De onde? Aonde? Para onde? etc.). Exemplos:
• Mira o que tens a teus pés. (para onde?)
• Procuraram o poeta por toda a cidade. (por onde?)
Adjuntos adverbiais de tempo
Esses adjuntos respondem a perguntas: Quando?, Desde quando?, Até quando?, Durante quanto tempo?. Podem ser representados por advérbios, locuções adverbiais ou orações. Exemplos:
• Hoje de manhã, o poeta se surpreendeu com a reação da rosa. (quando?)
• Durante todo o acesso de ira da rosa, o passarinho ficou quietinho. (durante quanto tempo?)
Adjuntos adverbiais modais ou de modo
Esses adjuntos respondem às perguntas Como? e De que modo (ou maneira)?. Geralmente, referem-se ao verbo da oração. Exemplos:
• O passarinho ouviu a disputa em silêncio. (como?)
• A rosa respondeu bruscamente à pergunta do poeta. (de que modo?)
Adjuntos adverbiais de fim ou finalidade, de causa, de instrumento e de companhia
Esses adjuntos adverbiais são representados, geralmente, por locuções adverbiais e por orações. Exemplos:
• O menino estudou para ter uma vida melhor. (fim ou finalidade)
• A rosa tremia de raiva. (causa)
• O poeta corta a rosa com uma tesoura. (instrumento)
• O poeta caminha com a criança. (companhia)
adjunto adverbial de intensidade (refere-se ao advérbio bem)Adjuntos adverbiais de intensidade
Esses adjuntos adverbiais respondem às perguntas Quanto?, Até quanto?, Em que medida?
Exemplos:
• Era de espécie mais franca. (quanto?)
• E da seiva mais raivosa. (quanto?)
Adjuntos adverbiais de assunto ou matéria tratada
Esses adjuntos adverbiais são introduzidos pelas preposições de, em ou sobre ou por locuções como acerca de, a respeito de, em torno de. Exemplos:
• A rosa conversou sobre questões sociais com o poeta.
• O poeta queria fazer um poema sobre a beleza da rosa
Adjuntos adverbiais de inclusão e de exclusão
Os adjuntos adverbiais que expressam inclusão, geralmente, são introduzidos por palavras de valor inclusivo, como até, mesmo, inclusive, e também pela locução prepositiva além de Exemplos:
• Todos ficaram chateados com a situação, inclusive o poeta
• Além de arrancar suas pétalas, a rosa lançou-as fora num gesto de desespero.
Os adjuntos adverbiais que expressam exclusão vêm introduzidos por palavras como menos, salvo, exceto ou locuções como a exceção de, a não ser. Exemplos:
• Todos ficaram emocionados com a morte da rosa, menos o passarinho
• Todas as pessoas, com exceção do poeta, choraram a morte da rosa.
Os adjuntos adverbiais, em geral, são elementos que têm certa independência na estrutura da oração, podendo aparecer no início, no meio ou no final dos períodos. Esse aspecto só não é observado com os adjuntos adverbiais de modo ou modais que, em alguns casos, estão articulados com o verbo ou com o núcleo do predicado verbal. Exemplo:
E um passarinho que ouvira / Quietinho toda a disputa
O adjunto adverbial de modo quietinho articula-se diretamente com a forma verbal ouvira, por isso precisa estar próximo dela – seu deslocamento poderia enfraquecer o sentido.
Adjunto adverbial com verbos intransitivos
Como os verbos intransitivos não têm complemento, são os adjuntos adverbiais que indicam as circunstâncias.
Quando estão antes do verbo ao qual se referem ou intercalados na oração, os adjuntos adverbiais, geralmente, aparecem separados por vírgulas. Esses deslocamentos podem ou não gerar mudança de sentido.
PROPOSIÇÕES
Prossiga à explicação sobre os adjuntos adverbiais de intensidade; assunto ou matéria tratada; inclusão e exclusão. Em seguida, explique a independência desse termo na oração, com exceção da posição do adjunto adverbial de modo em relação ao verbo. No caso de verbos intransitivos, a escolha da posição do adjunto adverbial na oração articula-se especialmente com a produção de sentidos, ao destacar algum termo da oração. Se desejar, leve à sala de aula mais exemplos, para que os estudantes possam verificar como o deslocamento de adjuntos adverbiais contribui para a mudança de sentidos de uma oração.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Notícias e adjuntos adverbiais
As notícias são textos muito favoráveis à exploração dos adjuntos adverbiais, visto que esse termo é importante na construção do lide. Peça aos estudantes que selecionem lides das notícias da semana, que poderão ser escritos ou gravados, dependendo do suporte acessado. Em seguida, peça-lhes que apresentem o lide e identifiquem para o grupo os adjuntos adverbiais presentes no texto.
PROPOSIÇÕES
Em Atividades, se considerar oportuno, organize a turma em duplas ou pequenos grupos, de modo que possam realizar as atividades de forma colaborativa. Procure agrupar estudantes de perfil heterogêneo a fim de que eles possam se apoiar mutuamente.
REALIZAÇÃO
1. Optou-se pelo uso do cartum, pois é um gênero que se caracteriza por criticar problemas vividos na sociedade, finalidade semelhante à dos textos abordados anteriormente neste módulo. Espera-se, por meio da leitura e análise desse cartum, contribuir para que os estudantes se posicionem diante das desigualdades sociais, de maneira autônoma e crítica, e atuem para a diminuição delas em prol de uma sociedade mais justa e democrática. Antes de ler o cartum, peça aos estudantes que o observem e conversem sobre o tema abordado, e questione-os sobre a crítica apresentada.
Pergunte: Há diferença entre a imagem do primeiro quadro e a do segundo? Chame a atenção deles para os diferentes significados da palavra farol no contexto do cartum. Comente, se achar pertinente, que essa palavra pode ser usada na acepção de sinal de trânsito ou semáforo, um regionalismo de São Paulo. Peça a eles que leiam e reflitam sobre outros aspectos da linguagem empregada. Os textos verbais do primeiro e do segundo quadrinhos são diferentes? Analise com eles o seguinte texto: “… E ali naquele farol você vira à direita.” Faça perguntas: Há predominância de adjuntos
Depois de mais de dois séculos, guarás reaparecem em manguezais de Florianópolis
CAMARGO, Suzana. Depois de mais de dois séculos, guarás reaparecem em manguezais de Florianópolis. Conexão Planeta, [s. l.], 27 nov. 2019. Disponível em: http://conexaoplaneta.com.br/ blog/depois-de-mais-de-dois-seculos-guaras-reaparecem-em-manguezais-de-florianopolis. Acesso em: 16 maio 2022.
Observe que o adjunto adverbial de tempo depois de mais de dois séculos aparece separado por vírgula do resto da oração e o adjunto adverbial de lugar de Florianópolis, que se encontra no final, não está isolado pela pontuação. Nessa oração, o deslocamento foi usado para destacar quando o fato aconteceu.
ATIVIDADES
1. O cartum é um gênero textual que também faz críticas à sociedade e aos comportamentos humanos. O exemplo que você vai ler aborda um problema que se repete nas cidades brasileiras.
a) No caderno, transcreva a alternativa que descreve o tema abordado no cartum.
A. O problema da enchente nas cidades.
B. A falta de sinalização nos centros urbanos.
C. O despreparo dos motoristas ao dirigir na época de chuvas.
D. A falta de educação das pessoas por darem informações inadequadas.
b) Considerando a situação retratada, o que o cartunista pretende criticar?
Alternativa A Pretende criticar a falta de empenho dos governos municipais para resolver o problema, que, em muitas cidades, acontece repetidamente na época das chuvas.
adverbiais nesse texto? Que circunstâncias eles expressam? Espera-se que os estudantes percebam que a maioria das palavras do texto são adjuntos adverbiais, que dão ideia de lugar: ali, naquele farol e à direita
1. a) Se considerar necessário, discuta com os estudantes por que as demais alternativas estão incorretas.
1. b) Se for possível, converse com os estudantes sobre esse problema, perguntando a eles se ocorre na cidade em que vivem. Peça a eles que reflitam sobre essa situação e apontem possíveis soluções.
este exemplo no título de uma reportagem.
2. Ele reproduz quase todos os elementos da primeira cena na segunda, acrescentando a água da enchente, trocando o farol de trânsito por um farol marítimo e alterando a expressão dos personagens, o que evidencia o contraste entre as duas situações: quando chove e quando não chove.
2. Além da crítica, a situação retratada também produz humor. Como o cartunista constrói esse efeito de sentido no texto?
3. a) Na primeira cena, ela se refere ao semáforo, sinal ou sinaleira de trânsito; já na segunda, à construção que orienta os navios no mar.
3. Nas duas situações apresentadas no cartum, foi empregada a palavra farol.
a) Que efeito de sentido pode ser atribuído a essa palavra em cada cena?
b) Que efeito de sentido o uso dessa palavra produz no segundo contexto? Explique.
4. Observe que as falas do personagem nas duas situações são idênticas.
a) Que expressões exercem a função de adjunto adverbial nessas orações?
b) Que circunstâncias essas expressões indicam? No caderno, transcreva a alternativa correta. A. Modo. B. Lugar. C. Tempo. D. Inclusão.
4. a) As expressões ali naquele farol e à direita Alternativa B
c) Com base no contexto em que se encontram, o que diferencia essas circunstâncias?
5. Leia os títulos das notícias que foram publicadas em diferentes veículos de mídia e que abordam ações de jovens na busca de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Nadando contra a maré, surfistas negras buscam visibilidade e patrocínios
GONÇALO JUNIOR. Nadando contra a maré, surfistas negras buscam visibilidade e patrocínios. Terra, [s. l.], 7 nov. 2021. Disponível em: https://www.terra.com.br/ esportes/nadando-contra-a-mare-surfistas-negras-buscam-visibilidade-e-patrocinios,79 bbf74b2e4b41ca747aa886980fef3evoqzy6sk.html. Acesso em: 21 maio 2022.
Brasileiros ensinam arte da capoeira a jovens carentes na República Democrática do Congo [...]
BRASILEIROS ensinam arte da capoeira a jovens carentes na República Democrática do Congo; assista. G1, [s. l.], 11 nov. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/ mundo/noticia/2021/11/11/brasileiros-ensinam-arte-da-capoeira-a-jovens-carentes-narepublica-democratica-do-congo-assista.ghtml. Acesso em: 21 maio 2022.
levar periferia ao mundo, jovem de 16 anos ensina italiano e luta por políticas públicas para a comunidade
CASTRO, Yasmin. Para levar periferia ao mundo, jovem de 16 anos ensina italiano e luta por políticas públicas para a comunidade. G1, Mogi das Cruzes, 20 nov. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/ sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2021/11/20/para-levar-periferia-ao-mundo-jovem-de-16-anos-ensinaitaliano-e-luta-por-politicas-publicas-para-a-comunidade.ghtml. Acesso em: 21 maio 2022.
REALIZAÇÃO
2. Chame a atenção dos estudantes para observar e analisar os elementos não verbais do cartum que contribuem para a construção de sentidos do texto.
3. a) Caso julgue necessário, proponha aos estudantes que consultem um dicionário para verificar diferentes acepções do termo.
3. b) Produz efeito de humor ao evidenciar que a água na rua é tanta que o motorista passou a trafegar em um mar, deparando-se com um farol marítimo como ponto de referência, assim como ocorre com os navios em alto mar.
3. b) Reforce para os estudantes que o gênero cartum se caracteriza por fazer críticas a problemas sociais por meio do humor, como uma maneira de chamar a atenção e sensibilizar o leitor para uma situação comum do cotidiano.
4. Oriente os estudantes a perceber que o efeito de sentido de cada adjunto adverbial muda de acordo com a situação comunicativa.
Cria da Providência, jovem violinista terá minidocumentário sobre sua história exibido em Museu do Rio
SOUZA, Thayná de. Cria da Providência, jovem violinista terá minidocumentário sobre sua história exibido em Museu do Rio. Voz das Comunidades, [Rio de Janeiro], 8 jan. 2022. Disponível em: www.vozdascomunidades.com.br/destaques/cria-da-providencia-jovem-violinista-teraminidocumentario-sobre-sua-historia-exibido-em-museu-do-rio/. Acesso em: 21 maio 2022.
4. c) A situação em que a fala está sendo expressa pelo personagem: na primeira cena, a rua está sem alagamento, e na outra, não se sabe por onde trafegar, devido à enchente.
D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd 71
5. O trabalho com títulos de notícias se revela bastante produtivo, uma vez que neles é possível observar usos da língua de maneira contextualizada e analisar dados reais sobre ela. Os títulos selecionados para essa atividade propiciam promover nos estudantes o exercício da empatia e da cidadania, voltado para a consciência social e a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Para
REALIZAÇÃO
Atividades
5. a) Os estudantes poderão escolher qualquer um dos títulos. A escolha depende do interesse sobre o assunto, do conhecimento de mundo e da realidade social, curiosidade deles etc. Incentive-os a expressar as razões pelas quais escolheriam determinada notícia para ser lida por eles e a compartilhá-las com os colegas.
5. b) Mobilize os conhecimentos que os estudantes têm sobre a expressão popular nadar contra a maré. Caso seja necessário, explique a eles que significa “opor-se a algo” quando existem grandes dificuldades contrárias a esse esforço.
5. c) Oriente os estudantes a perceber que se trata de um adjunto adverbial de modo.
6. Se possível, discuta com os estudantes as alternativas corretas. Na alternativa A, o adjunto de fim ou finalidade é Para levar periferia ao mundo; na alternativa B, no primeiro título, o adjunto adverbial (de modo) é Nadando contra a maré; no quarto título, há dois adjuntos adverbiais, respectivamente, de assunto e de lugar: sobre sua história e exibido em Museu do Rio; na alternativa C, na República Democrática do Congo é o adjunto adverbial de lugar.
7. O trabalho com a tirinha permite fomentar nos estudantes uma reflexão sobre o uso dos espaços públicos nas grandes cidades, por meio da análise dos elementos verbais e não verbais característicos desse gênero, utilizados para a construção do humor e da crítica.
5. b) Pode-se inferir que as surfistas às quais a manchete se refere enfrentam desafios e dificuldades para conseguir participar das competições.
a) Qual(is) dos títulos despertou(aram) seu interesse em ler a(s) notícia(s)? Por quê?
Respostas pessoais.
b) Releia o primeiro título. O que pode se pode inferir sobre a realidade dessas surfistas?
c) Que expressão traz essa informação para o leitor? Como ela pode ser classificada? Por quê?
A expressão nadando contra a maré, que é um adjunto adverbial de modo ou modal porque indica o modo como as surfistas agem diante das dificuldades.
6. No caderno, transcreva a alternativa que não está adequada à análise dos títulos.
A. O terceiro título tem em sua composição um adjunto adverbial que indica uma circunstância de fim ou finalidade.
Alternativa D.
B. Todos eles contêm adjuntos adverbiais que exprimem diversas circunstâncias aos enunciados.
C. No segundo título, há um adjunto adverbial que expressa uma circunstância de lugar.
D. Em um dos títulos foi empregado um adjunto adverbial de inclusão.
7. Leia a tirinha a seguir, em que o personagem presencia duas situações diferentes de sua janela.
7. a) Provavelmente, para fazer uma crítica ao uso das ruas para realização de feiras livres e ao trânsito provocado pelo acúmulo de carros nas ruas em dias normais.
a) A tirinha retrata duas situações do cotidiano nas grandes cidades. Com que intenção esse tema pode ter sido abordado?
b) Observe o personagem nos dois quadrinhos.
I Como ele reage às duas situações?
II Que elementos visuais revelam isso?
7. b) I. O personagem demonstra irritação e insatisfação nas duas situações.
7. b) II. A fisionomia e a postura do personagem nos dois quadrinhos revelam isso.
8. Os elementos que diferem uma cena da outra são a forma como a rua é ocupada e também a fala do personagem.
a) Que palavra marca essa diferença na fala?
A palavra não
b) Essa palavra é um advérbio. Que efeitos de sentido ele produz na tirinha?
Produz humor e um tom de ironia.
c) Que circunstância esse advérbio traz à fala do personagem? Como esse termo pode ser classificado?
Esse advérbio indica uma circunstância de negação à segunda fala do personagem, enfatizando sua insatisfação; por isso, é um adjunto adverbial de negação.
7. a) Auxilie os estudantes a inferir a crítica feita pela tirinha.
7. b) Oriente-os a justificar os posicionamentos por meio de elementos da tirinha.
8. Auxilie-os a compreender os efeitos de sentido produzidos pelo acréscimo do advérbio no segundo quadrinho. Espera-se que entendam que é um adjunto adverbial de negação.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Adjuntos adverbiais na prática
Organize os estudantes em roda, para que todos possam ver e ouvir os colegas. Peça a um deles que crie uma oração com sujeito e predicado verbal, por exemplo: Minha avó trabalha. Em seguida, oriente o estudante ao lado dele a perguntar algo sobre a circunstância em que ocorreu a ação, como:
LAERTE. [Droga! Hoje é dia de feira!]. Classificados. São Paulo: Devir, 2001. p. 41.PROPOSIÇÕES
E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E
2. a) Deseja-se enfatizar a grande quantidade de crianças que precisam de auxílio, atenção e, principalmente, de uma mudança de atitude da sociedade para com as questões sociais que elas enfrentam.
Figuras de linguagem: metonímia, aliteração e assonância
As figuras de linguagem são usadas para dar novos sentidos e enriquecer os textos dos mais variados gêneros, como poemas e anúncios.
1. Releia esta estrofe do poema “O poeta e a rosa”.
— São milhões! — a rosa berra Milhões a morrer de fome! E tu, na tua vaidade Querendo usar do meu nome!...
a) Na estrofe, percebe-se que a rosa age como um ser humano. Que aspecto evidencia isso no trecho?
O fato de a rosa falar, berrar e demonstrar toda a sua indignação.
b) O aspecto que você analisou no item anterior está associado à figura de linguagem chamada personificação ou prosopopeia. No caderno, transcreva a alternativa que explica a função dessa figura de linguagem.
Alternativa D
A. Ironizar a indignação da rosa.
B. Comparar, de forma implícita, a rosa ao poeta.
C. Destacar a indignação da rosa em relação à atitude do poeta.
D. Atribuir características humanas a outros animais e a seres inanimados.
2. Nos dois primeiros versos, o numeral milhões é usado duas vezes.
a) O que se deseja enfatizar com essa repetição?
b) A figura de linguagem empregada para produzir esse efeito de sentido é chamada de hipérbole. No caderno, transcreva a alternativa que indica qual é a função que ela expressa.
A. Expressar uma ideia de exagero ao que se diz.
B. Atenuar um efeito desagradável e chocante.
C. Produzir um efeito de ironia ao que se diz.
D. Produzir um humor sutil.
Alternativa A
Os recursos expressivos analisados na estrofe são figuras de linguagem e foram empregados para ampliar os sentidos do poema lido. Nos volumes anteriores desta coleção, você estudou algumas figuras de linguagem. Neste módulo, você vai conhecer outras.
Em quê? Onde? Por quê? Com quem? etc. No momento em que o estudante responder à pergunta, questione a turma sobre o tipo de circunstância indicada, de modo a classificar o adjunto adverbial utilizado. Repita o mesmo processo com outros estudantes.
Em Linguagem e sentidos , se julgar conveniente, faça uma retomada das figuras de linguagem trabalhadas nos volumes anteriores: metáfora, hipérbole, personificação, comparação, antítese e ironia. Solicite aos estudantes que pesquisem em poemas ou em outros textos do cotidiano exemplos em que há o emprego dessas figuras como uma forma de revisá-las.
REALIZAÇÃO
Linguagem e sentidos
1. a) Oriente os estudantes a perceber o uso da prosopopeia no trecho.
1. b) Se desejar, discuta com os estudantes por que as demais alternativas estão incorretas. Se possível, incentive os estudantes a refletir sobre usos cotidianos da prosopopeia, pedindo a eles que apontem exemplos que conhecem.
2. a) Auxilie os estudantes a perceber os efeitos de sentido produzidos no texto pelo uso da hipérbole.
2. b) Se desejar, peça a voluntários que expliquem por que as demais alternativas estão incorretas. Aproveite para perguntar aos estudantes que usos da hipérbole fazem no dia a dia.
PROPOSIÇÕES
Ao explicar o conceito de metonímia, se achar pertinente, comente que também existem casos em que ela ocorre no campo publicitário, em que anúncios usam o nome de marcas no lugar do produto ou serviço que representam. No caso da marca Pix, por exemplo, o serviço a que a marca dá nome é um meio de pagamento ou transferência. A marca, desenvolvida pelo Banco Central do Brasil em 2020, já nasceu com a ideia de se assumir como a identidade do serviço. Comente com os estudantes que já são de uso corrente falas como “Faz um Pix pra mim” ao solicitar pagamentos ou transferências de dinheiro. No site do Banco Central do Brasil, há um material explicativo de como a marca Pix foi concebida (disponível em: www. bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/ pix?modalAberto=sobre-marca; acesso em: 2 jul. 2022). Se possível, compartilhe essa indicação com a turma.
O trabalho com poema concreto e poema, objetos de estudo desta seção, ao abordar aliteração e assonância, respectivamente, propicia o desenvolvimento de análise dos efeitos de sentido produzidos pelo uso de figuras de linguagens, uma vez que, nesses gêneros, faz-se uma utilização diferenciada dos recursos da linguagem, como os relativos ao som: a assonância (repetição de sons vocálicos) e a aliteração (repetição de sons consonantais).
Comente com os estudantes que as figuras de linguagem são recursos linguísticos utilizados por escritores, publicitários etc., com o objetivo de ampliar os significados e dar expressividade aos textos produzidos. No poema “O poeta e a rosa”, foram empregadas algumas delas.
Metonímia
Consiste na substituição de uma palavra ou expressão por outra, havendo entre elas uma relação de proximidade, de familiaridade ou de contiguidade. Exemplo: As pessoas gostam de ler Vinicius de Moraes
Nesse exemplo, foi usado o nome do autor ( Vinicius de Moraes) no lugar da sua obra (poema, contos, crônicas de Vinicius de Moraes).
Veja outros casos em que ocorre metonímia.
• A parte pelo todo. Exemplo: O suor de todo dia cansa o trabalhador. No exemplo, a palavra suor, uma das consequências do trabalho físico diário, foi usada para representá-lo.
• O singular pelo plural ou vice-versa. Exemplo: O trabalho dignifica o ser humano No exemplo, a expressão ser humano, embora no singular, representa todos os seres humanos.
• A matéria pelo objeto (algo feito dessa matéria). Exemplo: Andava sempre cheio de ouro No exemplo, a palavra ouro está sendo usada no lugar de “objetos de ouro”.
Aliteração
Consiste na repetição de um som consonantal (de consoantes), como no poema a seguir.
v em nav io vai nav io v ir nav io ver nav io ver não ver v ir não v er v ir não v er ver não v ir ver nav ios CAMPOS, Haroldo de. Vem navio. In: AGUIAR, Vera (coord.). Poesia fora da estante
Porto Alegre: Projeto: CPL/PUCRS, 2002. p. 29.
No poema, os sentidos e a forma conduzem ao movimento do ir e vir sobre as ondas do mar. A repetição do fonema / v/, que ocorre no início de muitas palavras e no meio da palavra navio, enfatiza o som do vento que movimenta as ondas e as embarcações.
O texto literário distingue-se do não literário porque possui a função estética, enquanto o outro, a utilitária, isto é, o primeiro busca envolver, impressionar, surpreender o leitor; já o segundo quer convencê-lo, informá-lo, orientá-lo etc. Para envolver o leitor, o escritor aprimora o plano da expressão (sequência linguística que expressa o conteúdo) com o uso de inúmeros recursos. Nos poemas, os recursos de expressão mais
comumente empregados são o ritmo (alternância regular de sílabas fortes – tônicas – e fracas –átonas – nos versos), a rima (coincidência de sons ao final ou no interior dos versos), a aliteração (repetição insistente de um mesmo fonema consonantal), a assonância (reiteração de um mesmo som vocálico) e a onomatopeia (reprodução linguística de sons e ruídos do mundo natural). O poeta recorre também à conotação, ou seja,
Assonância
Caracteriza-se pela repetição de sons vocálicos (de vogais). Exemplo:
E num acesso de ira Arranca as pétalas, lança-as Fora, como a dar comida
A todas essas crianças.
Nessa estrofe, a assonância foi empregada nas palavras em destaque no segundo e no quarto versos, intensificando o ritmo e a musicalidade.
ATIVIDADES
1. Leia o cartum a seguir, que, apenas pela linguagem visual, consegue tanto expressar uma mensagem quanto fazer uma crítica.
PROPOSIÇÕES
Em Atividades, se achar oportuno, organize os estudantes em duplas para a realização das atividades desta seção. Assim, eles podem construir as aprendizagens de forma colaborativa.
REALIZAÇÃO
1. a) O uso indiscriminado da água pela sociedade, que, em geral, esquece a importância de garantir a economia desse recurso, que é limitado.
1. b) As imagens do porquinho em formato de cofre e da torneira deixando cair uma gota d’água de cada vez reforçam a ideia de que é preciso economizar a água, o que possibilita inferir a crítica presente no texto.
RUCKE. [Vamos economizar água!]. Cartoon Movement. [S. l.], 20 jan. 2022. Disponível em: https://cartoonmovement-com.translate. goog/cartoon/lets-save-water?_x_tr_sl=en&_x_ tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=sc. Acesso em: 7 jul. 2022.
a) Qual é o tema abordado no cartum?
b) Que recursos são utilizados no texto para enfatizar o tom de crítica?
2. As imagens também podem sugerir sentidos associáveis a algumas figuras de linguagem.
2. a) Remete à ideia de economia de recursos, de poupança.
a) A que nos remete a imagem do cofre em formato de porquinho?
b) Pelo fato de levar a uma comparação indireta, a que figura de linguagem esse recurso visual pode ser associado?
Pode ser associado à metáfora, pois a imagem do cofre possibilita ao leitor estabelecer uma comparação implícita entre esse objeto e a ideia de economia, atribuindo a ele as ideias de economia, poupança e cuidado com os bens.
cria novos significados, estabelece imprevistas associações para termos conhecidos, descondicionando o olhar do leitor por meio da metáfora e da metonímia.
É preciso ressaltar, no entanto, que a função estética da linguagem, embora se manifeste em alto grau na poesia, não se restringe ao texto literário, uma vez que a publicidade também faz uso de recursos expressivos.
1. A intenção ao usar o cartum nessa atividade é promover práticas de leitura de diferentes gêneros textuais em que há o uso de imagens. Esse trabalho também propicia aos estudantes uma reflexão sobre problemas da sociedade contemporânea, como o uso irresponsável de recursos naturais, por exemplo, o desperdício de água. Auxilie os estudantes a entender como o uso de recursos de imagens contribui para a construção de sentidos nos textos.
2. Procure mobilizar os conhecimentos que os estudantes têm sobre as imagens do cartum. Esse trabalho possibilita que participem ativamente do processo de ap rendizagem. Caso seja necessário, recupere com os estudantes a explicação sobre a figura de linguagem metáfora, em que há uma comparação implícita entre termos que passam a compartilhar uma característica ou ideia.
REALIZAÇÃO
Atividades
3. Auxilie os estudantes a perceber as ideias relacionadas a cada imagem utilizada no cartum. Caso julgue necessário, explique que a metonímia é uma figura de linguagem em que há comparação entre termos que compartilham entre si uma relação. Se for possível, ofereça aos estudantes novos exemplos.
4. O uso do poema possibilita ampliar o repertório dos estudantes, propiciando a fruição estética e a valorização de textos do campo artístico-literário. Explore com os estudantes o plano expressivo do poema. O ritmo se constrói pela repetição das palavras vão, vêm e não e de sua disposição no poema. Leia o poema em voz alta e peça a alguns estudantes que façam essa leitura também. Leve-os a perceber que os sons nasais dessas palavras permitem que a pronúncia se alongue, imitando o balançar (a oscilação) do pêndulo do relógio.
4. c) Se possível, comente que, no início do século XX, ocorreram muitas mudanças tecnológicas, como as inovações nos meios de transporte, no cinema etc. Nesse período, no Brasil, iniciou-se o processo de modernização, industrialização e urbanização, o que pode ter contribuído para a sensação coletiva de urgência e transformação.
3. Os efeitos de sentido atribuídos às imagens do cofre, da torneira e da gota d’água estão relacionados à figura de linguagem metonímia.
a) O que essas imagens representam no cartum? A que função da metonímia essas representações podem ser associadas?
b) Que efeito de sentido o uso desses recursos expressivos produz no cartum?
Reforça de forma criativa e expressiva a crítica expressa pelo cartum.
4. Leia o poema a seguir, escrito por Oswald de Andrade à época do Modernismo, movimento que traz inovações à poesia brasileira.
Relógio
As coisas são
As coisas vêm
As coisas vão
As coisas
Vão e vêm
Não em vão
As horas
Vão e vêm
Não em vão
BODORTIVADAR/SHUTTERSTOCK CO
4. b) O poeta deseja evidenciar que o tempo passa para todos e que devemos fazer com que ele seja aproveitado de forma útil, e “não em vão”, perdendo tempo com coisas desnecessárias ou nos desgastando com situações infrutíferas. 4. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que o tema abordado é pertinente, pois hoje, assim como na época em que o poema foi escrito, a pressa e o ir e vir fazem parte da rotina das pessoas, e é preciso que elas fiquem atentas para que seus momentos de vida não passem em vão.
ANDRADE, Oswald de. Relógio. In: AGUIAR, Vera (coord.). Poesia fora da estante Porto Alegre: Projeto: CPL/PUCRS, 2002. p. 47.
a) De que trata o poema?
4. a) O poema trata do passar do tempo na vida das pessoas, na qual os fatos acontecem e passam, numa rotina diária de ir e vir, retornando sempre, em um movimento de continuidade.
b) Ao abordar esse tema, o que o poeta deseja evidenciar?
c) Esse poema foi escrito em 1928. Em sua opinião, o conteúdo dele ainda é pertinente à nossa época?
5. Os versos do poema constroem uma imagem.
a) Que imagem você visualiza ao ler o poema?
5. a) Resposta pessoal. Os estudantes podem responder, por exemplo, que imaginam um relógio com seus ponteiros rodando em movimento contínuo de ir e vir para marcar as horas.
b) Que recursos expressivos possibilitam a construção dessa imagem?
c) Que recurso linguístico possibilita ao leitor visualizar esse movimento?
6. No poema são usadas várias figuras de linguagem.
a) Em que versos encontram-se assonâncias? Exemplifique.
5. b) Os versos curtos e repetitivos sugerem os ponteiros do relógio que se movem repetidamente para marcar as horas que passam.
b) Que efeito de sentido essas figuras de linguagem conferem ao poema?
Ritmo e musicalidade.
7. No caderno, transcreva a alternativa que indica o verso em que foi empregada uma aliteração.
Alternativa D.
A. “As coisas vêm”.
B. “As coisa vão”.
C. “Não em vão”.
D. “Vão e vêm”.
5. c) A repetição das formas verbais vêm e vão em seis dos versos do poema, sugerindo o giro dos ponteiros, em seu ir e vir.
6. a) Nos três primeiros versos: “As coisas são / As coisas vêm / As coisas vão”; e depois no quinto e sexto versos: “Vão e vêm / “Não em vão”.
8. Que efeito de sentido o uso da assonância e da aliteração traz ao poema?
Além de trazer musicalidade e ritmo ao poema, sugere o som produzido pelo pêndulo do relógio indo e vindo.
5. Incentive os estudantes a elaborar uma interpretação de maneira autônoma e criativa. Se desejar, explique que, em um poema, o autor seleciona diferentes tipos de recursos, relativos aos sons, aos significados das palavras etc. para a criação de imagens.
6. Se julgar interessante, convide também alguns estudantes a fazer uma leitura em voz alta para a turma, a fim de que percebam o ritmo e a musicalidade do poema.
76 D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd 76 09/08/22 10:14 76
LETRA DE CANÇÃO: RAP
No Capítulo 1, você leu um poema em que o poeta faz da palavra um instrumento de denúncia social com versos que revelam indignação diante de problemas que assolam a sociedade.
O texto que você vai ler neste capítulo é uma letra de rap (sigla em inglês de rhythm and poetry, que significa “ritmo e poesia”), manifestação artística de protesto que dá voz a grupos sociais minorizados.
Com base nessas informações, elabore algumas hipóteses antes da leitura da canção: Que conteúdo você acredita que compõe a canção, considerando seu título? Que elementos do cotidiano teriam motivado a escrita dessa letra? Quais fatos históricos você acredita que podem ter influenciado o texto?
BNCC
Habilidades do Capítulo 2
TEXTO
• EF69LP44
• EF69LP53
• EF89LP27
• EF89LP33
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP21
• EF69LP44
• EF89LP27
• EF89LP33
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP21
• EF69LP44
• EF69LP48
• EF69LP53
• EF69LP54
PALAVRA ABERTA
• EF69LP46
• EF69LP48
• EF69LP49
• EF69LP55
• EF89LP17
• EF89LP32
• EF08LP16
• EF69LP53
• EF89LP27
POR DENTRO DA LÍNGUA
Agora, leia silenciosamente a letra da canção e, na sequência, faça a leitura em voz alta conforme orientação do professor.
Us guerreiro [INTRODUÇÃO]
Dedicado a Martin (Guerreiro)
Diamantes
(Era uma vez)
Eu vou contar a vocês
(Era um vez)
Uma história muito bonita.
(Era uma vez)
Príncipes herdeiros... Us novos guerreiros
Novos descendentes afro-brasileiros
Da periferia lutam noite e dia
Tão na correria como vive a maioria
Guardam na memória uma bela história
De um povo guerreiro e tão cheio de glória
Zumbi, o líder desse povo tão sofrido
Que sem liberdade pro quilombo eles fugiram
Palmares, o local da nossa redenção
PROPOSIÇÕES
Antes de fazer leitura do texto do Capítulo 2 , apresente aos estudantes o gênero rap e um pouco da sua história no Brasil e no mundo. Comente que as letras têm um forte apelo de crítica social e abordam temas como racismo e violência.
Explique aos estudantes que o rap é uma das vertentes do hip-hop, movimento que
surgiu nas comunidades negras e latinas de Nova York, como forma de extravasar os sentimentos de uma classe marginalizada. No rap, o ritmo e a poesia se unem em um discurso poético, sem deixar de lado as questões sociais.
Inicie o trabalho pedindo aos estudantes que, a partir dos questionamentos propostos, elaborem hipóteses sobre o texto que será lido.
• EF69LP02
• EF69LP03
• EF69LP13
• EF69LP30
• EF69LP44
• EF69LP56
• EF08LP01
• EF08LP04
• EF08LP06
• EF08LP09
• EF08LP16
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
• EF69LP03
• EF69LP44
• EF69LP56
PRODUÇÃO ESCRITA
• EF69LP44
• EF69LP51
• EF69LP54
• EF89LP36
• EF08LP04
• EF08LP06
• EF89LP37
• EF08LP04
• EF08LP10
• EF08LP16
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Oriente a leitura da letra de rap com a turma. Para isso, solicite voluntários. Na introdução, oriente que um deles faça a voz indicada entre parênteses. No refrão, peça à turma que falem todos juntos em voz alta o verso “Us guerreiro, us guerreiro”. Auxilie a turma a fazer uma leitura ritmada, tal como fazem os rappers
REALIZAÇÃO Texto
Ao final da leitura, se desejar e for possível, assista ao clipe do rap com os estudantes para verificar as marcações e os versos que devem ser enfatizados, disponível em: www.youtube. com/watch?v=60SM732TopE (acesso em: 2 jul. 2022).
PROPOSIÇÕES
Em Conversando sobre o texto, faça um trabalho de verificação das hipóteses elaboradas pelos estudantes antes da leitura do texto. Espera-se que eles possam avaliar se elas se confirmaram.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Auxilie os estudantes a compreender a importância do ritmo para a construção de sentidos de uma letra de rap
2. e 3. O rap apresenta situações de discriminação, além da luta diária na favela em busca de conquistas e sobrevivência. Incentive os estudantes a observar se, nos espaços pelos quais circulam, brancos e negros ocupam a mesma posição. Provoque-os, ainda, com notícias atuais que possam ter relação com o racismo e com a luta do movimento negro, de modo que reflitam e exponham seus pontos de vista acerca dessas questões.
4. Na letra da canção são citados fatos históricos, como o processo de escravidão, bem como a figura de líderes do movimento negro, como Zumbi e Dandara dos Palmares, que foram responsáveis por muitas conquistas sociais, culturais e religiosas para a comunidade negra brasileira.
O rap é um gênero musical caracterizado pelo ritmo acelerado e pelo canto recitado. As letras – que, em princípio, são poemas rimados – expõem o cotidiano da periferia das grandes metrópoles e criticam a discriminação racial e a opressão de qualquer natureza, além de defender a valorização do cidadão consciente e a preservação de sua identidade. Escrita pelo artista brasileiro Rappin’ Hood, a canção intitulada “Us guerreiro” conta alguns detalhes da história do povo negro no Brasil.
Pra viver sem correntes, sem escravidão
Dandara, que beleza negra, joia rara
A linda guerreira comandava a mulherada
Faz tempo, hoje em dia é outro movimento
A luta dos mais velhos amenizou o sofrimento
Escuta, acorda, pois não acabou a guerra
Você infelizmente nasceu no meio dela
Já era, o nosso povo vive na favela
Enquanto o colonizador só usufrui da terra
Vitória é o que desejo pra minha criança
Negra é sua herança, você nossa esperança
[REFRÃO]
Só os favelado, só os maloqueiro
Us guerreiro, us guerreiro
Na África de antes, os príncipes herdeiros
Us guerreiro, us guerreiro
Só os aliado, só os companheiro
Us guerreiro, us guerreiro
Eu mando aqui um salve pras parceira e pros parceiro
Us guerreiro, us guerreiro
[...]
US GUERREIRO. Intérpretes: Rappin’ Hood e Martin. Compositor: Rappin’ Hood. In: SUJEITO HOMEM 2. Intérprete: Rappin’ Hood. São Paulo: 100% Raízes Discos (Slem), 2005. 1 CD, faixa 2.
QUEM É O AUTOR
Rappin’ Hood (1971-) é o nome artístico de Antônio Luiz Júnior, paulistano do bairro do Limão, criado na Vila Arapuá, na periferia da zona sul de São Paulo. Começou a compor música aos 14 anos e formou o grupo Posse Mente Zulu, no início da década de 1990. Seu primeiro disco, Sujeito homem, surgiu em 2001. Quatro anos depois, lançou Sujeito homem 2, no qual está a canção “Us guerreiro”, com a participação de artistas como Caetano Veloso, Zélia Duncan, Gilberto Gil e Jair Rodrigues.
PROPOSIÇÕES
Em Texto e contexto, as atividades partem da identificação de informações para ampliá-las por meio de inferências, abrangendo o contexto de produção e
recepção da canção de rap, problematizando o preconceito estrutural existente no Brasil e destacando a resistência da comunidade negra, que busca a conquista dos direitos que deveria usufruir.
se deve mais tolerar qualquer tipo de discriminação.
4. b) Não se pode considerar que a sociedade em geral atribuiu, ao longo da história, esse olhar de valorização em relação ao negro, como faz o autor do rap. Prova disso é que os submeteu à condição de escravidão, explorando-os intensamente; e ainda hoje o negro sofre as consequências da história escravocrata e do preconceito em várias esferas da sociedade.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes infiram que a leitura de forma ritmada, como é feita pelos rappers, traz sentidos ao texto, ressaltando aspectos importantes que precisam ser enfatizados na canção.
1. O que você achou da letra do rap? A forma como você a leu ajudou a estabelecer sentidos?
2. Que situações do cotidiano enfrentadas pela população negra o rap retrata? O que você acha dessas situações?
3. Em sua opinião, qual é a importância desse tipo de produção artística para a comunidade negra?
4. Que elementos históricos você reconhece na letra do rap?
Respostas pessoais. Resposta pessoal. Resposta pessoal.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
2. De acordo com o texto, não se pode atribuir a condição do negro ao próprio povo negro, pois, desde o princípio, eles foram colocados em situação de inferioridade pelos brancos, que os escravizaram – o que provoca reflexos até os dias atuais.
1. b) O autor constrói esse protesto com a intenção de evidenciar a necessidade de mudança dessa marginalização, por meio de lutas que ainda precisam ser travadas.
1. O protesto apresentado pelo rap é de grande valor para a sociedade contemporânea.
a) Qual é o alvo do protesto nessa canção?
A marginalização do negro na sociedade brasileira ao longo da história do país.
b) Com que intenção o autor constrói esse protesto?
2. A letra do rap evidencia a posição em que o negro se encontra na sociedade brasileira. Pode-se considerar que essa posição é consequência de ações do próprio negro? Justifique sua resposta.
3. O que você sabe sobre a condição histórica dessa comunidade no Brasil?
Resposta pessoal.
4. Ao longo da canção, pode-se perceber que o autor atribui valores à atuação do negro na sociedade brasileira.
a) Qual é a visão do autor do rap a respeito povo negro?
4. a) Ele considera os negros príncipes herdeiros de um império de grande valor sociocultural e guerreiros que, até hoje, lutam contra as mazelas a que são submetidos.
4. a) Esta atividade possibilita ampliar o olhar dos estudantes sobre a identidade negra, de modo a valorizar as contribuições artístico-culturais de muitos povos do continente africano para a diversidade brasileira.
4. b) Incentive os estudantes a comparar as visões sobre o negro na sociedade, justificando seus posicionamentos com argumentos bem elaborados.
5. Reflita com os estudantes que o autor do rap ocupa um lugar de exclusão na sociedade, por ser negro e morador da periferia, de modo que ele sente, diariamente, os reflexos dessa condição.
b) Pode-se considerar que essa visão é a mesma que a sociedade em geral atribuiu aos negros no decorrer da história? Explique.
6. a) A luta de homens negros e mulheres negras pela liberdade e contra a
escravidão. Mostrar aos negros a importância de eles conhecerem a história dos seus antepassados, suas origens e de onde vieram.
5. O autor do rap é um artista brasileiro, negro e da periferia. Você acredita que essas características contribuíram para que ele escrevesse a letra dessa canção? Por quê?
Resposta pessoal.
6. No rap, o autor evidencia que os negros de hoje vivem na correria e “guardam na memória uma bela história”.
7. b) No país, o racismo ainda é uma realidade vivenciada pela comunidade negra, que precisa, diariamente, lidar com acusações
a) Qual seria essa bela história mencionada no rap? Que efeito de sentido essa referência traz ao texto?
indevidas, falta de representatividade e exclusão de espaços importantes na educação, no mercado de trabalho, na política etc.
b) De que forma você imagina que essa história pode influenciar os negros de hoje?
7. Na construção do texto, um dos versos revela que “a luta dos mais velhos amenizou o sofrimento”.
7. a) São alguns negros escravizados que se rebelaram contra a condição a que estavam submetidos e, ao lado de lideranças como Zumbi e Dandara, enfrentaram os opressores.
a) Pelo contexto, quem são os mais velhos a que se refere o autor?
b) Que lutas ainda se impõem à comunidade negra na sociedade brasileira?
c) Como você imagina que essas lutas podem ser vencidas?
Resposta pessoal.
6. b) Historicamente, apesar do sofrimento com a escravidão, os negros trazem uma história de muita força, resistência e resiliência, de modo que os negros de hoje podem se inspirar na determinação ancestral de seu povo para vencer os desafios impostos pela sociedade atual e pela vida cotidiana.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. Se possível, proponha aos estudantes uma conversa sobre as maneiras pelas quais os negros são excluídos da nossa sociedade. Incentive-os a perceber a necessidade urgente de uma transformação social, em que as desigualdades sejam superadas e a sociedade se torne mais justa e igualitária.
2. Esta atividade propõe aos estudantes relacionar o posicionamento defendido na letra de rap com o contexto social em que está inserido.
3. Incentive-os a perceber que, desde sempre, o negro foi colocado em situação de inferioridade e explorado, o que revela uma grande injustiça mantida por aqueles que se acham superiores, e que, portanto, não
6. Considere propor à turma uma pesquisa sobre a vida e a trajetória de luta de homens e mulheres contra a escravidão no Brasil. Essa atividade possibilita aos estudantes conhecer o passado dos ancestrais brasileiros e valorizar suas histórias.
7. Caso surjam comentários que minimizem ou questionem a existência do racismo hoje no Brasil, proponha a eles uma pesquisa sobre notícias que abordem casos de racismo, para que possam ampliar a perspectiva desse tema. Leve os estudantes a perceber que as lutas de hoje podem ser vencidas pelo diálogo, pela busca do cumprimento de leis já existentes e pelas manifestações que deem voz ao povo negro.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
8. a) Oriente os estudantes a entender a herança negra e a respeitar os valores socioculturais associados aos negros, indo além das violências que sofreram e desconstruindo preconceitos e estereótipos. Caso seja possível, oriente em sala de aula o desenvolvimento de uma pesquisa em que os estudantes possam aprofundar seus conhecimentos sobre as contribuições dos povos africanos para a diversidade cultural do Brasil, como: samba, capoeira, religiões de matrizes africanas, culinária, instrumentos musicais, aspectos relativos à língua etc.
8. b) Auxilie os estudantes a perceber que o rapper tem uma perspectiva positiva em relação ao futuro dos negros no país.
9. a) O uso de um fragmento da Declaração Universal dos Direitos Humanos se justifica, pois possibilita contribuir para o trabalho de formação ética da responsabilidade, consciência dos direitos e princípios democráticos nos estudantes. Se julgar conveniente, de modo colaborativo com o professor de História, ainda que como uma breve antecipação do trabalho com as habilidades EF09HI15 e EF09HI16, é possível desenvolver um trabalho interdisciplinar sobre o contexto da criação da Declaração dos Direitos Humanos e suas violações hoje, no Brasil contemporâneo. A indicação de Para ouvir pode ajudar nesse trabalho.
8. Releia, a seguir, dois versos do rap.
8. b) Ao acreditar que a criança negra é uma esperança, alimenta o desejo de vê-la protagonizando lutas que façam com que a condição do seu povo negro seja melhor na sociedade.
Vitória é o que desejo pra minha criança Negra é sua herança, você nossa esperança
a) Que elementos levam o autor da canção a afirmar à sua criança que ser negro é uma herança?
A representatividade e o valor sociocultural que esse povo carrega ao longo da história do Brasil.
b) Que expectativas o músico atribui à criança negra ao dizer que ela é a esperança?
9. Leia um trecho da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela ONU em 1948.
[...]
Artigo 1
9. a) Esse documento deixa claro que a liberdade é um direito de todo indivíduo, de maneira que ninguém deve ser submetido à escravidão ou a qualquer forma que o prive de sua liberdade por suposta superioridade de um grupo em relação a outro.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. [Paris], 10 dez. 1948. Disponível em: www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 25 maio 2022.
a) Qual é a importância desse documento no combate à problemática social denunciada no rap?
b) Você acredita que esses direitos descritos na Declaração são garantidos de maneira igual a todas as pessoas? Justifique. Resposta pessoal.
O rap é um gênero musical que surgiu do movimento do hip-hop e teve origem nos anos 1970 nos Estados Unidos, chegando ao Brasil nos anos 1980. Trata-se de uma manifestação artística de protesto, que dá voz aos grupos sociais minorizados periféricos para manifestarem seus problemas sociais.
PARA OUVIR
Sociologia #11: Declaração universal dos direitos humanos: origem e importância. Podcast (24min26s). Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/podcasts/declaracao-universal-dos-direitoshumanos-origem-e-importancia.htm . Acesso em: 25 maio 2022.
9. b) Encaminhe os estudantes a perceber que, por mais que a Declaração Universal dos Direitos Humanos determine a liberdade e a igualdade como princípios, questões históricas e culturais ainda se impõem em algumas civilizações de maneira a prejudicar o acesso de determinados grupos marginalizados a esses direitos.
D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd 80 09/08/22 10:39
5. b) Nos dois primeiros versos, há rima entre as palavras periferia, dia, correria e maioria, que se referem à atual situação do povo negro; já nos dois versos subsequentes, há referência ao passado dos negros e, com a mudança no tempo histórico abordado, altera-se a rima, que se estabelece entre as palavras memória, história e glória.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. No início do rap, ouve-se a expressão era uma vez, típica de contos infantis. Que características da letra do rap você acredita que podem justificar a escolha dessa expressão?
A letra da canção, assim como os contos infantis, começa narrando a história de um povo ancestral, em que há príncipes e guerreiros, personagens típicos desse gênero literário.
2. Na construção do texto, o autor oscila entre referências a situações do passado e do presente. No caderno, transcreva a alternativa que revela a situação do povo negro ao longo da história brasileira.
Alternativa C
A. A população negra brasileira sofre mais no presente do que no passado, pois antes não havia racismo como há hoje.
B. No passado, as condições vivenciadas pela população negra eram mais sofridas, de modo que hoje há poucos espaços que ainda precisam ser conquistados.
C. A comunidade negra no Brasil vive oscilações ao longo da história, já que, por um lado, há conquistas, mas, por outro, ainda há questões que precisam ser superadas.
D. Atualmente, a populacão negra brasileira não sofre nenhum preconceito nem discriminação social, e as diferenças impostas por séculos de direitos desiguais foram superadas.
3. Na composição do rap, há alusões a personalidades e a fatos históricos. Qual é a intenção do autor ao fazer essas referências no texto?
4. Leia novamente os versos a seguir, em que a personagem Dandara é apresentada.
Dandara, que beleza negra, joia rara A linda guerreira comandava a mulherada
4. O autor pretende destacar a preciosidade e o valor de Dandara na luta dos negros contra a escravidão, evidenciando que sua atuação foi rara, pois, tradicionalmente, são os homens que ocupam esse lugar de liderança em movimentos de luta.
• Considerando a atuação de Dandara no Quilombo dos Palmares, o que pode ter feito o autor se referir a ela como “joia rara”?
5. Releia este trecho em voz alta, prestando atenção às rimas.
3. Ao citar fatos e personagens históricos na canção, o músico confere mais credibilidade a seu texto, demonstrando que os dados expostos podem ser comprovados por fontes históricas.
Da periferia lutam noite e dia Tão na correria como vive a maioria Guardam na memória uma bela história De um povo guerreiro e tão cheio de glória
5. a) A rima contribui para dar ritmo à canção, fazendo com que sua mensagem seja fixada pelo ouvinte com maior rapidez.
a) Qual é a importância desse recurso linguístico em textos como a letra de rap?
b) Nesse fragmento, há diferentes combinações de rimas. Quais são essas rimas? Que relação se estabelece entre a mudança da rima e o conteúdo do texto?
c) De que forma as rimas determinam a entonação aplicada na leitura em voz alta?
6. Ao longo do texto, há marcas da linguagem coloquial, como em “Pra viver sem correntes, sem escravidão”.
a) Por que essas marcas são comuns em músicas como o rap?
5. c) Ao ler em voz alta, o leitor dá mais ênfase às palavras rimadas, justamente com a intenção de valorizar esse recurso que contribui para o ritmo do texto.
b) Identifique no texto outro verso em que há o uso dessa linguagem e o transcreva no caderno.
6. a) Porque preservam a fala e o linguajar de um grupo socialmente minorizado, em que não há preocupação com uso de uma linguagem rebuscada ou consolidada pela norma-padrão.
6. b) Outros versos em que há registros da linguagem coloquial são: “Tão na correria como vive a maioria” (usa-se “tão” em vez de estão) e “Que sem liberdade pro quilombo eles fugiram” (usa-se “pro” em vez de para o).
PROPOSIÇÕES
Em Composição e linguagem, se julgar necessário, retome a letra da canção com a turma, para que façam uma nova leitura compartilhada e em voz alta, ou assista ao videoclipe da canção, antes de iniciar a realização das atividades desta seção.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
1. Esta atividade possibilita realizar um trabalho de intertextualidade entre textos literários e manifestações artísticas. Caso julgue pertinente, nomeie esse fenômeno para a turma e explique que ele ocorre quando há um diálogo entre textos ou entre textos e manifestações artísticas, como música, teatro etc.
2. Discuta cada uma das alternativas incorretas com a turma, pois há uma oportunidade nesta atividade para a discussão de visões equivocadas sobre a história do negro no Brasil. Convide os estudantes a compartilhar seus posicionamentos com relação às afirmações, levando-os à reflexão, de modo que ampliem suas perspectivas sobre o tema.
3. Explique aos estudantes que a inclusão de referências confere maior credibilidade ao texto.
4. Explique aos estudantes que os valores e características de uma joia rara foram atribuídos a Dandara. Essa atividade possibilita valorizar as ações de mulheres negras, historicamente marginalizadas na sociedade, levando os estudantes a conhecer o protagonismo delas na história do Brasil.
5. Se possível, solicite aos estudantes que cantem em voz alta o trecho, tal como o rapper, para que observem o ritmo da canção. Leve-os a perceber as relações entre o ritmo e o texto escrito, mostrando que ambos contribuem para a construção de sentidos do poema.
6. a) Explique que se trata de uma característica que confere maior expressividade e autenticidade às canções. Se desejar, explique que existem “batalhas de rimas”, criadas de improviso e, por isso, sem a possibilidade de eventuais revisões.
6. b) Auxilie os estudantes a entender que não são erros, uma vez que são formas adequadas à situação comunicativa em que estão inseridas.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
7. Oriente-os a perceber as motivações das escolhas linguísticas do autor da canção. Explique que não são aleatórias, mas obedecem a uma intenção comunicativa no poema. Explique ainda que os termos favelado e maloqueiro são preconceituosos e discriminatórios e referem-se, na origem, a tipos de moradias precárias e irregulares, comuns nas grandes cidades. Na letra da canção, no entanto, são reapropriados e ressignificados.
8. a) Auxilie os estudantes a identificar o interlocutor da canção e a justificar seu posicionamento.
8. b) Se desejar, explique que esse termo funciona como um modalizador na oração, em que o autor revela seu posicionamento sobre aquilo que ele mesmo afirma.
ARRAES, Jarid. As lendas de Dandara. 3. ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2022.
Nesse livro, recomendado para professor e estudantes, a escritora cearense Jarid Arraes mistura ficção e realidade em dez contos sobre a guerreira quilombola Dandara, desde o nascimento até as lutas pela libertação dos negros na época da escravidão. Com ilustrações de Aline Valek.
PROPOSIÇÕES
Em Palavra aberta, antes de dar início à atividade, pergunte aos estudantes se eles gostam de textos de protesto, se eles ouvem músicas com essa abordagem, ou se leem poemas com essa temática, e
8. a) Os versos dirigem-se aos negros de hoje, que vivem nas comunidades e periferias das grandes cidades brasileiras. O emprego das formas verbais no imperativo, escuta e acorda, e do pronome você evidenciam isso.
PARA LER
Pequeno manual antirracista , de Djamila Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Companhia das Letras
7. Leia novamente este trecho do refrão.
Só os favelado, só os maloqueiro Us guerreiro, us guerreiro Na África de antes, os príncipes herdeiros Us guerreiro, us guerreiro
a) No primeiro verso, não se usa concordância conforme determina a norma-padrão da língua portuguesa. O que teria levado o músico a fazer essa escolha?
b) No terceiro verso, a concordância respeita a norma-padrão. Que intencionalidade você percebe nessa situação?
8. Releia os versos a seguir.
8. b) O advérbio infelizmente revela que o músico lamenta que, ainda hoje, os negros precisem lutar para preservar seus direitos de igualdade em busca de liberdade plena.
Escuta, acorda, pois não acabou a guerra Você infelizmente nasceu no meio dela
Nesse livro, a autora problematiza as marcas que o racismo deixou na sociedade brasileira em razão do passado escravocrata que submeteu o povo negro a situações degradantes.
7. a) Os termos favelado e maloqueiro não concordam com o artigo os, pois, neste caso, o autor quer reproduzir a fala corriqueira das pessoas que atribuem esses adjetivos aos negros, revelando, de certa forma, um preconceito social.
7. b) No terceiro verso, o autor emprega a concordância de acordo com a norma-padrão para aludir a uma época em que a figura do negro era valorizada pela sua ancestralidade, deixando claro, por meio da linguagem, as diferenças sociais existentes na sociedade.
a) A quem se dirigem esses versos? Que recursos linguísticos evidenciam isso ao leitor?
b) O que o uso do advérbio infelizmente revela sobre o ponto de vista do autor sobre a realidade cantada em seu rap?
O rap é um texto organizado em versos, nos quais há presença de rimas que garantem ritmo à leitura. Por ser um texto de denúncia de social, é comum, em sua construção, fazer referências externas, como citações históricas ou exemplos da realidade, que ilustrem a narrativa que está sendo construída. Do ponto de vista linguístico, é um texto que não segue à risca a norma-padrão da língua, apresentando com frequência marcas da linguagem oral coloquial. Apresenta também recursos conotativos, como figuras de linguagem, que conferem um caráter literário ao texto.
SAIBA MAIS
O Quilombo dos Palmares foi o maior centro de refúgio de negros escravizados da América Latina, localizado na região em que atualmente é o estado de Alagoas, no Brasil. Liderado por Zumbi dos Palmares (1655-1695), esse quilombo chegou a abrigar cerca de 20 mil negros e é conhecido até hoje como espaço de resistência. Zumbi dos Palmares foi o maior líder quilombola da história brasileira. Durante o século XVII, liderou movimentos de resistência da população negra escravizada no país. Ao lado de sua companheira Dandara dos Palmares (?-1694), acolheu em Palmares diversos negros fugidos de seus senhores. Ela, uma mulher negra, forte e guerreira, dominava a técnica da capoeira e lutou ao lado dos aquilombados. Reconhecido por sua coragem e por sua liderança, Zumbi foi morto aos 40 anos, ao ser delatado por um de seus capitães.
se têm algum texto ou autor preferido. Ouça atentamente as respostas deles e em seguida inicie os passos da atividade.
D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd 82
Essa atividade propicia aos estudantes as condições para trabalhar noções de estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da indústria cultural), por meio da pesquisa das maneiras pelas quais o ouvinte ou leitor contribui para a construção de
sentidos do objeto em questão – no caso, rap ou poema social. Os estudantes são convidados, por meio da aplicação das metodologias ativas (projeto de pesquisa e aprendizagem colaborativa), a colocar em prática seus conhecimentos de pesquisa, de forma a atuar como protagonistas do próprio processo de aprendizagem.
Estudo de recepção: a voz do leitor
Neste módulo, você leu um poema social e uma letra de rap, em que seus autores expressaram protestos e indignações diante de questões sociais. Considerando a importância do papel do leitor na significação do texto, nesta seção você vai investigar a recepção de produções artístico-culturais. Para isso, siga as etapas indicadas.
Etapa 1: Preparação e reflexão
1 Reúna-se com mais quatro colegas e, juntos, escolham um texto poético, que pode ser um poema ou uma letra de rap, que aborde questões sociais. Caso escolham uma letra de rap, fiquem atentos para que não tenha palavras ofensivas a qualquer grupo social.
2 Após a escolha do texto, disponibilizem cópias dele para os demais grupos e para o professor. Essas cópias serão usadas no dia da apresentação, a ser combinado com o professor.
3 Leiam o texto que escolheram e conversem sobre as seguintes questões.
• O que fez o grupo escolher esse texto? Ele leva vocês a refletir sobre quais questões do cotidiano? Por que elas mobilizam vocês?
• Como vocês reagem diante do que está sendo abordado no texto em análise? Acham que o problema possibilita refletir sobre algo ligado ao seu cotidiano?
• O texto é sempre recebido e interpretado do mesmo jeito por diferentes tipos de leitores ou pode ser interpretado diferentemente por leitores de tempos diversos?
4 Elaborem um texto expositivo com as conclusões a que o grupo chegou.
Etapa 2: Apresentação e recepção
1 Ensaiem a leitura do texto em voz alta, de acordo com a preferência de vocês (se individual, em dupla ou com todos do grupo), atentando às entonações adequadas.
2 Declamem o texto para os colegas lendo-o em voz alta, conforme o ensaio. Se desejarem, usem algum tipo de acompanhamento musical durante a declamação.
3 Após a leitura, perguntem aos colegas como eles receberam o texto de vocês, o que acharam da leitura oral, se o texto trouxe algum sentido para eles etc. Ouçam atentamente as intervenções e comentários dos colegas e tomem nota das diferentes impressões levantadas.
4 Apresentem oralmente as análises elaboradas pelo grupo e verifiquem se os colegas concordam ou não com as análises apresentadas.
REALIZAÇÃO
Palavra aberta
Na Etapa 1: Preparação e reflexão, acompanhe de perto o trabalho de seleção, conforme os critérios definidos. Verifique a possibilidade de a instituição escolar providenciar as cópias para a turma. Oriente as discussões dos grupos, para que mapeiem as reações e as interpretações dos integrantes
dos grupos. Sugira fazerem anotações de maneira a facilitar a produção do comentário ao final desta etapa. Comente que a leitura em voz alta desperta o prazer de fruição e contempla o prazer estético suscitado pelo texto.
Na Etapa 2: Apresentação e recepção, ao compilar os comentários da turma, os estudantes poderão perceber que a recepção de produções artístico-culturais pode ser
muito variada, a depender de fatores como vivências pessoais, repertório artístico, faixa etária, grupo social etc. Leve-os a entender que as escolhas dos textos devem fazer com que o leitor/ouvinte possa alcançar o sentido do texto, de acordo com sua experiência, seu conhecimento e suas possibilidades de intepretação da obra. Após a apresentação de todos os grupos, peça-lhes que façam uma avaliação da atividade, de acordo com os seguintes aspectos:
• A atividade foi envolvente e despertou interesse pela leitura de outros textos do gênero?
• A leitura oral ampliou e possibilitou uma melhor apreensão dos sentidos do texto?
• O compartilhamento das atividades de leitura, apresentação oral e recepção dos textos despertou o interesse e a atenção da turma?
• Foi possível perceber as diferentes formas pelas quais uma produção artística, como um poema ou letra de canção, podem ser recebidas por diferentes leitores e ouvintes?
Oriente os estudantes a perceber como o sujeito que consome um produto cultural também é ativo na construção de sentidos de um texto. Leve-os a compreender, ao responder a esse questionamento, o percurso da prática de pesquisa realizada por eles: a seleção de objetos culturais, o mapeamento de reações individuais dos integrantes do grupo, a elaboração de um breve relatório inicial, o compartilhamento de uma experiência cultural com a turma, a realização de uma pesquisa de recepção e, por fim, a avaliação dos resultados.
PROPOSIÇÕES
Em Por dentro da língua, pretende-se explorar o aposto e o papel que ele exerce na oração por meio da observação e da análise desse aspecto linguístico em diferentes gêneros textuais. Espera-se que, ao final do estudo da seção, os estudantes sejam capazes de reconhecer e identificar situações de uso desse termo da oração e como ele contribui para a construção de sentidos do texto.
Inicie o trabalho com a leitura do trecho do rap e, em seguida, peça aos estudantes que destaquem os termos Zumbi, Palmares e Dandara. Pergunte que expressões destacam características desses três elementos. Espera-se que apontem “o líder desse povo tão sofrido”, “o local da nossa redenção” e “joia rara”. Explique que esse termo é chamado de aposto e tem a função de definir a palavra à qual se refere, entre outras funções que serão estudadas adiante.
REALIZAÇÃO
1. a) Comente que, embora liderasse mulheres e homens, Dandara é pouco reconhecida na história devido ao machismo que ainda impera. Atualmente, alguns pesquisadores evidenciam em seus textos o papel dessa grande líder, mas não há informações sobre sua fisionomia ou de onde veio. Portanto, citá-la na letra da canção demonstra o reconhecimento da importância dela na construção da história brasileira.
1. b) Enfatize que o autor busca valorizar o povo negro. Esta atividade propõe aos estudantes que reconheçam as contribuições socioculturais dos povos africanos na diversidade do Brasil
Aposto
Quando se escreve ou fala, algumas vezes, é necessário acrescentar uma explicação, uma informação adicional ou um esclarecimento para que o interlocutor possa entender os sentidos esperados.
1. Releia este trecho do rap “Us guerreiro”.
Zumbi, o líder desse povo tão sofrido Que sem liberdade pro quilombo eles fugiram Palmares, o local da nossa redenção Pra viver sem correntes, sem escravidão Dandara, que beleza negra, joia rara
1. a) Ressaltar a relevância histórica dessas pessoas e desse lugar e enfatizar o respeito e admiração a todos que lutaram pelo fim da escravidão no Brasil, além de tornar essas pessoas mais conhecidas, principalmente Dandara, que, como esposa de Zumbi, também lutou com armas pela libertação total dos negros no país.
a) Nesse trecho, o autor faz referência a alguns símbolos de resistência e luta da raça negra. Ao fazer essa referência, o que ele pretende ressaltar para o leitor/ouvinte?
b) Com base nessas referências, que valores sociais, culturais e humanos são enfatizados sobre o povo negro?
A coragem, o desejo de liberdade e igualdade, a resistência, a liderança e a constante luta por seus direitos na sociedade.
2. Ao se referir a esses símbolos, o autor traz uma informação adicional.
a) Que informação ele acrescenta ao se referir a Zumbi?
b) O que é destacado sobre esse personagem?
Acrescenta que ele era “o líder desse povo tão sofrido”. Sua característica de liderança à frente de seu povo.
3. Que informações são apresentadas para especificar Palmares e Dandara? Explique o que elas destacam sobre cada uma dessas personalidades com exemplos do texto.
4. Leia o trecho de um texto biográfico sobre Dandara dos Palmares.
[…]
Dandara, mulher negra e guerreira, é um dos principais nomes da luta negra no Brasil. Teve papel fundamental na construção e comando do quilombo dos Palmares, um dos marcos da resistência contra o regime escravocrata brasileiro, que existiu e resistiu como quilombo por mais de 100 anos.
No quilombo de Palmares, Dandara participou do estabelecimento do primeiro estado livre nas terras da América, um estado africano pela forma como foi organizado e pensado, tanto do ponto de vista político quanto militar, sociocultural e econômico. Companheira de Zumbi, Dandara foi mãe de Aristogíton, Harmódio e Motumbo. [...]
DANDARA dos Palmares. Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Rio de Janeiro, c2022. Disponível em: www.sbmfc.org.br/dandara/. Acesso em: 23 maio 2022.
contemporâneo e valorizem as expressões e as manifestações dos afrodescendentes hoje.
2. Auxilie os estudantes a compreender a função do aposto, que é de explicar um termo nesse caso. Se for possível, solicite que elaborem outros apostos que acrescentariam ao termo Zumbi, garantindo o respeito.
3. Comente os aspectos positivos relativos aos termos que são colocados em destaque pelo autor da canção.
a) Compare as informações desse texto com as do rap. Em qual dos textos é possível ter mais conhecimento sobre essa personagem? Justifique.
b) Considerando as finalidades dos textos, pode-se afirmar que os dois cumprem seus objetivos? Justifique.
5. Observe que no texto biográfico há algumas expressões em destaque. Agora, leia o texto excluindo essas expressões. O que você observou nelas? Elas trazem alguma informação essencial para a compreensão do texto? É possível entender os efeitos de sentido sem a inclusão dessas expressões? No caderno, registre suas conclusões. Como se pôde observar nessas atividades, às vezes, é necessário usar algumas palavras ou expressões para acrescentar e completar algum tipo de informação a um termo da oração. Essa função sintática é chamada de aposto
Aposto é o termo da oração que explica, enumera, especifica ou resume a palavra à qual se refere. Pode aparecer antes ou depois do termo referido, bem como ser destacado ou não por sinais de pontuação, como vírgula, dois-pontos ou travessão.
Exemplos:
4. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que é o segundo texto, porque traz informações adicionais sobre a vida de Dandara, como os nomes dos filhos; já o rap ressalta apenas sua beleza e liderança.
Dandara, mulher negra e guerreira, é um dos principais nomes da luta negra no Brasil.
4. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois a intenção do rap é enaltecer a figura de Dandara, sua beleza e liderança para o povo negro; já o texto tem a finalidade de informar sobre a vida dessa personagem.
Companheira de Zumbi , Dandara foi mãe de Aristogíton, Harmódio e Motumbo.
No primeiro exemplo, o aposto em destaque aparece após o termo ao qual se refere (Dandara); já no segundo exemplo, o aposto aparece antes do termo Dandara
Portanto, o aposto é um termo acessório, pois, se for excluído, o enunciado continua fazendo sentido mesmo sem a informação expressa por ele.
O aposto é usado para resumir, especificar ou ampliar um pronome, nome ou até mesmo outro termo ao qual esteja relacionado, sendo bastante utilizado para explicar e enriquecer os textos.
Os apostos podem ser de vários tipos, a depender da função que exercem. Conheça alguns deles.
Explicativo
5. Espera-se que os estudantes reconheçam que essas expressões, embora tragam informações interessantes sobre os termos aos quais se referem, não são essenciais para a construção de sentidos do texto como um todo.
Usado para explicar ou esclarecer um termo da oração, como nos exemplos anteriores. No texto escrito, pode ser destacado com vírgulas, parênteses ou travessões.
Enumerativo
Usado para enumerar partes constituintes de um termo da oração. Aparece geralmente separado por dois-pontos, travessão ou vírgulas.
REALIZAÇÃO
4. a) O uso de um trecho de texto biográfico sobre Dandara se justifica, pois, além de apresentar informações sobre uma figura histórica pouco conhecida pelos estudantes, amplia o repertório de práticas de leitura dos estudantes.
4. b) Espera-se que os estudantes possam compreender que ambos os textos (o rap e o texto biográfico) se complementam.
5. Se possível, peça aos estudantes que leiam o trecho da canção sem os apostos. Pergunte se a estrutura da oração fica comprometida. Eles devem concluir que a estrutura permanece intacta: sujeito + verbo + complemento verbal, e que o acréscimo de aposto pode contribuir para que o texto se torne mais rico e interessante ao leitor.
PROPOSIÇÕES
Se desejar, solicite aos estudantes que tragam à sala de aula um texto biográfico de figuras negras importantes na história brasileira, como um exercício para a aprendizagem do termo aposto, a partir de exemplos reais e contextualizados da língua.
Peça-lhes que selecionem os apostos e que analisem se estão antes ou depois do termo a que se referem e se estão colocados em destaque por um sinal de pontuação. Em seguida, explique os tipos de apostos: explicativo, enumerativo, especificativo e resumidor. Por fim, solicite que voltem aos exemplos, identifiquem e classifiquem-nos, segundo a definição de cada um.
PROPOSIÇÕES
Pergunte aos estudantes em que gêneros de textos há maior uso de apostos. Espera-se que digam textos informativos ou descritivos, como notícias, reportagens etc., uma vez que esse termo tem a função explicativa. Nesse sentido, procure enfocar com os estudantes as maneiras pelas quais o uso de apostos pode contribuir para a produção de sentidos em um texto dessa natureza.
Em Atividades, se possível, proponha aos estudantes trabalhar em duplas, para que exercitem a aprendizagem colaborativa e a troca de saberes.
REALIZAÇÃO
1. O trabalho com o cartaz possibilita ampliar os letramentos dos estudantes e contribui para a discussão do tema proposto neste módulo. Se desejar, proponha aos estudantes uma conversa sobre o fato de as mulheres negras serem um dos grupos que mais sofre com as desigualdades na sociedade brasileira.
Se puder, traga à sala de aula dados e informações que possam fomentar essa discussão.
Exemplo:
• Neste módulo, você leu poemas de dois poetas brasileiros: Vinicius de Moraes e Rappin’ Hood
No exemplo, o aposto Vinicius de Moraes e Rappin’ Hood é separado por dois-pontos e nomeia quais são os poetas brasileiros.
Especificativo
Usado para especificar ou individualizar um termo genérico da oração. Em geral, são nomes próprios e não vêm separados por sinais de pontuação.
Exemplo:
• Em 2022, o rapper, compositor e multi-instrumentista Rappin’ Hood apresentou em Campinas, gratuitamente, o show Sujeito Homem ao Vivo.
No exemplo, o aposto Rappin’ Hood individualiza os termos rapper, compositor e multi-instrumentista
Recapitulativo ou resumidor
Usado para resumir em uma só palavra vários termos da oração.
Exemplo:
• Trabalho digno, moradia, saúde e alimentação, isso é o que todo brasileiro deseja. No exemplo, o aposto isso resume todas as palavras que estão antes dele.
ATIVIDADES
1. Leia a imagem que acompanha uma postagem feita no site da prefeitura de São Pedro da Aldeia (RJ) sobre o Dia da Consciência Negra.
a) Qual é o objetivo desse cartaz?
b) A que os elementos não verbais fazem referência?
1. a) Chamar a atenção do leitor para o fato de que o respeito é um direito de todos.
1. b) A silhueta de um homem e de uma mulher ao fundo e o braço erguido no plano de frente fazem referência à luta, ao trabalho e à resiliência dos afrodescendentes.
PEREIRA, Adriana. Respeito: direito de todos, 19 nov. 2020. Governo Municipal São Pedro da Aldeia (RJ). 1 cartaz. Disponível em: https:// pmspa.rj.gov.br/dia-da-consciencia-negraferiado-com-reflexao/. Acesso em: 20 jun. 2022.
2. a) A imagem do braço estendido e mãos fechadas representando a luta e o heroísmo desse líder; as silhuetas das pessoas ao fundo podem fazer alusão aos escravizados que ele protegia.
2. A data de 20 de novembro foi escolhida como Dia da Consciência Negra por ter sido o dia da morte de Zumbi dos Palmares.
a) Que elementos na imagem podem ser associados à figura desse líder?
b) Que reflexão pode ser feita a partir da escolha dessa data para simbolizar o Dia da consciência Negra?
3. Releia o slogan: “Respeito: direito de todos”.
Lembrar à sociedade que a luta de Zumbi dos Palmares ainda continua nos dias atuais e fazê-la refletir sobre a posição dos negros na sociedade que ainda sofrem preconceito e discriminação no Brasil e no mundo.
a) Que termo acompanha o substantivo respeito?
O termo direito de todos
b) A informação que o termo traz parte do senso comum, isto é, todo mundo sabe. Que efeito de sentido seu uso atribui ao slogan?
4. Por que o termo direito de todos é um aposto?
Enfatizar ao leitor que o respeito é inerente a todos, independente de classe social, raça, gênero, profissão etc. Porque especifica ou individualiza um termo no contexto.
5. Além dos poetas apresentados neste módulo, há outros que escrevem sobre questões sociais e culturais. Leia a seguir o trecho de uma reportagem sobre o poeta cordelista Jorge Calheiros.
Poeta matuto de Alagoas, cordelista Jorge Calheiros, 80, tem 226 títulos publicados
Brasil | 19 dez. 2019 às 9h55 Josué Seixas
MACEIÓ Eram 14h de sábado e Jorge Calheiros estava com um martelo e um prego nas mãos porque precisava pendurar uma foto nas paredes de casa. Com as mãos, disse ele, precisava fazer mais do que escrever. Na mente é que guarda o talento. São 226 cordéis escritos ao longo dos 80 anos e 96 deles estão na ponta da língua.
Nascido no município de Pilar, o cordelista e poeta Jorge Calheiros é patrimônio vivo de Alagoas desde 2011. São 68 anos escrevendo. O interesse pela poesia veio da alma e das coisas que a vida jogava em si. […]
[S. I.
REALIZAÇÃO
2. Se possível, explique a simbologia da mão em riste com punho fechado. Comente que a imagem remete ao gesto que foi marca dos Panteras Negras, grupo fundado na década de 1960, nos Estados Unidos, que teve atuação marcada na luta por igualdade racial naquele país. Para saber mais, pode-se ler o artigo “A herança do Partidos dos Panteras Negras 50 anos depois marca corações e mentes no mundo”, disponível em https://ctb. org.br/sem-categoria/aheranca-do-partido-dospanteras-negras-50-anosdepois-marca-coracoes-ementes-no-mundo/ (acesso em 8 jul. 2022).
3. e 4. Auxilie os estudantes a compreender que, após os dois-pontos, a expressão direito de todos especifica o que se entende por respeito. Por isso, trata-se de um aposto.
5. O trabalho com a notícia possibilita levar os estudantes a valorizar a literatura oral e os conhecimentos associados à cultura do cordel no Brasil. Espera-se contribuir para a ampliação dos letramentos dos estudantes e do repertório artístico-cultural de cada um.
07/08/22 10:05
D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd 87
PARA ACESSAR
SALES, Anna. Jorge Calheiros, o poeta do Clima Bom. Revista Alagoana, [s. l.], 26 mar. 2020. Disponível em: https://www.revistaalagoana.com/post/ jorge-calheiros-o-poeta-do-clima-bom. Acesso em: 2 jul. 2022.
Nesse artigo, recomendado para professor e estudantes, é possível conhecer mais sobre a vida e a obra do cordelista sergipano Jorge Calheiros.
O cordelista alagoano Jorge Calheiros mostra seu acervo de 226 cordéis. SEIXAS, Josué. Poeta matuto de Alagoas, cordelista Jorge Calheiros, 80, tem 226 títulos publicados. Brasil ], 19 dez. 2019. Blogue. Disponível em: https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2019/12/19/poeta-matuto-de-alagoascordelista-jorge-calheiros-80-tem-226-titulos-publicados. Acesso em: 23 maio 2022.REALIZAÇÃO
Atividades
5. a) Auxilie os estudantes a identificar na notícia o fato noticiado.
5. b) e 5. c) Oriente os estudantes a elaborar hipóteses livremente sobre os temas abordados nos poemas.
6. Incentive os estudantes a emitir e a compartilhar suas opiniões, as quais podem variar. Caso manifestem interesse, peça-lhes que façam uma lista com o nome das pessoas mais cotadas para receber o título. Também considere trazer a pessoa mais votada à escola para conversar com os estudantes.
7. Se julgar necessário, explique que a palavra matuto re fere-se àquele que vive no campo, que tem hábitos simples e rústicos.
8. a) Se necessário, faça uma leitura em voz alta do título com os apostos e outra sem os apostos, para que os estudantes possam verificar que não são essenciais para o sentido do texto.
8. b) Explique que o aposto pode ou não ser colocado em destaque por sinais de pontuação como vírgula, dois-pontos e travessão.
9. Explique ainda que o aposto especificativo é usado para especificar ou individualizar um termo genérico da oração. Em geral, trata-se de nomes próprios que não são colocados em destaque por sinais de pontuação.
5. a) Resposta pessoal. Os estudantes poderão citar vários aspectos, tais como: aos 80 anos ainda estar martelando paredes para pendurar fotografias; ter escrito 226 cordéis; e guardar na memória 96 cordéis.
5. b) Sugestões de resposta: O talento do poeta; a quantidade de cordéis publicados; o fato de ele, aos 80 anos, saber de memória 96 de seus poemas; e, principalmente, ser considerado um patrimônio vivo de Alagoas desde 2011.
O título de Patrimônio Vivo de Alagoas é dado pelo governo a mestres e mestras que desempenham papéis importantes na preservação de aspectos da cultura tradicional ou popular de Alagoas, nas áreas de danças e folguedos, literatura oral e/ou escrita, gastronomia, música, artes cênicas, artesanato, entre outras manifestações artísticas.
5. c) Provavelmente seus sentimentos pessoais, anseios e questionamentos, assim como as experiências e desafios pelos quais passou e passa na vida devem servir de tema para o poeta.
7. b) O fato de que ele é do interior de Alagoas e mantém seus hábitos simples, embora seja uma figura reverenciada em seu estado.
8. a) Espera-se que os estudantes concluam que esses termos apresentam mais informações sobre o poeta, mas não são essenciais para o entendimento do texto.
8. b) Para destacá-lo do resto da oração, evidenciando seu caráter explicativo.
a) Que fato da vida desse cordelista mais surpreendeu você?
b) Em sua opinião, que aspectos da vida desse poeta o fizeram ser motivo da publicação em um portal de notícias na internet?
c) O poeta afirma que seu interesse pela poesia “veio da alma e das coisas que a vida jogava em si”. Com base nessa informação, o que provavelmente é abordado em seus poemas?
6. O cordelista é um patrimônio vivo de Alagoas desde 2011. Considerando os critérios para receber esse título (ver boxe ao lado), você conhece alguém na sua cidade ou comunidade que poderia ser considerado um Patrimônio Vivo? Por quê?
Respostas pessoais.
7. No título da reportagem são apresentados o nome do poeta e outras informações sobre ele.
7. a) A expressão poeta matuto de Alagoas.
a) Que expressão é usada para especificar o cordelista?
b) O que o uso dessa expressão pretende ressaltar sobre o poeta?
8. Releia o título da reportagem omitindo essa informação.
a) O que você percebeu? Ela é essencial para o sentido do título?
b) Em sua opinião, por que esse termo vem separado por vírgulas?
9. Na oração a seguir, o termo em destaque é um aposto.
Nascido no município de Pilar, o cordelista e poeta Jorge Calheiros é patrimônio vivo de Alagoas desde 2011. [...]
• No caderno, transcreva a alternativa que identifica o tipo de aposto empregado.
Alternativa B.
A. Explicativo: explica os termos cordelista e poeta, que exercem a função de sujeito da oração.
B. Especificativo: especifica os termos cordelista e poeta, que são sujeito da oração.
C. Recapitulativo ou resumidor: resume em uma só palavra vários termos da oração.
D. Enumerativo: enumera os termos da oração cordelista e poeta
O que são classes sociais?, de Equipo Plantel. São Paulo: Boitatá, 2016. Esse livro explica de forma simples a complexidade das dinâmicas sociais e do mundo do trabalho, levando a uma reflexão lúdica sobre o que torna as pessoas desiguais e estimulando o interesse dos leitores pelo assunto para que possam refletir e tirar suas próprias conclusões. Assim, ajuda a entender que todas as pessoas têm os mesmos direitos e que, enquanto houver desigualdade, haverá a busca por uma sociedade mais justa.
LÍNGUA EM CENA
1. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que a estrutura das orações é diferente: uma começa com a frase “Nascido em favela carioca”, e a outra com “Pintor Maxwell Alexandre”.
1. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois na primeira
O aposto em manchetes jornalísticas
manchete a ênfase é dada ao lugar onde o artista nasceu; já na segunda, o destaque é o nome do artista.
1. Junte-se a um colega para ler as manchetes a seguir, que abordam a exposição do pintor Maxwell Alexandre em Paris, e realizar as atividades a seguir.
Nascido em favela carioca, pintor Maxwell Alexandre expõe obras em museu de Paris
NASCIDO em favela carioca, pintor Maxwell Alexandre expõe obras em museu de Paris. G1, [s. l.], 29 nov. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/olha-que-legal/noticia/2021/11/29/ nascido-em-favela-carioca-pintor-maxwell-alexandre-expoe-obras-em-museu-de-paris.ghtml. Acesso em: 23 maio 2022.
Pintor Maxwell Alexandre, nascido em favela carioca, expõe obras em museu de Paris
RESENDE, Ana Julia. Pintor Maxwell Alexandre, nascido em favela carioca, expõe obras em museu de Paris. Bons Fluidos, [s. l.], 30 nov. 2021. Disponível em: www.bonsfluidos.com.br/ comportamento/pintor-maxwell-alexandre-nascido-em-favela-carioca-expoe-obras-em-museude-paris.phtml. Acesso em: 23 maio 2022.
a) Qual é a diferença na composição das duas manchetes?
b) Quanto aos sentidos, na opinião de vocês, há alguma diferença? Explique.
c) Observem, nos links ou URLs, os nomes das seções em que cada uma das notícias foi publicada. A escolha da seção pode ter interferido na composição desses textos?
Justifiquem a resposta.
Agora, ainda em dupla, pesquisem três manchetes jornalísticas que tenham aposto na sua composição. Em seguida, analisem-nas, observando os seguintes aspectos.
• A importância do uso do aposto para a construção de sentidos.
• Se o aposto pode ou não ser tirado da oração sem alterar os sentidos, como rege a norma-padrão.
• A posição predominante dos apostos nas manchetes: se está no início, no meio ou no final do enunciado.
• Se a posição em que o aposto foi usado interfere na produção de sentidos.
• Quais sinais de pontuação foram predominantemente usados para marcar os apostos nessas manchetes.
Registrem as conclusões no caderno, organizando as informações. Para isso, utilizem os conhecimentos linguísticos e gramaticais, como ortografia, regência e concordância e pontuação.
Em uma data combinada com o professor, exponham suas conclusões aos colegas.
1. c) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois o primeiro texto foi publicado na seção “Olha que legal”, que destaca o fato de uma pessoa da periferia alcançar sucesso; o segundo, na seção “Comportamento”, pretende destacar o artista e quem ele é.
PROPOSIÇÕES
Ao propor o reconhecimento de padrões, a atividade do boxe Língua em cena possibilita aos estudantes colocar em prática uma análise documental e desenvolver os conhecimentos relativos ao pensamento computacional. Por meio da utilização das metodologias ativas (projeto de pesquisa e aprendizagem colaborativa), eles atuam
como protagonistas do próprio processo de aprendizagem ao analisar e compreender as ocorrências de um fato da língua, no caso, o uso de apostos em notícias na internet. Para a realização da etapa de pesquisa, explique que, em geral, as seções e subseções de sites de jornais e portais de notícias costumam constar nos links após o domínio (.br, .org, .com etc.), separadas por barras (/).
REALIZAÇÃO Língua em cena
1. a) Oriente os estudantes a reler as manchetes com atenção para que percebam, em cada uma, as diferentes estruturas da oração.
1. b) Incentive-os a perceber que existe uma diferença de ênfase em cada manchete.
1. c) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois o primeiro texto foi publicado na seção “Olha que legal”, que destaca o fato de uma pessoa da periferia alcançar sucesso; o segundo, na seção “Comportamento”, que pretende destacar o artista e quem ele é.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Pesquisa por padrões em URLs de notícias
Proponha aos estudantes que analisem diferentes URLs ( Uniform Resource Locator, ou Localizador Uniforme de Recursos), endereços virtuais, de sites de notícias e identifiquem informações constantes ali (por exemplo, além das seções e subseções, focadas no item c de Língua em cena: data, autor, título). Essa atividade complementar também tem potencial para reforçar o trabalho com o pensamento computacional por meio do reconhecimento de padrões.
PROPOSIÇÕES
Espera-se que, ao final do estudo de Questão de fala e escrita, os estudantes sejam capazes de compreender e usar o adjunto adverbial, a diferenciá-lo do aposto e a utilizar adequadamente a pontuação quando esses termos aparecem nos enunciados. Espera-se também, por meio da realização das atividades, que compreendam a função que esses termos exercem nos textos, tornando-os mais informativos e interessantes.
REALIZAÇÃO
Questão de fala e escrita
1. a) Espera-se que os estudantes identifiquem a intenção comunicativa do autor do rap
1. b) Pode ser interessante conduzir com os estudantes um estudo interdisciplinar com o componente de História sobre a origem das moradias irregulares e precárias nas grandes cidades.
2. a) Se necessário, retome as funções do aposto: explicar, enumerar, especificar e resumir.
2. b) Auxilie os estudantes a identificar o sinal de pontuação e os efeitos de sentido que provoca no leitor do texto.
3. a) Relembre-os de que há uma relação de concordância entre o sujeito e o predicado verbal da oração.
3. b) e 3. c) Auxilie-os a perceber que os modificadores do verbo têm uma função acessória na oração, ou seja, poderiam ser retirados sem prejuízo de sentido ao texto.
Pontuação: adjuntos adverbiais e aposto
Os adjuntos adverbiais podem aparecer no início, no meio ou no final dos períodos e orações. O aposto, por se referir a outro termo da oração, também pode aparecer antes ou depois do termo referido.
1. Releia este trecho do rap “Us guerreiro”.
Era uma vez
Príncipes herdeiros... Us novos guerreiros Novos descendentes afro-brasileiros Da periferia lutam noite e dia
a) O que é ressaltado sobre a raça negra nesses versos?
1. a) São ressaltados o lado guerreiro e a origem nobre de muitos negros que vieram escravizados para o Brasil.
1. b) São pessoas que vivem em comunidades na periferia das grandes cidades e que lutam pela sobrevivência, muitas vezes em subempregos, em moradias inadequadas, sem estruturas básicas de higiene e saúde.
b) Com base nesse trecho, qual é a identidade dos “Novos descendentes afro-brasileiro”?
2. Observe que o termo príncipes herdeiros se refere aos negros de origem nobre que foram trazidos escravizados ao Brasil.
a) Qual é a função da expressão us guerreiro que vem após esse termo? Como esse termo pode ser chamado?
A função é especificar o termo príncipes herdeiros, ressaltando a valentia e o espírito de luta do povo africano. O termo chama-se aposto.
b) Que sinal de pontuação é usado para separar essa expressão do termo ao qual se refere? Que efeito de sentido seu uso produz?
3. Releia o último verso do trecho.
São as reticências, que produzem uma pausa no que está sendo dito, enfatizando o termo príncipes herdeiros
a) Que termo exerce a função de sujeito da oração lutam noite e dia?
b) Quais termos atuam como modificadores do verbo? Que circunstância eles expressam?
c) Que função sintática eles exercem?
A função de adjunto adverbial de tempo.
Nas atividades analisadas, o aposto vem separado por um sinal de pontuação e os adjuntos adverbiais, que se encontram no final da oração, não são separados por nenhum sinal de pontuação.
3. a) O termo “Novos descendentes afro-brasileiros.”
Pontuação do aposto
O aposto pode vir separado pelos sinais de pontuação, entre eles a vírgula, dois-pontos e travessão. Exemplos:
• É necessário que a sociedade cobre do governo duas diretrizes: distribuição de renda e escolas para todos
No exemplo, o aposto vem separado do termo ao qual se refere – diretrizes – pelo uso de dois-pontos.
• Os príncipes herdeiros, guerreiros valentes e reverenciados em suas nações, também foram escravizados.
Nesse exemplo, o aposto refere-se a príncipes herdeiros e, pelo fato de vir no meio da oração, ele precisa vir ele separado por vírgulas.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Pesquisa de aposto Oriente os estudantes a se dividirem em duplas. Juntos, eles devem procurar uma imagem de outdoor, um anúncio publicitário, um folheto, uma capa de revista, enfim, dois gêneros diferentes em que tenha sido
empregado um aposto na composição. Peça que verifiquem a função desempenhada pelo termo no texto selecionado e escrevam suas conclusões a respeito da necessidade ou não do seu uso em tais gêneros. No dia marcado por você, eles devem apresentar suas conclusões e os gêneros aos colegas.
• Dandara – uma joia rara – comandava a mulherada no quilombo ao lado de Zumbi.
No exemplo, o aposto refere-se a Dandara e, pelo fato de vir no meio da oração, também precisa vir separado por um sinal de pontuação, nesse caso, pelo travessão.
Apenas o aposto especificativo, usado para especificar ou individualizar um termo genérico da oração, não vem separado por sinais de pontuação. Exemplo:
• O rap Us guerreiro traz uma grande reflexão sobre os afrodescendentes no Brasil.
No exemplo, Us guerreiro especifica qual é o rap a que a oração se refere.
Pontuação dos adjuntos adverbiais
Os adjuntos adverbiais podem ser separados ou não por vírgulas quando vêm após o verbo e seus complementos. Exemplo:
• Dandara vivia no Quilombo dos Palmares, em Alagoas
No exemplo, os adjuntos adverbiais em destaque estão separados por vírgula. Outra opção seria não usar a vírgula para separá-los. Veja:
• Dandara vivia no Quilombo dos Palmares em Alagoas
Os adjuntos adverbiais quando estão antepostos, isto é, no início dos enunciados ou intercalados, devem ser obrigatoriamente separados por vírgulas. Exemplos:
• Em bairros periféricos, casinhas de cartonado, madeira reciclada, ou tijolo sem reboco, erguem-se precariamente sobre os morros.
• Casinhas de cartonado, madeira reciclada, ou tijolo sem reboco, erguem-se, em bairros periféricos, precariamente sobre os morros.
Nesses exemplos, os adjuntos adverbiais precisam vir separados por vírgulas porque se encontram no início do enunciado ou intercalados.
ATIVIDADES
1. O texto a seguir faz referência a personalidades negras que mudaram o mundo. Leia o trecho que descreve dois brasileiros que fazem parte dessa lista.
Representatividade: Conheça 4 personalidades negras que mudaram o mundo
No dia da Consciência Negra é necessário ressaltar a importância da representatividade de personalidades que contribuíram para inúmeras áreas, em um país que tem 56,10% de população negra, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE.
Ocupar lugares, ser visto, ser representado em proporcionalidade é extremamente necessário em uma onda de manchetes diárias de casos de racismo. Por isso, conheça e esteja ciente de quem chegou antes e fez esse mundo um pouco melhor, sem preconceito. [...]
PROPOSIÇÕES
As atividades propostas em Atividades possibilitam aos estudantes, por meio de leitura de textos, conhecer duas personalidades negras importantes em seus respectivos campos de atuação e valorizar o protagonismo social delas, desenvolvendo o compromisso para uma ética antirracista.
REALIZAÇÃO Atividades
1. Oriente uma leitura individual e silenciosa dos textos biográficos sobre o geógrafo Milton Santos e a escritora Carolina Maria de Jesus. Em seguida, proponha uma leitura compartilhada e em voz alta. Peça aos estudantes que observem atentamente as imagens, a expressão facial de ambos e os objetos que os acompanham, além da atividade que realizam. Se desejar, proponha uma conversa com a turma sobre a forma negativa usada nos meios de comunicação e na mídia para retratar a população afrodescendente. Encaminhe-os a perceber, por meio da análise das fotografias, a importância de valorizar a participação de negros em diferentes ocupações e espaços de poder, como o ambiente acadêmico e das letras, e em trabalhos relativos à intelectualidade e à reflexão. Nesse sentido, pode ser interessante desconstruir estereótipos e promover a imagem positiva de afrodescendentes.
REALIZAÇÃO
1. a) A leitura dos textos e das imagens possibilita aos estudantes conhecer personalidades negras de destaque, de modo a promover positivamente também a história e a cultura afro-brasileira, valorizando diferentes formas de participação social.
1. b) Caso os estudantes tenham interesse, proponha a eles uma leitura coletiva do livro Quarto de despejo: diário de uma favelada A partir das temáticas abordadas por ele, podem ser organizados novos projetos e estudos.
PARA ASSISTIR
CAROLINA Maria de Jesus: filha fala sobre vida e obra da escritora. 2014. Vídeo (4min5s). Publicado pelo canal Rede TVT. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=qRjDmmWAFEo. Acesso em: 8 jul. 2022.
O vídeo apresenta trecho de uma entrevista dada por Vera Eunice, filha de Carolina Maria de Jesus, que conta detalhes da vida e da obra da escritora. Se possível, compartilhe a indicação com os estudantes.
CAROLINA Maria de Jesus: da montagem à exposição. 2022. Vídeo (11min12s). Publicado pelo canal imoreirasalles. Disponível em: https://youtu.be/KqCIu8s8zcU. Acesso em: 8 jul. 2022.
O vídeo apresenta detalhes da montagem da exposição dedicada à escritora Carolina Maria de Jesus, realizada no Instituto Moreira Salles, em São Paulo (SP), entre o final de 2021 e 2022.
Milton Santos
Baiano, nascido em 1926 e filho de dois professores primá rios, Santos se tornou um dos mais importantes geógrafos brasileiros. Na década de 90, foi o único pes quisador brasileiro a ganhar Prêmio Vautrin Lud, considerado o Prêmio Nobel da Geografia.
Apelidado de “Cidadão do mundo”, Milton Santos recebeu vinte títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da América Latina e da Europa, publicou mais de 40 livros e mais de 300 artigos científicos. Morreu em 24 de junho de 2001.
Carolina Maria de Jesus
Nascida em 1914 em Sacramento, Minas Gerais, Carolina veio para São Paulo, onde trabalhou como doméstica e catadora de papel.
Na escrita, a catadora relatava diariamente como era ser moradora da favela na década de 30.
O jornalista Audálio Dantas ao fazer uma reportagem nesta favela, a encontrou e leu seus 35 diários, produzindo mais tarde, o livro: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. A obra vendeu mais de 100 mil exemplares em 40 países e foi traduzida em 13 línguas.
[...]
Carolina Maria de Jesus. Fotografia de 1960.
REPRESENTATIVIDADE: Conheça 4 personalidades negras que mudaram o mundo. Liga Solidária. São Paulo, 20 nov. 2019. Disponível em: https://ligasolidaria.org.br/representatividade-conheca-personalidades-negrasque-mudaram-o-mundo/. Acesso em: 23 maio 2022.
1. a) Destacar figuras importantes que, muitas vezes, são pouco conhecidas, mas que contribuíram para as diversas áreas de conhecimento, resgatando o valor e a representatividade dessas personalidades.
a) O texto foi publicado no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Qual é a importância de se publicar textos como esses?
b) Você conhecia ou já tinha ouvido falar em alguma delas? Qual delas e em que situação?
Espera-se que os estudantes já tenham ouvido falar em Carolina de Jesus, pelo fato de ela ter escrito o livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, uma referência literária da comunidade afro-brasileira, muito divulgada em escolas, meios de comunicação, espaços culturais e editoriais.
2. b) Os trechos baiano e filho de dois professores primários são apostos porque apresentam informações adicionais sobre Milton Santos; já o trecho nascido em 1926 é um adjunto adverbial de tempo.
2. Releia o primeiro parágrafo do texto que se refere a Milton Santos.
a) Qual das informações é o principal requisito para que ela faça parte dessa lista de personalidade?
O fato de ele ser o único pesquisador brasileiro a ganhar Prêmio Vautrin Lud, considerado o Prêmio Nobel da Geografia.
b) No primeiro período, os trechos baiano, nascido em 1926, filho de professores primários vêm separados por vírgulas do resto do enunciado. Pode-se afirmar que eles exercem a mesma função sintática? Explique.
3. No segundo período desse mesmo parágrafo, a expressão década de 90 vem separada por vírgula. Por que se justifica o uso desse sinal de pontuação?
Porque é um adjunto adverbial e se encontra no início do enunciado, portanto precisa vir pontuado com vírgulas.
4. Agora releia o trecho que faz referência a Carolina de Jesus.
4. b) De acordo com a norma-padrão, os adjuntos adverbiais que se encontram no início do enunciado precisam vir separados por uma sinal de pontuação, nesse caso, a vírgula.
Nascida em 1914, em Sacramento, Minas Gerais, Carolina veio para São Paulo, onde trabalhou como doméstica e catadora de papel.
Na escrita, a catadora relatava diariamente como era ser moradora da favela na década de 30
4. a) Os trechos “Nascida em 1914, / em Sacramento, / Minas Gerais”.
a) Que termos no primeiro período exercem a função de adjuntos adverbiais?
b) Por que eles foram pontuados nesse enunciado?
c) Que outro adjunto adverbial foi pontuado pela mesma razão?
O adjunto adverbial na escrita, que aparece no segundo período do trecho.
5. No trecho, há outros adjuntos adverbiais em destaque. Por que eles não estão pontuados?
Espera-se que os estudantes reconheçam que há casos em que o uso da pontuação não é obrigatório, pois os adjuntos adverbiais encontram-se após o verbo e seus complementos.
6. No terceiro parágrafo desse texto há um aposto. Qual é ele? Como ele se encontra pontuado?
É o título do livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, cujo sinal de pontuação empregado foram os dois-pontos.
Em 1958, o jornalista Audálio Dantas fez uma matéria jornalística sobre a favela do Canindé e lá conheceu Carolina Maria de Jesus (19141977) e os cadernos em que ela escrevia contos, poesias, romances e diário. Foi esse diário, iniciado em 1955, que chamou a atenção do jornalista e que ele utilizou trechos, em 1958, para publicar a matéria. Nascia, então, uma parceria entre ele e a futura escritora. Dois anos depois, em 1960, a partir dos registros de Carolina nesses cadernos, o livro intitulado Quarto de despejo: diário de uma favelada foi lançado, alcançando, no mesmo ano, cem mil cópias vendidas. Nessa obra, Carolina relata seu próprio cotidiano como catadora de papel e o que faz para sobreviver e criar seus filhos em um local de extrema pobreza onde vive.
No ano de 1961, Carolina de Jesus lançou um disco de título homônimo ao livro, interpretando doze canções de sua própria autoria. Além disso, em 1963, escreveu o romance Pedaços da Fome e o livro Provérbios
D3-056-097-POR-F2-2102-V8-M2-LA-G24_AVU.indd 93
REALIZAÇÃO
2. a) Espera-se que os estudantes infiram a informação de destaque no parágrafo.
2. b) Comente que o aposto acrescenta informações sobre o nome – Milton Santos –, já o adjunto adverbial acrescenta as circunstâncias sobre um fato.
3. Se necessário, retome a pontuação dos adjuntos adverbias de acordo com a posição em que ocorrem.
4. a) Auxilie-os a identificar os adjuntos adverbiais do período.
4. b) Explique que a posição (inicial) no enunciado em que os adjuntos adverbiais aparecem exige o uso de pontuação (vírgulas).
4. c) Espera-se que os estudantes, pela regularidade de ocorrências, percebam que há uma regra de uso.
5. Se necessário, explique que, após o verbo e seus complementos, não se usa a vírgula.
6. Se desejar, comente que se trata de um aposto especificativo e solicite que expliquem por que ele pode ser classificado dessa forma
Capa de edição comemorativa do livro Quarto de despejo: diário de uma favelada São Paulo: Ática, 2021.
PROPOSIÇÕES
Em Produção escrita, o trabalho com o gênero microrroteiro possibilita aos estudantes vivenciar uma experiência em grupo, de modo a desenvolver a empatia e a cooperação com os colegas de turma. Além disso, fomenta o desenvolvimento de princípios éticos, necessários para a convivência em sociedade, ao escutar o outro de maneira ativa e respeitosa.
Em Planejando o microrroteiro, antes de iniciar a atividade, converse com os estudantes sobre a importância de se estabelecer um clima de confiança no grupo, de modo que todos se sintam à vontade para compartilhar o que registraram. Afinal, os acontecimentos e as histórias ao nosso redor, de certa forma, falam também um pouco da nossa história. Assim, nessa conversa, acolha e conduza o compartilhamento de ideias e reflexões dos estudantes sobre o cotidiano, numa perspectiva pessoal, social e cultural.
REALIZAÇÃO
Em Planejando o microrroteiro, se julgar conveniente, oriente os estudantes, com antecedência, no trabalho de planejamento, para que eles tenham alguns dias para observar ao seu redor e registrar o que lhes chamou a atenção.
Se necessário, estabeleça combinados com a turma, para que todos possam participar, ouvindo com atenção e respeito e falando nos momentos adequados.
Em Analisando um microrroteiro, oriente a leitura coletiva e em voz alta do microrroteiro.
Em seguida, solicite aos estudantes que observem a linguagem verbal e a linguagem não verbal
PRODUÇÃO ESCRITA
Microrroteiro
1. a) Uma menina de 6 anos que observa a rua através das grades de uma janela. Trata-se de um fato do cotidiano.
1. b) Resposta pessoal. Ainda que a compreensão da cena seja pessoal, é possível imaginar uma menina nas grades de uma janela, olhando com tristeza para rua, porque sua mãe não a deixa sair, por achar a rua perigosa.
Neste módulo, você leu textos de vários gêneros – poema, letra de rap, microrroteiro, entre outros – que revelam histórias e cenas do cotidiano que ampliam nosso olhar, despertam os sentidos e provocam reflexões sobre diversas questões sociais.
Nesta seção, você vai escrever um microrroteiro a partir do seu olhar e vivência sobre fatos e acontecimentos do cotidiano que, por alguma razão, chamam sua atenção. Com base neles, vai expressar sua forma de ver e entender o mundo que o cerca.
Planejando o microrroteiro
1. c) A cena retratada provoca uma nova compreensão e reflexão sobre a situação, por exemplo, a violência e a falta de segurança que impedem as crianças de brincarem na rua, a solidão das pessoas nas cidades.
1 Nesta etapa, você vai apurar seu olhar para os acontecimentos do seu dia a dia e registrar, no caderno, algum acontecimento comum que, de algum modo, chamou sua atenção. Se prestar atenção ao seu entorno, verá que o tempo todo estão acontecendo histórias, fatos, acontecimentos. Assim, observe o que acontece no dia a dia da sua rua, do seu bairro, assim como no seu cotidiano escolar e familiar, que tenha achado engraçado, interessante, curioso, desagradável.
1. d) Personagens: menina e a mãe; ação: observando a rua através das grades da janela; espaço: em casa (ou no apartamento); tempo: à noite.
2 Reúna-se em grupo. Sentados em círculo (ou em semicírculo), conversem sobre os acontecimentos que registraram. Cada integrante do grupo deve falar um pouco sobre um acontecimento: qual o fato observou; por que esse fato chamou a atenção; se é um fato rotineiro ou nunca aconteceu; se é rotineiro, por que isso acontece; como ele pode afetar sua vida, da família e/da comunidade; qual é o sentimento diante desse fato.
Analisando um microrroteiro
1 Leia o microrroteiro ao lado e comente com os colegas:
a) Que fato o texto retrata? É um fato do cotidiano ou extraordinário?
b) Como você imagina a cena ao ler esse microrroteiro?
c) O que essa cena nos leva a refletir sobre o cotidiano?
d) A cena narra uma breve história. Identifique seus elementos – personagens, ação, espaço e tempo – no texto.
e) Na linguagem do microrroteiro, as letras minúsculas e os sinais de pontuação foram usados de forma não usual. Na sua opinião, essa forma de usá-los prejudica a compreensão do texto?
Exemplo de um microrroteiro projetado em uma parede de um prédio, ao lado da Praça das Artes, localizada no centro histórico da cidade de São Paulo (SP). Fotografia de 2014.
1. e) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes observem que, embora não estejam de acordo com a norma-padrão, essa forma de usá-los não prejudica a compreensão do texto, de modo que a leitura flui e a pontuação produz sentido.
utilizadas nele. Incentive-os a comentar com os colegas os elementos que lhes chamaram a atenção.
Depois, oriente a discussão sobre o microrroteiro a partir dos questionamentos propostos. Incentive os estudantes a se posicionarem com o uso de argumentos coesos e coerentes. Aproveite para encaminhar a discussão para as características do gênero microrroteiro.
Em Escrevendo o microrroteiro, comente com os estudantes que o uso de letras minúsculas, de sinais de pontuação fora do lugar é intencional, marcando o estilo da autora de criar efeitos de sentido em uma escrita livre de regras.
No entanto, na produção do microrroteiro, sugere-se que os estudantes usem na escrita dos seus textos letras maiúsculas e sinais de pontuação de acordo com a norma-padrão.
Escrevendo o microrroteiro
1 Escreva o microrroteiro inspirado nos fatos do cotidiano que você registrou ou em outro que observou/vivenciou.
2 Quais e como os elementos da narrativa – personagens, espaço e ação – aparecerão? Importante: escreva frases curtas e um único parágrafo.
Revisando e reescrevendo o microrroteiro
No microrroteiro, a linguagem é concisa e direta, utilizam-se formas verbais, predominantemente, no presente do indicativo, assim como elementos da narrativa (personagens, ações, espaço e tempo), em apenas um único parágrafo.
1 Faça dupla com um colega, troquem os textos entre si e aponte o que pode ser melhorado no texto dele com base nos critérios a seguir.
• O texto retrata um fato do cotidiano?
• É possível identificar o fato retratado?
• Trata-se de um fato do cotidiano do autor?
• A cena descrita no texto possibilita a visualização pelo leitor?
• Os elementos da narrativa estão presentes?
• A cena provoca as reflexões esperadas?
2 Troquem novamente os textos e conversem sobre as observações feitas por cada um. Considerando a avaliação do colega, faça as adaptações que julgar necessárias.
Preparando e divulgando o microrroteiro
1 Digite o microrroteiro ou utilize a técnica de colagem das palavras e das letras, recortando-as e colando em um fundo de cor. Se possível, dê movimento às palavras, às letras, para enfatizar e dar sentido ao que diz. Siga as orientações mencionadas anteriormente e fornecidas pelo professor.
2 Faça pelo menos duas cópias de cada texto para que sejam afixadas nos lugares, a serem indicados pelo professor.
3 Para dar mais visibilidade, os microrroteiros podem ser afixados em espaços públicos, como os lambe-lambes.
4 Combinem com o professor o dia em que irão colar os microrroteiros.
5 Os microrroteiros também podem ser publicados em um blogue a ser criado para esse fim, de forma que outras pessoas possam visualizá-los e fazer comentários.
Avaliando e autoavaliando a atividade
1 Em uma roda de conversa, exponha para os colegas as reflexões que você fez por meio da leitura dos microrroteiros deles.
2 Comente também o que gostou e aprendeu realizando essa atividade.
PARA ACESSAR
NOVAES, Márcia Guabiraba Moreira Oliveira. Autoria nas produções textuais escritas de alunos do 9o ano: ser para escrever, escrever para ser. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras) – Centro de Artes e Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco, 2019. Disponível em: https://repositorio. ufpe.br/handle/123456789/34453. Acesso em: 25 jun. 2022.
Nessa dissertação, recomendada ao professor, a autora propõe uma reflexão sobre a escrita de microrroteiros por estudantes do 9 o ano do Ensino Fundamental, a partir uma pesquisa realizada em uma escola municipal da região metropolitana do Recife (PE).
vendo, incentive a autonomia e o protagonismo dos estudantes, mas acompanhe de perto o desenvolvimento do trabalho deles, colocando-se disponível para eventuais dúvidas ou dificuldades.
Em Preparando e divulgando o microrroteiro , verifique com antecedência a possibilidade de reservar o laboratório de informática da escola, se houver. Se possível, solicite antecipadamente que os estudantes reservem revistas ou materiais impressos para utilizar nesta atividade. Verifique também a necessidade de autorização para levar os estudantes para fora do ambiente escolar.
Avalie a possibilidade de fazer os microrroteiros em formato de lambe-lambe, para serem colocados em lugares públicos, como uma praça próxima da escola, comércio, entre outros. Para isso, juntamente com os estudantes, faça o levantamento dos locais que poderiam receber os textos sem causar inconvenientes. Verifique se será necessário solicitar autorização da prefeitura da sua cidade. Caso decidam divulgar apenas na escola, verifique com a direção os locais adequados para afixá-los, de preferência em áreas cobertas.
Após a colagem dos microrroteiros, promova uma visita dos estudantes ao local onde foram afixados para que leiam as produções dos colegas. Caso seja local público, peça que observem a reação das pessoas que os leem.
Habilidades de encerramento
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF69LP49
• EF89LP27
• EF69AR16
• EF69AR19
• EF69AR23
• EF69AR31
• EF69AR33
PROPOSIÇÕES
Em Linguagens em conexão, as imagens apresentadas mostram batalhas de MCs, também chamadas de “batalhas de rimas”, “batalhas de rap” ou “clash”. A maioria delas é realizada entre dois participantes, que recitam ou cantam versos improvisados, em estilo livre. Os participantes dialogam entre si, provocam-se e desafiam-se apenas por meio das rimas e, ao final, apenas um deles sai vencedor, após ser eleito pelo público.
Há eventos de batalhas de MCs por todo o Brasil e muitos deles recebem participantes de vários locais até apenas um deles sair vencedor. Um dos maiores eventos do país é o “Duelo de MCs”, que ocorre, desde 2007, em Belo Horizonte (MG).
Se considerar oportuno, comente que outro evento de destaque é a “Batalha das bruxas”, criada, em 2017, pelo Coletivo Vira-Lata, em Salvador (BA), que abriga competições exclusivamente femininas e luta para que as mulheres tenham visibilidade e sejam ouvidas como artistas de rap
Ao propor a observação das fotografias apresentadas na seção, se achar necessário, comente que o Duelo de MCs Nacional 2020, mostrado na segunda imagem, foi realizado apenas em 2021 por conta da pandemia de covid-19.
Batalhas de MCs
Neste módulo, você estudou poema social, microrroteiro, poema concreto e letra de rap. Com isso, pôde perceber que muitas pessoas utilizam a criação artística e literária para abordar questões sociais importantes, lutar por melhorias e combater preconceitos e desigualdades. Nesta seção, você vai conhecer as batalhas de MCs, uma manifestação artística que mistura literatura e música e, muitas vezes, é utilizada pelos artistas como forma de posicionamento frente a questões sociais.
As batalhas de MCs surgiram na década de 1970, com a cultura hip-hop, em Nova York, Estados Unidos, mas rapidamente se espalharam por diversos países. Cada batalha tem um formato e regras diversas, mas, basicamente, são feitas por dois MCs em uma espécie de combate de rimas. É importante notar que essas batalhas sempre foram destinadas majoritariamente a artistas homens e atualmente as artistas mulheres vem lutando por mais espaço e visibilidade nessa arte. Por isso, hoje já existem batalhas femininas ou mistas e muitas MCs produzem rimas que abordam essa luta pela equidade.
A imagem que você vai ver a seguir é de um evento chamado Duelo de MCs, realizado desde 2007 no centro da cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. As batalhas feitas lá estão entre os principais encontros da cultura hip-hop do Brasil e são considerados símbolos de resistência e de ocupação do espaço urbano. Em 2012, o evento foi expandido para nível nacional.
A imagem a seguir mostra os competidores Vinicius ZN, de Pernambuco, e Kaemy, representante de Goiás, durante as quartas de final do Duelo de MCs Nacional 2020 que ocorreu em Belo Horizonte, em 2021.
que foi trabalhado no módulo, se necessário. Comente que muitas batalhas possuem grandes públicos e que essa pode ser uma maneira de o artista expressar seu ponto de vista, denunciar problemas sociais e buscar melhorias sociais. Ressalte também que o hip-hop tem origem na cultura afrodescendente e que, por esse motivo, muitas de suas manifestações buscam dar visibilidade a pessoas afrodescendentes e lutar pelo fim do racismo nas artes e nas sociedades.
1. Observe as posturas, gestos e expressões dos artistas nas imagens. Em sua opinião, como são as batalhas de MCs? Você já presenciou alguma?
Respostas pessoais.
2. De que maneira as batalhas podem auxiliar em lutas sociais ou na conscientização das pessoas sobre um determinado tema?
Resposta pessoal.
3. Por que é importante que as mulheres MCs tenham mais espaço e visibilidade nessa manifestação?
PARA
“Batalhas de MCs” no decorrer da história. Novo Anhangabaú. Disponível em: www.novoanhan gabau.com.br/blog/batalhasde-mcs-no-decorrer-da-historia
4. Se você fosse participar de uma batalha de MCs, quais temáticas gostaria de abordar em suas rimas? Por quê?
Resposta pessoal. Respostas pessoais.
REALIZAÇÃO
1. Esta pergunta visa incentivar a leitura de imagem. Por isso, forneça um tempo para que os estudantes observem as fotografias e oriente-os a formular hipóteses com base no que observaram. A pergunta é aberta e pode ser um momento interessante para os estudantes compartilharem tudo o que sabem a respeito do universo das batalhas de MCs. É
Acesso em: 14 jun. 2022. Nesse site é possível conhecer mais profundamente a história das batalhas de rimas ao longo do tempo, antes mesmo do surgimento das batalhas de MCs.
possível que alguns deles conheçam batalhas por meio da televisão ou da internet ou até mesmo que tenham presenciado eventos ao vivo. Verifique também se algum estudante já participou de batalhas como artista e, em caso afirmativo, convide-o a relatar suas experiências para a turma.
2. Deixe que os estudantes respondam livremente à pergunta e oriente-os a retomar o
3. Verifique se os estudantes compreendem que é importante as mulheres terem espaço e visibilidade em todas as áreas e campos de conhecimento e atuação. Além disso, ressalte que o hip-hop, desde seu surgimento, foi um movimento majoritariamente masculino, que possibilitava pouco espaço e reconhecimento para artistas mulheres. Isso vem mudando, e as mulheres têm cada vez mais espaço no movimento, porém a desigualdade ainda é bastante evidente. Por esse motivo, é essencial que as artistas MCs tenham locais de encontro, batalhas próprias, bem como reconhecimento como artistas, visibilidade na mídia e participação na sociedade.
4. Aproveite esta última pergunta para convidar os estudantes a responder livremente e de forma lúdica. Se desejar, incentive-os a criar algumas rimas para apresentar aos colegas ou promova uma batalha de rimas entre os estudantes que desejarem participar. Oriente-os a responder à pergunta, relembrando o que foi trabalhado no módulo e as reflexões já feitas nas perguntas anteriores a esta seção.
MCs durante batalha realizada embaixo do Viaduto Santa Tereza, na seletiva do Duelo de MCs Nacional 2020. Fotografia de 2021.BNCC
Competências do módulo
Gerais: 1, 3, 4, 5
Linguagens: 1, 2, 5, 6
Língua Portuguesa: 1, 2, 3, 7, 8, 10
Arte: 1, 3, 9
Habilidades da abertura
• EF69LP11
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF69LP29
• EF89LP27
Tema Contemporâneos
Transversais
• Diversidade cultural
• Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
INTRODUÇÃO
Este módulo é atravessado pelos Temas Contemporâneos
Transversais (TCTs) Diversidade cultural e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras. Nesse sentido, o eixo de leitura trabalha com os gêneros texto didático, videoaula e relatório, que disparam reflexões sobre a importância da preservação do patrimônio cultural e do respeito às diversidades social e cultural. O eixo de análise linguística/semiótica enfoca a compreensão da diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal, da competência comunicativa e o reconhecimento dos usos dos pronomes relativos. No eixo de produção textual, o trabalho propõe a produção de documentário.
OBJETIVOS
• Conhecer e explorar as características dos gêneros texto didático, videoaula e relatório.
• Compreender a diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal.
• Conhecer o conceito de competência comunicativa, refletindo sobre ela.
• Realizar análise documental de danças e ritmos brasileiros e exposição oral.
• Reconhecer os usos dos pronomes relativos.
• Realizar produção de documentário.
PROPOSIÇÕES
A fotografia da abertura mostra o escritor, filósofo e líder indígena Ailton Krenak, ministrando uma palestra na Universidade de Brasília (UnB), em 2020. Na ocasião, Krenak falou da importância da coletividade, da tolerância, da paz e da valorização da ciência:
“Aos jovens que estão chegando nesse lugar onde as linguagens são múltiplas, não se esqueçam de onde vieram. Valorizem sua herança ancestral, suas memórias. Não descartem suas memórias só porque vocês estão entrando em contato com uma nova epistemologia.” [...]
VELOSO, Serena. Ailton Krenak defende coletividade e expansão dos horizontes acadêmicos no #InspiraUnB. UnB Notícias , Brasília, DF, 10 mar. 2020. Disponível em: https://noticias.unb.br/67-ensino/3993-ailtonkrenak-defende-coletividade-e-expansaodos-horizontes-academicos-no-inspiraunb.
Acesso em: 20 jun. 2022.
FIQUE POR DENTRO
• Texto didático
• Videoaula
• Complemento nominal e adjunto adnominal
• Competência comunicativa
• Relatório
• Análise documental de danças e ritmos brasileiros e exposição oral
• Pronome relativo
• Produção multimodal: documentário
• Diversidade e patrimônio cultural
que podem surgir durante a conversa, especialmente se houver estudantes indígenas na turma.
3. A imagem não deve ser lida apenas por suas características visuais, mas também por suas potencialidades sociais e políticas. Sugira à turma que pense na diversidade cultural brasileira para responder à questão.
Observe a fotografia e converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.
1. Você já participou de uma palestra? Em caso positivo, compartilhe a experiência com os colegas: Qual era o tema? Quem era o palestrante? Você aprendeu algo novo lá?
4. Esta pergunta será aprofundada ao longo do trabalho com este módulo; por isso, neste momento, não é necessário se preocupar com respostas fechadas ou objetivas – trata-se, afinal, de uma sondagem inicial. Se julgar pertinente, para desdobrar as reflexões, pergunte: O que você considera que faz parte da sua cultura? Deixe-os livres para apresentar as respostas e incentive-os a justificá-las com exemplos concretos.
2. Quais reflexões a fotografia causa em você? Comente com os colegas
Respostas pessoais. Resposta pessoal.
3. Em sua opinião, como essa imagem pode ser utilizada para falar de culturas brasileiras?
Resposta pessoal. Resposta pessoal.
4. Para você, o que é cultura?
5. Além dos estudos escolares, de que outras formas é possível adquirir novos conhecimentos? Como é possível, por exemplo, conhecer melhor a diversidade cultural brasileira?
Respostas pessoais.
REALIZAÇÃO
1. Permita que os estudantes compartilhem as experiências que tiveram com palestras, não só em relação ao conteúdo, mas também quanto à forma como palestrante e público se portam, as formas de interação entre eles etc.
2. Aproveite o momento para desconstruir possíveis estereótipos sobre pessoas indígenas
5. É muito comum que estudantes relacionem os momentos de aprendizagem à escola; por isso, comente que é possível aprender também fora da escola, como em cursos livres, eventos, workshops, palestras, oficinas, seminários, visitas a museus, etc. Comente que no Brasil há manifestações culturais diversas e que elas compreendem artes, culinária, hábitos, gestos, religião etc.
BNCC
Habilidades do Capítulo 1
TEXTO
• EF69LP29
• EF69LP34
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP34
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP29
• EF69LP30
• EF69LP31
• EF69LP33
• EF69LP34
• EF69LP42
• EF89LP27
• EF08LP13
• EF08LP14
• EF08LP16
TEXTOS EM DIÁLOGO
• EF69LP29
• EF69LP30
• EF69LP42
• EF89LP27
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP29
TEXTO
• EF89LP27
• EF08LP06
• EF08LP09
LINGUAGEM E SENTIDOS
• EF69LP03
• EF69LP16
• EF69LP29
• EF69LP44
• EF69LP54
• EF69LP55
• EF69LP56
• EF89LP27
• EF89LP33
PROPOSIÇÕES
É importante deixar claro que a leitura de um texto didático tem por objetivo ampliar os conhecimentos dos estudantes sobre algum assunto: ler para aprender. Espera-se, então, que o estudante reconheça características e contexto de produção (autor do texto, intenção comunicativa, público-alvo e suporte) do gênero textual texto didático.
Antes da leitura, pergunte aos estudantes quais são as competências necessárias para se escrever sobre cultura brasileira. Deixe que se manifestem e, ao final da leitura, retome o questionamento, verificando se eles têm algo a acrescentar.
TEXTO DIDÁTICO
O Brasil é conhecido por sua diversidade cultural. Ao longo de sua história, o país agregou diferentes influências, costumes, religiões e valores. A seguir, você vai ler um texto didático que trata desse assunto e tem como tema a cultura brasileira. Sabendo disso, elabore algumas hipóteses antes da leitura: Que tipos de informação sobre esse tema você espera encontrar? A que áreas do conhecimento você acha que o autor pode ter recorrido para a elaboração do texto didático? Você acredita que será um texto de fácil compreensão? Por quê? Compartilhe suas hipóteses com os colegas e o professor e depois ouça as dos colegas, respeitando a vez de cada um falar. Respostas pessoais.
Agora, leia o texto sobre a cultura brasileira. Durante a leitura, siga as orientações do professor para fazer algumas anotações no caderno.
Cultura brasileira
A cultura brasileira é rica e diversa, o que se explica pela formação geográfica e histórica do país. Indígenas, africanos e portugueses contribuíram muito para essa construção.
A cultura brasileira, assim como a formação étnica do povo brasileiro, é vasta e diversa. Nossos hábitos culturais receberam elementos e influências de povos indígenas, africanos, portugueses, espanhóis, italianos e japoneses, entre outros, devido à colonização, à imigração e aos povos que já habitavam aqui. São elementos característicos da cultura brasileira a música popular, a literatura, a culinária, as festas tradicionais nacionais, como o Carnaval, e as festas tradicionais locais, como as Cavalhadas de Pirenópolis, em Goiás, e o Festival de Parintins, no Amazonas.
A religião, como elemento cultural, também sofreu miscigenação, formando o que chamamos de sincretismo religioso. O sincretismo religioso brasileiro reúne elementos do candomblé, do cristianismo e das religiões indígenas, formando uma concepção religiosa plural.
O Carnaval é uma das principais manifestações culturais brasileiras. Na fotografia, foliões participam do bloco Volta Belchior. Belo Horizonte (MG). Fotografia de 2020.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Solicite-lhes que façam a primeira leitura individual e silenciosamente, a fim de compreender os sentidos globais do texto. Depois, proponha uma leitura coletiva, dividindo a leitura de cada parágrafo entre os estudantes. Caso considere pertinente, solicite que criem uma frase-síntese para cada trecho lido. Anote as frases sugeridas na lousa.
Em seguida, solicite que releiam, em duplas, os tópicos: “Como a cultura brasileira nasceu?”, “Hábitos e costumes” e “Cultura brasileira atual” para buscar informações e fazer anotações no caderno.
No trabalho com a organização e a estrutura do texto didático, mostre como as informações principais estão organizadas, por exemplo, por meio da presença de subtítulos.
Como a cultura brasileira nasceu?
Podemos dizer que os elementos mais antigos da cultura genuinamente brasileira remontam aos povos indígenas que já habitavam o território de nosso país antes da chegada dos portugueses em 1500. Donos de uma cultura extensa, os povos nativos mantinham as suas crenças e praticavam seus elementos culturais aliados a um modo de vida simples e em contato com a natureza.
Com a chegada dos portugueses e o início da colonização, a cultura europeia foi introduzida, à força, nos povos indígenas, e as missões da Companhia de Jesus (formadas por padres jesuítas) vieram para o Brasil com o intuito de catequizar os índios.
No século XVII, devido ao grande número de engenhos de cana-de-açúcar, os europeus começaram a capturar e trazer os negros africanos, à força, para o Brasil, como escravos. Esses, tiranicamente escravizados, trouxeram consigo elementos da sua cultura e de seus hábitos, como as religiões de matriz africana, a sua culinária e seus instrumentos musicais.
No século XIX, o Brasil vivenciou mais um processo migratório composto por trabalhadores italianos que vieram trabalhar nas lavouras de café, quando os primeiros indícios da abolição da escravatura já apontavam no governo brasileiro. Outros grandes fluxos migratórios significativos aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial, quando japoneses, alemães e judeus buscaram refúgio em terras brasileiras.
Toda essa vastidão de povos provocou a formação de uma cultura plural e de culturas diferentes. As diferenças geográficas também contribuíram para que o processo cultural brasileiro se tornasse plural e diversificado.
Se considerarmos como exemplo a música sertaneja de raiz, encontramos nela elementos que remetem à vida no campo. Já o funk carioca fala da vida nas favelas, de onde ele surgiu. A literatura de cordel, por sua vez, trata de temas recorrentes ao sertanejo nordestino, enquanto os elementos da vida gaúcha tratam da vida dos povos que se estabeleceram no Sul do país, sob influência de alemães e argentinos.
Hábitos e costumes
Os costumes brasileiros são variados. Tratando de termos morais, a nossa influência toma como base, principalmente, a moral judaico-cristã. O cristianismo constitui a maior influência para a formação de nosso povo, principalmente pela vertente católica, que compõe o maior grupo religioso brasileiro. Também sofremos influências morais de outros povos que vieram para o Brasil por meio dos fluxos migratórios, como os africanos.
A diversidade de hábitos e costumes morais também se deu por conta dos regionalismos que foram surgindo ao longo do tempo. Por possuir um território de proporções continentais, o Brasil viu, ao longo de sua história, o desenvolvimento de diferentes vertentes culturais, devido às diferenças geográficas que separam o território.
Pensando em termos culinários (a culinária é um valioso elemento cultural de um povo), temos pratos típicos e ingredientes que provêm da cultura indígena, dos estados nordestinos e do Centro-Oeste brasileiro, por exemplo. Enquanto vatapá e acarajé são pratos típicos baianos de origem africana, os habitantes do Cerrado consomem pequi, e a culinária tradicional paulista é fortemente influenciada pela culinária portuguesa e italiana.
REALIZAÇÃO
Converse com os estudantes sobre os livros didáticos: qual é a finalidade de um livro didático; se esses livros são diferentes em cada disciplina; e, em caso afirmativo, peça-lhes que identifiquem as diferenças. Questione-os ainda sobre que material leriam se precisassem fazer uma prova sobre o tema “cultura brasileira”: um livro didático ou uma revista
que tratasse do mesmo assunto. Fique atento aos argumentos empregados.
Na sequência, explore as atividades prévias ao texto, a fim de que os estudantes estabeleçam expectativas e façam inferências sobre o título do texto e o tipo de conhecimento relacionado à cultura brasileira que poderá ser abordado.
Ao iniciar a leitura, antes do tópico “Como a cultura brasileira nasceu?”, comente que as
cavalhadas de Pirenópolis são uma festividade que acontece desde o século XIX na cidade de Pirenópolis, no estado de Goiás. O festejo acontece após a Festa do Divino e consiste em apresentações para um grande público realizadas por dois exércitos simbólicos formados por doze cavaleiros cada, um representando os mouros e o outro, os cristãos.
No tópico “Como a cultura brasileira nasceu?”, peça-lhes que busquem respostas curtas e sintéticas para as seguintes questões: Como eram os povos que habitavam o Brasil em 1500 (crenças, cultura etc.)? O que aconteceu no século XVII? O que aconteceu no século XIX? Quais foram as consequências para a cultura brasileira? No tópico “Hábitos e costumes”, oriente-os a escrever, no caderno, uma palavra ou uma expressão que resuma o conteúdo abordado em cada parágrafo. Sugestão de resposta: 1º parágrafo: religiosidade; 2º parágrafo: diversidade cultural; 3º parágrafo: culinária.
PARA
OLIVEIRA, Walbe Tavares de. Análise de um texto didático. Revista Gestão Universitária [S.l.], 27 jun. 2018. Disponível em: http://www.gestaouniversitaria. com.br/artigos/analise-de-umtexto-didatico. Acesso em: 4 jul. 2022.
No artigo, recomendado para o professor, o autor descreve as características do gênero texto didático, chamando a atenção também para suas possibilidades de análise, formas de construção, textualidade e interpretação.
PROPOSIÇÕES
Ao finalizar a leitura, peça aos estudantes que leiam o boxe Quem é o autor e retomem as hipóteses traçadas anteriormente sobre a formação necessária para escrever sobre o assunto abordado. Se considerar oportuno, explore com eles as outras possibilidades apresentadas, pedindo que justifiquem caso ainda as considerem válidas.
REALIZAÇÃO
Texto
No tópico “Cultura brasileira atual”, peça que façam uma síntese do que foi abordado nessa parte, tendo como base a questão: Qual é a influência da periferia na formação da cultura brasileira? Explique-lhes que as informações anotadas serão retomadas mais adiante. Comente que indústria cultural é uma expressão utilizada para se referir a um modelo de produção de bens culturais por meio do qual filmes, músicas, séries, espetáculos e outras obras são criadas com fins comerciais, tendo como interesse a obtenção de lucro.
ARTICULAÇÃO COM EDUCAÇÃO FÍSICA
Para complementar o trabalho com o texto didático, proponha uma atividade interdisciplinar com o professor de Educação Física.
Sugere-se uma pesquisa do tema “danças urbanas”, que mostre quais são elas e suas diferenças, seus significados nos variados grupos sociais, de acordo com a habilidade EF67EF13. Esta pesquisa pode ser realizada em meios impressos ou na internet. Promova uma discussão oral para comparar e selecionar as informações coletadas.
A break dance é um dos elementos do hip-hop que compõem a cultura brasileira contemporânea. Na fotografia, rapaz ensaia passos de breaking ao lado do Museu de Arte Moderna. Rio de Janeiro (RJ). Fotografia de 2021.
