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UM aMOr GRAndE DeMAIs
Tradução André de Oliveira Lima Ilustrações Irena Freitas
Copyright da edição brasileira © Editora FTD, 2023
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Copyright do texto © Yolanda Reyes, 1995
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Coordenador de produção editorial Leandro Hiroshi Kanno
Preparadora Marina Nogueira
Revisoras Kandy Saraiva e Lívia Perran
Editores de arte e projeto gráfico Daniel Justi e Camila Catto
Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno
Yolanda Reyes é escritora e educadora colombiana e diretora do Espantapájaros (www.espantapajaros.com), um projeto de formação de leitores. Entre suas obras de ficção infantojuvenil traduzidas para o português, estão: A pior hora do dia, É terminantemente proibido!, Saber perder, Meu bicho de estimação. Entre as obras teóricas, estão: A casa imaginária: leitura e literatura na primeira infância e Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. Recebeu Menção Especial no Prêmio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar, da Colômbia, por sua coluna no jornal El Tiempo.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Reyes, Yolanda
Um amor grande demais / Yolanda Reyes; tradução
André de Oliveira Lima; ilustrações Irena Freitas.
– 2. ed. – São Paulo: FTD, 2023.
ISBN 978-85-96-03933-8
1. Literatura infantojuvenil I. Freitas, Irena. II. Título. 22-136790 CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura infantil 028.5
2. Literatura infantojuvenil 028.5
Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380
APreSenTaÇÃO
Os pais sempre dizem: “Quando eu tinha a sua idade, era o melhor da sala”. Dizem também que o colégio era a época mais divertida da vida, a mais feliz e descomplicada... Dizem e dizem mil maravilhas do gênero.
Claro que os pais já estão há muito tempo fora da escola e são gente de péssima memória. Já não se lembram dos bedéis nem das notas ruins. E digo mais, acho que só se lembram das férias.
Mas as histórias da coleção Histórias de Colégio não são assim. Aconteceram há pouco tempo, em lugares muito próximos, e os alunos que me contaram estão com a memória fresquinha, porque não se preocuparam demais em aprender nomes de acidentes geográficos e dos maiores rios do mundo.
Se por acaso vocês conhecerem um amigo parecido no seu colégio, pensem que é simples coincidência, e não digam para ninguém, para evitar problemas. Já é suficiente o que um aluno tem que resolver em cinco dias da semana, quatro semanas do mês, dez meses do ano, durante doze ou mais anos de estudo.
Se são bons na multiplicação, façam a conta do tempo que isso significa:
5 dias × 4 semanas × 10 meses × 12 anos = ..........
Mas, se estão com preguiça, mandem o problema para o professor de Matemática. Com certeza ele vai se divertir resolvendo-o de cabeça e vai incluí-lo na sua próxima prova.
E, por falar em professores, não pensem que eles sempre se divertem. Vocês ficariam surpresos em saber tudo o que eles me confessaram. Sei, por exemplo, de uma professora de Música que morria de medo dos monstros do 4o . C. As mãos suavam, os joelhos tremiam e lhe faltava a voz, até que a mãe dela teve que falar com a diretora, porque iam traumatizar sua filhinha.
Também fiquei sabendo de histórias muito românticas que aconteceram entre as quatro paredes do colégio. Todas são reais. Como me contaram, eu as conto.
Desde pequeno foi um gigante. Os maiores sapatos. O mais alto da fila. O mais pesado do time de basquete. Quando Maurício caía, a Terra inteira rugia. Estremecia-se com o golpe.
Era exagerado, desproporcional, colossal… Esvaziava a geladeira a cada refeição e sempre ficava com fome. Um tipo fora do comum. Tinha quinze anos e não parava nunca de crescer.