É terminantemente proibido

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Ilustrações Irena Freitas yOLandA reyEs É TerMinanTeMenTe prOibidO!

É TerMinanTeMenTe prOibidO!

2a. SãoediçãoPaulo — 2022 yOLandA reyEs

É TerMinanTeMenTe prOibidO! Tradução André de Oliveira Lima Ilustrações Irena Freitas

Copyright da edição brasileira © Editora FTD, 2022 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Copyright do texto © Yolanda Reyes, 1995 c/o Agencia Literaria CBQ, Todosinfo@agencialiterariacbq.comSLosdireitosreservadosà EDITORA FTD Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 www.ftd.com.br | central.relacionamento@ftd.com.br Diretor-geral Ricardo Tavares de Oliveira Diretor de conteúdo e negócios Cayube Galas Gerente editorial Isabel Lopes Coelho Editor Estevão Azevedo Editora assistente Aline Araújo Assistente de relações internacionais Tassia Regiane Silvestre de Oliveira Coordenador de produção editorial Leandro Hiroshi Kanno Preparadora Débora Andrade Revisoras Fernanda Simões Lopes e Lívia Perran Editores de arte e projeto gráfico Daniel Justi e Camila Catto Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno Yolanda Reyes é escritora e educadora colombiana e diretora do Espantapájaros (www.espantapajaros.com), um projeto de formação de leitores. Entre suas obras traduzidas para o português, figuram: Um amor grande demais, selecionado para o catálogo White Ravens, em 1999, Meu bicho de estimação, A casa imaginária: leitura e literatura na primeira infância e Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. Recebeu Menção Especial no Prêmio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar, da Colômbia, por sua coluna no jornal El Tiempo.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Reyes, Yolanda É terminantemente proibido! / Yolanda Reyes; ilustrações Irena Freitas; tradução André de Oliveira Lima. – 2. ed. –São Paulo: FTD, 2022. Título original: Un árbol terminantemente prohibido. ISBN 978-85-96-03248-3

1. Escola - Literatura infantojuvenil 2. Literatura infantojuvenil I. Freitas, Irena. II. Título. 21-93053 CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 028.5 2. Literatura infantojuvenil 028.5 Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CRB-8/7964

Os pais sempre dizem: “Quando eu tinha a sua idade, era o melhor da sala”. Dizem também que o colégio era a época mais divertida da vida, a mais feliz e descomplicada... Dizem e dizem mil maravilhas do gênero.

Claro que os pais já estão há muito tempo fora da escola e são gente de péssima memória. Já não se lembram dos bedéis nem das notas ruins. E digo mais, acho que só se lembram das férias.

APreSenTaÇÃO

Mas as histórias da coleção Histórias de Colégio não são assim. Aconteceram há pouco tempo, em lugares muito próximos, e os alunos que me contaram estão com a memória fresquinha, porque não se preocuparam demais em aprender nomes de acidentes geográficos e dos maiores rios do mundo.

Se por acaso vocês conhecerem um amigo parecido no seu colégio, pensem que é simples coincidência, e não digam para ninguém, para evitar problemas. Já é suficiente o que um aluno tem que resolver em cinco dias da semana, quatro semanas do mês, dez meses do ano, durante doze ou mais anos de estudo. 6

Também fiquei sabendo de histórias muito românticas que aconteceram entre as quatro paredes do colégio. Todas são reais. Como me contaram, eu as conto. Yolanda Reyes 7

Mas, se estão com preguiça, mandem o problema para o professor de Matemática. Com certeza ele vai se divertir resolvendo-o de cabeça e vai incluí-lo na sua próxima prova.

Se são bons na multiplicação, façam a conta do tempo que isso significa: 5 dias × 4 semanas × 10 meses × 12 anos = ..........

E, por falar em professores, não pensem que eles sempre se divertem. Vocês ficariam surpresos em saber tudo o que eles me confessaram. Sei, por exemplo, de uma professora de Música que morria de medo dos monstros do 4o. C. As mãos suavam, os joelhos tremiam e lhe faltava a voz, até que a mãe dela teve que falar com a diretora, porque iam traumatizar sua filhinha.

Na minha escola há muitas coisas terminantemente proibidas. Não podemos levar celulares nem calçar sapatos coloridos. Também não podemos usar as meias abaixo do joelho nem a saia acima dele. É proibido subir nas árvores, fazer guerra de água, deixar comida no prato, desenhar na lousa, ler histórias em quadrinhos, rir na aula...

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Mas, entre as mil e trezentas proibições do regulamento, há uma escrita com letras maiúsculas e sublinhadas: É PROIBIDO TRAZER, COMER, VENDER, COMPRAR OU MASCAR

O chiclete não. E, se pegam alguém estourando uma bola ou simplesmente saboreando com suavidade uma insignificante goma de mascar, armam um escândalo quase igual ao que fazem por causa de uma reprovação.

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É o pior inimigo dos professores, sabe-se lá por quê. Os chocolates, os picolés e toda a família das balas são permitidos.

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Por isso, inventamos muitas formas de esconder os chicletes… No céu da boca ou debaixo da carteira, atrás da orelha, às vezes na sola do sapato ou em outros esconderijos que com certeza vocês podem imaginar, mas que, por precaução, é melhor não escrever nesta página (afinal, nunca se sabe quem pode ler este conto…).

Acontece que atrás da janela da nossa sala, no terreno da horta, havia um esconderijo à prova de chuva e de professores. Ali enterrávamos todos os chicletes da turma, até que um dia apareceu um arbustinho misterioso…

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