QUEM É O AUTOR
Francisco Porfírio é graduado e mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de Sociologia e Filosofia da Educação Básica em escolas da rede privada de Goiânia. Produz videoaulas publicadas na página de um canal educativo em um site de compartilhamento de vídeos.
Cultura brasileira atual
Atualmente, a cultura brasileira sofre diversas influências além daquelas raízes apontadas no tópico anterior. A cultura brasileira atual é influenciada fortemente pelos elementos da indústria cultural. Além desses fatores, existem outros oriundos da cultura produzida nas periferias, que não necessariamente são frutos da indústria cultural.
Hoje, podemos elencar o hip-hop e o funk como elementos que impulsionam a cultura brasileira atual, para além da cultura de massa produzida pela indústria cultural. Nesses casos, podemos relacionar esses elementos a uma cultura autêntica, produzida pela periferia e para a periferia, sendo muitas vezes confundidos com os elementos da indústria cultural ou incorporados por eles.
Alguns elementos culturais do século XX também resistem e colocam-se como fatores que ainda influenciam a cultura brasileira atual, como o carnaval, que movimenta grande parte da população brasileira entre os meses de fevereiro e março de cada ano.
A literatura de cordel é um exemplo de elemento cultural genuinamente brasileiro. Na fotografia, folhetos de cordel são vendidos em mercado. Recife (PE). Fotografia de 2017.
VOCABULÁRIO
Étnica: relativa à etnia, ou seja, a um grupo de indivíduos que se diferencia por especificidades socioculturais.
Miscigenação: mistura; mestiçagem.
Sincretismo: fusão de elementos culturais distintos.
Matriz: origem.
Vertente: grupo menor que defende ponto de vista próprio dentro de um movimento maior.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 102
PROPOSIÇÕES
Antes de Conversando sobre o texto, pergunte aos estudantes se o texto apresentou de forma clara e objetiva os conceitos que envolvem a cultura brasileira. Retome as frases-síntese elaboradas durante a leitura, de modo a identificarem que as informações apresentadas no texto foram
se ampliando. Durante as atividades, promova a conversa entre os estudantes de modo que possam confirmar as hipóteses construídas e compartilhar ideias e opiniões sobre o texto didático lido.
PROPOSIÇÕES
1. b) Trazer mais conhecimento sobre a cultura brasileira e sua formação para os participantes dessa associação, assim como para os leitores do site em geral.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Fazer anotações no caderno enquanto lia o texto facilitou para você apreender as informações mais importantes? Por quê? Respostas pessoais.
2. Que informações apresentadas no texto você já conhecia? Como você adquiriu essas informações? Respostas pessoais.
3. Na região em que você mora, quais são as manifestações culturais com as quais você mais se identifica? Por quê? Respostas pessoais.
2. b) Espera-se que os estudantes concluam que esse texto didático também pode ser útil para quem já tem algum conhecimento sobre a cultura brasileira, pois ele traz informações detalhadas, como exemplos de manifestações culturais menos conhecidas e reflexões sobre fatores que influenciaram e influenciam a construção da cultura nacional.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
3. a) Espera-se que os estudantes respondam que, para escrever um texto didático, é necessário ter vasto conhecimento sobre o assunto abordado e habilidade de didatizá-lo, isto é, de explicá-lo de forma clara e detalhada usando uma linguagem adequada para que os leitores o entendam.
3. b) Sugestão de resposta: O fato de o tema tratado ser complexo e influenciado por diversas variantes, como momento histórico, movimentos migratórios, interesses sociais e dimensão territorial, exige que o autor busque referências nessas várias áreas do conhecimento para justificar e exemplificar suas afirmações.
1. Os textos didáticos costumam ser publicados em livros escolares, em sites informativos e em cartilhas de programas educacionais e têm por objetivo ensinar determinado assunto.
a) O texto didático que você leu cumpre esse objetivo? O que você aprendeu por meio dele que não sabia? Respostas pessoais.
b) Considerando o local de publicação – o site da Associação Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (DAPIBGE) –, com que finalidade esse texto pode ter sido publicado?
2. Diversos leitores podem ter acesso a esse texto didático.
a) Em sua opinião, uma pessoa sem qualquer informação prévia sobre a cultura brasileira poderia entender esse texto? Por quê? Respostas pessoais.
b) Esse texto didático também pode ser útil para pessoas que já têm algum conhecimento sobre a cultura brasileira? Por quê?
3. O autor do texto que você leu é professor de Filosofia e de Sociologia.
a) Por que é necessário ter formação específica para escrever um texto como esse?
b) O autor do texto didático faz referência a várias áreas do conhecimento, como História, Geografia, Arte, Filosofia e Sociologia. Em sua opinião, por que foi necessário ele se pautar em tantas áreas diferentes para elaborar o texto?
4. Ao tratar do nascimento da cultura brasileira, o autor faz referência primeiramente aos indígenas e só depois menciona outros povos que também deram suas contribuições. Ao fazer isso, o autor demonstra imparcialidade ou expressa uma posição? Justifique.
Em princípio, é possível inferir tanto imparcialidade, por se tratar de um encaminhamento cronológico, quanto intenção de valorizar os povos indígenas e suas contribuições. No entanto, o posicionamento favorável a esses povos é evidenciado na sequência do texto, em que o autor critica o modo como a cultura europeia foi imposta aos povos indígenas pelos colonizadores.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Espera-se que os estudantes reconheçam que sim. A estratégia de leitura proposta permite que selecionem as informações mais importantes do texto, fazendo com que possam apreendê-las com mais clareza e eficiência.
2. É provável que os estudantes já tiveram acesso a muitas das informações do texto na escola ou vivenciando a diversidade cultural no contexto em que estão inseridos.
3. Promova uma reflexão so bre a importância da diversidade também em relação aos gostos pessoais e sobre os possíveis fatores que fazem cada um preferir determinada manifestação e não outra.
Em Texto e contexto, retome algumas características do gênero texto didático, como: a finalidade pedagógica, o conteúdo temático, as condições de produção, recepção e circulação e marcas de autoria. Explicite aos estudantes que o texto didático questiona/ problematiza, orienta, informa, suscita respostas/compreensão, estabelecendo uma interlocução não apenas com o discurso da ciência, mas também com o professor e o estudante.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. Espera-se que eles reconheçam que o texto didático que eles leram traz várias informações já sabidas, mas também outras que eles podem não conhecer, como o fato de o hip-hop e o funk serem considerados elementos da cultura brasileira e dados sobre festejos como as cavalhadas de Pirenópolis, em Goiás, e o Festival de Parintins, no Amazonas.
2. O texto didático apresenta informações básicas sobre a cultura brasileira. Assim, a leitura pode ser feita por uma pessoa com total desconhecimento sobre o assunto.
3. Explique que, para escrever textos como esse, é necessário estudo constante e muita dedicação.
4. Retome a leitura para que eles infiram resposta.
REALIZAÇÃO
5. Explique aos estudantes que o texto didático é um recurso de ensino e aprendizagem utilizado em diferentes áreas do saber e apresenta conteúdos específicos dessas áreas. Nesse sentido, é comum que um tema seja abordado sob diferentes recortes, de acordo com a área do saber em que está sendo explorado. Além disso, é possível considerar que os leitores já tenham conhecimento de algumas informações que sejam objeto de estudo em outras áreas e, muitas vezes, essas informações não são necessárias para a compreensão de um texto com outros vieses.
6. Retome a leitura do texto para que os estudantes localizem os elementos culturais que comprovam a existência dos regionalismos e as características do país que favorecem diferenças regionais.
7. Oriente-os a estabelecer relação intertextual entre os dois trechos, buscando referências explícitas ou implícitas em cada texto a fim de identificar coincidências, complementaridades e diferenças nas informações.
8. a) Esta atividade propicia que os estudantes reflitam acerca dos estereótipos, ideias e comportamentos que a indústria cultural provoca nos indivíduos, levando-os à alienação em massa, por exemplo.
8. b) Comente que o breaking, por exemplo, é uma modalidade artística de origem periférica, que foi incluído como modalidade olímpica nas Olimpíadas de Paris, em 2024. Isso demonstra a sua importância social, política e cultural, motivo pelo qual
5. a) Sugestão de resposta: O autor não traz mais informações sobre os eventos históricos citados, como explicar o que foi a colonização ou como se deu a atuação da Companhia de Jesus, pois não são o foco do texto e, provavelmente, ele imagina que o leitor já tenha lido ou estudado algo a respeito desses fatos.
5. Releia o trecho a seguir, que faz referência a alguns eventos históricos.
6. a) Ao longo do texto, o autor cita elementos típicos, como a música, a comida e os festejos, que são diferentes em cada região do Brasil.
Com a chegada dos portugueses e o início da colonização, a cultura europeia foi introduzida, à força, nos povos indígenas, e as missões da Companhia de Jesus (formadas por padres jesuítas) vieram para o Brasil com o intuito de catequizar os índios.
a) O autor poderia apresentar muitas outras informações sobre esses eventos, mas não o faz. Elabore uma hipótese: Por que ele não os detalhou?
b) Em sua opinião, o desconhecimento do leitor sobre esses eventos históricos pode interferir na compreensão do texto? Por quê?
Espera-se que os estudantes concluam que não, pois são informações secundárias nesse contexto.
6. Além da contribuição de povos de diferentes origens, o autor afirma que os regionalismos também são um fator importante para a diversidade cultural brasileira.
a) Que elementos culturais citados no texto comprovam a existência desses regionalismos?
b) Que característica do país contribui para que existam essas diferenças entre as regiões?
7. A seguir, você vai ler dois fragmentos. O primeiro é um trecho do texto didático que você já leu sobre a cultura brasileira. O segundo foi retirado de um texto intitulado “Brasil: uma nação constituída pela diversidade”, publicado no site do governo do município de Sananduva, no Rio Grande do Sul.
Trecho 1
7. a) Os dois trechos apresentam informações sobre a imigração dos italianos para o Brasil.
6. b) O fato de o Brasil ser um país de dimensões continentais, ou seja, tão grande quanto um continente, contribui para que cada região tenha hábitos e costumes próprios. Trecho 2
No século XIX, o Brasil vivenciou mais um processo migratório composto por trabalhadores italianos que vieram trabalhar nas lavouras de café, quando os primeiros indícios da abolição da escravatura já apontavam no governo brasileiro. [...]
7. b) O trecho 1 revela que a vinda dos italianos se intensificou no fim do século XIX devido à possibilidade de trabalho nas lavouras de café, diante dos primeiros sinais de que a escravidão seria abolida.
Brasil: uma nação constituída pela diversidade
[...]
Foi a partir da década de 1870 que a imigração italiana passou a ser significativa. Principalmente entre os anos de 1887 e 1902, tornou-se um fenômeno de massa, influenciando decisivamente o aumento da população do Brasil. Entre 1880 e 1924, dos 3,6 milhões de imigrantes que chegaram ao Brasil, 38% eram de origem italiana. [...]
SANANDUVA. Governo do Município de Sananduva. Brasil: uma nação constituída pela diversidade Sananduva: Assessoria de Comunicação, 2 set. 2021. Disponível em: www.sananduva.rs.gov.br/noticias_ver. php?id_noticia=7257. Acesso em: 30 maio 2022.
a) O que as informações apresentadas pelos dois trechos têm em comum?
b) Que informação do trecho 1 justifica o fato de a imigração italiana ter se intensificado no Brasil no fim do século XIX, como aponta o trecho 2?
c) Qual dos dois trechos deixa mais clara a dimensão do movimento de imigração de italianos para o Brasil? Por quê?
7. c) O trecho 2 deixa mais clara a dimensão do movimento imigratório dos italianos para o Brasil, pois apresenta números absolutos e porcentagens que ajudam a compreender o tamanho do fenômeno.
pode ser considerada uma manifestação artística de resistência. Para saber mais, caso julgue pertinente, acesse com a turma a reportagem “A dança que saiu das ruas para os Jogos Olímpicos”, disponível em: www.olimpiadatododia. com.br/breaking/299366-breakdance-adanca-que-saiu-das-ruas-para-os-jogosolimpicos/. Acesso em: 19 jul. 2022.
9. Nessa atividade, o objetivo é retextualizar do discursivo para o esquemático, transpondo o conteúdo do texto didático para um mapa conceitual, o que possibilita aos estudantes ampliar a compreensão do texto lido, além de desenvolver ferramentas e técnicas de estudo que podem ser replicadas na leitura de outros textos. São várias as maneiras de elaboração de um mapa conceitual para o gênero texto didático. Oriente os estudantes
8. a) Sugestão de resposta: A indústria cultural, ao focar o lucro, pode frear a diversidade de manifestações culturais, uma vez que esse modelo privilegia bens culturais rentáveis, que estão na moda e interessam à grande massa.
8. b) O texto considera como formas de resistência a esse cenário manifestações culturais como o funk e o hip-hop.
8. O último tópico do texto “Cultura brasileira” trata da influência da indústria cultural.
a) Em sua opinião, quais podem ser as consequências da influência da indústria cultural para a cultura brasileira?
Essas manifestações são importantes porque são autênticas, advindas da periferia, pautadas nas vivências reais do povo e, portanto, muito diversas.
b) Que manifestações culturais da atualidade o texto considera como formas de resistência a esse cenário? Por que essas manifestações são importantes?
9. Junte-se ao colega com quem você formou dupla durante a leitura do texto didático lido na seção Texto Retomem as anotações que vocês fizeram no caderno, para organizá-las em um mapa conceitual conforme o exemplo ao lado.
• Vocês poderão utilizar outros formatos de mapa, dependendo do modo como decidirem organizar as informações. Agora, sigam estas orientações.
a) Elaborem o mapa em uma folha de papel avulsa e usem canetas coloridas para desenhar os quadros e escrever as informações.
b) No quadro de maior destaque, que pode ficar no centro do mapa, insiram o título do texto didático.
c) Em seguida, desenhem outros quadros em torno do título, um para cada intertítulo do texto.
d) Para cada intertítulo, escrevam as informações que considerarem mais importantes selecionando-as entre as anotações que fizeram no caderno.
e) Usem setas ou linhas para ligar as informações relativas a cada intertítulo a outras que vocês julgarem relevante inserir.
• Finalizado o mapa conceitual, compartilhem-no oralmente com a turma explicando de que maneira vocês o organizaram. Respostas pessoais.
O texto didático é um gênero que tem como objetivo ensinar o leitor sobre determinado assunto e pode ser publicado em livros escolares, sites informativos e cartilhas, por exemplo. Costuma ser escrito por especialistas, que buscam apresentar as informações de modo claro, objetivo e em linguagem adequada ao nível de entendimento de seus leitores permitindo, assim, que todos possam compreender o que está sendo exposto acerca do tema.
PARA OUVIR
Diversidade cultural, de Roniel Sampaio Silva. Podcast (16min). Café com Sociologia, episódio 10. Disponível em: https://cafecomsociologia. com/podcast-diversidade-cultural. Acesso em: 2 jun. 2022.
Nesse episódio de podcast, o mestre em Ciências Sociais Roniel Sampaio Silva discute a diversidade cultural usando como exemplos trechos de músicas de vários artistas brasileiros.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Projeto de texto didático
Forme grupos de estudantes e sugira que escolham um tema de estudo de uma das disciplinas da grade escolar. Em seguida, oriente-os a selecionar as ideias principais do tema escolhido, tornando claras as relações de causa e consequência. Depois, com lápis de cor e canetinhas, peça-lhes que façam um esboço de como ideias e conceitos serão apresentados: as imagens podem ser desenhadas ou coladas. Os textos verbais devem ser sintéticos com linguagem objetiva e formal. Antes de finalizar o trabalho, eles devem ler o esquema elaborado e se certificarem de que o leitor, por meio desse infográfico, será capaz de revisar o conteúdo da disciplina ali exposto. Se a proposta atingir o objetivo, é hora de tornar o esboço um desenho definitivo com os textos verbais, após uma revisão gramatical.
a escrever o nome do gênero no centro do espaço reservado para a atividade. Lembre-os de que cada intertítulo indica a especificidade do tema que será abordada. É aconselhável que compartilhem a maneira como cada um elaborou sua versão e expliquem as conexões e a localização de certos conceitos. Ressalte que não há mapa conceitual certo ou errado: o importante é que evidencie a relação atribuída aos
conceitos. Após a conclusão do mapa conceitual, oriente as duplas a apresentá-lo aos demais colegas e comentar, além de como o organizaram, o que acharam da atividade. Se considerar pertinente, esses mapas conceituais poderão ficar expostos no mural da sala de aula.
GERD ALTMANN PIXABAY CAFÉ COM SOCIOLOGIA EDITORIA DE ARTEPROPOSIÇÕES
Em Composição e linguagem, encaminhe um trabalho que enfoque a estrutura composicional e o estilo do texto. Para o trabalho com esses conhecimentos, é recomendável que os estudantes já reconheçam os elementos fundamentais do gênero texto didático e suas condições de produção.
REALIZAÇÃO
1. e 2. Comente com os estudantes que o texto didático pode ter uma composição variada, a depender do assunto abordado, da área de conhecimento em que se inclui, do público ao qual se dirige. O texto lido foi organizado em torno de um tema central, com informações e explicações com objetivo pedagógico. A composição do gênero inclui outros elementos, além do título e da introdução ao assunto, como a divisão do texto com subtítulos e o uso de imagens ilustrativas, gráficos, infográficos, mapas, tabelas e quadros explicativos.
3. e 4. Chame a atenção para a estrutura dos gêneros expositivos, em específico o texto didático: a divisão em intertítulos, a presença de boxes conceituais, o destaque nas palavras mais importantes, as ilustrações e as imagens que esclarecem o texto verbal, tudo para facilitar a compreensão das informações. Reforce que, no texto didático, as fotografias têm a função de complementar as informações que foram abordadas no texto.
5. Oriente a turma a observar que, no texto didático, há predomínio das sequências expositivas, pois o objetivo é veicular um conhecimento
1. A objetividade do título é importante para que o leitor saiba, desde o início, do que trata o texto e que conhecimentos podem ser adquiridos por meio de sua leitura.
2. b) Apresentar a informação no primeiro parágrafo ajuda o leitor a confirmar sobre o que o texto trata e a estabelecer expectativas sobre as informações que virão a seguir.
2. a) No primeiro parágrafo, o autor afirma que a cultura brasileira é diversificada por influência de fatores históricos e geográficos.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. O título de um texto didático deve ser objetivo. Considerando a finalidade do gênero, por que essa característica é importante?
3. Os intertítulos ajudam o leitor a compreender a divisão das informações no texto e a encontrar mais rapidamente uma determinada informação por associação.
2. O primeiro parágrafo do texto didático traz a informação central, que será desenvolvida nos parágrafos seguintes.
a) Qual é a informação central do texto?
4. b) As legendas sintetizam o que a fotografia mostra e podem trazer dados a respeito do contexto em que as imagens foram produzidas, o que contribui para que o leitor as associe mais rapidamente às informações apresentadas no texto.
b) Por que essa informação é apresentada logo no início do texto?
3. Os textos didáticos costumam ser organizados em tópicos identificados pelo uso de intertítulos. Qual é a importância dessa organização no texto que você leu?
PARA ASSISTIR
Legado italiano, dirigido por Marcia Monteiro. Brasil: Camisa Listrada, 2020. Documentário (1h24min).
Com depoimentos de descendentes de imigrantes italianos e de especialistas no assunto, o documentário apresenta as contribuições desse povo para a cultura brasileira de uma maneira emocionante.
4. Observe as fotografias que acompanham o texto didático.
a) Qual é a importância do uso desse recurso no texto?
Recursos como fotografias, ilustrações, infográficos, tabelas e mapas podem ser usados em textos didáticos para complementar as informações e facilitar a aprendizagem. 5. Provavelmente, o autor planejou encerrar o texto com esse tópico, pois essa
b) Por que as fotografias são acompanhadas de legendas?
5. A última parte do texto trata da cultura brasileira atual. Você acha que a posição desse tópico no texto foi planejada pelo autor? Por quê?
4. a) As fotografias podem ampliar informações apresentadas no texto e permitir ao leitor que visualize o que o autor está explicando. configuração permite organizar o texto cronologicamente, o que pode contribuir para uma melhor compreensão do assunto.
6. No caderno, transcreva as alternativas que indicam as características que podem ser atribuídas ao texto didático lido.
A. Linguagem clara e objetiva para garantir a compreensão do conteúdo exposto. Alternativas A e D
B. Uso de metáforas para reforçar o caráter subjetivo do texto.
C. Linguagem irônica marcada pelo humor.
D. Uso do registro formal e obediência à norma-padrão da língua.
7. Logo no primeiro período do texto, o autor caracteriza a cultura brasileira como rica e diversa
a) Ao longo do texto didático, essas características são reiteradas por meio de adjetivos com sentidos semelhantes. Quais são eles?
b) Com que objetivo essas características são reiteradas no decorrer do texto?
7. a) Ao longo do texto didático, são usados alguns adjetivos que reiteram essas características da cultura brasileira: plural, vasta, diversificada e extensa.
8. No começo do texto, são utilizadas expressões mais específicas, como formação étnica , para explicar a diversidade cultural brasileira.
8. c) Sugestões de resposta: colonização, sincretismo religioso, miscigenação
a) Você conhecia essa expressão? Em caso positivo, em que contexto a leu ou ouviu?
Respostas pessoais.
8. b) Expressões
b) Por que o autor pode ter usado uma expressão como essa?
c) No caderno, indique exemplos de outros termos específicos ou técnicos empregados no texto didático.
7. b) Para sustentar o posicionamento do autor em relação à cultura brasileira e reafirmar o tema central do texto, que é, justamente, essa diversidade cultural do Brasil.
e, para tanto, conceitua e divulga informações objetivas.
6. Explique aos estudantes que o texto didático recorre a uma linguagem objetiva e impessoal em favor da compreensão. O vocabulário técnico deve ser acessível ao conhecimento do público leitor. Por isso, a explicação dos conceitos e termos especializados deve ser precisa e adequada em
como essa são próprias das áreas de estudo a que o texto se refere e conferem maior rigor teórico à explicação, pois correspondem a um vocabulário mais específico.
relação às teorias da área de conhecimento da qual o texto trata.
7. Comente que a adjetivação é um valioso recurso linguístico que ajuda a evidenciar o posicionamento do autor. Ela pode ajudar a dar dinamismo ao texto e a sustentar a argumentação construída.
8. a) Possivelmente, essa expressão já foi lida ou ouvida pelos estudantes em contextos
9. a) O termo como introduz exemplos referentes aos termos anteriores: festas tradicionais nacionais e festas tradicionais locais
9. b) Essas informações foram inseridas com o objetivo de esclarecer os termos anteriores, facilitando a compreensão do texto.
9. Releia este trecho do texto, que trata das festas populares do Brasil.
[...] São elementos característicos da cultura brasileira a música popular, a literatura, a culinária, as festas tradicionais nacionais, como o Carnaval, e as festas tradicionais locais, como as Cavalhadas de Pirenópolis, em Goiás, e o Festival de Parintins, no Amazonas.
a) Que tipo de informação o termo como, em suas duas ocorrências, introduz nesse trecho?
b) Com que objetivo essas informações foram inseridas no texto?
c) Essas informações poderiam ser suprimidas do texto se fosse necessário?
10. Leia novamente o trecho a seguir.
Sim, pois são informações acessórias, que complementam o que está sendo dito. As informações principais no trecho são festas tradicionais nacionais e festas tradicionais locais
No século XVII, devido ao grande número de engenhos de cana-de-açúcar, os europeus começaram a capturar e trazer os negros africanos, à força, para o Brasil, como escravos. Esses, tiranicamente escravizados, trouxeram consigo elementos da sua cultura e de seus hábitos, como as religiões de matriz africana, a sua culinária e seus instrumentos musicais.
a) O pronome esses retoma qual elemento já citado no fragmento? Qual é a importância desse recurso?
O pronome esses retoma negros africanos e seu uso evita a repetição de palavras, garantindo mais fluidez na leitura do texto.
b) Com que objetivo o termo tiranicamente é utilizado no trecho?
O texto didático se organiza em parágrafos. Além do título, que sintetiza o tema, há intertítulos, que introduzem e organizam as várias partes do texto. Devido à sua finalidade pedagógica, o texto didático é escrito de acordo com a norma-padrão da língua e utiliza uma linguagem impessoal, clara e objetiva, mas acessível ao nível de conhecimento dos leitores a que se destina. Por ser predominantemente conceitual, não admite linguagem conotativa e costuma utilizar termos próprios da(s) área(s) que aborda.
SAIBA MAIS
O Festival de Parintins, declarado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é uma festa popular que, anualmente, reúne milhares de pessoas na cidade de Parintins, no interior do Amazonas. O evento, que começa na última sexta-feira de junho e dura três noites, conta com a disputa das apresentações do Boi Garantido e do Boi Caprichoso.
Boi Garantido (à esquerda) e Boi Caprichoso (à direita), símbolos do Festival de Parintins (AM). Fotografias de 2019.
10. b) O termo tiranicamente é utilizado para deixar claro o posicionamento do autor em relação ao tema, evidenciando que o processo de escravidão dos africanos foi forçado, pautado na violência e no subjugamento desses povos.
mais formais, em textos orais ou escritos da área científica, como em aulas ou livros escolares de História e Geografia.
8. b) e 8. c) Explique que o emprego de palavras menos comuns, mais técnicas e mais específicas de determinada área deve ser adequado à situação de comunicação e ao público-alvo.
9. Comente que expressões como por outro lado, isto é, por exemplo e como, entre
outras, são usadas para organizar a apresentação de ideias e de informações em um texto. Em geral, elas introduzem exemplos ou novas explicações a respeito de um termo.
9. a) e 9. b) Reitere que o termo como, nesse caso, transpassa a ideia de exemplificação.
9. c) A atividade tem como objetivo levar os estudantes a observar a hierarquia das informações no trecho. Isso é importante
para que eles possam analisar quais delas são as mais importantes, o que é útil na elaboração de sínteses e de esquemas, por exemplo.
10. a) Solicite que percebam que o pronome demonstrativo esses aponta para algo que já foi mencionado no texto, isto é, funciona como um anafórico.
10. b) Se julgar adequado, para que os estudantes compreendam o contexto da palavra tiranicamente, utilizada no texto, proponha que procurem no dicionário o significado da palavra tirano
MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos (org.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido.
São Paulo: Cortez Editora, 2016. O livro, recomendado para o professor, aborda a ascensão dos gêneros digitais. O estudo é dividido em duas partes: na primeira, conceituam-se hipertexto e gêneros digitais; e, na segunda, discute-se como a internet é celeiro de novos gêneros.
TERRA, Ernani. Práticas de leitura e escrita. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
No livro, recomendado para professor e estudantes, Ernani Terra discute e detalha os aspectos relacionados à construção de um bom texto, orienta como conseguir a textualidade na escrita e ainda comenta as práticas de leitura e escrita na era digital e seu papel na vida cotidiana. Detalha também as características das diferentes sequências tipológicas.
PARA LERPROPOSIÇÕES
A proposta de Textos em diálogo é trabalhar a relação entre um gênero textual escrito e um gênero multimodal, a videoaula, ligada ao campo das práticas de estudo e pesquisa. As videoaulas utilizam diversas linguagens ao mesmo tempo, assim como recursos audiovisuais. Propõe-se aqui a análise de telas de videoaulas, que explicam o que é cultura, como ela manifesta a diversidade cultural e quais são os tipos de cultura mais comuns, com a finalidade de compará-la com o gênero texto didático, buscando os aspectos em que se assemelham e se diferenciam, considerando as situações de produção, as finalidades, as diferentes linguagens, entre outros elementos relevantes e pertinentes.
Se possível, acesse a videoaula O que é cultura? com os estudantes, para que eles possam ter acesso ao conteúdo do vídeo na íntegra, disponível em: https://youtu. be/o2XKjnxYMxk (acesso em: 3 jul. 2022). Caso não haja essa possibilidade, exiba apenas as minutagens selecionadas para visualização. Se nem isso for possível, realize apenas a observação e a análise das imagens reproduzidas nesta seção. Para uma melhor contextualização das imagens, seguem algumas informações que deverão ser compartilhadas com os estudantes durante a visualização das telas em destaque na seção:
• Tela 1: O que é cultura?: apresenta o título do vídeo e o nome do canal em que foi publicado.
• Tela 2: Definição de cultura: há uma tentativa de desmistificar que cultura não é uma distinção social e destaca que o tema é objeto da Antropologia, área que es-
Texto didático e videoaula
O texto didático da seção Texto trata da cultura brasileira e de aspectos da sua formação. Temas importantes e complexos como esses podem ser abordados de diversas perspectivas, por meio de vários gêneros textuais e em diferentes mídias. As videoaulas, aulas gravadas e distribuídas em forma de vídeo, são um exemplo.
As telas reproduzidas a seguir apresentam as partes mais significativas da videoaula O que é cultura?, publicada na página de um canal educativo voltado para estudantes do Ensino Médio, em um site de compartilhamento de vídeos. Nessa videoaula, o professor de Sociologia João Gabriel explica o que é cultura, como se manifesta a diversidade cultural e quais são os tipos de cultura mais comuns.
TELA 1
Frame da minutagem 00:29 da videoaula: O QUE é cultura? 2020. Vídeo (12min18s). Publicado pelo canal Brasil Escola. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=o2XKjnxYMxk. Acesso em: 3 jun. 2022.
TELA 2
tuda a cultura humana e as relações do homem como um ser social. A definição de cultura apresentada na tela é de Edward Burnett Tylor, um dos principais nomes da Antropologia, e foi elaborada no final do século XIX. Essa definição está ligada a hábitos adquiridos, deixando de lado a ideia de que a cultura é absorvida pela genética; reforça a ideia de que cultura são hábitos adquiridos pelo homem na sociedade, por-
A produção e a publicação de videoaulas podem facilitar o acesso dos estudantes a determinado conteúdo, contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem e auxiliando na consolidação de conhecimentos. As videoaulas exibidas pela televisão já existem há algum tempo, mas o acesso a elas foi ampliado com a popularização da internet e com a criação de plataformas de compartilhamento de vídeos.
Frame da minutagem 02:59 da videoaula: O QUE é cultura? 2020. Vídeo (12min18s). Publicado pelo canal Brasil Escola. Disponível em: www.youtube.com/watch? v=o2XKjnxYMxk. Acesso em: 3 jun. 2022.
tanto uma ideia inovadora para a época.
• Tela 3: Elementos da cultura: apresenta quatro elementos que caracterizam a cultura. “Traço cultural” traz como exemplo o cocar indígena, que tem diferentes significados, a depender de cada etnia; uma gíria tem determinados significados em um grupo social e pode ser desconhecida em outro grupo etc. “Complexo cultural” é apresentado como a junção desses vários traços
TELA 4
Frame da minutagem 07:53 da videoaula: O QUE é cultura? 2020. Vídeo (12min18s). Publicado pelo canal Brasil Escola. Disponível em: www. youtube.com/watch?v=o2XKjnxYMxk. Acesso em: 3 jun. 2022.
1. Os interlocutores ou o público-alvo dessa videoaula são todos os estudantes que se interessam ou precisam adquirir conhecimentos sobre cultura brasileira, um tema muito explorado em avaliações e exames oficiais, como o Enem. Espera-se que os estudantes infiram que, para ter acesso a esse vídeo, é necessário ter um computador ou um aparelho celular com acesso à internet.
Frame da minutagem 10:30 da videoaula: O QUE é cultura? 2020. Vídeo (12min18s). Publicado pelo canal Brasil Escola. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=o2XKjnxYMxk. Acesso em: 3 jun. 2022.
1. Quem são os interlocutores dessa videoaula? Todos podem ter acesso a esse conhecimento?
2. Leia, a seguir, o trecho de um texto publicado no site de uma empresa de tecnologia.
[...] De acordo com uma pesquisa realizada pelo gigante Google, o consumo de vídeos na internet cresceu 135% em apenas quatro anos. Esses dados também revelaram que mesmo assistindo TV, os brasileiros continuam conectados na internet e procurando conteúdo on-line. Portanto, para uma geração que tem pressa de aprender conteúdos novos e está conectada na internet tão constantemente, videoaulas são os primeiros materiais que elas procurarão para obter novos conhecimentos e informação.
VIDEOAULA: o que é, como fazer e por que investir? Cross Host [S. l.], 6 abr. 2021. Disponível em: www.crosshost.com.br/produtora/videoaula-o-que-e-como-fazer-e-por-que-investir/. Acesso em: 9 jun. 2022.
culturais que formam um elemento maior. “Área cultural” surge como ideia que explica que uma cultura tradicional tende a se manifestar em ambientes mais específicos. O rap, por exemplo, tem uma tradição periférica, mas, com o desenvolvimento da cultura de massa, da globalização, essas áreas culturais não são tão restritas, são mais fluidas e espalham-se em várias outras áreas. “Padrão cultural”, por fim, consis-
te em traços que, por causa da repetição de comportamentos, viram um padrão cultural, por exemplo, o uso de certas vestimentas, um corte de cabelo etc.
• Tela 4: Tipos de cultura: apresenta a definição de termos ligados à cultura. A cultura erudita como a formada pelo capital cultural acumulado, que consiste em conhecimentos, experiências que vão se acumulando. São elementos de distinção social e as pessoas que
detêm esse capital cultural são consideradas como classes eruditas, isto é, que têm um elevado padrão de cultura, uma cultura nobre. A cultura popular, como a cultura que tem o protagonismo do povo pelo próprio povo e surge dentro de uma relação popular, ligada ao folclore, à tradição, como a música sertaneja de raiz etc. E a cultura de massa, como a resultante do processo de comercialização das relações de cultura. O sertanejo universitário, por exemplo, é uma cultura de massa, pois está ligado a grandes indústrias que produzem os cantores desse gênero musical.
REALIZAÇÃO
1. Nessa atividade, reitere aos estudantes que o termo interlocutor se refere a quem o texto se destina. Sa ber quem é o seu público-alvo e entender a sua audiência é fundamental para construir um conteúdo adequado e promover engajamento.
2. Comente com os estudantes que, com o avanço na tecnologia, é impensável imaginar a sociedade atual sem o uso da internet e das ferramentas digitais. Com isso, a forma como as pessoas aprendem também se modificou e por diversas razões elas passaram a buscar conhecimento por meio de recursos como as videoaulas.
REALIZAÇÃO
Textos em diálogo
3. a) Comente com os estudantes que, para o sucesso de uma videoaula, também é importante haver planejamento do conteúdo, postura adequada ao gravar, edição e divulgação do conteúdo.
3. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que a videoaula cumpriu sua finalidade, pois as telas reproduzidas respondem à pergunta que dá título à videoaula e trazem informações sobre o que é cultura de forma clara e objetiva.
4. a) e 4. b) Se julgar necessário, auxilie os estudantes nessas questões.
4. c) Os estudantes poderão optar por um ou outro trecho. Incentive-os a explicar as razões da preferência, com argumentos claros e consistentes. Aproveite para verificar de que forma eles se utilizam da argumentação para justificar a resposta.
5. Certifique-se de que os estudantes compreenderam as diferenças entre os dois gêneros. Caso julgue necessário, retome as características de cada um.
ATIVIDADE
COMPLEMENTAR
Conhecendo mais conteúdos de videoaulas
Para ampliar os conhecimentos dos estudantes acerca de videoaulas, acesse este link www.futura.org.br/videoaulas/ (acesso em: 4 jul. 2022).
Indique um conteúdo de Língua Portuguesa ou, caso prefira, de outro componente curricular, para que a turma busque videoaulas que abordem o conteúdo sugerido. Nesse caso, pode ser oportuno propor ao professor do respectivo componente uma abordagem interdisciplinar.
• O canal em que a videoaula O que é cultura? foi publicada tem quase 1,5 milhão de inscritos e ela já tinha sido visualizada por mais de 100 mil pessoas. Comparando essas informações com os dados apresentados no trecho anterior, esses dados confirmam ou desmentem o resultado da pesquisa?
3. A videoaula é apresentada por um professor de Sociologia.
Espera-se que os estudantes reconheçam que as informações sobre o canal em que a videoaula foi publicada confirmam os dados apresentados na pesquisa, pois um grande número de pessoas é inscrito no canal e assistiu à videoaula.
a) Além do conhecimento específico na área, o que mais você acha que é necessário ao apresentar uma videoaula para que ela alcance seu propósito?
b) Com base na reprodução das telas, é possível afirmar que a videoaula cumpriu sua finalidade? Você aprendeu algo que não sabia sobre cultura? O quê? Registre suas respostas no caderno e, depois, compartilhe-as oralmente com os colegas e o professor.
Respostas pessoais.
4. Releia a definição de cultura brasileira no texto didático e a definição de cultura apresentada na segunda tela da videoaula.
4. a) O fato de a cultura ser um complexo de elementos que engloba crenças, moral, leis, costumes, arte (a música popular, a literatura, a culinária e os festejos).
A cultura brasileira, assim como a formação étnica do povo brasileiro, é vasta e diversa. Nossos hábitos culturais receberam elementos e influências de povos indígenas, africanos, portugueses, espanhóis, italianos e japoneses, entre outros, devido à colonização, à imigração e aos povos que já habitavam aqui. São elementos característicos da cultura brasileira a música popular, a literatura, a culinária, as festas tradicionais nacionais, como o Carnaval, e as festas tradicionais locais, como as Cavalhadas de Pirenópolis, em Goiás, e o Festival de Parintins, no Amazonas.
Trecho 2 – Videoaula
[...]
4. b) A definição do trecho 2 evidencia que os hábitos culturais são adquiridos pelo ser humano na sociedade em que vive, aspecto não apontado na definição do trecho 1.
Tomando em seu amplo sentido etnográfico, [cultura] é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.
a) O trecho 1 trata da cultura brasileira e o trecho 2, do conceito de cultura de modo mais geral. Que informações são semelhantes nas duas definições?
b) O que a definição do trecho 2 menciona que o trecho 1 não cita?
c) Qual dos dois trechos você achou mais compreensível? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal.
5. Embora tenham elementos composicionais diferentes, o texto didático e a videoaula apresentam algumas semelhanças. No caderno, transcreva as alternativas que indicam as características presentes em ambos
Alternativas C e D
A. Intercalação de trechos escritos com fotografias e ilustrações.
B. Predomínio da imagem em movimento, com o uso de gestos e expressões faciais para destacar trechos relevantes.
C. Uso de vocabulário técnico específico da(s) área(s) de estudo abordada(s).
D. Exposição do conteúdo por meio de definições, descrições, comparações, exemplificações e remissões a conceitos.
3. a) Sugestões de reposta: É importante fazer um bom planejamento do conteúdo da videoaula e de sua organização; pensar em uma metodologia que atraia a audiência (ou público-alvo); apresentar referências adequadas; usar recursos visuais; expressar-se com fluência e naturalidade.
Trecho 1 – Texto didático1. a) Para reforçar e valorizar a importância dos povos indígenas na formação de nossa cultura e, como se trata de um texto didático, retomar esse conhecimento prévio do leitor.
1. b) Espera-se que o leitor conclua que os povos indígenas tinham uma cultura própria, rica e diversa muito antes da chegada dos portugueses.
2. a) Para completar as informações fornecidas pelos nomes elementos e território, empregados anteriormente.
Complemento nominal e adjunto adnominal
As classes de palavras como substantivos, adjetivos e alguns advérbios precisam ser acompanhadas de outros termos para que o leitor possa atribuir sentidos aos textos.
1. Releia este trecho do texto didático “Cultura brasileira”.
Podemos dizer que os elementos mais antigos da cultura genuinamente brasileira remontam aos povos indígenas que já habitavam o território de nosso país antes da chegada dos portugueses em 1500. Donos de uma cultura extensa, os povos nativos mantinham as suas crenças e praticavam seus elementos culturais aliados a um modo de vida simples e em contato com a natureza.
a) Por que é importante o texto didático retomar uma informação já conhecida por todos, como o fato de que os povos indígenas foram os primeiros habitantes do Brasil?
b) Considerando o modo como o texto se refere aos povos indígenas, o que se espera que o leitor conclua a respeito deles?
2. Observe os termos em destaque no primeiro período do trecho.
a) Com que finalidade eles foram usados?
b) Se esses termos fossem omitidos, a informação apresentada no trecho ainda seria compreensível?
2. b) Espera-se que os estudantes infiram que não, pois os termos deixam claro que os elementos são da cultura brasileira e que se está fazendo referência ao território brasileiro, informações fornecidas pelos termos empregados.
c) Esses termos exercem diferentes funções. Qual dos termos foi usado para caracterizar ou especificar o nome? Qual foi usado para complementar o sentido do nome?
PROPOSIÇÕES
Espera-se que, ao final do estudo de Por dentro da língua, os estudantes sejam capazes de compreender e usar o complemento nominal e diferenciá-lo do adjunto adnominal, assim como compreender as relações de sentido que se estabelecem entre o complemento nominal e o substantivo, o adjetivo ou o advérbio ao qual se refere, de modo a saber usá-lo quando for necessário.
REALIZAÇÃO
Por dentro da língua
1. a) Explique aos estudantes que a retomada cria um circuito no texto, caracterizando, dessa forma, o fim das informações e a abertura de reflexões possíveis a respeito do tema.
3. Agora, releia o último período do trecho analisado.
2. c) O termo de nosso país caracteriza ou especifica o nome território; o termo da cultura brasileira complementa o sentido do nome elementos, que é um termo vago e precisa de complementação para ser entendido.
[...] Donos de uma cultura extensa, os povos nativos mantinham as suas crenças e praticavam seus elementos culturais aliados a um modo de vida simples e em contato com a natureza.
3. a) O termo os povos nativos
a) A primeira oração está em destaque. Que termo exerce a função de sujeito dessa oração?
b) O termo donos de uma cultura extensa foi usado para caracterizar ou especificar esse sujeito. Que função exerce a expressão de uma cultura extensa? Ela é necessária à construção de sentidos? Explique.
4. Releia esta oração.
A expressão de uma cultura extensa especifica o nome donos; essa expressão é necessária e responde a uma pergunta implícita "donos de quê?"; sem ela, o nome donos ficaria com o sentido incompleto.
[...] praticavam seus elementos culturais aliados a um modo de vida simples e em contato com a natureza.
1. b) Auxilie os estudantes a realizar a análise dessa conclusão.
2. Certifique-se de que os estudantes compreendem essas relações. Espera-se que compreendam que os termos são necessários para que se possa atribuir sentidos ao trecho.
3. Caso julgue necessário, retome, mediante exemplos transcritos na lousa, o conceito de sujeito (termo ao qual o predicado se refere).
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd
PARA ACESSAR
O QUE são adjuntos adnominais? Nova Escola [São Paulo], 1 jan. 2009. Disponível em: https://novaescola. org.br/conteudo/2548/o-que-sao-adjuntos-adnominais.
Acesso em: 4 jul. 2022.
O texto do link esclarece o conceito de adjunto adnominal. A especialista responde à dúvida por meio de um exemplo conhecido e explica também a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal.
4. Caso julgue necessário, para facilitar a compreensão da relação entre os termos na oração, dê outros exemplos com base em trechos do texto didático lido no capítulo.
REALIZAÇÃO
4. Oriente a turma a interpretar os efeitos de sentidos de termos associados a nomes.
É importante também que eles tenham conhecimento acerca desses conceitos para a aplicação de regras de concordância nominal.
PROPOSIÇÕES
Para que os estudantes fiquem cientes da função dos termos em uma oração e compreendam a relevância deles, reserve um momento para verificar os conhecimentos prévios deles sobre complemento nominal (termo integrante da oração) e adjunto adnominal (termo acessório), levando-os a refletir sobre esses conceitos.
Em seguida, conduza os estudos teóricos da seção, explorando os exemplos apresentados e, se possível, fornecendo alguns novos extraídos do texto didático lido no capítulo.
a) Que termo exerce a função de complemento verbal nessa oração?
O termo seus elementos culturais.
b) A que nome o termo a um modo de vida simples está se referindo? Ele tem a função de caracterizar ou de complementar esse nome?
Ao adjetivo aliados. Ele tem a função de complementar o sentido do adjetivo.
Alguns nomes precisam de outros termos para complementar ou para especificar seus sentidos no texto. Os termos que complementam os nomes são chamados de complementos nominais
Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de um nome –substantivo, adjetivo e alguns advérbios. Sempre é introduzido por uma preposição.
Exemplos:
A cultura brasileira, assim como a formação étnica do povo brasileiro, é vasta e diversa. […]
complemento nominal do adjetivo étnica
[…] Nossos hábitos culturais receberam elementos e influências de povos indígenas, africanos, portugueses, espanhóis, italianos e japoneses […].
complemento nominal do substantivo influências
[ ] já habitavam o território de nosso país antes da chegada dos portugueses em 1500. […]
complemento nominal do advérbio antes
Pelo fato de se ligar a um nome por meio de preposição, o complemento nominal pode, algumas vezes, ser confundido com o adjunto adnominal
Adjunto adnominal é o termo da oração que caracteriza ou especifica um substantivo. Esse termo pode ser constituído por um adjetivo ou por uma locução adjetiva. Nesse caso, ele é ligado ao nome através de uma preposição e, por isso, pode ser confundido com um complemento nominal.
Diferenças entre complemento nominal e adjunto adnominal
O complemento nominal é o complemento do nome, enquanto o adjunto adnominal é o modificador do substantivo. Para não os confundir, considere os aspectos a seguir.
Complemento nominal
1. Quando o nome que precede o termo analisado for um adjetivo ou advérbio. Exemplos:
[…] A literatura de cordel, por sua vez, trata de temas recorrentes ao sertanejo nordestino […].
complemento nominal do adjetivo recorrentes
PARA ACESSAR
BENTO, Conceição Aparecida. Gramática com textos: complemento nominal. Nova Escola [São Paulo], 2 fev. 2017. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/6204/gramatica-com-textos-complemento-nominal. Acesso em: 25 jun. 2022.
Nessa sequência didática, recomendada para o professor, a consultora Conceição Aparecida Bento, doutora em Letras pela Universidade de São Paulo e professora universitária, analisa a transitividade de alguns nomes. Na atividade proposta, há análises de poemas e de manchetes e artigos jornalísticos com detalhado passo a passo para desenvolver um trabalho sobre o complemento nominal.
• Os diferentes povos que vieram para o Brasil fizeram bem à cultura brasileira
complemento nominal do advérbio bem
2. Quando o termo analisado for o alvo da ação ou paciente. Exemplos:
• O respeito à cultura indígena é uma prioridade.
alvo da ação: a cultura indígena é uma prioridade
• A colonização do Brasil foi iniciada pelos portugueses em 1500
paciente: o Brasil foi colonizado
Adjunto adnominal
1. Quando o termo analisado for o agente da ação. Exemplo: Com a chegada dos portugueses a cultura europeia foi introduzida.
Complemento nominal em letra de canção
Para exemplificar como os complementos nominais são empregados em letras de canções, peça aos estudantes que acessem a letra da “Canção do medo”, de Toquinho, disponível em: www.letras.mus.br/ toquinho/87181/ (acesso em: 4 jul. 2022).
2. Quando o termo analisado indicar tipo, matéria, substância ou posse do substantivo. Exemplos:
• Nos últimos anos, o número de imigrantes aumentou.
agente da ação: os portugueses chegaram indica o tipo de pessoa especificando o substantivo número
• Conhecer o perfil desses imigrantes é fundamental.
indica ideia de posse especificando o substantivo perfil
O quadro a seguir traz um resumo das diferenças entre o adjunto adnominal e o complemento nominal.
Adjunto adnominal Complemento nominal
É um termo acessório da oração; pode ser dispensado.
Sua função é caracterizar, determinar, explicar, modificar ou restringir.
Quando for locução adjetiva, vem acompanhado de preposição.
Está relacionado a substantivos.
Em alguns casos, tem função de agente da ação.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd
É um termo integrante da oração; não pode ser dispensado.
Sua função é completar um sentido.
Sempre vem acompanhado de preposição.
Está relacionado a substantivos abstratos, adjetivos e advérbios.
Em alguns casos, tem a função de paciente ou alvo da ação.
Pergunte a eles se reconhecem o tema da canção. Espera-se que percebam, pelos versos “Se o desejo é forte de ver [...] / Se a saudade é grande / Da noite sagrada / Em que eu quis amar”, que se trata de um poema de amor.
Peça a eles que identifiquem complementos nominais na letra integral. Eles devem mencionar que “de crescer” é complemento do nome vontade; “de gritar” complementa coragem; “de enfrentar a morte e a má sorte” e “de seguir” completam medo
PROPOSIÇÕES
O texto a ser trabalhado nas atividades 1 a 6 de Atividades apresenta um tema de extrema relevância social, tratando da influência dos imigrantes japoneses e sua cultura na formação do povo brasileiro.
Reserve um tempo para que os estudantes possam trocar impressões sobre o que leram acerca das influências do Japão na cultura do Brasil. Muitos podem ser, inclusive, descendentes de imigrantes (ou imigrantes eles mesmos) e podem, caso desejarem, relatar suas experiências pessoais e familiares. Lembre-os sempre de que devem respeitar os turnos de fala dos colegas e do professor, as opiniões discordantes e as diversidades social e cultural.
Sugere-se que as atividades de interpretação e compreensão do texto sejam discutidas e respondidas pela turma em duplas ou em pequenos grupos.
REALIZAÇÃO
1. A atividade pode ser iniciada com uma leitura livre, individual, realizada pelos estudantes. Caso haja estudante que não tenha conhecimento sobre a cultura japonesa, reserve um tempo para que possa procurar informações relacionadas ao tema. É importante encaminhar uma conversa sobre o respeito às diferenças.
ATIVIDADES
1. O texto didático que você leu anteriormente neste capítulo faz referência aos japoneses como um dos povos que vieram para o Brasil a partir do século XIX. Hoje, o Brasil tem a maior população de origem japonesa fora do país asiático. A seguir, leia o trecho de uma reportagem que trata das influências culturais desse povo.
Do chá ao jiu-jitsu: as influências japonesas na cultura do Brasil
Lais Modelli
De São Paulo para a BBC News Brasil 18 junho 2018
[...]
Neste 18 de junho, data em que é celebrado o Dia da Imigração Japonesa no Brasil, se comemoram também 110 anos da relação nipo-brasileira: o Brasil abriga cerca de 1,6 milhão de nikkeis, descendentes de japoneses não nascidos no Japão. É a maior população de origem japonesa fora do país asiático.
[...]
Além dos sabores da tradicional culinária japonesa, o Brasil recebeu várias outras influências da cultura nipônica que se misturaram e modificaram a cultura nacional.
[...]
Artes marciais
Para o doutor em História das Artes Marciais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Tiago Oviedo Frosi, a relação que se desenvolveu entre as culturas japonesa e brasileira é uma das experiências bem-sucedidas de integração entre povos que ocorreram no século 20.
[...]
O judô chegou no Brasil em 1914, trazido pelo mestre japonês Mitsuyo Maeda (1878-1941), que viajava o mundo desafiando lutadores. Até então, os brasileiros conheciam poucas modalidades de combate, sendo as mais populares o pugilismo e a capoeira.
“Por exigência do Instituto Kodokan (a ‘meca’ mundial desta arte marcial, no Japão), Maeda foi proibido de usar o nome judô para identificar sua técnica fora do Japão. Usava, então, o nome da antiga arte japonesa de combate desarmado que deu origem ao seu judô, o ju-jutsu. Com o tempo e os equívocos de grafia na Europa e na América, o nome ‘jiu-jitsu’ se popularizou”, explica Frosi.
[...]
Hoje, segundo ele, o judô tem cerca de 2 milhões de praticantes em todo território nacional. Depois, vêm o jiu-jitsu brasileiro e o karatê, com cerca de meio milhão de praticantes cada.
[...]
PARA ACESSAR
BRASIL 500 anos. IBGE. [S. l.], c2022. Disponível em: https://brasil500anos.ibge.gov.br/estatisticas-dopovoamento/imigracao-por-nacionalidade-18841933.html. Acesso em: 4 jul. 2022.
Na página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), podem-se encontrar gráficos com dados sobre a imigração no Brasil.
1. a) A finalidade é destacar aos leitores a vinda dos japoneses para o Brasil e o legado que trouxeram; a publicação na data em que se comemora o aniversário da imigração japonesa é uma forma de homenagear a importância desse povo na formação da nossa cultura.
Dieta mais verde e chás
O hábito de consumir hortaliças nas principais refeições no Brasil foi um costume herdado dos primeiros imigrantes japoneses.
Além disso, na lavoura, principal lugar onde estiveram os japoneses nos anos de 1910 e 1920, muitas técnicas de plantio de frutas que hoje estão inseridas na mesa do brasileiro foram trazidas pelos imigrantes.
[...]
Para o consumo próprio, os japoneses trouxeram nos navios sementes que não eram consumidas aqui, introduzindo na dieta brasileira a soja, o arroz cateto, o feijão azuki, a couve japonesa, o pepino, a acelga, o nabo, o rabanete, a batata-doce, o inhame e a cebolinha, entre outros.
O consumo de chás também pode ser atribuído aos imigrantes do oriente. O plantio do chá preto teve início no Brasil no Vale do Ribeira, região de São Paulo, em 1935.
MODELLI, Lais. Do chá ao jiu-jitsu: as influências japonesas na cultura do Brasil. BBC News Brasil, São Paulo, 18 jun. 2018. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/brasil-44526338. Acesso em: 30 maio 2022.
a) Qual é a finalidade dessa publicação? E qual é a importância de ter sido publicada em 18 de junho?
b) Alguma das informações apresentadas nesse trecho da reportagem surpreendeu você? Qual?
2. As influências dos povos que vieram para o Brasil estão presentes em todo o país, sendo mais evidentes em algumas regiões. Responda oralmente às atividades e ouça com atenção as considerações dos colegas.
a) Você observa alguma influência japonesa na comunidade em que mora? E influências de outros povos, como italianos, alemães, indígenas ou do continente africano? Quais?
b) A que você atribui essas influências? Resposta pessoal.
REALIZAÇÃO
1. a) Certifique-se de que os estudantes chegaram a essa conclusão e discuta a questão com eles.
1. b) Os estudantes poderão citar diferentes informações, a depender de seus conhecimentos prévios, vivências e de sua experiência leitora.
2. a) Incentive-os a observar o entorno e perceber que sempre há alguma influência de algum povo na comunidade em que vivem; podem ser danças, lendas, alimentação, manifestações religiosas, artesanato, entre outros aspectos; as principais influências vão variar de acordo com a região em que os estudantes vivem.
3. Releia o título da notícia.
a) Com base na expressão do chá ao jiu-jitsu, o que se espera que o texto aborde?
b) No título do texto, os termos japonesas e do Brasil especificam os nomes aos quais se referem ou complementam o seu sentido? Justifique.
c) Considerando a análise que você fez no item anterior, como esses termos podem ser classificados? Por quê?
3. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que esses termos estão especificando, respectivamente, os nomes influências e cultura
4. No texto, os termos da tradicional culinária japonesa e de integração entre povos estão em destaque. O que se pode afirmar analisando os sentidos que eles atribuem às palavras às quais se referem? No caderno, transcreva a alternativa correta.
3. a) A expressão sugere que serão abordadas no texto as mais variadas influências japonesas, desde as artes marciais, mais conhecidas, a hábitos alimentares e costumes, como o consumo do chá. Alternativa B
A. Apenas o primeiro termo é complemento nominal, porque o substantivo sabores é abstrato; o segundo termo é adjunto adnominal.
B. Os dois termos são complementos nominais, pois são essenciais à compreensão do sentido dos termos aos quais se referem.
C. Apenas o primeiro termo é adjunto adnominal, porque especifica um substantivo; o segundo termo é um complemento nominal porque complementa o sentido de um advérbio.
D. Os dois termos são adjuntos adnominais pois apresentam informações que não são essenciais à compreensão dos enunciados.
3. c) Esses termos são adjuntos adnominais, porque modificam o sentido dos substantivos aos quais se referem, atribuindo-lhes uma característica.
2. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que essas influên cias culturais se devem à contribuição de algum povo que tenha se instalado ou vindo para a região, trazendo costumes e tradições próprios que, aos poucos, foram sendo incorporados à comunidade.
3. a) Verifique se os estudantes chegaram a essa conclusão e promova uma discussão dessa questão com eles.
3. b) e 3. c) Verifique se percebem que esses termos são adjuntos adnominais.
4. Conduza uma análise de todas as alternativas até que fique claro aos estudantes que os dois termos são complementos nominais.
REALIZAÇÃO
Atividades
5. a) Ajude-os a inferir a resposta dessa atividade, solicitando que justifiquem os comentários feitos. Comente que, no trecho reproduzido, os numerais se comportam como substantivos.
5. b) Relembre-os de que algumas classes de palavras, como os artigos, os numerais e alguns pronomes, por exemplo, relacionam-se com os substantivos de modo a caracterizá-los, especificá-los ou determiná-los.
6. a) Retome com os estudantes, por meio de exemplos transcritos na lousa, o conceito de sujeito: termo ao qual o predicado faz referência.
6. b) Reforce que os verbos transitivos – diretos, indiretos e diretos e indiretos – precisam de complementos para que os sentidos da oração em que se encontram sejam compreendidos.
6. c) Verifique se os estudantes percebem a relação de sentido que se estabelece entre o complemento nominal e o substantivo.
7. Antes da leitura do cartum, peça a eles que relatem situações em que observaram lixo no mar. Em seguida, solicite que leiam o cartum e verifiquem quais desses lixos que observaram na vida real são retratados na imagem.
8. a) Explique que o gênero cartum contém pouca linguagem verbal. Nesse caso, ela é usada para dar voz à tartaruga. Peça a eles que considerem o tom de crítica presente no cartum e respondam: O que o cartunista pretende reforçar com essa estratégia? Espera-se que eles notem que o cartum reforça a falta de conscientização das pessoas, responsáveis pela poluição,
5. a) Pode-se inferir que os brasileiros adotaram e são praticantes dessas modalidades trazidas pelos japoneses, mas que hoje fazem parte da cultura brasileira.
5. Releia o parágrafo a seguir, que se refere às artes marciais.
Hoje, segundo ele, o judô tem cerca de 2 milhões de praticantes em todo território nacional. Depois, vêm o jiu-jitsu brasileiro e o karatê, com cerca de meio milhão de praticantes cada.
a) Com base no trecho, o que se pode inferir sobre essas modalidades no Brasil?
b) Nesse trecho, por que o termo de praticantes é um adjunto adnominal?
Porque especifica o nome ao qual faz referência.
6. O período a seguir inicia o parágrafo do texto que fala sobre o chá. Releia-o.
6. c) O complemento nominal é de chás. O termo consumo é um substantivo abstrato e precisa de um complemento que especifique o tipo de consumo do qual se está falando, para ser entendido.
O consumo de chás também pode ser atribuído aos imigrantes do oriente. [...]
a) Que termo exerce a função de sujeito dessa oração? O termo o consumo de chás
b) Que termo exerce a função de complemento verbal na oração?
O termo aos imigrantes do oriente.
c) Nas duas funções sintáticas, os núcleos precisam de complementos para serem entendidos. Qual deles é um complemento nominal? Explique.
7. A seguir, leia o cartum que trata de um assunto atual: a poluição dos oceanos.
7. a) Chamar a atenção das pessoas para o problema da destruição da fauna e da flora marinhas devido à excessiva poluição dos mares.
ARIONAURO. [Lixo no mar]. Arionauro Cartuns [S. l.], 31 out. 2019. Disponível em: www. arionaurocartuns.com. br/2019/10/charge-poluicaolixo-no-mar.html. Acesso em: 30 maio 2022.
a) Com que finalidade esse tema foi abordado no cartum?
b) Considerando o objetivo do gênero cartum de fazer uma crítica, é possível afirmar que ele foi alcançado? Explique.
Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois o cartum apresenta
uma situação produzida pelo homem e utiliza-se da personificação da tartaruga e da construção imagética para denunciar a poluição.
8. O cartum dá voz à tartaruga marinha.
a) De todos os animais marinhos prejudicados pelo lixo, por que a tartaruga foi escolhida?
b) Releia a fala da tartaruga no cartum. Que termo pode ser considerado complemento nominal? O termo com a natureza
c) Que nome ele complementa e com que finalidade? Complementa o substantivo desrespeito, especificando o seu sentido.
8. a) Sugestão de resposta: Provavelmente pelo fato de que, quando se noticiam fatos a respeito desse assunto, as tartarugas sempre são citadas, por serem animais que vivem muito, mas estão morrendo precocemente devido à poluição.
contrastando com a conscientização dos seres marinhos, representada na fala da tartaruga. Se considerar oportuno, peça aos estudantes que observem as personagens do cartum. Pergunte-lhes, com base na leitura, por que o cartunista elegeu duas tartarugas como personagens da cena retratada. Espera-se que se lembrem das tartarugas como animais marinhos que são alvo de projetos de proteção, devido ao alto
índice de mortalidade provocado pela poluição marinha, principalmente pelo descarte de plásticos nos mares e oceanos.
8. b) e 8. c) Oriente a turma a identificar a preposição com, que introduz o termo com a natureza. Em seguida, peça que classifique a palavra desrespeito como substantivo abstrato – condição importante para analisar o termo com a natureza como complemento nominal.
E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E
Competência comunicativa
O texto didático que você leu no início deste capítulo tem como objetivo divulgar conhecimentos, informações e dados científicos de uma forma acessível, de modo que o leitor compreenda o conteúdo com facilidade.
1. a) A ideia central do trecho é de que as manifestações artísticas em geral sempre trazem referências do lugar onde se originaram.
1. A seguir, releia o trecho que aborda as diferentes manifestações culturais existentes no Brasil.
1. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, devido às características apontadas anteriormente e, principalmente, pelo fato de o texto empregar uma linguagem adequada ao gênero e ao seu propósito comunicativo.
Se considerarmos como exemplo a música sertaneja de raiz, encontramos nela elementos que remetem à vida no campo. Já o funk carioca fala da vida nas favelas, de onde ele surgiu. A literatura de cordel, por sua vez, trata de temas recorrentes ao sertanejo nordestino, enquanto os elementos da vida gaúcha tratam da vida dos povos que se estabeleceram no Sul do país, sob influência de alemães e argentinos.
a) No caderno, elabore uma síntese sobre a ideia central apresentada nesse trecho.
b) Você teve dificuldade de entender as informações apresentadas nesse trecho? Por quê?
REALIZAÇÃO
Linguagem e sentidos
1. a) Oriente os estudantes na elaboração da síntese, auxiliando-os a encontrar a ideia central do trecho.
1. b) Comente que o texto didático apresenta algumas características, como linguagem clara e direta, dados objetivos, linguagem acessível ao nível de conhecimento do leitor e uma abordagem que permite uma única interpretação, elementos fundamentais para que o texto seja compreensível e cumpra seu objetivo de ensinar.
c) A finalidade do texto didático é ensinar algo. O texto didático analisado cumpriu seu propósito comunicativo? Justifique sua resposta.
2. O texto obedece à norma-padrão, isto é, procura seguir as prescrições da gramática normativa.
a) Considerando a finalidade e o gênero textual, a obediência à norma-padrão está adequada? Explique sua resposta.
Respostas pessoais. Resposta pessoal.
2. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, já que o texto didático tem finalidade pedagógica e, por isso, espera-se um uso mais monitorado da língua a fim de conferir maior rigor à exposição.
b) Em sua opinião, que conhecimentos o autor de um texto didático precisa ter para empregar a norma-padrão de modo a viabilizar sua comunicação?
3. A seguir, você vai ler o trecho de uma entrevista publicada em uma revista especializada em arte e cultura brasileiras com o quilombola Nêgo Bispo, em que ele aponta o que podemos aprender com a vida nos quilombos. Antes de fazer a leitura desse trecho, leia algumas informações a respeito dele no boxe a seguir.
Antônio Bispo dos Santos (1959-), conhecido como Nêgo Bispo, nasceu no Vale do Rio Berlengas, antigo povoado Papagaio, atual município de Francinópolis (PI). É morador do Quilombo do Saco-Curtume (São João do Piauí, PI) e se dedica às questões quilombolas. É um dos criadores da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), da qual é diretor. Também é poeta e escritor, tendo escrito vários artigos e poemas e publicado os livros Quilombos, modos e significados (2007) e Colonização, Quilombos: modos e significações (2015).
PROPOSIÇÕES
Em Linguagem e sentidos, os estudantes terão contato com diferentes aspectos da variação linguística, tendo como pontos centrais os conceitos de competência comunicativa e de competência e desempenho linguísticos.
Em Saiba mais, é possível encaminhar um trabalho com perguntas para averiguar os conhecimentos dos estudantes sobre quilombos, se já ouviram falar sobre o autor Nêgo Bispo, por exemplo.
1. c) Oriente-os a observar que, no texto didático, há predomínio de sequências expositivas, pois o objetivo é veicular um conhecimento e, para tanto, conceitua e divulga informações objetivas.
2. a) Explique que o texto didático usa uma linguagem objetiva e impessoal em favor da compreensão. O vocabulário técnico deve ser acessível ao conhecimento do público leitor. Por isso, a explicação dos conceitos e termos especializados deve ser precisa e adequada.
2. b) Comente que o autor de um texto didático precisa dispor de recursos comunicativos, por exemplo, conhecimento de aspectos gramaticais e linguísticos, como pontuação e ortografia.
SAIBA MAIS Nêgo Bispo. Fotografia de 2021. MAURÍCIO POKEMONREALIZAÇÃO
Linguagem e sentidos
3. Se achar pertinente, comente que a entrevistadora Maria Sueli Rodrigues de Sousa é doutora em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora de temas relacionados aos direitos humanos, ao direito socioambiental e territorial e às populações tradicionais. Também é professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
3. a) Explique que essas informações antecipatórias auxiliam o leitor no entendimento do texto.
3. b) Certifique-se de que eles compreenderam o propósito comunicativo da entrevista.
4. Os estudantes poderão citar diferentes aspectos da entrevista, como a necessidade de se respeitarem os animais.
5. a) Explique que essas informações dão mais credibilidade à entrevista e a tornam mais abrangente e elucidativa, pois o entrevistado ocupa cargo que confere autoridade ao que diz.
5. b) Comente que todas as sentenças produzidas pelos falantes de uma língua são bem formadas, independente da variedade utilizada e ainda que haja desvios da norma-padrão, desde que elaboradas de forma clara e compreensível.
6. Comente que o entrevistado faz uso de vocabulário adequado e construções linguísticas claras, de acordo com a norma-padrão, dando credibilidade às suas ideias.
3. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois essas informações antecipam para o leitor quem é o entrevistado, possibilitando-lhe compreender melhor o tema da entrevista.
ENTREVISTA Nêgo Bispo Começo, meio e começo
3. b) Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois o trecho da entrevista traz informações acerca do jeito como os quilombolas ensinam seus filhos sobre o valor da natureza, o respeito aos animais e aos homens, suscitando reflexões de como o leitor pode lidar com situações de seu cotidiano.
Ele dá palestras em universidades pelo Brasil e recusa títulos. Rejeita o Estado e aponta o que devemos aprender com a vida nos quilombos. Aos 62 anos, ensino formal até a oitava série (nono ano), dois livros publicados, o quilombola Nêgo Bispo dá concretude ao termo intelectual orgânico.
[...]
Sueli: Como você vê a relação entre vida humana e outras vidas, as quais chamamos de natureza?
NB: Quando eu tinha 10 anos, meu tio Norberto pediu pra me ensinar a trabalhar na roça, e me ensinou a adestrar boi e arar terra. Ele me disse: “É você, seu irmão e dois bois. Metade do que ganharem é de vocês e metade é dos bois. E toda vez que você for pegar o boi, peça por favor. Mesmo que ele não entenda, é você quem tem que entender. É você quem precisa do boi e não ele de você. Diga: boi, por favor, me ajude a arar a terra; boi, por favor, me ajude a puxar o engenho”. Antes de montar no cavalo, tio Norberto dizia: “Meu cavalo velho, por favor me desculpe, eu andei muito com meus próprios pés, hoje preciso de sua ajuda”. É assim o povo quilombola. Todos os ensinamentos que recebi foram a partir da natureza. Mãe Joana contava que as abelhas foram aprender a fazer mel e a mestra das abelhas disse: “O mel é feito da flor”; aí o marimbondo vuuu! – Foi embora. Até hoje ele não faz mel – porque não escutou o resto da conversa. Com isso Mãe Joana me ensinou a escutar. Os animais nos ensinam muito. [...]
BISPO, Nêgo. Começo, meio e começo. [Entrevista cedida a] André Gonçalves, Maurício Pokemon, Samária Andrade, Wellington Soares, Maria Sueli Rodrigues de Sousa. Revista Revestrés, [Teresina], n. 50, 25 mar. 2022. Disponível em: https://revistarevestres.com.br/entrevista/comeco-meio-e-comeco/. Acesso em: 30 maio 2022.
a) Logo após o título da entrevista, são apresentadas ao leitor algumas informações sobre Nêgo Bispo. Em sua opinião, elas são necessárias? Justifique sua resposta.
b) O gênero entrevista tem uma função social muito importante e é essencial para a difusão do conhecimento, a formação de opinião e o posicionamento crítico da sociedade. Você acha que o trecho lido cumpre esse propósito comunicativo? Por quê?
4. Você aprendeu algo que não sabia com a leitura desse trecho da entrevista? Compartilhe oralmente suas considerações com os colegas e o professor. Resposta pessoal.
5. a) Ser um dos criadores e dirigir a Conaq, órgão que representa as comunidades negras rurais quilombolas,
5. Releia o boxe Saiba mais apresentado antes do trecho da entrevista.
a) Resgatando as informações que constam no boxe e no começo do trecho da entrevista, que características habilitam Nêgo Bispo a falar sobre o povo quilombola e dão credibilidade ao que ele diz?
ter livros publicados e fazer palestras em universidades públicas por todo o Brasil.
b) O entrevistado só estudou até o 9 o ano e, portanto, não tem a mesma escolaridade do autor do texto didático, que é mestre em Filosofia. Você teve dificuldade para entender alguma das informações apresentadas por Nêgo Bispo na entrevista? Justifique sua resposta.
Espera-se que os estudantes reconheçam que não, pois as informações foram apresentadas pelo entrevistado de forma clara e compreensível para qualquer leitor e são bem formadas, seguindo o sistema de regras da língua.
PROPOSIÇÕES
Verifique se os estudantes compreendem a importância de saber realizar as adequações linguísticas, em situações comunicativas diversas, e instigue-os a refletir sobre o preconceito linguístico, muitas vezes presente na comunicação diária. Ressalte que não há um modo mais acertado ou menos acertado de
falar, mas sim que há diferentes maneiras de falar, a depender da situação comunicativa. Comente que são as normas culturais e sociais que definem a adequação de fala.
Ao fazer uso da língua, o falante não só precisa construir sentenças bem formadas, como também ficar atento às normas de adequação. São essas normas que lhe
REALIZAÇÃO
Atividades
6. Leia os conceitos a seguir.
Competência linguística refere-se ao conhecimento internalizado que o falante tem das regras para formar e entender sentenças na língua. Desempenho é o uso efetivo da língua pelo falante, considerando o contexto social e cultural.
• Considerando essas informações, é possível afirmar que na entrevista Nêgo Bispo mostra ter competência linguística e desempenho adequados à situação de comunicação? Justifique sua resposta.
Nos trechos analisados, o autor do texto didático e o entrevistado demonstram ter competência linguística e desempenho adequados, pois ambos produzem sentenças bem formadas, que estão de acordo com as regras do sistema de língua que internalizaram, e conseguem atingir os propósitos comunicativos.
Competência comunicativa é o que possibilita ao falante saber o que falar, como falar e com quem falar nas diferentes situações comunicativas que se fizerem necessárias. Envolve, portanto, as noções de competência linguística e de desempenho.
Quando está interagindo com os colegas, conversando ou trocando ideias, em um bate-papo informal, por exemplo, você usa uma linguagem menos monitorada, mais descontraída, porque a situação de comunicação o permite.
Mas quando você vai fazer uma apresentação oral na sala de aula, como representante do grupo, a linguagem empregada deverá ser mais monitorada, menos descontraída, já que a situação de comunicação é formal e exige maior adequação à norma-padrão por parte do falante.
ATIVIDADES
6. Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois Nêgo Bispo comunica-se com eficiência e produz sentenças bem formadas, evidenciando sua competência linguística; o desempenho é evidente, pois o falante adéqua sua fala à situação de comunicação: uma entrevista a uma revista especializada.
1. Os textos a seguir são trechos de dois poemas de cordel, ambos escritos pelo poeta Patativa do Assaré. Leia-os.
TEXTO 1
O poeta da roça
Sou poeta das brenha, não faço o papé De argum menestré, ou errante cantô Que veve vagando, com sua viola, Cantando, pachola, à percura de amô.
PLOTULITSTOCKER/SHUTTERSTOCK.COM
Não tenho sabença, pois nunca estudei, Apenas eu sei o meu nome assiná. Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, E o fio do pobre não pode estudá.
ASSARÉ, Patativa do. O poeta da roça. In: ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá: filosofia de um trovador nordestino. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 20.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 119
dizem quando e como monitorar seu estilo. Além da adequação, os recursos linguísticos são outro requisito importante para a competência comunicativa. Esses recursos são, por exemplo, os conhecimentos gramaticais ensinados na escola.
Aproveite o início das propostas de Atividades para avaliar o que os estudantes apreenderam
do conceito de competência comunicativa adequada à situação de linguagem. Se considerar produtivo, desenvolva, antes da realização delas, um trabalho de pesquisa sobre variedades linguísticas do Brasil.
10/08/22 13:28
1. Promova uma reflexão sobre os diferentes contextos sociais que esses poemas de cordel produzem sobre as distinções em expressões formais, estilísticas e linguísticas que esses contextos determinam, abrangendo-se a multimodalidade e a multissemiose. Trabalhe com os poemas de cordel, considerando as práticas sociais em que surgem e se perpetuam, bem como os sentidos que geram. Importante informá-los sobre a relevância do cordel como expressão literária, tendo em vista que compreende não apenas suas letras e a música, mas também exprime valores, maneiras de pensar e a identidade cultural de diversos brasileiros, sendo considerado um patrimônio cultural. Realize a leitura compartilhada dos textos em voz alta. Se achar conveniente, dê um tempo para que os estudantes preparem a leitura e possam dar o devido destaque ao ritmo e à musicalidade proporcionados pelas rimas. Solicite que treinem a entonação, lembrando sempre que é recitando de modo expressivo que os cordelistas atraem compradores para os seus folhetos. Se houver recursos, grave a leitura feita pela turma e, em seguida, reproduza as gravações em sala de aula. Assim, os estudantes poderão perceber a relação entre o texto e a oralidade típica do gênero.
REALIZAÇÃO
Atividades
1. Explique que Patativa do Assaré apresenta em seus textos uma linguagem simples, mas extremamente poética.
2. Verifique se os estudantes percebem que, nos versos, o cordelista retrata com sensibilidade a vida no sertão e o povo nordestino.
3. e 4. Realizadas as atividades, comente que Patativa do Assaré é o nome pelo qual ficou conhecido Antônio Gonçalves da Silva (1909-2002), um dos mais importantes poetas cearenses do século XX, que nasceu e morreu na cidade de Assaré, no Ceará. De origem pobre, precisou ajudar a família e foi trabalhar no plantio e no cultivo de terra após perder o pai, aos oito anos de idade. Mesmo com uma vida dura, nunca perdeu o amor pela poesia e criava poemas mentalmente sobre a vida, a terra e a gente que chamava de sua.
5. Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois, nos trechos dos dois poemas, o autor apresenta sentenças bem formadas e compreensíveis, adequando a linguagem para uma modalidade mais monitorada ou menos monitorada e mais próxima dos contextos rural ou urbano dependendo do eu lírico a que ele quer dar voz em cada poema e das situações culturais que deseja representar. Observa-se sua competência também na escolha de palavras que requerem um conhecimento semântico amplo e um domínio de recursos comunicativos necessários à produção de sentidos.
6. O objetivo desta atividade é fazer com que os estudantes
TEXTO 2
Caboclo roceiro
1. a) Com a finalidade de criticar os cantores e músicos que vivem em busca de sucesso e de amor e, ao mesmo tempo, valorizar o poeta “das brenha” que, mesmo sem estudo e com poucas posses, faz o seu trabalho.
Caboclo roceiro das plagas do norte, Que vives sem sorte, sem terras e sem lar, A tua desdita é tristonho que canto, Se escuto teu pranto, me ponho a chorar.
Ninguém te oferece um feliz lenitivo, És rude, cativo, não tens liberdade. A roça é teu mundo e também tua escola, Teu braço é a mola que move a cidade.
2. a) Um povo sofrido e trabalhador, que luta todos os dias pela própria sobrevivência.
ASSARÉ, Patativa. Caboclo roceiro. In: ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá: filosofia de um trovador nordestino. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 99.
VOCABULÁRIO
Brenha: floresta espessa, matagal.
1. b) Revela que, apesar do pouco estudo e de só saber assinar o próprio nome, ele tem um vasto conhecimento de mundo.
Menestré: forma oral de menestrel; poeta, músico.
Pachola: orgulhoso, vaidoso.
Sabença: forma oral de sabedoria
Plagas: região.
Desdita: infelicidade, desventura.
Lenitivo: alívio, consolo.
2. b) As estrofes tratam de um nordestino que vive de um lugar para o outro em busca de um emprego para tirar o seu sustento e que, geralmente, tem pouco estudo formal, pois sua escola é a roça.
a) Nos versos do texto 1, com que finalidade o eu lírico faz referência ao menestrel?
b) Menestrel é o nome dado ao artista da corte ou ambulante que, a serviço de senhores, recitava e cantava poemas em versos nas cortes dos reinos da Idade Média. O que o uso desse termo no poema “O poeta da roça” revela sobre o eu lírico?
2. Agora, responda aos itens a seguir de acordo com o texto 2
a) Que visão do povo nordestino é retratada nas estrofes do poema “Caboclo roceiro”?
b) Que valores sociais, humanos e culturais podem ser inferidos sobre o nordestino com base nas estrofes apresentadas?
3. Nos trechos dos dois poemas é enfatizado o pouco
estudo do poeta e do caboclo. Espera-se que os estudantes infiram que, na época em que os poemas foram
3. O que há de comum entre o poeta da roça e o caboclo roceiro quanto à escolaridade? Em sua opinião, por que esse aspecto é ressaltado nos dois trechos?
4. Compare a linguagem utilizada e a forma como as palavras foram escritas nos dois trechos.
a) O que você observou?
elaborados, essa era a realidade de muitas cidades, municípios e entornos, o que levou o autor a ressaltar esse aspecto em seus poemas, para chamar a atenção das pessoas para o problema.
b) Considerando que os dois trechos foram escritos pelo mesmo autor, que efeito de sentido a linguagem utilizada nos poemas pretende produzir?
5. É possível afirmar que os trechos dos dois poemas revelam a competência comunicativa de Patativa do Assaré? Justifique sua resposta.
4. a) Na composição do texto 1, é empregada uma linguagem que se aproxima da modalidade oral menos monitorada e usada em contextos rurais; no texto 2, é empregada uma linguagem mais monitorada e que obedece à norma-padrão.
6. Em grupo, selecionem um programa de TV ou um podcast com entrevistas para um público mais especializado e outro com entrevistas para um público jovem.
• Gravem esses trechos com o auxílio de um celular para poder analisá-los.
• Revejam ou ouçam novamente os trechos gravados e observem se: os entrevistados têm competência linguística e que elementos levam a essa conclusão; há adequação da linguagem à situação de comunicação e ao público-alvo da entrevista; os entrevistados demonstram conhecer os recursos linguísticos e que exemplos da entrevista confirmam isso.
• Registrem as conclusões do grupo em uma síntese no caderno e, em data combinada com o professor, apresentem-nas oralmente para os demais grupos. 6. Respostas pessoais.
4. b) No texto 1, ao buscar reproduzir a linguagem usada em contextos rurais, o autor dá voz ao “poeta das brenha” e ao que ele representa; no texto 2, a linguagem mais monitorada e sem desvios da norma-padrão busca representar a voz de alguém do mundo urbano falando sobre o “caboclo roceiro”.
percebam que é a competência comunicativa que possibilita ao falante usar a língua de forma adequada às diversas situações interacionais. Além disso, a atividade promove um trabalho associado às metodologias ativas, pela organização dos estudantes em grupos para a análise de entrevistas, e ao pensamento computacional, já que eles terão de
verificar padrões entre as entrevistas selecionadas para observar determinados aspectos e, ao final, elaborar a conclusão do grupo. Previamente, combine com a turma de que maneira eles poderão expor as conclusões da atividade e qual será a data. Deixe os grupos à vontade se quiserem apresentar trechos das entrevistas selecionadas.
BNCC
RELATÓRIO CAPÍTULO2
Para valorizar as diferentes culturas e ajudar a preservá-las, é necessário conhecê-las melhor. O texto que você vai ler a seguir é o relatório de uma aula de campo realizada na Reserva Pataxó da Jaqueira, comunidade indígena localizada em Porto Seguro (BA), com estudantes do Ensino Médio do Instituto Federal da Bahia (IFBA).
Essa aula faz parte de um projeto de pesquisa desenvolvido por professores e um estudante de licenciatura do Instituto e colocou os jovens em contato com os hábitos e os saberes desse povo indígena.
Antes de ler o relatório, estabeleça hipóteses: O que pode caracterizar uma aula de campo? Quais conhecimentos os estudantes poderão adquirir por meio dessa aula? Que componentes curriculares poderão estar relacionadas aos conhecimentos apreendidos? Respostas pessoais.
TEXTO
Leia o texto silenciosamente para conhecer o roteiro da visitação e saber o que os estudantes aprenderam nessa visita. Em seguida, releia seguindo as orientações do professor.
[...] Relatos sobre a visita à Reserva Pataxó da Jaqueira
Participaram dessa experiência 23 alunos, sendo 17 do sexo feminino e 6 do sexo masculino, com faixa etária média entre 15 a 17 anos. A visita foi realizada com a supervisão de três professores do IFBA, que puderam orientar os alunos quanto aos aspectos relacionados à proposta da visita e sobre o questionário (composto por 26 questões objetivas e subjetivas) a ser respondido ao final da experiência.
Os visitantes, ao chegarem à RPJ [Reserva Pataxó da Jaqueira], foram recepcionados por um monitor indígena que deu as boas-vindas e os direcionou para o centro da aldeia. Esse trajeto é feito em meio da Mata Atlântica e dura em média 15 a 20 minutos de caminhada a partir do portão de entrada na Reserva. Na Figura 3 podem-se observar o trajeto realizado durante a visita e os pontos principais de parada. Vale ressaltar que o desenho (etnomapa) foi feito por um dos indígenas que residem na RPJ, Vitor Vulga dos Santos, e que compõe a equipe de colaboradores da pesquisa.
Ao chegar ao centro da aldeia, os alunos assistiram a uma palestra informativa no Kijeme central, proferida por Nitynawã, uma das lideranças da aldeia [...]. Nessa palestra, os alunos puderam ouvir um breve relato sobre a história dos Pataxó no Extremo Sul da Bahia, com destaque para fatos importantes como a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal, que fica 156 km ao sul de Porto Seguro, e o “Fogo de 51”, um dos mais significativos episódios de resistência e
PROPOSIÇÕES
O texto apresentado é um relatório, gênero textual do campo de estudo e pesquisa, sobre uma aula de campo realizada na aldeia Pataxó da Jaqueira. Retome os procedimentos de leitura, por meio dos quais é possível identificar o gênero textual e sua intencionalidade.
Levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o relatório. Comente tratar-se de um gênero textual bastante utilizado por estudantes e profissionais para divulgar resultados de um trabalho, sendo utilizado também para registrar participações em seminários, congressos etc.
Em seguida, leia o texto introdutório e pergunte se já participaram de uma aula de
Habilidades do Capítulo 2
TEXTO
• EF69LP29
• EF69LP34
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP29
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP29
• EF69LP31
• EF69LP33
• EF69LP34
PALAVRA ABERTA
• EF69LP30
• EF69LP32
• EF69LP34
• EF69LP42
• EF69LP43
• EF89LP27
• EF08LP16
• EF69LP35
• EF69LP38
• EF69LP41
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP16
• EF69LP29
• EF69LP55
• EF69LP56
• EF89LP16
• EF89LP27
• EF89LP29
• EF08LP15
PRODUÇÃO MULTIMODAL
• EF69LP07
• EF69LP08
• EF69LP12
• EF69LP37
• EF89LP08
• EF89LP09
• EF89LP13
• EF89LP24
• EF89LP25
campo. Se necessário, explique que são aulas realizadas fora do espaço físico da sala de aula. Geralmente, são consideradas aulas de campo as visitas em que os estudantes podem, por exemplo, observar in loco fenômenos naturais, como conhecer um parque nacional para estudar a fauna, a flora e o relevo de uma região, ou visitar uma cidade ou região para conhecer monumentos históricos e arquitetônicos e a história do lugar. Até mesmo atividades didáticas realizadas no pátio ou na comunidade podem ser consideradas aulas de campo.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Várias estratégias podem ser propostas para a leitura do relatório, entre elas a leitura oral compartilhada. Caso opte por ela, faça paradas estratégicas a fim de verificar a compreensão do texto e manter o interesse na leitura, realizando perguntas que incentivem os estudantes a imaginar as etapas da visita à Reserva Pataxó da Jaqueira. Chame a atenção para os conectivos temporais, como em seguida, logo após, ao término, e pergunte se acham que seria possível escrever o relatório sem usá-los. Espera-se que percebam a importância desses operadores textuais na composição do texto, pois eles organizam cronologicamente a apresentação das ações realizadas.
Na parte em que aparecem os gráficos, recomenda-se destinar um tempo para que os analisem e compreendam por que foram anexados ao relatório. É importante perceberem que, nesse gênero textual, os recursos visuais não são meramente ilustrativos, mas contribuem para a produção de efeitos de sentido.
REALIZAÇÃO
Durante a leitura, solicite que anotem no caderno o roteiro seguido pelos estudantes do IFBA na aula de campo.
I. Roteiro: 1. entrada principal; 2. centro da aldeia – Kijeme central; 3. viveiro de mudas; 4. Kijeme do pajé; 5. Kijeme típico pataxó; 6. Trilha da Lagoa Seca; 7. centro da reserva.
Depois, peça-lhes que comparem o roteiro que fizeram ao roteiro do etnomapa, observando se são iguais, se há diferenças e a que eles atribuem essas diferenças. Espera-se que os estudantes reconheçam que há diferenças: no etnomapa, há mais informações, como a escola, o campo de futebol, a cozinha comunitária
luta indígena, onde uma aldeia foi invadida e incendiada, ao que tudo indica a mando de policiais, o que deflagrou um longo período de conflitos e dispersão dos Pataxó pela região como estratégia de sobrevivência ao risco de genocídio. A palestra foi finalizada com um Awê e, em seguida, o monitor conduziu os alunos para dar continuidade ao roteiro de visitação.
A segunda parada de visitação foi no viveiro de mudas de espécies nativas e que são utilizadas pela comunidade para diversos fins, como confecção de artesanatos, alimentação, tratamentos de saúde, bem como o próprio reflorestamento da Mata Atlântica, a exemplo das mudas de pau-brasil e jacarandá, espécies em risco de extinção. [...]
Em seguida, os alunos passaram pelo Kijeme do Pajé [...], onde conheceram um pouco sobre as principais ervas medicinais utilizadas pelos Pataxó e como se dá a utilização delas. [...] Logo após a vivência na habitação do Pajé, os alunos foram encaminhados a outro Kijeme, onde o monitor apresentou o repertório material de uma habitação típica Pataxó, com seus móveis e utensílios, aproveitando para narrar com mais detalhes aspectos do cotidiano da comunidade.
Em seguida, deu-se início a outra etapa da visitação, na qual os visitantes foram levados a fazer o percurso dentro da mata, na Trilha da Lagoa Seca, com extensão média de 1 160 metros (Figura 6a). [...] Ao longo do percurso existiam armadilhas de caça posicionadas para que os visitantes pudessem observar as estratégias de subsistência desenvolvidas pelos indígenas. Em cada parada os monitores explicavam as armadilhas e seus objetivos, simulando o seu funcionamento para a melhor compreensão dos alunos, sempre deixando claro que estes recursos não são mais utilizados na atualidade (Figura 6b).
e o Kijeme de artesanato e pinturas típicas; é importante que eles infiram que, como a visita se encerrou no centro da aldeia, os estudantes do IFBA poderiam escolher quais locais gostariam de visitar, daí não fazer parte do roteiro fixo de visita.
Em seguida, peça aos estudantes que localizem no relatório e copiem, no caderno, os trechos que indicam:
a) as espécies animais observadas pelos estudantes;
b) parte de plantas que têm utilização medicinal;
c) ligação do que foi visto no passeio com os componentes curriculares da escola;
d) presença de mosquitos, aranhas, borboletas, formigas, cupim, macacos, pássaros, patos, cachorros e galinhas;
Outro fator importante a ser ressaltado sobre aulas de campo é a possibilidade de realizar trabalhos interdisciplinares.
Figura 3: Etnomapa da Reserva Pataxó da Jaqueira com o roteiro de visitação. Fonte: ilustração elaborada por Vitor Vulga, fev. 2018.Figura 6: Entrada da Trilha da Lagoa Seca (6a) e demonstrativo de armadilha
Ao término do percurso pela trilha e de volta ao centro da Reserva, os monitores se despediram dos alunos, orientando-os a usufruir um pouco mais dos costumes da comunidade, podendo visitar o Kijeme que vende artesanatos típicos, descontrair com o arco e flecha e com os animais, ou ainda fazer pinturas corporais tipicamente indígenas [...].
A Reserva Pataxó da Jaqueira sob o olhar socioambiental dos alunos de nível médio do IFBA
Após realização da visita, os alunos responderam a um questionário contendo 26 [...] questões abertas e fechadas sobre a percepção que tiveram com relação aos itens que puderam observar durante o passeio.
Na Figura 10.1, pode-se notar que os alunos observaram e identificaram [...] os elementos da flora e da fauna mais utilizados na confecção dos trajes indígenas, sendo que os itens mais citados são as penas de animais e a madeira. [...]
a) Você identificou quais os elementos da flora e da fauna que foram utilizados na confecção dos trajes indígenas? Em caso afirmativo, marque quais.
penas diversas ossos de animais madeira sementes tecido
pelos de animais
Pesquisa de imagens
Proponha à turma uma pesquisa de imagens da Reserva Pataxó da Jaqueira. Inicialmente, peça que pesquisem imagens em sites de busca.
Reunidos em duplas ou trios, eles deverão selecionar de duas a quatro imagens que, na opinião do grupo, sejam suficientes para que o público tenha uma ideia do que é a reserva. Em seguida, deverão identificar a fonte das imagens (em que sites foram publicadas originalmente, quem foi responsável pela fotografia ou ilustração). Em uma próxima etapa, deverão montar um painel (físico ou digital) com as imagens, juntamente com legendas explicativas e referências. Reserve um momento para a apresentação dos painéis e, após a exposição, forme uma roda de conversa sobre o modo de vida dos indígenas da reserva e sua relação com os visitantes, comparando-os às atividades descritas no relatório.
Figura 10.1: Identificação de elementos da natureza utilizados na cultura indígena. Fonte: alunos do IFBA.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 123
Explique que o Instituto Federal da Bahia (IFBA) é uma instituição de ensino profissional que oferece ensino médio, técnico, superior e pós-graduação.
Solicite que observem as ilustrações, os gráficos e as fotografias que acompanham a transcrição do relatório e pergunte o que esperam encontrar no texto escrito. Anote as respostas para posterior confirmação.
05/08/22 17:24
POVOS Indígenas do Brasil. [S. l.], [200-?]. Site. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/ pt/P%C3%A1gina_principal. Acesso em: 4 jul. 2022.
O link, recomendado ao professor e estudantes, dá acesso ao portal Povos Indígenas do Brasil. Na página inicial, é possível clicar em uma das várias denominações de etnias indígenas e obter informações confiáveis e imagens sobre elas.
REALIZAÇÃO
Pergunte aos estudantes se eles imaginam qual seria o público-alvo do relatório, ou seja, seus leitores. Para isso, peça que localizem, no final do texto, o suporte em que o relatório foi publicado: a revista Educação Ambiental em Ação, direcionada a educadores e interessados na temática da educação ambiental. Peça que localizem as “Considerações finais” e as “Referências” e questione-os sobre o que essas partes significam.
PARA ACESSAR
SOUSA, Cristiane Aureliano de; MEDEIROS, Monalisa Cristina Silva; SILVA, José Adailton Lima; CABRAL, Laíse Nascimento. A aula de campo como instrumento facilitador da aprendizagem em Geografia no Ensino Fundamental. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 16, n. 22, out 2016. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj. edu.br/artigos/16/22/a-aula-decampo-como-instrumento-facili tador-da-aprendizagem-emgeografia-no-ensino-fundamental. Acesso em: 5 jul. 2022.
Nesse artigo, recomendado para o professor, os autores se propõem a defender as aulas de campo como metodologia e ferramenta didática, exemplificando com atividades da área de Geografia.
EDUCAÇÃO Ambiental em Ação. Revistaea, [Nova Hamburgo], [200-?]. Disponível em: www. revistaea.org/. Acesso em: 5 jun. 2022.
O portal da revista Educação
Ambiental em Ação, recomendado para o professor, no qual foi publicado o relatório lido, oferece artigos científicos, relatos de experiências, notícias e curiosidades sobre educação ambiental.
Os resultados indicam que os alunos demonstraram ter tido uma boa observação do espaço, ao identificarem importantes elementos ligados ao meio ambiente e à cultura indígena. [...]
Quanto à observação de elementos naturais desconhecidos [...], a maioria dos estudantes (57%) registrou que a visita lhes permitiu observar elementos que nunca tinham visto, sendo que alguns destacaram a presença de alguma espécie de árvore ou erva medicinal. Este aspecto evidencia que, embora envoltos pela Mata Atlântica, há desconhecimento dos recursos naturais deste bioma e, portanto, de suas espécies endêmicas. Ao serem questionados sobre se seriam capazes de identificar pelo nome alguma espécie animal observada, a maioria destacou a presença de mosquitos, aranhas, borboletas, formigas, cupim, macacos, pássaros, patos, cachorros e galinhas. Apenas cinco alunos relataram que não observaram nenhum animal durante o passeio.
[...]
A Figura 12 apresenta questões relacionadas à observação sobre a dinâmica e uso dos recursos florestais e representa um indicativo de como a comunidade da Jaqueira consegue articular, de forma sintética, um volume de informações necessárias para que os visitantes consigam dimensionar a relação cultura e ambiente, mesmo em face da possível limitação de conhecimentos prévios.
A questão referente à presença de vegetação primária ou secundária (Figura 12A) demonstrou que a maioria dos alunos (86%) acertou a resposta ao afirmar que os dois tipos de vegetação compõem a Reserva. Quando questionados sobre a diversidade de mudas no viveiro destinadas ao reflorestamento (Figura 12B), parte expressiva (87%) foi assertiva quanto à dimensão desta diversidade ao informar que mais de 8 espécies estavam representadas. Ao serem levados a responder sobre que partes das plantas têm utilização medicinal pelos indígenas (Figura 12C), a grande maioria (96%) demonstrou ter conhecimento de que todas as partes podem ter potencial de uso, a depender da espécie e finalidade do medicamento a ser elaborado.
a) Acredita que a trilha visitada possui vegetação primária ou vegetação secundária?
b) Quantas espécies de plantas possui o viveiro de mudas dentro da Reserva?
c) Quais partes das plantas têm utilização "medicinal" para os indígenas?
da planta, a depender do que será preparado.
[...]
Foi possível perceber que as atividades desenvolvidas em ambientes naturais agradam aos alunos em dois sentidos: primeiro pela presença de elementos novos (como as árvores e as plantas nativas) e, segundo, pelos aspectos revelados aos órgãos sensoriais, como o cheiro, a beleza, a cor, o canto dos pássaros e o vento. Tais sensações não poderiam surgir no contexto de uma aula tradicional e elas foram responsáveis pelo prazer e o encantamento surgidos durante a aula de campo (SENICIATO; CAVASSAN, 2004).
Quando questionados sobre a ligação do que foi visto durante o passeio com as disciplinas que fazem parte do currículo escolar, a maioria opinou que tem ligação com praticamente todas as disciplinas, com destaque para a disciplina de História, já que a história indígena é parte de vários aspectos históricos do Brasil, como o próprio “Descobrimento” do Brasil; a disciplina de Meio Ambiente e Energia, pois foi possível observar vários elementos da natureza durante todo o passeio; e a disciplina de Educação Física devido aos trajetos realizados (caminhadas, subidas e esforços físicos).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...]
A visita realizada permitiu aos alunos articular diversos conhecimentos voltados à educação ambiental em integração com saberes relacionados à cultura, sociedade e ambiente. Dialogaram sobre questões como preservação da fauna e flora; discutiram as possibilidades de maior integração entre eles e a cultura indígena e observaram o que a comunidade pode incrementar para melhorar o atendimento aos visitantes. São atividades dessa natureza, que ultrapassam os muros da escola, que possibilitam aos alunos ter uma melhor percepção de que a manutenção de todas as formas de vida do planeta depende do equilíbrio entre culturas e ambiente. [...]
REFERÊNCIAS
[...]
CASTRO, M. S. M. Reserva Pataxó da Jaqueira: o passado e o presente das tradições. 2008. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2008. 137 p.
SENICIATO, Tatiana; CAVASSAN, Osmar. Aulas de campo em ambientes naturais e aprendizagem em Ciências: um estudo com alunos do ensino fundamental. Ciência & Educação, Bauru, v. 10, n. 1, p. 133-147, 2004.
RIBEIRO, Deisiane Barreto et al. A trilha da Reserva Pataxó da Jaqueira como instrumento de educação socioambiental para estudantes de nível médio. Educação ambiental em ação, v. XVII, n. 65, set./nov. 2018. Disponível em: http://revistaea.org/pdf/artigo-003430.pdf. Acesso em: 30 maio 2022.
REALIZAÇÃO
Retome as hipóteses levantadas antes da leitura e, caso alguma delas não tenha se concretizado, questione-os por quê. Lembre-os de que o objetivo do levantamento de hipóteses não é adivinhar do que trata o texto, mas refletir sobre as pistas que ele oferece no intuito de preparar estratégias de leitura condizentes ao gênero textual.
VOCABULÁRIO
Etnomapa: representação cartográfica de terras indígenas elaborada por indígenas brasileiros.
Kijeme: moradia (em patxohã, língua do povo pataxó).
Deflagrou: provocou, gerou. Genocídio: exterminação de indivíduos.
Awê: ritual sagrado de cantos e danças.
Subsistência: sustento, sobrevivência.
Usufruir: aproveitar, desfrutar.
Bioma: comunidade de plantas e animais adaptados à região e a fatores ambientais (clima, relevo etc.) específicos.
Endêmicas: nativas.
Assertiva: afirmativa.
e crônicas), mas expor dados para contribuir na construção do saber. Peça que comparem a linguagem do relatório com a utilizada em poemas, contos e crônicas. Espera-se que percebam que a subjetividade e a linguagem informal não são adequadas no relatório, pois ele exige uma abordagem objetiva por meio da predominância do registro formal. Enfatize a importância dos textos desse campo para a disseminação do conhecimento.
Converse também acerca do tema do relatório. Pergunte se ficaram curiosos sobre o modo de vida dos indígenas, se gostariam de conhecer uma reserva indígena e por quê. Peça que analisem o etnomapa e que o comparem com um mapa convencional.
O relatório faz parte do trabalho de pesquisa “A trilha da Reserva Pataxó da Jaqueira como instrumento de educação socioambiental para estudantes de nível médio”, desenvolvido pelos professores do Instituto Federal da Bahia (IFBA) Deisiane Barreto Ribeiro, Ana Cristina de Sousa, Thyane Viana da Cruz e André Búrigo Leite e pelo estudante Vitor Vulga dos Santos, indígena da Reserva Pataxó da Jaqueira.
Pergunte o que acharam do relatório. Como se trata de um gênero textual do campo das práticas de estudo e pesquisa, a leitura pode ter sido considerada difícil por alguns. Nesse caso, explique que, diferentemente dos gêneros textuais do campo artístico-literário, o objetivo precípuo não é divertir (ou levar o leitor à reflexão por meio da ficção ou de uma visão subjetiva da realidade, como no caso de contos
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Verbete: multiculturalismo Para que os estudantes tomem contato com o conceito de multiculturalismo, proponha que, em duplas, realizem uma pesquisa em dicionários e enciclopédias sobre o termo. Com base nas informações encontradas, solicite que elaborem um conceito, utilizando a estrutura e a linguagem dos verbetes (“Multiculturalismo é...”). A seguir, peça que localizem imagens que, na opinião da dupla, poderiam ilustrar o verbete. Lembre-os de escrever uma legenda explicativa para cada imagem, creditar e também registrar as fontes usadas na pesquisa.
Reserve um tempo para que façam a produção final, que pode ser realizada tanto em papel como em arquivo digital a ser publicado no blogue da turma, por exemplo. Ao final do módulo, retome os verbetes para verificar se gostariam de acrescentar alguma informação.
PROPOSIÇÕES
Em Conversando sobre o texto, promova o compartilhamento de ideias, conhecimentos e experiências a partir do texto lido.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Incentive os estudantes a compartilhar suas ideias, explicitando as informações que mais os surpreenderam e por quê. Eles podem citar a organização hierárquica da aldeia, o uso de plantas para diversos fins, projetos de reflorestamento, o estilo de moradia etc.
2. Espera-se que eles considerem a preservação da cultura indígena importante porque, dessa forma, os povos indígenas podem manter viva sua própria história e se fortalecer na luta por direitos.
3. Reserve um momento para que eles troquem experiências. Caso ainda não tenham participado de nenhuma aula de campo, levante as expectativas que teriam caso ocorresse, perguntando que lugar gostariam de visitar e o que gostariam de aprender.
PROPOSIÇÕES
As atividades de Explorando o texto permitem o trabalho de inferência com os estudantes, possibilitando acionar os conhecimentos prévios deles sobre o assunto e verificar as hipóteses elaboradas a respeito do texto lido. Sugere-se a possibilidade de organizar a turma em duplas, favorecendo a interação, a troca de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades de comunicação e colaboração.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Alguma informação sobre o modo de vida ou sobre a história dos pataxó surpreendeu você? Por quê? Respostas pessoais.
2. Em sua opinião, é importante que os povos indígenas preservem sua cultura? Justifique. Resposta pessoal.
3. Você já participou de alguma aula de campo organizada pela escola? Como foi essa experiência? Compartilhe com os colegas. Respostas pessoais.
1. a) Deixar registradas todas as experiências realizadas nessa aula e o aprendizado adquirido; ao mesmo tempo, o registro pode incentivar outros profissionais da área de educação a fazer experiências de aula em ambientes diferentes, fora da escola.
2. Em ambientes acadêmicos, uma vez que o relatório foi escrito por professores e por um estudante de licenciatura de uma instituição de Nível Superior; pode circular também em escolas ou ambientes ligados à educação.
3. Essas informações conferem credibilidade ao relato, pois o estudante vive naquele ambiente e, portanto, tem conhecimento para escrever com propriedade sobre a reserva e para elaborar o etnomapa.
4. a) É possível concluir que os estudantes tiveram um bom aproveitamento da visitação, pois a maioria das respostas a essas perguntas demonstra que eles conseguiram absorver grande parte das informações que obtiveram durante a aula de campo.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
1. b) Essas informações possibilitam que o leitor se aproprie de conhecimentos significativos a respeito das tradições indígenas, ampliando, assim, seu entendimento sobre esses povos; além disso, possibilitam a integração entre o mundo indígena e o não indígena, o que contribui para o desenvolvimento do respeito e da valorização dessas culturas.
1. O relatório que você leu descreve a visita de estudantes a uma reserva indígena.
a) Considerando o relato, qual é a importância de fazer o registro dessa experiência?
b) Releia as anotações que você fez no caderno durante leitura orientada pelo professor. De que forma essas informações podem ampliar seu conhecimento de mundo?
2. De acordo com as informações apresentadas sobre os autores do relatório, onde é possível que esse texto circule?
3. No relatório, ressalta-se que o colaborador da pesquisa Vitor Vulga dos Santos é um indígena residente da reserva e autor do etnomapa. Qual é a relevância dessas informações para o relatório?
4. Os gráficos apresentam dados obtidos por meio da aplicação de um questionário entre os estudantes que participaram da aula de campo.
4. b) Sugestão de resposta: De acordo com a observação dos estudantes, os elementos da fauna e da flora mais utilizados na confecção dos trajes indígenas
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
a) Analisando esses gráficos, o que é possível concluir a respeito do que os estudantes compreenderam da aula?
b) Releia o gráfico da Figura 10.1 e transforme o conteúdo apresentado em um texto escrito, de acordo com as informações da legenda.
As legendas em um gráfico identificam os diferentes grupos de dados. são: as sementes (13%); em seguida, na mesma proporcionalidade (12%), penas e madeira; pelos de animais (10%); ossos de animais (7%); tecido (3%); e outros elementos identificados no gráfico, mas sem referência na legenda.
1. a) Ajude a turma a inferir essa resposta e verifique a pertinência dos argumentos apresentados.
1. b) Espera-se que eles tenham anotado as espécies animais que observaram, os elementos culturais que consideraram novidade e as partes das plantas que têm utilização medicinal.
2. Ressalte a importância de identificar o público-alvo do texto como uma maneira de compreender sua estrutura organizacional e o uso de determinado nível de linguagem.
3. Verifique se eles percebem que essas informações dão credibilidade perante o leitor.
4. a) Explique que o gráfico deixa o conteúdo mais objetivo, direto e acessível para o leitor.
5. a) No ritual realizado no kijeme do pajé, na apresentação do uso das ervas medicinais, na simulação do funcionamento das armadilhas, nas pinturas corporais etc.
5. Releia este trecho do relatório, em que é feita uma comparação entre aula tradicional e aula de campo.
7. O uso das aspas na palavra indica um questionamento quanto à veracidade do
[...] Tais sensações não poderiam surgir no contexto de uma aula tradicional e elas foram responsáveis pelo prazer e o encantamento surgidos durante a aula de campo [...].
que é narrado na história oficial do Brasil, já que alguns historiadores defendem que o chamado descobrimento foi, na verdade, a invasão planejada de uma terra da qual já se tinha conhecimento; portanto, expressa um posicionamento crítico dos autores do relatório.
a) Geralmente, a aula de campo traz uma proposta de aprendizagem com base em uma experiência prática. De acordo com o relatório, em que momentos da aula os estudantes puderam praticar os conhecimentos aprendidos?
b) Em sua opinião, em qual dessas modalidades de aula é possível aprender de maneira mais significativa? Por quê? Registre a resposta no caderno e depois a compartilhe oralmente com os colegas e o professor. Resposta pessoal.
6. No parágrafo das considerações finais, são apresentados os conhecimentos adquiridos pelos estudantes após a visita realizada à Reserva Pataxó da Jaqueira. Em sua opinião, qual dos aspectos citados é mais relevante? Por quê?
7. Releia o trecho a seguir.
6. Resposta pessoal. Sugestões de resposta: A preservação da fauna e da flora; a integração com a cultura indígena; e melhorias que podem ser feitas na reserva para melhor atender aos visitantes.
[...] já que a história indígena é parte de vários aspectos históricos do Brasil, como o próprio “Descobrimento” do Brasil [...].
• Por que a palavra Descobrimento foi empregada entre aspas?
O relatório é um texto expositivo, de caráter narrativo e descritivo, que relata, de forma organizada e objetiva, uma atividade, pesquisa ou trabalho desenvolvido em espaço profissional, escolar ou acadêmico. Tem como principal finalidade apresentar, a um leitor especializado no assunto, os resultados que foram obtidos no evento descrito.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
3. O etnomapa dá ao leitor a possibilidade de imaginar, de forma mais concreta, como é o espaço visitado durante a aula de campo, possibilitando-lhe uma visualização de toda a extensão da reserva e dos elementos que a compõem, como trilhas e kijemes
1. A introdução do relatório é uma parte muito importante, pois nela são apresentadas a atividade desenvolvida, seus objetivos e o método utilizado para alcançá-los.
a) Qual é a atividade descrita no relatório lido?
b) Qual era o objetivo dessa atividade?
c) Qual foi o método utilizado?
Uma aula de campo com estudantes do Ensino Médio.
1. b) Promover uma aula de educação ambiental fora do ambiente tradicional (sala de aula) e observar os resultados dessa experiência no aprendizado dos estudantes.
2. Logo após a introdução, há o desenvolvimento, parte em que a atividade é detalhada. Com base no relatório que você leu, por que é possível afirmar que essa é a parte mais importante?
3. A Figura 3 apresenta um etnomapa da Reserva Pataxó da Jaqueira. Qual é a importância dessa imagem no texto?
2. Porque é nela que os autores do relatório expõem as ações realizadas, descrevem toda a sequência de fatos e narram com detalhes o que viram, vivenciaram e aprenderam durante a aula de campo.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 127
4. b) Acompanhe de perto o trabalho dos estudantes, lendo os textos escritos por eles e apontando eventuais inadequações e aspectos que podem ser melhorados.
5. Solicite a retomada do texto para que localizem momentos da aula em que os estudantes puderam praticar os conhecimentos aprendidos. Se considerar interessante, proponha uma conversa sobre como consideram a
A parte do desenvolvimento traz a descrição da atividade realizada e pode conter imagens, gráficos, tabelas e outros recursos visuais.
7. Verifique se eles compreendem o uso das aspas para demonstrar ironia.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
1. Solicite aos estudantes que retornem ao texto e localizem o parágrafo da introdução (o primeiro). Note que, no parágrafo seguinte, já se inicia o relato da visita. Questione-os sobre a importância da contextualização inicial para o leitor.
2. Explique que o desenvolvimento do relatório é a parte mais extensa, em que deve conter referência a pesquisas feitas, assim como os dados alcançados no trajeto.
3. Após finalizar esta atividade, questione-os se todos os locais representados nesse mapa foram visitados, de acordo com o relatório. Espera-se que eles respondam que nem todos os locais foram visitados, como a cozinha comunitária, a escola e o campo de futebol.
09/08/22 11:19
própria aprendizagem, apontando em que momento acreditam que aprenderam de fato um conteúdo. Tomar consciência do processo de aprendizagem é uma forma de contribuir para que ele se complete de forma efetiva.
6. Reserve um momento para que os estudantes possam expor suas opiniões. Espera-se que eles se mostrem de acordo com os direitos humanos e a importância da pre
servação do meio ambiente.
1. c) Uma aula de campo (visita) em uma reserva indígena e, posteriormente, um questionário com 26 perguntas acerca da experiência na reserva.REALIZAÇÃO
4. Verifique se os estudantes compreendem que as etapas se complementam. Se necessário, ajude-os a inferir a resposta.
5. Comente que as fotografias servem para complementar e enriquecer o relatório.
6. Explique que a função dos gráficos é representar visualmente dados e informações numéricas com o objetivo de facilitar a interpretação.
7. Se julgar necessário, retome as referências que encerram o relatório para que os estudantes localizem os resultados obtidos por meio da atividade desenvolvida e as inquietações surgidas durante a experiência.
8. Explique que o uso de referências justifica corretamente de onde foram extraídas as informações. Comente também que essa ação consiste em uma questão ética, uma vez que é ilegal se apropriar de conteúdo sem creditá-lo.
9. Se necessário, explique que a linguagem monitorada é aquela que se opõe à linguagem espontânea, ou seja, é marcada pelo planejamento e pela atenção ao uso da norma-padrão.
10. Relembre os tempos verbais, se necessário. O uso do pretérito perfeito, tempo das ações realizadas e finalizadas no passado, é ideal para registrar as atividades realizadas anteriormente, como as registradas no relatório.
4. As etapas se complementam. A visita é a parte prática e motivadora, e o questionário é o recurso com o qual os pesquisadores avaliam o nível de aprendizagem dos estudantes e quais conhecimentos foram realmente apreendidos por eles durante a aula de campo.
O etnomapa é um registro cartográfico elaborado por indígenas que mapeia as regiões das aldeias e seus entornos, ajudando na proteção, na conservação e no manejo dos recursos naturais das terras indígenas. O elemento inicial etno- foi adotado para evidenciar o protagonismo indígena.
5. Essas fotografias mostram que os estudantes participaram ativamente da aula, além de contribuir para a construção do texto e permitir ao leitor visualizar alguns momentos descritos no relatório.
4. No relatório, são descritas duas etapas distintas da atividade desenvolvida: a aula de campo e o questionário após a visita. Qual é a importância dessas duas etapas na composição do texto?
5. As figuras 6a e 6b são fotografias feitas pelos próprios estudantes durante a aula de campo. Em sua opinião, com que objetivo elas foram inseridas no relatório?
6. Observe os gráficos apresentados no relatório. Que informações sobre a atividade descrita eles apresentam?
7. Ao final de um relatório, geralmente, são apresentadas as impressões dos autores sobre a atividade realizada. No caderno, transcreva as alternativas que indicam os elementos que você observou nas considerações finais do relatório lido.
A. Resultados obtidos por meio da atividade desenvolvida.
B. Opinião dos estudantes sobre a experiência vivida na reserva indígena.
6. Os gráficos foram construídos com base nas respostas ao questionário aplicado após a atividade, portanto apresentam informações acerca da aula de campo e a quantidade ou o percentual de respostas às respectivas perguntas.
8. Caso o leitor queira se aprofundar em alguma informação citada no texto, ele poderá buscar nas referências a obra do referido autor em que poderá consultar tal informação.
10. a) Esse uso se deve ao fato de que, na maior parte do relatório (o desenvolvimento), o registro é de uma atividade que já foi desenvolvida; por isso, ocorre a predominância desse tempo verbal, que contribui para o alcance da finalidade do texto: registrar uma experiência vivida.
Nas considerações finais ou conclusão são apresentadas observações finais sobre a atividade desenvolvida, informações sobre os dados obtidos, quais objetivos foram alcançados, entre outras informações.
C. Inquietações surgidas durante a experiência.
D. Sugestões de modificações que podem ser feitas em atividades futuras. Alternativas A e C
8. As referências que encerram o relatório informam quais foram as obras e os autores citados no texto. De que forma essas informações podem ser úteis para o leitor?
9. Por se tratar de um texto que descreve experiências e aprendizagens, o relatório apresenta linguagem mais monitorada, um registro formal. Transcreva no caderno as alternativas que indicam os aspectos que caracterizam esse registro no relatório. Alternativas A e B.
A. Uso de linguagem clara e objetiva, a fim de garantir a compreensão da atividade descrita.
B. Linguagem impessoal, em 3a pessoa, para marcar o distanciamento do autor do texto.
C. Uso de metáforas, para reforçar o caráter subjetivo do texto.
D. Emprego de verbos no imperativo com o intuito de instruir o leitor.
10. No relatório, predominam formas verbais no pretérito perfeito.
a) Considerando a finalidade do texto, a que se deve esse uso?
b) No último período das considerações finais são usadas formas verbais no presente do indicativo. Considerando as informações dessa parte do relatório, o que justifica o emprego de tal tempo verbal?
11. Os trechos narrativos do relatório apresentam muitas palavras e expressões que indicam tempo, como as que estão em destaque a seguir.
Trecho 1
Em seguida, os alunos passaram pelo Kijeme do Pajé [...].
Trecho 2
Logo após a vivência na habitação do Pajé, os alunos foram encaminhados a outro Kijeme [...].
Trecho 3
Ao término do percurso pela trilha e de volta ao centro da Reserva, os monitores se despediram dos alunos [...].
REALIZAÇÃO
11. Explique aos estudantes que os marcadores temporais servem para situar o leitor.
• Qual é a função desses marcadores temporais na construção do relatório?
Os marcadores temporais funcionam como organizadores da narrativa, pois indicam a sucessão em que os fatos ocorreram.
12. Em relatórios, é comum a presença de outras vozes no texto, seja de profissionais, seja de instituições especializadas no assunto, como no trecho a seguir. Releia-o.
[...] Tais sensações não poderiam surgir no contexto de uma aula tradicional e elas foram responsáveis pelo prazer e o encantamento surgidos durante a aula de campo (SENICIATO; CAVASSAN, 2004).
Os nomes entre parênteses ao final do trecho; essa informação mostra ao leitor que os autores do relatório se basearam em estudos de especialistas para fundamentar a passagem, o que confere legitimidade ao relato.
• Que elemento textual indica que a voz expressa nesse trecho não é a dos autores do relatório? Qual é a relevância dessa informação para o leitor?
13. No relatório que você leu, também há o uso de alguns termos específicos da área científica, como etnomapa, precipitação pluviométrica, bioma e espécies endêmicas, e de palavras de origem indígena, como kijeme e Awê
a) Considerando o gênero, por que esses termos técnicos foram utilizados?
b) Em sua opinião, com que objetivo os autores empregaram palavras de origem indígena no texto?
O uso das palavras de origem indígena no texto tem o objetivo de aproximar o leitor da cultura indígena, de forma que ele tenha a sensação de estar vivendo a experiência relatada.
O relatório é composto de título, introdução, desenvolvimento, considerações finais e referências bibliográficas, se houver. Por se tratar de um texto técnico, obedece à norma-padrão e utiliza linguagem técnica e impessoal, geralmente empregando a 3a pessoa. Em razão de seu caráter narrativo, os verbos são flexionados, predominantemente, no tempo pretérito. Para garantir a objetividade nas informações, as palavras são empregadas em seu sentido denotativo.
13. a) Porque o gênero relatório tem a finalidade de difundir o conhecimento apreendido e, no caso do relatório lido, a aprendizagem dos estudantes pode ser associada a diversas áreas científicas em que esses termos estão inseridos, como Ciências da Natureza e Geografia, o que justifica seu uso.
12. Caso seja necessário, explique que, nas citações e referências, o sobrenome do autor deve ser grafado todo em letras maiúsculas. No caso da referência citada no trecho, há dois autores. O ano (2004) se refere à época de publicação da obra citada. Caso o leitor se interesse pela obra, ele deve consultar a lista das referências para localizar o sobrenome dos autores e o ano de publicação. Peça que retornem ao relatório e localizem a obra em questão no final do texto.
13. Comente que cada área profissional possui um vocabulário próprio, o chamado jargão
PARA ASSISTIR
LEITURA e produção de texto – Aula 12 – Licenciatura – Os jargões. 2022. Vídeo (15min29s). Publicado pelo canal Univesp. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=zbfpXRoFK0A. Acesso em: 5 jul. 2022.
O vídeo, recomendado para o professor, traz explicações, por meio de diversos exemplos, com profissionais de diversas áreas, dos usos e características dos jargões.
PROPOSIÇÕES
A proposta de Palavra aberta tem o objetivo de possibilitar aos estudantes o contato com noções introdutórias da análise documental como prática de pesquisa, mobilizando princípios da análise do discurso por intermédio de uma pesquisa relacionada com as influências musicais presentes no cenário cultural brasileiro, utilizando como fonte documentos que abordem essas manifestações. Os resultados da pesquisa serão registrados em um relatório e apresentados para a turma por meio de uma exposição oral. É importante destacar que o relatório é o registro de uma atividade no qual são relatados conhecimentos e experiências que podem ampliar a aprendizagem, tornando os conteúdos mais significativos para os estudantes.
REALIZAÇÃO
Na Etapa 1: Preparando e realizando a pesquisa, auxilie os grupos no momento das escolhas, explicando que não poderá haver repetição de danças, ritmos ou gêneros musicais entre a turma. Sugestões de ritmos ou gêneros musicais que podem ser pesquisados: sertanejo (de raiz e universitário), rap, hip-hop, funk, piseiro, fandango, samba de roda, pagode, frevo, carimbó e axé. Solicite aos estudantes que elaborem, no caderno, uma justificativa ao fato de optar por determinada dança, ritmo ou gênero musical. Essas e outras anotações feitas no decorrer da pesquisa ajudarão na elaboração do relatório. No item 2 dessa etapa, oriente os estudantes a pesquisar as informações em diferentes fontes, ficando atentos às
ABERTA PALAVRA
Análise documental de danças e ritmos brasileiros e exposição oral
Neste módulo, você leu textos que abordam a cultura brasileira e as principais influências que a tornam uma das mais diversas do mundo. Você viu que muitas danças e músicas, como o funk e o sertanejo, são resultados dessas influências culturais.
Agora, você e os colegas vão realizar uma pesquisa sobre essas e outras influências musicais presentes no cenário cultural brasileiro, utilizando como fonte documentos que tratem dessas manifestações. Os resultados da pesquisa serão registrados em um relatório e apresentados para a turma em uma exposição oral.
Etapa 1: Preparando e realizando a pesquisa
1 Em grupo, escolham qual dança, ritmo ou gênero musical desejam pesquisar. Considerem os interesses e as preferências de todos os membros do grupo ou as manifestações mais presentes na região onde vocês moram, por exemplo. No caderno, escrevam uma justificava para essa escolha.
2 Deem início à pesquisa. Lembrem-se de que você e o grupo deverão buscar informações em documentos impressos ou digitais, como artigos de pesquisa, relatório, jornais, revistas ou sites de órgãos oficiais ligados à cultura. Essas fontes deverão ser escolhidas de acordo com o local onde a dança ou o gênero musical surgiu ou é mais presente.
3 Na pesquisa, busquem informações que respondam aos itens a seguir.
a) Em que consiste essa dança, esse ritmo ou esse gênero musical?
b) Como surgiu? Que influências culturais lhe deram origem?
c) Onde se manifesta (região, cidade, estado)?
d) Quais são suas características?
e) Que artistas ou grupos são seus principais representantes?
Para cada informação encontrada, registrem a fonte documental pesquisada.
Etapa 2: Analisando os documentos
1 Agora, analisem os documentos e fontes que usaram para fundamentar as informações, considerando os seguintes aspectos: a linguagem empregada no material (verbal, visual ou verbo-visual); em que circunstâncias ou com que finalidade foram produzidos (para resgatar uma história, valorizar uma etnia ou a influência dela na cultura etc.); de quem é a autoria.
Etapa 3: Organizando o relatório
1 Organizem o material pesquisado em um relatório abordando a dança, o ritmo ou o gênero musical escolhido e as fontes documentais nas quais pesquisaram as informações. O relatório deverá conter as seguintes partes:
coincidências, complementaridades e contradições. Em caso de identificação de imprecisões conceituais e de dados, oriente-os a buscar novas fontes antes de incluir essas informações na pesquisa. Comente com os estudantes que o site do Instituto Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), por exemplo, pode ser consultado por quem for trabalhar com o axé.
O grupo que optou pelo samba pode buscar documentos no site do Instituto Estadual do
Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro (Inepac). Oriente-os a utilizar apenas fontes confiáveis e de credibilidade reconhecida, registrando e documentando todas as informações relevantes que encontrarem.
No item 3 da Etapa 1, recomende aos estudantes que, ao fazer a leitura das informações sobre cada tópico, grifem (se a fonte consultada permitir) ou anotem no caderno as partes essenciais do texto, organizando-as
• Na introdução, é necessário apresentar um resumo dos objetivos da pesquisa e da metodologia utilizada.
• No desenvolvimento, informem as pesquisas realizadas e os dados que obtiveram a respeito do assunto. Nessa parte, vocês poderão inserir fotografias, entrevistas (se tiverem feito), depoimentos etc.
• Na conclusão (ou considerações finais), vocês devem fazer um fechamento das principais ideias desenvolvidas ao longo do texto e dizer o que concluíram diante da análise.
• Nas referências, vocês deverão inserir as fontes usadas na pesquisa.
2 Durante a escrita do relatório, utilizem o registro formal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. Atentem-se à escrita correta das palavras, ao uso adequado dos sinais de pontuação e de outros elementos que garantam a coerência e coesão do texto.
Etapa 4: Organizando a exposição oral
1 Se possível, organizem as informações mais importantes que vão expor oralmente em um painel ou esquema, de modo a auxiliá-los durante a exposição.
2 Escolham representantes do grupo para fazer a exposição oral dos resultados obtidos por meio da análise documental.
3 Para os integrantes do grupo que farão a exposição oral, ensaiem-na previamente considerando a entonação, a pronúncia clara das palavras, a gestualidade e a postura corporal. Se possível, apresentem-se para os demais colegas do grupo, pedindo-lhes que avaliem a sua apresentação, de modo que possam fazer sugestões construtivas de melhoria.
4 Ao realizarem o ensaio, não se esqueçam de cronometrar o tempo da apresentação e façam os ajustes necessários, de modo que esse tempo não se exceda e prejudique os demais grupos no(s) dia(s) de apresentação.
Etapa 5: Realizando a exposição oral
1 Exponham os resultados da análise documental cuidando para que os colegas compreendam, com clareza, as conclusões a que o grupo chegou.
2 Estejam atentos à maneira como falam, considerando elementos como a entonação, a modulação de voz e o ritmo. Cuidem também da postura corporal e da gestualidade.
3 Durante a exposição dos demais grupos, mantenham-se em silêncio, mas atentos à apresentação.
4 Finalizada a exposição oral de todos os grupos, combinem com o professor se haverá um momento destinado a perguntas ou a possibilidade de os demais grupos comentarem, opinarem e elogiarem a exposição oral de vocês.
5 Como encerramento da atividade proposta, conversem com toda a turma para avaliar se vocês conseguiram compartilhar os resultados da análise documental com clareza.
em itens, para que, em seguida, façam um resumo. Recomende, também, a busca por informações e dados em várias fontes e selecionem os mais relevantes, utilizando, se possível, ferramentas como planilhas, que facilitam a visualização dos dados obtidos.
Na Etapa 2: Analisando os documentos, comente que, para entender os documentos e a natureza deles, é preciso buscar respostas para os aspectos relacionados na etapa. Por exemplo,
ao observar os documentos, espera-se que percebam a finalidade e a intencionalidade dos documentos: se foram elaborados para registrar um tipo de música ou ritmo; para documentar oficialmente uma manifestação popular; para descrever um evento etc.
Caso os documentos estejam acompanhados de imagens, oriente-os a verificar se são fotografias, desenhos, figuras ilustrativas, o que elas representam e se possuem ou não legenda.
Se os documentos forem vídeos, peça-lhes que observem outros elementos, como músicas, apresentações artísticas de grupos, se exploram outros tipos de música etc.
Na Etapa 3: Organizando o relatório, analise com os estudantes os pontos mais importantes de cada gênero, as principais influências em cada um deles, ressaltando a diversidade cultural do país, aspecto trabalhado no módulo. Ressalte a importância do registro documental e das fontes de pesquisa em seus diferentes formatos para obtenção de informações e para a produção de conhecimentos.
Na Etapa 4: Organizando a exposição oral, conduza a finalização do trabalho e a preparação para a apresentação oral dos resultados: sinalize a eles que poderão fazer uso de recursos visuais e/ou sonoros como apoio para que os espectadores possam identificar a dança, o ritmo ou o gênero musical selecionado.
Na Etapa 5: Realizando a exposição oral, explique que, em uma apresentação oral, eles devem dar especial atenção aos elementos relacionados à fala (modulação, entonação, ritmo, altura e intensidade de voz, respiração etc.) e à cinestesia (postura corporal, movimento e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com a plateia, entre outros elementos).
Ao final da atividade, sugere-se promover uma conversa sobre o que acharam da atividade e o que aprenderam com ela. Deixe que os estudantes manifestem suas opiniões e avaliações, expondo suas considerações acerca dos pontos que julgaram adequados e o que poderia ser melhorado.
PROPOSIÇÕES
Em Por dentro da língua, o foco é reconhecer os pronomes relativos e o papel que esses pronomes desempenham para a construção de sentidos do texto e para o estabelecimento de coesão e coerência. Essas atividades permitem que o estudante, sob sua orientação, desenvolva conceitos no que diz respeito aos elementos formadores e estruturais da língua, tendo por base geralmente fragmentos de textos estudados no módulo.
REALIZAÇÃO
1. Se considerar oportuno, comente que o Fogo de 51 ocorreu em 1951, no Extremo Sul da Bahia, quando a aldeia de Barra Velha teve suas casas incendiadas. Esse triste episódio, que hoje faz parte da história pataxó, tem sido recontado pelos indígenas por meio de várias linguagens, inclusive a arte, com o objetivo de resgatar a visão desse povo sobre o ocorrido.
1. a) e 1. b) Se necessário, retome o texto com os estudantes e auxilie-os a inferir a resposta.
1. c) Comente com estudantes que os conflitos ainda persistem em várias regiões do Brasil, principalmente na região Norte, nos estados do Amazonas e Rondônia, por questões ligadas à demarcação das terras indígenas entre os garimpeiros, madeireiros e fazendeiros da região.
2. Ressalte que os pronomes relativos são um importante mecanismo de coesão, pois, ao retomar um termo anterior, eles evitam sua repetição na oração seguinte, dando prosseguimento às ideias em enunciados orais e escritos.
3. b) A palavra onde faz referência ao termo "Fogo de 51". Nesse trecho, o uso da palavra onde configura um desvio da norma-padrão em que onde é empregado no lugar de quando para se referir ao Fogo de 51; essa relação pode ser estabelecida pelos sentidos e pela organização das orações dentro do período.
POR DENTRO DA LÍNGUA
Pronome relativo
Ao produzir um texto, é preciso encadear frases, palavras e enunciados para que ele tenha sentido e cumpra seu propósito comunicativo. Na língua portuguesa, há alguns grupos de palavras que cumprem essa função e são responsáveis pela organização das ideias. Um desses grupos é o dos pronomes relativos.
1. a) A finalidade é fazer com que os visitantes conheçam um pouco da história do povo pataxó; a palestra apresentou informações a respeito de fatos que marcaram a trajetória de lutas desse povo pelo seu território, destacando um episódio marcado pela violência e repressão, conhecido como “Fogo 51”, e a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal, lugar onde vivem os pataxó.
1. Leia este trecho do relatório, que faz referência à palestra realizada para os estudantes que visitaram a aldeia.
[...] Nessa palestra, os alunos puderam ouvir um breve relato sobre a história dos Pataxó no Extremo Sul da Bahia, com destaque para fatos importantes como a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal, que fica 156 km ao sul de Porto Seguro, e o “Fogo de 51”, um dos mais significativos episódios de resistência e luta indígena, onde uma aldeia foi invadida e incendiada, ao que tudo indica a mando de policiais, o que deflagrou um longo período de conflitos e dispersão dos Pataxó pela região como estratégia de sobrevivência ao risco de genocídio. [...]
a) Qual é a finalidade dessa palestra? Que informações sobre os pataxó ela apresentou aos visitantes?
1. b) Revelam que, na época do Fogo de 51, essa relação era de conflito e que os povos
b) O que os episódios relatados na palestra revelam sobre a relação entre os povos indígenas e os não indígenas?
indígenas não eram respeitados pelos não indígenas que viviam na região, o que levou à dispersão da etnia pataxó.
c) Em sua opinião, ainda existem conflitos entre povos indígenas e não indígenas? Em quais regiões eles são mais frequentes e por quais razões? Respostas pessoais.
2. Releia o trecho a seguir e observe a palavra em destaque.
[...] Nessa palestra, os alunos puderam ouvir um breve relato sobre a história dos Pataxó no Extremo Sul da Bahia, com destaque para fatos importantes como a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal, que fica 156 km ao sul de Porto Seguro [...].
a) A que termo a palavra que faz referência?
