VONTADE de
SABER
GEOGRAFIA Ensino Fundamental – Anos Finais Componente curricular: Geografia
MANUAL DO PROFESSOR
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Neiva Camargo Torrezani • • • •
Licenciada e bacharela em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Especialista em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela UEL-PR. Mestra em Geografia pela UEL-PR. Atuou como professora de Geografia em escolas da rede particular de ensino.
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São Paulo
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Copyright © Neiva Camargo Torrezani, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica Projeto e produção editorial Edição Assistência editorial Revisão e preparação Projeto gráfico Edição de arte Iconografia Tratamento de imagens Diagramação Editoração eletrônica
Antonio Luiz da Silva Rios Silvana Rossi Júlio Roberto Henrique Lopes da Silva João Paulo Bortoluci Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sergio Cândido StockStudio/Shutterstock.com Vinicius Fernandes Lilian Semenichin Adriana Soares Elaine Bueno Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno Scriba Soluções Editoriais Karolyna Aparecida Lima dos Santos Raffael Garcia da Silva Amanda de Camargo Mendes, Moisés Manzano da Silva Laís Garbelini Barbara Sarzi Soraya Pires Momi Equipe Scriba Leda Teodorico Renan de Oliveira
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Torrezani, Neiva Camargo Vontade de saber : geografia : 7o ano : ensino fundamental : anos finais / Neiva Camargo Torrezani. — 1. ed. — São Paulo : Quinteto Editorial, 2018. “Componente curricular: Geografia.” ISBN 978-85-8392-157-8 (aluno) ISBN 978-85-8392-158-5 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Título. 18-20788
CDD-372.891 Índices para catálogo sistemático:
1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
QUINTETO EDITORIAL Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970
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Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
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Apresentação As transformações que estão ocorrendo no mundo globalizado têm exigido, cada vez mais, mudanças na educação. É preciso formar cidadãos capazes de analisar e interpretar criticamente a grande quantidade de informações transmitidas a eles diariamente. Nesse sentido, esta coleção foi elaborada e organizada para o ensino de conceitos e temas geográficos, mas também para colaborar com esse objetivo. A fim de contribuir ainda mais com esse trabalho, este Manual do professor apresenta-se como um guia prático com comentários e sugestões que cooperam com o trabalho docente, tornando as aulas mais atraentes e agradáveis. Inicialmente, este manual apresenta textos que discorrem sobre a importância do ensino de Geografia, destacando também os principais objetivos que norteiam o processo de ensino-aprendizagem dessa disciplina na presente coleção. Ainda nessas orientações iniciais, você pode encontrar informações sobre a estrutura da obra, ou seja, a maneira como os capítulos do volume estão organizados, além de mapa de conteúdos do ano letivo com os principais conceitos e noções, objetos de conhecimento, habilidades, competências e temas contemporâneos presentes na obra. Já as laterais e os rodapés das orientações específicas apresentam sugestões para o desenvolvimento dos capítulos e para o trabalho em sala de aula. São apresentados comentários a respeito de algumas atividades, sugestões de como trabalhar alguns conceitos, atividades complementares, entre outros. Há, também, textos adicionais, extraídos de fontes variadas, que contemplam diferentes assuntos tratados nos capítulos e que apresentam informações úteis para o professor e, em muitos casos, para os alunos. Esses textos permitem ao professor aprofundar seus conhecimentos e podem ser úteis na preparação das aulas. Espero, sinceramente, que você, professor, realize um bom trabalho! A autora.
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Sumário A estrutura da obra ...........................................V Livro do aluno ................................................................................................ V Manual do professor ..................................................................................XI Material digital ..........................................................................................XIV
A Base Nacional Comum Curricular ...............XV As competências da BNCC ...................................................................XVI Os temas contemporâneos e a formação cidadã ................. XVIII
O papel do professor .......................................XX Práticas pedagógicas ..................................... XXI A avaliação ...................................................................................................XXI A defasagem em sala de aula ..........................................................XXIII O ensino interdisciplinar ...................................................................XXIV A competência leitora .........................................................................XXVI Recursos didáticos .............................................................................. XXVII
Proposta teórico-metodológica da coleção ...................................................... XXX O ensino de Geografia .......................................................................... XXX Importantes estratégias para o ensino de Geografia ........XXXIV Principais conceitos/categorias da Geografia ................... XXXVII
Habilidades do 7o ano de Geografia na BNCC ..................................................... XLI Quadro de conteúdos Geografia 7o ano ....... XLII Referências bibliográficas .......................... XLVII
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A estrutura da obra Livro do aluno A presente coleção é composta de quatro volumes, correspondentes aos anos finais do Ensino Fundamental: 6o, 7o, 8o e 9o anos. Cada volume apresenta oito capítulos, organizados internamente em temas e subtemas. Os capítulos têm início em páginas de abertura duplas, que apresentam recursos deflagradores dos assuntos a serem estudados. As páginas de conteúdos são organizadas em textos principais intercalados com diferentes seções e boxes, que complementam, ampliam e dinamizam o trabalho teórico. Em alguns momentos, em meio à teoria, algumas questões são sugeridas com o pro-
pósito de investigar o conhecimento prévio dos alunos, incentivando sua colaboração no estudo do tema abordado. De modo geral, cada capítulo é composto de dois blocos de atividades. Antes do último bloco, constará uma seção cuja intenção é, além da leitura e interpretação de textos e imagens, contextualizar o que foi estudado com situações e/ou acontecimentos locais ou globais. Os capítulos são encerrados com uma seção que visa recapitular o que foi estudado. Veja, a seguir, informações mais detalhadas sobre a estrutura dos capítulos.
Página de abertura Tem como principais objetivos explorar o conhecimento prévio e despertar o interesse dos alunos em relação aos temas que serão abordados. Por meio de imagens e textos nas aberturas, o professor vai encontrar alguns questionamentos para análise dos recursos apresentados. Esses questionamentos propiciam a exploração de habilidades fundamentais para o estudante, como observação, comparação, investigação, reflexão e descrição. Além disso, com a mediação do professor, o leque de interpretações pode ser aberto e enriquecido. Há questões específicas de exploração do conhecimento prévio que propiciam um importante momento de interação e troca de ideias entre professor e alunos, assim como dos alunos entre si. As questões propostas nessa
página de abertura podem ser muito úteis, também, como forma de comparar os conhecimentos dos alunos antes e depois do trabalho com os assuntos do capítulo. O papel do professor como mediador é fundamental para que os objetivos propostos nas aberturas e, consequentemente, o ensino
da disciplina, sejam alcançados. No processo de ensino-aprendizagem, o professor trabalha como mediador para que o aluno supere o senso comum e construa um conhecimento mais sistematizado. O aluno deve perceber que o conteúdo estudado no decorrer dos capítulos está relacionado à realidade de onde vive.
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Geografia em foco Essa seção terá por finalidade ampliar e/ou aprofundar o assunto estudado, visto que a complexidade de alguns deles exige um trabalho diferenciado. Por meio dessa seção serão apresentados aos alunos conceitos e temas importantes para a construção do conhecimento geográfico, relacionados à teoria apresentada. Em alguns momentos, essa seção poderá desempenhar uma função menos teórica, na qual será possível desenvolver trabalhos que envolvam acontecimentos factuais, com novas leituras de textos e imagens interessantes que contribuirão para o enriquecimento do assunto estudado. Além disso, a seção permitirá desenvolver conteúdos procedimentais, muito importantes para o ensino de Geografia.
Momento da Cartografia A Cartografia é uma ferramenta muito importante para o ensino de Geografia, uma vez que, por meio dela, é possível representar diferentes aspectos do espaço geográfico. Essa seção terá como principal objetivo desenvolver, cada vez mais, as noções cartográficas dos educandos, seja ampliando as que eles já possuem, seja criando situações em que possam se apropriar de novos conhecimentos. Além disso, nessa seção, por meio do trabalho com a Cartografia Escolar, será possível desenvolver conteúdos procedimentais que envolvam produção, leitura e interpretação de representações gráficas. Desse modo, o aluno será fundamentado na compreensão do espaço geográfico, por meio da elaboração das competências e habilidades que deve desenvolver. Os temas cartográficos são trabalhados com graus de complexidade que respeitam o nível cognitivo dos alunos.
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Investigando na prática Essa seção tem por finalidade desenvolver atividades investigativas de um dos temas apresentados no capítulo. As atividades propostas podem ser realizadas em sala de aula, em casa, no pátio da escola ou em um trabalho de campo. Com elas, os alunos podem desenvolver habilidades práticas de análise das características naturais e sociais do espaço geográfico que os cerca. Outro objetivo dessa seção é fazer a aproximação entre as teorias e as práticas geográficas, incentivando assim o levantamento de hipóteses por meio de questionamentos e conduzindo o assunto de modo a desenvolver os conhecimentos geográficos.
Explorando o tema Seção apresentada em todos os capítulos. Diferentes recursos são utilizados, como textos teóricos, literários, jornalísticos ou textos elaborados pela autora que, acrescidos de imagens diversas, como mapas, gráficos, fotografias e ilustrações, levarão o aluno a refletir sobre temas contemporâneos, indicados pela BNCC. Em geral acompanhada de questionamentos, debates e sugestões de pesquisa, essa seção contribui para o aprimoramento da aprendizagem dos alunos, estimulando-os à reflexão e à tomada de atitudes em situações que envolvem essas temáticas.
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Encontro com... Os diversos assuntos nos quais os conhecimentos geográficos estão integrados aos saberes de outras ciências são abordados nessa seção. Nela, você pode realizar trabalhos em conjunto com professores de outras disciplinas, a fim de contribuir para o enriquecimento do tema estudado, propiciando a compreensão dos alunos de modo abrangente.
Atividades As atividades apresentam respostas para o professor, porém é fundamental que os alunos sejam estimulados a elaborar respostas com suas próprias palavras, baseadas na interpretação dos assuntos trabalhados, e não produzir uma simples cópia. Os debates, quando apresentados, têm como principal objetivo estimular atitudes voltadas à socialização, à colaboração, ao respeito às opiniões dos colegas e, sobretudo, à tomada de decisões.
Essas atividades têm como objetivo principal desenvolver habilidades fundamentais para a compreensão dos assuntos trabalhados, além de verificar e revisar o que foi estudado. Os questionamentos sugeridos contribuem com a formação da competência leitora, visto que, para respondê-los de maneira satisfatória, os alunos precisam retomar o que foi estudado.
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Bloco de atividades com questões não consumíveis sugeridas para serem realizadas em sala de aula. Essa seção está organizada em três subseções:
Atividades • Exercícios de compreensão Composta de questões de verificação de conteúdo.
Atividades • Geografia no contexto Composta de atividades mais contextualizadas, com a exploração de diferentes recursos, como imagens, reportagens, charges etc.
Atividades • Pesquisando Composta de atividades que necessitam de pesquisa para serem concluídas.
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Os boxes Os boxes são utilizados nesta coleção com o objetivo de complementar os assuntos estudados e torná-los mais interessantes para os alunos.
Boxe complementar Ampliar o conhecimento dos educandos, com novas leituras de textos e imagens interessantes, que tragam assuntos relacionados ao tema em estudo, também está entre os objetivos de ensino desta coleção. Desse modo, apresentamos algumas sugestões nesses boxes, com o intuito de complementar o assunto estudado, aprimorar a competência leitora e auxiliar na elaboração do saber geográfico dos alunos.
Sugestão de livros
Sugestão de filmes
Apresenta a sinopse de livros que tratam de temas relacionados ao assunto estudado.
Apresenta a sinopse do filme que contextualiza e enriquece o tema abordado. visite
Sugestão de sites
Visita
Apresenta a descrição resumida e o endereço do site que contextualiza e enriquece o tema abordado.
Sugestão de visita a lugares como museus feiras-livres, praças etc., com o intuito de complementar o estudo dos temas abordados em sala de aula.
Os ícones Para ajudar a organizar o estudo dos alunos e o andamento das aulas, a coleção conta com ícones que indicam o momento dos questionamentos ao longo do livro. Veja a seguir explicações sobre cada um deles.
Ícone oral
Ícone no caderno
Ícone proporção
Ícone cor
Este ícone indica que a resposta da atividade deve ser apresentada oralmente.
Este ícone indica que a resposta da atividade deve ser realizada no caderno.
Este ícone indica que o elemento representado está fora de proporção em relação à realidade.
Este ícone indica que as cores dos elementos representados se assemelham à realidade.
Refletindo sobre o capítulo Seção localizada no final de todos os capítulos. Essa seção trará afirmações relacionadas aos principais assuntos estudados no capítulo. Com base nelas, o aluno será orientado a refletir e a realizar uma autoavaliação, estabelecendo relações com o que aprendeu.
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Manual do professor O Manual do professor apresentado nesta coleção é organizado em duas partes. Na primeira, que está localizada no início de cada volume, estão presentes as informações gerais sobre a coleção, as relações estabelecidas com a BNCC e a fundamentação teórico-metodológica adotada. A se-
gunda parte do manual, por sua vez, é composta de orientações nas laterais e nos rodapés, que buscam subsidiar e complementar o trabalho em sala de aula. A seguir, veja as características das seções presentes neste manual.
Sugestão de atividade Serão indicadas sugestões de atividades a serem abordadas pelo professor com a turma, para aprofundar os conteúdos quando oportuno.
Indicações de outras fontes As Orientações gerais também apresentam indicações de livros, sites e filmes para ampliar seus conhecimentos.
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BNCC Objetivos do capítulo No início de cada capítulo, são apresentados os objetivos a serem desenvolvidos pelos alunos. Você pode utilizar essa seção como modo de orientar suas aulas e também para acompanhar o aprendizado dos alunos.
Orientações gerais A fim de orientar o trabalho com os conteúdos (proposto em páginas de teoria e em seções, como Momento da Cartografia e Explorando o tema), serão apresentadas instruções, informações complementares, sugestões e outras orientações que vão auxiliá-lo na condução da aula.
Nessa seção são indicadas as relações entre os conteúdos da coleção e a BNCC. Assim, são elencados os temas contemporâneos, as competências gerais, as competências específicas para a área de Ciências Humanas e para o componente curricular Geografia, bem como as habilidades.
Respostas Esse boxe é utilizado sempre que houver necessidade de apresentar resposta às questões nas laterais ou nos rodapés.
Textos complementares Nas Orientações gerais também serão apresentados textos que poderão contribuir com a sua formação ou ser utilizados no trabalho com os alunos.
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Integrando saberes Esse boxe apresenta as relações de determinados conteúdos com outros componentes curriculares, possibilitando uma articulação entre as diferentes áreas do conhecimento.
Material audiovisual Nas indicações relacionadas a esse tipo de material, são apresentadas sugestões de arquivo de áudios e vídeos que possibilitam uma complementação do conteúdo abordado no livro do aluno.
Material digital Esse quadro apresenta sugestões ao longo do conteúdo para a utilização do material digital (sequências didáticas, projetos integradores e avaliações).
Refletindo sobre o capítulo Ao final de cada capítulo são apresentadas orientações para o professor explorar essa seção com os alunos, auxiliando-os na autoavaliação e verificando o desenvolvimento das habilidades da BNCC.
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Material digital Esta coleção oferece um Material digital que foi elaborado para contribuir com a organização do trabalho do professor em sala de aula. Assim como este manual, o Material digital apresenta recursos que propiciam o desenvolvimento de objetos de conhecimento e habilidades em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esses recursos são organizados em: planos de desenvolvimento, projetos integradores, sequências didáticas, propostas de acompanhamento das aprendizagens e material audiovisual. Cada um dos elementos que compõem o Material digital está estruturado em bimestres e alinhado a esta coleção. Neste Manual do professor, são identificadas oportunidades para aplicação deles junto aos alunos. Vale salientar que essas oportunidades configuram um complemento ao trabalho em sala de aula, portanto não devem ser consideradas como as únicas ferramentas de ensino. A seguir, são descritos mais detalhes sobre os elementos que compõem esse material.
Plano de desenvolvimento Cada bimestre apresenta um plano de desenvolvimento. O plano de desenvolvimento apresenta um panorama da distribuição dos objetos de conhecimento e suas respectivas habilidades na BNCC em cada bimestre do livro do aluno. Além disso, esse elemento reúne orientações que podem auxiliar o trabalho do professor em diversos momentos. Seguem algumas delas. • Práticas didático-pedagógicas relacionadas às habilidades desenvolvidas em cada bimestre. • Práticas recorrentes na sala de aula que favorecem o desenvolvimento de habilidades vinculadas aos conteúdos do bimestre. • Objetivos de aprendizagem e habilidades essenciais para os alunos avançarem nos estudos. • Indicações de livros, filmes, sites, entre outras fontes de pesquisa e consulta que se relacionam aos conteúdos do bimestre.
• Projeto integrador que articula objetos de conhecimento e habilidades de diferentes componentes curriculares.
Projeto integrador Cada plano de desenvolvimento apresenta um projeto integrador. Além de viabilizar o trabalho com componentes curriculares integrados, esse recurso é organizado em etapas conduzidas de modo a auxiliar na gestão da sala de aula e no acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Cada etapa desenvolve atividades direcionadas à elaboração de um produto final a ser apresentado pelos alunos aos seus familiares, a toda a comunidade escolar ou à comunidade em geral.
Sequências didáticas Para cada bimestre são apresentadas três sequências didáticas. As sequências didáticas são atividades complementares, independentes do livro do aluno, conduzidas de modo a auxiliar na gestão da sala de aula e com orientações a respeito do acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Esses recursos se organizam com base em objetivos de aprendizagens relacionados aos objetos de conhecimento e às habilidades propostos no plano de desenvolvimento para cada bimestre.
Proposta de acompanhamento da aprendizagem O Material digital oferece ferramentas bimestrais para contribuir no processo de acompanhamento da aprendizagem dos objetos de conhecimento e habilidades desenvolvidos a cada bimestre. Cada proposta de acompanhamento da aprendizagem é composta de uma avaliação e uma ficha de acompanhamento das aprendizagens.
Avaliação Cada avaliação apresenta dez questões em uma estrutura pronta para ser entregue aos alunos. Essas avaliações são acompanhadas de gabaritos que contemplam as respostas
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corretas, possíveis interpretações das respostas dos alunos e sugestões de reorientação de planejamento, de modo a contribuir com o acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Além disso, as avaliações apresentam uma grade de correção com o objetivo de facilitar a aferição das habilidades avaliadas.
Ficha de acompanhamento das aprendizagens As fichas de acompanhamento das aprendizagens são instrumentos que possibilitam uma aferição de aprendizagem objetiva em relação aos objetivos de aprendizagem do bimestre. Essas fichas são in-
dividuais e podem auxiliar o trabalho do professor, principalmente, nas reuniões do conselho de classe e no atendimento dos pais ou responsáveis pelos alunos.
Material digital audiovisual O material digital audiovisual é direcionado aos alunos e composto de áudios e vídeos que podem ser utilizados para sintetizar os assuntos estudados, aprofundar conceitos ou contribuir para a compreensão de determinados conteúdos. Esse material é direcionado ao estudante e tanto o livro do aluno quanto este manual identificam oportunidades em que os áudios e vídeos sugeridos podem ser trabalhados.
A Base Nacional Comum Curricular A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem como objetivo definir as aprendizagens essenciais que os alunos desenvolverão de modo progressivo ao longo das etapas da educação básica. Em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, esse documento normativo apresenta uma concepção de educação baseada em princípios éticos, políticos e estéticos que favorecem a formação integral dos estudantes. Nesse sentido, a BNCC valoriza a formação cognitiva dos alunos, mas também reconhece a necessidade de trabalhar com aspectos socioemocionais, buscando combater problemas como o preconceito e valorizar a diversidade. Além disso, a BNCC apresenta orientações para a construção de uma sociedade justa, democrática, inclusiva e preocupada com os problemas contemporâneos. Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as
necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 14. Disponível em: <http://basenacionalcomum. mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.
Na etapa do Ensino Fundamental (Anos Finais), a BNCC sugere que seja feito um trabalho de retomada e aprofundamento do que foi desenvolvido na etapa dos Anos Iniciais, principalmente por causa da maior especialização assumida pelos componentes curriculares. Nos Anos Finais, os alunos devem fortalecer também sua autonomia ao refletir de modo crítico, realizando argumentações coerentes, análises embasadas criteriosamente e buscando sempre valorizar o diálogo e os princípios dos direitos humanos. Nesse período da vida escolar, os estudantes vivenciam uma etapa de transição à adolescência, o que impõe muitos desafios em relação à formação de sua personalidade, por exemplo. Eles também estão inseri-
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dos em uma cultura digital em ascensão, que deve ser pouco a pouco incorporada pela escola de modo crítico e responsável. Considerando esse contexto, a BNCC pre-
tende contribuir para evitar análises superficiais, fragmentadas e imediatistas, buscando fornecer subsídios para o desenvolvimento pleno, social e pessoal dos alunos.
As competências da BNCC A organização da BNCC foi estabelecida por meio da definição de competências gerais, competências específicas de área e competências específicas dos componentes curriculares. Nesta coleção, as competências gerais serão trabalhadas ao longo dos conteúdos,
nas atividades e nas propostas disponibilizadas nas orientações ao professor. Nesses momentos, os alunos serão incentivados a realizar reflexões que os levem a desenvolver seu senso crítico e sua capacidade de mobilização social diante dos desafios contemporâneos.
Competências gerais da BNCC 1 Valorizar e utilizar os conhecimentos historica-
mente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à
abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3 Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4 Utilizar diferentes linguagens ‒ verbal (oral ou
visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital ‒, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5 Compreender, utilizar e criar tecnologias digi-
tais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6 Valorizar a diversidade de saberes e vivências
culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7 Argumentar com base em fatos, dados e infor-
mações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde
física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 9-10. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.
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O trabalho com desenvolvimento das competências gerais auxilia os alunos a estabelecer relações com sua vida cotidiana, resolver problemas e atuar de modo consciente no mundo. Algumas iniciativas em sala de aula podem favorecer o trabalho com as compePesquisa
tências gerais, auxiliando os alunos a mobilizar seus conhecimentos para se tornarem pessoas atuantes na sociedade. Leia a seguir algumas estratégias didáticas que podem ser desenvolvidas para que as competências gerais sejam contempladas no trabalho com esta coleção.
Diálogo
Produção de textos escritos
CG 1, 2, 5
CG 4, 7, 8, 9
CG 1, 4, 7
Em atividades que permitem desenvolver essas competências, os alunos são orientados a usar de modo responsável os meios digitais, além de exercitar sua curiosidade intelectual.
Diferentes abordagens de diálogo são propostas ao longo da coleção, nas quais os alunos são levados a utilizar diversas linguagens para se expressar, desenvolvendo também a capacidade de argumentação.
Durante a coleção, os alunos poderão utilizar os conhecimentos construídos ao longo dos capítulos para expressar-se por meio da linguagem escrita para argumentar, formular reflexões, registrar informações etc.
Contexto local
Interpretação
Análise de imagens
CG 6, 8, 10
CG 1, 4, 7
CG 1, 2, 3
Em alguns momentos da coleção, serão estabelecidas relações entre os conteúdos e o contexto de vivência dos alunos. Desse modo, eles poderão refletir sobre a realidade em que vivem para que possam propor possíveis intervenções.
Para compreender de modo crítico os conteúdos apresentados no material, é necessário trabalhar a capacidade de interpretação. Desse modo, os alunos terão fundamentação para explicar a realidade e reconhecer a diversidade.
As análises de imagens permitem que os alunos desenvolvam seu senso estético, valorizando diferentes manifestações culturais.
Esta coleção também contempla as competências específicas de área e as competências específicas dos componentes curriculares, propostas pela BNCC. Competências específicas de Ciências Humanas 1 Compreender a si e ao outro como identidades
diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos.
2 Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo.
3 Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.
4 Interpretar e expressar sentimentos, crenças e
dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
5 Comparar eventos ocorridos simultaneamente
no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.
6 Construir argumentos, com base nos conheci-
mentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabili-
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dade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.
7 Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 355. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.
Competências específicas de Geografia 1 Utilizar os conhecimentos geográficos para en-
tender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.
2 Estabelecer conexões entre diferentes temas do
conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.
3 Desenvolver autonomia e senso crítico para
compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.
4 Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.
5 Desenvolver e utilizar processos, práticas e pro-
cedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia.
6 Construir argumentos com base em informa-
ções geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
7 Agir pessoal e coletivamente com respeito,
autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 364. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.
Os temas contemporâneos e a formação cidadã No decorrer desta coleção, procuramos estimular os alunos à participação social, política e cidadã. Para isso, nesta obra, os alunos encontrarão auxílio para compreender a cidadania como a efetivação de seus direitos básicos, de modo a combater as diversas formas de segregação. É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se de uma palavra usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente. Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento, processar um médico que tenha agido com negligência. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o
direito de ser negro, índio, homossexual, mulher, sem ser discriminado. De praticar uma religião sem ser perseguido. Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios da cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento está o respeito à coisa pública. O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. [...] DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 2005. p. 12-13.
Ao longo da coleção, a noção de cidadania será trabalhada de modo integrado aos temas contemporâneos apontados pela BNCC. Conheça mais sobre esses temas no quadro abaixo.
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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado no Brasil em 1990, trata da necessidade de conceder proteção integral à criança e ao adolescente, atribuindo prioridade a essa parcela da sociedade em diversos setores públicos e na destinação de recursos. Essa nova concepção acerca das crianças e dos adolescentes passou a compreendê-los como pessoas em estágio de desenvolvimento e que requerem atenção e proteção da sociedade como um todo. Nesse sentido, prima-se por uma educação que destaque elementos como a prevenção do trabalho e a exploração infantil, a promoção da convivência familiar saudável, a prevenção da violência intrafamiliar, além do incentivo e apoio à ampliação do universo cultural das crianças e adolescentes. Problemas relacionados à convivência no trânsito se impõem como um dos grandes desafios atuais, principalmente em um mundo cada vez mais urbanizado e com escassos investimentos em planejamento de infraestrutura. Nesse sentido, a educação para o trânsito tem como objetivo contribuir para reflexões sobre posturas responsáveis e sustentáveis de pedestres, ciclistas e motoristas. Considerando as perspectivas alarmantes divulgadas nos últimos anos sobre a situação do planeta, discutir a educação ambiental na escola tornou-se algo essencial. Essa formação visa preparar cidadãos que sejam preocupados, conscientes e que consigam tomar atitudes adequadas em relação ao consumo de recursos, à poluição, ao despejo indevido de resíduos, à implantação de energias alternativas, entre outras questões. Nesse sentido, assuntos como o desenvolvimento sustentável e o consumo consciente devem fazer parte do cotidiano dos alunos. A preocupação com a alimentação e com o aprimoramento nutricional também é muito importante no contexto atual. Com os altos níveis de industrialização vivenciados nos últimos anos e com a aceleração do ritmo de vida imposta pelo sistema capitalista, nos submetemos a uma alimentação muitas vezes de má qualidade e sem critérios adequados para saúde. Assim, a educação nutricional se faz necessária, para que possamos identificar e seguir melhores hábitos. O Estatuto do Idoso foi aprovado no Brasil em 2003, visando garantir o bem-estar das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Nesse documento, uma série de leis busca promover o respeito, a autonomia, a integração e a participação efetiva dos idosos na sociedade brasileira. A educação tem um papel relevante a cumprir na efetivação dessas leis, atuando na conscientização dos alunos sobre a importância das pessoas idosas em nossa sociedade, buscando promover a sociabilização e o compartilhamento de experiências entre pessoas idosas e alunos. A noção de direitos humanos foi construída historicamente, ao longo de anos de lutas e mobilizações. Tratar o outro com dignidade, considerando sua condição humana fundamental, é um dever de todos. A escola se apresenta então como um espaço ideal para que essas noções sejam discutidas. Desse modo, busca-se combater concepções e atitudes que tenham como base perspectivas discriminatórias. A aprovação de leis afirmativas, como a lei no 10.639, de 2003, que determinou a introdução do ensino de história da África e da cultura afro-brasileira, e a lei no 11.645 de 2008, que estabeleceu a obrigatoriedade da inclusão de história e cultura dos povos indígenas aos alunos dos níveis fundamental e médio, colabora para a desconstrução de preconceitos e estereótipos sobre africanos e indígenas, fortemente impregnados no conteúdo escolar. No caso da inserção da história da África e da cultura afro-brasileira e da história e cultura indígenas nos currículos dos ensinos fundamental e médio, vemos a expansão dos direitos de grupos tradicionalmente marginalizados, os quais têm agora sua cultura e sua contribuição para a construção da sociedade brasileira reconhecidas, ao mesmo tempo que as especificidades desses grupos devem ser valorizadas como responsáveis por contribuições originais na formação de nosso povo.
Direitos da criança e do adolescente
Educação para o trânsito
Educação ambiental
Educação alimentar e nutricional
Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso
Educação em direitos humanos
Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena
Saúde A escola apresenta um papel importante nas reflexões dos estudantes sobre sua saúde. Os conhecimentos apreendidos com base nos componentes curriculares e na convivência diária no ambiente escolar devem sempre contribuir para a formação de hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos e a higiene, além de promover o cuidado com o bem-estar físico, mental e emocional. Conceber a convivência familiar e social como um tema significativo de ser abordado com os estudantes faz parte da proposta de educação integral. Assim, é necessário que se tenha na escola reflexões sobre: diferentes constituições familiares, conceito de concepções patriarcais e matrilineares, papel dos membros familiares, regras de convivência com diferentes grupos, importância do diálogo e do respeito, entre outras discussões.
Vida familiar e social
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Educação para o consumo
Educação financeira e fiscal
Nos últimos anos, o estabelecimento de políticas responsáveis de consumo tem sido um grande desafio, levando em conta a repercussão dos meios de comunicação em incentivar o consumo de bens e serviços de modo desenfreado. Com isso, a educação para o consumo visa contribuir para que os estudantes analisem criticamente o contexto atual, identificando assim atitudes consumistas e possíveis alternativas sustentáveis em seu dia a dia. É papel do cidadão compreender as dinâmicas que envolvem a aplicação de investimentos tributários pelo poder público e também saber lidar com aspectos da economia. Assim, a escola pode contribuir para a formação inicial dos estudantes em relação à educação financeira, apresentando reflexões que envolvam noções de planejamento financeiro, aplicação, investimentos, consumo consciente, tomada de decisões etc.
Trabalho
Ciência e tecnologia
Diversidade cultural
Reflexões sobre as relações de trabalho são importantes para os alunos compreenderem de modo crítico o mundo em que vivemos. Temas como trabalho infantil, desemprego, direitos trabalhistas, importância dos sindicatos e trabalho escravo devem ser abordados em sala de aula para auxiliar os alunos a perceber as dinâmicas do sistema capitalista nas quais estão inseridos. A partir de discussões como essas, é possível auxiliar os alunos a analisarem as condições adversas que podem estar presentes em seu dia a dia, como é o caso da desigualdade social. Refletir criticamente sobre as aplicações do desenvolvimento científico, analisando as tecnologias sob diferentes perspectivas e olhares, torna-se essencial no contexto contemporâneo. O espaço escolar deve estar aberto às transformações e às modernizações, aplicando-as com responsabilidade e capacitando os alunos a desenvolver o uso consciente desses recursos. Entrar em contato com povos e culturas variados permite aos estudantes desenvolverem a ideia de diversidade, reconhecendo, portanto, que o mundo é formado por diferentes modos de vida e tradições. Uma educação escolar voltada à valorização da diversidade favorece a desconstrução de ideias etnocêntricas. Nesse sentido, o Brasil surge como país privilegiado para discutir tais questões, vista a grande diversidade de etnias que contribuíram para a formação do povo brasileiro.
O papel do professor O professor vem desempenhando cada vez mais um papel de mediador entre os conteúdos específicos de cada componente curricular e os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Assim, o professor deve desenvolver de maneira constante a reflexão para demonstrar que o ato de estudar não é apenas fundamental, mas também prazeroso, despertando, assim, o interesse dos alunos. A união entre teoria e prática geralmente ocorre quando o professor propicia aos alunos momentos em que eles possam debater, refletir e emitir opiniões sobre acontecimentos ocorridos em contextos locais e mundiais. Dessa forma, a prática reflexiva sobre os conteúdos estudados é essencial para o ensino contextualizado. É fundamental que o professor tenha sensibilidade para perceber as singularida-
des do relacionamento professor-aluno e aluno-aluno, intervindo em casos de possíveis dificuldades de aprendizagem e conduzindo suas aulas de modo a promover a construção do conhecimento pautada em respeito e empatia. Para isso, o docente deve ter autonomia, tanto perante seus alunos quanto perante os colegas. Essa autonomia refere-se à capacidade de fazer escolhas e de posicionar-se, participando de maneira cooperativa diante de percalços e desafios. É importante que, ao adotar essa postura, o professor se esquive de atitudes impositivas, alheias ao interesse coletivo, e se dispa de conceitos preestabelecidos. Além disso, faz parte do papel do professor estimular a autonomia do estudante, a fim de que ele assuma um papel proativo em sala de aula – e, também, fora dela –, encorajando e sendo encorajado ao questio-
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namento e à argumentação em suas tomadas de decisões. Para isso, o professor deve assumir a responsabilidade no processo ensino-aprendizagem, preservando a consciência de que suas ações refletem diretamente no desenvolvimento dos alunos.
Para adotar a postura mediadora, a formação do professor deve ser constante, extrapolando a sua formação inicial e firmando-se em uma carreira docente construída por meio da observação dos alunos e da atualização de práticas e conteúdos.
Práticas pedagógicas A avaliação A importância da avaliação A avaliação é um instrumento que o professor possui para diagnosticar, analisar, sistematizar e orientar suas ações pedagógicas. Entende-se a avaliação como um diálogo contínuo entre professor e aluno, uma vez que, quando elaborada em concordância com o conteúdo ensinado, serve como resposta concreta à prática do professor e ao processo de ensino-aprendizagem. No contexto em que atua, deve estar claro para o professor que além de a avaliação ser importante, seu processo deve ser contínuo e não se restringir a resultados ou a momentos definidos e estanques, pois ela diagnostica os reais problemas e defasagens na aprendizagem dos alunos e colabora para a evolução de seu conhecimento. Segundo Bonesi e Souza, a avaliação é definida como: [...] o ato por meio do qual A e B avaliam juntos a prática implementada, as aprendizagens efetivadas, as conquistas erigidas, o desenvolvimento conquistado, os obstáculos encontrados ou os erros e equívocos porventura cometidos. Daí seu caráter dialógico. BONESI, Patrícia Góis; SOUZA, Nadia Aparecida de. Fatores que dificultam a transformação da avaliação na escola. Estudos em avaliação educacional, v. 17, n. 34, maio/ago. 2006. p. 134.
Assim, professores e alunos participam da avaliação, que só acontece efetivamente se as dificuldades, os erros e os acertos fizerem sentido para ambos, como uma via de mão dupla para o ensino e a aprendizagem.
O professor pode desenvolver, dentro de sua atuação em sala de aula, três tipos de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa (também conhecida como classificatória). A avaliação diagnóstica deve ser realizada a cada início de um ciclo de estudos, já que se constitui uma sondagem do que os alunos conhecem, ao mesmo tempo que é uma projeção do que o professor deverá planejar para seu trabalho com os próximos conteúdos. Segundo Santos e Varela (2007, p. 4), “É uma etapa do processo educacional que tem por objetivo verificar em que medida os conhecimentos anteriores ocorreram e o que se faz necessário planejar para selecionar dificuldades encontradas.”. Já a avaliação formativa é importante que seja utilizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem, pois está relacionada aos aspectos que proporcionam a formação dos alunos e considera o processo de aprendizagem tão importante quanto aquilo que se aprende. A avaliação formativa privilegia a observação do processo ensino-aprendizagem por meio de diversos instrumentos que podem ser utilizados para verificar o alcance dos objetivos almejados, o domínio do conhecimento, os avanços, as dificuldades em que o aluno necessita de uma nova abordagem. O erro é visto como parte integrante de uma caminhada e revela a necessidade interventiva em determinado conteúdo ou em dado momento. GAVASSI, Susana Lisboa. Avaliação formativa: um desafio aos professores das séries finais do ensino fundamental. Medianeira: UTFPR, 2012. p. 21.
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A avaliação somativa pretende ajuizar o progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativa e obter indicadores que permitam aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativo a um todo sobre o qual, até então, só haviam sido feitos juízos parcelares. É fato que a avaliação somativa é a mais utilizada nas escolas e que, em muitos casos, representa um caráter classificatório. Cabe ao professor pensar na avaliação como um processo que vai além de sua mera realização, que precisa ser cuidadosamente elaborado. O resultado dessa avaliação, por sua vez, deve ser devolvido e revisado com os alunos, para perceberem o ensino como um processo, o que implica rever os motivos de seus erros a fim de avançar na aprendizagem. O planejamento do processo de avaliação deve incluir conteúdos trabalhados em sala de aula de maneira contextualizada e reflexiva, levando em consideração o processo de aprendizagem do aluno. Deve, ainda, na medida do possível, conter atividades que valorizem diferentes formas de expressão do conhecimento do aluno, como exercícios objetivos, dissertativos, trabalhos em grupo, debates, e assim por diante. Para que a avaliação não se torne uma forma de seleção e exclusão, focada apenas em princípios de eficiência e competitividade, é importante haver um canal de comunicação entre alunos e professor. Desse modo, os critérios da avaliação, seja ela formativa ou somativa, precisam ser apresentados e discutidos antes de sua realização, para que o aluno saiba como e sob quais aspectos será avaliado. Quando elaborada, aplicada e revisada corretamente, a avaliação perde seu caráter punitivo e excludente e passa a avaliar o aluno de maneira formativa e continuada, além de possibilitar que o professor reveja sua prática pedagógica.
A autoavaliação A autoavaliação tem papel fundamental na democratização da avaliação. A utilização dessa ferramenta possibilita tanto a alunos quanto a professores avaliarem seu desempenho em sala de aula. [...] Para o aluno autoavaliar-se é altamente favorável o desafio do professor, provocando-o a refletir sobre o que está fazendo, retomar passo a passo seus processos, tomar consciência das estratégias de pensamento utilizadas. Mas não é tarefa simples. Para tal, ele precisará ajustar suas perguntas e desafios às possibilidades de cada um, às etapas do processo em que se encontra, priorizando uns e outros aspectos, decidindo sobre o quê, como e quando falar, refletindo sobre o seu papel frente à possível vulnerabilidade do aprendiz. [...] HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001. p. 54.
Portanto, ao desafiar os alunos, o professor também passa a refletir sobre a sua atuação nos processos didáticos, adequando-se às necessidades do dia a dia em sala de aula e tomando consciência de seu papel diante dos desafios do processo de ensino-aprendizagem. Veja a seguir sugestões de questionamentos autoavaliativos que podem ser apresentados aos alunos.
• O que estou aprendendo? • O que eu já aprendi? • De que forma poderia aprender melhor? • Como poderia agir/participar para aprender mais?
• Que tarefas e atividades foram realizadas?
• O que aprendi com elas? O que mais poderia aprender?
• O que eu aprendi, com meus colegas e professores, a ser e a fazer?
• De que forma contribuí para que todos aprendessem mais?
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A defasagem em sala de aula Cada aluno aprende de um jeito. Dentro de uma mesma sala de aula temos uma diversidade de alunos quando pensamos em características comportamentais e cognitivas. Cada um tem uma história, que é única, e decorre das particularidades de sua estrutura biológica, psicológica, familiar e sociocultural, resultando em diferenças que interferem diretamente na maneira como eles se apropriam do conhecimento na escola, ou seja, eles aprendem de formas diversas. Como salienta Bencini (2003), “As crianças [e os adolescentes] são o resultado de suas experiências. Para compreender seu desenvolvimento é preciso considerar o espaço em que elas vivem, a maneira como constroem significados, as práticas culturais etc.”. A questão norteadora do trabalho docente deve ser: como enfrentar a heterogeneidade das turmas? Tendo em vista essas condições, é importante estarmos conscientes de que os níveis de aprendizagem em uma sala de aula serão distintos, e devemos estar preparados para lidar com esse aspecto do trabalho docente, de modo que o desenvolvimento dos alunos não seja prejudicado. É função da escola “[...] detectar a diversidade presente nas salas de aula e criar condições para que os conteúdos trabalhados, quando não são bem compreendidos, sejam retomados em classe com novas atividades e estratégias de ensino” (FRAIDENRAICH, 2010). Antes mesmo de refletirmos sobre rendimento e defasagem escolar, salientamos que, para um bom desempenho dos alunos em sala de aula, é fundamental que eles compreendam a importância dos estudos e abandonem a visão pessimista que muitos têm de que “estudar é chato”. Atividades instigantes, desafiadoras e que saiam da rotina contribuem para atrair a atenção do aluno e para o desenvolvimento de competências que favoreçam tanto a aprendizagem quanto a sua formação socioemocional. O envolvimento da família nesse processo é de suma importância para criar uma relação de confiança com a escola.
O rendimento escolar dos alunos e a possível defasagem em sala de aula podem ser influenciados por aspectos cognitivos (crianças com necessidades especiais relacionadas à linguagem, à percepção ou ao raciocínio, por exemplo, ou outros problemas de saúde), socioculturais (ambiente familiar, lugar onde mora, convívio social, oportunidade de desenvolvimento de atividades extracurriculares, tempo e lugar para se dedicar aos estudos em casa, relação da família com a escola e participação no processo de educação, entre outros) e político-institucionais (legislação educacional, trabalhista e de saúde em seus diversos níveis, metodologia de ensino adotada pela escola, corpo diretivo escolar, qualificação e motivação dos professores, infraestrutura da escola etc.). Desse modo, é necessário refletirmos a respeito das situações de ensino e aprendizagem que podem detectar os tipos de defasagens dos alunos. Para conhecer os níveis de aprendizagem dos alunos e detectar uma possível defasagem, as ferramentas de avaliação e o trabalho do professor em conjunto com a coordenação pedagógica da escola são fundamentais. “O diagnóstico inicial, as provas, a observação de sala de aula, as atividades de sondagem, as tarefas de casa e a análise de cadernos e portfólios são alguns dos instrumentos que ajudam a ter um panorama da turma.” (FRAIDENRAICH, 2010). Geralmente, o que se faz em sala de aula é desenvolver o mesmo tipo de atividade para todos os alunos. Em vários casos, alguns alunos terminam mais rápido, outros precisam de mais tempo e outros nem conseguem realizar a atividade, de maneira que o objetivo de ensino-aprendizagem nem sempre é atingido. Essa situação acaba desestimulando aqueles que têm resultados e ritmos diferentes da maioria da classe. Uma possibilidade de auxiliar todos a atingirem os objetivos de aprendizagem de maneira satisfatória e eficiente é diversificar as estratégias de ensino, respeitando
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essa diversidade de modo a potencializar as habilidades de cada aluno. E quais são as estratégias de ensino que podem contribuir para corrigir as defasagens dos alunos? São muitas e devem variar de acordo com a realidade de cada comunidade escolar. No entanto, podem começar pelo espaço da sala de aula: em vez de trabalhar permanentemente com as carteiras enfileiradas, é possível alterar a organização delas em círculo ou em grupos, para que a interação entre os alunos flua. O importante é que a sala de aula seja um ambiente flexível. Também devem fazer parte da rotina os trabalhos em grupo, em dupla e individuais. Para cada um deles, é possível desenvolver diferentes habilidades. Ao propor trabalhos em dupla ou em grupo, é importante misturar alunos que possuam diferentes níveis de aprendizagem, pois dessa forma um ajuda o outro e desenvolvem diferentes competências, como trabalho em equipe, organização, liderança e empatia. Em outros momentos, concentrar nos grupos os alunos com níveis de aprendizagem semelhantes é relevante para dar a atenção necessária, e de maneira integrada, para o grupo. Já os trabalhos individuais permitem ao aluno momentos de autonomia e criatividade. Do mesmo modo, é importante utilizar outros espaços, além da sala de aula, para atividades de ensino e aprendizagem, como o pátio da escola, o laboratório, o bairro, uma praça, um parque municipal, um museu etc. Tais espaços possibilitam, muitas vezes, a aprendizagem de forma lúdica, informal, permanecendo o objetivo educativo. Outro ponto importante é alternar o uso de materiais pedagógicos – revistas, mapas, jogos didáticos, histórias em quadrinhos,
músicas, filmes – que desafiam o aluno a refletir e a diversificar as formas de aprendizagem e expressão do conhecimento formulado. Isso porque há alunos que são mais visuais, outros que são mais auditivos e outros, cinestésicos. A avaliação diagnóstica inicial, com atividades variadas de escrita, leitura e interpretação de diferentes linguagens, auxilia a detectar as principais características dos alunos, pois alguns podem ter dificuldades em interpretar uma música (estímulo auditivo), por exemplo, enquanto outros podem ter bom desempenho em analisar uma imagem (estímulo visual). Utilizar ferramentas digitais também é um ótimo recurso, quando corretamente empregado e mediado pelo professor. No caso das escolas que tenham sala de tecnologia, o professor pode usar as ferramentas como sites e aplicativos para corrigir as defasagens. Em alguns casos, quando se detecta que a defasagem de determinado aluno está muito aquém do desempenho da turma, é importante desenvolver atividades educativas separadas dos demais, para avançar com ele na compreensão de certos conteúdos. Para isso, sempre que possível, reserve momentos, ainda que semanais, para acompanhar individualmente as atividades realizadas por alguns alunos. Em outros casos, atividades extras em sala separada, com auxílio de outro professor e da coordenação pedagógica, são conduções relevantes para a progressão do aluno. Em todas essas situações, o professor deve planejar seu cotidiano, “Por isso, é papel de todo professor ter muito claros os objetivos e resultados que pretende alcançar com uma atividade, para não exigir mais nem menos da turma.” (BENCINI, 2003).
O ensino interdisciplinar O conceito norteador de um trabalho educacional feito em parceria, fruto de uma
pedagogia integradora, é o de interdisciplina, definido a seguir.
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[...] Interdisciplina — Interação existente entre duas ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de ideias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas) com seus métodos, conceitos, dados e termos próprios. [...] FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 54.
Em sala de aula, essa interação pode ocorrer, por exemplo, por meio de projetos investigativos ou de pesquisa. Por apresentarem etapas, como planejamento, levantamento de hipóteses, coletas de dados, análises, deduções e conclusões, essas atividades possibilitam maior integração entre os componentes curriculares. Além disso, elas podem criar situações de aprendizagem de forma dinâmica, por meio da reflexão, do questionamento e da argumentação dos alunos. Dentro dessa perspectiva, um trabalho interdisciplinar preocupa-se em relacionar os conceitos de maneira articulada, levando em conta os objetivos gerais e específicos de cada componente curricular envolvido, com o propósito de evitar a fragmentação do conhecimento e instigar o interesse dos alunos para envolvê-los diretamente no processo de aprendizagem. Cabe enfatizar que o trabalho interdisciplinar deve estar ligado à vida dos alunos e às suas motivações, de modo que os envolva e se torne, além de útil, prazeroso. Nessas atividades, os alunos aprendem a trabalhar coletivamente, privilegiando a interação com os colegas e favorecendo o desenvolvimento da capacidade de argumentar e organizar as informações. O en-
volvimento dos alunos motiva o fortalecimento das relações entre professores de diferentes componentes curriculares. [...] O estilo de educação que prioriza o trabalho em equipe, que busca a interdisciplinaridade e o compromisso com a integralidade das ações e que procura respeitar as especificidades de cada profissão, está pautado nas concepções teóricas das metodologias ativas de ensino-aprendizagem. [...] BASSIT, Ana Zahira (Org.). O interdisciplinar: olhares contemporâneos. São Paulo: Factash Editora, 2010. p. 118.