A palavra que faz referência ao termo Parque Nacional do Monte Pascoal
b) Esse termo está antes ou depois da palavra que?
O termo está antes da palavra que
3. Releia outro trecho do relatório e observe a palavra em destaque.
[...] com destaque para fatos importantes como a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal, que fica 156 km ao sul de Porto Seguro, e o “Fogo de 51”, um dos mais significativos episódios de resistência e luta indígena, onde uma aldeia foi invadida e incendiada [...].
a) A palavra onde sempre faz referência a lugar. O trecho ao qual ela se refere faz referência a lugar? Justifique
b) A que termo a palavra onde se refere? Como é possível estabelecer essa relação?
3. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que o trecho anterior ("'Fogo de 51', um dos mais significativos episódios de resistência e luta indígena"), ao qual a palavra onde se refere, não faz referência a lugar.
3. Reforce a importância de estabelecer os sentidos das orações dentro de um período.
4. a) A palavra que se refere ao termo “Fogo de 51”, citado anteriormente no texto. Também pode fazer referência ao trecho "onde uma aldeia foi invadida e incendiada, ao que tudo indica a mando de policiais", também citada no trecho da atividade 1
4.
oração do período extraída do relatório.
[...] o que deflagrou um longo período de conflitos e dispersão dos Pataxó pela região como estratégia de sobrevivência ao risco de genocídio. [...]
a) A palavra em destaque se refere a que termo que já apareceu no texto?
b) No caderno, transcreva a alternativa que não corresponde à função desempenhada pelas palavras analisadas nas atividades 2 a 4
A. Retomam um termo já citado anteriormente, estabelecendo uma ligação de sentidos entre as orações.
B. Estabelecem relações entre as partes do texto.
C. São organizadores textuais, mas não têm a função de ligar as orações.
D. São consideradas mecanismos de progressão temática pois retomam temas já citados, possibilitando a construção de sentidos. Alternativa C
As palavras que e onde analisadas nas atividades anteriores são pronomes e estabelecem relações com termos anteriores. Esses pronomes são chamados de pronomes relativos
Pronome relativo é aquele que, geralmente, se refere a um termo anterior (o antecedente), que está em outra oração, estabelecendo uma ligação de sentidos entre elas.
Exemplos:
A segunda parada de visitação foi no viveiro de mudas de espécies nativas e que são utilizadas pela comunidade para diversos fins [...].
Nesse exemplo, o pronome relativo que está se referindo ao termo mudas de espécies nativas, que se encontra na oração anterior, trazendo-o para a nova oração (Mudas de espécies nativas são utilizadas pela comunidade para diversos fins).
Em seguida, os alunos passaram pelo Kijeme do Pajé [...], onde conheceram um pouco sobre as principais ervas medicinais utilizadas pelos Pataxó [...].
Nesse exemplo, o pronome relativo onde está se referindo ao termo Kijeme do Pajé, que se encontra na oração anterior, trazendo-o para a nova oração (Conheceram um pouco sobre as principais ervas medicinais utilizadas pelos Pataxó no Kijeme do Pajé).
Os pronomes relativos desempenham as seguintes funções.
1. Substituem um termo já citado anteriormente, retomando-o.
2. Evitam a repetição desse termo na oração seguinte.
REALIZAÇÃO
4. Importante reiterar aos estudantes que o pronome relativo assume a função sintática da palavra que ele retoma, ou seja, de seu antecedente.
PROPOSIÇÕES
Para trabalhar o conteúdo teórico apresentado, reproduza na lousa os trechos do relatório usados como exemplo e examine-os com a turma. À medida que os estudantes forem indicando oralmente os pronomes, peça que apontem também os antecedentes que esses pronomes substituem. Depois, solicite que pronunciem as orações com os antecedentes, verificando a relação de sentido que se estabelece entre os termos, ou seja, entre o pronome relativo e a palavra ou expressão que representa. Em relação ao pronome relativo onde, esclareça que ele deve ser utilizado exclusivamente em indicações de lugar.
3. Ligam as duas orações.
4. Iniciam sempre uma nova oração.
5. Funcionam como conectivos.
No quadro a seguir, observe como os pronomes relativos são classificados.
PARA ACESSAR
SOUZA, Warley. Pronomes relativos. Brasil Escola [S. l.], [c2022]. Disponível em: https://brasilescola.uol. com.br/gramatica/pronome-relativo.htm. Acesso em: 27 jun. 2022.
O link, recomendado ao professor e estudantes, dá acesso a uma página que contém a definição de pronomes relativos, sua classificação em variáveis e invariáveis, além de informações sobre quando usá-los.
Releia a últimaPROPOSIÇÕES
Comente com os estudantes que, embora o pronome relativo que possa ser substituído por o qual, essa substituição, segundo alguns estudiosos da língua, não pode ser aleatória. O uso de o qual no lugar de que, de acordo com esses especialistas, deve ocorrer quando o qual estiver afastado do seu antecedente e o uso do pronome que puder gerar ambiguidade. Exemplo:
• Ouvi uma palestra sobre o poder de cura das plantas que me deixou muito impressionado.
Ambiguidade: Ficou impressionado com a palestra ou com o poder de cura das plantas?
Resolução:
• Ouvi uma palestra sobre o poder de cura das plantas, a qual me deixou muito impressionado. (palestra)
Ou:
• Ouvi uma palestra sobre o poder de cura das plantas, o qual me deixou muito impressionado. (o poder de cura).
Pronomes relativos: alguns usos
Que
O pronome relativo que pode fazer referência à pessoa ou coisa e pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais. Exemplos:
Os visitantes, ao chegarem à RPJ [Reserva Pataxó da Jaqueira], foram recepcionados por um monitor indígena que deu as boas-vindas [...].
Nesse exemplo, o pronome relativo que substitui o termo monitor indígena (pessoa), podendo ser substituído por o qual
A segunda parada de visitação foi no viveiro de mudas de espécies nativas e que são utilizadas pela comunidade para diversos fins [...].
Nesse exemplo, o pronome relativo que substitui o termo mudas de espécies nativas (coisa), podendo ser substituído por as quais
Quem
O pronome relativo quem é usado para retomar palavras que nomeiam pessoas. Exemplo:
• A palestra informativa foi proferida por Nitynawã, uma das lideranças da aldeia, a quem todos fazem reverências.
No exemplo, o pronome relativo quem refere-se ao termo Nitynawã, o líder indígena reverenciado por todos.
O pronome quem também pode ser empregado sem um antecedente explícito, mas que pode ser deduzido pelo contexto. Esse recurso possibilita fazer afirmações genéricas.
Exemplos:
• Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
• Quem não é visto, não é lembrado.
Nesses dois provérbios, que fazem parte da cultura brasileira, aparece o pronome relativo quem. No primeiro exemplo, ele faz referência a pessoas que prejudicam outras; no segundo, a pessoas que se isolam e não gostam de ambientes sociais. Essas referências não estão explícitas nas frases, mas podem ser inferidas pelo contexto.
Onde, aonde
As duas formas do pronome relativo – onde e aonde – são empegadas para referir-se a lugar. Onde significa “lugar em que”, e aonde indica “lugar a que”. Exemplos:
[...] os alunos foram encaminhados a outro Kijeme, onde o monitor apresentou o repertório material de uma habitação típica Pataxó [...].
No exemplo, o pronome onde refere-se a Kijeme, o local em que o monitor fez a apresentação para os estudantes.
• O restaurante aonde vou almoçar serve ótimos pratos.
Nesse exemplo, aonde refere-se a restaurante, o local ao qual o sujeito vai almoçar.
Embora a gramática normativa estabeleça essa diferença de usos entre esses dois pronomes, observa-se que, mesmo na linguagem mais monitorada e empregada em textos formais, essa distinção quase não ocorre.
Quanto
O pronome quanto (e suas variações) só é considerado pronome relativo se for empregado depois de pronomes indefinidos (tudo, todo, todos, tanto, tantas etc.). Exemplo:
• Ao término da visita, os alunos foram convidados a voltar à aldeia tantas vezes quantas fossem necessárias para usufruir um pouco mais dos costumes da comunidade.
No exemplo, o pronome quantas é considerado um pronome relativo por estar antecedido do pronome indefinido tantas
Cujo
O pronome relativo cujo é sempre empregado entre dois substantivos e estabelece uma relação de posse entre eles. Exemplos:
• Os indígenas cuja aldeia foi visitada pelos estudantes são da etnia pataxó.
Nesse exemplo, o pronome cuja se encontra entre os substantivos indígenas e aldeia, estabelecendo uma ideia de posse (a aldeia é dos indígenas).
• Os visitantes foram levados a fazer uma trilha, em cujo percurso puderam observar muitas armadilhas de caça.
No exemplo, o pronome cujo se encontra entre os substantivos trilha e percurso, estabelecendo uma ideia de posse (o percurso da trilha).
Atualmente, o pronome cujo é pouco utilizado. Em geral, é empregado apenas em textos escritos e em gêneros formais. Nem mesmo os falantes mais escolarizados costumam empregar esse pronome em sua fala diária ou nos textos que escrevem no cotidiano.
Pronomes relativos e função referencial
Os pronomes relativos fazem remissão a informações anteriormente apresentadas. De uma maneira geral, os pronomes têm uma função referencial. São usados pelo falante para indicar a que pessoas ou coisas está se referindo em seus textos. Esse é o caso dos pronomes do caso reto e do caso oblíquo, dos pronomes demonstrativos, entre outros. Exemplos:
Os visitantes [...] foram recepcionados por um monitor indígena que deu as boas-vindas e os direcionou para o centro da aldeia.
Nesse exemplo, o pronome pessoal oblíquo os faz referência ao termo os visitantes, uma informação que já apareceu anteriormente. 135
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 135
PARA ACESSAR
PRONOMES relativos. Só Português. [S. l.], c20072022. Disponível em: www.soportugues.com.br/ secoes/morf/morf51.php. Acesso em: 5 jul. 2022.
O link, recomendado para os estudantes, dá acesso a explicações sobre os usos dos pronomes relativos que, quem, qual, onde e quanto. São apresentados exemplos sobre as situações em que se usa qual (e não que ou quem).
10/08/22
13:29
CATARINO, Dílson. Conheça os pronomes relativos e saiba usá-los bem. Folha Online, [São Paulo], [20--?]. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/ fovest/relativo.shtml. Acesso em: 5 jul. 2022.
O link, recomendado para os estudantes, leva a dicas sobre o uso dos pronomes relativos que, quem, qual, onde, quanto e cujo, com exemplos e explicações de como usá-los de acordo com a norma urbana de prestígio.
PROPOSIÇÕES
Antes de iniciar a leitura da notícia que serve de base para as atividades 1 a 6 de Atividades, levante os conhecimentos prévios dos estudantes em relação à ideia presente no título da notícia, que aborda, por meio de um fato relevante na vida da artista visual Duhigó, os valores culturais e artísticos nacionais e regionais. Espera-se que os estudantes associem a notícia ao texto didático e ao texto relatório trabalhados no módulo. Realize a leitura do texto em voz alta, efetuando pausas para realizar comentários em relação a determinados parágrafos, questionar, responder ou escutar comentários, promovendo uma leitura que seja de modos interativo e dinâmico. Depois de realizada a leitura, proponha aos estudantes que se organizem em duplas para discutir e realizar as atividades. Acompanhe de perto as discussões de cada dupla para perceber como os estudantes participam na resolução das atividades propostas.
Oriente os estudantes a observar todos os elementos das imagens que acompanham o texto e relacioná-los às informações escritas. Informe que esses recursos visuais e a complementaridade da parte escrita colaboram para a construção do sentido global do texto.
Se considerar necessário, pergunte a diferença entre notícia e reportagem. A reportagem é sempre assinada – podendo conter, portanto, a opinião do autor – e costuma ser mais aprofundada que a notícia, apresentando mais informações, que podem ser complementadas por gráficos, imagens e depoimentos. Além disso, a notícia relata fatos recentemente ocorridos, enquanto a reportagem nem sempre aborda assuntos que estão acontecendo no momento.
[...] a maioria dos estudantes (57%) registrou que a visita lhes permitiu observar elementos que nunca tinham visto, sendo que alguns destacaram a presença de alguma espécie de árvore ou erva medicinal. [...]
Nesse exemplo, o pronome indefinido alguns faz referência ao termo estudantes, uma informação que já apareceu anteriormente.
[...] a maioria opinou que tem ligação com praticamente todas as disciplinas, com destaque para a disciplina de História, [...] a disciplina de Meio Ambiente e Energia, [...] e a disciplina de Educação Física [...].
No exemplo, o pronome indefinido todas faz referência aos termos a disciplina de História, a disciplina de Meio Ambiente e a disciplina de Educação Física, informações que ainda serão apresentadas no texto.
ATIVIDADES
1. Leia, a seguir, trechos de uma notícia que relata um fato relevante na vida da artista visual Duhigó.
Artista indígena amazonense se torna a primeira a ter obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo
Obras de Duhigó representam tradições indígenas da etnia Tukano com lembranças da própria vivência da artista. O intuito é de representar e preservar a cultura indígena através da arte.
Por Patrick Marques, G1 AM 06/09/2021 08h25
A artista visual Duhigó se tornou a primeira indígena amazonense a ter uma obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo (MASP). Formada em artes visuais desde 2005, ela produz quadros que representam tradições indígenas da etnia Tukano com lembranças da própria vivência da artista. O intuito é de representar e preservar a cultura através da arte.
Duhigó contou ao G1 que viveu uma parte da vida em uma aldeia e se mudou para Manaus após morar em São Gabriel da Cachoeira com o marido. O relacionamento não deu certo e ela lembrou que precisou buscar meios para sobreviver e cuidar dos filhos na cidade.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd
Artista amazonense Duhigó se tornou primeira indígena do estado a ter uma obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo.
1. a) O fato de Duhigó ser a primeira artista indígena amazonense a ter uma obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo e que passa a fazer parte do acervo do referido museu. A divulgação desse fato é importante porque se trata de uma artista indígena que lutou com muita dificuldade para se destacar no meio artístico, sendo, portanto, um exemplo de vida que deve ser conhecido pelo público leitor.
“Fiquei passando dificuldades com meus filhos. Fomos morar com minha tia, quando surgiu o Instituto Dirson Costa. Chegou um conhecido avisando que surgiu uma escola de artes para as pessoas indígenas que moravam aqui em Manaus. Eu falei para ele que queria participar. Eu fiz esse curso, mas nunca imaginei que chegaríamos a esse sucesso que estamos fazendo”, contou.
Enquanto ainda aprendia as técnicas das artes visuais, Duhigó lembrou que leu livros em uma biblioteca sobre arte que mostravam pinturas de outros artistas. Foi quando ela soube sobre o que iria representar em suas obras. A cultura de seu povo através das próprias lembranças.
Com os quadros que representam momentos e tradições indígenas que ela viveu quando jovem, a artista explicou que o intuito é de mostrar para as outras pessoas e eternizar os momentos e tradições através da arte.
[...]
“Rede Macaco”
Um dos últimos quadros feitos por Duhigó se chama “Rede Macaco”. A obra representa o parto de uma irmã da artista, que ela presenciou em uma aldeia quando ainda era criança.
A obra foi feita para participar de uma exposição itinerante que percorreu quatro estados do país e chamou a atenção do Museu de Arte de São Paulo (MASP). O museu entrou em contato com a Manaus Amazônia Galeria, que representa as obras da artista.
[...]
[...] Para que o quadro de Duhigó não fosse doado sem um retorno para a artista, a galeria encontrou um casal que se interessou em adquirir o quadro para doação ao museu.
Quadro de Duhigó “Rede Macaco” representa lembrança de como foi parto de sua irmã, quando ainda era criança.
MARQUES, Patrick. Artista indígena amazonense se torna a primeira a ter obra em exposição no Museu de Arte de São Paulo. G1, Amazonas, 6 set. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2021/09/06/artista-indigenaamazonense-se-torna-a-primeira-a-ter-obra-em-exposicao-no-museu-de-arte-de-sao-paulo.ghtml. Acesso em: 30 maio 2022.
a) Qual é o fato central dessa notícia? Qual é a importância de sua divulgação para o público?
REALIZAÇÃO
1. a) Auxilie os estudantes na identificação do fato central da notícia e das informações importantes decorrentes por meio da análise de elementos de composição da notícia, como título, subtítulo e lide.
1. b) Caso a turma não tenha conhecimento, explique a eles que o MASP (Museu de Arte de São Paulo) tem a mais relevante e extensa coleção de arte ocidental da América Latina e do Hemisfério Sul. Se achar pertinente, acesse com os estudantes o site do MASP, disponível em: https:// masp.org.br/ (acesso em: 6 jul. 2022), e convide-os a conhecer virtualmente o acervo, as exposições, os cursos disponíveis, entre outros.
1. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois a obra que foi para o Masp traz a representação de uma cena vivida na aldeia onde Duhigó morava, podendo ser vista por todos os visitantes do museu, o que mostra que, por meio de sua arte, a artista está preservando a cultura de sua etnia.
b) A artista tem como objetivo preservar a cultura indígena por meio da arte. Em sua opinião, ela já está alcançando esse propósito? Por quê?
2. O fato que você leu no trecho da notícia anterior foi publicado em várias outras mídias. Leia outro título de uma das notícias publicadas a respeito de Duhigó.
Duhigó é a primeira mulher indígena do Amazonas no acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP)
AMAZONAS. Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Duhigó é a primeira mulher indígena do Amazonas no acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP). [Manaus]: SEC, [2021]. Disponível em: https://cultura. am.gov.br/portal/duhigo-e-a-primeira-mulher-indigena-do-amazonas-no-acervo-do-museu-de-arte-de-saopaulo-masp/. Acesso em: 30 maio 2022.
2. É importante os estudantes perceberem que, geralmente, os sentidos podem ser estabelecidos de modos diferentes e que os deslocamentos de posição das informações que compõem os títulos produzem diferentes sentidos ao priorizar uma ou outra informação.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd
PARA ACESSAR
GOLDSTEIN, Ilana Seltzer. Da “representação das sobras” à “reantropofagia”: povos indígenas e arte contemporânea no Brasil. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, v. 3, n. 3, p. 68-96, set. 2019. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/
index.php/mod/article/view/8663183. Acesso em: 6 jul. 2022.
O link leva a um artigo que aborda obras e projetos de criadores indígenas que entraram no sistema das artes brasileiro.
REALIZAÇÃO
Atividades
3. a) e 3. b) Comente que essa informação traz mais credibilidade ao texto.
3. c) Reforce que o pronome relativo assume a função sintática da palavra que ele retoma, seu antecedente.
4. Verifique se eles percebem que o pronome relativo liga duas orações, normalmente substitui na segunda oração um termo já utilizado na primeira oração.
5. Certifique-se de que os estudantes reconhecem a finalidade das fotografias que acompanham a notícia, relacionando-as ao suporte em que estão figuradas.
6. Auxilie-os a perceber que os pronomes estão relacionados à referência e à reiteração de palavras no texto.
7. Comente que, nesse caso, o que funciona como uma conjunção integrante, tendo em vista que não existe um substantivo anterior ao que, por isso ele não funciona como pronome relativo.
8. e 9. Propõe-se que a leitura da tirinha seja realizada de modos individual e autônomo. Oriente os estudantes a estabelecer relação entre os elementos visuais e verbais do texto multissemiótico, para que verifiquem os objetivos de produção desses textos e os diferentes sentidos que produzem.
9. Explique aos estudantes que, quando o pronome relativo que substitui algum termo, ele oferece ao enunciado, ao mesmo tempo, prosseguimento e coesão. Ao retomar um termo que o antecede, o pronome relativo exerce um papel anafórico. Anáfora, além de ser a repetição de
2. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que não; o título da notícia valoriza inicialmente o fato de ela ser uma artista indígena e amazonense; o segundo, valoriza a pessoa da artista e o fato de ela ser mulher.
a) Compare o título da notícia que você leu com esse. Eles enfatizam os mesmos aspectos em relação à artista?
2. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que as escolhas por priorizar determinados elementos na composição do título e a escolha de certos termos
b) Em sua opinião, como é possível perceber, a perspectiva que será abordada na notícia?
já deixam implícitos os aspectos que serão priorizados na notícia.
3. Releia o primeiro parágrafo da notícia que você leu na atividade 1
a) Ele reproduz quase todas as informações contidas no título e no subtítulo a respeito da artista. Que informação é nova para o leitor?
A informação de que Duhigó é formada em Artes Visuais desde 2005.
b) Com que finalidade essa informação foi acrescentada nesse trecho?
Para ressaltar que a artista tem formação especializada na área em que atua.
c) Nesse trecho, constam os pronomes ela e que. A quais termos eles se referem?
O pronome ela se refere ao termo artista visual Duhigó; o pronome que, ao termo quadros
4. No quarto parágrafo da notícia, Duhigó relata as dificuldades que passou em Manaus.
a) No trecho, há alguns pronomes em destaque. Qual deles é um pronome relativo? Com que termo ele estabelece relação?
b) Agora, analise o pronome que aparece em seguida. Ele também se refere a um termo que apareceu anteriormente?
O pronome que; ele estabelece relação com o termo pessoas indígenas, que foi apresentado anteriormente. Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois o pronome ele retoma o termo um conhecido, que aparece antes, em outra oração.
c) Observe o pronome demonstrativo esse. Ele também remete a termos citados anteriormente? Quais?
5. Na composição da notícia aparecem duas fotografias: a de Duhigó e a do quadro que se encontra no Masp.
5. a) Apresentar a artista e o quadro Rede Macaco, para que o leitor possa visualizar e compreender o que está sendo dito no texto.
a) Além de ilustrar, qual é a função dessas fotografias?
b) O que as fotografias confirmam a respeito do que é dito na notícia sobre a artista?
6. Releia o trecho a seguir.
4. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que esse curso se refere ao curso promovido pelo Instituto Dirson Costa e que esse sucesso refere-se ao fato de Duhigó ser a primeira mulher indígena a ter uma obra no MASP – ambas as informações são citadas anteriormente na notícia.
[...] A obra representa o parto de uma irmã da artista, que ela presenciou em uma aldeia quando ainda era criança.
A obra foi feita para participar de uma exposição itinerante que percorreu quatro estados do país e chamou a atenção do Museu de Arte de São Paulo (MASP). [...]
6. a) Os pronomes relativos estão relacionados, respectivamente, aos termos o parto de uma irmã da artista
6. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que os pronomes relativos, assim como outros tipos de pronome, têm uma função referencial, pois são usados para indicar elementos apresentados anteriormente nos textos ou que ainda serão incluídos.
a) Observe os pronomes relativos em destaque. A que termos eles estão relacionados? As informações a que se referem foram apresentadas anteriormente ou ainda serão citadas?
b) Pode-se afirmar que esses pronomes têm uma função referencial? Por quê?
e uma exposição itinerante; as informações já foram apresentadas anteriormente.
7. Os ditados a seguir fazem parte da cultura popular brasileira. Em todos eles, há uma palavra em destaque.
a) No caderno, transcreva a alternativa em que a palavra em destaque não é um pronome relativo
Alternativa D
A. Quem semeia vento colhe tempestade.
B. Quem canta seus males espanta.
C. Cão que late não morde.
7. b) Espera-se que os estudantes infiram que, nesse ditado popular, a palavra que não está substituindo um termo nem estabelece relação com outro termo citado anteriormente; portanto, nesse caso, não é um pronome.
D. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
b) Explique por que a palavra em destaque na alternativa que você indicou como resposta ao item anterior não é um pronome relativo.
5. b) O fato de a fotografia de Duhigó ter ao fundo várias obras de arte produzidas por ela comprova seu talento como artista visual; a imagem de Rede Macaco mostra que a obra retrata uma cena da etnia tukano com lembranças da própria vivência da artista, confirmando sua preocupação em preservar a cultura de seu povo.
um termo no início de períodos sucessivos, é a referência que um termo faz a outro usado anteriormente.
PARA LERFLOSI, Edson. Por trás da notícia: o processo de criação das grandes reportagens. São Paulo: Summus Editorial, 2012.
Nesse livro, recomendado para o professor, o consagrado repórter e professor Edson Flosi comenta reportagens de sua autoria publicadas durante sua longa carreira em importantes veículos da grande imprensa.
9. c) Sim, porque faz remissão a informações citadas anteriormente e as traz novamente para o contexto, sem repeti-las.
8. Na tirinha a seguir, uma das personagens parece ser muito otimista. Leia-a.
pronome cujo e de suas variações em diferentes gêneros. A elaboração de tabelas também estimula e favorece uma leitura multimodal.
É importante que a atividade seja realizada depois de os estudantes conhecerem as regras previstas na gramática normativa, a fim de que possam comparar o que estabelece a norma-padrão com o uso real da língua.
a) Além das falas, que elementos não verbais evidenciam o otimismo da personagem?
b) Como o interlocutor reage à fala da personagem? Que elementos visuais revelam isso?
O interlocutor reage com enfado e descrédito; a expressão fisionômica da personagem possibilita essa inferência.
9. Na fala das personagens, há ocorrências dos pronomes que e onde
a) Pode-se afirmar que a palavra que, usada quatro vezes na tirinha, é um pronome relativo? Justifique sua resposta.
Espera-se que os estudantes reconheçam que não, pois o que não faz remissão a nenhuma informação citada anteriormente nem posteriormente.
b) E a palavra onde, é um pronome relativo? Justifique.
c) Pode-se afirmar que a palavra onde é um recurso de progressão temática? Por quê?
REALIZAÇÃO Língua em cena
LÍNGUA EM CENA
9. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois onde está se referindo a um lugar hipotético a que as palavras da personagem irão levar o interlocutor.
O uso do pronome relativo cujo
Qual é a real situação de uso do pronome cujo pelos falantes? Para responder a essa pergunta, realize as seguintes etapas.
Etapa 1: Constituição de corpus
1. Em grupos de cinco integrantes, pesquisem a ocorrência do termo cujo e de suas variações em telenovelas, telejornais, programas de entrevista, comentários em postagens na internet, reportagens e notícias on-line, editoriais de jornais, folhetos de propaganda, artigos de divulgação científica, textos didáticos, textos literários etc.
2. Cada grupo deverá focar a busca em cinco gêneros – orais ou escritos –, nos quais deverão pesquisar o emprego de cujo e de suas variações, anotando as ocorrências e indicando o enunciado em que ocorreu, assim como o gênero do texto.
Etapa 2: Coleta de dados
1. Vocês vão construir uma tabela indicando os gêneros analisados e todas as ocorrências de cujo, cujos, cuja e cujas encontradas neles.
Etapa 3: Comparação dos resultados
1. No dia marcado pelo professor, levem os dados pesquisados para a aula e, juntos, comparem os resultados encontrados. Respondam coletivamente aos itens a seguir.
• Que gêneros apresentam mais ocorrências do pronome cujo e de suas variações?
• Em quais textos esse pronome pode aparecer? Em textos escritos mais ou menos monitorados? Em textos falados mais ou menos formais?
• Agora, concluam: Qual é a real situação de uso desse pronome pelos falantes?
2. Elaborem juntos as conclusões a que chegaram, registrando-as no caderno.
8. a) A expressão fisionômica da personagem demonstra sua felicidade e alegria, características que podem ser associadas ao fato de ela ser otimista. 139
Na Etapa 1: Constituição de corpus, auxilie os grupos a realizar a pesquisa, organizando a aula na sala de informática ou na biblioteca. Quando encontrarem os materiais de pesquisa, eles deverão indicar a quantidade de ocorrências do pronome cujo e identificar sua frequência nas situações linguísticas analisadas.
Na Etapa 2: Coleta de dados, oriente os estudantes na construção da tabela com as colunas necessárias à quantidade de assuntos ou tópicos e com as linhas necessárias à quantidade de elementos, conceitos ou ideias que serão comparados. Peça que preencham a tabela com informações de maneira sintetizada.
PROPOSIÇÕES
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 139 09/08/22 11:30 o trabalho com as metodologias ativas ao utilizar uma metodologia de pesquisa como meio para a obtenção de conhecimentos sobre a língua, colocando os estudantes como protagonistas da própria aprendizagem, e mobiliza noções de pensamento computacional ao propor aos estudantes a identificação de padrões no uso do
Mesmo sabendo que o pronome cujo é pouco usual, os estudantes precisam aprender suas regras de uso para que possam empregá-lo quando se fizer necessário. A atividade de Língua em cena possibilita ampliar o repertório de textos e de conhecimento linguístico dos estudantes. Favorece
Na Etapa 3: Comparação dos resultados, solicite que escrevam uma conclusão com base em suas observações sobre os gêneros textuais em que o pronome relativo cujo está presente ou não e qual é a razão disso. Espera-se que os estudantes concluam que a maior probabilidade de ocorrer o emprego de cujo é em gêneros textuais escritos mais monitorados e nos gêneros textuais falados com predominância do registro mais formal.
GOMES, Clara. [Otimismo contagioso]. Bichinhos de jardim. [S. l.], 31 ago. 2021. Disponível em: https:// bichinhosdejardim.com/otimismo-contagioso/. Acesso em: 30 maio 2022. © CLARA GOMES/BICHINHOS DE JARDIMPROPOSIÇÕES
Em Produção multimodal, os estudantes vão produzir um documentário, produção artística audiovisual, e divulgar como as manifestações artísticas estão presentes no cenário cultural brasileiro. Esse tipo de trabalho é realizado com o objetivo de ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao estudo e à pesquisa. Combine, previamente, as datas para a realização de cada etapa, ajudando os estudantes a entender a importância da organização, da preparação e do cumprimento de prazos.
REALIZAÇÃO
Em uma roda de conversa, faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre a realização de documentários. Pergunte se já assistiram a esse gênero no cinema ou em sites da internet, qual foi o tema e o que aprenderam.
Se possível, como atividade prévia, viabilize a exibição do documentário Várzea Wave Rios, disponível em: https:// youtu.be/nchDe7WMMeU
(acesso em: 6 jul. 2022). O documentário conta histórias do interior da Amazônia, de pessoas apaixonadas por seu território, suas origens e suas músicas. Traz relatos de indígenas e quilombolas sobre a importância da música em suas experiências cotidianas, de artistas paraenses que misturam ritmos urbanos, como o eletrônico e synthwave, com os mais diversos ritmos tradicionais da região, que vão além do carimbó. Para Diego Orix Farias, diretor do filme, o documentário aproxima as culturas indígena e quilombola da sociedade urbana e das novas
PRODUÇÃO MULTIMODAL
Documentário
Você viu neste módulo que a cultura brasileira é vasta e diversa, resultado das influências de povos indígenas, africanos, portugueses, espanhóis, italianos e japoneses, entre muitos outros, que estão presentes nas mais diversas áreas.
Nesta seção, a proposta é que você e os colegas produzam um documentário sobre a dança, o ritmo ou o gênero musical pesquisado anteriormente na seção Palavra aberta, a fim de valorizar essas manifestações e divulgar como elas estão presentes no cenário cultural brasileiro, por meio desse gênero audiovisual.
Planejando o documentário
Documentário é uma produção artística audiovisual. Trata-se de um filme não ficcional que se caracteriza pela exploração da realidade e que apresenta um registro do real segundo o ponto de vista de quem o produziu.
1 Junte-se aos colegas com os quais você realizou a pesquisa na seção Palavra aberta. Juntos, retomem o relatório de pesquisa produzido e, com base no que apreenderam sobre a dança, o ritmo ou o gênero musical, especifiquem quais tópicos serão foco do documentário. Registrem a escolha no caderno.
2 Em seguida, escrevam um plano objetivo e simples para a produção do documentário, com base nos tópicos a seguir.
• Tema do documentário e sua importância.
• Quem serão as pessoas que poderão representar o tema: compositores, cantores, grupos musicais ou outros profissionais do meio.
• Como o tema será abordado: por meio de entrevistas, da filmagem de apresentações de dança ou de música, de materiais de arquivo, entre outras possibilidades.
• Em que locais serão feitas as filmagens.
• Quais cenas e acontecimentos serão filmados.
• Qual será o título do documentário.
Esse plano será o ponto de partida para a escrita do roteiro do documentário. Ao concluírem, entreguem o texto ao professor.
Elaborando o roteiro
1 Agora, com base no guia elaborado anteriormente e avaliado pelo professor, vocês vão elaborar o roteiro do documentário.
O roteiro é um documento escrito que guia a produção audiovisual. Contém a sequência das cenas e a indicação dos locais onde elas erão gravadas e de quem participará delas, entre outras informações. É como se fosse o filme escrito antes da gravação.
É importante lembrar que o roteiro funciona como um guia para o filme, mas está sujeito a alterações durante o processo, pois novas ideias podem surgir ou o planejamento inicial pode ser modificado devido a algum imprevisto.
gerações, mostrando a influência desses povos tradicionais nas canções regionais.
Após a exibição do documentário, pergunte aos estudantes:
• Já conheciam essas histórias? O que acharam do documentário?
• Como imaginam o processo de produção de um documentário como esse?
• O que, provavelmente, o diretor do filme e os demais profissionais que trabalharam nele fi-
zeram antes da gravação do documentário?
• Que ponto de vista sobre a comunidade quilombola paraense se constrói a partir das entrevistas, imagens, sons e cenas retratadas no vídeo?
• No documentário, o texto é construído com registros de imagens reais. Qual é o valor das imagens em um documentário? Qual(is) cena(s) chamou (chamaram) sua atenção, o fez refletir sobre algum aspecto do tema abordado?
Sequência e descrição das cenas
Cena 1 Abertura do documentário
Texto que aparecerá na tela ou será lido pelo narrador
Texto de introdução do documentário. Narrador 1: Nós, estudantes da escola [dizer nome da escola e dos integrantes do grupo] preparamos este documentário sobre…
Cena 2 Narrador 2: O ritmo contagiante do [entra nome da dança ou do ritmo musical] tomou as ruas das cidades...
Cena 3 Entrevista com o artista
Cena 4
[…]
Cena 5 [...]
Cena 6 Finalização do documentário
Narrador 3: Fulano, artista/cantor/ compositor/bailarino...
Imagem que aparecerá na tela Local da gravação Efeitos sonoros
Grupo de estudantes em pé olhando para a câmera.
Em um espaço fechado e com boa iluminação.
decisões a respeito do documentário. Essa pode ser considerada uma primeira versão do roteiro, já que eles poderão alterar alguns dos aspectos planejados. Defina com eles uma data para a entrega da primeira versão dos roteiros.
Grupo dançando ou cantando no palco.
Imagem capturada.
Artista sentado em uma sala. Casa do artista.
Trilha instrumental de fundo.
Som ambiente.
Texto de encerramento do documentário.
3 Escrevam o conteúdo imaginado para compor cada cena e a sequência em que ocorrerão
4 Elaborem uma síntese do texto que vai aparecer na tela ou que será lido pelo narrador. Essas informações poderão ser complementadas conforme vocês avançarem na produção e coletarem mais material para o documentário.
5 Descrevam o(s) tipo(s) de imagem que devem ser captadas para expressar a visão do grupo sobre o tema. Para enriquecer a produção, optem por imagens de vários tipos, como trechos de apresentações, registros de entrevistas, cenas do cotidiano do grupo de dança ou de música, entre outras possibilidades.
6 Anotem o local da gravação de cada cena, de acordo com os tipos de imagem definidos. Procurem gravar todas as cenas de um mesmo local em um único dia, para otimizar as filmagens.
7 Indiquem os efeitos sonoros previstos para cada cena, como uso de trilha de fundo ou captação de som ambiente.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd
Nesse momento, comente a diferença entre os vídeos que circulam na internet e os documentários. O documentário é um espaço de reflexão, que faz ver o que nos rodeia cultural e socialmente.
Na etapa Planejando o documentário, pergunte aos estudantes se a escrita do plano ajudou a pensar sobre o documentário que desejam produzir. É importante que, nesse texto, eles construam uma ideia mais concreta
do que pretendem expor no documentário, mesmo que no decorrer do trabalho ocorram mudanças. Avalie os planos produzidos pelos grupos e, se observar que algum deles está com mais dificuldade, ajude-os a esclarecer as dúvidas e incentive-os a encontrar soluções criativas para os desafios que surgirem.
Na etapa Elaborando o roteiro, supervisione os grupos na escrita dos textos, mas incentive a autonomia deles na tomada de
Revise os roteiros e avalie os textos produzidos pelos grupos, buscando analisar a viabilidade das propostas com base no tempo disponível para a produção e nos recursos necessários, sugerindo alterações e adaptações, se for o caso. Verifique se o roteiro descreve o conteúdo de cada cena, define em quais locais serão feitas as filmagens e os recursos sonoros utilizados; quanto às entrevistas, verifique se o grupo indicou o nome dos entrevistados e disponibilizou uma prévia das perguntas que serão feitas. Nesse momento, é importante garantir também a segurança dos estudantes. Eles só poderão realizar entrevistas com terceiros ou visitas a locações externas mediante a autorização dos familiares e responsáveis e sob a sua supervisão.
Caso considere mais viável, pode ser produzido um único documentário coletivamente por toda a turma, assim poderá acompanhar os trabalhos dos estudantes mais de perto. Outra possibilidade é contar com o auxílio do professor de Arte, realizando a produção do documentário de modo interdisciplinar, já que esse gênero audiovisual favorece o diálogo com esse componente curricular.
2 Em uma folha à parte, reproduzam o modelo de quadro a seguir. Depois, leiam as orientações de como preenchê-lo para elaborar o roteiro.REALIZAÇÃO
Em Pesquisando e coletando material para o documentário, oriente os estudantes nesta etapa. Se houver fotografias ou imagens, é possível digitalizá-las e inseri-las no documentário. Avise que as imagens podem tanto corroborar falas quanto contrastar com elas. Essa etapa consiste em integrar de maneira coerente e pessoal as informações coletadas nas várias fontes, sempre tendo em mente a necessidade de responder às perguntas iniciais sobre o problema investigado e às questões secundárias que surgirão ao longo da pesquisa.
Com base nos dados levantados sobre o entrevistado, oriente a turma na elaboração do roteiro para que mantenham o foco no assunto. Combine com cada grupo o envio de um convite ao entrevistado, solicitando a oportunidade de uma entrevista (gravada ou filmada) em data e horário especificados. Peça ao entrevistado a autorização para gravar e/ou filmar a entrevista.
Reforce com eles a necessidade de mostrar empatia pelo entrevistado, escutando atentamente as suas respostas.
Em Captação e produção de imagens, oriente-os na obtenção das autorizações necessárias, caso optem pelo uso de material de arquivo. Reforce que utilizar cenas de materiais de terceiros sem autorização, mesmo que sejam pequenos trechos, configura infração da lei.
Pesquisando e coletando material para o documentário
Com a primeira versão do roteiro elaborada, distribuam as tarefas entre os integrantes do grupo para viabilizar a produção do que foi planejado por vocês. Cada dupla de estudantes pode ficar responsável por uma das etapas a seguir, de acordo com suas aptidões e preferências.
Coleta de informações
1 A dupla responsável deverá retomar as informações da pesquisa feita pelo grupo e, se acharem necessário, buscar mais informações sobre o tema do documentário em fontes confiáveis, impressas e digitais. Não se esqueçam de anotar as fontes de consulta para, ao final do documentário, referenciá-las.
2 Após a pesquisa, selecionem as informações mais relevantes, interessantes e curiosas, definindo quais podem ser aproveitadas no documentário. Pensem também em como essas informações serão abordadas no filme e que imagens poderiam ser coletadas ou produzidas com esse objetivo.
Entrevistas
1 A dupla responsável deverá elaborar uma lista de pessoas que têm alguma ligação com o tema do documentário para entrevistar. Podem ser compositores, cantores, grupos musicais ou de dança, entre outros.
2 Escolham três ou mais pessoas da lista, considerando a relevância para o tema.
3 Combinem uma pré-entrevista com os selecionados, que pode ser feita via e-mail ou telefone. Esse primeiro contato tem como objetivo buscar ou aprofundar informações já pesquisadas, assim como avaliar a pertinência da participação dos entrevistados no documentário.
4 Elaborem o roteiro de perguntas da entrevista, definindo qual aspecto do tema será abordado com cada entrevistado. Durante a realização da entrevista, se for oportuno, vocês podem fazer outras perguntas com base nas respostas dadas.
5 Combinem com o(s) entrevistado(s) selecionado(s) o dia e a hora para a gravação da(s) entrevista(s). Expliquem novamente o objetivo da entrevista e peçam autorização para utilizar as imagens captadas.
6 Antes de cada gravação, realizem um breve teste para garantir que o áudio e o vídeo têm qualidade e, se necessário, façam ajustes para evitar regravações.
7 Utilizem um aparelho celular para captar as imagens e tomem nota das informações mais importantes que foram obtidas.
Captação e produção de imagens
1 A dupla de estudantes deverá fazer o levantamento das imagens sugeridas com base no roteiro. As imagens podem ser:
• registros de eventos relacionados ao tema do documentário, como cenas de apresentações de dança e música ou ensaios dos grupos;
142
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 142
PARA ASSISTIR
OFÍCIOS de Cinema – O que faz um documentarista? Vídeo (2min10s). Publicado pelo canal CineSesc. Disponível em: https://youtu.be/Wqbe6AZg4b0. Acesso em: 6 jul. 2022.
Nesse vídeo curto, Eugenio Puppo, diretor do documentário Sem pena (2014), que aborda o sistema prisional brasileiro, fala da pesquisa necessária para orientar as possibilidades de um filme e a escolha ou a depuração do material coletado. Recomendado para o professor e os estudantes.
• trechos das entrevistas ou cenas programadas para integrar o documentário, como a performance de algum artista convidado pela turma;
• imagens obtidas em material de arquivo, que podem incluir cenas retiradas de filmes ou outros documentários, desde que seja concedida autorização prévia dos detentores dos direitos;
• imagens estáticas como fotografias e recortes de revistas e jornais, cujo uso também requer a autorização do detentor dos direitos do material.
2 Após definir os tipos de imagem que serão utilizados, providenciem os equipamentos necessários para produzir os vídeos, como filmadora ou telefone celular e microfone.
3 Verifiquem os locais onde as cenas serão gravadas e lembrem-se de observar se o som do ambiente permite a gravação. Façam testes de filmagem para se certificarem de que o local tem boa luminosidade e os ruídos não atrapalham a escuta.
4 Gravem as cenas conforme o roteiro. A variedade de imagens será útil no momento da edição de vídeo, pois será possível a seleção das melhores e mais adequadas ao contexto do documentário do grupo.
Editando o documentário
1 Para a edição do documentário, vocês podem usar programas e aplicativos no celular ou no computador. Também podem contar com a ajuda de profissionais de informática da escola ou mesmo de estudantes que tenham mais familiaridade com esse tipo de tecnologia. É possível, ainda, recorrer a tutoriais de edição de vídeo disponibilizados em canais confiáveis na internet.
2 Durante a edição, escolham as melhores cenas, encadeando-as e intercalando-as com imagens ilustrativas e trechos das entrevistas. Insiram também os efeitos de áudio previamente planejados, como trilha sonora instrumental ou trechos de músicas dos grupos abordados no documentário.
3 Assistam juntos à primeira versão do documentário e discutam se são necessários ajustes ou melhorias. O professor vai ajudá-los nessa avaliação.
4 Façam as alterações que julgarem necessárias e incluam título e ficha técnica com os nomes dos participantes e suas respectivas funções. Não se esqueçam de referenciar também todas as fontes e documentos consultados durante a elaboração do documentário e de informar os créditos se houver imagem(ns) e/ou áudio(s) de terceiros.
Divulgando o documentário
1 Combinem com o professor a organização de uma mostra de exibição dos filmes para toda a comunidade escolar, familiares e responsáveis. Durante o evento, se possível, também pode haver apresentações dos grupos musicais e de dança abordados nos documentários, além de palestras das pessoas que concederam entrevistas aos grupos.
2 Depois, reúna-se outra vez com o grupo. Vocês deverão elaborar uma reportagem para ser publicada nas redes sociais da escola, informando aos leitores como foi o processo de produção do documentário. Para elaborar o texto, considere a estrutura e composição desse gênero textual. Se desejarem, incluam citações dos entrevistados e capturas de imagens do próprio documentário. Além disso, criem um hiperlink para direcionar os leitores a assistir o documentário na íntegra.
REALIZAÇÃO
Em Editando o documentário, auxilie os grupos na etapa de edição, mas incentive o protagonismo dos estudantes na obtenção do produto final da proposta. A parceria com o professor de Arte também é bem-vinda nesta etapa, pois ele pode orientar sobre escolhas estéticas que podem contribuir para a obtenção dos efeitos pretendidos por cada
grupo. Reforce com eles que o objetivo da produção é, além de compartilhar com mais pessoas os resultados da pesquisa realizada na seção Palavra aberta, divulgar e valorizar a dança, o ritmo ou o gênero musical escolhido.
Na etapa Divulgando o documentário, organize a turma em grupos menores e atribua a eles as tarefas necessárias para a organização do evento. Alguns podem ficar responsáveis por elaborar convites e cartazes de divulgação;
outros, por providenciar os equipamentos necessários para a exibição, como um projetor, telão e cadeiras para os convidados; outros, ainda, pela recepção do público e organização das apresentações musicais e de dança ou das palestras, se houver.
Para a elaboração da reportagem, é importante que os estudantes registrem todas as etapas da produção, a fim de aproveitar essas informações na escrita; sugira que também reportem o que observarem na mostra de filmes. Retome com os estudantes a estrutura composicional do gênero reportagem, já estudado anteriormente, e reforce a necessidade de inserção do hiperlink para que os leitores tenham acesso ao documentário a partir do texto. Se achar interessante, proponha que também publiquem a reportagem em um mural na escola e insiram um QR Code para que os leitores acessem o documentário.
ACESSAR
OITO razões para adotar o documentário na escola. Escrevendo o futuro. [S. l.], c2022. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno _virtual/caderno/documentario/ introducao/oito-razoes-paraadotar-o-documentario-na-escola/.
Acesso em: 6 jul. 2022.
Página do Programa Escrevendo o Futuro, recomendada ao professor, apresenta oito razões para adotar o documentário na escola.
PARAHabilidades de encerramento
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF69LP21
• EF89LP27
• EF69AR09
• EF69AR31
• EF69AR33
• EF69AR34
PROPOSIÇÕES
Em Linguagens em conexão, durante a leitura e a obser vação das imagens, destaque que, assim como o carimbó e o ofício das baianas do acarajé, há muitas outras manifestações reconhecidas como Patrimônios Culturais do Brasil. Caso eles não saibam a diferença entre patrimônios materiais e imateriais, explique que os materiais são aqueles compostos de elementos concretos, como construções, lugares e objetos (ou, como subdivide o Iphan, trata-se dos patrimônios: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas). Já os imateriais se referem àqueles compostos de elementos abstratos, ligados a práticas e domínios da vida social – no caso do Iphan, divididos entre: saberes, celebrações, formas de expressão e lugares (mercados, feiras, santuários e praças onde se concentram e/ou se reproduzem práticas culturais coletivas).
REALIZAÇÃO
1. Promova um primeiro momento de observação e leitura das imagens. Para isso, oriente os estudantes a repararem em aspectos específicos e detalhes delas. Na fotografia do carimbó, é possível destacar o figurino colorido e combinado dos dois dançarinos e as pessoas tocando ao fundo; já na imagem que mostra o ofício das baianas do acarajé, é interessante ressaltar que a
CONEXÃO LINGUAGENS EM
Diversidade e patrimônio cultural
Neste módulo, você estudou texto didático, videoaula, relatório e produziu documentário com os colegas. Assim, pôde explorar a diversidade cultural brasileira sob diferentes pontos de vista. Agora, você vai conhecer duas manifestações culturais brasileiras que são reconhecidas como Patrimônios Culturais Imateriais do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável por defender, valorizar e preservar elementos culturais, materiais e imateriais.
A primeira delas é o carimbó, uma manifestação de música e dança, surgida no estado do Pará, no século XVII. O carimbó reúne características de culturas indígenas com influências de culturas afrobrasileiras. O ritmo é marcado pelo instrumento de percussão curimbó e a dança é executada em pares que fazem movimentos amplos e utilizam figurinos coloridos, como as saias rodadas das mulheres.
D3-098-145-POR-F2-2102-V8-M3-LA-G24_AVU.indd 144
baiana está vendendo acarajé na rua e utiliza a vestimenta típica dessas vendedoras, que se relaciona com vestimentas do candomblé.
2. Incentive os estudantes a retomar o que foi estudado do módulo e a relembrar de manifestações culturais que conhecem ou de que já ouviram falar. Estimule-os a pensar em elementos da cultura próprios da região onde vivem. Se quiser, peça que pesquisem
na internet ou entrevistem familiares e conhecidos para ampliar os conhecimentos acerca da diversidade cultural.
3. Utilize essa pergunta para propor uma discussão entre os estudantes a respeito da importância da valorização, preservação e defesa das manifestações culturais. Se necessário, ressalte que as culturas devem ser preservadas por fazerem parte da história, da
A outra manifestação é o ofício das baianas do acarajé, também reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro.
O acarajé é uma comida típica da Bahia, ligada a culturas africanas e afro-brasileiras e que se relaciona com o candomblé, uma religião de matriz africana. Ele é feito com um bolinho de feijão recheado com pimenta, camarão, caruru e vatapá (também típicos da culinária baiana). É produzido e vendido predominantemente por mulheres que se identificam utilizando vestimentas características do candomblé, compostas por saias brancas, turbantes e colares.
retoma as sondagens feitas na abertura do módulo e pode mobilizar os estudos dos dois capítulos. Deixe os estudantes livres para identificar os elementos que desejarem e incentive-os a pensar em diversos aspectos culturais, como as manifestações artísticas, os objetos, os hábitos, a culinária, os gestos, as expressões, a religiosidade etc. Dê espaço para as culturas juvenis e o sincretismo cultural, considerando que eles podem reconhecer elementos de diversas culturas como constituintes da cultura na qual se reconhecem e com a qual estabelecem relação de pertencimento.
1. Observe as imagens com atenção. Quais elementos mais chamam a sua atenção? Por quê? Respostas pessoais.
2. Quais outras manifestações das culturas brasileiras você conhece? Resposta pessoal.
3. Por que é importante que órgãos como o Iphan reconheçam e preservem manifestações culturais? Resposta pessoal.
4. Quais elementos, materiais e imateriais, você considera que fazem parte da sua cultura? Por quê? Respostas pessoais.
PARA ASSISTIR
Campanha de valorização das baianas de acarajé. 2018. Vídeo (2min). Canal Iphan. Disponível em: https://youtu.be/SSsgOlHfdn8. Acesso em: 20 jun. 2022. Nesse vídeo é possível conhecer melhor as características do ofício das baianas do acarajé de Salvador (BA).
memória e dos saberes dos povos; assim, é preciso que haja órgãos oficiais que reconheçam essas manifestações e trabalhem para sua preservação e valorização. Destaque, por exemplo, que é o reconhecimento oficial de uma construção como patrimônio histórico que impede, por lei, a sua demolição. Ou que as manifestações imateriais, quando reconhecidas
Mulher baiana vendendo acarajé, na Praia de Amaralina, em Salvador (BA). Fotografia de 2018.
oficialmente, recebem mais apoio − do estado e de instituições privadas – para divulgação, promoção de cursos, eventos e apresentações e até mesmo para uma valorização internacional.
4. Esta pergunta tem como objetivo finalizar o debate, sugerindo aos estudantes que se reconheçam e se afirmem como cidadãos participantes da própria cultura. Ela
FABIO COLOMBINI FABIO COLOMBINICompetências do módulo
Gerais: 1, 3, 4, 7, 9
Linguagens: 3, 4, 6
Língua Portuguesa: 3, 6, 7, 9
Arte: 6, 7
Habilidades da abertura
• EF69LP21 • EF89LP27
Tema Contemporâneo Transversal
• Educação em Direitos Humanos
INTRODUÇÃO
Neste módulo, o eixo de leitura aborda os gêneros artigo de opinião, fotografia jornalística e as editorias jornalísticas, com foco no tema dos refugiados e as comunidades tradicionais, como quilombolas, contemplando, assim, o Tema Contemporâneo Transversal Educação em Direitos Humanos. O eixo de análise linguística/semiótica trata das vozes verbais, do processo de composição por justaposição na formação de palavras e de usos do hífen. No eixo de produção textual, propõe-se a participação em um fórum (em articulação com o eixo oralidade), a escrita de artigos de opinião e a produção de podcasts opinativos.
OBJETIVOS
• Explorar os gêneros artigo de opinião e fotografia jornalística.
• Compreender as editorias jornalísticas como forma de organizar publicações e nortear abordagens.
• Compreender o conceito de vozes verbais e reconhecer os efeitos de sentido produzidos por elas nos textos.
• Participar de um fórum de discussão.
• Compreender alguns usos do hífen.
• Produzir artigo de opinião e podcast opinativo.
ENTRE FRONTEIRAS
PROPOSIÇÕES
A fotografia desta abertura faz parte do livro Êxodos, publicado em 2000, que reúne centenas de imagens feitas pelo fotógrafo mineiro Sebastião Salgado. Para a produção dessa série, o artista visitou 40 países ao longo de seis anos, buscando retratar pessoas em trânsito. A maioria
das imagens revela o sofrimento de pessoas refugiadas, exiladas ou em busca de uma vida melhor; algumas sozinhas, outras com a família ou com grandes grupos.
Aproveite a imagem para descobrir conhecimentos prévios que eles têm do tema da migração. Se necessário, problematize eventuais falas que reproduzam preconceito, racismo e/ou
REALIZAÇÃO
1. Caso os estudantes não tenham reparado na legenda da imagem, peça que a leiam. Eles podem apontar diferentes elementos na imagem, que podem nos levar a interpretar que as pessoas estão em um processo migratório, como o fato de estarem carregando bolsas e sacolas; estarem reunidas em família; e levarem um animal que
FIQUE POR DENTRO
• Artigo de opinião
• Editorias jornalísticas
• Vozes verbais
• Processo de formação de palavras: composição por justaposição
• Fotografia jornalística
• Fórum de discussão
• Voz passiva sintética e voz passiva analítica
• Hífen: alguns usos
• Produção multimodal: artigo de opinião e podcast opinativo
• Direitos humanos sem fronteiras
IMAGEM EM FOCO
Esta fotografia é parte da série Êxodos, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, que documentou, durante seis anos, em 40 países, a vida de pessoas que tiveram de abandonar sua pátria. Observe a fotografia e converse com os colegas com base nas perguntas a seguir.
1. Quais elementos podem ajudar a compreender que as pessoas retratadas estão migrando?
Resposta pessoal.
2. Em sua opinião, por que um trabalho como esse de Sebastião Salgado pode ser relevante para as sociedades?
Resposta pessoal.
3. Quais motivos podem levar as pessoas a migrar e deixar seus locais de origem?
Resposta pessoal.
4. Quais são as suas origens? Você ou alguém da sua família já migrou? Em caso positivo, como foi esse processo?
Respostas pessoais.
reflexões, como: O que essa imagem faz vocês pensarem? Por que será que o artista encontrou pessoas migrando em tantos países?
3. Incentive-os a pensar nos diversos motivos e tipos de migração, ressaltando que muitas pessoas deixam seus locais de origem por necessidade e não por vontade própria – no caso dos refugiados, para fugirem de guerras, conflitos ou da fome, por exemplo. Há também aqueles que mudam em busca de melhores condições de vida.
4. Incentive-os a perceber que a migração é um processo que sempre existiu ao longo da história da humanidade. Comente que muitos brasileiros possuem ascendências de pessoas de outros países, que vieram para o Brasil como migrantes, por algum motivo. Há também aquelas pessoas que migraram de estado ou município, migrando dentro do Brasil. Sugira aos estudantes que relembrem as origens de seus familiares e, se houver tempo, que investiguem os processos migratórios que fazem parte da história deles.
09/08/22 11:32
também carrega objetos. Porém, ressalte que, apesar desses elementos visuais, é impossível saber o que os levou a migrar e se a mudança é definitiva ou temporária.
2. Esta pergunta visa incentivar os estudantes para que, após a leitura da imagem, analisem o trabalho considerando seu viés político e social. Proponha um debate e acrescente perguntas para provocar mais
BNCC
Habilidades do Capítulo 1
TEXTO
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF89LP03
• EF89LP04
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF89LP03
ARTIGO DE OPINIÃO CAPÍTULO1
• EF89LP04
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP15
• EF69LP16
• EF69LP17
• EF69LP55
• EF89LP01
• EF89LP03
• EF89LP04
• EF89LP05
• EF89LP06
• EF89LP14
• EF89LP16
• EF89LP23
• EF89LP31
• EF89LP37
• EF08LP13
• EF08LP16
TEXTOS EM DIÁLOGO
• EF69LP03
• EF89LP01
• EF08LP01
• EF08LP02
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF89LP03
• EF89LP04
• EF89LP06
• EF08LP01
• EF08LP06
• EF08LP07
• EF08LP08
• EF08LP10
LINGUAGEM E SENTIDOS
• EF69LP03
• EF89LP01
• EF89LP05
• EF08LP01
• EF08LP05
PROPOSIÇÕES
O gênero textual artigo de opinião tem como intenção comunicativa a exposição do ponto de vista de um jornalista ou de um especialista sobre uma questão de relevância social. As sequências argumentativas geralmente se estruturam no texto em uma ordem que vai do argumento menos forte para o mais forte. Muitas vezes, o articulista apresenta fatos comentados por terceiros e faz antecipações prevendo objeções dos leitores ao seu ponto de vista.
A discussão sobre o tema abordado neste módulo possibilita
O texto que você vai ler a seguir é um artigo de opinião que discute um tema atual e de muita relevância no Brasil e no mundo: os movimentos migratórios internacionais. O que você sabe desse assunto? O que, na sua opinião, provoca esses deslocamentos de um lugar para o outro? Na região em que você mora, há pessoas que vieram de outro país? Em caso positivo, quais razões os levaram a vir para o Brasil, para a região onde você mora? Compartilhe suas considerações com os colegas e ouça as deles.
Sabendo que um artigo de opinião é um texto que traz sempre um ponto de vista do autor a respeito de um determinado assunto, leia o título e levante hipóteses: Que reflexões a pergunta pode provocar no leitor? Você acredita que as possíveis respostas que o texto pode trazer serão formadas por consequências positivas ou negativas? Por quê? Agora, leia o subtítulo: Você acha que o autor do texto defenderá algum ponto de vista em relação à pergunta? Qual? Respostas pessoais.
Imigrante é a pessoa que migra de um país para outro, geralmente em busca de melhores oportunidades e condições de vida (emprego, renda, saúde, educação de melhor qualidade etc.). Algumas situações excepcionais também podem influenciar na imigração, como a extrema pobreza e a fome, os desastres naturais (terremotos, tsunamis, enchentes etc.) e guerras. Para discutir esse assunto, o artigo “E se não existissem fronteiras?”, de Alexandre Versignassi, foi publicado na seção "Sociedade" do site da revista.
TEXTO
Leia o texto, silenciosamente, para saber o que o autor do artigo tem a dizer a respeito da questão levantada.
Sociedade
E se não existissem fronteiras?
Imigrantes tirariam empregos dos nativos no curto prazo. No longo, porém, o número de vagas cresceria. A história está de prova.
Por Alexandre Versignassi Atualizado em 13 jan 2021, 15h24 – Publicado em 28 set 2018, 19h47
“Venezuelanos e bolivianos roubariam nossos empregos.” “A Europa quebraria.” “Os EUA virariam um México gigante.” É isso que o discurso conservador diz. Mas ele está fundamentalmente errado.
A raiz dessa falácia está numa interpretação infantil da teoria econômica: a de que cada sociedade tem um número fixo de empregos. Mas não é assim que funciona. Os EUA só se tornaram a maior economia do planeta graças a imigrantes irlandeses, italianos, poloneses, mexicanos.
uma reflexão sobre atitudes de xenofobia em relação aos imigrantes. Por isso, é importante conscientizar os estudantes sobre a importância da tolerância, do combate à violência e de uma cultura de paz. Se desejar, é possível fazer menção ao artigo 3o da Lei de Migração
(lei no 13.445, de 24 de maio de 2017), que apresenta os princípios e diretrizes que regem a forma como o Brasil deve lidar com as questões migratórias (disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13445. htm; acesso em: 8 jul. 2022).
Um em cada seis trabalhadores ativos hoje nos EUA nasceu fora do país. Desde 1970, a população de imigrantes aumentou seis vezes mais que a de nativos por lá. E a economia segue a todo vapor, com uma taxa de desemprego pífia (3,9%, contra 13% do Brasil). Por aqui, a maior obra de imigrantes (e de migrantes) chama-se São Paulo, a cidade que responde por 10% do PIB nacional.
A população de imigrantes aumentou seis vezes mais que a de nativos nos EUA desde 1970. E a taxa de desemprego segue pífia: 3,9%.
A história, enfim, mostra que imigrantes não roubam empregos. Eles criam empregos. Um dos estudos mais recentes sobre esse fenômeno vem da National Foundation for American Policy, uma ONG dos EUA especializada em imigração. Ao analisar uma década de dados do mercado de trabalho americano, o estudo concluiu que o aumento no número de imigrantes faz crescer a quantidade de vagas.
Mas qual é a lógica? Se uma empresa abre dez vagas e cinco são preenchidas por imigrantes, não vamos ter mais nativos desempregados? Num primeiro momento, vamos. Só tem um detalhe: imigrantes não são mercadoria. São pessoas. E pessoas, no jargão financeiro, são “ bens de capital”. Pessoas criam riqueza, venham elas de onde vierem. “Riqueza” no seguinte sentido: de cara, imigrantes ampliam o mercado consumidor. Com mais gente para comprar comida, roupas e alugar imóveis, ganham os produtores de comida, de roupas e de prédios. Num segundo momento, os próprios imigrantes passam a fabricar comida, roupas, prédios, já que boa parte deles cria negócios. Abre novas empresas.
[…]
[…] Por essas, economistas como Michael Clemens, diretor da organização americana Center for Global Development, afirmam que um planeta sem fronteiras seria duas vezes mais rico, com um PIB de US$ 160 trilhões.
Imigrantes poderiam fazer o mesmo sem sair de sua terra natal? Em tese, sim. Mas a abertura de fronteiras tem a capacidade de juntar a fome com a vontade de comer.
REALIZAÇÃO
Antes da leitura silenciosa, incentive os estudantes a expor o que já sabem sobre o tema fluxos migratórios. As contribuições dos estudantes são um dos melhores meios de sondar os conhecimentos prévios deles, além de serem fundamentais para que assumam um papel ativo no processo de aprendizagem.
Se desejar, antes de realizar essa discussão inicial, selecione títulos e manchetes jornalísticas que tratem do assunto e apresente-os aos estudantes. Incentive-os a compartilhar as impressões a respeito do teor das manchetes e peça que apontem se elas mostram aspectos positivos ou negativos do assunto.
Ao destacar o título do artigo, incentive os estudantes a fazer perguntas que gostariam que fossem abordadas no texto. Se achar pertinente, após a primeira leitura silenciosa, proponha a leitura oral do texto.
O artigo utiliza alguns termos técnicos da área da economia, tais como: curto e longo prazo, trabalhadores ativos, taxa de desemprego, PIB nacional, bens de capital, entre outros. Se desejar, solicite aos estudantes que pesquisem o significado desses termos e tentem explicá-los para a turma.
PARA ASSISTIR
SR. BACHMANN e seus alunos.
Direção: Maria Speth. Alemanha: Madonnen Film, 2021. DVD (217 min).
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Inicie o trabalho com os estudantes propondo-lhes que elaborem hipóteses sobre o tema abordado: fluxos migratórios internacionais. Explore também o que sabem do gênero artigo de opinião (características e finalidade do gênero). Para isso, utilize os questionamentos propostos no Livro do Estudante, antes de
passar para o texto. Oriente-os a se posicionar com base em argumentos coesos e coerentes e a escutar ativamente os colegas, respeitando posicionamentos divergentes.
Caso surjam comentários que desrespeitem os direitos humanos, é importante conversar com a turma, para que reflitam sobre essas atitudes e atuem para promover uma cultura de paz e o respeito às diferenças em sala de aula.
Esse documentário acompanha o professor Bachmann e sua turma, composta por estudantes imigrantes de doze países estrangeiros, na cidade alemã de Stadtallendorf, marcada por uma realidade social e econômica historicamente relacionada à imigração.
REALIZAÇÃO
Texto
Ao final da leitura, pergunte aos estudantes se os argumentos apresentados pelo articulista os convenceram de que o mundo deveria ser sem fronteiras. Eles devem defender seu ponto de vista com justificativas claras e argumentos coerentes.
ARTICULAÇÃO COM GEOGRAFIA
De modo articulado com o professor do componente Geografia ( EF08GE01), proponha aos estudantes a seguinte situação-problema: O Brasil tem sido o país que recebe um fluxo migratório de venezuelanos como pessoas refugiadas, inclusive crianças (ver, por exemplo, reportagem neste link : https://www1.folha. uol.com.br/mundo/2022/06/ fluxo-da-venezuela-multiplicanumero-de-criancas-em-buscade-refugio-no-brasil.shtml. shtml; acesso em: 8 jul. 2022). No entanto, ainda que sejam amparados legalmente, há muito preconceito e discriminação contra eles. Muitos, por exemplo, sofrem xenofobia e não têm acesso aos serviços públicos adequadamente.
Depois, organize os estudantes em grupos para que se aprofundem nesse tema e discutam soluções possíveis para garantir melhores condições de vida a esses imigrantes no Brasil. Para aprimorar o debate, apresente a eles a Lei de Imigração (lei n o 13.445/2017), especialmente o seu artigo 3 o , caso não tenha apresentado anteriormente.
Falácia: engano, erro, enunciado ou raciocínio falso que, entretanto, simula a veracidade.
Nativos: indivíduos nascidos em determinado lugar, em oposição a estrangeiros.
Pífia: de pouca importância.
Jargão: linguagem geralmente restrita a um grupo profissional ou social.
Bens de capital: bens que servem para a produção de outros bens, como equipamentos industriais de transformação de matérias-primas; são bens geradores de riqueza.
PIB: sigla de Produto Interno Bruto, a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma região ou país durante um período determinado.
QUEM É O AUTOR
[…] um microempreendedor venezuelano tem mais chance de gerar riqueza em Roraima do que em seu país natal, que deixou de ter uma economia funcional.
Como resumiu a revista britânica The Economist : “Trabalhadores de países ricos ganham mais que os de países pobres porque vivem em sociedades que, ao longo de muitos anos, desenvolveram instituições que favorecem a prosperidade e a paz. É difícil transferir instituições canadenses para o Camboja, mas é fácil para uma família cambojana transferir-se para o Canadá”.
Será ruim para o Camboja perder mão e cabeça de obra? Será. Mas errado mesmo é impedir indivíduos de escolher o melhor para si próprios.
“A imigração oferece diversas oportunidades, e seria o mais coerente dentro de uma lógica na qual há uma intensa circulação de bens e serviços, pois o ser humano faz parte dessa dinâmica econômica”, diz João Carlos Jarochinski, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima.
Ainda assim, nem todo mundo estaria disposto a tentar a sorte num país estranho, ainda que com instituições mais sólidas. Desde 1986, cidadãos da Micronésia, país-arquipélago minúsculo e isolado no Pacífico, podem trabalhar e viver nos EUA à vontade. Só que dois terços da população decidiu continuar nas ilhas. A União Europeia permite o fluxo livre de trabalhadores entre os 28 países-membros. Mesmo assim, só 150 mil dos 7 milhões de adultos gregos decidiram imigrar para a Alemanha, nação mais rica do continente, desde a crise de 2010, que praticamente faliu o país. No fim, tudo se resume a uma frase: um mundo sem fronteiras seria mais rico, mais diverso, mais livre. Livre inclusive para quem prefere trabalhar e empreender na terra onde nasceu.
VERSIGNASSI, Alexandre. E se não existissem fronteiras? Superinteressante, [s. l ], 28 set. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/sociedade/e-se-nao-existissemfronteiras/. Acesso em: 7 jun. 2022.
O jornalista Alexandre Versignassi (1976-) nasceu em São Paulo e, ao longo de sua carreira, tem se dedicado a cobrir temas relacionados a ciência, tecnologia, entretenimento e cultura pop e seus impactos na sociedade e na cultura.
PROPOSIÇÕES
Em Conversando sobre o texto e Texto e contexto, se possível, organize os estudantes em roda para conversar sobre o texto lido e aproveite para verificar se as hipóteses levantadas por eles antes da leitura do artigo se confirmaram.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. A pergunta possibilita aos estudantes estabelecerem conexões de sentidos entre o que esperavam ler e o que o texto de fato traz, ampliando o conhecimento ou trazendo outros pontos a respeito do assunto.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. O texto lido abordou as questões que você esperava sobre o assunto?
Resposta pessoal.
2. Com base nas informações do texto, como você responderia à questão do título “E se não existissem fronteiras?”? Resposta pessoal.
3. Em sua opinião, qual é a importância de abordar assuntos polêmicos em artigos de opinião como o que você acabou de ler? Resposta pessoal.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
1. a) Espera-se que os leitores comecem a refletir sobre a possibilidade de um mundo sem fronteiras.
1. O artigo traz em seu título a pergunta “E se não existissem fronteiras?”.
a) O que se espera dos leitores com a apresentação dessa pergunta já no título?
b) Em seguida, na linha fina, o próprio articulista responde à pergunta. Como ele vê essa discussão?
Segundo o articulista, no começo, imigrantes “tirariam os empregos dos nativos”, porém, depois, o número de vagas de emprego aumentaria.
2. O texto inicia apresentando frases que refletem um ponto de vista comum à maioria das pessoas em relação aos imigrantes.
2. a) De que os imigrantes podem gerar problemas no mercado de trabalho, na economia de um país e nas dinâmicas populacionais.
a) Qual é esse ponto de vista? Você já leu ou ouviu frases como essas?
b) Esse ponto de vista é apresentado pelo autor como “fundamentalmente errado”. Ao fazer essa apontamento, que efeito de sentido pretende-se obter em relação ao leitor do texto?
2. a) Incentive os estudantes a compartilhar o que já sabem em relação aos posicionamentos em destaque nas falas citadas no artigo. Explique que esse tipo de fala é um comportamento típico da xenofobia, que é o nome utilizado para se referir ao sentimento de hostilidade, desconfiança, temor, ódio ou antipatia contra pessoas estrangeiras. Reforce a necessidade de ter atitudes que contribuam para a promoção da cultura da paz e de respeito às diferenças em sala de aula e na comunidade em que vivem.
Criar uma expectativa no leitor sobre o que será apresentado em contraposição a essa ideia.
3. a) A compreensão de que cada sociedade tem um número fixo de empregos.
3. No segundo parágrafo, o articulista apresenta o que seria a “raiz dessa falácia”.
a) O que, segundo o articulista, levou à construção desse falso raciocínio?
b) Qual é a posição do autor diante desse raciocínio? Como ele demonstra essa posição no texto?
Ele se opõe; apresenta como exemplo os Estados Unidos, que cresceram também graças aos imigrantes.
4. O articulista defende uma tese, ou seja, uma posição a respeito do assunto. Que frase expressa a posição dele em relação aos imigrantes e dá início à argumentação?
5. Para defender sua posição, o articulista elabora uma argumentação que parte dos estudos realizados por uma organização não governamental (ONG) dos Estados Unidos.
a) O que esse estudo concluiu?
Concluiu que o aumento no número de imigrantes faz crescer a quantidade de vagas de emprego.
b) Que efeito de sentido a referência à pesquisa realizada por essa ONG produz no artigo de opinião?
A frase “A história, enfim, mostra que imigrantes não roubam empregos. Eles criam empregos.”. Dar credibilidade à argumentação do autor do artigo, já que a ONG é especializada em imigração.
c) Que outro trecho produz efeito de sentido semelhante no texto?
O trecho que destaca a afirmação do economista Michael Clemens, diretor da organização americana Center for Global Development, de que “um planeta sem fronteiras seria duas vezes mais rico”.
Resposta pessoal. 151
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 151
2. A resposta dependerá da compreensão, da interpretação, da vivência e dos conceitos que eles têm (ou não) sobre o tema.
3. Comente que, ao trazer um assunto polêmico e um ponto de vista sobre ele, o articulista convoca o leitor a se posicionar, e debater o tema com outras pessoas, além de oferecer subsídios para que outros também se posicionem.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. a) Comente que o título faz uma pergunta retórica, ou seja, não visa obter uma resposta ou nova informação, mas sim afirmar, enfatizar ou insinuar uma informação.
1. b) Explique que a linha fina tem a função de complementar as informações do título.
2. b) Comente que essas ideias fazem parte do senso comum, ou seja, pensamentos e opiniões compartilhadas, transmitidas de geração em geração e culturalmente aceitas, mas não testadas ou verificadas cientificamente. Ao apontar que é “fundamentalmente errado”, o articulista prepara o leitor para as informações e explicações mais aprofundadas que apresentará no artigo.
3. Se for necessário, retome esse trecho do artigo para que eles possam compreender como o articulista constrói seu posicionamento.
4. Explique que o tema da imigração é bastante polêmico, e o articulista poderia defender diferentes pontos de vista em relação a ele.
5. Auxilieos a identificar as conclusões a que chegou a ONG citada pelo articulista. Se desejar, explique que se trata de um argumento de autoridade, que permite conferir credibilidade à argumentação desenvolvida pelo articulista.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
6. a) Auxilie os estudantes a identificar como o articulista usa o senso comum no texto como um recurso para desenvolver sua tese.
6. b) Se desejar, explique o conceito de estereótipo. Essa é uma ideia preconcebida sobre pessoas ou grupos, criando rótulos sobre elas e juízos de valor equivocados sobre um aspecto específico da sociedade.
6. c) Incentive os estudantes a compartilhar seus pontos de vista fundamentando suas posições com argumentos consistentes. É importante, no entanto, promover uma visão voltada ao respeito aos direitos humanos e à tolerância, combatendo práticas e discursos de violência e ódio.
7. Se desejar, explique por que as alternativas A e D estão incorretas. Leve-os a compreender que, segundo o articulista, a ausência de fronteiras tornaria o mundo mais diverso e que as pessoas poderiam ou não permanecer no país onde nasceram.
8. a) Considere diferentes respostas, desde que bem fundamentadas por meio de argumentos coesos e coerentes.
8. b) Comente que revistas e outros veículos jornalísticos são empresas e, por isso, desejam obter lucro. Nesse sentido, anúncios publicitários podem contribuir para determinar a orientação do jornal ou revista em relação a alguns temas.
9. Incentive a troca de ideias e opiniões entre os estudantes, promovendo uma postura de respeito e tolerância à diversidade dos seres humanos e de suas culturas como algumas das premissas de uma cultura de paz.
6. a) Àqueles que temem perder o emprego para os imigrantes, o que, segundo a tese dessas vozes, aumentaria o desemprego. Seriam, então, as mesmas vozes que reproduzem as falas destacadas no primeiro parágrafo do texto.
6. Em determinado momento do texto, o articulista faz uma pergunta e responde a ela. Releia o trecho a seguir.
Imigrantes poderiam fazer o mesmo sem sair de sua terra natal? Em tese, sim. […]
a) A quem poderia ser atribuída a voz dessas perguntas?
6. b) Segundo o articulista, a sociedade vê o imigrante como um concorrente, sem considerar que, além de ser capaz de produzir riquezas, a imigração tem outros motivos, como desemprego, guerras etc.
b) Considerando essa voz, como a sociedade vê a questão dos imigrantes, segundo o articulista?
c) Você concorda com esse ponto de vista? O que você pensa desse assunto? Justifique.
Respostas pessoais.
7. No último parágrafo, após apresentar as informações que explicam o fenômeno das imigrações, o articulista fornece ao leitor uma conclusão.
No fim, tudo se resume a uma frase: um mundo sem fronteiras seria mais rico, mais diverso, mais livre. Livre inclusive para quem prefere trabalhar e empreender na terra onde nasceu.
• O que ela expressa? Transcreva no caderno as alternativas corretas.
A. A ausência de fronteiras tornaria o mundo mais homogêneo.
B. É possível produzir riquezas tanto em uma terra natal quanto em uma nação estrangeira.
C. O fim das fronteiras resultaria em um mundo mais livre e diverso.
D. Apenas pessoas acomodadas permanecem no país onde nasceram. Alternativas B e C
8. O artigo foi publicado em uma revista dirigida principalmente ao leitor mais jovem.
a) Você considera esse tema adequado ao leitor da revista? Justifique.
b) As revistas e outros veículos jornalísticos, em geral, precisam de anunciantes para se manter em funcionamento. Em sua opinião, os temas, os assuntos abordados em reportagens, colunas e artigos podem influenciar no aumento ou na diminuição de anúncios nesses veículos? Justifique.
9. Releia a seguir a conclusão do artigo.
8. a) Sim. Trata-se de um tema que interessa a todos, jovens e adultos. Por isso, deve ser divulgado, proporcionando reflexões e debates.
No fim, tudo se resume a uma frase: um mundo sem fronteiras seria mais rico, mais diverso, mais livre. Livre inclusive para quem prefere trabalhar e empreender na terra onde nasceu.
• Qual é a importância, para o leitor, da reflexão que a leitura desse artigo proporciona? Dê sua opinião e ouça o que os colegas pensam desse assunto. Resposta pessoal.
O artigo de opinião circula usualmente na esfera jornalística, em jornais, revistas e sites. Os articulistas, em geral, são pessoas reconhecidas publicamente por sua atuação em alguma área.
Nesse gênero textual, o autor defende uma opinião sobre determinada questão polêmica ou socialmente relevante, buscando sustentá-la não só com base em impressões pessoais, mas também em argumentos com base em fatos e/ou dados científicos.
8. b) Espera-se que os estudantes infiram que as matérias jornalísticas precisam estar adequadas ao perfil do público leitor e à perspectiva de abordagem dos veículos – científica, esportiva, de saúde etc. São esses elementos, entre outros, que orientam a escolha dos anunciantes em publicar anúncios neste ou naquele veículo e que, da mesma forma, podem influenciar eventuais inflexões editoriais.
1. b) O articulista considera que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, os imigrantes podem gerar riquezas ao país que os recebe. Ainda que possam competir com os nativos por empregos no início, passado um tempo, as vagas aumentariam.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. c) O articulista sintetiza as ideias apresentadas por meio de uma frase que resume tudo o que foi dito antes: “um mundo sem fronteiras seria mais rico, mais diverso, mais livre”.
1. No artigo de opinião, as informações costumam ser organizadas em uma sequência argumentativa que pode ser compreendida de acordo com o quadro a seguir.
Introdução ao assunto Introduz o leitor no assunto que será abordado no texto.
Tese ou proposição Posição a ser defendida sobre o assunto abordado.
Argumentação
Conclusão
PROPOSIÇÕES
Conjunto de ideias, fatos, afirmações, premissas ou suposições que defendem um ponto de vista e que têm por objetivo convencer o leitor de algo.
Ratifica e sintetiza o que foi exposto na argumentação. Pode também sugerir soluções, intervenções ou outros encaminhamentos para a questão em foco.
a) Releia os dois primeiros parágrafos do texto. No caderno, transcreva as alternativas que correspondem à maneira como o articulista introduziu o assunto no texto.
A. Apresentação de dados verificáveis que exemplificam a situação.
B. Proposição de uma pergunta direcionada ao leitor.
C. Apresentação de citações de pessoas.
D. Apresentação de uma ideia geral do assunto. Alternativas C e D
b) Considerando as afirmações e ideias apresentadas, como você entende a posição do articulista sobre o assunto?
c) Releia o último parágrafo do texto. Com base no quadro anterior, qual foi a estratégia usada pelo articulista para a sua conclusão?
2. No artigo de opinião, além de apresentar sua opinião, o autor precisa apresentar argumentos para fundamentar a tese apresentada. Leia a seguir o quadro que apresenta os tipos de argumentos.
Contra-argumento
Um argumento contrário à tese defendida, usado para lançar dúvida ou para contestar um argumento empregado. Algumas expressões usadas para introduzi-lo são: Se por um lado, Por outro, Contrário a esse argumento, entre outras.
Argumento científico Apresentação dos resultados de pesquisas, dados científicos ou estatísticos.
Argumento de autoridade Citações diretas ou indiretas de especialistas, de pessoas com credibilidade ou de órgãos e entidades de referência no assunto.
Argumento de causa e consequência Indicação de relação de causa e consequência a partir de um ou mais fatos relacionados ao assunto.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Imigração e cultura de paz
A cultura de paz é uma proposta para que as relações humanas sejam permeadas pelo diálogo, pela tolerância e pela consciência da diversidade dos seres humanos e de suas culturas.
Compartilhe com os estudantes a definição de cultura de paz a seguir, proposta pela ONU no artigo 1o da Declaração sobre uma Cultura
de Paz (disponível em: http://www.comitepaz. org.br/dec_prog_1.htm; acesso em: 20 jul. 2022), e solicite a eles que identifiquem, no artigo lido no capítulo, vozes que contrariam os princípios da cultura de paz. Em seguida, proponha que justifiquem por que as posições enunciadas por essas vozes contrariam a cultura de paz e que elaborem argumentos que poderiam ser usados para derrubar essas posições.
Se possível, antes de Composição e linguagem, explique aos estudantes que os textos podem ser compostos por diferentes sequências. Nos textos do gênero argumentativo, como artigo de opinião, editorial, crônica argumentativa, entre outros, predomina o uso das sequências argumentativas, em que o autor defende sua tese. No entanto, é possível haver uma sequência narrativa, em que ele relata um fato, para contribuir na argumentação, ou mesmo uma sequência descritiva, em que descreva o problema abordado.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
1. a) Comente que essa é a composição mais comum de textos desse gênero. No entanto, é possível ler ou produzir textos que subvertam essa forma.
1. b) Auxilie os estudantes a compreender o posicionamento defendido pelo articulista no texto.
1. c) Oriente-os a entender que existem diferentes estratégias para concluir um artigo de opinião.
2. Oriente a leitura do quadro que apresenta os tipos de argumentos e verifique se os estudantes têm dúvidas. Comente que os tipos de argumentos não são excludentes. Por vezes, um mesmo argumento apresentado pode se enquadrar em mais de um tipo.
REALIZAÇÃO
2. a) Sugestões de resposta: (1)
Ao analisar dados de uma década, a ONG National Foundation for American Policy concluiu que, nos Estados Unidos, o aumento no número de imigrantes fez crescer a quantidade de vagas de emprego no país. (2)
Michael Clemens, do Center for Global Development, diz que um planeta sem fronteiras seria duas vezes mais rico. (3) Menção à revista britânica The Economist (4) Citação do professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima, João Carlos Jarochinski, de que “A imigração oferece diversas oportunidades, e seria o mais coerente dentro de uma lógica na qual há uma intensa circulação de bens e serviços, pois o ser humano faz parte dessa dinâmica econômica”.
2. b) Sugestões de resposta: (1)
A população de imigrantes aumentou seis vezes mais que a de nativos nos Estados Unidos desde 1970, mas a taxa de desemprego permanece baixa (3,9%). (2)
Ao analisar uma década de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, a ONG National Foundation for American Policy concluiu que o aumento do número de imigrantes faz crescer a quantidade de vagas. (3) “Desde 1986, cidadãos da Micronésia, país-arquipélago minúsculo e isolado no Pacífico, podem trabalhar e viver nos EUA à vontade. Só que 2/3 da população decidiu continuar nas ilhas.” (4) “A União Europeia permite o fluxo livre de trabalhadores entre os 28 países-membros. Mesmo assim, só 150 mil dos 7 milhões de adultos gregos decidiram imigrar para a Alemanha”.
3. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que a pergunta envolve o leitor, fazendo-o pensar na questão e elaborar hipóteses sobre o assunto.
3. b) O subtítulo responde à pergunta do título, indicando que essa resposta é comprovada pela história da humanidade. Com isso, ele indica o tipo de informação que será abordada no artigo.
• Agora, identifique no texto exemplos dos tipos de argumento solicitados a seguir e, no caderno, registre-os fazendo a transcrição como consta no artigo de opinião ou com suas próprias palavras
Leia orientações no Manual do Professor.
a) Um argumento de autoridade. c) Um argumento de causa e consequência.
b) Um argumento científico. d) Um contra-argumento.
3. Releia o título e o subtítulo (ou linha fina).
a) Qual é o efeito de sentido produzido por um título com uma pergunta direta? Explique.
b) Quais informações o subtítulo (ou linha fina) apresenta ao leitor?
4. Além dos tipos de argumentos, alguns recursos linguísticos também podem ajudar a defender a tese no artigo de opinião, como os que você vai ler a seguir.
a) Uso de palavras e expressões do cotidiano, metáforas populares ou frases feitas, como nos trechos a seguir.
Trecho 1
4. a) I. Espera-se que os estudantes notem a tentativa de facilitar a compreensão, porque o uso desses termos cria aproximação com o leitor por meio da informalidade.
A raiz dessa falácia está numa interpretação infantil [...]
Trecho 2
4. b) I. Ele intensifica o termo errado, realçando o quanto estão equivocadas as ideias introduzidas nas aspas.
4. a) II. As expressões a todo vapor, juntar a fome com a vontade de comer, venham elas de onde vierem, tentar a sorte
[…] de cara, imigrantes ampliam o mercado consumidor. […]
I. Qual é o efeito de sentido gerado pelo uso desses termos na compreensão do texto?
II. Identifique no artigo de opinião outras expressões em que ocorre o uso desse tipo de linguagem e transcreva-as no caderno.
b) Uso de adjetivos e advérbios, como neste trecho.
4. b) II. Pode-se deduzir que, para o articulista, trata-se de uma interpretação rasa, sem fundamento.
“Venezuelanos e bolivianos roubariam nossos empregos.” “A Europa quebraria.” “Os EUA virariam um México gigante.” É isso que o discurso conservador diz. Mas ele está fundamentalmente errado.
A raiz dessa falácia está numa interpretação infantil da teoria econômica:
a de que cada sociedade tem um número fixo de empregos. […]
I. Que efeito de sentido o uso do advérbio fundamentalmente imprime ao enunciado?
II O que se pode deduzir do posicionamento do articulista com base no uso do adjetivo infantil?
c) Enumeração de ações, conforme trecho a seguir.
Pessoas criam riqueza, venham elas de onde vierem. “Riqueza” no seguinte sentido: de cara, imigrantes ampliam o mercado consumidor. Com mais gente para comprar comida, roupas e alugar imóveis, ganham os produtores de comida, de roupas e de prédios. Num segundo momento, os próprios imigrantes passam a fabricar comida, roupas, prédios, já que boa parte deles cria negócios. Abre novas empresas.
• Qual é a provável intenção do articulista ao enumerar as ações para definir o que é “riqueza”, termo em destaque no trecho? Que expressões ele usa para evidenciar essa enumeração? Tornar claro para o leitor como é gerada a “riqueza” a que se refere. As expressões são: de cara e num segundo momento.
2. c) Sugestões de resposta: (1) Os imigrantes ampliam o mercado consumidor e geram riqueza para empresas produtoras de alimentos e roupas, por exemplo. Posteriormente, os próprios imigrantes podem abrir seus negócios, gerando vagas de emprego. (2) Um planeta sem fronteiras seria duas vezes mais rico.
2. d) Sugestões de resposta: (1) “É isso que o discurso conservador diz. Mas ele está
fundamentalmente errado.” (2) “A raiz dessa falácia está numa interpretação infantil da teoria econômica: a de que cada sociedade tem um número fixo de empregos. Mas não é assim que funciona. Os EUA só se tornaram a maior economia do planeta graças a imigrantes irlandeses, italianos, poloneses, mexicanos.” (3) “A história, enfim, mostra que imigrantes não roubam empregos. Eles criam empregos.” (4) “Imigrantes poderiam
5. Alguns termos, quando empregados, indicam a força argumentativa do enunciado: são os chamados operadores argumentativos. Leia os trechos a seguir, em que operadores argumentativos foram colocados em destaque.
Trecho 1 Trecho 2
5. No trecho 1, introduz uma conclusão; no trecho 2, introduz argumentos que levam a conclusões opostas.
A história, enfim, mostra que imigrantes não roubam empregos. Eles criam empregos. […]
6. A predominância do registro formal é um aspecto típico dos gêneros da esfera jornalística e gera efeito de objetividade, didatismo e credibilidade na divulgação de informações e na proposição de discussões.
[…] É difícil transferir instituições canadenses para o Camboja, mas é fácil para uma família cambojana transferir-se para o Canadá”.
• Quais são os efeitos de sentido que as palavras em destaque produzem nos trechos?
6. No artigo predomina o registro formal da língua. Considerando o gênero textual, qual é o efeito de sentido gerado pelo uso desse registro?
7. Como você viu, o objetivo da argumentação é convencer o interlocutor, de modo que ocorra sua adesão ao que é defendido. Por exemplo, diante da tese defendida no artigo, há aqueles que concordam, os que discordam e, ainda, aqueles que procuram um equilíbrio entre um posicionamento e outro. Esses posicionamentos são denominados movimentos argumentativos. Veja a seguir.
De sustentação Quando se apresenta argumentos concordando com o que foi apresentado inicialmente.
De refutação Quando se contesta os argumentos do interlocutor. De concessão Quando se apresenta uma tese que apoia as posições em disputa.
• Com um colega, leiam o argumento a seguir e, depois, respondam às atividades
[…] de cara, imigrantes ampliam o mercado consumidor […]. Num segundo momento, […] boa parte deles cria negócios. Abre novas empresas.
a) Esse argumento concorda com a tese defendida ou discorda dela? Que tipo de movimento argumentativo está evidente nesse trecho? Concorda. Movimento de sustentação.
b) Agora, tentem elaborar argumentos contestando essa tese.
c) Elaborem, também, argumentos que apoiem a tese defendida no trecho. Resposta pessoal.
O artigo de opinião é organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, é contextualizada e/ou apresentada a questão que está sendo discutida; no desenvolvimento, explicita-se um posicionamento por meio de argumentos e de contra-argumentos; a conclusão é a parte em que se finaliza e sintetiza as ideias apresentadas e discutidas no texto. Quanto à linguagem, cabe ao articulista adequá-la ao público-alvo do veículo e da seção ou editoria em que será feita a publicação.
7. b) Sugestões de resposta: (1) Embora os imigrantes ampliem o mercado consumidor, isso não garante que todos possam abrir negócios e gerar riqueza e empregos. (2) Embora ampliem o mercado consumidor, muitos imigrantes voltam para sua terra natal e não geram riqueza no país que os recebeu.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd
fazer o mesmo sem sair de sua terra natal? Em tese, sim. Mas a abertura de fronteiras tem a capacidade de juntar a fome com a vontade de comer.” (5) “Será ruim para o Camboja perder mão e cabeça de obra? Será. Mas errado mesmo é impedir indivíduos de escolher o melhor para si próprios.”
3. Além de presente no título, as perguntas retóricas aparecem em outros momentos e são respondidas pelo próprio articulista.
Ao fazê-las, a intenção dele é levar o leitor a acompanhar um raciocínio, auxiliando no processo de argumentação.
4. Comente que, tanto na fala quanto na escrita, mesmo quando não é o objetivo, deixamos subentendidos ou sugeridos posicionamentos. Reforce a relação entre o uso das expressões em destaque e o veículo em que o artigo foi publicado. Relembre-os de que o nome dado a esse fenômeno é modalização
5. Para ajudar, escreva os operadores argumentativos na lousa. Operadores que opõem argumentos contrários: mas, porém, senão, embora , apesar de que etc. Operadores que somam argumentos a favor de outros: e, também, ainda, além disso etc. Operadores que introduzem conclusão relativa a argumentos apresentados anteriormente: logo, portanto, então, assim etc. Operadores que introduzem explicação ou justificativa: pois, porque, já que etc. Operadores que introduzem consequência em relação a determinado ato: tanto… que, tamanho… que, de forma que etc.
6. Auxilie-os a compreender que o uso do registro informal em artigo de opinião estaria inadequado. Comente que a linguagem do artigo de opinião, geralmente, é alinhada à norma-padrão da língua portuguesa, por ser um texto publicado em veículos de imprensa e que deve ser compreendido por leitores das diversas regiões do país.
7. Destaque as palavras e expressões que podem indicar valor de verdade a uma proposição, dando mais força à argumentação, como: os asseverativos – quando se concorda com algo (realmente, evidentemente, sem dúvida etc.) ou discorda de algo (de jeito nenhum, de forma alguma etc.); e os quase-asseverativos, que indicam que se considera o conteúdo como quase certo (talvez, assim, possivelmente etc.).
PROPOSIÇÕES
Se for possível, traga à sala de aula jornais impressos para que os estudantes possam manusear e explorar as editorias. Se necessário, organize-os em duplas ou trios. Proponha que identifiquem as editorias e os conteúdos e temas abordados nelas. Em seguida, se desejar, escreva na lousa o que verificaram nessa exploração inicial.
REALIZAÇÃO
Ao tratar das diferentes editorias, se considerar oportuno, antes da leitura das notícias apresentadas, pergunte aos estudantes: Se o tema da imigração fosse abordado na editoria de gastronomia, por exemplo, qual enfoque você acha que o texto teria? É possível mencionar, por exemplo, a diversidade gastronômica dos países de origem dos imigrantes, entre outras possibilidades.
Depois, proponha à turma uma leitura individual e silenciosa das notícias. Se desejar, oriente os estudantes a anotar o fato noticiado em cada uma delas. Em seguida, proponha uma leitura compartilhada e em voz alta, em que possam verificar, coletivamente, se identificaram o fato de cada notícia adequadamente.
As notícias apresentadas nesta seção possibilitam promover positivamente a imagem de refugiados em diferentes áreas de atuação, de modo a valorizar sua visibilidade e protagonismo social. Contribui também para que eles conheçam diferentes realidades e exercitem a empatia e o respeito diante das situações e problemas vividos pelos refugiados.
Refugiados são aquelas pessoas que se deslocam de um país para outro por motivos de guerras ou perseguição em seu país de origem. No caso dos imigrantes, são pessoas que saem de seus países por opção com o objetivo de conseguirem melhores condições de vida ou sobrevivência, ou mesmo por oportunidade, como uma oferta de emprego.
Artigo de opinião e editorias jornalísticas
No artigo de opinião que você leu, o articulista discute o tema da imigração e busca apresentar argumentos a favor da posição assumida por ele no texto. Mas esse mesmo assunto pode ser abordado e comentado mostrando outros aspectos da questão ao leitor.
Em jornais, revistas e outros veículos de mídia impressos e digitais, é comum organizar o que é publicado em seções ou editorias especializadas em um conjunto de temas de determinado campo, como política, esporte, economia, trabalho, gastronomia, entretenimento etc.
Os trechos de notícias que você vai ler a seguir trazem informações sobre imigrantes e refugiados com diferentes enfoques, de acordo com a seção ou editoria em que foram publicados. Leia esses trechos e, em seguida, responda às perguntas.
Notícia 1 – Editoria Economia
Economia
Contratação de refugiados promove diversidade migratória em empresas
Julia Moióli Colaboração para o UOL, em São Paulo 12/04/2022 04h00
Quando chegou ao Brasil, em 2017, o venezuelano Jesus Segovia, de 30 anos, precisava de um emprego formal para se manter legalmente no país. Na mesma época, a empresa de contact center Sitel ampliava seus serviços de atendimento em espanhol e buscava colaboradores nativos no idioma.
O encontro entre necessidade e oportunidade rendeu frutos para os dois lados: Segovia se estabeleceu e trouxe a família para cá. A companhia, por sua vez, ampliou seus negócios e gerou impacto social –acompanhado de engajamento e inovação.
Enquanto faz provas para ter o diploma validado no Brasil, o médico venezuelano Jesus Segovia só conseguiu entrar no mercado de trabalho por meio de uma política de contratação de refugiados da empresa de contact center Sitel.
MOIÓLI, Julia. Contratação de refugiados promove diversidade migratória em empresas. UOL, São Paulo, 12 abr. 2022. Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/04/12/contratacao-de-refugiadospromove-diversidade-migratoria-em-empresas.htm. Acesso em: 9 jun. 2022.
EDITORIAS de jornais: o que vira notícia? 2021. Vídeo (7min08s). Publicado pelo canal Khan Academy Brasil. Disponível em: www.youtube.com/watch?
v=OS-RTo-CGHk. Acesso em: 12 jul. 2022.
Para saber mais sobre editorias de jornais, veja essa videoaula sobre o tema e os critérios utilizados para definir o que é ou não notícia.
Cinema
‘Flee’ conta a história de um homem por trás do seu passado de refugiado
O filme, de Jonas Poher Rasmussen, que concorreu ao Oscar, chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 21
Por Redação Jornal de Brasília 19/04/2022 9h21
REALIZAÇÃO
Se for possível, entre a leitura dos textos, incentive os estudantes a compartilhar suas percepções sobre as notícias, posicionando-se diante dos fatos noticiados. Nesse sentido, chame a atenção dos estudantes para que observem as imagens detalhadamente, relacionando-as às imagens lidas. Essa atividade possibilita que os estudantes desenvolvam o respeito à diferença e participem de um diálogo entre diferentes etnias e culturas. Além disso, também contribui para que ampliem o olhar sobre os refugiados e desconstruam eventuais estereótipos sobre eles.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Pesquisa sobre um imigrante ou refugiado
[…] a cerimônia do Oscar realizada no dia 27 de março teve outros momentos pouco brilhantes. Na apresentação do prêmio de animação, vencido por Encanto, três atrizes que interpretam princesas da Disney leram um texto que tratava a linguagem como algo para crianças. Só que, entre os cinco concorrentes, um não cabia nessa caixinha limitante: Flee – Nenhum Lugar para Chamar de Lar, de Jonas Poher Rasmussen, um documentário sobre um refugiado afegão na Dinamarca.
O filme fez história naquela noite, mesmo sem levar nenhuma estatueta para casa, por ser a primeira obra a disputar nas categorias animação, documentário e filme internacional. Depois de exibido no Festival É Tudo Verdade do ano passado, o longa finalmente chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 21. “Para muita gente, é difícil aceitar que a animação pode ser um meio para adultos também”, informou Rasmussen […]
por-tras-do-seu-passado-de-refugiado/. Acesso em: 9 jun. 2022.
Proponha aos estudantes realizar uma pesquisa sobre um imigrante ou refugiado de destaque na área profissional em que atue. Oriente-os a investigar a vida e a obra da pessoa selecionada, especialmente os problemas e dificuldades que a levaram a migrar para outro país. Solicite a eles que escolham livremente uma maneira de compartilhar, com os colegas, os resultados a que chegaram por meio de infográfico, artigo biográfico, episódio de podcast etc.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 157
'FLEE' CONTA a história de um homem por trás do seu passado de refugiado. Jornal de Brasília, Brasília, DF, 19 abr. 2022. Disponível em: https://jornaldebrasilia.com.br/entretenimento/cinema-clica-brasilia/flee-conta-a-historia-de-um-homem-ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Notícia verdadeira e notícia falsa
Esta atividade contribui para que os estudantes identifiquem alguns aspectos que são pistas de que uma notícia é falsa. Peça a cada estudante que, em uma folha à parte, escreva os números de 1 a 12. Explique que serão lidos os títulos de algumas notícias veiculadas nas redes sociais, e eles vão escrever, ao lado de cada número, se a notícia é verdadeira ou falsa.
Comente que, embora somente o título de uma notícia não seja suficiente para indicar sua veracidade ou não, há indícios que podem ser considerados nessa análise.
1. Tratamento de queimaduras com farinha de trigo (F)
2. Onda de calor – Sensação térmica de 55º C (F)
3. Gelo causa câncer (F)
4. Óleo no umbigo cura doenças (F)
5. Uso do celular no escuro causa câncer (F)
6. Coletes de agentes endêmicos de controle da dengue roubados (F)
7. Bananas com vírus HIV (F)
8. 60 Médicos Americanos diz ao mundo não tomem o veneno da vacina de morte febre amarela (F)
9. Vacina faz mal (F)
10. Cientistas franceses conseguem remover completamente o HIV de células infectadas (V)
11. Sinais que ajudam a identificar um AVC (V)
12. Chá de folhas de goiaba e pitanga tem poder cicatrizante (V)
Ao concluir, releia cada título e anote na lousa o número de respostas “Verdadeira” e “Falsa”.
Com os resultados prontos, promova uma discussão sobre o que observaram de modo geral e o que, no título de cada uma, sugere ser a notícia verdadeira ou falsa.
Mundo Refugiados e imigrantes ainda têm dificuldade em se vacinar na Europa
Chegada da variante ômicron deixa latente na Europa a necessidade de acelerar a vacinação de refugiados e imigrantes, muitos excluídos do processo
Por Da Redação | Publicado em 30/11/2021 15:38 | Última atualização em 30/11/2021 20:02
Tempo de Leitura: 4 min de leitura
Não bastasse o desafio que uma série de países europeus têm tido para convencer seus cidadãos a se vacinar contra a covid-19, a chegada da variante ômicron traz ainda outro duro lembrete aos governos: a necessidade de não deixar para trás minorias como refugiados e imigrantes, inclusive os não legalizados no país.
Na Europa, são mais de 4 milhões de imigrantes sem documentos ou autorização de viver nos países. Parte desse grupo, até o momento, vem sendo excluída do processo de vacinação.
[…]
Imigrantes detidos na fronteira da Alemanha com a Polônia: vacinação desses grupos é dificultada pelas regras de cidadania. Fotografia de 2021.
REFUGIADOS e imigrantes ainda têm dificuldade em se vacinar na Europa. Exame, [s. l.], 30 nov. 2021. Disponível em: https://exame.com/mundo/refugiados-e-imigrantes-ainda-tem-dificuldade-em-sevacinar-na-europa/. Acesso em: 9 jun. 2022.
Peça a um estudante que registre os aspectos observados e apontados pelos colegas como indicadores de que a notícia pode ser verdadeira ou falsa. Nas notícias falsas, podem ser apontados: na 2, o exagero de 55º C; na 8, os erros de concordância; na 3, 4 e 7, informações absurdas; na 1 e 9, uma
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 158
informação que vai de encontro a algo amplamente conhecido. Nas notícias verdadeiras, podem ser apontados: na 10, 11 e 12, mesmo sendo informações desconhecidas, portanto podendo ser consideradas falsas, que não há exagero, que são informações possíveis para a medicina atual, entre outros.
Notícia 4 – Editoria Esportes
Esportes
3. Os temas indicam ao leitor a informação (o recorte que será dado) que encontrará nas notícias publicadas nos respectivos espaços.
Jogadores participam de campanha e pedem ajuda para refugiados da guerra
na Ucrânia
Por meio da hashtag #FutebolPelaUcrânia, os atletas pedem doações para ajudar as pessoas que fugiram do país
Aila Beatriz Inete 30.03.22 17h07
Entidades esportivas e atletas têm se manifestado e engajado movimentos que buscam aliviar os efeitos catastróficos da guerra na Ucrânia contra a Rússia. Os jogadores de futebol, que são refugiados, Alphonso Davies, do Bayern de Munique, Mahmoud Dahoud, do Borussia Dortmund, e Asmir Begovic, do Everton, entram nessa corrente e são embaixadores da “Boa Vontade” da Agência para Refugiados da ONU (ACNUR).
INETE, Aila Beatriz. Jogadores participam de campanha e pedem ajuda para refugiados da guerra na Ucrânia. O Liberal, [s. l.], 30 mar. 2022. Disponível em: www.oliberal.com/esportes/futebol/jogadores-participam-decampanha-e-pedem-ajuda-para-refugiados-da-guerra-na-ucrania-1.516764. Acesso em: 9 jun. 2022.
1. Qual é o fato abordado em cada notícia?
Leia orientações no Manual do Professor.
2. Qual é a relação entre o fato noticiado e os termos economia , cultura , mundo e esporte, que indicam a seção em que as notícias foram publicadas?
Os fatos noticiados revelam abordagem de assuntos com enfoques relacionados a essas áreas.
3. Qual é o objetivo pretendido ao organizar as notícias dessa maneira?
No jornalismo, notícias, reportagens, artigos e colunas são organizados em seções ou editorias, ou seja, cada uma das subdivisões temáticas (cultura, política, economia, policial, opinião etc.) de um jornal, revista, portal de notícias ou outro veículo de informação. Cada editoria é responsabilidade de um editor, que comanda uma equipe responsável pelo conteúdo publicado. As seções ou editorias podem ser organizadas de diferentes maneiras em cada veículo de mídia e, da mesma forma, podem ser nomeadas de formas distintas.
4. Diante dos inúmeros fatos e acontecimentos que ocorrem no cotidiano, os editores analisam com a equipe de jornalistas quais fatos noticiar e quais não noticiar em cada editoria.
a) Por que a notícia 2, sobre o lançamento do filme de animação, foi publicada na editoria de Cinema, e não no suplemento infantil?
Porque trata-se de um filme com temática voltada para o público adulto.
b) Por que a notícia 3, sobre a vacinação, não foi publicada na editoria de Saúde?
Porque o fato (a falta de vacinação nesse grupo de pessoas) foi abordado como uma questão social, uma cobrança aos governos para que não se esqueçam dos imigrantes ao vacinar a população dos países.
REALIZAÇÃO
1. Notícia 1: A contratação de refugiado por uma empresa brasileira. Notícia 2: A estreia nos cinemas de uma animação que conta a história de um refugiado afegão que vive na Dinamarca. Notícia 3: A situação de refugiados e imigrantes na Europa em relação à vacinação contra a covid-19. Notícia 4: A participação de jogadores, também refugiados, de clubes europeus na campanha de arrecadação de doações para ajudar refugiados na Ucrânia.
2. Auxilie os estudantes a compreender como os fatos noticiados se relacionam com as editorias em que foram publicados. Comente que, dentro de cada editoria, podem existir ainda os setoristas, que se dedicam a recortes específicos da área. Por exemplo: nas editorias de esportes, pode haver setoristas dedicados a modalidades específicas, ou mesmo a clubes, como acontece no futebol.
3. Auxilie-os a entender como essa organização facilita a leitura das notícias, uma vez que o leitor pode selecionar os temas que lhe interessam.
4. a) Se necessário, explique para os estudantes que, ainda que grandes sucessos do gênero animação sejam destinados ao público infantil, há animações para adultos.
4. b) Oriente os estudantes a perceber que a seção em que a notícia é publicada indica a perspectiva adotada ao noticiá-la.
REALIZAÇÃO
Textos em diálogo
5. a) Oriente os estudantes a perceber que os elementos que compõem a notícia também seguirão o enfoque dado pela editoria.
5. b) Comente com os estudantes que, apesar de o vocabulário utilizado ser mais específico da área econômica, especialmente do campo do trabalho e emprego, isso não impede que outros leitores interessados, porém menos familiarizados com a área, compreendam o que é noticiado.
6. Comente que, no jornalismo profissional, o processo de pautar, apurar e checar informações garante aos leitores a fidedignidade das notícias.
6. a) Incentive os estudantes a compartilhar seus hábitos relativos à leitura de notícias e informação. Pode ser interessante também levar os estudantes a perceber a importância de verificar a mesma informação em diferentes veículos, para compará-las e refletir sobre as diferentes abordagens de um mesmo fato.
6. b) Incentive os estudantes a compartilhar as estratégias utilizadas por eles para a verificação da fidedignidade de notícias. Se necessário, anote na lousa o que compartilharem. Reforce com eles que, no contexto de abundância de informações e de fake news em que vivemos, é essencial saber diferenciar informações falsas de verdadeiras.
6. c) Encaminhe a discussão para que os estudantes percebam a gravidade do ato de compartilhar notícias falsas.
5. b) O uso de um vocabulário mais específico da área econômica, como “mercado de trabalho”, “emprego
5. Além dos fatos, outros aspectos também ajudam a identificar a editoria e a quem é dirigido o texto.
formal”, “política de contratação”, “ampliou seus negócios e gerou impacto social –acompanhado de engajamento e inovação.”
a) Na notícia 4, que elementos(s) estabelece(m) relação com esportes, podendo ser feita mesmo antes de ler o texto? A fotografia, que retrata jogadores de futebol, e o título.
b) Na notícia 1, que elemento sugere um leitor mais familiarizado com economia?
6. A produção de notícias em um jornal é um processo que envolve muitos profissionais e tem, basicamente, três etapas que levam à publicação do conteúdo. Conheça-as a seguir.
Pauta
Apuração
Relação de assuntos ou temas que serão abordados e a partir da qual o jornalista começará a executar seu trabalho de apuração e checagem. Pode surgir a partir de um fato ocorrido, de uma pista passada por alguém ou mesmo da curiosidade do repórter.
Os jornalistas buscam as informações para atender à pauta e elaborar a matéria. Essas informações podem ser obtidas com pessoas diretamente envolvidas (as fontes), especialistas, documentos, dados científicos etc.
Checagem
Processo de verificação das informações obtidas na apuração, para garantir que sejam confiáveis. Esse processo começa pelo próprio jornalista que está escrevendo uma reportagem ao procurar diversas fontes para confirmar uma mesma informação. Além disso, o editor também tem um papel fundamental: ler, ouvir e ver tudo o que foi produzido pelo repórter e questionar a veracidade das informações. Tudo isso deve acontecer antes de divulgá-las ao público.
a) Você já leu a mesma informação em diferentes veículos? Como elas foram apresentadas?
6. c) Espera-se que os estudantes compreendam os prejuízos que a divulgação de notícias falsas gera para a sociedade, comprometendo a credibilidade de todo o campo jornalístico e gerando desconfiança na população.
b) Você já leu alguma notícia cujas informações lhe pareceram falsas? Você buscou verificá-las? Em caso positivo, como fez isso? Comente com os colegas. Respostas pessoais.
c) Em sua opinião, por que existem veículos que publicam notícias falsas? Como isso influencia o trabalho dos jornalistas profissionais, especialmente pensando na difusão de informação em meios digitais?
7. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o assunto e percebam que a maioria dos veículos de comunicação são financiados ou “se
7. Com o desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação, os textos jornalísticos tornaram-se mais acessíveis. Por outro lado, intensificou-se o processo de transformação da informação em mercadoria com a publicidade de marcas e de produtos que acompanham, por exemplo, textos veiculados em portais de notícias.
a) Para você, os veículos que publicam notícias e reportagens acompanhados da publicidade de marcas e de produtos acabam por tornar o próprio texto jornalístico uma mercadoria? Por quê?
sustentam” por meio do pagamento de publicidade de outras empresas.
b) Como leitor, quais atitudes você deve ter para não se deixar influenciar pelos interesses que pode haver por trás de um texto jornalístico?
Resposta pessoal. Leia orientações no Manual do Professor.
8. Nesta seção, você leu notícias sobre refugiados publicadas em diferentes editorias. Junte-se a um colega e pesquisem uma notícia sobre refugiados, da mesma editoria, publicada em jornais diferentes. O fato noticiado deve ser o mesmo, mas os veículos, diferentes. Comparem as duas notícias e indiquem pelo menos uma semelhança e uma diferença entre elas. Observem a linguagem utilizada e a fotografia escolhida, por exemplo. Após comparar as notícias, reflitam: Por que é importante ler notícias em vários veículos diferentes para se inteirar sobre um mesmo assunto?
160
7. a) Verifique se os estudantes percebem que, para que uma reportagem seja produzida, por exemplo, é necessário que pessoas desenvolvam um trabalho, que precisa ser remunerado. Se achar interessante, pergunte aos estudantes de que outras formas os veículos jornalísticos podem se financiar.
Respostas pessoais.
mesma informação em diferentes fontes, verificando qual veículo é mais confiável (se um blogue ou um portal de notícias de âmbito nacional, por exemplo), a autoria do texto e a data de publicação.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 160 05/08/22 17:40
7. b) Sugestões de resposta: Verificar a informação do texto jornalístico em sites de checagem de fatos; ler e comparar a
8. Incentive os estudantes a buscar as notícias em diferentes mídias (impressa e digital) e a selecionar tanto publicações impressas quanto faladas (em áudio ou vídeo), desde que esteja explícito o vínculo com alguma
6. a) Respostas pessoais.POR DENTRO DA LÍNGUA
Vozes verbais
Você já sabe que o verbo tem várias funções. Além de ser essencial para a estrutura da língua, o verbo possui vozes – as vozes verbais – que têm relação com o sujeito das orações e com o que se deseja evidenciar a respeito desse sujeito.
1. No trecho a seguir, do artigo de opinião “E se não existissem fronteiras?”, o articulista defende os imigrantes. Releia-o.
1. a) Ele defende que as pessoas, independentemente de onde vêm, geram riquezas.
[…] Pessoas criam riqueza, venham elas de onde vierem. “Riqueza” no seguinte sentido: de cara, imigrantes ampliam o mercado consumidor. Com mais gente para comprar comida, roupas e alugar imóveis, ganham os produtores de comida, de roupas e de prédios. Num segundo momento, os próprios imigrantes passam a fabricar comida, roupas, prédios, já que boa parte deles cria negócios. Abre novas empresas.
a) O que o articulista defende?
1. b) Esse argumento tem base em fatos que podem ser comprovados, pois há muitos exemplos de imigrantes que geraram riquezas e empregos para os nativos da região ou do país para onde migraram ou estabeleceram residência.
b) Ele usa um argumento para justificar seu ponto de vista. Esse argumento tem base em fatos ou em falácias?
c) Você concorda com esse ponto de vista? Em sua opinião, quais são as maiores dificuldades enfrentadas no Brasil pelos imigrantes? Respostas pessoais.
2. Releia o primeiro período do trecho.
2. a) Pelo número de formas verbais que são usadas na composição do período: criam, venham, vierem.
[…] Pessoas criam riqueza, venham elas de onde vierem […].
2. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que a forma verbal criam é transitiva, porque precisa de um complemento verbal para completar o seu sentido.
a) O período é formado por três orações. Como é possivel ter acesso a essa informação?
b) Releia a primeira oração. Qual termo exerce a função de sujeito? O termo pessoas
c) Agora, analise a forma verbal que exerce a função de núcleo do predicado na primeira oração. Essa forma verbal é transitiva ou intransitiva? Por quê?
3. Observe agora o termo elas em “venham elas de onde vierem”.
a) No caderno, transcreva a alternativa que informa a função sintática exercida por esse termo.
A. Objeto indireto.
Alternativa D
B. Adjunto adnominal.
C. Complemento nominal.
D. Sujeito
b) Observe que, na oração analisada, a construção prioriza o sujeito. Que efeito de sentido essa priorização traz ao enunciado?
Espera-se que os estudantes reconheçam que essa construção evidencia que o sujeito (pessoas) é o responsável pela criação de riqueza.
editoria do veículo. Espera-se que eles percebam que a pluralidade de olhares sobre uma mesma questão pode ajudar a tornar a visão do leitor mais crítica, ajudando-o não só a se posicionar, mas também a reconhecer informações falsas.
PROPOSIÇÕES
Em Por dentro da língua, explique que eles irão estudar vozes verbais. Para isso, separe diferentes manchetes sobre um mesmo fato em que haja diferentes ênfases nas abordagens. Analise as manchetes, coletivamente e de modo dialogado, levando os estudantes a perceber as
escolhas do enunciador ao destacar o sujeito ou ação verbal/ objeto da ação. Explique que a escolha da voz verbal é um recurso linguístico usado para destacar diferentes aspectos de um fato específico de acordo com o objetivo. Se quem fala deseja enfatizar o sujeito que pratica a ação, ou seja, o responsável pelo processo verbal, pode empregar, por exemplo, a voz ativa; se deseja enfatizar o objeto da ação e a própria ação, pode usar a voz passiva.
REALIZAÇÃO
Por dentro da língua
1. Se desejar, oriente-os a desenvolver uma pesquisa sobre imigrantes que fundaram empresas ou criaram negócios nos países para os quais migraram.
1. c) Comente que a maioria dos refugiados e imigrantes que chegam ao Brasil tem dificuldades para obter documentação e ter acesso aos serviços públicos, como saúde, educação etc.
2. a) Relembre-os de que o verbo é o núcleo da oração. Por isso, há três orações no trecho em destaque.
2. b) Oriente-os a perguntar ao verbo: Quem criam? A resposta é o sujeito; no caso, pessoas
2. c) Oriente-os a perguntar ao verbo: Criam o quê? A resposta é o objeto direto; no caso, riquezas. Por isso, é um verbo transitivo.
3. a) Auxilie-os a identificar a função sintática exercida pelo termo elas
3. b) Auxilie-os a perceber que a ordem dos termos na oração é orientada pelo que se deseja enfatizar, ou seja, o que é mais importante vem primeiro.
REALIZAÇÃO
4. a) Auxilie-os a identificar o sujeito da oração por meio da pergunta: Quem é criada?
4. b) Comente com os estudantes que o sujeito pode ser agente ou paciente de uma ação verbal.
5. a) Observe se os estudantes identificam o sujeito e entendem que, no caso, ele é agente da ação verbal. Caso precisem de ajuda, auxilie-os a compreender, fazendo análise da oração.
5. b) Oriente os estudantes a perguntar ao verbo: Ampliam o quê? A resposta é o complemento verbal.
5. c) Auxilie os estudantes a perceber que de cara funciona como um adjunto adverbial ao indicar o modo em que a ação verbal ocorre.
PROPOSIÇÕES
Explique aos estudantes que a escolha por uma construção na voz passiva, na ativa ou na reflexiva depende da intencionalidade do autor do enunciado.
5. a) O termo imigrantes; é o responsável pela ação de ampliar o mercado consumidor.
5. b) O fato de ele precisar do termo o mercado consumidor para complementar o seu sentido.
4. Imagine que o enunciado fosse composto da maneira apresentada a seguir.
Riqueza é criada por pessoas.
4. b) Espera-se que os estudantes infiram que, nessa construção, o sujeito não pode ser responsabilizado pois ele é uma consequência da criação das pessoas; portanto, ele “sofre” a ação verbal.
a) Que termo, nesse caso, exerce a função de sujeito dessa oração? O termo riqueza
b) Nessa construção, o sujeito também pode ser responsabilizado pela ação verbal? Justifique.
5. Agora releia outra oração do trecho.
[…] de cara, imigrantes ampliam o mercado consumidor. […]
a) Que termo exerce a função de sujeito dessa oração? Ele é responsável pela ação verbal?
b) A forma verbal que exerce a função de núcleo do predicado verbal é transitivo. Que elemento justifica essa classificação?
c) No caderno, transcreva a alternativa que identifica a função exercida pela expressão de cara na oração. Alternativa A
A. Adjunto adverbial.
B. Adjunto adnominal.
C. Complemento nominal.
D. Complemento verbal.
Como você viu, existem opções para construir orações destacando os elementos que deseja priorizar em relação à ação verbal. Para isso, utiliza-se a voz verbal
Voz verbal é a forma que se dá a um verbo, geralmente de ação, para indicar a relação existente entre o sujeito – agente ou paciente – e a ação por ele expressa.
Exemplos:
[…] imigrantes não roubam empregos. Eles criam empregos. […]
• Empregos não são roubados por imigrantes. Empregos são criados por eles.
No primeiro exemplo, os sujeitos das duas orações, respectivamente, imigrantes e eles, são sujeitos agentes, isto é, que realizam as ações expressas pelas formas verbais. No segundo exemplo, o sujeito empregos, nas duas orações, é sujeito paciente, isto é, que recebe a ação expressa pela forma verbal de cada oração. Observe que, nas orações, as expressões por imigrantes e por eles informam quem realiza cada ação verbal.
Classificação das vozes verbais
Voz ativa
Ocorre quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pela forma verbal. Exemplo:
[…] imigrantes não roubam empregos. sujeito agente (voz ativa)
162
PARA ACESSAR
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 162
BERTOQUE, Lennie Aryete Dias Pereira; CASSEB-GALVÃO, Vânia Cristina. Construções de voz em títulos de notícias e em manchetes: uma contribuição para o ensino. Polifonia, Cuiabá, v. 17, n. 21, p. 53-84, jul./dez. 2010. Disponível em: https:// periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/ article/view/5. Acesso em: 12 jul. 2022.
As pesquisadoras Lennie Aryete Dias Pereira Bertoque e Vânia Cristina Casseb-Galvão estudaram meticulosamente títulos de notícias e manchetes de jornais para analisar o uso das vozes verbais. Apesar de os manuais de estilo indicarem que os jornalistas devem privilegiar o uso da voz ativa, nesse artigo as pesquisadoras mostram que outras vozes verbais são utilizadas com recorrência, dependendo da finalidade da notícia.
Voz passiva
Ocorre quando o sujeito é paciente, isto é, recebe ou sofre a ação expressa pela forma verbal. Nesse caso, o destaque da oração é dado à ação verbal, e não ao sujeito. Exemplo: Empregos não são roubados por imigrantes.
sujeito paciente (voz passiva)
A voz passiva é constituída, em geral, de uma forma verbal do verbo auxiliar ser seguido de uma forma verbal no particípio passado. Exemplo:
Diversas oportunidades são oferecidas pela imigração ser (verbo auxiliar) + oferecido (particípio passado)
No exemplo, a forma verbal é composta do verbo ser seguido da forma verbal oferecidas (no particípio passado). O termo pela imigração é o agente da passiva
Agente da passiva é o termo da oração na voz passiva que indica aquele que pratica a ação. Esse termo é normalmente introduzido pela preposição por, por suas contrações pelo(s) e pela(s) e, algumas vezes, por de. O autor do texto pode incluir ou não o agente da passiva, a depender da intencionalidade ou da função comunicativa do texto. Às vezes, o agente da passiva pode ser omitido da oração sem prejudicar o entendimento.
Exemplo:
Novas empresas são abertas constantemente.
No exemplo, o agente da passiva não aparece, mas pode ser subentendido pelo contexto, não prejudicando, assim, a compreensão dos sentidos da oração.
Voz reflexiva
Ocorre quando o sujeito é simultaneamente agente e paciente, isto é, pratica e recebe, ao mesmo tempo, a ação expressa pela forma verbal. É constituída de uma forma verbal e um pronome reflexivo (me, te, se, nos, vos). Exemplo:
A palavra se, nesse caso, é um pronome reflexivo. Indica que o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente da ação verbal. Na prática, pode ser substituída pela expressão a si mesmos
Algumas famílias de imigrantes expõem-se a qualquer ocupação devido à necessidade.
sujeito agente e paciente elas expõem elas mesmas
Assim, o conceito de voz implica reconhecer se o sujeito pratica a ação indicada pelo verbo, se é alvo dela ou se a pratica e a recebe simultaneamente. Por isso, só apresentam flexão de voz os verbos transitivos que tenham sujeito e exprimam ação. 163
Veja os exemplos a seguir.
a) “Pesquisadores brasileiros e italianos descobrem novo elo na evolução humana” (Folha de Londrina, 13 jul. 2019)
Sujeito: “Pesquisadores brasileiros e italianos”; sujeito agente da ação.
b) “Passagem secreta do século 17 é descoberta no parlamento britânico” (Folha de S.Paulo, 2 mar. 2020)
Sujeito: “Passagem secreta do século 17”; sujeito recebe a ação.
c) “Museu do Louvre continua fechado por causa do coronavírus” (Diário de Pernambuco, 2 mar. 2020)
Sujeito: “Museu do Louvre”; sujeito recebe a ação.
Ao final, sistematize a discussão com a turma, fazendo, por exemplo, um quadro na lousa em que sejam organizadas duas manchetes apresentadas por grupo. Enfatize cada ocorrência. Evidencie a importância de certas construções na voz ativa e/ou passiva como forma de destacar o que o enunciador julga prioritário. Se achar oportuno, peça a cada grupo que conte para o restante da turma um pouco sobre os fatos noticiados pelas manchetes elencadas na lousa.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 163
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Vozes verbais em manchetes de jornais
De modo a ampliar o trabalho com as vozes verbais, peça aos estudantes que coletem, em jornais e revistas (eletrônicas ou impressas), algumas manchetes que considerem interessantes, anotando-as no caderno ou em uma folha avulsa. Em dia combinado, solicite a eles
que levem para a sala de aula as manchetes coletadas. Se não for possível propor a pesquisa prévia, selecione e apresente-lhes algumas manchetes, escrevendo-as na lousa para que possam analisá-las. Peça que, em grupos, selecionem cinco manchetes que julgarem interessantes e identifiquem o sujeito de cada uma, indicando se ele é agente ou paciente da ação ou, ainda, agente e paciente simultaneamente.
PROPOSIÇÕES
Antes de Atividades, reforce que o conceito de transitividade verbal é essencial ao estudo das vozes verbais, pois apenas as orações que possuem objeto direto podem sofrer a transformação para a voz passiva. O objeto direto da voz ativa torna-se o sujeito paciente da voz passiva. Entretanto, a língua é um organismo vivo, e já há construções em que os falantes empregam verbos transitivos indiretos em construções passivas, como: O calendário de provas será obedecido (obedecer a – verbo transitivo indireto).
REALIZAÇÃO
1. O uso do texto e da imagem se justifica por possibilitar aos estudantes conhecer a diversidade da pluralidade populacional que vive no Brasil, nos seus aspectos culturais e religiosos, contribuindo para o desenvolvimento da empatia do respeito, de modo a repudiar qualquer manifestação de ódio, preconceito ou discriminação contra imigrantes. Além disso, propicia aos estudantes valorizarem o protagonismo dos diferentes saberes e identidades, relativos às vivências dos imigrantes.
1. a) Se desejar, proponha uma discussão com os estudantes sobre os estereótipos e preconceitos vividos pelos bolivianos no Brasil e como a turma pode atuar contra práticas discriminatórias.
1. b) Comente com os estudantes que os bolivianos compõem uma das maiores comunidades de imigrantes na cidade de São Paulo (SP). Se desejar, proponha uma pesquisa sobre a história da imigração boliviana no Brasil.
ATIVIDADES
1. A seguir, leia o trecho de uma notícia sobre a exposição A migração boliviana em São Paulo/Brasil, realizada em São Paulo (SP).
14 set. 2021 às 7h00
Exposição fotográfica
Flávia Mantovani
mostra dança e fé de bolivianos em SP
O trabalho, a festa, a religiosidade: esses três aspectos centrais na vida da comunidade boliviana em São Paulo estão reunidos e representados visualmente em uma exposição no Centro Cultural da Penha – bairro da zona leste onde moram muitos imigrantes dessa nacionalidade.
A mostra “A migração boliviana em São Paulo/Brasil” traz 20 fotografias de autoria do sociólogo e fotojornalista Eduardo Schwartzberg, ele próprio um imigrante boliviano que mora na cidade. […]
Segundo ele, a exposição representa a forte religiosidade dos bolivianos, tanto em relação à fé católica quanto a costumes dos povos tradicionais. “Na Bolívia existe a tradição que vem do processo colonial, mas ao mesmo tempo a maioria das pessoas tem uma ascendência indígena muito forte. E essa mistura é trazida também para o Brasil.”
Muitas imagens representam os grupos de morenada, dança típica bastante ligada ao status dentro da comunidade. “Para dançar, tem que pertencer a fraternidades, comprar vestimentas caras, dar contribuições. É a dança dos donos das oficinas de cultura, não dos operários”, explica Schwartzberg.
O curador afirma que essas estratégias de reconhecimento social por meio da dança que hoje são usadas pelos imigrantes já aconteciam nas décadas de 1930, 1940 e 1950 dentro da Bolívia, com os camponeses que chegavam à cidade de La Paz e sofriam discriminação.
Mas não é só o aspecto econômico que está envolvido. A festa também é uma expressão da religiosidade. “Os bolivianos demonstram sua fé dançando”, completa. […]
2022.
Mostrar aos brasileiros e aos demais visitantes os aspectos centrais na vida da comunidade boliviana: o trabalho, a festa, a religiosidade.
a) Além das raízes bolivianas, que outra razão pode ter tido o fotógrafo para fazer essa exposição?
b) Qual é a importância da escolha do Centro Cultural da Penha para realizar a exposição?
Segundo o texto, nesse bairro vivem muitos imigrantes bolivianos que, consequentemente, teriam mais motivação de ver a exposição, além de se sentirem orgulhosos por estarem divulgando sua cultura.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 164
REALIZAÇÃO
2. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que, mesmo sem ser um sujeito que realize uma ação no sentido semântico da palavra, o sujeito é considerado agente, porque é na exposição que são mostradas as fotografias da dança e da fé bolivianas.
2. Releia o título da notícia.
2. c) A forma verbal que exerce a função de núcleo é mostra; é um verbo transitivo direto.
a) Que termo exerce a função de sujeito nessa oração? O termo exposição fotográfica
b) Esse sujeito é considerado sujeito agente ou sujeito paciente? Explique.
c) Que forma verbal exerce a função de núcleo do predicado dessa oração? Como ela pode ser classificada quanto à transitividade verbal?
3. Releia a oração a seguir.
3. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois ambos são sujeitos agentes, isto é, são responsáveis pela ação verbal.
Segundo ele, a exposição representa a forte religiosidade dos bolivianos […]
a) Que termo exerce a função de sujeito nessa oração? O termo a exposição
b) Esse sujeito tem a mesma característica do sujeito analisado no título do texto? Por quê?
c) Identifique a voz verbal em que se encontram as formas verbais das orações analisadas.
4. Releia outra oração. Espera-se que os estudantes reconheçam que as formas verbais se encontram na voz ativa.
[…] “E essa mistura é trazida também para o Brasil.”
a) O sujeito dessa oração é o termo essa mistura. A que esse nome se refere, de acordo com o trecho?
O nome foi usado para referir-se à mistura da tradição que vem do processo colonial com a ascendência indígena da maior parte da população.
b) Essa oração encontra-se na voz passiva. Que característica apresentada por ela confirma essa classificação?
A forma verbal, composta do verbo ser e do particípio passado do verbo principal trazer, caracteriza essa voz verbal.
c) Outro elemento que também é próprio dessa voz verbal é o agente da passiva. Por que ele não foi usado nessa oração? A sua ausência prejudica o entendimento?
5. A oração a seguir foi elaborada com base no conteúdo da notícia. Leia-a e, em seguida, transcreva no caderno as alternativas que correspondem à análise dos termos que a compõem. Alternativas B, D e E
As estratégias de reconhecimento social por meio da dança são usadas pelos imigrantes desde as décadas de 1930, 1940 e 1950 dentro da Bolívia.
A. O sujeito dessa oração é o termo As estratégias de reconhecimento social por meio da dança e é um sujeito agente.
B. A forma verbal são usadas determina que essa oração se encontra na voz passiva.
C. O termo por meio da dança é um agente da passiva.
D. Os termos desde as décadas de 1930, 1940 e 1950 e dentro da Bolívia são adjuntos adverbiais e indicam, respectivamente, circunstâncias de tempo e lugar.
E. O termo pelos imigrantes é um agente da passiva porque indica quem realizou a ação verbal da oração.
4. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que ele não foi usado porque, pelo contexto, ele pode ser facilmente inferido: são os imigrantes bolivianos que vieram para o Brasil. 165
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Editando manchetes
Organize os estudantes em grupos e oriente-os a trabalhar como editores de um jornal comunitário. Proponha a eles que redijam cinco manchetes sobre acontecimentos
recentes de interesse coletivo da comunidade em que vivem. Para isso, eles devem analisar a maneira com que os fatos serão noticiados, com destaque para o sujeito responsável pela ação verbal ou o objeto/ação verbal. Ao final, solicite que apresentem as manchetes e justifiquem as escolhas que fizeram.