Na escola, uma postura interdisciplinar traz contribuições quando os alunos começam a estabelecer um relacionamento de parceria e colaboração com a equipe escolar, bem como com a comunidade onde a escola está inserida. Propostas como essas abrangem estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem; possibilita a formulação de um saber crítico-reflexivo com base no diálogo entre os conteúdos de diferentes componentes curriculares; e permite uma nova postura de professores e alunos diante do conhecimento, deixando de concebê-lo como algo estanque. [...] “Interdisciplinaridade” é um termo utilizado para caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência [...]. Caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando a um enriquecimento mútuo. [...] FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 73.
A fim de promover a superação da fragmentação disciplinar, em sintonia com a BNCC, esta coleção propõe em diversos momentos uma articulação entre os componentes curriculares e seus respectivos objetos de conhecimento com base em temas,
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conteúdos, recursos e seções que favoreçam tal abordagem. A seção Encontro com..., por exemplo, apresenta essa proposta de maneira clara e fácil de ser reconhecida pelo professor. Em outros momentos, são apre-
sentadas orientações de desenvolvimento específicas para compreender quais componentes podem ser desenvolvidos com base na leitura de um texto ou na resolução de uma determinada atividade.
A competência leitora De acordo com pesquisas recentes, uma parcela significativa dos brasileiros, apesar de saber ler e escrever, não consegue compreender textos mais extensos ou complexos, ou seja, não tem competência leitora de qualidade. Sabendo que a capacidade de apreender aquilo que se lê e observa é imprescindível para participar efetivamente da vida em sociedade, é importante que a escola possibilite ao aluno desenvolver estratégias de leitura contínua e atenta que o auxiliem a compreender e explorar mensagens, verbais ou não verbais, em diversos níveis de cognição. O fato de um aluno ser considerado alfabetizado não significa que ele consiga utilizar a leitura e a escrita como maneiras de se expressar. Nesse sentido, a noção de competência leitora, especificamente, está ligada à prática de estratégias de leitura que possibilitem ao aluno explorar as mensagens (estejam elas em textos, imagens, gráficos, formulários ou tabelas, por exemplo) em diversos níveis de cognição, o que viabiliza a interpretação e a compreensão para uma leitura mais crítica e autônoma, além da construção de novos saberes. A prática da leitura é importante para ampliar o vocabulário dos alunos e, consequentemente, torná-los mais seguros para desenvolver suas habilidades de comunicação oral e escrita. Ao desenvolver a competência leitora, o aluno estabelece mais facilmente relações entre os diversos assuntos que fazem parte do seu repertório cultural. Nesse sentido, é importante a criação de estratégias de leitura que permitirão ao aluno:
Extrair o significado do texto, de maneira global, ou dos diferentes itens incluídos nele. Saber reconduzir sua leitura, avançando ou retrocedendo no texto, para se adequar ao ritmo e às capacidades necessárias para ler de forma correta. Conectar novos conceitos com os conceitos prévios que lhe permitirão incorporá-los a seu conhecimento. SERRA, Joan; OLLER, Carles. Estratégias de leitura e compreensão de texto no ensino fundamental e médio. In: TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução: Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 36-37.
Além da leitura, a escrita também deve ser constantemente estimulada. A produção de textos incentiva os alunos a pensarem criticamente e a refletirem sobre aquilo que estão escrevendo. [...] Num mundo como o atual, em que os textos estão por toda parte, entender o que se lê é uma necessidade para poder participar plenamente da vida social. Professores como você têm um papel fundamental nessa tarefa [...]. Independentemente de seu campo de atuação, você pode ajudar os alunos a ler e compreender diferentes tipos de texto, incentivando-os a explorar cada um deles. Pode ensiná-los a fazer anotações, resumos, comentários, facilitando a tarefa da interpretação. Pode, enfim, encaminhá-los para a escrita, enriquecida pelos conhecimentos adquiridos na exploração de livros, revistas, jornais, filmes, obras de arte e manifestações culturais e esportivas. [...] RATIER, Rodrigo. O desafio de ler e compreender em todas as disciplinas. Nova Escola. São Paulo: Abril, 10 jan. 2010. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1535/o-desafio-de-ler-ecompreender-em-todas-as-disciplinas>. Acesso em: 6 set. 2018.
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Se o objetivo principal é formar leitores autônomos com base na leitura de textos e imagens, é preciso favorecer esse processo escolhendo temas relevantes e interessantes à sua faixa etária; selecionando textos verbais com vocabulário e extensão adequados; apresentando ao aluno o objetivo das leituras, a fim de que ele perceba que em alguns momentos lemos para buscar informações e, em outros, a leitura consiste em diversão, por exemplo; orientando como a leitura deverá ocorrer: silenciosamente, guiada, em grupo etc. Ao longo desta coleção, o desenvolvimento da competência leitora é constantemente estimulado por meio da utilização de recursos textuais e imagéticos diversifi-
cados, aumentando a autonomia dos alunos e tornando-os sujeitos mais ativos no próprio aprendizado. Para favorecer a análise desses recursos, são propostas questões de interpretação no livro do aluno, além de sugestões de questões de análise nas orientações ao professor. Promover atividades em que os alunos tenham que perguntar, prever, recapitular para os colegas, opinar, resumir, comparar suas opiniões com relação ao que leram, tudo isso fomenta uma leitura inteligente e crítica, na qual o leitor vê a si mesmo como protagonista do processo de construção de significados. [...] SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradução: Cláudia Schilling. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1988. p. 173.
Recursos didáticos O uso de diferentes recursos didáticos propicia maior dinâmica em sala de aula, além de possibilitar que o aluno tenha acesso à informação por meio de diferentes linguagens, desenvolvendo assim estratégias de aprendizagem diversas, afinal, realizar uma pesquisa em um livro é diferente de realizar a mesma pesquisa em uma revista ou na internet, ainda que seja sobre o mesmo assunto, ler uma imagem é diferente de ler um texto verbal, e assim por diante. Dessa maneira, é importante compreender quais recursos podem ser utilizados em sala de aula e como esse uso pode efetivamente auxiliar o aluno a ser protagonista de seu aprendizado.
Tecnologia A tecnologia faz parte da evolução do ser humano e da história da humanidade. Atualmente, temos as tecnologias de informação e comunicação (TICs), que modificam as noções de tempo e espaço e influenciam diretamente as relações humanas. Elas permitem o processamento de qualquer tipo de informação, e a comunica-
ção ocorre em tempo real mesmo entre pessoas distantes geograficamente. A presença das TICs ampliou a gama de elementos disponíveis para enriquecer o trabalho em sala de aula, que há muito tempo já contava com recursos tecnológicos como televisão, filmes, músicas e projeções. O uso de tecnologias em sala de aula potencializa o processo de aprendizagem, favorecendo a interação entre professor, aluno e conhecimento. Além disso, por meio da internet, os recursos e as ferramentas tecnológicas transformam a escola em um espaço aberto, conectado com o mundo, capaz de promover trocas de experiências entre professores e alunos de outras localidades. É importante ressaltar, porém, que o uso de TICs é um instrumento para o processo de ensino-aprendizagem, e não o foco. A lousa, o giz e o professor compartilham espaço na sala de aula com televisores, CDs, DVDs, computadores, softwares, lousas digitais e projetores multimídia e não reduzem o papel da escola ou do professor na educação.
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[...] Os recursos semióticos que encontramos nas telas dos computadores são basicamente os mesmos que podemos encontrar em uma sala de aula convencional: letras e textos escritos, imagens estáticas ou em movimento, linguagem oral, sons, dados numéricos, gráficos, etc. A novidade, em resumo, está realmente no fato de que as TIC digitais permitem criar ambientes que integram os sistemas semióticos conhecidos e ampliam até limites inimagináveis à capacidade humana de (re)apresentar, processar, transmitir e compartilhar grandes quantidades de informação com cada vez menos limitações de espaço e de tempo, de forma quase instantânea e com um custo econômico cada vez menor (COLL e MARTÍ, 2001). [...] COLL, César; MAURI, Teresa; ONRUBIA, Javier. A incorporação das tecnologias da informação e da comunicação na educação: do projeto técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, César; MONEREO, Carles. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 76.
Ao longo da coleção, é possível encontrar sugestões de como aproveitar as novas ferramentas e recursos tecnológicos multimidiáticos e multimodais, presentes no dia a dia dos alunos, para ampliar o campo da educação e torná-la mais significativa e prazerosa, um desafio para a formação das novas e futuras gerações. É inegável que a educação seja influenciada pela tecnologia e pelas diferentes formas de comunicação, assim como não é possível desvincular o ensino da comunicação em massa, seja ela impressa ou digital. Por isso, propomos também a utilização de outros recursos no ensino, como programas de televisão, filmes, pinturas, esculturas, histórias em quadrinhos, literatura variada, jornais, revistas ou trechos de livros paradidáticos, recursos que permitem ao professor avançar na prática pedagógica.
Televisão e cinema A televisão e o cinema podem ser utilizados para mostrar fatos históricos, a cons-
trução de conceitos científicos e os conceitos errôneos presentes em muitas ideias de senso comum. Os filmes e a televisão têm em comum o aspecto motivador e, dependendo da ação do professor, podem ser contextualizados com os conceitos científicos do currículo escolar. Ao longo da coleção são encontradas orientações de trabalho com essas ferramentas.
Artes gráficas e literatura O trabalho com leitura de imagens é extremamente importante e pode ser utilizado em diferentes momentos. O próprio material didático apresenta fotografias, pinturas, murais, entre outras imagens que podem ser exploradas em sala de aula, considerando sempre que possível o contexto em que a imagem foi produzida, a técnica utilizada, o artista que a produziu (quando for o caso) e o objetivo da imagem (apresentar uma crítica social, expressar um sentimento, retratar um momento etc.). Outra possibilidade é o trabalho com literatura, que, além de estimular a leitura, permite aos alunos o desenvolvimento da criatividade e da imaginação. É importante que o professor conheça o contexto da obra (autor, época, público) para que, dessa forma, o conteúdo se torne mais instigante. Algumas atividades podem ser realizadas de modo a desenvolver nos alunos a competência leitora e a habilidade de interpretar textos literários.
Jornais e revistas A leitura de jornal traz diversos benefícios ao trabalho em sala de aula, pois, além de contribuir para o desenvolvimento da competência leitora, ele é uma importante fonte de informação. Nele estão registradas informações, opiniões, fatos históricos, descobertas científicas e conflitos políticos e econômicos. Trata-se de um veículo de comunicação capaz de auxiliar na formação de cidadãos críticos. O trabalho com jornais na escola desenvolve nos alunos habilidades como: identi-
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ficar, relacionar, combinar, comparar, selecionar, classificar e ordenar, codificar, esquematizar, reproduzir, transformar, memorizar, conceituar, criar e reaplicar conhecimentos. Esse trabalho também promove a capacidade de indução, dedução, levantamento e verificação de hipóteses. Além de se depararem com textos reproduzidos de importantes jornais brasileiros, ao aluno e ao professor são feitas indicações de diferentes veículos de comunicação que podem contribuir com o processo de ensino e aprendizagem. As revistas especializadas (História, Ciências, Linguística) geralmente têm uma preocupação com o caráter didático de suas reportagens, o que facilita a compreensão e aumenta o comprometimento com o assunto estudado. Elas são indicadas tanto para a sua leitura quanto para a do aluno, sempre que o momento for propício.
Sala de aula invertida A sala de aula invertida é, atualmente, um recurso que promove o protagonismo do aluno, incentivando a participação mais ativa dele no processo de aprendizagem. Consiste em o professor sugerir ao aluno projetos ou pesquisas como atividade inicial. O docente lança um tema ou assunto a ser pesquisado de acordo com o perfil e a autonomia do aluno, que se empenha na busca pelas informações por meio das tecnologias da informação e da comunicação, somadas aos recursos físicos, como livros, enciclopédias, dicionários e combinadas com seus conhecimentos prévios e estratégias particulares de estudo. Posteriormente ele compartilha suas descobertas, impressões, conclusões e dúvidas com a turma sob a monitoração do professor. A sala de aula invertida é um ambiente de interação resultante da participação, da troca, da síntese e da discussão entre colegas com a supervisão do professor, que
passa a assumir o papel de orientador e tutor. Ao aluno cabe a responsabilidade pela busca do conhecimento básico, e os estágios mais avançados são norteados pelo docente e pelo grupo, o que torna o processo mais criativo e empreendedor. Nesta coleção, o professor encontra sugestões metodológicas que dialogam com essa prática, por exemplo, quando solicita ao aluno uma pesquisa prévia sobre determinado conteúdo que venha a ser trabalhado. [...] O importante para inverter a sala de aula é engajar os alunos em questionamentos e resolução de problemas, revendo, ampliando e aplicando o que foi aprendido on-line com atividades bem planejadas e fornecendo-lhes feedback imediatamente. Há muitas formas de inverter o processo de aprendizagem. Pode-se começar por projetos, pesquisa, leituras prévias e produções dos alunos e depois promover aprofundamentos em classe com a orientação do professor. [...] MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 14.
Pesquisa O ato de pesquisar é fundamental para o processo de aprendizagem e está diretamente ligado à proposta da sala de aula invertida. Nesta coleção, em vários momentos, os alunos são instruídos a realizar pesquisas, tanto individuais quanto coletivas. Para que a pesquisa escolar obtenha resultados satisfatórios, existem algumas etapas importantes que devem ser seguidas sempre que possível: definição do tema, planejamento, coleta de dados, análise e interpretação dos dados, produção do texto, revisão, socialização.
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Proposta teórico-metodológica da coleção O trabalho com o ensino de Geografia, sempre que possível, deve partir da reflexão do espaço vivido pelos alunos, ou seja, de situações em que os educandos relacionem sua vivência com a de outros lugares do mundo. Essas situações são importantes à medida que estimulam os alunos a refletirem sobre diferentes aspectos do mundo atual, levando-os, assim, a construir conhecimentos cada vez mais complexos sobre a relação sociedade e natureza. É necessário compreender que nossos alunos chegam à escola repletos de conhecimentos, os quais necessitam ser sistematizados e enriquecidos no decorrer do processo de ensino-aprendizagem. Por essa razão, em vários momentos desta coleção, os alunos são estimulados a expor o que sabem sobre os conteúdos estudados. Uma vez que o aluno interage diuturnamente com o universo no qual ele vive, torna-se inerente ao procedimento didático do professor inteirar-se desse universo. O aluno na escola, o aluno na aula de Geografia não é um fragmento de pessoa, ele é esta pessoa como um todo, ele é um feixe de modos de ser no qual se inclui também o ser cognitivo a quem se pretende disponibilizar algumas formas de compreender geograficamente o mundo. [...] KIMURA, Shoko. Geografia no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto, 2008. p. 118-119.
Com vistas a atingir tais objetivos, ressaltamos a importância do trabalho do pro-
fessor na investigação dos conhecimentos prévios dos alunos. A utilização de recursos didáticos variados, como textos literários, entrevistas, poemas, obras de arte e histórias em quadrinhos, também contribui para que os alunos reflitam sobre o espaço vivido e realizem analogias com outros espaços. Além de serem úteis para a investigação dos conhecimentos prévios, os recursos didáticos constituem importantes deflagradores para o trabalho com os temas propostos, tornando assim o estudo mais dinâmico e interessante aos alunos. Por meio desses recursos, os alunos reconhecem as informações geográficas explícitas ou implícitas nesses diferentes meios, de modo que o professor, por sua vez, encontre formas diversificadas de dinamizar e estimular a aprendizagem em sala de aula. Veja no quadro a seguir alguns dos recursos utilizados no decorrer das páginas desta coleção. Textos
• Jornalísticos (livros, revistas e internet). • Literários (poemas, crônicas etc.). • Entrevistas. • Histórias em quadrinhos e charges. Imagens
• Mapas, gráficos e tabelas. • Fotografias. • Ilustrações e esquemas. • Obras de arte. • Imagens de satélite.
O ensino de Geografia O mundo atual é marcado por uma intensa rede de relações econômicas, sociais e culturais, sendo denominada, em muitos estudos, de globalização. Diante dessa realida-
de nos perguntamos: Como fica o ensino de Geografia, que busca refletir sobre a relação entre sociedade e natureza nessa atual organização do espaço geográfico mundial?
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Em razão desse e de outros questionamentos, muito se tem discutido sobre os caminhos a serem seguidos no ensino de Geografia. Um dos consensos dessas discussões é o de que os materiais didáticos atuais necessitam ser muito mais que apenas um elenco de conteúdos descritivos de fenômenos geográficos, sejam eles naturais ou sociais. Na atualidade, tornou-se imprescindível que esses materiais sejam instrumentos competentes, úteis e interessantes aos olhos daqueles que se encontram envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, principalmente os professores e os alunos. Pensando nisso, apresentamos esta coleção voltada para o ensino da ciência geográfica, que tem como foco os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. A proposta de trabalho desta coleção foi estruturada de acordo com as mais recentes discussões sobre o ensino de Geografia, nas quais os objetivos de estudo dessa ciência na escola voltam-se, principalmente, para a compreensão da produção e da organização do espaço geográfico de maneira integrada às variáveis que determinam essa produção e organização. De acordo com Lana de Souza Cavalcanti: [...] A finalidade de ensinar Geografia para crianças e jovens deve ser justamente a de os ajudar a formar raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço. Trata-se de possibilitar aos alunos a prática de pensar os fatos e acontecimentos enquanto constituídos de múltiplos determinantes; de pensar os fatos e acontecimentos mediante várias explicações, dependendo da conjugação desses determinantes, entre os quais se encontra o espacial. A participação de crianças e jovens na vida adulta, seja no trabalho, no bairro em que moram, no lazer, nos espaços de prática política explícita, certamente será de melhor qualidade se estes conseguirem pensar sobre seu espaço de forma mais abrangente e crítica. [...] CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 24.
A abordagem integrada entre aspectos físicos e humanos possibilita aos alunos perceberem a relação de interdependência entre tais elementos, além de compreenderem que essa interdependência figura como a principal responsável pela transformação constante das paisagens e da construção do espaço geográfico. A proposta desta coleção está baseada no trabalho com conteúdos que possibilitem aos alunos compreenderem de que maneira as sociedades humanas se relacionaram, entre si e com a natureza, ao longo do tempo, e como essas relações se apresentam na atualidade. Esse estudo serve de base para a compreensão do espaço geográfico, vislumbrado nas paisagens. Entendemos que, com base nesse estudo, os alunos têm condições de identificar as particularidades do lugar em que vivem, assim como as diferentes relações que esse lugar estabelece com outros lugares do planeta. A presente coleção também prima pelo desenvolvimento de valores éticos e de preservação ambiental. Os trabalhos com esses valores estão diretamente relacionados à elaboração do saber geográfico, à medida que incentivam os alunos a assumirem posturas críticas diante de diferentes situações, com o intuito de atuar por um mundo cada vez melhor. Os temas apresentados abordam, sempre que possível, os aspectos físicos e humanos de maneira integrada, visto que no processo de ensino da Geografia é necessário promover situações por meio das quais os alunos possam refletir a respeito das relações sociais, culturais, econômicas e naturais em conjunto, reconhecendo tanto suas particularidades em escala local, a exemplo do espaço vivido por eles, quanto as características dessas relações em escala global.
Os objetivos que norteiam o ensino de Geografia Como sabemos, os objetivos são os principais norteadores do processo de ensino-aprendizagem. Ao estabelecê-los, estamos direcionando a prática docente e de-
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terminando bases conscientes de trabalho, com as quais podemos dialogar e vislumbrar a finalidade de contribuir com a construção do conhecimento feita pelos alunos. Para o ensino de Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental, consideramos pertinente que cada aluno atinja objetivos como:
• Reconhecer que a sociedade e a natu-
reza possuem princípios e leis próprios e que o espaço geográfico resulta das interações entre elas, historicamente definidas; [...] • Reconhecer a importância da cartografia como uma forma de linguagem para trabalhar em diferentes escalas espaciais as representações locais e globais do espaço geográfico; [...] • Compreender que os conhecimentos geográficos que adquiriram ao longo da escolaridade são parte da construção da sua cidadania, pois os homens constroem, se apropriam e interagem com o espaço geográfico nem sempre de forma igual; • Perceber, na paisagem local e no lugar em que vivem, as diferentes manifestações da natureza, sua apropriação e transformação pela ação da coletividade de seu grupo social; • Reconhecer e comparar a presença da natureza, expressa na paisagem local, com as manifestações da natureza presentes em outras paisagens; • Reconhecer semelhanças e diferenças nos modos que diferentes grupos sociais se apropriam da natureza e a transformam, identificando suas determinações nas relações de trabalho, nos hábitos cotidianos, nas formas de se expressar e no lazer; • Conhecer e começar a utilizar fontes de informação escritas e imagéticas utilizando, para tanto, alguns procedimentos básicos; [...] • Reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orien-
tação e distância, de modo que se desloque com autonomia e represente os lugares onde vive e se relaciona; • Reconhecer a importância de uma atitude responsável de cuidado com o meio em que vive, evitando o desperdício e percebendo os cuidados que se devem ter na preservação e na conservação da natureza; [...] • Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades, empenhe-se em democratizá-las; [...] • Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de informação, de modo que interprete, analise e relacione informações sobre o território e os lugares e as diferentes paisagens; • Utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos; [...] • Fortalecer o significado da cartografia como uma forma de linguagem que dá identidade à Geografia, mostrando que ela se apresenta como uma forma de leitura e de registro da espacialidade dos fatos, do seu cotidiano e do mundo; • Criar condições para que o aluno possa começar, a partir de sua localidade e do cotidiano do lugar, a construir sua ideia do mundo, valorizando inclusive o imaginário que tem dele. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografia. Brasília, 1998. p. 53-100.
A BNCC e o ensino de Geografia O estudo da ciência geográfica é fundamental para que os alunos compreendam o mundo atual, marcado por uma comple-
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xa rede de relações econômicas, sociais e culturais, que são, ao mesmo tempo, globais e locais. É importante que os alunos consigam compreender a relação entre os conteúdos do currículo e possam agir com base nos conhecimentos elaborados ao longo de sua vida escolar e social, reconhecendo-se como protagonistas na busca por soluções para os problemas da vida cotidiana, individual ou coletiva. De acordo com a BNCC: [...] No Ensino Fundamental – Anos Finais, espera-se que os alunos compreendam os processos que resultaram na desigualdade social, assumindo a responsabilidade de transformação da atual realidade, fundamentando suas ações em princípios democráticos, solidários e de justiça. Dessa maneira, possibilita-se o entendimento do que é Geografia, com base nas práticas espaciais, que dizem respeito às ações espacialmente localizadas de cada indivíduo, considerado como agente social concreto. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 1o out. 2018.
O objetivo é levar os alunos a se apropriar de conhecimentos e desenvolver habilidades com as quais possam fazer uma
leitura cada vez mais realista e crítica do mundo, apoiados por um pensamento espacial, por meio do raciocínio geográfico. [...] Essa é a grande contribuição da Geografia aos alunos da Educação Básica: desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedade e da natureza. Para tanto, é necessário assegurar a apropriação de conceitos para o domínio do conhecimento fatual (com destaque para os acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço) e para o exercício da cidadania. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular, 2017. p. 358.
Desenvolver nos alunos o senso crítico e as habilidades que permitam o uso de ferramentas para analisar e interpretar a realidade é uma das grandes contribuições da Geografia para a Educação Básica. O raciocínio geográfico tem como base alguns princípios norteadores para que os alunos consigam desenvolver, exercitar ou aperfeiçoar o pensamento espacial. Observe o quadro a seguir.
Princípio
Descrição
Analogia
Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação das semelhanças entre fenômenos geográficos é o início da compreensão da unidade terrestre.
Conexão
Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros fenômenos próximos ou distantes.
Diferenciação
É a variação dos fenômenos de interesse da Geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima), resultando na diferença entre áreas.
Distribuição Extensão
Localização
Ordem
Exprime como os objetos se repartem pelo espaço. Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno geográfico. Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou por interações espaciais). Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade.
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Importantes estratégias para o ensino de Geografia O ensino de Geografia pode valer-se de alguns instrumentos ou técnicas que se transformam verdadeiramente em estratégias de ação para o processo de ensino-aprendizagem. Essas estratégias podem ser utilizadas pelo professor de Geografia a qualquer momento que julgar pertinente, além de poder adotar sugestões que estão presentes em toda a coleção.
Planejamento O planejamento se torna uma estratégia fundamental para a reflexão do professor sobre como, onde, quando e o que trabalhar para desenvolver diferentes habilidades nos alunos ou para abordar diferentes conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Cabe ressaltar que o ato de planejar não pode ser um impulso alheio aos objetivos finais, nem ser totalmente destituído de visões políticas e sociais, como mostra o texto a seguir. O planejamento não será nem exclusivamente um ato político-filosófico, nem exclusivamente um ato técnico; será, sim, um ato ao mesmo tempo político-social, científico e técnico: político-social, na medida em que está comprometido com as finalidades sociais e políticas; científico, na medida em que não se pode planejar sem um conhecimento da realidade; técnico, na medida em que o planejamento exige uma definição de meios eficientes para se obter os resultados. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999. p. 108.
Contudo, ao focar no objetivo a ser alcançado para a aprendizagem de cada assunto, o planejamento permite, ao professor, adequar-se ao tempo disponível e estabelecer o tempo necessário para cada atividade. O texto a seguir fala sobre a importância do planejamento para alcançar resultados.
O ser humano age em função de construir resultados. Para tanto, pode agir aleatoriamente ou de modo planejado. Agir aleatoriamente significa “ir fazendo as coisas”, sem ter clareza de onde se quer chegar; agir de modo planejado significa estabelecer fins e construí-los por meio de uma ação intencional. [...] LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999. p. 102.
Portanto, o planejamento deve contemplar desde a delimitação do tema e o levantamento de hipóteses, passando pela investigação do problema e a sistematização dos conceitos, até a avaliação dos conteúdos.
Trabalho em grupo O trabalho em grupo se torna uma ferramenta fundamental para o incentivo à ação coletiva. Trabalhar coletivamente, organizar ideias e realizá-las em grupo são ações extremamente importantes para desenvolver a socialização dos alunos, como explica Celso Antunes no texto a seguir. Colocar os alunos em grupos não os faz necessariamente aprender a “trabalhar juntos”; portanto, torna-se essencial ensiná-los a cooperar, somar, dividir responsabilidades, interagir. Ensinar os alunos a trabalhar em equipes, despertar-lhes a sensibilidade para o relacionamento interpessoal, para a descoberta de si mesmo através da descoberta do outro [...] ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 102.
O trabalho em grupo desenvolve a autonomia individual, o poder de tomar decisões, de concordar ou não com o que o colega propõe e de ponderar a compreensão do outro sobre determinado assunto. Além disso, quando se proporciona um trabalho em grupo no qual a cooperação é verdadeiramente necessária, seu objetivo principal, que é o enriquecimento da aprendizagem, é facilmente alcançado.
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Trabalho de campo O trabalho de campo é uma ferramenta fundamental para a compreensão do espaço geográfico. Ele se torna o elo entre o conteúdo trabalhado em sala de aula e a realidade externa. É durante o trabalho de campo que o aluno pode vislumbrar e vivenciar os conceitos fundamentais dessa ciência, além de perceber o espaço geográfico como aquele próximo a si e não apenas aquele teorizado pelos professores durante as aulas. É a oportunidade que a Geografia proporciona ao seu estudante de aproximar-se do foco de estudo, seja ele ambiental, populacional, econômico etc., de acordo com o objetivo estabelecido para o trabalho de campo. O trabalho de campo ainda favorece momentos de socialização, permitindo maior convívio entre os alunos, e até mesmo entre alunos e professores, além de proporcionar momentos incomuns, como a pesquisa, a observação fora do ambiente escolar e o trabalho em conjunto com outras disciplinas. No entanto, para os trabalhos de campo, são necessários alguns cuidados que devem ser observados pela escola e pelo professor.
Preparando o trabalho de campo Inicie o planejamento da atividade selecionando previamente o local a ser estudado durante o trabalho de campo. Em seguida, verifique com a direção da escola a melhor data, a disponibilidade do transporte para os alunos e a possibilidade de contar com a participação de outros professores e funcionários.
Providencie termos de autorização a serem encaminhados aos pais ou responsáveis pelos alunos, solicitando possíveis materiais necessários, assim como trajes e calçados adequados. Em sala de aula, estabeleça com os alunos e os demais professores o objetivo do trabalho de campo a ser realizado, assim como os elementos e conteúdos que devem ser observados durante o trabalho.
Durante o trabalho de campo Incentive a observação e o registro das informações por meio de anotações, desenhos, croquis, fotografias, filmagens ou até mesmo gravações de áudios. Esteja atento à participação, assegurando que as informações possam ser alcançadas ou acessadas por todos os alunos. Lembre-se de mostrar os pontos, as situações ou os elementos que devem ser considerados, de acordo com os conteúdos que dizem respeito à aula.
Após o trabalho de campo De volta à sala de aula, promova um diálogo entre os alunos, para que a experiência seja compartilhada, considerando que a percepção de cada indivíduo sobre o mesmo elemento pode ser sempre diferenciada. Certifique-se da participação de todos, valorizando o convívio e o respeito às opiniões diversas.
Visite o local previamente, estabeleça o tempo necessário para a realização do trabalho e verifique questões como acessibilidade e infraestrutura de apoio, como locais de paradas para descanso e/ou explicações teóricas sobre o que pode ser observado.
Oriente-os na produção do trabalho que deve resultar dessa experiência. Estimule a criatividade dos alunos, solicitando a apresentação desse trabalho de diferentes maneiras, como textos, cartazes, paródias, peças teatrais, entre outras, apontando os principais elementos que devem ser relatados.
Organize regras de comportamento a serem estabelecidas previamente para os alunos. Essas regras podem, inclusive, ser organizadas com a participação dos alunos e dos outros professores.
Avalie os resultados do trabalho de campo de maneira integral. Não considere apenas um ou outro momento, mas observe o quanto ele foi enriquecedor para a elaboração do conhecimento geográfico de cada aluno.
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Tempestade cerebral A técnica da tempestade cerebral é uma estratégia de ensino geralmente muito utilizada pelo professor de Geografia, principalmente para investigar os conhecimentos que os alunos trazem para a sala de aula. Essa técnica ainda favorece a socialização deles, estimulando a criatividade individual e o respeito ao outro. Aplique essa dinâmica como estratégia didática sempre que julgar pertinente, especialmente para iniciar um novo capítulo. O texto a seguir trata a tempestade cerebral de maneira sistematizada.
Tempestade cerebral A “tempestade cerebral” constitui um modo de estimular a geração de novas ideias. Fundamenta-se no plano de captar as ideias em estado nascente, antes de serem submetidas aos esquemas fechados e rígidos dos processos de pensamento lógico. Ao mesmo tempo que nos comprometemos a nos considerar como uma equipe durante a sessão, estabelecemos a regra de que cada um é capaz de produzir ideias. Em lugar de proceder à análise crítica dos elementos que possuímos, solicita-se ao grupo que deixe funcionar sua imaginação, evitando o controle, seja a respeito dos critérios de coerência interna da série de ideias produzidas, seja a respeito de critérios exteriores à atividade presente. Sem pretender opor-se ou sobrepor-se às técnicas clássicas de reflexão, a tempestade cerebral trata de preservar a parte de imaginação criadora. Apoiada na educação ativa, a tempestade cerebral tem sido usada em muitas universidades e empresas de publicidade, que organizam ciclos regulares de exercício para a criatividade. Exemplos de Tempestade cerebral 1. O professor descreve aos alunos as condições ecológicas da Ama-
zônia, o padrão de dispersão da população e outras características. Logo anuncia aos alunos que, empregando a técnica de Tempestade cerebral, gostaria de solicitar-lhes ideias – as mais originais e inovadoras possíveis – para conseguir a alfabetização sólida e rápida de toda a população amazônica. [...] Como gerar as ideias 1. Os participantes devem expressar, em frases ou palavras curtas, todas as ideias sugeridas pela questão proposta, com toda liberdade e conforme surjam em seu espírito. 2. Devem eliminar toda atitude crítica que levaria a emitir um juízo e selecionar as ideias próprias ou as dos outros. 3. Como exercício de imaginação podem-se emitir ideias originais ainda que inspiradas nas ideias emitidas por outros. Cada ideia pode ser desenvolvida, transformada ou achar outra que se oponha a ela. Devemos observar a regra geral da Tempestade cerebral: Os participantes não devem rodear-se de garantias, verificando hipóteses, antes de emitir suas ideias. O animador estabelecerá a duração da sessão de 10 minutos a uma hora. [...] BORDENAVE, Juan Díaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 157-158.
Para explorar essa técnica em sala de aula, anote no quadro as palavras ou frases levantadas pelos alunos e, ao final do tempo determinado, leia as anotações para eles, de modo a elaborar uma linha de partida para o trabalho. Se julgar necessário, solicite aos alunos que também anotem as palavras no caderno. Em seguida, ao refletir sobre o assunto tratado no capítulo, retome as ideias iniciais, construindo um paralelo com os conhecimentos adquiridos.
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Principais conceitos/categorias da Geografia O trabalho e o entendimento de determinados conceitos e categorias da ciência geográfica, como lugar, paisagem, região, território e espaço geográfico, são essenciais no processo de ensino-aprendizagem. Pela compreensão desses conceitos, os alunos passam a realizar uma efetiva transposição do senso comum para os conhecimentos científicos. Nossa proposta nesta coleção é desenvolver um estudo em espiral, que envolva, em cada um dos volumes, os conteúdos com um nível maior de complexidade sobre os conceitos e os temas próprios dessa ciência, respeitando o nível cognitivo dos alunos. Essa proposta de trabalho visa promover um estudo integrado entre cada um dos volumes e, sobretudo, possibilitar que os educandos compreendam cada vez mais a dinâmica do espaço onde vivem e atuam.
Lugar O lugar corresponde à porção do espaço vivido, onde as pessoas estabelecem suas relações mais diretas, sobretudo as afetivas. Os lugares, apesar de terem características mundiais manifestas, também são únicos, carregados de características próprias que os diferem dos demais lugares, como aspectos físicos, sociais, econômicos, culturais e políticos. O texto abaixo complementa a definição de lugar. O lugar é a porção do espaço apropriável para a vida — apropriada através do corpo — dos sentidos — dos passos de seus moradores, é o bairro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos afirmar que não seria jamais a metrópole ou mesmo a cidade lato sensu a menos que seja a pequena vila ou cidade – vivida/conhecida/reconhecida em todos os cantos. CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 20-21.
Veja o texto a seguir, que apresenta o conceito de lugar visto por diferentes perspectivas.
Na Geografia Humanística, lugar é o espaço que se torna familiar ao indivíduo, é o espaço do vivido, do experienciado. [...] Na concepção histórico-dialética, lugar pode ser considerado no contexto do processo de globalização. A globalização indica uma tensão contraditória entre a homogeneização das várias esferas da vida social e fragmentação, diferenciação e antagonismos sociais. Por ser assim, a compreensão da globalização requer a análise das particularidades dos lugares, que permanecem, mas que não podem ser entendidas nelas mesmas. O que há de específico nas particularidades deve ser encarado na mundialidade, ou seja, o problema local deve ser analisado como problema global, pois há na atualidade um “deslocamento” (no sentido de deslocar) das relações sociais. [...] CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 89-90.
Região A noção de região está ligada à noção de diferenciação de áreas. Neste sentido, uma região é delimitada por apresentar um conjunto de características distintas em relação a outras áreas. O texto a seguir aborda o conceito de região. É possível, então, compreender a região, na atualidade, como uma área formada por articulações particulares no quadro de uma sociedade globalizada. Essa região é definida a partir de recortes múltiplos, complexos e mutáveis, mas destacando-se, nesses recortes, elementos fundamentais, como a relação de pertencimento e identidade entre os homens e seu território, o jogo político no estabelecimento de regiões autônomas ante um poder central, a questão do controle e da gestão de um território (Gomes 1995). CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 104.
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Território Territórios são delimitados por relações de poder e, na maioria das vezes, são associados à figura do Estado, como território nacional. Veja o texto a seguir. [...] Territórios existem e são construídos (e desconstruídos) nas mais diversas escalas, da mais acanhada (p. ex., uma rua) à internacional (p. ex., a área formada pelo conjunto dos territórios dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN); territórios são construídos (e desconstruídos) dentro de escalas temporais as mais diferentes: séculos, décadas, anos, meses ou dias; territórios podem ter um caráter permanente, mas também podem ter uma existência periódica, cíclica. [...] SOUZA, Marcelo José Lopes. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, Iná Elias de (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. p. 81.
Os territórios podem ser destituídos na medida em que as relações de poder cessam. Em escala nacional, o Estado é o gestor do território e, quando finda seu poder, acaba também sua soberania sobre o território.
Paisagem A paisagem é aquilo que se apreende pela visão. Essa categoria não é estática, nela estão presentes elementos como cores, sons, odores e movimentos. Ela exprime as relações entre o homem e a natureza, ocorridas em momentos e lugares específicos. O geógrafo Milton Santos diferencia paisagem artificial ou cultural de paisagem natural, sendo a primeira aquela transformada pelo homem, e a segunda, aquela que ainda não sofreu nenhuma interferência da ação humana. A paisagem é um conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade, ou por qualquer outro critério. A paisagem é sempre heterogênea. [...] SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. 5. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 65.
Espaço geográfico O espaço geográfico é a materialização da relação dinâmica entre sociedade e natureza no decorrer do tempo. Um dos principais objetivos da ciência geográfica é compreender o dinamismo da transformação e da construção do espaço geográfico. Para essa ciência, o espaço é um conjunto de relações entre os objetos sociais e naturais, animados pelo movimento da sociedade. O espaço é resultado de um conjunto inseparável de sistemas de objetos (casas, ruas, lavouras, indústrias) e sistemas de ações (trabalho, comércio, relações sociais e familiares). O espaço é resultado da ação dos homens sobre o próprio espaço, intermediados pelos objetos, naturais e artificiais. [...] SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. 5. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 71.
O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. [...] O espaço é hoje um sistema de objetos cada vez mais artificiais, povoado por sistemas de ações igualmente imbuídos de artificialidade, e cada vez mais tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2004. p. 63.
Cartografia e o ensino de Geografia No ensino de Geografia, a aquisição de noções cartográficas pelos alunos é essencial para sua interpretação e intervenção na realidade. Assim, um dos objetivos da Geografia, como disciplina escolar, é preparar alunos leitores e produtores de mapas. Esse processo possibilita a eles uma maior consciência de sua prática social, pois, de certa maneira, todo produtor de mapas tem aprimoradas suas habilidades de observação, interpretação, análise, síntese, entre outras.
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[...] O aluno precisa ser preparado para “ler” representações cartográficas. Só lê mapas quem aprendeu a construí-los. [...] O fundamental no ensino da Geografia é que o aluno/cidadão aprenda a fazer uma leitura crítica da representação cartográfica, isto é, decodificá-la, transpondo suas informações para uso do cotidiano. [...] CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Apreensão e compreensão do espaço geográfico. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000. p. 39.
A consulta a mapas e a globos terrestres precisa fazer parte do cotidiano escolar no decorrer das aulas, sobretudo nas aulas de Geografia. Esses instrumentos não podem ser utilizados em eventuais situações e como algo incomum, e sim regularmente, a fim de incentivar os alunos a consultarem mapas, atlas e globos, com o intuito de extrair informações desses recursos. Nesse sentido, ressaltamos a importância da presença constante desses materiais em sala, como fundamentado pelo texto a seguir. A formação dos alunos para entender os fatos geográficos em sua espacialidade necessita de mapas e globos como acervos permanentes nas salas de aula, sem que haja necessidade de transporte a cada aula. Paralelamente à necessidade de o professor de Geografia possibilitar a visualização do espaço geográfico em estudo, os mapas e globos são um convite para os alunos pensarem o espaço. [...] Como sabemos, todo fato ocorre em um lugar e em um determinado tempo, portanto não há necessidade de se planejar uma aula específica para trabalhar com mapas, pois estes devem fazer parte do material de todo estudante — como a carteira, o dicionário, o caderno, os estojos etc. [...] PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização cartográfica. In: PASSINI, Elza Yasuko; ALMEIDA Rosângela D. de (Org.). Prática de ensino de Geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. p. 143.
Embora saibamos que a Cartografia tenha significativa importância no processo de ensino-aprendizagem, é preciso ter alguns cuidados muito claros no ensino das linguagens e noções cartográficas na escola. De acordo com Ângela Massumi Katuta, existem dois pressupostos para o ensino da Cartografia. [...] Primeiro pressuposto: a apropriação e o uso da linguagem cartográfica devem ser entendidos no contexto da construção dos conhecimentos geográficos, o que significa dizer que não se pode usá-la per se, mas como instrumental primordial, porém não único, para a elaboração de saberes sobre territórios, regiões, lugares e outros. Se a supervalorizarmos, em detrimento do saber geográfico, corremos o sério risco de defender a linguagem por ela mesma, o que, a nosso ver, a esvazia em importância e significado tanto no ensino superior quanto no básico. É preciso que ocorra a aprendizagem e o uso da linguagem cartográfica para, sobretudo, entendermos a lógica da (re)produção dos territórios; caso contrário, ela perde seu sentido ou razão de ser no ensino geográfico superior e básico. Segundo pressuposto: a apropriação e [a] utilização da linguagem cartográfica depende não só, mas em grande parte, das concepções de Geografia e do ensino dessa disciplina que os professores e seus alunos possuem. Por exemplo: se entendermos que ela é uma ciência e/ou disciplina que tem como objetivo apenas localizar e descrever lugares, o uso que se fará da linguagem cartográfica e de seus produtos, tais como mapas, cartodiagramas, gráficos, quadros, plantas e outros, será o de mera localização e descrição de fenômenos. [...] KATUTA, Ângela Massumi. A linguagem cartográfica no ensino superior e básico. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (Org.). Geografia em perspectiva: ensino e pesquisa. São Paulo: Contexto, 2002. p. 133-134.
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Os conteúdos a serem considerados em Geografia Os conteúdos desta coleção estão organizados e apresentados com o objetivo de estabelecer relação entre a educação escolar e a realidade dos alunos, tendo em vista suas relações sociais e, posteriormente, o mundo do trabalho. Desse modo, essa proposta possibilita ao professor trabalhar com os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais, permeados por oportunidades de desenvolver com os alunos valores, habilidades e competências que lhes permitam tornarem-se indivíduos atentos ao que ocorre à sua volta, autônomos na obtenção e análise de informações e críticos ao perceberem o importante papel que desempenham no mundo em que vivem. Assim, as atividades propostas, como análises de imagens, pesquisas, debates, produções de textos e até mesmo as perguntas orais sugeridas ao professor para verificar conhecimentos prévios dos alunos, tornam-se momentos muito importantes de aprendizagem, considerando que o aprendizado é um movimento constante entre o pensar e o fazer consciente. Sendo assim, os conteúdos conceituais permitem que o aluno entre em contato com noções e conceitos importantes que envolvem cada disciplina escolar. Esses conceitos são a base para a compreensão e organização dos fatos na realidade. Desse modo, a fim de que esses conceitos estejam contextualizados à realidade vivida pelo aluno, e façam sentido em seus estudos, torna-se imprescindível que a sondagem da vivência e da realidade próxima do aluno seja a base para o planejamento do professor, para que ele possa organizar seu trabalho de maneira eficaz.
Os conteúdos procedimentais envolvem propostas que possibilitam ao aluno buscar cada vez mais autonomia visando compreender as informações e a formação do conhecimento. Esses conteúdos instrumentalizam os alunos, capacitando-os intelectualmente a buscar novos conhecimentos. Sendo assim, as atividades envolvidas por conteúdos procedimentais, nesta coleção, incentivam o aluno a observar, ler, descrever, comparar, analisar, refletir, interpretar, inferir, levantar hipóteses, registrar, produzir textos, entre outras ações, a respeito de conceitos e situações presentes em seu cotidiano. Já os conteúdos atitudinais estão relacionados ao conhecimento escolar em um contexto socializador e de formação cidadã. Esses conteúdos privilegiam a formação de valores e atitudes que visam à convivência social, seja na escola ou em outras comunidades de vivência do aluno. Portanto, as atividades que envolvem o trabalho com conteúdos atitudinais propiciam o diálogo, a expressão de opiniões, o respeito mútuo, o repúdio ao preconceito, entre outras propostas. Cabe ressaltar a importância do papel da escola para o desenvolvimento de cada tipo de conteúdo relacionado anteriormente, assim como é de responsabilidade de cada área do conhecimento e do professor a reflexão sobre esses conteúdos, com vistas a viabilizar e desenvolver cada um deles de acordo com a realidade que os rodeia. Em Geografia esses conteúdos são trabalhados por meio da espacialização, possibilitando aos alunos compreender o espaço geográfico com base no próprio cotidiano e estabelecer relações sociais em seu dia a dia.
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Habilidades do 7o ano de Geografia na BNCC EF07GE01
Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens e da formação territorial do Brasil.
EF07GE02
Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.
EF07GE03
Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários, das comunidades remanescentes de quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais dessas comunidades.
EF07GE04
Analisar a distribuição territorial da população brasileira, considerando a diversidade étnico-cultural (indígena, africana, europeia e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões brasileiras.
EF07GE05
Analisar fatos e situações representativas das alterações ocorridas entre o período mercantilista e o advento do capitalismo.
EF07GE06
Discutir em que medida a produção, a circulação e o consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.
EF07GE07
Analisar a influência e o papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro.
EF07GE08
Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do território brasileiro.
EF07GE09
Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais.
EF07GE10
Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões brasileiras.
EF07GE11
Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).
EF07GE12
Comparar unidades de conservação existentes no Município de residência e em outras localidades brasileiras, com base na organização do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular, 2017. p. 384-385.
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O urbano, o rural e a economia brasileira
ítulo Cap
O território brasileiro e sua regionalização
ítulo Cap
brasileiro. • Características do espaço rural brasileiro. • Interdependência entre espaço urbano e rural. • Agropecuária brasileira. • Êxodo rural. • Contrastes tecnológicos no campo. • Estrutura fundiária brasileira. • Industrialização e urbanização brasileira. • Problemas urbanos.
• Características do espaço urbano
brasileiro. • Localização do Brasil no mundo. • Limites e fronteiras. • Escalas. • Formação e ocupação do território brasileiro. • População indígena no Brasil atual. • Ciclos econômicos. • Organização do espaço geográfico brasileiro. • Diversidade natural brasileira. • Formações vegetais do Brasil. • Região. • Regiões brasileiras. • Regiões geoeconômicas do Brasil. • Manguezais.
• Território brasileiro. • Pontos extremos do território
Principais conceitos e noções
6o ano • Identidade sociocultural. • Transformação das paisagens naturais e antrópicas. • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras. • Biodiversidade e ciclo hidrológico.
• Formação territorial do Brasil. • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Desigualdade social e o trabalho. • Mapas temáticos do Brasil.
8o ano • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.
6o ano • Identidade sociocultural. • Transformação das paisagens naturais e antrópicas. • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras. • Biodiversidade e ciclo hidrológico.
• Formação territorial do Brasil. • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Mapas temáticos do Brasil. • Biodiversidade brasileira.
Objetos de conhecimento
• EF07GE02 • EF07GE03 • EF07GE06 • EF07GE07 • EF07GE08 • EF07GE09 • EF07GE10
• EF07GE02 • EF07GE03 • EF07GE05 • EF07GE06 • EF07GE09 • EF07GE11
Habilidades
Veja a seguir o quadro detalhado de conteúdos do 7o ano. Nele, você também vai encontrar as relações entre os objetos de conhecimento do 6o e do 8o ano da BNCC, que indicam as progressões de conteúdos ao longo da coleção.