2. a) Oriente os estudantes a identificar primeiramente o verbo e, em seguida, o sujeito da oração, com o qual estabelece concordância verbal.
2. b) Auxilie-os a reconhecer que o sujeito atua como agente da ação verbal.
2. c) Relembre-os de que o núcleo da ação verbal é o verbo. Auxilie-os a perguntar ao verbo, levando-os a identificar o complemento verbal sem o uso de preposição.
3. a) Oriente-os a identificar primeiramente o verbo e, em seguida, o sujeito da oração, com o qual estabelece concordância verbal.
3. b) Auxilie os estudantes a perceber que ambos exercem a função de sujeitos agentes.
3. c) Explique que os verbos estão na voz ativa, uma vez que o sujeito é agente da ação verbal.
4. a) Se necessário, oriente os estudantes a retomar o trecho de onde a oração foi retirada, para compreender seu sentido.
4. b) Explique que a voz passiva apresenta a seguinte estrutura: ser (verbo auxiliar) + verbo (particípio passado).
4. c) Explique também que a presença do agente da passiva na oração é opcional e depende da intenção e escolha do enunciador.
5. Se necessário, discuta com os estudantes por que as alternativas A e C estão incorretas.
REALIZAÇÃO
Atividades
6. O estudo das manchetes tem o objetivo de propiciar aos estudantes desenvolver os valores da empatia e do respeito às diferenças, contribuindo para que atuem para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária. Se considerar pertinente, proponha aos estudantes que escolham entre as manchetes a que tiver despertado curiosidade de ler a notícia e compartilhem com os colegas as razões que os levaram a escolher uma ou outra.
7. e 8. Oriente-os a analisar que as manchetes 1 e 3 utilizam a voz ativa, e as manchetes 2 e 4 utilizam a voz passiva. Se necessário, auxilie-os a identificar o agente da passiva que aparece em cada manchete na voz passiva. Se desejar, proponha-lhes alterar as manchetes, passando as que estão na voz passiva para a voz ativa e vice-versa, verificando as diferenças quanto aos efeitos de sentido produzidos. Leve-os a reconhecer que, ao utilizar a voz ativa, as manchetes destacam o sujeito da ação verbal.
PROPOSIÇÕES
Em Linguagem e sentidos, relembre os estudantes de que os processos de formação de palavras são os modos como os morfemas se organizam para formar novos termos. Revise com eles os dois processos: derivação e composição.
Relembre-os de que a derivação consiste em formar palavras a partir de outra primitiva por meio de afixos
6. A seguir, leia as manchetes de notícias publicadas sobre o tema imigração.
Manchete 1
Filme “Azambuja” conta a história da imigração italiana em Santa Catarina
FILME “Azambuja” conta a história da imigração italiana em Santa Catarina. Italianismo, [s. l.], 2 jan. 2022. Disponível em: https://italianismo.com.br/filme-azambuja-conta-a-historia-da-imigracao-italiana-em-santacatarina/. Acesso em: 9 jun. 2022.
Manchete 2
Mais de 800 imigrantes são regularizados em mutirão da Polícia Federal no RS
SILVA, Francine. Mais de 800 imigrantes são regularizados em mutirão da Polícia Federal no RS. Gaúcha Zero Hora, [Porto Alegre], 2 dez. 2021. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2021/12/mais-de800-imigrantes-sao-regularizados-em-mutirao-da-policia-federal-no-rs-ckwpeii2e00a7014cjjl7d0vf.html. Acesso em: 9 jun. 2022.
Manchete 3
Com poucos recursos, imigrantes venezuelanos iniciam escolinha de beisebol em Porto Alegre
ROLLSING, Carlos. Com poucos recursos, imigrantes venezuelanos iniciam escolinha de beisebol em Porto Alegre. Gaúcha Zero Hora, [Porto Alegre], 20 set. 2020. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/ porto-alegre/noticia/2020/09/com-poucos-recursos-imigrantes-venezuelanos-iniciam-escolinha-de-beisebolem-porto-alegre-ckfbfmjbj0011012ytodkj2yv.html. Acesso em: 9 jun. 2022.
Manchete 4
Brasileiros
sem visto de residência serão recebidos pelo governo de Portugal
AMATO, Gian. Brasileiros sem visto de residência serão recebidos pelo governo de Portugal. Portugal Giro [S. l.], 14 abr. 2022. Blogue. Disponível em: https://blogs.oglobo.globo.com/portugal-giro/post/brasileiros-semvisto-de-residencia-serao-recebidos-pelo-governo-de-portugal.html. Acesso em: 9 jun. 2022.
A manchete 1, porque trata de um filme sobre a imigração italiana, e a manchete 3, que trata da criação de uma escolinha de beisebol, um esporte muito comum na Venezuela.
• Quais manchetes fazem referência a aspectos culturais dos imigrantes? Explique
7. Quais manchetes da atividade anterior encontram-se na voz ativa?
As manchetes 1 e 3
8. Agora identifique as manchetes que se encontram na voz passiva.
a) Quais são elas? Como podem ser identificadas?
b) Releia essas manchetes. Pode-se afirmar que nelas há o agente da passiva? Explique
São as manchetes 2 e 4; elas podem ser identificadas pelas formas verbais. Sim. Na manchete 2, a expressão em mutirão da Polícia Federal deixa claro quem realizou a ação verbal; na manchete 4, a expressão pelo governo de Portugal cumpre a mesma função.
(prefixos e sufixos). Os prefixos acrescentam valores semânticos aos radicais (parte da palavra que contém seu sentido principal); já os sufixos apresentam inúmeras acepções, como noção de tamanho e indicação de classe gramatical.
A composição é o processo de formação em que há a união de dois ou mais radicais identificados e que criam uma nova unidade
de significado. Explique que, na criação de nomes, a formação de palavras por composição pode se dar por justaposição ou aglutinação.
Na composição por justaposição, separam-se primeiramente os radicais e, depois, analisam-se os elementos formadores de cada uma das palavras constituintes.
E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E
Processo de formação de palavras: composição por justaposição
As palavras podem ser formadas a partir de outras já existentes na língua. Por isso, conhecer os processos de formação das palavras possibilita compreendê-las melhor quanto ao conteúdo significativo e ajuda a perceber com que intenção elas estão sendo usadas nos textos.
1. Releia a seguir dois trechos retirados do artigo de opinião que você leu neste capítulo.
Trecho 1
1. a) Pequeno empresário; indivíduo que trabalha por conta própria, que desenvolve o seu próprio negócio.
1. b) O radical micro leva ao sentido de pequeno, pequenez; empreendedor remete a quem empreende, empresário.
[…] um microempreendedor venezuelano tem mais chance de gerar riqueza em Roraima do que em seu país natal, que deixou de ter uma economia funcional.
Trecho 2
1. c) Sim. Ela possui apenas um significado, mas é formada pela palavra empreendedor precedida do pseudoprefixo micro - como radical.
[…] Desde 1986, cidadãos da Micronésia, país-arquipélago minúsculo e isolado no Pacífico, podem trabalhar e viver nos EUA à vontade. Só que dois terços da população decidiu continuar nas ilhas. […]
a) Os trechos apresentam diferentes situações de imigração, ambas ligadas ao trabalho. O trecho 1 faz referência a um microempreendedor venezuelano. Que sentidos podem ser atribuidos à palavra microempreendedor?
b) Que pistas na palavra possibilitam essa atribuição de sentidos?
c) É possível afirmar que essa palavra é composta? Explique.
2. Releia o trecho 2 da atividade anterior.
2. a) A palavra sugere que o país é formado por pequenas ilhas, pois arquipélago é um conjunto de ilhas e o radical micro no nome do país indica sua pequena extensão.
a) Com base na palavra país-arquipélago, que ideia pode ser feita da Micronésia?
b) Por que essa palavra é considerada composta?
2. b) A palavra país-arquipélago é composta porque é formada pelas palavras ou radicais país e arquipélago
c) No caderno, transcreva a alternativa que indica uma palavra que não tem o mesmo processo de composição de país-arquipélago Alternativa C A. Bem-te-vi. B. Girassol. C. Pernalta. D. Beija-flor.
3. A palavra xenofobia é usada para designar sentimentos, atitudes preconceituosas e de hostilidade contra pessoas que vêm de outro lugar.
a) A palavra xenofobia é formada por dois radicais: xeno - (estranho, estrangeiro) e -fobia (medo, aversão). Que conhecimento é necessário ter para entender o significado de uma palavra como essa?
Espera-se que os estudantes reconheçam que precisam saber o que significa cada um dos radicais empregados na composição da nova palavra.
b) Com base no radical xeno - estabeleça sentidos para as palavras xenofonia e xenomania
Espera-se que os estudantes infiram que xenofonia indica sotaque estrangeiro na pronúncia, pronúncia estranha à do ouvinte; já xenomania remete a ter mania (gosto acentuado) por tudo que é estrangeiro. 167
2. a) Comente que Micronésia é um país formado por mais de 600 ilhas no oceano Pacífico com extensão territorial de apenas 702 quilômetros quadrados, tamanho semelhante ao de pequenos municípios brasileiros, como Alagoinhas (BA), Trindade (GO) e Mogi das Cruzes (SP). O país apresenta relevo montanhoso e clima tropical, com temperaturas elevadas na maior parte do ano.
2. b) Auxilie os estudantes a analisar o processo de formação da palavra.
2. c) Se necessário, auxilie-os a perceber que, com exceção da alternativa C , todas as palavras são formadas pelo mesmo processo, em que já há justaposição de palavras ou radicais. Se desejar, peça-lhes que citem outras palavras formadas pelo mesmo processo.
3. a) Leve os estudantes a perceber que o falante da língua necessita conhecer os significados de cada radical para compreender o significado da palavra. Se desejar, leve à sala de aula uma lista de fobias e proponha aos estudantes que tentem adivinhar seus significados a partir da análise dos elementos que as compõem.
REALIZAÇÃO
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 167
Linguagem e sentidos
1. a) Auxilie os estudantes a entender o sentido desse termo, considerando o contexto em que está inserido no texto.
1. b) Oriente-os a refletir sobre a maneira pela qual chegaram à conclusão na atividade anterior. Evite oferecer respostas prontas
a eles; em vez disso, incentive-os a analisar por si mesmos.
1. c) Comente com os estudantes que microé considerado um pseudoprefixo, porque mantém seu significado (pequeno) mesmo não estando agrupado a outros radicais, atuando, assim, como um radical.
3. b) Mobilize os conhecimentos que os estudantes têm sobre a língua para chegar aos sentidos das palavras. Se necessário, escreva na lousa palavras com os mesmos radicais: homofonia, lusofonia etc. e megalomania, mitomania etc., para auxiliá-los a inferir o significado.
REALIZAÇÃO
Linguagem e sentidos
4. Se desejar, proponha aos estudantes que acrescentem a essa lista outras palavras que conhecem com o mesmo radical.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Pesquisa de novas palavras em notícias
A fim de que os estudantes compreendam o fato de que a língua é viva e possibilita aos falantes os elementos necessários para a formação de novas palavras, conforme a necessidade deles em uma dada comunidade, proponha uma pesquisa de novos termos criados recentemente na área da saúde.
Devido à pandemia do coronavírus, muitas palavras novas foram incorporadas ao dia a dia nas mídias e textos jornalísticos. Solicite-lhes que pesquisem por esses novos termos, a partir da leitura de notícias sobre o tema. Em seguida, que façam uma nuvem de palavras com os termos encontrados. Por fim, analise, de modo coletivo, com a turma, os processos de formação de cada uma delas.
4. Aracnofobia: medo de aranhas; odontofobia: medo de dentistas; hidrofobia: medo de água ou líquidos (também usado para se referir à doença raiva); somnifobia: medo de dormir; vacinofobia: medo de vacina; zoofobia: medo de animais.
4. Considerando o radical -fobia, explique o sentido das palavras a seguir.
aracnofobia odontofobia hidrofobia somnifobia vacinofobia zoofobia
As palavras analisadas são formadas pelo processo de composição, no qual as palavras ou radicais se unem para formar novas palavras. Esse processo ocorre de duas maneiras: composição por justaposição ou composição por aglutinação
Na composição por justaposição, as palavras ou radicais são unidos sem nenhuma alteração, podendo ser ou não separados por hífen.
Exemplos:
• segunda-feira
• decreto-lei
• bem-vindo
• pontapé
• paraquedas
• asa-delta
A principal função do processo de composição é a criação de novas palavras para designar objetos, conceitos ou funções.
O processo de composição é contínuo não só pela necessidade de dar nomes às coisas que surgem, como também pelo fato de muitas expressões passarem a ser consideradas, devido aos usos, palavras compostas, como máquina de lavar, barco a vela etc. Nesses casos, o primeiro nome indica do que se trata (o objeto), e o segundo, uma característica ou especificação desse objeto.
Muitas palavras que conhecemos são formadas por radicais latinos ou gregos. Portanto, saber o significado deles nos ajuda a entender o sentido das palavras. Exemplos:
Radicais latinos
Primeiro elemento da composição
Forma Significado Exemplo agri- campo agrícola loco- lugar locomoção
Segundo elemento da composição
-cultura ato de cultivar psicultura
-voro que come carnívoro
Radicais gregos
Primeiro elemento da composição
Forma Significado Exemplo geo- terra geografia aster- estrela asteroide
Segundo elemento da composição
-nomia lei, regra agronomia
-algia dor nevralgia
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd
ATIVIDADES
1. A seguir, leia o trecho de uma reportagem que aborda o trabalho e a luta de povos do campo para sobreviver e manter sua dignidade.
Gente do campo: conheça as comunidades tradicionais de fundo e fecho de pasto
Povos centenários do sertão nordestino se deslocam por longas distâncias para criar animais em áreas coletivas. Eles vivem da coleta de frutos e plantas medicinais da Caatinga e do Cerrado e lutam para manter seus territórios.
Por Paula Salati, g1 30/04/2022 07h01
Diferentes famílias que criam animais em áreas coletivas, vivendo da agricultura de subsistência e da coleta de frutos e plantas medicinais do Cerrado e da Caatinga. Essas são as chamadas comunidades de fundo e fecho de pasto, tradicionais da região Nordeste, principalmente do sertão baiano. Enquanto no Cerrado é mais comum a criação de bovinos, na Caatinga se faz mais presente a de caprinos e ovinos.
O termo “fundo” caracteriza os povos que criam animais em áreas fixas. Já no “fecho”, por falta de espaço em seus territórios, as famílias levam o rebanho para pastos distantes. Em muitos casos, chegam a se deslocar até 100 quilômetros de distância.
“A área de terra que a gente tem é pequena, não dá conta para criar o gado para a manutenção da família. Por isso, usamos o fecho de pasto”, conta Élia Sodré do Nascimento, da comunidade de fecho Pedra Branca, que fica município baiano de Correntina, a 655 km de Salvador, já na divisa com Goiás. […]
Tanto no fecho, como no fundo, os locais de pastagem dos animais são coletivos, ou seja, não pertencem a uma única pessoa ou família
Comunidades centenárias
Os povos de fundo e fecho de pasto surgiram por volta de 1750 com a ocupação de sesmarias, terras que eram concedidas pela coroa portuguesa a alguns beneficiários, explica Samuel Brito, educador social da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Bahia.
“Tem lugar no centro-oeste baiano de comunidades com 300 anos de história”, diz ele.
Animais são criados para alimentação e para serem vendidos em momentos de necessidade.
PROPOSIÇÕES
As atividades propostas em Atividades possibilitam a realização de um trabalho para a valorização da cultura e história dos povos do campo, levando os estudantes a conhecer a diversidade da realidade brasileira, a partir das tradições, valores, organização social e formas de participação dos sujeitos desse segmento social. Assim, espera-se contribuir para o desenvolvimento da formação de jovens que tenham uma visão crítica e propositiva da diversidade brasileira e que respeitem as múltiplas realidades que a compõem.
Proponha uma leitura silenciosa e individual do texto e, se achar necessário, uma leitura compartilhada e em voz alta. Se desejar, organize a turma em duplas para a realização das atividades propostas.
REALIZAÇÃO Atividades
1. A escolha da reportagem se justifica pois ambos propiciam aos estudantes conhecerem as comunidades de fundo e fecho de pasto, tradicionais da Região Nordeste do Brasil, e valorizarem o modo de organização do trabalho, a participação da mulher e a relação dessas comunidades com a terra e a natureza. A leitura do texto também pode contribuir para o estabelecimento de um debate sobre os conflitos por terra e o agronegócio, temas tão presentes nos dias atuais.
PROPOSIÇÕES
É importante incentivar os estudantes a fazerem anotações ao longo da leitura. Leve-os a observar a organização do texto da reportagem em intertítulos; eles podem ajudar a esquematizar as anotações. Para facilitar, os estudantes podem esboçar um esquema durante a leitura individual e silenciosa e, depois, na leitura coletiva em voz alta, acrescentar e consolidar as anotações. Dê abertura para que se manifestem durante a leitura coletiva caso tenham alguma dúvida ou comentário a fazer, de modo que possam compartilhar percepções e, eventualmente, esclarecer pontos de forma colaborativa.
PARA LER
OLIVEIRA, Gerciane Maria da Costa; VIEIRA, Kyara Maria de Almeida (org.). Patrimônio, povos do campo e memórias: diálogos com a cultura, a arte e a educação. Mossoró: EdUFERSA, 2020. E-book. Disponível em: https:// livraria.ufersa.edu.br/patrimonio-povos-do-campo-e-memorias/.
Acesso em: 20 jul. 2022.
Este e-book, que pode ser baixado gratuitamente pelo professor, problematiza o conceito de patrimônio rural, reflete sobre a articulação do patrimônio com a cultura e identidade dos povos do campo e sobre assuntos que tocam em aspectos do patrimônio e/ou das ruralidades.
A maioria das comunidades de fundo e fecho foi formada por indígenas e negros que foram escravizados. “Mas existiu um processo de miscigenação com descendentes de portugueses e outros povos europeus”, destaca o educador.
Luta por terra
Assim como os indígenas, quilombolas, geraizeiros e outros povos tradicionais, as comunidades de fecho e fundo lutam pela preservação e manutenção de suas terras, que são foco de conflitos por causa do avanço de grileiros, processo que começou a ocorrer com mais força a partir da década de 1980, conta Brito.
“Essas terras vêm sendo expropriadas pelo agronegócio, empresas de mineração e, mais recentemente, por eólicas”, diz ele.
[…]
Atividades no fecho
A família de Élia sempre pertenceu ao campo, ao fecho e à “luta para manter o Cerrado de pé”.
Na infância, sua diversão preferida era brincar de cavalo de pau para pastorear o gado com outras crianças. “Meu pai só que não deixava, porque falava que isso não era coisa de menina, mas a gente brincava escondido”, rememora, que hoje é casada e tem três filhos.
Dentre as diferentes atividades do fecho, Élia trabalha com a horticultura e no cuidado com as vacas. “Quando os homens levam o gado para os gerais [região de Cerrado, onde está a pastagem], as vacas paridas ficam para poder tirar leite, né? Então tem que cuidar, dar água… e as mulheres fazem isso”, conta.
“Mas, quando é para ir para o embate, vai mulher, vai todo mundo. Não tem jeito”, diz.
[…]
‘Manter o Cerrado em pé’
Hoje, Élia trabalha a maior parte do tempo em sua horta, que fornece alimentos tanto para a subsistência de sua família, como para a venda em feiras da agricultura familiar e ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE, merenda escolar).
“Eu que produzo a minha alimentação. Aqui, eu planto feijão, arroz, milho, mandioca, tudo orgânico, nada de agrotóxico”, conta.
[…]
É da própria terra que essas comunidades retiram até mesmo o “remédio” para combater pragas na plantação, como o timbó, que Élia usa para matar insetos.
E tudo é feito respeitando a sazonalidade de cada vegetal. “Nós não desmatamos nada. Coletamos os frutos e as plantas na época certa”, diz.
[…]
SALATI, Paula. Gente do campo: conheça as comunidades tradicionais de fundo e fecho de pasto. G1, [s. l.], 30 abr. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/agro-a-industria-riqueza-do-brasil/noticia/2022/04/30/gente-docampo-conheca-as-comunidades-tradicionais-de-fundo-e-fecho-de-pasto.ghtml. Acesso em: 10 jun. 2022.
VOCABULÁRIO
Miscigenação: mistura de raças.
Grileiros: indivíduos que procuram tomar posse de terras alheias com uso de falsos documentos de propriedade. Eólicas: que usam a força do vento para produzir eletricidade. Embate: luta, batalha.
170
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 170 05/08/22 17:40
1. a) A reportagem aborda a vida de comunidades de fundo e fecho de pasto, tradicionais da Região Nordeste, as diferenças entre essas comunidades e o trabalho que desenvolvem para sustentar suas famílias.
1. b) Deseja evidenciar a luta dessas comunidades para manter a criação de animais, pois precisam deslocar-se às vezes por 100 quilômetros até a pastagem, e principalmente para
a) Qual é o tema dessa reportagem?
b) Ao abordar esse tema, a autora da reportagem demonstra o seu olhar sobre o fato. O que ela deseja evidenciar a respeito dessas comunidades?
preservar e manter suas terras, foco de conflitos por causa do avanço de grileiros.
2. Essa reportagem foi publicada na seção de agronegócio e economia. Que interesse pode ter para o leitor a escolha desse fato para ser noticiado?
Espera-se que os estudantes
infiram que esse fato traz aspectos relacionados à vida de comunidades que, mesmo pequenas, produzem alimentos e
3. A autora insere em seu texto declarações de duas pessoas: Élia Sodré do Nascimento, moradora da comunidade; e Samuel Brito, educador social da Comissão Pastoral da Terra.
criam animais, aspectos ligados à agricultura e à economia, levando o leitor a conhecer outras realidades ligadas ao agronegócio.
a) Essas fontes ressaltam diferentes pontos de vista. Que aspectos cada um ressalta?
b) Além de transcrever as falas em seu texto, que outro recurso a autora emprega para inserir a fala dessas pessoas?
Ela escreve com suas palavras o que foi dito por eles, mantendo a ideia original; isto é, faz uma paráfrase.
4. Na reportagem foram empregadas algumas palavras formadas pelo radical agro -
a) Considerando o sentido desse radical, por que se justifica o uso dessas palavras?
b) Quais são essas palavras? O que significam?
Porque essas palavras estão ligadas ao campo, área abordada no texto.
c) Pode-se afirmar que essas palavras são formadas pelo processo de composição por justaposição? Explique.
4. b) Agricultura (cultura da terra), agronegócio (negócio da terra, ou do campo), agrotóxico (veneno para o campo).
5. Na reportagem foi empregada a palavra horticultura para denominar uma das atividades de Élia.
4. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois é a junção de dois radicais sem alteração de nenhum deles.
a) Qual é o sentido dessa palavra? Que radical possibilita inferir esse sentido?
b) O processo de composição é o mesmo das palavras identificadas na atividade 4?
5. a) Horticultura é a cultura de hortas, legumes, verduras, folhas etc.; o radical horti- possibilita fazer essa inferência.
6. As comunidades em que as famílias levam o rebanho para pastos distantes são chamadas de fecho de pasto.
5. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois ela segue o mesmo processo de formação.
a) Considerando a definição de palavras compostas, pode-se afirmar que essa palavra é composta? Por quê?
Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois ela é formada pela junção de três radicais, ou três palavras, e tem um único significado.
b) Élia usa o nome cavalo de pau para se referir a sua brincadeira preferida quando criança. Esse nome também é formado pelo processo de composição por justaposição?
Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois esse nome apresenta as mesmas características do nome anterior em sua composição.
SAIBA MAIS
As populações que habitam os campos gerais do norte do estado de Minas Gerais são chamadas de geraizeiros. Elas se autodefinem em contraposição a outros povos (catingueiros, vazanteiros e veredeiros) que, apesar de se situarem nas mesmas regiões geográficas, vivem em biomas e têm modos de vida distintos.
Maria, geraizeira da Comunidade Tradicional de Jacu, situada no município de Fruta de Leite, na região norte de Minas Gerais. Fotografia de 2021.
3. a) Élia aponta as dificuldades enfrentadas por todos, o trabalho que ela desenvolve e o papel da mulher nessas comunidades; Samuel aponta a historicidade desses povos, a origem tradicional e a miscigenação em sua formação.
REALIZAÇÃO
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 171
1. a) Auxilie os estudantes a inferir o tema principal da reportagem lida.
1. b) Incentive-os a identificar o que levou a jornalista a noticiar o fato, o que lhe chamou a atenção e qual a intencionalidade dela ao publicar o fato.
2. Se possível, proponha aos estudantes que façam uma pesquisa sobre a situação do
agronegócio no Brasil e sua relação com a terra e os pequenos produtores e comunidades tradicionais. Se desejar, proponha um trabalho interdisciplinar com o professor de Geografia sobre esse tema.
3. a) Auxilie os estudantes a identificar os aspectos mencionados pelos entrevistados na reportagem.
3. b) Explique que, em uma paráfrase, não há uma reprodução literal das palavras do
entrevistado, mas sim a manutenção de suas ideias, contadas de outra maneira.
4. a) Explique aos estudantes que essas palavras fazem parte de uma “mesma família”, ou seja, fazem parte de um mesmo campo semântico.
4. b) Auxilie-os a mobilizar os conhecimentos que têm sobre a língua para inferir o significado das palavras. Se julgar necessário, solicite que consultem um dicionário.
4. c) Explique que, no processo de composição por justaposição, não há alteração dos radicais que compõem a palavra.
5. Leve os estudantes a perceber que é possível compreender o significado de novas palavras a partir daquilo que já sabemos sobre os processos de formação de palavras da língua.
6. a) Observe se os estudantes reconhecem que a palavra é formada por um processo de composição por justaposição.
6. b) Mesmo que os estudantes apontem que não há junção de palavras, explique que isso não é necessário para considerar uma palavra formada por esse processo.
4. a) MARIELLA PAULINO DOS SANTOSBNCC
Habilidades do Capítulo 2
TEXTO
• EF69LP03
• EF69LP16
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP13
• EF69LP15
FOTOGRAFIA JORNALÍSTICA CAPÍTULO2
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP03
• EF69LP06
PALAVRA ABERTA
• EF69LP11
• EF69LP13
• EF69LP14
• EF69LP15
• EF69LP19
• EF69LP17
• EF89LP01
• EF89LP04
• EF89LP12
• EF89LP15
• EF89LP22
• EF89LP27
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP15
• EF89LP05
• EF08LP06
• EF08LP07
• EF08LP08
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP48
• EF89LP33
• EF08LP05
PRODUÇÃO MULTIMODAL
• EF69LP06
• EF69LP07
• EF69LP08
• EF69LP10
• EF69LP12
• EF69LP13
• EF69LP14
• EF69LP15
• EF69LP16
• EF69LP18
• EF69LP19
• EF69LP56
• EF89LP05
• EF89LP06
• EF89LP10
• EF89LP14
• EF08LP03
• EF08LP04
PROPOSIÇÕES
Pergunte aos estudantes o que sabem sobre fotografias jornalísticas e incentive-os a compartilharem seus conhecimentos livremente.
Explique que conhecerão uma fotografia ganhadora do prêmio Pulitzer, no ano de 2016, na categoria Breaking News Photography (ou Fotografias de Notícias de Última Hora, em português), produzida por um grupo de fotógrafos da Reuters, agência internacional de notícias
QUEM É O AUTOR
Michael Dalder nasceu na Alemanha e sua base de atuação é no mesmo país, na cidade de Munique. Ele costuma cobrir esportes, política, crises, guerras e seres humanos em geral. Segundo ele: “Na fotografia, temos o grande dom de ser testemunhas oculares. Temos que transmitir o que vemos.”.
Desde a criação das câmeras fotográficas, capturar paisagens deslumbrantes não é o único propósito das fotografias. No fotojornalismo, que une a estética da fotografia e a veia jornalística, as imagens capturadas revelam fatos, realidades e mazelas da convivência humana. Por meio delas, questões como a crise dos refugiados ganham vida, cor, rostos e provocam reflexões.
A seguir, você vai ler uma fotografia jornalística, registrada por Michael Dalder, a qual foi uma das ganhadoras do Prêmio Pulitzer na categoria Fotografia de Última Hora (Breaking News Photography, no inglês), em 2016. Nela, o fotojornalista capta uma imagem e também proporciona um pensar reflexivo sobre o fato, os indivíduos e o lugar retratados.
A notícia da qual a imagem foi extraída destaca justamente as fotografias premiadas no ano de 2016. Antes de fazer a leitura da fotografia e dos elementos que a compõem, leia algumas informações nos boxes a seguir.
SAIBA MAIS
O Prêmio Pulitzer é entregue anualmente aos profissionais que se destacam nos campos do jornalismo, da literatura e da música. Foi instituído em 1917 após a morte de seu criador, o imigrante húngaro Joseph Pulitzer (1847-1911), jornalista e editor de grande sucesso nos Estados Unidos.
Joseph Pulitzer nasceu na Hungria e se mudou ainda jovem para os Estados Unidos. Lá, trabalhou como carregador de malas e garçom. Além do trabalho, frequentava a biblioteca para estudar Inglês e Direito.
O respeitado Prêmio Pulitzer foi criado por ele para elevar a profissão de jornalista. Ao longo do tempo, outras categorias foram criadas, e a Literatura ganhou prêmios para Poesia e para Ficção. O prêmio é concedido pela Universidade de Columbia, localizada em Nova York, nos Estados Unidos.
O fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004) é uma das figuras mais importantes do fotojornalismo. Um dos seus principais conceitos era o do “momento decisivo”, que ele definia como “o reconhecimento simultâneo, em uma fração de segundo, do significado de um evento, bem como de uma organização precisa de formas que dão a esse evento sua expressão adequada.”.
Henry Cartier-Bresson fotografando em exposição de arte em Viena, Áustria. Fotografia de 1955.
Levante algumas hipóteses: Quem são as pessoas retratadas na fotografia? Por que estão caminhando em fila? Por que o carro de polícia vai na frente? Como você acha que essas pessoas estão se sentindo nessa situação? Compartilhe suas hipóteses com os colegas e ouça respeitosamente as deles. Respostas pessoais.
com sede em Londres, Inglaterra. Explore as informações contidas nos boxes Saiba mais e Quem é o autor com os estudantes, para que contextualizem a fotografia e o prêmio recebido pelo jornalista.
Agora, leia o título da notícia, a fotografia e a legenda que a acompanha.
16 fotos premiadas que mostram o drama dos refugiados
fotografias ganham destaque na mídia ao capturar imagens chocantes sobre imigração. Pergunte a eles se costumam acompanhar essas imagens e qual é a importância desses registros.
Pergunte também o que pensam do trabalho jornalístico dessa natureza e quais são as habilidades e competências necessárias para exercê-lo.
PROPOSIÇÕES
Em Conversando sobre o texto, promova um clima de cooperação mútua, em que os estudantes se sintam confortáveis e seguros para compartilhar suas ideias e confirmar hipóteses.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
Refugiados são guiados por policiais alemães para um centro de registros na cidade de Passau. Esse grupo, revela a Reuters, teria chegado em solo alemão pela fronteira com a Áustria. A imagem é de Michael Dalder e foi capturada em outubro do ano passado.
RUIC, Gabriela. 16 fotos premiadas que mostram o drama dos refugiados. Exame, [s. l.], 19 abr. 2016. Disponível em: https://exame.com/mundo/16-fotos-premiadas-que-mostram-o-drama-dos-refugiados/. Acesso em: 10 jun. 2022.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Henri Cartier-Bresson, um dos mais importantes fotojornalistas da história, dizia que “a fotografia é capaz de capturar a eternidade em um instante”. Em sua opinião, a imagem que você leu cabe ou não nessa afirmação? Por quê? Respostas pessoais.
2. A que outras histórias essa fotografia pode remeter, além da documentada pelo fotógrafo? Resposta pessoal.
3. Ao redor do mundo, algumas famílias recebem em suas casas refugiados e imigrantes que não têm onde ficar. Se sua família fosse uma dessas, de que maneira você poderia contribuir para que eles se sentissem à vontade? Resposta pessoal.
1. A fotografia apresentada, tirada em 2015, é um registro documental de um momento em um determinado lugar com pessoas refugiadas, e, todas as vezes que for olhada, esse momento poderá ser lembrado.
2. Histórias de pessoas que, mesmo não sendo imigrantes nem refugiados, não têm atendidos seus direitos a moradia, emprego, saúde, educação etc. e precisam lutar, enfrentando situações difíceis.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 173
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Proponha a eles que elaborem hipóteses sobre a fotografia apresentada. Para isso, oriente-os a analisar as informações contidas na fonte e na legenda da fotografia. Oriente-os a refletir a partir dos seguintes questionamentos: Que pensamentos a imagem provoca? Qual é a história por trás da cena retratada? Quais sentimentos a imagem desperta?
Além disso, oriente-os a observar a imagem e a descrevê-la: Quais cores você vê na imagem?
05/08/22 17:40
Qual foi o ângulo escolhido pelo fotógrafo?
Qual foi o enquadramento (ou plano) utilizado?
REALIZAÇÃO
Texto
Antes da leitura da fotografia, retome com os estudantes o que aprenderam sobre fluxos migratórios e refugiados. Comente que algumas
3. A atividade possibilita que os estudantes se envolvam e se coloquem em situações que podem estar fora da sua realidade social e familiar, a fim de que possam pensar nelas e elaborar (idealizar) possíveis soluções para os problemas em foco.
PROPOSIÇÕES
Para o desenvolvimento das atividades de Explorando o texto, se desejar, organize os estudantes em duplas, para que possam interagir e trocar ideias.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. a) Se possível, oriente os estudantes a pesquisar a localização da cidade de Passau no mapa e informações sobre a busca de imigrantes pela entrada na Alemanha.
1. b) Espera-se que, nesse momento, os estudantes reconheçam que o texto da legenda complementa a fotografia e ajuda a atribuir significado à imagem. Espera-se, ainda, que eles infiram que, sem a legenda, não seria possível acessar informações importantes para apreender a emoção e a sensibilidade da situação retratada.
2. e 3.Oriente os estudantes a observar com atenção os detalhes da fotografia. Comente que o ângulo e o plano escolhidos pelo fotojornalista revelam a intenção dele ao registrar a cena.
4. Essa atividade possibilita aos estudantes desenvolver um olhar mais empático sobre os refugiados e a repudiar qualquer manifestação de ódio ou de discriminação a eles.
5. Ao se imaginarem como narradores da cena retratada na fotografia, os estudantes podem vivenciar diferentes pontos de vista e exercitar o acolhimento a grupos sociais marginalizados, como os refugiados.
6. Deixe que os estudantes especulem sobre as demais imagens premiadas que a
2. Retratar a questão dos refugiados que deixam a terra natal em busca de melhores condições de vida, de emprego, de moradia etc.
3. a) Sugestão de resposta: A presença de um grande campo verde e de luxuosas casas ao fundo, além de um veículo que escolta e guia a passagem dos refugiados.
1. No meio jornalístico, a fotografia possibilita que acontecimentos ganhem vida, cor e rostos.
a) Qual é o fato retratado na fotografia jornalística lida?
A chegada de refugiados na cidade de Passau, na Alemanha.
b) Como é possível ter acesso a essa informação? Em sua opinião, a fotografia é suficiente para compreender o assunto retratado?
Por meio da legenda que acompanha a fotografia. Espera-se
que os estudantes compreendam a importância das legendas nas fotografias.
2. Qual é a possível motivação do fotojornalista ao capturar essa imagem?
3. Na fotografia, além do objeto em foco, a imagem ressalta a presença de outros elementos que produzem efeitos de sentido ou associação de ideias.
a) Quais são esses elementos?
TEXTO E CONTEXTO 3. b) O campo verde e as casas ao fundo remetem a um muro intransponível que separa o imigrante do sonho de morar em uma casa confortável com sua família.
b) Considerando o foco da fotografia, que associações podem ser feitas a partir desses elementos?
4. Por meio dessa imagem, o fotojornalista pode levar o leitor a construir certa visão sobre a questão dos refugiados. Que visão é essa?
5. Em uma fotografia jornalística, o registo da imagem pode trazer um significado mais concreto e profundo do que se retratou nela. Conte com suas palavras uma narrativa inspirada na leitura da fotografia.
6. O título da notícia anuncia que ela tratará de “16 fotos premiadas que mostram o drama dos refugiados”. Em sua opinião, por que 16 fotografias com a mesma temática foram premiadas? Após observar a fotografia feita por Michael Dalder, como você imagina que são as demais imagens que a notícia apresenta? Respostas pessoais.
7. As fotografias jornalísticas fazem parte de nosso cotidiano. Onde é possível encontrar fotografias como essa? Em sites jornalísticos, revistas e jornais impressos e digitais.
8. Em relação ao objetivo, qual é a diferença entre a fotografia lida e as fotografias de anúncios publicadas nos mesmos veículos? Por que dois tipos diferentes de imagem compartilham o mesmo espaço? Leia orientações no Manual do Professor.
A fotografia jornalística é um gênero que pode integrar notícias, reportagens, fotorreportagens e outros gêneros do campo jornalístico, a fim de complementar as informações apresentadas, possibilitando que o leitor visualize alguns de seus aspectos. No caso das fotorreportagens, as fotografias jornalísticas são o elemento principal das informações.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
4. A visão de que os refugiados, ao abandonarem sua terra natal em busca de uma vida melhor, encontram obstáculos, dificuldades, mas precisam ser acolhidos, principalmente pelos países mais ricos e prósperos.
1. A leitura de uma fotografia jornalística contempla tanto seu conteúdo visual, ou seja, as informações expressas pelos elementos que compõem a imagem, quanto o conteúdo verbal trazido na legenda e em outros textos que eventualmente estejam presentes. Identifique as informações a seguir, contidas na fotografia jornalística lida e em sua legenda.
5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes construam uma narrativa que traga uma visão ampla, colocando-se na situação de modo empático.
notícia apresenta e, se possível, acesse com eles o link da notícia (presente na referência do texto) para que possam confrontar suas expectativas com as imagens apresentadas. Dessa forma, eles terão a oportunidade de analisar outras fotografias jornalísticas e examinar, ainda que de forma não estruturada, as diferentes estratégias e técnicas adotadas pelos fotojornalistas para fazer esse tipo de registro. A mesma galeria de imagens também pode ser
vista neste link, em outra notícia: https://exame. com/mundo/48-milhoes-de-criancas-vivemdeslocadas-no-mundo-diz-unicef/ (acesso em: 11 jul. 2022).
7. Incentive-os a compartilhar quais veículos jornalísticos impressos ou digitais costumam acessar. Caso não tenham esse hábito, incentive-os a adotar a prática de leitura de fotografias como ferramenta para se manterem bem informados
1. f) Por serem refugiados, estão sendo levados para um centro de registros na cidade de Passau, devido à entrada no país (Alemanha) sem a documentação exigida.
a) Objeto enfocado na imagem (quem).
Grupo de pessoas, composto de homens, mulheres e crianças.
b) Localização da imagem no espaço geográfico (onde). Cidade de Passau, na Alemanha.
c) Tempo cronológico ou momento da imagem (quando). Outubro de 2015.
d) Descrição das ações, detalhes relacionados ao objeto enfocado (o quê).
e) Como se decorre a ação que envolve o objeto enfocado (como).
As pessoas caminham numa estrada de terra batida, guiadas por um carro de polícia. Formam uma longa fila, seguindo o caminho indicado pelos policiais.
f) Motivo de serem retratados (por quê).
g) Motivo de a fotografia ter sido apresentada na notícia (por quê).
A fotografia foi uma das premiadas por retratar a questão dos refugiados.
2. A composição da imagem é um importante recurso de expressão de ideias e informações. Analise a composição da fotografia jornalística lida.
a) A imagem no espaço.
2. b) Foi tirada de cima para baixo. Não há identificação das pessoas, somente vultos, sugerindo que as pessoas ali são consideradas de pouco valor.
I Qual é o espaço que o foco de atenção ocupa?
O foco de atenção está na parte inferior da imagem.
II . A maior parte da imagem é ocupada pelo campo verde e pelas casas. Que recurso visual empregado direciona o olhar do leitor para o objeto em foco?
Ele está em primeiro plano, ou seja, está na frente.
b) O ângulo usado pelo fotojornalista e os efeitos de sentido que isso imprime na imagem.
3. Leia as fotografias jornalísticas a seguir. Elas foram tiradas de diferentes ângulos. Descreva-os e comente os efeitos de sentido produzidos.
REALIZAÇÃO Composição e linguagem
1. a) e 1. b) Oriente-os a identificar as informações a partir da leitura da legenda.
1. c) Para responder a essa pergunta, os estudantes precisam ler não apenas a legenda, mas também a referência da notícia em que a fotografia jornalística foi apresentada. Nesse sentido, “outubro do ano passado”, como consta na legenda, refere-se ao ano anterior à publicação do texto em que consta a fotografia (19 de abril de 2016).
1. d) e 1. e) Espera-se que eles identifiquem a cena (a ação) retratada e identifiquem seus desdobramentos.
1. f) Espera-se que eles infiram, pela legenda, que os refugiados não apresentam documentação e, por isso, estão sendo levados ao centro de registro.
1. g) Os estudantes devem perceber que os refugiados têm sido tema de discussão na mídia e nos jornais.
Mais de 600 civis subiram a rampa de carregamento semiaberta do avião em pânico; eles desembarcaram com segurança no Catar. Fotografia de 2021.
O QUE está por trás da dramática foto de afegãos amontoados em avião. BBC News Brasil, [s. l.], 18 ago. 2021. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/internacional-58260925. Acesso em: 10 jun. 2022.
3. Sugestão de resposta: A primeira fotografia (interior do avião), tirada de cima para baixo, dá uma ideia de pequenez de cada indivíduo e, ao mesmo tempo, todos juntos, dão ideia de uma massa amorfa e sem identidade. Na segunda fotografia (atletas de futebol), tirada de frente, destaca-se a habilidade das atletas na jogada.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 175
e para desenvolverem uma perspectiva crítica sobre os fatos noticiados.
8. A fotografia de Michael Dalder não vende um produto, mas trata de questões relevantes para a sociedade em geral e busca sensibilizar o interlocutor e fazê-lo refletir. No entanto, ambas são publicadas nos mesmos veículos, pois as fotografias jornalísticas cumprem a função de noticiar, e as imagens dos anúncios
ajudam a manter economicamente os veículos. Portanto, ambas são do interesse desse campo. Comente que, na publicidade, é comum que imagens publicadas no meio jornalístico sejam usadas para elaborar anúncios. A fotografia de Michael Dalder, por exemplo, poderia ser usada para compor um anúncio de campanha de arrecadação de doações para os refugiados.
2. Auxilie-os a perceber que o fotojornalista, ao registrar a cena, seleciona o ângulo e o enquadramento para destacar elementos e comunicar uma ideia.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
3. A primeira imagem permite que os estudantes conheçam outros aspectos relativos à vida dos refugiados que são submetidos a muitos perigos e a situações degradantes. Assim, espera-se que eles ampliem seus conhecimentos sobre a diversidade de contextos e vivências de grupos marginalizados, como os refugiados. Já a segunda imagem mostrada na atividade propicia à turma valorizar a participação feminina em diferentes profissões, como aquelas majoritariamente ocupadas por homens, no caso, em práticas esportivas como o futebol, de modo a apoiar o protagonismo das mulheres e agir contra a violência de qualquer tipo contra esse gênero.
4. Essa atividade contribui para que os estudantes desenvolvam o protagonismo do próprio processo de aprendizagem ao se colocarem na posição de fotojornalistas, explorando metodologias ativas por meio do trabalho de campo. Incentive-os a observar o cotidiano e a selecionar momentos que tenham interesse jornalístico. Oriente-os também a experimentar vários ângulos e enquadramentos, com diferentes composições para expressar, sinteticamente, por meio de uma imagem, um problema da realidade. Se julgar interessante, promova uma mostra das fotos produzidas pela turma, que podem ser impressas e colocadas em mural. Outra alternativa é publicar as fotografias no site da escola ou no blogue da turma.
PIRES, Breiller. O que precisa diminuir não são as traves, mas o preconceito contra o futebol feminino. El País, São Paulo, 29 jun. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/26/deportes/ 1561562799_345428.html. Acesso em: 10 jun. 2022.
4. Agora, diante do que você aprendeu em relação à história da fotografia jornalística lida no início deste capítulo, seja um fotojornalista por um dia e registre, por meio de fotografias, acontecimentos, situações do cotidiano, explorando diferentes enquadramentos dos objetos em foco. Depois, selecione algumas dessas fotografias, elabore legendas para elas e compartilhe-as com os colegas. Resposta pessoal.
A fotografia jornalística pode ser produzida especificamente para acompanhar uma matéria jornalística ou mesmo ser selecionada em arquivos e bancos de dados. A legenda da imagem, quando existe, pode ser elaborada pelo jornalista e/ou editor responsável pela notícia ou reportagem em que a fotografia será publicada, e deve dialogar com as informações apresentadas no texto.
176
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 176 09/08/22 12:00
Goleira Bárbara faz defesa no jogo entre Brasil e Itália pela Copa feminina. Fotografia de 2019.ABERTA PALAVRA
Fórum de discussão
Você vai participar de um fórum de discussão com todos os colegas da turma, para conversar e refletir sobre a questão dos refugiados e para entender as tentativas de controle de fluxos migratórios vigentes em alguns países.
O fórum de discussão é uma reunião em que se debatem temas problemáticos e/ou polêmicos. Ele é marcado pela exposição de pontos de vista, pela busca por consenso e por uma tentativa de encontrar soluções para os problemas apresentados.
1 Antes de abrir o fórum de discussão, procure se informar do assunto para formalizar sua opinião. Para isso, pesquise notícias e reportagens em vídeo ou escritas e artigos de opinião que abordem as questões a seguir.
• Qual é a política do governo brasileiro para os refugiados venezuelanos ou de outras nacionalidades?
• De que maneira os países desenvolvidos lidam com os refugiados? De que nacionalidades são a maioria desses refugiados?
• Quais são as dificuldades enfrentadas pelos imigrantes e pelos países de destino?
2 Para se informar sobre as questões anteriores e formar seu ponto de vista, faça a pesquisa em fontes confiáveis, atentando-se para a data de publicação e a autoria do texto jornalístico e/ou do artigo de opinião. Se considerar necessário, utilize sites de checagem de fatos para verificar se a informação é verdadeira ou se constitui fake news
3 No dia combinado para a realização do fórum, exponha para os colegas seu ponto de vista com base nas informações que você pesquisou, leu e compreendeu. Durante a discussão, expresse-se usando um tom de voz audível e pronuncie adequadamente as palavras, de modo que sua fala seja compreendida por todos da turma. Além disso, a turma deve respeitar o turno de fala de cada colega; se desejar fazer alguma intervenção, levante a mão, solicitando a vez para se expressar.
4 Depois de ouvirem a opinião de todos da turma, você e os colegas, nesta etapa final do fórum de discussão, deverão pensar em soluções para os problemas que discutiram. Se possível, escolham um estudante da turma para registrar, por escrito, essas soluções. Por fim, cada estudante poderá escrever a versão final desse texto no caderno, e a turma também poderá afixá-lo no mural da sala de aula enquanto estiverem estudando este capítulo.
PROPOSIÇÕES
Em Palavra aberta, é importante promover um ambiente de respeito mútuo, em que os estudantes respeitem os turnos de fala dos colegas. Se necessário, antecipadamente, estabeleça com os estudantes regras e combinados para o desenvolvimento produtivo do fórum. Oriente os estudantes a dar ênfase na argumentação sustentada por eles na atividade. Para isso, sugira que utilizem operadores argumentativos durante o debate para a defesa de ideias e para dialogar com os posicionamentos dos colegas, tais como: concordo, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na perspectiva aqui assumida etc., sem esquecer da importância da tolerância, do combate à violência e de uma cultura de paz.
REALIZAÇÃO
Palavra aberta
Reforce com a turma a necessidade de pesquisar em fontes fidedignas de informação. Nesse sentido, acompanhe de perto o trabalho dos estudantes, orientando, quando necessário. Caso julgue necessário, oriente os estudantes a escrever pequenos tópicos ou palavras-chave que possam auxiliar no momento da fala.
PROPOSIÇÕES
Em Por dentro da língua, retome o que foi estudado sobre vozes verbais e explique que a escolha da voz verbal –ativa, passiva e reflexiva – é um recurso linguístico usado pelo enunciador e possibilita que sejam colocados em destaque os elementos que se deseja enfatizar, de acordo com o objetivo, finalidade ou interesse, como verão na análise dos textos a seguir. A análise de fatos da língua que se dá a partir de textos reais possibilita aos estudantes estudar o funcionamento da língua observando seus usos concretos e contextualizados. As notícias selecionadas abordam a realidade de pessoas e grupos marginalizados, como refugiados e comunidades ribeirinhas e quilombolas que, muitas vezes, não têm seus direitos respeitados, e propiciam aos estudantes ampliar sua visão sobre esses grupos, de modo a elaborar posicionamentos críticos e atuar em prol da construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
REALIZAÇÃO
1. O excerto da notícia apresentada permite aos estudantes uma reflexão sobre os problemas e barreiras vivenciados por imigrantes no Brasil. Assim, espera-se que desenvolvam empatia pelas pessoas que vivem nessa situação.
1. a) Incentive os estudantes a se posicionarem, expressando seu ponto de vista e sustentando-o com argumentos plausíveis e coerentes.
1. b) Comente que o fechamento da fronteira, impedindo a entrada dessas pessoas, é uma manifestação de xenofobia. Explique que as
Voz passiva sintética e voz passiva analítica
Você já sabe que as vozes verbais indicam a relação existente entre o sujeito – agente ou paciente – e a ação realizada por ele.
1. A manchete, a fotografia e a legenda que a acompanha fazem parte de uma notícia que trata de uma manifestação de imigrantes no estado do Acre. Leia-as.
Em manifestação, imigrantes fecham ponte entre Brasil e Peru no Acre Estrangeiros exigem que as autoridades peruanas liberem a entrada deles no país
14.fev.2021 às 19h27 Jairo Barbosa RIO BRANCO (AC)
Um grupo de aproximadamente trezentos imigrantes, a maioria haitianos, fechou na manhã deste domingo (14) a ponte da Integração, que liga o Brasil ao Peru, na cidade de Assis Brasil (310 km de Rio Branco).
Os estrangeiros exigem que as autoridades peruanas liberem a entrada deles no país para seguirem viagem até seus países de origem. Senegaleses e indianos também estão entre os estrangeiros.
[…]
Impedidos de cruzar a fronteira no Brasil para o Peru, imigrantes no lado brasileiro impedem a passagem na ponte da Integração, em Assis.
BARBOSA, Jairo. Em manifestação, imigrantes fecham ponte entre Brasil e Peru no Acre. Folha de S.Paulo, Rio Branco, 14 fev. 2021. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/02/em-manifestacao-imigrantesfecham-ponte-entre-brasil-e-peru-no-acre.shtml. Acesso em: 10 jun. 2021.
a) A manifestação aconteceu na cidade de Assis Brasil, no Acre. Em sua opinião, os motivos alegados pelos imigrantes justificam o protesto? Resposta pessoal.
b) Em sua opinião, por que eventos como esses acontecem nas fronteiras entre alguns países? Resposta pessoal.
178
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 178
pessoas que determinam o fechamento de fronteiras consideram que os imigrantes podem levar à diminuição de oferta de trabalho para os nativos e à perda de identidade cultural, provocando uma aversão aos imigrantes.
2. Releia a manchete da notícia.
Em manifestação, imigrantes fecham ponte entre Brasil e Peru no Acre.
a) Que termo exerce a função de sujeito na oração?
b) Que forma verbal exerce a função de núcleo da oração?
O termo imigrantes A forma verbal fecham
c) Em que voz se encontra essa forma verbal: na ativa, na passiva ou na reflexiva?
d) O que o autor do texto enfatiza ao usar essa voz verbal na manchete?
O autor deseja enfatizar o sujeito responsável pela ação verbal e a própria ação verbal.
que, provavelmente, como essas comunidades têm dificuldades de acesso a esse cadastro, elas poderiam ter dúvidas de como se beneficiar e esclarecer possibilidades para o uso desse instrumento.
Na voz ativa.
3. Agora leia o título e a linha fina de uma notícia que trata de um assunto ligado aos quilombolas, um grupo que tem identidade própria com uma forte organização social e cultural.
Cadastro Ambiental Rural (CAR) é debatido por quilombolas e ribeirinhos em oficina virtual
Apesar de ter sido criado para combater o desmatamento, instrumento é utilizado para legitimar a ocupação irregular de terras, enquanto comunidades enfrentam dificuldades para obtê-lo e acessar polí ti cas públicas
FAUSTINO, Rafael. Cadastro Ambiental Rural (CAR) é debatido por quilombolas e ribeirinhos em oficina virtual. Comissão Pró-Índio de São Paulo, [São Paulo], 19 ago. 2021. Disponível em: https://cpisp.org.br/ cadastro-ambiental-rural-car-e-debatido-por-quilombolas-e-ribeirinhos-em-oficina-virtual/. Acesso em: 10 jun. 2022.
a) O Cadastro Ambiental Rural foi instituído pelo Código Florestal em 2012 (Lei no 12.651/2012) e criado para combater o desmatamento. Por quais razões você imagina que ele foi trazido para um debate por quilombolas e ribeirinhos? Resposta pessoal.
b) Considerando o assunto, você acha que oficinas como essa podem ajudar essas comunidades a conhecerem e exigirem seus direitos? Por quê? Respostas pessoais.
4. Releia o título da notícia.
a) Que termo exerce a função de sujeito da oração? Ele é um sujeito agente ou paciente? Justifique.
b) Observe a forma verbal desssa oração. Em que voz verbal ela se encontra empregada? Encontra-se empregada na voz passiva.
c) Que termo exerce a função de agente da ação verbal? Como ele é chamado?
O termo por quilombolas e ribeirinhos; agente da passiva.
Como você viu anteriormente, o sujeito, quando alvo da ação verbal, é chamado de sujeito paciente, e a oração encontra-se na voz passiva A voz passiva pode ser analítica ou sintética
REALIZAÇÃO
2. a) Auxilie os estudantes a identificar o verbo, no caso, fecham, e, em seguida, perguntar a ele: Quem realiza a ação de fechar? A resposta localiza o sujeito da ação verbal.
2. b) Relembre-os de que o verbo é o núcleo da oração.
2. c) Auxilie-os a perceber que o sujeito é agente ativo da voz verbal, responsável pela ação.
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é importante para que as comunidades possam acessar políticas públicas, realizar qualquer atividade que dependa do licenciamento ambiental ou obter a Guia de Transporte Animal (GTA), no caso das comunidades que têm pequenas criações de animais.
4. a) O termo Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um sujeito paciente, porque não é o autor da ação verbal.
3. b) Comente que a oficina para esclarecimento é muito interessante e possibilita a busca por soluções para os comunitários que necessitam dessas informações sobre o CAR. As reuniões pela internet são uma forma de manter as comunidades informadas sobre assuntos que possam trazer melhorias à vida das pessoas que nelas vivem.
4. a) Auxilie os estudantes a identificar o sujeito e a perceber que ele recebe a ação verbal, por isso é o sujeito paciente da oração.
4. b) Leve-os a perceber que a oração está na voz passiva.
4. c) Verifique se identificaram o agente da passiva, responsável pela ação verbal na oração. Caso tenham dúvidas, procure esclarecê-las.
2. d) Observe se a turma compreendeu a intencionalidade do jornalista ao redigir a manchete da notícia. Auxilie-os, se necessário.
3. Essa atividade possibilita aos estudantes valorizar a história e a cultura dos quilombolas e comunidades ribeirinhas, suas tradições, modos de organização social e saberes.
3. a) Incentive a troca de ideias e opiniões entre eles sobre as razões que imaginam. Comente
PROPOSIÇÕES
Na gramática tradicional, a partícula se muitas vezes é classificada como pronome apassivador, e a forma verbal como voz passiva sintética. Entretanto, o falante usa uma frase com a partícula se para indeterminar o sujeito, independentemente da transitividade verbal.
Ressalte-se ainda que não há correspondência total entre a voz passiva sintética e a voz passiva analítica. Em determinados contextos, só a forma sintética é aceita, como no caso de um cartaz colocado em um carro com a seguinte frase: “Vende-se”, na qual, para transformar a passiva sintética em analítica, ocorre uma não frase: “É vendido”.
A voz passiva analítica é composta de uma forma verbal do verbo auxiliar ser seguido de uma forma verbal no particípio passado. Nesse uso, o sujeito é paciente, isto é, recebe ou sofre a ação verbal, e o agente da passiva pode ou não aparecer.
Exemplo:
A passagem na ponte da Integração foi impedida por imigrantes no lado brasileiro em Assis. sujeito paciente forma verbal é + impedida (particípio passado) agente da passiva
A voz passiva sintética é composta de uma forma verbal transitiva na 3a pessoa acompanhada do pronome apassivador se e do sujeito paciente.
Exemplos:
• Impediu-se a passagem na ponte da Integração no lado brasileiro em Assis.
verbo transitivo + se sujeito paciente
• Debate-se o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em oficina virtual
verbo transitivo + se sujeito paciente
Quando o pronome acompanha o verbo transitivo direto, indicando que a oração está na voz passiva sintética, o se é chamado de pronome apassivador Observe que, na voz passiva sintética, o sujeito sempre vem depois do verbo, o agente da passiva nunca aparece e o verbo sempre concorda com o sujeito.
Transformação da voz ativa para a voz passiva analítica
Essa transformação provoca modificações na estrutura das orações e também nos sentidos. Compare as orações a seguir.
• Em manifestação, imigrantes fecham ponte entre Brasil e Peru no Acre. (voz ativa)
• Ponte entre Brasil e Peru no Acre é fechada por imigrantes em manifestação. (voz passiva analítica)
Voz ativa Voz passiva analítica
Quem pratica a ação imigrantes (sujeito agente) por imigrantes (agente da passiva) Quem recebe a ação ponte (objeto direto) ponte (sujeito paciente)
Ação verbal
fecham (verbo fechar no presente do indicativo) é fechada (verbo ser no presente do indicativo + fechar no particípio)
Veja como ocorre a transformação da voz ativa em voz passiva.
• O sujeito da voz ativa passa a ser o agente da passiva (quem pratica a ação).
• O objeto direto da voz ativa passa a ser o sujeito paciente na voz passiva (quem recebe a ação).
• O verbo auxiliar ser é empregado no mesmo tempo em que se encontra o verbo principal da oração da voz ativa, que, por sua vez, vai para o particípio (ação verbal).
Transformação da voz passiva analítica para a voz passiva sintética
Essa transformação também provoca modificações na estrutura das orações. Compare as orações a seguir.
• Cadastro Ambiental Rural (CAR) é debatido por quilombolas e ribeirinhos em oficina virtual. (voz passiva analítica)
• Debateu-se o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em oficina virtual. (voz passiva sintética)
Voz passiva analítica Voz passiva sintética
Quem pratica a ação por quilombolas e ribeirinhos (agente da passiva – pode aparecer ou não)
agente da passiva não é determinado
PROPOSIÇÕES
Na linguagem do dia a dia e em textos escritos mais informais, costuma-se não fazer a diferenciação do se nas funções de pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito, conjugando-se o verbo sempre no singular.
Quem recebe a ação
Cadastro Ambiental Rural (CAR) (sujeito paciente) Cadastro Ambiental Rural (CAR) (sujeito paciente)
Ação verbal é debatido (verbo ser no presente + eleger no particípio)
Debateu-se (verbo debater no presente + se)
Veja como ocorre a transformação da voz passiva analítica em voz passiva sintética.
• O agente da passiva pode aparecer ou não na voz passiva analítica; na voz passiva sintética, ele é omitido.
• O sujeito paciente é o mesmo nas duas vozes verbais, mas, na voz passiva sintética, ele aparece após o verbo.
• O verbo, na voz passiva sintética, vai para o mesmo tempo do verbo ser na voz passiva analítica. A palavra se
Além de funcionar como pronome apassivador, a palavra se também pode atuar como índice de indeterminação do sujeito, indicando, portanto, que o sujeito não está determinado na oração. Acompanha verbos intransitivos e transitivos indiretos sempre na 3a pessoa do singular. Exemplo:
Precisa-se de mais orientação às comunidades quilombolas e ribeirinhas sobre o CAR.
se +
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd
Diz-se comumente “vende-se ingressos para o jogo”, mantendo o verbo na 3 a pessoa do singular, em estrutura semelhante à de um sujeito indeterminado. Nesse caso, de acordo com a gramática normativa, dever-se-ia dizer “vendem-se ingressos para o jogo”, já que o se atua como pronome apassivador (voz passiva sintética) e o verbo teria de concordar com o sujeito ingressos para o jogo, passando, portanto, para o plural. É uma tendência na língua falada do português brasileiro concordar o sujeito da voz passiva sintética sempre na 3 a pessoa do singular, como se faz quando o sujeito é indeterminado.
PROPOSIÇÕES
A leitura e análise do texto sobre mulheres quilombolas e povos do campo, que serve de base para Atividades, possibilita promover em sala de aula uma imagem positiva da participação feminina em diferentes trabalhos, de modo a valorizar seu protagonismo social. Além disso, propicia aos estudantes conhecerem a cultura e a história de comunidades afro-brasileiras e do campo e valorizarem as tradições, saberes e modos de participação e organização social desses povos.
A leitura do texto permite aos estudantes conhecerem a história e a cultura das comunidades quilombolas, especialmente, os conhecimentos tradicionais transmitidos de geração a geração, que guiam o cultivo de alimentos e a produção de insumos para consumo próprio, como remédios e cosméticos. Também possibilita valorizarem os saberes e as práticas desse grupo, de modo a desconstruir estereótipos e preconceitos, atuando para a promoção positiva da imagem das comunidades tradicionais brasileiras.
PARA ACESSAR
QUILOMBOLAS no Brasil. IBGEeduca. [S. l.], [2022]. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/ jovens/materias-especiais/21311quilombolas-no-brasil.html. Acesso em: 11 jul. 2022.
A matéria especial, cuja leitura é recomendada aos estudantes e ao professor, apresenta dados coletados pelo IBGE sobre as comunidades quilombolas no Brasil.
ATIVIDADES
1. A notícia a seguir trata de um assunto relacionado a uma comunidade quilombola do Cerrado. Leia-a.
Mulheres quilombolas transformam plantas típicas do Cerrado em remédios, alimentos e cosméticos
Preservação do bioma, que já perdeu 50% de vegetação natural, é essencial para a conservação de saberes e conhecimentos tradicionais. Por Paula Paiva Paulo, G1 31/10/2019 05h00
Quando criança, Dirani acompanhava sua mãe no trabalho na roça. A mãe derrubava cachos do coco indaiá, uma espécie típica do Cerrado, e a menina ia recolhendo os frutos do chão. “Com 10 anos eu já sabia tirar o óleo também”, conta Dirani Francisco Maia, hoje com 55 anos. Moradora do Quilombo Kalunga, no nordeste de Goiás, hoje ela segue passando o conhecimento para suas filhas e netas. A diferença é que o trabalho se profissionalizou e hoje a venda dos óleos de coco é uma fonte de renda da família.
O conhecimento passado de geração em geração é uma das características dos povos tradicionais do Brasil. Hoje, mais de 650 mil famílias se declaram assim no país. Entre as sete categorias mapeadas, os quilombolas são um deles. […]
Dirani é uma das 10 mulheres que compõem as Mães de Óleos, marca criada por mulheres kalungas para comercializar os produtos feitos com recursos naturais do Cerrado, bioma que, com suas árvores baixas e retorcidas, esconde uma rica biodiversidade.
O projeto surgiu com o apoio da Articulação Pacari, rede formada por 18 organizações comunitárias de mulheres do Cerrado. A articulação identificou artigos produzidos pelas mulheres que tinham potencial de serem comercializados, como os óleos de pequi, mamona e tingui, além da pimenta de macaco, da polpa do coco indaiá e de remédios feitos de raízes naturais, entre outros produtos.
[…]
Outra quilombola participante do projeto, Neuza Fernandes da Cunha, de 49 anos, tem os recursos para a fabricação dos produtos no quintal da sua casa. Ela conhece o ciclo e a época de cada planta, como o pequi, que só começa a dar frutos no fim do ano. “A gente já tem que pegar e guardar, senão vai ficar sem ter ele, eu ainda tenho do ano passado que eu peguei”, conta Neuza.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 182
A venda dos produtos das Mães de Óleos chegou para complementar uma renda que sempre veio dos plantios. “Eu mais meu esposo nunca tivemos salário, a gente trabalha só de roça.” Com esse trabalho, Neuza e o marido criaram oito filhos, dos quais três chegaram à universidade, conta ela, orgulhosa.
[…]
Desde cedo na roça, Neuza disse que a vegetação diminuiu ao longo dos anos. “O pessoal colocava muito fogo. Hoje já melhorou mais porque tem o pessoal do Prevfogo, do Ibama.”
Um dos fatores que a fez perceber isso é o comportamento das araras, que, com a perda de área do seu habitat natural, passaram a bicar as frutas do quintal dela, o que antes era raro.
[…] Roças tradicionais
Além do uso de produtos naturais do Cerrado, os kalungas também mantêm roçados onde cultivam mandioca, milho, arroz, jiló, abóbora, fumo e algodão. Há quem conte que o trato com a terra foi aprendido com os avá-canoeiros, indígenas que habitavam a região quando a área começou a ser ocupada por pessoas escravizadas que fugiram das minas de ouro da região.
“Desafio que me mostrem outro lugar do Brasil que tem um Cerrado igual nós temos aqui. E olha que nós vivemos aqui quase 8 mil pessoas aqui dentro, então nosso meio nós sabemos preservar.” – Vilmar Souza, presidente da Associação Quilombo Kalunga […]
Coco indaiá, espécie típica do Cerrado, usado para fazer o óleo por mulheres kalungas.
PAULO, Paula Paiva. Mulheres quilombolas transformam plantas típicas do Cerrado em remédios, alimentos e cosméticos. G1, [s. l.], 31 out. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/ noticia/2019/10/31/mulheres-quilombolas-transformam-plantas-tipicas-do-cerrado-em-remediosalimentos-e-cosmeticos.ghtml. Acesso em: 10 jun. 2022.
a) Qual é a importância de se abordar temas como esses em notícias?
b) O que é ressaltado sobre os moradores do Quilombo Kalunga, localizado no nordeste de Goiás?
SAIBA MAIS
1. a) Fazer com que os leitores de outras regiões, estados e comunidades conheçam outras realidades e costumes de povos também brasileiros e que têm os mesmos direitos e necessidades que os demais.
O bioma Cerrado é encontrado na parte mais central do país, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. O tamanho desse bioma corresponde ao tamanho de mais de 200 milhões de campos de futebol. Atualmente, a área coberta por esse bioma abriga 95 territórios indígenas, 44 territórios quilombolas e 13 tipos de comunidades tradicionais não indígenas.
1. b) O espírito trabalhador e empreendedor dessas pessoas, que cultivam em seus roçados mandioca, milho, arroz, entre outros produtos, e um grupo de mulheres que criou a marca Mães de Óleos para comercializar produtos naturais do Cerrado que vêm dando lucro e visibilidade à comunidade. 183
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 183
REALIZAÇÃO
1. a) Inicie uma conversa com os estudantes para que reflitam sobre o desconhecimento da história e da cultura das comunidades tradicionais brasileiras e sobre os preconceitos que existem sobre seus modos de vida e tradições. Leve-os a compreender a importância de conhecer a diversidade social brasileira e a valorizar cada uma de suas contribuições para a cultura nacional.
1. b) Se desejar, comente também a utilização de recursos naturais pela comunidade e a relação dela com a terra e a vegetação local.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR Pesquisa sobre comunidades quilombolas
Proponha aos estudantes uma pesquisa sobre as comunidades quilombolas. Solicite a eles que investiguem: Como se formaram? Onde e quantas existem hoje? Quais são suas principais manifestações culturais? Há leis que protegem essas comunidades? Oriente os estudantes a registrar o que encontrarem e se preparar para compartilhar essas informações com a turma em dia combinado.
REALIZAÇÃO
Atividades
2. In centive os estudantes a compartilhar o que sabem ou conhecem, evidenciando que todos os brasileiros precisam ser valorizados social e culturalmente, independentemente da região, comunidade ou etnia, visando à construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
3. a) Caso seja necessário, retome com a turma as características do discurso direto.
3. b) Se necessário, oriente os estudantes sobre a forma com que o discurso direto é reproduzido no texto. Se desejar, pergunte-lhes que outras maneiras possíveis existem para identificar o discurso direto em um texto.
3. c) Se desejar, comente que as escolhas editoriais obedecem à intencionalidade do jornalista ao publicar a notícia.
4. a) Oriente os estudantes a identificar o verbo da oração e o sujeito e, em seguida, determinar a voz utilizada na oração. Se desejar, discuta com eles por que as demais alternativas estão incorretas.
4. b) Verifique se a turma percebe que o sujeito é um agente ativo da ação verbal na oração.
4. c) Proponha uma reflexão sobre as intencionalidades do jornalista ao determinar a voz verbal da manchete.
5. a) Auxilie os estudantes a determinar o sujeito de cada oração lida.
5. b) Observe se compreendem que a voz verbal é ativa, pois o sujeito é o responsável pela ação verbal.
5. c) Se necessário, retome a transitividade dos verbos e os complementos exigidos por eles.
3. a) A autora utiliza o discurso direto, reproduzindo as falas dos moradores da maneira que eles falaram.
3. b) As falas vêm marcadas com as aspas, para que se destaquem dentro do texto.
Os direitos dos quilombolas no Brasil , de Eduardo de Rê et. al. Disponível em: www.politize. com.br/equidade/ blogpost/direitosdos-quilombolasno-brasil/. Acesso em: 11 jun. 2022. O texto apresenta dados da origem dos quilombos, a relação dessas comunidades com o fim da escravidão e os direitos dos quilombolas.
3. c) Essas pessoas são referência na comunidade; as mulheres fazem parte do Mães de Óleos e Vilmar é presidente da Associação Quilombo Kalunga; suas falas dão ênfase ao que a jornalista deseja evidenciar a respeito desse povo.
6. a) Essas famílias devem passar o conhecimento, práticas de trabalho de geração a geração; ocupar e usar territórios e recursos naturais pensando na preservação e manutenção desses recursos; ter uma organização social e cultural próprias.
Povos tradicionais são grupos culturalmente diferenciados que têm formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.
2. Na região em que você mora há alguma comunidade quilombola? Você sabe alguma coisa a respeito dessa comunidade, como vivem, o que cultivam, se são empreendedores como os do Quilombo Kalunga? Compartilhe suas considerações com os colegas.
Respostas pessoais.
3. A autora da notícia insere depoimentos de três moradores do quilombo: Dirani, Neuza e Vilmar.
a) Que recurso linguístico é utilizado para a inserção das falas dessas pessoas?
4. b) O sujeito é o agente da forma verbal transformam, que exerce a função de núcleo do predicado.
b) Como essas falas vêm marcadas no texto? E com que finalidade?
c) Por que essas pessoas foram escolhidas e qual é a importância de trazer essas vozes ao texto?
4. O título da notícia é formado por uma oração.
a) Em que voz verbal essa oração se encontra? No caderno, transcreva a alternativa correta. Alternativa D
A. Voz passiva sintética.
B. Voz passiva analítica.
b) Como se pode identificá-la?
C. Voz reflexiva.
D. Voz ativa.
c) O que se pretende enfatizar empregando essa voz verbal?
5. Releia o trecho a seguir.
4. c) Pretende-se enfatizar o sujeito agente da ação e a ação verbal realizada por ele.
Quando criança, Dirani acompanhava sua mãe no trabalho na roça. A mãe derrubava cachos do coco indaiá, uma espécie típica do Cerrado […].
5. a) Os termos Dirani (primeira oração) e A mãe (segunda oração).
a) Que termos exercem a função de sujeito em cada uma das orações?
b) Em que voz verbal se encontram as duas orações? O que elas priorizam nas construções?
As orações se encontram na voz ativa;
elas priorizam o sujeito que realiza as ações verbais.
c) Agora, analise as formas verbais que exercem a função de predicado verbal. Como podem ser classificadas quanto à transitividade verbal? Por quê?
6. A oração a seguir faz referência aos povos tradicionais existentes no país.
[…] Hoje, mais de 650 mil famílias se declaram assim no país. […]
a) Considerando o que significa ser um povo tradicional, o que essas famílias devem ter em comum para considerarem-se como tal?
b) Com base na oração, quem é que declara essas famílias como povos tradicionais?
Eles próprios se declaram pertencentes a esse grupo social.
c) Em que voz verbal se encontra a oração? Que elemento linguístico caracteriza essa construção?
6. a) Antes de os estudantes responderem a esse item, explique que os povos indígenas e os povos do campo também são considerados povos tradicionais.
6. b) Comente que, segundo o IBGE, a pesquisa de cor ou raça da população brasileira se dá por autodeclaração.
6. c) Chame a atenção dos estudantes para o uso do pronome reflexivo se, que indica a voz reflexiva.
A oração encontra-se na voz reflexiva; o pronome se está empregado como pronome reflexivo.
7. a) Reforce a intenção do jornalista em destacar os sujeitos da ação verbal.
7. b) Auxilie-os a transformar a oração em voz passiva sintética e voz passiva analítica. Se desejar, selecione outras orações da notícia, para que os estudantes possam realizar o mesmo procedimento e observar os diferentes efeitos de sentido produzidos.
7. a) O uso dessa voz verbal dá prioridade ao sujeito dessa oração e à ação verbal realizada, evidenciando o tom de orgulho e realização presentes na fala.
7. Neuza, uma das fundadoras do Mães de Óleos, fala do trabalho que desenvolve juntamente com o marido. Leia o trecho a seguir.
[…] Com esse trabalho, Neuza e o marido criaram oito filhos, dos quais três chegaram à universidade, conta ela, orgulhosa.
a) A oração em destaque encontra-se na voz ativa. Considerando os sentidos da oração, que efeito de sentido o uso dessa voz verbal traz ao que está sendo dito?
b) No caderno, transcreva a oração em destaque. Depois, registre a forma correspondente a essa oração na voz passiva analítica e na voz passiva sintética.
Oito filhos foram criados por Neuza e o marido. (voz passiva analítica) / Criaram-se oito filhos. (voz passiva sintética)
8. O trecho a seguir tem duas orações em destaque e refere-se à história desses povos e da área em que vivem.
8. a) Os termos que exercem a função de sujeito nas respectivas orações em destaque são: o trato com a terra e a área; são sujeitos pacientes, pois não são os responsáveis pela ação verbal nas orações.
[…] o trato com a terra foi aprendido com os avá-canoeiros, indígenas que habitavam a região quando a área começou a ser ocupada por pessoas escravizadas que fugiram das minas de ouro da região.
a) As orações em destaque estão na voz passiva analítica. Que termos exercem a função de sujeito nessas orações? Esses sujeitos são responsáveis pela ação verbal ou são sujeitos pacientes?
b) Que termo exerce a função de agente da ação verbal em cada uma das orações? Como se chama esse termo?
Os termos com os avá-canoeiros e por pessoas escravizadas; agentes da passiva.
c) Considerando o que a oração informa, por que se priorizou o uso dessa voz verbal em suas composições?
Porque, nesses casos, a intenção é dar prioridade para o agente da ação verbal, evidenciando a responsabilidade dele pelas ações descritas nas orações.
PROPOSIÇÕES
A atividade proposta em Língua em cena possibilita aos estudantes demonstrarem se se apropriaram ou não do assunto visto no capítulo, aplicando-o de forma prática por meio de noções de análise documental e de uma sensibilização para análise de discurso. A atividade faz com que eles reconheçam, em manchetes jornalísticas, os itens gramaticais estudados, como eles contribuem para a significação do enunciado, que efeitos de sentido produzem nessa ou naquela posição e outros aspectos para que compreendam por que foram usados nesses textos.
LÍNGUA EM CENA
As vozes verbais nas manchetes jornalísticas
Forme dupla com um colega e, juntos, procurem quatro manchetes jornalísticas que abordem questões ligadas aos Direitos Humanos.
Depois, analisem as estratégias usadas para atrair o leitor, como os recursos linguísticos utilizados, se alguma palavra traz um posicionamento do autor, se alguma escolha lexical se destaca na composição, se há alguma construção metafórica, e os efeitos de sentido que esses recursos trazem às manchetes.
Analisem, em seguida, as formas verbais empregadas. Verifiquem quais verbos predominam na composição das manchetes: se verbos transitivos ou intransitivos. Observem também a voz verbal que predomina e com que intencionalidade foi usada em cada uma delas, considerando o tema das manchetes selecionadas. Verifiquem, ainda, caso haja verbos na voz passiva, o uso ou a ocultação do agente da passiva e os efeitos de sentido que essa estratégia traz.
Anotem todas as observações no caderno e, no dia combinado com o professor, compartilhem com os colegas as manchetes selecionadas e as análises feitas por vocês.
8. a) Auxilie-os a perceber que, na voz passiva analítica, o sujeito é paciente, pois sofre a ação verbal.
8. b) Explique que o agente da passiva tem a função de agente da ação verbal na voz passiva analítica.
8. c) Comente a importância de o falante dominar as possibilidades de expressão da língua e utilizar estratégias, conforme a intenção comunicativa, para dar ênfase ao que deseja.
Ao longo das exposições, proponha às duplas que reescrevam algumas manchetes de outra forma, alterando as suas vozes verbais, a fim de verificarem como o sentido se altera nesse tipo de transformação. Assim, eles podem compreender de forma objetiva como essa escolha influencia na construção de discursos.
REALIZAÇÃO
Língua em cena
Oriente os estudantes a realizar a pesquisa, de maneira autônoma, mas também se coloque à disposição para auxiliá-los a buscar textos conforme o escopo solicitado. Incentive-os a analisar com atenção as manchetes, a fim de observar os recursos utilizados. Oriente-os a observar e a anotar qualquer elemento que chame a atenção deles e a relacionar o uso dos verbos à intencionalidade do jornalista na redação dos títulos.
Promova um ambiente de diálogo em que eles possam compartilhar os resultados a que chegaram.
PROPOSIÇÕES
Em Questão de fala e escrita, para explorar o emprego do hífen, escreva apenas os morfemas (prefixos e/ou radicais) listados a seguir na lousa. Peça aos estudantes que juntem esses elementos para formar palavras. As respostas esperadas aparecem depois de cada item.
• eletro | doméstico: eletrodoméstico; super | amigo: superamigo; auto | estrada: autoestrada; rádio | amador: radioamador; pré | condição: precondição; tele | série: telessérie; tele | jornal: telejornal; mini | herói: mini-herói; mini | série: minissérie; anti | imperialista: anti-imperialista; moto | serra: motosserra; auto | avaliação: autoavaliação. Com base nessa atividade, duas regras já podem ser inferidas: quando o segundo termo começa com h, emprega-se o hífen; no caso de vogais repetidas – final do prefixo e início do radical –, também se emprega o hífen.
REALIZAÇÃO
Questão de fala e escrita
1. O objetivo do trabalho com a tirinha é contribuir para uma reflexão sobre a conduta dos seres humanos na terra e para o desenvolvimento e formação de atitudes e valores éticos dos estudantes, responsáveis pelo futuro da humanidade. Se desejar, proponha uma conversa em que os estudantes possam compartilhar atitudes que contribuam para a qualidade de vida das pessoas.
2. a) Auxilie os estudantes a identificar a solução proposta na tirinha.
2. b) Observe se os estudantes conseguem inferir, por meio da leitura da linguagem
1. a) Provavelmente, a falta de cuidado com o seu semelhante, a despreocupação com os problemas dos demais, os conflitos devido a divergências familiares, religiosas, o descaso com o meio ambiente etc.
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
Hífen: alguns usos
1. b) A finalidade é levar o leitor a refletir sobre as suas ações, fazendo com que ele possa analisar e entender sua forma de encarar a vida e, a partir daí, conseguir solucionar problemas, encarar situações difíceis de outra forma, tornando-se, assim, uma pessoa melhor.
2. b) Ela utiliza um celular; as onomatopeias no penúltimo quadrinho indicam o som das teclas sendo digitadas pela personagem.
No processo de composição por justaposição, as palavras podem vir ou não ligadas por hífen. Na tirinha a seguir, foram empregadas algumas palavras em que é necessário o uso do hífen. Leia-a.
1. Na tirinha, uma das personagens acha que o ser humano não tem mais jeito.
a) Em sua opinião, o que pode ter levado a personagem a essa conclusão?
b) Com que finalidade um tema como esse pode ter sido abordado na tirinha?
2. A personagem dá uma solução para resolver o problema da humanidade.
a) Qual é a solução? A solução é que um asteroide caia no planeta Terra e destrua a humanidade.
b) Que meio ela utiliza para se comunicar? Como o leitor pode inferir isso?
3. No último quadrinho, uma palavra explica a solução da personagem.
a) Que palavra é essa? A palavra disque-asteroide
b) Com que tipo de serviço o leitor pode fazer uma associação? Que efeito de sentido essa relação produz na tirinha?
4. O que há em comum entre a palavra disque-asteroide e as onomatopeias quanto à grafia?
São palavras que usam o hífen em suas grafias.
5. A palavra disque-asteroide é um substantivo composto por justaposição e precisa do uso do hífen. Esse substantivo é formado de verbo + substantivo. Agora, leia as palavras do quadro formadas com essas classes gramaticais.
caça-fantasma beija-flor arco-íris fim de semana guarda-sol peixe-espada arranha-céu girassol passatempo paraquedas
• O que você observou quanto à grafia desses substantivos compostos?
O serviço de entrega em domicílio feito por deliveries que levam o pedido feito pelo telefone (ou aplicativos de entrega) ao local solicitado. Essa associação gera o efeito de humor na tirinha. 186
Espera-se que os estudantes infiram que há substantivos formados por verbos que se escrevem com o hífen e outros sem hífen.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 186
verbal e linguagem não verbal, os efeitos pretendidos na tirinha.
3. a) Auxilie-os a identificar a solução apresentada na tirinha.
3. b) Mobilize os conhecimentos prévios dos estudantes para que compreendam os efeitos de humor produzidos na tirinha. Se necessário, explique que os restaurantes que fazem entrega em domicílio têm um telefone de contato relativo às entregas.
4. Auxilie-os a inferir que a presença do hífen é comum entre elas.
5. Oriente os estudantes a identificar as palavras formadas por verbo e substantivo no quadro. Auxilie-os a inferir as diferentes possibilidades de grafia.
6. Explique que a ortografia das palavras muda o sentido delas. Se desejar, leve à sala de aula outros exemplos semelhantes, para que os estudantes possam analisar esse fenômeno.
GOMES, Clara. [Praga da humanidade]. Bichinhos de jardim. [S. l.], 8 dez. 2016. Disponível em: http:// bichinhosdejardim.com/praga-da-humanidade/. Acesso em: 10 jun. 2022. CLARA GOMES WWW.BICHINHOSDEJARDIM.COM6. Compare as palvras pé-de-meia e pé de meia.
a) Quando separada por hífen, qual é o sentido da palavra?
b) Agora, explique qual é o sentido de pé de meia, sem hífen.
A grafia com hífen (pé-de-meia) significa “dinheiro guardado ou economizado”. Significa um pé do par da peça de roupa (meia) que calçamos.
As palavras compostas analisadas são formadas por justaposição e são ou não separadas por hífen. Veja a seguir algumas formas de uso do hífen.
1. Na formação de alguns substantivos e adjetivos. Exemplos:
• Substantivos: porta-chaves, mestre-cuca, cachorro-quente.
• Adjetivos: (olhos) azul-piscina, (bolsa) verde-garrafa.
2. Quando o segundo elemento se inicia por h. Exemplos: Pré- História, mini- hotel, anti- higiênico, super- homem, hiper- hidratação.
3. Quando o prefixo termina com a mesma letra que inicia o segundo elemento. Exemplos: super-revista, micro - organismo, semi-interno, inter-racial, hiper-radical.
4. Com os prefixos tônicos (acentuados): pós-, pré-, pró-. Exemplos: pré-Carnaval, pós-graduação, pró-labore.
ATIVIDADES
1. Leia a tirinha a seguir.
1. a) Espera-se que os estudantes infiram que esse tipo de literatura é formada de obras que têm por objetivo fazer o leitor pensar em seus próprios problemas ou aprimorar suas habilidades de forma autônoma com base nas dicas fornecidas.
de vinho, grafa-se com hífen, por ser um uso consagrado. Em Atividades, proponha aos estudantes que se organizem em duplas para a realização dessas atividades. Se for possível, distribua entre eles dicionários, para que possam consultar a grafia das palavras. Outra opção é indicar a eles o site do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, o Volp, que reúne os vocábulos da língua em sua grafia correta: www.academia.org.br/nossalingua/busca-no-vocabulario (acesso em: 11 jul. 2022).
REALIZAÇÃO Atividades
LAERTE. [Do que é este livro?]. Laerte. [S. l.], c1970-2021. Disponível em:
a) Considerando o nome, o que para você são livros de autoajuda?
b) Em sua opinião, por que as pessoas costumam ler livros como esses? Resposta pessoal.
2. O personagem, após saber do que trata o livro, começa a mordê-lo.
a) Que sentido pode ser atribuído a essa ação?
b) Que efeito de sentido a ação do personagem produz na tirinha?
2. a) A necessidade que certos leitores têm de ler esse tipo de livro como se estivessem se alimentando com o que está escrito.
PROPOSIÇÕES
2. b) Produz humor e, ao mesmo tempo, faz uma crítica às pessoas que usam o livro de autoajuda como um guia de vida, seguindo-o como se fosse um manual.
Explique aos estudantes casos em que não se utiliza o hífen:
1. Nas locuções de qualquer tipo que signifiquem um único elemento. Exemplos: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar, cor de vinho
2. Com os prefixos co - e re -. Exemplos: coautor, cofundador, revisar
3. Quando o prefixo termina em vogal e o outro elemento inicia-se por r ou por s. Nesses casos, a consoante é dobrada. Exemplos: contrarregra, ultrassom, girassol
4. Quando o prefixo termina com vogal e o segundo elemento inicia-se com vogal diferente. Exemplos: antiácido, antiético. Comente o caso de cor de rosa, que, apesar de ter composição semelhante à de cor
1. A leitura da tirinha contribui para a Educação Socioemocional dos estudantes, ao propor uma reflexão sobre como lidar com os sentimentos e emoções. Explique que os livros de autoajuda apresentam textos que, além de aconselharem, prescreverem, sugerirem e fornecerem estratégias, são considerados por muitas pessoas guias a serem seguidos e, por isso, atraem leitores que julgam precisar desse tipo de orientação.
2. a) Se desejar, comente também que leitores desse tipo de literatura costumam “devorar” livros de autoajuda em uma busca ávida por uma orientação definitiva de como viver melhor.
2. b) Auxilie-os a inferir que o efeito de humor vem da ilustração apresentar essa ideia de forma literal, e não metafórica.
REALIZAÇÃO
Atividades
3. Se desejar, discuta com os estudantes por que as demais alternativas estão incorretas. Peça que digam outras palavras compostas que seguem a mesma regra ortográfica.
4. a) Auxilie os estudantes a identificar as palavras que seguem a mesma regra.
4. b) Auxilie-os também a inferir a regra por meio das palavras analisadas.
5. Comente que o poema, assim como a tirinha, contribui para a Educação Socioemocional dos estudantes ao propor uma reflexão sobre como lidar com os sentimentos e emoções.
5. a) Comente também que os efeitos de sentido apreendidos devem considerar os elementos visuais e verbais do poema. Uma das possibilidades de interpretação é a seguinte: considerando que o porta-retratos geralmente guarda fotografias de momentos felizes na vida das pessoas, podemos imaginar que, por estar vazado e em lugar da imagem aparecer um guarda-chuva respingando gotas de chuva, imagina-se que a foto tenha sido destruída, o que sugere dor, sofrimento, tristeza.
5. b) Considere diferentes respos tas, desde que fundamentadas em argumentos coesos e coerentes.
6. a) Avalie se os estudantes identificam a que classe de palavras pertencem.
6. b) Auxilie-os a inferir que se trata da mesma composição: verbo mais substantivo.
3. Na tirinha é usada a palavra autoajuda. Essa palavra não possui hífen. Transcreva no caderno a alternativa que explica o motivo. Alternativa C
A. Nenhuma palavra formada pelo prefixo auto - tem hífen.
B. A palavra que vem junto a auto - não se inicia por consoante.
C. O prefixo termina com vogal e o radical se inicia com uma vogal diferente.
D. Não se trata de um substantivo composto formado por verbo.
4. a) São as palavras autoimune e autoestrada
4. Leia outras palavras formadas pelo prefixo autoautoimune autoestrada autorretrato autossuficiente autocrítica
a) No caderno, transcreva as palavras que seguem a mesma regra usada na palavra autoajuda
b) O que ocorre na escrita das palavras autorretrato e autossuficiente?
São escritas com a consonante dobrada, porque o segundo elemento se inicia com r e s, respectivamente.
5. Leia o poema visual a seguir.
5. b) Podem sugerir o contraste entre os momentos alegres, retratados normalmente em porta-retratos, e os que trazem tristezas, como o que parece ser a chuva (lágrimas) que o guarda-chuva não consegue segurar.
a) O poema é construído com linguagem verbal e não verbal. Que efeitos de sentido podem ser atribuídos a ele? Resposta pessoal.
b) O que as cores preto e branco usadas na composição do poema podem sugerir?
6. No poema foram usadas duas palavras compostas grafadas com hífen.
a) A que classe de palavras elas pertencem? Pertencem à classe dos substantivos.
b) O que elas têm em comum quanto à composição? Ambas as palavras são formadas por verbo + substantivo.
CUNHA, Leo. Porta-retrato. In: CUNHA, Leo. Vendo poesia. São Paulo: FTD, 2010. p. 42-43.Artigo de opinião e podcast opinativo
A proposta da produção de texto deste módulo é que você escreva um artigo de opinião e expresse o que pensa a respeito de um determinado assunto polêmico e/ou socialmente relevante. E, para fundamentar sua opinião, você usará argumentos consistentes e variados, buscando convencer os leitores a concordarem com sua proposição. Seu artigo também será disponibilizado por meio de um podcast que você vai produzir.
Definindo o assunto
PROPOSIÇÕES
Podcasté um conteúdo em áudio, disponibilizado em arquivo ou plataforma de streaming, que conta com a vantagem de ser escutado sob demanda, quando o usuário desejar. Esse gênero se assemelha, em muitos aspectos, aos gêneros veiculados no rádio.
1 Converse com os colegas e o professor a respeito de assuntos relevantes e/ou polêmicos que poderiam ser tratados nos artigos de opinião de vocês. Pensem em assuntos que possam ser abordados a partir da forma “E se não existisse(m)…”. Exemplos:
• E se não existissem diferenças de gênero?
• E se não existissem países?
• E se não existissem sacos plásticos?
2 Registre o assunto escolhido e aprofunde seus conhecimentos: leia sobre o tema em jornais e revistas, consulte sites da internet e colete dados de pesquisa. Se possível, converse com especialistas da área ou com pessoas qualificadas para falar do assunto.
3 Registre as informações coletadas no caderno.
Planejando o artigo de opinião
1 Defina o ponto de vista – a tese ou proposição – que você vai defender sobre o assunto escolhido.
2 Escreva uma lista dos argumentos que justificam seu ponto de vista. Lembre-se de que há variados tipos de argumentos que você pode usar. A seguir veja alguns deles.
• Causa(s) e/ou consequência(s) relacionadas ao assunto.
• Exemplos do cotidiano que confirmem seu ponto de vista.
• Algo dito por algum especialista no assunto com quem você tenha conversado ou de quem você tenha lido algum texto que comprove o seu ponto de vista (argumento de autoridade).
• Dados numéricos com base em pesquisas que também apoiem seu ponto de vista.
• Algum fato recente, de conhecimento público, relacionado à questão que mostre de forma contundente o que você defende.
• Contra-argumentos que poderão ser apresentados por quem defende o ponto de vista contrário ao seu.
A proposta de Produção multimodal promove o desenvolvimento de uma aprendizagem mais significativa para os estudantes, uma vez que eles podem atuar de maneira ativa, ao se conectarem com os conteúdos aprendidos e estabelecerem uma relação positiva com os saberes. Essa atividade propõe que os estudantes se engajem em uma investigação de um tema e que participem de práticas sociais conhecidas, como o artigo de opinião e o podcast opinativo.
REALIZAÇÃO
Produção multimodal
Na etapa Definindo o assunto, apresente os assuntos que estão sendo comentados nos noticiários, relacionados a educação, esporte, sociedade em geral, que suscitem pontos de vistas diferentes e transforme numa proposição “E se não existisse(m)…”. Essa forma de apresentar o tema torna mais evidente para o estudante a questão a ser discutida.
Na etapa Planejando o artigo de opinião, auxilie os estudantes a utilizar argumentos coesos e coerentes no texto. Para isso, se necessário, retome o conteúdo dos operadores argumentativos na construção dos argumentos.
REALIZAÇÃO
Na etapa Revisando e reescrevendo o artigo de opinião, oriente os estudantes a sugerir melhorias nos textos, com respeito e cordialidade ao colega.
FORMAÇÃO CONTINUADA
O excerto a seguir apresenta algumas informações e orientações relevantes para conduzir a produção dos podcasts com a turma, especialmente no que tange à importância de elaborar um roteiro antes de realizar as gravações.
[…]
Grande parte dos podcasts são estruturados em forma de debate ou discussões, mas também existem outros formatos. “É possível fazer entrevistas, boletins de notícias ou mesmo dramatizações (radioteatro)”, lista o podcaster do Instituto Claro e professor de criação e produção de áudio da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Marcelo Abud. Para isso, uma dica é buscar podcasts na internet como referência para o roteiro ou mesmo material didático para a sala de aula. […]
Segundo Abud, o planejamento deve conter a definição do tema, tipo de podcast, cronograma, roteiro e especificar as tarefas que cada aluno irá realizar. “Por exemplo, quem fará a reportagem, a pesquisa, a apresentação, a edição e a escolha das músicas. Ter em mente o que será abordado e de que forma. O estudante que não quiser falar também pode contribuir realizando outras tarefas de produção”, pontua.
Ainda que o objetivo seja o improviso, o roteiro deve ser preparado. “Não precisa ser, necessariamente, escrito. Mas ele ajuda a ter uma ideia de como será o programa.” […]
De acordo com Abud, um bom roteiro deve ter começo, meio e fim. “Inicie com elementos que segurem a atenção do ouvinte. Você pode,
3 Na construção dos argumentos, empregue palavras e recursos de modalização para enfatizar informações relevantes, expressar certeza ou suscitar dúvida etc.
4 Para tornar o texto mais coeso, baseie-se nas seguintes orientações:
• Estabeleça diálogo com o leitor fazendo perguntas retóricas.
• Use operadores argumentativos na construção dos argumentos. Eles têm a função de indicar (mostrar) a força argumentativa dos argumentos.
• Empregue a 1a pessoa do discurso e atente-se às regras da norma-padrão.
5 Escreva a primeira versão do seu artigo de opinião. Desenvolva seu texto, organizando as informações em parágrafos, conforme o esquema a seguir.
• Introdução ao assunto: apresente a questão que será abordada e a tese que será defendida.
• Desenvolvimento/Argumentação: escreva três ou quatro parágrafos. Apresente os argumentos e contra-argumentos e busque provar, por meio de variados argumentos, que os contra-argumentos não procedem. Enfim, defenda a sua tese de forma consistente.
• Conclusão: retome a opinião defendida e sugira soluções para a questão.
6 Crie um título que desperte o interesse do leitor e que dê pistas do tema ou da tese.
Revisando e reescrevendo o artigo de opinião
1 Troque seu texto com o de um colega e analise-o quanto aos aspectos seguintes. Faça um breve relatório com suas observações para ser entregue ao colega.
• O texto está organizado de acordo com a sequência: apresentação da tese, exposição de contra-argumentos e de argumentos e conclusão?
• A tese está fundamentada com argumentos?
• Os argumentos são suficientes e variados?
• Há alguma informação incoerente em relação à opinião defendida?
• O título atrai a atenção do leitor e antecipa o assunto do texto?
• A conclusão apresenta alguma proposta de solução ou conclama o leitor a realizar algo?
• Foram usados operadores argumentativos para dar encadeamento ao texto?
• O texto estabelece diálogo com o leitor por meio de perguntas retóricas?
• Foram usadas palavras para enfatizar informações relevantes, destacar uma certeza, intensificar uma qualidade?
• Foi usada a 1a pessoa do discurso?
• A linguagem empregada está adequada à norma-padrão da língua portuguesa?
2 Reescreva o artigo de acordo com as observações feitas pelo colega e, depois, entregue-o ao professor.
190 D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd
por exemplo, apresentar trechos do que será dito ao longo do episódio, extraídos na edição”, recomenda. “Também pode apresentar oralmente o que será discutido ou os destaques que virão”, acrescenta.
Já a conclusão deve fechar o tema discutido, no caso do debate, e convidar o ouvinte a se aprofundar no tema. “Pode sugerir temas, livros e filmes sobre o assunto”, ensina.
VALLE, Leonardo. 10 dicas para usar a produção de podcasts como recurso educativo. Instituto Claro. [S. l.], 7 nov. 2019. Disponível em: https://www.institutoclaro. org.br/educacao/nossas-novidades/ reportagens/10-dicas-para-usar-a-producao-depodcasts-como-recurso-educativo/. Acesso em: 20 jul. 2022.
Planejando o podcast
1 A turma deverá se dividir em grupos, de acordo com a temática dos artigos de opinião escritos e com a editoria em que elas se encaixariam melhor para publicação. Cada podcast produzido será de uma editoria e reunirá os artigos do tema. Hoje em dia, há podcasts sobre diferentes temas. Para produzi-los, os locutores pesquisam o assunto escolhido e, por isso, os programas tornam-se importantes fontes de pesquisa e de formação de opinião.
2 Já na formação dos grupos, releiam os artigos e destaquem trechos que consideram mais interessantes, os argumentos mais fortes, os contra-argumentos, os termos que marcam os argumentos e que expressam certeza, citações de especialistas etc.
3 Escrevam uma pequena introdução para os leitores saberem do que tratam os artigos que serão veiculados no podcast de cada editoria.
4 Cada grupo de editoria deverá elaborar o roteiro para o respectivo podcast, definindo aspectos como:
• ordem de entrada dos artigos;
• roteiro de fala de cada locutor;
• falas de apresentação e encerramento;
• música/sonoplastia inicial;
• inserção de áudios;
• grau de formalidade da linguagem;
• tom de voz a ser usado.
5 Depois que os programas estiverem roteirizados, ensaiem as falas antes de iniciar a gravação.
6 Gravem os podcasts na íntegra e verifiquem se é possível ouvi-los adequadamente. Façam a edição de áudio usando aplicativos específicos, retirando sons ou falas repetidas e acrescentando sonoplastia.
Revisando e publicando o podcast
1 Depois que os podcasts estiverem prontos, revisem a gravação, conforme instruções do professor. Façam ajustes e regravem trechos, se necessário.
2 Publiquem os arquivos finalizados, se possível, em plataformas de compartilhamento de áudio.
3 Divulguem os podcasts, convidando a comunidade escolar, familiares e amigos a ouvir o que a turma produziu.
Na etapa Planejando o podcast, utilize a metodologia ativa aula invertida. Oriente os estudantes, por meio de uma aula registrada, como uma videoaula, por exemplo, sobre as características do gênero podcast. Em seguida, sane eventuais dúvidas que surgirem sobre esse conteúdo e oriente-os para a realização dessa etapa da atividade. Por fim, na etapa Revisando e publicando o podcast, sistematize o conteúdo estudado e proponha aos estudantes o compartilhamento das produções.
Habilidades de encerramento
• EF69LP11
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF69LP21
• EF89LP27
• EF69AR05
• EF69AR31
PROPOSIÇÕES
O projeto da obra TeeterTotter Wall foi criado em 2009 pelos artistas Virgínia San Fratello e Ronald Rael e exibido em 2016 no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), Estados Unidos, durante uma exposição que propunha reflexões a respeito da crise global dos refugiados. Mas, apenas em 2019, San Fratello e Rael conseguiram instalar a obra fisicamente no local projetado. Verifique se os estudantes conhecem o brinquedo gangorra e seus princípios de funcionamento e, se necessário, destaque que uma gangorra só funciona se houver participantes ativos de ambos os lados; essa compreensão é essencial para que possam fazer a análise da obra e responder às perguntas propostas.
CONEXÃO LINGUAGENS EM
Direitos humanos sem fronteiras
Neste módulo, você estudou artigo de opinião, editoriais de veículos jornalísticos e fotografia jornalística e, com isso, aprofundou seus conhecimentos a respeito dos Direitos Humanos. Estudou também como a migração de pessoas é uma questão que deve ser analisada considerando aspectos específicos de cada contexto. Agora, vai conhecer um trabalho artístico que propõe reflexões acerca do tema.
A designer Virgínia San Fratello (1971-) e o arquiteto Ronald Rael (1971-) − ambos estadunidenses − projetaram e instalaram três gangorras cor-de-rosa em uma cerca que separa a cidade de El Paso, localizada no estado do Texas, nos Estados Unidos, da Ciudad Juárez, situada no estado de Chihuahua, no México. Essa delimitação de fronteira foi criada pelo governo estadunidense principalmente para impedir que mexicanos migrem para o país vizinho sem autorização.
Pessoas brincando nas gangorras da obra Teeter-Tootter Wall (em tradução livre “Muro de gangorra”), de Virgínia San Fratello e Ronald Rael. Obra e fotografia de 2019. De um lado, é possível ver moradores dos Estados Unidos e, de outro, moradores do México.
As gangorras incentivam, de maneira literal, que haja cooperação entre os dois lados da fronteira, mostrando a todos que as ações que acontecem de um lado têm consequências diretas no outro. Assim, a obra da dupla gerou diversas reflexões no público a respeito da delimitação de fronteiras, dos direitos humanos e dos motivos que levam as pessoas a migrar de países atualmente.
192
REALIZAÇÃO
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 192 09/08/22 12:16
1. Apesar da resposta ser pessoal, os estudantes podem ser incentivados a fazer uma leitura das imagens e notar que, além das pessoas que estão utilizando as gangorras, muitas outras pararam para olhar, tirar fotos ou até mesmo esperar a sua vez de usar os brinquedos. Destaque que a obra alterou a paisagem do local, convidou as pessoas para participar e, certamente, acabou gerando
questionamentos em muitas delas a respeito da existência dessa cerca para delimitar a fronteira e impossibilitar o convívio próximo entre as pessoas dos dois países.
2. Incentive os estudantes a traçar hipóteses interpretativas a respeito do trabalho. Lembre-se de que não existe uma resposta correta, por isso é interessante que eles tenham espaço para compartilhar suas opiniões com liberdade. Antes de
xenofóbicas; promovendo, se necessário, um debate específico para problematizar essas questões. Se quiser, ressalte ainda que o trabalho Teeter-Totter Wall foi instalado entre o México e os Estados Unidos, uma das fronteiras mais polêmicas no mundo por ser cenário de grandes conflitos e tensões.
Vista aérea da obra Teeter-Tootter Wall (em tradução livre “Muro de gangorra”), de Virgínia San Fratello e Ronald Rael. Obra e fotografia de 2019.
Agora, converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.
1. Em sua opinião, de que forma a obra alterou a rotina das pessoas que passavam perto da cerca? Resposta pessoal.
2. Como esse trabalho artístico pode sugerir reflexões sobre os direitos humanos?
3. Qual é a sua opinião sobre o estabelecimento de fronteiras entre os países?
4. Quais relações você reconhece entre a obra apresentada e a cultura de paz?
Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal.
PARA ASSISTIR
• Transforming the Border Wall into a Teeter-Totter (em tradução livre "Transformando uma cerca de fronteira em gangorra"). 2020. Vídeo (5min15s). Canal The Museum of Modern Arte (MoMa). Disponível em: www.youtube.com/watch?v=1bbeBo3te5E . Acesso em: 24 jun. 2022. Nesse vídeo, em inglês, é possível conhecer melhor os artistas e o processo de criação da obra Teeter-Totter Wall
• Gangorras chamam a atenção do público entre a fronteira dos EUA e México. 2019. Vídeo (2min29s). Canal Correio do Povo Play. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=eQiMP2Dr_co Acesso em: 27 jun. 2022. Assista a esse vídeo em português e veja algumas cenas de pessoas brincando com a gangorra colocada entre o muro que separa o México e os Estados Unidos.
4. Para concluir a discussão, esta pergunta tem o objetivo de verificar se os estudantes reconhecem que a questão da migração e do estabelecimento de fronteiras é muito ampla e afeta não apenas as pessoas envolvidas diretamente nos processos migratórios. Aproveite o momento para enfatizar que a obra ressalta a importância de se estabelecer uma cultura de paz entre todos os povos, destacando como a cooperação e a empatia são necessárias para o convívio em sociedade. Sendo assim, a obra não propõe apenas problematizações acerca da fronteira entre México e Estados Unidos, mas acerca de todas as fronteiras.
D3-146-193-POR-F2-2102-V8-M4-LA-G24_AVU.indd 193
responderem, peça que relembrem o que aprenderam neste módulo e, se necessário, retome algum tópico que ainda cause dúvidas ou dificuldades para a turma.
3. Peça que relembrem o que estudaram ao longo deste módulo e depois dê um tempo determinado para que reflitam individualmente sobre a obra de Virgínia San Fratello e Ronald Rael. Após responderem às perguntas 1 e 2, os estudantes certamente terão
mais base para construir opiniões e argumentos embasados. Caso ache necessário, sugira que façam pesquisas na internet para ampliar os conhecimentos e conhecer outros pontos de vista. Nesse caso, oriente-os para que consultem apenas fontes confiáveis e que não repliquem fake news nem discursos de ódio. Garanta também que as falas deles respeitem os direitos humanos e não reforcem ideias preconceituosas ou
05/08/22 17:40
Competências do módulo
Gerais: 2, 4, 5, 6, 7
Linguagens: 1, 2, 3, 4, 6
Língua Portuguesa: 3, 6, 7
Arte: 2, 6, 7
Habilidades da abertura
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF89LP27
Temas Contemporâneos Transversais
• Educação para o consumo
• Ciência e Tecnologia
INTRODUÇÃO
Neste módulo, abordam-se os Temas Contemporâneos Transversais Educação para o consumo e Ciência e Tecnologia. O eixo de leitura trabalha textos dos gêneros artigo de opinião, cartum e entrevista, que servem de disparadores de reflexões sobre a importância do consumo consciente e de como a publicidade estimula o consumo de produtos que, muitas vezes, não atendem a uma necessidade genuína dos indivíduos, principalmente do público infantil. O eixo de análise linguística/semiótica tem como foco os períodos compostos por coordenação e subordinação e o reconhecimento das orações subordinadas adverbiais, de modalizadores na linguagem persuasiva e de marcadores conversacionais em situações de oralidade. No eixo de produção textual, o trabalho enfoca a produção de um debate.
OBJETIVOS
• Explorar as características dos gêneros artigo de opinião, cartum e entrevista.
• Identificar orações em períodos compostos por coordenação e subordinação.
• Reconhecer as orações subordinadas adverbiais.
CONSUMINDO SEM SE CONSUMIR 5
194
• Identificar a presença de modalizadores na linguagem persuasiva.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 194 05/08/22 18:25
PROPOSIÇÕES
• Realizar pesquisa de análise de métricas de mídias sociais e exposição oral dos resultados.
• Compreender o emprego dos marcadores conversacionais.
• Organizar debate e participar dele apresentando argumentos sólidos a respeito do tema proposto.
A fotografia desta abertura tem como objetivo introduzir os estudantes ao tema do módulo, conectando-o com as culturas juvenis.
Atualmente, é muito comum os jovens produzirem conteúdos virtuais ou consumirem os produzidos por digital influencers,
os quais costumam ter muitos seguidores nas redes sociais e utilizá-las para falar de assuntos específicos − como moda, culinária, games etc. − ou até mesmo para fazer publicidade de produtos. São pessoas que acabam conquistando diversos fãs e influenciando o modo de vida e até mesmo as opiniões de seus seguidores. Por isso, é
FIQUE POR DENTRO
• Artigo de opinião
• Cartum
• Período composto por coordenação e período composto por subordinação
• Oração subordinada adverbial I
• Modalização e argumentatividade
• Entrevista
• Análise de métricas de mídias sociais e exposição oral
• Oração subordinada adverbial II
• Marcadores conversacionais
• Produção oral: debate
• O universo dos eSports
IMAGEM EM FOCO
Observe a fotografia e converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.
1. Descreva o que vê na fotografia. O que mais chama a sua atenção? Por quê?
REALIZAÇÃO
1. Peça que leiam a legenda e depois descrevam os detalhes que observaram na fotografia. O objetivo é que percebam que a menina, além de estar gravando um vídeo, está diante de um cenário composto de objetos que fazem parte da filmagem e indicam o assunto que ela está abordando (moda). Ainda, pode ser que os estudantes reparem que há duas câmeras filmando, uma de um smartphone e outra fotográfica, ambas presas a tripés. Isso indica que a filmagem tem cunho mais profissional.
2. Você já gravou vídeos para postar na internet ou conhece alguém que costuma fazer? Em caso afirmativo, conte essa experiência aos colegas.
3. Em sua opinião, qual é a diferença entre interagir com as pessoas pessoalmente e virtualmente?
Respostas pessoais. Resposta pessoal. Resposta pessoal.
4. Se você utiliza redes sociais, quais são os seus objetivos ao usá-las?
Resposta pessoal.
2. Talvez muitos estudantes já tenham gravado vídeos e publicado na internet ou conheçam alguém que costuma fazer isso. Então, peça-lhes que relatem essa experiência, quais foram os objetivos do vídeo, quem visualizou e que tipos de interação virtual a postagem do vídeo gerou. Caso haja estudantes que afirmem não produzir nem conhecer alguém que faça vídeos desse tipo, peça-lhes que reflitam sobre vídeos a que assistem na internet.
importante que os estudantes reflitam tanto sobre a produção quanto sobre o consumo desses vídeos, de forma que desenvolvam o pensamento crítico e problematizem os próprios hábitos de vida.
3. Incentive-os a argumentar de maneira crítica, considerando que toda forma de interação, real ou virtual, deve ser saudável, empática e respeitosa. Essa reflexão é importante para que possam iniciar o trabalho com o módulo e aprofundar análises sobre a relação entre consumo e internet.
4. Como atualmente há vários tipos de rede social, é comum haver pessoas que as utilizem sem pensar no motivo. O conteúdo do módulo dará mais bases para essa reflexão.
BNCC
Habilidades do Capítulo 1
TEXTO
• EF69LP13
• EF69LP16
• EF89LP03
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP16
• EF69LP17
• EF69LP24
• EF69LP27
• EF69LP28
• EF89LP03
• EF89LP04
• EF89LP05
• EF89LP06
• EF89LP14
• EF89LP16
• EF89LP17
• EF89LP23
• EF89LP31
• EF08LP13
TEXTOS EM DIÁLOGO
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF89LP03
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF89LP03
• EF89LP05
• EF89LP16
• EF08LP06
• EF08LP11
• EF08LP12
• EF08LP13
LINGUAGEM E SENTIDOS
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP11
• EF89LP01
• EF89LP16
• EF08LP16
PROPOSIÇÕES
O gênero artigo de opinião, também abordado no Módulo 4 deste volume, tem como intenção comunicativa a exposição do ponto de vista de um jornalista ou de um especialista sobre uma questão de relevância social. A interpretação, a posição tomada e a opinião expressa pelo autor de um artigo não são necessariamente as mesmas do veículo para o qual escreve, mas os editores abrem espaço porque consideram importante fomentar debates. Retome com os estudantes outras características do gênero já estudadas. O texto apresentado aqui servirá de mote para reflexões e estudos de valores éticos, escolhas e comportamentos.
Este artigo de opinião foi publicado no site do Criança e Consumo, um programa de conscientização criado em 2006 com o objetivo de divulgar e debater ideias relacionadas à publicidade dirigida às crianças. A iniciativa é do Instituto Alana, uma organização sem fins lucrativos dedicada à promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes.
O texto que você vai ler a seguir é um artigo de opinião e discute um assunto que causa bastante controvérsia na sociedade: a publicidade infantil.
Leia o título do texto e elabore hipóteses: O que você pode inferir sobre o termo inglês unboxing, sabendo que é um tipo de publicidade próprio das mídias digitais? Que sentido você imagina que pode ser atribuído à expressão crianças fora da caixa? Troque ideias com os colegas e ouça as hipóteses deles com atenção.
Faça a leitura silenciosa do texto e descubra que perspectiva a respeito da publicidade infantil é abordada nele e qual é o ponto de vista da autora sobre o assunto.
Unboxing: crianças fora da caixa
As estratégias de publicidade e comunicação mercadológica dirigidas a crianças são um empreendimento rentável e bem-sucedido. Se a publicidade infantil não funcionasse e influenciasse, não veríamos tantos anúncios voltados a esse público espalhados por aí. Isso inclui escolas, parques públicos, canais de TV, aplicativos, pontos de venda e redes sociais, espaço onde acontece uma prática chamada unboxing
Crianças na internet
Segundo a pesquisa TIC Kids Online 2017, 74% das crianças de 9 a 10 anos e 82% entre crianças de 11 a 12 são usuárias de internet no Brasil. Sobre o uso, 84% das crianças de 9 a 10 anos assistem a vídeos, programas, filmes ou séries.
Ao mesmo tempo, foi feito um estudo sobre consumo e produção de conteúdo para crianças no YouTube, realizado pelo ESPM Media Lab. O levantamento indica que, até o fim de 2017, a audiência do conteúdo voltado ao público infantil
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Antes de iniciar o trabalho com o texto, explique o que é publicidade e qual é o seu papel, o poder que ela exerce e as consequências que traz. Trabalhe com a turma as perguntas que precedem o texto. Comente que a publicidade é um meio eficiente para tornar o produto conhecido e prestar informações para ajudar o consumidor
a fazer uma escolha e até a aprender a consumir melhor. Só que, na maioria dos casos, as mensagens publicitárias exploram pontos vulneráveis do público, convencendo-o de que o produto é realmente necessário. Isso faz com que as pessoas ajam por impulso, seguindo a ordem ditada pelo anúncio, sem questionar as reais necessidades ou mesmo a qualidade ou o preço dos produtos.
O CONTEXTO DO TEXTOna plataforma ultrapassou os 115 bilhões de visualizações. Entre os 100 canais de maior audiência no YouTube Brasil, mais da metade traz conteúdos voltados e/ou consumidos por crianças.
Por isso, não é possível afirmar ser coincidência ou obra do acaso que, atualmente, um dos modelos mais adotados por empresas para direcionar publicidade a crianças sejam vídeos de unboxing produzidos por youtubers mirins.
Nesses canais, via de regra, o youtuber mirim publica conteúdos lúdicos e divertidos que fazem parte do universo infantil. Por exemplo, brincadeiras de faz de conta, desafios, organização do material escolar, novelinhas e outras atividades cotidianas. São vídeos assistidos, repetidamente, por milhões de crianças.
As empresas estão cientes do interesse das crianças por esses canais e da enorme visibilidade, impacto e influência que os youtubers mirins exercem. Assim, passaram a enviar presentes a esses influenciadores digitais, convidando-os a promover, de maneira velada, produtos e mais produtos em seus canais e redes sociais.
Unboxing e consumismo infantil
Os vídeos de abrir e apresentar brinquedos se confundem com os demais conteúdos produzidos pelos youtubers mirins. A linha entre anúncio e entretenimento é quase imperceptível, até para um adulto. As empresas sabem disso e fazem questão de tirar proveito dessa zona cinzenta.
Dessa forma, a indústria se vale de um espaço de comunicação e entretenimento para promover suas marcas e produtos. Ela se aproveita da relação de confiança que se estabelece entre a criança produtora de conteúdo e a espectadora. Assim, os youtubers mirins acabam por veicular publicidade abusiva e ilegal dirigida ao público infantil.
A eficácia das estratégias de marketing e publicidade é um dos fatores centrais para explicar o consumismo da sociedade moderna. E o estímulo ao consumo excessivo e desenfreado tem feito parte da cultura do YouTube. Nos parece óbvio, então, que essa intensa manifestação de consumismo esteja afetando boa parte das crianças. Afinal, esse público acompanha os canais de unboxing e de youtubers mirins e teens.
O termo unboxing, palavra inglesa que significa “tirar da caixa”, “desempacotar”, dá nome a um tipo de vídeo em que as pessoas são filmadas abrindo caixas de encomendas e presentes ou embalagens de produtos. Atualmente, trata-se de uma estratégia de marketing utilizada por empresas para divulgar e promover suas marcas.
REALIZAÇÃO
Pergunte aos estudantes o que eles identificam como publicidade nas mídias virtuais. Discuta com eles como imaginam que essa publicidade é selecionada para cada leitor particularmente. Explique, se necessário, que há recursos tecnológicos (os algoritmos) que identificam o que o usuário lê e curte para passar a apresentar a ele publicidades diversas nesses nichos de interesse. Às vezes, a publicidade apresentada coincide com os interesses do internauta.
Peça que reflitam sobre o que a articulista denomina “zona cinzenta”. Em seguida, pergunte se alguns programas de TV também utilizam esse mesmo recurso para divulgar produtos. Explique que essas técnicas que disfarçam a apresentação explícita de um produto para consumo são chamadas merchandising Para reforçar a ideia, peça a eles que citem exemplos em que ocorrem tais situações. Comente que, no Código de Defesa do Consumidor, a publicidade de qualquer tipo de produto ou serviço para o público infantil é considerada uma prática abusiva em qualquer meio de comunicação ou espaço de convivência da criança, o que inclui a televisão e a internet. A Lei Geral de Proteção de Dados na internet também tem a finalidade de regularizar as práticas mercadológicas abusivas no espaço virtual.
PARA ACESSAR
7 DICAS para uma internet segura para crianças e sem publicidade infantil. Criança e consumo [ S. l.], 9 fev. 2021. Disponível em: https:// criancaeconsumo.org.br/noticias/7-dicas-internetsegura-para-criancas/. Acesso em: 18 jul. 2022.
O texto apresenta sete passos para orientar pais e responsáveis a identificar e denunciar a publicidade infantil no ambiente virtual.
REALIZAÇÃO
Texto
Finalizada a leitura, pergunte aos estudantes se os argumentos apresentados pela articulista os convenceram de que crianças expostas a vídeos com publicidade sub-reptícia podem se tornar mais consumistas. Eles devem defender seu ponto de vista com argumentos coerentes.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Olhar crítico para a publicidade
Se possível, traga para a sala de aula exemplos de vídeos de publicidade para que os estudantes possam assistir. Caso não seja possível, peça aos estudantes que tragam para a aula exemplos de publicidades em revistas, impressas ou on-line etc.
Proponha aos estudantes que se reúnam em grupos de cinco integrantes e analisem os anúncios, classificando-os de acordo com o público: se dirigidos a mulheres, homens, adultos, crianças, adolescentes. Explique que a publicidade utiliza vários tipos de estratégia para atingir o público a que o produto se destina e peça que discutam as características de cada anúncio e como esses anúncios pretendem convencer o consumidor. Peça que anotem as conclusões a que chegaram nas análises.
Depois, faça uma roda de conversa e pergunte: Você acha que os anúncios publicitários trazem informações importantes sobre os produtos? Você sente que se deixa influenciar pela publicidade no momento de comprar? Você se lembra de algum anúncio que chamou a sua atenção? Por que ele o atraiu? Já comprou alguma coisa só por causa do anúncio?
VOCABULÁRIO
Rentável: lucrativo.
Velada: dissimulada; disfarçada.
Imperceptível: que não se percebe.
Abusiva: indevida; excessiva.
Incutir: introduzir, induzir.
QUEM É A AUTORA
10o parágrafo
Assim, os vídeos de unboxing criam demandas e acabam por incutir nas crianças o desejo de consumo do que está sendo “anunciado”. Esse tipo de conteúdo cria crianças consumistas e materialistas e, possivelmente, insatisfeitas e infelizes, sempre em busca do próximo lançamento. Artigo escrito por Livia Cattaruzzi, advogada do programa Criança e Consumo
A advogada Livia Cattaruzzi é formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Tem experiência profissional em causas de defesa do consumidor, com atuação em órgãos como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Em sua opinião, por que o público infantil é um dos principais alvos do mercado publicitário? Resposta pessoal.
2. Para você, as crianças são capazes de decidir o que devem ou não consumir? Justifique. Resposta pessoal.
3. Em sua opinião, que estratégias podem ser adotadas por familiares e responsáveis para proteger as crianças dos abusos da publicidade infantil, principalmente em meio digital? Resposta pessoal.
PROPOSIÇÕES
Em Conversando sobre o texto e Texto e contexto, explore as atividades oralmente a fim de verificar a compreensão do texto e a validação das hipóteses de leitura estabelecidas na exploração inicial do texto, além de reconstruir a textualidade e promover novas reflexões.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Espera-se que os estudantes comentem que as crianças representam um dos maiores grupos de espectadores de televisão e vídeos na internet, por isso essas mídias oferecem uma vasta oferta de conteúdo para elas.
2. Espera-se que concluam que não, porque as crianças ainda não têm senso crítico para
CATTARUZZI, Livia. Unboxing: crianças fora da caixa. Criança e consumo, [s. l.], 15 mar. 2019. Disponível em: https://criancaeconsumo.org.br/noticias/unboxing-criancas-fora-da-caixa/. Acesso em: 7 jun. 2022.4. a) O aumento do número de crianças usuárias de internet que acessam canais voltados ao público infantil da plataforma de compartilhamento de vídeos citada no texto. Segundo o estudo realizado pelo ESPM Media Lab, a audiência ultrapassa 115 bilhões de visualizações e, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online 2017, dos 100 canais de maior audiência da plataforma, mais da metade apresenta conteúdos voltados e/ou consumidos por crianças.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
3. Com leitores do site Criança e Consumo, profissionais que trabalham com crianças – como psicólogos, professores e médicos – e, especialmente, com familiares e responsáveis cujas crianças tenham acesso à internet e estejam sujeitas a esse tipo de publicidade.
1. a) O modelo adotado pelas empresas para a promoção de seus produtos, o qual faz a divulgação por meio de vídeos de unboxing produzidos por influenciadores mirins em sites de compartilhamento de vídeos e nas redes sociais.
1. b) Para ela, os vídeos de unboxing voltados para o público infantil representam uma publicidade abusiva e ilegal, pelos efeitos negativos que produzem nas crianças.
1. O artigo de opinião “Unboxing: crianças fora da caixa” discute as estratégias de publicidade dirigidas ao público infantil.
a) Qual é a questão polêmica tratada no artigo?
b) Qual é a opinião da articulista sobre essa questão?
2. Porque assim, segundo a articulista, evidenciase o que é feito disfarçadamente por meio dos vídeos de unboxing: publicidade abusiva, que incute nas crianças espectadoras o desejo de consumo do que está sendo anunciado, tornandoas vítimas do mercado publicitário.
2. Por que esse tema precisa ser discutido com os leitores?
3. Com qual leitor o artigo dialoga? Justifique.
4. b) Resposta pessoal. Espera-se que
os estudantes concluam que o aumento no número de visualizações das crianças na plataforma de compartilhamento de vídeos citada no texto não justifica
4. Segundo o texto, houve um aumento no número de empresas que promovem seus produtos por meio de vídeos de unboxing produzidos por influenciadores mirins.
a) Qual é a explicação para esse aumento?
que haja essa massificação de vídeos de unboxing, já que a prática configura publicidade abusiva e deveria ser coibida.
b) A explicação dada pela autora para a maior quantidade de vídeos justifica o aumento na produção de vídeos de unboxing por empresas de produtos dirigidas a consumidores infantis? Justifique seu ponto de vista.
é o interlocutor capturado pela ação do marketing do unboxing
3. Verifique se os estudantes compreendem que o artigo tem uma linguagem que dialoga com qualquer tipo de público que esteja interessado nesse tipo de tema.
4. a) Se julgar necessário, retome o texto para que eles possam encontrar essa explicação.
4. b) Incentive-os a expressar seus posicionamentos a respeito da questão, sustentando seus pontos de vista com uma argumentação consistente.
5. De acordo com o texto, as empresas promovem seus produtos de maneira velada por meio dos influenciadores mirins.
5. a) Por meio de vídeos nos quais os influenciadores mirins apresentam brinquedos de maneira a serem confundidos com os demais conteúdos apresentados, deixando tênue a linha entre anúncio e entretenimento.
a) Como isso acontece, segundo a articulista?
5. b) Não. A articulista diz que geralmente os conteúdos publicados nesses canais são lúdicos e
b) A articulista desqualifica os canais de vídeos dos influenciadores mirins? Justifique.
divertidos e apresentam elementos do cotidiano infantil.
c) Segundo o texto, qual é a grande consequência do interesse das crianças por esses influenciadores mirins?
Esse espaço de comunicação e entretenimento infantil torna-se um canal para
promoção de marcas e produtos, e os influenciadores acabam veiculando publicidade abusiva e ilegal para o público infantil.
6. Segundo o artigo de opinião, publicidade e entretenimento confundem-se nos vídeos de youtubers mirins, e as empresas tiram proveito dessa “zona cinzenta”.
a) Que sentido é possível inferir para essa expressão com base no contexto?
b) O que fica subentendido ou implícito no artigo de opinião a respeito desse tipo de estratégia publicitária?
Considerando o contexto, é possível inferir que essa expressão zona cinzenta significa “confusão”, “falta de clareza”. Fica implícito que se trata de uma estratégia que não respeita o espaço de entretenimento
infantil, utilizando-o para promover produtos com a finalidade de estimular nas crianças o desejo de consumi-los.
7. É comum articulistas abrirem espaço para outras vozes em seus textos. Elas podem ser de especialistas ou de instituições e grupos envolvidos no assunto.
a) Que outras vozes aparecem nesse artigo?
7. a) As vozes da pesquisa TIC Kids
Online 2017 (realizada pelo Cetic.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil) e do núcleo de pesquisa ESPM Media Lab, ambos relacionados ao assunto.
b) Em sua opinião, qual é a importância de apresentar essas vozes no texto?
Essas vozes dão credibilidade ao posicionamento assumido no texto, pois ratificam as afirmações da
8. A articulista conclui o artigo alertando para as consequências desse tipo de publicidade praticado em meio digital.
a) Quais são essas consequências?
articulista por meio de dados baseados em pesquisas. Portanto, é uma das estratégias para persuadir o leitor.
Estimular o consumismo nas crianças, tornando-as materialistas e, possivelmente, insatisfeitas e infelizes.
b) Essa conclusão confirma ou contradiz o posicionamento da articulista sobre o tema?
Confirma, pois desde o início ela utiliza argumentos para demonstrar que a publicidade feita por meio dos vídeos de unboxing é abusiva e até mesmo ilegal.
fazer escolhas sobre suas reais necessidades e analisar a qualidade ou o custo-benefício de determinado produto.
3. Os estudantes podem citar ações como monitorar os canais a que os filhos assistem na internet para verificar se apresentam publicidade abusiva, além de orientá-los, desde cedo, para a importância do consumo responsável. Também é importante incentivá-los a realizar atividades fora do ambiente virtual.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. e 2. Reforce que um artigo de opinião deve ter por princípio a discussão de um assunto de relevância social. Explique que unboxing (vídeos que mostram o desempacotamento de produtos) é uma estratégia de marketing para provocar o interesse do interlocutor pelos produtos. A criança “fora da caixa”
5. Caso eles não entendam a expressão maneira velada, explique que é um termo de sentido figurado, que, neste caso, significa dissimulação ou oc ultação de algo. Se necessário, incentive-os a procurar a palavra velado no dicionário para que entendam o contexto de uso.
6. Explique que se trata de uma estratégia de marketing adotada por muitas empresas por possibilitar o acesso direto a milhões de consumidores que, de certa forma, estariam sendo enganados, pois o objetivo principal do vídeo deixa de ser o entretenimento e passa a ser a publicidade.
7. Verifique se a turma percebe que esses recursos são utilizados para chamar a atenção, dar sustentação a argumentos e persuadir o leitor.
8. Oriente-os a identificar a tese do artigo de opinião, a questão controversa, a contextualização, os argumentos e contra-argumentos que sustentam o ponto de vista do articulista.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
9. Oriente-os a identificar as informações mais relevantes do texto e seus principais argumentos para responder à questão.
10. O Código de Defesa do Consumidor é um exemplo de gênero normativo, que faz parte do campo de atuação da vida pública. Acompanhe os estudantes nessa atividade para que façam uma leitura atenta do texto e possam responder às perguntas.
10. a) e 10. b) Auxilie os estudantes a inferir as respostas, incentivando-os a se posicionar acerca da importância de compreender as leis que garantem direitos aos cidadãos em relação à publicidade enganosa ou abusiva.
10. c) e 10. d) Verifique se eles compreendem que esses recursos linguísticos são mecanismos de modalização presentes em textos jurídicos e se referem ao eixo de conduta, além de exprimir juízo de valor ao caracterizar as situações definidas nos parágrafos.
PARA ACESSAR
GUNTHER, Luis Filipe. Unboxing avança na internet como instrumento de marketing Jornal do Comércio, Porto Alegre, 24 fev. 2018. Disponível em: www.jornal docomercio.com/_conteudo/2018/ 02/economia/610107unboxingavanca na internet como instru mentodemarketing.html. Acesso em: 14 jul. 2022.
Na reportagem, recomendada para professor e estudantes, o jornalista exemplifica como as empresas utilizam a técnica de unboxingpara divulgar seus produtos.
9. Você acredita que as informações e os argumentos apresentados pela articulista no artigo foram suficientes para convencer o leitor do ponto de vista defendido por ela? Justifique sua resposta. Resposta pessoal.
10. Leia o trecho do artigo do Código do Consumidor que se refere à publicidade abusiva.
[...]
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1o É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2o É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
[...]
BRASIL. Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Brasília, DF: Casa Civil, 1990. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078compilado.htm. Acesso em: 7 jun. 2022.
10. b) Sugestão de resposta: Provavelmente, situações ou campanhas que constrangiam, enganavam e/ou difundiam preconceito de qualquer ordem.
a) As leis são criadas de acordo com situações que necessitam de regulação e orientação, estabelecendo o que as pessoas podem ou não fazer em sociedade. A quem é dirigido o artigo que você leu no trecho? Às empresas de publicidade, que criam campanhas e anúncios publicados em várias mídias.
b) Em sua opinião, que possíveis situações podem ter levado à criação de um artigo de lei que proíbe a publicidade enganosa ou abusiva?
c) As leis são criadas para serem obedecidas. No trecho do artigo, que recurso linguístico induz essa orientação ao leitor? A expressão é proibida
d) O que as expressões que iniciam o primeiro e o segundo parágrafos indicam ao leitor? O que elas revelam sobre o que está sendo dito?
Essas expressões caracterizam as situações definidas nos parágrafos; elas revelam um juízo de valor negativo a respeito de cada situação apresentada.
O artigo de opinião discute questões de interesse da sociedade, muitas vezes polêmicas. Nele, o articulista apresenta argumentos que justificam o ponto de vista defendido. O artigo de opinião pode ser publicado em revistas e jornais (impressos e digitais), assim como em sites diversos.