Quadro de conteúdos Geografia • 7o ano
• CG2 • CG5 • CEG1 • CEG2 • CEG3 • CECH2 • CECH3 • CECH5 • CECH6
• CG9 • CEG2 • CEG6 • CECH1 • CECH7
Competências
tecnologia.
trânsito.
• Trabalho. • Educação para o
• Ciência e
cultural. • Educação ambiental.
• Diversidade
Temas contemporâneos
CG: Competência geral CECH: Competência específica de Ciências Humanas CEG: Competência específica de Geografia
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Região Sudeste
ítulo Cap
A população brasileira
ítulo Cap
Sudeste. • População da região Sudeste. • Fluxos migratórios do Sudeste. • Organização do espaço geográfico do Sudeste. • Industrialização na região Sudeste. • Megalópole. • Extrativismo. • Agropecuária. • Questão ambiental no Sudeste. • Inversão térmica.
• Aspectos naturais da região
população brasileira. • Crescimento da população brasileira. • Pirâmide etária. • Envelhecimento da população. • Densidade demográfica. • Mapas temáticos. • Migração interna no Brasil. • Principais fluxos de emigração e imigração brasileira. • Condições socioeconômicas da população brasileira. • Mulheres no mercado de trabalho brasileiro. • Trabalho infantil no Brasil. • Distribuição de renda. • Comunidades quilombolas no Brasil.
• População brasileira. • Diversidade étnico-cultural da
espaços rural e urbano brasileiro. • Principais atividades econômicas brasileiras. • Papel da mulher na economia brasileira. • Mapas síntese. • As vias de transporte e sua influência na economia brasileira. • Meios de comunicação no Brasil.
• Problemas ambientais nos
6o ano • Identidade sociocultural. • Relações entre os componentes físico-naturais. • Transformação das paisagens naturais e antrópicas. • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras. • Atividades humanas e dinâmica climática.
• Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Desigualdade social e o trabalho. • Mapas temáticos do Brasil. • Biodiversidade brasileira.
8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.
6o ano • Identidade sociocultural. • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.
• Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Mapas temáticos do Brasil.
8o ano • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.
• EF07GE02 • EF07GE04 • EF07GE06 • EF07GE07 • EF07GE08 • EF07GE09 • EF07GE10 • EF07GE11
• EF07GE02 • EF07GE03 • EF07GE04 • EF07GE09 • EF07GE10
• CEG3 • CEG4 • CEG7 • CECH6 • CECH7
• CG3 • CG9 • CG10 • CEG3 • CEG7 • CECH4 • CECH6
cultural.
cultural.
• Saúde.
ambiental.
• Educação
o consumo.
• Educação para
• Diversidade
relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afrobrasileira, africana e indígena. • Saúde. • Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. • Trabalho.
• Educação das
• Diversidade
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Região Nordeste
ítulo Cap
Região Sul
ítulo Cap
Região Sudeste
ítulo Cap
Nordeste. • Sub-regiões nordestinas. • Regime de chuvas no Sertão. • Seca no Nordeste. • Transposição do Rio São Francisco. • População da região Nordeste. • Fluxos migratórios do Nordeste.
• Aspectos naturais da região
• Aspectos naturais da região Sul. • Povoamento da região Sul. • População da região Sul. • Organização econômica. • Herança cultural dos imigrantes. • Agropecuária e arenização.
Principais conceitos e noções
do Brasil. • Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Desigualdade social e o trabalho. • Mapas temáticos do Brasil. • Biodiversidade brasileira.
• Ideias e concepções sobre a formação territorial
8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.
6o ano • Identidade sociocultural. • Relações entre os componentes físico-naturais. • Transformação das paisagens naturais e antrópicas. • Biodiversidade e ciclo hidrológico.
• Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Mapas temáticos do Brasil. • Biodiversidade brasileira.
8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.
Objetos de conhecimento
• EF07GE01 • EF07GE02 • EF07GE04 • EF07GE06 • EF07GE07 • EF07GE08 • EF07GE09
• EF07GE02 • EF07GE03 • EF07GE04 • EF07GE09 • EF07GE10 • EF07GE11
Habilidades
• CG3 • CG4 • CEG3 • CEG6 • CECH3 • CECH7
• CG3 • CG4 • CG7 • CEG2 • CEG4 • CECH7
Competências
cultural.
ambiental.
o consumo.
• Trabalho. • Educação para
cultural.
• Diversidade
• Educação
relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afrobrasileira, africana e indígena. • Educação ambiental. • Educação alimentar e nutricional.
• Educação das
• Diversidade
Temas contemporâneos
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Região Centro-Oeste
ítulo Cap
Centro-Oeste. • Reservas da biosfera. • Unidades de conservação. • População da região Centro-Oeste. • Processos migratórios na região Centro-Oeste. • Construção e expansão do Distrito Federal. • População indígena. • Leitura de gráficos. • Organização econômica. • Interpretação de gráficos. • Parque Indígena do Xingu.
• Aspectos naturais da região
• Organização econômica. • Literatura de cordel.
8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.
6o ano • Identidade sociocultural. • Relações entre os componentes físico-naturais. • Transformação das paisagens naturais e antrópicas. • Biodiversidade e ciclo hidrológico. • Atividades humanas e dinâmica climática.
• Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Desigualdade social e o trabalho. • Mapas temáticos do Brasil. • Biodiversidade brasileira.
8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.
6o ano • Identidade sociocultural. • Relações entre os componentes físico-naturais. • Transformação das paisagens naturais e antrópicas. • Biodiversidade e ciclo hidrológico.
• EF07GE02 • EF07GE03 • EF07GE04 • EF07GE06 • EF07GE07 • EF07GE09 • EF07GE10 • EF07GE11 • EF07GE12
• EF07GE10 • EF07GE11
• CG1 • CG2 • CG4 • CG6 • CG7 • CG9 • CG10 • CEG1 • CEG2 • CEG3 • CEG5 • CEG6 • CEG7 • CECH7
ambiental. • Diversidade cultural. • Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afrobrasileira, africana e indígena.
• Educação
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Região Norte
ítulo Cap
brasileiro.
• Regionalização do folclore
sustentáveis para a região Norte.
• Atividades econômicas
Amazônica.
• Aspectos naturais da região Norte. • Precipitações. • Floresta Amazônica. • Amazônia Legal. • População da região Norte. • População indígena. • Ribeirinhos. • Organização econômica. • Ameaças ambientais na Floresta
Principais conceitos e noções
8o ano • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.
6o ano • Identidade sociocultural. • Relações entre os componentes físico-naturais. • Transformação das paisagens naturais e antrópicas. • Biodiversidade e ciclo hidrológico. • Atividades humanas e dinâmica climática.
• Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Desigualdade social e o trabalho. • Mapas temáticos do Brasil. • Biodiversidade brasileira.
Objetos de conhecimento
• EF07GE02 • EF07GE03 • EF07GE04 • EF07GE06 • EF07GE07 • EF07GE08 • EF07GE09 • EF07GE11 • EF07GE12
Habilidades
• CG1 • CG4 • CG8 • CEG6 • CEG7 • CECH1 • CECH6 • CECH7
Competências
tecnologia.
cultural. • Educação ambiental. • Educação das relações étnico- raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena. • Educação alimentar e nutricional. • Saúde. • Educação para o consumo.
• Diversidade
• Trabalho. • Ciência e
Temas contemporâneos
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VONTADE de
SABER
GEOGRAFIA Ensino Fundamental – Anos Finais Componente curricular: Geografia
7 Neiva Camargo Torrezani • • • •
Licenciada e bacharela em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Especialista em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela UEL-PR. Mestra em Geografia pela UEL-PR. Atuou como professora de Geografia em escolas da rede particular de ensino.
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Copyright © Neiva Camargo Torrezani, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica Projeto e produção editorial Edição Assistência editorial Revisão e preparação Projeto gráfico Edição de arte Iconografia Tratamento de imagens Diagramação Editoração eletrônica
Antonio Luiz da Silva Rios Silvana Rossi Júlio Roberto Henrique Lopes da Silva João Paulo Bortoluci Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sergio Cândido StockStudio/Shutterstock.com Vinicius Fernandes Lilian Semenichin Adriana Soares Elaine Bueno Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno Scriba Soluções Editoriais Karolyna Aparecida Lima dos Santos Raffael Garcia da Silva Amanda de Camargo Mendes, Moisés Manzano da Silva Laís Garbelini Barbara Sarzi Soraya Pires Momi Equipe Scriba Leda Teodorico Renan de Oliveira
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Torrezani, Neiva Camargo Vontade de saber : geografia : 7o ano : ensino fundamental : anos finais / Neiva Camargo Torrezani. — 1. ed. — São Paulo : Quinteto Editorial, 2018. “Componente curricular: Geografia.” ISBN 978-85-8392-157-8 (aluno) ISBN 978-85-8392-158-5 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Título. 18-20788
CDD-372.891 Índices para catálogo sistemático:
1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964
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Apresentação Estudar Geografia é uma oportunidade de ficarmos cada vez mais atentos ao mundo em que vivemos, não apenas como simples observadores, mas como indivíduos atuantes e críticos em relação a tudo o que está a nossa volta. Além desses benefícios, o estudo da Geografia nos leva a conhecer o modo de vida de diferentes povos e a compreender os motivos pelos quais o ser humano utilizou os recursos da natureza, transformando as paisagens terrestres, descobrindo e criando novos espaços geográficos. O conhecimento geográfico também contribui para pensarmos e agirmos de modo a estabelecer relações entre o lugar em que vivemos e outros lugares, conscientes de fazermos parte de um mundo conectado. Considerando tudo isso, esta coleção foi elaborada com o intuito de tornar seu estudo ainda mais agradável e de auxiliar você a se preparar para os desafios tanto do presente quanto do futuro.
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Os autores.
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Abertura de capítulo Nestas páginas, você verá imagens e questionamentos que nortearão o estudo do capítulo.
Geografia em foco
Boxe complementar
Nesta seção, algumas informações referentes ao assunto estudado serão acrescentadas. É um momento em que você desenvolverá trabalhos relacionados a acontecimentos reais, enriquecendo o conteúdo.
Aqui você encontrará informações complementares, como textos e imagens, que vão enriquecer seu aprendizado.
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Explorando o tema Nesta seção, serão apresentados textos e imagens que o levarão a refletir sobre temas contemporâneos relevantes para sua formação como cidadão.
Investigando na prática Nesta seção, você encontrará atividades que podem ser realizadas tanto na escola quanto em casa ou em um trabalho de campo. Nesse momento, você também conhecerá, na prática, as características naturais e sociais do espaço geográfico que o cerca.
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Sempre que você encontrar este ícone, significa que as atividades devem ser respondidas no caderno.
Momento da Cartografia Nesta seção, você conhecerá diferentes representações para contemplar os aspectos do espaço geográfico.
Encontro com... Nesta seção, são apresentados conteúdos que podem ser trabalhados em conjunto com outros componentes curriculares e que contribuirão para seus estudos em Geografia.
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Atividades Nesta seção, você realizará atividades que o auxiliarão a desenvolver habilidades fundamentais para a compreensão dos assuntos trabalhados, além de conferir e revisar o que foi estudado.
Refletindo sobre o capítulo Neste momento, você poderá retomar os conteúdos abordados no capítulo, além de promover a reflexão e o diálogo com os colegas. Você também poderá fazer uma autoavaliação sobre o conteúdo aprendido.
Glossário Os significados de algumas palavras pouco mencionadas em nosso dia a dia ou que podem gerar dúvidas em relação ao sentido utilizado no texto serão destacados nas páginas para auxiliar sua compreensão.
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Sumário Cap
ítulo
O território brasileiro e sua regionalização 12 O território brasileiro 14
Geografia em foco 26
Fernando Branco/ Alamy/Fotoarena
Pontos extremos do território brasileiro 15
Localizando o Brasil 16 As fronteiras 17
Momento da Cartografia 18 Para cada mapa uma escala
A ocupação e formação do território brasileiro 20 População indígena atual no Brasil 21
Encontro com... História 22 Os principais ciclos econômicos e a ocupação do território
Cap
Organização do espaço geográfico brasileiro – do século XX até a atualidade 24
ítulo
O passado e o presente nas paisagens brasileiras
Atividades 27 Brasil: natureza e sociedade 29 O desmatamento das formações vegetais do Brasil 34 Geografia em foco 35 Biodiversidade brasileira
Regiões brasileiras 36 As grandes regiões brasileiras 37
Explorando o tema 40 A riqueza dos manguezais
Atividades 42
O urbano, o rural e a economia brasileira Fotomontagem de José Vitor Elorza. Fotos: ixpert e Souliya choummanivong/ Shutterstock.com
As características dos espaços rural e urbano brasileiros 46 A interdependência entre o rural e o urbano 47 O espaço rural e a agropecuária brasileira 48 Geografia em foco 50 O êxodo rural e o sonho das cidades
Contrastes no campo brasileiro 51 A estrutura fundiária do Brasil é desigual 52
Investigando na prática 54 Conhecendo os espaços rural e urbano
Industrialização e urbanização no Brasil 56 Uma industrialização desigual 57 Principais características da urbanização brasileira 57 As regiões metropolitanas 58
O crescimento das cidades e os problemas urbanos 60
44
Encontro com... Ciências 62 Problemas ambientais nos espaços rural e urbano brasileiros
Atividades 64 As atividades que movem a economia brasileira 66 A A A A
agricultura brasileira 68 pecuária brasileira 69 indústria brasileira 70 atividade extrativa no Brasil 71
Explorando o tema 72 A mulher na economia brasileira
Momento da Cartografia 74 Os mapas-síntese
Vias de transporte e os caminhos da economia no Brasil 75 As rodovias 75
Geografia em foco 77 A conservação das rodovias brasileiras Ferrovias e hidrovias brasileiras 78 Os meios de comunicação de massa no Brasil 80
Atividades 82
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A população brasileira Somos uma população numerosa 86 A composição da população brasileira 87
A população brasileira em crescimento 89 O ritmo acelerado do crescimento da população brasileira 90
Por que a população brasileira está crescendo menos? 91 Pirâmide etária brasileira 94 O que as partes das pirâmides mostram 95 As mudanças na pirâmide etária brasileira 96
Geografia em foco 97 O envelhecimento da população
Investigando na prática 98 A população da escola
84
Cap
ítulo
Momento da Cartografia 102 Os mapas temáticos
Atividades 103 Brasileiros migrantes 105 Brasileiros vivendo em outro país 107 A imigração para o Brasil na atualidade 107
Condições socioeconômicas da população brasileira 110 População economicamente ativa do Brasil 110 As mulheres na PEA 111
A distribuição da renda entre a população brasileira 113 Explorando o tema 116
Fotomontagem de Barbara Sarzi. Fotos: Ismar Ingber/ Pulsar Imagens, Rubens Chaves/Pulsar Imagens, Palê Zuppani/Pulsar Imagens, Marco Antonio Sá/Pulsar Imagens, Rubens Chaves/Pulsar Imagens, Cassiohabib, Cassandra Cury, Samuel Kochhan, Box Lab, AMOURA Fotografia e Erica Catarina Pontes/Shutterstock.com
Quilombolas
Atividades 118
Brasil: país populoso e desigualmente povoado 100
Cap
Região Sudeste 120 Clima e vegetação do Sudeste 122 Relevo e hidrografia do Sudeste 124
Geografia em foco 125
A organização do espaço geográfico do Sudeste 132 A indústria da região Sudeste 132
Geografia em foco 134 A formação da megalópole brasileira
Hidrovia Tietê-Paraná
Extrativismo da região Sudeste 135
A região Sudeste e sua população 126
Agropecuária da região Sudeste 136
As migrações 127 Principais grupos de imigrantes no Sudeste 127 A migração interna e a população do Sudeste 128 População atual da região Sudeste 128
A questão ambiental no Sudeste 137
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Entendendo os aspectos naturais da região Sudeste 122
ítulo
Geografia em foco 138 Inversão térmica
Explorando o tema 140 Vamos economizar água
Atividades 142
Atividades 130
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Cap
ítulo
Região Sul 144
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Entendendo os aspectos naturais da região Sul 146 Clima e vegetação do Sul 146
A agropecuária da região Sul 154
Geografia em foco 157 Turismo nas Cataratas do Iguaçu
Relevo e hidrografia do Sul 147
Indústrias da região Sul 158
A região Sul e sua população 148
Geografia em foco 159
A chegada dos imigrantes 148
A herança cultural dos imigrantes: o Vale dos Vinhedos
A população atual da região Sul 150
Explorando o tema 160
Geografia em foco 151
A agropecuária e a arenização
Migrando do Sul para outras regiões
Atividades 162
Atividades 152 A organização econômica da região Sul 154
Cap
ítulo
Região Nordeste
164
Entendendo os aspectos naturais da região Nordeste 166 Clima e vegetação 166 Luciano Queiroz/Pulsar Imagens
A hidrografia da região Nordeste 167 As sub-regiões nordestinas 168
O regime das chuvas no Sertão 170 As massas de ar 170 O relevo regional e as chuvas no Sertão 171
Vida de migrante 177
Encontro com... História 178 Os primeiros habitantes do Nordeste
Atividades 179 A organização econômica da região Nordeste 181 O turismo no Nordeste 182 Indústria da região Nordeste 183
A ocorrência da seca no Sertão 172
Agropecuária na região Nordeste 185
Geografia em foco 172
Explorando o tema 188
O Polígono das Secas A convivência com a seca 173 A transposição do Rio São Francisco 175
A literatura de cordel
Atividades 190
A região Nordeste e sua população 176
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:38 PM
Região Centro-Oeste Entendendo os aspectos naturais da região Centro-Oeste 194
Cap
ítulo
População indígena no Centro-Oeste 207
Momento da Cartografia 208
Clima e vegetação 194
Encontro com... Ciências 196 Reservas da biosfera
Atividades 210 A organização econômica da região Centro-Oeste 211
Geografia em foco 198 As Unidades de Conservação
A região Centro-Oeste e sua população 200 População em crescimento 200 O crescimento natural 201 As migrações 201
A agropecuária na região Centro-Oeste 211
Fabio Colombini
Os gráficos na leitura geográfica
Relevo e hidrografia 195
As transformações no campo do Centro-Oeste 212 A indústria da região Centro-Oeste 214 A atividade extrativa 215
Brasília e a migração rumo ao Centro-Oeste População atual do Centro-Oeste 206
Explorando o tema 216 Parque indígena do Xingu
Atividades 218
Cap
220
Entendendo os aspectos naturais da região Norte 222
Extrativismo mineral 239 O garimpo 240
A Floresta Amazônica 223
Agropecuária da região Norte 241
Os diferentes aspectos da vegetação amazônica 224
A atividade industrial da região Norte 243
Geografia em foco 226 Amazônia Legal Relevo e hidrografia da região Norte 227
A região Norte e sua população 228 Década de 1960: a ocupação da região Norte promovida pelos grandes projetos 228 A população atual da região Norte 230 Os indígenas na região Norte 231
Explorando o tema 232 Os ribeirinhos
ítulo
As atividades econômicas e as ameaças ambientais na Floresta Amazônica 244 O arco do desmatamento 244
Filipe Frazao/Alamy/Fotoarena
Geografia em foco 203
Região Norte
192
Geografia em foco 246 Uma economia sustentável para a região Norte
Investigando na prática 248 A regionalização do folclore brasileiro
Atividades 250
Atividades 234 A organização econômica da região Norte 236 O extrativismo da região Norte 236
Mapas 252 Bibliografia 255
Extrativismo vegetal 237 As reservas extrativistas 238
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Objetivos do capítulo
• Verificar a localização
do Brasil na superfície terrestre e dos pontos extremos do território brasileiro.
pít Ca
O território brasileiro e sua regionalização
u lo
• Reconhecer a diferença entre limite e fronteira.
• Identificar
os países que fazem fronteira com o Brasil.
• Perceber que as esca-
las cartográficas variam conforme o tamanho da área representada. dos povos indígenas no território brasileiro entre o século XVI e atualmente.
• Analisar
de que maneira ocorreu a ocupação e a organização do território brasileiro do século XVI até o século XX.
Fotomontagem de José Vitor Elorza. Fotos: ixpert e Souliya choummanivong/ Shutterstock.com
• Comparar a distribuição
• Reconhecer
a importância dos principais ciclos econômicos para a ocupação do território nacional.
• Perceber a atual organi-
zação do espaço geográfico brasileiro como reflexo do processo histórico de ocupação do território.
• Reconhecer
que as formações vegetais presentes no Brasil resultam da inter-relação de diferentes aspectos naturais existentes no país.
• Identificar
as principais características das formações vegetais existentes no Brasil.
• Refletir sobre as modificações provocadas pela ação humana nas formações vegetais do país.
• Compreender
Composição artística, baseada em imagem de satélite fornecida pela Nasa, que mostra o território brasileiro na América do Sul.
• Diferenciar o critério de
12
o que é região e identificar os critérios utilizados para a definição de uma região. regionalização do território brasileiro proposto pelo IBGE da regionalização geoeconômica sugerida por Pedro Pinchas Geiger.
g20_ftd_lt_7vsg_c1_p012a021.indd Orientações gerais
12
• Para explorar a imagem de satélite apresentada, utilize como recurso a dinâmica “tempestade cerebral”. Por meio dela, incentive os alunos a apresentar oralmente as ideias que possuem sobre o território brasileiro, como:
> Quais são as dimensões do território brasileiro?
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> Quais países fazem fronteira com o Brasil? > Que aspectos caracterizam a natureza presente em
nosso país? > Que região do território brasileiro é mais povoada?
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Orientações gerais
• Comente com os alunos
Uma das primeiras representações do território brasileiro é a imagem abaixo, chamada “planisfério de Cantino”, uma carta náutica de 1502. A imagem ao lado foi produzida por satélite no século XXI e também apresenta o território brasileiro. Apesar das duas imagens representarem o Brasil, elas são bem diferentes.
que o planisfério produzido por Alberto Cantino, no século XVI, é um dos primeiros em que o território brasileiro foi representado.
Neste capítulo, você vai conhecer um pouco mais sobre o território de nosso país. Localizado na América do Sul, o Brasil possui dimensões continentais, o que faz dele um dos maiores países do mundo em extensão territorial.
Biblioteca Estense, Modena, Itália
Em seu imenso território estão abrigadas inúmeras áreas com as mais diversas paisagens, que se diferenciam uma das outras tanto por suas características naturais quanto por suas características culturais. Em razão da presença de áreas com características tão diversas, o território brasileiro pode ser dividido em várias regiões geográficas.
Planisfério de Cantino, produzido em 1502, que mostra uma parte do território do Brasil.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
A Observe as imagens e converse com seus colegas sobre as características de cada uma. B O que você sabe sobre as formações vegetais brasileiras, como a Floresta Amazônica e o Cerrado? C Quais são as regiões brasileiras? D Em qual delas está localizado o estado onde você vive?
13
Respostas
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A Resposta esperada: A imagem do planisfé-
rio foi produzida manualmente, com os poucos conhecimentos que os navegantes portugueses possuíam do continente americano e do território brasileiro no início do século XVI. Ele utiliza elementos artísticos para ilustrar algumas características do Brasil, como a fauna, re-
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presentada pelos papagaios. Já a imagem de satélite apresenta diversos detalhes mais precisos do território, além de elementos da atmosfera, como as nuvens. Comente com os alunos que a imagem de satélite mostra uma representação real do objeto representado, enquanto o mapa apresenta uma representação artística.
B Resposta pessoal. Verifique se a resposta
dos alunos está coerente com as características das formações vegetais brasileiras. C Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. D Resposta pessoal. Verifique se a resposta dos alunos está correta de acordo com a região onde moram.
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O território brasileiro
Orientações gerais
• Com
o auxílio de um planisfério ou um globo terrestre, solicite aos alunos que observem a localização e dimensão do Brasil e dos outros países que estão entre os cinco mais extensos do mundo.
Considerado um país de dimensões continentais, o Brasil tem uma área de, aproximadamente, 8,5 milhões de quilômetros quadrados (km2), ocupando cerca de 50% da área total da América do Sul. Além da porção continental, também existem ilhas oceânicas pertencentes ao território brasileiro, como o arquipélago de Fernando de Noronha e as ilhas São Pedro e São Paulo. O Brasil possui, tanto no sentido norte-sul quanto no leste-oeste, uma grande extensão de terras e é o quinto maior país do mundo em extensão territorial.
• Aproveite o momento
Veja o planisfério abaixo.
e avalie o conhecimento prévio deles sobre os países que fazem limite com o Brasil, solicitando a eles que indiquem no planisfério ou globo terrestre.
Planisfério: os cinco países mais extensos do mundo OCEANO GLACIAL ÁRTICO
• Chame a atenção dos
3o
4o
OCEANO ATLÂNTICO
E. Cavalcante
alunos para as bandeiras como símbolos nacionais. Proponha uma pesquisa de bandeiras de outros países, caso os alunos tenham curiosidade.
1o
2o
OCEANO PACÍFICO
OCEANO PACÍFICO
0°
5
o OCEANO ÍNDICO
N L
O S
0
2 340
4 680 km
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0°
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.
Rússia
Canadá
Área territorial: 17 098 240 km2
1o
2o
China
Ilustrações: Natanaele Bilmaia
Área territorial: 9 831 510 km2
3o
Brasil
Área territorial: 9 600 001 km2
4o
Estados Unidos
Área territorial: 9 984 670 km2
Área territorial: 8 515 759 km2
5o
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://ibge.gov.br/>. Acesso em: 13 set. 2018.
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Capítulo 1
Pontos extremos do território brasileiro Em razão de sua grande extensão territorial, o Brasil apresenta uma enorme diversidade de riquezas naturais. Muitos países, inclusive, não possuem a metade da biodiversidade encontrada em nosso país. Extenso e diverso, o território brasileiro é delimitado em seus extremos por quatro marcos naturais. Observe-os no mapa abaixo. Ponta do Seixas
É uma formação rochosa que marca o ponto extremo norte do Brasil.
Tales Azzi/Pulsar Imagens
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
Monte Caburaí
Na fotografia, Monte Caburaí no município de Uiramutã (RR), 2014.
É uma praia que marca o ponto extremo leste do Brasil.
Na fotografia, Ponta do Seixas no município de João Pessoa (PB), 2016.
Pontos extremos do Brasil RR
AP
Equador
Orientações gerais
• Comente com os alu-
nos que até 1998 o ponto extremo localizado ao Norte do país não era o Monte Caburaí, mas sim o rio Oiapoque, no Amapá. Mas uma expedição realizada por profissionais de diversas áreas comprovou que o Monte Caburaí, localizado em Uiramutã, Roraima, a 84 quilômetros ao norte do Oiapoque, é o ponto mais setentrional do país. Reforce como os alunos a leitura do mapa com destaque para os estados onde se localizam os pontos extremos do território brasileiro.
0°
PA AM
MA
4 326 km
CE PB PI
AC
PE AL SE
TO
RO
BA
MT DF
4 378 km
OCEANO ATLÂNTICO
GO MG
OCEANO PACÍFICO
RN
ES
MS SP
RJ
PR
Trópico de Capricó rn io
SC
E. Cavalcante
RS
N
0
580 km
50° O
Serra de Contamana
S
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 91.
Arroio Chuí
É também uma formação rochosa que marca o ponto extremo oeste do Brasil.
É um pequeno curso de água que marca o ponto extremo sul do Brasil.
Na fotografia, Serra da Contamana no município Cruzeiro do Sul (AC), 2017.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Andre Dib/Pulsar Imagens
L
O
Na fotografia, Arroio Chuí no município de Chuí (RS), 2017.
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Localizando o Brasil
Orientações gerais
• Explique
aos alunos que os limites de um país, em geral, são instituídos por meio de acordos e tratados internacionais. Leia para os alunos o texto a seguir, que apresenta as “cidades trigêmeas”.
Aproximadamente 93% do território brasileiro está localizado no Hemisfério Sul do planeta. O restante, 7%, localiza-se no Hemisfério Norte, ou seja, uma pequena porção está ao norte da linha do equador. O território brasileiro encontra-se inteiramente à oeste do Meridiano de Greenwich, o que faz dele um país pertencente ao Hemisfério Ocidental da Terra. Situado na porção sul do continente americano, o Brasil faz limite com quase todos os países da América do Sul, exceto Chile e Equador.
Dois países, 3 cidades, uma só comunidade
O Brasil no mundo OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer OCEANO PACÍFICO
OCEANO ATLÂNTICO
Equador
0° OCEANO PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.
Círculo Polar Antártico
BRASIL
Meridiano de Greenwich
E. Cavalcante
[...] Um passo, você deixa o Paraná e está em Santa Catarina. Mais alguns metros e basta ultrapassar um canteiro para estar na Argentina. Para um visitante de primeira viagem, fica até difícil saber quando se está em Barracão, no território paranaense, ou em Dionísio Cerqueira, do lado catarinense. As duas cidades ainda têm como vizinho o município argentino de Bernardo de Irigoyen, formando aquilo que se convencionou chamar de uma segunda “tríplice fronteira” do Paraná, ainda que congregue apenas dois países diferentes. [...]
OCEANO ÍNDICO
N L
O S
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0
2 500
5 000 km
0°
Limite é a linha que determina e separa os domínios de dois ou mais territórios, como de um país, estado ou município, podendo ser um marco natural (rio, montanha) ou um marco artificial, construído pelo ser humano (rua, estrada, obelisco). Os limites podem, ainda, não ter nenhuma marcação, sendo linhas imaginárias.
GONÇALVES, Anderson. Dois países, 3 cidades, uma só comunidade. Gazeta do Povo, 8 dez. 2011. Disponível em: <www.gazetadopovo.com.br/ vida-e-cidadania/especiais/ retratos-parana/dois-paises-3cidades-uma-so-comunidadeafeh3fscnlk3e68kkhsbfahqm/>. Acesso em: 27 set. 2018.
John Michaels/Alamy/Fotoarena
Os limites também podem ser encontrados por meio de coordenadas geográficas. Nos mapas, eles são representados por linhas que demarcam a área dos territórios. Obelisco: monumento vertical que tem como forma, geralmente, uma base quadrangular que vai diminuindo até culminar em uma extremidade pontiaguda.
Na paisagem, podemos observar o obelisco que delimita Brasil, Argentina e Paraguai no município de Foz do Iguaçu (PR), 2018.
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Capítulo 1
As fronteiras Toda vez que nos referirmos à fronteira, estamos mencionando uma faixa, ou seja, uma zona do território, geralmente habitada, que se estende ao longo da linha do limite. No mapa abaixo, estão representados os países que fazem fronteira com o Brasil. Observe a extensão do limite terrestre do litoral brasileiro e também a extensão dos limites do Brasil com cada país vizinho.
E. Cavalcante
Brasil: extensão dos limites territoriais
VENEZUELA
GUIANA FRANCESA SURINAME
GUIANA COLÔMBIA RR
A fronteira terrestre.
Cabo Orange
Equador PA
MA
PERU
15
71
m
Peru: 2 995 km Bolívia: 3 338 km Paraguai: 1 366 km Argentina: 1 261 km Uruguai: 1 068 km Guiana Francesa: 730 km Suriname: 588 km Guiana: 1 606 km Venezuela: 2 199 km Colômbia: 1 644 km
DF MG MS SP
PARAGUAI
RJ
7 36 7k
BOLÍVIA
m
GO
rnio Trópico de Capricó
Extensão dos limites territoriais
BA
MT
9k
RN PB
PE AL SE
TO
RO
ES
PR SC
OCEANO PACÍFICO
ARGENTINA
0°
Com a Bolívia.
CE PI
AC
2. Com qual dos países o Brasil tem a fronteira mais extensa?
AP
EQUADOR AM
1. Qual é mais extenso, a fronteira terrestre ou o litoral brasileiro?
RS
URUGUAI CHILE
Arroio Chuí
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 91.
OCEANO ATLÂNTICO
Na fotografia, podemos observar o Rio Iguaçu desaguando no Rio Paraná, na divisa territorial entre a Argentina, o Paraguai e o Brasil no município de Foz do Iguaçu (PR), 2015.
N L
O
Fronteira terrestre Litoral
0 50° O
640 km
S
Paraguai
Argentina
Ernesto Reghran/ Pulsar Imagens
Rio Paraná
Rio Iguaçu Brasil
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Orientações gerais
• Para aprofundar os co-
nhecimentos sobre a diferença entre limite e fronteira, sugerimos a leitura do texto a seguir. A identificação entre “limite” e “fronteira internacional” decorre provavelmente da mobilidade e imprecisão cartográfica que na maior parte do tempo acompanhou o desenvolvimento das sociedades. Mas os Estados modernos necessitam de limites precisos onde possam exercer sua soberania, não sendo suficientes as mais ou menos largas faixas de fronteira. Assim, hoje o “limite” é reconhecido como linha, e não pode portanto ser habitada, ao contrário da “fronteira” que, ocupando uma faixa, constitui uma zona, muitas vezes bastante povoada, onde os habitantes de Estados vizinhos podem desenvolver intenso intercâmbio [...]. Daí que para os Estados não é admissível uma “zona neutra”, de limites imprecisos, recomendando-se, inclusive, que não sejam transitórios, mas os mais permanentes possíveis, o que contribui para evitar transtornos à população fronteiriça. [...] O limite de um Estado, então, aparece como uma linha puramente imaginária, marcado na superfície terrestre por objetos naturais ou artificiais. Pode-se, portanto, tentar acrescentar outro elemento, ao mesmo tempo distinto tanto do limite quanto da fronteira: trata-se da divisa, isto é, o aspecto visível do limite. Assim, o marco, a baliza, aparecerão como pontos fixos, erguidos pelo homem, os quais, alinhavados, expressam o limite de jurisdição dos Estados. A divisa por fim é o limite que se apoia geralmente em cursos d’água, cristas montanhosas, coordenadas geográficas ou outras linhas geodésicas. [...] MARTIN, André Roberto. Fronteiras e nações. 3. ed. São Paulo: Contexto, 1997. p. 47-48.
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Momento da Cartografia
Orientações gerais
•O
tema desta seção contempla um trabalho com a linguagem cartográfica por meio do uso de escalas para medir distâncias, aperfeiçoando o raciocínio espaço-temporal, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 7.
Para cada mapa uma escala
O município onde você vive, assim como o estado onde ele está inserido, faz parte de espaços maiores, como o território brasileiro e o continente americano. Cada um desses espaços pode ser representado por meio de um mapa e, de acordo com a dimensão de cada um deles, utiliza-se uma escala cartográfica apropriada. Isso porque a escala permite representar, em uma folha de papel, áreas com extensões muito distintas, como um município ou um continente da Terra. Veja a seguir uma sequênB Estado do Mato Grosso do Sul cia de mapas que representam MT áreas de extensões bem diferentes em espaços semelhanGO tes. Fique atento às diferenças entre as escalas de cada uma dessas representações.
• Trabalhe com os alunos a importância da escala cartográfica para a análise coerente do que se pretende estudar. Esclareça, com base nos mapas apresentados nestas páginas, que não é possível estudarmos aspectos de um município em um planisfério, e vice-versa.
Mato Grosso do Sul
MG 20° S
Campo Grande
• Aproveite a oportuni-
dade e apresente para os alunos uma situação envolvendo a questão da escala. Peça a eles que observem, por exemplo, o mapa dos estados do Brasil apresentado na página 19 e pergunte se é possível fazer um estudo sobre os municípios do estado onde vivem utilizando somente aquela representação cartográfica. Questione com os alunos se o mapa necessário para esse estudo deveria ter uma escala maior ou menor.
SP
Capital estadual Trópico de Capricórnio
A
0
N
Campo Grande
N
0
20 km
L
O S
54° 38’O
PR L
O S
Município de Campo Grande – MS
Ilustrações: E. Cavalcante
100 km
55° O
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 92.
20° 26’S
Observando os mapas podemos perceber que, quanto maior a área representada, maior é a redução. Desse modo, nesse caso, cada segmento da escala representa uma área maior. Por exemplo, a escala utilizada no mapa do município de Campo Grande representa 20 km a cada centímetro. Já a escala do mapa do Brasil, na página seguinte, representa 510 km a cada centímetro.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https:// cidades.ibge.gov.br/brasil/ms/campo-grande/ panorama>. Acesso em: 27 ago. 2018.
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Capítulo 1
É importante lembrar que a escala informa a que proporção a representação está reduzida em relação à realidade, ou seja, a escala estabelece uma relação de proporcionalidade entre a área representada e a área correspondente. C
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
Estados do Brasil Boa Vista
AP Macapá
RR
Equador Belém
Manaus
0°
São Luís Fortaleza
AM
PA
MA
CE RN Teresina
AC Rio Branco Porto Velho
Palmas
RO
TO
BA
MT
Cuiabá Capital estadual Capital federal
Natal João Pessoa PE Recife AL Maceió SE Aracaju Salvador
DF Brasília
OCEANO ATLÂNTICO
GO Goiânia MG MS
Belo Horizonte ES Vitória
Campo Grande
OCEANO PACÍFICO
b) Pesquise em atlas, livros de Geografia ou neste livro três mapas com escalas de medidas diferentes. Anote no caderno a medida da realidade que cada segmento da escala dos mapas pesquisados representa. Apresente os mapas que você pesquisou e as informações das escalas aos colegas.
PB
PI
SP PR SC
RS
a ) Verificando os mapas desta página e os da página anterior, escreva, no caderno, qual medida da realidade cada segmento da escala representa nos mapas B e D.
RJ Rio de Janeiro São Paulo Trópico de Capricó Curitiba rnio Florianópolis
Porto Alegre
N L
O
50° O
0
510 km
S
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 42.
D
Brasil e alguns países do mundo OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico RÚSSIA CANADÁ FRANÇA JAPÃO
Trópico de Câncer
OCEANO ATLÂNTICO
EGITO ÍNDIA
OCEANO PACÍFICO
Ilustrações: E. Cavalcante
BRASIL
Trópico de Capricórnio
ARGENTINA
Meridiano de Greenwich
Equador
OCEANO PACÍFICO
0° OCEANO ÍNDICO AUSTRÁLIA
ÁFRICA DO SUL
0°
N
0
2 230
4 460 km
L
O S
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.
19
Respostas
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a ) No mapa B, 110 km, e no mapa D, 2230 km. b) Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta. Estimule a participação de todos.
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Orientações gerais
• Para
complementar seus conhecimentos sobre o assunto, faça a leitura do texto a seguir. Escalas diferentes indicam maior ou menor redução. Em razão disso, são usadas as expressões Escala Maior e Escala Menor para se fazer comparações entre várias escalas. Uma escala será maior quando indica menos redução. Por sua vez, uma escala será menor quando indica mais redução. Na relação de escalas a seguir, a maior será 1:5000 e a menor será 1:5000000: 1:5000 (maior) 1:50000 1:500000 1:5000000 (menor) Tendo relação também com estes conceitos, são usadas as expressões Escala Grande e Escala Pequena. Não existem limites estabelecidos que def inam cada um dos casos. Mas podemos dizer, por exemplo, que: 1:20000000 é uma Escala Pequena e que 1:10000 é uma Escala Grande. Tais denominações estão mais relacionadas com o nível de precisão que a escala permite nas representações em mapas. Um nível maior de precisão indica uma Escala Grande; o contrário indica uma Escala Pequena. Alguns autores arriscam um limite: Escalas pequenas (menores que 1:500000). Escalas médias (aquelas um pouco maiores que 1:500000). Escalas grandes (aquelas bem maiores que 1:500000). O uso dessas expressões fica um tanto arbitrário quanto aos limites adotados. No entanto, não há dúvida alguma, por exemplo, que 1:5000 é uma Escala Grande e que 1:100000000 é pequena. [...] DUARTE, Paulo Araújo. Fundamentos de cartografia. 2. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2002. p. 118.
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A ocupação e formação do território brasileiro
BNCC
• Este tema permite tra-
balhar com a habilidade EF07GE03, pois possibilita aos alunos conhecerem a territorialidade dos povos indígenas na atualidade, assim como sua importância na história da ocupação e formação do território brasileiro.
A ocupação e a formação do território brasileiro, a partir do povoamento promovido por colonizadores europeus, teve início no século XVI quando grupos de portugueses chegaram, pela primeira vez, em terras que, mais tarde, se tornariam o território do Brasil. Ao desembarcarem, eles encontraram vários povos indígenas que há séculos habitavam essas terras. Provável ocupação do território do Brasil – 1500
Equador
0°
Indígena: nome atribuído pelos colonizadores aos povos que viviam nas terras que comporiam o território brasileiro, antes da chegada dos europeus. Esse nome passou a ser utilizado comumente para tratar desses povos de um modo geral, embora seja importante entender que não se trata de um grupo homogêneo.
Bandeirantes e índios em São Paulo de Piratininga Alfredo J. Boulos. São Paulo: FTD, 1999. (O sabor da História).
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
Trópico d e
Capricór
Este livro mostra a expedição bandeirante e a trajetória do povo Guarani antes e depois do contato com os paulistas.
n io
N L
O
Tupi-Guarani
Pano
Jê
Tucano
Aruaque
Charrua
Cariba
Outros grupos
Cariri
Biblioteca do Senado Federal, Brasília
temporâneo Diversidade cultural, enfatizando a importância de conhecer e respeitar os hábitos e costumes desses povos, conforme orienta a competência geral 9. Para isso, questione os alunos sobre os hábitos e costumes indígenas que se tornaram comuns entre a população brasileira. Como exemplo, é possível mencionar o hábito de comer frutos, peixes e pratos feitos à base de milho, descansar em redes, técnicas de trabalho com cerâmica e o uso de colares e brincos. Permita o diálogo entre os alunos e trabalhe a competência específica de Ciências Humanas 1, pois dessa forma os alunos podem compreender a si e ao outro como identidades diferentes, exercitando o respeito pelas diversas manifestações culturais.
E. Cavalcante
• Trabalhe o tema con-
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520 km
S
50° O
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 44.
O mapa ao lado mostra a distribuição geográfica dos diferentes povos indígenas por volta do século XVI pela área que, mais tarde, comporia o território brasileiro.
Não existe um número exato da quantidade de indígenas que viviam no território brasileiro na época do descobrimento. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), em 1500 os números variavam entre 1 e 10 milhões de índios, divididos em aproximadamente mil povos. Esses povos apresentavam uma grande diversidade cultural expressa, principalmente, por diferentes línguas, crenças, hábitos alimentares e até mesmo organização social e física de suas aldeias. O artista Johann Moritz Rugendas representou, na tela Ponte de cipó, indígenas realizando atividades de seu cotidiano em meio à floresta no Brasil, entre 1827-1835.
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E. Cavalcante
De acordo com os dados do Censo de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a população indígena atual em nosso país é de aproximadamente 897 mil habitantes, ou seja, apenas 0,43% da população brasileira. Essa redução do número de inParques e terras indígenas no Brasil - 2015 dígenas deve-se, em grande parte, à mortalidade intensa desses poN L O vos, tanto em razão dos confrontos S Equador com os colonizadores quanto das doenças adquiridas dos europeus.
Capítulo 1
População indígena atual no Brasil
0°
Ainda segundo o IBGE, em 2010, de um total de 897 mil indígenas no Brasil, cerca de 315 mil viviam fora de terras indígenas, como áreas urbanas, por exemplo.
Cap Trópico de
A identificar Demarcada
• Verifique se os alunos
percebem que os povos indígenas tiveram seu território bastante reduzido desde a ocupação do Brasil pelos povos europeus, comparando os mapas das páginas 20 e 21.
• Aproveite
o mapa apresentado nesta página e faça a seguinte questão: “Existem parques e terras indígenas no estado onde vivemos?”. Para complementar este estudo, solicite aos alunos que realizem uma pesquisa sobre terras indígenas localizadas no estado onde moram. Para isso, eles podem acessar o site a seguir.
> Modalidades de terras
Em demarcação OCEANO PACÍFICO
OCEANO ATLÂNTICO 0
470 km
50° O Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 112.
Cesar Diniz/ Pulsar Imagens
Estudantes indígenas do povo Guarani Kaiowá durante uma aula de folclore em escola municipal de Amambai (MS), 2018.
ricórn io
Orientações gerais
indígenas. Funai (Fundação Nacional do Índio). Disponível em: <http:// livro.pro/jc7j64>. Acesso em: 27 set. 2018.
• Para
aprofundar seu conhecimento sobre o processo de formação do território brasileiro, sugerimos a leitura a seguir, que enfoca os primeiros anos do período colonial.
> MARANHÃO, Ricardo.
Caminhos da conquista: a formação do espaço brasileiro. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2008.
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Encontro com... História
BNCC
•O
tema desta seção permite ao aluno analisar os fluxos econômicos e populacionais e os reflexos na ocupação do território brasileiro, contemplando o trabalho com a habilidade EF07GE02.
Os principais ciclos econômicos e a ocupação do território Ao longo do tempo, a extensão e a forma do território brasileiro passaram por diversas modificações decorrentes, sobretudo, da organização política e econômica do país. Entre os séculos XVI e XVII, a ocupação e a organização do território brasileiro ocorreram de maneira mais lenta e restrita. Já entre os séculos XVIII e XIX, foi intensa. Essa diferença se deu, principalmente, em razão dos ciclos econômicos que se desenvolveram nesse período. Esse processo desencadeou o povoamento de locais ainda pouco ocupados, em diferentes regiões do país, e a configuração das fronteiras nacionais. Veja a seguir as principais características de cada ciclo econômico. Ocupação europeia do território brasileiro no século XVI Equador
0°
Olinda
Salvador
Pau-brasil Cana-de-açúcar Pecuária Tratado de Tordesilhas Cidades
OCEANO ATLÂNTICO
Trópico de Capricó r
São Vicente
N OCEANO PACÍFICO
nio
L
O S
0
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 35.
Século XVI Início da ocupação portuguesa da faixa litorânea brasileira, principalmente na região Nordeste do Brasil. Nesse século, o pau-brasil foi intensamente explorado pelos portugueses e teve início a implantação dos engenhos e a produção de açúcar na colônia. Nesse período também estabeleceram-se no Brasil as primeiras vilas e cidades, como São Vicente, Olinda e Salvador.
750 km 50° O
1400
1500
1600
Ocupação do território brasileiro no século XVII Equador
Cana-de-açúcar Pecuária Drogas do sertão Ouro
OCEANO ATLÂNTICO
Trópico de Capricó r
Ilustrações: E. Cavalcante
N OCEANO PACÍFICO
0°
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 37.
L
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750 km 50° O
Século XVII Expansão e ocupação de áreas no interior da colônia em decorrência da intensificação da atividade pecuária. Áreas menos apropriadas para o cultivo da cana-de-açúcar foram progressivamente ocupadas por criações, sobretudo de gado bovino.
nio
Ciclo econômico: período marcado pelo apogeu e declínio de uma atividade econômica ou pela intensa produção de um determinado produto que, muitas vezes, constitui o principal artigo de exportação de um país.
22 Orientações gerais
• Para enriquecer seus conhecimentos, suge-
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rimos a leitura do texto a seguir. Ele apresenta uma relação entre os ciclos econômicos existentes no Brasil e o processo de povoamento do território. Sua história econômica [Brasil], durante mais de quatro séculos, consistiu, como demonstrou Celso Furtado, em uma série de ciclos econômi-
cos, uma sucessão de grandes produções que formaram sucessivamente o essencial das suas exportações: açúcar no século XVII, ouro no fim do século XVII e no início do século XVIII, café nos séculos XIX e XX, borracha no início do século XX. Deve-se a essa sucessão de especulações a formação do arquipélago brasileiro, porque cada uma delas afetou uma região diferente do País:
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o açúcar, o Nordeste; o ouro, Minas Gerais; o café, o Sudeste; a borracha, a Amazônia. Cada uma imprimiu sua marca, permitindo o povoamento de regiões até então quase vazias, dando um estilo às relações sociais e à organização do espaço dessas regiões. As consequências da formação por ciclos não terminam nessa heterogeneidade, mas impli-
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Légua: medida de distância que corresponde a aproximadamente 6 600 m, adotada antes da utilização do sistema métrico. Meridiano: é a linha imaginária traçada nas representações da superfície terrestre que se prolongam de um polo a outro.