PROPOSIÇÕES
Acompanhe o trabalho dos estudantes na realização das atividades de Composição e linguagem . Se julgar conveniente, aproveite para reler o texto e avaliar os conhecimentos dos estudantes a respeito dos efeitos de sentido produzidos
pelos elementos que compõem o gênero artigo de opinião. Caso considere produtivo, proponha que as atividades sejam realizadas em duplas, incentivando o compartilhamento das compreensões de leitura e a vivência de modos colaborativos no processo de aprendizado.
1. O título é uma espécie de recomendação da articulista para que crianças e influenciadores mirins não participem dessa estratégia das empresas, para que fiquem “fora da caixa” dos apelos publicitários compartilhados por meio dos vídeos
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
de unboxing. O uso do termo em inglês e da frase despertam a curiosidade do leitor de ler o artigo de opinião para saber do que se trata.
1. O título do artigo de opinião faz um jogo com a palavra inglesa unboxing (“desencaixotando”, “desembrulhando”, em português) e com a frase crianças fora da caixa. Com base no que leu, como você explica esse título? Que efeito de sentido o uso desses termos produz?
2. a) Sim, porque fundamentam a opinião defendida e mostram o resultado de uma pesquisa quantitativa que indica o percentual de crianças conectadas à internet.
2. No gênero artigo de opinião, o articulista defende uma ideia sobre determinado fato e apresenta diferentes tipos de argumento para fundamentar sua opinião. Releia este trecho.
2. b) A apresentação de dados como esses é importante porque eles têm base científica e dão credibilidade ao ponto de vista do articulista.
Segundo a pesquisa TIC Kids Online 2017, 74% das crianças de 9 a 10 anos e 82% entre crianças de 11 a 12 são usuárias de internet no Brasil . Sobre o uso, 84% das crianças de 9 a 10 anos assistem a vídeos, programas, filmes ou séries.
argumentativos. Informe-lhes que a sustentação acontece quando o articulista utiliza o argumento para defender a sua tese; a refutação ocorre quando utiliza um contra-argumento, divergindo de algum ponto de vista ou tese; e a negociação acontece ao concordar parcialmente, levantando a probabilidade de acordo ou de entendimento em relação ao posicionamento que foi apresentado.
a) Esses dados podem ser considerados recursos argumentativos? Por quê?
b) É importante apresentar dados como esses em artigos de opinião? Explique.
2. c) Provavelmente, porque desejou chamar ainda mais a atenção dos leitores para os dados apresentados, sobretudo a quantidade de crianças com acesso à internet e a idade delas.
c) Por que a articulista optou por destacar uma parte desse trecho em negrito?
3. Releia o penúltimo parágrafo do texto. Nele, é apresentada uma relação de causa e consequência. 3. a) A eficácia das estratégias de marketing e publicidade.
a) De acordo com o trecho, qual é uma das causas do consumismo na sociedade moderna?
b) Qual é a consequência apontada pelo texto em decorrência desse fato?
O público infantil, em sua maioria, está sendo afetado por esse consumo desenfreado estimulado por vídeos de unboxing de jovens influenciadores.
4. Releia o terceiro e o quarto parágrafos do texto. O cenário ao qual a articulista se refere mostra dados relativos ao número de crianças que usam a internet e ao número de visualizações dos canais voltados ao público infantil.
a) Nesse trecho, a articulista apresenta um contra-argumento, antecipando uma possível objeção de pessoas que pensem diferente dela. Qual é a objeção?
b) Em sua opinião, com que objetivo a articulista recorre a esse tipo de estratégia?
5. Nesse artigo de opinião, as informações estão organizadas nesta sequência: introdução (apresentação do assunto, contextualizando-o), desenvolvimento (exposição dos argumentos que fundamentam um posicionamento) e conclusão (retomada da opinião defendida). 5. a) Introdução: quatro primeiros parágrafos. Conclusão: último parágrafo.
a) No caderno, indique os parágrafos do texto que correspondem à introdução e à conclusão.
b) Qual é a estratégia da articulista na conclusão do artigo? No caderno, transcreva a alternativa que responde a essa pergunta. Alternativa D
A. Convida o leitor a refletir sobre o assunto.
B. Recomenda algumas medidas para a solução do problema abordado.
C. Sintetiza as informações apresentadas ao longo do texto.
D. Expõe as consequências geradas pela situação abordada.
4. a) A objeção é de que seria apenas uma coincidência ou obra do acaso o fato de as empresas escolherem vídeos de unboxing produzidos por influenciadores mirins para fazer publicidade de seus produtos. 201
4. b) A articulista busca antecipar-se a possíveis argumentos contrários para, de antemão, desconstruí-los, levando o leitor a compreender claramente o ponto de vista defendido por ela.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
1. Certifique-se de que os estudantes percebam que é evidente o que se faz disfarçadamente por meio dos vídeos de unboxing: publicidade abusiva.
2. Explique que esses dados mostram o resultado de uma pesquisa quantitativa que indica o percentual de crianças conectadas
à internet, dando confiabilidade e validando o ponto de vista defendido pelo articulista.
3. Pergunte a eles o que se lembram a respeito da persuasão, nos anúncios publicitários, e como essa estratégia está articulada com os produtos exibidos nos canais voltados ao público infantil.
4. Aproveite essa atividade para auxiliar os estudantes a examinar os movimentos
5. Explique que, no artigo de opinião, o articulista defende seu ponto de vista por meio de argumentos e contra-argumentos. São esses recursos argumentativos que validam o ponto de vista defendido. Geralmente, o artigo de opinião é composto de introdução, em que se apresenta o assunto a ser discutido; desenvolvimento, parte em que o articulista valida sua opinião; e conclusão, na qual ele arremata o ponto de vista defendido. Comente que os intertítulos não devem ser considerados na contagem de parágrafos, mas reforce que eles ajudam a organizar as ideias do texto.
REALIZAÇÃO
6. Oriente os estudantes a fazer uma leitura atenta dos trechos apresentados. Se julgar necessário, realize a correção da atividade na lousa para que eles percebam, de forma mais efetiva, as expressões utilizadas pela articulista para deixar claro seu posicionamento.
7. e 8. Explique que o uso de articuladores e expressões serve para dar encadeamento às ideias, pois funcionam como operadores argumentativos. Alguns exemplos de articuladores são: como, porque, portanto, consequentemente, assim, logo, a fim de, com o objetivo de, para
PARA ACESSAR
MELO, Bárbara Olimpia Ramos de. Gêneros textuais e argumentação: propostas de ensino do artigo de opinião em livros didáticos. Linha d’Água, [s. l.], v. 28, n. 2, p. 67-84, 2015. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ linhadagua/article/view/104112.
Acesso em: 29 jun. 2022.
Recomendado para o professor, esse estudo, cuja autora é da Universidade Estadual do Piauí, aborda a maneira como o artigo de opinião é trabalhado nos livros didáticos.
SOUZA, Gilton Sampaio de; SOARES, Francisca Lúcia Barreto de Lima. Processos argumentativos em artigo de opinião da Olimpíada de Língua Portuguesa. Fórum Linguístico, Florianópolis, v. 14, n. 3, p. 2251-2265, 2017. Disponível em: https:// periodicos.ufsc.br/index.php/ forum/article/view/1984-8412.
2017v14n3p2251. Acesso em: 29 jun. 2022.
Nesse estudo, recomendado para o professor, são analisados os diferentes tipos de argumento, considerando-os partes centrais dos processos argumentativos, em artigos de opinião da Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP), escritos com base no tema “O lugar onde vivo”.
6. Releia os trechos a seguir, em que algumas palavras e expressões em destaque revelam a opinião da articulista sobre o assunto que aborda.
Trecho 1
[...] São vídeos assistidos, repetidamente, por milhões de crianças.
Trecho 2
[...] Esse tipo de conteúdo cria crianças consumistas e materialistas e, possivelmente, insatisfeitas e infelizes, sempre em busca do próximo lançamento.
Trecho 3
[...] Nos parece óbvio, então, que essa intensa manifestação de consumismo esteja afetando boa parte das crianças. Afinal, esse público acompanha os canais de unboxing e de youtubers mirins e teens.
Trecho 4
[...] A linha entre anúncio e entretenimento é quase imperceptível, até para um adulto. [...]
• No caderno, associe cada trecho a uma das funções a seguir.
A. Apontar possíveis características.
B. Intensificar a crítica que faz à estratégia publicitária.
C. Mostrar a certeza da articulista em relação ao que esses vídeos podem provocar nas crianças.
D. Posicionar-se diante de um fato.
Trecho 1: B; Trecho 2: A ; Trecho 3: C; Trecho 4: D.
7. Ao falar sobre alguns aspectos, a articulista usa expressões para deixar claro seu posicionamento. Leia os trechos a seguir e identifique em cada um deles a expressão usada com essa finalidade.
A opinião do articulista pode ser apresentada não apenas em construções como “Em minha opinião” ou “Eu acho que”. Muitos outros elementos textuais também revelam seu posicionamento, fornecendo direcionamento argumentativo ao texto.
Trecho 1
Trecho 1: Expressão não é possível
Por isso, não é possível afirmar ser coincidência ou obra do acaso que, atualmente, um dos modelos mais adotados por empresas para direcionar publicidade a crianças sejam vídeos de unboxing produzidos por youtubers mirins.
Trecho 2
Trecho 2: Expressão via de regra.
Nesses canais, via de regra, o youtuber mirim publica conteúdos lúdicos e divertidos que fazem parte do universo infantil. [...]
8. No artigo de opinião, os operadores argumentativos têm a função de auxiliar o encadeamento das ideias do articulista a fim de obter coesão textual.
Trecho 1
Segundo a pesquisa TIC Kids Online 2017 [...].
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd
Trecho 2 9. b) O leitor se sente incluído no grupo do qual a articulista faz parte, tornando a comunicação mais eficaz e, por conseguinte, facilitando a adesão à ideia defendida no texto.
[...] o youtuber mirim publica conteúdos lúdicos e divertidos que fazem parte do universo infantil. Por exemplo, brincadeiras de faz de conta, desafios [...].
Trecho 3
10. a) Para ressaltar a ideia de que, nos vídeos de unboxing, os produtos são anunciados de maneira velada, diferentemente do que ocorre em um anúncio publicitário convencional.
Se a publicidade infantil não funcionasse e influenciasse, não veríamos tantos anúncios voltados a esse público espalhados por aí. [...]
Trecho 4
11. A articulista optou pelo registro formal porque o artigo de opinião é um texto jornalístico mais monitorado, dirigido a um público amplo e variado, que aborda temas sérios, polêmicos e de interesse da sociedade, o que faz dessa escolha a mais adequada.
Assim, os vídeos de unboxing criam demandas e acabam por incutir nas crianças o desejo de consumo do que está sendo “anunciado”. [...]
• No caderno, relacione os operadores em destaque nesses trechos ao sentido que eles têm.
A. Conclusão.
B. Explicação.
C. Exemplificação.
D. Conformidade.
9. A articulista escreveu o artigo utilizando, predominantemente, a 3a pessoa do discurso. Entretanto, é possível identificar o uso da 1a pessoa do discurso no plural. Releia o penúltimo parágrafo.
a) A quem o pronome nos se refere?
À articulista e aos leitores do artigo.
b) Que efeito de sentido o uso da 1a pessoa do discurso no plural produz no artigo de opinião?
10. Releia o último parágrafo.
a) Por que foram usadas aspas na palavra anunciado?
Em artigos de opinião, o uso da 1a pessoa do discurso no plural funciona como estratégia persuasiva ao aproximar articulista e leitor, sugerindo que ambos partilham das mesmas ideias.
b) As aspas podem ser usadas também para destacar outras vozes no texto e para atribuir um sentido irônico ou não usual a palavras e expressões. Que sentido elas atribuem à palavra anunciado no texto? Atribuem um sentido irônico à palavra.
11. Nesse artigo, a articulista utilizou predominantemente o registro formal. A que se deve essa escolha?
No artigo de opinião, o articulista defende seu ponto de vista por meio de argumentos e contra-argumentos. São esses recursos argumentativos que validam o ponto de vista defendido. Geralmente, o artigo de opinião é composto de introdução, em que se apresenta o assunto a ser discutido; desenvolvimento, parte em que o articulista valida sua opinião; e conclusão, na qual ele arremata o ponto de vista defendido.
As palavras e expressões utilizadas, além dos operadores argumentativos, evidenciam o posicionamento do autor e auxiliam a progressão de ideias. O registro formal é geralmente o mais utilizado, porém o grau de formalidade poderá variar de acordo com o público-alvo ou com a estratégia de argumentação.
REALIZAÇÃO
9. Verifique se os estudantes percebem que o uso da 1a pessoa do discurso no plural funciona como estratégia persuasiva.
10. Certifique-se de que compreenderam que o uso das aspas, nesse caso, serve para expressar ironia, mas que ela também pode ser
usada para destacar palavra ou expressão que tenha sido utilizada fora de seu contexto comum.
11. Comente que, em artigos de opinião, existe a exigência de abordagem por meio da predominância do registro formal. Enfatize a eles a importância dos textos desse campo para analisar a realidade.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR Analisando gráficos
Para ampliar a exploração do texto, se possível, acesse a internet com a turma e verifique todos os elementos publicados originalmente no artigo, incluindo o infográfico disponível em https://criancaeconsumo.org.br/ wp-content/uploads/2019/03/ info_youtube_v2.jpg (acesso em: 28 jun. 2022).
Comente que os dois gráficos apresentados em “Youtubers mirins: audiência & popularidade” fazem um paralelo entre os canais de maior audiência que abordam conteúdo direcionado a crianças ou consumido por elas e o número de visualizações de vídeos com conteúdo infantil na plataforma analisada. Pergunte:
• Qual desses gráficos descreve o fenômeno que justifica o aumento do consumismo infantil, de acordo com o texto?
Resposta: O gráfico que mostra o número de visualizações, pois evidencia o aumento de aproximadamente cinco vezes de 2015 para 2017.
• Considerando os dados desses gráficos, o que é possível deduzir a respeito da influência da estratégia sobre o consumo infantil?
Resposta: É possível deduzir que a estratégia que tornou popular esse tipo de vídeo incentiva o desejo de consumo.
Trecho 1: D; Trecho 2: C; Trecho 3: B; Trecho 4: APROPOSIÇÕES
Em Textos em diálogo, se considerar interessante, antes de ler o texto, levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o gênero cartum. Caso eles já tenham tido contato com textos desse gênero, incentive-os a citar as temáticas que conhecem.
O cartum é um gênero que congrega imagem, humor e temas sociais e políticos. Esses três parâmetros são característicos do gênero e possibilitam o seu reconhecimento pelos interlocutores. Além disso, o traço opinativo desse gênero é confirmado pelo espaço em que ocorre sua publicação: nas seções de opinião de veículos de imprensa. Essa dupla constatação leva à identificação de duas atividades associadas ao cartum: a primeira é humorística, enquanto a segunda está ligada ao exercício jornalístico.
O uso da linguagem não verbal relaciona-se tanto à organização de sua estrutura formal quanto à sua construção temática e discursiva. O cartum pode ter elementos caricaturais, uma só imagem ou ser construído em uma sequência de imagens, podendo ainda ter balões ou apenas legendas. A imagem utilizada no cartum é o principal aspecto que determina seu reconhecimento e orienta para sua função social.
REALIZAÇÃO
Primeiro informe aos estudantes que cartum é um gênero do campo jornalístico-midiático. Oriente-os a observar todos os elementos presentes nele a fim de construir os sentidos global e específico do texto.
1. a) No cartum, as personagens usam telefones celulares e estão sentadas em traços que representam o símbolo de wi-fi (internet sem fio). Na fotografia, os operários estão sentados em uma viga de construção, vários deles usam luvas e seguram algo, como um jornal ou uma refeição, e alguns interagem entre si.
Artigo de opinião e cartum
O artigo de opinião da seção Texto alerta para os problemas dos vídeos de unboxing destinados a crianças em plataformas de compartilhamento na internet. Os riscos associados ao uso das tecnologias digitais de informação e comunicação podem ser abordados de diversas maneiras. O cartum a seguir foi produzido com base na fotografia Lunch atop a Skyscraper (“Almoço no topo de um arranha-céu”, em tradução livre), tirada durante a construção do edifício Rockefeller Center, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, em 1932.
Observe o cartum a seguir e a fotografia da página seguinte.
2. a) No cartum, os personagens parecem estar conectados à internet, possivelmente, em redes sociais. Na fotografia, os trabalhadores interagem, conversam, parecem alegres e descontraídos; no cartum, não há interação entre eles.
QUEM É O ARTISTA
O polonês Pawel Kuczynski (1976-) é um cartunista e caricaturista premiado que retrata situações do cotidiano em suas produções, especialmente as relacionadas a temas universais, como fome, pobreza, guerra, corrupção e desigualdade. Esses temas são abordados de modo singular e criativo pelo artista, que expõe sua visão de mundo por meio de sua obra.
1. b) Para evidenciar a ideia de que a internet e o uso da tecnologia são questões sérias atualmente e que precisam ser trazidas à reflexão e ao debate a fim de que haja uma tomada de consciência por parte da sociedade. 204
2. b) Ao mostrar os personagens com olhos e atenção voltados para o celular, o cartunista evidencia o tom humorístico e ao mesmo tempo crítico em relação ao comportamento exagerado das pessoas quanto ao uso da tecnologia.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 204 09/08/22 12:22
Na fotografia original, 11 homens estão almoçando sentados em uma viga a mais de 200 metros acima do chão e parecem não sentir o risco que corriam ali. A imagem é impensável nos dias de hoje, em que há leis de segurança mais rígidas que buscam garantir a integridade física de trabalhadores da construção civil. A fotografia foi tirada com fins publicitários, mas se tornou um registro documental de uma época.
O cartum faz referência à fotografia, mas propõe uma reflexão sobre questões atuais, como a relação das pessoas com as novas tecnologias e com o mundo virtual.
EBBETS, Charles Clyde. Lunch atop a Skyscraper [Almoço no topo de um arranha-céu]. 1932. Fotografia.
1. Compare o cartum à fotografia.
a) Em que as imagens se diferenciam?
4. O uso desmedido das novas tecnologias pode distanciar e isolar as pessoas, ainda que estejam próximas umas das outras, além de colocá-las em risco, mesmo que não estejam cientes disso.
b) Considerando que a fotografia é o registro documental de uma época, em sua opinião por que o cartunista a utilizou como referência para o cartum?
2. No cartum, três elementos são essenciais para a compreensão do que está sendo representado: a imagem, o humor e o tema, que pode ser social ou político.
a) O que os personagens do cartum parecem fazer? Que aspectos no comportamento deles são diferentes daqueles dos trabalhadores na fotografia?
b) Como o humor e a crítica aparecem no cartum?
REALIZAÇÃO
1. Oriente os estudantes a reler o cartum e a fotografia para comparar as relações implícitas e explícitas entre eles.
2. Espera-se que eles deduzam que a compreensão ambígua dos cartuns produz efeitos de humor e de crítica social no contexto apresentado.
3. Se julgar necessário, comente os vários riscos a que as pessoas estão expostas ao navegar em redes sociais e na internet. Alguns exemplos: cyberbullying ( bullying que acontece por meio da internet), conteúdos inadequados para crianças e adolescentes, uso ilegal dos dados pessoais, entre outros riscos.
2. c) A obra traz um tema social da atualidade – o uso excessivo da internet e das mídias digitais –, levando o leitor a refletir sobre o assunto.
c) Quanto ao tema, é possível afirmar que ele é social ou político?
3. Provavelmente, a ideia foi ressaltar que a falsa ideia de segurança que os operários tinham sentados na viga se repete com as redes de wi-fi, pois as pessoas
3. Na fotografia, os operários estão sentados em uma viga a uma altura considerável do solo e parecem sentir-se seguros. No cartum, a viga é substituída pela imagem que representa as redes de wi-fi. Que efeito de sentido pode-se inferir por meio da relação estabelecida entre esses dois elementos?
acham que o uso da internet e das redes sociais é seguro e não se dão conta dos riscos envolvidos.
4. Como resultado da relação entre esses elementos, é possível deduzir a opinião do cartunista sobre esse tema. Qual é essa opinião?
5. a) O cartum critica o uso exagerado da internet e das mídias digitais, temática relacionada à abordada no artigo, que critica o excesso de vídeos de unboxing publicados em canais voltados para crianças.
5. O artigo de opinião que você leu faz uma crítica ao grande número de vídeos de unboxing publicados em canais voltados ao público infantil.
a) Quanto ao tema, que relação pode ser estabelecida entre o artigo de opinião e o cartum?
4. A turma pode mencionar que a opinião do cartunista, provavelmente, é a de que as novas tecnologias fazem parte do cotidiano de todas as classes sociais. Porém comente que essa leitura não considera o caráter crítico, irônico e reflexivo que caracteriza o cartum.
de opinião, esses riscos referem-se aos vídeos de
b) Em sua opinião, pode-se dizer que o artigo de opinião e o cartum têm uma perspectiva parecida em relação ao tema ou não? Justifique sua resposta.
PARA ACESSAR
205
LEAL, Audria; SILVA-HARDMEYER, Carla Messias Ribeiro da. O modelo didático do gênero cartoon: uma ferramenta para o ensino da leitura e da produção textual. Veredas – Interacionismo Sociodiscursivo, Juiz de Fora, v. 21, n. 3, p. 137-153, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/veredas/ article/view/28188. Acesso em: 14 jul. 2022.
Recomendado para o professor, o artigo escrito pelas doutoras em Linguística e pesquisadoras Audria Leal (Universidade Nova de Lisboa) e Carla Messias Ribeiro da Silva-Hardmeyer (Université de Genève), publicado em revista da Universidade Federal de Juiz de Fora, além de tecer comentários sobre o gênero cartum, apresenta um modelo de sequência didática a ser desenvolvida.
5. Auxilie os estudantes a estabelecer a relação entre o artigo de opinião e o cartum. Após a correção da atividade, promova uma reflexão sobre os dois textos e sobre a intertextualidade entre a fotografia e o cartum. Comente que, entre a fotografia e o cartum, a intertextualidade é explícita, pois a referência é clara e de fácil percepção. Já ente o cartum e o artigo de opinião, a intertextualidade é implícita, pois é menos evidente e exige que o leitor mobilize repertório e estabeleça relações de sentidos
05/08/22 18:25 205
PROPOSIÇÕES
Espera-se que, ao final dos estudos de Por dentro da língua, os estudantes sejam capazes de identificar os agrupamentos das orações em períodos compostos por coordenação e por subordinação, explorando a identificação e o uso dos recursos de coesão. Também é desejado que eles compreendam que um texto, para cumprir o seu propósito comunicativo, precisa ter as ideias organizadas e estruturadas em períodos e orações.
REALIZAÇÃO
1. a) Chame a atenção dos estudantes para as informações sobre a autora do artigo e leve-os a perceber que os argumentos apresentados por ela se relacionam de alguma forma com a profissão que ela exerce.
1. b) Auxilie os estudantes a inferir a resposta. Incentive-os a argumentar com base em elementos do artigo.
2., 3. e 4. Sugere-se que escreva na lousa o primeiro período do trecho do artigo, ouça as respostas da turma e, em seguida, comente os conceitos de período simples e composto, sujeito e predicado. Com base em sua explicação, os estudantes farão as atividades para verificar a apreensão do conteúdo.
5. Comente que o conectivo condicional designa a condição indispensável para a execução de um fato.
1. a) A autora é advogada e atua em instituições voltadas à defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. Sendo assim, o tema dos vídeos de unboxing pode ter sido abordado por ser um exemplo de desrespeito a esses direitos, ao estimular o consumismo infantil, questão que merece ser discutida pela sociedade e que, por isso, foi tratada no artigo.
Período composto por coordenação e período composto por subordinação
Para que um texto cumpra o seu propósito comunicativo, é necessário que as ideias estejam organizadas e estruturadas em períodos e orações.
1. Releia o parágrafo que inicia o artigo de opinião “Unboxing: crianças fora da caixa”.
As estratégias de publicidade e comunicação mercadológica dirigidas a crianças são um empreendimento rentável e bem-sucedido. Se a publicidade infantil não funcionasse e influenciasse, não veríamos tantos anúncios voltados a esse público espalhados por aí. Isso inclui escolas, parques públicos, canais de TV, aplicativos, pontos de venda e redes sociais, espaço onde acontece uma prática chamada unboxing
a) No primeiro período do texto, a autora do artigo expõe um ponto de vista. Considerando a profissão da autora e sua área de atuação, com que finalidade ela pode ter abordado esse tema no artigo?
b) Em sua opinião, que recursos utilizados nos vídeos de unboxing os tornam tão atraentes para as crianças?
2. Releia o primeiro período do trecho.
a) Ele é um período simples ou composto? Um período simples.
b) Que características desse período comprovam essa classificação?
Ele só apresenta uma forma verbal em sua composição (são), o que comprova que é formado por apenas uma oração.
3. Que termo exerce a função de sujeito nessa oração? No caderno, transcreva a alternativa que responde a essa pergunta. Alternativa D.
A. Crianças.
B. As estratégias de publicidade.
C. Comunicação mercadológica dirigida a crianças.
D. As estratégias de publicidade e comunicação mercadológica dirigidas a crianças.
4. No trecho, o segundo período está em destaque. No caderno, transcreva a alternativa que corresponde ao número de orações que o compõem. Alternativa B
A. Cinco orações. B. Três orações. C. Quatro orações. D. Duas orações.
5. Na primeira oração, que ideia o conectivo se introduz? No caderno, transcreva a resposta correta. Alternativa B
A. Dúvida.
B. Condição.
C. Explicação.
D. Causa.
1. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam mencionando elementos dos vídeos de unboxing citados no artigo de opinião, como o fato de esses vídeos serem publicados por influenciadores mirins, o que pode gerar identificação nas crianças, e apresentarem conteúdos lúdicos e divertidos, como brincadeiras de faz de conta e desafios, dialogando com o universo infantil.
BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2011. p. 881-929.
No capítulo intitulado “Os nós e os nexos – as conjunções e companhia ilimitada”, recomendado para o professor, o autor discute a coordenação e a subordinação a partir de um novo ângulo, entre outros aspectos de estudo da língua.
6. O conectivo e é uma conjunção coordenativa aditiva.
a) Com base nessa informação e considerando os sentidos que essa conjunção atribui ao período, como pode ser classificada a oração que ela inicia?
É uma oração coordenada sindética aditiva.
b) A oração que vem depois dessa não tem conectivo. Como se chama esse tipo de oração?
Esse tipo é chamado de oração coordenada assindética.
O segundo período analisado nas atividades anteriores apresenta, em sua composição, orações subordinadas e coordenadas
As orações subordinadas dependem de outra oração para que seus sentidos sejam apreendidos.
Exemplo:
Logo que os vídeos são lançados nas plataformas, são assistidos, repetidamente, por milhões de crianças.
No exemplo, a oração em destaque é uma oração subordinada e precisa da oração seguinte para ser compreendida. A locução conjuntiva logo que, que a inicia, é uma conjunção subordinativa.
As orações coordenadas, diferentemente das subordinadas, têm sentidos independentes, isto é, embora estejam interligadas, elas podem ser entendidas no contexto em que se encontram.
Exemplo:
O influenciador mirim publica conteúdos lúdicos e, ao mesmo tempo, faz publicidade de brinquedos e outros produtos
No exemplo, a oração em destaque é uma oração coordenada que poderá ser entendida perfeitamente se isolada do contexto. A conjunção e, que a inicia, é uma conjunção coordenativa.
Os períodos, em sua grande maioria, são compostos por orações coordenadas e subordinadas.
Exemplo:
Se a publicidade infantil não funcionasse e influenciasse, não veríamos tantos anúncios voltados a esse público espalhados por aí.
No exemplo, o período é composto por coordenação e subordinação. A primeira oração é uma oração subordinada. A segunda, uma oração coordenada sindética. A terceira e última é uma oração coordenada assindética
Toda oração subordinada necessita de uma oração principal para produzir sentidos. Nesse período, observe que a terceira oração traz uma informação necessária ao entendimento das demais, por isso ela também é chamada de oração principal
REALIZAÇÃO
6. a) Explique que as orações coordenadas sindéticas aditivas sugerem ideia de adição.
6. b) Diga que, nas orações coordenadas assindéticas, o encadeamento ocorre sem a presença de uma conjunção.
PROPOSIÇÕES
As orações coordenadas podem ser sindéticas (com conectivo) ou assindéticas (sem conectivo).
As sindéticas classificam-se em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas, de acordo com os sentidos atribuídos pelas conjunções. Essas orações apresentam autonomia sintática, mas não são semanticamente autônomas.
As orações subordinadas apresentam dependências sintática e semântica.
Explique que, mais importante do que memorizar as diferentes conjunções, é entender o valor semântico que elas expressam em cada contexto.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 207
PARA ACESSAR
SALLES, Sueli de Britto. Período simples e composto - Coordenação e subordinação. UOL Educação. [S. l.], 1996-2022. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/periodo-simples-ecomposto-coordenacao-e-subordinacao.htm. Acesso em: 14 jul. 2022.
Nesse link, recomendado para professor e estudantes, a autora disponibiliza uma síntese dos conceitos de frase, oração e período, além de ensinar, por meio de experiências do cotidiano, a construir a definição de orações coordenadas e subordinadas.
PROPOSIÇÕES
Para enriquecer a abordagem, apresente estes dois períodos:
I. Ela fala muito e não agrada os consumidores.
II. Ela fala muito e agrada os consumidores.
Embora nos dois períodos as orações estejam relacionadas pelo conectivo e, esse elemento apresenta valor semântico diferente em cada frase: na primeira, e tem valor adversativo, pois as ideias entre as orações se opõem; já na segunda, e estabelece entre as orações valor semântico de adição.
As orações coordenadas sindéticas e as orações subordinadas são organizadas e interligadas por conectivos – conjunções coordenativas e subordinativas – que estabelecem as relações de sentidos entre elas. Uma mesma relação de causa e consequência pode ser estabelecida por diferentes conjunções, tanto subordinativas quanto coordenativas, que podem ser escolhidas diante da necessidade comunicativa. Assim, é importante não só identificar as relações estabelecidas pelos conectivos, mas também compreender por que um conectivo foi usado em vez de outro. Exemplos:
Exemplo 1
• Eu não assisti ao vídeo, porque estava sem tempo.
Exemplo 2
• Eu não assisti ao vídeo, mas estava sem tempo.
Observe que as duas orações expressam a causa de não se ter assistido ao vídeo: a primeira, subordinada; a segunda, coordenada. O uso de uma ou de outra depende da imagem que o falante faz do seu interlocutor.
No exemplo 1, o falante informa uma razão ao interlocutor, com a intenção de atribuir um tom gentil e educado ao que está sendo dito. No exemplo 2, o falante já pressupõe que o interlocutor não aceitará sua razão, então usa uma conjunção adversativa para rebater antecipadamente uma eventual reação negativa dele.
Oração subordinada adverbial I
As orações coordenadas e subordinadas podem ser classificadas com base nas conjunções que as iniciam e nas relações de sentido que atribuem às respectivas orações.
As orações subordinadas adverbiais exercem a função sintática de adjunto adverbial da oração principal, motivo pelo qual levam esse nome.
O período que contém orações subordinadas é chamado de período composto por subordinação. A oração subordinada adverbial é classificada de acordo com a relação de sentido que estabelece com a oração principal, marcada pela conjunção subordinativa que liga as orações.
Conjunções subordinativas são palavras invariáveis que ligam orações sintaticamente dependentes, isto é, subordinadas. As conjunções são um dos recursos usados para dar coesão a textos falados e escritos.
Oração subordinada adverbial comparativa
Indica uma comparação entre o fato expresso na oração principal e o fato expresso na oração subordinada. Exemplo:
Os vídeos de unboxing são tão influentes sobre a criança como são sobre o adolescente.
oração principal oração subordinada adverbial comparativa conjunção
As conjunções subordinativas comparativas são assim como, bem como, como, tanto quanto, tão quanto, tal qual, entre outras.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Períodos compostos em anúncios Organize os estudantes em duplas e peça que coletem três anúncios publicitários que tenham, em seus textos, períodos compostos por coordenação, períodos compostos por subordinação ou compostos por coordenação e subordinação.
Depois, proponha que analisem esses períodos, indicando as relações de sentidos que os conectivos produzem nas orações que introduzem, se de independência (coordenação) ou de dependência (subordinação). Peça que avaliem também em qual desses anúncios foi mais fácil encontrar esses tipos de oração: se foi só com um dos tipos ou se foi o período composto por coordenação e subordinação.
PROPOSIÇÕES
Oração subordinada adverbial consecutiva
Indica a consequência do fato expresso na oração principal. Exemplo:
A estratégia de marketing é tão rentável que as empresas de produtos dirigidos ao público infantil estão aderindo a ela cada vez mais.
oração principal oração subordinada adverbial consecutiva conjunção (tão que)
As conjunções subordinativas consecutivas são tal que, tanto que, tão que, de forma que, de modo que, entre outras.
Oração subordinada adverbial concessiva
Indica concessão, ou seja, a ideia de que algo poderia impedir a ocorrência do fato expresso na oração principal, mas não o faz. Exemplo:
Relembre os estudantes de que o valor semântico das conjunções cumpre o papel de dar sentido às orações coordenadas e subordinadas. Por isso, pode-se afirmar que as classificações dessas orações se baseiam nas relações de sentido atribuídas pelas conjunções que as iniciam. Ao trabalhar esse aspecto teórico, apresente os sentidos das conjunções e alguns exemplos delas:
oração principal oração subordinada adverbial concessiva conjunção
Embora haja muitas pesquisas sobre o excesso de publicidade infantil, o mercado ainda explora esse público com vídeos de influenciadores mirins.
As conjunções subordinativas concessivas são embora, mesmo que, ainda que, por mais que, apesar de (que), entre outras.
Oração subordinada adverbial temporal
Indica circunstância de tempo e determina o momento em que ocorre o fato expresso na oração principal. Exemplo:
A maioria das crianças e adolescentes usam o celular todos os dias assim que chegam da escola.
oração principal oração subordinada adverbial temporal conjunção
As conjunções subordinativas temporais são quando, sempre que, assim que, logo que, desde que, enquanto, entre outras.
Oração subordinada adverbial: alguns usos
1. Ao fazer comparações, as pessoas usam naturalmente orações subordinadas adverbiais comparativas e recorrem ao grau comparativo dos adjetivos. Exemplos:
• O vídeo sobre o lançamento do produto foi tão interessante quanto o anúncio publicitário.
grau comparativo de igualdade do adjetivo
• A publicidade influencia crianças e jovens como influencia os adultos.
oração subordinada adverbial comparativa
Em ambos os exemplos, está presente a ideia de comparação entre os termos da oração ou do período.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd
A atividade propicia não apenas identificar o fato linguístico estudado – período composto por coordenação e subordinação –, mas também reconhecê-lo como uma estratégia de construção textual e explicar o efeito que ele produz na construção dos textos.
• Conjunções aditivas: soma, adição, continuidade. Exemplos: e, nem, não só…, mas também
• Conjunções adversativas: oposição, contradição. Exemplos: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto
• Conjunções alternativas: alternância, escolha. Exemplos: ou… ou…, ora… ora…, quer… quer…
• Conjunções conclusivas: conclusão. Exemplos: logo, portanto, por isso, então, assim, pois (após o verbo).
• Conjunções explicativas: explicação, justificativa. Exemplos: porque, que, pois (antes do verbo).
É importante que anotem as conclusões a que chegarem e, no dia marcado pelo professor, apresentem-nas ao grupo.
PROPOSIÇÕES
Em Atividades, os estudantes são convidados a aprofundar as reflexões sobre o tema do módulo por meio da leitura de uma reportagem, de modo a qualificar a participação deles e aprimorar sua visão crítica no que concerne aos acontecimentos que afetam sua vida e a das pessoas ao seu redor.
REALIZAÇÃO
1. Oriente os estudantes a realizar a leitura da reportagem autonomamente e peça que observem os seguintes elementos: chamada principal, demais chamadas, fotografia e legenda e outras informações. Depois, promova a leitura compartilhada e colaborativa da reportagem com a turma. Oriente pausas durante a leitura para tirar dúvidas em relação a alguma informação pertinente e/ou indispensável à compreensão global do texto. Após a leitura do texto, pergunte o que acharam da reportagem e o motivo. Pedir aos estudantes que expressem sua opinião sobre o texto lido ajuda a desenvolver as habilidades de reflexão sobre o que foi lido e a elaborar uma opinião fundamentada sobre o texto.
No cotidiano, outros termos são empregados para estabelecer comparações. Exemplos:
• Os consumidores agem feito loucos quando há liquidação.
• Os consumidores correram que nem loucos atrás daquele produto.
2. O sentido das orações subordinadas adverbiais consecutivas pode ser parecido com o das orações coordenadas conclusivas. Exemplos:
• A mãe estava tão preocupada que não conseguia dormir.
oração subordinada adverbial consecutiva
• A mãe estava preocupada, logo não conseguia dormir.
oração subordinada sindética conclusiva
Observe que ambas as orações exprimem a ideia de consequência. A diferença na construção deve-se à ênfase que se deseja dar.
ATIVIDADES
1. A seguir, leia o trecho de uma reportagem que apresenta a trajetória de um jovem da periferia que teve sua vida transformada devido à tecnologia.
Uma vida transformada pela tecnologia
Wesley Monteiro da Silva, de 17 anos, sonha em mudar o seu futuro e o futuro de outros adolescentes e jovens da periferia
UNICEF Brasil – 9 setembro 2021
O adolescente Wesley Monteiro da Silva. Fotografia de 2021.
PARA ACESSAR
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 210
VIDAS transformadas. IFMS. Campo Grande, MS, c2009-2021. Disponível em: https://ifms.edu.br/10anos/ exito/vidas-transformadas. Acesso em: 14 jul. 2022.
O link, recomendado para professor e estudantes, leva a uma reportagem sobre dois jovens que ingressaram no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul e tiveram sua vida transformada pela educação profissional técnica e tecnológica nele conquistada.
1. a) Para divulgar o trabalho da Unicef e mostrar casos de sucesso como o de Wesley, que foi em busca de informações acessíveis e de qualidade sobre oportunidades e formação e viveu uma transformação em sua vida por meio de um programa financiado pelo fundo.
A Chácara Flórida, na periferia da Zona Sul da cidade de São Paulo, ainda enfrenta a falta de acesso à internet, de saneamento básico e de asfalto nas ruas. Nessa comunidade, vive Wesley Monteiro da Silva, de 17 anos, que, por meio da Associação Arco – responsável por apoiar mais de 2 mil crianças na região –, conheceu a iniciativa Trilhas Digitais, do UNICEF em parceria com a British Telecom e o Instituto Tellus, e tem visto a sua vida ser transformada pelo ensino tecnológico.
Wesley conta que foi aos 14 anos que ele decidiu participar das atividades propostas pela Associação Arco, passando a experimentar o poder transformador da educação. [...] Antes disso, Wesley nunca havia tido contato com linguagens de programação. Na casa dele, há um notebook antigo e que trava a toda hora. O sinal de internet também não ajuda, com uma velocidade baixa, não atende ao que Wesley e os familiares precisam e prejudica o aprendizado do jovem nas aulas on-line
Ao longo de sua participação no Trilhas Digitais, Wesley e outros cerca de 500 adolescentes e jovens têm ampliado o seu repertório e a apropriação dos recursos digitais e tecnológicos, tendo a comunidade em que vivem como pano de fundo para suas produções e desenvolvimento de projetos de vida e os efeitos positivos disso já podem ser vistos na vida do adolescente.
A superação da timidez, a descoberta da tecnologia como um interesse profissional e educacional e as lições aprendidas durante a vida serviram de referência para Wesley pensar no seu futuro e no lugar onde vive. O seu projeto, chamado Segurança na Periferia, tem como propósito orientar e auxiliar moradores de regiões periféricas a como se portar durante abordagens policiais e revistas realizadas. Tudo isso por intermédio de um aplicativo e um site que explicam os direitos e os deveres tanto dos policiais como dos cidadãos durante essas ocasiões. [...]
Ele conta, ainda, que poder ter participado do Trilhas Digitais ajudou não só a pensar sobre uma futura carreira como também criou um sonho: o de impactar a vida de outros jovens periféricos. [...]
Wesley acredita que é por meio de oportunidades como a que ele teve, no Trilhas Digitais, que conseguirá transformar a vida de mais jovens nas periferias. “Na periferia existe muita gente inteligente, que é esforçada, gente que faz tudo, mas por falta de material, de oportunidade, não consegue mudar de vida. Eu quero mostrar que dá pra mudar”, conclui, determinado.
UMA vida transformada pela tecnologia. UNICEF Brasil, [s. l.], 9 set. 2021. Disponível em: www.unicef.org/brazil/ historias/uma-vida-transformada-pela-tecnologia. Acesso em: 7 jun. 2022.
a) A reportagem foi publicada no site do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), órgão criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para promover os direitos e o bem-estar de crianças e adolescentes em todo o mundo. Considerando essas informações, com que finalidade você acha que esse texto foi publicado no site?
b) A quem essa reportagem é dirigida? Qual é o público-alvo?
O público-alvo são empreendedores ou pessoas que comandam empresas, para que verifiquem que a Unicef está aplicando os recursos de doações em projetos sociais como o Trilhas Digitais, além de leitores em geral, que costumam se informar sobre questões sociais desenvolvidas na comunidade ou no país.
REALIZAÇÃO
1. a) e 1. b) Auxilie os estudantes a identificar o fato central e as informações importantes decorrentes, por meio da análise de elementos de composição da reportagem, como título, subtítulo e lide. Após essa análise inicial, verifique se eles identificam a finalidade e o público-alvo da reportagem. Se julgar conveniente, acesse com a turma o site do Unicef, disponível em: www.unicef. org/brazil/missao-do-unicef (acesso em: 14 jul. 2022). Explore o site como complemento ao texto, lendo com os estudantes as informações sobre as atuações, as missões e os objetivos da entidade.
PARA ACESSAR
LUCAS, Maria Angélica Olivo Francisco. A influência do UNICEF e da UNESCO na educação infantil brasileira contemporânea. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, v. 9, n. 35, p. 126-140, 2012. Disponível em: https://periodicos.sbu. unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/ article/view/8639618. Acesso em: 21 jul. 2022.
O artigo, recomendado para o professor, traz uma discussão acerca da influência que o Unicef e a Unesco conferiram na Educação Infantil brasileira.
REALIZAÇÃO
2. Comente o recurso das aspas, utilizado na reprodução literal da fala de Wesley, e a utilização do verbo de elocução conclui
3. Se necessário, relembre os estudantes de que um período pode ser composto por coordenação, por subordinação ou, ainda, ser misto, isto é, composto por coordenação e subordinação.
4. Primeiro oriente-os a identificar as formas verbais, para identificar cada uma das orações, bem como as conjunções, que auxiliam a identificar a relação entre essas orações.
5. Verifique se os estudantes compreendem que esses conectivos são responsáveis pelo estabelecimento de relações entre as orações, contribuindo para a construção da coesão. Sem esses articuladores, o texto fica desconexo.
6. Proponha à turma que substitua as locuções conjuntivas por outras de mesmo valor semântico para identificar a ideia de adição.
2. b) Que os jovens da periferia têm capacidade e inteligência igual a qualquer outro jovem, apenas precisam de oportunidades para demonstrar isso à sociedade.
2. No último parágrafo, é incluída uma fala de Wesley.
a) No trecho, faz-se uso do discurso direto, isto é, da reprodução literal do que ele diz. Que efeito de sentido a reprodução dessa fala atribui ao que está sendo tratado na reportagem? Ao trazer a voz de Wesley, o que está sendo dito pela reportagem ganha mais credibilidade, pois trata-se de uma citação da pessoa da qual a reportagem fala.
b) A escolha da reprodução dessa fala evidencia que aspecto da reportagem para o leitor?
3. Releia o primeiro parágrafo do texto.
a) Por quantos períodos ele é formado? Ele é formado por dois períodos.
b) Que diferença esses períodos apresentam quanto à composição?
4. Releia o período a seguir.
PARA ASSISTIR
O primeiro período é simples, formado por apenas uma oração. O segundo, é composto.
[...] O sinal de internet também não ajuda, com uma velocidade baixa, não atende ao que Wesley e os familiares precisam e prejudica o aprendizado do jovem nas aulas on-line
a) No caderno, transcreva a alternativa que não está de acordo com a análise desse período.
A. É formado por quatro orações.
B. A última oração é uma coordenada sindética.
C. O período é composto apenas por orações subordinadas.
D. A primeira oração, por trazer uma informação importante, é a oração principal do período.
5. b) Ressalta que o objetivo do projeto é trazer informações para os dois lados, de forma equilibrada, sem priorizar um ou outro.
b) Com base na resposta à atividade anterior, como esse período pode ser classificado?
É um período composto por coordenação e subordinação.
5. Releia o período que explica como funciona o projeto Segurança na Periferia.
[...] Tudo isso por intermédio de um aplicativo e um site que explicam os direitos e os deveres tanto dos policiais como dos cidadãos durante essas ocasiões. [...]
a) Que ideia os conectivos em destaque evidenciam? Ideia de comparação.
b) Considerando o contexto, que efeito de sentido o uso dessa ideia produz?
c) Com base nessa análise, explique quando esse tipo de conectivo é usado.
6. O período a seguir mostra a importância do projeto Trilhas Digitais na vida do jovem. Releia-o.
5. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que esse tipo de conectivo é usado quando, em textos orais ou escritos, precisamos estabelecer relações de comparação entre orações, ideias, termos ou elementos de um enunciado.
Ele conta, ainda, que poder ter participado do Trilhas Digitais ajudou não só a pensar sobre uma futura carreira como também criou um sonho: o de impactar a vida de outros jovens periféricos. [...]
a) Que relações de sentido os conectivos em destaque atribuem ao que está sendo dito no período?
Os conectivos atribuem ideia de acréscimo, isto é, o projeto ajudou na futura carreira de Wesley e na criação de um sonho no garoto.
b) Esses conectivos ou conjunções também são recursos de coesão sequencial? Justifique.
Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois esses elementos são usados para estabelecer ligações lógicas entre frases e orações e são responsáveis por fazer com que a conexão de ideias de um texto faça sentido.
PERÍODO Composto: Coordenação e Subordinação (Aula 2 de 5) - #BdL. 2018. Vídeo (5min14s). Publicado pelo canal Bom de Língua - Português e Inglês. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=pdhlVAbT0Iw. Acesso em: 14 jul. 2022.
Esse vídeo, que pode ser assistido com os estudantes, apresenta uma aula com explicações e exemplos acerca dos períodos compostos por coordenação e períodos compostos por subordinação.
O MUNDO digital e o imaginário infantil. 2020. Vídeo (4min24s). Publicado pelo canal Portal Lunetas. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=rwQRKVfgtyY&t. Acesso em: 14 jul. 2022.
Nesse vídeo, recomendado para professor e estudantes, 32 crianças relatam suas experiências com ambientes digitais e como imaginam o mundo antes da internet.
8. Espera-se que os estudantes percebam que o tratamento é diferente, pois na reportagem são explorados os aspectos positivos do uso da tecnologia pelos jovens, enquanto o artigo de opinião e o cartum tratam dos riscos e malefícios que podem ser associados à utilização da tecnologia pelas crianças e pelas pessoas em geral, respectivamente.
7. O último parágrafo é iniciado pelo trecho a seguir. Releia.
Wesley acredita que é por meio de oportunidades como a que ele teve, no Trilhas Digitais, que conseguirá transformar a vida de mais jovens nas periferias. [...]
7. a) É introduzida ideia de comparação: uma oportunidade como a de Wesley, igual à dele. O uso dessa oração ressalta, mais uma vez, a importância do projeto para sua mudança de vida.
a) Que ideia é introduzida por meio da oração em destaque nesse período? Que efeito de sentido ela produz?
7. b) Deseja-se enfatizar que todo jovem com oportunidade semelhante poderá mudar sua vida e a de sua comunidade.
b) Ao trazer essa informação para o trecho, o que se deseja enfatizar para o leitor?
8. O modo como a reportagem aborda o uso da tecnologia é semelhante ou diferente do tratamento dado a esse tema no artigo de opinião e no cartum que você leu anteriormente? Explique sua resposta.
9. Leia a charge a seguir.
9. b) O desinteresse do poder público de tomar medidas preventivas de limpeza da rede de galerias e esgotos; o descuido da população, por jogar o lixo em locais impróprios, o que impede o escoamento da água da chuva.
melhor e desenvolver sua autocrítica, além de lidar com a tecnologia de forma crítica, ética e significativa.
9. e 10. Verifique se os estudantes percebem que o efeito de humor embutido na crítica também dialoga com a questão do consumo, que tem sido objeto de reflexão no módulo.
11. Conduza uma análise coletiva do período formado na primeira fala da charge. Transcreva-o na lousa e peça aos estudantes que identifiquem nele as formas verbais a fim de que possam também identificar as duas orações que o compõem e a relação que estabelecem entre si por meio da conjunção quando
a) O que essa charge critica? A falta de preparo das cidades para enfrentar as chuvas que ocorrem todos os anos no verão.
b) Além do excesso de chuva, que outros fatores colaboram para que as cidades fiquem nesse estado de calamidade?
10. Mesmo sendo um acontecimento sério, o chargista dá um tom irônico e humorístico ao texto. Que recurso visual evidencia esse tom?
11. Releia a primeira fala que consta na charge. A segunda oração é iniciada pela conjunção subordinativa quando
a) Que relação de sentido essa conjunção atribui à oração? Relação de temporalidade.
b) Que circunstância a oração iniciada por essa conjunção atribui à oração principal e como essa oração é classificada? Atribui uma circunstância de tempo; oração subordinada adverbial temporal.
10. O fato de comparar o carro com um submarino, pois o teto solar permite que o motorista use um periscópio para se localizar, já que o carro está mergulhado em lama.
REALIZAÇÃO
7. Verifique se os estudantes compreendem que, na oração, é introduzida uma ideia de comparação. Peça que identifiquem quais são os objetos dessa comparação para que, assim, possam analisar com mais facilidade o efeito de sentido produzido.
8. Aproveite a atividade para comentar com os estudantes que as tecnologias são uma
criação humana e, como tal, não são boas ou más em si mesmas. Leve-os a refletir que o uso que se faz desse tipo de recurso é que pode trazer prejuízos ou benefícios à vida das pessoas. Incentive-os a compartilhar uns com os outros o modo como acham que lidam com as tecnologias digitais da informação e da comunicação e se gostariam de alterar algo nesse uso. Reflexões como essas são importantes para que possam se conhecer
PROPOSIÇÕES
O trabalho desenvolvido em Linguagem e sentidos, com modalização e argumentatividade, pretende ajudar os estudantes a reconhecer que a seleção vocabular é um recurso modalizador do discurso e promove um efeito persuasivo. Em gêneros textuais com a finalidade de persuadir o interlocutor a concordar com uma ideia, como os artigos de opinião, as classes de palavras dos substantivos, adjetivos e advérbios são usadas como operadores argumentativos.
REALIZAÇÃO
1. a) Verifique se os estudantes identificam esses recursos do universo infantil.
1. b) Comente a vulnerabilidade desse tipo de público e a importância de conter esse tipo de ação abusiva.
2. a) Certifique-se de que compreendem que a expressão via de regra é o oposto de exceção
2. b) Comente que os advérbios servem de modificadores de um verbo.
2. c) Se necessário, auxilie os estudantes a inferir essa resposta com base no contexto apresentado.
3. Reitere que os efeitos de sentido produzidos pelos advérbios são essenciais para a construção argumentativa do texto.
SENTIDOS E
E ESCRITA
1. b) Interesses comerciais e de marketing, que visam transformar esses vídeos em meios para a divulgação de produtos, aproveitando-se do número de seguidores desses canais dirigidos ao público infantil e da identificação dos influenciadores mirins junto ao público.
Modalização e argumentatividade
O falante dispõe de alguns recursos linguísticos para enfatizar ideias e pontos de vista com a finalidade de persuadir o interlocutor.
1. Releia este parágrafo do artigo de opinião, no qual a autora faz referência aos vídeos de unboxing.
1. a) Além de o apresentador ser uma criança, o que provoca uma identificação com as crianças espectadoras, o vídeo traz brincadeiras e desafios, entre outros recursos, que envolvem o imaginário infantil.
Nesses canais, via de regra, o youtuber mirim publica conteúdos lúdicos e divertidos que fazem parte do universo infantil. Por exemplo, brincadeiras de faz de conta, desafios, organização do material escolar, novelinhas e outras atividades cotidianas. São vídeos assistidos, repetidamente, por milhões de crianças.
a) De acordo com o trecho, que recursos do universo infantil são usados nesses vídeos?
b) Que interesses estão por trás da produção desses vídeos que, aparentemente, têm como finalidade apenas o entretenimento?
2. No trecho, os recursos linguísticos em destaque evidenciam o ponto de vista da autora.
a) A expressão via de regra é uma locução adverbial. O que seu uso enfatiza sobre os vídeos publicados por influenciadores mirins?
A expressão evidencia que todos ou quase todos esses vídeos trazem conteúdos atraentes para as crianças.
b) A palavra repetidamente é um advérbio. Que efeito de sentido seu emprego produz no trecho?
O advérbio repetidamente enfatiza que esses vídeos são vistos muitas e muitas vezes pelas crianças.
c) Considerando o contexto, em sua opinião, com que objetivo esses dois termos podem ter sido utilizados?
3. O que é possível concluir em relação aos termos analisados? No caderno, transcreva a alternativa correta. Alternativa B
A. Apenas o advérbio atua como modalizador, pois expressa uma ideia de garantia.
B. Os dois termos atuam como modalizadores, pois expressam uma ideia de certeza em relação ao que está sendo dito.
C. Apenas a locução adverbial é considerada como modalizadora.
D. Nenhum deles tem função modalizadora; ambos são operadores argumentativos.
A análise do trecho mostra que, a depender do contexto, alguns advérbios e locuções adverbiais podem exercer funções modalizadoras.
Modalizadores são recursos linguísticos empregados sempre que há uma avaliação, uma atitude, um juízo de valor sobre o que está sendo dito.
2. c) Espera-se que os estudantes infiram que esses dois termos enfatizam a ideia da autora de que esses vídeos, por serem atraentes, são vistos por muitas crianças e, portanto, por muitos prováveis consumidores, reforçando o ponto de vista dela, contrário a eles.
Exemplo:
[...] passaram a enviar presentes a esses influenciadores digitais, convidando-os a promover, de maneira velada , produtos e mais produtos em seus canais e redes sociais.
No exemplo, a locução adverbial em destaque expressa um juízo de valor a respeito do que está sendo dito.
Os modalizadores podem pertencer a várias classes gramaticais: adjetivos, substantivos, verbos etc. Agora, você vai estudar os advérbios, as locuções adverbiais e as orações adverbiais. Além desses recursos linguísticos modalizadores, há também os operadores argumentativos, que auxiliam na argumentação e conduzem o raciocínio do leitor a uma determinada conclusão.
Operadores argumentativos são recursos linguísticos usados para tentar persuadir o interlocutor a respeito de um ponto de vista.
Exemplo:
[...] A linha entre anúncio e entretenimento é quase imperceptível, até para um adulto. [...]
No exemplo, o operador argumentativo quase indica o grau de intensidade dessa característica dos vídeos de unboxing e até marca o argumento mais forte – “até mesmo um adulto” –apontando para uma conclusão: é imperceptível para todos.
Classificação dos modalizadores
A seguir, confira alguns exemplos de modalizadores e como podem ser classificados.
Asseverativos
Indicam concordância quando são afirmativos: realmente, evidentemente, sem dúvida; ou discordância quando são negativos: de jeito nenhum, de forma alguma
Quase-asseverativos
Indicam quase certeza: talvez, assim, possivelmente, provavelmente
Deônticos
Indicam obrigatoriedade ou permissividade: obrigatoriamente, necessariamente
Afetivos
Indicam sentimento em relação a algo: felizmente, lamentavelmente, estranhamente, francamente, espantosamente
Note que não existe interação comunicativa sem modalização, uma vez que, sempre que nos expressamos, estamos indicando nosso ponto de vista em relação ao assunto em questão. Todavia, a modalização pode ser mais ou menos explícita.
PROPOSIÇÕES
Explique aos estudantes que a argumentação não se restringe apenas ao aspecto tipológico estrutural, mas também ao discursivo. Nesse gênero, elementos linguísticos – substantivos, adjetivos e advérbios – são empregados como estraté gia argumentativa.
Comente que a adjetivação dinamiza a intenção comunicativa do texto, fundamentando a argumentação com o objetivo de alcançar, de forma satisfatória, o seu interlocutor (leitor). Pelos adjetivos empregados, é possível perceber a ideologia do autor e a perspectiva de como ele vê, analisa, percebe os fatos, as pessoas e os grupos a que se refere.
É importante a turma perceber que os modalizadores podem pertencer a várias classes gramaticais – adjetivos, substantivos, verbos – e que os operadores argumentativos consistem em recursos linguísticos usados para tentar persuadir o interlocutor a adotar determinado ponto de vista.
PARA LER
RIBEIRO, Roziane Marinho. A construção da argumentação oral no contexto de ensino. São Paulo: Cortez, 2009.
O livro, recomendado para professor e estudantes, apresenta dicas e soluções para que as pessoas consigam argumentar nos mais variados contextos e situações.
PROPOSIÇÕES
Para exemplificar os operadores argumentativos, escreva na lousa alguns exemplos de frases usando esses operadores. Também é possível solicitar a alguns estudantes que escrevam outras frases, além dos exemplos apresentados. Exemplos:
• Eu gosto de computação e tecnologia mas necessito de um notebook mais potente e com mais recursos.
• O notebook de Wesley não é tão ágil como o do seu orientador.
• Se o jovem usar toda a experiência do Trilhas Digitais, conseguirá transformar a vida de outros jovens da periferia
• No Trilhas Digitais, os jovens ora aprendem tecnologia e programação, ora aprendem a lidar com as situações do cotidiano nas periferias.
• Ainda que tivesse conhecimento do mundo digital, Wesley não era um especialista na área.
• O aplicativo Segurança na Periferia traz explicações dos direitos e deveres dos policias e dos cidadãos, portanto é um projeto muito importante para todos.
Depois, conduza as propostas de Atividades. O trabalho com manchetes jornalísticas, em foco nas atividades 1 a 4, tem como um dos objetivos desenvolver competências e habilidades que possibilitem ao estudante uma abordagem criteriosa em relação às informações e aos dados com os quais entra em contato, principalmente nos gêneros da esfera jornalística-midiática. Neste momento, continua sendo explorado o tema relacionado ao consumismo e ao uso infantil de redes sociais, assim como seus benefícios e malefícios.
Ressalte aos estudantes que as manchetes consistem em títulos, sintetizados, de notícias e reportagens colocados na primeira página de um jornal com
Operadores argumentativos
Os operadores argumentativos podem desempenhar diferentes funções na construção do texto. Veja.
1. Usados para marcar o argumento mais forte: até, mesmo, até mesmo, inclusive
2. Usados para adicionar ideia: e, também, ainda, não só... mas também
3. Usados para marcar a conclusão de um argumento anterior: portanto, logo, pois
4. Usados para marcar comparação entre elementos: mais... que, tão... como
5. Usados para marcar contraposição de argumentos direcionados a conclusões opostas: mas, porém, contudo, se bem que, ainda que
ATIVIDADES
1. Leia algumas manchetes jornalísticas a respeito das redes sociais.
TEXTO 1
Redes sociais expõem ainda mais crianças e adolescentes ao consumismo
ASSUNÇÃO, Clara. Redes sociais expõem ainda mais crianças e adolescentes ao consumismo. Rede Brasil Atual, São Paulo, 12 dez. 2021. Disponível em: www.redebrasilatual.com.br/ cidadania/2021/12/consumismo-infantil-publicidade-redes-sociais/. Acesso em: 7 jun. 2022.
TEXTO 2
Brasil é o terceiro país do mundo que mais usa rede sociais, diz pesquisa
BRASIL é o terceiro país do mundo que mais usa rede sociais, diz pesquisa. Estado de Minas, [s. l.], 28 set. 2021. Disponível em: www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2021/09/28/interna_tecnologia,1309670/brasil-e-oterceiro-pais-do-mundo-que-mais-usa-rede-sociais-diz-pesquisa.shtml. Acesso em: 7 jun. 2022.
TEXTO
3
Redes sociais deixam os adolescentes infelizes? Talvez dependa da idade, revela estudo
REDES sociais deixam os adolescentes infelizes? Talvez dependa da idade, revela estudo. Portal da notícia, [s. l.], c2022. Disponível em: https://portaldanoticia.com/redes-sociais-deixam-os-adolescentes-infelizes-talvezdependa-da-idade-revela-estudo/. Acesso em: 7 jun. 2022.
TEXTO 4
Crianças de até 8 anos estão usando as redes sociais mais do que nunca, aponta estudo
CRIANÇAS de até 8 anos estão usando as redes sociais mais do que nunca, aponta estudo. Marista Lab, [s. l.],11 maio 2022. Disponível em: https://maristalab.com.br/infancia/criancas-de-ate-8-anos-estao-usando-asredes-sociais-mais-do-que-nunca-aponta-estudo/. Acesso em: 7 jun. 2022. 216
a intenção de destacar as matérias mais relevantes da edição.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 216
Se possível, considere a possibilidade de organizar a turma em duplas para a realização das atividades. Prepare-se também para acompanhar de perto o trabalho dos estudantes, avaliando a postura e o engajamento de cada um ao fazer as atividades propostas.
EXPRESSÕES modalizadoras - O que são? Nova Escola. [S. l.], 2 fev. 2017. Disponível em: https:// novaescola.org.br/conteudo/6130/expressoesmodalizadoras-o-que-sao. Acesso em: 14 jul. 2022.
O link, recomendado para o professor, leva à página que traz um plano de aula sobre as expressões modalizadoras, apresentando várias etapas e sugestões de como trabalhá-las
1. a) Os estudantes poderão responder: texto 1, pelo fato de a manchete se referir ao consumismo e às redes sociais, e também
a) Qual das manchetes estabelece relação com o que foi abordado no artigo de opinião que você leu? Justifique sua resposta.
texto 4, pois a manchete refere-se a crianças da faixa etária citada no artigo de opinião e que são influenciadas pelos vídeos de unboxing.
b) Alguma dessas manchetes traz uma informação que você desconhecia? Qual?
c) Qual dessas manchetes traz uma informação com a qual você não concorda? Por quê?
Respostas pessoais. Respostas pessoais.
2. Nessas manchetes, algumas palavras exercem a função de modalizadores, expressando um ponto de vista em relação ao que está sendo dito.
1. a) O termo ainda mais, que evidencia a ideia de intensidade que a manchete pretende destacar.
a) Que termo é utilizado com esse objetivo no texto 1 e que efeito de sentido evidencia?
b) Compare agora o efeito de sentido produzido pelo uso da palavra mais no texto 2. O efeito de sentido é o mesmo do termo analisado no item anterior? Justifique.
2. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que não, pois, nesse caso, embora a palavra mais evidencie uma ideia de intensidade, na manchete anterior ela é mais intensificada por causa do uso do modalizador ainda
3. Releia o texto 3
a) Que advérbio utilizado produz efeito de sentido de dúvida em relação ao que é dito?
b) Em sua opinião, com que finalidade esse advérbio pode ter sido usado?
4. Agora, releia o texto 4.
O advérbio talvez
3. b) Espera-se que os estudantes infiram que a pergunta traz uma inquietação ao leitor e o uso do advérbio sugere que pode haver causas que expliquem ou justifiquem a questão.
a) O que o uso do modalizador até pretende indicar sobre o que está informado nesse trecho?
Ele determina uma faixa etária específica das crianças que estão usando as redes sociais mais do que nunca.
b) Ao usar esse modalizador na manchete, que ideia é enfatizada?
A ideia de que há risco no fato de crianças de até 8 anos estarem usando as redes sociais.
5. A tirinha a seguir também tem as redes sociais como tema. Leia-a.
5. a) Interagir com os outros usuários das redes sociais ao compartilhar conteúdos com eles, como fotografias.
modificar o sentido do verbo. Explique que o adjunto adverbial geralmente é representado por um advérbio ou por uma locução adverbial.
4. Ao realizar essa atividade, proponha aos estudantes relerem o texto 4 com o modificador até e sem ele para que percebam a diferença de sentido, ou seja, que ideias esse modificador acrescenta à frase em que se encontra.
FREITAS, Digo. [Rede antissocial]. Diário de ideias gráficas (quase) originais. [S. l.], 15 jul. 2011. Disponível em: https://digofreitas.com/hq/outros-53-rede-antissocial/. Acesso em: 7 jun. 2022.
a) Na tirinha, o personagem cria um perfil nas redes sociais. O que ele pretende ao fazer isso?
b) Após postar uma selfie, o personagem percebe que apenas ele mesmo a curtiu. Que efeito de sentido esse fato gera na tirinha?
Esse fato gera um efeito de sentido de humor na tirinha, pois mostra que o personagem continua sem interagir com outras pessoas, mesmo após ter criado o perfil nas redes sociais.
6. O que é evidenciado no título da tirinha e com qual finalidade?
7. No primeiro quadrinho, foi usado o operador argumentativo mas
a) Que ideia ele introduz no enunciado e o que se evidencia com o seu uso?
5. e 6. Espera-se que os estudantes percebam que, embora a tirinha seja engraçada, é evidente que o personagem critica o uso das redes sociais. Esta é uma oportunidade para promover uma discussão acerca da importância de os indivíduos terem ações conscientes nas interações em redes sociais. O objetivo de trabalhar com o gênero multissemiótico tirinha é proporcionar aos estudantes a possibilidade de entrar em contato com outros gêneros, além do principal trabalhado neste módulo, propiciando a ampliação do conhecimento acerca do tema e possibilitando que comparem temas e realizem práticas de linguagem que promovam os seus posicionamentos ideológicos e as suas perspectivas.
7. a) Uma ideia de oposição ao que foi dito antes.
b) Na expressão assim não dá, o modalizador assim produz que efeito de sentido?
7. b) Enfatiza a irritação do personagem, que mostra grande insatisfação diante do fato.
6. O título chama a atenção para o fato de que mesmo nas redes ditas sociais a interação com outras pessoas não é garantida, por isso é utilizado o termo antissocial. A finalidade é fazer uma crítica às pessoas que recorrem apenas às interações nas redes sociais, utilizando-as em demasia.
REALIZAÇÃO
1. a) Verifique se os estudantes contextualizam, por meio da relação com o artigo de opinião, as informações apresentadas nas manchetes.
1. b) Incentive o compartilhamento das escolhas dos estudantes.
1. c) Provavelmente, os estudantes vão escolher o texto 3, pois a manchete traz uma
questão polêmica para eles. Solicite que se posicionem, expressando seus pontos de vista sobre a questão.
7. Peça aos estudantes que observem como algumas palavras asseguram as relações entre as diversas partes do texto, estabelecendo relações de sentido diversas e também persuadindo o leitor acerca de um ponto de vista.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 217 10/08/22 13:33
2. Auxilie os estudantes a perceber a intensidade do modalizador ainda à palavra mais
Se julgar pertinente, escreva alguns exemplos de frases na lousa.
3. Sugere-se retomar a utilização de advérbio e locução adverbial, cuja função é ampliar ou
BNCC
Habilidades do Capítulo 2
TEXTO
• EF69LP11
• EF89LP03
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP15
• EF89LP03
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP03
• EF69LP15
• EF69LP16
• EF69LP17
• EF69LP19
• EF89LP03
PALAVRA ABERTA
• EF69LP13
• EF69LP14
• EF69LP32
• EF69LP38
• EF89LP01
• EF89LP04
• EF89LP06
• EF89LP14
• EF89LP16
• EF08LP13
• EF08LP16
• EF89LP02
• EF89LP07
• EF89LP24
• EF89LP25
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP44
• EF89LP03
• EF89LP06
• EF08LP11
• EF08LP12
• EF08LP13
• EF08LP16
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
• EF89LP16
• EF08LP14
PRODUÇÃO ORAL
• EF69LP11
• EF69LP12
• EF69LP13
• EF69LP14
• EF69LP15
• EF08LP16
• EF69LP19
• EF89LP12
• EF89LP15
• EF89LP27
PROPOSIÇÕES
Neste capítulo, será trabalhado o gênero entrevista, com o objetivo de aprofundar o tratamento dos gêneros que circulam na esfera pública, nos campos jornalístico-midiático e de atuação na vida pública. Inicialmente, converse com os estudantes a respeito do gênero entrevista. Verifique se sabem com que finalidade uma entrevista é realizada, que pessoas geralmente são entrevistadas, como é a estrutura de uma entrevista. Pergunte como são feitas as gravações
No Capítulo 1, você leu um artigo de opinião em que a autora se posiciona de modo contrário à publicação de vídeos de unboxing destinados ao público infantil em plataformas de compartilhamento de vídeos, já que essa prática é uma estratégia publicitária ilegal que expõe as crianças a valores prejudiciais e incentiva o consumismo.
O texto que você vai ler a seguir é a transcrição de trechos de uma entrevista realizada no programa Mulher Brasileira, da Rádio Rio de Janeiro, em um quadro chamado “Mundo da criança”. No programa, a apresentadora Adriana Souza entrevista a psicóloga Livia Marques sobre publicidade e consumismo na infância e na adolescência.
Com base nessas informações, estabeleça hipóteses: Que aspectos do tema você acha que serão abordados pela entrevistadora nas perguntas? Por que você acha que esse tema foi escolhido para ser tratado no programa de rádio? Qual será a posição da psicóloga sobre o assunto? Que perguntas você faria à entrevistada? Compartilhe suas hipóteses com os colegas e ouça as deles com atenção, respeitando a vez de cada um falar.
Na transcrição da entrevista oral que você vai ler foram utilizados alguns padrões:
• recursos não verbais usados pelo falante –uso de colchete: [ ];
• tom empregado pelo falante durante a fala –indicação de texto na cor verde;
• palavra ou expressão usada de forma inusitada, redução de palavra e termo estrangeiro – uso de itálico;
• pausas, hesitações, repetições e quebras no encadeamento do enunciado – uso de reticências:
Leia o texto para saber que aspectos do tema foram abordados na entrevista e a posição da psicóloga. Inicialmente, faça uma leitura silenciosa, sem ler as indicações dentro dos colchetes. Após essa leitura inicial, siga as orientações do professor.
Psicóloga Livia Marques comenta sobre publicidade e consumismo infantil
[00:00]
[vinheta sonora]
Narrador: Mundo da criança. Apresentação: Adriana Souza. [vinheta sonora]
Apresentadora: Você tem filhos ou convive diariamente com crianças pequenas? Em caso positivo, é muito provável que você já tenha reparado no gigantesco [diz em tom enfático] número de publicidades que são diretamente direcionadas para esse público, destacando a força do consumismo infantil... [diz com ênfase] Pra falar mais sobre esse assunto, né? eu converso agora com a psicóloga Livia Marques. Ela é especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e é muito importante a gente saber mais sobre esse assunto, né, gente? Bom dia Livia, seja bem-vinda aqui ao Mulher Brasileira.
e transcrições ou anotações e se conhecem seções de revista ou jornal, impresso ou digital, e programas televisivos que dedicam espaço a entrevistas. Pergunte também se leram, ouviram ou já assistiram a alguma entrevista, quem eram o entrevistador e o entrevistado, quais assuntos foram abordados etc.
Para o trabalho com esse gênero em sala de aula, depois do contato com entrevistas escritas e orais – encontradas em sites da internet, em revistas ou em vídeos –, sugere-se que os estudantes desenvolvam atividades de análise do contexto de produção dos textos e da intenção do locutor.
Livia: Muito obrigada... bom dia a todos.
Apresentadora: Livia, então... como é que os pais, é... podem lidar com essa... com esse mundaréu, né? Esse mundo [diz em tom enfático] de informações que podem até a estimular o que os... os filhos se tornem consumistas desde cedinho, né? Crianças consumistas como... como é que os pais devem lidar com isso?
Livia: Então... o que que acontece, né? Eu sempre digo o seguinte... A propaganda, a publicidade, ela sempre [diz com ênfase] existiu e sempre vai continuar existindo. A grande questão é de como a gente equilibra [fala enfaticamente] essas informações e como a gente trata e age [fala pausadamente] tudo isso perante nossos os filhos. [...] [1:52]
Apresentadora: [...] É... como a melhor forma que você pode passar pros nossos ouvintes pra... pros... pro pai ou a mãe explicar [enfatiza] essa situação de que não, não tem condição de comprar... às vezes realmente é um brinquedo caro [diz com ênfase] e os pais não têm condição, né?, de... de... de dar esse brinquedo. Como é... como é... que é a melhor forma de fazer essa abordagem com a criança?
Livia: A primeira coisa que eu digo é a seguinte... os pais devem ter um diálogo aberto com esta criança... [explica pausadamente]
Apresentadora: Uhum... [interrompendo]
Livia: [continuando sua fala] E, aí, como é que a gente vai fazer esse diálogo? Tudo a gente vai medir [diz pausadamente] pela idade dessa criança... óbvio, a gente vai falar de um jeito com a criança de seis anos e com um adolescente.
[...] [3:12]
Livia: A gente precisa deixar muito claro [diz pausadamente] que presente não é a todo momento.
Apresentadora: [concordando] Ah, sim...
Livia: A gente precisa saber que a frustração e o não [palavras ditas com ênfase] são importantes, porque essa criança vai crescer e ela vai lidar com a frustração todos os dias.
Apresentadora: É verdade...
Livia: Então você aprende a partir de criança.
Apresentadora: Uhum... E... e... segundo seu pon... [interrompe a palavra] é..., tudo o que você já tem esse contato... diário com isso, é... as crianças são mais vulneráveis que os adultos nessa parte de anúncio... desse bombardeio de anúncios ou não? Ou é... a influência é a mesma em adulto e em criança?
Livia: Então... [fala pausada] a propaganda, ela é feita direcionada...
Apresentadora: [interrompendo] Uhum...
Livia: [continuando sua fala] O marketing é feito direcionado...
Apresentadora: [interrompendo] Sim...
Livia: [dando continuação à fala] E hoje a gente além [enfatiza] dos comerciais, a gente tem a TV a cabo que tem, por exemplo, é... canais infantis [faz uma pausa]. E nesses canais infantis eles bombardeiam [enfatiza] realmente.
Apresentadora: [interrompendo] Nossa... aí vai direto, né?
Livia: Sim...
Apresentadora: [interrompendo] Hã...
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Como estratégia de motivação de leitura, solicite aos estudantes que leiam o texto em voz alta, observando as indicações dentro dos colchetes. Essa deverá ser uma leitura compartilhada, feita por dois estudantes. Oriente-os a seguir em suas falas o que está indicado dentro dos colchetes. Quando a leitura terminar, pergunte a eles qual é a função dessas orientações e por que elas se encontram no texto e ouça as respostas deles.
A seguir, solicite a cada um que faça três perguntas sobre o texto. Dê um tempo para que escrevam. Depois, peça a cada um, novamente, que escolha um colega para responder, que escolherá outro, e assim sucessivamente. As perguntas que forem repetidas ou sobre as mesmas questões serão anuladas, e o estudante terá o direito de fazer outra. A atividade continua até que todos os estudantes tenham feito perguntas e respondido às dos colegas.
A estratégia de formular e responder a perguntas é usada para avaliar a compreensão dos estudantes em relação a determinado texto. Fazer perguntas e, também, responder a elas faz com que os estudantes permaneçam atentos à compreensão. Comente que eles poderão fazer perguntas de diferentes tipos:
• Perguntas que demandem resposta literal, em que a resposta está explícita no texto.
• Perguntas para pensar e buscar informações, que exigem que o leitor relacione diversos elementos do texto e realize algum tipo de inferência.
• Perguntas de elaboração pessoal, que têm o texto como referência, mas cuja resposta exige que o leitor recorra a seus conhecimentos prévios ou dê sua opinião.
REALIZAÇÃO
Explique que a entrevista é um gênero em que uma informação nova é apresentada ao leitor/ouvinte, com base em perguntas e respostas feitas a um entrevistado. Ocorre geralmente em situação oral, ocasião em que duas pessoas ficam frente a frente e, com a alternância de turnos, apresentam um fato especial ou informações ainda desconhecidas sobre alguém ou algo. Pode ser transcrita e publicada em versão impressa. O gênero entrevista é visto como uma constelação de eventos possíveis que se realizam como gêneros (ou subgêneros) diversos. Tal definição explica o fato de existir, por exemplo, entrevista jornalística, entrevista médica, entrevista científica e entrevista de emprego. A despeito dessa pluralidade, há um padrão estrutural comum a todos os subgêneros de entrevista. Em primeiro lugar, a estrutura será sempre composta de perguntas e respostas, envolvendo ao menos um entrevistador e um entrevistado. Além disso, o papel desempenhado pelo entrevistador caracteriza-se por iniciar e encerrar a entrevista, fazer perguntas para obter informações, introduzir novos assuntos, coordenar a interação; cabe ao entrevistado fornecer (ou não) as informações solicitadas.
O gênero é primordialmente oral, mas pode ser transcrito, editado e publicado em revistas e jornais, por exemplo. Os aspectos que diferenciam os tipos de entrevista relacionam-se com o objetivo, a natureza, o público-alvo, a apresentação, o fechamento e o registro (mais ou menos informal ou formal).
Uma característica específica das entrevistas de modalidade oral ou escrita é o fato de haver, além do entrevistador e do entrevistado, uma plateia, seja ela composta de ouvintes,
Livia: [dando continuação à fala] Mas quando se fala de adulto... nós também somos bombardeados o tempo todo.
Apresentadora: [interrompendo] Uhum...
Livia: Isso aí não tem pra onde a gente fugir...
Apresentadora: [interrompendo] Uhum...
Livia: [dando continuação à fala] Então a influência acaba sendo bem parecida pra ambos...
Apresentadora: [interrompendo] Tá...
Livia: [dando continuação à fala] ... mas a criança não possui o filtro [diz com ênfase] que a maioria dos adultos deveria possuir.
Apresentadora: E aí, como é... que... que dica você pode dar pros nossos ouvintes justamente pra encontrar... tentar encontrar esse equilíbrio pelo menos, né?, de... de consumo consciente tanto pros pais quanto pras crianças... que dicas você pode dar pra gente?
Livia: Uhum... Primeira coisa: a gente não pode substituir a nossa presença... a qualidade de tempo que a gente tem com nossos filhos ou com as nossas crianças com presentes...
Apresentadora: [interrompendo] Uhum...
Livia: [dando continuação à fala] Essa é uma das coisas mais importantes...
Apresentadora: [interrompendo] É verdade...
Livia: Outra coisa... a gente precisa dizer pra eles não. Mas quando a gente disser não [palavras pronunciadas com destaque] a gente precisa explicar o porquê que está sendo dito aquele não. Olha, não vamos comprar esse presente hoje ou não podemos comprar porque nós temos uma prioridade ou porque não está na época de comprar presente. Eles precisam aprender isso e nós adultos também, quando eu falo de prioridade.
Apresentadora: [concordando] Sim...
Livia: Então a gente precisa ter uma coisa racional dentro da nossa cabeça [dito pausadamente] pra que a gente como adulto responsável e espelho [dito pausadamente] pra essa criança e adolescente, a gente possa passar isso pra eles.
[...]
[6:20]
Apresentadora: E como é que os pais podem é... inserir, né?, ... que dicas... que outras dicas que você também pode dar pros nossos ouvintes... pros pais... é... conseguirem inserir a criança nesse dia a dia de orçamento familiar, pra poder, pra criança entender, né?,... da... da importância do dinheiro, de onde tem que ser, né?,... a prioridade [dito enfaticamente] é... que dicas você pode dar pros pais?
[...]
[7:22]
Livia: [...] E é muito melhor a gente inserir essa criança no nosso contexto [diz com ênfase] da seguinte forma... “Olha, o papai ou a mamãe estão trabalhando pra que a gente consiga, por exemplo, fazer aquela viagem que a gente tanto quer”.
Apresentadora: [concordando] Uhum...
Livia: Então, por exemplo, “você quer”... dia das crianças tá chegando... “Você quer um presente ou a viagem que você tanto fala? Porque se a gente for comprar o presente, a gente vai gastar tanto e não vai ter dinheiro pra gente fazer essa viagem”.
Apresentadora: [concordando] Uhum...
220
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd
espectadores, seja de leitores, que, embora não participe diretamente da entrevista, também está presente. Consequentemente, tanto as perguntas como as respostas são formuladas de acordo com uma audiência específica. Alguns autores afirmam que a entrevista, quando transcrita e editada para publicação em veículos de comunicação, é um gênero com estrutura dialogal, com perguntas e respostas precedidas por um texto explicativo de abertura.
Oriente os estudantes a ler o boxe com as informações sobre a entrevistada. Pergunte a eles se sabiam da existência da área de Psicologia Antirracista. Explique que se trata de uma área da psicologia que trabalha com temas raciais, explorando o aspecto histórico do racismo, assim como expondo as consequências psicológicas resultantes dele. Se julgar pertinente, acesse com a turma a página do Conselho Regional de Psicologia de
Livia : E aí a gente vai explicar esse contexto pra essa criança...
Apresentadora: [concordando] Sim...
Livia: Ou pra esse adolescente...
Apresentadora: [concordando] Sim, sim...
Livia: A gente precisa trazer de forma clara, com uma fala que eles entendam, a situação que a gente vive.
Apresentadora : É, Livia, no fim... o diálogo é a melhor forma, né? É sempre conversar e tentar explicar...
Livia: [interrompendo] Sempre...
Apresentadora: Às vezes essa coisa de, do... compensar com presente, aí, não se conversa, né?, também não... não... é muito bom... o importante mesmo é ter o diálogo, na verdade, com todo mundo, né?... com a família pra ter harmonia familiar...
É... Livia, muito obrigada por ter esclarecido a gente, ajudado... com certeza ajudou bastante os nossos ouvintes, você deu dicas ótimas...
[...] [9:02]
Apresentadora : Livia, obrigada mais uma vez. Espero conversar com você em breve com outro assunto, né, porque é sempre bom ajudar os nossos ouvintes aí que de repente precisam de uma ajudinha...
Livia: Ai, que bom... Estou à disposição!
Apresentadora: Obrigada, querida! Beijo.
Livia: Muito obrigada! Beijo. [vinheta sonora]
Transcrito de: PSICÓLOGA Livia Marques comenta sobre publicidade e consumismo infantil. 2018. Vídeo (9min29s). Publicado pelo canal Agência Drumond – Assessoria de Comunicação. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=lS0LTcNyKBQ. Acesso em: 7 jun. 2022.
São Paulo e leiam o texto “Consciência Negra e a Psicologia Antirracista: passos que vêm de longe”, disponível em: https://www.crpsp.org/noticia/ view/2641/consciencia-negra-e-a-psicologiaantirracista-passos-que-vem-de-longe (acesso em: 2 jul. 2022). A matéria traz informações sobre os objetivos da Psicologia Antirracista, atrelando-os ao Dia da Consciência Negra.
ARTICULAÇÃO COM HISTÓRIA
Comente que, no Brasil, desde 2003, o Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, e que em algumas unidades da Federação é feriado.
Com a ajuda do professor de História, os estudantes devem buscar informações sobre o Dia da Consciência Negra e o porquê de os grupos de movimentos negros optarem pela comemoração desse dia, e não pela data que simboliza a abolição da escravatura.
Realizadas as pesquisas, promova uma discussão sobre o tema em sala de aula para que os estudantes exponham o que pesquisaram e as conclusões a que chegaram.
A entrevistada Livia da Silva Marques é psicóloga formada em 2008 pelo Centro Universitário Celso Lisboa. Atua como palestrante, escritora e professora em cursos de extensão. Além de trabalhar com psicologia clínica, tem forte atuação na área de Psicologia Antirracista.
PROPOSIÇÕES
Em Conversando sobre o texto, promova uma conversa a fim de confirmar hipóteses e discutir ideias sobre o tema abordado na entrevista.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Liste com os estudantes as dicas que a psicóloga deu ao longo da entrevista sobre a relação entre publicidade e consumismo na infância e na adolescência e, a partir disso, leve-os a concluir se as contribuições foram significativas ou não. Espera-se que eles percebam que foram.
2. Incentive os estudantes a compartilhar experiências e vivências prévias relacionadas ao tema. Pergunte po r qual meio (rádio, televisão, outdoor, folheto, internet) tiveram acesso à publicidade em questão.
3. Comente que, embora crianças e adolescentes sejam um público mais fácil de ser convencido, eles nada mais fazem do que agir de modo semelhante ao dos adultos, pois a publicidade ressalta nos produtos características que os consumidores, independentemente da idade, desejam para si mesmos.
PROPOSIÇÕES
As atividades de Texto e contexto favorecem a reconstrução da textualidade, o trabalho com inferências e propiciam reflexões sobre o tema da entrevista.
2. a) O tema é um problema recorrente no Brasil e, por isso, discuti-lo em um veículo de grande propagação, como o rádio, faz com que mais pessoas tenham conhecimento acerca da questão e possam intervir para evitar maiores transtornos.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Em sua opinião, a psicóloga contribuiu para que os familiares lidem melhor com a questão do consumismo na vida de crianças e adolescentes? Por quê?
Respostas pessoais.
2. Você se lembra de alguma publicidade que o tenha convencido a querer algo? Conte para os colegas. Resposta pessoal.
3. De acordo com o texto, as crianças e os adolescentes são um público fácil de ser convencido pela publicidade. Você concorda com essa opinião? Justifique seu ponto de vista. Resposta pessoal.
1. b) Considerando o meio de divulgação, o programa e o quadro, a finalidade é informar sobre o assunto apresentado, apontando algumas soluções práticas para os ouvintes, que são principalmente mulheres, provavelmente mães ou responsáveis por crianças, e que gostam e/ou têm o hábito de ouvir rádio.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
3. b) A entrevistada procura deixar claro que não se deve esperar a extinção da publicidade para que o problema do consumismo infantil se resolva, evidenciando que é papel dos familiares e responsáveis conscientizar as crianças e adolescentes e evitar a exposição excessiva a ela.
4. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois, a depender da idade da criança ou do adolescente, o adulto precisa modificar o vocabulário, os tipos de pergunta que podem ser feitas e os exemplos que serão dados para ilustrar as questões.
1. O tema central da entrevista é a relação que se estabelece entre publicidade e consumismo na infância e na adolescência.
1. a) A formação da convidada em Psicologia é uma característica importante para ter recebido
a) Que característica da entrevistada a torna apta para falar sobre o tema e fez com que ela fosse convidada para o programa? Explique.
o convite, pois profissionais dessa área lidam
b) Considerando o meio de divulgação (o rádio), o programa (Mulher Brasileira) e o quadro (“Mundo da criança”) em que a entrevista está inserida, com que finalidade ela foi produzida e a quem é dirigida?
2. A entrevista foi veiculada por uma emissora de rádio do Rio de Janeiro.
a) Qual é a importância de um programa de rádio tratar dessa temática em sua programação?
b) A entrevistadora é a jornalista Adriana Souza. Qual é o papel dela na realização da entrevista?
A entrevistadora é fundamental para dar ritmo à entrevista, pois suas perguntas fazem com que a entrevistada ofereça cada vez mais informações sobre o tema.
3. Logo no início da entrevista, a psicóloga afirma que a publicidade sempre existiu e sempre existirá.
a) Essa afirmação é um fato ou uma opinião particular?
3. a) O que ela afirma é um fato, pois a publicidade está diretamente relacionada ao consumo, portanto existe desde que as pessoas sentiram necessidade de divulgar produtos e serviços para outrem.
b) Qual é o objetivo da entrevistada ao fazer essa afirmação?
4. Ao defender o diálogo dos familiares e responsáveis com as crianças e os adolescentes como uma ferramenta de combate ao consumismo, a entrevistada faz ressalvas em relação à necessidade de adequar a conversa às diferentes idades.
a) Que razões, provavelmente, a levaram a fazer essas ressalvas?
com o comportamento humano e, por isso, podem contribuir com informações e dicas sobre o tema. 222
b) Você concorda com essas ressalvas? Justifique seu ponto de vista com exemplos e situações do cotidiano.
4. a) Provavelmente, o fato de falar com um público-alvo variado e que inclui familiares e responsáveis de crianças e adolescentes de diferentes idades, o que leva à necessidade de reforçar que o modo de tratar do assunto vai variar de acordo com o repertório e com a maturidade dessas crianças e desses adolescentes.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. Oriente os estudantes a procurar no dicionário a palavra psicologia para que compreendam melhor quais são as atribuições de um psicólogo. Verifique a compreensão deles acerca da finalidade dessa entrevista e qual é o público-alvo.
2. a) Comente que a entrevista tem uma função social relevante e é importante para difundir o conhecimento, formar opinião e promover o senso crítico da sociedade sobre o tema apresentado.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 222 10/08/22 13:34
2. b) Diga a eles que geralmente o entrevistador se informa previamente sobre a pessoa que entrevistará e elabora perguntas relevantes,
5. b) Ela critica os adultos que não têm esse filtro, mas deveriam ter, pois o que se espera de pessoas mais maduras é uma maior conscientização a respeito do consumismo, o que não se pode cobrar de crianças e adolescentes, que ainda estão em formação.
5. Em dado momento da entrevista, a apresentadora questiona se as crianças são mais bombardeadas com publicidade que os adultos.
a) Considerando a resposta da entrevistada, o que se pode inferir sobre o ponto de vista dela sobre essa questão?
Espera-se que os estudantes infiram que, para ela, não apenas as crianças são bombardeadas com publicidade, mas todas as pessoas, independentemente da faixa etária.
b) A psicóloga afirma que o filtro é o que diferencia o modo como crianças e adultos recebem uma publicidade. Ao falar sobre isso, observa-se um tom de crítica da entrevistada. O que ela critica? Como é possível fazer essa inferência?
c) Em sua opinião, a crítica da entrevistada é pertinente? Você acha que existem adultos que não têm esse filtro? Quais são as consequências disso?
Respostas pessoais.
6. Ao longo da entrevista, a psicóloga Livia Marques chama a atenção para o fato de que, por vezes, os pais dão tudo que as crianças querem para suprir sua ausência.
a) O que pode levar os pais a serem ausentes da vida dos filhos?
6. a) Muitos pais são ausentes da vida dos filhos por excesso de trabalho, problemas familiares ou compromissos sociais típicos de adultos, que fazem com que as crianças sejam deixadas de lado.
b) Que problemas você acredita que podem surgir a partir do momento que os pais decidem substituir sua presença por bens materiais?
5. c) Espera-se que eles reconheçam que a crítica tem pertinência, pois há muitos adultos consumistas. Geralmente, são pessoas que compram em demasia, sem se preocupar com necessidade ou não daquilo que estão adquirindo, e que, na maioria das vezes, vivem endividados.
Quando os pais substituem sua presença por bens materiais, as crianças passam a valorizar mais esses bens do que as pessoas e, assim, podem se tornar mais egoístas, mimadas e resistentes a ouvir não, o que pode levar ao consumismo.
7. Segundo a entrevistada, a frustração faz parte da vida.
a) O que pode provocar frustração nas crianças e nos adolescentes? Em sua opinião, é comum que eles se sintam frustrados?
b) A entrevistada recomenda que o não sempre venha acompanhado de uma explicação. Você concorda com esse posicionamento? Resposta pessoal.
8. No início da entrevista, a apresentadora explicita que a expectativa é que a entrevistada fale sobre o consumismo infantil
8. No início da entrevista, a apresentadora explicita o que espera da entrevistada. Na última fala da entrevistadora, é possível concluir que essa expectativa foi alcançada? Justifique.
e apresente dicas para lidar com o problema. Ao final da entrevista, ela concluiu dizendo que o diálogo, uma das dicas da entrevistada, é o maior aliado dos pais e a melhor forma de resolver não
9. A mesada é considerada por muitas famílias uma maneira de ensinar crianças e adolescentes a lidar com o dinheiro. E você, o que pensa sobre isso? Receber mesada faz parte da sua realidade? Você acha que a mesada pode inibir ou estimular o consumismo? Respostas pessoais.
só o problema do consumismo infantil, como qualquer outro problema familiar; portanto, pode-se concluir que a expectativa foi alcançada.
• Junte-se a um colega e discutam essas questões, posicionando-se em relação ao tema. Apresentem argumentos ou contra-argumentos que justifiquem sua opinião.
• Em seguida, compartilhem oralmente as conclusões da dupla com toda a turma.
7. a) Um dos motivos de frustração pode ser não ter seus desejos atendidos, o que inclui o desejo por
A entrevista é, tradicionalmente, um gênero oral que costuma ser veiculado no rádio, na televisão ou na internet. Pode, ainda, ser transcrita para publicação em jornais, revistas e sites diversos. Seu principal objetivo é colher informações de um ou mais entrevistados sobre temas variados que costumam despertar o interesse da sociedade em geral ou de um grupo específico. Previamente, o entrevistador elabora algumas perguntas a serem respondidas pelo entrevistado, estabelecendo-se, assim, um diálogo.
objetos de consumo, como roupas e brinquedos, por atividades de lazer etc. Espera-se que os estudantes reconheçam que é comum que crianças e adolescentes sintam-se frustrados, pois na maioria das vezes não podemos ter tudo aquilo que queremos, o que faz com que eles fiquem decepcionados ou chateados.
estabelecendo, assim, um diálogo com o entrevistado.
3. Aproveite e incentive os estudantes a refletir sobre o consumismo. Mostre a eles que a publicidade produz a ânsia de consumo de produtos que podem não atender a uma necessidade real.
4. Incentive o compartilhamento das situações vivenciadas ou presenciadas pelos
estudantes para ilustrar os pontos de vista apresentados.
5. a) Ajude-os a perceber que todas as pessoas sofrem com o excesso de publicidades atraentes que levam ao consumo desenfreado.
5. b) Aproveite e comente que o consumismo exagerado afeta não apenas a saúde das pessoas, mas também o meio ambiente.
6. Proponha a eles uma reflexão sobre esse novo formato, em que as mulheres que trabalham têm menos tempo para estar junto aos filhos. Muitas delas, pela culpa que sentem, compensam a ausência presenteando seus filhos. Com base nessa reflexão, incentive-os a expor seus posicionamentos. É importante deixar claro que, muitas vezes, pais e mães são obrigados a deixar os filhos um pouco de lado para trabalhar e conseguir renda para o sustento familiar.
7. Reitere que frustração é um tipo de emoção que acontece quando não se realiza um desejo. Consiste em um processo reativo em relação a uma expectativa não correspondida. Incentive-os a expressar seus pontos de vista e a justificar suas posições. Comente que, embora o que a entrevistada recomenda seja o ideal, muitas vezes, no calor de uma conversa, os familiares omitem a justificativa para a negativa, o que pode gerar a incompreensão das crianças e dos adolescentes.
8. Retome o texto com eles para que infiram a resposta.
9. Oriente-os a se posicionar diante das questões propostas acerca do tema mesada, apresentando argumentos que sustentem as posições assumidas.
PROPOSIÇÕES
Sugere-se acompanhar o trabalho dos estudantes na realização das atividades de Composição e linguagem Aproveite para reler o texto e avaliar os conhecimentos dos estudantes a respeito dos efeitos de sentido produzidos pelos elementos que compõem a entrevista. Se considerar produtivo e oportuno, realize as atividades em duplas de estudantes, de modo que eles possam compartilhar suas compreensões de leitura uns com os outros e experimentar modos colaborativos no processo de aprendizado.
REALIZAÇÃO
1. a) Verifique se os estudantes percebem que essa introdução tem o objetivo de informar o ouvinte em relação ao tema que será tratado na entrevista.
1. b) Comente que essa é uma estratégia para instigar os ouvintes e incentivá-los a ouvir a entrevista toda.
2. Comente que a entrevista é composta de perguntas e respostas e que o recurso gráfico que permite diferenciar as perguntas das respostas é o uso do negrito para destacá-las.
3. Diga que, embora o roteiro de perguntas seja preparado antes, há questões que surgem em decorrência de algumas respostas. O entrevistador, quando edita a entrevista, pode reorganizar a ordem das questões de forma que o conteúdo apresente progressão textual. Ainda assim, um entrevistado pode mudar o rumo da conversa ao não responder a certas perguntas ou ao se exceder em detalhes. De todo modo, a decisão sobre a edição final da transcrição da entrevista – ou seja, o texto
1. a) Essas informações contextualizam o ouvinte acerca da biografia da entrevistada e do tema que será abordado, despertando o interesse do público em ouvir a entrevista.
1. b) A apresentadora se dirige aos ouvintes da rádio, com o objetivo de se aproximar e, com isso, capturar sua atenção para a entrevista que vai acontecer.
2. a) Antes de cada fala, há a indicação do nome ou da função da pessoa, em negrito e seguida de dois-pontos.
2. b) Esse recurso possibilita que o leitor identifique quem disse cada fala, uma vez que, na transcrição, não é possível diferenciar quem está falando por meio do timbre da voz, como acontece no texto oral.
O corpo da entrevista é formado por perguntas feitas pelo entrevistador, que é o responsável por conduzir a entrevista, e por respostas dadas pelo entrevistado.
3. a) Espera-se que os estudantes percebam que as perguntas obedecem a uma sequência lógica, pois partem de uma visão mais ampla sobre o tema e vão se aprofundando nele gradativamente, com base nas respostas dadas pela entrevistada.
3. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois as perguntas abordam aspectos específicos do consumismo, da publicidade infantil e do orçamento familiar, provavelmente pesquisados e analisados previamente pela entrevistadora.
4. a) Algumas marcas típicas da oralidade presentes no trecho são o uso dos termos pra, né, pros e pras e a repetição de palavras. No processo de transcrição de um texto oral, pode-se optar por reproduzir o que foi falado do modo mais fiel possível, o que justifica a manutenção dessas marcas de oralidade.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. Antes das perguntas à entrevistada, a apresentadora faz uma introdução à entrevista.
a) Qual é a importância das informações apresentadas nessa introdução?
b) A quem a apresentadora se dirige nesse momento? Com que objetivo ela faz isso?
2. A entrevista é composta por uma sequência de falas da apresentadora e da entrevistada.
a) Que recurso gráfico foi utilizado na transcrição da entrevista para determinar as falas de cada uma?
b) Qual é a importância desse recurso na transcrição de um texto oral?
3. Releia as perguntas feitas pela apresentadora à entrevistada.
a) Pode-se considerar que essas perguntas obedecem a uma sequência lógica ou elas poderiam ser feitas em qualquer outra ordem? Justifique sua resposta.
b) Pelo teor das perguntas, pode-se afirmar que a apresentadora se preparou previamente para a entrevista e tinha conhecimento do tema abordado?
4. A entrevista de rádio é um texto tradicionalmente oral e, por isso, quando transcrito, preserva algumas características da oralidade. Releia o trecho a seguir.
Apresentadora: E aí, como é... que... que dica você pode dar pros nossos ouvintes justamente pra encontrar... tentar encontrar esse equilíbrio pelo menos, né?, de... de consumo consciente tanto pros pais quanto pras crianças ... que dicas você pode dar pra gente?
a) No trecho anterior, identifique pelo menos duas marcas de oralidade. Depois, registre-as no caderno e explique com que finalidade elas podem ter sido mantidas na transcrição do texto.
b) O sinal de reticências tem várias finalidades em uma transcrição. O que elas indicam nesse trecho?
As reticências indicam repetições, quebra no encadeamento da fala, reformulação e pausa.
5. Na transcrição de uma entrevista, além das perguntas e respostas, também é possível ter acesso a informações a respeito dos gestos, da entonação da voz e do jeito de falar das pessoas.
a) Como esses elementos aparecem na transcrição lida?
b) Qual é a importância de preservar esses elementos no texto transcrito?
5. b) Preservar esses elementos permite saber de modo mais preciso como ocorreu a interação oral, inclusive reforçando o ponto de vista dos interlocutores acerca do assunto discutido, ao acentuar a forma como determinadas palavras foram pronunciadas, por exemplo. 224
final que será publicado – cabe ao(s) jornalista(s) responsável(is) por ela ou ao editor da área.
4. e 5. Comente que a entrevista geralmente é um gênero oral. Às vezes, entretanto, por questões de tempo ou distância, o entrevistador envia as perguntas e o entrevistado as responde por escrito. Mas, geralmente, o entrevistado está diante do entrevistador na hora da entrevista. Assim, as pausas,
as hesitações e os risos que acontecem durante a conversa são gravados. Depois, na retextualização, o jornalista costuma suprimir essas marcas da oralidade; porém, em um caso ou outro, dependendo da relevância no contexto, também pode incluir indicativos como [risos].
6. Verifique se os estudantes alcançam essa percepção. Se necessário, auxilie-os a inferir as respostas.
5. a) Aparecem entre colchetes, destacados na cor verde.6. Releia este trecho da transcrição da entrevista.
Livia: Então... [fala pausada] a propaganda, ela é feita direcionada...
Apresentadora: [interrompendo] Uhum...
Livia : [continuando sua fala] O marketing é feito direcionado...
Apresentadora: [interrompendo] Sim...
a) Com que objetivo a apresentadora interrompe a entrevistada nesse trecho?
A apresentadora interrompe com o objetivo de evidenciar concordância com aquilo que a entrevistada está dizendo.
b) Em sua opinião, essas interrupções prejudicam ou ajudam a fluidez da entrevista?
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
As entrevistas orais, por mais formais que sejam, carregam marcas próprias da oralidade. A entrevista impressa, publicada em veículos jornalísticos, passa por um processo de retextualização da modalidade oral para a escrita, em que, geralmente, as marcas de oralidade são excluídas.
Espera-se que os estudantes reconheçam que essas interrupções demonstram a concordância da apresentadora com o que diz a entrevistada, deixando esta mais segura, o que ajuda a dar mais fluidez à entrevista.
7. Releia este trecho do início da entrevista, quando a apresentadora faz a primeira pergunta à entrevistada.
Apresentadora: Livia, então... como é que os pais, é... podem lidar com essa... com esse mundaréu, né, esse mundo [diz em tom enfático] de informações que podem até a estimular o que os... os filhos se tornem consumistas desde cedinho, né... crianças consumistas como... como é que os pais devem lidar com isso?
7. a) O termo cedinho revela que as crianças são induzidas ao consumismo pela publicidade desde muito pequenas, o que reforça a gravidade da questão.
a) Que efeito de sentido o uso do termo cedinho atribui à relação das crianças com o consumismo?
b) Para você, se fosse usado o termo cedo em vez de cedinho, o efeito seria o mesmo? Justifique sua resposta.
8. No trecho a seguir, a psicóloga trata da frustração na vida da criança. Releia.
7. b) O efeito não seria o mesmo, pois, ao ser utilizado no diminutivo, o termo cedinho intensifica a noção de precocidade da inserção de crianças no mundo do consumo.
Livia: A gente precisa saber que a frustração e o não [palavras ditas com ênfase] são importantes, porque essa criança vai crescer e ela vai lidar com a frustração todos os dias.
a) Qual é o ponto de vista da psicóloga acerca da frustração e do não na vida de uma criança?
A psicóloga defende a importância da frustração e do não para as crianças.
b) Que estratégia a entrevistada utiliza para defender seu ponto de vista?
c) Que recurso linguístico garante a ligação entre o ponto de vista e a defesa utilizada?
O recurso linguístico que garante a ligação entre o ponto de vista e a defesa é o conector porque.
7. Comente que a linguagem utilizada em uma entrevista é condicionada ao público-alvo e ao propósito da entrevista. Nas entrevistas voltadas ao público adolescente, a linguagem pode ser coloquial.
8. Explique que, em uma entrevista, o grau de formalidade pode variar de acordo com o perfil do entrevistado, o meio de divulgação, o público-alvo e o objetivo do
Cantinho da Leitura #13: Como combater o consumismo infantil, de Geórgia Santos e Flávia Cunha. Podcast (28min16s). 26 nov. 2021. Disponível em: https://vos. social/podcasts/ cantinho-da-leitu ra-13-como-comba ter-o-consumismoinfantil/. Acesso em: 11 jun. 2022. Nesse episódio do podcast Cantinho da Leitura, as jornalistas Geórgia Santos e Flávia Cunha conversam com Maíra Bosi, coordenadora de comunicação do Instituto Alana, sobre o consumismo infantil, refletindo se ter é melhor do que ser.
entrevistador. Por ser um gênero oral, são comuns os registros de oralidade, como frases mais curtas, marcadores conversacionais ou expressões coloquiais. Geralmente, o entrevistado, ao responder a determinadas perguntas, expõe um juízo de valor marcado, sobretudo, pelo uso de adjetivos, locuções adjetivas, advérbios e locuções adverbiais.
Simulando uma entrevista Organize a turma em duplas, de preferência com colegas que tenham menos intimidade entre si. Lembre-os de que uma das finalidades de uma entrevista é conhecer a outra pessoa, seus gostos, opiniões etc. A seguir, há um roteiro de perguntas sugeridas para o trabalho. Entretanto, incentive-os a adequá-las ao entrevistado escolhido. Informe que a entrevista pode ser gravada ou transcrita quando estiver sendo realizada.
• Qual é o seu nome completo? Onde você nasceu?
• Com que esporte você mais se identifica?
• Em que local público você se sente mais à vontade?
• Quais são suas disciplinas preferidas na escola?
• Que assuntos despertam mais o seu interesse?
• Que país gostaria de visitar?
• Que tipo de pessoa você acredita ser: aventureira, atenciosa, corajosa, comunicativa ou criativa?
Com base nas respostas, peça que indiquem a profissão que, na opinião deles, mais se adapta ao perfil do colega. Solicite a eles que editem a entrevista, deem a ela um título e façam um texto introdutório antes de compartilhá-la com os colegas.
PARA OUVIRREALIZAÇÃO
Composição e linguagem
9. Comente que o uso do presente do indicativo também pode ser considerado uma estratégia persuasiva.
10. Verifique se os estudantes percebem que esses marcadores de fala são elementos textuais que ajudam a dar sentido e coesão ao texto oral.
PARA ACESSAR
ANGELO, Cristiane Malinoski Pianaro; PENKAL, Loremi Loregian. O livro didático e as atividades de leitura do gênero discursivo entrevista. Signótica, Goiânia, v. 25, n. 2, p. 453-472, 2014. Disponível em: https://revistas.ufg. br/sig/article/view/25061. Acesso em: 14 jul. 2022.
Fundamentado nos pressupostos bakhtinianos, esse artigo, recomendado para o professor, apresenta uma análise das atividades de leitura do gênero entrevista em um livro didático de Língua Portuguesa. Os resultados discorrem sobre as metodologias empregadas no trabalho com esse gênero e sobre questões como as noções de interlocutor e autoria, a finalidade social da entrevista, as condições de produção e outras que podem ser trabalhadas pelo professor.
PROPOSIÇÕES
A atividade proposta em Palavra aberta tem como objetivo possibilitar aos estudantes utilizarem noções da análise de mídias sociais como prática de pesquisa, como um meio de sensibilização para a análise do discurso multimodal.
As curtidas e os comentários em uma mídia social são considerados exemplos de métricas para a mensuração do desempenho de determinada publicação, além de outras, como compartilhamento e comentários.
PARA ASSISTIR
Wall-E, dirigido por Andrew Stanton. Estados Unidos: Walt Disney/Pixar, 2008. DVD (1h38min).
9. No trecho a seguir, a psicóloga aborda o fato de os adultos também serem alvos da publicidade. Releia.
Livia: [dando continuação à fala] Mas quando se fala de adulto... nós também somos bombardeados o tempo todo.
a) A forma verbal somos é uma flexão no presente do indicativo. Que efeito de sentido isso gera no ouvinte tendo em vista o assunto tratado?
b) Qual é o objetivo da entrevistada ao usar a 1a pessoa do plural nessa forma verbal?
10. Agora, releia este trecho.
9. b) Ao usar a 1a pessoa do plural, a entrevistada se inclui no discurso junto aos ouvintes, aproximando-se deles e colocando-se também no lugar de quem precisa resistir ao apelo da publicidade.
A animação conta a história de um robô responsável por limpar o planeta Terra e traz uma reflexão profunda acerca do excesso de lixo produzido pelo ser humano, uma das consequências do consumismo.
10. a) A entrevistada utilizou esses marcadores com o objetivo de organizar seus argumentos e estabelecer uma hierarquia entre eles.
10. b) Não, pois aquilo que é dito depois do marcador primeira coisa é o argumento visto como mais relevante por Livia, daí aparecer em primeiro lugar na sua fala.
Livia: Uhum... Primeira coisa: a gente não pode substituir a nossa presença... a qualidade de tempo que a gente tem com nossos filhos ou com as nossas crianças com presentes...
Apresentadora: [interrompendo] Uhum...
Livia: [dando continuação à fala] Essa é uma das coisas mais importantes...
Apresentadora: [interrompendo] É verdade...
Livia: Outra coisa... a gente precisa dizer pra eles não. [...]
a) Com que objetivo a entrevistada utilizou os marcadores primeira coisa e outra coisa nesse trecho?
b) Para você, a informação que vem depois do marcador primeira coisa poderia ser substituída pela informação que vem depois do marcador outra coisa sem alterar o efeito de sentido do trecho? Por quê?
As entrevistas começam pela abertura ou introdução. Nessa parte, há informações sobre o entrevistado, como dados pessoais e informações profissionais, a depender do objetivo da entrevista, e sobre o tema que será tratado.
Em geral, as perguntas são elaboradas previamente pelo entrevistador e exigem que ele busque informações sobre o tema. As respostas podem conter narrações, descrições ou argumentos que evidenciem o ponto de vista do entrevistado.
Quanto à linguagem, há marcas da oralidade, como marcadores conversacionais, e o nível de formalidade depende do assunto tratado, do objetivo da entrevista e do veículo em que ela é divulgada. Quando o texto é transcrito, elementos não verbais podem ser indicados entre colchetes, como entonação, interrupções e gestos.
De modo contextualizado com o Tema Contemporâneo Transversal Educação para o consumo, foco deste módulo, os estudantes vão analisar canais de plataformas de compartilhamento de vídeos voltadas a crianças e adolescentes, verificando a presença de publicidade nessas mídias e de que modo ela ocorre.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 226 05/08/22 18:26
Incentive o protagonismo dos estudantes e permita que eles tomem decisões de modo autônomo a respeito do encaminhamento das
etapas da pesquisa, solucionando os eventuais problemas que possam surgir, de modo crítico e criativo.
Na preparação da exposição oral, oriente os grupos a organizar os dados e as informações pesquisados em um roteiro para ser seguido durante a apresentação. Antes de iniciarem a atividade, estipule o tempo que cada grupo terá para se apresentar.
9. a) O presente do indicativo situa o ouvinte diante de uma realidade: o apelo da publicidade é corriqueiro na vida das pessoas na atualidade.Análise de métricas de mídias sociais e exposição oral
No artigo de opinião do Capítulo 1, você viu como os vídeos de unboxing publicados em canais dirigidos ao público infantil estimulam o consumismo. Na transcrição da entrevista do Capítulo 2, você conferiu a opinião de uma psicóloga sobre o tema e percebeu como o consumismo pode ser prejudicial para crianças e adolescentes.
Como o público infantil e juvenil é bombardeado pela publicidade? Por que as empresas utilizam canais em plataformas de compartilhamento de vídeos para fazer isso? Como saber se elas estão ou não atingindo o público-alvo?
Para refletir sobre o tema e responder a essas e a outras perguntas, você e os colegas vão realizar uma análise de métricas de mídias sociais, um tipo de pesquisa que permite avaliar o desempenho de publicações em meio digital, como em redes sociais e plataformas de compartilhamento de vídeos.
Etapa 1: Criação do corpus
A primeira etapa da pesquisa é a criação de um corpus, ou seja, a seleção do material que vocês vão analisar.
1 Reúna-se com os colegas em grupos.
2 Escolham uma plataforma de compartilhamento de vídeos para fazer a investigação.
3 Selecionem dois canais dessa plataforma: um dirigido ao público infantil e outro dirigido ao público adolescente.
Etapa 2: Coleta de dados e análise de métricas
1 Comecem analisando a plataforma na qual os vídeos foram publicados. Para isso, busquem informações disponibilizadas na própria plataforma e em outras fontes confiáveis, como sites na internet, que respondam às seguintes perguntas.
a) Que tipos de vídeo são publicados nessa plataforma?
b) Ela tem alguma função específica, como entretenimento, divulgação do conhecimento, publicação de videoclipes?
c) Ela é voltada a algum público? Quem mais assiste aos vídeos disponibilizados nela?
d) Ela possibilita a interação de quem publica o vídeo com o público, isto é, permite curtidas, comentários, compartilhamentos, inscrições no canal?
e) Que ferramentas a plataforma disponibiliza para que os usuários possam visualizar o resultado de suas postagens? Há recursos pagos na plataforma ou que permitam monetizar o conteúdo, ou seja, ganhar dinheiro com ele?
Na avaliação dos grupos, além da consistência e relevância dos dados apresentados, considere elementos paralinguísticos, como volume da voz, entonação, ritmo, respiração, pausas e hesitações, e cinéticos, como movimento, gestos, expressão facial, postura etc.
REALIZAÇÃO
Palavra aberta
Na Etapa 1: Criação do corpus, oriente os estudantes a escolher uma plataforma de compartilhamento de vídeos. É importante que supervisione de perto o trabalho de todos os grupos, protegendo os estudantes do acesso a conteúdo indevido na internet ou inadequado para a faixa etária. Se considerar mais adequado, a análise pode ser realizada de modo coletivo com toda a turma a fim de que possa controlar melhor o que está acontecendo em cada etapa.
PARA ACESSAR
ARAÚJO, Ronaldo Ferreira de. Marketingcientífico digital e métricas de mídias sociais: indicadores-chave de desempenho de periódicos no Facebook. Informação & Sociedade: Estudos, [s. l.], v. 28, n. 1, 2018. Disponível em: https:// periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ ies/article/view/22063. Acesso em: 14 jul. 2022.
O artigo trata sobre o marketing científico digital como meio para aumentar o alcance e o impacto de periódicos e as métricas de mídias sociais para avaliar esse tipo de marketing.
REALIZAÇÃO
Palavra aberta
No item 3. c) da Etapa 2: Co le ta de dados e análise de métricas, ao analisarem os dois vídeos escolhidos na plataforma, os estudantes poderão refletir sobre os efeitos de sentido produzidos por meio do tratamento e da composição dos elementos nas imagens em movimento, o que possibilita uma sensibilização para a análise do discurso multimodal que caracteriza esses vídeos. No item 3. d) dessa mesma etapa, espera-se que os estudantes analisem a quantidade de publicidade inserida nos vídeos e se o público tem escolha de assistir ou não a ela. Comente com eles que, em algumas plataformas, é preciso pagar para não assistir à publicidade nos vídeos, por exemplo. No item 4. d), comente com os estudantes que, em vídeos dirigidos a menores de idade, em geral, os comentários são desativados por motivo de segurança.
Na Etapa 3: Organização dos resultados e exposição oral, comente com os estudantes que a apresentação visual de informações numéricas, por meio de tabelas ou gráficos, pode ser bem interessante para enriquecer a apresentação. Relembre-os da necessidade de empregar recursos auxiliares, como o uso da linguagem gestual, da entonação adequada à voz e de pausas estratégicas. Durante as exposições, o registro linguístico deve ser o oral formal.
Oriente-os sobre como se apresentar oralmente para que fiquem atentos a elementos como modulação e volume de voz adequados, clareza e objetividade do texto, uso de suporte visual para não “se perder” nos dados. Explique principalmente que eles deverão ter em mente o objetivo da apresentação.
2 Em seguida, passem à análise dos canais selecionados nessas plataformas.
a) Como é o nome do canal? Desde quando ele existe? É um canal comercial ou pessoal? Há um ou vários apresentadores?
b) Quantos seguidores tem o canal? Qual é a média de visualização dos vídeos? É possível saber o público-alvo do canal?
c) Os vídeos têm comentários? Qual é a média em cada publicação?
d) O canal possui extensões em outras mídias, como redes sociais próprias?
3 Depois, escolham dois vídeos desses canais para analisar. Assistam aos vídeos e registrem dados relacionados a eles, com base nos tópicos a seguir.
a) Qual é o tema do vídeo? A quem ele é dirigido? Quando foi lançado?
b) De que tipo é o vídeo: animação, unboxing, desafio, vlogue, educativo, tutorial etc.?
c) Que recursos são utilizados para chamar a atenção do público no vídeo? Há um apresentador ou narrador? Há textos e imagens complementando as cenas? De que tipo elas são? O ritmo do vídeo é mais acelerado ou mais lento? Usam-se muitas cores? Qual é a duração? São utilizados efeitos sonoros? Em que momentos? Quais são as músicas tocadas durante o vídeo? Elas são conhecidas do público infantil e juvenil?
d) Existe alguma publicidade antes do vídeo ou intercalada a ele? O que é anunciado? A que público ela é dirigida? É fácil ou difícil perceber que se trata de uma publicidade? O público é obrigado a assistir a publicidade ou há um jeito de ir direto para o conteúdo do vídeo?
e) Existe alguma publicidade durante o vídeo? Ele faz referência a algum produto, objeto ou brinquedo, por exemplo, de modo a estimular o consumo? Essa publicidade é explícita ou velada?
4 Agora, acompanhem o desempenho dos vídeos escolhidos durante uma semana e anotem:
a) o número de visualizações do vídeo durante o período;
b) se há alguma marcação do tipo “gostei” ou “não gostei” e, se houver, quantas;
c) a quantidade de inscritos no canal;
d) se há comentários de seguidores e, se houver, quantos.
Etapa 3: Organização dos resultados e exposição oral
1 Organizem os dados da análise em quadros, tabelas ou gráficos. Elaborem também uma síntese das conclusões do grupo.
2 Em seguida, compartilhem os resultados da pesquisa com os colegas por meio de uma exposição oral. Elaborem um roteiro para apoiar a apresentação e também painéis ou slides de apresentação que sintetizem os principais resultados da pesquisa de modo visualmente interessante.
3 A apresentação poderá ser feita por um colega, em duplas ou por todo o grupo, se desejarem. Procurem memorizar o que será dito e ensaiem a apresentação algumas vezes, para minimizar imprevistos.
4 No dia combinado com o professor, sigam o tempo estipulado para a exposição oral e prestem atenção ao volume da voz, à pronúncia das palavras e ao ritmo da fala, para que vocês sejam compreendidos por todos.
5 Após a apresentação de todos os grupos, em uma roda de conversa, façam uma avaliação da atividade e dos resultados a que a turma chegou por meio da pesquisa. 228
Como avaliação, reserve um momento para que cada grupo exponha sua opinião a respeito do trabalho que realizou e sobre a atuação dos outros grupos, promovendo um momento de diálogo entre seres e saberes.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 228
PROPOSIÇÕES
Em Por dentro da língua, será dada continuidade ao estudo das orações subordinadas adverbiais. Nessa etapa, eles vão estudar as orações subordinadas condicionais, causais, conformativas, finais e proporcionais. Como todas as orações subordinadas adverbiais, essas também têm a função de expandir a informação dada pela oração principal.
REALIZAÇÃO
Por dentro da língua
Oração subordinada adverbial II
2. a) O período é formado por três orações. Essa informação pode ser inferida devido ao número de verbos e locuções verbais que exercem a função de núcleo das orações.
A seguir, você vai conhecer mais algumas orações subordinadas além das estudadas anteriormente neste módulo.
1. Releia este trecho da transcrição da entrevista, em que a psicóloga Livia Marques explica como inserir a criança no contexto da economia familiar.
Livia: [...] E é muito melhor a gente inserir essa criança no nosso contexto [diz com ênfase] da seguinte forma... “Olha, o papai ou a mamãe estão trabalhando pra que a gente consiga, por exemplo, fazer aquela viagem que a gente tanto quer”.
[...]
Livia: E aí a gente vai explicar esse contexto pra essa criança...
a) Em sua opinião, esse argumento é suficiente para convencer a criança a desistir do objeto desejado? Que argumento você utilizaria? Respostas pessoais.
b) Em sua fala, a entrevistada exemplifica como deve ser a conversa com a criança. Que efeito de sentido a inserção desse exemplo produz no trecho?
2. Releia esta parte do trecho.
1. b) A inserção do exemplo é um recurso argumentativo para envolver o ouvinte/leitor, convencendo-o de que essa é a melhor forma de conduzir a conversa com a criança.
[...] “Olha, o papai ou a mamãe estão trabalhando pra que a gente consiga, por exemplo, fazer aquela viagem que a gente tanto quer”.
a) Por quantas orações esse período é formado? Como é possível saber essa informação?
b) Releia a primeira oração. A informação que ela traz é significativa para o entendimento do enunciado? Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois sem ela o sentido fica truncado.
c) Como essa oração pode ser classificada? Essa oração é chamada de oração principal.
3. Releia, agora, a oração que vem na sequência da principal.
a) Essa oração é iniciada pelo conectivo ou conjunção pra que. No caderno, transcreva a ideia que esse conectivo atribui a ela. Alternativa D
A. Causa. B. Consequência. C. Condição. D. Finalidade.
b) No caderno, transcreva a alternativa que indica a oração cujo conectivo introduz uma ideia semelhante. Alternativa A
A. A fim de que todos compreendessem, a entrevistada resolveu dar um exemplo.
B. Como queria esclarecer para os ouvintes a questão, resolveu inserir um exemplo em sua fala.
C. Segundo o que disse a entrevistada, o trabalho do pai e da mãe deve ser respeitado.
D. Se desejarem inserir os filhos no orçamento doméstico, precisarão criar estratégias.
O período analisado nas atividades anteriores é um período composto por subordinação. As orações subordinadas são classificadas de acordo com as relações de sentido que estabelecem com a oração principal.
Oriente os estudantes a identificar as orações adverbiais pela circunstância que expressam, e não pela memorização das conjunções. Explique que uma mesma conjunção pode ter diversos valores semânticos. É o caso, por exemplo, da conjunção desde que
Mostre que essa conjunção pode ter valor condicional, temporal e causal:
I. Desde que o consumidor avalie a sua necessidade real, poderá adquirir o produto desejado. (Oração subordinada adverbial condicional.)
II. Desde que existe comércio, existe a publicidade. (Oração subordinada adverbial temporal.)
III. Desde que você desistiu da compra, fomos obrigados a devolver o produto à loja. (Oração subordinada adverbial causal.)
1. a) Incentive os estudantes a compartilhar suas posições, com justificativas e exemplos de caso, se tiverem.
1. b) Verifique se percebem que os exemplos ajudam a defender o argumento.
2. a) Sugere-se transcrever na lousa o trecho e realizar a atividade com os estudantes, questionando as respostas e mostrando a função e a importância de cada termo nas orações.
2. b) Oriente os estudantes a reler o trecho sem a primeira oração para que percebam como ela é significativa para o entendimento do enunciado.
2. c) Retome o conceito de oração principal. Lembre-os de que o período composto por subordinação é constituído de uma oração, denominada subordinada, porque ela desempenha a função sintática de outra. Essa outra oração se chama oração principal
3. a) Verifique se os estudantes percebem que a conjunção pra que exprime uma finalidade, ligando palavras no mesmo período e estabelecendo relação de sentido entre eles.
3. b) Cite outros exemplos de conjunções e locuções que indicam finalidade: a fim de que, para que, que, porque. Se julgar conveniente, escreva na lousa algumas frases utilizando essas conjunções.
PROPOSIÇÕES
Comente o aspecto durativo das formas verbais que se identificam nas orações subordinadas adverbiais: Quanto mais as soluções demoram, mais sentimos o impacto nas finanças.
Peça aos estudantes que substituam quanto mais por à medida que: Sentimos mais o impacto nas finanças à medida que as soluções demoram. Leve-os a observar as mudanças ocorridas no período em razão da alteração da locução conjuntiva.
Converse com a turma sobre os diferentes tipos de circunstância que as orações subordinadas adverbiais podem expressar. Escreva o nome de cada circunstância na lousa.
Veja, a seguir, outros tipos de oração subordinada e as relações estabelecidas pelas conjunções subordinativas que as introduzem.
Oração subordinada adverbial causal Indica a causa do fato expresso na oração principal. Exemplo: Como não sabem lidar com os filhos, muitos pais buscam aconselhamentos com especialistas.
oração subordinada adverbial causal conjunção
oração principal
As conjunções subordinativas causais são porque, como, uma vez que, já que, visto que, entre outras.
Oração subordinada adverbial condicional Indica a condição para que o fato expresso na oração principal se realize. Exemplo: Os pais tomarão medidas drásticas caso seus filhos não restrinjam o consumo de supérfluos.
oração principal oração subordinada adverbial condicional conjunção
As conjunções subordinativas condicionais são se, caso, desde que, contanto que, a não ser que, exceto se, entre outras.
Oração subordinada adverbial conformativa Indica acordo, concordância, conformidade do fato expresso na oração subordinada com o expresso na principal. Exemplo: Como a psicóloga afirma, os pais precisam aprender a dizer não.
oração principal oração subordinada adverbial conformativa conjunção
As conjunções subordinativas conformativas são conforme, como, segundo, consoante, entre outras.
Oração subordinada adverbial final Indica a finalidade, o objetivo do que está expresso na oração principal. Exemplo:
Mudanças no comportamento da família devem ser priorizadas com urgência,
oração principal
a fim de que os filhos não se tornem consumistas.
oração subordinada adverbial final conjunção
As conjunções subordinativas finais são para que, a fim de (que), entre outras.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 230
Oração subordinada adverbial proporcional
Indica uma proporção ou gradação em relação ao fato expresso na oração principal.
Exemplo:
Quanto mais as soluções demoram, mais sentimos os impactos do consumismo infantojuvenil.
oração principal oração subordinada adverbial proporcional conjunção
As conjunções subordinativas proporcionais são quanto mais, quanto menos, à medida que, ao passo que, entre outras.
Oração subordinada adverbial: alguns usos
1. A separação da oração subordinada adverbial com vírgulas é opcional quando ela for escrita após a oração principal, mas é obrigatória quando estiver intercalada ou anteposta à oração principal. Exemplos:
• As crianças são mais vulneráveis que os adultos em relação ao bombardeio de anúncios.
oração principal
• Quanto mais anúncios publicitários houver, mais o público infantojuvenil estará vulnerável ao apelo consumista.
oração principal
A separação das orações subordinadas adverbiais é, portanto, semelhante à dos adjuntos adverbiais em uma oração.
2. A s orações subordinadas adverbias causais apresentam ideias de causa, razão, explicação ou motivo, assim como as orações coordenadas explicativas. Exemplos:
• Os pais fizeram questionamentos porque estavam insatisfeitos com o bombardeio de publicidade infantil.
oração subordinada adverbial causal
• Os pais fizeram questionamentos, porque alguém precisa tomar uma providência sobre o abuso de publicidade.
oração coordenada sindética explicativa
Observe que a oração subordinada adverbial causal ocorre quando se deseja justificar o que a oração principal expressa. Já a oração coordenada sindética explicativa não se relaciona com o conteúdo da oração anterior, mas explica o que se afirmou nela.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd
ABI – A vírgula. 2016. Vídeo (1 min). Publicado pelo canal ABI TV. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=XTuyz4jm7QM. Acesso em: 14 jul. 2022.
Esse vídeo, recomendado para professor e estudantes, fala sobre os efeitos de sentido construídos pela presença ou pela ausência da vírgula.
PROPOSIÇÕES
Retome o emprego da vírgula no período simples. Lembre-os de que, no período simples, os adjuntos adverbiais, quando deslocados de seu lugar, são separados por vírgula. Situação análoga ocorre com a oração subordinada adverbial: quando antecede a principal, é separada dela por vírgula.
Caso julgue pertinente, enfatize aos estudantes a diferenciação entre as orações coordenadas explicativas e as subordinadas adverbiais causais. As orações coordenadas explicativas apresentam explicações, motivos para ordens e pedidos subjetivos. As orações subordinadas causais, por sua vez, apresentam razões para acontecimentos.
PROPOSIÇÕES
Antes de iniciar a leitura da reportagem que serve de base para as atividades 1 a 5 de Atividades, levante os conhecimentos prévios dos estudantes em relação à ideia presente no título da reportagem. Espera-se que eles se surpreendam e fiquem motivados com o fato de haver produtores de conteúdo que usam redes sociais para mostrar a realidade na periferia.
REALIZAÇÃO
1. Levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a existência de influenciadores digitais da periferia como produtores de conteúdo em redes sociais e promova a produção de hipóteses sobre a reportagem que lerão. Explique a eles a relevância dessa reportagem, uma vez que trata sobre a ascensão dos jovens que moram em comunidades, tornando-se protagonistas de suas histórias. O gênero reportagem está inserido no campo jornalístico-midiático, oferecendo aos estudantes conhecimentos e informações para melhor compreensão da sociedade. Proponha que realizem uma primeira leitura de maneira autônoma e silenciosa do texto. Depois, realize uma leitura compartilhada e colaborativa, promovendo pausas para relacionar as informações lidas com os sentidos levantados antes da leitura e para confirmar ou não as hipóteses levantadas por eles. Se necessário, esclareça o sentido de lifestyle (estilo de vida de uma pessoa ou de um grupo de pessoas que compartilham ideias, preferências e gostos semelhantes) e hype (algo que está muito na moda ou “dando o que falar”).
ATIVIDADES
1. a) Para evidenciar o potencial das comunidades que vivem na periferia das grandes cidades, de modo a dar destaque a elas e às iniciativas de pessoas como Nathaly.
1. Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem que mostra o potencial de influenciadores da periferia como produtores de conteúdo em redes sociais.
Influenciadores narram vida e falam sobre consumo na periferia
Produtores de conteúdo usam redes sociais para mostrar realidade na favela [21 maio] 2022 às 13h00
SÃO PAULO e RIO DE JANEIRO
[...]
Nas redes sociais, influenciadores digitais expõem o dia a dia nas comunidades e compartilham ideias e talentos com milhares de seguidores. São influencers que produzem conteúdo sobre o lugar de onde vêm com o objetivo de dar destaque a pessoas e iniciativas da periferia, para além dos estereótipos. [...]
[...]
‘Meu nicho é lifestyle de baixa renda’ Nathaly Dias, 29, a Blogueira de Baixa Renda, do Rio
1. b) O poder e a iniciativa de mulheres jovens moradoras da periferia que, com trabalho, iniciativa e criatividade, se destacam nas redes sociais.
Em 2018 eu lancei meu Instagram inspirada nas criadoras de conteúdo sobre casa. Estava me mudando para um apartamento no morro do Banco [zona oeste do Rio] que era muito bonitinho, com acabamento em gesso, aquela coisa que quem não vive na favela acha que não tem aqui. As pessoas ficaram curiosas para ver mais, e na época não existia o hype de mostrar a vida como ela é.
Meu nicho é lifestyle de baixa renda, porque falo de tudo. Sobre coisas do meu cotidiano, economia, finanças, ciências sociais. Quero ser a ‘front girl’ [representante] da favela. Acho lindo quando vejo alguém falando ‘você é do morro e olha onde você está chegando por causa do seu trabalho’.
Eu ganho dinheiro fazendo publicidade que tenha a ver com a minha vivência, fecho projetos com empresas que fazem sentido para mim. As marcas não enxergavam pessoas da favela, da periferia, como pessoas que consomem. Hoje elas entendem que a comunidade é forte porque mostra a realidade da maioria dos brasileiros. [...]