Tratado assinado em 1494, entre os reis de Portugal e Espanha, estabelecendo um meridiano para dividir as possessões territoriais portuguesas e espanholas nas novas terras conquistadas no continente americano. O Tratado deveria passar a 370 léguas das Ilhas do Cabo Verde. As terras descobertas a leste da linha imaginária seriam portuguesas, enquanto as localizadas a oeste seriam espanholas.
Capítulo 1
Tratado de Tordesilhas
Orientações gerais
• Comente com os alu-
nos que Olinda fica no estado de Pernambuco; São Vicente, no estado de São Paulo; e Salvador, na Bahia. Localize, com os alunos, essas localidades em um mapa. Enfatize que são áreas litorâneas.
• Informe
aos alunos que as “drogas do sertão” eram os produtos nativos da região do Amazonas, do Pará e do Maranhão, muito procurados pelos europeus, por não existirem na Europa, como drogas medicinais, temperos ou tinturas.
Ocupação do território brasileiro no século XVIII
Século XVIII Início da atividade mineradora no Brasil, quando importantes jazidas de ouro e diamantes foram descobertas no interior do território, principalmente, nas áreas dos atuais estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. A mineração provocou o surgimento de núcleos populacionais próximo às minas e impulsionou a expansão da ocupação para o interior do país. Nesse período, a região Amazônica também passou a ser ocupada principalmente pela exploração de produtos nativos da floresta, ou seja, das“drogas do sertão”, como o cacau e o urucum.
Equador
0°
OCEANO ATLÂNTICO
Cana-de-açúcar Pecuária Drogas do sertão Ouro e diamantes Algodão Trópico de C
N L
O OCEANO PACÍFICO
apricór n io
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750 km
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50° O
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 39.
• Informe
aos alunos que Caatinga e Floresta Amazônica são duas formações vegetais existentes no território brasileiro. Comente que essas e outras formações vegetais presentes no Brasil serão estudadas mais adiante neste mesmo capítulo. Resposta
•A 1700
1800
1900
Ocupação do território brasileiro no século XIX
intensificação se deu, principalmente, em razão dos ciclos econômicos desenvolvidos naquele período.
Século XIX Nesse século, o Brasil tornou-se independente. O café passou a ser o principal produto agrícola brasileiro.
Equador
0°
Cana-de-açúcar Pecuária Drogas do sertão e borracha Ouro e diamantes Algodão Café Mate Cacau Fumo OCEANO ATLÂNTICO Trópico de Capricó r n io
N L
O OCEANO PACÍFICO
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S
750 km 50° O
cam determinado funcionamento do conjunto do território nacional. O Brasil independente permaneceu, ao longo de todo o século XIX e na primeira metade do século XX, como uma coleção de células agroexportadoras justapostas, um mosaico de regiões quase autônomas formadas no auge desses ciclos. Cada célula centrada na produção de um tipo de exportação, drenado por uma rede de vias de transporte para um porto marítimo, era, por sua vez, constituída de células produtivas menores, formadas por grandes fazendas
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Ilustrações: E. Cavalcante
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 41.
A cultura do algodão na Caatinga e a exploração da borracha na Amazônia também se fortaleceram. Nessa época, ampliou-se a integração entre várias partes do território ocupado.
• Por qual razão a ocupação e a organi-
zação do território brasileiro se intensificaram entre os séculos XVIII e XIX?
Veja a resposta da questão nas orientações ao professor. 23
ou plantações. Pode-se falar literalmente de um arquipéla10/24/18 11:53 AM go brasileiro, pois essas células comunicavam-se apenas por cabotagem, ao longo do litoral. [...] THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 35-36.
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Orientações gerais
Organização do espaço geográfico brasileiro – do século XX até a atualidade
• Auxilie
os alunos na análise e interpretação do mapa desta página: a ) Aponte para o polo industrial de Manaus, ressaltando sua importância econômica para a região, que tem o extrativismo como uma das principais atividades econômicas. b) Explique que a fronteira agrícola atual avança sobre a região da Floresta Amazônica e, com base nisso, leve-os a refletir sobre os danos ao meio ambiente. c ) Oriente-os a observar como os eixos de circulação de mercadorias e pessoas conectam diferentes regiões do território brasileiro. d) Aponte para a tendência de expansão da atividade industrial, comércio e serviços das capitais da região Nordeste. e ) Oriente-os a identificar os principais polos de mineração do país, explicando que, atualmente, essa ainda é uma atividade de grande importância econômica para o país.
No século XX, o território do Brasil passou por significativas transformações. Nesse período, intensificou-se o processo de industrialização e urbanização. A atividade industrial tornou-se mais expressiva na economia do nosso país e, em razão desse novo contexto nacional, um grande contingente de mão de obra foi atraído do campo para as cidades, em busca de trabalho e melhores salários. A ampliação das vias de transporte, principalmente de rodovias e ferrovias, além de atender às necessidades da atividade industrial em expansão, também propiciou a integração, ou seja, a ligação e o acesso entre várias partes do território brasileiro. A construção de Brasília, na década de 1960, foi um dos fatores mais importantes para a integração entre as regiões brasileiras, sobretudo entre a região Centro-Oeste, onde passou a se localizar a capital federal, e o restante do país. Durante essa década, ampliaram-se as áreas produtivas, e parte das propriedades rurais brasileiras se modernizou, intensificando a produção com a introdução de máquinas e o desenvolvimento de monoculturas. O mapa abaixo representa as principais características da organização do espaço geográfico brasileiro, do século XX até a atualidade. Ao observá-lo, verifique como estão distribuídas as áreas onde predominam as atividades industriais e agropecuárias, o comércio e a atividade extrativa. Organização atual do espaço geográfico brasileiro N L
O
Boa Vista RR
S
AP
Macapá
Equador
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Belém São Luís Manaus
Fortaleza
AM
PA
MA
CE
Teresina AC Rio Branco
• Informe aos alunos que
Palmas
SE
TO
BA
MT
Capital estadual Capital federal
Aracaju
Salvador
Cuiabá
Brasília GO
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Natal João Pessoa PE Recife AL Maceió RN
PB
PI
Porto Velho RO
agropecuária de autoconsumo também pode ser denominada de agropecuária de subsistência, ou seja, plantações desenvolvidas basicamente para suprir as necessidades do próprio agricultor e de sua família.
Monocultura: produções agrícolas voltadas para o cultivo de um único produto e realizadas, geralmente, em vastas áreas.
DF
Goiânia
MS
MG
Belo Horizonte
Campo Grande
ES
Vitória
SP RJ
Agropecuária predominantemente comercial
Comércio muito diversificado, serviços especializados, alta tecnologia industrial Comércio, serviços e indústria - em expansão
Rio de Janeiro Trópico de Cap ricórni São Paulo o Curitiba
PR
Agropecuária predominantemente de autoconsumo
SC RS
Florianópolis
Porto Alegre
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E. Cavalcante
Atividade predominantemente extrativa
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Indústria especializada - eletrônicos Principais polos de mineração Fronteira agrícola atual
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430 km
Fontes: CALDINI, Vera Lúcia de Moraes; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 54. GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 31, 39.
Principais eixos de circulação de mercadorias e pessoas
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Sergio Ranalli/Pulsar Imagens
Capítulo 1
A organização do espaço geográfico brasileiro é dinâmica e vem passando por alterações contínuas, a exemplo das partes centro-oeste e norte do país, onde podemos verificar mudanças mais recentes, como a expansão da prática da atividade agropecuária.
Orientações gerais
• Comente com os alu-
nos que a expansão da fronteira econômica no Centro-Oeste intensificou o povoamento da região, em razão da chegada de uma grande quantidade de migrantes, principalmente das regiões Sul e Sudeste. Esses migrantes procuravam trabalho na agricultura e pecuária e muitos adquiriram terras a preços muito menores do que em suas localidades de origem.
A imagem retrata áreas de lavouras que avançam sobre áreas de vegetação natural no município de Canarana (MT), 2018. O estado do Mato Grosso atualmente faz parte da fronteira econômica do país.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Fronteira econômica: região compreendida dentro do território de um país que apresenta tendência de expansão das atividades econômicas, podendo resultar em intensificação da concentração populacional, crescimento urbano e econômico local, bem como do país.
A imagem retrata expansão de áreas de ocupação humana com a construção de conjunto habitacional na periferia da cidade de Nova Alvorada do Sul (MS), 2018.
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Orientações gerais
Geografia
• Questione
os alunos oralmente sobre a fotografia, incentivando-os a identificar as diferenças entre as edificações. Pergunte se eles já observaram locais onde elementos do passado podem ser observados na paisagem da cidade onde vivem e peça exemplos. sado que permanecem nas paisagens atuais são denominados por Milton Santos de rugosidades. Leia o texto a seguir sobre essa definição. [...] O que na paisagem atual, representa um tempo do passado, nem sempre é visível como tempo, nem sempre é redutível aos sentidos, mas apenas ao conhecimento. Chamemos rugosidade ao que fica do passado como forma, espaço construído, paisagem, o que resta do processo de supressão, acumulação, superposição, com que as coisas se substituem e acumulam em todos os lugares. [...]
O passado e o presente nas paisagens brasileiras
As paisagens de nosso país retratam a organização do território brasileiro. Analisando essas paisagens, podemos identificar elementos que contam os processos históricos que resultaram na organização atual. Isso porque é possível observar nelas elementos do passado e do presente que nos auxiliam na compreensão da dinâmica do espaço geográfico brasileiro. Veja um exemplo na fotografia abaixo.
Bernard Barroso/Shutterstock.com
• Os elementos do pas-
em foco
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2006. p. 92.
• Comente com os alunos
que muitos elementos do passado que encontramos atualmente nas paisagens são considerados como patrimônio cultural, ou seja, são elementos importantes que representam a história de um povo e sua conservação e valorização são fundamentais para registro da memória.
Na paisagem, podemos observar o centro histórico do Rio de Janeiro (RJ), 2018, com construções que marcam o processo de ocupação ocorrido no Brasil. Elas convivem lado a lado com novos elementos criados no dinâmico processo de transformação do espaço geográfico brasileiro.
• No município onde você vive é possível observar paisagens em que existam elementos novos e antigos? Quais transformações esses elementos revelam na paisagem? Converse com os colegas e descrevam os exemplos. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.
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• Resposta pessoal. Promova uma discussão em sala de aula incentivando os alunos a descrever a paisagem mencionada. Caso não se identifique no munícipio paisagens como essa, traga para sala de aula imagens de outros lugares do Brasil com essas características e as apresente aos alunos.
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1. Ponto extremo norte: Roraima; ponto extremo sul: Rio Grande do Sul; ponto extremo leste: Paraíba; ponto extremo oeste: Acre.
1. Observe o mapa da página 15 e escreva, no caderno, o nome dos estados onde estão os pontos extremos do nosso país.
4. O limite determina e separa os domínios de dois ou mais territórios, como de um país, estado ou município. Pode ser um marco natural (rio, montanha) ou um marco artificial, construído pelo ser humano (rua, estrada, obelisco). Quando nos referirmos a fronteiras, estamos mencionando uma faixa de terra que se estende ao longo da linha do limite.
2. Anote, também no caderno, quais são os marcos naturais que identificam os pontos extremos do território brasileiro. Norte: Monte Caburaí; Sul: Arroio Chuí; Leste: Ponta do Seixas; Oeste: Serra da Contamana.
3. Com relação à linha do equador, a maior parte do território brasileiro está localizada em qual hemisfério? A maior parte do território brasileiro encontra-se no Hemisfério Sul, com relação à linha do equador.
4. Explique a diferença entre limite e fronteira.
5. Utilize as palavras-chave a seguir para descrever, no caderno, as principais características da ocupação e organização do território brasileiro em cada período. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.
Século XVI
Século XVIII
Século XX
• faixa litorânea • primeiras vilas
• mineração • interior
• vias de transporte • integração
Geografia no contexto
Brasil na América do Sul
6. Observe o mapa e responda às questões a seguir no caderno. a ) Quais são os países que, com o Brasil, compõem a América do Sul? b ) Escreva o nome dos países que possuem limite com o Brasil. c ) Quais países fazem fronteira com o estado do Amazonas? Peru, Colômbia e Venezuela.
VENEZUELA GUIANA SURINAME COLÔMBIA Guiana Francesa (FRA) RR AP
AM
PA
MA
CE PI
PERU
AC
PE
TO
RO
BOLÍVIA
5 . Possível resposta: foi no século XVI, na faixa litorânea brasileira, que a ocupação portuguesa teve início, com a intensa exploração do pau-brasil e da produção do açúcar. As primeiras vilas e cidades formadas próximo ao litoral foram São Vicente, Olinda e Salvador. A atividade mineradora no Brasil teve início no século XVIII, nos atuais estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. As descobertas das jazidas de ouro e diamante incentivaram a ocupação do interior do país. No século XX, ocorreram diversas transformações no território brasileiro, entre elas o processo de industrialização e o de urbanização. Nesse período, também se ampliaram as vias de transporte tendo em vista as necessidades das atividades industriais, assim como de integração entre várias partes do território brasileiro.
AL
DF
GO
MG
MS SP
PARAGUAI
Resposta
RN PB
SE
BA
MT
Capricórn io Trópico de
6. a) Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. b) Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Equador 0°
EQUADOR
d ) Qual país faz limite com apenas um estado brasileiro e está localizado ao sul da linha do equador? Uruguai.
E. Cavalcante
Exercícios de compreensão
Capítulo 1
Atividades
PR
ES
OCEANO
RJ ATLÂNTICO
SC
CHILE RS
ARGENTINA
URUGUAI
Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
Limite estadual Limite internacional N L
O S
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 41.
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Orientações gerais
7. Leia o texto e observe atentamente a imagem. Depois, com base nas páginas 22 e 23, responda às questões no caderno.
• Caso considere perti-
• Outra possibilidade é
conduzir os alunos ao laboratório de informática, caso a escola disponha, a fim de realizar a pesquisa proposta em conjunto e, em tempo real, compartilhar os resultados.
Ouro Preto tornou-se oficialmente cidade em 1823, em decorrência da atividade mineradora nas jazidas de ouro encontradas nos morros e córregos que circundam a cidade. Grande parte das edificações dessa cidade data dos séculos XVIII e XIX, como o edifício onde está instalado o Museu da Inconfidência, que teve sua construção concluída em 1855.
Diego Grandi/Alamy/Fotoarena
nente, traga o mapa político do município onde moram para realizar a atividade 9 em conjunto com os alunos.
Na fotografia, vemos uma paisagem da cidade de Ouro Preto (MG), 2015.
7. b) A cidade de Ouro Preto foi um dos núcleos populacionais surgido em torno da atividade mineradora, com base na exploração das jazidas de ouro nos morros e córregos em suas proximidades.
a ) Descreva a paisagem mostrada.
7. a) Possível resposta: a paisagem retrata construções antigas, como casas e igrejas da cidade de Ouro Preto. Também é possível verificar morros cobertos com vegetação.
b ) Qual a relação entre a criação da cidade de Ouro Preto e a ocupação e organização do território brasileiro no século XVIII? c ) De acordo com o que você estudou, que outra atividade econômica se destacou na ocupação do norte do nosso país, também nesse mesmo século? Resposta esperada: a exploração de produtos nativos, chamados drogas do sertão, na região Amazônica.
8. O mapa abaixo representa o estado do Espírito Santo e alguns de seus municípios. Observe-o e responda no caderno às perguntas a seguir. a ) Quantos quilômetros estão representados em cada centímetro do mapa abaixo, de acordo com a escala? 40 km. b ) Qual é aproximadamente a distância real, em linha reta, das cidades indicadas a seguir:
Estado do Espírito Santo – 2016
BA
Montanha Nova Barra de São Franscisco Venécia São Gabriel da Palha
Capital estadual
Conceição da Barra São Mateus
ES
Principais cidades
Linhares Colatina Baixo Guandu
MG
Aracruz
Afonso Cláudio Iúna
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Vitória
Domingos Martins
Vila Velha
Castelo
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Guaçuí
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Mimoso Itapemirim do Sul
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40 km
S
40° O
• Castelo e Linhares; 172 km. • Guarapari e Barra de São Francisco; 208 km. • Nova Venécia e São Mateus. 56 km.
Pesquisando 9. Faça uma pesquisa no site do IBGE Cidades@ <http://livro.pro/f492h3> sobre o município onde mora e veja quais são os municípios que com ele fazem limite. Pesquise também a localização dele no estado ao qual pertence. Em uma folha de papel, escreva uma síntese da sua pesquisa.
As informações dessa pesquisa também podem ser encontradas em um mapa político do município, geralmente disponível na Prefeitura Municipal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. coerente com a atividade proposta. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 172. Estimule a participação de todos.
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Capítulo 1
Brasil: natureza e sociedade O Brasil possui uma grande diversidade natural. Parte dessa diversidade deve-se à grande dimensão territorial do nosso país — onde atuam diferentes tipos climáticos e onde encontramos formas de relevo e de solo variados — e à extensa rede hidrográfica. Tais aspectos, inter-relacionados, favoreceram o desenvolvimento das mais diversas paisagens, nas quais se destacam diferentes formações vegetais. Comparando os mapas abaixo com o da página seguinte, podemos estudar exemplos da inter-relação dos elementos naturais que propiciam as condições para que se desenvolvam, em nosso país, diversas formações vegetais. A
AP
AM
Equador
PA
MA
CE
aos alunos fazer comparações entre mapas, estabelecendo conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, conforme orienta a competência específica de Geografia 2. Estudar exemplos da inter-relação dos componentes físico-naturais, apresentados nos mapas, que propiciam as condições para que se desenvolvam as diversas formações vegetais, contempla o trabalho com a habilidade EF07GE11.
PI AC
GO
DF ES
SP
RJ
PR
N
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 63.
* Considerando o período de 1961-1990.
MG
MS
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3 450 3 050 2 650 2 250 1 850 1 450 1 050 650
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Precipitação média anual em mm*
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ção de mapas temáticos é fundamental para o aluno exercitar o raciocínio cartográfico, incluindo analogias espaciais, possibilitando trabalhar com a habilidade EF07GE09.
• Este conteúdo permite
Pluviosidades médias no Brasil RR
BNCC
• A análise e interpreta-
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Temperaturas médias no Brasil RR
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Temperatura média anual* em °C
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 62.
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*Considerando o período de 1961-1990.
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Orientações gerais
Note que as maiores médias pluviométricas estão concentradas na porção norte do Brasil (mapa A), onde também são verificadas temperaturas elevadas na maior parte do ano (mapa B).
• Faça
uma leitura do mapa relacionando as imagens que apresentam paisagens das formações vegetais e suas áreas de ocorrência natural, especializadas nessa representação.
A combinação entre chuvas abundantes e altas temperaturas propicia o desenvolvimento da Floresta Amazônica (mapa C), uma formação vegetal densa e exuberante, com grande diversidade de espécies de fauna e flora. Por outro lado, ao observar a região que se estende do estado da Bahia até o Ceará, passando por outros estados do Nordeste, percebemos a baixa incidência de chuvas (mapa A) acompanhada de temperaturas elevadas (mapa B). A interação entre esses dois elementos naturais propicia o desenvolvimento da Caatinga, uma formação vegetal adaptada ao clima seco e quente (mapa C).
• Ao analisarem o mapa
desta página, questione os alunos sobre as formações vegetais presentes no estado onde moram.
• Aproveite o momento
C
e avalie o conhecimento prévio deles sobre o que conhecem das formações vegetais brasileiras.
Formações vegetais nativas do Brasil N L
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E. Cavalcante
SC Floresta Amazônica Floresta Tropical Mata de Araucárias Cerrado Caatinga Pantanal Vegetação litorânea Campos Mata dos Cocais
RS
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320 km
50° O Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 67.
Média pluviométrica: quantidade média de chuvas que caem em um determinado local e período de tempo.
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A Floresta Amazônica se desenvolve em áreas de clima quente e úmido, e apresenta grande biodiversidade: por volta de 13% dos tipos de plantas conhecidas atualmente no mundo. Ocupando 49% do território brasileiro, ela é composta de árvores de porte pequeno, médio e grande. As de grande porte chegam a ultrapassar 40 metros de altura.
Orientações gerais
• Saliente
aos alunos que a Serra do Mar é um conjunto de elevações do terreno que possui grandes desníveis, que se estende pelo litoral brasileiro, desde o Espírito Santo até o sul de Santa Catarina. Na Serra do Mar, há diversas paisagens da Mata Atlântica.
• Comente com os aluVista aérea da Floresta Amazônica em Manaus (AM), 2016.
Floresta Tropical A Floresta Tropical desenvolve-se em uma faixa que se estende do litoral do Nordeste ao litoral do sul do Brasil, com uma largura variável, ora próxima ao litoral, ora adentrando o interior. Em sua extensão litorânea, recebe o nome de Mata Atlântica. Essa formação vegetal recebe influência dos ventos úmidos vindos do oceano e abriga grande quantidade de bromélias, orquídeas e samambaias.
Fabio Colombini
Biodiversidade: corresponde à diversidade biológica, ou seja, à variedade de espécies vivas existentes em uma área.
Capítulo 1
Floresta Amazônica
Rita Barreto/Fotoarena
Vamos estudar, a seguir, algumas características das principais formações vegetais naturais do nosso país.
> Campanha “os três por-
A Caatinga ocupa uma área de aproximadamente 11% do território brasileiro. Suas formações vegetais são adaptadas às condições do clima semiárido existente na região onde se desenvolve. Entre as diversas espécies que compõem a flora da Caatinga, estão algumas plantas arbustivas de raízes profundas ou que possuem espinhos, mecanismos que auxiliam sua manutenção em razão da falta de água do ambiente.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Paisagem da Serra do Mar com Mata Atlântica em Paraty (RJ), 2017.
Caatinga
nos que a Mata Atlântica é a formação vegetal mais devastada. A fundação SOS Mata Atlântica, organização não governamental fundada em 1986, tem como um de seus objetivos promover a conservação da diversidade biológica e cultural. Acesse o site a seguir e apresente aos alunos a animação em que a equipe do SOS Mata Atlântica continua a clássica história dos Três Porquinhos e conta o que aconteceu depois que o lobo derrubou a casa de concreto. quinhos e a Mata Atlântica”. SOS Mata Atlântica. Disponível em: <http:// livro.pro/n8xu45>. Acesso em: 27 set. 2018.
Vegetação de Caatinga no município de Floresta (PE), 2016.
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Orientações gerais
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• Para complementar o estudo sobre a Caatinga, leia o texto a seguir para os alunos sobre a biodiversidade dessa formação vegetal e as atividades econômicas.
[...] Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver. A caatinga tem um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e biopros-
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pecção que, se bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos. [...] MINISTÉRIO do Meio Ambiente. Caatinga. Disponível em: <www.mma.gov.br/ biomas/caatinga.html>. Acesso em: 27 set. 2018.
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• Ao estudar a Mata de
Araucárias, realize um trabalho em conjunto com os componentes curriculares de Ciências e Língua Portuguesa.
• Comente
com os alunos que a gralha-azul é a ave símbolo do estado do Paraná, pois ela contribui para a dispersão das araucárias. Solicite ao professor de Ciências que explique aos alunos como ocorre a dispersão das sementes pela gralha-azul.
Kleyton Kamogawa/Shutterstock.com
Integrando saberes
O Pantanal desenvolve-se em uma grande área de planície que se estende do sudoeste do estado do Mato Grosso a oeste do Mato Grosso do Sul. A área onde está localizado o Pantanal forma a maior planície alagada do mundo, em razão do transbordamento dos rios no período das chuvas. Esse bioma abriga uma grande variedade de espécies vegetais, como plantas típicas de formações da Floresta Amazônica, do Cerrado e até mesmo da Caatinga. A piúva (ipê-roxo) é a árvore-símbolo da vegetação do Pantanal.
Vista do Pantanal Mato-Grossense no município de Poconé (MT), 2018.
Fabio Colombini
• O professor de Língua
Portuguesa poderá trabalhar com os alunos a lenda da gralha-azul, apresentada no vídeo a seguir. Conhecer as lendas é importante, pois estimula a valorização para a cultura popular brasileira.
Pantanal
Mata de Araucárias A Mata de Araucárias é encontrada na região Sul do Brasil, onde predomina o clima subtropical. Essa formação vegetal é marcada pela presença da araucária ou pinheiro-do-paraná, árvore alta que pode atingir de 10 a 35 metros de altura, com folhas longas e pontiagudas.
> Lenda da gralha-azul.
Leia Cassol escritora. Disponível em: <http:// livro.pro/rk6ea7>. Acesso em: 27 set. 2018.
Rogério Reis/Pulsar Imagens
Paisagem com Mata de Araucária no município de Canela (RS), 2018.
Cerrado Conhecido também por Savana brasileira, o Cerrado ocupa uma área de, aproximadamente, 22% de nosso território. A estação seca, em geral, coincide com o período de outono e inverno, entre os meses de abril a setembro, enquanto a estação de chuvas estende-se de outubro a março, no período da primavera e verão. Além de gramíneas, a vegetação do Cerrado apresenta principalmente árvores de pequeno porte e arbustos com cascas grossas e retorcidas, assim como formações arbustivas e florestais, conhecidas como Cerradão. Paisagem do Cerrado na Reserva Ecológica Vargem Grande no município de Pirenópolis (GO), 2018.
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A vegetação litorânea desenvolve-se na faixa costeira do nosso território e constitui-se, principalmente, de formações de manguezais. O mangue caracteriza-se por espécies arbustivas desenvolvidas em ambientes de encontro entre a água dos rios e dos mares. Essas espécies estão adaptadas aos altos teores de salinidade e, nos períodos de maré baixa, deixam expostas suas raízes. A vegetação litorânea também é composta de vegetações arbustivas que se desenvolvem em áreas de restinga e de plantas rasteiras como as gramíneas.
Capítulo 1
Ricardo Teles/Pulsar Imagens
Vegetação litorânea
Vegetação litorânea no município de Mucuri (BA), 2018.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Mata dos Cocais A Mata dos Cocais localiza-se na faixa de transição entre o clima úmido da Floresta Amazônica e o clima seco da Caatinga. Tanto o babaçu quanto a carnaúba são palmeiras economicamente importantes na região dos cocais, pois são amplamente aproveitadas: o caule, como madeira; o coco, para extração de óleo; e as folhas, para a produção de fibras vegetais.
Paisagem de Mata dos Cocais no município de Nazaria (PI), 2015.
Fabio Colombini
Campos Os Campos correspondem a um tipo de vegetação composta, sobretudo, de gramíneas. No Brasil, eles são encontrados, principalmente, em áreas da região Sul do país, onde o clima é mais frio, e recebem a denominação de Pampas. Quando os Campos se desenvolvem sobre relevos levemente ondulados, recebem o nome de Coxilhas.
Vista dos Pampas no município de Quaraí (RS), 2017.
Restinga: resulta de uma associação de ambientes diferentes. Pode ser constituída por árvores de até 12 m de altura, por alguns tipos de vegetação aquática ou por gramíneas, que se desenvolvem em solos extremamente arenosos. Estende-se ao longo da costa brasileira, geralmente entre uma lagoa e o mar. Salinidade: quantidade de sais dissolvidos em massas de águas, como mares, lagos e aquíferos.
Orientações gerais
• Para complementar o
estudo sobre os Campos, sugerimos a leitura do texto a seguir. [...] Desde a colonização ibérica, a pecuária extensiva sobre os campos nativos tem sido a principal atividade econômica da região. Além de proporcionar resultados econômicos importantes, tem permitido a conservação dos campos e ensejado o desenvolvimento de uma cultura mestiça singular, de caráter transnacional representada pela figura do gaúcho. A progressiva introdução e expansão das monoculturas e das pastagens com espécies exóticas têm levado a uma rápida degradação e descaracterização das paisagens naturais do Pampa. Estimativas de perda de hábitat dão conta de que em 2002 restavam 41,32% e em 2008 restavam apenas 36,03% da vegetação nativa do bioma Pampa (CSR/ IBAMA, 2010). A perda de biodiversidade compromete o potencial de desenvolvimento sustentável da região, seja perda de espécies de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal, seja pelo comprometimento dos serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o controle da erosão do solo e o sequestro de carbono que atenua as mudanças climáticas, por exemplo. [...] MINISTÉRIO do Meio Ambiente. Pampa. Disponível em: <www. mma.gov.br/biomas/pampa>. Acesso em: 27 set. 2018.
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O desmatamento das formações vegetais do Brasil
Orientações gerais
• Esse
tema permite tratar o tema contemporâneo Educação ambiental. Para isso, incentive a valorização da conservação das formações vegetais do Brasil. Apresente aos alunos o texto abaixo e comente sobre a importância da preservação do Pantanal.
As formações vegetais do território brasileiro têm passado por significativas alterações que resultam na diminuição das áreas de vegetação nativa, ocasionando, assim, a redução da diversidade da fauna e da flora nessas áreas. Veja no mapa abaixo áreas alteradas e os remanescentes das formações vegetais do Brasil. Já nos gráficos, as informações sobre o desmatamento das formações vegetais no território brasileiro. Brasil: paisagens naturais: espaço, sociedade e biodiversidade nos grandes biomas brasileiros
A mobilização para preservar o Pantanal
Neste livro são apresentadas as características naturais e o processo de ocupação humana dos biomas do Brasil, bem como a necessidade de preservação ambiental.
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88%
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Pantanal O Pantanal, embora possua a maior parte de sua vegetação preservada, não deixa de apresentar casos de devastação ocasionados, sobretudo, pela expansão de áreas agrícolas na região.
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Floresta Amazônica 13%
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Remanescente florestal
A Floresta Amazônica vem sofrendo intensa alteração provocada pela ação humana. Nos últimos 20 anos, segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma área de aproximadamente 13 mil km2 de vegetação é desmatada e queimada anualmente. Essa devastação é causada, sobretudo, pela exploração madeireira e pelo avanço da agropecuária e da atividade mineradora.
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Trópico de Capricórnio
Trópico de Capricórnio
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1. Como se encontram as formações vegetais que se desenvolvem naturalmente no estado onde você vive? Observe no mapa e troque ideia com os colegas. Resposta pessoal. Verifique se os elementos citados pelos alunos estão coerentes com a atividade proposta.
2. Converse com seus colegas sobre o que poderia ser feito para a diminuição da destruição dos remanescentes da vegetação natural brasileira.
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Verifique se, durante a conversa, os alunos relacionam as atividades humanas com as causas da destruição das formações vegetais.
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LEITE, Marcelo. Brasil: paisagens naturais: espaço, sociedade e biodiversidade nos grandes biomas brasileiros. São Paulo: Ática, 2007. p. 116.
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E. Cavalcante
Apesar das condições relativamente boas do bioma, existe muita preocupação com o futuro da natureza pantaneira. As ameaças mais temidas são a agropecuária e a criação de polos industriais, que podem desequilibrar a teia de relações ecológicas. Até mesmo o turismo, visto como uma saída econômica de menor impacto, pode ter efeitos danosos para o ambiente no Pantanal. Se for respeitada a capacidade de suporte dos campos naturais do Pantanal, ou seja, a criação de uma quantidade de bois e vacas que não afete profundamente o equilíbrio do ambiente, a pecuária não é necessariamente destrutiva. Para aumentar a produtividade, porém, muitos criadores desmatam capões e matas-galeria para aumentar a área de pastagem e introduzir espécies de capim estranhas ao ambiente pantaneiro. O pisoteio do gado sobre a vegetação é outra ameaça ao bioma. No entanto, a atividade que mais pode prejudicar o ecossistema do Pantanal é a agricultura intensiva, praticada nos planaltos em torno do bioma, como as lavouras de soja e de cana. Essas culturas acabam com a vegetação natural das áreas mais altas, onde nascem os rios que correm na planície pantaneira. A falta de cobertura vegetal facilita a erosão do solo, que é levado em grandes quantidades para os rios pelas enxurradas. [...]
Brasil: áreas alteradas da vegetação natural
Marcelo Leite. São Paulo: Ática, 2007.
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Geografia
Capítulo 1
Biodiversidade brasileira
em foco
Rita Barreto/Fotoarena
Por ser um país com dimensões continentais, o Brasil possui uma grande diversidade climática que se reflete nas características ecológicas da fauna e da flora terrestre e marinha, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Isso significa que o país abriga mais de 20% das espécies vivas da Terra. No entanto, toda essa biodiversidade fica ameaçada com a devastação das formações vegetais do Brasil. Por serem belos, com plumagens coloridas e possuírem capacidade de interagir com a população humana, as araras e os papagaios estão entre os grupos dos animais mais ameaçados do mundo. Na fotografia, araras-azuis observadas no município de Aquidauana (MS), 2016.
Cerrado
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Floresta Amazônica
Floresta Amazônica
Floresta Tropical
Floresta Tropical
Mata de Araucárias
Mata de Araucárias
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50° O
Caatinga
Fontes: THÉRY, Hervé;
PantanalMELLO, Neli Aparecida de.
Atlas do Brasil: disparidades Vegetação litorânea
e dinâmicas do território. São
Campos Paulo: Edusp, 2005. p. 67.
IBGE. Atlas geográfico Mata dos Cocais
escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 100.
Áreas alteradas
Caatinga Pantanal Vegetação litorânea
A Floresta Tropical, que engloba a Mata Atlântica, originalmente se desenvolve na parte do país onde o processo de urbanização e industrialização ocorreu de maneira intensa. Atualmente, restam apenas 29% de área remanescente dessa formação vegetal.
com o professor do componente curricular de Ciências para desenvolverem um trabalho sobre a Biodiversidade brasileira.
• Comente
com os alunos que, apesar da grande biodiversidade existente no Brasil, existem várias espécies da flora e fauna que estão ameaçadas de extinção. Para conhecer quais são essas espécies, acesse os materiais a seguir. na brasileira ameaçada de extinção. ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Disponível em: <http://livro.pro/tjpcws>. Acesso em: 27 set. 2018.
> Lista vermelha da flora 37%
63%
ameaçada de extinção. Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em: <http://livro. pro/y5bo84>. Acesso em: 27 set. 2018. Material digital
• Como
Floresta Tropical
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• Converse
> Livro vermelho da fau-
A vegetação de Caatinga vem sendo degradada, sobretudo, em razão da expansão de áreas agrícolas e da exploração madeireira para a produção de carvão vegetal, por exemplo.
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29%
Ilustrações: Natanaele Bilmaia
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Nos últimos anos, a expansão de novas áreas agrícolas, chamadas fronteiras agrícolas, principalmente em direção às áreas interioranas das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, tem ocasionado a devastação de formações vegetais nativas. O Cerrado, por exemplo, vem perdendo, cada vez mais, significativas áreas de vegetação natural em razão da expansão de áreas de pastagens e da agricultura moderna.
Integrando saberes
outra estratégia de ensino no trabalho com esse assunto, sugerimos a sequência didática 1, disponível no material digital, que abarca os conteúdos deste capítulo e possibilita um trabalho com as habilidades EF07GE02, EF07GE05, EF07GE06 e EF07GE09.
Fonte dos gráficos: MMA (Ministério do Meio Ambiente). Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biomas>. Acesso em: 11 set. 2018.
Campos Mata dos Cocais Áreas alteradas
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• A atividade apresenta-
Regiões brasileiras
da a seguir pode ser utilizada para iniciar o estudo sobre regionalização. O trabalho específico com as regiões geoeconômicas é proposto na página 39.
Você certamente já ouviu frases semelhantes a estas: “Este ano ocorreram intensas chuvas na região Nordeste do Brasil”, “A região Sul do país deverá colher uma safra recorde neste ano”, “A região Norte do Brasil conta com a exuberante presença da Floresta Amazônica”, “A capital do nosso país está localizada na região Centro-Oeste”. Essas frases referem-se às regiões do nosso país.
Sugestão de atividade
As regiões são porções da superfície terrestre delimitadas com base em algum critério, que pode levar em conta uma ou mais características dessas áreas. Ou seja, uma região pode ser definida, por exemplo, por apresentar características de clima, vegetação e atividades econômicas semelhantes, e que se diferenciam das áreas em seu entorno.
Painel de fotografia Objetivos
• Diferenciar a regionali-
zação do IBGE da regionalização geoeconômica.
Veja exemplos de regionalização do Brasil e do mundo.
• Promover
a socialização e o trabalho em grupo.
Quadrilátero Ferrífero – MG
Materiais
Sabará
pontas
20° L
Santa Bárbara
• cola • recortes de revistas
Procedimentos a ) Solicite aos alunos que tragam para a sala de aula alguns recortes com imagens de diferentes paisagens do Brasil. Oriente-os a anotar, em cada recorte, o estado e o município do Brasil onde a paisagem retratada está localizada. b) Divida os alunos em quatro grupos. Dois deles devem unir seus recortes e depois separá-los de acordo com a regionalização do IBGE. Em seguida, devem colar as imagens agrupadas em cinco regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Ao final, produzirão um painel com o título “Grandes regiões brasileiras – IBGE”. c ) Os outros dois grupos devem fazer o mesmo, porém de acordo com a regionalização geoeconômica: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Eles produzirão um painel com o título “Regiões geoeconômicas do Brasil”. d) Os grupos que produzirão os painéis sobre a regionalização geoeconômica devem ficar atentos quanto à localização de recortes referentes aos estados que integram mais de uma região. Nes-
Brumadinho
Capital estadual Cidade
Itabirito Ouro Preto
Área do Quadrilátero Ferrífero Rodovia Ferrovia
Mariana Ouro Branco
Congonhas
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Ferro
44° O
A região do Quadrilátero Ferrífero é delimitada com base em um critério econômico. Essa região é marcada pela presença expressiva de jazidas de ferro, bem como de sua exploração, e compreende os municípios de Belo Horizonte, Santa Bárbara, Congonhas e Mariana.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Atlas nacional do Brasil digital. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. CD-ROM.
Mundo: climas N
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Tiksi
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Círculo Polar Ártico
S
Edmonton
Frankfurt Ulan Bator
Sevilha
Atlanta
Lhasa
OCEANO ATLÂNTICO
Trópico de Câncer
Cartum
Bangalore
OCEANO PACÍFICO
OCEANO PACÍFICO
Equador
Manaus Petrolina Trópico de Capricórnio
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58. 0
2 880
Círculo Polar Antártico
5 760 km
0° OCEANO ÍNDICO
Ilsutrações: E. Cavalcante
arredondadas
Belo Horizonte
Meridiano de Greenwich
• cartolina • tesoura com
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 0°
Considerando como referência o aspecto natural da diversidade climática nas diferentes porções da superfície terrestre, identificamos acima as áreas que formam as regiões climáticas da Terra.
Equatorial Temperado Tropical Mediterrâneo Subtropical Frio Semiárido Altas montanhas Desértico Polar Adaptado da classificação de Köppen.
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se g20_ftd_lt_7vsg_c1_p034a043.indd caso, auxilie-os, por meio de um atlas, a localizar as 36 imagens de acordo com o nome dos municípios. e ) Depois que os painéis estiverem finalizados, exponha-os em um local da escola onde os demais alunos possam observá-los. Avalie a participação dos alunos e sua compreensão sobre o assunto com base nos conteúdos apresentados em cada painel.
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Capítulo 1
As grandes regiões brasileiras A delimitação de uma região pode auxiliar na identificação de aspectos como desigualdades socioeconômicas, grau de escolaridade da população, eficiência das redes de transportes e de saneamento básico, a fim de favorecer o direcionamento de projetos e ações de melhoria. Vamos estudar a seguir diferentes maneiras de regionalizar o território brasileiro.
A primeira divisão do IBGE
Orientações gerais
• Solicite aos alunos que comparem os mapas apresentados nas páginas 37 e 38 e apontem quais foram as alterações e como o estado onde vivem aparece em cada uma das representações.
A primeira divisão regional criada pelo IBGE ocorreu em 1940. Essa regionalização foi baseada nos aspectos físicos e as regiões foram denominadas Nordeste, Este, Sul, Centro e Norte. Depois dessa proposta, várias outras foram elaboradas, até chegar à regionalização atual. Veja abaixo como era a primeira regionalização do Brasil, proposta pelo IBGE. Brasil: divisão regional – 1940 N L
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Território do Acre
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430 km
50° O Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 46.
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Orientações gerais
As grandes regiões brasileiras do IBGE
• Verifique se os alunos
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é um órgão do governo que realiza pesquisas e levantamentos estatísticos a respeito do território e da população do nosso país, e que propõe uma das mais utilizadas regionalizações do Brasil.
realmente entenderam o que é a divisão político-administrativa.
• Aproveite
Essa regionalização divide o Brasil em cinco grandes regiões político-administrativas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. As grandes regiões do IBGE foram definidas respeitando os limites político-administrativos que separam os estados brasileiros, o que facilita o tratamento dos dados estatísticos levantados e permite realizar estudos relativos aos aspectos físicos e socioeconômicos de cada uma delas.
o mapa desta página e faça as seguintes questões para que os alunos analisem o mapa e os dados referentes às regiões:
O mapa abaixo mostra essa regionalização. Observe-o.
> Qual região é composta
pela maior quantidade de estados? Resposta: Nordeste.
E. Cavalcante
Brasil: grandes regiões do IBGE
> Qual região é compos-
ta pela menor quantidade de estados? Resposta: Sul.
RR
AP
Equador
0°
> Qual região apresenta
a maior população? Resposta: Sudeste.
AM
MA
PA
> Qual região apresenta
CE PI
a menor população? Resposta: Centro-Oeste.
AC
> Qual região tem a área
TO
RO
mais extensa? Resposta: Norte.
PE
BA
MT DF GO
> Qual(is) região(ões)
não é(são) banhada(s) pelo oceano Atlântico? Resposta: Centro-Oeste.
OCEANO PACÍFICO
> Qual(is) região(ões) não
faz(em) fronteira com outros países? Resposta: Nordeste e Sudeste.
SP PR SC RS
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 100.
Região Norte
AL SE
OCEANO ATLÂNTICO MG
MS
RN PB
ES
RJ Trópico de Capr icórn io Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
N L
O S
0
330 km
50° O Região Nordeste
Região Centro-Oeste
Região Sudeste
Região Sul
Área: 3 853 841 km2
Área: 1 554 291 km2
Área: 1 606 234 km2
Área: 924 609 km2
Área: 576 784 km2
População: 18 182 253 hab.
População: 56 760 780 hab.
População: 16 085 885 hab.
População: 87 711 946 hab.
População: 29 754 036 hab.
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Capítulo 1
As regiões geoeconômicas Existem outras propostas de regionalização do território brasileiro, entre elas a proposta criada, na década de 1960, pelo geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger. Nela, o geógrafo propôs uma maneira de regionalizar o território brasileiro dividindo-o em três complexos regionais, chamados regiões geoeconômicas. Para essa classificação, Geiger considerou características históricas, econômicas e naturais de nosso país. Desse modo, os limites político-administrativos dos estados não foram respeitados, uma vez que esses aspectos ultrapassam as fronteiras. Para ele, as regiões geoeconômicas propostas são: a região da Amazônia, a região Nordeste e a região Centro-Sul. Veja no mapa abaixo seus limites e quais as principais características de cada uma delas.
Corresponde à maior região geoeconômica do país; no entanto, abriga somente 12% da população brasileira. Um aspecto marcante é a presença da Floresta Amazônica. Nessa região, estão localizadas as áreas pertencentes à fronteira econômica do país, onde se destaca a prática das atividades econômicas do extrativismo e da agropecuária.
• Este
também é um momento propício para realizar a atividade da página 36.
Brasil: regiões geoeconômicas Nordeste
AM
Equador
PA
CE
MA PI
AC
TO
RO
0°
RN PB PE AL SE
DF
OCEANO ATLÂNTICO
GO MG
ES
MS
OCEANO PACÍFICO
SP
RJ
PR
Trópico d e
Capric órn io
SC
E. Cavalcante
RS
Amazônia Nordeste Centro-sul Limite da região geoeconômica
N L
O
50° O
Região que abriga áreas de povoamento mais antigas do país e por onde está distribuída 27% da população brasileira. Verifica-se grande contraste natural, social e econômico entre as porções litorâneas e as áreas do interior dessa região.
Centro-Sul
BA MT
nos que extrativismo é uma atividade econômica, por meio da qual o ser humano extrai recursos da natureza. Esse recurso pode ser vegetal, animal ou mineral. E que agropecuária é a prática das atividades da agricultura e da pecuária em conjunto. da nesta página, verifique se os alunos percebem que a regionalização do IBGE considera os limites estaduais para definir as cinco grandes regiões. A divisão geoeconômica, não considera os limites estaduais para estabelecer as três regiões.
Amazônia
AP
• Relembre com os alu-
• Na questão apresenta-
• Com os colegas, compare a regionalização proposta pelo IBGE, mostrada na página 38, com a divisão por regiões geoeconômicas. Quais diferenças vocês identificaram? Resposta pessoal.
RR
Orientações gerais
0
420 km
S
Essa região pode ser considerada a mais desenvolvida economicamente de nosso país. Apresenta uma atividade agropecuária moderna, com ampla rede de serviços e com grande concentração industrial. Nessa região, está concentrada a maior parte da população brasileira, aproximadamente 61% dela, principalmente em áreas urbanas.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 152.
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Orientações gerais
• Esta
seção permite trabalhar com o tema contemporâneo Educação ambiental. Para isso, solicite aos alunos uma pesquisa sobre a degradação dos manguezais no Brasil, a fim de levá-los a reconhecer sua importância ecológica.
Explorando o tema
A riqueza dos manguezais
Os manguezais são ecossistemas localizados em zonas costeiras, ou seja, nas faixas litorâneas. Desenvolvem-se em locais onde há o encontro de águas doces com águas salgadas. Um dos mais ricos ambientes naturais, os manguezais são considerados “berçário dos oceanos”. Isso porque essas áreas abrigam fontes de nutrientes que sustentam uma vasta cadeia alimentar composta de diversas espécies, principalmente as de vida marinha, como peixes, crustáceos e mariscos, os quais servem de alimento para os seres humanos.
• Oriente-os a buscar in-
formações sobre maneiras de minimizar a degradação desses ambientes e peça que apresentem os resultados aos colegas.
A vegetação dos mangues é composta, principalmente, de árvores com raízes aéreas, adaptadas a locais predominantemente alagados e com presença de lama. Essas árvores formam uma espécie de proteção das zonas costeiras e evitam, por exemplo, a erosão do solo.
• Para aprofundar seu co-
nhecimento sobre o tema, sugerimos o acesso ao Atlas dos Manguezais do Brasil, indicado a seguir.
Caranguejo vermelho
> Atlas dos Manguezais
Marcos Amend/ Pulsar Imagens
do Brasil. ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Disponível em: <http://livro.pro/dbziyj>. Acesso em: 27 set. 2018.
Um dos principais crustáceos que vivem nos mangues é o caranguejo. Para muitas pessoas o caranguejo é considerado um símbolo dos manguezais.
Na fotografia, manguezal localizado em Cananeia (SP), 2017.
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Vitor Marigo/Tyba
Capítulo 1
No Brasil, os mangues estendem-se do estado do Amapá até Santa Catarina, e são fontes de alimento e renda para povos tradicionais, que retiram seu sustento dessas áreas. Além de fonte de alimento, os manguezais são explorados como áreas de atividades voltadas ao ecoturismo. As águas calmas dos manguezais possibilitam a prática de esportes aquáticos, como a canoagem. Já as matas, por sua vez, são comumente exploradas pelas trilhas ecológicas.
Ecoturismo: compreende atividades de recreação e lazer com objetivo de utilizar os recursos naturais de maneira responsável garantindo o desenvolvimento sustentável. Na fotografia, pessoas praticando canoagem em manguezal de Paraty (RJ), 2018.