INFLUENCIADORES narram vida e falam sobre consumo na periferia. Folha de S.Paulo, São Paulo; Rio de Janeiro, 21 maio 2022. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/mpme/2022/05/influenciadoresnarram-vida-e-falam-sobre-consumo-na-periferia.shtml. Acesso em: 7 jun. 2022.
a) Por que a reportagem dá voz a jovens como Nathaly Dias?
b) Ao escolhê-la para fazer parte da reportagem, que perspectiva é ressaltada no texto?
2. Nathaly é conhecida na internet como Blogueira de Baixa Renda.
a) Inicialmente, suas mídias sociais abordavam apenas um tema. O que pode ter levado a criadora de conteúdo a ampliá-lo?
b) Qual é o grupo que parece representar o maior número de seguidores dessa criadora de conteúdo?
Provavelmente, o interesse e a curiosidade dos seus seguidores a respeito da vida na favela a levaram a falar sobre economia, ciências sociais etc.
2. b) Provavelmente, a maioria são pessoas que não vivem nem conhecem o modo de viver das pessoas das comunidades, por isso sentem curiosidade e acessam postagens e conteúdo de Nathaly.
1. a) e 1. b) Ressalte aos estudantes a importância de esses jovens darem mais espaço à voz da periferia, comunicando-se com diversas pessoas, destacando as pessoas e as iniciativas que são promovidas na periferia.
2. Comente que nas comunidades, assim como há problemas sociais, há vários projetos culturais que não são divulgados, e que a vida não se resume apenas a aspectos
que ressaltem a pobreza e a violência. Os moradores consomem, estudam e festejam como em todos os lugares.
3. Explique aos estudantes que esses termos são empregados por um grupo de pessoas, definindo a identidade desse grupo.
4. Se achar oportuno, explique à turma a diferença do porque como conjunção subordinada causal e como conjunção coordenada explicativa, por meio de exemplos.
4. a) Trata-se de uma oração subordinada adverbial causal, pois ela traz a causa de Nathaly atingir seu público (seu nicho), que é o fato de falar sobre tudo.
3. No seu depoimento, Nathaly usa alguns termos como lifestyle, hype e front girl.
a) O que o uso desses termos revela? Revela que ela faz parte do grupo de criadores de conteúdo, por isso usa termos comuns a esse grupo.
b) Em sua opinião, com que finalidade ela empregou esses termos?
4. Releia este outro trecho.
3. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que Nathaly quer evidenciar o seu papel de criadora de conteúdo e mostrar ao leitor que ela conhece o assunto.
Meu nicho é lifestyle de baixa renda, porque falo de tudo. [...]
a) O período é composto de duas orações. De acordo com o sentido, como pode ser classificada a segunda oração? Justifique sua resposta.
b) Que conjunção possibilita a introdução dessa ideia? A conjunção porque.
5. No período a seguir, há uma oração em destaque.
[...] Acho lindo quando vejo alguém falando ‘você é do morro e olha onde você está chegando por causa do seu trabalho’.
5. a) Ela indica uma circunstância de tempo; informa o momento ou a situação que ela considera lindo.
a) Que efeito de sentido essa oração produz no período? Que circunstância ela indica?
b) Que conjunção possibilita a construção dessa ideia? Como se classifica a oração que ela introduz? A conjunção é quando; a oração é uma subordinada adverbial temporal.
6. Neste poema de Elias José, o eu lírico revela como age nos momentos em que se sente invadido em seu quarto. Leia-o.
Invasão proibida
Que ninguém invada meu quarto, minha toca, meu esconderijo, meu caramujo, que eu viro fera.
Se minha mãe bater na porta, eu não abro.
Se meu pai bater na porta, eu não abro.
Irmão, se bater, eu mato.
Não abro pra ninguém… ou melhor… pensando bem… se ele batesse…
Quase abri a porta só do susto de pensar.
JOSÉ, Elias. Invasão proibida. In: JOSÉ, Elias. Cantigas de adolescer. São Paulo: Atual, 1992. p. 14.
a) O que o quarto do eu lírico representa para ele?
7. Releia a primeira estrofe.
Um local sagrado, um refúgio onde ninguém pode entrar.
b) Dos termos que o eu lírico emprega para se referir ao seu quarto, qual expressa com mais ênfase a relação de propriedade? Explique. O termo caramujo, porque esse animal carrega sua casa nas costas. O uso desse termo enfatiza o sentimento de posse do eu lírico por seu quarto.
a) Que verso informa o que ocorrerá se alguém invadir o quarto do eu lírico?
O verso “que eu viro fera”.
b) No caderno, transcreva a alternativa que corresponde à ideia expressa por esse verso.
A. Comparação.
B. Proporção.
5. Reforce que a oração subordinada adverbial temporal exprime ideia de tempo.
6. Eleja dois estudantes para realizar a leitura em voz alta do poema. Também é possível pedir a eles que se ofereçam ou, ainda, indique os leitores mediante sorteio. Reforce que a leitura de um poema precisa considerar a impostação da voz, a entonação, as pausas, o ritmo, a linguagem corporal, por intermédio de expressões faciais, gestos,
C. Consequência.
D. Condição. Alternativa C
e vários outros elementos que destacam a mensagem que o poeta deseja propagar. O trabalho com poemas tem o objetivo de promover um progresso importante no atributo da leitura literária, propiciando aos estudantes que observem as relações entre o texto e as suas condições de produção e recepção.
6. a) Verifique se os estudantes compreendem que, para o eu lírico, o seu quarto é um
local apenas dele, onde se sente seguro.
6. b) Comente que o eu lírico considera seu quarto o seu mundo.
7. a) Se necessário, retome o poema com os estudantes para que localizem o verso que informa o que ocorrerá se alguém invadir o quarto do eu lírico.
7. b) Certifique-se de que os estudantes compreendem que o verso “que eu viro fera” será uma consequência caso alguém invada o quarto do eu lírico.
COMO ler Poesia - LiteraturaPedro Gonzaga - Instantâneo. 2014. Vídeo (5 min). Publicado pelo canal Instantâneo Aulas. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=Qn-308O-7YA. Acesso em: 14 jul. 2022. Nesse vídeo, recomendado para professor e estudantes, o professor Pedro Gonzaga dá dicas de como ler e recitar poemas, assim como interpretá-los.
REALIZAÇÃO
Atividades
8. a) Verifique se percebem que os versos “ou melhor… / pensando bem…” admitem mudança.
8. b) Sugira que completem o verso: “se ele batesse…”. Em seguida, peça que troquem batesse por bater e completem esse novo verso. Observe com eles a correlação verbal que se estabelece em cada um dos casos.
9. a) e 9. b) Reitere aos estudantes que as orações subordinadas adverbiais, quando antecedem a oração principal, sempre são separadas dela por vírgula.
10. Complemente que a separação da oração subordinada adverbial com vírgulas é opcional quando ela for escrita após a oração principal, mas é obrigatória quando estiver intercalada ou anteposta à oração principal.
PROPOSIÇÕES
A atividade proposta em Língua em cena tem como finalidade incentivar os estudantes a buscar em manchetes jornalísticas as questões abordadas na seção de análise linguística, aplicando, em textos do cotidiano e escolhidos por eles, o que aprenderam de forma efetiva. O objetivo é estimular a prática da pesquisa, observação, análise, comparação e, em seguida, elaborar suas próprias conclusões a respeito do assunto.
8. Na quinta estrofe, o eu lírico admite uma mudança.
a) Que versos sugerem essa mudança? Os versos “ou melhor… / pensando bem…”.
b) Que verso revela uma possibilidade de o eu lírico agir de maneira diferente?
O verso “se ele batesse…”.
c) Pelas marcas no poema, quem poderia ser essa pessoa a quem o eu lírico se refere? Explique. Uma pessoa especial, por quem o eu lírico sente algo diferente, já que só de pensar nela ele se assusta e quase abre a porta.
9. Releia estas estrofes do poema.
[...]
Se minha mãe bater na porta, eu não abro.
Se meu pai bater na porta, eu não abro.
Irmão, se bater, eu mato.
[...]
10. a) A oração está separada do resto do período por duas vírgulas.
10. b) Espera-se que os estudantes deduzam que é porque a oração “se bater” está no meio da oração principal, portanto deve ser intercalada com vírgulas.
10. c) Enfatiza a posição do eu lírico em relação ao seu irmão, como uma forma de intensificar a relação de irritação.
a) O que você observa de semelhante na pontuação nas orações que compõem os versos das duas primeiras estrofes? A oração subordinada está separada da oração principal por uma vírgula.
b) O que justifica o uso dessa pontuação? O fato de a oração subordinada anteceder a oração principal.
10. Releia a terceira estrofe do trecho do poema reproduzido na atividade anterior.
a) O que você observa em relação à pontuação da oração subordinada?
b) Que característica na composição do período pode justificar essa pontuação?
c) Que efeito de sentido o uso dessa pontuação produz nesses versos?
LÍNGUA EM CENA
Períodos compostos em manchetes jornalísticas
Junte-se a um colega e pesquisem manchetes jornalísticas que contenham períodos compostos. Em seguida, copiem essas manchetes no caderno.
Depois, verifiquem se, nas manchetes selecionadas, predominam períodos compostos por coordenação, subordinação ou mistos. Analisem, em seguida, as orações e os sentidos que elas atribuem à oração principal (se for o caso), os efeitos que atribuem à construção de sentidos das manchetes e como contribuem para que ela cumpra seu objetivo de atrair o olhar do leitor. Avaliem se as conjunções empregadas na composição do período são de uso frequente ou não, se aparecem em mais de uma das manchetes selecionadas.
Anotem suas conclusões e apresentem para a turma no dia previamente combinado com o professor.
REALIZAÇÃO Língua em cena
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd
Caso seja possível, leve os estudantes para a sala de informática ou biblioteca, ou, ainda, permita que realizem a pesquisa das manchetes pelos próprios smartphones
Auxilie-os a perceber como a predominância dos períodos compostos por coordenação,
subordinação ou mistos ocorre para a significação do texto, que efeitos de sentido esses períodos provocam, que funções desempenham, por que acontecem e como acontecem, a que pretensões comunicativas respondem e outros aspectos que estão no texto por causa de alguma função ou de algum sentido pretendido.
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
Marcadores conversacionais
Na transcrição da entrevista de Livia Marques foram mantidas algumas marcas próprias da oralidade para que fosse possível entender e atribuir sentidos ao texto.
1. Releia um trecho da entrevista transcrita.
1. b) Provoca um efeito de continuidade, de progressão; indica que o falante irá dar início à sua fala, encadeando suas ideias.
Livia: Então... [fala pausada] a propaganda, ela é feita direcionada...
Apresentadora: [interrompendo] Uhum...
Livia: [continuando sua fala] O marketing é feito direcionado...
Apresentadora: [interrompendo] Sim...
Livia: [dando continuação à fala] E hoje a gente além [enfatiza] dos comerciais, a gente tem a TV a cabo que tem, por exemplo, é... canais infantis [faz uma pausa]. [...]
a) A palavra então traz alguma informação sobre o conteúdo abordado nesse trecho do texto?
A palavra então não traz nenhum acréscimo ao conteúdo.
b) Que efeito de sentido essa palavra produz? O que indica?
2. A expressão uhum foi usada pela apresentadora com a mesma intencionalidade? Justifique sua resposta.
Espera-se que os estudantes infiram que não. Nesse contexto, a expressão indica uma concordância por parte da apresentadora com o que está sendo dito.
3. Releia o trecho da fala da entrevistada.
[...] a gente além [enfatiza] dos comerciais [...].
3. Espera-se que os estudantes respondam que esse termo atribui sentido de expansão do tópico do assunto, sugere que há algo mais a ser dito além da informação sobre os comerciais citados.
• Que efeito de sentido o termo em destaque atribui ao trecho?
Nas atividades anteriores, as palavras e expressões analisadas são usadas para encadear, articular, organizar a conversação, possibilitando maior interação entre os falantes. São os marcadores conversacionais
Marcadores conversacionais são palavras ou expressões típicas da fala que, embora não tenham um conteúdo temático, fornecem pistas importantes para o interlocutor, ajudando a construir o texto falado e a dar coesão e coerência a ele.
Exemplo:
[...] A primeira coisa que eu digo é a seguinte... os pais devem ter um diálogo aberto com esta criança [...].
No exemplo, a expressão em destaque não traz nenhuma informação relativa ao que vai ser falado. A função dela é indicar ao interlocutor que o falante iniciará a explanação sobre o assunto. Não há um critério único para organizar os marcadores conversacionais e não há classes gramaticais específicas para exercer essa função. Alguns exemplos são: olhe, viu, pois é, é verdade, hein, ahn, hum
PROPOSIÇÕES
A língua oral é a modalidade mais comum no dia a dia, por isso o estudo dos marcadores conversacionais, em foco em Questão de fala e escrita, é muito importante. Esses elementos amarram o texto tanto no aspecto da estrutura verbal quanto no aspecto da interação interpessoal.
REALIZAÇÃO
Questão de fala e escrita
1. Explique aos estudantes que essas palavras, na maioria das vezes, são usadas para encadear, articular e organizar a conversação, possibilitando maior interação entre os falantes.
2. Comente que esse é um marcador que pode ser considerado um apoio da apresentadora à fala da entrevistada. Diga que os marcadores conversacionais são elementos linguísticos que organizam a interação interpessoal, isto é, sinalizam a relação estabelecida entre os interlocutores.
3. Explique que os marcadores conversacionais são definidos de acordo com os papéis que desempenham na fala, nesse caso, atribuindo o sentido de ex pan são do tópico apresentado.
PRETI, Dino Fioravante (org.). Análise de textos orais. 4. ed. São Paulo: Humanitas, 1999. (Projetos Paralelos, 1).
A obra concentra um conjunto de artigos dos pesquisadores do Projeto Norma Urbana Culta da cidade
de São Paulo (NURC/SP), cujo objetivo foi escrever uma obra de introdução à análise da língua oral, empregando linguagem acessível a estudantes universitários e professores de Ensino Fundamental e Médio.
NUNES, Emiliane Gil. Os marcadores conversacionais na constituição do texto falado. Verbum , São Paulo, v. 6, n. 2, p. 120-125, fev. 2017. Disponível em: https:// revistas.pucsp.br/verbum/article/ view/30162/22042. Acesso em: 14 jul. 2022.
O ensaio, recomendado para o professor, define e caracteriza os marcadores conversacionais e explicita as funções que eles exercem nos turnos de fala.
PARA ACESSAR PARA LERPROPOSIÇÕES
Comente que os marcadores desempenham na conversação diferentes funções: preenchem silêncios, monitoram o ouvinte, marcam unidades temáticas, indicam o início e o fim de asserções, dúvidas, antecipam o que será dito, corrigem ou excluem posições anteriores, reorganizam a fala e orientam o discurso.
Em Atividade, embora esta atividade esteja disposta antes da seção Produção oral, ela deverá ser feita após a realização do debate dos estudantes e ser planejada com antecedência.
REALIZAÇÃO
Atividade
Grave o debate utilizando ferramentas de captura de áudio e/ou de vídeo. Em seguida, faça a transcrição do áudio, selecionando trechos em que os debatedores utilizaram marcadores conversacionais no momento que estavam com a palavra. Revise o texto e passe-o a limpo, em uma folha de papel separada (pode ser redigido à mão ou digitado no computador). Faça cópias desse texto e o entregue para cada um dos grupos a fim de que realizem a atividade proposta. Durante a escrita do texto, deixe os marcadores conversacionais sem nenhum destaque, visto que o objetivo da atividade é que os grupos os identifiquem e os analisem.
Espera-se que os estudantes infiram que, como os marcadores conversacionais são definidos de acordo com as funções que desempenham na fala, podem existir variados critérios para sua classificação.
Critérios de organização dos marcadores conversacionais
• Início: aí, então, depois, agora, veja, bom, é o seguinte etc.
• Subdivisão: primeiro, em seguida, inicialmente, em segundo lugar etc.
• Final: então tá, percebeu?, entendeu?, viu?, que acha? etc.
• Concordância: tá, está bem, certo, claro etc.
• Discordância: isso não, assim também não, não é bem assim etc.
• Dúvida: será?, é mesmo?, tem certeza? etc.
• Hesitação: ah, eh, é…, hmm etc.
• Expansão do assunto: além disso, além do mais, e tem mais, outra coisa etc.
ATIVIDADE
Você e os colegas da turma farão uma atividade diferente das atividades geralmente propostas nesta seção. O objetivo será analisar os marcadores conversacionais em textos orais transcritos. Para isso, sigam as próximas orientações.
1. Organizem-se em grupos e leiam o texto transcrito entregue pelo professor.
2. Identifiquem os marcadores conversacionais usados em sua construção.
3. Destaquem ou sublinhem as palavras e/ou expressões que vocês acham que funcionam como marcadores, considerando os exemplos apresentados nesta seção e a análise que fizeram da transcrição da entrevista, no Capítulo 2
4. No caderno ou em uma folha separada, cada integrante do grupo deve organizar os marcadores conversacionais encontrados, de acordo com as funções que eles exercem. Para isso, releiam o tópico anterior Critérios de organização dos marcadores conversacionais.
5. Comparem as respostas entre os integrantes do grupo e cheguem a uma conclusão. Depois, comparem a conclusão de vocês com a dos demais grupos. Verifiquem se eles fizeram a mesma classificação, se acrescentaram outros marcadores além dos considerados por vocês e investiguem por que eles pensaram dessa maneira.
6. Verifiquem se algum marcador conversacional ficou sem classificação ou não se encaixou em nenhuma das funções sugeridas.
7. Por fim, procurem concluir: Podem existir outros critérios para classificar os marcadores conversacionais? Deem exemplos. Respostas pessoais.
REALIZAÇÃO
Produção oral
PRODUÇÃO ORAL Debate
Depois de analisar vários textos de opinião, a turma será organizada em grupos para a realização de um debate. Cada grupo assumirá um posicionamento diferente e deverá elaborar argumentos consistentes e tomar a palavra em defesa do seu ponto de vista sobre uma questão polêmica a ser escolhida por todos.
Planejando o debate
Com a ajuda do professor, a turma será organizada em quatro grupos: dois debatem sobre o tema 1 e os outros, sobre o tema 2.
1 Escolham, por votação, os dois grupos que discutirão cada tema.
Tema 1: Programa de entretenimento ou programa de formação de consumidores?
Tema 2: Pais consumidores ou crianças consumidoras?
2 Escolhidos os temas, o professor ajudará a organizar os grupos e seus respectivos posicionamentos.
3 Para que os posicionamentos sejam bem fundamentados, é necessário que os integrantes de cada grupo levantem informações de fontes confiáveis. Organizem-se no grupo, para que um ou mais integrantes fiquem responsáveis pelos tópicos a seguir.
• Coleta de material: leitura de artigos, pesquisas e notícias sobre o assunto; levantamento de dados estatísticos, gráficos e/ou infográficos, fotografias e ilustrações sobre o assunto, para justificar o posicionamento do grupo; além da preparação de um resumo dessas informações.
• Entrevistas: seleção das pessoas que poderão ser entrevistadas (professores, especialistas, pais ou responsáveis, estudantes) e elaboração das perguntas.
4 Antecipadamente, decidam entre a turma e o professor quem será o moderador do debate, ou seja, o responsável por apresentar o tema a ser discutido, por avaliar o tempo de fala de cada debatedor e por encerrar o debate.
Elaborando argumentos do debate
1 Organizem e leiam o material coletado para selecionar as informações que melhor fundamentem o posicionamento do grupo.
2 Em seguida, com base nessas informações, preparem os argumentos. Elaborem pelo menos um argumento de cada tipo: apresentar exemplos de casos ou situações do cotidiano que
PROPOSIÇÕES
Em Produção oral, antes de iniciar o debate, é importante relembrar com os estudantes o papel de cada um na atividade. Por meio desse trabalho, do campo de atuação na vida pública, pretende-se ampliar e qualificar a
participação dos jovens nas práticas relativas ao debate de ideias e às atuações política e social.
Após o debate, se possível, crie um fórum na internet para que a comunidade possa postar comentários e opiniões sobre o assunto debatido.
Na etapa Planejando o debate, reitere aos estudantes que a produção oral do gênero debate tem como objetivo promover a discussão de ideias, buscando convencer os interlocutores a aceitar o ponto de vista defendido. Essa atividade propicia a formação de estudantes conscientes a respeito da importância de manifestar suas opiniões sobre assuntos pertinentes à realidade e prepara-os para ouvir, com atenção e respeito, as ideias opostas às suas.
A turma será dividida em quatro grupos, que, por meio de votação, assumirão diferentes posicionamentos. Cada grupo deverá elaborar argumentos consistentes e tomar a palavra em defesa do seu posicionamento, a depender do tema pelo qual ficou responsável.
A turma pode escolher o próprio professor como o moderador do debate, pois este deve ser uma pessoa neutra entre os dois grupos.
Na etapa Elaborando argumentos do debate, retome os tipos de argumento e destaque que todo argumento deve ser embasado, isto é, deve partir de informações previamente adquiridas. Isso dá força ao argumento. Explique que, ao argumentar usando exemplos, os debatedores deverão apresentar exemplos coerentes com a realidade.
Enfatize a importância de os estudantes anteciparem possíveis questionamentos, dúvidas e pensamentos contrários. Essa antecipação permite preparar contra-argumentos adequados ao debate. Ressalte que a problemática deve ser apresentada no início, sempre tomando cuidado para não haver contradições, e a conclusão deve ser prevista pelo debatedor.
REALIZAÇÃO
Na etapa Realizando o debate, determine um tempo para a preparação dos debatedores dos diferentes grupos. Oriente aqueles que vão debater a planejar as suas falas, memorizar os argumentos e se preparar para possíveis perguntas e contestações dos oponentes e/ou da plateia.
Converse sobre a necessidade de as observações e os comentários serem sempre cuidadosos e empáticos, evitando constranger quem não se destacou na atividade. Reforce a ideia de que todos são aprendizes.
PARA ACESSAR
SILVA, Davidson Wagner da; SARTORI, Adriane Teresinha. O gênero “debate regrado” no espaço escolar. Entretextos, Londrina, v. 16, n. 2, p. 153-178, jul./dez. 2016. Disponível em: http://www.uel.br/ revistas/uel/index.php/entretextos/ article/view/23957. Acesso em: 14 jul. 2022.
Esse artigo aborda uma experiência realizada em sala de aula com o gênero textual debate regrado. Embora tenha sido realizada com estudantes do Ensino Médio, há muitos elementos pertinentes que podem ser aplicados em turmas do Ensino Fundamental.
confirmem o ponto de vista; explicar causas e consequências desse fato ou ideia; opinião de especialistas entrevistados e de conhecidos; fatos, dados estatísticos, resultados de pesquisa e de estudos; citar algo da experiência pessoal de algum colega etc.
3 Lembrem-se de elaborar contra-argumentos que rebatam possíveis objeções aos argumentos apresentados.
4 Preparem algumas perguntas para fazer ao debatedor do outro grupo.
5 Na preparação dos argumentos, usem os operadores argumentativos, que ajudam a dar coesão.
6 Escolham um debatedor – o colega que vai representar o grupo. Com a ajuda dos outros integrantes, o debatedor deverá preparar uma ficha com os argumentos, os contra-argumentos e as perguntas que fará ao grupo opositor.
7 Ensaiem o debate. Juntos, planejem as estratégias relacionadas à:
• fala, como a modulação de voz, a entonação, os termos que precisam de maior ênfase;
• postura corporal, movimentos e gestos expressivos, expressão facial, contato visual com plateia;
• linguagem, evitando o uso de gírias e elementos como né, tá, aí, tô, que poderão dar a impressão de hesitação excessiva e prejudicar a construção dos argumentos;
• utilização de concordância verbal e nominal.
Importante
Para que o debate possibilite ampliar e aprofundar o conhecimento sobre o tema, é importante que considerem os aspectos a seguir.
• Os debatedores devem expor o posicionamento e apresentar os argumentos com clareza e sem atropelos.
• Devem evitar a repetição dos argumentos.
• Para expressar apoio e concordância às ideias do outro grupo, empreguem, por exemplo: concordo em parte.../discordo em parte…, por um lado…/por outro lado…, estou totalmente de acordo... etc.
• Empreguem fórmulas típicas de argumentação, como: gostaria de retomar, ampliar, esclarecer…; vale lembrar...; é importante notar que…; é verdade que X é…; não podemos esquecer…; no entanto…; segundo… etc.
• Procurem utilizar o registro formal nessa situação de comunicação.
Realizando o debate
1 O debate deverá ser iniciado com a palavra do moderador. Para isso, deve considerar os seguintes passos:
• saudar a plateia, apresentar os debatedores e o tema ser discutido;
• informar à plateia a duração do debate e as regras;
• esclarecer como deverá ser a participação da plateia durante o debate.
2 Após a abertura do debate, os debatedores expõem os argumentos que sustentam o posicionamento do grupo. Caberá aos debatedores:
• estarem atentos ao que o colega fala;
• não interromper quem está com a palavra;
• ter polidez na postura e na linguagem.
3 Durante o debate, caberá à plateia:
• manter-se silenciosa e atenta;
• anotar as perguntas, dúvidas, comentários para os debatedores;
• participar, observando as regras anunciadas pelo mediador.
4 Façam uma nova rodada de argumentos e contra-argumentos entre os debatedores, de acordo com as regras preestabelecidas.
5 Ao final do debate, o moderador agradece aos participantes e à plateia.
Avaliando o debate
Após a realização do debate, avaliem a atividade coletivamente, com base nos itens a seguir.
1 O debate foi bem-organizado e claro quanto às regras e ao tema?
2 Os participantes mantiveram o respeito entre si do início ao fim?
3 O debate proporcionou novas compreensões e percepções sobre a questão discutida?
4 A opinião defendida por cada debatedor foi apresentada com clareza?
5 O mediador cumpriu de modo adequado as funções de abrir e de encerrar o debate?
6 O mediador organizou bem as participações dos debatedores e da plateia?
7 Os argumentos apresentados foram consistentes?
8 Houve apresentação de contra-argumentos?
9 A participação da plateia contribuiu com o debate?
10 A plateia respeitou as regras combinadas?
11 Os operadores argumentativos foram usados adequadamente?
12 As manifestações de concordância e discordância foram feitas com expressões adequadas?
13 As falas foram bem-preparadas, evitando expressões como né, tá, aí, tô?
14 A linguagem empregada foi adequada à situação e não houve uso de gírias?
Na etapa Avaliando o debate, auxilie na avaliação do debate. Questione se acharam a atividade produtiva e o que fariam de diferente nas próximas apresentações. Após o debate, se for possível, crie um fórum na internet para que a comunidade possa postar comentários e opiniões sobre o assunto debatido.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Helena Rodrigues Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
Entre outros aspectos relevantes para o estudo dos gêneros textuais, a obra, recomendada para o professor, destaca-se pela ênfase nos gêneros orais e em sua aplicação nas aulas de língua. Encontram-se, no livro, sequências didáticas sobre o ensino dos gêneros exposição oral e debate público, produzidas por Bernard Schneuwly, Joaquim Dolz e colaboradores.
Habilidades de encerramento
• EF69LP11
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF89LP27
• EF69AR03
• EF69AR31
• EF69AR35
PROPOSIÇÕES
A competição mais antiga de jogos eletrônicos de que se tem notícias ocorreu em 1972, nos Estados Unidos, para estudantes da Universidade Stanford. De lá para cá, os jogos eletrônicos só crescem, conquistando mais público e mais jogadores. Os jogos eletrônicos possibilitaram a criação de novas áreas de atuação profissional e muitos desses jogos reúnem equipes de trabalho com centenas ou até mesmo milhares de profissionais. Há o registro de jogos produzidos por mais de 2 mil pessoas, por exemplo, muitas delas artistas.
Encaminhe a seção com os estudantes sugerindo reflexões para além dos eSports, visando uma análise das múltiplas possibilidades que a internet, e o desenvolvimento dela, apresentam às pessoas e às sociedades. É importante concluir com eles que a internet pode causar prejuízos à saúde física e mental das pessoas se não for usada com consciência e cuidado, mas que, desenvolvendo crítica e bons hábitos de uso, ela pode ser muito interessante e vantajosa para todos.
REALIZAÇÃO
O universo dos eSports
Neste módulo, você estudou artigo de opinião, cartum, entrevista e debate e, assim, pôde refletir de maneira crítica sobre o consumo, os riscos relacionados ao uso das tecnologias digitais de informação e comunicação. Agora, você vai estudar os eSports e pensar sobre como a internet também possibilitou novas formas positivas de interação, de difusão de conhecimentos e de diversão.
Os eSports são competições profissionais de jogos eletrônicos que reúnem dois ou mais jogadores (em nível individual ou na formação de equipes, conhecidas também como squads) que competem entre si em plataformas digitais, tanto em partidas on-line como em partidas que ocorrem presencialmente, em eventos abertos ao público. De acordo com a Confederação Brasileira de eSports, para se encaixar nessa categoria, as partidas devem ser sincrônicas, ou seja, os jogadores devem competir uns com os outros ao mesmo tempo.
As competições podem abrigar diversas modalidades de jogos, como, por exemplo, de estratégia, de ação, de simulação de uma partida de futebol. Tais jogos costumam ser feitos em produções grandes e complexas, que levam muito tempo e envolvem diversos tipos de profissionais, como designers de games, artistas visuais, músicos, atores e dubladores. Portanto, além de possibilitar uma nova modalidade de esporte, os eSports desenvolveram uma nova área de trabalho artístico.
1. Incentive os estudantes a rever a fotografia da arena do Rio de Janeiro (RJ), e a observar as características de um campeonato de eSports. Se necessário, ajude-os a notar que há um público numeroso ocupando quase todo o espaço. Ressalte também que existem telas posicionadas para mostrar ao público os jogos dos competidores em
tempo real. É interessante destacar para a turma que, apesar de a competição ocorrer inteiramente em plataformas digitais, é comum haver eventos presenciais que reúnem públicos que desejam assistir aos jogos próximo aos competidores.
2. Ressalte que os times de eSports são mistos, ou seja, formados de homens e de mulheres, mas, em sua maioria,
têm em sua composição mais homens do que mulheres. Verifique se eles compreendem que a questão não diz respeito apenas aos eSports, mas à relevância da participação da mulher em todas as áreas de conhecimento e atuação profissional.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 240 05/08/22 18:26
3. Ressalte que existem diversos tipos de jogo eletrônico e que cada um deles possui características e processos de
Com o crescente desenvolvimento da internet e dos jogos e tecnologias digitais, os eSports crescem a cada ano, conquistando cada vez mais público. Existem competições que reúnem públicos de milhares de pessoas em arenas para assistir presencialmente aos jogos dos competidores. Também é possível acompanhar essas competições em casa, pela televisão, em plataformas de streaming ou na internet. As fotografias a seguir são da Jeunesse Arena. Ela foi construída para receber as competições esportivas nos Jogos Panamericanos de 2007 e, depois, abrigou eventos esportivos, culturais e religiosos. Entre os meses de abril e maio de 2017, serviu de arena para a fase eliminatória do campeonato de um jogo eletrônico.
antes demandavam muito tempo de locomoção e agora podem ser feitas on-line de onde a pessoa estiver; gerou novas possibilidades profissionais; possibilitou a ampliação das linguagens artísticas etc. No caso dos eSports, a internet possibilitou que jogadores de lugares diferentes possam disputar simultaneamente entre si uma competição, e que o público, onde quer que esteja, possa assistir a essa competição, escolhendo o suporte que deseja (em canais oficiais, em plataformas de compartilhamento de vídeos; em sites específicos; em serviços de streaming).
As duas imagens desta página são da Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro (RJ), que recebeu a disputa entre duas equipes, em fase eliminatória de campeonato de um jogo eletrônico. Fotografias de 2017.
1. Em sua opinião, como o público acompanha as competições de eSports em eventos presenciais, conforme você pode ver na fotografia da Jeunesse Arena, na cidade do Rio de Janeiro?
Resposta pessoal.
2. Observe as imagens das jogadoras de eSports. Em sua opinião, qual é a importância da participação das mulheres nessa modalidade? Resposta pessoal.
3. Como você imagina que seja o processo de produção de um jogo eletrônico que envolve profissionais de diversas áreas?
Resposta pessoal.
4. Com base no que conheceu dos eSports e no que estudou ao longo deste módulo, quais são as possibilidades positivas que a internet oferece? Resposta pessoal.
5. Que características e ações são necessárias a uma pessoa para integrar uma equipe de eSports? Compartilhe sua opinião com os colegas e ouça as deles. Depois, verifiquem se as respostas foram semelhantes ou diferentes. Resposta pessoal.
PARA ACESSAR
O que são os eSports? Disponível em: http://cbesports.com.br/esports/esports-o-que-sao/#o-quee-esports. Acesso em: 27 jun. 2022.
No site da Confederação Brasileira de eSports (CBeS) é possível saber mais da história dessas competições e conhecer outras informações e curiosidades sobre elas.
D3-194-241-POR-F2-2102-V8-M5-LA-G24_AVU.indd 241
produção específicos, mas que muitos profissionais podem participar e contribuir. Incentive-os a refletir sobre quais profissionais das artes podem contribuir e de que maneira, de acordo com sua área de conhecimento. Pode-se dar alguns exemplos, como: ilustradores podem desenhar personagens e cenários; dubladores podem fazer gravações de voz que serão usadas para as falas das personagens ou de narradores;
músicos podem compor trilhas sonoras ou efeitos para acompanhar o desenrolar de histórias; escritores ou roteiristas podem criar o roteiro de jogos narrativos.
18:26
4. Incentive-os a reconhecer também os usos positivos e as vantagens e facilidades que a internet possibilitou para as pessoas. Pode-se comentar, por exemplo, que a internet facilitou a comunicação entre pessoas que não podem se encontrar fisicamente; facilitou tarefas que
5. Verifique se na turma há jogadores de eSports e, em caso positivo, peça-lhes que comentem a experiência. Caso os estudantes não possuam experiências desse tipo, auxilie-os a levantar hipóteses a respeito da pergunta da atividade. Espera-se que eles comentem que os integrantes das equipes precisam ter conhecimentos do jogo em que vão competir. Além disso, é necessário ter uma rotina de treino para dominar o jogo, ter pensamento estratégico, ser uma pessoa competitiva, e, ao mesmo, ter senso de cooperação e empatia, visto que em um time um integrante depende do outro para atingir o objetivo de vencer a partida. Outra consideração importante é que esses jogadores precisam cuidar da própria saúde, fazendo intervalos entre os treinos, alimentar-se adequadamente e praticar atividade física, visto que passam bastante tempo sentados, e devem ter uma rotina de sono saudável.
Pedr O PAVAN te/rIOt GAMeS VIA Getty IMAGeS cOlIN yOuNG-WOlFF/rIOt GAMeS VIA Getty IMAGeSCompetências do módulo
Gerais: 3, 4, 8, 9
Linguagens: 1, 2
Língua Portuguesa: 3, 6, 7, 9
Arte: 1, 7
Habilidades da abertura
• EF69LP15
• EF69LP21
• EF89LP27
Temas Contemporâneos Transversais
• Saúde
• Diversidade cultural
• Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
INTRODUÇÃO
Neste módulo, o eixo de leitura aborda os gêneros postagem em blogue, batalha de passinho e narrativa de memórias, e tem como tema as vivências dos jovens e adolescentes em diferentes contextos, contemplando, assim, os Temas Contemporâneos Transversais Saúde, ao abordar questões emocionais relacionadas à adolescência, Diversidade cultural, ao explorar a pluralidade das culturas juvenis, e Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras, por meio de estudo de narrativa de memórias de um escritor indígena. O eixo de análise linguística/semiótica trata da regência verbal, composição por aglutinação e outros processos na formação de palavras e concordância nominal. No eixo de produção textual, propõe-se a discussão de casos e a elaboração de uma apresentação oral.
OBJETIVOS
• Explorar os gêneros postagem em blogue e narrativa de memórias.
• Conhecer a batalha de passinho.
• Compreender e empregar a regência verbal.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 242 05/08/22
• Reconhecer a composição por aglutinação e outros processos de formação de palavras.
• Discutir casos reais de jovens que enfrentaram solidão, bullying e racismo.
• Entender e utilizar as regras de concordância nominal.
• Elaborar apresentação oral.
PROPOSIÇÕES
A imagem dessa abertura e as atividades de Imagem em foco visam incentivar os estudantes a se aproximar do tema do módulo, reconhecendo-se como cidadãos jovens, cientes de suas individualidades.
FIQUE POR DENTRO
• Postagem em blogue
• Batalha de passinho
• Regência verbal
• Processo de formação de palavras: composição por aglutinação
• Outros processos de formação de palavras
• Narrativa de memórias
• Discussão de casos
• Concordância nominal
• Produção oral: apresentação oral
• Juventudes plurais
que, para responder a essa pergunta, não é necessário participar do movimento hip-hop ou praticar dança de rua, pois a ideia é utilizá-la como geradora de tópicos para reflexão. Se necessário, problematize visões estereotipadas, preconceituosas ou etaristas (adjetivo relacionado à discriminação com base em idade) a respeito do tema, enfatizando que valores éticos e democráticos são necessários para qualquer discurso e análise.
Observe a imagem e converse com os colegas e o professor sobre as perguntas a seguir.
1. Quais elementos da imagem mais chamaram a sua atenção? Por quê?
Respostas pessoais.
2. Como você poderia utilizar esta imagem para falar da juventude?
Resposta pessoal.
3. Para você, o que é ser jovem?
Resposta pessoal.
4. Como você definiria a cultura juvenil da qual participa?
Resposta pessoal.
3. Explique a eles que, além da pouca idade, muitas características podem definir um jovem. Ressalte também que há múltiplas culturas juvenis e contextos e, portanto, muitas diferenças entre cada um dos jovens. Peça que pensem nas próprias características, gostos, opiniões, desejos e conflitos; assim, podem refletir sobre o que significa ser jovem no contexto em que vivem.
4. É interessante esse momento de troca para que eles reconheçam semelhanças e diferenças entre si e percebam que as culturas juvenis são múltiplas e fluidas. Oriente o debate, enfatizando trocas respeitosas e impedindo e problematizando qualquer forma de violência, como o bullying
REALIZAÇÃO
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 243
1. Verifique se os estudantes repararam que, enquanto o menino se apresenta, outros jovens observam em volta, sem interferir na dança. As vestimentas do menino que dança têm características comuns às usadas por integrantes do movimento hip - hop, que, há décadas, atrai muitos jovens brasileiros. Peça também que reparem que a
apresentação ocorre em um espaço ao ar livre e leiam a legenda para descobrir mais detalhes da fotografia.
2. Esta pergunta tem como objetivo envolver os estudantes no tema do módulo. A ideia é que eles se baseiem na imagem para desenvolver discursos próprios e apresentar as opiniões e os conhecimentos prévios que possuem a respeito da juventude. Ressalte
IMAGEM EM FOCOBNCC
Habilidades do Capítulo 1
TEXTO
• EF69LP11
• EF89LP14
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP15
• EF89LP03
POSTAGEM EM BLOGUE
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP16
• EF69LP17
• EF69LP56
• EF89LP01
• EF89LP02
• EF89LP03
• EF89LP04
• EF89LP06
• EF89LP16
• EF08LP13
• EF08LP16
TEXTOS EM DIÁLOGO
• EF69LP21
• EF89LP27
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP11
• EF69LP15
• EF69LP16
• EF89LP01
• EF89LP05
• EF89LP27
• EF08LP06
• EF08LP07
LINGUAGEM E SENTIDOS
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP56
• EF89LP04
• EF08LP05
PROPOSIÇÕES
Inicialmente, promova entre os estudantes uma conversa sobre o gênero postagem em blogue. Verifique se sabem com que finalidade um usuário faz uma postagem em um blogue, quais são os temas abordados, como é a estrutura de uma postagem, quais elementos compõem um blogue, qual registro da língua geralmente é utilizado. Se for conveniente, anote na lousa as hipóteses levantadas pelos estudantes. Pergunte se costumam ler blogues, quais são os favoritos, quais assuntos são abordados neles. Pergunte ainda se têm blogues na internet ou se costumam fazer comentários em blogues etc.
Blogue é a versão em português da palavra inglesa blog, que por sua vez é uma abreviação de weblog, termo que combina as palavras web (“rede”) e log (“registro”). Assim, os blogues são ambientes virtuais que permitem aos usuários fazer registros de maneira fácil e rápida. Eles podem ser criados por qualquer pessoa, e quem mantém um é chamado de blogueiro ou blogger. O conteúdo dos blogues é organizado em postagens, termo que vem da palavra inglesa post, que significa “publicar”. As postagens de um blogue são reproduzidas em ordem cronológica, da mais recente para as mais antigas, e geralmente são compostas de texto, imagens, vídeos e hiperlinkspara conteúdos do próprio blogue ou de outros sites da internet.
A seguir, você vai ler uma postagem publicada em um blogue. O texto fala sobre a adolescência, período de mudanças que marcam a passagem para a vida adulta – provavelmente, um assunto bem familiar para você.
Leia o título da postagem e levante hipóteses: Qual pode ser a resposta à pergunta do título? O que, provavelmente, será discutido sobre o ser adolescente? Você acha que vai aprender algo novo ao ler esse texto?
Compartilhe suas hipóteses com os colegas e ouça as deles com atenção, respeitando a vez de cada um falar. Respostas pessoais.
TEXTO
Agora, leia o texto e reflita sobre o assunto que ele aborda.
Ser jovem, adolescente, nos dias de hoje, não parece ser fácil. Não é mesmo?
Imagino que você fique, frequentemente, pensando sobre isso... sobre as dúvidas que lhe aparecem, os conflitos, a vontade de romper padrões, de se arriscar por aí.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Antes de iniciar a leitura do texto, explique aos estudantes que a postagem aborda vários assuntos relacionados à adolescência, entre eles o uso da tecnologia. Faça algumas perguntas para a turma: De que modo o adolescente e a tecnologia se relacionam?
Vocês já pararam para pensar no impacto que a tecnologia tem gerado no público mais
jovem? Seus familiares e responsáveis estabelecem limites no uso de celulares, tablets, games?
Incentive-os a expor as opiniões e ouvir atentamente as dos colegas. Em seguida, solicite a alguns estudantes que façam a leitura do texto em voz alta e peça que tentem descobrir por que a autora faz referência à tecnologia na postagem.
Mas e se eu te disser que sempre foi assim? E se você souber que o que te distancia do jovem de anos atrás é a tecnologia que hoje você desfruta, mas não seus anseios, seus desejos?
Estudos relacionados à Mitologia Grega mostram que os impasses adolescentes já existiam desde então. O sonho da imortalidade e os desafios impostos a si mesmo aparecem na mitologia antiga nos relatos da chegada da puberdade.
Também em sociedades indígenas, bem marcantes na história da nossa própria cultura, podemos observar marcos da saída da infância para a vida adulta. Etnias como Tembé e Kaxuyana têm relatos de ritos de passagem que fazem marcas no corpo, desenhos, símbolos e também festas que duravam até uma semana, onde rapazes se apresentavam às moças que haviam menstruado.
Então, seja pelas mudanças do corpo, seja pela sexualidade que desperta, seja pelo desejo de se arriscar mundo afora como se a imortalidade existisse, percebe-se que a adolescência sempre se caracterizou por essa fase repleta de desafios e ritos de passagem (eventos importantes que marcam e definem mudanças na vida das pessoas).
Por isso, o que se vive no mundo atual é esse mesmo conflito, porém em uma era dominada pela tecnologia. Uma era na qual pode-se encontrar tudo em um só clique. Grupos de discussões, grupos assim como tribos, mas muitas vezes on-line TikTokers que querem mostrar suas identidades e ser reconhecidos por outros semelhantes.
O que observo é que, há um tempo atrás, era estranho sentir-se diferente. Era difícil pintar o cabelo de uma cor não comum, vestir uma roupa não da moda e sair sem ser reparado. Tatuagem, brincos, tudo era a exceção.
Hoje em dia, vemos uma maior liberdade de expressão. Estranho é não ver um jovem na rua que tenha o cabelo azul ou rosa, que use uma roupa toda preta com corrente ou que use meias coloridas. Nesse ponto, essa pluralidade do mundo virtual nos ajudou e muito.
Isso permite que essa época de tantas incertezas, mudanças e desejos navegantes seja menos dura, talvez, do que nesses outros períodos citados.
Mas, ainda assim, sabe-se que tudo isso gera angústia. Às vezes até de modo insuportável. Até mesmo pela ainda imatura falta de recursos em lidar com as adversidades da vida. Por isso, é tão importante a busca pelo autoconhecimento e todas as práticas profissionais que trabalhem esses sentimentos para que o adolescente possa lidar com mais confiança com problemas que tiram a sua paz.
Não precisa sentir que esse é o seu caso porque é “diferente”. Se você é um adolescente, já é o seu caso só por estar atravessando esse momento da vida. Que tal conversar mais sobre isso e se conhecer melhor?
ARTICULAÇÃO COM EDUCAÇÃO FÍSICA
Sabe-se que os adolescentes têm grande preocupação com a estética e o corpo, por isso, em parceria com o professor de Educação Física, proponha um trabalho interdisciplinar em que eles pesquisem as transformações dos padrões de beleza ao longo do tempo, a partir das formas de apresentação no
O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder. Tradução de Leonardo P. Silva. São Paulo: Seguinte, 2012.
slides, em que utilizem imagens para ilustrar as considerações a que chegaram. Em seguida, proponha uma discussão a partir dos seguintes questionamentos: Existe o “corpo ideal”? Qual é a representação de padrão corporal para cada época? A mídia contribui para a promoção da ideia de “corpo perfeito”? Quais sentimentos vocês têm em relação ao corpo?
REALIZAÇÃO
O livro conta a história de uma adolescente que está prestes a completar 15 anos e que é convidada por um professor misterioso para receber aulas de Filosofia por meio de cartas. Ao longo do enredo, são apresentadas ideias dos principais filósofos e pensadores ocidentais, desde a Grécia antiga até o século XX, e assuntos relacionados à Sociologia e à Antropologia. O leitor também é levado a refletir sobre as inquietações da juventude e sobre projetos de vida.
Proponha que observem uma das características de uma postagem de blogue: a interação entre os usuários. Sugira que identifiquem o assunto abordado pela blogueira e como os usuários se posicionaram diante da postagem. Aproveite para destacar a leitura dos marcadores (tags), do botão COMPARTILHAR , além dos comentários de leitores que foram reproduzidos após o texto, entre outros elementos, contextualizando-os com o gênero postagem de blogue e sua circulação em meio digital.
Se considerar pertinente, sugira aos estudantes explorar blogues que dialogam com as preocupações e necessidades dos adolescentes para que exemplifiquem as características do gênero e também observem o tratamento dado ao tema adolescência, por exemplo, assuntos abordados, imagens utilizadas etc.
meio midiático, desenvolvendo a habilidade
EF89EF08
Para isso, eles podem pesquisar imagens, vídeos e textos em revistas antigas, acervos disponíveis na internet, propagandas, entre outros. Se desejar, organize os estudantes em grupos e distribua entre eles diferentes períodos de tempo para a pesquisa.
Para divulgar os resultados, os grupos podem apresentar infográficos ou apresentações de
REALIZAÇÃO Texto
Após a leitura da postagem, solicite a eles que atentem às palavras que desconhecem, procurando inferir o significado delas pelo contexto. Se persistirem dúvidas, proponha que as anotem para depois consultar um dicionário.
Instrua os estudantes a observar a profissão da autora da postagem. Explique que há psicólogos especializados no atendimento de crianças, adolescentes e jovens, auxiliando-os a viver a especificidade desse período. Se julgar interessante, convide um psicólogo especialista nesse público para conversar com os estudantes sobre esse tema, ou, caso essa profissão tenha despertado o interesse da turma, para falar sobre ela.
PROPOSIÇÕES
As atividades de Conversando sobre o texto têm como objetivo levar os estudantes a estabelecer relações entre o texto e conhecimentos prévios, vivências, valores e crenças. Para aprofundar a discussão, comente que, de acordo com uma pesquisa feita pelo Pew Research Center (PRC), dos Estados Unidos, e divulgada em uma publicação do site CanalTech (disponível em: https://canaltech.com.br/ comportamento/adolescentese-tecnologia-como-manteressa-relacao-saudavel-156235/;
acesso em: 18 jul. 2022), 54% dos adolescentes entre 13 e 17 anos acreditam que passam tempo demais no celular. O estudo também aponta que checar as notificações e mensagens é a primeira coisa que 45% dos adolescentes
VOCABULÁRIO
Marcos: acontecimentos; eventos importantes que servem de referência. Pluralidade: diversidade; multiplicidade.
QUEM É A AUTORA
Juliana Beltrão (1987-) nasceu em Salvador (BA). É psicóloga e atua na área clínica com o público infantojuvenil.
REFERÊNCIAS
ARTHUR, Margareth. Artigo discute a adolescência em diferentes culturas. Portal de Revistas USP, jan. 2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/artigo-discute-os-conceitos-deadolescencia-em-diferentes-culturas/
COUTINHO, Luciana Gageiro. Adolescência, cultura contemporânea e educação. Estilos clin., São Paulo, v. 14, n. 27, p. 134-149, 2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1415-71282009000200009&lng=pt &nrm=iso
MARCADORES: ADOLESCÊNCIA , ADOLESCENTE, CULTURA , JOVEM, PSICOLOGIA , RITO DE PASSAGEM
COMPARTILHAR Comentários [...]
Júlia Benzaquen • 16 de maio de 2022 16:27
Simm, concordo. A tecnologia pode sim prejudicar bastante, mas, prejudica muitos que não sabem trabalhar com ela. Júlia Pires 13 anos
RESPONDER
Isadora Machado • 17 de maio de 2022 16:55
Concordo, hoje em dia é muito mais fácil de se expressar comparando com antigamente e com as redes sociais ajuda muito mais. Isadora Machado
RESPONDER
Lucca Cardoso • 17 de maio de 2022 16:59
A adolescência hoje em dia é uma fase de muitas descobertas, transformações físicas e mentais. Nesse mundo com tanta diversidade e tantas inovações, tornou-se mais fácil a aceitação da diversidade de opiniões e de expressões
Lucca Cardoso, 14 anos
RESPONDER
Rodrigo Santos • 17 de maio de 2022 17:13
Além de que hoje em dia, o preconceito é muito menor comparado a tempos passados, o que traz mais liberdade e confiança para as novas gerações.
RESPONDER [...]
BELTRÃO, Juliana. Sou adolescente. Qual a novidade? Psicologizando a adolescência [S. l.], 15 maio 2022. Blogue. Disponível em: https://psicologizandoaadolescencia. blogspot.com/2022/05/sou-adolescente-qual-novidade.html. Acesso em: 13 jun. 2022.
fazem assim que acordam, ainda na cama. Mais de 30% deles dizem que perdem o foco na aula porque se distraem com seus telefones e cerca de metade das meninas (49%) dessa idade relatam se sentir ansiosas sem o aparelho por perto.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 246
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Auxilie os estudantes a refletir sobre os conflitos, sentimentos e questionamentos típicos da fase em que eles estão e que podem estar relacionados com as questões abordadas no texto.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Com quais aspectos ligados à adolescência abordados na postagem você se identificou? Por quê? Respostas pessoais.
2. Para você, o que significa ser adolescente nos dias de hoje? Resposta pessoal.
3. O que diferencia os jovens de ontem e os de hoje, segundo a postagem, é a tecnologia. Você concorda com esse ponto de vista? O que você considera negativo e positivo em relação ao uso da tecnologia pelos adolescentes? Respostas pessoais.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
1. a) Porque ela dá início à explicação de que as questões dos adolescentes de hoje são as mesmas das de adolescentes de outras épocas.
1. b) Ela traz como referência a mitologia grega, que tem registros de relatos da chegada da puberdade, assim como os ritos de passagem de povos indígenas.
1. O título da postagem traz uma pergunta: “Sou adolescente. Qual a novidade?”.
a) Por que essa pergunta é importante para o desenvolvimento do texto?
b) Que referências apresentadas pela autora comprovam que as questões da adolescência de hoje não são novidade?
2. Ao leitor jovem. É possível concluir isso pelas interações que a autora estabelece no
2. A qual leitor você supõe que a autora se dirige? Que elementos na postagem confirmam isso?
decorrer da postagem, como em: “Imagino que você fique, frequentemente, pensando sobre isso…” e “Mas e se eu te disser que sempre foi assim?”.
3. No texto, a autora afirma que os ritos de passagem marcam a transição da infância para a vida adulta.
3. a) Mudanças físicas e biológicas, o despertar da sexualidade, o desejo de se arriscar mundo afora sem temer a morte.
a) Segundo a postagem, que mudanças e eventos marcam essa transição?
b) Há semelhanças entre os ritos de passagem dos povos indígenas tembé e kaxuyana e os de sua cultura? Quais?
Resposta pessoal. Os estudantes podem citar as marcas feitas no corpo (tatuagens, piercings, cortes de cabelo) e o despertar da sexualidade, por exemplo.
4. De acordo com a autora, no contexto atual, é a tecnologia que diferencia os jovens de hoje dos de antigamente.
4. a) Segundo o texto, a tecnologia permite que os jovens participem de grupos de discussão, se expressem e sejam reconhecidos.
a) Segundo o texto, que efeitos a tecnologia tem na vida dos adolescentes atualmente?
b) Considerando o que você e os colegas discutiram na seção Conversando sobre o texto, você acredita que só existam aspectos positivos envolvidos no uso da tecnologia pelos jovens? Explique. Resposta pessoal.
5. Utilizando a expressão há um tempo, a autora estabelece uma relação entre tempo e costumes dos jovens.
a) Como ela descreve o jovem no passado e na atualidade?
5. b) À pluralidade do mundo virtual, pois a tecnologia e a internet deram mais visibilidade à diversidade de grupos e de costumes da juventude, contribuindo para sua aceitação.
b) A que a autora atribui a mudança no comportamente dos jovens de hoje? Explique.
c) Você concorda com a autora a respeito do motivo dessa mudança? Justifique sua resposta.
5. a) No passado, se o jovem usasse brinco, tatuagem, roupas da moda ou pintasse o cabelo, entre outros comportamentos, seria alvo de olhares e comentários; na atualidade, de modo geral, o jovem tem mais liberdade para se expressar.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd
2. Espera-se que os estudantes partam das próprias experiências de vida para responder à pergunta.
3. Incentive a troca de opiniões a respeito do assunto entre os estudantes. É importante que eles justifiquem as posições assumidas com argumentos consistentes e elaborem contra-argumentos quando necessário.
PROPOSIÇÕES
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. a) Comente que esta pode ser uma estratégia utilizada para envolver o leitor no texto, provocando nele uma reflexão.
1. b) Se possível, oriente uma pesquisa sobre os mitos gregos de Perséfone, Hebe e Adônis, para que investiguem como o tema da adolescência foi retratado nessas narrativas. Reserve um momento da aula para discutir o que encontraram. Se desejar, de maneira interdisciplinar com o componente Arte, habilidade EF69AR31, proponha uma atividade complementar, em que os estudantes possam estudar a representação da adolescência nas práticas artísticas.
2. Comente que o registro utilizado pela autora é acessível ao público infantojuvenil e o fato de mencionar redes sociais utilizadas por jovens.
3. Leve-os a perceber que, ainda que a adolescência seja um período de mudanças físicas e biológicas dos indivíduos, cada sociedade e cultura irá vivenciá-la de uma maneira, podendo, é claro, haver aproximações entre elas.
Resposta pessoal.
As atividades de Texto e contexto têm como objetivo a compreensão do texto e suas condições de produção. Caso julgue necessário, proponha aos estudantes uma nova leitura da postagem do blogue, especialmente se houve um intervalo entre a introdução do módulo e o desenvolvimento das atividades desta seção.
4. Se desejar, proponha uma reflexão aos estudantes sobre o papel da internet versus o papel da família na formação e no apoio às questões sociais e emocionais dos jovens.
5. Os estudantes poderão ou não concordar com a afirmação da autora. O importante é que eles se sintam encorajados a expressar suas experiências pessoais, reflexões e ideias.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
6. a) Chame a atenção dos estudantes para o uso das aspas no trecho.
6. b) Se desejar, explique que uma das funções de um psicólogo, profissão da autora da postagem do blogue, é acolher os sofrimentos do paciente.
7. Reforce que a postagem de blogue é um gênero textual digital e, por isso, possibilita a comunicação em tempo real entre o autor do texto e os usuários leitores do blogue.
8. a) Proponha que retomem o texto e analisem se os comentários da postagem do blogue estão adequados ou não, conforme o que se espera do uso desse espaço.
8. b) Se desejar, proponha aos estudantes uma conversa sobre os hábitos na leitura de blogues: costumam ler os comentários das postagens? Costumam fazer comentários? Com que finalidade?
8. c) Incentive a escrita e o compartilhamento dos comentários. Avalie com os estudantes como cada comentário ampliou o assunto e contribuiu com a discussão, observando com a turma também se houve alguma inadequação.
9. Espera-se que os estudantes compreendam a importância de desenvolver uma atitude crítica diante dos textos lidos na internet. Se desejar, proponha uma discussão sobre a conferência de fontes na rede e a disseminação de informações falsas.
10. Se desejar, explique que existem leis que regulam o uso da internet, como o
6. a) Esse termo revela que os jovens em geral se sentem deslocados, inseguros, com emoções e sentimentos contraditórios.
6. Releia o trecho a seguir.
7. a) Os comentários possibilitam ampliar a discussão abordada na postagem, na medida em que podem surgir outras questões, dúvidas e confirmações sobre o que foi tratado, além de sugestões de outros
Não precisa sentir que esse é o seu caso porque é “diferente”. Se você é um adolescente, já é o seu caso só por estar atravessando esse momento da vida. [...]
assuntos, avaliações e críticas que podem ajudar o autor em suas próximas publicações.
a) O que o termo diferente revela a respeito de como os jovens se sentem nesse momento da vida?
7. b) Questões voltadas para o uso exagerado da tecnologia, como excesso de exposição dos jovens nas redes sociais e problemas de sociabilidade.
b) Qual é a importância de o jovem saber que não é o único a se sentir assim?
7. Os blogues costumam possibilitar a interação com os leitores por meio dos comentários.
a) No caso da postagem que você leu, qual é a importância dessa interação?
b) Releia o comentário da leitora Júlia na postagem lida. Que questões surgem com base no que ela diz?
6. b) Saber que outros jovens sentem o mesmo pode gerar uma identificação e ajudar no enfrentamento das questões típicas dessa fase. Os comentários são o espaço reservado à interação entre os leitores e o blogueiro, no qual é possível concordar, discordar e trocar ideias sobre o assunto da postagem.
8. a) O espaço dos comentários pode ser utilizado para expor uma opinião sobre o tema da postagem, sugerir
8. Nem sempre o uso do espaço de comentários corresponde ao que se espera dos leitores, já que muitas pessoas o utilizam de forma inadequada.
a) Como esse espaço pode ser utilizado de modo a contribuir com o autor do blogue e com a comunidade de leitores?
outras questões, compartilhar alguma experiência, sempre de modo respeitoso, evitando ataques pessoais e termos ofensivos.
b) Você já comentou alguma postagem que leu em um blogue? Seu comentário ampliou a discussão ou promoveu alguma reflexão? Resposta pessoal.
c) No caderno, escreva um comentário a respeito da postagem lida. Em seguida, compartilhe oralmente com os colegas. Resposta pessoal.
9. a) A autora da postagem é psicóloga e atua atendendo
o público infantojuvenil, o que a torna apta para tratar de assuntos relacionados à adolescência, como é o caso dessa postagem.
9. Atualmente, qualquer pessoa pode ter um blogue e postar textos na internet.
a) O que confere credibilidade à autora da postagem para que ela escreva sobre o tema?
b) Por que é importante para o leitor saber a qualificação de quem escreveu uma postagem como essa?
Porque, de certa forma, essa é uma garantia de que as informações da postagem são confiáveis, fruto da experiência profissional, de estudos e pesquisas de quem a escreve e publica.
10. A postagem de blogue circula em meio digital. Por que é possível dizer que a internet democratizou o acesso ao conhecimento?
11. Sobre a conclusão do texto, responda às atividades a seguir. 11. a) Alternativas A e C .
a) Que ideia a autora retoma? No caderno, transcreva a(s) alternativa(s) mais adequada(s).
A. Todo adolescente, invariavelmente, passará por essa fase de incertezas.
B. Nem todo adolescente passará momentos de incertezas.
C. Sentir-se diferente é uma característica comum a todo adolescente.
D. Ser adolescente não implica ser diferente.
b) Que recomendação a autora faz aos jovens?
10. Porque a internet está presente no mundo todo e permite a possibilidade de que qualquer pessoa acesse os conhecimentos disponíveis de forma praticamente instantânea.
c) No parágrafo final, a autora faz um convite aos jovens por meio de uma pergunta. Em sua opinião, essa é uma estratégia eficaz para atingir o leitor? Por quê? Respostas pessoais.
11. b) A autora recomenda que os jovens conversem sobre as questões que os preocupam, busquem ajuda de profissionais e autoconhecimento para entender melhor as incertezas que a adolescência provoca.
Marco Civil da Internet (disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20112014/2014/lei/l12965.htm; acesso em: 18 jul. 2022), aprovado em 2014. Essa lei, entre outros princípios, assegura os direitos e deveres do usuário da internet no Brasil.
11. Em parceria com o professor de Ciências, pode ser interessante, para o desenvolvimento da habilidade EF08CI08, que os estudantes
possam entender as transformações que ocorrem na adolescência, considerando a dimensão biológica relacionada à atuação dos hormônios sexuais e do sistema nervoso. Para isso, a partir da metodologia ativa de projetos de pesquisa, os estudantes podem elaborar perguntas sobre o tema e realizar uma investigação em pequenos grupos, com a orientação do professor.
Composição e linguagem
12. Em sua opinião, postagens de blogue como essa, feitas por especialistas para abordar temas relacionados à adolescência, podem ajudar os jovens nesse momento de transição? Comente sua opinião com os colegas e escute as deles. Resposta pessoal.
A postagem de blogue é um gênero que circula em meio digital, em que um blogueiro pode escrever relatos pessoais, tutoriais e textos informativos sobre determinado tema, entre outras possibilidades, de acordo com seus próprios interesses e público-alvo. A interação com os usuários é uma de suas características mais marcantes, além de ser considerado um espaço democrático, já que qualquer pessoa pode criar um blogue, assim como ler e opinar em um deles.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. a) O nome do blogue é Psicologizando a Adolescência e informa o tipo de conteúdo abordado.
1. b) Indicar o assunto e chamar a atenção do leitor para o que vai ler.
1. O layout e os recursos gráfico-visuais que compõem um blogue podem variar bastante. Porém, alguns elementos fazem parte da estrutura dos blogues, como nome, dados do autor, título e data das postagens, marcadores (ou tags) e comentários. De acordo com a postagem de blogue que você leu, responda às atividades a seguir.
a) Como o blogue se chama? Qual é a finalidade desse nome?
b) Qual é a função do título da postagem?
1. c) Ao clicarem nas tags, os leitores da postagem são direcionados a outros temas e conteúdos afins no mesmo blogue, facilitando a busca de informações.
c) Após o texto, a autora apresenta algumas tags (marcadores ou palavras-chave). Qual é a relevância desse elemento para os leitores da postagem?
d) Observe novamente a imagem que acompanha o texto. Em sua opinião, por que ela foi utilizada?
Sugestão de resposta: Para exemplificar o assunto do texto: a adolescência. Por isso, foi escolhida a imagem de um adolescente.
2. Releia o parágrafo de introdução da postagem. Que estratégia a autora usa nesse trecho e que efeito de sentido esse uso produz no texto?
A autora faz uma pergunta ao
3. Releia o trecho.
leitor, levando-o a se identificar com o assunto abordado; esse recurso produz um efeito de curiosidade e interesse pelo que será falado.
Mas, ainda assim, sabe-se que tudo isso gera angústia. Às vezes até de modo insuportável. [...]
a) Que palavra foi usada para caracterizar o modo como os jovens se sentem nesse trecho? O que ela sugere sobre esse sentimento?
A palavra insuportável, que sugere dor intensa, grande sofrimento.
b) Ao usar esse termo, o que se pode inferir sobre o posicionamento da autora em relação ao que os jovens sentem?
4. Releia este outro trecho.
Ela parece se colocar no lugar dos jovens e compreender como eles se sentem, o que demonstra empatia.
Não precisa sentir que esse é o seu caso porque é “diferente”. [...]
• Por que foram usadas aspas no termo diferente?
Para destacar a palavra que enfatiza a ideia de que, mesmo se sentindo diferentes, os adolescentes não o são, na verdade.
11 c) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois essa estratégia é um incentivo para que o adolescente procure se informar sobre questões que o incomodam ou angustiam e conversar com pessoas que possam auxiliá-lo a fim de que ele possa se conhecer melhor.
12. Incentive os estudantes a se posicionar sobre a questão e a compartilhar a opinião
deles com os colegas. Leve-os a refletir que postagens como essas, desde que produzidas por especialistas, podem ser uma fonte de informação para jovens que não têm acesso a profissionais ou a familiares com quem possam conversar, ajudando-os a lidar com os conflitos dessa fase e a mostrar que eles não estão sozinhos ao se sentirem “diferentes”.
1. a) Espera-se que os estudantes identifiquem o nome do blogue e o relacionem ao conteúdo abordado. Se desejar, selecione outros blogues e proponha o mesmo exercício à turma para que identifiquem o tema do blogue a partir do título.
1. b) e 1. d) É importante que os estudantes percebam que tanto o título da postagem quanto a imagem que acompanha o texto contribuem para a construção de sentidos.
1. c) Caso seja possível, demonstre na prática o funcionamento das tags, ou indique aos estudantes que acessem a notícia, orientando-os a verificar a função desse recurso.
2. Auxilie os estudantes a perceber os efeitos de sentido pretendidos pelo uso desse recurso persuasivo no texto.
3. Se necessário, relembre os estudantes que o adjetivo, no caso, tem uma função modalizadora, ou seja, indicar o posicionamento assumido pelo autor em relação àquilo que é falado.
4. Se desejar, retome os diferentes usos das aspas: citação; ironia; ênfase; neologismos; gírias; estrangeirismos e títulos.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
5. A partir da leitura dos trechos, incentive os estudantes a inferir o significado das conjunções e articuladores textuais, considerando o contexto em que são utilizados. Pode ser interessante trazer à sala de aula novos exemplos para que os estudantes possam identificar os usos e funções desses termos.
6. Espera-se que os estudantes afirmem que sim, uma vez que hoje há bastante diversidade de expressão corporal e estética entre os jovens e adolescentes. Caso haja manifestações discriminatórias dos estudantes, atue para a promoção de uma cultura de paz e respeito à diferença em sala de aula. Leve-os a perceber a importância do cabelo e da roupa como uma forma de expressão de identidade, autoestima e adesão a um grupo.
7. Pergunte aos estudantes se consideram que o registro utilizado pela autora está adequado e por quê.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Conhecendo blogues
Proponha aos estudantes que busquem exemplos de diferentes blogues (noticiosos, opinativos, pessoais, culturais, vinculados ou não a outros veículos de mídia etc.) para que se familiarizem com os textos que neles circulam e compreendam as possibilidades que os blogues trazem para quem publica e para quem lê as postagens.
5. Na construção do texto são usados termos chamados operadores argumentativos, que auxiliam no encadeamento das ideias da autora. Releia os trechos a seguir.
Trecho 1
Então, seja pelas mudanças do corpo, seja pela sexualidade que desperta, seja pelo desejo de se arriscar mundo afora como se a imortalidade existisse […].
Trecho 2
Mas, ainda assim, sabe-se que tudo isso gera angústia. Às vezes até de modo insuportável. Até mesmo pela ainda imatura falta de recursos em lidar com as adversidades da vida. [...]
Trecho 3
Por isso, o que se vive no mundo atual é esse mesmo conflito, porém em uma era dominada pela tecnologia. [...]
• No caderno, indique a quais dos sentidos a seguir os operadores em destaque em cada trecho podem ser relacionados. I -A ; II - D; III - B; IV- C .
A. Introduz argumentos alternativos.
B. Introduz uma conclusão e pode ser substituído por logo
C. Introduz um argumento contrário.
D. Pode ser substituído por também
I. Seja.
II. Ainda.
II
I. Por isso.
IV. Porém.
6. Neste trecho, há exemplos da diversidade que caracteriza os jovens atualmente.
Hoje em dia, vemos uma maior liberdade de expressão. Estranho é não ver um jovem na rua que tenha o cabelo azul ou rosa, que use uma roupa toda preta com corrente ou que use meias coloridas. [...]
• Esses exemplos afastam ou aproximam a postagem do público ao qual se dirige? Explique.
Possivelmente, aproximam o público, uma vez que parte dele adota esses padrões estéticos e de vestuário.
7. Qual é a relação entre a linguagem empregada na postagem, o meio em que ela foi publicada e o público ao qual se dirige?
A estrutura da postagem de blogue varia de acordo com o conteúdo e os objetivos do autor. Entretanto, há elementos que costumam estar presentes na maioria deles, como o título e a data da postagem. Pode haver também outros elementos, como as tags, palavras-chave que permitem ao leitor se aprofundar sobre algum tema ligado ao texto, e os comentários. A linguagem utilizada também varia conforme o conteúdo, o objetivo do texto e o público-alvo. Há recorrência de perguntas retóricas e uso da 1a pessoa, já que a interlocução é uma marca comum desse gênero textual. 250
7. Ainda que seja escrita por uma especialista usando um registro mais formal, a postagem emprega um vocabulário adequado à mídia em que foi publicada e acessível ao público-alvo.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 250
MILLER, Carolyn R.; SHEPHERD, Dawn. Blogar como ação social: uma análise do gênero weblog In: DIONÍSIO, Angela Paiva; HOFFNAGEL, Judith Chambliss (org.). Gênero textual, agência e tecnologia: estudos. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. p. 59-86. No artigo, as autoras propõem que o blogue é uma escrita de si para si mesmo e, por isso, tem caráter autorreflexivo. Leitura recomendada ao professor.
DIÁLOGO TEXTOS EM
Postagem em blogue e batalha de passinho
A postagem de blogue que você leu trouxe uma visão do processo de adolescer. Um dos aspectos que o texto aborda é que a diversidade é uma marca dos jovens e está presente inclusive no modo como se expressam.
O termo culturas juvenis é utilizado atualmente para se referir às formas de expressão próprias dos jovens, desde a linguagem e a vestimenta até padrões de comportamento e manifestações artísticas e de contestação. Uma dessas formas de expressão típicas das culturas juvenis é o passinho.
Esse estilo de dança, que surgiu nos bailes funk das comunidades cariocas, em meados dos anos 2000, tem influência de passos do samba, do frevo, da capoeira e do breaking. Uma das características desse estilo é que ele dá grande liberdade de criação ao dançarino, que pode inventar passos do seu jeito e improvisar de acordo com a batida da música. Observe a imagem a seguir.
PROPOSIÇÕES
Breaking é uma dança que faz parte do movimento hip-hop, criado por comunidades negras e latinas do bairro do Bronx, em Nova York, nos Estados Unidos, na década de 1970, como forma de pacificar as disputas territoriais.
As propostas de Textos em diálogo possibilitam um diálogo com as culturas juvenis e os interesses dos estudantes. Considerando o conceito de cultura juvenil como os temas e questões que se relacionam com os adolescentes e afetam os jovens, a leitura de imagens de batalhas do passinho pode levar os estudantes a se identificar com essa experiência e possibilitar um aprendizado mais significativo.
PARA ASSISTIR
LUDMILLA - “Rap Da Felicidade”
- Rio 2016 Opening Ceremony. 2018. Vídeo (1min14s). Publicado pelo canal Olympics. Disponível em: https://youtu.be/AnffReIzbwQ. Acesso em: 19 jul. 2022.
O vídeo apresenta um trecho da apresentação da cantora Ludmilla na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (RJ). Nele é possível ver jovens dançando o passinho. Se possível, apresente-o aos estudantes.
REALIZAÇÃO
1. Incentive os estudantes a descrever o que veem na fotografia e a compartilhar suas impressões a respeito. Eles podem citar, por exemplo, o movimento realizado pelo jovem ao centro, a curiosidade dos jovens que assistem à apresentação, o fato de o local parecer ser uma praça pública, entre outros aspectos.
2. Oriente-os a observar, com atenção, os detalhes da imagem e analisar os movimentos da dança passinho.
3. Incentive a troca de opiniões entre os estudantes de modo acolhedor e respeitoso a fim de que eles possam compartilhar suas experiências e vivências uns com os outros.
4. Oriente os estudantes a observar as mudanças que aparecem de um frame para outro. Se considerar pertinente, proponha uma reflexão sobre como as redes sociais e as plataformas de compartilhamento de vídeo contribuem para disseminar a cultura juvenil e reunir os adeptos dessa prática corporal urbana.
1. O que mais chama a sua atenção ao observar essa fotografia?
Resposta pessoal.
2. Que características do passinho é possível identificar nessa fotografia?
3. Você já dançou o passinho? Gosta desse estilo de dança?
Sugestões de resposta:
O movimento rápido dos pés, que estão longe do chão; o movimento da cintura, que auxilia a mover as pernas; o olhar do dançarino para o chão acompanhando os pés, que é característico dessa dança.
Respostas pessoais.
4. A seguir, observe a sequência de imagens em que um garoto chamado Pedro Felipe de Jesus, mais conhecido como Fezinho Patatyy, mostra os principais movimentos do passinho do Romano. Ess e passinho teve origem no Jardim Romano, bairro da zona leste de São Paulo, e foi criado tendo como inspiração o jeito de dançar de um dos moradores da região, Geovani do Divino Silva, conhecido como Magrão.
Composição de fotografias em que Fezinho Patatyy dança o passinho do Romano, em São Paulo (SP). Fotografias de 2014.
• O passinho do Romano se caracteriza pelos passos que simulam um robô, pela movimentação dos braços e pela coordenação de movimentos rápidos dos pés e das pernas. É posssível perceber isso na sequência de imagens?
4. Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois a sequência de imagens mostra as pernas e os pés em várias posições diferentes de uma imagem para outra, o que indica que foram movidos rapidamente. Também é possível perceber a movimentação dos braços simulando um robô, especialmente a segunda imagem da esquerda para a direita.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 252
com mais autonomia, responsabilidade, flexibilidade e resiliência, entre outros benefícios.
5. As batalhas de passinho são uma forma competitiva de praticar a dança em que dois ou mais dançarinos desafiam uns aos outros diante de uma torcida. Apesar do nome, é uma disputa pacífica e costuma ser realizada em um clima festivo e com grande envolvimento das pessoas da comunidade.
a) Você já assistiu ou participou de uma batalha de passinho? Gostaria de ter alguma dessas experiências? Compartilhe oralmente suas considerações e ouça as dos colegas
Respostas pessoais.
b) Você conhece ou participa de alguma outra atividade cultural ou artística promovida por e para jovens? Em sua opinião, é importante que os adolescentes se envolvam com esse tipo de atividade? Justifique. Respostas pessoais.
6. O passinho surgiu nos bailes realizados nas favelas, comunidades estigmatizadas, na maioria das vezes, como violentas. Como você imagina que essa dança pode contribuir para promover uma cultura de paz nesses locais? Resposta pessoal.
7. Considerando a postagem de blogue que você leu na seção Texto e as atividades realizadas nesta seção, por que o passinho pode ser considerado uma manifestação das culturas juvenis? Explique.
PARA LER
De passinho em passinho: um livro para dançar e sonhar, de Otávio Júnior. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2021.
Ilustrado por Bruna Lubambo, o livro usa uma linguagem poética para abordar o passinho como uma forma de expressão apaixonante e capaz de transformar aqueles que a experimentam.
Como a postagem do blogue afirma, o adolescer é marcado pela diversidade de modos de ser dos jovens e pela forma como eles se expressam no mundo, que atualmente é muito influenciada pela tecnologia. O passinho é uma dessas formas de expressão e possibilita que os adolescentes explorem novos modos de ser e de agir no mundo por meio da dança, o que é potencializado pelo uso da tecnologia,
O passinho tem recebido cada vez mais reconhecimento no Brasil e no mundo. Em 2018, foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do povo carioca pela lei no 390/2017. Alguns anos antes, esteve presente em eventos importantes como a cerimônia de encerramento da Paralimpíada do Rio (RJ), em 2016.
que permite divulgar e compartilhar tal forma de expressão com mais pessoas.
6. Se necessário, explique que a cultura de paz, segundo a Organização das Nações Unidas, refere-se aos valores e atitudes adotados por pessoas ou países, com base no respeito à vida, aos direitos humanos e às liberdades fundamentais. Segundo essa perspectiva, deve-se agir a partir da prática da não violência e buscando a cooperação e o diálogo. Leve os estudantes a refletir que o passinho é uma dança que engaja os jovens de modo positivo, como acontece nas batalhas de passinho, que, por mais que sejam uma competição, ocorrem em clima amistoso e festivo. Danças como o passinho também ajudam a reduzir o estigma em relação a essas comunidades, tornando suas expressões culturais mais conhecidas e ajudando a valorizá-las, mostrando que muitos dos estereótipos e preconceitos em relação a elas não se confirmam na realidade.
Apresentação de passinho durante cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016, no estádio do Maracanã, Rio de Janeiro (RJ). Fotografia de 2016.
7. Oriente-os a perceber a importância de valorizar, sem preconceito e discriminação, a diversidade das manifestações artísticas e culturais de grupos sociais e indivíduos.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 253
REALIZAÇÃO
5. a) Incentive os estudantes a compartilhar seus posicionamentos por meio de argumentos coesos e coerentes. Atente a manifestações discriminatórias dos estudantes e fomente entre eles a cultura da paz.
5. b) Incentive-os a compartilhar se há atividades culturais e artísticas, como as batalhas
de passinho, que eles conhecem ou das quais participam no local em que vivem, como teatro, grafite, música, outros tipos de dança, esportes etc. Espera-se que eles reconheçam a importância de os jovens se envolverem em atividades desse tipo, uma vez que elas contribuem para o autoconhecimento e para o desenvolvimento físico e emocional, auxiliando-os a agir
09/08/22 12:59
PROPOSIÇÕES
Em Por dentro da língua, o objetivo é levar os estudantes a reconhecer os usos da regência verbal e empregá-la de acordo com a situação, na construção do gênero analisado no módulo, com base na análise da função desse aspecto linguístico.
REALIZAÇÃO
1. a) Se necessário, retome a informação de que a profissão da autora da postagem do blogue – psicóloga especializada em adolescentes –, a credencia como especialista no assunto abordado.
1. b) Incentive os estudantes a compartilhar suas vivências e conhecimentos prévios a respeito do tema. Em nossa sociedade, atualmente não existem mais ritos de passagem tão definidos e torna-se difícil delinear, com precisão, a passagem da infância para a adolescência. Ainda assim, certos marcos costumam ser observados, como a primeira menstruação das meninas ou a permissão para dirigir. Comente com a turma que os ritos de passagem marcam o momento em que a criança abandona o mundo indiferenciado da infância e passa a ser adolescente, pronta para assumir seu papel no mundo dos adultos. Desse modo, trata-se de um momento simbólico, em que o adolescente compartilha, coletivamente, sua passagem para a vida adulta. Em sociedades tradicionais, é comum que os meninos passem por rituais que envolvem riscos e, muitas vezes, sofrimentos físicos.
Regência verbal
Ao falar ou escrever, é necessário estabelecer relações de concordância entre os nomes e verbos e os termos necessários à construção de seus sentidos. Essa relação é chamada de regência e é um recurso linguístico presente em todos os textos.
1. Releia este trecho da postagem de blogue.
1. a) Para evidenciar ao leitor o conhecimento da autora sobre a adolescência e para deixar claro que os impasses, as dúvidas, os questionamentos que os jovens têm nessa fase são comuns a todos eles desde a Antiguidade.
Estudos relacionados à Mitologia Grega mostram que os impasses adolescentes já existiam desde então. O sonho da imortalidade e os desafios impostos a si mesmo aparecem na mitologia antiga nos relatos da chegada da puberdade Também em sociedades indígenas, bem marcantes na história da nossa própria cultura, podemos observar marcos da saída da infância para a vida adulta. Etnias como Tembé e Kaxuyana têm relatos de ritos de passagem que fazem marcas no corpo, desenhos, símbolos e também festas que duravam até uma semana, onde rapazes se apresentavam às moças que haviam menstruado.
a) Com que finalidade as informações desse trecho podem ter sido inseridas na postagem?
b) O trecho cita os ritos de passagem, que são uma forma de marcar a transição para a adolescência. Que exemplos de ritos de passagem você conhece? Em sua opinião, eles são necessários? Respostas pessoais.
2. Releia o período em destaque no trecho da atividade 1.
a) Esse período é formado por uma oração. Que forma verbal exerce a função de núcleo dessa oração? A forma verbal aparecem
b) No caderno, transcreva a alternativa que indica a transitividade dessa forma verbal.
A. Verbo transitivo indireto. Alternativa D
B. Verbo transitivo direto.
C. Verbo transitivo direto e indireto.
D. Verbo intransitivo.
3. Agora, releia o período a seguir.
Também em sociedades indígenas, bem marcantes na história da nossa própria cultura, podemos observar marcos da saída da infância para a vida adulta. [...]
a) Esse período é formado por apenas uma oração. Que forma verbal exerce a função de núcleo? A locução verbal podemos observar
b) Que termo está diretamente ligado a essa forma verbal, completando seu sentido?
c) Existe uma relação de dependência entre a forma verbal e esse termo? Justifique.
O termo marcos da saída da infância para a vida adulta. Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois, sem o termo que exerce a função de complemento verbal, o sentido da forma verbal não seria compreendido.
Para as meninas, esses rituais costumam ser mais intimistas e mágicos, envolvendo práticas como pintar o corpo, ouvir cantos sagrados e banhar-se com água e essências.
Ainda que haja diferenças, para ambos os sexos, essas iniciações culturais representam um período educativo e de orientação, no qual os ritos têm o propósito de marcar a passagem para uma nova condição social.
2. a) Explique aos estudantes que o núcleo da oração é o verbo significativo ou nocional.
2. b) A forma verbal é considerada intransitiva, pois no contexto tem o mesmo sentido de “surgir, ocorrer”. Se necessário, sugira aos estudantes consultar um dicionário para conhecer outros significados e transitividades desse verbo.
PROPOSIÇÕES
4. Releia esta oração.
[...] Etnias como Tembé e Kaxuyana têm relatos de ritos de passagem [...].
• No caderno, transcreva a alternativa que não corresponde à analise da oração
A. O sujeito da oração é Etnias como Tembé e Kaxuyana Alternativa C
B. O termo relatos é objeto direto.
C. Os termos relatos e de ritos de passagem são complementos verbais.
D. A forma verbal da oração estabelece uma relação de dependência com o complemento verbal.
Nas atividades anteriores, as formas verbais precisam de complementos para que sejam compreendidas completamente. Essa relação entre o verbo e seu complemento chama-se regência verbal
Regência verbal é a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e seu complemento. Nessa relação, o verbo é o termo regente e o complemento, o termo regido.
Exemplo:
Hoje em dia, vemos uma maior liberdade de expressão. [...]
No exemplo, observa-se que a forma verbal vemos (o termo regente) necessita do complemento uma maior liberdade de expressão (o termo regido) para que seja compreendida.
Dependendo do contexto em que são empregados, os verbos podem ser classificados em transitivos (diretos, indiretos e diretos e indiretos) ou intransitivos. Os verbos transitivos precisam de um ou mais complementos verbais, que devem estar ligados à forma verbal com ou sem preposição.
Exemplos:
[...] o que te distancia do jovem de anos atrás [...].
No exemplo, a forma verbal distancia precisa de dois complementos verbais: te (distancia algo ou alguém – objeto direto) e do jovem de anos atrás (distancia de algo ou de alguém –objeto indireto). O segundo complemento vem regido pela contração do (preposição de + artigo o). Nesse exemplo, o verbo é transitivo direto e indireto
[…] os impasses adolescentes já existiam desde então. [...]
No exemplo, a forma verbal existiam está relacionada à circunstância de tempo desde então (existiam quando?), que vem regida pela preposição desde. Pelo fato de não precisar de complemento verbal, esse verbo é intransitivo
Existem casos em que a preposição é que possibilita especificar o sentido de alguns verbos. É o caso de trabalhar, por exemplo, que adquire sentidos específicos em construções como “trabalhar com meu pai” ou “trabalhar para mim mesmo”. Nesses casos, a ligação entre o complemento e o verbo é feita por meio da preposição e o verbo passa a ser transitivo indireto
Nos casos em que a relação entre o verbo e seu complemento é direta, sem preposição, o complemento também ajuda a ampliar sentidos. O verbo tomar, por exemplo, pode assumir diferentes sentidos em construções como “tomar um copo de leite” (beber); “tomar um banho” (lavar-se); “tomar um recado” (anotar). Nesses casos, o verbo é transitivo direto 255
3. a) Se necessário, reitere aos estudantes que o núcleo da oração é o verbo (ou locução verbal).
3. b) Se desejar, proponha perguntar ao verbo: Podemos observar o quê? A resposta é o objeto direto.
3. c) Se desejar, peça que releiam o período sem o complemento verbal e observem que fica sem sentido.
4. Se possível, analise, de modo coletivo e dialogado, todas as alternativas com os estudantes, verificando se estão corretas ou não.
Mencione que as regências verbais sofrem variações ao longo do tempo, porque os usuários da língua passam a utilizar os verbos com outras preposições ou mesmo sem elas, atribuindo novas interpretações às formas verbais. Portanto, a explicitação dos casos de regência deve ser feita de acordo com o contexto de uso e a situação de comunicação.
PROPOSIÇÕES
Ao trabalhar a regência de alguns verbos, explique aos estudantes que a língua sofre variações. No caso da regência, a mudança ocorre com o uso de preposições que não estão previstas pela gramática normativa. Esses novos usos são empregados em falas espontâneas, mas também podem ser encontrados em textos escritos em linguagem mais monitorada. O verbo buscar, por exemplo, tem sido usado cada vez mais pelos falantes com a preposição por, deixando de ser apenas transitivo direto para ser também transitivo indireto.
PARA ACESSAR
VIANA, Guilherme. Regência verbal. Brasil Escola. [S. l.], c2022. Disponível em: https://brasilescola. uol.com.br/gramatica/regenciaverbal.htm. Acesso em: 12 jul. 2022.
Artigo indicado aos estudantes com destaque para alguns casos de regência verbal em língua portuguesa.
Regência verbal: alguns usos
A transitividade verbal de alguns verbos pode mudar a depender dos sentidos com que são empregados.
Aspirar
1. No sentido de sorver, inalar, é transitivo direto. Exemplo:
• Nós aspiramos o ar puro quando vamos ao campo ou a parques florestais.
objeto direto
2. No sentido de desejar, pretender, é transitivo indireto e exige a preposição a. Exemplo:
preposição objeto indireto
• Os jovens aspiram a mais liberdade e compreensão por parte dos adultos.
Em algumas situações de uso, esse verbo é empregado sem a preposição nos dois sentidos.
Assistir
1. No sentido de ajudar, prestar assistência, é transitivo direto. Exemplo:
• Pais, familiares, professores assistem os jovens quando eles precisam.
objeto direto
2. No sentido de ver, presenciar, é transitivo indireto. Exemplo:
preposição
• Não assisti ao debate sobre questões ligadas aos adolescentes
objeto indireto
Em situações comunicativas formais ou informais, há casos em que esse verbo, no sentido de ver, presenciar, é empregado sem a preposição a. A diferença de sentidos é determinada pelo contexto.
Esquecer/lembrar
1. São verbos transitivos diretos quando empregados sem pronomes oblíquos. Exemplo:
• O funcionário lembrou o nome do jovem
objeto direto
2. São transitivos indiretos e exigem a preposição de quando empregados em sua forma pronominal. Exemplo:
preposição
• O funcionário se esqueceu do nome do jovem
objeto indireto
No português brasileiro contemporâneo, é comum empregar os verbos esquecer e lembrar (não pronominais) com a preposição de
Informar
É um verbo transitivo direto e indireto, portanto precisa de dois complementos. Exemplo:
PROPOSIÇÕES
• A postagem informou o gosto dos jovens por tatuagem e brincos aos seus leitores
objeto direto objeto indireto
Os verbos avisar, notificar e prevenir têm a mesma regência de informar
Obedecer/desobedecer
São verbos transitivos indiretos e exigem a preposição a. Exemplos:
preposição preposição
• Os adolescentes devem obedecer aos pais e professores
objeto indireto
Observa-se, no português brasileiro contemporâneo, que é comum o emprego dos verbos obedecer e desobedecer sem o uso da preposição.
Reforce com os estudantes que, além de especificar o sentido de um verbo, o emprego adequado da regência verbal contribui para a fluidez de um texto, uma vez que usos inadequados contribuem para truncamentos, incoerências e mal-entendidos.
PARA ACESSAR
preposição
• O filho desobedeceu ao pai
objeto indireto
Responder
1. É transitivo direto e indireto, ou seja, apresenta dois complementos: um objeto direto e um objeto indireto. Exemplo:
preposição
• Os jovens responderam sim ao plebiscito sobre o uso de celular em sala de aula
objeto direto objeto indireto
2. É transitivo indireto, com o uso da preposição a, quando se quer nomear a quem ou ao que se dá a resposta. Exemplo:
preposição
• Os jovens responderam aos coordenadores da escola
objeto indireto
Também é possível encontrar em situações formais (mais monitoradas) ou informais o uso do verbo responder, no sentido de “responder a algo ou a alguém”, sem o uso da preposição.
MIARA, Fernanda Lima Jardim; BÜCHELE, Maria Amália Carneiro. Gramática na escola: o ensino de regência verbal com apoio da Sociolinguística e da Teoria Gerativa. Linguagens – Revista de Letras, Artes e Comunicação, [s. l.], v. 15, n. 1, p. 95-115, nov. 2021. Disponível em: https://bu. furb.br/ojs/index.php/linguagens/ article/view/9668. Acesso em: 22 jul. 2022.
Artigo que oferece uma reflexão sobre o ensino de regência verbal em diálogo com a BNCC, considerando as teorias linguísticas da Sociolinguística e da Teoria Gerativa, e apresenta uma proposta de aplicação em sala de aula.
PROPOSIÇÕES
Em Atividades, no trabalho com o texto da atividade 1, discute-se o tema saúde mental dos estudantes, considerando a importância de preparar jovens e adolescentes para lidar com as questões emocionais próprias da adolescência, por meio de atividades que promovam a saúde mental. Esse trabalho oportuniza uma reflexão sobre o cuidado com o corpo e com a saúde e também uma aprendizagem de conhecimentos para tomada de decisão a fim de construir uma melhor qualidade de vida e bem-estar. Além disso, possibilita o desenvolvimento de valores como empatia e respeito e valorização da diversidade.
REALIZAÇÃO
1. Se possível, proponha aos estudantes a leitura silenciosa e individual do texto, seguida de uma leitura em voz alta e compartilhada. Antes de realizar as atividades, proponha uma conversa sobre a saúde mental dos estudantes. Incentive-os a compartilhar suas ideias livremente, acolhendo as suas preocupações e angústias. Se possível, solicite apoio da direção ou coordenação para convidar um psicólogo para conversar com a turma.
ATIVIDADES
1. As mudanças físicas e emocionais podem tornar os adolescentes vulneráveis a más condições de saúde mental. Leia o trecho de uma reportagem que aborda esse assunto.
Qual é a diferença entre depressão e tristeza?
Saiba como diferenciar depressão e tristeza e confira dicas de como colaborar com colegas que estão passando por isso
Por Helena RinaldiEm momentos de tristeza, é comum que algumas pessoas se questionem se estão com depressão. De acordo com a psicanalista Andréa Ladislau, os dois estados são bem diferentes. Enquanto a tristeza costuma ser causada por algum acontecimento específico e durar horas ou dias, a depressão ocorre quando o sentimento dura mais do que duas semanas e nem sempre possui uma causa. Além disso, a tristeza não afeta o dia a dia, enquanto a depressão pode alterar vários aspectos da vida cotidiana, como a relação com familiares e amigos.
Por isso é necessário procurar a ajuda de um adulto ao perceber sensações diferentes. “Falta de ânimo para realizar atividades de que gostava até então, ausência ou excesso de apetite, dificuldade para dormir, irritabilidade, choro constante sem motivo” são algumas delas, de acordo com Andréa. Ela também indica que quem tem depressão (ou suspeita que tenha) fale sobre seus sentimentos “mesmo que não consiga explicar muito o que sente, o que é perfeitamente normal”.
[...]
Para os estudantes Franciny R., Ana Beatriz B., Alexandre E., Ana Luiza S. e Laura F., de 12 anos, da Emef Vinicius de Moraes, em São Paulo (SP), é importante entender a diferença entre depressão e tristeza para saber superá-las. “Tem pessoas que acham que depressão é frescura de adolescente, mas não é”, diz Ana Luiza. Alexandre concorda: “As pessoas que pensam assim nunca passaram pela depressão. Elas só entendem quando alguém próximo vive isso, porque a depressão não afeta só a pessoa, e sim todos ao redor”.
O que fazer quando um colega pode estar com depressão?
De acordo com a psicóloga, se você acha que alguém que você conhece pode estar com depressão, é importante que essa pessoa se sinta acolhida: “Estando mais próximo, puxando conversa e tentando não deixar o colega sozinho ou isolado”. Atitudes como essas são fundamentais para que o conhecido tenha uma rede de apoio, o que pode provocar uma melhora no quadro de depressão.
As estudantes Franciny e Laura, que já tiveram colegas que passaram por isso, dão dicas de como atuar como rede de apoio: “A gente tem que ficar do lado da pessoa,
PARA LER
GARCIA, Cleisla. Sobre viver: como ajudar aqueles que você ama a se afastar do caminho do suicídio. São Paulo: Benvirá, 2018.
Nesse livro, a jornalista Cleisla Garcia reúne relatos de jovens que tentaram o suicídio, acompanha seus familiares e oferece orientações sobre como agir pela prevenção, a partir do apoio de médicos e psicólogos. Leitura indicada ao professor.
PRATA, Liliane. O mundo que habita em nós: reflexões filosóficas e literárias para tempos (in)tensos. São Paulo: Instante, 2019.
O livro, indicado ao professor, sugere um olhar para dentro de nós a fim de refletir de maneira filosófica sobre o mundo em que vivemos e o que ele muitas vezes provoca no interior de cada um.
1. a) Tratar da depressão e da tristeza diretamente com as crianças e os adolescentes que leem o jornal e que também sofrem cada vez mais com essa e outras questões de saúde mental.
1. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim e percebam que, na esfera jornalística, a escolha dos assuntos que serão tratados e do tipo de abordagem dos fatos pode ser influenciada pela vontade de agradar os anunciantes.
consolá-la e acalmá-la. Também é importante distraí-la para que ela não se sinta mais assim, levando a pessoa para sair e conversando com ela. Em momentos de tristeza, vale a pena falar para o amigo sair, respirar um pouco, beber uma água e contar até dez”, indica Franciny.
Laura acrescenta que é importante atuar com a família do colega que passa por isso. “A pessoa pode ter esses sentimentos em casa e na escola, por exemplo, então não é só a família que tem que ajudar, a gente também precisa. É importante apoiar os amigos”, diz. [...] [...]
Outra dica é estimular o colega a descobrir atividades de que goste: “Pode ser ir à praia, praticar algum esporte, jogar jogos que promovam a memória e o estímulo cerebral… Enfim, fazer coisas que alimentem o senso de pertencimento e o desejo de viver”, aponta a especialista.
RINALDI, Helena. Qual é a diferença entre depressão e tristeza? Joca, [São Paulo], 18 mar. 2022. Disponível em: www.jornaljoca.com.br/qual-e-a-diferenca-entre-depressao-e-tristeza-2/?refresh=true. Acesso em: 13 jun. 2022.
a) A reportagem foi publicada em um jornal voltado a crianças e adolescentes. Qual é a finalidade de abordar o tema com esse público?
b) Muitos jornais dependem da venda de anúncios para continuar circulando. Em sua opinião, abordar temas como esse pode atrair ou afastar os anunciantes desse veículo? Você acha que isso pode interferir na escolha dos assuntos que serão tratados ou na abordagem de certos fatos?
de tecnologias, entre outros. Reforce que é importante que eles busquem se conhecer, apreciar-se e cuidar-se, reconhecendo suas emoções e identificando em que momento elas estão causando sofrimento a fim de que possam buscar ajuda especializada.
3. a) Se necessário, retome as características do gênero reportagem e seu uso de apropriação textual, como o discurso direto e a paráfrase.
3. b) Incentive o compartilhamento das opiniões, solicitando que as justifiquem com argumentos consistentes.
2. Em sua opinião, é importante falar sobre temas como depressão e tristeza? Por quê?
2. Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, porque falar sobre esses assuntos é uma forma de obter conhecimento sobre questões de saúde mental, o que ajuda a lidar com ela e, principalmente, a saber como buscar ajuda, caso seja necessário.
3. Na reportagem, foram inseridas citações de uma especialista e de alguns adolescentes.
a) As inserções das citações dessas pessoas têm a mesma finalidade? Justifique.
b) Para você, qual das citações tem mais efeito: a da especialista ou a dos adolescentes? Justifique sua resposta. Resposta pessoal.
4. Releia o trecho a seguir, que explica a diferença entre depressão e tristeza.
[...] Além disso, a tristeza não afeta o dia a dia, enquanto a depressão pode alterar vários aspectos da vida cotidiana, como a relação com familiares e amigos.
a) O período é formado por duas orações. Identifique, na primeira oração, a forma verbal que exerce a função de núcleo da oração. Como ela pode ser classificada quanto à transitividade verbal? A forma verbal é afeta. É um verbo transitivo direto.
b) Os termos a tristeza e o dia a dia exercem a mesma função sintática no trecho? Explique.
3. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que, Espera-se que os estudantes reconheçam que o primeiro termo (a tristeza) exerce a função de sujeito da oração, e o segundo (o dia a dia) de objeto direto ou complemento verbal.
embora as citações estejam sendo usadas para dar voz a outras pessoas além da jornalista, elas têm finalidades diferentes. A voz da especialista traz mais credibilidade às informações apresentadas pelo texto, já a voz dos adolescentes comprova o que está sendo dito sobre a depressão na adolescência.
4. a) Auxilie os estudantes a identificar o verbo, núcleo da ação verbal; em seguida, oriente-os a perguntar ao verbo: Afeta o quê? A resposta é o complemento verbal, no caso, objeto direto (o dia a dia).
4. b) Explique que o verbo mantém uma relação de concordância com o sujeito da oração, no caso, a tristeza.
5. Releia o trecho da atividade 4 e, agora, analise a segunda oração.
a) Que termo estabelece uma relação de sentidos com a locução verbal pode alterar? Por que é possível fazer essa afirmação?
5. b) O termo é objeto direto, pois está ligado sem preposição ao verbo transitivo.
b) De acordo com essa relação, como pode ser classificado esse termo?
5. a) O termo é vários aspectos da vida cotidiana; é possível fazer essa afirmação porque, sem esse termo, não se poderia entender o que se pode alterar e o sentido da oração não seria completo.
REALIZAÇÃO
1. a) Auxilie os estudantes a identificar o assunto abordado na reportagem.
1. b) Comente que veículos isentos buscam não ceder a esse tipo de influência e que empresas sérias evitam interferir na linha editorial das publicações. Assim, observar quais são os principais anunciantes, patrocinadores e apoiadores de determinado veículo é um
dado importante a ser observado a fim de conferir sua credibilidade.
2. Comente que múltiplos fatores podem afetar a saúde mental de adolescentes e jovens, alguns deles típicos dessa fase da vida, como o desejo por autonomia, questões de autoestima devido às mudanças no corpo, pressão de amigos e familiares, exigências da escola, maior acesso e uso
5. a) Oriente-os a perguntar ao verbo: Pode alterar o quê? A resposta é o complemento verbal, no caso, vários aspectos da vida cotidiana. Leve os estudantes a perceber que, sem esse complemento, a oração fica sem sentido.
5. b) Leve-os a perceber que o complemento verbal é um objeto direto, pois não é necessário o uso da preposição entre o verbo e o objeto.
REALIZAÇÃO
6. Incentive os estudantes a expor seus pontos de vista, justificando de forma sustentada suas posições. Comente com a turma que a saúde mental é responsável por muitas doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos e que a maioria dos problemas começam aos 14 anos de idade. Por causa da falta de preparo e acolhimento dos adultos, a maioria dos casos não é detectada nem tratada. O tema saúde mental de jovens e adolescentes é bastante delicado e requer uma condução cuidadosa por parte do professor. Portanto, é recomendado um preparo antecipado para que essa pergunta não coloque os estudantes em uma situação constrangedora ou intimidadora. Se possível, busque um profissional da área da saúde, um psicólogo ou orientador escolar, se houver na escola, para conversar com os estudantes sobre o tema depressão. Como forma de oferecer subsídio à prática do professor, recomenda-se a leitura dos dois livros a seguir:
• GOUVEIA, Rildésia Silva Veloso; GOUVEIA, Valdinei Veloso. Depressão na infância e adolescência: conceituação, medida e tratamento. São Paulo: Vetor, 2013.
• FRIZERRA, Emília Helena da Silva. Depressão infantil: para além do diagnóstico. São Paulo: Appris, 2015.
7. a) Espera-se que os estudantes percebam que os termos estão relacionados às formas verbais.
7. b) Espera-se que os estudantes percebam que há o uso de preposição em um dos destaques.
6. Releia o que diz Alexandre, um adolescente de 12 anos.
[...] “As pessoas que pensam assim nunca passaram pela depressão. Elas só entendem quando alguém próximo vive isso, porque a depressão não afeta só a pessoa, e sim todos ao redor ”.
• Você concorda com o ponto de vista do jovem? O que, na sua opinião, pode ser feito para mudar a forma de pensar dessas pessoas? Respostas pessoais.
7. a) Com as formas verbais passaram, vive e afeta, respectivamente.
7. No período apresentado na atividade 6, há alguns termos em destaque.
a) Com que termos eles estabelecem uma relação de sentidos?
b) Todos os termos em destaque estão ligados diretamente ao termo ao qual se referem ou há alguma diferença entre eles?
8. Releia o que diz Laura, de 12 anos.
Espera-se que os estudantes reconheçam que o termo depressão está ligado indiretamente à forma verbal passaram, por meio do emprego da preposição pela
Laura acrescenta que é importante atuar com a família do colega que passa por isso. “A pessoa pode ter esses sentimentos em casa e na escola, por exemplo, então não é só a família que tem que ajudar, a gente também precisa. É importante apoiar os amigos”, diz. [...]
a) Que aspecto Laura ressalta em sua fala?
8. a) A importância da atuação da família no auxílio do jovem com depressão, mas também a necessidade de apoio de todos aqueles que se relacionam com ele em casa ou na escola.
b) Observe os complementos verbais em destaque no trecho. No caderno, transcreva a única alternativa que não corresponde a eles. Alternativa A
A. Ambos estão ligados diretamente ao verbo.
B. Os dois são complementos verbais, sendo que o primeiro é objeto indireto e o segundo, objeto direto.
C. O verbo atuar exige que o seu complemento seja precedido da preposição com
D. Os dois verbos ao quais os complementos se ligam são transitivos.
9. A seguir, leia algumas manchetes de notícias que abordam assuntos variados. TEXTO 1
Infectologista responde dúvidas sobre vacinação contra o sarampo
INFECTOLOGISTA responde dúvidas sobre vacinação contra o sarampo. G1, [s. l.], 8 ago. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2019/08/08/infectologista-reponde-duvidassobre-vacinacao-contra-o-sarampo.ghtml. Acesso em: 13 jun. 2022.
TEXTO 2 260
Dieta rica em fibras preveniu infecção por gripe em ratos
DIETA rica em fibras preveniu infecção por gripe em ratos. G1, [s. l.], 15 maio 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/dieta-rica-em-fibras-preveniu-infeccao-por-gripe-em-ratos.ghtml. Acesso em: 13 jun. 2022.
8. a) Espera-se que os estudantes identifiquem o aspecto defendido por Laura. Se desejar, proponha que se posicionem diante dessa fala, concordando ou não com o argumento.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 260
8. b) Se necessário, discuta cada alternativa com os estudantes, solicitando que apontem por que estão corretas ou não.
TEXTO 3
CUIDADOS no trânsito: obedecer aos semáforos e atenção são essenciais para evitar acidentes. Jornal Tapajós 1a Edição, [Santarém], 25 dez. 2018. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/7256334/. Acesso em: 13 jun. 2022.
TEXTO 4
‘Não vou esquecer desse dia’, diz criança ao conhecer cinema pela primeira vez em Macapá
VIDIGAL, Victor. ‘Não vou esquecer desse dia’, diz criança ao conhecer cinema pela primeira vez em Macapá.
G1 Amapá, [Macapá], 15 jun. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2019/07/15/nao-vouesquecer-desse-dia-diz-crianca-ao-conhecer-cinema-pela-primeira-vez-em-macapa.ghtml. Acesso em: 13 jun. 2022.
TEXTO 5
9. a) Sim. De acordo com a norma-padrão, o verbo responder empregado com sentido de “dar resposta” pode ser transitivo direto ou indireto, admitindo os dois tipos de complemento verbal.
Ciclistas fazem ação para lembrar Dia Mundial sem Carro
CICLISTAS fazem ação para lembrar Dia Mundial sem Carro. Bom Dia Paraná, [Curitiba], 23 set. 2019. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/7943441/. Acesso em: 13 jun. 2022.
a) Releia o texto 1. A regência verbal do verbo responder nessa manchete está de acordo com a norma-padrão? Explique.
b) No caderno, transcreva a alternativa adequada à análise dessa manchete. Alternativa A
A. O termo dúvidas sobre vacinação contra o sarampo é objeto direto.
B. O termo dúvidas é objeto direto e sobre vacinação e contra o sarampo são objetos indiretos.
C. O termo dúvidas sobre a vacinação é objeto direto e contra o sarampo é objeto indireto.
11. b) Porque, pela norma-padrão, ele é considerado um verbo que só pode ser transitivo indireto quando for empregado como verbo pronominal (esquecer-se), o que não é o caso na manchete.
D. O termo contra o sarampo é adjunto adverbial.
10. No texto 2 , o verbo prevenir está empregado de acordo com a norma-padrão.
a) Por que é possível afirmar isso?
REALIZAÇÃO
9. a) Se possível, oriente os estudantes a consultar um dicionário de regência verbal para que conheçam as diferentes transitividades do verbo responder
9. b) Caso julgue necessário, escreva na lousa a manchete e analisea, de forma dialogada com a turma.
10. a) Se desejar, comente que a regência verbal difere da regência do nome prevenção, que pode ser seguido por a, contra ou de
10. b) Auxilie os estudantes a perceber que o verbo é transitivo direto, pois seu complemento não é antecedido por uma preposição.
11. a) Espera se que indiquem a inadequação no uso da regência verbal do verbo esquecer
Porque, de acordo com as regras que determinam a regência desse verbo, ele precisa de complemento, como empregado na manchete.
b) Como esse verbo pode ser classificado? Verbo transitivo direto.
11. a) A manchete do texto 4; o verbo esquecer
11. Em uma das manchetes, há uma forma verbal que não está empregada de acordo com a norma-padrão.
a) Qual é a manchete e qual é o verbo?
b) Por que a regência desse verbo não está obedecendo à norma-padrão?
c) O que pode ter contribuído para que fosse usado dessa forma?
11. c) Espera-se que os estudantes infiram que, por estar entre aspas, o trecho da manchete em que o verbo é utilizado corresponde à fala do menino e pode ter sido uma opção do jornalista mantê-la exatamente como foi dita.
12. Analise o uso dos verbos obedecer (texto 3) e lembrar (texto 5). Eles estão empregados de acordo com o que rege a norma-padrão?
Sim, os verbos seguem a regência verbal determinada pela norma-padrão: obedecer é transitivo indireto; lembrar, transitivo direto.
11. b) Explique que os verbos esquecer e esquecer-se têm diferentes regências, sendo o primeiro transitivo direto, e o segundo, transitivo indireto.
11. c) Relembre os estudantes de que os usos da regência verbal variam conforme o registro da fala, informal e formal, e, por isso, podem obedecer ou não à normapadrão da língua.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 261
PROPOSIÇÕES
Nas atividades 9 a 12, trabalha se com manchetes jornalísticas, com o objetivo de retomar com os estudantes o trabalho com textos do campo jornalístico midiático e de
ampliar a abordagem de temas relacionados com saúde, bem estar e cuidado com a mente e com o corpo, abordados neste módulo. Peça que leiam as manchetes e, antes de resolverem as atividades, converse com a turma sobre o assunto de cada uma.
13:03
12. Se desejar, proponha uma pesquisa sobre o uso desses verbos em textos jornalísticos para verificar a adequação ou não das ocorrências encontradas em relação à norma padrão. Pode ser interessante propor que analisem se o jornalista manteve as inadequações em razão da intenção comunicativa.
Cuidados no trânsito: obedecer aos semáforos e atenção são essenciais para evitar acidentes
PROPOSIÇÕES
Para o desenvolvimento das atividades iniciais de Linguagem e sentidos, se desejar, organize a turma em duplas ou trios para que possam interagir e trocar análises sobre a língua e o texto lido.
REALIZAÇÃO
1. a) Incentive os estudantes a se posicionar em relação ao assunto. Eles poderão ter opiniões divergentes, visto que a questão diz respeito à realidade de vida e familiar de cada um. Solicite que, ao se posicionar, sustentem seus pontos de vista com argumentos consistentes.
1. b) Incentive-os a explicar como entendem o conceito. Reforce a importância de conhecermos a nós, nossas emoções e o modo como lidamos com elas, a fim de viver de modo mais equilibrado, saudável e feliz.
2. a) Pelo fato de o radical autose posicionar antes de outra palavra para formar um novo significado, é considerado por alguns gramáticos, como Celso Cunha, um falso prefixo.
2. b) Explique que, no processo de composição por justaposição, não há alteração dos elementos que compõem a palavra. Se desejar, solicite aos estudantes que busquem por outras palavras que seguem o mesmo processo de formação.
3. Comente que nas palavras autorretrato e autossuficiente, as letras r e s são dobradas, mas trata-se de uma questão ortográfica que não é considerada uma modificação nessas palavras.
E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E
Processo de formação de palavras: composição por aglutinação
Você já estudou que as palavras podem ser compostas pelo processo de composição. Esse processo pode ocorrer de duas maneiras.
2. a) Ela é formada pelo radical auto - e pela palavra conhecimento
2. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que o radical auto - se une ao substantivo conhecimento sem nenhuma alteração. Esse processo se chama composição por justaposição.
3. Autobiografia: história de vida de um indivíduo escrita por ele mesmo; autocrítica: crítica feita por alguém a si mesmo; autorretrato: retrato de alguém feito por ele mesmo; autossuficiente: algo ou alguém que se basta, que não precisa de nada nem de ninguém.
Usa-se hífen em palavras compostas iniciadas por auto - se a segunda palavra começar com o ou com h Exemplos: auto-hipnose, auto-orgulho Nos demais casos, não se usa o hífen. Quando a outra palavra iniciar com r ou s, essas letras devem ser dobradas. Exemplos: autorregulação, autos serviço
1. Releia, a seguir, o trecho de um dos parágrafos que finalizam a postagem de blogue.
[...] Por isso, é tão importante a busca pelo autoconhecimento e todas as práticas profissionais que trabalhem esses sentimentos para que o adolescente possa lidar com mais confiança com problemas que tiram a sua paz.
a) Você concorda com o que a autora propõe nesse trecho? Por quê? Respostas pessoais.
b) O que você entende por autoconhecimento? Resposta pessoal.
2. Autoconhecimento é uma palavra composta.
a) Explique de que maneira ela é formada.
b) Existe alguma alteração nas palavras que compõem autoconhecimento? Como se chama o processo de composição dessa palavra?
3. Com base no sentido do radical auto -, explique o sentido das palavras compostas a seguir.
autobiografia autocrítica autorretrato autossuficiente
As palavras analisadas nas atividades anteriores são compostas pelo processo de composição por justaposição. Há outro modo de formar as palavras por composição chamado de composição por aglutinação
Composição por aglutinação
A aglutinação ocorre quando dois elementos são unidos para formar palavras compostas, mas um deles sofre alguma modificação em sua grafia. 262 D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd
Exemplos:
planalto palavra formada por plan(o) + alto
sofreu modificação: queda do o
pernalta palavra formada por pern(a) + alta
sofreu modificação: queda do a
A principal função do processo de composição por justaposição ou por aglutinação é a criação de novas palavras para designar objetos, conceitos ou funções. O surgimento de novas palavras compostas é natural e recorrente, já que a necessidade de encontrar nomes para novos objetos, conceitos e funções é constante.
Há ainda outros processos de composição na língua portuguesa.
Outros processos de formação de palavras
Abreviação vocabular
Ocorre quando se elimina uma parte da palavra para se obter uma forma mais curta, mas sem prejudicar a compreensão do sentido.
Exemplos:
• cel (abreviação de celular)
• bici (abreviação de bicicleta)
• foto (abreviação de fotografia)
• quilo (abreviação de quilograma)
Siglonimização
É a formação de siglas com as primeiras letras de um nome, com o objetivo de reduzir expressões longas.
Exemplos:
• ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
• ONU (Organização das Nações Unidas)
Onomatopeia
É a palavra criada com base na tentativa de reprodução aproximada de determinados sons ou ruídos.
Exemplos:
• zum-zum
• tique-taque
• cocorocó
• atchim
PROPOSIÇÕES
De acordo com a proposta do módulo sobre as questões emocionais relacionadas à adolescência, é importante abordar também as relações interpessoais dos estudantes, seja no convívio familiar, nas relações entre pais e filhos, seja na comunidade em que vivem e na escola, uma vez que a adolescência é um período da vida em que geralmente há conflitos com as figuras de autoridade e tensões na família e no ambiente doméstico. Por isso, as propostas de Atividades, apresentadas adiante, buscam propiciar o desenvolvimento da cooperação e diálogo e o respeito à diversidade dos indivíduos.
FREITAS, Patrícia Martins et al Influência das relações familiares na saúde e no estado emocional dos adolescentes. Revista Psicologia e Saúde, Campo Grande, v. 12, n. 4, p. 95-109, out./dez. 2020. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid= S2177-093X2020000400009. Acesso em: 19 jul. 2022.
Nesse artigo, recomendado para o professor, os pesquisadores divulgam os resultados de uma pesquisa sobre como os fatores conflito e baixa afetividade na família contribuem para a incidência de depressão, baixas notas e problemas de comportamento.
REALIZAÇÃO
Atividades
1. Proponha aos estudantes que analisem os elementos verbais e não verbais contidos na tirinha e interpretem os efeitos de sentido decorrentes do emprego deles. Se julgar oportuno, encaminhe uma conversa sobre o relacionamento entre pais e filhos e as dificuldades e preocupações vividas no convívio familiar na adolescência.
1. a) Oriente-os a observar com atenção os elementos não verbais da tirinha para inferir o relacionamento entre pai e filha.
1. b) Comente que a maturidade não se refere à idade propriamente, pois há jovens maduros e idosos imaturos, por exemplo.
2. a) Esta atividade possibilita mobilizar os conhecimentos que os estudantes têm sobre esse super-herói, que faz parte da cultura pop e juvenil, apreciado por eles.
2. b) Comente que a fala “vou me arrepender por perguntar, mas...” da filha pode indicar o comportamento imaturo do pai.
3. Espera-se que identifiquem que o nome do personagem é uma palavra composta por justaposição.
4. Comente que palavras como embora (em boa hora) e fidalgo (filho de algo), com o tempo, perderam a identificação de seus elementos formadores.
5. Respostas esperadas: cocoricó: onomatopeia (significa a voz imitativa do canto do
ATIVIDADES
1. a) É possível inferir que o relacionamento é amistoso e descontraído, demonstrando afetividade nas relações entre pai e filha.
1. b) Aparentemente a filha, pois pelo diálogo ela parece inferir que o pai está fazendo algo inusitado e, por isso, imagina a resposta que vai receber.
1. A seguir, leia a tirinha que faz parte da série autobiográfica Bocós, em que o autor mostra seu cotidiano com a filha adolescente, Malu.
a) As personagens são pai e filha. Considerando a situação narrada, o que é possível inferir sobre o relacionamento entre eles?
b) Com base no diálogo, qual deles aparenta ser mais maduro? Por quê?
2. a) O humor é construído pelo fato de o pai associar o personagem do filme, o Homem-Formiga, ao inseto formiga, imaginando que precisará de lupa para enxergá-lo na tela.
2. No último quadrinho, a resposta do pai gera um efeito de humor na tirinha.
a) Como o humor é construído?
2. b) Confirma a expectativa da filha, que já esperava uma resposta totalmente fora de propósito, o que também gera o humor da tirinha.
b) Em sua opinião, a resposta do pai confirma ou contraria a expectativa da filha ao fazer a pergunta?
3. a) Provavelmente, ele pode diminuir e ficar do tamanho de uma formiga.
3. Na tirinha, a palavra homem-formiga dá nome ao personagem do filme.
a) Com base nos elementos que compõem esse nome, quais são os prováveis atributos desse personagem?
3. b) Porque a palavra é formada por outras duas, que se juntam e formam uma só palavra com um significado específico.
b) A palavra homem-formiga é composta. Por que é possível afirmar isso?
c) Essa palavra é composta por aglutinação? Justifique.
Espera-se que os estudantes reconheçam que não, pois as palavras se unem sem nenhuma modificação na grafia.
4. a) Porque são formadas pela união de duas ou mais palavras.
4. Todas as palavras do quadro a seguir são formadas pelo processo de composição. sabe-tudo embora pescada-amarela pimenta-de-cheiro boquiaberta mestre de obras aeroclube petróleo vinagre bombom caradura sanguessuga
4. b) Predominam palavras formadas pelo processo de composição por justaposição.
a) Explique por que essas palavras são formadas por composição.
b) No quadro predominam palavras formadas por qual dos processos de composição?
c) Quais palavras do quadro são formadas por aglutinação? Explique como cada uma delas é formada.
As palavras embora, boquiaberta, vinagre e petróleo Embora: em + boa + hora; boquiaberta: boca + aberta; vinagre: vinho + acre; petróleo: pedra + óleo.
5. No caderno, indique o processo de formação de cada uma das palavras a seguir. Depois, explique o significado delas.
Leia as respostas aos itens no Manual do Professor.
a) cocoricó b) moto c) CPF d) porta-bandeira
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 264
galo); moto: abreviação vocabular da palavra motocicleta; CPF: siglonimização (sigla de Cadastro de Pessoa Física); porta-bandeira: composição por justaposição (pessoa que carrega bandeira ou estandarte em desfile, procissão ou manifestação).
O CONTEXTO DO TEXTO
O texto que você vai ler é uma narrativa de memória da época em que o autor Yaguarê Yamã era criança e vivia na aldeia Novo Horizonte Yãbetué’y, localizada na área indígena Maraguapajy, no Amazonas. No livro do qual o texto foi retirado, o autor resgata lembranças das aventuras de quando era criança e escreve uma parte da memória que guarda dos bons tempos da infância e das histórias que viveu no coração da Amazônia. O objetivo do autor é mostrar um pouco da vida de uma criança indígena nascida em uma floresta e compartilhar o que aprendeu com as lições da natureza.
BNCC
Habilidades do Capítulo 2
TEXTO
• EF69LP44
• EF69LP47
• EF89LP27
• EF89LP33
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP44
• EF89LP27
Na postagem de blogue que você leu, ao falar sobre a adolescência, a autora faz referência a ritos de passagem de alguns povos indígenas, evidenciando a diversidade dos marcos de transição da infância para a vida adulta nas diferentes sociedades.
O texto que você vai ler a seguir é uma narrativa de memórias escrita por um autor indígena, em que ele narra um acontecimento significativo de sua vida e de grande importância tanto para a cultura de seu povo quanto para outros meninos que, assim como ele, nasceram na floresta e pertencem à etnia maraguá. Confira no boxe desta página algumas informações do livro do qual o texto foi extraído.
Antes de iniciar a leitura, observe o título do texto e estabeleça hipóteses: Que história você imagina que será narrada pelo autor? O que o teria motivado a contar essa história? Em que ambiente ela se passa? Compartilhe suas hipóteses com os colegas e ouça as deles com atenção, respeitando a vez de cada um falar. Respostas pessoais.
TEXTO
Leia o texto para saber o que aconteceu com o autor e por que esse evento foi tão importante na vida dele. Antes de começar, ouça as orientações do professor.
Ritual da tukãdera
Guyraraý (Filho de pássaro) era o nome do pajé de nossa aldeia. Como o próprio nome sugere, era afilhado do espírito das aves, o sábio Kasawá-waçú. O pajé tinha como xerimbabo um belo Apinayé, gavião real, que o seguia a todo instante.
Ele era o responsável pelos eventos e pelas festas da comunidade, uma delas, a mais importante de todas, era o teste da dança da tukãdera, ou waperiá, rito de iniciação que marca a passagem da idade infantil para a adulta. Quando completei dez anos, meu pai me levou até a casa do pajé a fim de marcar o meu teste. Seguindo nossa tradição, eu já estava na idade de passar para a idade adulta. Minha turminha de amigos, aquela com a qual saía para fazer nossas aventuras de aprendizagem, também já estava pronta e alguns deles já haviam passado pelo ritual naquele ano. Muitas coisas mudaram desde que começamos a fazer nossas aventuras mirins. Já estávamos até pensando em meninas, coisa que antes era impensável. Procurávamos agora agradá-las, cortejá-las.
PROPOSIÇÕES
Antes de os estudantes iniciarem a leitura silenciosa do texto do Capítulo 2 , explique a eles que vão ler uma narrativa de memórias, um texto em que o narrador-personagem narra acontecimentos vividos por ele. Na narrativa que eles vão ler, o narrador é um adulto, um indígena da etnia maraguá.
O povo maraguá habita a região do baixo Amazonas, fala a língua nheengatu e é herdeiro dos tapajós, povo que habitava a maior parte da região em que hoje se localiza o estado do Amazonas.
Após apresentar essas informações, pergunte a eles se já tinham ouvido falar do povo maraguá, se sabiam alguma coisa a respeito dele e o que gostariam de saber.
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP15
• EF69LP44
• EF69LP47
• EF69LP54
• EF69LP55
PALAVRA ABERTA
• EF69LP03
• EF69LP25
• EF89LP32
• EF89LP33
• EF89LP37
• EF08LP13
• EF08LP14
• EF89LP22
• EF89LP27
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP13
• EF69LP44
• EF69LP56
PRODUÇÃO ORAL
• EF69LP07
• EF69LP12
• EF69LP14
• EF69LP19
• EF69LP26
• EF69LP31
• EF89LP16
• EF89LP27
• EF08LP04
• EF08LP09
• EF08LP16
• EF69LP32
• EF69LP33
• EF69LP38
• EF69LP41
• EF89LP24
• EF89LP25
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Proponha aos estudantes uma leitura silenciosa e individual da narrativa de memórias. Em seguida, se possível, faça uma leitura em voz alta para a turma, em que se articulem adequadamente as palavras oriundas de línguas indígenas. Após a leitura, é possível que o ritual apresentado no texto cause estranhamento à turma; por isso, reforce a necessidade de respeito às culturas indígenas, que apresentam formas de viver e valores em variados contextos socioculturais e conhecimentos próprios de cada aldeia.
PROPOSIÇÕES
A grafia e a pronúncia das palavras oriundas de línguas indígenas podem causar estranhamento aos estudantes. Incentive-os a respeitar a cultura dos povos indígenas, o que inclui também a diversidade de línguas faladas por cada povo. Se desejar, desenvolva um trabalho sobre as palavras originárias do tupi antigo que fazem parte do vocabulário da língua portuguesa, como pipoca, abacaxi, arara, pereba etc. Para isso, se desejar, consulte este material: https://ensinarhistoria.com. br/palavras-de-origem-tupipara-trabalhar-com-os-alunos/ (acesso em: 20 jul. 2022).
REALIZAÇÃO
Reserve um tempo para mobilizar os conhecimentos que os estudantes têm sobre o gênero narrativa de memórias. Incentive-os a compartilhar o que sabem com a turma, por exemplo: Quem costuma escrever? Que fatos são narrados? Com que finalidade? Onde são publicadas? Se desejar, anote as hipóteses levantadas por eles na lousa a fim de verificar se as ideias iniciais se confirmaram durante o estudo desse gênero. Discuta estereótipos e ideias distorcidas que eles possam ter sobre os jovens e adolescentes indígenas. Auxilie-os a refletir sobre romantizações e preconceitos que aparecerem para desnaturalizar visões que firam os direitos humanos, levando-os a reconhecer e a valorizar as práticas e as manifestações culturais dos diferentes povos.
Fomente em sala de aula o respeito pela cultura e história dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, a fim de que os estudantes possam valorizar o multiculturalismo
Havia até uma menina na aldeia por quem meu coração batia forte, seu nome era Guataçara-morãga (Beleza andante) e nesse tempo eu sonhava casar-me com ela. Guataçara foi a minha primeira paixão e o motivo maior para passar pelo ritual.
Lembro-me de uma vez, quando vínhamos de uma visita ao cemitério, na beira do rio Abacaxis, onde estava sepultada minha avó, a mãe de minha mãe. Dirigindo a canoa, meu pai teve a ideia de parar no primeiro porto da aldeia. Era lá a casa dos pais de Guataçara.
Subindo em terra, meus pais se puseram a conversar com os pais da menina enquanto ela brincava de amarelinha com suas amigas. E eu olhava meu irmão subir numa alta árvore de ingá. Ao alcançar a guia, ouvi as meninas o gabarem pela sua coragem de estar em cima da árvore: — Olha ali, aquele menino é tão corajoso! Nem tem medo.
Ao ouvir os aplausos, tive medo de perdê-la e me manifestei rapidamente. Num piscar de olhos, subi em direção à guia, onde meu irmão estava. Queria também ganhar aplausos e gabações das meninas. Se ele ganhou, por que eu não ganharia?
Quando já estava próximo, pisei num galho seco e, sem ação, me vi caindo por entre as folhas, até bater no chão, em cima das grossas raízes da árvore. Vi pessoas correndo para o local e tentei chorar, mas não pude, o baque havia sido forte em minhas costelas prendendo a respiração e o choro.
Já quase desmaiando e enquanto meu pai me acudia, ainda ouvi aquelas meninas tentando me elogiar:
— Esse menino é tão valente, caiu da árvore e nem chora.
Foi só o que ouvi. Quando acordei, já estava na canoa, deitado no colo de minha mãe e com muitas dores por todo o corpo. Essa realmente foi uma lição para mim. Desde então, não mais quis invejar meu irmão, que passara pelo teste da tukãdera antes de mim. Agora havia chegado a minha vez, e mais do que nunca precisava mostrar a todos que também era corajoso e forte. Porém dessa vez não seria por inveja, e sim porque era meu dever e todos esperavam por isso.
Antes de conversar com o pajé, meu pai procurava encorajar-me. Eu estava realmente apreensivo, apesar de saber o porquê da importância do ritual para mim e para nossa comunidade. De qualquer modo, queria mostrar a todos, principalmente à mocinha por quem estava apaixonado, quanto era forte.
Meu pai e o pajé finalmente marcaram o ritual para o outro dia, pois era época de ninhadas de tukãdera e seria bom aproveitá-la.
Então o pajé dirigiu-se para a mata, levando um pouco de sumo de caju, e meu pai, seguindo-o, levava uma luva trançada com fibras de warumã . O pajé mexeu no ninho de formigas e, conforme saíam do buraco, ele jogava o sumo de caju em cima delas para adormecê-las. Momento certo para papai colocar umas oito tukãderas dentro da luva.
No outro dia, o pajé deu início ao ritual. Começou a cantar no meio do terreiro da aldeia e eu, vestindo a Sa’ary pe, a luva de tukãdera, pus-me a dançar junto a várias pessoas que também participavam da dança. Enquanto dançávamos, minhas mãos eram ferradas por raivosas tukãderas, as venenosíssimas formigas gigantes da Amazônia, cuja ferroada é dez vezes mais dolorida que a picada de uma vespa. Aí é que a coragem é testada realmente, mas a vontade de mostrar a virilidade é maior. Todo menino parece sonhar com esse dia, é o momento de provar a todos que ele já é capaz de fazer coisas de adultos.
Fazendo esse teste, uma das tradições mais antigas e o ritual mais importante das culturas Maraguá e Sateré-mawé, o rapaz estará se curando contra as doenças, contra a indolência e principalmente contra o medo. Também estará se preparando para ser bom pescador, bom caçador e um marido exemplar. Quem não gostaria de ter todas essas qualidades?
nas matrizes históricas e culturais brasileiras e reconhecer a sociodiversidade das culturas indígenas.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Dicionário ilustrado nheengatu
Proponha aos estudantes que elaborem um dicionário ilustrado com alguns termos da língua nheengatu. Solicite que se reúnam em grupos e entregue quatro termos a cada
grupo. Eles deverão elaborar hipóteses sobre o significado de cada palavra, escrevê-lo e fazer um desenho que a represente. Comente que alguns dos termos foram empregados no texto que vão ler.
Depois, organize a sala em círculo e peça a cada grupo que apresente aos demais os significados que elaboraram. Nesse momento, avalie a criatividade dos estudantes e apresente o real significado dos termos em
Usei toda a minha coragem para alcançar meu objetivo. Passar no teste, enfrentando tukãderas ferozes, seria a maior das vitórias. Nem mais senti a mão por causa das muitas ferroadas, continuei a dançar com os outros e só ouvia a música sagrada que o pajé cantava no meio da roda. Eu sabia que meu pai estava lá, segurando meu braço com cuidado, mas nesse momento não o vi nem vi mais nada ao meu redor. Desde então só me recordo do momento em que mamãe passou um remédio feito de ervas medicinais no meu braço. No final do ritual, já melhor e com as dores amenizadas , felizes, disseram-me que eu havia me saído muito bem. Agora não era mais somente Yaguarê Yamã, tribo de onças pequenas, apenas um menino entre muitos, eu tinha me tornado Yaguarê Yamã, um respeitado adulto de minha nação. Havia vencido as tukãderas e passado pelo dificílimo ritual de iniciação.
QUEM É O AUTOR
Yaguarê Yamã é o nome indígena de Ozias Gloria de Oliveira, um amazonense pertencente, por parte de pai, à etnia maraguá-mawé e, por parte de mãe, à etnia maraguá-parintintim. Formou-se geógrafo em São Paulo, onde morou por seis anos e lecionou em escolas públicas. Por incentivo do amigo Daniel Munduruku, tornou-se escritor. Também é artista visual e ilustrador especialista em grafismos indígenas. Atualmente, mora em Nova Olinda do Norte, no Amazonas.
SAIBA MAIS
• warumã: cipó de fazer cestos;
• xerimbabo: animal de estimação;
VOCABULÁRIO
Xerimbabo: animal de estimação.
Ingá: fruto da ingazeira.
Guia: copa das árvores.
Gabações: elogios.
Apreensivo: preocupado, receoso.
Warumã: planta utilizada para fazer cestos, esteiras etc.
Virilidade: força, vigor masculino.
Indolência: moleza, preguiça.
Amenizadas: suavizadas.