Embora sejam repletos de riquezas naturais, os manguezais têm sofrido com diversos problemas ambientais em virtude de sua fragilidade. Esses problemas são causados pelos seguintes fatores: desmatamento, prática do extrativismo animal e vegetal sem controle e respeito pela reposição natural das espécies, aterramento de áreas para a expansão urbana, despejo de lixo e esgoto etc. Portanto, podemos compreender a importância de conservar os manguezais, e também outras formações naturais, a fim de manter o equilíbrio ambiental. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
a ) Qual a importância dos manguezais para a vida marinha? E para as populações que vivem desses ambientes?
Camilla Kinker/Fotoarena
b) Os manguezais têm sofrido com diversos problemas ambientais. Em sua opinião, o que pode ser feito para evitá-los?
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Respostas
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a ) Os manguezais abrigam fontes de nutrientes que sustentam uma vasta cadeia alimentar composta de diversas espécies, principalmente as de vida marinha, como peixes, crustáceos e mariscos, os quais servem de alimento para os seres humanos. Para as populações, os
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manguezais são fontes de alimento e renda, pois retiram seu sustento dessas áreas. b) Resposta pessoal. Verifique se as respostas dos alunos estão de acordo com a atividade proposta.
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Atividades
Orientações gerais
• Caso
queira complementar a atividade 5, apresente as manchetes abaixo aos alunos.
Desmatamento na Mata Atlântica cresce quase 60% em um ano Exame, 29 maio 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ brasil/desmatamento-na-mataatlantica-cresce-quase-60-emum-ano/>. Acesso em: 27 set. 2018.
Ano começa com recorde de queimadas no Pantanal para janeiro G1, 3 fev. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/matogrosso-do-sul/noticia/2017/02/ ano-comeca-com-recorde-dequeimadas-em-ms-para-janeiro. html>. Acesso em: 27 set. 2018.
Exercícios de compreensão 2. Resposta pessoal. Verifique se os alunos identificaram corretamente no mapa a região em que está o estado onde moram. 3. Resposta pessoal. Verifique se o exemplo elaborado pelos alunos está coerente com a atividade proposta.
1. De acordo com o que você estudou, defina no caderno o que é uma região. 2. Retome a proposta de regionalização do IBGE e indique em qual região está inserido o estado onde você mora. 3. Descreva no caderno uma regionalização que você conhece, por exemplo, próximo ao lugar onde você mora, ou que envolva o seu município. 4. As afirmações a seguir apresentam algumas informações incorretas so-
4. a) A divisão regional do Geografia no contexto território brasileiro em 5. Leia atentamente as manchetes regiões geoeconômicas não leva em consideração os limites políticoDesmatamento na -administrativos dos estados. 5. b) Resposta esperada: o avanço das atividades agropecuárias e a fronteira agrícola nas regiões Norte e Centro-Oeste; o avanço da atividade industrial e extrativista, com ações de impacto destrutivo, como desmatamento e queimadas, assim como o crescimento das cidades.
1. Região é uma porção da superfície terrestre que apresenta características semelhantes e que, por isso, se diferencia das áreas vizinhas.
bre as regiões geoeconômicas. Identifique-as e reescreva-as corretamente no caderno. a ) A divisão regional do território brasileiro em regiões geoeconômicas leva em consideração os limites político-administrativos dos estados. b ) A região Amazônica possui uma ampla rede de serviços e a maior concentração industrial entre os três grandes complexos regionais. A região Centro-Sul possui uma ampla rede de serviços e a maior concentração industrial entre os três grandes complexos regionais.
de jornal abaixo.
Amazônia aumentou 40% nos últimos 12 meses [...]
G1, 24 ago. 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/ jornal-nacional/noticia/2018/08/24/desmatamento-naamazonia-aumentou-40-nos-ultimos-12-meses-dizinstituto.ghtml>. Acesso em: 14 set. 2018.
Desmatamento do Cerrado recua, mas 50% do bioma não existe mais O Globo, 21 jun. 2018. Disponível em: <https://oglobo. globo.com/sociedade/desmatamento-do-cerrado-recuamas-50-do-bioma-nao-existe-mais-22806553>. Acesso em: 14 set. 2018.
a ) As manchetes acima tratam de um assunto em comum. Qual é esse assunto? O desmatamento das formações vegetais naturais do nosso país.
b ) De acordo com o que você estudou, descreva as principais causas da devastação que vem ocorrendo com cada uma das formações vegetais descritas nas manchetes. 6. Leia com atenção o texto abaixo. Em seguida, responda às questões no caderno. A região do Vale do Paraíba A região do Vale do Paraíba está localizada entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, ao longo do curso do rio Paraíba do Sul, que nasce no estado de São Paulo e tem sua foz localizada no estado do Rio de Janeiro. No século XVIII, essa região foi ocupada por engenhos de produção de açúcar e lavouras de subsistência. No século XIX, ela se tornou um grande polo agrícola de café em nosso país. Atualmente, essa região é cortada pela Rodovia Presidente Dutra, uma das mais movimentadas do país e que liga as duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro.
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Capítulo 1
A região do Vale do Paraíba é considerada uma região de grande importância econômica em nosso país, abrigando um grande número de indústrias e municípios importantes, como São José dos Campos, Taubaté e Volta Redonda.
MG SP
ES
MG
Juiz de Fora Sul Três Rios do íba Valença ara P Rio Queluz Resende Volta RJ Cruzeiro a Barra Redonda r t Du Guaratinguetá te Mansa en
RJ
PR
Fontes: IBGE. Atlas das representações literárias de regiões brasileiras. Rio de Janeiro, 2009. v. 2. p. 34. (Sertões Brasileiros I). IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 143.
Taubaté São José dos Campos
via
o od
Pr
Santos
23° S
R
SP
N L
O S
0
60 km 43° O
Região do Vale do Paraíba Ferrovia Divisa interestadual Rodovia
a ) Qual região está sendo tratada no texto? A região do Vale do Paraíba b ) Quais são as características da região do Vale do Paraíba com relação: *Está localizada entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, ao • à localização geográfica? * longo do curso do Rio Paraíba do Sul. **No século XVIII, essa região foi ocupada por engenhos de • aos aspectos históricos? ** de açúcar e lavouras de subsistência. No século XIX, a • aos aspectos econômicos atuais? *** produção região tornou-se um grande polo agrícola de café em nosso país. ***Abriga um grande número de indústrias e municípios importantes, como São José dos Campos, Taubaté e Volta Redonda.
Pesquisando
• Na atividade 6, informe
aos alunos que São José dos Campos e Taubaté são municípios do estado de São Paulo, e Volta Redonda é município do Rio de Janeiro. Localize, com os alunos, esses municípios em um mapa.
• Oriente os alunos que,
OCEANO ATLÂNTICO
Rio de Janeiro
Jacareí São Paulo
Campos dos Goytacazes
id
es
E. Cavalcante
Vale do Paraíba
Orientações gerais
7. Faça uma pesquisa sobre notícias recentes relativas às devastações de áreas de formações vegetais. Essas informações podem ser buscadas em jornais, revistas e internet. Em uma folha de papel, escreva uma síntese de sua pesquisa e apresente-a aos colegas. Resposta pessoal. Verifique se o texto elaborado pelos alunos
na atividade 7, além de realizar a pesquisa sobre a devastação das formações vegetais, que eles investiguem as causas da devastação e apontem maneiras de minimizar os impactos gerados pelas atividades humanas nessas formações vegetais, de forma que estabeleçam o respeito à biodiversidade, possibilitando um trabalho com a competência específica de Geografia 6.
está coerente com a atividade proposta.
Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das afirmações a seguir. • O Brasil é um país de dimensões continentais. • A história da ocupação e da formação do Brasil, a partir do povoamento promovido por colonizadores europeus, teve início no século XVI. • Há séculos, antes da chegada dos portugueses, vários povos indígenas habitavam o território que se tornou o Brasil. • O processo de ocupação e organização do território brasileiro, entre os séculos XVI e XIX, ocorreu a partir de uma série de atividades econômicas e políticas. • A grande extensão territorial do Brasil abriga variadas características naturais de hidrografia, relevo, clima e tipos de solo. A inter-relação entre esses elementos naturais favorece a existência de diversas formações vegetais no país. • As formações vegetais do Brasil têm sido intensamente desmatadas por causa da expansão da fronteira econômica no território brasileiro. • As regiões são porções da superfície terrestre delimitadas com base em critérios que podem estar relacionados ao clima, à vegetação e às atividades econômicas semelhantes internamente, e que se diferenciam das áreas em seu entorno.
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Refletindo sobre o capítulo
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• Esta seção tem o intuito de propor uma re-
flexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar possíveis dúvidas dos alunos.
• Estimule a autonomia na aprendizagem dos alunos solicitando-lhes que realizem a proposta de autoavaliação. Ela é importante para que eles reconheçam o que aprenderam e também o que precisam retomar com o auxílio do professor.
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• Avalie se os alunos desenvolveram as habili-
dades indicadas no decorrer deste capítulo. Se necessário, verifique a necessidade de utilizar outras estratégias de aprendizagem para que as habilidades e os objetivos sejam alcançados.
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Objetivos do capítulo • Reconhecer que o espaço geográfico brasileiro possui paisagens rurais e urbanas diferentes. • Reconhecer que as atividades econômicas do campo e da cidade são interdependentes entre si. • Compreender a modernização no campo brasileiro. • Relacionar o processo de modernização da agropecuária ao êxodo rural. • Caracterizar a estrutura fundiária do Brasil e refletir sobre os conflitos ocorridos no campo. • Reconhecer a reforma agrária como uma possibilidade de modificação da estrutura fundiária do país. • Relacionar o processo de industrialização e o processo de urbanização ocorridos no Brasil. • Relacionar o processo de urbanização com a formação de metrópoles e regiões metropolitanas. • Identificar os principais problemas sociais e ambientais dos espaços rural e urbano brasileiros. • Compreender quais são as principais atividades econômicas e os produtos que movimentam a economia brasileira. • Compreender a diversificação do parque industrial brasileiro e seus principais destaques. • Refletir sobre o papel da mulher na economia brasileira. • Compreender o que é um mapa-síntese. • Verificar quais são as principais vias de transporte utilizadas no Brasil e seu papel na integração do país. • Compreender o papel dos meios de comunicação na integração do espaço brasileiro.
ítulo Cap
O urbano, o rural e a economia brasileira
Paisagem que mostra parte da área rural e parte da área urbana do município de Itumbiara (GO), 2018.
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• Ao iniciar o estudo do capítulo, solicite aos alunos que
identifiquem, na imagem apresentada na abertura, a área rural e a área urbana do município de Itumbiara (GO). Pergunte quais elementos apresentados na imagem fizeram que identificassem essas duas áreas.
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Fernando Branco/ Alamy/Fotoarena
Neste capítulo vamos estudar alguns aspectos da economia brasileira, sobretudo a importância das atividades econômicas desenvolvidas em nosso país.
Flaper
Porém, antes de iniciar este estudo, conheceremos, nas próximas páginas, as principais características das áreas rurais e urbanas que compõem o espaço geográfico brasileiro.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
A Observe a fotografia e identifique quais elementos caracterizam o espaço rural e quais caracterizam o espaço urbano do município retratado. B Você conhece algumas atividades econômicas em que o Brasil se destaca? Converse com seus colegas sobre isso.
BNCC
• De acordo com a BNCC,
nessa fase os alunos devem compreender a complexidade conceitual a respeito da produção do espaço. Dessa forma, a diferenciação entre os espaços rural e urbano proposta nessa unidade promove a observação, a compreensão e o desenvolvimento de noções relativas ao espaço geográfico em que vivem. Este trabalho permite contemplar a habilidade EF07GE02.
• Nessa idade, essas noções ganham dimensões conceituais mais complexas, de modo a levar os alunos a estabelecer relações mais elaboradas, conjugando natureza, ambiente e atividades antrópicas em distintas escalas e dimensões socioeconômicas e políticas. Dessa maneira, torna-se possível a eles conhecer os fundamentos naturais do planeta e as transformações impostas pelas atividades humanas na dinâmica físico-natural, inclusive no contexto urbano e rural, contemplando as propostas das habilidades EF07GE01 e EF07GE11.
C Cite algumas atividades econômicas desenvolvidas no município onde você mora.
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Respostas
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A Espaço rural: predomínio de áreas agrícolas e de vegetação. Espaço urbano: predomínio de áreas com construções e algumas áreas com vegetação. B Resposta pessoal. Verifique se os alunos comentam
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sobre atividades extrativistas, agropecuárias, industriais, de comércio e prestação de serviços. C Resposta pessoal. Verifique se os alunos citam atividades coerentes com o município onde moram.
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As características dos espaços rural e urbano brasileiros
BNCC
• Os conteúdos estuda-
dos no volume do 6° ano darão base para que os alunos observem e identifiquem que as paisagens rurais e urbanas se diferenciam pela prática de diferentes atividades econômicas desenvolvidas, pelas significativas transformações do meio e pela produção do espaço geográfico como fruto da ação humana sobre o planeta.
No espaço rural do nosso país existe um grande número de pequenas propriedades com culturas desenvolvidas por meio de mão de obra familiar. Geralmente, nessas propriedades a produção é destinada ao sustento da família do agricultor, assim como parte dela é comercializada. Boa parte da produção das pequenas propriedades rurais abastece o comércio interno do país. No espaço rural brasileiro existem também grandes propriedades agropecuárias equipadas com maquinários sofisticados e técnicas modernas de produção. Muitas dessas propriedades estão voltadas para a produção de gêneros destinados ao comércio externo ou à indústria. Sergio Ranalli/Pulsar Imagens
Tapete vermelho
• Neste capítulo, os alu-
Luiz Alberto Pereira, 2006. (100 min).
nos poderão aplicar o raciocínio geográfico na análise da ocupação humana no espaço rural e no espaço urbano, estabelecendo conexões entre as atividades econômicas exercidas nesses espaços, conforme orientam as competências específicas de Geografia 2 e 3.
O filme conta uma divertida história de uma família que resolve fazer uma viagem do pequeno sítio onde mora para conhecer cidades vizinhas.
Na fotografia podemos observar paisagem formada por diversas lavouras em Santa Mariana (PR), 2018.
Já o espaço urbano brasileiro é formado tanto por pequenas áreas urbanas, como povoados e vilarejos, quanto por cidades de diversas extensões. O Brasil abriga cidades pequenas, médias e grandes, com número variado de habitantes. Em nosso país, a sede de um município está localizada na área urbana, ou seja, na cidade. Embora os espaços rural e urbano no Brasil apresentem características bem distintas, existe uma intensa ligação entre eles, como estudaremos a seguir. Juliano Cruz Fotografia/Shutterstock.com
De braços para o alto Drauzio Varella. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002. O livro narra a história de um garoto de 7 anos, criado no bairro do Brás, em São Paulo, que vai passar as férias em uma fazenda. Uma realidade totalmente diferente da vida na cidade grande vai se revelando neste novo mundo, repleto de novas paisagens.
Paisagem urbana de Joinville (SC), 2018.
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g20_ftd_lt_7vsg_c2_p044a053.indd Orientações gerais
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• O filme Tapete vermelho narra a trajetória de Quinzi-
nho, que mora com sua família em um sítio no interior de São Paulo, ao levar sua família para a cidade para assistir a um filme do Mazzaropi. Você pode sugerir que os alunos assistam-no em casa ou projete o filme em sala de aula para que identifiquem as diferentes paisagens ru-
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ral e urbana que os protagonistas percorrem. Como atividade, sugere-se solicitar que os alunos comparem os diferentes costumes e cultura entre o modo de vida dos protagonistas e o modo de vida urbano. > Tapete vermelho. Direção de Luis Alberto Pereira,
2005. (100 min).
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Capítulo 2
A interdependência entre o rural e o urbano As atividades econômicas realizadas tanto no campo quanto na cidade estão interligadas. A cidade depende do que é produzido no campo, e o campo, por sua vez, depende do que é produzido na cidade. Por exemplo, o algodão cultivado no campo é transformado pela indústria, muitas vezes localizada na cidade, para a produção do fio e, na sequência, do tecido. Com o tecido, são fabricados vestimentas, roupas de cama, toalhas, entre outros produtos que abastecem tanto o campo quanto a cidade.
Interdependência entre o rural e o urbano Objetivos
• Compreender o conceito de agroindústria e a interdependência que ocorre entre o campo e a cidade.
• Descrever o ciclo de um produto, desde a obtenção de sua matéria-prima no campo na agropecuária até sua transformação na indústria e comercialização nas cidades.
A interdependência entre o espaço rural e o espaço urbano ocorre com relação às atividades econômicas, mas também em relação às pessoas que vivem em cada um desses espaços. Isso porque muitos moradores do campo trabalham nas cidades, por exemplo, no comércio e vice-versa, ou seja, também existem habitantes das cidades que exercem suas atividades no campo, como veterinários e agrônomos. Veja a seguir um esquema que ilustra alguns exemplos da interdependência entre o espaço rural e o urbano.
Ilustrações: Estúdio Meraki
Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
Na fotografia, município de Sertanópolis (PR), 2015. Nas áreas rurais, geralmente, são produzidos matérias-primas e alimentos em estado natural para a população que vive nas cidades, como arroz, feijão, trigo, milho, hortaliças, legumes, frutas e animais (peixes, aves, gado de corte e gado leiteiro, suínos).
Sugestão de atividade
As cidades fornecem para o campo, em sua maioria, produtos industrializados, como alimentos, roupas, calçados, eletrodomésticos, defensivos agrícolas (agrotóxicos), insumos (colhedeiras e tratores), assim como os serviços prestados por bancos e profissionais, como veterinários e agrônomos, geralmente sediados nas áreas urbanas.
A interdependência entre esses dois espaços costuma ser intensificada, por exemplo, com o aumento da produção industrial, que leva a uma demanda maior por matérias-primas. Consequentemente, os agricultores necessitam aumentar sua produção para abastecer a indústria. Os produtores rurais, por sua vez, utilizam novas tecnologias, produzidas nas cidades, para aumentar sua produtividade.
Procedimentos a ) Solicite que os alunos se organizem em duplas e tragam para a sala de aula embalagens de produtos industrializados. b) Peça que descrevam o caminho desse produto até o mercado, desde a obtenção da matéria-prima de sua origem, a indústria que promoveu sua transformação e embalagem até o transporte que o leva aos estabelecimentos comerciais para venda. Você pode sugerir que desenhem os processos para que fique mais ilustrativo. Para facilitar, use a matéria-prima principal do produto; eles podem encontrar essas informações nos ingredientes da embalagem (ex. chocolate = cacau; macarrão = trigo etc.). c ) É importante que percebam que, via de regra, os produtos saem do campo como matéria-prima bruta e passam pela transformação na indústria que se localiza, em geral, nas cidades. Ressalte que as atividades estão interligadas.
47
Orientações gerais
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• No processo agroindustrial, é importante que os alunos
compreendam que os insumos agrícolas como fertilizantes, agrotóxicos e máquinas são produzidos na indústria e direcionados para o campo.
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• Com essa inter-relação, você demonstra a interdependência dos dois setores (campo e cidade; agropecuária e indústria), a oferta de matéria-prima pela agropecuária para a transformação na indústria e a produção de insumos agrícolas nas indústrias que incrementam a produtividade na agropecuária.
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O espaço rural e a agropecuária brasileira
BNCC
• De acordo com a BNCC,
espera-se que os alunos nessa fase demonstrem capacidade não apenas de visualização, mas que relacionem e entendam espacialmente os fatos e fenômenos, os objetos técnicos e o ordenamento do território usado, exercitando o interesse pela investigação, conforme orienta a competência específica de Geografia 1.
A agropecuária compreende a prática da agricultura e da pecuária. É uma atividade econômica muito importante no Brasil e ocupa, aproximadamente, 283 milhões de hectares do território brasileiro. Historicamente, a agropecuária influenciou grande parte da ocupação e do povoamento do território brasileiro, além de constituir parte significativa da estrutura econômica do país. Até meados do século XX, essa atividade foi desenvolvida por meios tradicionais de produção, isto é, pela utilização de arado de tração animal, práticas de queimada para a preparação do solo e utilização reduzida de fertilizantes, adubos e maquinários. A partir da década de 1970, a prática da agropecuária moderna foi ampliada no campo brasileiro, com a utilização de recursos mais avançados tecnologicamente na agricultura, como adubos, fertilizantes, sementes selecionadas, máquinas e implementos agrícolas. Na pecuária, verificou-se melhorias com a introdução de técnicas avançadas na criação de animais, como uso de medicamentos mais eficazes, melhoramento genético, vacinas e rações especiais.
• É importante procurar
compreender as funções socioeconômicas nos setores da economia e os processos produtivos agroindustriais que ganham relevância e incorporam-se ao processo de produção do espaço agrário e urbano em sua relação entre campo e cidade. Assim, nesta seção, destacam-se as alterações provocadas pelas novas tecnologias no setor produtivo, fator desencadeador de mudanças substanciais nas relações de trabalho, na geração de emprego e na distribuição de renda em diferentes escalas, abordando a habilidade EF07GE08.
Leonardo Mari
Brasil: uso da terra no espaço rural – 2015 7% 10%
24%
59%
Lavouras Pastagens Áreas que podem ser utilizadas Áreas que não podem ser utilizadas
tema desta página favorece uma abordagem do tema contemporâneo Ciência e tecnologia, ao relacionar o uso da terra com os avanços tecnológicos aplicados às atividades no campo.
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
•O
Hectare (ha): unidade de medida que equivale a 10 mil metros quadrados. Implemento agrícola: conjunto de equipamentos utilizados como instrumentos auxiliares às atividades agrícolas, entre elas, a semeadura, o plantio e a colheita. Melhoramento genético: trabalho técnico-científico desenvolvido com o objetivo de alcançar a melhoria da produtividade, resistência a doenças, entre outros benefícios ao ser vivo.
Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/ en/#data/RL>. Acesso em: 29 ago. 2018.
• O uso dos gráficos co-
mo recurso desta página e das páginas seguintes contempla a habilidade EF07GE10, ao permitir que os alunos envolvamse na leitura e interpretação de gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas para compreensão dos conhecimentos geográficos.
Veja o gráfico a seguir, que mostra a utilização das terras brasileiras em atividade agropecuária.
48
g20_ftd_lt_7vsg_c2_p044a053.indd Orientações gerais
48
• Questione os alunos se sabem como interpretar o grá-
fico apresentado. Eles devem entender que a circunferência se refere a 100% do uso da terra e as divisões que se seguem representam a porcentagem da informação
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apresentada. Dessa maneira, devem interpretar que 59%, ou seja, mais da metade do espaço rural brasileiro, não pode ser utilizado e que a pecuária ocupa a maior parte dos territórios utilizáveis (cerca de 24%).
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Capítulo 2
Ainda hoje, o desenvolvimento de pesquisas científicas no setor agropecuário, associado ao uso de maquinários e implementos agrícolas sofisticados, vem aumentando a produtividade de muitas propriedades rurais do país. Os gráficos apresentados nesta página permitem constatar a relação entre a mecanização da prática agrícola e o aumento da produtividade. Podemos notar que ao longo dos anos houve um aumento na quantidade de maquinários utilizados na produção (gráfico A) e, também, na produtividade de algumas culturas, a exemplo da soja (gráfico B). A
Brasil: evolução da produção de tratores – 1920-2006
B
• Compreender a diversidade da produção agropecuária no país.
• Acessar os dados recentes do IBGE acerca dos produtos agropecuários brasileiros e sua localização geográfica.
Produção de soja (em milhões - ton) 105
800 821
800 665 600
96,2
Procedimentos a ) Solicite que os alunos se organizem em duplas e, caso seja pertinente, leve-os para a sala de informática. b ) Peça que acessem o site do Censo Agro 2017 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), disponível em: <http:// livro.pro/wxaq2v>. Acesso em: 3 out. 2018. c ) Solicite que cliquem no ícone “agricultura” e busquem os produtos citados no último parágrafo desta página, ou seja, soja, trigo, café, cana-de-açúcar e laranja, anotando os principais estados de sua produção. d) Por fim, peça que destaquem outros três produtos também produzidos no país e os principais estados produtores. e ) Dessa maneira, busca-se mostrar a grande diversidade da produção agropecuária no país e sua espacialização no território brasileiro.
90 75
545 60
323 166
21,5
2006
1995
15
1970 1975 1980 1985
8
40,7
30
61 1960
3 1940
1920
2
1950
200 0
45
Anos
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 14 set. 2018.
0
8,7 0,2 1960
16,7
1,8 1970 1975 1985
1995
2006
2016 Anos
Ilustrações: E. Cavalcante
400
Diversidade de produtos agropecuários no Brasil Objetivos
Brasil: produção de soja – 1960-2016
Número de tratores (em mil) 1 000
Sugestão de atividade
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 29 ago. 2018.
No Brasil, as técnicas modernas de produção agrícola, em geral, são empregadas nas grandes propriedades monocultoras de gêneros agrícolas comercializados para o exterior, como soja, trigo, café, cana-de-açúcar e laranja. Na fotografia podemos observar um trator sendo utilizado no preparo do solo em propriedade rural do município de Mirassol (SP), 2016.
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Orientações gerais
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• Oriente os alunos para a interpretação e relação dos
dados dos gráficos lineares apresentados nesta página. Eles devem compreender que à medida que houve aumento na produção de tratores também ocorreu aumento da produção de soja.
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• Lembre-os que outros insumos agrícolas também fo-
ram inseridos no campo para aumento da produtividade, tais como fertilizantes, agrotóxicos, sistemas avançados de irrigação, sementes transgênicas, entre outros. Além de aumentar a produção, o uso desses insumos promove a diminuição das perdas agrícolas.
49
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BNCC
Geografia
• Nesta
seção abordase o êxodo rural e contempla-se a habilidade EF07GE02 sugerida na BNCC, que busca analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.
em foco
O êxodo rural e o sonho das cidades
A modernização da agropecuária brasileira estimulou o que denominamos êxodo rural, a migração de um grande contingente de pessoas do campo para a cidade. A introdução de maquinários no campo diminuiu significativamente a quantidade de mão de obra necessária nas propriedades rurais. Muitas pessoas desempregadas por esse motivo passaram a buscar nas cidades melhores oportunidades de vida. Além da mecanização do campo, a oferta de emprego nas atividades industriais, em expansão nos centros urbanos, atraiu grande número de pessoas vindas das áreas rurais. Em 1963, foi criado o Estatuto do Trabalhador Rural, que regularizou as relações de trabalho no campo ao determinar que os trabalhadores rurais deveriam usufruir dos mesmos benefícios trabalhistas que os trabalhadores urbanos, como salário mínimo, décimo terceiro salário e férias com remuneração. Desse modo, os custos trabalhistas aumentaram significativamente para os proprietários de terra, e muitos deles dispensaram trabalhadores rurais com o objetivo de diminuir os gastos com os benefícios recém-adquiridos por esses trabalhadores.
• A abordagem permi-
te o entendimento da formação territorial do Brasil e a influência da saída das pessoas do campo para as cidades de forma acelerada e desordenada, promovendo o inchaço urbano e decorrentes problemas sociais das cidades. Nesse momento é possível realizar um trabalho com a competência específica de Ciências Humanas 6, promovendo um debate sobre os problemas gerados pelo inchaço urbano e as consequências para a qualidade de vida da sociedade que vive nas cidades.
Moradias em encosta de bairro periférico do município de Padre Paraíso (MG), 2018.
Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens
Devido à mecanização das atividades no espaço rural, muitos trabalhadores rurais perderam seus postos de trabalho, pequenos agricultores tiveram dificuldades para produzir e competir com os grandes produtores. Por isso, muitos se viram obrigados a migrar para as cidades em busca de melhores condições de vida. No entanto, as áreas urbanas não conseguiram acomodar todos aqueles que chegaram nem gerar empregos em quantidade suficiente. O “inchaço” das áreas urbanas resultou em sérios problemas sociais, como o trabalho em atividades mal remuneradas, o desemprego e o aumento do número de moradias precárias em áreas impróprias, como em encostas de morros e em áreas de mananciais.
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
Inchaço urbano
A fotografia mostra a colheita mecanizada de cana-de-açúcar no município de Planalto (SP), 2016.
50
g20_ftd_lt_7vsg_c2_p044a053.indd Orientações gerais
50
• Oriente os alunos que qualquer máquina agrícola, co-
mo tratores, colhedeiras, plantadeiras, substitui entre 80 e 100 trabalhadores rurais que, sem muitas opções de trabalho no campo, dirigem-se às cidades em busca de melhores condições de vida e emprego.
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• Esse processo coincide com a intensificação da indus-
trialização brasileira, principalmente a partir de meados do século XX, nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Muitas pessoas eram atraídas para as cidades pelas possíveis oportunidades de trabalho, já que as indústrias e fábricas necessitavam de mão de obra abundante.
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Capítulo 2
Contrastes no campo brasileiro Embora a modernização do campo tenha ocorrido em várias propriedades agropecuárias, o espaço rural é marcado por grandes contrastes tecnológicos. As propriedades rurais modernas convivem com muitos estabelecimentos onde as lavouras são cultivadas com técnicas tradicionais.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Observe as imagens a seguir, que mostram duas propriedades rurais no Brasil.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Trator realizando a aragem da terra em Cabo Frio (RJ), 2015.
BNCC
• A habilidade EF07GE08
também é trabalhada à medida que se observa a mecanização do campo, que estabelece relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do território brasileiro.
• Alguns espaços do campo, como mostram as imagens, passam por inovação tecnológica com a inserção de máquinas no processo produtivo, enquanto em outras áreas ainda prevalecem estruturas mais arcaicas e tradicionais, marcando os contrastes do campo brasileiro. Dessa maneira, as nuances do mundo do trabalho e as desigualdades sociais observadas se contrastam em um mesmo ambiente: o espaço rural. Esse é um momento oportuno para abordar o tema contemporâneo Trabalho.
Aragem da terra sendo realizada com auxílio de tração animal em Petrolina (PE), 2016.
Conforme observamos nas fotografias, no Brasil existe um setor agropecuário moderno que, geralmente, alcança boas produtividades e coexiste com um setor agropecuário tecnologicamente mais atrasado e, normalmente, pouco produtivo. Além do desigual nível tecnológico presente no espaço rural do país, o tamanho das propriedades constitui outro contraste. No Brasil pequenas propriedades agropecuárias, com até 10 hectares de área, coexistem com imensas propriedades rurais, que têm mais de 1 000 hectares de área. Nas páginas seguintes vamos estudar um pouco mais sobre esse contraste do campo brasileiro.
51
Orientações gerais
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• Solicite aos alunos que observem as duas
imagens e levantem as diferenças entre elas. Destaque que nos dois casos a função está sendo a de arar o terreno, ou seja, preparar o solo para o plantio de sementes. • Na primeira imagem, a utilização da máquina acelera o processo produtivo e promove a
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preparação do solo com mais rapidez e menos necessidade de mão de obra. Na segunda imagem, a aragem ocorre de maneira mais rudimentar, com uso da tração animal e trabalho manual, obviamente, demandando mais mão de obra e tempo na execução do trabalho. • Retome com os alunos que, apesar da intrín-
seca modernização no campo com inserção de máquinas agrícolas e outros insumos ampliando a produtividade e rentabilidade das produções, ainda coexistem espaços rurais com meios de produção mais tradicionais e rudimentares, principalmente nas propriedades rurais menores, que também serão menos produtivas.
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Integrando saberes
A estrutura fundiária do Brasil é desigual
• Para enriquecer o te-
Leia a manchete de jornal a seguir.
ma, converse com o professor do componente curricular de História para realizarem um trabalho em conjunto. Para compreensão da atual estrutura fundiária brasileira é importante fazer um retrospecto histórico e cronológico da divisão de propriedades de terras do país.
Concentração de terra cresce e latifúndios equivalem a quase três estados de Sergipe O Globo, 9 jan. 2015. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/brasil/concentracao-de-terra-crescelatifundios-equivalem-quase-tres-estados-desergipe-15004053>. Acesso em: 14 set. 2018.
• O que você entende por concentração de terras? Troque ideias com os colegas. Resposta pessoal. Verifique se a opinião dos alunos está coerente com a atividade proposta.
A concentração de terras citada na manchete de jornal acima está diretamente relacionada à estrutura fundiária do Brasil. Estrutura fundiária é a forma como as propriedades rurais estão organizadas ou distribuídas no território do país, de acordo com seu tamanho. No Brasil a estrutura fundiária apresenta uma concentração de grande quantidade de terras em posse de um pequeno número de proprietários rurais. Essa desigual distribuição das terras pode ser mais bem compreendida analisando o esquema a seguir.
•O
texto abaixo pode ser trabalhado em sala de aula para contextualizar o histórico da divisão das propriedades de terras.
Atualmente, a concentração fundiária no país é intensificada pela situação econômica de vários pequenos proprietários rurais. Em geral, esses agricultores acabam sendo forçados a vender suas terras a grandes proprietários rurais ou entregá-las aos bancos, como forma de pagar suas dívidas. Nessas condições, amplia-se a concentração das terras em posse de um número reduzido de pessoas.
Propriedade da terra: um retrospecto histórico
Distribuição dos estabelecimentos rurais no Brasil por tamanho – 2012 54
Paulo Vilela/Shutterstock.com
Desde o começo da formação do Brasil, estabelecimentos com grandes extensões são comuns em nossa história. Podemos lembrar as capitanias hereditárias e as sesmarias, que resultaram nos latifúndios [...]. No século XIX, já com o Brasil independente de Portugal, foram apresentados projetos de leis que limitavam o tamanho das propriedades rurais e permitiam o acesso às terras devolutas (desocupadas ou vazias) por meio de doação. Esses projetos não foram aprovados, até que em 1850 acabou criada a Lei de Terras, determinando que as pessoas somente poderiam ter a propriedade das terras devolutas se as comprasse. É bom lembrar que a Lei de Terras foi aprovada logo depois do fim do tráfico de escravos: a primeira medida de um longo processo que culminaria, quase quatro décadas depois, com a abolição da escravidão no país. Não se pode pensar, assim, em uma lei sem a outra. A restrição à terra tinha por objetivo impedir que escravos libertos tivessem acesso a um lugar para plantar e garantir a sobrevivência,
14
dos estabelecimentos rurais que possuem de 10 a 100 hectares correspondem a 15% da área ocupada no país por propriedades agropecuárias.
31
dos estabelecimentos rurais que possuem de 100 a 1 000 hectares correspondem a 32% da área ocupada pelos estabelecimentos rurais no país.
1
do total dos estabelecimentos rurais no Brasil são minifúndios, ou seja, propriedades rurais com até 10 hectares (ha). Eles correspondem a 1% da área no país e a maioria está destinada ao sustento familiar e ao abastecimento do comércio interno.
dos estabelecimentos rurais são latifúndios, propriedades com mais de 1 000 hectares. Eles ocupam 41% da área agrícola do país e estão sob domínio de uma pequena parcela de proprietários rurais; e boa parte encontra-se improdutiva.
Paisagem de lavoura de cana-de-açúcar em Ribeirão Preto (SP), 2017. Fonte: Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Disponível em: <http://www.incra.gov.br/media/politica_fundiaria/ regularizacao_fundiaria/estatisitcas_cadastrais/imoveis_total_brasil.pdf>. Acesso em: 14 set. 2018.
52
assim como todos os trabalhadores imigrantes que chegag20_ftd_lt_7vsg_c2_p044a053.indd 52 riam ao país. Com isso, perpetuavam-se os latifúndios [...].
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PORTELA, Fernando; FERNANDES, Bernardo Mançano. Reforma agrária. 13. ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 38-39.
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Apesar de o Brasil possuir intensa produção agropecuária, o índice médio de produtividade no campo ainda é considerado muito baixo quando comparado à produtividade de outros países do mundo. Veja o quadro ao lado. Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://faostat3.fao.org/home/E>. Acesso em: 13 set. 2018.
Capítulo 2
Além do problema da concentração fundiária, o Brasil também enfrenta dificuldades em relação ao subaproveitamento das terras. Embora o país apresente cerca de 283 milhões de hectares ocupados para o desenvolvimento da agropecuária, 69% dessas terras destinam-se apenas à pecuária, sobretudo à pecuária extensiva. Produção de milho por hectare de terra (em toneladas) Brasil
4
Estados Unidos
11
tura destaca dados da Embrapa na abertura do GAF 2016. Embrapa. Disponível em: <http:// livro.pro/xx2tcy>. Acesso em: 3 out. 2018.
• Saliente aos alunos que 38,7% são estabelecimento rurais; destes, as pastagens ocupam aproximadamente 20%. Saliente também que 20% das áreas de vegetação nativa são ocupadas por terras devolutas, ou seja, sem uso.
Muitos agricultores e estudiosos das questões do campo brasileiro reivindicam uma reforma agrária no país. Para eles, essa reforma modificaria a estrutura fundiária brasileira, já que promoveria melhor distribuição e facilitaria o acesso à terra a um número maior de pessoas. Encaminhamentos para uma reforma agrária têm sido feitos pelo governo, com a desapropriação de áreas agrícolas improdutivas e a criação de assentamentos, onde agricultores passam a ter a propriedade da terra, a viver e a explorá-la com atividades agropecuárias.
João Prudente/ Pulsar Imagens
Pecuária extensiva: diferente da pecuária intensiva, na qual o gado é criado e confinado em piquetes e recebe alimentação balanceada, entre outros cuidados, a criação extensiva caracteriza-se pela criação do animal solto, em grandes extensões de terra, com a alimentação baseada, sobretudo, em pastagens.
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• Acesse o site a seguir, que apresenta um sectograma com os principais usos da terra no Brasil estabelecidos pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. > Ministério da Agricul-
Diante disso, podemos dizer que, mesmo possuindo extensas áreas próprias para o cultivo de diversos gêneros agrícolas, o Brasil não consegue aproveitar toda a capacidade produtiva que o território possui, em razão da falta de incentivos por parte do governo ao setor agropecuário, da intensa concentração fundiária e da especulação imobiliária.
Assentamento rural na região da Chapada Diamantina no município de Nova Redenção (BA), 2016.
Orientações gerais
• Nesse sentido, a reforma agrária, ou seja, a redistribuição das propriedades agrícolas, poderia favorecer pequenos produtores e ampliar as áreas de plantio de lavouras para gêneros alimentícios, voltados para o atendimento do mercado interno. Em áreas de vegetação nativa, poderiam ser desenvolvidos plantios agroflorestais que consorciam a floresta e a agricultura por meio de sistema mais sustentável. • Se achar conveniente, interprete outros dados do gráfico já trabalhado em capítulos anteriores, como a ocupação de terras indígenas em 13% das áreas de vegetação nativa, que ajuda na preservação do ambiente, e 11,3% da área ocupada com cidades e infraestrutura em geral.
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Orientações gerais
• Essa
pesquisa tem o objetivo de obter informações sobre a realidade dos espaços urbano e rural do município onde se localiza a escola. Caso o município não tenha área rural, escolha um município mais próximo para a realização desse trabalho de campo.
Investigando na prática
Conhecendo os espaços rural e urbano
Vamos investigar como as pessoas vivem e quais são as atividades econômicas praticadas na área rural e na área urbana do município onde vocês moram. O que você vai precisar
• Cópias dos questionários;
• Entre em contato com o proprietário de alguma área rural do município onde mora ou de algum município vizinho. Solicite antecipadamente a autorização junto ao proprietário para uma visita de reconhecimento da área e também para uma entrevista.
• prancheta de mão;
• lápis;
• borracha.
Como fazer A Organizados em grupos e juntamente com o professor, visitem uma propriedade
rural e um dos bairros do município onde moram. Visita na área rural
• Oriente os alunos du-
rante a observação das características de cada espaço, rural e urbano, certificando-se de que todos estejam anotando as informações observadas. Eles podem também tirar fotos ou desenhar uma das paisagens visualizadas.
•A
prancheta de mão pode ser substituída por outro tipo de suporte no tamanho do papel sulfite, como a capa de caderno, papelão rígido etc. O importante é que o papel esteja fixado sobre algo firme e liso, para servir de apoio.
Visita na área urbana
nos façam, um de cada vez, as perguntas dos questionários, que podem ser incrementados com outras perguntas, conforme as particularidades de cada município.
• Para concluir a ativi-
dade, oriente a discussão proposta nas questões da página 55, incentivando atitudes de respeito. Aproveite para avaliar a compreensão dos alunos sobre as diferenças entre os espaços rural e urbano.
Ilustrações: Flaper
• Cuide para que os alu-
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g20_ftd_lt_7vsg_c2_p054a063.indd Material digital
54
• Você pode aproveitar a atividade sugerida para exe-
cutar o projeto integrador 1, disponível no material digital, que contempla como tema a Interdependência rural e urbana por meio de um trabalho de campo a ser realizado com os alunos.
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• A sequência didática 2 também trabalha a questão rural e urbano, abordando: “Um pouco daqui e um pouco de lá: a interdependência entre o rural e o urbano”. Essa proposta pode ser trabalhada em sala de aula, depois da realização do trabalho de campo.
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Capítulo 2
B Durante a visita ao espaço rural, caminhem pela propriedade e observem as ca-
racterísticas existentes nesse espaço. Realizem também perguntas para algum(a) morador(a). Utilize as indicações do modelo de questionário a seguir. Questionário: espaço rural
O L E D O
1. Nome do município:
9. Onde são comercializados os alimentos (plantas ou animais) produzidos nessa propriedade? 3. Tamanho da propriedade (em ha): 10. O(a) morador(a) consome produtos ou serviços provenientes da cidade? Quais? 4. Quantas pessoas moram nessa propriedade? 11. Conhece alguém que mora no espaço rural e trabalha na cidade? Quem? 5. São contratados trabalhadores de fora da propriedade? 12. Qual via e meio de transporte, geralmente, o(a) morador(a) utiliza para ir à 6. Quais tipos de plantas são cultivadas? cidade? 7. Quais tipos de animais são criados? 13. Qual(is) meio(s) de comunicação é (são) 8. Quais equipamentos ou maquinários utilizam para o mais utilizado(s) pelo(s) morador(es)? cultivo das lavouras ou criações de animais? 2. Nome do proprietário:
M
C Durante a visita ao espaço urbano, caminhem pelo bairro e observem as caracte-
rísticas existentes nesse espaço. Realizem também perguntas para algum(a) morador(a). Utilize as indicações do modelo de questionário a seguir.
BNCC
• A competência espe-
cífica de Ciências Humanas 5 é contemplada nesta proposta, que apresenta o processo de industrialização e as mudanças no ambiente rural e urbano e permite a comparação de eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço, assim como em espaços variados e em eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.
• A realização do trabalho de campo pode despertar nos alunos a curiosidade intelectual ao possibilitar a eles que investiguem, analisem e reflitam sobre a realidade, conforme orienta a competência geral 2.
Questionário: espaço urbano
O L E D O
1. Nome do município: 2. Nome do bairro:
8. Qual tipo de atividade econômica mais se destaca no bairro?
3. Esse bairro é considerado grande ou pequeno?
9. Qual via e meio de transporte o(a)
4. A maior parte das construções são térreas e com edifícios baixos ou o bairro é composto por edifícios
M
altos?
morador(es)?
5. O bairro é residencial, comercial ou industrial?
6. O(A) morador(a) comumente consome produtos ou serviços provenientes do espaço rural? Quais?
7. Algum desses produtos ou serviços o(a) morador(a) obteve direto com o produtor rural? Se adquiriu em outro local, onde foi?
Converse sobre suas observações
morador(a) utiliza para se deslocar?
10. Qual(is) meio(s) de comunicação é(são) mais utilizado(s) pelo(s)
11. Conhece alguém que mora na cidade e trabalha no espaço rural? Quem?
12. Onde o(a) morador(a) encontra na cidade a comercialização de produtos de origem do espaço rural?
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
• Quais as principais diferenças entre as paisagens dos espaços rural e urbano visitados? • O espaço rural é importante para a cidade? Por quê? • A cidade é importante para o espaço rural? Por quê? • De que maneira acontece a interdependência entre os espaços rural e urbano que você visitou?
• Quais foram as semelhanças e as diferenças observadas entre a vida no campo e na cidade, conforme os lugares visitados?
55
Respostas
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A cidade também depende do que é produzido no campo, como os alimentos, as matérias-primas para as indústrias, entre outros.
• Resposta pessoal. Espera-se que os alunos verifiquem
• Possível resposta: no rural há o predomínio de áreas de lavouras, vegetação e criação de animais, poucas construções, estradas não pavimentadas, entre outros. No urbano há muitas construções, ruas pavimentadas, grande trânsito de pessoas, automóveis, entre outros. • Resposta esperada: sim, pois os produtos do campo são transformados nas indústrias, geralmente localizadas na cidade. Esses produtos industrializados são utilizados pela população do campo e das cidades.
• Resposta esperada: sim, pois a cidade fornece a prestação de serviços de bancos e profissionais, como veterinários, agrônomos, entre outros.
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• Resposta pessoal. Auxilie os alunos perceber as seme-
lhanças e as diferenças entre a vida no campo e a vida na cidade, as atividades desenvolvidas, os hábitos alimentares etc.
a interdependência em relação às atividades econômicas e à força de trabalho.
55
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Industrialização e urbanização no Brasil
Orientações gerais
• O texto a seguir apre-
senta informações sobre a atividade industrial no país até o final do século XIX. A leitura desse texto contribui para ampliar o estudo sobre o processo de industrialização do Brasil:
Brasil: evolução da população rural e urbana – 1940-2015
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.com.br>. Acesso em: 30 ago. 2018.
População (em milhões)
Urbana Rural
200
161 150
174
138 111
100
50
0
80
33
28 13 1940
19 1950
39 31 1960
52
39
36
32
30 31
1980
1991
2000
2010 2015
41
1970
Anos
Leonardo Mari
O gráfico mostra que até meados do século XX a população do Brasil era essencialmente rural. A partir de meados da década de 1960, esse panorama encontra-se invertido, ou seja, atualmente, a cada grupo de 100 brasileiros, 85 moram nas cidades, e apenas 15 moram na área rural.
Essa mudança nas características da população brasileira foi resultado, sobretudo, dos processos de industrialização e urbanização do país. A intensificação das atividades industriais passou a ocorrer a partir da metade do século XX e trouxe significativas alterações no modo de vida das pessoas. Até o final do século XIX, a atividade industrial no Brasil era pouco expressiva, resumindo-se às indústrias de bens de consumo não duráveis, como fábricas de tecidos, roupas, fumo e bebidas. Esse setor da economia começou a ganhar força ao longo do século XX por meio de uma série de medidas governamentais. Entre essas medidas estão, principalmente, o estímulo à criação de indústrias de base (refinarias de petróleo, siderúrgicas etc.), de bens de consumo duráveis (indústrias de automóvel, eletrodomésticos, móveis etc.), além de investimentos em setores de infraestrutura, como transporte e energia. A intensificação da atividade industrial a partir da metade do século XX estimulou o crescimento e o aperfeiçoamento do parque industrial brasileiro. Além disso, incentivou a produção nacional de muitos produtos que antes eram importados e, a partir daquele momento, passaram a ser fabricados no Brasil. Esse processo foi chamado industrialização por substituição das importações.
Acervo UH/Folhapress
“De acordo com o pacto colonial, a Metrópole portuguesa tinha a total exclusividade de comercializar os poucos gêneros tropicais, de alto valor no mercado europeu, que aqui eram extraídos ou produzidos em larga escala, tais como pau-brasil, açúcar, ouro ou especiarias. A produção extensiva, no caso do açúcar, justificava-se pela necessidade de lucros cada vez maiores por parte da Coroa, que comandava os destinos do país. O Brasil era, assim, uma colônia de exploração. [...] O outro lado do pacto colonial consistia no igual exclusivismo dos negociantes lusitanos em venderem à Colônia tudo aquilo de que seus habitantes necessitassem. Esse “tudo” consistia em artigos manufaturados que Portugal, sem condições de produzir, adquiria de fornecedores europeus [...] Portugal [...] pouco a pouco transformava-se em mero intermediário comercial entre a Colônia e a Europa, carente que era de atividades manufatureiras expressivas e com raízes na produção agrária. Já a Colônia Brasil, na medida em que sua população crescia e começava a diversificar suas ocupações, seria alvo de uma severa política de restrições econômicas por parte da Metrópole, dentre as quais destacou-se o Alvará de 1785, mandando fechar as manufaturas – poucas aqui existentes, tais como as de fabricação de tecidos e as de construção naval [...] [...] D. João revogaria as proibições do regime colonial no tocante à indústria, através do Alvará de 1o de abril de 1808. Isso incentivaria alguns empreendimentos manufatureiros, como a construção naval e a produção de cordames, velas e tecidos. [...] Mas o destino dessas iniciativas “industrializantes” estava condenado ao insucesso desde o seu nascimento. Isso porque, para consolidar a
Atualmente, 85% dos brasileiros vivem nas cidades. Isso significa dizer que a população do Brasil é predominantemente urbana. Entretanto, ao observar o gráfico abaixo, percebemos que até meados do século XX essa característica não era predominante. Veja que, desde 1940, tem havido um aumento da população urbana brasileira.
Linha de montagem de indústria automobilística em São Bernardo do Campo (SP), 1958.
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aliança com a Inglaterra, 56 premiando-a por seu apoio polítig20_ftd_lt_7vsg_c2_p054a063.indd co, alguns acordos foram selados nessa época. A Carta Régia de 28 de janeiro de 1808 permitiu a abertura dos portos brasileiros às “nações em paz e harmonia” com Portugal. A partir daí estava extinto o monopólio comercial lusitano. Com técnicas ainda rudimentares e mão de obra pouco especializada, as manufaturas brasileiras não tinham condições de competir com produtos ingleses de melhor qualidade e preços bem menores do que os aqui fabricados.
Além da concorrência britânica, o regime escravista vi10/24/18 gente [...] dificultava o desenvolvimento da técnica, bem como o crescimento do número de consumidores ativos. Além disso, com uma população dispersa e predominante rural, com grau incipiente de urbanização, só era possível configurar-se um mercado interno restrito e fragmentado, nada estimulante para uma efetiva industrialização.
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MENDONÇA, Sonia. A industrialização brasileira. São Paulo: Moderna, 1995. p. 7-12.
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Capítulo 2
Uma industrialização desigual A expansão da atividade industrial não ocorreu de maneira homogênea pelo território brasileiro. Os fatores descritos a seguir são alguns dos que favoreceram o desenvolvimento da atividade industrial em algumas regiões do país.
• Disponibilidade de mão de obra qualificada, ou seja, a existência de profissio-
nais que possuem elevado nível de instrução para desenvolverem habilidades específicas em relação a uma determinada atividade industrial, como as indústrias de tecnologia.
• Presença de matérias-primas nas proximidades das fábricas, como ferro e carvão para as indústrias siderúrgicas.
• Infraestrutura adequada, como fácil acesso a fontes de energia para abastecer as
fábricas e rede de transporte eficiente, ou seja, capaz de trazer matérias-primas necessárias às indústrias e ao mesmo tempo levar os produtos fabricados aos mercados consumidores.
Orientações gerais
• Relembre aos alunos
que as indústrias de bens de consumo não duráveis e a de bens de consumo duráveis produzem mercadorias destinadas diretamente para o mercado consumidor. Já as indústrias de base fabricam produtos que servirão de base para a produção realizada por outras indústrias.
• O livro sugerido a seguir reúne textos sobre os diferentes aspectos do espaço urbano brasileiro.
• Existência de um mercado consumidor que atendesse às necessidades de compra da produção.
> LIMA, Antônia Jesuíta
de (Org.). Cidades brasileiras – atores, processo e gestão pública. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
Principais características da urbanização brasileira
• Para complementar o estudo do tema, comente com os alunos que existem vários países do mundo em que, diferentemente do Brasil, a maior parte da população vive na área rural. Apresente a tabela a seguir com alguns exemplos:
A atividade industrial, de certa forma, impulsionou o processo de urbanização à medida que estimulou a mecanização do campo. Essa mecanização, entre outros fatores, provocou a vinda de um grande número de pessoas que vivia nas áreas rurais para as áreas urbanas (chamada êxodo rural, como estudamos na página 50), à procura de empregos na atividade industrial, de acesso mais facilitado Brasil: cidades com mais de ao comércio e a serviços de educação, 20 mil habitantes – 1940-1960 além de saúde e lazer.
Veja no mapa o crescimento do número de cidades com mais de 20 mil habitantes no Brasil, em meados do século XX. Essas cidades se desenvolveram, principalmente, próximo às áreas industriais do país.
Território do Amapá
Território do Rio Branco
AM
Equador
MA
PA
CE
Território de Rondônia
RN
PB PE
PI Território do Acre
0°
AL SE
GO
BA
MT DF MG MS
ES SP
RJ
Trópico de C ap ric
PR
OCEANO PACÍFICO
Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no século XXI. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. XL-XLI.
SC
Cidades com mais de 20 mil habitantes em 1940 Cidades com mais de 20 mil habitantes em 1960
RS
órn io
OCEANO ATLÂNTICO N L
O
0
50° O
440 km
S
E. Cavalcante
Esse processo promoveu a reorganização do espaço geográfico brasileiro, percebida, principalmente, pela expansão de áreas urbanas já existentes, pelo surgimento de novas cidades, assim como por uma população predominantemente urbana.
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País
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Bangladesh
População rural – 2018
População urbana – 2018
105 423 904
60 944 245
Etiópia
85 207 113
22 327 769
Uganda
10 525 083
3 3 7 45 48
Vietnã
61 832 185
34 658 961
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Fonte: United Nations. World urbanization prospects. Disponível em: <https:// population.un.org/wup/ Download/>. Acesso em: 3 out. 2018.
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Orientações gerais
Conforme podemos observar, o crescimento urbano entre as décadas de 1940 e 1960 foi mais intenso, sobretudo, nos estados da atual região Sudeste do país. O Sudeste possuía infraestrutura urbana e de transporte desenvolvida para a economia cafeeira, como energia elétrica, rodovias, ferrovias e portos, além de riquezas geradas pela cafeicultura, que foram investidas na atividade industrial.
• Sugerimos a leitura do texto a seguir para complementar seus conhecimentos sobre as regiões metropolitanas.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 435.
As regiões metropolitanas O processo de industrialização e urbanização não aconteceu de forma homogênea pelo território brasileiro. Em algumas localidades onde esse processo foi mais intenso, houve o aumento significativo do número de habitantes, dando origem às metrópoles, cidades densamente povoadas, interligadas aos municípios próximos e que exercem influência econômica e política sobre os municípios vizinhos. Nelas, geralmente estão instalados diversos tipos de indústrias, variados estabelecimentos comerciais, hospitais e grandes universidades. Em geral, nas metrópoles também estão localizados bancos, emissoras de televisão, rádio e jornais. Algumas metrópoles não exercem influência apenas regionalmente, mas também em escala nacional, a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro, que influenciam vários aspectos socioeconômicos do país, como pesquisas científicas, negociações econômicas e produção cultural. Veja a intensa ocupação nessas cidades e em seu entorno, em uma imagem de satélite noturna.
SP
Rio de Janeiro
PR
Fotomontagem de Keithy Mostachi, Fotos: NASA
[...] Em que pese as inúmeras diferenças entre os processos de metropolização por que passaram as cidades mundiais, existe uma raiz comum entre elas, que é o fato de que, em um determinado momento de sua história, elas extravasam seus limites locais para se tornarem pontos de interesse e de convergência de atividades econômicas, de comando financeiro, de concentração da produção científica e cultural e do desenvolvimento de todas as formas de comunicação, o que lhes confere capacidade crescente de gerar fluxos indispensáveis ao trabalho produtivo. Independentemente das características particulares que o processo de metropolização adquire em cada situação específica, de modo geral as metrópoles, por meio de mecanismos de concentração e dispersão, ou de criação e difusão, ganham, por essas suas potencialidades de estruturação do território, o dom da onipresença, o poder de comando e a capacidade de organização dos espaços da produção e do consumo. Mas as metrópoles são também, essencialmente, os lugares da pobreza. São os lugares onde os subespaços da deseconomia, mais lentos ou menos receptivos ao gigantismo das economias globalizadas, são continuamente redefinidos para permitir viabilizar os novos processos produtivos. É por isso que, nas palavras de Milton Santos [...], “os pobres e a economia pobre se instalam dentro das metrópoles e, às vezes, no seu centro, nas áreas abandonadas pelas atividades mais poderosas”. [...]
São Paulo
SC
N L
O
0
110 km
S
Na imagem de satélite noturna podemos observar a área entre São Paulo e Rio de Janeiro, 2016.
A fim de auxiliar o planejamento e a administração pública das metrópoles e seus municípios vizinhos, o governo federal definir as regiões metropolitanas brasileiras. Essas regiões são constituídas por um grupo de municípios que recebem a influência de uma cidade, geralmente uma metrópole, estabelecendo com ela forte relação de interdependência econômica. Muitas vezes, grande parte da população das cidades menores se desloca diariamente para trabalhar nessa metrópole, centro de produção e consumo.
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g20_ftd_lt_7vsg_c2_p054a063.indd Orientações gerais
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• Auxilie os alunos na leitura da imagem de satélite. In-
dique a área do retângulo que destaca a iluminação mais intensa das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, mostrando as duas metrópoles e a formação da ligação entre elas. Localize também as demais cidades em destaque e a que estados pertencem.
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Capítulo 2
Segundo o IBGE, no ano de 2018 existiam no Brasil 69 regiões metropolitanas. Esses aglomerados urbanos apresentam uma intensa concentração populacional. O mapa abaixo representa a Região Metropolitana de Curitiba, no estado do Paraná.
Capital estadual
N
SP
Cidade
L
O
Doutor Ulysses
Principais rodovias
S
Principais ferrovias
Adrianópolis
Aeroporto Cerro Azul
Tunas do Paraná
25° S
Rio Branco do Sul
Bocaiúva Itaperuçu do Sul Almirante Tamandaré Campina Grande do Sul Colombo Campo Magro Quatro Barras Campo Largo Curitiba Pinhais Baía de Piraquara Paranaguá Balsa Nova Araucária
Contenda Lapa Quitandinha
Campo do Tenente Ricardo Azoury/ Pulsar Imagens
SC
Rio Negro
Conurbação À medida que uma cidade cresce, os bairros localizados na periferia avançam em direção ao limite dos municípios vizinhos. Muitas vezes esse crescimento ocorre de modo que as áreas urbanas desses municípios, em algumas porções, acabam se unindo, formando um grande aglomerado urbano, porém preservando a autonomia político-administrativa dos municípios. Esse processo é denominado conurbação, e em áreas em torno de uma metrópole é comum a sua ocorrência.
Fazenda Rio Grande Mandirituba Baía de Guaratuba
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 100.
49° O
0
400 km
> Censo 2010. IBGE (Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <http://livro. pro/jwv72y>. Acesso em: 3 out. 2018.
> Região Metropolitana
Tijucas do Sul
SC
• Para conhecer um pouco mais sobre as regiões metropolitanas do país, sugira aos alunos que visitem o site do IBGE. Eles terão acesso à Sinopse dos dados do Censo demográfico 2010 das regiões metropolitanas do Brasil, tais como os municípios abrangidos nas regiões metropolitanas e a população residente por situação de domicílios.
• A Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano) disponibiliza informações específicas da região metropolitana de São Paulo. Para isso, acesse o site a seguir.
São José dos Pinhais
Agudos do Sul Piên
E. Cavalcante
Curitiba: região metropolitana
Orientações gerais
Vista panorâmica da cidade de Goiânia (GO), 2015.
de São Paulo. Emplasa. Disponível em: <http:// livro.pro/u5cudn>. Acesso em: 3 out. 2018.
• As imagens de satélite da região metropolitana de São Paulo podem ser utilizadas para explicar o processo de conurbação, tendo em vista o crescimento desordenado e acelerado da cidade que promove a fusão do município com outros limítrofes. Acesse a reportagem a seguir que apresenta mais informações. > Fotos da Nasa mos-
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Material digital
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tram crescimento da região metropolitana de SP. G1, 10 jul. 2014. Disponível em: <http://livro.pro/ isarbm>. Acesso em: 3 out. 2018.
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• No material digital está disponível a sequência didáti-
ca 3, "Urbanização: crescem as cidades, multiplicam-se os desafios", que aborda o processo de urbanização no Brasil, a formação de regiões metropolitanas e os decorrentes problemas e desafios ocasionados pelo crescimento desordenado das cidades.
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O crescimento das cidades e os problemas urbanos
BNCC abordar o crescimento das cidades e os problemas urbanos contempla-se a habilidade EF07GE02, que propõe exercitar a capacidade dos alunos em analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.
• Ao
Para atender às crescentes necessidades da população urbana, é necessário investir em diversas áreas, como em rede de transporte, saneamento básico, educação e construção de escolas, postos de saúde e segurança pública. Quando esses investimentos públicos não são realizados, identificamos uma série de problemas que, em áreas densamente povoadas, atingem grandes proporções. Esses problemas não são exclusivos do espaço urbano, alguns deles também são observados no espaço rural. No entanto, eles são mais frequentes e intensos nas cidades. Veja alguns desses problemas a seguir.
• Atualmente, as atividades econômicas da área urbana não conseguem absorver o número de pessoas desempregadas que vivem nas cidades.
• Esse mesmo tema con-
• Segundo o IBGE, em 2015, cerca de 10% da população economicamente ativa,
templa as habilidades EF07GE06 e EF07GE08, que buscam estabelecer relações entre os processos de industrialização com as transformações s o ci o e co n ô mi ca s d o território brasileiro e os impactos ambientais gerados.
O problema do desemprego nas grandes cidades pode ser notado no grande número de pessoas que buscam por uma colocação. Ao lado, pessoas em busca de um emprego em Campo Mourão, (PR), 2018.
Orientações gerais
• Comente com os alu-
nos que carteira de trabalho não assinada significa que o trabalhador não possui vínculo empregatício com nenhuma instituição pública ou privada e, por isso, não pode usufruir de direitos trabalhistas, como um trabalhador que está registrado em carteira.
• Nessas condições, muitas pessoas tornam-se trabalhadores informais, como
Muitas pessoas acabam por exercer atividades informais para buscar algum meio de obter renda. Esse é o problema do subemprego, sem registro em carteira e sem direitos trabalhistas. Ao lado, pessoa trabalhando como vendedor ambulante em São Paulo (SP), 2017.
proposta de atividade abaixo foi produzida com base no livro a seguir, que apresenta diversas atividades para desenvolver com os alunos sobre a temática ambiental.
> DIAS, Genebaldo Frei-
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Sugestão de atividade Dinâmica em grupo
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Objetivos • Compreender que a falta de planejamento urbano pode ocasionar problemas ambientais. • Avaliar o planejamento urbano no município em que vive. Materiais
• Isopor
Daniel Cymbalista/Fotoarena
guardadores de automóveis e vendedores ambulantes. Isso significa que trabalham sem carteira de trabalho assinada e direitos trabalhistas, como férias e décimo terceiro salário.
•A
re. Dinâmicas e instrumentação para a educação ambiental. São Paulo: Gaia, 2010.
Dirceu Portugal/Fotoarena
tanto da área urbana quanto da rural do país, estavam desempregadas.
• Caneta hidrocor • Cartolina
Procedimentos a ) Corte o isopor em retângulos, como se fossem peças de dominó para representar os elementos da cidade.
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b) Em seguida, escreva sobre cada peça o nome de um elemento que compõe a cidade, como: escola; aeroporto; posto de combustível; hospital; cemitério; bairro residencial; praça; aterro sanitário; indústria; rio; floresta nativa; lavoura; criação; rede de abastecimento de água; estação para tratamento de esgoto.
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Capítulo 2
• A má distribuição de renda no país, que gera um alto índice de pobreza, asso-
ciada ao lento e burocrático sistema judiciário e de segurança pública, vem aumentando a criminalidade no espaço urbano.
• O aumento no número de veículos em circulação nas grandes cidades causa Alf Ribeiro/Shutterstock.com
congestionamentos em vias de trânsito intenso.
Congestionamento em uma avenida da cidade de São Paulo (SP), 2017.
• A precariedade na distribuição de água potável e no tratamento de esgoto, ou
Chico Ferreira/Pulsar Imagens
seja, a falta de saneamento básico, implica diretamente na saúde da população em muitos centros urbanos do país.
BNCC
• Nesta seção, destacam-
-se as noções relativas à percepção dos aspectos físico-naturais e de seus recursos. Com isso, os alunos podem reconhecer de que forma as diferentes comunidades transformam a natureza, tanto em relação às inúmeras possibilidades de uso ao transformá-la em recursos quanto aos impactos socioambientais delas provenientes, reforçando a habilidade EF07GE06.
• A compreensão do processo de urbanização associado aos fenômenos de crescimento desordenado das cidades envolve a dinâmica físico-natural, articulado às ações humanas no uso do território, gerando problemas socioambientais urbanos, conforme orientam as competências específicas de Ciências Humanas 2 e 3.
Em 2017, aproximadamente 34% das moradias brasileiras não tinham acesso à rede de esgoto, como vemos na fotografia em Padre Paraíso (MG), 2018.
• No município onde vocês vivem, existem situações como as citadas nas páginas
60 e 61? Quais medidas poderiam ser tomadas para promover possíveis soluções para esses problemas? Resposta pessoal. Verifique se os exemplos citados pelos alunos estão coerentes com a atividade proposta.
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c ) Imaginando que a cartolina seja a área do município, os alunos deverão “montar” sobre ela a cidade, distribuindo os elementos que a compõem. d ) Essa distribuição deve ser ecologicamente correta. Por exemplo: os alunos não deverão colocar o cemitério próximo aos rios ou à rede de
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abastecimento de água; as áreas residenciais não deverão ficar próximos de áreas industriais, aeroporto ou de estações de tratamento de esgoto. Essa distribuição dos elementos deve ser planejada para evitar problemas ambientais. e ) Ao final da atividade, promova uma reflexão entre os alunos sobre a existência ou não
de planejamento urbano no município onde vivem. Eles perceberão que grande parte das cidades não é planejada. No entanto, com essa atividade eles terão uma noção das dificuldades de um planejamento urbano que atenda tanto a preservação do meio ambiente como os interesses da sociedade.
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Encontro com... Ciências
Integrando saberes
• Aproveite
a oportunidade e comente com os alunos sobre a importância de práticas sustentáveis que evitem problemas ambientais. Converse com o professor de Ciências e proponha uma atividade de debate sobre as possíveis alternativas para cada um dos problemas apresentados nesta página. Sugerimos algumas alternativas abaixo.
Problemas ambientais nos espaços rural e urbano brasileiros O crescimento descontrolado das áreas urbanas, de sua população e, sobretudo, a intensificação das atividades econômicas, que são ampliadas para atender o aumento do consumo da população, vêm acarretando sérios problemas ambientais nas cidades brasileiras. Isso não significa que o espaço rural está livre dos danos causados ao meio ambiente. Em muitos municípios brasileiros, as atividades agropecuárias e extrativas vêm sendo desenvolvidas sem maiores cuidados com a preservação da natureza. Existe legislação ambiental e fiscalização, porém elas são insuficientes para evitar a prática do desmatamento existente. Desse modo, os problemas ambientais podem ser observados tanto no espaço urbano quanto no espaço rural do país. Conheça alguns deles a seguir.
Poluição das águas Diminuição da deposição de resíduos em áreas de mananciais, e em cursos d’água.
Principais problemas ambientais no campo e na cidade
Agrotóxico: produto químico ou biológico utilizado para combater doenças ou pragas nas lavouras.
Erosão e voçorocas Reflorestamento de áreas devastadas.
Emissão de gases poluentes Diminuição do número de automóveis em circulação.
Assoreamento dos rios Preservação das matas ciliares.
Uso abusivo de agrotóxicos Uso racionalizado de produtos químicos ou adoção da agricultura sustentável.
A erosão do solo é um problema muito comum no espaço rural. A retirada da cobertura vegetal dos terrenos deixa a parte superficial do solo desprotegida. Quando chove, o escoamento superficial da água (enxurrada) carrega porções do solo que estavam expostas, provocando a erosão. Em situações mais graves de erosão, podem aparecer voçorocas, ou seja, grandes fendas abertas no solo, que crescem rapidamente, ameaçando as lavouras.
Em geral, a utilização de agrotóxicos contribui para combater as pragas e doenças das lavouras. No entanto, o uso abusivo de adubos químicos e agrotóxicos vem gerando graves problemas ambientais. Em muitas propriedades agrícolas, essa prática, além de contaminar os solos, também polui rios e águas subterrâneas.
No espaço rural, o assoreamento dos rios ocorre, geralmente, em decorrência da retirada da vegetação de suas margens, o que deixa a parte superficial do solo desprotegida. Quando chove, as porções de solo que ficaram expostas são carregadas pela força das águas da enxurrada para o rio e depositadas em seu leito, reduzindo, assim, a sua profundidade.
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Orientações gerais
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• Para complementar seus conhecimentos sobre o tema, leia o texto proposto a seguir, que apresenta informações importantes sobre os problemas ambientais no espaço urbano.
[...] Os problemas ambientais (ecológicos e sociais) não atingem igualmente todo o espaço urbano. Atingem muito mais os espaços físicos de ocupação das classes sociais menos favorecidas do que os das classes mais elevadas. A
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distribuição espacial das primeiras está associada à desvalorização de espaço, quer pela proximidade dos leitos de inundação dos rios, das indústrias, de usinas termonucleares, quer pela insalubridade, tanto pelos riscos ambientais (suscetibilidade das áreas e das populações aos
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Capítulo 2
Existem diversas atitudes que podemos tomar em nosso cotidiano para minimizar os problemas ambientais, tanto no espaço urbano quanto no espaço rural. Usar a bicicleta para se locomover, por exemplo, além de possibilitar menor tempo gasto em engarrafamentos na cidade, evita a emissão de gases que poluem a atmosfera.
Clayton deSouza/Estadão Conteúdo
O que fazer?
• No quadro, propõe-se o uso de bicicletas para circulação nas cidades a fim de diminuir as emissões de poluentes e os congestionamentos nas cidades. • O Instituto DBike Bra-
Pessoa utilizando a ciclofaixa da Universidade de São Paulo (USP) em São Paulo (SP), 2015.
Flaper
Um problema ambiental nas grandes cidades é a poluição das águas, causada tanto pela degradação das nascentes de água, chamadas mananciais, quanto pelo despejo de resíduos domésticos e industriais nos rios.
Orientações gerais
sil reúne as principais ciclovias espalhadas por algumas cidades do Brasil. Sugira aos alunos que acessem o site. Eles também podem encontrar o Manual do Utilizador de Bicicleta, a Sinalização de Rota de Bicicleta e o Manual de Sinalização de Trânsito Vertical, entre outros documentos que podem auxiliar no uso da bicicleta em áreas urbanas. Também podem pesquisar sobre estatísticas referentes a pesquisas nacionais e internacionais associadas ao uso de bicicletas nas cidades, como dados do uso da bicicleta direcionados ao trabalho, lazer ou esporte.
> Instituto DBike Brasil. Nas médias e grandes cidades do país, a emissão de gases poluentes na atmosfera, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, vem se intensificando nos últimos anos. Esse aumento se deve à presença de muitas indústrias nas áreas urbanas e, principalmente, à grande quantidade de veículos em movimento. A emissão excessiva desses gases poluentes prejudica a saúde humana, causando doenças respiratórias, e polui o meio ambiente.
Disponível em: <http:// livro.pro/cqh5rv>. Acesso em: 23 out. 2018.
• Esse é um momento oportuno para um trabalho com os temas contemporâneos Educação para o trânsito e Educação ambiental.
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fenômenos ambientais) como desmoronamento e erosão, quanto pelos riscos das prováveis ocorrências de catástrofes naturais, como terremotos e vulcanismos. A suscetibilidade dos solos à erosão correlaciona-se com as relações sociais de propriedades e com o acesso das diferentes classes sociais às técnicas de conservação do solo. [...] As cidades historicamente localizaram-se às margens de
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rios. A incidência das inundações motivou as classes médias e altas a se afastar das áreas urbanas delimitadas como áreas de elevado risco. As inundações continuam e vitimam as classes pobres. [...] Reforça-se, portanto, o grupo dos não atendidos pelos benefícios dos investimentos urbanos. GUERRA, Antonio José Teixeira; CUNHA, Sandra Baptista da (Org.). Impactos ambientais urbanos no Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. p. 27-28.
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• Faça uma roda de con-
> Na roça é diferente.
Turma da Mônica. Disponível em: <http://livro. pro/ixxrns>. Acesso em: 3 out. 2018.
• Peça
aos alunos que apontem aspectos do campo e da cidade, explicando a eles que o que foi apresentado não é a realidade em todas as regiões do Brasil.
Exercícios de compreensão 2. Estrutura fundiária é a mover uma reforma agrária em nos1. Atualmente, todas as propriedaforma como as propriedades so país? des agrícolas do país podem ser rurais estão consideradas modernas? Explique organizadas ou 4. Cite os principais problemas amdistribuídas no sua resposta no caderno. bientais que ocorrem nos espaços território do país, de acordo rural e urbano. 2. Explique o que é estrutura fundiária com seu e como, atualmente, está organizatamanho. As 5. Quando a população urbana passou terras da a estrutura fundiária no Brasil. a ser maior que a rural no Brasil? brasileiras encontram-se Quais os principais processos que 3. Para muitos agricultores e estudiodistribuídas de maneira muito causaram esta mudança? sos, qual é a finalidade de se prodesigual. Grande 5. A partir da década de 1970 a população brasileira urbana passa a ser parte delas Geografia no contexto predominante. Essa mudança nas características da população brasileira foi pertence a resultado, sobretudo, dos processos de industrialização e urbanização do país. poucos 6. Observe as fotografias abaixo e responda às questões no caderno. proprietários rurais, denominados A latifundiários, e um grande número de trabalhadores rurais fica com apenas uma pequena porção das terras, denominada minifúndio. 4. O uso abusivo de adubos químicos e agrotóxicos pode causar a contaminação dos solos, rios e águas subterrâneas. A erosão do solo é um problema muito comum no espaço rural. Poluição atmosférica nas médias e grandes cidades do país, causada pela emissão de gases poluentes na atmosfera. Poluição das águas, nas grandes cidades, causada tanto pela degradação das nascentes de água, quanto pelo despejo de resíduos domésticos e industriais nos rios.
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Agricultor cultivando hortaliças orgânicas em Ibiúna (SP), 2018.
B
Luciano Queiroz/Pulsar Imagens
versa com os alunos sobre os modos de vida no campo e na cidade. Para isso, apresente eles o desenho animado a seguir, de Mauricio de Sousa, em que o primo Zeca, que mora na cidade, foi visitar o Chico Bento, que mora no sítio.
1. Resposta esperada: nem todas as propriedades agrícolas de nosso país podem ser consideradas modernas, pois muitas delas ainda empregam técnicas tradicionais de cultivo. 3. Com a reforma agrária haveria uma mudança na estrutura fundiária brasileira, promovendo melhor distribuição de terras entre os proprietários rurais.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Atividades
Orientações gerais
Feira livre na cidade de Mucugê (BA), 2018.
a ) Com base nas imagens acima, descreva um tipo de interdependência existente entre os espaços rural e urbano. Com base nas fotografias é possível perceber a interdependência entre os espaços rural e urbano por meio da produção e da comercialização dos produtos agrícolas.
b ) Pesquise outro exemplo de relação de interdependência entre os espaços rural e urbano nas proximidades do lugar onde você mora. Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta.
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O eletrodoméstico enceradeira.
b ) Escreva qual é a relação dessa campanha publicitária com o processo de industrialização do nosso país ao longo do século XX. c ) Realize uma conversa com os colegas da sala sobre a ideia transmitida no anúncio publicitário sobre o papel das mulheres em relação ao produto anunciado. Em sua opinião, atualmente um anúncio publicitário sobre este mesmo produto retrataria mulheres da mesma maneira? As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.
8. Observe a fotografia abaixo.
7. b) No período de industrialização houve o incentivo ao consumo de produtos fabricados no país a fim de estimular o crescimento da atividade industrial. Essa campanha publicitária retrata esse incentivo. Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
Essa fotografia mostra uma realidade de muitas cidades brasileiras. No caderno, explique que situação é essa.
Revista O Cruzeiro. Ano XXXI. n. 39. 1959. BNDigital/ Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
a ) Qual produto está sendo anunciado na campanha publicitária?
Capítulo 2
7. Veja a campanha publicitária a seguir, divulgada na metade do século XX no Brasil. Depois, responda às questões no caderno.
7. c) Resposta pessoal. Verifique se durante a conversa os alunos reconhecem que o anúncio publicitário transmite a ideia de que o eletrodoméstico anunciado é destinado apenas a mulheres, responsáveis Fotografia de casas em localização precária que sofrem com a falta de saneamento básico no pela organização município de Rio de Janeiro (RJ), 2017. e limpeza do lar. 8. A fotografia retrata a falta de saneamento básico existente em muitas cidades do país Atualmente, em que não há coleta de esgoto e em muitas casas há o despejo direto em rios ou córregos. Pesquisando Essa situação afeta diretamente a saúde da população que vive nos centros urbanos. como muitas mulheres estão 9. Fique atento às notícias atuais veiculadas nos meios de comunicação sobre refor- inseridas no de ma agrária. Traga para a sala de aula as informações que você encontrou. Depois, mercado trabalho, este converse com os colegas e com o professor sobre as questões que elas tratam. anúncio teria de Resposta pessoal. ser diferente.
Orientações gerais
• Oriente os alunos a responder às questões em seus cadernos. Essas atividades podem ser sugeridas como lição de casa. • Para complementar a atividade 7, solicite aos alunos que tragam alguma reportagem que retrate uma campanha publicitária acerca do uso de tecnologias dentro de casa. Compare com a imagem do livro e busque o uso de novas tecnologias que facilitam o dia a dia, como forno micro-ondas, cafeteiras, máquinas de lavar roupas, entre outros eletrodomésticos e artefatos utilizados em nosso cotidiano.
• Ressalte que, atualmente, os serviços domésticos não são tarefas exclusivas das mulheres, à medida que elas também ingressaram no mercado de trabalho. Por isso, as tarefas domésticas devem ser divididas entre todos os membros da família.
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As atividades que movem a economia brasileira
Orientações gerais
•O
PIB - Produto Interno Bruto - refere-se a toda riqueza de todos os setores da economia produzida por um país. É importante conscientizar os alunos de que o valor do PIB leva em consideração o rendimento de empresas transnacionais que, porventura, estejam situadas no Brasil. Por exemplo, a Chevrolet e a Ford, empresas do ramo automobilístico estadunidense, têm filiais no Brasil e por aqui geram renda e trabalho, colaborando para o PIB brasileiro.
De acordo com o Banco Mundial, em 2017, o Brasil apresentou o 8º maior PIB (Produto Interno Bruto) do mundo. Denomina-se PIB todo valor de bens e serviços, ou seja, toda a riqueza produzida pela indústria, pelo extrativismo, pela agropecuária e por serviços, como comércio, transportes e comunicação, dentro do território de um país. Essa posição do PIB brasileiro se deve ao crescimento de atividades ligadas à produção agropecuária, à exploração de recursos minerais e também ao desenvolvimento industrial registrado no país nos últimos anos. Observe no gráfico o valor do PIB do Brasil e o de alguns países do mundo.
Nos últimos anos, as exportações brasileiras têm se mostrado bem diversificadas, envolvendo minérios, produtos agropecuários e também produtos já transformados, como produtos metalúrgicos, açúcar, Produto Interno Bruto de alguns países suco de laranja e óleos vegetais. do mundo – 2016 (em bilhões de US$) Alguns produtos industrializados, US$ 18 624 como calçados, caminhões, ôniBILHÕES bus e até mesmo aeronaves vêm ganhando espaço na pauta de exportações brasileiras.
• Já
o PNB - Produto Nacional Bruto - leva em conta apenas as riquezas de empresas nacionais, porém contabiliza os rendimentos dessas empresas no exterior, ou seja, que podem ter redes fora do Brasil. Por exemplo, atuações da Petrobrás em campos de extração de petróleo na Tunísia (África) também são consideradas no PNB.
Fonte: The World Bank. Disponível em: <http:// databank.worldbank.org/data/download/GDP.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2018.
US$ 4 940 BILHÕES US$ 1 800 BILHÕES
• Comente com os alu-
nos que o símbolo US$ refere-se ao dólar.
Somma Studio
Mesmo ocupando posição de destaque no cenário internacional, o PIB brasileiro ainda está distante dos países mais ricos e industrializados do mundo, como os Estados Unidos e o Japão. No entanto, isso não impede que o Brasil apresente uma economia competitiva e geradora de riquezas.
Estados Unidos
Japão
Brasil
US$ 545 BILHÕES
US$ 221 BILHÕES
Argentina Bangladesh
US$ 10 BILHÕES
Chade
Navio em região portuária da Baía de Guajará (PA), 2017.
Ricardo Teles/Pulsar Imagens
• Solicite aos alunos que procurem no mapa político os países mencionados no gráfico desta página.
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Capítulo 2
Conforme visto nas páginas anteriores, foi ao longo do século passado que a economia brasileira passou a mostrar sinais de transformação. Além das atividades agrárias, o Brasil começou a apresentar uma tendência de crescimento urbano e industrial proporcionado, principalmente, pelo processo de industrialização e urbanização ocorrido no país. Veja abaixo os sete principais produtos da economia que atualmente se destacam no Brasil. Soja
Oleaginosa: planta que de seus grãos são extraídos óleos, utilizados, sobretudo, para fins industriais.
Petróleo
Setor: agricultura.
Setor: energia.
Atualmente, o Brasil é o 2o produtor mundial de soja. Nossa produção responde por 28% do mercado global. O cultivo da soja ocupa, aproximadamente, 43% da área total destinada ao cultivo de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil.
A produção de petróleo cresceu cerca de 38% na última década. O petróleo apresentou um aumento de aproximadamente 8% na pauta das exportações brasileiras.
Cana-de-açúcar Setor: agricultura.
Automóveis Setor: indústria.
O crescimento da produção de etanol de cana estimulou a expansão dessa lavoura pelo Brasil. Atualmente, cerca de 59% da produção nacional está concentrada no estado de São Paulo.
A produção nacional de automóveis aumentou cerca de 24% entre os anos de 2016 e 2017. Atualmente, o Brasil está entre os principais produtores mundiais de carros.
Carne bovina Setor: pecuária.
Têxtil Setor: indústria.
O Brasil tornou-se o maior exportador de carne bovina do mundo. Além disso, as exportações desse produto tiveram crescimento de aproximadamente 75% desde 2 000.
O Brasil ocupa a 5a posição entre os maiores fabricantes mundiais de produtos têxteis. O maior polo de tecidos sintéticos da América Latina localiza-se no estado de São Paulo.
• Pontue outros produtos importantes no ramo das exportações brasileiras. Destacam-se laranja, café, cacau, carne de frango e frutas tropicais ainda como gêneros agrícolas; e bauxita (matéria-prima do alumínio), manganês e estanho no ramo mineral. Já os produtos industriais que mais se destacam na exportação são: automóveis, aviões, autopeças, material de transporte, bebidas, produtos químicos, aço, papel e celulose, eletroeletrônicos, calçados, cigarros, artefatos de couro e suco de laranja.
Ferro e aço Ilustrações: Camila Ferreira
No ano de 2 016, o valor da produção de minério de ferro representou mais de 63% da produção mineral nacional. Dessa produção, cerca de 69% do minério de ferro brasileiro é extraído no estado de Minas Gerais, 30% no estado do Pará e 1% do estado do Mato Grosso do Sul. O restante está distribuído pelo território brasileiro. Fontes: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1612#resultado>. DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Anuário mineral brasileiro 2017. Disponível em: <www.anm.gov.br/dnpm/publicacoes/ serie-estatisticas-e-economia-mineral/anuario-mineral/anuario-mineral-brasileiro/amb_metalicos2017>. ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricação de Veículos). Anuário da indústria automobilística brasileira 2018. Disponível em: <http://www.virapagina. com.br/anfavea2018>. ABIEC (Associação Brasileira das Industrias Exportadoras de Carne). Perfil da pecuária no Brasil: relatório anual 2018. Disponível em: <http://abiec.siteoficial.ws/images/upload/sumario-pt-010217.pdf>. Brasil. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/balanca/mes/2017/BCE020A.xlsx>. Acessos em: 3 out. 2018.
• No município onde você mora é realizada a produção de alguns dos itens citados acima? Troque ideias com os colegas. Resposta pessoal.
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Orientações gerais
• Importante destacar que, nos últimos dez anos, o Brasil vem passando por um processo de retração industrial. Assim, as indústrias têm tido uma participação cada vez menor na composição do PIB brasileiro. Em 2001, esse ramo representava cerca de 30% do PIB do país, enquanto em 2015 chegou apenas a 22,5% desse rendimento, segundo
• Explique aos alunos que a balança comercial de um país é a relação entre os valores de exportação e importação. Essa é considerada superavitária ou favorável quando os valores de exportação superam os de importação. Quando acontece o inverso, ou seja, os valores das importações superam as exportações, a balança comercial é considerada deficitária ou desfavorável. • No caso do Brasil, nossa balança comercial é superavitária desde o início do século XXI, apesar do predomínio da exportação de produtos primários, ou seja, matérias-primas brutas, o que confere baixo valor agregado aos produtos, tais como soja, cana-de-açúcar, carne e ferro.
Setor: mineração.
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Orientações gerais
• Comente também que, atualmente, os principais parceiros comerciais do Brasil são China, Estados Unidos, Argentina, Alemanha e Japão.
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os dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
• Isso se deve, entre outros fatores, à concorrência asiá-
tica bem acirrada que insere seus produtos no mercado a custos mais baixos. • Comente com os alunos que as exportações brasileiras representam aproximadamente 25% do PIB do país.
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Orientações gerais
A agricultura brasileira
• Comente com os alu-
A agricultura brasileira, além de fornecer matéria-prima para as indústrias, é responsável, com a pecuária, por cerca de 5% de toda a riqueza gerada no país.
nos sobre a existência de uma técnica de produção agrícola denominada orgânica. A agricultura orgânica consiste no desenvolvimento de lavouras sem o uso de produtos químicos ou geneticamente modificados. Para abordar a questão da agricultura orgânica e familiar, proponha a atividade a seguir.
Nas últimas décadas, a atividade agrícola brasileira, sobretudo as monoculturas voltadas para a exportação, vem envolvendo cada vez mais investimentos tecnológicos, o que permite maior produtividade, além de melhorar significativamente a qualidade dos produtos agropecuários comercializados.
Andre Dib/Pulsar Imagens
No entanto, conforme estudamos nas páginas anteriores, a agricultura brasileira não é composta apenas da agricultura moderna. Em muitas regiões do país a agricultura tradicional convive com modernas propriedades rurais.
Sugestão de atividade Agricultura orgânica Objetivos
• Compreender
os desafios enfrentados pela agricultura familiar orgânica no Brasil. Procedimentos a ) Solicite aos alunos que formem duplas ou trios. Em sala de aula ou na sala de informática da escola, com uso de computadores, promova a leitura do texto Agricultura familiar orgânica no Rio de Janeiro valoriza alimentação saudável. Agência IBGE Notícias. Disponível em: <http://livro.pro/ 7kwaph>. Acesso em: 3 out. 2018. b ) Em seguida, promova uma conversa com os alunos com base nas questões apresentadas a seguir.
Colheita mecanizada de milho em propriedade rural no município de São Raimundo das Mangabeiras (MA), 2017.
A tabela a seguir apresenta os principais gêneros cultivados no país.
> Quais os principais de-
safios encontrados pelos pequenos produtores para o desenvolvimento da agricultura orgânica? Resposta: Além da dificuldade de financiamentos e créditos promovidos pelo governo a esses produtores, eles enfrentam as intempéries climáticas que podem comprometer sua produção. > Qual a importância da
produção de alimentos orgânicos? Resposta: Além da produção de alimentos mais saudáveis, sem uso de
Produto
Produção anual (em toneladas)
Posição do Brasil em nível mundial
Cana-de-açúcar
768 678 382
1o produtor
Laranja
17 251 291
1o produtor
Café
3 019 051
1o produtor
Soja
96 296 714
2o produtor
Milho
64 143 414
3o produtor
Feijão
2 615 832
3o produtor
Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://faostat.fao.org/site/567/DesktopDefault. aspx?PageID=567#anco>. Acesso em: 13 set. 2018.
Comida em nossa mesa A maior parte dos produtos agropecuários obtidos em grandes propriedades, através de modernas técnicas de produção, é destinada à exportação e comercializada em países do mundo todo. O alimento que chega à nossa mesa, na maioria das vezes, é produzido em pequenas propriedades rurais, que fazem uso da agricultura familiar. diogoppr/ Shutterstock.com
Principais gêneros agrícolas no Brasil – 2016
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agrotóxicos e outros insumos químicos, a agricultura org20_ftd_lt_7vsg_c2_p064a073.indd 68 gânica gera empregos no campo. > Como as feiras solidárias podem ajudar os pequenos
produtores?
Resposta: Como o transporte é um desafio aos produtores, 10/24/18 que muitas vezes não possuem veículos próprios, as feiras solidárias promovem a possibilidade de escoamento de seus produtos e também uma relação de confiança com os consumidores, que obtêm produtos de melhor qualidade.
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Capítulo 2
A pecuária brasileira A criação de animais é uma atividade desenvolvida, praticamente, em todo o Brasil. Cerca de 196 milhões de hectares de terras são utilizados para a prática dessa atividade. O gado bovino, suíno e as aves estão entre as principais criações do Brasil. Existem também criações que são peculiares de algumas porções do país, como a de búfalos no estado do Amapá e na ilha de Marajó, no estado do Pará, e de caprinos na região Nordeste. Assim como a agricultura, a atividade pecuária brasileira evoluiu consideravelmente nas últimas décadas. Praticamente até a década de 1990, grande parte das criações no Brasil era praticada de maneira extensiva, ou seja, o gado vacinado contra as principais doenças ficava solto nas pastagens, sem maiores cuidados. Atualmente, muitas propriedades rurais vêm buscando melhorar sua produtividade praticando uma pecuária intensiva, ou seja, com base na inserção de técnicas, como criação em confinamento, redução do tempo de engorda, avanços genéticos por meio da inseminação artificial e medidas sanitárias de controle de doenças. Esses fatores vêm colaborando para elevar o Brasil à condição de país que possui o maior rebanho bovino comercial do mundo. Cesar Diniz/Pulsar /Pulsar Imagens
Inseminação artificial: técnica utilizada na atividade pecuária por meio da qual se induz artificialmente a reprodução animal. O objetivo dessa técnica é ampliar o número de gestações por animal e obter crias mais sadias e produtivas.
Orientações gerais
• Relembre os alunos que na pecuária extensiva o gado é solto e se alimenta do pasto, com poucas técnicas pecuárias, e a produção geralmente é voltada para corte. Na pecuária intensiva o gado fica confinado (em uma área delimitada), se alimenta de ração e tem acompanhamento de técnicos como zootecnistas e veterinários recebendo cuidados especiais para seu desenvolvimento. Usualmente envolve tecnologias como inseminação artificial ou inserção de hormônios e vitaminas na alimentação para melhor produtividade, com a produção geralmente voltada para laticínios (produção de leite e seus derivados) ou gado de corte de excelente qualidade.
Rebanho de gado bovino sendo criado de forma extensiva em Sangradouro (MT), 2018.
Na tabela abaixo, são apresentadas as principais criações do país. Principais criações no Brasil – 2016 Número de cabeças
Posição do Brasil em nível mundial
Bovinos
218 225 177
1o criador
Suínos
39 950 320
3o criador
Aves*
1 352 291 000
4o criador
Equinos
5 577 539
4o criador
Ovinos
18 433 810
18o criador
Caprinos
9 780 533
21o criador
Criação
• Realize uma pesquisa, em jornais,
revistas ou na internet, sobre matérias que apresentem aspectos importantes da atividade agropecuária brasileira, tanto no cenário nacional quanto no internacional. Com seus colegas, promova um debate baseado nas reportagens pesquisadas, destacando os principais pontos apresentados por elas sobre a agropecuária brasileira. *
Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/en/#data/QA>. Acesso em: 13 set. 2018. *Estão indicadas somente as criações de galinhas e frangos.
* Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa realizada pelos alunos está coerente com a atividade proposta.
Orientações gerais
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• A exportação de carnes do Brasil é bastante importante na balança comercial do país. Entretanto, as exigências sanitárias dos países desenvolvidos são bastante rigorosas. • Com casos de febre aftosa (doença viral altamente contagiosa que causa febre e pequenas vesículas nas mucosas e peles dos bovinos, podendo ocasionar a morte) em alguns países do Mercosul (Argentina e Paraguai), o gado
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brasileiro passou a ter maior controle da vigilância sanitária e muitas vezes seus preços foram depreciados. • Com casos de gripe aviária (doença causada por vírus que pode infectar mamíferos) detectados no início do século XXI nos países asiáticos, o Brasil tornou-se grande exportador de carne de frango para os países da região, como China e Tailândia.
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A indústria brasileira
BNCC Auxilie os alunos na leitura e interpretação do mapa apresentado nesta página. Esse tipo de mapa é importante para os alunos identificarem a espacialização da produção industrial no Brasil. Este conteúdo aborda a habilidade EF07GE09.
A produção industrial brasileira corresponde a cerca de 18% de toda a riqueza gerada no país. Segundo o IBGE, em 2015, o parque industrial brasileiro contava com aproximadamente 321 mil indústrias. Atualmente, o parque industrial brasileiro se destaca nos ramos metalúrgico, siderúrgico, petroquímico, de papel e celulose, bebidas, alimentos, confecção e calçados. No entanto, a atividade industrial de alta tecnologia vem ganhando cada vez mais espaço com a fabricação, por exemplo, de computadores, aviões e até mesmo satélites artificiais. Observe no mapa abaixo a distribuição da atividade industrial no terPossível resposta. As regiões Sudeste e Sul são as que concentram o maior número de ritório do país. 2. indústrias no território. A região Nordeste apresenta um número significativo delas,
principalmente nas áreas próximas ao litoral. Na região Centro-Oeste, os três estados apresentam concentração industrial, porém em menor quantidade que a região Sul, Sudeste e Brasil: distribuição industrial Nordeste. Já na região Norte, o número de indústrias é inferior às demais regiões brasileiras. pelo território – 2012
Orientações gerais
E. Cavalcante
• Retome com os alunos
Economia brasileira cresce 1% em 2017, e agropecuária responde por 70% do avanço O Globo, 1o mar. 2018. Disponível em: <https://oglobo.globo. com/economia/economiabrasileira-cresce-1-em-2017agropecuaria-responde-por-70do-avanco-22444796>. Acesso em: 3 out. 2018.
AP
RR
Equador
Macapá Belém
PA
Fortaleza
Teresina
CE
MA
RN PB PE
PI AC
Rio Branco
0°
São Luís
Manaus
AM
Porto Velho
SE
Palmas TO
RO
BA
MT
Natal João Pessoa Recife
AL Maceió Aracaju
Salvador Goiânia
Brasília
GO
MG Belo Horizonte
MS
ES
Campo Grande
OCEANO ATLÂNTICO
Vitória
SP
Principais tipos de indústrias:
RJ Rio de Janeiro São Paulo Trópico de Curitiba Capricórn io
PR
Bens de produção
Extração mineral Madeira Transformação de minérios não metálicos Metalurgia Mecânica Química
SC
Florianópolis
Porto Alegre
N L
O
50° O
Celulose: substância branca fibrosa presente na estrutura dos vegetais utilizada na fabricação de papéis.