• yaguarê yamã: tribo de onças pequenas.
REALIZAÇÃO
Ao final da leitura, pergunte aos estudantes se há palavras utilizadas no texto cujo significado desconhecem e oriente-os a inferi-lo pelo contexto e, em seguida, a consultar as palavras contidas do boxe Vocabulário Se necessário, instrua-os a consultar um dicionário.
Leia as informações do boxe Quem é o autor com a turma. Comente que a designação correta para um grupo de indígenas é etnia ou povo (e não tribo). Recomenda-se também terra, território indígena ou aldeia. Para se referir a um indivíduo, se usa a palavra indígena (e não “índio”). Explique que utilizar os termos adequados também significa respeito pelos indígenas e valorização pela diversidade dos povos (disponível em: www12. senado.leg.br/manualdecomu nicacao/estilos/indio; acesso em: 18 jul. 2022).
Antigamente, o povo maraguá viva na região dos rios Mamuru e Abacaxis, de onde foram expulsos. Hoje, habitam a floresta equatorial do município de Nova Olinda do Norte, no Amazonas. As aldeias estão organizadas às margens dos rios e são interligadas por um único caminho, o Irapé. No centro de cada aldeia, há um totem maraguá e a casa do conselho, mirixawaruka. Cada uma das aldeias é liderada por um tuxawa (governante) e um mirixawa (conselheiro), que seguem as orientações do governante geral, o tuxawa. A cultura do povo maraguá tem forte influência tupi devido à miscigenação com os ramos sataré-mawé e parintintin. Sua língua é o nheengatu.
nheengatu. Essa atividade possibilita à turma estabelecer relações com o que vai ler, aproximando-se do conteúdo do texto.
Após a conclusão da atividade, solicite aos estudantes que façam a primeira leitura, de forma silenciosa, e descubram quais das palavras dicionarizadas por eles foram empregadas no texto.
A seguir, listamos as palavras para a atividade:
• apinayé: gavião real;
• arara pirãga: arara vermelha;
• guaçara Morãga: beleza andante;
• guyrara: filho de pássaro;
• kasawá waçú: espírito das aves;
• kurumi guaré: tempo de infância;
• sa’ry pe: luva de tukãdera;
• tukãdera: formiga da Amazônia;
10/08/22
13:52
Ao explorar as informações do boxe Saiba Mais, se possível, reserve o laboratório de informática, se houver, para que os estudantes visualizem a cidade de Nova Olinda do Norte, no Amazonas, com o auxílio de algum recurso on-line de vistas panorâmicas.
Explique que o nheengatu (ou língua geral amazônica ou, ainda, tupi moderno) é uma língua desenvolvida a partir do tupi antigo. Se desejar, exiba o vídeo explicativo Nheengatu: o tupi moderno aos estudantes (disponível em: https:// youtu.be/L73GUWZS8NM; acesso em: 19 jul. 2022).
• waperiá: rito de iniciação de passagem da infância para a adolescência;
YAMÃ, Yaguarê. Kurum Guaré no coração da Amazônia São Paulo: FTD, 2007. p. 65-69.PROPOSIÇÕES
Em Conversando sobre o texto e Texto e contexto, se desejar, organize os estudantes em duplas para a realização das atividades, de modo que possam confirmar hipóteses e compartilhar ideias e opiniões sobre a narrativa de memórias. Ao conduzir esse trabalho, promova em sala de aula uma valorização da cultura dos povos indígenas, seus saberes e formas de organização social. Caso surjam comentários que desqualifiquem os rituais indígenas relatados no texto, convide os estudantes a refletir sobre o valor do patrimônio cultural dos diferentes povos e a reconhecer a contribuição para a cultura e a história do Brasil.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Verifique se as hipóteses levantadas pelos estudantes se confirmaram e se eles se apoiaram nos conhecimentos prévios que possuem sobre o gênero textual, suporte e universo temático.
2. Há, no texto, vários elementos semelhantes ao modo de vida da população não indígena, como as brincadeiras e travessuras na infância e a relação de proteção com os pais.
3. A atividade tem como objetivo levar os estudantes a estabelecer relações entre o texto e as vivências, os valores e as crenças. É possível que eles falem sobre a puberdade, o aumento das responsabilidades, as mudanças de gostos e interesses etc.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Resposta pessoal. Espera-se que, com base no título, que traz a palavra ritual, os estudantes tenham imaginado algo que se relacionasse, em algum aspecto, com a história contada. Resposta pessoal. Resposta pessoal.
1. Antes de ler o texto, você estabeleceu hipóteses sobre qual seria a história contada por Yaguarê Yamã. Durante a leitura, suas hipóteses se confirmaram ou não?
2. O que você observou de semelhante entre o seu modo de viver e o do povo maraguá?
3. Para você, que aspectos ou acontecimentos indicam o fim da infância?
1. a) Esse ritual é importante para o autor porque marcou a transição da sua vida de criança para a de adulto e, depois da cerimônia, seus companheiros, sua família e sua comunidade passaram a vê-lo como um adulto valente e respeitado por todos.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
2. a) Nas culturas indígenas, o pajé é uma figura de referência para as comunidades e, certamente, uma das personagens de maior relevância na história, pois é quem realiza o ritual pelo qual Yaguarê Yamã passará; por isso, o destaque dado a essa personagem logo no início do texto.
2. b) Segundo Yaguarê Yamã, Guataçara-morãga foi a principal razão que o levou a querer passar pelo ritual, pois desejava se casar com ela e, em sua comunidade, isso só seria possível após o ritual de passagem.
1. A dança da tukãdera é um ritual indígena para meninos que marca a passagem da infância para a vida adulta.
a) Qual é a importância desse ritual na vida do autor?
b) Ao recuperar essa história, além de abordar uma lembrança pessoal significativa, o que o autor deseja?
Compartilhar histórias de seu povo, apresentar ao leitor um pouco de sua cultura e destacar valores representativos da sociedade indígena.
2. Logo no início do texto, Yaguarê Yamã apresenta Guyraraý, o pajé de sua aldeia.
a) Por que você acha que ele inicia a narrativa evidenciando essa personagem?
b) Outra personagem de destaque na narrativa é Guataçara-morãga, a primeira paixão de Yaguarê Yamã. Qual é a importância dela para o desenvolvimento do enredo?
c) Com base nessas personagens e suas representações, o que se pode inferir sobre o povo maraguá?
Pode-se inferir que é um povo que respeita suas tradições e cultura, preserva a infância (o menino só pode se casar depois de passar por um ritual especial) e cujos líderes seguem
3. Releia o trecho a seguir sobre o que a comunidade maraguá espera do jovem que passa pelo ritual das tukãderas
as orientações do pajé como os demais.
Fazendo esse teste, uma das tradições mais antigas e o ritual mais importante das culturas Maraguá e Sateré-mawé, o rapaz estará se curando contra as doenças, contra a indolência e principalmente contra o medo. Também estará se preparando para ser bom pescador, bom caçador e um marido exemplar. Quem não gostaria de ter todas essas qualidades?
3. a) O povo maraguá acredita que o homem deva ser disposto para o trabalho, saudável, corajoso e excelente marido.
a) O que esse fragmento revela sobre a visão do povo maraguá sobre o papel do homem na sociedade?
b) Em sua opinião, por que esses valores são cultivados nessa comunidade?
c) Você acredita que esses valores também são cultivados em sociedades não indígenas? O que você pensa a respeito deles?
Respostas pessoais.
3. b) Esses valores se relacionam com as condições de sobrevivência e relacionamento desse povo, pois eles valorizam as pessoas que contribuem para o sustento e o cuidado de sua família.
REALIZAÇÃO
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 268 05/08/22
Texto e contexto
1. a) Comente que nas narrativas de memórias são narrados fatos importantes da vida do autor.
1. b) Se desejar, leve para a sala de aula livros escritos por indígenas ou sobre a cultura e a história dos povos indígenas.
2. a) Comente que o pajé é o responsável por passar adiante a cultura, a história e as tradições do povo e possui a função de curandeiro, pois conhece diversos rituais e o poder medicinal de ervas e plantas.
2. b) e 2. c) Se julgar conveniente, oriente os estudantes a realizar uma pesquisa em que investiguem as tradições e os ritos relativos
4. a) Sim, já que o ritual é muito doloroso, pois envolve dançar com uma luva cheia de tukãderas, as venenosíssimas formigas gigantes da Amazônia.
4. b) O interesse repentino por meninas e sua paixão por Guataçara. Não, a maioria dos jovens, quando entra na adolescência, sente-se atraído por outras pessoas.
4. Em certo momento da narrativa, Yaguarê Yamã evidencia sua apreensão em passar pelo ritual, mas reforça o desejo de enfrentar esse momento.
a) Ele tem razões para estar apreensivo? Justifique.
b) Além da idade, outro motivo incentivou o menino a passar pelo ritual. Qual foi esse motivo? Ele é comum apenas aos jovens do povo maraguá?
c) Que outro fator, ligado à sua comunidade, levou o menino a passar por esse ritual, apesar da apreensão?
O fato de que Yaguarê Yamã entende que participar desse ritual implica a preservação da tradição de sua comunidade.
5. O pai de Yaguarê Yamã é mencionado em diversos momentos da narrativa. É ele quem o leva até o pajé para marcar o ritual, auxilia na organização da cerimônia e o apoia durante a realização do rito. Com base nessas informações, o que é possível inferir sobre a relação entre esses personagens?
6. O narrador, ao reviver os fatos, revela algumas características do povo maraguá e da região onde vivia.
a) Que meio de transporte é utilizado pelo povo maraguá?
A canoa é o meio de transporte utilizado pelo povo maraguá.
b) O que fica implícito sobre a região considerando esse meio de transporte?
7. Ao contar o que aconteceu durante o ritual, o narrador compartilha com o leitor as emoções e as sensações experimentadas naquele momento. No caderno, transcreva as alternativas que comprovam essa afirmação.
Alternativas C e D
A.
B.
5. Pode-se inferir que o pai era muito presente na vida de Yaguarê Yamã e exercia grande influência sobre suas decisões, pois foi ele quem o incentivou a passar pelo ritual. Além disso, fica claro o legado deixado pelo pai em sua vida.
[...] Começou a cantar no meio do terreiro da aldeia [...].
6. b) Fica implícito que se trata de uma região em que as comunidades vivem distantes umas das outras e cercadas por rios que as pessoas usam para ir de um lugar a outro, como se fossem estradas.
[...] minhas mãos eram ferradas por raivosas tukãderas [...].
C.
[...] Nem mais senti a mão por causa das muitas ferroadas, continuei a dançar como os outros e só ouvia a música sagrada [...].
D.
[...] Eu sabia que meu pai estava lá, segurando meu braço com cuidado, mas nesse momento não o vi nem vi mais nada ao meu redor. [...]
E.
[...] Todo menino parece sonhar com esse dia, é o momento de provar a todos que ele já é capaz de fazer coisas de adultos.
8. Você acredita que, se essa narrativa fosse contada por alguém de fora da comunidade, que ouvisse a história e a reproduzisse, as mesmas sensações seriam compartilhadas com o leitor? Justifique.
Espera-se que os estudantes infiram que não, pois o relato de quem viveu a experiência certamente trará maior riqueza de detalhes e compartilhará suas emoções e subjetividades de modo mais pleno. 269
à puberdade em outras culturas indígenas brasileiras.
3. a) Oriente-os a inferir os valores relativos à organização social do povo maraguá.
3. b) e 3. c) Os estudantes poderão apresentar diferentes opiniões a respeito do assunto. O importante é que empreguem argumentos que sustentem seus pontos de vista.
Comente que existem muitos valores que são importantes em qualquer contexto ou lugar, podendo ser considerados valores universais. Eles devem ser cultivados para garantir uma convivência ética e saudável entre as pessoas que fazem parte de uma sociedade, como respeito a outras pessoas, honestidade, humildade, empatia, solidariedade etc.
4. a) Se possível, conduza, com o professor de Ciências, uma investigação sobre essa espécie de formiga.
4. b) Se desejar, conduza, com o professor de Ciências, um trabalho para o desenvolvimento da habilidade EF08CI11, em que os estudantes possam analisar a sexualidade humana em seus diferentes aspectos.
4. c) Auxilie-os a reconhecer no ritual de passagem relatado a presença de valores e saberes do povo maraguá.
5. Observe se eles inferiram o papel social e afetivo do pai do narrador.
6. Se desejar, exiba este vídeo de Yaguarê Yamã, em que é possível ver as atividades diárias do povo maraguá e também o local em que vivem: https://www. youtube.com/watch?v=3-67-Mx7HU, acesso em: 20 jul. 2022.
7. e 8. Se desejar, discuta com os estudantes por quê as demais alternativas estão incorretas. Comente que, na narrativa de memórias, as lembranças e experiências são narradas a partir da perspectiva e subjetividade de um indivíduo que viveu os acontecimentos narrados, recriados pelas lembranças suas e dos outros.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
9. Espera-se que os estudantes infiram os sentimentos do narrador em sua fala. Se necessário, retome com eles a leitura de trechos anteriores e posteriores do texto para que possam analisar o contexto.
PROPOSIÇÕES
Para o desenvolvimento das atividades de Composição e linguagem , se possível, retome com os estudantes as hipóteses levantadas por eles no início deste módulo para que verifiquem se elas se confirmaram.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
1. a) Se julgar necessário, recupere com os estudantes as diferentes perspectivas ao se contar uma história: em 1a ou em 3a pessoa, por meio de um narrador-personagem, que pode ter ou não pleno conhecimento sobre os acontecimentos.
1. b) Evidencie que a narração em 1a pessoa é uma característica do gênero narrativa de memórias. Se desejar, peça a um estudante que reconte a história de Yaguarê Yamã e leve a turma a perceber as modificações realizadas por ele em uma narrativa em 3a pessoa.
PARA ASSISTIR
Frutos do Brasil –Histórias de Mobilização Juvenil. 2013. Vídeo (52min52s). Canal Rede Aracati Brasil. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=Qi8 Rwp4Sdr0 . Acesso em: 20 jun. 2022.
9. Releia a declaração que Yaguarê Yamã faz após vencer o ritual das tukãderas
Essa declaração revela o orgulho que ele sente por ter conseguido passar pelo ritual, alcançando, assim, o respeito de sua comunidade.
[...] Agora não era mais somente Yaguarê Yamã, tribo de onças pequenas, apenas um menino entre muitos, eu tinha me tornado Yaguarê Yamã, um respeitado adulto de minha nação. [...]
• O que essa declaração revela sobre seus sentimentos diante da conquista que ele alcançou?
O documentário foi produzido pela jornalista Neide Duarte com o objetivo de dar visibilidade a histórias de jovens que realizam projetos nas áreas de meio ambiente, educação e desenvolvimento comunitário nos locais onde vivem.
A narrativa de memórias costuma ser narrada em 1a pessoa, em sequências predominantemente narrativas, com segmentos descritivos.
1. a) O foco narrativo é em 1a pessoa, o que configura o narrador-personagem.
1. b) Ao fato de o narrador contar a própria história, de modo que ele explicite suas emoções, dando sua interpretação aos acontecimentos com base em suas lembranças.
A narrativa de memórias é um texto em que o narrador revive, a partir de suas lembranças pessoais, fatos e experiências de sua vida, a fim de compartilhar suas vivências com outras pessoas e despertar emoções no leitor. Geralmente, é publicada em livros e revistas, mas também pode ser encontrada em sites. É comum encontrar narrativas de memórias de pessoas famosas ou de pessoas anônimas que viveram situações incomuns e, por isso, têm histórias que atraem a curiosidade do público.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. O foco narrativo é um importante elemento da narração, pois designa o tipo de narrador da história, que pode ser observador, quando é usada a 3a pessoa, ou personagem, quando é usada a 1a pessoa.
a) Qual é o foco narrativo do texto lido?
b) A que se deve a escolha desse foco na narrativa de memórias?
2. O espaço onde a história ocorre é outro elemento importante no texto. Ele pode se situar no plano físico, quando revela o ambiente da narrativa, ou psicológico, quando explora os conflitos internos das personagens. Releia os trechos a seguir.
Trecho 1
Lembro-me de uma vez, quando vínhamos de uma visita ao cemitério, na beira do rio Abacaxis, onde estava sepultada minha avó, a mãe de minha mãe. [...]
Trecho 2
Ao ouvir os aplausos, tive medo de perdê-la e me manifestei rapidamente. [...]
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd
PARA LER
GIOVANI, José da Silva; COSTA, Anna Maria Ribeiro Fernandes Moreira da. Histórias e culturas indígenas na Educação Básica. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. (Práticas docentes).
Recomendado ao professor, esse livro propõe instrumentos para abordar a temática da história e cultura indígenas e promover a cultura da paz e respeito à diversidade em sala de aula.
CONHEÇA a ativista digital indígena Alice Pataxó. 2021. Vídeo (11min04s). Publicado pelo canal DW Brasil. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=h8DN7kvyOEE. Acesso em: 19 jul. 2022. Nesse vídeo, é possível conhecer a influenciadora Alice Pataxó, que mostra o dia a dia de uma jovem indígena no Brasil.
2. a) No trecho 1, trata-se da descrição de um espaço físico, já que localiza onde o narrador e sua família estavam. No trecho 2, explora-se o espaço psicológico, pois a ação acontece no pensamento do narrador.
a) Identifique o tipo de espaço evidenciado em cada trecho.
b) Por que essa alternância de espaço é importante na construção da narrativa de memórias?
4. b) Essa descrição ajuda o leitor a imaginar a cena de forma mais autêntica, percebendo, por exemplo, a gravidade daquela queda. Isso auxilia em seu envolvimento com a história.
3. Releia os trechos a seguir e observe as expressões em destaque. Elas indicam quando os fatos narrados ocorreram.
Trecho 1
3. c) Na narrativa de memórias, o autor recorre às próprias lembranças para contar sua história; dessa forma, é natural que surjam recordações que cruzam essa história, mas sem precisão cronológica, ou seja, ele lembra do ocorrido, mas não sabe exatamente quando aconteceu.
[...] Quando completei dez anos, meu pai me levou até a casa do pajé a fim de marcar o meu teste.
Trecho 2
4. a) As palavras que caracterizam os elementos da árvore (galho seco, grossas raízes) e a própria forma como ele descreve o momento da queda, dizendo que caiu entre as folhas até bater no chão.
Lembro-me de uma vez, quando vínhamos de uma visita ao cemitério, na beira do rio Abacaxis, onde estava sepultada minha avó, a mãe de minha mãe. [...]
Trecho 3
2. b) Porque possibilita ao leitor saber não só onde ocorrem os fatos mas também, e principalmente, como o narrador se sente, quais são suas emoções e como reage a determinadas situações – aspectos que só podem ser acessados pelo leitor no espaço psicológico.
No outro dia, o pajé deu início ao ritual. [...]
3. a) As expressões quando completei dez anos e no outro dia
a) Que expressões indicam precisão cronológica no fato narrado?
b) Que expressão indica que o fato narrado se baseia nas lembranças do narrador, mas sem precisão de tempo?
A expressão Lembro-me de uma vez.
c) Considerando as características desse gênero textual, por que o autor usa essas duas formas de marcar o tempo em sua narrativa?
4. O gênero narrativa de memórias é constituído, predominantemente, de sequências narrativas, mas é possível encontrar trechos de descrição, conforme se observa no trecho a seguir.
5. a) O momento de maior tensão é quando o ritual se inicia e o leitor fica na expectativa de saber se Yaguarê Yamã vai conseguir ou não passar no teste.
Quando já estava próximo, pisei num galho seco e, sem ação, me vi caindo por entre as folhas, até bater no chão, em cima das grossas raízes da árvore. Vi pessoas correndo para o local e tentei chorar, mas não pude, o baque havia sido forte em minhas costelas prendendo a respiração e o choro.
a) Identifique os elementos descritivos nesse trecho.
b) Qual é a importância dessa descrição para o leitor da história?
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
2. a) Auxilie os estudantes a inferir os tipos de espaço utilizados na narrativa. Se desejar, proponha que identifiquem na narrativa lida outros exemplos referentes ao uso do espaço.
2. b) Evidencie que a narrativa de memórias se caracteriza pela subjetividade do narrador ao contar fatos de sua história.
3. a) Espera-se que os estudantes infiram quais expressões indicam uma precisão no tempo.
3. b) Espera-se que infiram quais expressões não indicam um período de tempo preciso.
A sequência descritiva pode ser observada pela caracterização de um lugar e também pela exposição de fatos. A descrição situa quem são as pessoas envolvidas e como é o lugar em que os fatos ocorrem.
5. Geralmente, a narrativa tem um ponto de maior tensão, que diz respeito a um momento decisivo, o qual pode trazer um desfecho bom ou ruim à história.
a) Identifique esse momento no texto que você leu.
b) No último parágrafo, o autor apresenta o desfecho da história. Ele é bom ou é ruim para o narrador-personagem? Por que esse elemento é importante na narrativa?
O desfecho é bom, pois o narrador consegue passar pelo ritual vencendo as tukãderas. Esse elemento é fundamental porque o leitor precisa saber como termina a história com a qual ele se envolveu. 271
3. c) Espera-se que os estudantes compreendam as diferentes caracterizações do tempo na narrativa de memórias, os tempos cronológico e psicológico, e seus efeitos de sentido na narrativa.
4. a) Comente que, nos textos de diferentes gêneros, podem ser utilizadas sequências textuais variadas, conforme os propósitos narrativos do autor.
4. b) Evidencie que faz parte da caracterização do gênero que os fatos e as experiências sejam narrados de modo a envolver o leitor na história.
5. a) Espera-se que os estudantes identifiquem o emprego dessa característica própria das narrativas no texto lido.
5. b) Espera-se que os estudantes indiquem que é bom, considerando que o leitor se envolveu com a narrativa e deseja saber qual é o desfecho da história lida.
REALIZAÇÃO
6. a) Auxilie os estudantes a identificar as palavras que caracterizam as formigas.
6. b) Explique que, nas narrativas de memórias, o narrador deseja que o leitor compreenda as suas experiências e, por isso, compara com aquilo que talvez ele possa conhecer ou imaginar.
6. c) Espera-se que os estudantes reconheçam o valor dessa tradição do povo maraguá.
7. a) Auxilie os estudantes a inferir os efeitos de sentido pretendidos com o uso de outras vozes na narrativa.
7. b) Considere diferentes respostas desde que fundamentadas em argumentos consistentes.
8. Auxilie os estudantes a compreender que esses usos conferem autenticidade ao texto lido, além de contribuir para a divulgação da cultura e da língua do povo maraguá.
Minha família Enauenê, de Rita Carelli. São Paulo: FTD, 2018. Nesse livro, a autora Rita Carelli, que passou parte de sua infância na comunidade indígena dos enauenê-nauê, no estado do Mato Grosso, narra questões sobre a diversidade cultural, os diferentes modos de vida e, principalmente, sobre os papéis sociais rígidos estabelecidos para homens e mulheres.
6. c) Espera-se que os estudantes infiram que é um ritual extremamente doloroso, que exige dos participantes muita coragem para enfrentá-lo e conseguir concluílo; daí o orgulho do narrador-personagem ao conseguir ir até o final.
6. Releia o trecho a seguir sobre as tukãderas.
[...] Enquanto dançávamos, minhas mãos eram ferradas por raivosas tukãderas, as venenosíssimas formigas gigantes da Amazônia, cuja ferroada é dez vezes mais dolorida que a picada de uma vespa. [...]
a) Que palavras e expressões são utilizadas para caracterizar as tukãderas nesse trecho?
Raivosas, venenosíssimas e gigantes
b) Com que finalidade é feita a comparação da ferroada da tukãdera com a picada de uma vespa?
c) Com base nessa imagem, o que se pode inferir sobre as experiências vividas durante esse ritual?
7. Em dois momentos da narrativa, o narrador introduz outras vozes, as falas de meninas de seu povo.
a) O que essas falas reforçam sobre o narrador-personagem?
b) Qual é a importância de trazer para o texto vozes de outras personagens?
A inserção de falas das personagens confere fluidez à
intensidade da dor que a ferroada dessa formiga provoca. narrativa, tornando-a mais viva e, por consequência, envolve o leitor na história.
8. Ao longo do texto são utilizadas palavras e expressões de origem indígena, como xerimbabo e apinayé. Qual é a importância desses registros?
9. Veja alguns símbolos da etnia maraguá desenhados pelo próprio autor da narrativa de memórias. No caderno, indique o(s) que pode(m) ser associado(s) ao ritual de passagem narrado no texto. Justifique sua resposta.
Evidenciar para o leitor a Resposta pessoal.
Os estudantes podem indicar os símbolos que representam a infância, a força e o poder e o conhecimento.
8. O registro de palavras de origem indígena leva o leitor a imergir na história, dando-lhe mais veracidade, além de trazer termos próprios do povo maraguá para o conhecimento de pessoas não indígenas.
7. a) Reforçam a coragem, a valentia do narrador-personagem em subir até a copa da
árvore na frente das meninas que aplaudiam seu irmão e, depois de sua queda, elogiaram-no.
Símbolo da força, do poder. Símbolo do conhecimento.
Símbolo da infância. Símbolo da cobra, usado pelo clã Çukuyê.
9. Incentive a turma a apresentar suas opiniões a respeito dos símbolos, associando-os à narrativa lida. O importante é que os estudantes empreguem argumentos que sustentem seus pontos de vista. Esta atividade também propicia conhecer mais sobre a cultura do povo maraguá em suas diferentes manifestações artísticas.
PARA LER
Símbolo da onça, usado pelo clã Yaguaretê.
Símbolo dos fantasmas ou Wãkãkã.
Nas narrativas de memória, os parágrafos iniciais devem criar expectativa no leitor, a fim de instigar a leitura. O tempo e o espaço em que a história ocorre se alternam entre as memórias mais objetivas, quando o narrador se atém à cronologia dos fatos e à descrição do ambiente físico, e suas lembranças subjetivas, por meio da exposição de pensamentos e conflitos internos. É comum o uso de palavras e expressões que remetam ao local e à época em que se passam os eventos, além de recursos expressivos para enfatizar os sentimentos do narrador, como adjetivos e figuras de linguagem.
PARA ACESSAR
Exposição Vidas indígenas: modos de habitar o mundo Disponível em: https://exposicaovidasindigenas.museuda pessoa.org/. Acesso em: 20 jun. 2022. Nessa exposição on-line e gratuita são apresentadas as vivências de mulheres e homens indígenas em suas pluralidades e nos diversos espaços que ocupam, como a cidade, a aldeia e a universidade.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 273
FUNARI, Pedro Paulo; PIÑON, Ana. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011. Esse livro oferece orientações ao professor sobre o desenvolvimento do trabalho sobre a cultura indígena em sala de aula.
05/08/22 19:04
PROPOSIÇÕES
A proposta de Palavra aberta abre espaço para o diálogo e a interação entre os estudantes, assim como amplia as percepções deles sobre si e sobre os outros dentro da escola, além de permitir trabalhar as manifestações apresentadas pelo grupo. Para que essa atividade alcance seus objetivos, mantenha na turma um clima de informalidade e descontração, mas deixe claro para os estudantes que as questões apresentadas nos trechos, como bullying e racismo, são sérias e precisam ser discutidas com o objetivo de que se evitem comportamentos e ações semelhantes em qualquer situação ou em qualquer ambiente, com qualquer pessoa.
Ao final da discussão, solicite aos estudantes que exponham suas considerações sobre a atividade que realizaram, orientando-os a expor seus posicionamentos de forma consistente e sustentada, a respeitarem as opiniões contrárias e a se posicionarem em relação às perguntas propostas com argumentos claros e justificados, nos momentos oportunos, respeitando o turno de fala dos colegas.
REALIZAÇÃO
Para o desenvolvimento do trabalho desta atividade, encaminhe uma discussão, a partir dos questionamentos propostos no Livro do Estudante, sobre as dificuldades de lidar com os sentimentos na adolescência e sobre empatia e cuidado com o outro. Para isso, promova um ambiente em que os estudantes se sintam livres e acolhidos para compartilhar suas percepções e também escutar de modo ativo os colegas.
ABERTA PALAVRA
Discussão de casos
Você já sabe que a adolescência é uma fase de transformações, de ritos de passagem, de oportunidades e que pode gerar inseguranças, dúvidas e medos, afinal, são muitas as mudanças no corpo, nos sonhos e nos desejos. Você acha que sabe lidar com suas dificuldades, tristezas e frustrações de modo tranquilo e pacífico? Costuma ajudar amigos e colegas quando eles estão com dificuldades?
Os trechos a seguir foram retirados de diferentes textos jornalísticos e apresentam situações reais de jovens que enfrentaram situações difíceis. Leia-os.
Trecho 1
[...]
Estou precisando muito de um conselho de vida! Estou bem perdida sobre o que devo fazer.
A situação é que meus pais foram autoritários + superprotetores a maior parte da minha vida, lembro de não ter permissão para ir até a casa de amigos quando era criança...
Sou australiana-chinesa, e sinto que há algo em ser de origem imigrante que faz com que nossos pais sejam realmente rigorosos na nossa criação, especialmente com as meninas.
Eu os amo, mas acho que isso realmente influenciou a pessoa que me tornei. Sou tímida, introvertida e não consigo manter amizades por muito tempo.
Sentia-me sozinha durante a adolescência e diria que me sinto ainda mais só agora, porque é muito mais difícil fazer amigos quando somos adultos, quando todo mundo já tem seus círculos de amizade fortes.
Adoraria ter amigos.
[...]
‘COMO a educação severa de meus pais me tornou uma adulta solitária e tímida’. BBC News Brasil, [s. l.], 10 jul. 2019. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/geral-48934266. Acesso em: 20 jun. 2022.
Trecho 2
[...]
O bullying era uma constante na vida colegial de Luiza [...], de 16 anos. Enquanto estudava na rede particular, diz que a primeira diferença em relação aos demais era o fato de não ter dinheiro. Meninos e meninas se organizavam em grupos, as chamadas
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd
Encaminhe uma leitura individual e silenciosa, seguida por uma leitura compartilhada e em voz alta. Em seguida, organize-os em pequenos grupos para a realização das atividades.
No passo 1, apresente aos estudantes as seguintes perguntas:
• Esses casos surpreenderam vocês? Por quê? (Respostas pessoais. Os estudantes poderão ou não demonstrar surpresa ou indignação
com os casos apresentados. Fique atento aos posicionamentos dos integrantes de cada grupo; caso considerem que são situações que podem acontecer ou que conheçam, leve-os a explicar por que pensam dessa forma, fazendo-os refletir sobre as questões.)
• Dois dos casos aconteceram em escolas. Por que vocês acham que esses fatos acontecem nesse local? (Resposta pessoal. A importância, com esta pergunta, é trazer o assunto
“panelinhas”, e Luiza não se via à vontade em nenhum deles. “Eu tinha algumas amigas, mas mesmo entre elas não me sentia tão incluída. Até que nos dávamos bem, porém nem sempre deu certo. Havia discordâncias de comportamento, quando aparecia algum problema a gente acabava batendo de frente”, relata. “Sempre tive dificuldade de me enturmar. Era um medo de não ser aceita”, acrescenta.
GONTIJO, Joana. Adolescência é quando o jovem pode e deve crescer de acordo com seus sonhos e crenças. Uai , [ s. l. ], 28 jan. 2019. Disponível em: www.uai.com.br/app/noticia/saude/2019/01/28/noticiassaude,240711/adolescencia-e-quando-o-jovem-pode-e-deve-crescer-de-acordo-com-seus-s.shtml. Acesso em: 20 jun. 2022.
Trecho 3
Uma adolescente negra que estuda em uma escola particular [...] no Rio de Janeiro, foi vítima de racismo. Em mensagens trocadas por meio de um aplicativo, N. [...] foi xingada e humilhada por ser negra. A família registrou o caso na Polícia Civil.
“Eu recebi mensagens dos meus professores de História, eles se sentiram fracassados. Só que eles não fracassaram, porque este é um pequeno grupo de alunos. Estamos em 2020, são diálogos que não deveriam estar acontecendo. Foi uma coisa que me deixou bastante indignada e triste pelos meus professores”, explicou a estudante.
SANTOS, Ana Paula. Estudante é vítima de racismo em troca de mensagens de alunos de escola particular da Zona Sul do Rio. G1, Rio de Janeiro, 20 maio 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-dejaneiro/noticia/2020/05/20/estudante-e-vitima-de-racismo-em-troca-de-mensagens-de-alunos-de-escolaparticular-da-zona-sul-do-rio.ghtml. Acesso em: 20 jun. 2022.
1 Reúna-se com mais quatro colegas. Juntos, conversem sobre as perguntas que o professor disponibilizará para a turma.
2 Após as discussões, os grupos devem se organizar em círculo e conversar sobre os casos, apresentando para os demais grupos o que refletiram, além de compartilhar as histórias que presenciaram ou conhecem.
• Durante essa discussão coletiva, expressem suas impressões e opiniões de modo respeitoso.
• Ouçam as manifestações dos demais grupos atentamente e troquem opiniões entre si. Caso essas opiniões sejam divergentes, apresentem contra-argumentos para que as questões sejam debatidas pela turma durante esse momento de discussão.
3 Finalizada a discussão, você e os colegas poderão expor o que acharam desse tipo de atividade, se aprenderam algo com ela e se mudaram ou ampliaram o modo de pensar sobre as questões que foram abordadas. Respostas pessoais.
violência contra o outro? (Respostas pessoais. É importante que os estudantes reconheçam que magoar um colega ou chamá-lo de um nome do qual ele não gosta são atos de violência, pois, se o outro não quer ou não aceita algo, precisa ser respeitado.)
para ser discutido em sala de aula, sob a sua supervisão. Cabe à escola e à sociedade discutirem essas questões para que não só os estudantes, mas também professores e pais, estejam atentos a situações que podem gerar bullying, por exemplo.)
• Vocês já presenciaram algum fato semelhante na escola? Como foi? O que aconteceu e por qual motivo? (Respostas pessoais. Peça-lhes que comentem o que aconteceu,
evitando expor outros colegas que, porventura, estavam envolvidos no fato, e que avaliem a situação: que sensações experimentaram ao presenciar o fato, se alguém intercedeu etc.)
• Um dos casos relatados é de bullying. O que vocês pensam sobre o assunto? Acham que dar apelidos ou destacar um aspecto físico de um colega, por exemplo, são atitudes aceitáveis? Ou são agressões, um tipo de
• O terceiro caso é de racismo. Vocês já presenciaram algum ato de racismo na escola? Como é possível ajudar uma pessoa que sofre uma atitude racista ou preconceituosa de qualquer espécie? (Respostas pessoais. Ressalte que racismo é um crime previsto em lei no Brasil e que, por isso, a ajuda dever ser também no âmbito legal, punindo quem comete atos racistas, como o apresentado no depoimento. É importante que percebam a necessidade de se aproximar dessas pessoas, de estar ao lado delas incondicionalmente, perguntar como podem ajudar, demonstrar que ela é uma pessoa importante para eles, agir com sinceridade e deixar evidente a vontade de fazer algo concreto para transformar a situação.) Nos passos 2 e 3, encaminhe uma conversa em sala de aula em que os estudantes possam expressar o que aprenderam com os colegas. Espera-se que tenham ampliado a compreensão sobre a importância da empatia e respeito com o outro e adotem uma postura de repúdio a qualquer manifestação de preconceito. Encoraje uma atitude de valorização da diversidade e pluralidade social. Espera-se também que, por meio desta atividade, os estudantes tenham apreço pela coletividade e cooperação e busquem o diálogo e a resolução de conflitos.
PROPOSIÇÕES
Um usuário da língua portuguesa, mesmo com pouca escolaridade, estabelece concordância nominal em muitas de suas realizações linguísticas. Entretanto, os casos estudados neste módulo podem deixar dúvidas. Se considerar necessário, em Por dentro da língua, retome o conceito de sintagma nominal: conjunto de palavras que formam uma unidade. O núcleo desse sintagma é o nome, o substantivo. Exemplo: os povos originários (artigo + substantivo + adjetivo).
REALIZAÇÃO
1. a) Espera-se que os estudantes infiram que não, pois a queda que tomou poderia ter ocasionado consequências graves para o menino; alguns estudantes poderão achar que valeu a pena, pois os adolescentes gostam de correr riscos, de se aventurar etc. Comente que cada adolescente tem sua personalidade, suas próprias opiniões e ideias, um estilo, um jeito de ser, e isso é muito característico dessa fase da vida.
1. b) Comente com os estudantes que, de modo geral, muitos comportamentos são comuns aos jovens. O processo de afirmação da identidade está associado ao desenvolvimento positivo da personalidade ao longo do tempo. É na adolescência que o ser humano tem a chance de construir sua identidade, valores e crenças, ampliando sua noção de mundo, de si e do outro.
2. Incentive a troca de opiniões entre os estudantes e solicite que ouçam os exemplos de situações apresentadas pelos colegas.
Concordância nominal
4. a) O adjetivo forte; espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois ele concorda com o substantivo baque, que está no masculino singular.
4. b) O (local); o (baque); minhas (costelas); a (respiração); o (choro). Pertencem à classe gramatical dos artigos (o, a) e dos pronomes (minhas).
Em situações formais de comunicação, em textos orais ou escritos, é necessário estabelecer concordância entre os nomes e as palavras com as quais eles se relacionam.
1. Releia um trecho da narrativa de memórias. Nele, o menino narra o que aconteceu após resolver fazer o mesmo que seu irmão mais velho.
Quando já estava próximo, pisei num galho seco e, sem ação, me vi caindo por entre as folhas, até bater no chão, em cima das grossas raízes da árvore. Vi pessoas correndo para o local e tentei chorar, mas não pude, o baque havia sido forte em minhas costelas prendendo a respiração e o choro.
a) Yaguarê Yamã correu um sério risco. Você acredita que as razões que o levaram a subir na árvore justificam o risco que correu? Resposta pessoal.
b) O jovem tentou chamar a atenção das meninas da aldeia. Em sua opinião, esse comportamento é comum entre os adolescentes de modo geral? Justifique sua opinião.
Resposta pessoal.
2. Na narrativa de Yaguarê esse fato se passa na floresta. Caso o jovem vivesse em um ambiente urbano, que situação você acha que ele poderia enfrentar para mostrar sua coragem a uma garota? Resposta pessoal.
3. Releia o primeiro período do trecho da atividade 1
Quando já estava próximo, pisei num galho seco e, sem ação, me vi caindo por entre as folhas, até bater no chão, em cima das grossas raízes da árvore. [...]
a) Observe que, na composição desse período, há adjetivos empregados em diferentes gêneros e números. Quais são eles e com que substantivos estabelecem relação de concordância? Seco concorda com o substantivo galho; grossas, com raízes
b) Por que existe essa variação de gênero e número nesses adjetivos?
4. Agora, releia o segundo período do trecho.
3. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que é porque os adjetivos concordam em gênero e número com o substantivo ao qual se referem.
[...] Vi pessoas correndo para o local e tentei chorar, mas não pude, o baque havia sido forte em minhas costelas prendendo a respiração e o choro.
a) Que adjetivo é empregado nesse período? Ele segue a mesma regra dos adjetivos analisados na atividade anterior? Justifique.
b) Identifique os substantivos que aparecem nesse período. Que palavras são empregadas para especificá-los? A que classes gramaticais elas pertencem?
c) Essas classes gramaticais seguem a mesma regra dos adjetivos? Justifique.
Sim; espera-se que os estudantes reconheçam que na regra geral de concordância nominal as classes gramaticais que especificam e modificam o substantivo devem concordar com o nome ao qual se referem.
3. a) Se for conveniente, utilize a lousa para escrever os substantivos e adjetivos, em cores ou destaques diferentes, para que os estudantes possam visualizar a relação de concordância entre essas categorias gramaticais.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd
4. a) Espera-se que identifiquem o adjetivo empregado e analisem que ele segue a regra de concordância explicitada anteriormente.
3. b) Comente que, no registro informal da língua, essa concordância pode variar, como, por exemplo: “galhos seco”.
4. b) Auxilie-os a identificar os substantivos, explicando que pronomes, artigos e adjetivos têm a função de especificá-los ou modificá-los.
5. A narrativa de memórias foi produzida para ser publicada em um livro, dirigida a um público variado e com diferentes interesses e graus de escolaridade; daí a necessidade do emprego de um registro mais monitorado e
5. O autor da narrativa de memórias utiliza em seu texto as regras de concordância nominal determinadas pela norma-padrão. Considerando o gênero textual e o contexto de produção, por que esse uso se justifica?
formal, que busca seguir as regras da norma-padrão.
Nas atividades que você analisou anteriormente, os substantivos, por serem o núcleo do sintagma nominal, determinam a concordância, estabelecendo o gênero e o número dos adjetivos, artigos e pronomes. Essa é a regra básica da concordância nominal Você já estudou alguns casos especiais de concordância nominal. Conheça outros a seguir.
Concordância nominal: alguns usos
É bom, é necessário, é proibido
Essas expressões, formadas pelo verbo ser + adjetivo, não variam, exceto quando o substantivo ao qual se referem (no caso, o núcleo do sujeito da oração) vier antecedido por algum determinante. Nesse caso, a concordância será obrigatória. Exemplos:
• Narrativa de memórias é bom para conhecermos outras realidades, costumes e histórias.
• A narrativa de memórias é boa para conhecermos outras realidades, costumes e histórias.
No primeiro exemplo, a expressão é bom é empregada no masculino, pois não há um determinante antes do substantivo narrativa. Já no segundo exemplo, como há o determinante a (artigo), a expressão passa para a forma feminina é boa
Anexo e incluso
Essas palavras pertencem à classe dos adjetivos e, por isso, devem concordar com o substantivo ao qual se referem. Exemplos:
• Costumes e culturas estão inclusos nos rituais indígenas.
• Os influenciadores divulgam brinquedos e outros produtos anexos aos vídeos que apresentam.
Nos exemplos, os adjetivos concordam com os substantivos aos quais se referem: inclusos a costumes e culturas; anexos a brinquedos e produtos
Bastante
Essa palavra pode pertencer à classe dos adjetivos ou à dos advérbios. Portanto, como adjetivo, concordará sempre com o nome a que se refere. Como advérbio, ficará invariável. Exemplos:
• O autor da narrativa apresenta bastantes razões para justificar o seu gesto.
• Os livros de narrativa de memórias atraem o público leitor e vendem bastante
No primeiro exemplo, bastante está no plural porque é adjetivo e concorda com o substantivo razões. No segundo exemplo, bastante fica invariável porque está relacionado ao verbo vendem
Para saber se o termo bastante é adjetivo ou advérbio, basta substituir pela palavra muito Se ela se flexionar, bastante também se flexiona e, portanto, é um adjetivo. Caso contrário, trata-se de um advérbio.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 277
REALIZAÇÃO
4. c) Se desejar, solicite aos estudantes que retomem o texto e identifiquem nele trechos que exemplifiquem essa regra.
5. Se desejar, solicite aos estudantes que indiquem em quais textos optariam por manter um registro mais informal e menos monitorado, no caso de uma publicação.
05/08/22 19:04
PROPOSIÇÕES
Relembre os estudantes de que as palavras bastante e só, estudadas no módulo, podem suscitar dúvidas quanto à flexão para estabelecer a concordância ou não. Para isso, é importante que eles identifiquem se a palavra exerce a função de adjetivo, que no caso concorda com o substantivo que acompanha, ou se aparece como um advérbio. Nesse caso, não há concordância, visto que os advérbios são invariáveis.
PARA ACESSAR
CONCORDÂNCIA nominal. In: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manual de Editoração da Embrapa. Brasília, DF, [2018?]. https://www.embrapa.br/ manual-de-editoracao/gramaticae-ortografia/normas-gramaticais/ concordancia-nominal. Acesso em: 3 ago. 2022.
Esse link dá acesso à página do Manual de Editoração da Embrapa que apresenta alguns casos especiais de concordância nominal. Se considerar oportuno, compartilhe a indicação com a turma.
Essa palavra também pode pertencer à classe dos adjetivos ou dos advérbios. Logo, como adjetivo, no sentido de “sozinho”, concordará sempre com o nome a que se refere. Como advérbio, equivalendo a apenas, ficará invariável. Exemplos:
• Alguns adolescentes preferem estudar sós, em casa.
• Alguns adolescentes preferem estudar só em casa.
No primeiro exemplo, sós é adjetivo e está no plural para concordar com adolescentes. No segundo exemplo, só é advérbio, por isso é invariável.
Possível
Quando essa palavra fizer parte de expressões superlativas como o mais, a menos, a melhor, o pior etc., irá combinar com o artigo que integra essas expressões. Já a expressão quanto possível é invariável. Exemplos:
• Histórias das mais variadas origens e tipos possíveis são narradas em livros.
• A eficácia das estratégias de marketing e publicidade é a melhor possível para a venda de qualquer produto.
• O autor da narrativa resgatou lembranças e sensações quanto possível para escrever o livro de memórias da sua infância.
No primeiro exemplo, o adjetivo possível está no plural para concordar com o artigo as, presente na preposição das (de + as). No segundo exemplo, está no singular por causa do artigo a. No terceiro exemplo, a expressão quanto possível, mesmo junto de substantivos no plural, fica invariável.
Menos
Essa palavra pertence à classe gramatical dos advérbios; portanto, ficará invariável. Exemplos:
• O autor da narrativa apresenta menos razões para justificar o seu gesto.
• O autor da narrativa apresenta menos motivos para justificar o seu gesto.
No primeiro exemplo, a palavra razões está no feminino e no plural. No segundo exemplo, a palavra motivos encontra-se no masculino e no plural. Como menos é um advérbio, ele fica invariável, ou seja, não concorda em gênero nem em número com o substantivo que acompanha.
É importante ressaltar que a língua permite que o falante escolha fazer ou não a concordância nominal em algumas situações de comunicação. Assim, independentemente do grau de escolaridade, a concordância nominal e outros aspectos linguísticos farão parte da adequação da fala ao contexto comunicativo, isto é, àquele momento específico, aos seus objetivos e aos interlocutores envolvidos. 278
ATIVIDADES
1. É comum que os jovens se organizem em grupos para compartilhar entre si um mesmo estilo de vida, atividades e interesses em comum, como música, moda etc. Entre esses grupos estão os skatistas, tema abordado no trecho da reportagem a seguir.
Skate: a paixão que virou modalidade olímpica
Por Folha do Mate
Provavelmente, o skate nunca esteve tão em evidência como nos últimos dias. A modalidade é uma das novidades das Olimpíadas de Tóquio, e uma paixão para muitos brasileiros. Não é por acaso que, já na estreia da competição, o Brasil fez história. Kelvin Hoefler abriu o placar de medalhas brasileiras na edição deste ano dos Jogos Olímpicos com a prata no skate street Na sequência, também com a prata, a caçula da equipe, Rayssa Leal, se tornou a brasileira mais jovem a subir em um pódio olímpico, com apenas 13 anos.
[...]
Guilherme Adam Bencke, 18 anos, é um apaixonado por skate Há 9 anos, ele começou andar com a gurizada da vizinhança, no bairro Gressler, e aos poucos foi conhecendo mais e até participou de campeonatos. Quase todos os dias, pratica o esporte na pista no Parque do Chimarrão, em Venâncio Aires. “O skate é tudo na minha vida”, afirma.
PROPOSIÇÕES
Em Atividades , o trabalho com a reportagem sobre grupos de skatistas, base para as atividades 1 a 5, tem relação com as culturas juvenis e com as temáticas trabalhadas neste módulo. Essa leitura propicia o desenvolvimento da aprendizagem a partir dos interesses e preocupações dos estudantes, além de incentivar a prática de esportes e cuidado com corpo e saúde mental. Espera-se também aprofundar o autoconhecimento dos estudantes, como as suas preferências, gostos e estilos, e modos de agir e relacionar-se com o mundo. Além disso, contribui para que valorizem a diversidade de indivíduos e grupos, suas culturas e potencialidades.
REALIZAÇÃO
1. Encaminhe uma leitura compartilhada e em voz alta da reportagem. Em seguida, oriente os estudantes a observar a imagem com atenção, relacionando-a à temática abordada. Solicite também que leiam a fonte. Explique a eles que Folha do Mate é um jornal local da cidade de Venâncio Aires, Rio Grande do Sul.
Guilherme vai quase todos os dias até a pista de skate, no Parque do Chimarrão, para praticar o esporte.
REALIZAÇÃO
1. Há, na reportagem, alguns termos originários da língua inglesa. Se necessário, reserve um momento para sanar eventuais dúvidas de vocabulário dos estudantes. Nesse sentido, incentive-os a inferir o significado delas pelo contexto em que foram usadas. Comente com os estudantes que o termo tribo urbana se refere a um grupo de indivíduos que compartilham o mesmo interesse, praticam uma atividade coletivamente.
PARA ASSISTIR
COMO Remar, Fazer Curva e Frear no Skate - Skate para Iniciantes. 2019. Vídeo (9min54s). Publicado pelo canal SKTBR. Disponível em: www.youtube.com/watch?v= Wf6jOfwFC34&t. Acesso em: 21 jul. 2022.
Nesse vídeo, recomendado para professor e estudantes, há um tutorial da prática de skate para iniciantes.
Para ele, a possibilidade de conhecer novos lugares e pessoas é a melhor do esporte. “Tenho amigos de todos lugares, que fiz pelo skate ou em campeonatos. E nas próprias competições não tem rivalidade, é um ajudando o outro, incentivando o outro, é tudo na amizade, muito legal”, destaca.
[...]
Estilo skatista de ser
Para o skatista Guilherme Bencke, todos podem praticar o esporte, independente da idade, sexo, peso ou estilo. Ele explica que tem gente que gosta de andar ‘arrumadinho’ enquanto outros preferem os confortáveis moletons. “Tem gente que anda de terno e gente que anda de moletom e todos acham ‘massa’ os estilos. Apoiamos a forma como o outro se sente confortável.”
Nos pés, o adolescente ressalta que é melhor andar de tênis. Ele esclarece que existem marcas específicas para a prática, mas que qualquer tênis que dê segurança entre a pessoa e o skate pode ser usado. “Eu brinco que o skate tem que gostar do tênis. Às vezes, demora para um se acostumar com o outro.”
[...]
Moda skatista
Os skatistas (skaters) são uma tribo urbana muito popular que teve origem na década de 1960, nos Estados Unidos, e possuem uma forma particular de se vestir. A designer de moda Luana Sehn explica que as tribos urbanas são grupos de subculturas que compartilham os mesmos hábitos, valores culturais e estilo próprio de vestimenta – desde boné, calças largas e tênis apropriado para a prática desportiva – além de ideologias políticas semelhantes.
A tribo dos skatistas tem estilo próprio com traços de uma cultura subversiva, com influência do movimento punk e do surf. As roupas fazem parte desse estilo que busca ser uma forma de contestação cultural e social. “Eles chegaram nessa vestimenta não exatamente pela prática do esporte, conforto ou algo assim, pois geralmente não são peças muito apropriadas para o esporte. Mas por um conjunto de ideologias de grupo muito pelo fato de ir contra os padrões de sociedade”, esclarece Luana.
• Streetwear
Os skaters classificam seu estilo como único e possuem esse viés para o streetwear (estilo das ruas) por meio de calças jeans largas, cintos, bonés, cores ousadas e inusitadas com signos que remetem à contracultura. “Visualmente, o skate se apresenta como além de um esporte, como um movimento de expressão, diferente dos esportes mais tradicionais, os quais remetem a um espírito de equipe e competição. As roupas são bem diferentes das dos esportistas tradicionais, que utilizam uniformes de equipes”, destaca a designer de moda.
SKATE: a paixão que virou modalidade olímpica. Folha do Mate, [s. l.], 3 ago. 2021. Disponível em: https://folhadomate.com/livre/mais-que-um-hobby-uma-apixao-sobre-rodas/. Acesso em: 13 jun. 2022.
1. Espera-se que os estudantes infiram que a perspectiva adotada na reportagem é a de destacar o skate como elemento que reúne um grupo em torno dele e os skatistas como uma tribo urbana, abordando suas características, como agem, como se vestem etc.
• Qual é a perspectiva sobre o skate abordada no texto lido?
2. Existem muita outras “tribos” urbanas, como os rappers, os surfistas, os bikers e os cosplayers.
a) Além do fato de o skate ter se tornado uma modalidade olímpica, por que outras razões esse assunto pode ter sido abordado? Resposta pessoal.
b) Você faz parte de algum grupo, pertence a alguma “tribo”? Qual? O que seu grupo gosta de fazer? Há alguma estilo de roupas ou corte de cabelo que vocês adotem? Um tipo de música de preferência? Compartilhe suas considerações com os colegas e ouça as deles, respeitando a vez de cada um falar. Respostas pessoais.
3. Releia o trecho a seguir. Ele informa as razões de Guilherme para gostar de skate
3. b) Deseja enfatizar que o esporte favorece a amizade, a formação de grupos, o companheirismo, além da possibilidade de viajar para participar de competições e conhecer lugares diferentes.
Para ele, a possibilidade de conhecer novos lugares e pessoas é a melhor do esporte. [...]
3. c) Aos substantivos lugares e pessoas; o adjetivo foi empregado no masculino plural porque esses substantivos, os quais modifica, estão flexionados em gêneros diferentes.
a) Que palavra é empregada para enfatizar o ponto de vista do skatista? Que recurso linguístico possibilita ampliar esse ponto de vista?
O adjetivo melhor, antecedido pelo artigo a, que enfatiza os sentidos do adjetivo.
b) O que o skatista deseja enfatizar sobre o esporte ao eleger esse aspecto?
c) A quais substantivos o adjetivo novos está relacionado? Por que ele foi empregado no masculino plural?
4. a) Arrumadinho é um adjetivo usado para designar quem anda vestido com critério, com cuidado, de forma a ficar bonito. No texto, está sendo usado com ironia, por isso o uso das aspas.
4. Releia o trecho a seguir sobre o estilo do skatista entrevistado na reportagem.
[...] Ele explica que tem gente que gosta de andar ‘arrumadinho’ enquanto outros preferem os confortáveis moletons. [...]
4. c) Por ele ser um jovem do sexo masculino, deve ter se incluído na ideia transmitida pelo adjetivo, o que o levou a fazer a concordância no masculino.
a) Por que a palavra arrumadinho foi usada entre aspas? Que sentidos podem ser atribuídos a ela?
4. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que não; a norma-padrão determina que o adjetivo concorde com o substantivo ao qual se refere, que nesse caso deveria ser arrumadinha
b) O substantivo a que esse adjetivo se refere é gente. A concordância empregada na reportagem está de acordo com a norma-padrão? Justifique.
c) Em sua opinião, o que pode ter levado o entrevistado a fazer essa concordância?
5. No trecho a seguir, a designer de moda explica o que caracteriza as tribos urbanas.
[...] compartilham os mesmos hábitos, valores culturais e estilo próprio de vestimenta – desde boné, calças largas e tênis apropriado para a prática desportiva – além de ideologias políticas semelhantes.
a) Identifique os adjetivos empregados nesse trecho e os substantivos aos quais se referem.
5. a) Mesmos (hábitos); culturais (valores); próprio (estilo); largas (calças); apropriado (tênis); desportiva (prática); políticas e semelhantes (ideologias).
b) Todos esses adjetivos estão empregados de acordo com a norma-padrão?
Espera-se que os estudantes reconheçam que todos os adjetivos estão empregados de acordo com a norma-padrão.
REALIZAÇÃO
2. a) Os estudantes podem citar o fato de haver um grande número de skatistas na cidade, a vontade de falar de Guilherme Adam Bencke, um skatista que participa de campeonatos e se destaca na região, entre outras possibilidades.
2. b) Comente que esses grupos se unem com base em interesses comuns e em
conformidade com hábitos, ideias e maneiras de se vestir. É comum que os adolescentes se juntem a algum grupo ou a um modismo para encontrar seu lugar no mundo.
3. a) Espera-se que os estudantes identifiquem o adjetivo e infiram que há uma comparação.
3. b) Espera-se que os estudantes infiram, a partir de seus conhecimentos de mundo,
que a prática esportiva coletiva pode favorecer o estabelecimento de laços de afeto e cooperação em uma comunidade.
3. c) Para deixar mais evidente para os estudantes, escreva na lousa o sintagma nominal e, por meio de setas, demonstre a relação de concordância estabelecida entre os substantivos e o adjetivo.
4. a) Se necessário, retome com os estudantes os diferentes usos do diminutivo.
4. b) Chame a atenção para o fato de que, no registro informal da língua, é comum haver inadequações com relação à concordância nominal.
4. c) Informe aos estudantes que o trecho analisado antecede uma citação direta do skatista, por isso aqui apenas a palavra entre aspas pode ser atribuída ao menino entrevistado; então, pode-se pensar que o redator do texto pode ter desejado manter a palavra flexionada como na fala do entrevistado.
5. a) Espera-se que os estudantes identifiquem os substantivos e os adjetivos utilizados no trecho.
5. b) Espera-se que os estudantes analisem que a concordância nominal está de acordo com a norma-padrão.
REALIZAÇÃO
Atividades
6. a) O trabalho com a tirinha se deve ao fato de que nela é abordada a temática das questões emocionais, trabalhada neste módulo, possibilitando mais uma reflexão sobre a importância do autoconhecimento, do cuidado com o outro e do reconhecimento dos próprios sentimentos.
6. b) Oriente os estudantes a observar os elementos verbais e não verbais da tirinha, para a compreensão de seus efeitos de sentido.
7. a) Auxilie-os a identificar os adjetivos utilizados.
7. b) Se necessário, explique que a concordância de número pode ser expressa em singular ou plural.
8. a) Oriente-os a identificar os adjetivos.
8. b) Leve-os a perceber que a concordância nominal está de acordo com a norma-padrão.
PROPOSIÇÕES
A atividade de Língua em cena tem como finalidade incentivar os estudantes a buscar em manchetes jornalísticas os conceitos abordados na seção de análise linguística, levando-os a reconhecer como os itens gramaticais estudados ocorrem para a significação do texto: que efeitos de sentido provocam, para que são usados, a que pretensões comunicativas respondem, se estão no texto por causa de alguma função ou de algum sentido pretendido, entre outros aspectos.
Esta proposta é orientada pelas metodologias ativas, uma vez que os estudantes,
6. a) A primeira refere-se ao fato de, na opinião de Joana, o caracol não se expressar bem a respeito do que sente. A segunda reforça a característica da personagem de ser um sonhador otimista, devanear e acreditar em coisas que provavelmente não vão acontecer.
a) Que sentidos podem ser atribuídos às expressões exímio explanador de abobrinhas sentimentais e especialista em discursos irreais?
b) Por que o uso dessas expressões provoca humor?
7. Releia a primeira fala de Joana.
a) Que adjetivos ela utiliza?
b) Esses adjetivos variam em número. Por quê?
8. Na segunda fala de Joana, também há alguns adjetivos.
a) Quais deles se relacionam ao caracol?
Porque o caracol fica emocionado por acreditar que estava sendo elogiado, embora, na verdade, estivesse sendo criticado por Joana. Exímio, explanador e sentimentais 7. b) Porque concordam com diferentes substantivos: exímio e explanador concordam com caracol; e sentimentais concorda com abobrinhas Especialista e otimista.
b) O adjetivo irreais está no plural. Por que isso ocorre?
Porque esse adjetivo se refere ao substantivo discursos, que também está no plural.
LÍNGUA EM CENA
Concordância nominal em manchetes jornalísticas
Embora nas manchetes jornalísticas predomine o uso de um registro mais formal e monitorado, eventualmente pode haver desvios da norma-padrão. Nesta atividade, em duplas, você e um colega vão pesquisar manchetes de notícias e reportagens e analisar o emprego da concordância nominal.
Juntos, selecionem quatro manchetes em que há concordância nominal. Analisem essas manchetes reconhecendo quais elementos linguísticos são usados como recursos persuasivos para atrair o leitor e os efeitos de sentido produzidos pelas escolhas de determinadas palavras. Verifiquem também se algum adjetivo traz implícito o ponto de vista a respeito do assunto que será tratado e se algum sinal de pontuação foi usado como uma estratégia para chamar a atenção do leitor.
Em seguida, analisem as concordâncias entre os substantivos e as classes gramaticais com as quais eles estabelecem concordância. Verifiquem se nas manchetes predomina a concordância regida pela norma-padrão ou se há algum desvio e o que pode explicá-lo.
Anotem as análises e conclusões no caderno utilizando seus conhecimentos linguísticos e gramaticais nas anotações, como as próprias concordâncias, pontuação, ortografia etc.
No dia combinado com o professor, apresentem suas conclusões aos colegas. Ouçam atentamente as explicações deles e, se quiserem fazer alguma interferência, esperem o momento adequado.
de modo ativo e cooperativo, realizam a identificação de problema em dupla. Além disso, propicia o desenvolvimento do pensamento computacional dos estudantes, considerando que, a partir da análise das manchetes jornalísticas, os estudantes vão reconhecer padrões sobre a ocorrência da concordância nominal em textos do campo jornalístico.
REALIZAÇÃO Língua em cena
Para o desenvolvimento desta atividade, acompanhe de perto o trabalho dos estudantes, mas faça interferências somente quando necessário. Incentive o protagonismo deles, para que tenham confiança nas tomadas de decisão. Incentive também o diálogo e a cooperação amistosos entre os integrantes
6. Na tirinha a seguir, de Clara Gomes, as personagens são bichinhos de jardim. Leia. GOMES, Clara. [Qualidades caramélicas]. Bichinhos de jardim. [S. l.], 16 nov. 2019. Disponível em: https://bichinhosdejardim.com/qualidades-caramelicas/. Acesso em: 20 jun. 2022.PROPOSIÇÕES
Apresentação oral
Nesta atividade, você vai preparar uma apresentação oral sobre o tema “Eu, jovem”. A proposta é que a turma, organizada em grupos, pesquise e compartilhe oralmente conhecimentos e reflexões com os demais colegas.
Escolhendo o tema da apresentação oral
1 Para refletir sobre o tema “Eu, jovem”, a turma vai se organizar em cinco grupos. Cada grupo deverá escolher um dos seguintes temas para preparar uma apresentação oral.
• O jovem e as redes sociais
• O jovem e a família
• O jovem e as manifestações culturais
• O jovem e a linguagem
• O jovem e os estilos
2 Cada um dos temas pode ser abordado com base nos aspectos a seguir.
• Como se dá a relação do jovem com…
• O que os jovens pensam sobre…
• Quais são as dificuldades dos jovens com…
• O que os jovens gostam em…
Pesquisando as informações sobre o tema
1 Organizem entre os integrantes do grupo o trabalho de pesquisa sobre os aspectos relacionados ao tema que vocês definiram. Pelo fato de o tema ser mais abrangente, vocês podem se dividir para que cada um do grupo faça a pesquisa de um ou mais tópicos. Para isso, conversem entre si, levantem quais informações serão essenciais para a apresentação do tema e elaborem um roteiro para facilitar o momento da pesquisa. Na etapa seguinte, vocês deverão apresentar os resultados da pesquisa para todos os integrantes do grupo.
2 Para fazer a pesquisa, vocês podem:
• buscar informações em livros, sites e blogues confiáveis;
• entrevistar especialistas sobre o assunto, como médicos, psicólogos, coordenadores da escola, orientadores pedagógicos ou outros jovens.
3 Durante a pesquisa, vocês podem selecionar fotografias ou outros recursos visuais, como gráficos, quadros, tabelas e infográficos, que contenham informações novas ou complementares sobre o tema abordado.
da dupla a fim de que atividade seja produtiva. No momento de compartilhamento dos resultados, oriente-os a falar no momento oportuno e a acrescentar à discussão comentários pertinentes.
SER Jovem Hoje | NA LAJE - Episódio 01. 2021. Vídeo (27min56s). Publicado pelo canal Rede TVT. Disponível em: https://youtu.be/JzccXzhocQk. Acesso em: 21 jul. 2022.
Nessa série de entrevistas, recomendada para professor e estudantes, é possível conhecer mais sobre as vivências e os sonhos dos jovens da periferia do Rio de Janeiro.
A proposta de Produção oral possibilita o desenvolvimento do protagonismo juvenil por meio de estratégias pedagógicas relativas às metodologias ativas, uma vez que se propõe a formação de grupo e organização de tarefas em etapas. Também propicia o desenvolvimento de noções de práticas de pesquisa (análise documental, entrevista, tomada de notas) em uma das etapas de pesquisa.
Caso a escola ou os estudantes não tenham os recursos tecnológicos sugeridos, pode-se adotar como recurso de apoio para a exposição oral a utilização de cartazes ou a lousa, para que os estudantes escrevam os tópicos da exposição oral.
REALIZAÇÃO
Na etapa Escolhendo o tema da apresentação oral, oriente os estudantes a escolher livremente os temas. Ainda que possam se repetir entre os grupos, verifique se todos os temas serão abordados pela turma. Caso os estudantes tenham sugestões, verifique a pertinência também de incluí-los nesta etapa.
Na etapa Pesquisando as informações sobre o tema, enfatize a necessidade de elaboração dos roteiros nos grupos e a busca por informações em fontes confiáveis de pesquisa. Incentive-os a utilizar a criatividade, valendo-se de gêneros multissemióticos que complementem a pesquisa.
REALIZAÇÃO
Na etapa Selecionando e organizando as informações pesquisadas , oriente os estudantes a selecionar as informações mais importantes e a organizá-las adequadamente, considerando a apresentação oral do grupo.
Na etapa Planejando a apresentação oral, combine com a turma a duração de cada apresentação para que delimitem os tópicos relativos a cada parte da apresentação. Oriente-os sobre a importância de praticarem antes para evitar erros ou inadequações.
FORMAÇÃO CONTINUADA
O excerto a seguir propõe reflexões sobre a juventude contemporânea e os conflitos vivenciados pelos jovens, bem como a percepção que eles têm da juventude. Por isso, pode ser um apoio importante para a orientação da turma na proposta de produção deste módulo.
Para saber da juventude é necessário refazer todos os passos caminhados da construção dos ideários sociais de cada tempo histórico, mas em especial, da percepção do próprio jovem sobre si mesmo, que mesmo sendo espelho do contexto social, político, econômico, este reflexo abrange o dado da variável complexa: subjetividade.
O jovem tem se mostrado para além do corpo e plasticidade dos desejos estéticos adultos em seus comportamentos, mesmo que de forma codificada, demonstram sim suas inquietações em formas de contestações diversas, impulsionando sutilmente uma nova percepção, uma organização livre de fortalecimento destes jovens e a melhoria de vida dos mesmos,
4 Registrem as informações pesquisadas, escolhendo a maneira que considerarem mais didática. Vocês podem, por exemplo: escrever ou digitar as informações mais importantes; imprimir o texto selecionado e destacar o que acharem mais relevante sobre o assunto; gravar a entrevista e depois vê-la ou ouvi-la para tomar nota (se optaram por esse tipo de metodologia de pesquisa); fazer esquemas e resumos etc. O importante é vocês sintetizarem as informações que selecionaram durante a pesquisa.
Selecionando e organizando as informações pesquisadas
1 No dia combinado, apresentem ao grupo os materiais coletados por meio da pesquisa. Leiam e façam uma seleção dos materiais, de acordo com o que desejam expor sobre o assunto no dia da apresentação oral. Considerem os critérios a seguir.
• O que provavelmente o público-alvo deve saber sobre o assunto no momento da apresentação?
• Sobre o que eles gostariam de saber? O que seria interessante e necessário que soubessem?
• Que recursos de apoio (apresentação de slides, cartazes, exibição de trechos de entrevista) é possível utilizar para garantir maior envolvimento do público?
2 Organize um esquema em tópicos com as informações selecionadas. Ele servirá de roteiro para a apresentação oral do grupo.
• Ideia principal
• Informações principais
• Informações secundárias
• Conclusão
Planejando a apresentação oral
Indicar as informações em tópicos é um recurso para apoiar a apresentação oral, pois com esse roteiro o expositor do tema pode organizar melhor a fala, fazendo-o se lembrar dos pontos mais importantes que precisam ser abordados na apresentação.
1 Elaborem o roteiro que servirá de guia para a apresentação oral, organizando-o de acordo com os seguintes aspectos.
• Abertura: um estudante dirige-se ao público e introduz os apresentadores.
• Introdução ao tema: um estudante apresenta o tema, explica sua importância e desperta o interesse do público para o tema.
• Desenvolvimento: um ou mais estudantes expõem as informações selecionadas, considerando a ordem de importância e o encadeamento dos tópicos que serão abordados durante a apresentação oral.
• Conclusão: um estudante finaliza a apresentação. Para esse momento, pensem em algo interessante e que surpreenda o público, como, por exemplo, uma frase ou citação de algum entrevistado, uma música.
no minimizar de conflitos existenciais e transformações sociais.
Além da tomada de consciência dos jovens como atores sociais, dar espaço para que o mesmo se desenvolva percebendo como sua história pessoal, familiar e social auxilia na sua construção identitária, mas principalmente, como suas representações instituídas a partir de
Importante
Usem articuladores linguístico-discursivos para organizar a fala e dar encadeamento às ideias. Vejam a seguir alguns exemplos.
• Para iniciar um assunto: Primeiro vamos falar sobre… / Começaremos por…
• Para expandir o assunto: E também… / Tem mais… / Ainda assim…
• Para introduzir exemplos: Por exemplo… / Vejam um exemplo…
sua percepção de si e do mundo, podem proporcioná-los vivências e toda uma transformação de uma geração de cidadãos com o sentimento de respeito à diversidade, solidariedade, justiça social e inclusão socioeconômica e política, intervindo na solução dos problemas sociais, na perspectiva de reconhecer-se pertencente e fazedor de sua própria história.
2 Organizem a apresentação: quem apresentará cada parte e quem ficará responsável pela organização dos recursos de apoio e também pela exibição deles no dia da apresentação oral.
3 Organizem os recursos de apoio que podem enriquecer a apresentação oral e garantir o envolvimento do público: apresentação de slides, fotografias, trechos de entrevista ou de vídeo, cartazes etc. Cuidem da elaboração ou organização desses materiais para que estejam devidamente prontos no dia da apresentação oral.
4 Antecipadamente, combinem com o professor quanto tempo cada grupo terá para se apresentar, lembrando de deixar aproximadamente 15 minutos para perguntas e comentários do público.
5 Ensaiem a apresentação, escolhendo a maneira como vocês vão expor as informações: se vão apresentá-las de maneira mais espontânea, se vão memorizá-las, em que momento vão utilizar os recursos de apoio. Além disso, lembrem-se de:
• estar atentos à postura e expressões faciais: falem sempre voltados para a plateia e procurem olhar para todos os ouvintes;
• evitar gírias ou outros termos que possam comprometer a compreensão do tema;
• pronunciar corretamente as palavras, especialmente aquelas pouco usuais ou que causam tropeços, hesitações ou repetições;
• chamar a atenção do público fazendo perguntas e utilizando articuladores linguístico-discursivos;
• cuidar dos gestos, das mudanças na entonação, das pausas e hesitações: o tom e a intensidade da voz não devem ser muito altos nem muito baixos.
Realizando a apresentação oral
1 Com o conteúdo devidamente preparado e os recursos de apoio organizados, chegou o momento de fazer a apresentação oral, expondo ao público as informações sobre o tema.
2 Após a apresentação, abram espaço para a plateia fazer perguntas, esclarecer dúvidas e, principalmente, tecer opiniões a respeito do tema. Aproveitem para verificar se os integrantes do grupo que fizeram a apresentação conseguiram expressar o que queriam, retomar e reforçar os pontos considerados mais importantes e refletir a respeito das novas questões trazidas pelo público.
3 Durante a apresentação dos demais grupos, mantenham-se em silêncio, mas atentos às informações apresentadas.
Avaliando as apresentações orais
1 Avaliem as apresentações dos grupos. Para isso, após cada apresentação, registre no caderno o que observou.
2 Finalizadas as apresentações de todos os grupos, a turma deverá se organizar em uma roda de conversa para comentar as apresentações considerando as expectativas iniciais de vocês em relação à proposta e também aos resultados obtidos.
REALIZAÇÃO
Na etapa Realizando a apresentação oral, se possível, reserve antecipadamente os equipamentos necessários. Combine com os estudantes uma forma de comunicação sobre a passagem do tempo durante a apresentação. Na etapa Avaliando as apresentações orais, incentive os estudantes a propor melhorias de maneira respeitosa para os colegas.
D3-242-287-POR-F2-2102-V8-M6-LA-G24_AVU.indd 285
LÔBO, Karla Rossana Gomes; NASCIMENTO, Verônica Salgueiro do. Juventude e identidade: um estudo sobre a construção histórica de pertencimento em jovens. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEIRA, 5., 2012, Recife. Anais […]. Recife: REDEJUBRA – Associação Nacional Rede de Pesquisadores e Pesquisadoras da Juventude Brasileira, 2012. Disponível em: www.unicap.br/jubra/ wp-content/uploads/2012/10/TRABALHO-94.
pdf. Acesso em: 8 jul. 2022.
05/08/22 19:04
Habilidades de encerramento
• EF69LP13
• EF89LP27
• EF69AR01
• EF69AR03
• EF69AR31
PROPOSIÇÕES
A série de Adrienne Salinger tornou-se um livro, publicado em 1995 e reunindo as imagens dos 43 adolescentes que ela retratou ao longo de um período de dois anos, no início da década de 1990. No livro, cada fotografia é acompanhada de uma entrevista com os adolescentes, revelando ainda mais as individualidades e a vida privada de cada um deles. É importante perceber que, apesar de retratar individualidades, a série provoca reflexões sobre questões que perpassam todas as juventudes, de contextos e culturas variadas. Já a série de Rania Matar tem o foco em adolescentes mulheres e, além das reflexões que também podem ser suscitadas pela série de Salinger, ela propõe análises específicas a respeito da juventude do gênero feminino. As fotografias das meninas dentro de seus quartos revelam aspectos íntimos e, muitas vezes, difíceis da vida de jovens adolescentes de diferentes contextos sociais, culturais e econômicos.
CONEXÃO LINGUAGENS EM
Juventudes plurais
Neste módulo, você estudou uma postagem sobre adolescência em blogue, refletiu sobre a batalha como uma expressão própria do jovem e leu uma narrativa de memória. Dessa maneira, pôde refletir sobre várias questões associadas à adolescência e à juventude. Nesta seção, você vai conhecer trabalhos de duas fotógrafas que utilizam a arte para provocar reflexões também relacionadas a essa fase da vida.
O primeiro trabalho é a fotografia que compõe o livro In my room: Teenagers in their bedrooms [No meu espaço: adolescentes em seus quartos], da estadunidense Adrienne Salinger (1956-). Durante dois anos, ela fotografou 43 adolescentes, na década de 1990, em seus respectivos quartos, com o objetivo de mostrar gostos e características, tanto individuais quanto culturais deles. No livro, cada imagem é acompanhada de uma breve descrição sobre o adolescente fotografado, escrita por Adrienne.
O adolescente Jono B. em seu quarto, Estados Unidos, c1995. Fotografia de Adrienne Salinger para a série
In my room: Teenagers in their bedrooms
O segundo trabalho são duas fotografias que fazem parte da série A girl and her room [Uma garota e seu quarto], produzida pela libanesa Rania Matar (1964-) cerca de 15 anos depois da série de Adrienne. A fotógrafa registrou aproximadamente 300 garotas, entre 15 e 20 anos, em seus quartos, nos Estados Unidos, no Líbano, em países europeus e em territórios palestinos. Para esse projeto, Rania se inspirou na própria filha, ao observá-la com as amigas, e perceber as transformações nessa fase da vida. As fotografias também deram origem a um livro, lançado em 2012.
REALIZAÇÃO
1. Promova um momento de fruição individual das fotografias e, depois, peça aos estudantes que compartilhem suas respostas em uma conversa com toda a turma. Incentive-os a perceber que existem semelhanças mesmo entre os quartos dos jovens de diferentes épocas e diferentes culturas, como o fato dos três quartos mostrarem
características específicas da personalidade desses jovens. Já as diferenças podem ser exemplificadas em relação aos gostos de cada um, às cores e aos objetos que possuem.
2. Esta pergunta tem como objetivo que os estudantes consigam analisar as imagens de forma a perceber que os quartos dos jovens revelam gostos pessoais e
As fotografias de Rania também revelam características individuais e culturais das adolescentes fotografadas nos próprios quartos e, em comparação com as fotografias de Adrienne, mostram semelhanças e diferenças entre juventudes de gerações distintas.
PARA ACESSAR
A girl and her room. Rania Matar.
Disponível em: https:// raniamatar.com/ portfolio/a-girland-her-room/ Acesso em: 7 jul. 2022. No site oficial (em inglês) da artista Rania Matar é possível ver outras fotografias da série A girl and her room
In My Room: Photos of nineties kids in their bedrooms. 2018. Vídeo (3min06s). Canal The Secret Canvas. Disponível em: www.youtube. com/watch?v= 0UdbO DdkItE Acesso em: 7 jul. 2022. Acesse o vídeo para ver uma sequência de outras fotografias da série In my room: Teenagers in their bedrooms, de Adrienne Salinger.
4. Esta pergunta visa finalizar o módulo com uma reflexão mais global a respeito do modo de viver a juventude para cada um dos estudantes. Após refletirem sobre seus gostos individuais e culturais, é interessante que eles pensem em elementos que os inspiram a viver a juventude. Acolha todas as respostas, que podem ser as mais variadas possíveis. Alguns estudantes podem identificar ídolos famosos que os inspiram; nesse caso, pergunte por que e incentive novas reflexões. Outros podem identificar como fontes de inspiração, por exemplo: hobbies, esportes, formas de lazer, áreas do conhecimento e até mesmo projetos de vida.
ÚLTIMAS conversas. Direção: Eduardo Coutinho. Brasil: Bretz Filmes, 2015. DVD (85 min).
A adolescente Lubna em seu quarto, Líbano, 2010.
1. Ao observar as imagens, que semelhanças e diferenças você percebe entre elas?
Resposta pessoal.
2. Como você descreveria alguns gostos pessoais de cada um dos jovens fotografados?
Resposta pessoal.
3. Como é o seu quarto? De que maneira ele mostra quem é você?
4. O que, ou quem, inspira a sua maneira de viver a juventude?
elementos das culturas juvenis a que pertencem e se identificam. Para isso, sugira que observem os objetos e suas disposições no espaço, as cores, as vestimentas e percebam gostos individuais desses adolescentes retratados. Durante a conversa, valorize as diferenças e a pluralidade cultural.
3. Continue a conversa iniciada com as perguntas anteriores e mude o foco para o
Respostas pessoais.
Resposta pessoal.
quarto dos estudantes. Deixe-os livres para contar como são seus quartos, mas caso algum estudante prefira não falar, acolha, pois os quartos fazem parte de uma esfera privada da vida e pode ser que nem todos queiram compartilhar isso. Incentive todos a refletir sobre as características do próprio quarto e a pensar em como objetos, cores, decoração etc. mostram os gostos deles.
Feito a partir de entrevistas com jovens estudantes, o documentário busca formas de entender como pensam, sonham e vivem os adolescentes. Se considerar possível e pertinente, o filme pode ser exibido para os estudantes.
PARA ASSISTIR A adolescente Ai em seu quarto, Estados Unidos, 2009. Fotografia de Rania Matar para a série A girl and her room Fotografia de Rania Matar para a série A girl and her roomBNCC
Competências do módulo
Gerais: 1, 3, 5, 7, 10
Linguagens: 2, 3, 4, 6
Língua Portuguesa: 2, 6, 7
Arte: 1, 6, 7
Habilidades da abertura
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF69LP25
• EF89LP27
Temas Contemporâneos Transversais
• Educação ambiental
• Educação alimentar e nutricional
INTRODUÇÃO
Neste módulo, o eixo de leitura traz textos dos gêneros carta aberta, intervenção artística e petição on-line, abordando temas como o uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos, o consumo de alimentos saudáveis, a crise climática e a preservação da natureza, contemplando, dessa forma, os Temas Contemporâneos Transversais Educação ambiental e Educação alimentar e nutricional. O eixo de análise linguística/semiótica trata do vocativo, escolha e sentidos do léxico, casos de concordância verbal e recursos da coesão sequencial. No eixo de produção textual, propõe-se a participação em uma assembleia e a produção de uma carta aberta. Os estudantes também são orientados a desenvolver noções da prática de pesquisa de análise documental ao investigar a concordância verbal em peças de campanha.
OBJETIVOS
• Explorar as características dos gêneros carta aberta, intervenção artística e petição on-line
• Identificar o vocativo, compreendê-lo como marca de interlocução e empregar a pontuação adequada ao usá-lo.
AÇÕES LOCAIS, MUDANÇAS GLOBAIS 7
• Reconhecer que a escolha de palavras constrói sentidos no texto.
• Participar de uma assembleia.
• Entender alguns usos de concordância verbal (indeterminação do sujeito, partícula apassivadora, impessoalidade e alguns casos de sujeito composto).
• Compreender os recursos de coesão sequencial.
• Produzir uma carta aberta.
PROPOSIÇÕES
A imagem desta abertura, a ser discutida em Imagem em foco, é uma simulação do projeto arquitetônico criado pelos austríacos Alex Diebalek e Lisa Geiszler para o concurso Nature Observatory of Amazonia (NOA). Realizado em 2014, o concurso convidou jovens arquitetos e estudantes de arquitetura e design para apresentar ideais para a criação
de um centro que possibilitasse a observação e o contato com a natureza da Amazônia, mas sem agredir o meio ambiente. Enfatize aos estudantes que o concurso colocava em perspectiva a responsabilidade e a consciência ambiental nas construções arquitetônicas, partindo do princípio de que a arquitetura precisa também contemplar aspectos sociais, políticos e ambientais. O projeto Cabana
FIQUE POR DENTRO
• Carta aberta
• Intervenção artística
• Vocativo
• Léxico: escolhas e sentidos
• Petição on-line
• Assembleia
• Concordância verbal
• Recursos de coesão sequencial
• Produção escrita: carta aberta
• Arte é reflexão
IMAGEM EM FOCO
Esta imagem é uma simulação do projeto dos arquitetos austríacos Alex Diebalek e Lisa Geiszler, com a finalidade de criar um centro de observação e aprendizagem do ecossistema da Amazônia, incentivando o turismo sustentável sem causar impactos na região. O projeto foi premiado com o segundo lugar no concurso Nature Observatory of Amazonia (NOA), em 2014. Observe a imagem e converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.
1. O que é possível entender do projeto criado pelos arquitetos Alex Diebalek e Lisa Geiszler?
diálogo com culturas tradicionais locais. Para saber mais do projeto, acesse o site www. archdaily.com.br/br/627801/ segundo-lugar-no-concurso-deideias-nature-observatory-ofamazonia-noa-brasil (acesso em: 22 jul. 2022).
REALIZAÇÃO
1. Acolha as ideias trazidas pelos estudantes e promova uma conversa partindo de aspectos da imagem, como o fato de as estruturas estarem elevadas, e não no solo. Se considerar necessário, conte a eles mais detalhes do projeto.
2. Em sua opinião, por que tantas organizações, nacionais e internacionais, preocupam-se com a preservação da Floresta Amazônica?
3. Qual é a importância de se preservar o meio ambiente? Quais são as suas atitudes para preservá-lo?
Resposta pessoal. Resposta pessoal. Respostas pessoais.
2. Verifique se os estudantes reconhecem a importância de preservar a Amazônia. Enfatize que, além de ser a maior floresta tropical e ter a maior biodiversidade da Terra, a Floresta Amazônica abriga a maior bacia hidrográfica – a Bacia Amazônica –, constituída pelos cursos de água que deságuam no rio Amazonas. Juntas, a Floresta Amazônica e a bacia hidrográfica regulam o sistema de chuvas que abastece diversas regiões do Brasil e colaboram com a estabilidade do clima e da temperatura do planeta.
observatory ficou em segundo lugar e seu principal objetivo era garantir o turismo sustentável e educativo.
Dessa maneira, os visitantes poderiam conhecer a biodiversidade e os ciclos da floresta sem agredir o ambiente. Além disso, a proposta era que toda a estrutura fosse montada por técnicas artesanais, pré-fabricadas com materiais naturais, de forma sustentável e em
3. O objetivo dessa pergunta é verificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema da preservação do meio ambiente, incentivando uma conversa pautada na consciência ambiental e em princípios éticos e democráticos. É importante que eles percebam que todos podem contribuir com a preservação ambiental de muitas maneiras. Verifique que tipos de ações eles consideram que fazem ou podem fazer pelo meio ambiente e proponha que pensem em outras possibilidades.
BNCC
Habilidades do Capítulo 1
TEXTO
• EF89LP19
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP11
• EF69LP28
• EF89LP18
• EF89LP19
• EF89LP23
• EF89LP31
• EF08LP16
TEXTOS EM DIÁLOGO
• EF69LP21
• EF89LP27
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP47
• EF69LP53
• EF69LP56
• EF89LP19
• EF89LP22
• EF89LP27
• EF08LP04
LINGUAGEM E SENTIDOS
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP17
• EF69LP28
• EF89LP06
• EF89LP16
• EF89LP19
• EF89LP23
• EF08LP16
PROPOSIÇÕES
O gênero textual carta aberta tem como intenção comunicativa uma reivindicação ou a exposição de um ponto de vista de interesse público, diferentemente da carta pessoal, cujo conteúdo interessa principalmente a dois interlocutores – a quem o produz e a quem ela se dirige. Suas sequências textuais são predominantemente argumentativas e a composição apresenta título, vocativo, exposição da questão geradora da carta e despedida. Pelo fato de essas cartas terem como suporte os veículos de imprensa, a data e o local de sua produção são dispensáveis.
A introdução apresenta a reivindicação ou o ponto de vista do autor e a função social desse gênero textual. O de senvolvimento concentra a argumentação, e a conclusão
A Conferência das Partes (COP, em inglês Conferenceofthe Parties) é o órgão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que desde 1995 reúne anualmente, em conferências durante duas semanas, os países-membros (Partes) para avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta e propor mecanismos com o objetivo de garantir o cumprimento das metas estabelecidas pela Convenção. A principal tarefa da COP24, realizada em dezembro de 2018, era estabelecer o “livro de regras” do Acordo de Paris, assinado em 2015, no qual 196 países se comprometeram em aumentar os esforços para limitar o aquecimento global a no máximo 2 ºC até o fim do século.
Neste capítulo, você vai ler uma carta aberta escrita pelo grupo de coordenação global da Juventude pelo Clima ou Fridays for Future (em português, “Sextas-feiras pelo Futuro”), um movimento internacional de jovens e estudantes que lutam contra as mudanças climáticas no planeta. O jornal britânico The Guardian publicou essa carta aberta em 1o de março de 2019 e depois outros veículos de comunicação do exterior e do Brasil a reproduziram. Ela foi escrita três meses depois da Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP24), durante a qual a jovem sueca Greta Thunberg, aos 16 anos na época, discursou.
Antes de ler a carta aberta, levante algumas hipóteses: O que teria motivado os jovens a formar esse movimento e escrever essa carta aberta? A quem a carta seria destinada? Pelo título dado à carta pelo jornal em que ela foi publicada, o que você deduz que já tenha acontecido antes de ela ter sido escrita? Compartilhe suas respostas com os colegas e ouça as deles com atenção. Respostas pessoais.
TEXTO
Agora, leia a carta aberta e verifique se suas hipóteses se confirmam.
CRISE CLIMÁTICA | OPINIÃO
Nós, jovens, não aceitaremos uma vida com medo e devastação
Carta aberta da juventude pelo clima exige justiça para as vítimas das mudanças climáticas e agenda protestos globais contra os “tomadores de decisão do mundo” em 15 de março
EL PAÍS – 07 MAR 2019 - 17:00 BRT
Nós, os jovens, estamos profundamente preocupados com o nosso futuro. A humanidade está, atualmente, causando a sexta extinção em massa de espécies e o sistema climático global está à beira de uma crise catastrófica. Seus impactos devastadores
solicita um posicionamento do receptor em relação à solução do problema apresentado.
A linguagem empregada é a formal. A carta aberta “Nós, jovens, não aceitaremos uma vida com medo e devastação”, apresentada neste módulo, foi elaborada pelo grupo de coordenação do movimento Juventude pelo Clima e publicada primeiramente pelo
jornal The Guardian. O grupo denuncia as consequências das mudanças climáticas para a humanidade e exige que os governantes assumam a responsabilidade e resolvam a crise climática; avisa ainda sobre a primeira manifestação pública que será realizada com a finalidade de divulgar a proposta e alcançar seus objetivos.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
já são sentidos por milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, estamos longe de alcançar as metas do Acordo de Paris.
Nós, jovens, somos mais da metade da população global. Nossa geração cresceu com a crise climática e teremos que lidar com isso pelo resto de nossas vidas. Apesar disso, a maioria de nós não está incluída no processo decisório local e global. Nós somos o futuro sem voz da humanidade.
Nós não aceitaremos mais essa injustiça. Nós exigimos justiça climática! Exigimos justiça para todas as vítimas passadas, atuais e futuras da crise climática. Por isso estamos lutando! Milhares de jovens tomaram as ruas, nas últimas semanas, em todo o mundo. Agora vamos fazer nossas vozes serem ouvidas. No dia 15 de março, protestaremos em cada continente.
Temos que, finalmente, tratar a crise climática como uma crise. É a maior ameaça na história da humanidade e não aceitaremos a nossa extinção. Nós não aceitaremos uma vida com medo e devastação. Temos o direito de viver nossos sonhos e esperanças. As mudanças climáticas já acontecem. Pessoas morreram, estão morrendo e vão morrer por causa disso, mas podemos e vamos parar com essa loucura.
Nós, os jovens, começamos a nos mobilizar. Nós vamos mudar o destino da humanidade, quer você goste ou não. Unidos, vamos nos levantar no dia 15 de março e muitas vezes mais, até vermos a justiça climática. Exigimos que os tomadores de decisão do mundo assumam a responsabilidade e resolvam essa crise ou renunciem.
Vocês nos falharam no passado. Se vocês continuarem nos falhando no futuro, nós, os jovens, faremos a mudança acontecer por nós mesmos. A juventude desse mundo começou a se mobilizar e não vamos parar!
Carta aberta escrita pela liderança do grupo de coordenação global da Juventude pelo Clima.
Jovem segura placa dizendo “um outro fim do mundo é possível” em protesto da Juventude pelo Clima na Antuérpia, Bélgica. Fotografia de 2019.
QUEM SÃO OS AUTORES
O movimento Juventude pelo Clima ou Fridays for Future, em inglês, iniciado pela jovem sueca Greta Thunberg, em 2018, é atualmente composto de jovens de centenas de países que lutam pelo fim da crise do clima e promovem manifestações ao redor do mundo para que os dirigentes repensem suas ações a favor de um planeta em que haja justiça climática.
ARTICULAÇÃO COM CIÊNCIAS
Proponha uma abordagem interdisciplinar com o professor de Ciências, trabalhando a habilidade EF08CI05. Com base nas estratégias das metodologias ativas sala de aula invertida e projetos de trabalho, proponha aos estudantes que criem projetos de pesquisa para otimização do uso de energia elétrica na escola. Para
isso, o professor elaborará uma aula registrada sobre o tema consumo de energia elétrica e eficiência energética e, em seguida, os estudantes formarão grupos para propor ações coletivas para a resolução do problema, por exemplo: investigação do consumo na escola; sugerir reparos e trocas de equipamentos por outros mais eficientes; campanha de hábitos de consumo responsável etc.
Antes de propor a leitura, sugira aos estudantes que leiam o boxe Quem é o autor e pergunte se já ouviram falar sobre Greta Thunberg. Caso desconheçam, explique que Greta é uma jovem ativista que luta em prol das causas climáticas: já discursou na ONU para exigir que os governantes se responsabilizem e busquem soluções para as questões climáticas e deu início ao movimento “Greve escolar pelo clima” em março de 2019.
Durante a leitura, pergunte quem seriam, na opinião deles, “os tomadores de decisão do mundo”. Quais decisões acarretam problemas ambientais? Por quais outras extinções o planeta já passou?
Após a leitura, pergunte se sentiram vontade de participar desse grupo e quais seriam suas sugestões em prol da preservação do planeta.
REALIZAÇÃO
Mapeie os conhecimentos dos estudantes sobre o gênero carta aberta. Incentive-os a refletir sobre as características do gênero, como finalidade, elementos de composição, registro utilizado, contexto de produção etc. Pergunte também se já leram (ou produziram) uma carta aberta e, em caso positivo, peça que indiquem o autor e o destinatário bem como o tema e o objetivo da carta. Se for possível, escreva na lousa o que os estudantes apontaram para verificar, em momento posterior, o que de fato faz parte das regularidades do gênero. Essa estratégia inicial contribui para uma valorização dos conhecimentos e das habilidades que os estudantes já dominam.
JUVENTUDE pelo Clima. Nós, jovens, não aceitaremos uma vida com medo e devastação. El País, [s. l.], 7 mar. 2019. Carta aberta elaborada pela liderança do grupo de coordenação do movimento. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/06/internacional/1551894693_275567.html. Acesso em: 16 jun. 2022.PROPOSIÇÕES
Em Conversando sobre o texto e Texto e contexto, as atividades mobilizam conhecimentos prévios, propiciam reflexões, confirmação de hipóteses e posicionamento diante do assunto. Como forma de preparação para a compreensão do texto, proponha aos estudantes uma conversa sobre as diferentes maneiras de atuação social. Encaminhe a discussão para que percebam que o gênero carta aberta é uma forma de se posicionar sobre um assunto e exigir a resolução para um problema.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre
o texto
1. Incentive os estudantes a justificar tanto a resposta afirmativa quanto a negativa. Pergunte a eles se já sentiram as consequências das mudanças climáticas.
2. e 3. Incentive-os a compartilhar seu posicionamento por meio da utilização de argumentos coesos e coerentes, mobilizando os próprios repertórios e percepções a respeito de questões climáticas e ambientais.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. a) Enfatize que o conteúdo da carta aberta é destinado não só às autoridades (destinatário), mas também a leitores em geral.
1. b) Comente que, geralmente, a carta aberta é publicada em jornais impressos, mas pode também ser compartilhada nas redes sociais de veículos importantes por aqueles que aderiram às ideias defendidas na carta.
5. b) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes infiram que as reivindicações são justas e que deveriam ser atendidas, embora questões burocráticas e específicas de cada país possam dificultar a realização das ações para a resolução do problema.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Antes de ler a carta aberta, você conhecia o envolvimento dos jovens em questões relacionadas à crise climática e aos seus efeitos?
2. Você se sentiu representado nessa carta? Justifique sua resposta.
3. Você considera importante se preocupar com questões ambientais como a crise climática? Por quê?
Resposta pessoal. Resposta pessoal. Respostas pessoais.
1. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois uma das funções da carta aberta é trazer posicionamentos, questionamentos a alguém ou a um órgão que possa resolver ou atender as reivindicações, e a divulgação da carta em um jornal de ampla circulação dá uma dimensão maior às questões levantadas pelo grupo.
TEXTO EXPLORANDO O
TEXTO E CONTEXTO
3. a) A liderança do grupo de coordenação global da Juventude pelo Clima (Fridays for Future), que se autodenomina “Nós, os jovens”.
3. b) A carta destina-se aos presidentes, primeiros-ministros e políticos dos países –, ou seja, às autoridades com o poder de resolver o problema do clima –, que são nomeados como “tomadores de decisão do mundo”.
1. A carta aberta que você leu é uma manifestação pública do movimento Juventude pelo Clima
a) Qual é o objetivo dessa carta? No caderno, transcreva a(s) alternativa(s) correta(s).
A. Informar sobre a situação do clima da Terra.
Alternativas B e C .
B. Alertar a população em geral e conquistar sua adesão ao movimento pelo clima.
C. Reivindicar o cumprimento, pelas autoridades, das medidas referentes ao combate à crise climática global.
D. Protestar contra a apatia dos jovens em relação às questões ambientais da atualidade.
b) Em sua opinião, o veículo escolhido pelos jovens para divulgar seu posicionamento foi adequado? Justifique sua opinião.
2. À humanidade como um todo e, mais especificamente, aos “tomadores de decisão do mundo”, que são os destinatários da carta, por não cumprirem os acordos e as medidas de combate ao aquecimento global.
2. A carta atribui a quem a responsabilidade pela crise climática?
3. A carta aberta, como todos os tipos de carta, tem remetente e destinatário.
a) Quem oficialmente assina a carta e como são nomeados no texto?
b) A quem, oficialmente, a carta se dirige e como são nomeados no texto?
4. a) Porque os impactos devastadores da crise climática já são conhecidos e sentidos por milhões de pessoas e comprometem o futuro das gerações.
4. De acordo com o texto, a crise climática é um grande problema.
a) Por que a crise climática é importante e precisa ser resolvida com urgência?
b) O que pode ter levado os jovens a tomarem a decisão de elaborar a carta?
5. a) As reivindicações são para os governantes solucionarem a crise climática ou renunciarem e que haja “justiça climática” – justiça para as vítimas da crise do clima.
5. Na carta, os autores apresentam reivindicações.
a) Quais são as principais reivindicações feitas na carta aberta?
b) Você concorda com essas reivindicações? Acha que elas poderão ser atendidas? Justifique seu ponto de vista.
4. b) Provavelmente, o fato de estarem preocupados com o que preveem para o planeta em um futuro próximo, de acharem que os governantes não se posicionam nem tomam medidas efetivas e drásticas para resolver o problema e por decidirem que precisam fazer algo para mudar.
2. Se desejar, proponha uma conversa sobre a importância das ações individuais no combate às mudanças climáticas.
3. Comente a importância das escolhas lexicais para identificar os dois grupos: de um lado há “Nós, os jovens”, que caracteriza um grupo de jovens unidos e com traços idealistas, indicando que estão dispostos a lutar por aquilo em que acreditam; de outro lado, “os tomadores de decisão do
mundo”, expressão que carrega uma carga semântica de autoritarismo e arbitrariedade.
4. Caso julgue possível, oriente-os a realizar uma pesquisa, com o auxílio do professor de Ciências, para que aprofundem seus conhecimentos sobre os impactos das mudanças climáticas por meio de notícias. Pode ser interessante também conversar sobre os sentimentos e as preocupações que eles têm sobre esse problema.
7. a) A carta pretende mobilizar os destinatários – os dirigentes de todos os países – a adotar medidas de combate à crise climática e, ainda, convocar todos os leitores a se juntarem ao movimento contra a crise climática.
6. A carta questiona o fato de que os jovens não participam do processo de decisão a respeito da crise climática.
PARA LER
7. Leve-os a perceber que, no gênero carta aberta, os autores do texto solicitam ações a um destinatário.
a) Que frases expressam esse questionamento?
6. a) As frases “Nós somos o futuro sem voz da humanidade.” e “a maioria de nós não está incluída no processo decisório local e global”.
b) O que os jovens reivindicam com essa mensagem?
c) Que medida a carta propõe diante dessa questão?
6. c) Os jovens têm de se reunir e fazer manifestações nas ruas em todos os continentes.
7. Na mensagem da carta aberta, não basta que os destinatários e os leitores em geral reconheçam a validade dos argumentos.
6. b) Reivindicam que eles precisam ter voz ativa nas discussões e decisões sobre a crise climática.
a) A quem e o que a carta aberta pretende mobilizar?
b) O que se espera dos tomadores de decisão do mundo?
A história de Greta: Ninguém é pequeno demais para fazer a diferença. A biografia não oficial de Greta Thunberg, de Valentina Camerini. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.
8. Auxilie-os a perceber os efeitos de sentido pretendidos pelo uso da expressão, que carrega também um sentido de urgência, uma vez que os impactos das mudanças climáticas já estão sendo vividos em vários locais.
8. Releia o penúltimo parágrafo da carta aberta.
7. b) Espera-se que assumam a responsabilidade e resolvam a crise, ou seja, cumpram as metas do Acordo de Paris, adotando as medidas necessárias para evitar a crise climática.
a) Qual é o efeito de sentido criado pelo uso da expressão tomadores de decisão do mundo para se referir aos governantes e às autoridades em geral?
b) Considerando o contexto, o que se pode deduzir acerca da postura dos líderes mundiais?
Além de englobar todos os governantes, a expressão os faz lembrar, ironicamente, de que eles precisam cumprir suas obrigações.
9. a) Comente que a carta aberta é um texto argumentativo/ persuasivo, por isso o autor deve apresentar argumentos a fim de convencer o destinatário da carta a aderir a uma causa.
9. Na carta aberta, foi empregada uma estratégia para expressar aos destinatários o objetivo esperado.
8. b) Deduz-se que as lideranças mundiais não têm sido eficientes em relação ao cumprimento de ações concretas para conter a crise climática que atinge o planeta.
a) No caderno, transcreva a alternativa que indica essa estratégia.
Alternativa C
A. Seduzir os destinatários por meio da emoção, tecendo elogios.
B. Mostrar, por meio de argumentos, as consequências das atitudes dos destinatários.
C. Pressionar os destinatários por meio de fatos, argumentos e palavras de ordem.
D. Relatar fatos que comprovam a falta de adesão dos jovens na solução da crise climática.
b) Você acredita que essa estratégia é convincente para provar aos destinatários da carta aberta que a crise climática é um problema urgente?
Resposta pessoal.
10. Ao final da carta aberta, que opinião dos jovens fica implícita a respeito dos tomadores de decisão do mundo?
Esse livro apresenta a história de Greta Thunberg, ativista ambiental sueca que se tornou mundialmente conhecida por protestar, exigindo de autoridades ações para reverter os efeitos das mudanças climáticas no mundo. Além disso, o livro propõe dicas de como o leitor pode ajudar na preservação do meio ambiente por meio de hábitos simples no dia a dia.
A carta aberta é um texto reivindicatório ou propositivo, usado por uma pessoa ou um grupo de pessoas para manifestar publicamente o posicionamento acerca de determinado assunto de interesse coletivo, reivindicando, alertando, cobrando soluções para o problema, por meio de um veículo de comunicação impresso ou virtual. Tem destinatários específicos, geralmente, autoridades públicas ou instituições com ampla visibilidade e reconhecimento da sociedade, além do leitor em geral.
10. Fica implícito que os jovens, representados pelo movimento da Juventude pelo Clima, não aceitam mais que os governos protelem e não cumpram as metas do Acordo de Paris.
5. a) Além de soluções para as questões climáticas, o grupo pede a renúncia dos responsáveis pelos desastres ambientais.
5. b) Incentive-os a compartilhar seus posicionamentos, de modo claro e organizado. Encaminhe-os a elaborar reflexões sobre o futuro do planeta, sensibilizando-os para o desenvolvimento de empatia e de preocupação com o bem-estar coletivo.
6. Auxilie-os a identificar as frases que expressam os posicionamentos e as reivindicações dos autores. A carta aberta diz que, em 15 de março (de 2019), os jovens de todos os continentes se manifestariam. Peça que pesquisem qual foi o desdobramento desse movimento motivado pela carta aberta e se houve manifestações posteriores
9. b) Pode ser que eles comentem que essa estratégia, possivelmente, atinge mais o público em geral, no sentido de conscientizá-los e mobilizá-los a aderirem à luta pela crise climática, do que aos governantes, uma vez que há outros interesses em jogo, como situações econômicas que dificultam que eles tomem determinadas decisões.
10. Auxilie-os a inferir o conteúdo subtendido na carta. Explique que é importante não só decodificar as informações expressas claramente, mas também compreender os subtendidos e implícitos na comunicação.
MUDANÇAS climáticas e as gerações futuras. 2019. Vídeo (2min58s). Publicado pelo canal Band Jornalismo. Disponível em: https:// youtu.be/Ifa_Q2Squzo. Acesso em: 22 jul. 2022.
O vídeo mostra algumas consequências das alterações do clima na saúde das crianças e faz uma reflexão sobre nossa responsabilidade em preservar os recursos naturais.
PROPOSIÇÕES
Em Composição e linguagem, se possível, retome as hipóteses levantadas pelos estudantes no início do módulo sobre o gênero carta aberta. Se desejar, reforce que, diferente da carta pessoal, cujo conteúdo é privado e restrito aos participantes da situação comunicativa, na carta aberta, o tema é de interesse da coletividade.
Se considerar oportuno, oriente os estudantes a pesquisar textos desse gênero, para que explorem as características e usos da carta aberta. Se possível, combine uma data para que eles possam compartilhar os textos que encontraram e comentar o que observaram. Reserve um momento para que a turma possa observar a composição do gênero. Explique a eles, a partir dos exemplos encontrados, que fazem parte da estrutura da carta aberta: título e vocativo (destinatário coletivo, órgão público ou personalidade pública) – muitas vezes o título já faz referência ao destinatário; introdução (apresentação do remetente e síntese da questão a ser apresentada); desenvolvimento (discussão e apresentação de argumentos); conclusão (sugestão ou solução para o fato comentado); assinaturas (de um representante ou um grupo de pessoas). Nem sempre a data e o local vêm em destaque, visto que o meio de veiculação normalmente é jornal ou revista, mídias que já apresentam tais informações.
REALIZAÇÃO
1. a) Se possível, retome o texto da carta aberta para que, de modo dialogado, os
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. De modo geral, as informações de uma carta aberta são organizadas de acordo com a estrutura a seguir.
• Introdução: apresentação do problema.
• Desenvolvimento: análise do problema por meio de argumentos referentes ao assunto abordado.
• Conclusão: encerramento da ideia e exigência de solução para o problema.
a) Releia o primeiro parágrafo da carta e identifique a frase que sintetiza o problema que será abordado.
A frase é “o sistema climático global está à beira de uma crise catastrófica”.
b) No desenvolvimento da carta, ao expor o problema, o grupo explicita seu posicionamento por meio de argumentos que visam mostrar a validade dele. No caderno, transcreva as alternativas que refletem os argumentos usados na carta.
Alternativas A , C , D, G, H e I
A. Os jovens são mais da metade da população mundial e querem ter voz ativa na defesa de questões climáticas.
B. A crise climática é uma ameaça para os países mais ricos.
C. Os impactos da crise climática já são sentidos por milhões de pessoas em todo o mundo.
D. Cuidar da crise climática é uma questão de justiça com as vítimas que já morreram, as que estão morrendo e as que vão morrer.
E. Os governantes são os responsáveis pela crise climática.
F. Os jovens merecem viver em um ambiente saudável.
G. A crise climática ameaça a humanidade, e os jovens têm o direito de viver seus sonhos e suas esperanças.
H. A voz dos jovens será ouvida nas manifestações que acontecerão em todos os continentes.
I. Os jovens vão lutar para mudar o destino da humanidade, mesmo que os governantes não queiram.
c) No caderno, transcreva a alternativa que melhor sintetiza a conclusão da carta.
A. É inaceitável que os governantes continuem omissos e não se mobilizem na busca de soluções para a crise climática.
Alternativa D
B. A solução para esse problema só poderá acontecer por meio da mobilização dos jovens.
C. É inevitável a catástrofe climática devido às falhas dos governantes no passado.
D. Ou os governantes assumem a responsabilidade de resolver a crise, ou os jovens farão as mudanças.
2. Vários tipos de argumento podem ser usados para convencer o leitor: com base na autoridade, em provas concretas, assim como argumentos que apelam à emoção.
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd
estudantes possam reconhecer cada parte da estrutura nos parágrafos.
1. b) Se desejar, discuta cada afirmativa com os estudantes, verificando se estão relacionadas aos argumentos utilizados na carta aberta.
1. c) Auxilie os estudantes a identificar a conclusão presente na carta aberta.
PARA LER
ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 8. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
No livro, o autor explica que argumentar significa dialogar para convencer o outro com ética e técnicas argumentativas.
2. a) Espera-se que os estudantes infiram que predominaram argumentos que apelam à emoção; eles mobilizam sentimentos positivos a favor dos jovens e sentimentos negativos contra os governantes que não cumpriram o acordo ou que não tomam medidas para evitar a crise climática.
a) Na carta aberta, os signatários utilizaram mais argumentos de que tipo? Justifique sua resposta.
b) Em sua opinião, as pessoas que defendem que não há crise climática poderiam mudar de ideia após terem lido essa carta e identificado os argumentos dos signatários? Por quê?
3. Essa carta aberta não tem um título. O título que aparece foi dado pelo jornal El País, que destacou um trecho do texto. Releia-o.
Nós, jovens, não aceitaremos uma vida com medo e devastação
a) Por que o jornal pode ter escolhido essa frase?
b) Por que o título escolhido pelo jornal está em itálico?
c) O leitor consegue antecipar, apenas pela leitura do título, o tema que será abordado na carta? Explique.
4. Outro elemento da carta aberta é a identificação do remetente na assinatura. Qual é a importância dessa identificação ao final?
5. As expressões nós, jovens e nós, os jovens aparecem no título e ao longo da carta.
5. a) O uso de nós sugere coletividade e a união de todos os jovens do mundo.
a) Que efeito de sentido o uso do pronome nós produz no texto?
b) Que ideia essa repetição expressa ao leitor da carta?
6. Releia estes trechos da carta aberta e observe as expressões em destaque.
Trecho 1
5. b) A repetição reafirma que se trata de um grupo forte, representativo, e que faz questão de identificar reiteradamente sua posição.
[…] Nós vamos mudar o destino da humanidade, quer você goste ou não. [...]
Trecho 2
6. a) Produz o efeito de sentido de uma fala direta e face a face com o leitor, dando um tom mais contundente e incisivo ao que afirmam.
Vocês nos falharam no passado. Se vocês continuarem nos falhando no futuro, nós, os jovens, faremos a mudança acontecer por nós mesmos. [...]
a) No trecho 1, que efeito de sentido o uso do pronome de tratamento você produz?
b) No trecho 2 , que efeito de sentido a expressão por nós mesmos produz?
6. b) Produz um efeito de sentido incisivo, como forma de demonstrar a pouca tolerância dos jovens diante das protelações dos governantes.
REALIZAÇÃO
2. a) O filósofo grego Aristóteles analisou os mecanismos que garantiam a eficácia da argumentação. Ele chegou a três diferentes apelos persuasivos: logos, ethos e páthos Em textos argumentativos dialógicos, como a carta argumentativa, esses três elementos caminham juntos. Logos nomeia argumentos de ordem racional, verdadeiros (dados de pesquisa, relação de causa
Signatário é aquele que assina ou subscreve um texto. No caso da carta aberta, corresponde à liderança do grupo de coordenação global da Juventude pelo Clima.
A carta aberta pode ter um caráter argumentativo ou persuasivo. Na carta aberta da Juventude pelo Clima foi desenvolvida uma estratégia persuasiva, apelando para os sentimentos dos destinatários diretos e dos leitores.
2. b) Respostas pessoais. Os estudantes podem considerar que argumentos que apelam à emoção não são suficientes para convencer o leitor a mudar uma opinião. Geralmente, a mudança de opinião requer argumentos baseados na razão.
3. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que essa frase é uma das mais contundentes da carta, que parte dela, “não aceitaremos”, repete-se em alguns parágrafos, e desperta a atenção dos leitores.
3. b) Para destacar ao leitor que o trecho se refere a uma citação direta do signatário: a liderança do grupo de coordenação global da Juventude pelo Clima.
3. c) Não. O leitor não consegue antecipar o tema porque o título não tem relação direta com ele.
4. Ela mostra que uma entidade assume a responsabilidade pelo texto, o que dá legitimidade à carta aberta.
e efeito etc.); ethos corresponde à impressão que o emissor passa de si mesmo, é a busca para alcançar o convencimento com a valorização da autocredibilidade: “Nós, os jovens, [...] vamos mudar o destino da humanidade [...]”; e páthos procura fundamentar a argumentação com o apelo às emoções do interlocutor da mensagem: “É a maior ameaça na história da humanidade e não aceitaremos a nossa extinção.”.
2. b) Considere diferentes posicionamentos dos estudantes desde que bem fundamentados com argumentos coerentes e coesos.
3. a) Comente que o título deve chamar a atenção dos leitores, o que justifica a escolha do jornal.
3. b) Se necessário, explique que a citação direta é a reprodução da fala de alguém.
3. c) Auxilie-os a perceber que o título poderia encaixar-se em outros temas relativos à juventude.
4. Explique que a carta aberta é um texto argumentativo ou persuasivo, em que uma pessoa ou grupo compartilha seu posicionamento e assume seu ponto de vista para um grande público.
5. a) Comente que uma carta aberta pode ser escrita por uma pessoa ou por um grupo de pessoas, no caso da carta lida.
5. b) Explique que o efeito de sentido pretendido é de ênfase na força da coletividade da juventude.
6. a) Espera-se que os estudantes percebam o tom da carta aberta. Se desejar, faça uma leitura em voz alta, em que o tom de voz empregado enfatize a pouca tolerância dos estudantes, para que a turma compreenda os efeitos de sentido pretendidos.
6. b) Espera-se que compreendam a divisão expressa na carta: entre nós, jovens versus eles, tomadores de decisão.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
7. Se desejar, comente com os estudantes que os posicionamentos do enunciador em relação àquilo que é dito é chamado de modalização. Explique que é possível expressar certeza, uma avaliação ou juízo de valor, obrigatoriedade. Se possível, ofereça aos estudantes mais exemplos.
8. a) Espera-se que a turma compreenda os efeitos de sentido produzidos pelo uso do sinal de exclamação.
8. b) Explique aos estudantes que a finalidade da carta aberta é convencer ou persuadir, por isso podem-se utilizar diferentes recursos para engajar o leitor.
9. Se necessário, discuta com os estudantes por que as demais alternativas estão incorretas. A alternativa A está incorreta, pois, uma vez que o texto é destinado ao público em geral, é necessário que não seja frequente a utilização de termos específicos da área. A alternativa C está incorreta, pois, uma vez que o texto circulou em jornais e redes sociais de grande circulação, é necessária a utilização da linguagem formal. A alternativa D está incorreta, pois a linguagem é objetiva e não há intimidade entre os interlocutores.
7. Certas palavras e expressões revelam uma atitude do enunciador em relação ao que escreve. Leia os trechos a seguir e observe os termos em destaque.
Trecho 1
Nós, os jovens, estamos profundamente preocupados com o nosso futuro. [...]
Trecho 2
Temos que, finalmente, tratar a crise climática como uma crise. [...]
Trecho 3
8. b) As frases exclamativas reforçam a indignação diante da situação, levando o leitor/destinatário da carta a se envolver com o problema.
Nós não aceitaremos mais essa injustiça. Nós exigimos justiça climática! [...]
• No caderno, relacione cada um dos trechos a uma das alternativas a seguir, correspondente a um posicionamento subentendido por meio da expressão em destaque
A. Têm um alto grau de certeza do que está sendo dito.
B. Fazem uma avaliação de como se sentem diante do problema.
C. Consideram que o que afirmam é obrigatório, um dever.
8. Ao longo da carta, há frases pontuadas com sinal de exclamação.
a) Qual é o efeito de sentido criado pelo uso da exclamação nessas frases?
Elas enfatizam o que está sendo dito.
b) De que maneira o uso de frases exclamativas contribui para se atingir o objetivo da carta?
c) Na carta aberta, que relação se pode estabelecer entre as frases exclamativas e os argumentos que apelam à emoção?
Espera-se que os estudantes percebam que as frases exclamativas confirmam a intenção dos signatários da carta de chamar a atenção dos leitores por meio de apelos emocionais.
9. No caderno, transcreva a alternativa que apresenta, de modo geral, as características da linguagem da carta aberta que você leu.
A. Uso constante de termos específicos da área em que atuam os destinatários.
B. Predomínio de linguagem clara e formal, para dar credibilidade ao texto.
C. Utilização de linguagem predominantemente informal, com marcas constantes de oralidade.
D. Emprego da subjetividade da linguagem, revelando intimidade entre os remetentes e os destinatários.
A carta aberta tem linguagem mais formal, pois é redigida com o objetivo de ser divulgada em meios de comunicação, como jornais, revistas, redes sociais e blogues.
Em geral, a carta aberta é composta de título, introdução, desenvolvimento e conclusão. De acordo com o tema, pode ter um caráter argumentativo ou persuasivo. Utiliza palavras e expressões qualificadoras, pontuação expressiva e construções com tom imperativo, a fim de revelar a intenção dos autores. Costuma prevalecer o registro formal, pois se trata de um documento reivindicatório e que, por isso, utiliza linguagem mais monitorada para expressar maior seriedade.
Trecho 1: B; Trecho 2: C; Trecho 3: A Alternativa BCarta aberta e intervenção artística
Você já sofreu com temperaturas extremas, como episódios de muito frio ou de muito calor? Já ouviu alguém dizendo que conseguiria “fritar um ovo” no asfalto escaldante? Essas situações mostram que o impacto das mudanças climáticas no planeta já pode ser percebido no cotidiano e reforçam a importância das reivindicações dos jovens na carta aberta que você leu. Foi pensando em chamar a atenção para a crise climática e suas consequências, como o aquecimento global, que o artista holandês Henk Hofstra criou a intervenção artística Eggcident, cujo nome é a junção das palavras em inglês egg (ovo) e accident (acidente). Veja as imagens desta página e da página seguinte.
HOFSTRA, Henk. Eggcident Largo da Batata, São Paulo (SP). Fotografia de 2020.
REALIZAÇÃO
Textos em diálogo
Oriente uma conversa com os estudantes em que eles possam compartilhar as experiências que vivenciam ou vivenciaram dado o impacto das mudanças climáticas. Caso parte dos estudantes conteste as consequências da crise no cotidiano, explique que é consenso entre os cientistas que as alterações no meio ambiente são causadas pela atividade humana, o que pode ser verificado em eventos como: colapso de ecossistemas, extinção de espécies, derretimento de geleiras nas regiões polares e elevação dos níveis do mar, secas prolongadas etc. Para saber mais, acesse este link https://www.unifesp.br/reitoria/ dci/publicacoes/entreteses/ item/4780-negacionismo-a-ondade-ceticismo-sobre-o-valor-daciencia (acesso em: 19 jul. 2022).
HOFSTRA, Henk. Eggcident . Wuhan, China. Fotografia de 2017.
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd 297
PROPOSIÇÕES
O objetivo de Textos em diálogo é possibilitar uma comparação entre gêneros, priorizando a intertextualidade entre eles. Espera-se, nas atividades desenvolvidas nesta seção, que os estudantes consigam relacionar intervenções artísticas às dimensões da vida social contemporânea, reconhecendo
nas manifestações de arte maneiras de atuar em prol de uma causa; no caso em estudo, alertar as pessoas sobre a crise climática e o aquecimento global. Se desejar, oriente uma pesquisa com os estudantes em que eles possam investigar, com os colegas, os impactos e as consequências dessa crise em comunidades ao redor do mundo.
Em seguida, pergunte a eles de que maneiras poderiam chamar a atenção das pessoas para esse problema. Oriente-os a perceber que a arte pode ser utilizada como uma estratégia para impactar as pessoas e levá-las à reflexão sobre um tema. Em seguida, pergunte se já observaram uma intervenção artística na rua. Reserve um momento para que relatem as experiências que tiveram e quais reflexões foram provocadas por ela.
PROPOSIÇÕES
Oriente-os a observar, com atenção, os detalhes das imagens. Em seguida, proponha a leitura dos boxes Saiba mais, que contextualiza uma das imagens apresentadas, e Quem é o artista, para conhecer um pouco sobre o autor da intervenção. Caso os estudantes manifestem dúvidas a respeito do conceito de intervenção artística, o excerto a seguir pode ajudar a esclarecê-las:
Como prática artística no espaço urbano, a intervenção pode ser considerada uma vertente da arte urbana, ambiental ou pública, direcionada a interferir sobre uma dada situação para promover alguma transformação ou reação, no plano físico, intelectual ou sensorial. Trabalhos de intervenção podem ocorrer em áreas externas ou no interior de edifícios.
O termo intervenção é também usado para qualificar o procedimento de promover interferências em imagens, fotografias, objetos ou obras de arte preexistentes. Intervenção, nesse caso, possui um sentido semelhante à apropriação, contribuição, manipulação, interferência. Colagens, assemblages, montagens, fotografias e desenhos são trabalhos que frequentemente se valem desse tipo de procedimento.
Os projetos de intervenção são um dos caminhos explorados por um universo bastante diverso de artistas interessados em se aproximar da vida cotidiana, se inserir no tecido social, abrir novas frentes de atuação e visibilidade para os trabalhos de arte fora dos espaços consagrados de atuação, torná-la mais acessível ao público
QUEM É O ARTISTA
Henk Hofstra (1952-) é um artista holandês que realiza projetos de arte em espaços públicos em todo o mundo. Sua arte é uma resposta ou reação a alguma situação de impacto. Ele se notabilizou pelas sensações que causa com suas intervenções que podem ser cativantes, controversas, instigantes e provocadoras.
1. a) Resposta pessoal. É possível que os estudantes comentem que o que mais chama a atenção deles são as grandes estruturas que reproduzem ovos fritos espalhados em espaços urbanos.
1. Depois de analisar as imagens da intervenção, converse com os colegas e o professor sobre as perguntas a seguir.
a) O que mais chama a sua atenção ao observar as fotografias da intervenção? Exponha suas considerações.
1. b) Espera-se que os estudantes comentem que são áreas grandes ao ar livre.
b) Como são os lugares em que a intervenção foi montada?
c) Em sua opinião, apreciar a intervenção durante o dia e durante a noite muda o sentido de interpretação da obra?
d) Quais dos cinco sentidos do corpo humano podem ser ativados ao se apreciar a intervenção?
Visão e tato, principalmente.
1. c) Espera-se que os estudantes comentem que observar a intervenção no período da noite mudaria o sentido de interpretação da obra, pois apreciá-la durante o dia, principalmente em um dia ensolarado e quente, dá mais significado ao que o artista propõe, que é refletir que os ovos estão fritando devido à incidência dos raios solares na atmosfera.
e desestabilizadora e menos mercantilizada e musealizada. Tal tendência, marcante da arte contemporânea, é geradora de uma multiplicidade de experimentações artísticas, pesquisas e propostas conceituais baseadas em questões ligadas às linguagens artísti-
cas, ao circuito da arte ou ao contexto sociopolítico.
INTERVENÇÃO. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira . São Paulo: Itaú Cultural, c2001-2022.. Disponível em: http:// enciclopedia.itaucultural.org.br/termo8882/ intervencao. Acesso em: 29 jul. 2022.
2. Seria possível montar essa intervenção em um local fechado? Por quê?
Não. O espaço ao ar livre é fundamental na intervenção, uma vez que a ideia
é mostrar que o planeta está ficando tão quente que seria possível até “fritar um ovo” no solo.
3. Como se dá a interação do público com a intervenção? Que reações você imagina que o público tem no contato com a obra?
4. Que reflexões o público pode fazer ao ter contato com essa intervenção?
5. Assim como a carta aberta, a intervenção é uma maneira de se manifestar e se posicionar sobre a crise climática. No caderno, transcreva as alternativas que se referem à carta aberta e as que se referem à intervenção artística.
A. Expressa um posicionamento.
B. Promove interação com o público.
C. Provoca reflexões no público.
D. Promove uma experiência sensorial.
PARA ACESSAR
2. Espera-se que os estudantes entendam que a compreensão adequada da mensagem da intervenção artística só é possível em espaço aberto.
Carta aberta: alternativas
A e C; intervenção artística: alternativas
B, C e D
Intervenção artística, também chamada de intervenção urbana, é uma forma de expressão artística que utiliza o espaço público como elemento fundamental. Geralmente são criadas em ambientes não convencionais da arte, em que as pessoas que circulam por esses espaços não esperam encontrar uma manifestação artística e acabam sendo surpreendidas. Os artistas buscam, em suas obras, criar uma atmosfera diferente e instigar o público. Dependendo do sentido que se deseja, o público pode interagir com a obra, por meio de várias sensações e sentidos, não apenas o visual.
Eggcident. Disponível em: www.virada sustentavel.org.br/ eggcident-henkhofstra. Acesso em: 28 jul. 2022. Acesse o site do evento Virada Sustentável que ocorreu em São Paulo (SP), em 2020, e assista a um vídeo que mostra a intervenção artística Eggcident , do artista Henk Hofstra.
3. O público pode interagir com a intervenção e, além de observar os ovos gigantes, pode tocá-los, andar sobre eles e até se sentar ou se deitar. As reações do público podem ser diversas: eles podem brincar, se divertir, refletir de maneira crítica sobre a questão climática no mundo.
3. Incentive-os a elaborar possibilidades de interação e reação do público com a intervenção artística. Sugira que se imaginem no local em que a intervenção foi instalada pelo artista.
4. Espera-se que a turma compreenda que a arte, no caso, as intervenções artísticas, pode provocar no público uma reflexão sobre um tema e provocar nele uma sensibilização que o leve a uma mudança de atitude.
5. Espera-se que os estudantes percebam que ambos os gêneros, carta aberta e intervenção artística, são maneiras de expressar um posicionamento sobre um tema e, portanto, ações que contribuem para o exercício de uma cidadania crítica e participativa.
A primeira imagem que você viu nesta seção fez parte do festival Virada Sustentável, realizado na cidade de São Paulo em 2020. O evento teve início em 2011, em São Paulo, com o objetivo de difundir e ampliar o tema sustentabilidade à sociedade por meio da arte e de atividades lúdicas. Já percorreu outras cidades do Brasil, como Manaus, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Campinas e Porto Alegre.
A programação do festival está relacionada aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU, os quais abarcam diferentes temas associados a aspectos ambientais ou sociais. Esses objetivos fazem parte da “Agenda 2030”, um pacto global assinado por 193 países-membros durante a Cúpula das Nações Unidas, em 2015, com o propósito de superar os principais desafios de desenvolvimento enfrentados pela população brasileira e mundial até o ano de 2030.
4. Essa intervenção sugere que o público reflita sobre a gravidade do aquecimento global e a necessidade de que cada indivíduo, habitante do planeta Terra, faça a sua parte e se envolva na busca de soluções para os problemas ambientais globais.
REALIZAÇÃO
1. a) Oriente os estudantes a responder a essa pergunta, compartilhando as percepções sobre a intervenção artística.
1. b) Espera-se que os estudantes compreendam que a intervenção urbana utiliza o espaço público, uma vez que nele há circulação de pessoas
1. c) Oriente-os a se posicionar com argumentos coesos e coerentes. Espera-se que eles compreendam que o significado da intervenção artística se relaciona com o espaço em que é instalada e também com a interação do público com o objeto de arte.
1. d) Comente que uma característica da intervenção artística é a apreciação e o contato direto com o público por meio dos sentidos.
PROPOSIÇÕES
Ao final do estudo de Por dentro da língua , espera-se que os estudantes sejam capazes de identificar o vocativo e reconhecer o papel que ele desempenha na construção de sentidos do texto, por meio da observação e da análise desse aspecto linguístico em diferentes gêneros textuais.
Pergunte o que entendem pela expressão sexta extinção em massa das espécies . Explique que ela é chamada também de extinção antropocênica, uma vez que, diferentemente das extinções anteriores, é causada pela ação humana. Nelas ocorre o desaparecimento de espécies e o colapso da biodiversidade. Para saber mais, acesse o link https://www. dw.com/pt-br/o-que-esperarda-sexta-extinção-em-massade-espécies/a-60416190 (acesso em: 21 jul. 2022).
REALIZAÇÃO
1. a) Espera-se que os estudantes identifiquem as reivindicações dos jovens na carta aberta.
1. b) Comente com os estudantes que, ao se referir à humanidade, os autores da carta fazem uma generalização, como se todas as pessoas tivessem o mesmo pensamento e agissem contra o meio ambiente.
Ainda que os estudantes possam apresentar diferentes pontos de vista sobre o impacto da ação humana na crise climática, auxilie-os a compreender que é aceita na comunidade científica a ideia de que o homem tem acelerado as mudanças climáticas, por meio da devastação de ecossistemas, por exemplo. Leve-os a refletir que, ainda o fenômeno
Vocativo
1. a) Os jovens reivindicam participação nos processos decisórios local e global, justiça climática para todas as vítimas da crise climática, para que possam ter uma vida sem medo e sem devastação do meio ambiente, e que os governos assumam suas responsabilidades para resolver o problema climática ou renunciem ao poder.
Há alguns textos, orais ou escritos, em que é necessário inserir um termo para se dirigir ao interlocutor, convocando-o para um diálogo, para uma interação.
1. Releia o parágrafo inicial da carta aberta.
Nós, os jovens, estamos profundamente preocupados com o nosso futuro. A humanidade está, atualmente, causando a sexta extinção em massa de espécies e o sistema climático global está à beira de uma crise catastrófica. Seus impactos devastadores já são sentidos por milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, estamos longe de alcançar as metas do Acordo de Paris.
a) A carta foi elaborada por jovens devido à falta de ações mais efetivas das autoridades mundiais para cuidar do clima do planeta. O que eles reivindicam?
b) Os jovens atribuem a responsabilidade da crise climática e da extinção das espécies à humanidade. Você concorda com esse ponto de vista? O que você pode contrapor a essa afirmação?
Respostas pessoais.
2. Releia este período do trecho da carta.
2. b) Para persuadir o leitor, convencendo-o acerca das ideias apresentadas ao longo da carta.
[...] Seus impactos devastadores já são sentidos por milhões de pessoas em todo o mundo. [...]
2. a) O objetivo é causar impacto e comoção, indicando para o leitor a quantidade de pessoas no mundo que sofrem com os impactos das mudanças climáticas.
a) Que efeito de sentido essa afirmação pretende provocar no leitor?
b) Com que finalidade os autores inseriram esse argumento na carta?
3. Uma pesquisa realizada pela ONG Plan International, em 2020, com mais de 1 800 adolescentes e jovens de 15 a 24 anos, de 37 países, incluindo o Brasil, apontou que 82% deles não sabem como os governos de seus países estão lidando com as mudanças climáticas.
a) Essa pesquisa confirma ou contradiz o que pensam os autores da carta aberta?
b) Em sua opinião, o que pode mudar o quadro apontado por essa pesquisa?
4. O título, dado pelo jornal onde a carta foi publicada, é uma frase extraída do texto.
a) Leia, a seguir, algumas opções que poderiam ser usadas como títulos dessa carta. No caderno, transcreva a alternativa que indica o título que não estaria adequado ao tom de indignação presente em toda a carta.
A. Jovens, nosso futuro está em jogo!
Resposta pessoal. Alternativa D
B. Nós somos, amigos, o futuro sem voz da humanidade!
C. Governantes do mundo, exigimos justiça climática!
D. Nós somos mais da metade da população global!
3. a) Espera-se que os estudantes infiram que a pesquisa contradiz o que pensam os autores da carta aberta, porque mostra que os jovens não estão informados sobre as políticas ambientais realizadas em seus países, o que, de certa forma, contesta que os jovens são a solução neste momento.
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd 300
da crise climática não esteja totalmente compreendido, o respeito à coletividade orienta a adoção de medidas sustentáveis e conservação dos recursos naturais.
2. a) Auxilie os estudantes a perceber os efeitos de impacto e comoção no leitor e nas autoridades.
2. b) Comente que os autores da carta aberta buscam persuadir o leitor e as autoridades a mudar a postura frente à crise, por isso
utilizam estratégias que visem à sensibilização e à comoção.
3. a) Outros dados da pesquisa realizada pela ONG Plan International, em 2020, estão disponíveis em: www.ecodebate.com. br/2021/08/16/pesquisa-aponta-que-82dos-jovens-nao-sabem-como-os-governosde-seus-paises-estao-lidando-com-asmudancas-climaticas/ (acesso em: 21 jul.
b) Observe que, nas alternativas do item a que poderiam ser usadas como título da carta, cada um desses títulos possui um termo que evidencia a quem o falante se dirige. Quais são esses termos?