Fonte: CALDINI, Vera Lúcia de Moraes; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 52.
RS
Bens de consumo duráveis
Material elétrico e de comunicações Material de transportes Mobiliário
2. Como você descreve a distribuição das indústrias nas regiões brasileiras?
DF
Cuiabá
S
0
440 km
Bens de consumo não duráveis Têxtil Vestuário e calçados Produtos alimentícios Bebidas Capital federal Capital estadual
• Apresente aos alunos as manchetes de jornal a seguir e promova um debate entre eles para avaliar a aprendizagem sobre parte do conteúdo deste capítulo.
Boa Vista
1. Com seus colegas e com o professor, identifiquem os tipos de indústria que se localizam no estado onde vocês moram.
Bruno Zanardo/Fotoarena
a justificativa para concentração das indústrias na região Sudeste, principalmente São Paulo, que se deu em função das condições propícias que a cidade apresentava no início do século XX. > Presença do capital cafeeiro que colabora para os investimentos na indústria paulista. > A ascensão de uma burguesia paulista que tinha interesse em investimentos no setor. > A proximidade da matéria-prima, por exemplo, os minerais metálicos do Quadrilátero Ferrífero (MG). > A abundante mão de obra imigrante assalariada disponível e, consequente, mercado consumidor em potencial. > A rede de transporte ferroviária existente que favorecia o escoamento das matérias-primas para as indústrias e dos produtos aos centros consumidores.
1. Resposta pessoal. Verifique se os alunos identificaram corretamente os tipos de indústrias presentes no estado em que moram.
Na imagem, vemos uma indústria de montagem automobilística brasileira no município de Manaus (AM), 2016.
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Indústria e comércio ajudaram economia a crescer no 3º tri, diz monitor do PIB da FGV
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G1, 23 nov. 2017. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/ industria-e-comercio-ajudaram-economia-a-crescer-no-3-tri-diz-monitordo-pib-da-fgv.ghtml>. Acesso em: 3 out. 2018.
• Veja a seguir algumas sugestões de perguntas para direcionar o debate.
> Quais são os principais produtos agropecuários cul10/24/18
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tivados no Brasil? > Quais atividades extrativas mais se destacam no país? > Como se caracteriza a atividade industrial em nosso país? > No município em que você vive, existem indústrias? O
que elas produzem?
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Capítulo 2
A atividade extrativa no Brasil O extrativismo, denominação dada à atividade econômica baseada na exploração de recursos minerais, vegetais ou animais diretamente da natureza, é muito praticado no Brasil. Geralmente desenvolvida no espaço rural, essa atividade é praticada no país de duas maneiras distintas.
• O extrativismo mais difundido e antigo desenvolvido no Brasil ocorre por meio
de instrumentos simples e técnicas rudimentares. Essa modalidade de atividade extrativa, em geral, não costuma trazer muitos rendimentos, sendo muitas vezes praticada apenas para a subsistência. Entre as formas de extrativismo mais tradicionais, temos a extração de resinas de plantas e árvores, como o látex, a colheita de frutas, a pesca e a caça artesanais, que são pouco agressivas ao meio ambiente, desde que praticadas de maneira responsável e nas épocas corretas, respeitando a reprodução natural das espécies.
Orientações gerais
• Comente com os alunos que o extrativismo vegetal pode ocorrer de forma sustentável por meio de Reservas Extrativistas (Resex). As Resex são unidades de conservação utilizadas por populações extrativistas tradicionais (povos da floresta, quilombolas, indígenas, por exemplo), cuja subsistência baseia-se principalmente no extrativismo.
Zig Koch/Pulsar Imagens
• Como exemplo, cite as áreas de extração de látex da seringueira para produção da borracha ou de castanha, principalmente na região Norte do país. Caso considere pertinente, solicite aos alunos que façam uma breve pesquisa sobre Chico Mendes, precursor de Reservas Extrativistas de seringais no Acre, na Amazônia. Aproveite o momento para trabalhar com a habilidade EF07GE03.
Extração de castanha-do-pará no município de Laranjal do Jari (AP), 2017.
• O extrativismo desenvolvido com base em técnicas e equipamentos sofisticados
Tales Azzi/Pulsar Imagens
geralmente ocorre em áreas de grandes explorações extrativas. No caso dos minerais, esta atividade ocorre onde se extraem minérios das profundezas da terra ou do núcleo rochoso de morros. A mineração é muito praticada no Brasil, sobretudo nos estados de Minas Gerais, Pará e Mato Grosso, onde morros são dinamitados e transformados em íngremes paredões, conhecidos como pedreiras.
A exploração de petróleo também consiste em uma atividade extrativa, no entanto, exige a utilização de elevada tecnologia, de mão de obra qualificada, além de grande investimento de capital público e privado. Esta fotografia retrata uma extração de petróleo no município de Carnaúba dos Dantas (RN), 2018.
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Orientações gerais
• A inserção da mulher
no mercado de trabalho de forma mais ativa e participativa está intrinsicamente associada a industrialização e urbanização. Esse processo promove novas atividades econômicas, principalmente no setor terciário (comércio e prestação de serviços), que absorve essa mão de obra significativa.
Explorando o tema
A mulher na economia brasileira Com o passar dos anos, a mulher brasileira obteve inúmeras conquistas em relação à saúde, à educação e à participação no mercado de trabalho e na política brasileira. Sua contribuição para a economia do país tornou-se cada vez mais significativa. Porém, ainda há muito que conseguir. Se compararmos quesitos como ganhos salariais, cargos políticos e empresariais, podemos perceber a discrepância entre homens e mulheres. Veja a seguir mais informações sobre a mulher brasileira.
• Essa temática envol-
ve os acontecimentos recentes associados à Revolução Industrial, à revolução técnico-científico-informacional e à urbanização, que devem ser associadas às alterações no mundo do trabalho. Nesse sentido, os alunos terão condição de compreender as mudanças que ocorreram no mundo do trabalho em variados tempos, escalas e processos históricos, sociais e étnico-raciais.
Em 2010, contribuíram com cerca de 41% da renda familiar.
As mulheres representavam 60% do total da população que concluiu o ensino superior, em 2015.
Em 2018, 45% das pessoas que trabalhavam em nosso país eram mulheres.
Ilustrações: Estúdio Meraki
84% da mão de obra feminina estava nos setores de serviços e comércio, em 2016.
Correspondiam a aproximadamente 52% da população brasileira, em 2015.
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Orientações gerais
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• Esta seção permite trabalhar com o tema
contemporâneo Trabalho. Aproveite a oportunidade para promover a reflexão sobre a necessidade de derrubar preconceitos criados por visões inflexíveis. Incentive os alunos a comentar sobre os trabalhos das mulheres que
conhecem, ressaltando a importância do trabalho doméstico, mas apontando que, nesse caso, o assunto trata daquelas que exercem atividades fora do lar.
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• Verifique se os alunos percebem que, apesar de a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro ser cada vez maior, elas ainda ocupam, em sua maioria, cargos menos valorizados, enquanto os homens estão nos cargos mais altos.
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:50 AM
Capítulo 2 Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
a ) Em sua opinião, a mulher brasileira desempenha um papel importante na economia do país? Justifique sua resposta. b ) Em quais quesitos podemos observar a desigualdade socioeconômica entre homens e mulheres? c ) Em sua opinião, quais motivos levam à diferença de valores entre os homens e as mulheres? Ganharam cerca de 33% a menos que os homens, em 2018.
Ilustrações: Estúdio Meraki
Os homens ocupavam 61% de cargos de chefia empresariais, enquanto as mulheres ocupavam 39%, em 2018.
• Em 2011, a distribuição da PEA envolvia 55 % de homens e 45% de mulheres, um aumento percentual muito mais significativo.
Carlos Borin
Quantidade de prefeitas eleitas por período de gestão – 1973-2020 1973-1976
58
1977-1982
58
1983-1988
• Atente para a informação apresentada no gráfico de barras desta página, que demonstra a maior inserção das mulheres no meio político.
83
1989-1992
107
1993-1996
171
1997-2000
304
2001-2004
318
2005-2008
407
2009-2012
500
2013-2016
• Incentive os alunos a combater o preconceito contra mulheres no mercado de trabalho e em qualquer outro setor da sociedade.
659
2017-2020
641 0
• Comente com os alunos que a distribuição da PEA (População Economicamente Ativa) do Brasil em 1940 era composta por 20% de mulheres e 80% de homens. A população do país era, em maior parte, residente na área rural e ligada às atividades do setor primário (agropecuária principalmente), utilizando mão de obra masculina em maior número. • À medida que o processo de industrialização foi se consolidando no país, outros setores da economia foram se desenvolvendo e absorvendo mão de obra. O setor terciário, representado pelo comércio e pela prestação de serviços, tem grande destaque, o que promoveu maior inserção da mulher no mercado de trabalho.
Vivem em média 7 anos a mais que os homens.
Período de gestão
Orientações gerais
100 200 300 400 500 600 700 800 Prefeitas eleitas
Fontes: BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos. Disponível em: <www.spm.gov.br/assuntos/poder-e-participacao-politica/ dados/tabelas-1>. Acesso em: 26 abr. 2018. TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Disponível em: <http://www. tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2016/Novembro/eleicoes2016-numero-de-prefeitas-eleitas-em-2016-e-menorque-2012>. Acesso em: 26 abr. 2018.
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Respostas
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a ) Resposta esperada: sim, porque desempenham um papel cada vez mais significativo, contribuindo para a renda familiar. As mulheres também têm ocupado cada vez mais seu espaço na política do país.
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b ) Em ganhos salariais e em cargos de chefia empresariais. c ) Possíveis respostas: o preconceito, o machismo, o menosprezo quando se trata da mulher no mercado de trabalho e na política, entre outros.
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• Auxilie os alunos na in-
terpretação do mapa representado nesta página. Explique que os diversos elementos e informações no mapa fazem dele um mapa-síntese.
Momento da Cartografia
Os mapas-síntese
Os mapas podem apresentar diversos tipos de informações, como aspectos físicos, culturais, socioeconômicos ou, ainda, referentes a problemas ambientais. Essas informações podem ser representadas de maneira individual, na forma de mapas temáticos, ou agrupadas, constituindo um mapa-síntese.
• Indique a representa-
ção de cada elemento da legenda, interpretando-a com os alunos. Leve-os a perceber no mapa as diferentes variáveis visuais, como linhas, cores e ícones, e explique que elas são fundamentais para a correta interpretação das informações que o mapa pretende passar.
Observe, abaixo, um mapa-síntese da economia brasileira. Verifique que neste mapa foram representadas várias informações, como áreas de agropecuária comercial e de autoconsumo, áreas industriais e comerciais. Também constam áreas extrativistas, de turismo, polos de mineração, portos de exportação e eixos de circulação de pessoas e mercadorias. Brasil: mapa-síntese da economia E. Cavalcante
Orientações gerais
N L
O
Boa Vista
• Aponte
os principais eixos de circulação e sua importância para a ligação entre as diversas regiões do país.
S
Macapá
Equador
0°
Belém São Luís Fortaleza
Manaus Teresina
• Comente sobre a concentração de atividades nas regiões Sul e Sudeste.
Rio Branco
Porto Velho
• Aponte para a impor-
Palmas
Cuiabá Goiânia
tância da presença dos portos de exportação para o escoamento da produção extrativa da região Norte.
Campo Grande
OCEANO PACÍFICO
• Comente sobre a im-
eC Trópico d
portância da atividade turística no litoral da região Nordeste.
Natal João Pessoa Recife Maceió Aracaju Salvador
Brasília
OCEANO ATLÂNTICO
Belo Horizonte
Vitória
Rio de Janeiro
apricórnio
Curitiba
São Paulo Florianópolis
Porto Alegre
0
50° O
Agropecuária comercial Agropecuária de autoconsumo Comércio muito diversificado, serviços especializados, alta tecnologia industrial Comércio, serviços e indústria - em expansão Indústria especializada - eletrônicos Atividade predominantemente extrativa
Capital federal Capital estadual
420 km
Turismo
Fontes: CALDINI, Vera Lúcia de Moraes; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 54. GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 39.
Principais polos de mineração Porto de exportação 80% do PIB gerados nessa região Principais eixos de circulação (de mercadorias, pessoas, ordens etc.)
Com seus colegas, identifique: a ) Em quais regiões predomina a agropecuária comercial? E a agropecuária de autoconsumo? b) O turismo é representativo em quais áreas do território? Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
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a ) A agropecuária comercial é predominante nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. A agropecuária de autoconsumo predomina em partes do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. b) O turismo é mais representativo, principalmente, em algumas porções do litoral brasileiro.
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Capítulo 2
Vias de transporte e os caminhos da economia no Brasil As vias de transporte são importantes para a economia e a população de um país. No caso do Brasil, em razão de suas grandes dimensões territoriais, uma rede de transporte ampla e de qualidade é fundamental para Vias de Extensão que as mercadorias produzidas tanto pelas intransporte (quilômetros) dústrias quanto pela agropecuária tenham acesso Rodovias asfaltadas 214 mil a diferentes regiões do país.
As rodovias Embora o território nacional apresente uma ampla rede viária, a utilização de cada uma dessas vias para o transporte de cargas e pessoas ocorre de maneira muito desigual. Veja no gráfico. Como você pode notar, com base no gráfico, as rodovias são responsáveis pela maior parte da circulação de cargas e pessoas no país. O predomínio de rodovias perante outras vias de transporte teve início a partir da década de 1950, com o interesse do governo federal em promover maior integração do território nacional.
Acervo/ Folhapress
Embora a integração do território tenha sido iniciada por meio das ferrovias, no século XIX, ela só ocorreu efetivamente quando o governo brasileiro passou a incentivar a construção e expansão das vias rodoviárias, principalmente em direção ao interior do país.
Ferrovias
30 mil
Hidrovias e trechos navegáveis
42 mil
Fonte: CNT (Confederação Nacional do Transporte). Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/BOLETIM%20 ESTAT%C3%8DSTICO/BOLETIM%20ESTAT%C3%8DSTICO%20 2018/Boletim%20Estat%C3%ADstico%20-%2001%20-%202018. pdf>. Acesso em: 10 set. 2018.
Brasil: uso dos transportes – 2018 4,2%
E. Cavalcante
Atualmente as principais vias de transporte brasileiras são constituídas por rodovias, ferrovias e hidrovias. Veja na tabela a extensão das principais vias utilizadas no país, segundo dados de 2018.
0,4%
13,6%
20,7%
61,1%
Rodoviário Ferroviário Hidroviário Dutoviário Aeroviário
Orientações gerais
• Neste estudo, a compreensão da temática se estende sobre a habilidade EF07GE07, ao permitir aos alunos que analisem a influência e o papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro. • Comente com os alunos que o sistema rodoviário, por ser predominante no transporte de cargas, favorece o aumento dos preços das mercadorias. Considera-se que os custos de manutenção das estradas, dos caminhões e o combustível utilizado (diesel) oneram o frete dos produtos, que encarecem entre 15% e 20%.
Fonte: CNT (Confederação Nacional do Transporte). Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/BOLETIM%20 ESTAT%C3%8DSTICO/BOLETIM%20ESTAT%C3%8DSTICO%20 2018/Boletim%20Estati%CC%81stico%20-%2005%20-%20 2018.pdf>. Acesso em: 15 set. 2018.
Rede viária: conjunto de vias de transporte, ou seja, ferrovias, rodovias, hidrovias e rotas aéreas associadas a portos e aeroportos. Inauguração da rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte, 1959.
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Orientações gerais
Entre os fatores que ampliaram a construção de estradas é possível citar a pressão sobre o governo federal pelas montadoras de automóveis, instaladas no país, para ampliar as rodovias e, assim, estimular a crescente indústria automobilística.
• Relacione
o sistema de transporte predominantemente rodoviário com o processo de industrialização do Brasil. O modelo adotado, conhecido como substituição de importações, buscou atrair indústrias para o país que produzissem internamente produtos que eram antes importados.
Alf Ribeiro/Shutterstock.com
A opção por priorizar o uso das rodovias ocasionou o aumento do custo de transporte de pessoas e de mercadorias. Estudaremos sobre este assunto nas próximas páginas.
• Nesse
sentido, priorizou a entrada de empresas transnacionais de bens de consumo duráveis, principalmente automobilísticas e de eletrodomésticos. Desse modo, para incentivar a entrada das empresas transnacionais automobilísticas, principalmente estadunidenses como Chevrolet e Ford, o governo investiu na construção de rodovias.
Na fotografia, trecho de rodovia da Marginal Tietê no município de São Paulo (SP), 2018.
O mapa abaixo mostra a distribuição atual da rede rodoviária brasileira.
•A
1. Os estados de Roraima, Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá e Pará.
Brasil: rede rodoviária – 2014 E. Cavalcante
dependência do transporte rodoviário compromete a distribuição de produtos dentro do país. Para ilustrar, relembre a paralisação dos trabalhadores do transporte de cargas, em maio de 2018, que comprometeu a distribuição de mercadorias em todas as regiões do Brasil. Caso considere pertinente, solicite aos alunos que busquem informações sobre esse momento e suas consequências para a economia brasileira. Tal trabalho desenvolve a habilidade EF07GE02.
N L
O
Boa Vista
AP
RR
S
Macapá Belém MA
PA
Teresina CE
Porto Velho TO
Palmas
2. E no estado onde você mora, como é a concentração de rodovias? Resposta pessoal. Verifique se os alunos identificaram a quantidade de rodovias presentes no estado em que moram.
Salvador
Cuiabá
GO DF
Brasília
Goiânia MS Campo
Grande SP
MG
Belo Horizonte ES Vitória RJ
Rio de Janeiro São Paulo Curitiba
PR SC RS
Natal João
Aracaju
BA
MT
Capricórnio
RN
PB Pessoa PE Recife AL Maceió SE
PI
RO
de Trópico
0°
São Luís Fortaleza
Manaus AM
AC Rio Branco
Equador
1. Com seus colegas e com o professor, identifiquem no mapa quais estados brasileiros apresentam menor concentração de rodovias.
Principais rodovias pavimentadas Capital estadual Capital federal
Florianópolis
Porto Alegre
OCEANO PACÍFICO
0
50° O
460 km
OCEANO ATLÂNTICO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 143.
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Capítulo 2
Geografia
A conservação das rodovias brasileiras
em foco
No Brasil, a grande parte das rodovias se encontra em más condições de conservação. O país possui cerca de 1,7 milhão de quilômetros de estradas, sendo que apenas 12,5% são pavimentadas. Os principais problemas apresentados pelas rodovias são a má qualidade do asfalto, a sinalização ineficiente e a ausência de acostamentos em grande parte das estradas.
Além de gerar problemas mecânicos aos veículos, as rodovias em condições precárias contribuem para o aumento no número de acidentes. Entre as estradas que atualmente apresentam boas condições de tráfego, estão aquelas que são gerenciadas por empresas privadas, que, por meio da cobrança de pedágios, investem em sua manutenção. O gráfico abaixo mostra a condição das rodovias no país. Frete: valor que se paga pelo
8,1% Leonardo Mari
33,6% 20,1% 29,3%
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
transporte de alguma mercadoria.
8,9%
• Importante apontar na leitura e interpretação do gráfico que a maior parte das rodovias brasileiras, acima de 60%, apresenta condições regulares, ruins ou péssimas de pavimentação.
• Comente com os alunos que as rodovias com melhores condições estão localizadas na região Sudeste e, em grande parte, foram privatizadas. Dessa forma, os custos relativos a manutenção e boa conservação das estradas são repassados ao consumidor por meio dos pedágios.
Em nosso país, cerca de 61% das cargas são transportadas por meio de rodovias; entretanto, em razão das más condições de tráfego e do consequente desgaste dos veículos, o valor dos fretes tende a subir, sendo, na maioria das vezes, repassado ao consumidor.
Brasil: condições das rodovias pavimentadas – 2017
Orientações gerais
Fonte: CNT (Confederação Nacional do Transporte). Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/ PDFs%20CNT/Not%C3%ADcias/resumo_principais_ dados_pesquisa_cnt_2017.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2018.
• Promova um debate na sala de aula sobre o tema Pedágios. Divida a sala de aula em dois grandes grupos: um grupo deverá defender a existência de rodovias com pedágios; o outro grupo, de rodovias sem pedágios.
• Apresente questões, como o preço cobrado nos pedágios, e peça a cada grupo que apresente seus argumentos de modo convincente sobre a questão lançada. • Caso considere conveniente, monte uma comissão com três alunos para julgar qual argumentação foi mais convincente. • Converse com os alunos sobre essa atividade. Peça a eles que pesquisem a respeito dos pedágios no Brasil. Essa pesquisa servirá de base para as argumentações do debate.
O investimento privado em rodovias vem sendo ampliado ano a ano. Isso implica que o usuário pague pedágios para trafegar nessas rodovias. Na fotografia, praça de pedágio da Linha Amarela localizada no município do Rio de Janeiro (RJ), 2016.
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Orientações gerais
Ferrovias e hidrovias brasileiras
• Apesar do grande po-
As ferrovias e hidrovias brasileiras apresentam características bem diferentes das encontradas no sistema rodoviário. Mesmo oferecendo custos mais baixos no transporte de cargas, os investimentos realizados tanto pelo governo federal quanto pelos governos estaduais na ampliação ou manutenção das ferrovias e hidrovias têm sido menores quando comparados aos da rede rodoviária.
tencial que os rios brasileiros têm para o desenvolvimento do transporte hidroviário, sua capacidade é subutilizada. Para enriquecer seus conhecimentos sobre esse tema, sugerimos a leitura seguir.
Observe no esquema abaixo quanto de combustível cada um dos meios de transporte gasta para transportar mil toneladas de carga por quilômetro rodado. Consumo de combustível
> RONCOLATO, Murilo.
Um panorama do transporte hidroviário no país. E por que não deslanchou. Nexo Jornal, 30 maio 2018. Disponível em: <http://livro.pro/a7gni6>. Acesso em: 3 out. 2018.
Rodoviário 15 L
• Comente com os alu-
nos que está em projeto a implantação da hidrovia nos rios Paraná-Paraguai que, apesar de conexão fundamental com países do Mercosul, apresenta o obstáculo ambiental. Seria construída na região do Pantanal e afetaria o bioma considerado Reserva da Biosfera e único no planeta em biodiversidade.
Ferroviário
1 km
6L
1 km
• Algumas opiniões indicam que a construção de uma hidrovia demanda impactos ambientais severos, tais como assoreamento de rios, drenagem e dragagem de canais fluviais. A construção dessa hidrovia, por exemplo, poderia desencadear uma urbanização desordenada em torno dos portos e consequente desmatamento.
4L
Ilustrações: Flaper
Hidroviário Fonte: Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov. br/Pib_Municipios/2011/ pibmunic2011.pdf>. Acesso em: 14 set. 2018.
1 km
• Quais meios de transporte são mais econômicos para o transporte de carga no Brasil?
Trem transportando carga no estado de São Paulo, 2017.
Alf Ribeiro/Shutterstock.com
As ferrovias e as hidrovias.
Orientações gerais
• Em geral, países com
grande extensão territorial optam por transporte ferroviário ou hidroviário, que favorecem o deslocamento de mercadorias, otimizando os gastos. Comente com os alunos que em países como Estados Unidos, China, Rússia e Canadá o sistema ferroviário possui ótima infraestrutura e é um dos mais utilizados tanto para transporte de cargas quanto de passageiros. Observe a tabela ao lado.
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Extensão da malha ferroviária (em km) - 2014
Extensão Territorial (em km2) - 2016
Estados Unidos
293 564
9 831 510
China
124 000
9 600 001
Rússia
87 157
17 098 240
Canadá
77 932
9 984 670
País
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Fontes: CENTRAL Intelligence Agency. Disponível em: <https://cia.gov/library/ publications/the-worldfactbook/fields/print_2121. html>. IBGE Países. Disponível em: <https:// paises.ibge.gov.br/#/pt>. Acessos em: 3 out. 2018.
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Capítulo 2
A rede ferroviária brasileira desempenhou importante papel em nosso país, principalmente durante a fase áurea da produção cafeeira. Até a década de 1930, o governo brasileiro investiu na construção de um sistema ferroviário com o objetivo de escoar a produção de grãos, sobretudo o café. Desde então, a malha ferroviária brasileira tem se mantido praticamente a mesma, e encontra-se bastante precária e mal distribuída pelo território. A utilização das hidrovias no Brasil também é bastante limitada. Mesmo apresentando grande potencial hídrico, com uma rede fluvial de aproximadamente 42 mil quilômetros, nosso país aproveita apenas 22 mil quilômetros como hidrovias ou trechos navegáveis. A região Norte é a que mais se destaca na utilização de hidrovias. Em muitas áreas dessa região, os rios configuram-se como a única passagem que liga lugares isolados às áreas urbanas mais próximas.
No mapa, estão representadas as ferrovias e hidrovias brasileiras.
Brasil: redes ferroviária e hidroviária – 2014 E. Cavalcante
Podemos concluir que, mesmo possibilitando transporte mais econômico, principalmente no que se refere a cargas de longas distâncias, as ferrovias e hidrovias brasileiras são pouco exploradas e mal distribuídas em nosso país.
Boa Vista
AP
RR
Macapá Belém
Manaus
MA
PA
RO
Salvador
Cuiabá
GO DF
Nas regiões Sudeste e Sul.
Goiânia
Brasília
MG
MS Campo
Belo Horizonte ES
Grande
Vitória
SP
Região Norte.
PR SC
N
Aracaju
BA
MT
OCEANO PACÍFICO
PE AL Maceió SE
Palmas
TO
Natal João Pessoa Recife
PB
PI
Porto Velho
RN
CE
Teresina
AC Rio Branco
0°
Fortaleza
AM
1. Em quais regiões brasileiras predominam as ferrovias? 2. Qual região brasileira apresenta o maior número de rios com trechos navegáveis?
Equador São Luís
RJ
OCEANO ATLÂNTICO
Rio de Janeiro São Paulo Trópico d e Capri Curitiba córni
o
Florianópolis L
O S
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 143.
0
RS Porto Alegre
475 km
Trecho navegável Ferrovia principal Capital federal Capital estadual
• Converse com o professor do componente curricular de História para complementar o tema sobre a importância histórica do transporte ferroviário no Brasil. Comente com os alunos que com o incentivo intenso ao transporte rodoviário, o sistema ferroviário entrou em decadência. Atualmente, representa menos de 1/4 do transporte de cargas brasileiras. Destacam-se as ferrovias que interligam as áreas produtoras de recursos minerais aos portos ou indústrias nacionais, visto que minérios brutos têm baixo valor agregado e só compensam escoamento em grande quantidade. • Vale ressaltar a Estrada de Ferro (EFE) Carajás, que interliga a Serra de Carajás ao porto de Itaqui, em São Luís do Maranhão, e a EFE Vitória-Minas, que interliga o Quadrilátero Ferrífero (MG) ao Porto de Tubarão, em Vitória (ES).
50° O
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Estradas de águas A região Norte do Brasil possui uma quantidade pequena de rodovias e a principal ferrovia dessa região serve apenas para o escoamento do minério de ferro extraído no Pará. Assim, as vias de transporte mais utilizadas são as hidrovias. Nessa região, os rios funcionam como verdadeiras estradas de água, servindo para o transporte de pessoas e dos mais variados tipos de mercadorias e alimentos. Muitas vezes alguns alimentos são colhidos antes do tempo ideal, para poderem chegar ao norte do país ainda em condições de consumo, pois o deslocamento pode levar alguns dias.
Integrando saberes
Embarcação fazendo transporte de moradores no Rio Amazonas no estado do Amazonas, 2017.
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Os meios de comunicação de massa no Brasil
BNCC
• A compreensão do es-
Os jornais e as revistas, o rádio, a televisão e a internet são comuns em nosso dia a dia e são denominados meios de comunicação de massa, ou seja, canais de comunicação que se dirigem a um grande número de pessoas. Com exceção de jornais e revistas impressas, esses meios de comunicação dependem das redes de comunicação para que as informações sejam transmitidas para diversos lugares do Brasil e do mundo.
paço geográfico também perpassa pela compreensão do espaço virtual e das tecnologias digitais, considerando também a rede mundial de computadores e das geotecnologias, que promovem a intensificação dos fluxos materiais e, principalmente, imateriais entre as localidades. Este tema permite abordar a competência geral 5 da BNCC.
O primeiro meio de comunicação de massa a ser utilizado no Brasil foi o jornal, no começo do século XIX. Inicialmente, só existiam jornais impressos e o alcance desse meio de comunicação era limitado, restrito às cidades mais importantes. Progressivamente, no entanto, os jornais ampliaram seu alcance e a imprensa seria revolucionada pelo rádio e pela televisão. A partir do início do século XX, o rádio causou grande impacto na sociedade brasileira, transmitindo notícias, narrações de eventos esportivos, músicas e novelas. A popularização do rádio permitiu a rápida difusão de notícias e de conteúdos culturais pelo território brasileiro, proporcionando um maior nível de integração nacional tanto política como culturalmente.
• Solicite aos alunos que
pesquisem as principais tecnologias de comunicação, desde o telégrafo até as mais avançadas utilizadas atualmente, como internet e transmissão por satélites. Peça que desenvolvam uma linha do tempo cronológica com a invenção dessas tecnologias de telecomunicações. Oriente-os a anotar os anos dos inventos e alguns acontecimentos mundiais significativos, como: II Guerra Mundial, Guerra Fria, Revoluções Industriais etc. Caso considere pertinente, convide o professor do componente curricular de História para um trabalho em conjunto.
A televisão, que tem a vantagem de ser um meio de comunicação audiovisual, chegou ao Brasil apenas na década de 1950, mas inicialmente poucas pessoas tinham recursos para adquirir aparelhos televisores. Atualmente, a televisão é um aparelho acessível à maior parte dos brasileiros e os avanços tecnológicos permitiram transmissões em tempo real, intensificando ainda mais o processo de integração e a rápida circulação e divulgação de notícias e outros conteúdos pelo território brasileiro e dele com o mundo.
Hadrian/Shutterstock.com
Imprensa: conjunto de veículos de comunicação que exercem o jornalismo; esses veículos podem ser escritos ou falados. Redes de comunicação: infraestrutura destinada à transmissão de sinais de rádio, televisão e internet pelo espaço geográfico através de cabos de fibra óptica, sinais de satélites e antenas de modo que esses sinais cheguem aos aparelhos receptores.
Cabos de fibra óptica sendo instalados em Paris, França, 2017. Os cabos de fibra óptica também têm sido instalados em muitos municípios brasileiros para substituir fios de redes comuns na transmissão de informações, evidenciando o desenvolvimento tecnológico nas redes de comunicação.
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Capítulo 2
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Os jornais, as revistas e o rádio porém, mais intensamente a televisão e a internet representam, hoje em dia, fenômenos globais. Esses veículos permitem que as informações circulem em praticamente todo o mundo, independentemente de fronteiras e distâncias, interligando pessoas nas mais distantes cidades, estados e países, facilitando o contato e a integração entre os lugares. Atualmente, o fácil acesso à aquisição de eletrodomésticos tem popularizado esses bens entre os habitantes do país, como podemos observar na paisagem da fotografia ao lado. A comunicação entre as pessoas, no Brasil e no mundo, também tem sido cada vez mais facilitada pelo acesso à banda larga e também aos telefones celulares. No Brasil, de acordo com dados de instituições internacionais ligadas à comunicação, como o ITU (International Telecommunication Union), há mais de 100 assinaturas de telefone celular para cada grupo de 100 habitantes. Isso significa que muitos brasileiros possuem mais de uma linha de telefone celular. Banda larga: dimensão da transmissão de dados via internet na atualidade, que determina a velocidade e a capacidade das conexões e que é bem mais ampliada em relação à capacidade que a internet possuía anteriormente.
Paisagem de moradias do município de Viçosa (AL), 2015. Nela podemos observar o acesso ao meio de comunicação televisivo pela quantidade de antenas parabólicas instaladas nas moradias.
A rede mundial de computadores A rede mundial de computadores conecta pessoas de diferentes lugares por meio de uma grande “teia”, permitindo aos usuários compartilhar informações de maneira quase instantânea, acessar imprensa escrita e falada, pagar contas e solicitar documentos, acessar músicas e filmes, comprar mercadorias em lojas virtuais, entre outros exemplos. Ao passo que a internet foi alcançando cada vez mais pessoas em diversos países, atuou de forma a diminuir ainda mais as distâncias, como meio de comunicação em massa e pessoal, permitindo que pessoas transmitam mensagens através de correio eletrônico (e-mails) e, mais recentemente, através de redes sociais.
Apesar de seus benefícios, porém, a comunicação através da internet e principalmente através das redes sociais exige certos cuidados, por exemplo, nunca informar seu endereço ou passar informações pessoais a desconhecidos, prestar atenção à fonte ao realizar pesquisas para saber se os dados são confiáveis, não publicar ou replicar inverdades ou mensagens que transmitam ofensas ou desrespeito a outras pessoas.
Boibin/Shutterstock.com
No século XXI, o gradual desenvolvimento e popularização de telefones celulares, tablets e smartphones com acesso à internet permitiu que ainda mais pessoas se conectassem à internet, sobretudo aquelas que não têm recursos para terem um computador pessoal.
Orientações gerais
• É importante compreender que o acesso a esses meios de comunicação não é uniforme entre os países nem em um país entre suas regiões, estando diretamente relacionado à infraestrutura de redes de comunicação existentes e também ao poder aquisitivo e à possibilidade de pessoas adquirirem aparelhos receptores, que representam bens duráveis.
• Além da evolução promovida com a II Revolução Industrial, em meados do século XIX e início do século XX, os sistemas de telecomunicações tiveram um avanço significativo a partir da Revolução Técnico-científica-informacional ou III Revolução Industrial, desde meados do século XX. • As tecnologias de ponta, tais como biotecnologia, nanotecnologia, robótica, informática e eletroeletrônica, tiveram um avanço sem precedentes no mundo. Refletiram diretamente nas telecomunicações por meio da fibra ótica, internet, aparelhos celulares e satélites. Dessa forma, houve grande aceleração na transmissão dos fluxos imateriais, como informações e fluxos financeiros, o que comumente nomeou-se infovias. Esse é um momento oportuno para abordar o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.
Pessoas acessam internet através de telefone celular em Bangkok, Tailândia, 2018.
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Orientações gerais
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• Explique aos alunos que, criada no final da década de 1960, a internet se popularizou gradualmente a partir da década de 1980 após o invento dos computadores pessoais (PCs).
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• Atualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), 64,7% da população brasileira com idade acima de 10 anos têm acesso a uma conexão de internet, e em aproximadamente 80% dos domicílios pesquisados o acesso se dá por meio de dispositivos móveis, como telefones celulares.
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Atividades
Material digital
• Está disponível no ma-
Exercícios de compreensão
1. A partir da segunda metade do século XX, o processo de industrialização e urbanização fez que o Brasil deixasse de ser essencialmente rural. Desse modo, a produção industrial e, principalmente, os serviços e o comércio passaram a ter maior peso na economia brasileira.
3. O emprego de 1. Em seu caderno, explique a afirmação a seguir. tecnologias, a intensificação “Até meados do século XX o Brasil possuía uma economia agrícola. Atualda produção e a diversificação mente podemos considerar a economia brasileira como predominantemente dos gêneros urbano-industrial.” agropecuários no Brasil fizeram com 2. O que representou para a pecuária brasileira o emprego de maior tecnologia na que a agropecuária criação bovina de nosso país? Representou elevar o Brasil à condição de país que desenvolvida possui o maior rebanho bovino comercial do mundo. no país se 3. Explique como se caracteriza a produção agropecuária do Brasil no cenário mundial. destacasse 4. O extrativismo é uma atividade econômica baseada na exploração mundialmente. 4. Explique o que é extrativismo. de recursos minerais, vegetais ou animais diretamente da natureza, é Atualmente, muito praticado no Brasil. Geralmente desenvolvido no espaço rural. nosso país está 5. Comente o atual estado de conservação das rodovias brasileiras. Exemplifique, se entre os principais possível. Atualmente, as rodovias brasileiras apresentam má qualidade do asfalto, sinalização ineficiente e ausência de acostamentos em grande parte das estradas. produtores e criadores de diferentes Geografia no contexto produtos, como café, cana-de6. Observe a imagem e responda às questões no caderno. -açúcar, laranja, bovinos, suínos, entre outros. Cesar Diniz/Pulsar Imagens
terial digital uma proposta de acompanhamento da aprendizagem do 1 o bimestre. Utilize esse instrumento de avaliação para verificar se os alunos compreenderam todos os conteúdos dos capítulos 1 e 2.
6. b) Muitas propriedades rurais vêm buscando inserir novas técnicas para obtenção de melhores resultados na criação de bovinos, como a criação em confinamento, a redução do tempo de engorda, a inseminação artificial e as medidas sanitárias de controle de doenças.
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Paisagem do município de Poconé (MT), 2018.
a ) A imagem retrata qual atividade econômica desenvolvida no Brasil? Pecuária extensiva.
b ) Escreva algumas das medidas que muitas propriedades rurais brasileiras vêm tomando para obter melhores resultados na criação bovina. c ) Em sua opinião, a transformação tecnológica observada na pecuária ocorreu da mesma maneira em todas as propriedades rurais do Brasil? Justifique sua esperada: não, porque em algumas delas a criação de animais ainda é feita de resposta. Resposta maneira extensiva.
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Capítulo 2
7. Observe o gráfico e responda às questões no caderno. a ) Durante quais décadas, mostradas no gráfico, a quantidade de ferrovias foi predominante em relação às rodovias? Durante as décadas de 1950 e 1960.
A partir da década de 1960.
c ) De acordo com o que você estudou, explique por que as rodovias passaram a ser predominantes diante das demais vias de transporte em nosso país. O predomínio de rodovias ocorre por causa dos incentivos governamentais em promover maior integração nacional a partir da década de 1950.
Fonte: CNT (Confederação Nacional do Transporte). Disponível em: <http://cms.cnt.org.br/Imagens%20 CNT/BOLETIM%20ESTAT%C3%8DSTICO/ BOLETIM%20ESTAT%C3%8DSTICO%202018/ Boletim%20Estat%C3%ADstico%20-%2001%20 -%202018.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2018.
Brasil: evolução da malha ferroviária e rodoviária – 1956-2018 Malha viária (em mil - km) 80
79,2 Rodovias Ferrovias
70
58,1
60 53,4 47,6
50 41,7 40
37
32,3
30 20 10
30,3
29,8
29,6
29
1976
1986
1997
2005
29,8
13,8 2,9
0 1956
1966
2018 Anos
Pesquisando
E. Cavalcante
b ) A partir de qual período a malha viária das rodovias passou a ser maior em relação às ferrovias?
Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar dúvidas dos alunos. Verifique se as habilidades foram desenvolvidas e os objetivos do capítulo alcançados.
• Reforce com os alunos que a autoavaliação é importante para refletirem sobre seu processo de aprendizagem. Questões como as apresentadas abaixo podem colaborar para esse momento. > Compreendi todos os
conteúdos deste capítulo?
8. Em dupla, realize uma pesquisa para verificar se o extrativismo está entre as atividades econômicas desenvolvidas no estado onde você vive. Busque informações sobre quais produtos são obtidos dessa atividade e se o extrativismo é desenvolvido por meio de instrumentos e técnicas simples ou com base em técnicas sofisticadas. Pesquise também se essa atividade vem causando impactos ambientais onde é realizada. Apresente o resultado da pesquisa para os demais colegas da sala. Resposta pessoal.
> Me esforcei o suficien-
te para a realização das atividades? > Estudei os conteúdos
em casa?
Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das afirmações a seguir.
• O espaço geográfico brasileiro é formado pelo espaço rural e pelo espaço urbano, que possuem características bem diferentes e estabelecem uma forte relação de interdependência.
• A mecanização das atividades econômicas no campo estimulou o êxodo rural. • O espaço rural brasileiro é marcado por grandes contrastes tecnológicos. • O processo de urbanização do Brasil está diretamente relacionado ao processo de industrialização.
• O crescimento das cidades brasileiras sem a existência de programas de planejamento urbano vem acarretando sérios problemas urbanos.
• As redes de transporte são importantes para a circulação de mercadorias e pessoas; em
um país com as dimensões do Brasil, essas redes de transporte se tornam fundamentais para a economia.
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Objetivos do capítulo
• Reconhecer o proces-
ítulo Cap
A população brasileira
so histórico que originou a composição atual da população brasileira.
• Identificar os fatores que influenciaram o crescimento da população brasileira entre o final do século XIX e durante o século XX, e como ela chegou ao total atual. • Refletir sobre as causas da diminuição do crescimento da população brasileira a partir da segunda metade do século XX.
• Analisar
a composição da pirâmide etária do Brasil.
• Refletir sobre as mudanças na pirâmide etária brasileira.
• Compreender por que
o Brasil é considerado um país populoso, porém irregularmente povoado.
• Compreender
a distribuição da população brasileira por meio da análise do mapa de densidade demográfica.
• Relacionar
os fluxos migratórios internos do Brasil ao povoamento de determinadas áreas do território.
• Identificar
os fatores repulsivos e atrativos das migrações internas do país ao longo do século XX.
• Identificar
os principais países para onde os brasileiros migram, assim como os países de origem dos imigrantes que vêm para o Brasil.
• Reconhecer o que é População Economicamente Ativa – PEA.
• Verificar
a participação cada vez maior das mulheres na PEA.
• Refletir sobre a questão do trabalho infantil no Brasil.
As imagens ao lado retratam a grande diversidade de expressões culturais das mais diferentes partes do nosso país.
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• Analisar a distribuição desigual de renda no Brasil. • Reconhecer que os quilombolas preservam grande parg20_ftd_lt_7vsg_c3_p084a093.indd 84
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te das tradições culturais de seus antepassados africanos e valorizar essa cultura.
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Fotomontagem de Barbara Sarzi. Fotos: Ismar Ingber/Pulsar Imagens, Rubens Chaves/Pulsar Imagens, Palê Zuppani/Pulsar Imagens, Marco Antonio Sá/Pulsar Imagens, Rubens Chaves/Pulsar Imagens, Cassiohabib, Cassandra Cury, Samuel Kochhan, Box Lab, AMOURA Fotografia e Erica Catarina Pontes/Shutterstock.com
Orientações gerais
O povo brasileiro possui características marcadas pela diversidade de tipos físicos das pessoas, como a cor da pele e do cabelo, e por uma identidade cultural que incorpora diferentes aspectos, como os modos de falar, de vestir e de se alimentar advindos de diferentes nações. Essa população passou por um processo de crescimento dinâmico e ocupa de maneira desigual o território do país. As características e a dinâmica da população brasileira serão estudadas neste capítulo. Ver as repostas das questões nas orientações ao professor.
A A população brasileira apresenta uma grande diversidade de expressões culturais, muitas delas representadas nas imagens destas páginas. Identifique algumas delas e os lugares do Brasil em que são mais comuns.
• Outra
estratégia para iniciar o assunto deste capítulo é utilizar a técnica de “tempestade cerebral”, aproveitando a imagem que retrata a diversidade étnico-cultural do povo brasileiro.
• Identifique com os alu-
nos os elementos apresentados nesta página que retratam a riqueza étnico-cultural da população brasileira. Esse momento é oportuno para um trabalho com o tema contemporâneo Diversidade cultural. Pergunte a eles quais elementos retratados na imagem fazem parte do seu dia a dia. Durante a conversa, sempre que julgar pertinente, relembre-os sobre a importância de se respeitar a opinião e os hábitos dos colegas, promovendo a valorização da diversidade de identidades, conforme orienta a competência geral 9 da BNCC.
• Em seguida, faça uma
pequena enquete entre os alunos sobre as diferentes origens étnicas presentes na sala de aula e explique que essa diversidade étnica se deve ao processo de formação da população brasileira.
B Você sabe a razão dessa diversidade de expressões culturais do povo brasileiro? Comente com os colegas.
• Aproveite
a oportunidade para abordar a questão do preconceito racial, falando sobre a miscigenação de povos em nosso país, fato que propiciou o desenvolvimento de uma riqueza cultural singular.
C Converse com seus colegas a respeito do que vocês conhecem sobre a população brasileira, como sua distribuição pelo território do país, número médio de filhos por famílias brasileiras, entre outros aspectos.
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Respostas
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A Resposta pessoal. Auxilie os alunos caso eles apresentem dificuldades em identificar as expressões culturais retratadas nestas páginas. B Resposta pessoal. Espera-se que os alu-
nos respondam que fazemos parte de um po-
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vo formado pela miscigenação de diferentes etnias. Essa mistura teve início entre povos indígenas, europeus e africanos, aos quais se uniram, posteriormente, outros povos imigrantes. Durante a conversa, avalie os conhe-
cimentos prévios dos alunos sobre a população brasileira. C Resposta pessoal. Verifique se a resposta dos alunos está de acordo com a proposta da atividade.
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Somos uma população numerosa
Orientações gerais
• Inicie
o capítulo procurando avaliar o que os alunos já conhecem sobre a população brasileira e quais são os pontos de vista que eles expressam sobre os diferentes grupos étnicos. Conduza sempre a conversa para que o respeito e a tolerância com os diferentes grupos se faça presente.
O Brasil é um país populoso, ou seja, possui um elevado número de habitantes em relação à grande parte dos países do mundo. A população brasileira está entre as maiores do mundo, ocupando a quinta posição entre os países mais populosos do planeta. Segundo pesquisas realizadas pelo IBGE, no ano de 2018, a população absoluta do Brasil, ou seja, o número total de habitantes do país era de, aproximadamente, 208 milhões de habitantes. No mapa abaixo, estão representados os 10 países mais populosos do mundo. Observe. Mundo: países mais populosos (em milhões)– 2018 OCEANO GLACIAL ÁRTICO
pítulo permite trabalhar com a competência específica de Geografia 7.
N
S
9º - 144
• Explique para os alu-
3º - 327
nos como interpretar as informações do mapa. No Brasil, por exemplo, há um quadro com números [5o - 209]. Explique que o Brasil é o 5o país mais populoso do mundo e que possui 209 milhões de habitantes. Oriente-os a verificar os valores de todos os países indicados no mapa.
PAQUISTÃO
6º - 201
Trópico de Câncer
10º - 131
L
O
Círculo Polar Ártico
1º - 1 415
2º - 1 354
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
NIGÉRIA
7º - 196
Equador
BANGLADESH
0°
5º - 208
Trópico de Capricórnio
0
2 500
5 000 km
Círculo Polar Antártico
Meridiano de Greenwich
8º - 166
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ÍNDICO
4º - 267
E. Cavalcante
• O conteúdo deste ca-
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Limite internacional
0°
Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2018/estimativa_dou_2018. pdf>. UN (United Nations). Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/DataQuery/>. Acessos em: 14 set. 2018.
1. Que país possui a maior população do mundo? China
2. Em qual continente se encontra a maioria dos países mais populosos do mundo? paul kennedy/Alamy/Fotoarena
Ásia
Índia será o país mais populoso do mundo As previsões da ONU para o ano de 2050 são de que a população da Índia ultrapasse a da China, chegando a mais de 1,5 bilhão de habitantes, tornando-se, portanto, o país mais populoso do mundo. De acordo com a ONU, a população da Índia tem um acréscimo de, aproximadamente, 15 milhões de pessoas ao ano. Pessoas e veículos circulando por rua da cidade de Nova Délhi, capital da Índia, 2017.
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Capítulo 3
A composição da população brasileira Fazemos parte de um povo formado pela miscigenação de diferentes nacionalidades. Essa mistura teve início entre povos indígenas, europeus e africanos, aos quais se uniram, posteriormente, outros povos imigrantes.