Alternativa A: Jovens; alternativa B: amigos; alternativa C: Governantes do mundo
Cada um dos termos que você analisou no item b da atividade 4 é chamado de vocativo Vocativo é o termo usado para invocar ou pôr em evidência a quem é dirigido o discurso. O vocativo não faz parte da estrutura sintática da oração; portanto, é um termo isolado que não pertence nem ao sujeito nem ao predicado.
Exemplos:
• Jovens, nós somos mais da metade da população global!
No exemplo, o sujeito da oração Nós somos mais da metade da população global é o termo nós, e o predicado é somos mais da metade da população
• Nós exigimos justiça climática, governantes do mundo!
No exemplo, o sujeito da oração Nós exigimos justiça climática é o termo nós, e o predicado é exigimos justiça climática
Vocativo e interjeição
Alguns vocativos vêm acompanhados de interjeições. Exemplos:
• Jovens, avante, nós vamos mudar o destino da humanidade!
• Céus, Senhor Presidente! Temos o direito de viver nossos sonhos e nossas esperanças.
Interjeição é a palavra ou locução que exprime sentimentos, emoções, sensações. Na escrita, em geral, vem seguida de ponto de exclamação.
Essas palavras e expressões (as locuções interjetivas) são importantes para expressar sentidos, ajudando o leitor a compreender o estado emotivo de quem as emprega. Assim como o vocativo, a interjeição e a locução interjetiva não desempenham função sintática na oração. Exemplos: Puxa vida!, Quieto!, Ufa!, Quem me dera! etc.
Vocativo e pontuação
Na oralidade, o vocativo é destacado por pausas na fala. Já na escrita, geralmente, é separado do restante do enunciado por vírgula(s), em qualquer posição na oração. Pode também ser sucedido por um sinal de exclamação, interrogação ou os dois juntos.
4. b) Oriente os estudantes a identificar o termo utilizado para se dirigir ao interlocutor da carta.
PROPOSIÇÕES
Explique aos estudantes que o vocativo é um termo acessório da oração, pois não tem relação sintática com nenhum outro termo. É uma marca de interlocução; por isso, ele vem separado por vírgulas. Por ter função exclamativa e de invocar alguém ou algo, o vocativo pode ser acompanhado por interjeição e/ou ponto de exclamação.
Aproveite para explorar os diferentes efeitos de sentido produzidos pelo uso de vocativos nas situações comunicativas. Nesse sentido, solicite aos estudantes que elaborem enunciados em que se expressem respeito, ironia e afeto.
Se necessário, chame a atenção para a diferença entre um aposto e um vocativo. Embora ambos sejam termos considerados acessórios e venham, na língua escrita, separados por vírgulas, o aposto explicativo se relaciona a um termo da oração, enquanto o vocativo se refere a um elemento externo à oração, trata-se de um marcador discursivo.
2022). Se julgar pertinente, compartilhe os resultados dessa pesquisa com os estudantes.
3. b) Comente com os estudantes que a educação é um fator determinante no combate às mudanças climáticas. Os conhecimentos apreendidos sobre esse assunto ajudam os jovens a entender e a tratar as causas e as consequências do aquecimento do planeta, motivando-lhes a modificar suas condutas. Explique que, no Brasil, a escola
é a principal fonte de conhecimento sobre as mudanças climáticas, seguida de sites na internet e da TV, e que, mesmo assim, é preciso falar mais do assunto para formar e conscientizar os cidadãos, especialmente as crianças, sobre os efeitos que as mudanças climáticas têm na vida da população.
4. a) Auxilie os estudantes a perceber que a alternativa incorreta não expressa a reivindicação dos autores da carta aberta.
PROPOSIÇÕES
Antes de Atividades, reforce com os estudantes a importância do contexto para compreender a relação de sentidos expressa pelo vocativo. Para trabalhar essa questão em sala de aula, peça a eles que tragam exemplos de textos de diferentes gêneros, como carta, conto, poema e história em quadrinhos, que apresentem vocativo. Peça a eles que se organizem em duplas e analisem esses textos. Solicite que identifiquem o vocativo e que expliquem se ele expressa ironia, respeito, afeto etc.
REALIZAÇÃO
1. Se necessário, retome com os estudantes o conceito de cartum, visto no Módulo 2 deste volume. O tema do cartum se relaciona com o Tema Contemporâneo Transversal Educação ambiental, uma vez que aborda a responsabilidade da ação humana na situação de degradação ambiental do planeta. Além disso, possibilita também que os estudantes ampliem o repertório relativo aos gêneros multissemióticos. Oriente-os a observar a linguagem verbal e a linguagem não verbal utilizadas na tirinha.
1. a) Espera-se nesta atividade que os estudantes desenvolvam consciência e respeito do meio ambiente e da coletividade, incentivando neles uma reflexão para a adoção de hábitos mais sustentáveis e uma convivência mais harmônica com o meio ambiente, em que se utilizem os recursos naturais de forma ponderada.
A posição do vocativo é opcional, considerando-se algumas condições, tais como: a situação de comunicação, o que se quer dizer, o modo como se deseja referir-se ao interlocutor e o efeito de sentido que se quer produzir. Esse efeito de sentido depende não só da posição do vocativo, mas também da pontuação empregada. Exemplos:
• Meu amigo, não aguento mais tanta chuva e deslizamento!
• Para ir à conferência, eu só preciso, mãe, da sua autorização.
• Estamos preocupados com a crise climática, amigos!
Vocativo: alguns usos
O vocativo pode revelar se a relação entre os interlocutores é de respeito, de ironia, de afeto etc. Essas relações de sentido dependem do contexto e dos efeitos de sentido específicos que se deseja expressar. Alguns desses efeitos de sentido só podem ser deduzidos com base na análise da situação de comunicação, nunca pelo termo isolado. Exemplos:
• Doutora, parabéns! Você realizou uma operação de sucesso.
• Você, meu bem, não foi convidado para esta festa.
• Você pode me trazer um copo de água, amor?
ATIVIDADES
1. Leia o cartum a seguir, que aborda uma questão muito comentada na atualidade.
1. b) Incentive-os a se posicionar com argumentos claros e organizados, seja em uma resposta negativa ou positiva. Espera-se que observem que em ambos os gêneros há uma denúncia social.
RICO. [Sustentabilidade]. Rico studio. [S. l.], 25 out. 2021. Blogue. Disponível em: https://1.bp.blogspot.com/ -hX5m_EKvKFY/YW11kf0cGmI/AAAAAAABO8w/g1tqSQ7dOH8AMWWLNhI3ai_-CAp46LmRQCLcBGAsYHQ/s700/Rico_ sustentabilidade.jpg. Acesso em: 28 jul. 2022.1. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que a abordagem recorrente da temática ambiental em diversos gêneros textuais e em contextos variados deve-se ao fato de a situação do planeta ser preocupante em relação a esse aspecto, uma vez que as consequências da degradação da natureza são cada vez mais graves e tendem a se tornar irreversíveis.
a) O tema do cartum está relacionado às reinvindicações da carta aberta que você leu. Em sua opinião, o que pode justificar a abordagem recorrente dessa temática em gêneros textuais e contextos diversos?
b) Considerando a resposta ao item anterior, pode-se afirmar que a finalidade do cartum é semelhante à da carta aberta? Justifique.
1. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois ambos trazem um alerta sobre a questão ambiental e os prejuízos que a falta de ação da sociedade e dos governantes em geral poderá ocasionar no planeta.
2. No cartum, o pai parece estar seguro do futuro do filho quanto à conservação do planeta.
2. a) Espera-se que os estudantes infiram, por meio da imagem do planeta Terra degradado, desfazendo-se, que o pai está completamente alheio ao que está acontecendo com o planeta e com o futuro do filho.
a) A imagem do planeta Terra mostra que ele está certo quanto ao futuro de seu filho? Justifique.
2. b) Pode sugerir que ele não está conseguindo enxergar o futuro do filho por estar de óculos escuros ou por ser cego.
b) Observe que o pai está de óculos escuros. O que esse detalhe na composição da imagem pode sugerir?
c) O que o personagem do pai pode estar representando?
3. Na tirinha, o pai se dirige ao filho.
a) Que termo é usado com essa finalidade?
O termo meu filho
2. c) Sugestões de reposta: A sociedade; os governantes; todos aqueles que não enxergam as consequências da degradação do planeta e os riscos para as gerações futuras.
b) No caderno, transcreva a alternativa que corresponde à análise desse termo.
Alternativa C
(alternativa A); o vocativo aparece entre vírgulas (alternativa B); o vocativo pode vir acompanhado de interjeição (alternativa D).
4. Se julgar pertinente, discuta com os estudantes por que a alternativa C está correta. Explique a eles que o sujeito da oração é tudo isto.
A. É um vocativo porque inicia o enunciado.
B. Pelo fato de vir seguido de dois-pontos, é considerado um vocativo na oração.
C. É um elemento que não faz parte da oração; por isso, é um vocativo.
D. Apesar de se dirigir a um interlocutor, não é um vocativo porque não vem acompanhado de interjeição.
4. Releia a oração a seguir.
[…] Um dia, tudo isto será seu!!
• No caderno, transcreva a alternativa que apresenta o que não se pode afirmar em relação a essa oração.
Alternativa C
A. Um dia é adjunto adverbial de tempo.
B. Tudo isto exerce a função de sujeito da oração.
C. Apenas o termo tudo exerce a função de sujeito.
D. Tudo e isso pertencem à classe gramatical dos pronomes.
5. Leia em voz alta o texto a seguir.
ELIACHAR, Leon. O diálogo definitivo. In: ELIACHAR, Leon. O homem ao meio. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979. p. 36-37.
REALIZAÇÃO
2. a) Auxilie-os a observar o uso da linguagem não verbal no cartum, a partir da análise da expressão facial do pai, os gestos, a vestimenta etc.
2. b) Espera-se que os estudantes percebam como o uso da imagem contribui para a construção de efeitos de sentido do texto.
2. c) Auxilie os estudantes a inferir as possíveis representações da figura do pai na tirinha.
3. a) Oriente os estudantes a identificar o termo utilizado pelo pai para se dirigir ao filho.
3. b) Se desejar, explique aos estudantes por que as demais alternativas estão incorretas. Explique que o vocativo pode aparecer no início, no meio ou no fim de uma oração
5. O texto apresentado para leitura nesta atividade pode ajudar os estudantes a perceber os efeitos de sentido que podem ser produzidos por meio da pontuação. Em textos reivindicatórios, por exemplo, é comum o uso de exclamações para enfatizar ideias.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR Interjeições
Peça aos estudantes que se organizem em duplas. Na lousa, escreva as interjeições hum, hein e olá e peça às duplas que escolham uma delas para criar um texto semelhante ao que eles leram na atividade 5. Finalizados os textos, peça às duplas que os compartilhem com a turma, fazendo uma leitura expressiva em voz alta. Ao final, encaminhe uma roda de conversa, para que a turma discuta os efeitos de sentido de cada um dos textos criados. Avalie se as produções dos estudantes têm sentidos, possibilitam a visualização de uma história, como a que analisaram na atividade 5. Verifique se a leitura em voz alta feita pelos estudantes enfatizou esses sentidos e os efeitos produzidos pelo uso das interjeições.
REALIZAÇÃO
Atividades
5. a) Espera-se que os estudantes percebam as circunstâncias em que o diálogo poderia ter ocorrido. Se desejar, peça aos estudantes que imaginem e relatem possíveis circunstâncias.
5. b) Auxilie os estudantes a perceber os sentimentos associados ao uso do ponto de exclamação.
5. c) Espera-se que os estudantes compreendam os efeitos de sentido inferidos pela resposta lacônica do interlocutor.
5. d) Espera-se que os estudantes tenham inferido que o recurso é o uso de diferentes sinais de pontuação. Se julgar interessante, proponha aos estudantes criar uma história semelhante, em que se seja possível inferir as circunstâncias entre os interlocutores a partir do uso da pontuação.
6. a) Inicie a leitura da tirinha de Laerte perguntando aos estudantes o que veem no primeiro quadrinho e que tipo de lugar parece estar sendo retratado nessa cena. Pergunte também o que cada um dos personagens representa. Espera-se que os estudantes notem que o desenho retrata uma loja. O personagem atrás do balcão é o funcionário; o que observa as prateleiras é o dono do estabelecimento. Questione os estudantes sobre o que eles acreditam que aconteceu com os produtos. Passe ao segundo quadrinho. O que a imagem mostra e o que podemos perceber sobre a loja nesse novo ângulo? No segundo quadrinho, o ponto de vista é de fora da loja, de onde
5. a) Espera-se que os estudantes percebam que a situação de comunicação sucinta e lacônica é, provavelmente, de tensão ou de insatisfação entre os interlocutores.
a) Pelo modo como o diálogo transcorre, em que circunstâncias ele pode ter ocorrido? Explique sua resposta.
5. b) O emissor parece alegre, animado e desejoso de estabelecer comunicação com o interlocutor.
b) Que emoções podem ser percebidas pelo leitor na primeira fala do texto: – oi!?
c) Que efeito de sentido pode ser atribuído à resposta do interlocutor?
Ele parece desinteressado em manter o diálogo.
d) O diálogo é construído com a mesma interjeição. Que recurso linguístico possibilita ao leitor atribuir diferentes efeitos de sentido à mesma interjeição no texto?
Embora as duas falas sejam construídas com a mesma interjeição, o emprego da exclamação em uma e do ponto-final na outra possibilita ao leitor atribuir diferentes efeitos de sentido.
6. Leia a tirinha a seguir, em que o dono da loja se depara com uma cena inesperada.
6. a) A expressão de espanto, com sorriso e olhos bem abertos no primeiro quadrinho, diante de prateleiras vazias, faz ele crer que o funcionário vendeu todos os produtos da loja de presentes.
6. b) Subentende-se que ele presenteou os clientes com as mercadorias da loja.
a) O proprietário parece estar feliz com o desempenho do funcionário. Que elementos da imagem permitem chegar a essa conclusão? O que ele imagina que aconteceu?
b) Considerando a fala e a reação do funcionário no segundo quadrinho, o que fica subentendido? Que marcas textuais permitem compreender a ação do funcionário?
c) O que pode ter levado o vendedor a fazer isso? Que efeito de sentido essa interpretação produz na tirinha?
O entendimento de que as mercadorias eram presentes para os clientes, tendo em vista o nome da loja, Gouveia’s Presentes. O efeito de sentido produzido é de humor.
7. Releia a primeira fala da tirinha.
a) Identifique o termo que exerce a função de vocativo.
O nome Tadeu
b) Observe que esse vocativo vem seguido de um ponto de exclamação. Considerando o contexto, o que esse sinal de pontuação evidencia?
Evidencia a surpresa agradável e a
sensação de alegria sentida nesse momento pelo proprietário, ao imaginar um dia de ótimas vendas.
A pergunta Era pra vender? indica que ele não vendeu nenhum produto.
8. Agora, releia a fala do funcionário.
8. c) A interjeição ué enfatiza a sensação de surpresa do falante, além de deixar claro que ele não sabia das pretensões do patrão.
a) O termo seu Gouveia exerce a função de sujeito ou de vocativo? Explique.
Sim, pois o termo é usado pelo falante para se dirigir ao seu interlocutor.
b) Por que esse termo vem pontuado por vírgulas?
Para separá-lo dos demais termos da oração, deixando evidente que ele não faz parte da sua estrutura.
c) Esse termo acompanha uma interjeição. Identifique-a e explique o que ela enfatiza.
9. Embora os vocativos analisados nas atividades anteriores exerçam as mesmas funções, eles revelam as diferentes relações sociais dos falantes. Explique essa afirmação.
O primeiro vocativo sugere uma relação de informalidade, já que o falante está se referindo a um subordinado; o segundo, de respeito, pois o falante está se dirigindo ao seu patrão, que ocupa uma posição hierarquicamente superior.
é possível ver que se trata de uma loja de presentes.
6. b) A escolha da tirinha se deve ao fato de que ela possibilita uma reflexão sobre consumismo, problema relacionado à crise ambiental global, abordado neste módulo. Chame a atenção dos estudantes para outros elementos verbo-visuais da tirinha, como o destaque em letras maiúsculas e fortes nas duas palavras-chaves
(tudo e vender). Indique que elas marcam, possivelmente, uma ênfase na fala dos personagens. Se necessário, proponha uma leitura expressiva dessa tirinha, reproduzindo essa entonação mais enfática nas palavras em destaque.
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd 304 06/08/22
6. c) Leve os estudantes a observar que as expressões do funcionário e do dono da loja fazem parecer que os dois personagens estão surpresos. Quais são os motivos da expressão de
COUTINHO, Laerte. [Você vendeu tudo?]. Folha de S.Paulo, São Paulo, mar. 1998.E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E
1. b) Espera-se que os estudantes infiram que a informação apresenta um fato grave e que precisa de uma ação imediata, assim como pretende provocar o leitor, fazendo-o aderir às propostas da carta aberta.
Léxico: escolhas e sentidos
2. Desejam enfatizar a ideia de que não se submeterão às políticas dos governantes e que lutarão pelo que acreditam ser necessário para combater a crise climática.
Ao falar ou escrever, é necessário conhecer as palavras que se deseja usar, de modo que os textos produzam determinados efeitos de sentido, dependendo da situação comunicativa.
1. Releia um trecho da carta aberta que você leu na seção Texto, em que os autores enfatizam a necessidade de se tomar uma atitude diante do problema.
Temos que, finalmente, tratar a crise climática como uma crise. É a maior ameaça na história da humanidade e não aceitaremos a nossa extinção. Nós não aceitaremos uma vida com medo e devastação. Temos o direito de viver nossos sonhos e esperanças. [...]
a) Que tom os autores imprimem nesse trecho da carta?
Um tom de indignação e de raiva.
b) Releia a oração em destaque. Em sua opinião, a informação que ela contém justifica o tom incisivo desse trecho? Que efeito de sentido ela pretende provocar no leitor?
c) Que palavras nessa oração em destaque ajudam a construir o efeito de sentido desejado?
As palavras maior, ameaça e história da humanidade
2. No trecho, observe que a expressão não aceitaremos é empregada duas vezes seguidas. O que os autores desejam enfatizar com essa repetição?
3. Releia as duas últimas orações do trecho.
a) Como é construída a ideia de oposição entre essas orações?
3. a) Essa ideia é construída com o uso dos substantivos medo e devastação, na primeira oração, e sonhos e esperanças, na segunda.
b) Como essa estratégia linguística pode contribuir para que a carta atinja seu objetivo?
3. b) Essa ideia deixa claro ao leitor que, se ele não aderir à ideia da carta, o mundo dele será de
A escolha das palavras e o contexto em que são empregadas são elementos fundamentais para a construção dos efeitos de sentido dos textos. Esse elemento importante na composição dos textos chama-se léxico
medo e devastação, persuadindo-o a cobrar das autoridades medidas que melhorem a crise climática no mundo, objetivo da carta aberta.
O léxico é o conjunto de palavras de uma língua que o falante tem à disposição para realizar toda atividade de comunicação. O léxico cria e sinaliza sentidos e intenções, possibilita a coesão e constrói a coerência nos textos.
Exemplo:
Nós não aceitaremos mais essa injustiça. Nós exigimos justiça climática! [...]
No exemplo, as palavras empregadas sinalizam o tom de indignação que os autores desejam imprimir ao enunciado. O advérbio não usado antes da forma verbal aceitaremos enfatiza os efeitos de sentido de exigimos. Já o emprego das palavras injustiça e justiça evidencia uma ideia de oposição. Essas escolhas lexicais promovem a coesão entre as ideias do trecho e estabelecem a coerência.
surpresa e o que faz a tirinha ser engraçada?
(Resposta: Houve um mal-entendido quanto à palavra presentes. O funcionário entendeu que deveria dar os itens de presente, enquanto o dono queria que ele os vendesse.)
7. a) Auxilie os estudantes a identificar o termo utilizado para se dirigir ao interlocutor.
7. b) Oriente os estudantes a observar os elementos da linguagem não verbal que corroboram o uso do sinal de exclamação.
8. a) Espera-se que os estudantes compreendam que o termo exerce a função de vocativo, uma vez que é utilizado para se referir ao interlocutor.
8. b) Explique aos estudantes que o vocativo é um termo acessório da oração, ou seja, não faz parte do sujeito nem do predicado da oração, sendo independente.
8. c) Explique aos estudantes que as interjeições têm a função de exprimir uma emoção do falante – no caso, de surpresa.
9. Espera-se que os estudantes percebam que o uso do vocativo pode revelar as relações entre os interlocutores, seja de respeito e distanciamento ou intimidade.
PROPOSIÇÕES
Em Linguagem e sentidos, os estudantes poderão compreender que os falantes de uma língua têm à disposição um conjunto imenso de palavras para expressar suas ideias, emoções, vontades etc. A escolha das palavras adequadas à situação ajuda o enunciador a despertar em seu interlocutor uma interpretação mais precisa de sua mensagem.
REALIZAÇÃO
Linguagem e sentidos
1. a) Se possível, faça uma leitura em voz alta e bem-marcada do trecho, para que os estudantes possam observar o tom utilizado.
1. b) Espera-se que eles infiram que sim, uma vez que o problema da crise climática é bastante grave e urgente. Comente que a finalidade do gênero carta ao leitor é alertar o leitor e o destinatário, para que possam solucionar a reivindicação apresentada.
1. c) Espera-se que percebam que a escolha de palavras não é aleatória, mas obedece à intencionalidade do autor da carta aberta.
2. Auxilie os estudantes a inferir a intenção dos autores ao repetir a expressão.
3. a) Espera-se que compreendam que a ideia de oposição é criada a partir da seleção de palavras.
3. b) Auxilie-os a inferir que o uso dessa estratégia linguística visa contribuir para que o leitor e as autoridades sejam persuadidos e tomem uma decisão com relação à crise climática.
PROPOSIÇÕES
Os textos da atividade 1 de Atividades dialogam com a questão das mudanças climáticas. O estudo dos textos 1 e 2 possibilita que os estudantes conheçam os efeitos, apontados pelos cientistas, da crise climática no território brasileiro, que impactam a fauna e a flora de ecossistemas, como o Cerrado e a Amazônia. Além disso, essa seleção de textos possibilita a ampliação do repertório dos estudantes, por meio da leitura dos gêneros notícia e artigo de divulgação científica.
REALIZAÇÃO
1. Conduza a leitura dos textos 1 e 2 da atividade 1 com a turma. Para isso, se possível, solicite a voluntários que façam uma leitura em voz alta dos textos. Chame a atenção para a fonte de onde os textos foram retirados, bem como para as imagens utilizadas. Oriente-os a analisar o que foi registrado nas fotografias e os sentimentos provocados neles ao observá-las.
1. a) Auxilie os estudantes a identificar o impacto da crise climática abordado em cada texto. Comente que as mudanças no clima afetam os seres humanos, mas também a flora e a fauna.
1. b) Oriente-os a compreender que os dois textos apresentam casos concretos em que se pode perceber as consequências da mudança climática.
2. a) Se necessário, explique que a linha fina de uma reportagem é a frase que aparece abaixo do título, como um subtítulo, que tem como função acrescentar informações ao título da reportagem.
2. b) Comente que o título deve chamar a atenção para a leitura da reportagem e, por isso, a escolha lexical deve impactar o leitor.
1. O tema dos textos jornalísticos a seguir é a questão climática e suas consequências ao meio ambiente. Leia o título e a linha fina dos textos e observe as fotografias que os acompanham.
TEXTO 1
Cerrado ameaçado
Com 45,6% de sua vegetação original alterada, o bioma está se tornando mais quente, seco e propenso a grandes queimadas
Chuva se formando sobre área de Cerrado no Parque Estadual do Jalapão (TO). Fotografia de 2019.
ZORZETTO, Ricardo. Cerrado ameaçado. Pesquisa FAPESP, São Paulo, ed. 309, nov. 2021. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/cerrado-ameacado/. Acesso em: 20 jun. 2022.
TEXTO 2
Trabalho publicado na revista científica Science reúne pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Grupo comparou dados coletados nos últimos 40 anos.
Patinho-de-coroa-dourada, ave encontrada na Floresta Amazônica.
2. c) Explique que a fotografia dialoga com os efeitos de sentido pretendidos pelo título da reportagem.
3. a) Comente que o próprio fato noticiado contribui para impactar o leitor, inclusive aqueles que não acreditam na mudança climática.
comente, por exemplo, as estimativas relativas à crise climática, como o aumento da temperatura global – que tinha sido previsto por cientistas para ocorrer entre 2030 e 2050, mas cujos efeitos estão sendo sentidos no mundo todo hoje. Saiba mais no link https://jornal.usp.br/atualidades/ipcc-senada-for-feito-colapso-climatico-e-iminente/ (acesso em: 25 jul. 2022).
Aquecimento global está alterando tamanho de pássaros da Amazônia, indica estudo
2. b) Espera-se que os estudantes respondam que o adjetivo ameaçado é o que garante mais impacto no leitor.
a) O texto 1 é uma reportagem, e o texto 2, uma notícia. Ambos os textos apresentam informações com base em pesquisas e estudos realizados por especialistas. De acordo com esses textos, que consequências da crise climática já podem ser sentidas em diferentes regiões?
b) Esses textos jornalísticos comprovam ou não o que é informado na carta aberta que você leu?
1. a) Mudanças no clima, deixando as áreas mais quentes e propensas a queimadas. Além disso, as aves estão diminuindo de tamanho na Amazônia. Espera-se que os estudantes reconheçam que comprovam, pois os fatos relatados na reportagem e na notícia também são consequências da crise climática que assola o mundo.
2. O texto 1 foi publicado na revista Pesquisa FAPESP, um dos principais veículos de divulgação científica do país.
2. a) Que o Brasil é um dos países que estão sendo prejudicados pela crise climática; como consequência, o bioma do Cerrado brasileiro está
a) O que os dados apresentados no título e na linha fina da reportagem indicam sobre um fato relacionado a questões ambientais ocorrido no Brasil?
se tornando mais quente, seco e propenso a grandes queimadas.
5. b) Ao jogar o texto fora, Snoopy expressa sua insatisfação com a interferência feita pela amiga. Essa reação provoca humor e surpreende o leitor, porque imaginava-se que ele iria acatar as sugestões de Lucy.
b) No título, que palavra foi usada para gerar impacto no leitor?
c) Observe a fotografia que compõe a reportagem. Que elementos na imagem e no ângulo retratado contribuem para ampliar o efeito de sentido desejado pelo título?
2. c) A imagem de uma planície com poucas árvores e vegetação escassa, na cor amarelada, como se estivesse sem vida, assim como o céu com um tom ameaçador com nuvens carregadas antes de uma tempestade.
5. c) Pretende-se criticar o uso inadequado do léxico e o falso pensamento de que um texto bem escrito tem de ser, necessariamente, elaborado com palavras rebuscadas e desconhecidas ou pouco usadas pelos leitores.
3. Releia agora o título do texto 2 .
a) O que ele destaca? Que expressões evidenciam a intenção de impactar o leitor?
b) Uma das construções linguísticas provoca um tom de alarme. Identifique-a e explique como se constrói esse efeito de sentido.
3. a) Destaca a consequência provocada pelo aquecimento global que ocorre na região amazônica no Brasil. O trecho “Aquecimento global está alterando tamanho de pássaros“ evidencia o objetivo de impactar o leitor.
4. Responda aos seguintes itens com base nas análises feitas nos títulos da reportagem e da notícia.
a) As palavras e expressões empregadas nos títulos estão adequadas ao contexto, à situação comunicativa e ao ponto de vista que se deseja imprimir?
b) Para você, essas escolhas lexicais podem ser consideradas recursos persuasivos? Justifique.
Leia as respostas dos itens desta atividade no Manual do Professor.
5. Leia a tirinha a seguir, em que o cão Snoopy, personagem criado por Charles Schulz, escreve um texto e o entrega à personagem Lucy.
6. a) Sugira que consultem no dicionário o sentido da palavra insipiência. Eles identificarão ignorância como sinônimo. Expliquelhes que esse sentido provoca o humor da tira, pois é incoerente com o início de um texto que informa sobre o espaço no qual a história ocorrerá.
6. b) Espera-se que percebam o efeito de humor da tirinha.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR Léxico das mudanças climáticas
5. Leia as respostas dos itens desta atividade no Manual do Professor.
a) Após avaliar o texto, Lucy faz uma sugestão a Snoopy. O que ela sugere?
b) No último quadrinho, Snoopy tem uma reação. O que o leva a agir dessa forma? Que efeito de sentido essa reação produz?
c) Ao abordar esse tema na tirinha, o que se pretende criticar?
3. b) É a locução verbal está alterando; ela evidencia que o fato citado está em andamento; portanto, continua provocando danos aos pássaros da Amazônia.
6. A tirinha é dirigida ao público infantojuvenil.
6. a) Sugestões de resposta: rebuscados, insipiência e tempestuosa
a) Em sua opinião, que vocábulos não são usuais nessa faixa etária?
b) Com que propósito esses termos podem ter sido escolhidos?
6. b) Com o propósito de provocar humor, considerando a mensagem que desejava expressar.
4. a) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois os termos analisados são os responsáveis pela construção dos sentidos e pelas intenções dos autores em relação a eles, o que desejam evidenciar para o leitor.
4. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois as escolhas das expressões e das palavras produzem o efeito de impactar o leitor, fazendo com que ele seja persuadido a ler a reportagem e a notícia.
5. O estudo da tirinha propicia uma reflexão sobre a adequação da escolha lexical à situação comunicativa e também contribui para desmistificar a ideia de que é necessário utilizar palavras rebuscadas para que um texto seja considerado como bem escrito.
5. a) Lucy sugere que ele acrescente palavras rebuscadas, difíceis, pois considerou o texto simples demais.
Se possível, proponha aos estudantes que busquem textos sobre a mudança climática, de qualquer gênero textual. Em seguida, proponha que, em duplas, analisem o uso do léxico no texto, a partir dos seguintes aspectos:
• Intenção da escolha das palavras em relação ao tema e ao gênero textual.
• Modalidade do uso da língua (oral ou escrita).
• Nível de formalidade (o uso de palavras menos comuns, mais técnicas, deve ser adequado à situação de comunicação e ao público-alvo).
Dê um tempo para que as duplas possam compartilhar as conclusões a que chegaram com os colegas.
BNCC
Habilidades do Capítulo 2
TEXTO
• EF69LP27
• EF89LP18
• EF89LP19
• EF89LP27
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• EF69LP25
• EF89LP27
EXPLORANDO O TEXTO
• EF69LP27
• EF69LP28
• EF89LP18
PALAVRA ABERTA
• EF69LP25
• EF89LP19
• EF89LP23
• EF08LP16
• EF89LP22
POR DENTRO DA LÍNGUA
• EF69LP03
• EF69LP05
• EF69LP27
• EF69LP56
• EF89LP05
• EF89LP19
• EF08LP04
• EF08LP06
• EF08LP16
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
• EF69LP02
• EF69LP03
• EF89LP19
PRODUÇÃO ESCRITA
• EF69LP22
• EF69LP56
• EF89LP18
• EF89LP19
• EF08LP13
• EF08LP14
• EF89LP21
• EF89LP31
• EF08LP04
PROPOSIÇÕES
O estudo do gênero textual petição on-line dialoga com os Temas Contemporâneos Transversais Educação ambiental e Educação alimentar e nutr i cional, uma vez que possibilita aos estudantes refletirem sobre o uso de agrotóxicos na produção de alimentos no Brasil, considerando os impactos que causa no meio ambiente e na saúde das populações, e também sobre os hábitos alimentares individuais e da comunidade em que vivem e suas relações com a destruição ambiental e consequências na saúde humana.
A petição on-line é um texto reivindicatório, no qual o autor expõe argumentos consistentes para convencer os interlocutores a apoiarem
Você leu uma carta aberta em que jovens reivindicam aos governantes que se posicionem em relação às mudanças climáticas que atingem o planeta. Agora, você vai ler uma petição on-line que defende a redução do uso de agrotóxicos na produção de alimentos no Brasil. A relação entre esses temas é bastante estreita, já que a crise climática é resultado das ações humanas e traz graves prejuízos ao meio ambiente e à população, assim como o emprego de agrotóxicos nas plantações.
Antes da leitura, analise o título do texto e as imagens que o acompanham e estabeleça hipóteses: Que grupos e organizações podem estar à frente de uma petição sobre esse assunto? Por que razão a população está sendo convidada a assinar essa petição? Por meio de quais veículos de comunicação esse documento chega até as pessoas? Compartilhe suas hipóteses com os colegas e ouça as deles com atenção, respeitando a vez de cada um falar. Respostas pessoais.
a causa que ele divulga. O suporte desses textos são os diferentes sites de divulgação, encontrados na internet. Em uma sociedade democrática, qualquer indivíduo pode expressar sua opinião a respeito de uma situação e recolher assinaturas que apoiem tal posicionamento para que haja mudança. Embora a petição on-line não tenha valor jurídico, sua forma de divulgação atinge
muitas pessoas e, às vezes, as autoridades, sensibilizadas pela causa, promovem mudanças legais. De todo modo, é importante que os estudantes compreendam que esse é um gênero que possibilita a participação na sociedade como autor de uma petição on-line ou como signatário de uma causa com a qual concorda. A linguagem predominante nesse texto é a formal.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Antes da leitura, questione os estudantes se sabem o que é uma petição on-line. Em caso afirmativo, pergunte se já assinaram ou conhecem pessoas que assinaram alguma. Em seguida, peça-lhes que se posicionem a respeito da redução do uso de agrotóxicos na produção de alimentos no Brasil, orientando-os a justificar seus posicionamentos com argumentos consistentes.
Durante a leitura, explique em que consiste um projeto de lei: conjunto de normas que é submetido ao Poder Legislativo, no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, para ser votado e tornar-se lei.
Explique também que Chega de agrotóxico é uma iniciativa da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos – PNARA, parte do Projeto de Lei nº 6.670/2016, apresentado pela sociedade civil em 2016 e analisado por uma
comissão especial na Câmara dos Deputados. No entanto, em 2022, foi aprovado o Projeto de Lei nº 6299/02 – o Pacote do Veneno, que libera agrotóxicos muito tóxicos e proibidos em outros países.
Apresente aos estudantes plataformas de participação nas quais petições on-line são publicadas. Se possível, navegue em alguns desses sites durante a aula para que eles visualizem como funcionam essas plataformas. Alguns exemplos são: Avaaz: https://secure.avaaz. org/community_petitions/po/ Change.org: https://www. change.org/?lang=pt-BR
Petição Online : https:// www.peticao.online/.
REALIZAÇÃO
Oriente os estudantes a elaborar hipóteses sobre a petição on-line a partir da observação dos elementos que compõem a linguagem não verbal e também do título e dos destaques do texto. Proponha uma conversa em que eles compartilhem as suas considerações. Em seguida, proponha a leitura em voz alta e compartilhada. Durante a leitura, faça intervenções que julgar necessárias para chamar a atenção das características relativas à composição e à finalidade do gênero textual em estudo.
PROPOSIÇÕES
Converse com os estudantes se, ao final da leitura e antes de Conversando sobre o texto, gostariam de assinar à petição “Chega de agrotóxicos”. Incentive-os a justificar a posição, seja contrária ou favorável à petição, por meio de argumentos coesos e coerentes e com trechos do texto lido.
REALIZAÇÃO
Conversando sobre o texto
1. Espera-se que os estudantes mobilizem nesta atividade as informações que adquiriram na leitura da petição, dos conhecimentos prévios de mundo que têm sobre o assunto e aqueles aprendidos nas conversas até aqui.
2. Explique aos estudantes que uma opção de alimentos livres de agrotóxicos são os alimentos orgânicos. Explique a eles que os alimentos orgânicos são produzidos segundo técnicas que preservam o meio ambiente e contribuem para a saúde daqueles que o consomem.
3. Espera-se que percebam que, se há uma solicitação para que as pessoas assinem, certamente haverá alguma mobilização, principalmente quando há várias entidades públicas e privadas apoiando a causa defendida.
PROPOSIÇÕES
Em Texto e contexto, se desejar, oriente os estudantes a realizar uma pesquisa sobre o tema agrotóxicos, em que investiguem os seguintes aspectos: definição e tipos
VOCABULÁRIO
Tramita: que segue os trâmites de algo, os procedimentos.
Periódica: que ocorre em intervalos regulares ou que se repete em períodos mais ou menos iguais. Agroecológica: refere-se à agroecologia, ramo da ecologia que objetiva a integração equilibrada entre as atividades agrícolas e o meio ambiente.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
1. Você considera importante que a população discuta sobre a questão defendida nessa petição? Por quê? Respostas pessoais.
2. Em sua cidade, há estabelecimentos e feiras que vendem alimentos livres de agrotóxicos? Sua família consome esse tipo de alimento? Respostas pessoais.
3. Para você, esse documento trará mudanças efetivas ou trata-se apenas de um espaço para que as pessoas expressem sua opinião? Justifique. Resposta pessoal.
310
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd 310
de agrotóxicos, legislação brasileira sobre o uso, alternativas possíveis, riscos e impactos na saúde humana e na natureza etc. Se possível, peça que selecionem dados e informações para compartilhar com os colegas na sala de aula.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
1. Comente que o uso dos agrotóxicos não oferece riscos somente à alimentação humana, mas também aos profissionais e famílias que vivem no campo, como crianças e adolescentes, levando-as à morte
CHEGA DE AGROTÓXICO. [Caldas Novas], 2022. Site. Disponível em: www.chegadeagrotoxicos.org.br/. Acesso em: 1 jul. 2022.TEXTO EXPLORANDO O
3. b) Segundo o texto, o projeto de lei pretende ampliar a inserção de agrotóxicos na produção de alimentos, além de mudar o termo agrotóxico para pesticida, transferir a decisão de aprovação do agrotóxico para o Ministério de Agricultura, o que praticamente exclui do processo de aprovação o Ministério do Meio Ambiente e a Anvisa; assim como conceder registro temporário para agrotóxicos cujas análises não estão concluídas, entre outros aspectos.
5. b) As assinaturas são essenciais para mostrar o engajamento da população em relação ao assunto abordado na petição, contribuindo para torná-la um instrumento para pressionar as autoridades.
3. b) Se desejar, a partir do que os estudantes aprenderam sobre escolha lexical neste módulo, pergunte a eles quais as diferenças de sentido que observam entre agrotóxico e pesticida
6. a) Em 1o de julho de 2022, data de acesso ao site da petição, 1 919 680 pessoas haviam assinado a petição on-line
1. A petição on-line foi criada em defesa de uma causa relevante e de interesse para a sociedade.
a) Qual é o tema da petição?
b) Por que esse tema é relevante para a sociedade?
2. O que motivou a criação da petição?
TEXTO E CONTEXTO Uso de agrotóxico na agricultura para o plantio de alimentos. Porque diz respeito à saúde da população e à preservação do meio ambiente. A aprovação pela Câmara dos Deputados do “Pacote do
Veneno”, projeto de lei (PL), que prevê a liberação e ampliação do uso de mais agrotóxico na agricultura.
3. A petição busca a ação do Estado para interceder diretamente na resolução de um problema. Para isso, apresenta-se uma proposta e a justificativa.
3. a) A rejeição do projeto de lei pelo Senado.
4. Espera-se que reconheçam o argumento us ado pelos autores da petição on-line em favor da causa.
5. a) Se possível, clique no botão ASSINE AGORA! no site e verifique as informações exigidas pela petição on-line com a turma.
a) O que está sendo proposto na petição?
b) Qual é a justificativa proposta na petição?
7. b) Ao chegar a essa constatação, o leitor entende que os interesses financeiros de vários grupos põem em risco a saúde da população e, assim, é convencido a assinar a petição.
4. Segundo o texto, por que as pessoas devem assinar a petição?
5. A petição busca convencer o leitor a assiná-la e, dessa forma, atingir seu objetivo.
5. a) Por meio da inserção de informações do usuário no site, como nome, e-mail, cidade e estado.
a) Como os usuários realizam a assinatura de uma petição on-line?
b) Como essas assinaturas podem contribuir para que a petição cumpra seu objetivo?
6. b) Sugestões de resposta: canais e plataformas
de participação social, portais de serviços, sites de ONGs que se dedicam a
6. A petição on-line é um gênero da esfera digital que circula na internet e alcança legitimidade a partir da assinatura das pessoas.
a) Quantas pessoas já assinaram a petição on-line até a data indicada no texto?
determinada causa, sites em que seja possível acompanhar tramitação de leis etc.
b) Em sua opinião, quais outros meios digitais os usuários de internet podem utilizar para exercer sua cidadania, reivindicar, sugerir e apoiar ideias?
7. a) Que apoio ao uso de agrotóxicos nos alimentos é motivado por interesses financeiros e, portanto, não considera a saúde da população.
7. A assertiva “Só não é contra quem lucra com os agrotóxicos” é uma estratégia argumentativa utilizada na defesa do ponto de vista apresentado na petição.
a) O que é possível inferir com base na afirmação?
b) Por que essa inferência produz um efeito de persuasão no leitor?
8. Ao final, a petição informa as entidades e as organizações que são apoiadoras da causa.
a) O que essa informação sugere sobre a causa defendida pela petição?
b) Qual é o objetivo da exposição dessas informações na petição?
8. a) Sugere que a causa defendida é relevante para várias instituições públicas e privadas da sociedade.
4. Porque os agrotóxicos provocam cada vez mais destruição ambiental e adoecimento e morte da população que consome alimentos produzidos com a utilização deles.
Você é o que você come? Um guia sobre tudo o que está no seu prato!, de vários autores. São Paulo: Moderna, 2016.
5. b) Espera-se que os estudantes percebam que participar de uma petição on-line é uma forma de atuação social, pois é um exercício da cidadania em favor da coletividade.
6. a) É possível que a petição on-line tenha atingido 2 milhões de assinaturas quando estiver encaminhando o estudo deste módulo.
Nesse guia, você vai descobrir diversos fatos curiosos sobre o corpo humano e os alimentos e, de maneira divertida, entender por que uma boa alimentação é fundamental para a qualidade de vida.
8. b) O objetivo é convencer o leitor de que a causa é importante e chancelada por várias instituições, por isso deve ser assinada.
(www.correiobraziliense.com.br/brasil/ 2022/04/5004093-um-brasileiro-morrea-cada-dois-dias-por-intoxicacao-comagrotoxicos.html, acesso em: 26 jul. 2022), e também ao contaminar cursos de água e rios, longe das áreas em que agrotóxicos foram utilizados (www.bbc.com/portuguese/brasil57209799, acesso em: 26 jul. 2022).
2. Se desejar, oriente-os a realizar uma pesquisa sobre as informações desse Projeto de Lei.
3. a) Se possível, reserve um momento para que os estudantes possam explorar o processo de tramitação de um Projeto de Lei no infográfico produzido pela Câmara: www.camara.leg.br/entenda-o-processolegislativo/, acesso em: 25 jul. 2022).
6. b) Espera-se que percebam que o mundo digital oferece ferramentas para que os indivíduos possam propor a discussão de temas e buscar coletivamente a resolução deles.
7. Se necessário, explique que o argumento em favor do uso dos agrotóxicos sustentado por produtores agrícolas diz respeito ao aumento da produtividade, devido ao controle de pragas e pestes.
8. a) Espera-se que os estudantes percebam que se trata de uma “assinatura” do apoio desses grupos à causa.
8. b) Explique que a lista de apoiadores oferece credibilidade aos argumentos usados pelos autores da petição on-line.
REALIZAÇÃO
Texto e contexto
9. Caso já tenha feito essa pergunta aos estudantes, verifique se algum deles mudou de ideia após o estudo da petição. Incentive-os a justificar por quê.
PROPOSIÇÕES
Em Composição e linguagem, caso ainda não tenha sido possível, proponha aos estudantes que explorem as plataformas de petição on-line, para que se familiarizem com os elementos que compõem o gênero, bem como a linguagem utilizada.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
1. a) Se necessário, explique que tipografia se refere à criação e formatação dos tipos de letra (como formato, estilo, arranjo visual etc.), sendo uma das áreas de responsabilidade do profissional designer gráfico.
1. b) Oriente os estudantes a perceber a ideia expressa com o uso tipográfico.
1. c) Espera-se que compreendam que a escolha tipográfica não é aleatória, mas se relaciona com as intencionalidades dos autores.
2. No site da petição on-line é possível clicar no site de cada um dos apoiadores para conhecer as instituições. Se possível, demonstre em sala de aula ou oriente os estudantes a explorar as entidades e organizações apoiadoras.
3. Espera-se que os estudantes compreendam que o uso dos agrotóxicos é bastante complexo e se relaciona com vários aspectos da vida humana.
9. Após a leitura e a análise da petição, você a assinaria? Por quê? Respostas pessoais.
A petição on-line surgiu com a difusão e popularização da internet. Ela cumpre o importante papel social de reivindicar os direitos de um grupo, protestar contra situações de injustiça ou exigir o cumprimento de ações ou leis, por meio de assinaturas de seus participantes, dirigindo-se a determinado setor ou representante institucional que tenha o poder legal de transformar uma realidade social.
COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM
1. A petição on-line pode ter diversos formatos, pois depende da plataforma que a veicula. No entanto, alguns elementos estão sempre presentes, como o título, a proposição e a justificativa, o nome do(s) autor(es) e/ou da entidade organizadora.
a) Releia o título da petição e identifique o recurso utilizado nele para chamar a atenção do leitor.
O desenho feito na tipografia da palavra agrotóxico, sugerindo que é algo sujo, tóxico.
b) Que ideia o uso desse recurso sugere?
1. b) Sugere a ideia de que, ao engolir alimentos com agrotóxicos, o organismo é contaminado.
c) Qual é a relação entre essa composição do título, a proposta e a justificativa da petição?
2. Quem são os autores da petição?
1. c) Essa composição do título confirma a defesa e a justificativa da petição. Um grupo formado por diversas entidades e organizações públicas e privadas.
3. Mesmo não conhecendo a finalidade das organizações que assinam a petição, é possível deduzir as áreas em que atuam. Quais são?
4. Releia um trecho da petição on-line
Provavelmente, são organizações que têm alguma relação com saúde, alimentação, direitos humanos, meio ambiente, entre outras áreas.
Produzir alimentos sem veneno é possível, urgente e necessário. Esse é o caminho mais saudável para as pessoas e para a natureza, respeitando quem produz e quem come. Em defesa da vida já somos milhões de pessoas, junte-se a essa luta!
4. a) A frase Em defesa da vida já somos milhões de pessoas, junte-se a essa luta!
a) Nesse trecho, que frase fala diretamente com os apoiadores da petição?
b) Essa chamada faz um apelo à emoção ou à razão do leitor? Explique.
4. b) A chamada apela para a emoção. O uso de termos como veneno, assim como o uso da expressão em defesa da vida, sugere que quem não assina a petição não defende a vida.
5. No mesmo trecho da atividade 4 , foi usada a palavra veneno em referência ao agrotóxico. Que efeito de sentido o emprego desse termo produz?
5. O termo produz a ideia de que o agrotóxico é algo nocivo, que põe a vida do ser humano em risco.
6. Releia um dos motivos a que a petição on-line se opõe.
6. Não. O emprego dessa palavra produz o sentido contrário, ou seja, dá a ideia de que, por ser utilizado para combater pragas nas plantações, não é nocivo à saúde.
Agrotóxico passa a se chamar “pesticida”, uma tentativa de mascarar e encobrir a nocividade amplamente conhecida destas substâncias;
• Pode-se afirmar que a palavra pesticida produz, no texto, o mesmo efeito de sentido que o vocábulo veneno? Justifique sua resposta.
7. Na parte “Por que devo assinar” são apresentadas justificativas ao leitor para assinar a petição. Qual é a importância desse elemento no texto?
Essa parte é importante porque fornece informações sobre as consequências do uso do agrotóxico e a pauta de reivindicação, mostrando ao leitor sua relevância e consequente necessidade de se aderir a ela.
4. a) Explique aos estudantes que a petição on-line é um texto persuasivo que visa convencer o leitor a aderir a uma causa, por isso dirige-se a ele.
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd
4. b) Se necessário, explique a diferença entre persuadir (ligado às emoções) e convencer (relacionado à racionalidade).
5. Espera-se que a turma compreenda que a escolha de um termo, em detrimento de outro, diz respeito à intenção do autor do texto.
6. Para saber mais sobre o uso de agrotóxicos no Brasil e como esse assunto envolve muitos interesses econômicos e políticos, consulte o site do Ministério da Agricultura, disponível em: www.gov. br/agricultura/pt-br (acesso em: 25 jul. 2022).
7. Espera-se que os estudantes percebam que, para persuadir o leitor, é necessário utilizar estratégias argumentativas.
8. O uso das formas verbais no modo imperativo, como em “junte-se a essa luta!”, “Assine pela aprovação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos!” e “Compartilhe agora mesmo”.
8. A petição on-line convoca o leitor a uma tomada de posição diante da causa que ela defende. Que formas verbais denotam essa convocação? No caderno, transcreva os trechos da petição que exemplificam sua resposta.
9. Releia este período do texto.
9. a) Esses adjetivos atribuem um sentido de alarme e preocupação ao que é dito.
9. b) O recurso de negrito é utilizado para destacar esses adjetivos.
Produzir alimentos sem veneno é possível, urgente e necessário. [...]
a) Que efeito de sentido os adjetivos atribuem a essa afirmação?
b) Qual é a função do recurso gráfico utilizado nessas palavras?
c) Volte à petição on-line e observe outros trechos em que esse recurso gráfico também é utilizado. Que efeito de sentido ele produz no texto?
9. c) O negrito, ao dar destaque a esses trechos, chama a atenção do leitor para a relevância dessas informações, sendo, também, uma estratégia de persuasão.
10. Na petição, há informações organizadas em tópicos. A que se deve a escolha por essa organização do texto?
A organização em tópicos facilita a visualização das informações dadas na petição, permitindo que o leitor as acesse de forma mais rápida e objetiva.
11. Para convencer o leitor, são apresentados vários argumentos que sustentam a causa defendida. No caderno, associe os trechos a seguir à estratégia argumentativa que utilizam. Trecho 1: B; Trecho 2: C; Trecho 3: A
Trecho 1
O uso de agrotóxicos no Brasil cresce cada vez mais, trazendo destruição ambiental, adoecimento e morte. [...]
Trecho 2
Permite a aprovação de agrotóxicos com potencial cancerígeno;
Trecho 3
Mais de 20 órgãos públicos e 300 organizações da sociedade civil já se manifestaram contrários ao Pacote do Veneno.
A. Referência a autoridades.
B. Relação de causa e consequência.
C. Evidência científica.
SAIBA MAIS
O conceito de alimentação sustentável envolve dois pontos importantes: a escolha de um estilo de alimentação que seja saudável para o corpo e, ao mesmo tempo, coopere com a preservação do planeta. Assim, não basta consumir alimentos saudáveis, é necessário também refletir sobre o impacto que as escolhas alimentares causam ao meio ambiente, à economia e à sociedade. Alguns hábitos simples, como consumir todas as partes do alimento, evitando desperdício, optar por alimentos da época, que dispensam o uso de agrotóxicos, e reduzir a ingestão de proteína animal contribuem, de forma significativa, para o alcance desse objetivo.
8. Oriente-os a compreender que uma das marcas linguísticas da petição on-line é o uso de verbos no imperativo.
9. a) Espera-se que compreendam que a seleção desses adjetivos é uma estratégia dos autores para convencer o leitor.
9. b) Espera-se que percebam a finalidade do uso dos destaques.
9. c) Oriente-os a perceber que, além da tipografia, outros recursos gráficos podem
ser utilizados para chamar a atenção do leitor.
10. Oriente os estudantes a perceber que a organização dos argumentos em tópicos facilita a leitura do texto. Espera-se que considerem também que, ao navegar nas redes sociais e na web, o usuário migra de interesse de uma página para outra com muita rapidez, por isso é necessário utilizar estratégias para capturar a sua atenção.
11. Espera-se que observem que os autores utilizam argumentos de diferentes tipos para convencer o leitor a assinar a petição.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Discutindo opiniões divergentes
Como sugestão, leia o artigo de opinião “A verdade sobre o Brasil e os agrotóxicos”, do jornalista William Waack, disponível em: https://www. aenda.org.br/noticia_imprensa/ william-waack-a-verdadesobre-o-brasil-e-os-agrotoxicos/ (acesso em: 25 jul. 2022), que apresenta um contraponto ao que a petição on-line defende. Em seguida, proponha aos estudantes que, em grupos, façam uma leitura compartilhada do texto, a partir das seguintes perguntas: Qual é a tese defendida pelo autor? Quais são os argumentos utilizados? O autor compartilha a mesma visão da petição? Peça que justifiquem as respostas dadas e fomente a discussão, promovendo um ambiente de respeito e cordialidade.
REALIZAÇÃO
Composição e linguagem
12. Oriente-os a perceber que se trata de mais uma estratégia de argumentação para mobilizar o leitor.
13. Espera-se que os estudantes compreendam que a internet possibilita aos indivíduos agir e se posicionar em favor da coletividade.
14. a) Leve-os a perceber que a utilização de um registro informal com o uso de linguagem própria da internet estaria inadequada.
14. b) Explique que a petição on-line trata de assuntos sérios e de interesse público; por isso, a linguagem deve obedecer às regras da norma-padrão e o registro utilizado deve ser formal.
Ciberativismo consiste no uso da internet por grupos politicamente motivados que, por meio da difusão de reivindicações, sem intermediações de instituições, buscam obter apoio, debater e trocar informações, organizar e mobilizar pessoas para desenvolver ações dentro e fora da rede, em prol de uma causa social.
PARA ASSISTIR
Muito além do peso: obesidade, a maior epidemia infantil da história, dirigido por Estela Renner. Brasil: Maria Farinha, 2012. DVD (1h23min).
12. Releia estes trechos da petição.
Trecho 1
[...] Em defesa da vida já somos milhões de pessoas [...]
Trecho 2
[...] Isso faz parte de uma escolha importante sobre nosso futuro e do que iremos nos alimentar [...]
Trecho 3
[...] Precisamos frear o avanço dos agrotóxicos.
• Que efeito de sentido o uso da 1a pessoa do plural nesses trechos gera no leitor?
12. O uso da 1a pessoa confere à petição a percepção de coletividade, o que leva o leitor a se identificar com a causa defendida nela.
13. A petição on-line pertence à esfera digital. Que elementos do texto evidenciam esse fato?
13. O botão do formulário Assinar agora, ao ser clicado, possibilita o registro da
14. Quanto à linguagem usada na petição on-line, faça as atividades a seguir.
assinatura virtualmente e a inclusão dos dados dos apoiadores da petição.
a) No caderno, transcreva as alternativas que correspondem ao uso da linguagem empregada na petição on-line Alternativas A e C .
A. Usa a norma-padrão da língua.
B. Emprega expressões coloquiais e próprias da internet.
C. Usa linguagem formal.
D. Utiliza linguagem informal.
b) Por que a petição on-line apresenta essas características?
O documentário aborda a questão da obesidade infantil no Brasil e em outras partes do mundo, propondo um debate sobre a qualidade da alimentação das crianças e a influência que a publicidade de alimentos exerce sobre esse público.
A petição on-line inicia-se por um título que desperta a atenção do leitor para a pauta que ela defende. Em seguida, expõe o problema, apresentando seu ponto de vista, que será fundamentado por meio de uma série de argumentos para persuadir o leitor. Por fim, na conclusão, convoca o leitor para uma tomada de posição, ou seja, a assinar a petição. Por ser um texto da esfera da política e da cidadania, utiliza a linguagem formal. Além disso, apresenta marcas linguísticas que lhe conferem um tom apelativo, como o uso do modo imperativo e da 1a pessoa do plural, assim como o emprego de substantivos e adjetivos que enfatizam a importância da reivindicação.
14. b) Como se trata de um texto dirigido a autoridades públicas e privadas, o uso da linguagem formal e da norma-padrão é o mais apropriado em razão da clareza e da objetividade.
Assembleia
Sobre qual assunto você escreveria uma petição on-line ou uma carta aberta? Quais questões sociais são relevantes e merecem ser assunto para textos como esses? Que problemas afetam sua comunidade, sua cidade ou região e merecem a atenção das autoridades?
Em grupos, você e os colegas vão levantar os assuntos de interesse coletivo que merecem a escrita de uma carta aberta. Para isso, cada grupo deverá escolher um assunto e analisar sua importância. Em seguida, a turma vai participar de uma assembleia em que os assuntos serão discutidos e votados. Depois, coletivamente e de forma democrática, vocês vão escolher aquele que será abordado na carta aberta a ser escrita no final do módulo, na seção Produção escrita
1 Formem grupos de cinco estudantes. Conversem sobre quais assuntos merecem constar em uma carta aberta. Façam uma lista de situações que consideram problemáticas na cidade, no bairro ou mesmo na escola e que exigem soluções importantes e necessárias.
• Pode ser um assunto relacionado ao meio ambiente – poluição do rio da cidade, queimadas, cortes de árvores na cidade, lixo jogado na rua e exposto a céu aberto –, como também à qualidade de vida – alimentos oferecidos na merenda da escola, construção ou ampliação da quadra de esportes, acesso a serviços de saúde etc.
• Escolham o que for mais urgente a ser reivindicado. Nessa escolha, considerem a relevância dessa questão, que deve ser de interesse público. Em resumo, deve ser um problema cuja solução seja importante para um grande número de pessoas e que afete diretamente a turma.
2 Escolhido o assunto, cada grupo deverá preparar uma comunicação para defender a proposta escolhida em uma assembleia. No texto, escrevam sobre o problema e os motivos da escolha: Por que esse problema é relevante? É um problema que atinge e prejudica a coletividade? Quais efeitos o problema gera nas pessoas? Quais soluções são reivindicadas?
3 Na data combinada com o professor, um estudante de cada grupo deverá apresentar oralmente para a turma o problema proposto como assunto para a carta aberta. Nesse momento, os demais componentes do grupo também poderão argumentar, buscando convencer os demais da relevância do assunto apresentado, sempre levantando a mão para solicitar a vez de falar.
4 Após a apresentação das propostas dos grupos, comecem a votação do assunto. O professor anotará na lousa um número referente a cada grupo/proposta, e um estudante por vez manifesta sua escolha.
5 Ao final, contem os votos de cada proposta e a que tiver maior pontuação será o problema a ser abordado na carta aberta que será produzida na seção Produção escrita
PROPOSIÇÕES
A atividade proposta na seção Palavra aberta permite o trabalho com metodologia ativa, uma vez que os estudantes trabalham em grupos, identificam um problema a ser solucionado e desenvolvem a prática de argumentação. Além disso, possibilita também a promoção do protagonismo dos estudantes e o exercício da cidadania ao fazê-los refletir sobre os problemas da comunidade em que vivem e participar da realização de uma assembleia para deliberação.
REALIZAÇÃO
Palavra aberta
Para esta proposta de atividade, combine algumas regras com os estudantes, como:
• Determinar o tempo de apresentação da proposta de cada grupo.
• Após a apresentação da proposta do grupo, os demais integrantes poderão comentar e acrescentar novos argumentos a favor da proposta.
• Determinar a vez de fala de cada um e sem interrupções; levantar a mão para indicar quem quer falar.
• A interrupção, caso outro colega ainda não tenha concluído, deve ser corrigida com expressões, como “Desculpe, prossiga”.
Para a produção da carta aberta sobre o problema escolhido, uma sugestão é que os estudantes façam uma enquete – espécie de entrevista com objetivo de conhecer mais o problema e saber a opinião das pessoas sobre esse problema, o que acham e como poderia ser resolvido, entre outros. Essa atividade será desenvolvida na seção Produção escrita, portanto, se achar conveniente, proponha desde já a pesquisa.
PROPOSIÇÕES
Em Por dentro da língua, se possível, retome com os estudantes o conceito de concordância verbal, já estudado anteriormente. Se desejar, peça a voluntários que expliquem para a turma a relação entre sujeito e predicado. De forma dialogada com a turma, incentive-os a compartilhar exemplos que comprovem a definição dada.
REALIZAÇÃO
1. a) Espera-se que os estudantes compreendam que a petição on-line é um gênero persuasivo, que deve utilizar estratégias para chamar a atenção do leitor logo no começo do texto.
1. b) Auxilie-os a identificar a oração que instiga o leitor a aderir à causa da petição on-line
2. a) Comente que a escolha de palavras no texto atende aos propósitos comunicativos dos autores.
2. b) Se julgar necessário, analise as alternativas incorretas. Espera-se que os estudantes compreendam o sentido de obrigatoriedade expresso pelas palavras selecionadas.
3. a) Oriente os estudantes a identificar primeiramente o verbo da oração e, em seguida, o sujeito com o qual estabelece relação de concordância.
3. b) Comente que a forma verbal deve concordar, em número e pessoa, com o sujeito da oração.
4. a) Auxilie-os a reconhecer a forma verbal da oração e o sujeito com o qual concorda.
1. a) O efeito de sentido produzido é chamar a atenção do leitor de forma imediata para o problema, com o intuito de persuadi-lo a assinar a petição.
Concordância verbal
Os elementos essenciais de uma oração, o sujeito e o predicado, devem estabelecer uma relação de concordância entre eles.
1. Releia o parágrafo inicial da petição “Chega de engolir agrotóxico”
Produzir alimentos sem veneno é possível , urgente e necessário. Esse é o caminho mais saudável para as pessoas e para a natureza, respeitando quem produz e quem come. Em defesa da vida já somos milhões de pessoas, junte-se a essa luta!
a) Considerando o objetivo da petição, que efeito de sentido é produzido ao iniciar o texto dessa forma?
b) Uma oração destaca a finalidade da petição. Qual é essa oração e como ela contribui para que o propósito do texto seja alcançado?
2. Releia o primeiro período do trecho.
A oração é junte-se a essa luta!, que se dirige ao leitor de modo a instigá-lo a participar da luta contra os agrotóxicos, objetivo da petição.
a) Observe que há três palavras em destaque. O que o uso dessas palavras evidencia sobre o assunto da petição?
O caráter de urgência e imediatismo na tomada de decisões que possam resolver a questão apresentada.
b) No caderno, transcreva a alternativa que expressa o que essas palavras sugerem ao leitor.
A. Poderá ou não assinar a petição, pois é algo opcional.
B. Poderá assinar a petição, se assim o desejar.
Alternativa C .
C. Deve assinar a petição, pois é uma obrigatoriedade como cidadão.
D. Deve assinar a petição embora não haja nenhuma obrigatoriedade dessa ação.
3. Releia esta oração.
[...] Esse é o caminho mais saudável para as pessoas e para a natureza [...].
a) Que termo exerce a função de sujeito dessa oração? O termo esse
b) Observe a forma verbal dessa oração. Por que ela se encontra na 3a pessoa do singular?
4. Agora, releia o período final do trecho. Para concordar com o sujeito da oração, esse, que corresponde à 3a pessoa do singular (ele).
[...] Em defesa da vida já somos milhões de pessoas, junte-se a essa luta!
4. a) O sujeito é o pronome pessoal nós, que é identificado pela forma verbal somos
a) Qual é o sujeito da primeira oração? Como é possível identificá-lo?
b) Agora, analise a segunda oração. Qual é o sujeito dessa oração? Ele apresenta a mesma característica da oração anterior?
O sujeito é o pronome de tratamento você, que também pode ser inferido pela forma verbal junte-se
c) Pode-se afirmar que as duas orações estão seguindo a norma-padrão no que se refere à concordância verbal?
Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois segundo a norma-padrão, as formas verbais devem sempre concordar com o sujeito da oração. 316
4. b) Espera-se que os estudantes possam observar que o sujeito não está expresso explicitamente, como na primeira oração, mas pode ser inferido.
4. c) Se desejar, comente que, no registro informal, a concordância verbal pode variar e nem sempre o sujeito concorda com o verbo.
Como você analisou nas atividades anteriores, o sujeito determina como a forma verbal será empregada na oração. Se o sujeito estiver no plural, a forma verbal também deverá estar. Porém, há algumas regras especiais de concordância verbal. Veja-as a seguir.
Concordância verbal: alguns usos
Verbo com índice de indeterminação do sujeito
Nos casos em que a forma verbal vier acompanhada pelo índice de indeterminação do sujeito se, ela ficará sempre no singular. Exemplo:
• Assiste-se a muitos debates pela TV sobre agrotóxicos.
No exemplo, não é possível identificar quem é o sujeito da oração, pois ele está indeterminado. Nesses casos, observe que a forma verbal é geralmente transitiva indireta ou intransitiva, como o verbo assistir, que é transitivo indireto.
Verbo com partícula apassivadora
Nos casos em que a forma verbal vier acompanhada pela partícula apassivadora se, ela concordará sempre com o sujeito. Exemplo:
• Propõem-se novas alternativas para redução de agrotóxicos no Brasil.
No exemplo, a forma verbal propõem-se encontra-se na voz passiva sintética (o se, nesse caso, é uma partícula apassivadora) e empregada no plural para concordar com o sujeito dessa oração, novas alternativas para redução de agrotóxicos no Brasil, que se encontra no plural.
Verbos haver e fazer impessoais
Nesses casos, o verbo haver (indicando tempo transcorrido ou o sentido de existir) e o verbo fazer (indicando tempo transcorrido) são impessoais, não têm sujeito e, portanto, ficam sempre na 3a pessoa do singular. Exemplos:
• Há sérias discordâncias entre os congressistas sobre a aprovação da lei dos agrotóxicos.
• Faz alguns meses que assistimos a um debate na TV sobre esse assunto. Nos dois exemplos, as formas verbais não têm sujeito, por isso são empregadas na 3a pessoa do singular.
Sujeito composto
1. Núcleos de sujeito ligados pela preposição com Nessa ocorrência, a forma verbal vai para o plural. Exemplo:
• A mãe de uma criança de 2 anos com outras mães da escola questionaram o uso de alimentos ultraprocessados nas merendas.
2. Sujeitos formados com as expressões um e outro, nem um nem outro Nesses casos, a forma verbal fica sempre no plural. Exemplos:
• Nem um nem outro participante do debate consideraram o uso do agrotóxico como um benefício à sociedade.
• Um e outro assinante resolveram divulgar a petição on-line em suas redes sociais.
PROPOSIÇÕES
Chame a atenção dos estudantes para o fato de que, na linguagem do dia a dia e em textos escritos mais informais, costuma-se não fazer a diferença do pronome se nas funções de pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito, conjugando-se o verbo sempre no singular.
PROPOSIÇÕES
O texto base para as atividades 1 a 6 de Atividades possibilita uma reflexão sobre consumo de alimentos ultraprocessados e de alimentos orgânicos, sendo estes parte de uma alimentação saudável, que promove a manutenção da saúde. O estudo da reportagem também permite que os estudantes analisem o tema, considerando a cadeia de produção de alimentos e a distribuição de orgânicos nas periferias das grandes cidades. Espera-se, a partir desse estudo, contribuir para o desenvolvimento de atitudes cooperativas dos estudantes para a proposição de soluções para os desafios da contemporaneidade.
REALIZAÇÃO
1. Oriente os estudantes a realizar uma leitura compartilhada e em voz alta do texto. Em seguida, proponha que analisem a imagem inserida na reportagem e a fonte de onde foi retirada. Pergunte se há dúvidas quanto ao vocabulário. Se houver, auxilie-os a compreender o significado pelo contexto em que as palavras estão inseridas. Se desejar, considerando as potencialidades dos estudantes e a criação de projetos de vida, reserve um momento para conversar com eles sobre a profissão de nutricionista. Se possível, pode ser interessante convidar um profissional da nutrição para conversar com a turma e esclarecer dúvidas sobre a rotina da área.
Há muitas regras que determinam a concordância verbal na norma-padrão. No entanto, é importante esclarecer que, na maioria das vezes, aplica-se a regra básica (o verbo concorda com o sujeito ao qual está ligado) ou alguns casos específicos que ocorrem com maior frequência, tanto nas situações de comunicação em que a linguagem é mais monitorada ou que exige mais formalidade quanto nas situações em que é menos monitorada ou que não exige tanta formalidade.
ATIVIDADES
1. A preocupação com o uso de agrotóxicos nos alimentos é uma constante da população brasileira. Leia o trecho da reportagem a seguir, que aborda esse assunto.
Distribuição de alimento orgânico ganha força nas periferias de São Paulo
Rede de pequenos agricultores tenta resolver a falta desse tipo de produto na região
Léu Britto
Conseguir alimentos orgânicos durante a pandemia de Covid-19 foi difícil para a nutricionista Renata Barretos de Moraes, 47, moradora do Parque Esmeralda, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo.
“Eu tentei buscar alimentos orgânicos por delivery nesse período, mas nunca encontrava quem atendesse o bairro onde eu moro”, conta.
Apesar desse cenário, algumas iniciativas criadas por moradores das periferias têm buscado driblar a situação e defender a importância de alimentos sem agrotóxicos nas bordas da cidade.
Uma delas é o Armazém Organicamente. Criado em 2017, quando fazia delivery desses produtos, o projeto agora conta com dez colaboradores e um espaço aberto em agosto para armazenagem, montagem da cesta e cozinha para a produção das marmitas de orgânicos.
As hortaliças compõem a maior parte dos produtos disponíveis para o comércio dentro do Armazém. Fotografia de 2021.
A iniciativa tem usado o apelido de “Ceasa da Favela”, em referência ao maior entreposto da América Latina, o atual Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
A intenção é ser um ponto de referência não somente para a população, mas também para hortifrútis locais que procuram abastecer seus comércios com a opção de orgânicos, sem precisar fazer grandes deslocamentos até a região central.
O Armazém Organicamente fica no Jardim Eledy, no Capão Redondo, zona sul, e as plantações são feitas em São Lourenço da Serra, cidade da região metropolitana da capital.
“Só vamos superar a crise ambiental, econômica e social quando recuperarmos o encantamento com a água, a floresta, os animais e todo esse meio ambiente que passa pela terra e nos fornece alimentos naturais”, afirma o responsável pelo local, Rafael Mesquita, 39, da distribuidora Da Roça – Abaetetuba.
“As pessoas das periferias têm os conhecimentos socioambientais na sua formação de base. A maioria veio de cidades onde a agricultura familiar era a essência da alimentação”, diz. “Mas, quando chegam na cidade grande há um comodismo empurrado pelo capitalismo em incentivar uma chave do consumismo daquilo que é pronto e ultraprocessado.”
A fala do agricultor vai ao encontro dos dados que reforçam que a população, principalmente a mais empobrecida, sofre com o consumo de alimentos ultraprocessados, geralmente mais acessível.
A pesquisa “Tem veneno nesse pacote”, realizada este ano pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), revela que além de legumes, frutas e verduras, outros alimentos populares têm altas taxas de pesticidas em sua produção – como, por exemplo, bolacha recheada.
“Alimentos sem agrotóxicos carregam quatro vezes mais nutrientes do que aqueles manuseados com produtos químicos do agronegócio. Como eles são plantados em solo mais saudável, chega até nossa mesa um alimento mais rico em nutrientes”, defende a nutricionista Renata.
[...]
Já em São Miguel Paulista, na zona leste, a iniciativa parte das mulheres. No bairro União de Vila Nova, sete delas, com idade média de 60 anos, produzem hortas na região.
“Estamos fortalecidas e contentes dos reconhecimentos adquiridos nos últimos anos via a agricultura de subsistência que praticamos. E agora mais satisfeitas de fazer parcerias para oferecer alimentos orgânicos para escolas públicas”, conta Aldinéia Pereira da Silva, 41, coordenadora do GAU (Grupo de Agricultoras Urbanas).
[...]
BRITTO, Léu. Distribuição de alimento orgânico ganha força nas periferias de São Paulo. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 nov. 2021. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/11/distribuicao-de-alimento -organico-ganha-forca-na-periferia-de-sao-paulo.shtml. Acesso em: 21 jun. 2022.
a) O tema da reportagem é a distribuição de alimentos orgânicos na periferia da cidade de São Paulo. Como essa reportagem pode ser relacionada à petição on-line que você leu neste capítulo?
consumir produtos saudáveis e sem agrotóxicos, ratificando o que é proposto na petição.
b) Em sua opinião, os consumidores dos produtos citados na reportagem poderiam ser assinantes da petição “Chega de engolir agrotóxico”? Por quê?
Mapeamento de hábitos alimentares
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), associação sem fins lucrativos, fundada por voluntários, realizou um estudo sobre o uso de agrotóxicos em alimentos, em que encontrou resíduos de agrotóxicos em produtos ultraprocessados comuns na alimentação do brasileiro, como refrigerantes e biscoitos de água e sal (saiba mais em https://idec.org.br/ veneno-no-pacote; acesso em: 25 jul. 2022). A partir da leitura coletiva desse estudo, proponha aos estudantes mapear os hábitos alimentares das pessoas com que eles vivem e pesquisar se contêm substâncias analisadas.
REALIZAÇÃO
1. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que, em ambos os textos, há a preocupação de parte da população com o uso de agrotóxicos nos alimentos e com o consumo de alimentos orgânicos, mais saudáveis.
1. b) Incentive-os a se posicionar por meio de argumentos coesos e coerentes.
REALIZAÇÃO
Atividades
2. Nesta atividade, é possível desconstruir alguns estereótipos com a turma, como o de que as pessoas mais pobres consomem alimentos mais baratos e ultraprocessados e não têm interesse em consumir produtos benéficos à saúde, como os orgânicos.
3. a) Comente que a seleção de depoimentos em uma reportagem se dá de acordo com o propósito comunicativo do autor do texto.
3. b) Espera-se que os estudantes percebam que o acréscimo de depoimentos à reportagem confere mais credibilidade ao que está sendo noticiado.
3. c) Se necessário, explique que cada período é formado por uma oração (ou mais), e que cada oração tem como núcleo o verbo.
3. d) Auxilie os estudantes a identificar a forma verbal com a qual cada sujeito concorda, para verificar se a concordância segue a norma-padrão.
3. e) Explique que, mesmo o sujeito não estando explícito, é possível inferi-lo pelo contexto.
4. a) Se desejar, oriente os estudantes a realizar uma pesquisa para que aprofundem seus conhecimentos sobre os alimentos orgânicos.
4. b) Oriente os estudantes a identificar a forma verbal carregam, para reconhecer o sujeito com o qual se estabelece a relação de concordância.
5. a) Se julgar necessário, anote o trecho na lousa e faça a análise sintática com a turma, destacando os termos com cores diferentes, para que os estudantes possam visualizar melhor as relações entre eles.
2. Espera-se que os estudantes respondam que, embora com um poder econômico menor, pessoas dessas regiões da cidade visam à qualidade dos alimentos que consomem, preocupando-se em adquirir produtos sem agrotóxicos.
2. A reportagem traz como foco as periferias da cidade. O que se deseja evidenciar a respeito das pessoas que moram nessas regiões?
3. Releia o que diz Rafael Mesquita, um dos distribuidores de produtos saudáveis citados no texto.
3. a) Espera-se que os estudantes infiram que provavelmente ele concorda, pois, ao escrever o texto, o jornalista seleciona as falas e os depoimentos que deseja inserir para reforçar a perspectiva e o posicionamento que deseja evidenciar para o leitor.
“Só vamos superar a crise ambiental, econômica e social quando recuperarmos o encantamento com a água, a floresta, os animais e todo esse meio ambiente que passa pela terra e nos fornece alimentos naturais” [...].
a) Rafael faz uma relação entre os alimentos e a preservação do meio ambiente. Ao inserir essa fala no texto, o que provavelmente o jornalista que escreveu a reportagem pensa sobre o assunto?
3. b) Para dar ênfase ao enfoque escolhido pelo jornalista para o texto, por meio de outras vozes que não a dele, dando mais credibilidade à reportagem.
b) Com que finalidade foram inseridos depoimentos como o de Rafael no texto?
c) A fala de Rafael é formada por um período composto de quatro orações. Quais são as formas verbais que exercem a função de núcleo das orações?
d) O que é necessário fazer para saber se as formas verbais estão seguindo a regra geral de concordância verbal?
As formas verbais são: vamos superar, recuperarmos, passa, fornece É preciso saber quais são os sujeitos a que cada uma dessas formas verbais está relacionada e então verificar se há concordância entre o sujeito e o verbo.
e) Com base na sua explicação para o item d, responda: As formas verbais do período estão concordando com os sujeitos aos quais estão relacionadas?
4. Releia agora o depoimento da nutricionista Renata.
3. e) Espera-se que os estudantes concluam que sim, pois as duas primeiras formas verbais concordam com nós, que não se encontra nas orações, mas é deduzido pelas formas verbais; e as duas últimas com o termo meio ambiente, que se encontra em outra oração.
“Alimentos sem agrotóxicos carregam quatro vezes mais nutrientes do que aqueles manuseados com produtos químicos do agronegócio. Como eles são plantados em solo mais saudável, chega até nossa mesa um alimento mais rico em nutrientes” [...].
a) Que aspecto a nutricionista apresenta em sua fala? O que ela diz reforça ou contradiz a perspectiva abordada na reportagem?
4. a) A nutricionista faz referência à quantidade de nutrientes existentes em produtos sem agrotóxicos, o que reforça a perspectiva abordada de que pessoas, mesmo aquelas com um poder aquisitivo mais baixo, devem adquirir e consumir produtos saudáveis.
b) Observe a oração do primeiro período. A forma verbal encontra-se no plural. Com que termo ela estabelece concordância?
Estabelece concordância com o termo Alimentos sem agrotóxicos
5. Agora, releia o segundo período.
“[...] Como eles são plantados em solo mais saudável, chega até nossa mesa um alimento mais rico em nutrientes” [...].
a) De quantas orações esse período é formado? Que formas verbais confirmam esse número de orações?
O período é formado por duas orações: a locução verbal são plantados e a forma verbal chega
b) Por que a primeira forma verbal foi empregada no plural e a segunda no singular?
6. Releia a oração a seguir, que se refere às mulheres de São Miguel Paulista.
[...] No bairro União de Vila Nova, sete delas, com idade média de 60 anos, produzem hortas na região.
• Explique a concordância verbal que ocorre nessa oração.
O sujeito com o qual o verbo estabelece concordância é sete delas.
5. b) Porque estão concordando com os respectivos sujeitos: na primeira o sujeito é eles, no plural, e na sujeito é um alimento mais rico em nutrientes, cujo núcleo, alimento, encontra-se no singular. segunda o 320
5. b) Espera-se que a turma reconheça os termos com a função de sujeito em cada oração, uma vez que estabelecem uma relação de concordância com o verbo.
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd 320 06/08/22 12:02
6. Instrua os estudantes a identificar o verbo, primeiramente, para verificar o termo com o qual concorda.
7. Ao trabalhar com a tirinha, a intenção é promover uma reflexão sobre a alimentação e a
relação existente entre os animais na natureza, na chamada cadeia alimentar. Nela, há um fluxo de energia, em que os seres consumidores se alimentam de outros seres vivos (sapo moscas), que, uma vez mortos, se tornam alimento dos mesmos seres (moscas sapo). Oriente-os a observar os elementos verbais e os elementos não verbais que compõem a tirinha para compreender os efeitos de sentido produzidos.
7. O efeito de sentido é o humor, pois o sapo, ao estar sem comer há dias, acaba morrendo por causa da fome e, por conta disso, aparece um bando de moscas que é justamente o alimento dele.
PROPOSIÇÕES
uma mosca]. Folha de S.Paulo, São Paulo, 11 mar. 2002. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/fsp/quadrin/f31103200206.htm. Acesso em: 1 jul. 2022.
• Qual é o efeito de sentido produzido na tirinha e por quê?
8. Já no primeiro quadrinho, a personagem afirma estar faminta.
a) Que oração informa há quanto tempo ela não come? A oração Faz dias
b) Pode-se afirmar que essa forma verbal está empregada na concordância determinada para esses casos de indicação de tempo? Justifique.
LÍNGUA EM CENA
Concordância verbal em peças de campanha
Junte-se a um colega e selecionem em sites, em revistas digitais e/ou em redes sociais uma peça de uma campanha de conscientização que seja de interesse de vocês. Poderá ser, se desejarem, ligada a questões ambientais ou à alimentação saudável.
Após selecionarem a peça, vocês vão elaborar um texto explicando, inicialmente, por que a escolheram e qual é a finalidade dela, identificando quais elementos chamaram mais a atenção em sua composição.
Em seguida, analisem os elementos linguísticos que compõem a peça de campanha. Observem as orações e identifiquem quem realizou a ação verbal. Analisem as formas verbais e procurem identificar o sujeito ao qual elas estão relacionadas. Verifiquem se as concordâncias estão de acordo com a norma-padrão ou se foram feitas de outra maneira. Caso tenha sido elaborada de outra forma, verifiquem se há mudança de sentidos, qual é a intencionalidade de se fazer esse tipo de concordância, se está adequada ao propósito comunicativo da peça de campanha. Analisem se há algum caso de sujeito posposto ao verbo, que efeito de sentido essa construção produz e como foi feita a concordância nesses casos.
Anotem as análises e conclusões no caderno utilizando, para isso, os conhecimentos linguísticos e gramaticais adquiridos, como concordâncias, pontuação, ortografia etc.
No dia combinado com o professor, apresentem para a turma a peça escolhida e as conclusões de vocês. Ouçam atentamente as explicações dos colegas e, se quiserem fazer alguma interferência, esperem o momento adequado.
Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, porque, nesse caso, o verbo fazer está sendo usado sem sujeito, na sua forma impessoal, e, portanto, fica sempre na 3a pessoa do singular. 321
A proposta em Língua em cena contempla a noção de prática de pesquisa e análise documental, com a qual os estudantes já devem estar familiarizados. Essa prática propicia o uso de estratégias pedagógicas relativas às metodologias ativas, uma vez que os estudantes são orientados a trabalhar em dupla, de forma colaborativa. Além disso, espera-se contribuir para o desenvolvimento da autonomia e do protagonismo dos estudantes.
Essa atividade possibilita também a construção de um raciocínio sobre a língua, com base no tópico gramatical de concordância verbal, fazendo com que os estudantes demonstrem se se apropriaram ou não do conhecimento, aplicando-o de forma prática em anúncios publicitários.
REALIZAÇÃO
Língua em cena
Oriente o trabalho dos estudantes, incentivando neles o protagonismo durante a análise. Acompanhe de perto a execução do trabalho da turma, oferecendo assistência, conforme necessário, mas incentive-os a elaborar, livremente, as próprias análises de maneira crítica e autônoma.
Se houver laboratório de informática na escola, reserve-o para que os estudantes possam realizar a pesquisa de material para análise na internet. Caso não seja possível, instrua-os a fazer essa etapa em casa, ou em sala de aula, acessando a internet por meio de aparelhos de celular.
8. a) Auxilie-os a identificar a oração no primeiro quadrinho. 8. b) Explique que, segundo a norma-padrão da língua, a construção fazem anos está incorreta. 7. Leia a tirinha de Fernando Gonsales. GONSALES, Fernando. [Faz dias que não aparecePROPOSIÇÕES
Em Questão de fala e escrita , espera-se que os estudantes entendam que a coesão sequencial contribui para estabelecer a coesão entre os enunciados, parte de enunciados, parágrafos e sequências textuais, e também garantir a progressão das ideias do texto, por meio do uso de elementos linguísticos.
REALIZAÇÃO
Questão de fala e escrita
1. a) Espera-se que os estudantes compreendam os efeitos de sentido produzidos pela seleção de informações no primeiro período.
1. b) Oriente-os a compreender o que se pretende a partir da leitura da petição on-line.
1. c) Explique que a conjunção mas tem a função de introduzir uma ideia contrária ao que foi dito na oração anterior.
2. a) Auxilie os estudantes a compreender que os advérbios contribuem para a construção de sentidos na oração.
2. b) Espera-se que compreendam que se trata de uma estratégia persuasiva utilizada na petição on-line
QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
Recursos de coesão sequencial
Na escrita ou na fala, é necessário articular as ideias para que elas produzam sentido e que o propósito comunicativo seja alcançado. Esse recurso linguístico é um mecanismo importante para dar uma sequência lógica ao que está sendo dito, sendo elemento fundamental para a coerência do texto.
1. Releia dois trechos da petição on-line
Trecho 1
O uso de agrotóxicos no Brasil cresce cada vez mais, trazendo destruição ambiental, adoecimento e morte. Isso faz parte de uma escolha importante sobre nosso futuro e do que iremos nos alimentar, mas essa decisão não tem envolvido a sociedade. [...]
Trecho 2
SÓ
1. b) Espera-se que as pessoas se unam e lutem para que o projeto de lei não seja aprovado no Senado.
NÃO É CONTRA QUEM LUCRA COM OS AGROTÓXICOS
a) No trecho 1 são apresentadas as razões da petição. Que efeito de sentido as informações do primeiro período produzem?
Produzem impacto, além de informar a gravidade do problema.
b) O que se espera da sociedade após tomar conhecimento dessas informações?
c) Que parte da oração traz uma informação que contrapõe essa ideia do item b? Que palavra atribui esse sentido à oração?
2. O trecho 2 começa com o advérbio só
a) Que efeito de sentido essa palavra produz no trecho?
b) Com que intenção provavelmente ela foi usada?
A oração mas essa decisão não tem envolvido a sociedade informa essa ideia de contraposição; a palavra que possibilita a construção dessa ideia é a conjunção mas 2. a) Essa palavra evidencia a ideia de que todos são favoráveis à campanha, exceto aquelas pessoas que lucram com os agrotóxicos.
As palavras analisadas nas atividades anteriores são recursos linguísticos que fazem o texto avançar e garantem a continuidade de sentidos. São os recursos de coesão sequencial
Recursos de coesão sequencial são palavras que interligam as ideias dos textos, estabelecendo relações entre as informações. Essas palavras podem ser conjunções, preposições, pronomes relativos, advérbios, entre outras.
2. b) Como um recurso de persuasão para convencer o leitor de que, se ele não for uma dessas pessoas, deve assinar a petição.
Exemplo: Mais de 20 órgãos públicos e 300 organizações da sociedade civil já se manifestaram contrários ao Pacote do Veneno.
No exemplo, a locução adverbial mais de e o advérbio já enfatizam a ideia de que até os órgãos públicos e as organizações civis estão atuando contra o Pacote do Veneno, portanto o leitor também precisa aderir à causa assinando a petição on-line
Os elementos que estabelecem a conexão entre as ideias são os articuladores textuais
Os articuladores textuais, além de possibilitar a coesão e a progressão textual, estabelecem diferentes relações de sentidos.
Veja alguns deles no quadro a seguir.
Afirmação/igualdade felizmente; infelizmente; obviamente; na verdade; realmente; de igual forma; do mesmo modo que; nesse sentido.
Inclusão/exclusão até; somente; só; inclusive; sequer; senão; exceto; tão somente; apenas.
Explicação como se nota; como vimos; portanto; pois; é óbvio que; isto é; por exemplo; de fato; por isso.
Continuação em seguida; depois; no geral; em termos gerais; por sua vez.
Exemplo:
[...] Exigimos justiça para todas as vítimas passadas, atuais e futuras da crise climática. Por isso estamos lutando! [...]
No exemplo, retirado da carta aberta que você leu no Capítulo 1, o articulador textual por isso explica por que é preciso que todos lutem em prol dessa causa.
ATIVIDADES
1. A peça a seguir faz parte de uma campanha de combate às notícias falsas (ou news). Seu objetivo é incentivar as pessoas a investigar o que leem, veem ou ouvem.
PROPOSIÇÕES
Antes de Atividades , se desejar, oriente os estudantes a explorar o uso dos articuladores textuais em artigos de opinião. Proponha que pesquisem artigos sobre as temáticas abordadas neste módulo (como crise climática, alimentação saudável, consumo de orgânicos etc.) e analisem o uso dos articuladores textuais, para que ampliem a compreensão sobre como eles atuam para o estabelecimento de sentidos no texto e a progressão de ideias.
REALIZAÇÃO Atividades
1. A seleção de uma campanha contra fake news possibilita uma reflexão com os estudantes sobre a importância de desenvolver a habilidade de conferir a fonte e a veracidade das informações antes de compartilhá-las.
D3-288-331-POR-F2-2102-V8-M7-LA-G24_AVU.indd
REALIZAÇÃO
1. a) Espera-se que os estudantes entendam a crítica e o efeito de humor produzido ao comparar um animal com pessoas que repassam informações sem refletir sobre a veracidade delas.
1. b) Auxilie-os a verificar a adequação do uso da imagem aos propósitos comunicativos da campanha de conscientização.
2. a) Espera-se que os estudantes percebam que o uso da palavra até revela um posicionamento do autor da campanha.
2. b) Oriente-os a compreender os efeitos de sentido pretendidos pelo uso da conjunção mas, como contraste e oposição de ideias.
2. c) Espera-se que compreendam as funções dos articuladores textuais: dar progressão ao texto, relacionar as ideias nele presentes e atribuir-lhe sentidos.
3. A intenção em trabalhar com a notícia é propiciar uma reflexão nos estudantes sobre o impacto das escolhas alimentares na saúde e longevidade dos indivíduos. Espera-se, com isso, contribuir para que eles relacionem a adoção de uma alimentação saudável a um cuidado com o bem-estar físico e psicológico e à manutenção da qualidade de vida.
1. b) A peça sugere a semelhança entre o papagaio e as pessoas que repassam fatos ou notícias sem confirmar sua veracidade, portanto coerente com o propósito do texto.
a) Ao usar a imagem do papagaio, que característica do ser humano a peça de campanha evidencia?
O papagaio é uma ave que imita o som da fala humana, característica que o anúncio deseja evidenciar: a repetição mecânica de fatos.
b) De que forma a imagem de um papagaio contribui para que essa peça alcance seu objetivo?
2. Releia o texto ao lado da imagem.
nada de extraordinário.
a) Que efeitos de sentido a palavra até atribui ao que está sendo dito?
b) A segunda frase é iniciada pela conjunção mas. Que efeito de sentido ela produz no texto?
c) Pode-se afirmar que as palavras analisadas funcionam como articuladores textuais? Explique.
Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois essas palavras, além de ligarem as ideias dos enunciados, atribuem sentidos ao que está sendo dito e possibilitam a construção da mensagem da campanha.
3. Leia o trecho de uma notícia que aborda a relação entre alimentação saudável e aumento da expectativa de vida.
Alimentação saudável aumenta expectativa de vida em até 13 anos, aponta estudo
Nozes, grãos integrais e leguminosas são os campeões para garantir a longevidade Samuel Fernandes
A substituição de carnes vermelhas e processadas, bebidas açucaradas e grãos refinados por uma alimentação rica em grãos integrais, legumes, carnes magras, frutas e nozes aumenta a expectativa de vida em até 13 anos, afirma nova pesquisa. Cientistas indicam que quanto mais cedo for alterada a dieta, melhor será a perspectiva de mais anos de vida.
A alimentação inadequada resulta em diversos problemas de saúde ao redor do mundo e está associada a fatores de risco que causam aproximadamente 11 milhões de óbitos por ano.
Dieta rica em legumes, grãos integrais e frutas está relacionada ao aumento de expectativa de vida em todas as idades.
2. a) A palavra até atribui uma ideia de inclusão, enfatizando que falar não é 2. b) Uma oposição ao que foi dito antes, enfatizando a ideia de que, assim como o papagaio, as pessoas que repetem o que ouvem ou leem não possuem credibilidade.Nesse novo estudo, publicado na revista Plos Medicine e assinado por pesquisadores de instituições norueguesas, os cientistas se valeram do GBD (Global Burden of Disease), uma iniciativa que reúne dados sobre o impacto que fatores de risco, como a má alimentação, têm no índice de mortalidade de diferentes países – inclusive no Brasil.
No país, por exemplo, dados do GBD demonstram que uma dieta inadequada tem relação com cerca de 44% das mortes por complicações cardiovasculares e 26% dos óbitos por diabetes.
[...]
[...] Depois, observou-se os impactos que a alimentação causava na mortalidade já que os pesquisadores fizeram médias do efeito que determinados alimentos tinham na expectativa de vida.
Além de calcular a média para esses alimentos separadamente, também houve uma sistematização em três tipos de dietas.
Uma delas foi denominada de ocidental e era caracterizada por ser rica em carnes vermelhas, alimentos processados, bebidas açucaradas e grãos que não eram integrais – ou seja, um padrão de consumo ruim. Outro modelo de dieta era a ideal e envolvia principalmente alimentos saudáveis: grãos integrais, legumes, carnes magras e frutas. A terceira, nomeada como viável, estava no meio termo dos outros dois tipos.
Nas estimativas da população americana, por exemplo, o estudo observou que homens que iniciassem a dieta ideal aos 20 anos tinham um incremento de 13 anos na sua expectativa de vida – no caso de homens que aos 80 anos tivessem adotado essa alimentação, esse incremento era de somente 3,4 anos. [...]
Além das análises baseadas nos três tipos de dieta, a pesquisa também elencou quais seriam os alimentos mais importantes no aumento de expectativa de vida separadamente: nozes, leguminosas e grãos integrais. Cada um desses alimentos, segundo estimativa, poderia representar mais um ano de vida para a pessoa que incorporasse ao menos uma opção na dieta a partir dos 20 anos.
Alimentos que também foram considerados saudáveis – como frutas e peixes –registraram um efeito positivo menor que esses outros três. Já entre os que apresentaram mais risco à saúde, a carne vermelha ou processada lidera a lista.
3. a) Espera-se que os estudantes infiram que, embora a pesquisa não tenha sido realizada no Brasil, é importante que o brasileiro saiba que uma alimentação saudável pode ampliar a expectativa de vida.
FERNANDES, Samuel. Alimentação saudável aumenta expectativa de vida em até 13 anos, aponta estudo. Folha de S.Paulo, São Paulo, 6 mar. 2022. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/03/alimentacaosaudavel-aumenta-expectativa-de-vida-em-ate-13-anos-aponta-estudo.shtml. Acesso em: 21 jun. 2022.
a) A pesquisa foi realizada por cientistas noruegueses. Em sua opinião, qual é a importância de um jornal brasileiro publicar o resultado dessa pesquisa?
b) As dietas usadas nas pesquisas podem ser seguidas por brasileiros? Por quê?
4. De acordo com o estudo, a dieta ideal a partir dos 20 anos pode conferir o incremento de até 13 anos na expectativa de vida.
a) Em sua opinião, isso é possível? O que dá credibilidade a esse fato?
b) Que razões levaram os cientistas a fazer esse estudo?
REALIZAÇÃO
3. a) Espera-se que os estudantes compreendam a importância de se manter informado e acompanhar os avanços científicos por meio da leitura de jornais e revistas.
3. b) Auxilie-os a inferir que sim, uma vez que os alimentos citados também fazem parte da dieta brasileira.
4. a) Espera-se que percebam que as conclusões foram divulgadas por cientistas em uma revista científica e, por isso, seguiram protocolos de pesquisa reconhecidos mundialmente pela comunidade científica.
4. b) Auxilie os estudantes a identificar as motivações dos pesquisadores na leitura da notícia.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Análise do cardápio escolar
3. b) Sim, pois os alimentos que compõem essas dietas são, em sua maioria, os mesmos que fazem parte da dieta dos brasileiros, como nozes, leguminosas, grão, carnes e peixes. 325
4. b) O alto índice de mortalidade – 11 milhões de óbitos – em diferentes países, provocado por fatores de risco, entre eles a má alimentação.
4. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam que é possível, já que é o resultado de um estudo realizado por pesquisadores de instituições norueguesas e publicado na Plos Medicine, uma revista especializada em ciências médicas.
A alimentação escolar deve oferecer alimentação saudável e variada aos estudantes e, se possível, incluir alimentos orgânicos de pequenos produtores. Proponha aos estudantes analisar o cardápio da escola e verificar se as refeições servidas estão adequadas. Se possível, verifique a possibilidade de agendar uma conversa com a nutricionista responsável pela elaboração do cardápio, para que a turma possa tirar dúvidas e se aprofundar sobre o tema.
REALIZAÇÃO
Atividades
5. a) Auxilie a turma a compreender os efeitos de sentido produzidos pelo uso da palavra até
5. b) Explique que é necessário compreender o contexto em que os articuladores sequenciais estão inseridos para entender os sentidos produzidos por eles.
6. a) Espera-se que os estudantes compreendam a gravidade do problema da má alimentação. Se eles tiverem interesse, considere propor uma pesquisa em que possam se aprofundar no tema.
6. b) Espera-se que os estudantes compreendam a ideia construída a partir do uso do advérbio no texto.
7. Oriente-os a perceber o uso dos articuladores ou seja, no trecho 1, e por exemplo e somente, no trecho 2
5. a) Indica o argumento mais forte, isto é, ressalta o máximo que se pode aumentar na expectativa de vida.
5. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que não; nesse caso, o até atribui um efeito de sentido de inclusão ao que está sendo dito.
6. a) Porque esse é um problema que vem causando um índice muito alto de mortalidade no mundo inteiro.
6. b) O advérbio inclusive, que insere a ideia de inclusão, isto é, o Brasil também tem alto índice de mortalidade devido à má alimentação e a fatores de risco.
5. Releia o título da notícia.
a) Que efeito de sentido o articulador textual até produz nesse título?
b) Na oração “Até os brasileiros se interessaram pelo resultado do estudo”, o articulador até produz o mesmo efeito de sentido do título? Justifique.
6. Releia o trecho a seguir, que faz referência ao GBD, um órgão que estuda as doenças no mundo.
[...] os cientistas se valeram do GBD (Global Burden of Disease), uma iniciativa que reúne dados sobre o impacto que fatores de risco, como a má alimentação, têm no índice de mortalidade de diferentes países – inclusive no Brasil.
a) Por que um órgão dessa importância fez um estudo sobre os fatores de risco e má alimentação?
b) Que palavra exerce a função de articulador textual e que ideia ele insere ao enunciado?
7. Releia os trechos a seguir. Trecho 1
Uma delas foi denominada de ocidental e era caracterizada por ser rica em carnes vermelhas, alimentos processados, bebidas açucaradas e grãos que não eram integrais – ou seja, um padrão de consumo ruim. [...]
PARA ASSISTIR
Alimentação sustentável ou alimentação saudável?
2017. Vídeo (7min11s). Canal Sustentaí. Disponível em: www. youtube.com/wa tch?v=Z7c16m
vIHNY. Acesso em: 24 jun. 2022. Em linguagem simples e acessível, o vídeo explica o conceito de alimentação sustentável e sua relação com o consumo de alimentos, o desperdício e a obesidade.
Trecho 2
Nas estimativas da população americana, por exemplo, o estudo observou que homens que iniciassem a dieta ideal aos 20 anos tinham um incremento de 13 anos na sua expectativa de vida – no caso de homens que aos 80 anos tivessem adotado essa alimentação, esse incremento era de somente 3,4 anos.
• No caderno, transcreva a alternativa com a afirmação correta em relação a esses dois trechos. Alternativa C
A. Em cada trecho, há dois articuladores textuais que evidenciam diferentes ideias.
B. No trecho 1, há um articulador argumentativo que produz um efeito de sentido de inclusão; no trecho 2, o articulador produz o efeito de sentido de explicação.
C. No trecho 1, o articulador produz uma ideia de explicação; no trecho 2, um articulador produz um sentido de explicação e outro de inclusão.
D. Nos dois trechos, os articuladores produzem um mesmo efeito de sentido: de exclusão.
Carta aberta
Chegou o momento de a turma se engajar na produção de uma carta aberta. O trabalho será realizado coletivamente, de acordo com o problema que foi escolhido em votação na seção Palavra aberta. Em grupos, você e os colegas vão buscar informações para ampliar os conhecimentos sobre o problema, realizando enquetes, uma etapa importante para a produção da carta aberta da turma. Ao final, a turma vai escolher o veículo de comunicação mais adequado para divulgar a carta aberta, com o objetivo de que o problema seja solucionado.
Planejando a carta aberta
1 A turma será organizada em quatro grupos. Cada grupo fará uma enquete com um grupo de pessoas e deverá elaborar três perguntas relacionadas a um determinado aspecto do problema. Como os entrevistados das enquetes estarão vinculados ao problema escolhido pelo grupo, a enquete poderá ser feita com grupos de professores, familiares, especialistas no assunto, estudantes de outras turmas ou pessoas diretamente envolvidas com o problema.
• Grupo 1: fará enquete com perguntas para saber por que as pessoas acham que esse problema precisa ser denunciado.
• Grupo 2: fará enquete com perguntas relacionadas às causas desse problema.
• Grupo 3: fará enquete com perguntas relacionadas às consequências/efeitos do problema.
• Grupo 4: fará enquete com perguntas relacionadas às mudanças que deverão ser reivindicadas para solucionar o problema.
2 Em grupo, elaborem três perguntas simples e diretas referentes ao assunto do seu grupo. No caderno ou em uma folha separada, façam um roteiro da enquete, com base no modelo a seguir.
Grupo 1: Por que o problema precisa ser denunciado
1. Qual é sua opinião sobre esse problema?
2. Por quê?
3. A maioria das pessoas pensa como você ou discorda?
PROPOSIÇÕES
Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 Entrevistado 4
caso, poderia ser um morador do local. Assim, oriente-os a definir o grupo de entrevistados que poderão contatar em cada grupo. Explique também que cada estudante deverá entrevistar duas pessoas, para que, no final, todos os grupos tenham o mesmo número de respostas. Acrescente que eles deverão informar ao professor o local em que farão a enquete e solicitar a autorização dos pais ou responsáveis para participar desse momento da produção. Para maior engajamento, incentive os estudantes a elaborar as perguntas referentes ao assunto do seu grupo. Durante a atividade, verifique se os grupos estão tendo alguma dificuldade para elaborar as perguntas. Caso tenham, sugira algumas perguntas, como:
• Grupo 2: Quais são as causas desse problema? Como surgiu? O que contribuiu para isso?
• Grupo 3: Quais são as consequências desse problema? Afetam mais a quem? Como as pessoas lidam ou se sentem diante desse problema?
• Grupo 4: Quais são as soluções para o problema? Por que são urgentes e necessárias?
REALIZAÇÃO
A proposta de Produção escrita permite aos estudantes desenvolver noções da prática de pesquisa entrevistas. Para isso, são trabalhadas metodologias ativas, uma vez que se privilegia, no desenvolvimento das etapas da atividade, a formação de grupo e a resolução de problemas de maneira coletiva e colaborativa.
Produção escrita
Em Planejando a carta aberta, analise o assunto da pesquisa e, com base nele, defina com os estudantes quais grupos de pessoas poderão ser entrevistados pelos grupos de pesquisa. Por exemplo, não faz sentido entrevistar um especialista para saber como as pessoas convivem com o problema; nesse
REALIZAÇÃO
Em Escrevendo a carta aberta, combine com a turma de que maneira será feita a primeira versão da carta aberta: se escrita na lousa, em uma folha separada ou com o uso de ferramenta de edição em um computador. Oriente a retomada dos relatórios produzidos com base nas enquetes e auxilie-os a explorar essas informações como estratégia de sustentação e argumentatividade na carta.
PARA ASSISTIR
COMO escrever uma carta. 2020. Vídeo (12min43s). Publicado pelo canal Brasil Escola. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=ciIz8Z1eNOc. Acesso em: 29 jul. 2022.
O vídeo, indicado para professor e estudantes, apresenta dicas para a escrita de uma carta. Se considerar oportuno, compartilhe a indicação com a turma, relacionando e comparando esse gênero com a carta aberta.
3 Ainda em grupo, reúnam os questionários e analisem as informações coletadas, avaliando como esses dados poderão embasar a produção da carta aberta. Escrevam um relatório das conclusões a que chegaram sobre o aspecto da enquete que coube a cada grupo.
Escrevendo a carta aberta
1 A carta será uma construção coletiva. Desse modo, o professor, em parceria com um estudante escolhido pela turma, deverá escrever a primeira versão do texto na lousa ou em uma folha separada, ou ainda digitá-lo no computador com o uso de um editor de texto, à medida que a carta for sendo construída pela turma.
2 Definam os elementos que compõem a carta aberta, de acordo com os itens a seguir.
• Título da carta.
• Data e local.
• Destinatário da carta (pessoa ou grupo com autoridade para resolver o problema).
• Vocativo que será utilizado.
• Forma de tratamento para se dirigir ao destinatário da carta.
• Saudação de despedida.
• Assinatura.
3 Retomem os relatórios produzidos com base nas enquetes e, a partir deles, elaborem a introdução, o desenvolvimento e a conclusão da carta aberta.
• Introdução: apresentação e explicação do problema.
• Desenvolvimento: apresentação das causas do problema, como surgiu; as consequências para o ambiente e as pessoas diretamente relacionadas ao problema; como afetam as pessoas, como se sentem diante do problema; e o que reivindicam para solução do problema, porque são urgentes e necessárias.
• Conclusão: fechamento da ideia e reafirmação do que esperam como solução.
4 Na elaboração da carta, sigam algumas orientações.
• Vocês podem usar argumentos com base em dados, exemplos, como também apelar para a emoção dos leitores.
• Empreguem palavras e expressões para: destacar que o objetivo é serem atendidos quanto às solicitações; avaliar o problema, mostrando sua gravidade; indicar obrigatoriedade.
• Utilizem recursos que revelem a intenção dos remetentes da carta, como sinais de pontuação expressiva e construções no imperativo.
• Usem o registro formal e de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
5 Finalizada a primeira versão da carta, um estudante ficará responsável por escrevê-la ou digitá-la, e o professor deverá providenciar cópias dela, de modo que cada grupo receba uma para fazer a revisão do texto. 328
Revisando a carta aberta
1 Revisem a carta aberta, considerando os seguintes critérios.
• O problema está claro e bem definido?
• São apresentados os motivos que tornam essa situação um problema?
• As causas do problema estão claramente expressas? Elas explicam o problema?
• As consequências e os efeitos mostram a gravidade do problema?
• As soluções reivindicadas foram elaboradas adequadamente?
• O destinatário escolhido tem autoridade para solucionar o problema?
• Foi empregado o registro formal?
• Foram empregadas palavras e expressões que expressam a intenção do remetente?
• Estão presentes os elementos constitutivos da carta aberta: título, data, local, vocativo, saudação de despedida, assinatura?
• A ortografia das palavras está de acordo com as regras da norma-padrão?
2 Apontem as correções e os trechos que precisam de ajuste, façam sugestões de melhoria e, com o professor, avaliem as mudanças.
3 Escolham entre os estudantes da turma o colega que fará a reescrita e a versão final da carta aberta.
Divulgando a carta aberta
REALIZAÇÃO
Em Revisando a carta aberta, enfatize a necessidade do uso da linguagem formal. Explique a eles que esse gênero textual requer o uso de uma linguagem clara e objetiva, para atender aos seus propósitos comunicativos, ou seja, levar o leitor a adotar uma determinada atitude.
Em Divulgando a carta aberta, avalie com os estudantes por qual(is) veículo(s) poderá(ão) encaminhar a carta aberta. A depender, alguns estudantes poderão entregar a carta pessoalmente ao setor responsável por esses veículos de comunicação.
Estudante indígena da etnia kalapalo redigindo texto em caderno. Parque Indígena do Xingu, localizado na cidade de Querência, no Mato Grosso (MT). Fotografia de 2018.
1 Façam uma lista dos veículos de comunicação do bairro ou da cidade e avaliem quais são os mais indicados, a fim de que a carta aberta tenha maior alcance e visibilidade na comunidade. Ela poderá ser publicada em jornais do bairro ou da cidade, em portais de notícias, sites de ONGs, redes sociais da escola ou da comunidade ou ser lida em programas de rádio.
2 Se possível, acompanhem a repercussão da carta aberta na comunidade e verifiquem se ela chegou até o destinatário e se o problema foi ou não solucionado.
Avaliando e autoavaliando a atividade
1 Em uma roda de conversa com turma, exponha suas considerações sobre a atividade. Por exemplo:
• Como foi, para você, ter se organizado em grupo para realizar a enquete e, depois, ter analisado as informações coletadas?
• A carta aberta ganhou a repercussão desejada pela turma?
2 Depois, individualmente, faça uma autoavaliação sobre a sua participação nesta atividade, refletindo sobre os aspectos que você considera ter contribuído de modo relevante e os que você gostaria de ter contribuído mais.
Em Avaliando e autoavaliando a atividade, organize a roda de conversa para que os estudantes compartilhem suas impressões e percepções a respeito da atividade. É importante que eles reflitam sobre a experiência do trabalho coletivo e colaborativo, sobre o desempenho da turma como um todo e, na autoavaliação, sobre o desempenho de cada um. Nesse momento, valorize as potencialidades dos estudantes, orientando-os a observar a própria evolução, e incentive-os a pensar em estratégias para continuarem desenvolvendo suas aprendizagens de modo construtivo e significativo.
Habilidades de encerramento
• EF69LP13
• EF69LP15
• EF69LP21
• EF89LP27
• EF69AR01
• EF69AR05
• EF69AR31
• EF69AR33
PROPOSIÇÕES
A obra Ice Watch, de Olafur Eliasson, também pode ser considerada uma intervenção artística urbana, como a obra Eggcident , abordada neste módulo. É interessante refletir com os estudantes como essas intervenções urbanas alteram o cotidiano dos transeuntes, propondo-lhes uma parada para refletir sobre temas relevantes para o mundo. Em uma entrevista, Olafur afirmou que a motivação para suas produções é o potencial da arte em tornar as pessoas ativas e coprodutoras das próprias experiências.
Ele é conhecido por intervenções e instalações grandes e impressionantes, que mexem com as sensações dos espectadores. Ao longo dos anos, ele foi se aproximando cada vez mais das temáticas ambientais, abordando, muitas vezes, a urgência de pararmos para pensar sobre o aquecimento global.
É importante enfatizar que, para a produção da obra em questão, o artista colheu pedaços de gelo que já estavam soltos de icebergs e já em processo de derretimento. O que ele fez foi levá-los até as cidades e mostrar o processo de derretimento ao público, ao vivo, evidenciando, assim, um problema que sabemos que ocorre, mas que nunca aparece diante dos nossos olhos. Dessa maneira, a obra funcionava como um lembrete para os perigos das mudanças climáticas.
Arte é reflexão
Neste módulo, você estudou carta aberta, intervenção artística e petição on-line. Assim, pôde aprofundar seus conhecimentos sobre a importância da preservação ambiental. Nesta seção, você vai conhecer uma obra do artista islandês-dinamarquês Olafur Eliasson (1967-) e investigar como a arte também pode propor reflexões importantes sobre o tema.
A obra Ice Watch (“Relógio de gelo”) é formada por doze grandes blocos de gelo retirados da Groenlândia e posicionados como os números de um relógio, em um local público e ao ar livre. Esses blocos de gelo pertenciam a icebergs, porém, quando foram coletados pelo artista, já estavam soltos e flutuando na água devido ao derretimento do gelo ocasionado pelo aquecimento global.
Ao coletar o gelo em processo de derretimento e colocá-lo em cidades movimentadas, em frente aos olhos da população, o artista gerou uma série de reflexões nas pessoas, aumentando a conscientização sobre as mudanças climáticas.
As pessoas que passavam também podiam tocar nos pedaços de gelo, o que as colocava em uma perspectiva ainda mais próxima e pessoal do problema do aquecimento global, compartilhando com elas as responsabilidades por isso e possibilitando conexões individuais com o meio ambiente.
PARA ASSISTIR
ICE WATCH by Olafur Eliasson and Minik Rosing, City Hall Square, Copenhagen. 2016. Vídeo (2min40s). Publicado pelo canal Studio Olafur Eliasson. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=i9l-Xd4WS38. Acesso em: 29 jul. 2022.
Apesar de o vídeo estar em dinamarquês, com legenda em inglês, é possível conhecer melhor o processo de produção da obra do artista Olafur Eliasson em Copenhague, na Dinamarca. Se possível, exiba-o para a turma.
1. Quais impressões e reflexões essa intervenção artística trouxe para você?
2. Em sua opinião, por que o artista deu o título de Ice Watch (“Relógio de gelo”) à obra?
3. Como você se sentiria se encontrasse esses blocos de gelo em uma praça pública em sua cidade? Como reagiria a essa intervenção artística de Olafur Eliasson?
Respostas pessoais.
4. Se você fosse usar a arte para chamar a atenção das pessoas para o tema da preservação ambiental, o que faria? Você considera que a arte possibilita esse tipo de reflexão?
Respostas pessoais.
REALIZAÇÃO
1. Esta primeira pergunta tem como objetivo incentivar a leitura das imagens antes de aprofundar debates sobre o tema. Incentive os estudantes a observar as três imagens, comparando-as. Verifique se eles percebem que os blocos vão derretendo aos olhos do público e sugira que compartilhem todas as ideias e reflexões que tiveram ao observar
ELIASSON, Olafur. Ice Watch. Intervenção artística em frente ao museu Tate Modern. Londres, Inglaterra. Fotografia de 2018.
tomar uma atitude para conter o derretimento das calotas polares e sua consequente tragédia ambiental. Além disso, é possível considerar que o derretimento do gelo é uma metáfora à passagem do tempo e à urgência de contermos o aquecimento global como um todo.
3. Peça aos estudantes que se imaginem no lugar do público e pensem em como reagiriam se encontrassem a obra de Olafur Eliasson. Se quiser, faça mais perguntas para ampliar a reflexão, como: Vocês chegariam perto do gelo? Parariam para refletir? Tirariam fotos? Conversariam com as pessoas ao redor?
ELIASSON, Olafur. Ice Watch. Intervenção artística na praça da prefeitura de Copenhague, Dinamarca. Fotografia de 2014.
Ice Watch. Disponível em: https://ola fureliasson.net/ar chive/artwork/WEK
109190/ice-watch
Acesso em: 11 jul. 2022. Acesse o site oficial do artista Olafur Eliasson para ver mais imagens da obra Ice Watch.
as fotografias. Acolha todas as respostas e lembre-se de que nenhuma obra de arte possui um único sentido.
2. Incentive os estudantes a interpretar a obra, considerando tudo o que estudaram neste módulo, e a expor suas opiniões para os colegas. O título da obra pode sugerir que o tempo está passando, chamando a atenção para a urgência de a população mundial
4. Instigue os estudantes a pensar em possibilidades artísticas para alertar sobre a importância da preservação ambiental. Ressalte que a arte pode estar conectada a aspectos políticos, sociais e ambientais e, por esse motivo, deve sempre possuir um compromisso com ideais éticos e democráticos. Peça que relembrem o que estudaram no módulo e pensem quais assuntos e abordagens gostariam de contemplar com algum projeto artístico. Comente que os projetos não precisarão ser executados de fato, a ideia é que eles apenas criem possibilidades sem se preocupar com limites financeiros, de recursos e de dimensões.
Resposta pessoal. Resposta pessoal.REFERÊNCIAS COMENTADAS
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. (Série Aula, 1).
Nesse livro, a autora apresenta os principais equívocos no estudo do componente curricular Língua Portuguesa. Também orienta e sugere atividades para explorar adequadamente a leitura, a escrita e a oralidade e para refletir sobre as regras gramaticais. Além disso, propõe reflexões acerca da avaliação do conhecimento dos estudantes.
ANTUNES, Irandé. Gramática contextualizada: limpando “o pó das ideias simples”. São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 49).
O livro trata da pouca atenção dada ao ensino da língua portuguesa nas escolas e ao desenvolvimento de competências de leitura e escrita. Mais especificamente, a autora observa questões ligadas ao ensino da gramática, objetivando reconhecer o lugar dessa matéria no ensino e contribuir para o entendimento do que seria o trabalho com uma gramática contextualizada.
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. (Estratégias de ensino, 5).
Nesse livro, a autora discute o ensino da gramática e estabelece a importância do estudo do texto juntamente com a análise linguística para oferecer às pessoas a compreensão sobre as possibilidades de uso da linguagem que, infelizmente, muitos desconhecem.
ANTUNES, Irandé. Território das palavras: estudo do léxico em sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. (Estratégias de ensino, 28).
Esse livro discute a marginalização do léxico e do vocabulário no ensino da língua portuguesa, conduzindo o leitor a uma percepção mais fina sobre o papel das palavras na organização textual.
BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
Nessa obra, o autor trata das relações entre língua e poder no Brasil considerando que o preconceito
linguístico enraizado na sociedade brasileira é, na verdade, um entranhado preconceito social.
BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002. (Humanística, 6).
A obra apresenta debates sobre temas pertinentes da Linguística, como o método de ensino nas escolas, a formação dos docentes de Língua Portuguesa, variação e mudanças linguísticas, políticas de letramento etc., contribuindo para a visão crítica e a análise da pedagogia no ensino da língua.
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São
Paulo: Parábola Editorial, 2007. (Educação linguística, 1).
O autor apresenta os fundamentos necessários para que os docentes possam abordar, de forma consistente e sem distorções, conceitos como variação, norma-padrão, estigma, letramento e oralidade e propõe atividades práticas para serem realizadas em sala de aula.
BATISTA, Ronaldo de Oliveira. A palavra e a sentença: estudo introdutório. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino, 16).
O livro apresenta os conteúdos básicos das áreas de morfologia (com tópicos de lexicologia) e de sintaxe, sob os pontos de vista formal e funcional, trazendo uma introdução sobre o que é considerado como análise linguística e exercícios para treinar a análise nos níveis linguísticos da palavra e da sentença.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Linguagem, 4).
A autora apresenta fundamentos teóricos e aplicações práticas para transformar a educação em uma atitude cidadã que combata todas as formas de exclusão social pela linguagem.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. (Lingua[gem], 11).
Essa obra, fruto da pesquisa sociolinguística realizada no Brasil, apresenta fundamentação teórica e adequada
exemplificação de entrevistas sociolinguísticas, eventos de oralidade, análise de erros e episódios comunicativos associados a problemas sociais e comunitários.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris et al (org.). Por que a escola não ensina gramática assim?
São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 47).
Esse livro apresenta reflexões e discussões sobre tópicos de gramática, fenômenos morfossintáticos, semânticos, fonéticos e fonológicos, que ocorrem tanto na variedade de prestígio quanto nas variedades estigmatizadas, nas modalidades escrita e oral. Também traz sugestões de como trabalhar em sala de aula cada tema apresentado.
BRANDÃO, Helena Nagamine (coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2012. (Aprender e ensinar com textos, 5).
Esse livro apresenta um estudo sobre os gêneros textuais mito, cordel, discurso político e divulgação científica e suas características. A obra também analisa diversos textos levantando diferentes possibilidades para o estudo em sala de aula.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular : educação é a base.
Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_
EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.
Documento que apresenta as bases curriculares a serem consideradas pelos sistemas educacionais e pelas escolas em território brasileiro para todos os segmentos da Educação Básica.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília, DF: MEC/ SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov. br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.
O documento apresenta reflexões e sugestões para abordar o conhecimento em sala de aula, contribuindo para a formação continuada e permanente do professor no ensino da língua portuguesa.
CASTILHO, Ataliba Teixeira de. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto, 2004. (Repensando o ensino).
A obra aborda o uso da língua portuguesa por meio da análise de exemplos cotidianos, como tirinhas, anúncios, títulos e subtítulos de notícias, entre outros. Desta forma, é possível compreender os aspectos da língua de maneira prática.
CHARAUDEAU, Patrick. Linguagem e discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto, 2008.
A obra traz ideias inovadoras e audaciosas sobre a análise do discurso, ajudando o leitor a compreender como o ser humano tem acesso a informações, produz conhecimento e interage com os outros. O autor compartilha exemplos palpáveis para a realidade brasileira, o que permite analisar especificidades dos discursos que existem na sociedade.
CITELLI, Beatriz. Produção e leitura de textos no Ensino Fundamental: poema, narrativa, argumentação. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2018. (Aprender e ensinar com textos, 7).
Nessa obra, a autora demonstra como o exercício permanente da leitura e da escrita é essencial para o desenvolvimento e a formação do conhecimento dos estudantes, além de colaborar para o próprio ensino da língua materna.
COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto, 2014.
O livro apresenta possibilidades para reformular, fortalecer e ampliar o estímulo à leitura, propondo a construção de uma comunidade de leitores e sugerindo oficinas para a eficácia do letramento literário.
DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luzia de; JOVER-FALEIROS, Rita (org.). Leitura de literatura na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino).
Esse livro traz questionamentos e propõe a reflexão sobre a forma como se utiliza a literatura para o ensino da língua portuguesa na atualidade, sugerindo uma forma diferente de ensino, que potencialize ainda mais a exploração da literatura.
DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 18).
Esse livro explica e se aprofunda na constituição e funcionamento dos gêneros textuais mais comuns, visando a proficiência dos estudantes na produção escrita.
DIONISIO, Angela Paiva; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Livro didático de Português: múltiplos olhares. Campina Grande: EDUFCG, 2020. E-book. Disponível em: https://editora.ufcg.edu.br/ ebooks/151/view_bl/66/publicacoes-2020/83/livrodidatico-de-portugues-multiplos-olhares.html. Acesso em: 6 maio 2022.
O livro preserva os resultados de uma pesquisa publicada em 2001, contribuindo para a construção da história dos estudos dos pesquisadores sobre o livro didático no Brasil, sobretudo o de Língua Portuguesa, com informações sobre diferentes abordagens de linguagem, língua e ensino.
DOLZ, Joaquim; GAGNON, Roxane; DECÂNDIO, Fabrício. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem. Campinas: Mercado de Letras, 2010.
Nesse livro, os autores propõem um procedimento de análise de textos para guiar a análise das produções escritas dos estudantes e das dificuldades de aprendizagem mais frequentes no contexto brasileiro.
FÁVERO, Leonor Lopes; ANDRADE, Maria Lúcia
C. V. O.; AQUINO, Zilda G. O. (org.). Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2017.
Esse livro apresenta questões recorrentes de escrita e de oralidade, além do conhecimento mais atual sobre tais questões e como aplicá-las em sala de aula.
IBARROLA, Begoña. Aprendizaje emocionante: neurociencia para el aula. [S. l.]: SM, 2013. (Biblioteca Innovación Educativa).
Livro que apresenta as descobertas mais significativas da neurociência relacionadas às emoções no processo de ensino e aprendizagem. Desse modo, possibilita ao professor repensar a prática em sala de aula e refletir de que maneira pode ajudar os estudantes a se sentirem mais motivados para aprender melhor.
JONASSEN, David H. Computadores, ferramentas cognitivas: desenvolver o pensamento crítico nas escolas. Porto: Porto Editora, 2007. (Ciências da Educação – Século XXI, 23).
Esse livro busca resolver os maiores dilemas sobre a utilização da tecnologia na aprendizagem, por meio da apresentação tanto de aspectos teóricos quanto de orientações objetivas e claras.
KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim Siebeneicher (org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 4. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino, 25).
A obra abarca reflexões e relatos de pesquisa acerca de gramática, ensino da leitura, produção textual, gêneros textuais, produção de materiais didáticos e letramento digital.
KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2015.
Nesse livro, a autora encara a linguagem como um espaço de interação dos membros de uma sociedade e explica a capacidade humana de interagir socialmente por meio da língua.
KOCH, Ingedore Villaça. As tramas do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.
Esse livro é dedicado a todos os leitores que desejam refletir teoricamente sobre a escrita, a leitura, o mecanismo de construção textual e a capacidade humana de interpretar.
KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
O livro apresenta questões relativas à compreensão das modalidades escrita e falada do texto e aprofunda-se no estudo da construção dos sentidos no texto falado, nas atividades discursivas e em suas marcas linguísticas.
KÖCHE, Vanilda Salton; MARINELLO, Adiane Fogali; BOFF, Odete Maria Benetti. Estudo e produção de textos: gêneros textuais do relatar, narrar e descrever. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
As autoras expõem estudos teórico-analíticos sobre gêneros textuais e apresentam sugestões de atividades com cada um deles, buscando aprimorar a pedagogia dos professores no ensino da língua portuguesa e o letramento dos estudantes.
MARCUSCHI, Beth; SUASSUNA, Lívia (org.). Avaliação em língua portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Disponível em: http://www.ser digital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/8. pdf. Acesso em: 9 maio 2022.
Esse livro reúne conceitos e métodos pedagógicos esclarecedores para o docente, propondo reflexões sobre o porquê ensinar a língua portuguesa e como avaliar seu aprendizado, sugerindo uma reconstrução do nosso conhecimento atual sobre as formas de avaliação do saber dos estudantes.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. (Educação linguística, 2).
A obra traz um panorama sobre a linguística, faz uma análise sobre os gêneros textuais, a leitura e a compreensão dos textos e mostra como a linguagem pode ser utilizada na produção de textos.
MEURER, J. L.; BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée (org.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. (Lingua[gem], 14).
Os autores reúnem e analisam diversas teorias para que o leitor possa enriquecer sua bagagem sobre os conceitos de gênero textual e discursivo sob três abordagens: sociossemiótica, sociorretórica e sociodiscursiva.
MOLLICA, Maria Cecília. Fala, letramento e inclusão social. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.
A autora aborda métodos pedagógicos para auxiliar a apropriação da norma-padrão pelos estudantes, elencando o letramento, a fala, a teoria e a prática como ferramentas para inclusão social.
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática passada a limpo: conceitos, análises e parâmetros. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Lingua[gem]).
A autora aborda a multiplicidade de arranjos linguísticos possíveis, considerando a linguagem tanto como meio de conhecimento e de apreciação de mundo quanto como recurso autoanalítico – a “metalinguagem”, e defende que aos estudantes seja dada a oportunidade de conhecer esses aspectos complexos e extraordinários.
NEVES, Maria Helena de Moura. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na Língua Portuguesa. São Paulo: Contexto, 2006.
Esse livro questiona o atual ensino de língua portuguesa, visto que muitos estudantes saem das escolas sem entender o que leem, e propõe que o método de ensino seja mais científico, para que os estudantes possam utilizar a língua de forma legítima.
OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 17).
Esse livro analisa a gramática normativa e a teoria sobre o ensino da língua portuguesa e propõe reflexões teóricas acerca do método de ensino e da teoria da aprendizagem por parte dos estudantes,
sem deixar de se preocupar com a efetividade do ensino linguístico.
PALOMANES, Roza; BRAVIN, Angela Marina (org.). Práticas de ensino de Português. São Paulo: Contexto, 2012.
A obra apresenta conceitos sobre o processamento cognitivo e a aquisição de conhecimento, além de críticas ao atual ensino da língua portuguesa e seus principais desafios, levando o leitor a ter uma visão mais crítica e analítica e aprimorando o conhecimento do docente.
PEREIRA, Katia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014. (Como usar na sala de aula).
O livro apresenta exemplos práticos e sugestões de atividades para trabalhar as artes visuais em aulas de qualquer área e traz também reflexões sobre arte, cultura e sociedade.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. 2. ed. São Paulo: Mercado de Letras, 2009.
O livro propõe a análise da gramática em sala de aula sob dois pontos de vista: o de não a ensinar, se o objetivo for dominar a variedade padrão da língua, tornando os estudantes leitores hábeis e autores minimamente razoáveis; e o de ensiná-la, apresentando conceitos e uma perspectiva de ensino.
POSSENTI, Sírio. Questões de linguagem: passeio gramatical dirigido. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Educação linguística, 7).
Esse livro aborda e questiona o modo que a língua portuguesa é ensinada nas escolas, buscando alimentar a curiosidade e o interesse no estudo da gramática e tendo em vista que a língua é um objeto complexo sempre em construção.
POSSENTI, Sírio. Questões para analistas do discurso. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. (Lingua[gem], 32).
O autor relaciona problemas e respostas para questões da análise do discurso, como relação entre discurso e texto, leitura, interdiscurso e estilo, entre outras dúvidas respondidas de forma objetiva.
ROJO, Roxane (org.). Escol@ conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino, 40).
Esse livro parte da inevitável realidade de que a tecnologia avança a cada dia e de que é preciso que a forma e as ferramentas utilizadas para o ensino se atualizem e se modernizem, visto que os estudantes são nativos digitais e precisam ser preparados para essa nova característica da sociedade.
ROJO, Roxane; BATISTA, Antônio Augusto Gomes (org.). Livro didático de Língua Portuguesa, letramento e cultura da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 2009.
Reunindo diversos artigos, esse livro questiona as intenções atuais do ensino da língua materna, que hoje em dia só prepara os estudantes para avaliações, e não para a vida cidadã, que é a intenção dos referenciais de ensino. Além disso, a obra aborda o processo avaliativo do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e as propostas de letramento.
ROJO, Roxane Helena; Moura, Eduardo (org.).
Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. (Estratégias e ensino, 29).
Esse livro traz reflexões sobre o desenvolvimento de tecnologias digitais atuais e a necessidade de permitir que os estudantes compartilhem seus conhecimentos culturais, por meio de novas mídias, para construir novas práticas incorporando novas linguagens à sala de aula.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola. Tradução: Glaís Sales Cordeiro e Roxane Rojo. 2. ed. Campinas: Mercado de Letras, 2010.
O livro apresenta questões sobre o ensino dos gêneros escritos e orais na escola, mostrando alguns “caminhos” possíveis na sala de aula e respondendo a dúvidas sobre os modos de fazer e de pensar o ensino de novos conteúdos.
SIGNORINI, Inês (org.). Gêneros catalisadores: letramento e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. (Estratégias de ensino, 3).
A obra reúne trabalhos sobre produção escrita, leitura e análise linguística presentes e ensinadas tanto na escola quanto em cursos de formação continuada dos educadores.
SILVA, Luiz Antônio da (org.). A língua que falamos: português: história, variação e discurso.
São Paulo: Editora Globo, 2005.
O livro traz noções sobre a formação histórica da língua portuguesa e sua situação no mundo, as
variações linguísticas e a língua falada, além de outras pesquisas no campo da linguística.
SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança: hip-hop. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino).
A obra utiliza o hip-hop como ferramenta ativa para o letramento dos estudantes, visto que suas letras retratam diversas desigualdades existentes na sociedade brasileira relacionadas a escolaridade, inserção profissional, classe social, gênero, raça e faixa etária.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2016.
O autor apresenta um quadro de referência para orientar o trabalho do professor, relacionando os objetivos de ensino a concepções de gramática e de linguagem e a avaliações linguísticas, do discurso e do texto.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática: ensino plural. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
Esse livro busca auxiliar o professor a cumprir um “ensino plural”, isto é, possibilitar aos estudantes que desenvolvam diferentes conhecimentos e habilidades linguísticas para utilizá-los em situações variadas.
VARGAS, Maria Valíria. Verbos e práticas discursivas. São Paulo: Contexto, 2011. (Linguagem e ensino).
A obra trata de questões sobre identificação, dominação e ensino do uso adequado de diversos tempos verbais da língua portuguesa, com base em estudos do texto e do discurso.
VIEIRA, Silvia Rodrigues; BRANDÃO, Silvia Figueiredo. Ensino de gramática: descrição e uso.
2. ed. São Paulo: Contexto, 2011.
As autoras falam do desafio que é ensinar a língua portuguesa para os estudantes da atualidade e propõem mudanças nas práticas descritivas e pedagógicas para que o ensino seja otimizado, procurando torná-lo mais objetivo diante da nova realidade escolar.
XAVIER, Glayci; REBELLO, Ilana; MONNERAT, Rosane (org.). Semiolinguística aplicada ao ensino. São Paulo: Contexto, 2021.
Essa obra reúne reflexões baseadas na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, trazendo a aplicação da teoria proposta para o estudo da língua portuguesa em funcionamento com base em uma gramática do sentido.
ISBN 978-85-96-03570-5