Orientações gerais
• Este conteúdo permite
As condições nas quais os africanos foram trazidos para o Brasil caracterizaram uma migração forçada, pois eles eram capturados em diferentes regiões da África e tratados como cativos.
trabalhar o tema contemporâneo Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena e reforça o desenvolvimento da habilidade EF07GE03. Comente com os alunos sobre a importância dos povos indígenas e africanos na formação da cultura brasileira.
Estima-se que, entre os séculos XVI e XIX, até a década de 1850, cerca de 4 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil. Tratava-se de povos com características culturais e físicas diferentes, que, ao chegar a terras brasileiras, eram comercializados como escravos para realizarem os mais diversos afazeres, desde o trabalho na lavoura, nas minas, nos engenhos de cana-de-açúcar até os trabalhos domésticos.
texto a seguir fala sobre a resistência dos povos africanos escravos no Brasil. Leia-o e, se julgar pertinente, apresente-o aos alunos.
Aproximadamente até o século XIX, a população do nosso país esteve composta, basicamente:
• pelos povos nativos, compostos por diversas etnias indígenas; • pelos portugueses, que vieram na condição de colonizadores; • por diferentes povos africanos, trazidos para realizarem trabalho escravo.
Biblioteca do Senado Federal, Brasília
•O
Miscigenação: interação, também chamada mistura, entre diferentes povos, ocasionando a formação de uma nova identidade cultural. Acima, reprodução da tela Jogar capoeira, de Johann Moritz Rugendas, de 1835.
Entre os anos de 1870 e 1950, muitos imigrantes, provenientes de diferentes países, principalmente da Europa e da Ásia, vieram ao Brasil em busca de oportunidades de trabalho e de melhores condições de vida. Essa situação foi reflexo das crises econômicas e políticas pelas quais esses países passavam. O elevado crescimento da população, a pobreza e o aumento do desemprego levaram muitas pessoas a deixarem seu país e a tentarem novas oportunidades na América ou em outras regiões do mundo.
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Orientações gerais
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• Explique aos alunos que ao serem trazidos ao Brasil
nos porões dos navios, os africanos recebiam maus-tratos e muitos deles não resistiam à longa viagem e morriam durante o percurso. • Chame a atenção dos alunos para a imagem da página, que retrata africanos jogando capoeira, e explique que a capoeira consiste em uma das manifestações de resistência dos povos escravos.
Material digital
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• O projeto integrador 2, disponível no material digital,
sugere uma atividade sobre os mitos e as lendas das culturas indígenas sobre o Universo, o Sol e a Lua. Aproveite para estimular os alunos a reconhecer as expressões culturais dos povos indígenas como formadoras da cultura brasileira, possibilitando um trabalho com a habilidade EF07GE03.
Passando [...] a história do negro no Brasil, descobriremos que esta não significou passividade e apatia, mas, sim, luta e organização. [...] Nesse sentido, quando pensamos a situação dos escravizados e dos libertos, também temos que considerar o tipo de sociedade existente naquele momento e as possibilidades desses sujeitos diante de um contexto que não previa nenhum tipo de integração e inserção social tanto dos escravizados como dos libertos na sociedade dos homens livres. [...] A esse processo de luta e organização negra existente desde a época da escravidão, podemos chamar de resistência negra. Várias foram as formas de resistência negra durante o regime escravocrata. Insubmissão às regras do trabalho nas roças ou plantações onde trabalhavam – os movimentos espontâneos de ocupação das terras disponíveis, revoltas, fugas, abandono das fazendas pelos escravos, assassinatos de senhores e de suas famílias, abortos, quilombos, organizações religiosas, entre outras, foram algumas estratégias utilizadas pelos negros na sua luta contra a escravidão. [...] MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global, 2010. p. 68-69.
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os alunos na interpretação do gráfico, desenvolvendo, assim, a habilidade EF07GE10. Explique que a palavra “imigrantes” refere-se a pessoas que vieram de outros países para o Brasil e que está representado no eixo vertical do gráfico a quantidade de imigrantes por mil, ou seja, no caso de Portugal, por exemplo, o valor representado no interior do gráfico é 1662, logo acima da barra verde, que representa que foram 1 662 000 portugueses que vieram para o Brasil.
• Solicite a eles que iden-
tifiquem os valores para cada país, fazendo a multiplicação dos valores apresentados acima das barras por mil. Em seguida, peça a eles que comparem as informações do gráfico. Utilize as questões a seguir.
Ao chegarem ao Brasil, esses imigrantes desembarcavam nos portos e ficavam em hospedarias, de onde seguiam para as localidades em que iriam trabalhar.
Acervo Iconographia/Reminiscências
• Oriente
Em terras brasileiras, um grande número de imigrantes foi trabalhar nas lavouras cafeeiras, em muitos casos, substituindo o trabalho antes realizado pelos escravos africanos. Na imagem imigrantes italianos em frente da Hospedaria de Imigrantes na cidade de São Paulo (SP), 1900.
Brasil: principais grupos imigrantes – 1872-1972 E. Cavalcante
Orientações gerais
Imigrantes (em mil) 2 000 1 662
1 000 500 248 0
Portugal
• Converse com os alu-
nos sobre os motivos que levam as pessoas a migrar de país, entre eles a procura de oportunidades melhores de trabalho, melhor qualidade de vida, entre outros. Mencione também alguns fatores que impulsionam as pessoas a sair de seus países de origem, como crise econômica e guerras.
Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens
imigrantes que o Brasil recebeu? grupos de imigrantes que o Brasil recebeu?
878
716
> Qual o maior grupo de
> Quais são os menores
1 622
1 500
Os números das imigrações ocorridas no período de 1872 a 1972 são apresentados no gráfico ao lado. Observe que, entre os principais povos que vieram para o país, são maiores os grupos de portugueses, italianos, espanhóis, japoneses e alemães. Outros grupos menores são formados por sírios e libaneses, entre outras nacionalidades.
Itália
Espanha
Japão
223 Alemanha Outros Países
Fonte: PATARRA, Neide Lopes (Coord.). Emigração e imigração internacionais no Brasil contemporâneo. 2. ed. São Paulo: FNUAP, 1995. p. 8.
Costumes preservados As expressões culturais do povo brasileiro foram formadas pela miscigenação entre as diferentes culturas de povos que chegaram ao país. No entanto, mesmo depois de muitos anos, muitas famílias de origem imigrante ainda preservam alguns costumes dos países de origem de seus ancestrais. É possível observar as manifestações desses costumes em diversos momentos do dia a dia dessas famílias ou em festividades. Ao lado, vemos imagem de pessoas da comunidade japonesa preparando um doce chamado anko, feito com feijão azuki. Essas e outras comidas típicas japonesas são feitas e degustadas na Festa das Estrelas, realizada em homenagem a uma lenda do povo japonês. Preparo de alimento típico da culinária japonesa durante a comemoração da Festa das Estrelas, realizada no bairro da Liberdade na cidade de São Paulo (SP), 2016. Nesse bairro, concentram-se muitos imigrantes japoneses e seus descendentes.
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Capítulo 3
A população brasileira em crescimento A chegada dos imigrantes no Brasil e, posteriormente, o nascimento de seus descendentes, contribuiu intensamente para o rápido crescimento da população brasileira. Além do incremento populacional proporcionado pela vinda dos imigrantes, que somaram cerca de 5 milhões de pessoas (entre 1872 e 1972) provenientes de diferentes países, o crescimento natural da população impulsionou o aumento do número de habitantes em nosso país.
• Oriente-os
a verificar o crescimento da população entre os intervalos da esquerda para direita, da seguinte forma: entre os anos 1872 e 1890, a população passou de 9,9 milhões para 14,3 milhões, ou seja, a população aumentou em 5,4 milhões nesse intervalo.
Estúdio Meraki
Brasil: crescimento histórico da população – 1872-2018
• Peça
190,7
aos alunos que observem a curva que a linha do gráfico efetua, destacando que o crescimento acelerado pode ser identificado pela acentuação vertical que essa linha apresenta. Peça a eles que identifiquem pelo gráfico em quais décadas o crescimento natural ou vegetativo se torna mais acelerado.
169,5 146,9 121 94,5 70,9 51,9 30,6 9,9 1872
14,3
17,4
1890 1900
1920
1940 1950 1960 1970 1980
A partir da segunda metade do século XX, houve uma diminuição da imigração para o Brasil. No entanto, isso não ocasionou uma queda no contínuo crescimento de nossa população, como observado no gráfico acima. O censo demográfico de 1950 comprovou que, ainda nesse período, a população brasileira crescia em ritmo acelerado. Isso ocorreu devido ao elevado crescimento natural da população brasileira, que foi intenso durante o século XX.
1991 2000 2010 2018
os alunos a analisar e interpretar a representação da evolução do crescimento da população brasileira no gráfico desta página. os valores indicados na cor roxa representam a quantidade de habitantes em milhões.
Veja, no gráfico a seguir, a evolução do crescimento da população brasileira.
41,2
• Auxilie
• Explique para eles que
Denomina-se crescimento natural ou crescimento vegetativo da população a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade. Essas taxas referem-se, respectivamente, à proporção de pessoas que nascem e de pessoas que morrem, em cada grupo de cem ou de mil pessoas de uma população, em um determinado período. Entre o final do século XIX e durante o século XX, a população do Brasil aumentou mais de dez vezes.
208,5
Orientações gerais
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov. br>. Acesso em: 30 ago. 2018.
Vamos compreender o Brasil Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.
• No estudo deste tema, abra uma roda de conversa questionando os alunos sobre quais poderiam ser os fatores que sustentaram um elevado ritmo de crescimento, na metade do século XX, considerando que os fluxos migratórios haviam diminuído.
O livro traz as principais características socioeconômicas do Brasil. Os diversos temas são trabalhados com ilustrações, mapas, gráficos e tabelas.
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Integrando saberes
O ritmo acelerado do crescimento da população brasileira
• O conteúdo Mais saú-
de, menos morte permite trabalhar o tema contemporâneo Saúde. Para isso, convide o professor de Ciências para fazerem juntos uma atividade abordando as questões relacionadas às medidas governamentais com a finalidade de minimizar os problemas de saúde da população. Solicitem aos alunos uma pesquisa sobre algumas doenças comuns antes da adoção da vacinação, as quais atualmente estão erradicadas ou ocorrem raramente.
A queda acentuada da mortalidade no Brasil foi fator determinante para impulsionar o crescimento da população brasileira no século passado. A redução da mortalidade se deveu, principalmente, às melhorias nas condições da saúde pública e à implantação de medidas sanitárias, como rede de esgoto e distribuição de água tratada. Além disso, medicamentos mais eficazes, vacinas e ações preventivas de combate e controle de doenças como tuberculose, tétano, cólera e sarampo passaram a ser adotadas. Até então, essas e outras doenças eram responsáveis pela morte de muitas pessoas no Brasil. Desse modo, um número crescente de pessoas, que passou a viver principalmente nas cidades, teve a possibilidade de usufruir de água encanada, rede de tratamento de esgoto e energia elétrica, e também do acesso à educação. Isso se refletiu em uma melhoria na qualidade de vida dessas pessoas e na diminuição da mortalidade. Mais saúde, menos morte Buscando diminuir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida da população, o Governo Federal passou, a partir do início do século XX, a implantar campanhas periódicas de vacinação para prevenção de doenças.
• Para enriquecer a pes-
Além disso, com a ampliação dos serviços de saúde oferecidos no país, muitos brasileiros tiveram mais acesso a hospitais, postos de saúde e, assim, a atendimentos médicos.
Secretaria Municipal da Saúde. Prefeitura Municipal de São Paulo
quisa, oriente os alunos a buscar informações sobre campanhas atuais de prevenção de outros tipos de doença. O site a seguir disponibiliza informações sobre essas campanhas.
> Campanhas. Minis-
tério da Saúde. Disponível em: <http://livro. pro/vprzwq>. Acesso em: 28 set.2018.
A implantação e o aumento de medidas sanitárias também contribuíram para a prevenção de doenças.
Ao lado, cartaz de campanha de vacinação contra o sarampo e a poliomielite, 2018. A poliomielite, ainda que não seja uma doença que ocorra exclusivamente em crianças, também é conhecida como paralisia infantil.
• Peça
aos alunos que pesquisem imagens divulgadas pelo Ministério da Saúde nas campanhas de prevenção de doenças.
• Em
seguida, solicite aos alunos que apresentem a pesquisa aos demais colegas. Peça-lhes que identifiquem como cada uma das pessoas deve agir para se prevenir de algumas doenças.
Poliomielite: doença infecciosa causada por um vírus que ocasiona paralisia, mais comumente dos membros inferiores, e em alguns casos leva à morte.
Prevenção para meninas O Ministério da Saúde inseriu em 2014 a vacina de prevenção ao HPV no Calendário Nacional de Vacinação. A vacina é direcionada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. O HPV é um vírus causador de graves doenças em mulheres e em homens, entre elas o câncer.
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g20_ftd_lt_7vsg_c3_p084a093.indd Orientações gerais
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• Comente com os alunos sobre a importância da vaci-
nação para a saúde humana, por exemplo, o controle de várias doenças.
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• Atualmente, 85% dos domicílios brasileiros são abas-
tecidos com água tratada. A água tratada (água de qualidade) é importante para a saúde da população. A rede coletora de esgoto está presente em 63% dos domicílios, e a iluminação elétrica, em 99% das residências.
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Capítulo 3
Por que a população brasileira está crescendo menos? Leia a manchete a seguir sobre o crescimento da população brasileira.
Pesquisa aponta queda no crescimento populacional no Brasil G1, 30 ago. 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/08/ pesquisa-aponta-queda-no-crescimento-populacional-no-brasil.html>. Acesso em: 14 set. 2018.
Agora observe o gráfico abaixo. Ele apresenta a evolução da taxa de crescimento natural da população brasileira, entre as décadas de 1940 a 2018. Brasil: crescimento natural da população – 1940-2018
3,0 2,99
2,89
2,39
2,0
na apresenta as taxas de crescimento natural da população brasileira em porcentagem, para facilitar a compreensão dos alunos. No entanto, grande parte dos órgãos oficiais que trabalha com dados populacionais traz essa taxa em grupos de mil pessoas, ou seja, seguidos do símbolo ‰ (onde se lê: por mil). Matemática para realizar juntos uma atividade de interpretação do gráfico desta página e da seguinte e o cálculo da taxa de crescimento natural, contemplando a habilidade EF07GE10.
2,48
2,5
• O gráfico desta pági-
• Convide o professor de
Leonardo Mari
Taxas (em %)
Integrando saberes
1,93 1,64
1,5 1,17
1,0
0,85 0,5
0 1940/ 1950
1950/ 1960
1960/ 1970
1970/ 1980
1980/ 1990
1990/ 2000
2000/ 2010
2010/ 2018 Períodos
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2018.
1. Qual era a taxa de crescimento na década de 1940/1950? Era de 2,39%. 2. Qual era a taxa de crescimento na década de 2000/2010? Era de 1,17%. 3. A partir de qual década, de acordo com o gráfico acima, essa taxa passa a decrescer? A partir da década de 1950/1960.
4. O que se pode concluir sobre o crescimento natural da população brasileira ao concluir que o crescimento natural da população brasileira está diminuindo longo dos anos? Pode-se consideravelmente ao longo dos anos. Como mostra a manchete e o gráfico acima, o crescimento da população brasileira tem diminuído ao longo dos últimos anos. Para compreender as causas dessa diminuição, é necessário verificar como é realizado o cálculo do crescimento natural. Veja o cálculo da taxa de crescimento natural da população brasileira com base nos dados de 2017, em grupos de mil pessoas. Taxa de natalidade - Taxa de mortalidade = Taxa de crescimento natural 6,15% 7,44% 13,59%
91
Orientações gerais
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• Comente
sobre a mudança de hábitos e costumes da população brasileira nas últimas décadas. Até meados do século XX, quando a maioria da população do Brasil vivia na área rural, as famílias eram numerosas. Um dos aspectos que explica essa elevada quantidade de
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filhos era a necessidade de mais mão de obra para o trato diário com as atividades do campo. • Atualmente, além de a população brasileira ser, em sua grande maioria, urbana, cujo modo de vida tem exigido maiores gastos familiares, a ampliação de campanhas voltadas
ao controle de natalidade promoveu o uso de métodos contraceptivos, como preservativos e pílulas anticoncepcionais. Além disso, tais campanhas aumentaram consideravelmente a quantidade de esterilizações entre homens e mulheres.
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Integrando saberes
A partir da década de 1960, o crescimento natural da população brasileira começou a diminuir. A mudança da estrutura familiar brasileira foi um dos fatores que influenciou a diminuição do ritmo do crescimento natural da população. Por isso, podemos afirmar que a população brasileira continua crescendo, porém em ritmo lento. Observe o gráfico.
• Com o assunto desta seção, é possível desenvolver um trabalho em conjunto com o componente curricular de Ciências, baseado na temática do planejamento familiar, por exemplo.
Estúdio Meraki
Brasil: taxa de natalidade – 1950-2018 Natalidade (por mil - ‰)
• Pode-se
promover uma discussão entre os alunos a respeito de alguns métodos contraceptivos, explicando que os postos de saúde distribuem gratuitamente preservativos e anticoncepcionais. Fale também a respeito da gravidez indesejada, sobretudo na adolescência, com o intuito de apontar as consequências tanto sociais quanto na área de saúde que isso pode acarretar, e sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
50 44
44 38
40
32 30
24 21 16
20
13 10 0 1960
1950
1970
1980
1990
2000
2010
2018 Anos
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 30 ago. 2018.
A mudança na estrutura familiar ocorreu porque o perfil das famílias que, até o início do século XX era marcado, em geral, por um grande número de filhos, passou a ser substituído, ao longo deste século, por famílias cada vez menores.
Orientações gerais
• Oriente
os alunos na análise do gráfico e reforce a eles que, a partir da metade do século XX, houve uma significativa queda da taxa de natalidade na população brasileira. Essa queda é um reflexo da diminuição da quantidade de filhos por mulher.
Natanaele Bilmaia
Total de filhos por mulher
• Caso considere neces-
sário, relembre aos alunos que taxa de natalidade corresponde à proporção de pessoas que nascem, em cada grupo de cem ou de mil pessoas de uma população, em um determinado período. • Comente com os alunos que, em 1950, as famílias brasileiras eram compostas, em média, por seis filhos, ao contrário dos dias atuais, quando a média de filhos por casal é apenas dois.
• Para contextualizar o
1960
1980
2000
2020
Em 1960, as mulheres tinham 6,3 filhos em média.
Em 1980, as mulheres tinham 4,4 filhos em média.
Em 2000, as mulheres tinham 2,4 filhos em média.
Em 2020, as mulheres terão 1,6 filho em média.
Fontes: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Anuário estatístico. 2017. Rio de Janeiro, Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_2017.pdf>. Acesso em: 14 set. 2018.
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assunto, pergunte aos alunos quantos filhos tiveram seus avós, tios e pais, pois esse fato pode ocorrer dentro de sua realidade.
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:02 PM
Capítulo 3
Entre os principais fatores responsáveis pelas mudanças na estrutura familiar brasileira e, consequentemente, na queda do crescimento natural da população, estão as transformações socioeconômicas ocorridas no Brasil a partir do final do século passado. Com o processo de industrialização e urbanização do país, muitas famílias passaram a viver nas áreas urbanas, enfrentando um aumento significativo nos gastos familiares, como alimentação, saúde, educação e transporte. João Prudente/Pulsar Imagens
Diante dessa nova realidade, as pessoas se viram obrigadas a optar por um planejamento familiar, reduzindo o número de filhos. A difusão de métodos contraceptivos, como anticoncepcionais, está entre as principais alternativas adotadas pelas famílias brasileiras para o controle do número de filhos. Essas medidas interferiram expressivamente no ritmo do crescimento natural da população brasileira. A fotografia ao lado, mostra uma família com dois filhos, durante passeio em praça do município de Taubaté (SP), 2017.
Orientações gerais
• Promova uma roda de
conversa com os alunos e levante alguns aspectos para compreender a diminuição da taxa de natalidade a partir de meados do século XX:
> Pergunte para eles so-
bre as gerações anteriores nas suas respectivas famílias e solicite a eles que comparem quantos irmãos eles possuem e quantos seus pais, avós e bisavós possuíam. > Comente com eles so-
bre as diferenças da vida cotidiana no ambiente rural e no ambiente urbano; e sobre como ter grandes famílias no campo implicava em possuir mais mão de obra para trabalhar. Culturalmente, formar grandes famílias era uma maneira de se buscar mais prosperidade.
Além disso, muitas mulheres passaram a participar mais intensamente do mercado de trabalho, sobretudo para ajudar na renda familiar, deixando assim de se dedicar exclusivamente ao trabalho domiciliar. Dessa forma, há mulheres que assumem em igualdade com os homens e, muitas vezes, plenamente as responsabilidades de sustento de suas famílias. Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens
> O fato de não haver ou
não se ter conhecimento sobre métodos contraceptivos também impedia as famílias de planejarem quantos filhos gostariam de ter. Estes métodos tornaram-se comuns pelo desenvolvimento farmacêutico industrial e pelo investimento em campanhas por parte do governo. > O papel da mulher na
sociedade também mudou, com mais atuação no mercado e mais direitos, as mulheres não mais optaram apenas aos cuidados da casa. > Questione os alunos Na fotografia acima, mulher trabalhando como motorista de ônibus em São Paulo (SP), 2016. Essa profissão, durante muito tempo, foi exercida apenas por homens.
93
Integrando saberes
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• Para obter mais informações sobre a inserção da mu-
lher no mercado de trabalho e a nova concepção da estrutura familiar, faz-se necessário também compreender a conquista de direitos das mulheres no âmbito laboral, por meio da criação de leis trabalhistas, licença-maternidade etc., considerando um movimento político que abrangeu inclusive o direito ao voto.
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• Converse com o professor de História e proponha uma atividade em conjunto para contextualizar o processo de inserção da mulher não apenas no mercado de trabalho, mas na vida pública como um todo, os processos históricos e as consequentes modificações ocasionadas na sociedade.
sobre as dificuldades de se ter uma família numerosa e como isso é percebido culturalmente na nossa sociedade. Incentive o desenvolvimento da autonomia e senso crítico durante a conversa contemplando a competência específica de Geografia 3.
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Pirâmide etária brasileira
Orientações gerais
• Explique para os alu-
• Oriente
os alunos a realizar a leitura da pirâmide e suas legendas de baixo para cima, ou seja, iniciando pela base, seguindo para o ápice.
Os milhões de habitantes que compõem a população brasileira são homens e mulheres em diferentes fases da vida: crianças e jovens, adultos e idosos. Essas informações podem ser retratadas e mais bem visualizadas em um gráfico chamado pirâmide etária. As pirâmides etárias são representações gráficas que auxiliam no estudo da estrutura da população por faixas etárias (jovens, adultos e idosos) e por sexo (feminino e masculino). Analisando as pirâmides etárias, podemos identificar algumas características, como a proporção de crianças e jovens, adultos e idosos no total da população, assim como o comportamento das taxas de natalidade e de mortalidade no país. Observe, a seguir, a pirâmide etária brasileira da atualidade. Brasil: pirâmide etária – 2018 Homens
Idade
Keithy Mostachi
nos como fazer a interpretação dos dados da pirâmide etária. Indique que no centro da pirâmide estão as faixas de idade, e que na lateral direita elas estão indicadas por meio de letras (A, B e C) em três categorias: jovens, adultos e idosos. Explique para eles que as cores azul e rosa representam a população de homens e de mulheres respectivamente.
Mulheres
80 ou mais 75 - 79
• Explique que o fato de a
70 - 74
C
65 - 69
base da pirâmide (crianças) ser menos larga do que o centro (população jovem e adulta) significa que houve diminuição da taxa de natalidade.
60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49
• Indique para eles que a
40 - 44
largura do ápice da pirâmide indica a expectativa de vida do brasileiro e se há maior ou menor qualidade de vida.
B
35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14
A
5-9 0-4 10
8
6
4
2
0
0
2
4
6
8
10
Milhões de habitantes
A
Base: representa a população de jovens na faixa etária de 0 a 19 anos. Compõe a base da pirâmide.
B
Corpo: representa a população de adultos na faixa etária de 20 a 59 anos. Forma a parte intermediária da pirâmide.
C
Ápice: representa a população idosa, ou seja, com idade superior a 60 anos. Constitui o topo da pirâmide.
Fonte: UN (United Nations). Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 10 set. 2018.
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Orientações gerais
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Para ampliar a exploração do gráfico, solicite aos alunos que identifiquem: > Em qual barra lateral a faixa etária deles está representada? > Em qual barra lateral está representada a faixa etária dos seus pais ou responsáveis? > Em qual barra lateral está representada a faixa
etária dos seus avós (caso ainda sejam vivos)?
• Peça a eles que imaginem como seria a re-
presentação dessa pirâmide daqui a 30 anos. Em uma conversa aberta, solicite a eles que expressem suas hipóteses e incentive-os a refletir sobre a expectativa de vida das próximas gerações, sobre as consequências da
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diminuição da taxa de natalidade e outros pontos de vista que eles possam apresentar.
• Esta
abordagem servirá de introdução para as próximas explicações do capítulo sobre interpretação da pirâmide etária, envelhecimento da população e outras características demográficas.
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:08 PM
Embora nos últimos anos a população brasileira venha passando por um processo de envelhecimento, o topo estreito de sua pirâmide etária revela que a expectativa de vida do povo brasileiro ainda é relativamente baixa, principalmente se comparada à de países ricos, como Noruega, Austrália e Japão, que ultrapassa os 80 anos. Atualmente, a expectativa de vida de um brasileiro é de 75 anos, mas tende a aumentar.
C
Kleber Cordeiro/Shutterstock.com
Ápice
Capítulo 3
O que as partes das pirâmides mostram
De modo geral, o aumento do número de idosos requer investimentos em saúde pública e no sistema de previdência social, que garantam uma boa qualidade de vida a essas pessoas.
B
Romildo de Jesus/Futura Press
O corpo largo da pirâmide etária brasileira indica o elevado número de adultos existentes na população de nosso país. Esse fato se deve às baixas taxas de mortalidade registradas no Brasil. A população adulta compõe grande parte da mão de obra trabalhadora, o que sugere a necessidade de ampliar investimentos públicos em saúde, habitação e geração de emprego para atender à população.
A
Fernando Favoretto/Criar Imagem
A atual pirâmide etária brasileira apresenta uma base larga em razão, sobretudo, dos investimentos médico-sanitários, que têm resultado principalmente na diminuição das taxas de mortalidade infantil.
gina podem ser utilizadas para iniciar uma reflexão com os alunos sobre os diferentes papéis que possui cada setor (jovens, adultos e idosos) na sociedade.
• Peça
aos alunos que identifiquem nas fotografias em quais dos setores da pirâmide (base, centro e ápice) cada grupo de pessoas se encaixa. que façam uma lista das atividades que os grupos podem ou não fazer. Por exemplo: jovens estudam, fazem esporte, recebem orientações dos adultos, não trabalham etc.
• Oriente-os a perceber as relações de dependência e cooperação entre os diferentes grupos.
• Explique para eles que
A fotografia ao lado mostra operários trabalhando em avenida do município de Salvador (BA), 2018.
Base
• As imagens desta pá-
• Em seguida, peça a eles Na fotografia acima, idosos caminhando em praia do município de Cabedelo (PB), 2016.
Corpo
Orientações gerais
A base larga da pirâmide revela que, além da necessidade de investimentos em saúde, também é importante investir na área educacional do país.
Na fotografia ao lado, alunos de uma escola no município de São Paulo (SP), 2018.
os idosos dos dias atuais foram os adultos de 30 ou 40 anos atrás, e que os jovens do presente serão os adultos e os idosos do futuro. Questione-os sobre quais são as percepções que eles conseguem desenvolver sobre a questão temporal (passado e futuro) ao observar as fotografias.
• Promover
a reflexão por meio da autonomia colabora no desenvolvimento do senso crítico e da ampliação do raciocínio geográfico, contemplando a competência específica de Geografia 3.
Expectativa ou esperança de vida: indica quantos anos, em média, as pessoas podem viver. Previdência social: instituição criada pelo governo para dar assistência aos assalariados e suas famílias, por meio de benefícios, como aposentadorias, pensões, auxílio-maternidade, funeral e doença.
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Orientações gerais
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• Organize a turma em grupos de quatro ou cinco alunos
e peça para eles iniciarem uma conversa abordando como eles imaginam e esperam que seja no futuro quando eles chegarem à terceira idade.
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• Solicite a eles que escrevam uma carta para os adultos do seu convívio explicando o que precisa ser feito no presente para que eles tenham o futuro que esperam.
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Sugestão de atividade
As mudanças na pirâmide etária brasileira
Pesquisa sobre composição da pirâmide etária
As características da estrutura da população brasileira têm se modificado nas últimas décadas. Essas modificações podem ser visualizadas na pirâmide etária brasileira, principalmente se compararmos a pirâmide etária atual com aquelas elaboradas com dados de algumas décadas passadas. Vamos comparar, portanto, as pirâmides etárias de 1980 e de 2018 (na página 94), e a projeção de como poderá estar essa representação em 2030.
• Conhecer
a composição da população brasileira por meio da pirâmide etária.
• Identificar as diferentes
Brasil: pirâmide etária – 1980
formas de pirâmides etárias e as respectivas características da população por elas representadas.
Idade
Homens
Homens
Mulheres
Idade
Mulheres
80 ou mais 80 ou mais
75 - 79
75 - 79
70 - 74
70 - 74
65 - 69
65 - 69
Materiais
60 - 64
60 - 64
• Computador, com acesso à internet
55 - 59
55 - 59
50 - 54
50 - 54 45 - 49
45 - 49
40 - 44
40 - 44
• Caderno • Lápis • Borracha
Divida a turma em grupos e informe-os sobre o procedimento da atividade, levando-os para o laboratório de informática.
10
8
6
4
2
0
35 - 39
35 - 39
30 - 34
30 - 34
25 - 29
25 - 29
20 - 24
20 - 24
15 - 19
15 - 19
10 - 14
10 - 14
5-9
5-9
0-4
0-4 0
2
4
6
8
10
Milhões de habitantes
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>.
Oriente-os a acessar o site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apresenta a pirâmide etária de todos os estados brasileiros. Disponível em: <http://livro.pro/ dm7w5w>. Acesso em: 14 out. 2018. Solicite aos alunos que façam uma pesquisa sobre as características demográficas do estado onde eles moram e outro estado de sua escolha. Auxilie-os direcionando a pesquisa com as seguintes orientações: a ) copiem as pirâmides etárias dos dois estados no caderno. b) comparem os três setores principais das duas pirâmides: base, centro e ápice. Apontem diferenças e semelhanças. c ) escrevam um texto interpretando as diferenças entre as duas pirâmides de acordo com o conteúdo visto no capítulo.
Brasil: pirâmide etária – 2030 Ilustrações: Keithy Mostachi
Objetivos
10
8
6
4
2
0
0
2
4
6 8 10 Milhões de habitantes
Fonte: UN (United Nations). Disponível em: <https://esa.un. org/unpd/wpp/DataQuery/>. Acessos em: 10 set. 2018.
Ao observarmos as representações, podemos constatar que, de uma representação para outra, a base da pirâmide está se tornando cada vez mais estreita. Essa mudança demonstra que o número de jovens em nosso país tem diminuído. Já o corpo e o ápice da pirâmide brasileira revelam que o Brasil tem passado por um processo de ampliação da parcela de idosos, encaminhando-se para o que chamamos envelhecimento da população. A diminuição das taxas de natalidade explica a redução do número de crianças e jovens na composição da população brasileira. Já a diminuição das taxas de mortalidade justifica a ampliação da expectativa de vida dos brasileiros. Para se ter uma ideia do aumento do número de idosos no Brasil, de acordo com pesquisas realizadas em 1960, a população idosa representava cerca de 5% do total da população brasileira. Atualmente, essa parcela corresponde a cerca de 13% dos brasileiros. A melhor idade conectada A internet tem se tornado uma ferramenta bastante utilizada por idosos em diversos países. Uma parcela cada vez maior de idosos vem descobrindo atividades bastante estimuladoras no mundo virtual, conforme fotografia da página seguinte. Existem, inclusive, alguns sites e blogs com assuntos direcionados a esse público, e as redes sociais virtuais também estão repletas de idosos compartilhando suas experiências.
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em foco
Capítulo 3
Geografia
O envelhecimento da população
O envelhecimento da população é uma tendência entre países que vivenciam a diminuição das taxas de natalidade e o aumento da expectativa de vida. Vários países europeus, como Alemanha, Itália e França, vivem esta mudança demográfica.
Orientações gerais
• Este
estudo permite desenvolver um trabalho com o tema Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. Promova um debate entre os alunos baseando-se nas questões a seguir.
O texto a seguir apresenta algumas informações sobre o envelhecimento da população. Leia-o.
> Quanto ao envelhe-
[...] Espera-se que o número de centenários mais que duplique em todo o mundo até 2030.
cimento da população, quais são as preocupações dos economistas? > Quais são os aspec-
Há projeções que indicam quase 3,4 milhões deles até 2050 [...] No Brasil, o envelhecimento da população está se acelerando dramaticamente. Uma análise de longo prazo deixa isso claro.
tos positivos referentes ao envelhecimento da população?
[...] Em 2050, o número de brasileiros acima de 60 anos totalizará cerca de 70 milhões — quase a população atual da França. Os brasileiros com mais de 80 anos serão mais de 16 milhões.
> Em relação ao enve-
lhecimento da população, quais são as estratégias apresentadas no texto?
As preocupações dos economistas com o envelhecimento giram em torno de escassez de trabalhadores, crescimento econômico mais lento e sistemas de previdência e assistência médica sob pressão. [...]
• Aproveite
Por isso, muitos preveem que o envelhecimento vai pesar sobre as gerações mais jovens, obrigadas a financiar os sistemas de aposentadoria e de saúde. As visões alarmistas não resistem, porém, a uma análise mais profunda. Primeiro porque vale sempre lembrar que o aumento da longevidade é uma das conquistas mais notáveis da humanidade. [...] Fora isso, o envelhecimento da população não se traduz automaticamente numa catástrofe econômica e social. Há estratégias que podem ser adotadas para minimizar possíveis problemas causados pelo envelhecimento, como mudanças nas regras de aposentadoria, políticas trabalhistas favoráveis a mulheres e programas de treinamento para trabalhadores mais velhos. [...]
Centenário: no texto se refere a pessoa que tem 100 anos ou aproximadamente esta idade.
Martin Gillman/Shutterstock.com
BLOOM, David E. A população fica mais velha? Dá para tirar vantagem disso. Exame, São Paulo, 3 jul. 2014. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/revista-exame/o-valor-das-horas-de-voo/>. Acesso em: 12 set. 2018.
Idoso acessando a internet por meio de aparelho celular na Inglaterra, Reino Unido, 2017.
97
a oportunidade para avaliar a compreensão dos alunos sobre o assunto. Verifique se perceberam que o envelhecimento da população é o reflexo da diminuição das taxas de natalidade e o aumento da expectativa de vida. Observe se eles reconhecem também que o envelhecimento da população vem preocupando o governo de países que passam por esse processo, uma vez que implica diminuição da quantidade de trabalhadores, aumento dos gastos com sistema previdenciário, com programas de saúde, entre outras consequências.
• Explique
aos alunos que o Estatuto do Idoso é um documento que apresenta os direitos da pessoa idosa, os deveres da família, da comunidade, da sociedade e do poder público. Para conhecer este documento na íntegra, acesso o site a seguir.
• Estatuto g20_ftd_lt_7vsg_c3_p094a102.indd 97
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do Idoso. BRASIL. Disponível em: <http://livro.pro/ vnv7kq>. Acesso em: 28 set. 2018.
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Orientações gerais
• Auxilie
os alunos na elaboração do questionário a ser aplicado na pesquisa proposta. Sugira questões que identifiquem características dos alunos que frequentam a escola, como meios de transporte que mais utilizam, área do município onde moram, número de pessoas que moram em sua residência, entre outros. Oriente os alunos a iniciar a entrevista perguntando nome, idade e sexo do entrevistado. Veja a seguir um modelo de algumas questões.
Investigando na prática
Você convive com várias pessoas na escola, porém não conhece muitas de suas características, como o tempo que frequenta a escola, de qual disciplina mais gosta e se mora na área rural ou urbana. Para conhecermos essas e outras características das pessoas que frequentam a escola, vamos realizar uma pesquisa junto à população escolar. Por meio de entrevistas, coletaremos informações e, depois, analisaremos os dados pesquisados. Para conhecer as características da população brasileira, é realizado, em praticamente todo o nosso país, o censo ou recenseamento demográfico pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Realizado, geralmente, a cada 10 anos, o censo consiste no levantamento e no estudo de informações sobre a população, como idade, etnia, escolaridade, tipo de moradias e renda. Essas informações são obtidas por meio de questionários aplicados por recenseadores do IBGE, que visitam os domicílios do país. O último censo demográfico em nosso país ocorreu em 2010.
1. Nome do aluno: 2. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
Os resultados das análises das informações coletadas são muito importantes para o governo planejar suas ações de forma adequada em favor da sociedade.
• Vamos realizar uma atividade em que você vai aplicar um questionário aos alunos
3. Quantos anos você tem?
de sua escola para poder investigar as caraterísticas do lugar onde você estuda.
4. Onde mora? ( ) Área rural ( ) Área urbana
O que você vai precisar
• Cópias do questionário; • prancheta de mão;
5. Se for espaço urbano: Em qual bairro mora? ( ) O mesmo da escola. ( ) Em um bairro próximo à escola. ( ) Em um bairro longe da escola.
• Organize
os alunos em grupo de no máximo cinco alunos. Cada grupo desempenhará a função de um recenseador.
• lápis; • borracha.
Recenseador: pessoa responsável por coletar informações para produção de pesquisas, como o censo.
Como fazer A Organizados em grupos, produzam um modelo de questionário para ser respon-
dido pelos alunos entrevistados. Vocês podem elaborar um com as questões sugeridas a seguir. Lembrem-se de abordar questões como nome, idade, número de membros da família etc.
6. Qual meio de transporte mais utiliza? ( ) Bicicleta ( ) Carro ( ) Ônibus ( ) Motocicleta ( ) Outro. Qual?
• A prancheta pode ser substituída por outro tipo de suporte no tamanho do papel sulfite, como a capa de caderno, papelão rígido etc. O importante é que o papel esteja fixado sobre algo firme e liso, para servir de apoio.
A população da escola
• Está cursando qual ano escolar?
Flaper
• Há quanto tempo
frequenta essa escola?
• Qual disciplina você mais gosta de estudar?
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Capítulo 3
B Você e seu grupo farão o papel do recenseador. Cada grupo será responsável por
aplicar o questionário para os demais alunos da escola. Cada grupo poderá aplicar o questionário em diferentes espaços físicos, como a biblioteca e a cantina, e ficar responsável por um determinado ano ou classe.
Integrando saberes
• Esta seção permite um
trabalho integrado com o professor de Matemática ao propor tratamento dos dados coletados.
• Os alunos recenseado-
Flaper
res também deverão ser entrevistados por um colega e responder às perguntas do questionário. Cuide para que os alunos não apliquem o questionário para os mesmos alunos, isso pode alterar os dados da pesquisa.
• Oriente os alunos a ver a
resposta de cada pergunta de todos os questionários com os colegas, um por um. Peça a eles que anotem com que frequência as respostas aparecem organizando os dados em uma tabela conforme indicação na seção.
C Após todos os alunos terem respondido ao questionário, as informações coleta-
das devem ser tabuladas, ou seja, reunidas e organizadas em tabelas, para saber qual foi a resposta mais citada em cada pergunta.
• Os
valores da tabulação dos dados desta página são fictícios, considerando-se uma escola com 180 alunos.
Quantidade de alunos cursando o: Quantidade de alunos que moram nos espaços:
6o ano
35
7o ano
52
Urbano
160
8o ano
48
Rural
20
9 ano
45
o
• Verifique se as respos-
tas estão de acordo com a proposta de cada questionamento.
• Explique para os alunos
como calcular um valor médio, fazendo a soma de todos os valores e dividindo pela quantidade de valores somados. Por exemplo, se há 20 alunos no 7o ano, as idades devem ser somadas e o total dividido por 20.
Converse sobre suas observações Veja a seguir algumas análises que vocês podem fazer após a aplicação do questionário.
• A maioria dos alunos é menina ou menino? • Qual a média de idade dos alunos que cursam o 7o ano escolar? • Há quanto tempo a maioria dos alunos frequenta essa escola? • A maioria dos alunos que mora no espaço urbano tem suas moradias no mesmo bairro da escola, em um bairro próximo ou em um bairro distante?
• De que maneira a minoria dos alunos se locomove de casa para a escola? • A disciplina que você mais gosta de estudar teve quantos votos? Em qual classificação ela ficou?
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Orientações gerais
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• Abra uma roda de conversa com os alunos e questione-
-os se eles tiveram dificuldade em contatar alguns alunos e como eles se organizaram para conseguir fazer o censo de forma completa.
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• Comente com eles sobre as adversidades que os recen-
seadores do IBGE se deparam durante seu trabalho, como acessar áreas onde não há estradas, visitar casas nas quais os moradores não se encontram, entrar em comunidades em que o índice de violência é alto, entre outros.
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Brasil: país populoso e desigualmente povoado
Integrando saberes
•O
estudo deste tema permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Matemática, cujo professor pode auxiliar os alunos no desenvolvimento de uma atividade de cálculo de densidade demográfica.
A população brasileira não está distribuída uniformemente pelo território do país. Algumas áreas do território brasileiro estão intensamente povoadas, enquanto em outras há poucos habitantes. Essa distribuição desigual pode ser explicada, em parte, pelo processo histórico de ocupação do território brasileiro: nas áreas próximas ao litoral, região em que teve início o processo de colonização do Brasil, concentra-se uma grande parcela da população. Além disso, o desenvolvimento urbano e industrial levou boa parte da população a se concentrar em áreas urbanas, onde havia um expressivo crescimento econômico, como a região Sudeste, o mais importante polo industrial do país.
• Para isso, solicite aos
alunos que pesquisem a população absoluta e a área territorial de alguns países (por exemplo, China, Brasil, Índia, Rússia, Japão e Canadá) e calculem a densidade demográfica.
• Ao final da atividade,
IBGE No site do IBGE é possível encontrar os dados necessários para realizar o cálculo da densidade demográfica do município onde você mora. Acesse o site pelo link: <http://livro.pro/f492h3>. Acesso em: 13 set. 2018.
O cálculo da densidade demográfica
encaminhe os alunos a uma reflexão sobre os resultados obtidos, conferindo se eles perceberam que o Japão e a Índia são países com alta densidade demográfica, enquanto ocorre o contrário na Rússia e no Canadá. Ajude-os a perceber que tanto a Rússia quanto o Canadá possuem uma extensa área territorial, o que faz a densidade populacional ser menor nesses países. Já a Índia e o Japão apresentam população muito numerosa, vivendo em territórios menores e por isso possuem uma densidade demográfica elevada.
A distribuição média da população por uma determinada área pode ser calculada e recebe o nome de densidade demográfica. Para obtermos a densidade demográfica de um país, por exemplo, dividimos o número absoluto de habitantes (número total de habitantes) pela área desse país. Veja, a seguir, o cálculo da densidade demográfica do Brasil. Número de habitantes área = densidade demográfica 208 milhões
8,5 milhões de km2 = 24 habitantes por km2 (hab./km2) aproximadamente
No cálculo acima, obtivemos a densidade demográfica média do Brasil. No entanto, essa média oculta a desigual distribuição da população pelo território brasileiro, que pode ser percebida quando comparamos a densidade demográfica de duas regiões brasileiras diferentes, como a da região Sudeste, que apresenta 94 hab./km2, e a da região Norte, que apresenta 4 hab./km2.
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Capítulo 3
Considerando a densidade demográfica de 24 hab./km2, podemos dizer que o Brasil é um país populoso, porém pouco povoado, ou seja, mesmo apresentando um elevado número de habitantes, a sua densidade demográfica é baixa se comparada com a de outros países. A Índia, por exemplo, possui uma densidade demográfica de 450 hab./km2, e o Japão, de 349 hab./km2. Veja a seguir a localização e a densidade demográfica de dois municípios brasileiros. Danilo Mello/Alamy/Fotoarena
E. Cavalcante
Brasil: divisão política AP
RR
Equador
0°
Barcelos
PA
CE
MA PI
AC RO
SE
TO DF GO
OCEANO ATLÂNTICO
MG Belo Horizonte
OCEANO PACÍFICO
PB AL
BA
MT
MS
RN
PE
SP
ES
A fotografia mostra parte do município de Barcelos (AM), 2016. A densidade demográfica desse município é 0,21 hab./km2.
Trópico de
PR
Capricó rn
io
SC RS
Capital estadual Cidade
N L
O
50° O
0
570 km
S
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 90.
• Você sabe qual é a densidade demográfica
do município onde mora? Com os demais alunos e o auxílio do professor, pesquise os dados e realize esse cálculo.
observem as paisagens retratadas nas imagens desta página e aponte as características que as diferenciam.
• O mapa indica a loca-
lização dos municípios retratados nas fotografias. Explique para os alunos e peça a eles que identifiquem os respectivos estados e regiões aos quais esses municípios pertencem. Comente com os alunos algumas informações sobre esses dois municípios:
A fotografia acima mostra a cidade de Belo Horizonte (MG), 2016. A densidade demográfica do município de Belo Horizonte é 7 167 hab./km2.
de histórica localizada no interior do estado do Amazonas. Foi a primeira capital desse estado e atualmente é considerada uma das maiores do Brasil em extensão territorial. > Belo Horizonte é a ca-
pital do estado de Minas Gerais e é considerada a sexta capital mais populosa do Brasil.
Flaper
Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta.
• Solicite aos alunos que
> Barcelos é uma cida-
RJ Marco Paulo Bahia Diniz/Shutterstock.com
AM
Orientações gerais
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Momento da Cartografia
BNCC
• Explique
que, assim como outros, esse é um mapa temático, portanto é preciso ler atentamente a legenda para ser bem interpretado. Esta seção permite trabalhar com as habilidades EF07GE04 e EF07GE09, por tratar-se da análise da distribuição territorial da população brasileira por meio de mapa temático de densidade demográfica.
Os mapas temáticos
Os mapas podem representar diferentes informações. Por meio dessas representações, podemos visualizar a espacialização de fenômenos históricos, econômicos, sociais ou físicos e ambientais. Chamamos mapas temáticos os mapas que representam diferentes aspectos da sociedade ou da natureza de um espaço. Os mapas que representam a distribuição da população em uma cidade, estado, país ou até mesmo no mundo também são considerados mapas temáticos. Esses mapas nos permitem visualizar as áreas de concentração humana, que apresentam as densidades demográficas mais elevadas, assim como as áreas pouco povoadas, que apresentam as densidades demográficas mais baixas. Geralmente, essa representação é elaborada utilizando-se cores e tonalidades que representam a intensidade do povoamento. As cores mais escuras representam as áreas mais povoadas e as cores mais claras, as áreas menos povoadas. Observe o mapa abaixo, que representa a densidade demográfica brasileira.
Orientações gerais
• Auxilie
os alunos na interpretação do mapa, indicando as cores mais escuras como os locais densamente povoados, e as mais claras como os locais com menores densidades demográficas.
Brasil: densidade demográfica – 2010 Boa Vista
• Complemente a ques-
AP
RR
tão a) explicando aos alunos que as maiores densidades costumam ser nas áreas litorâneas em razão do histórico da colonização e também em regiões mais próximos às grandes cidades dos estados.
Belém Manaus
AM
AC
Rio Branco
CE
Teresina PI
TO
Porto Velho MT
BA
Cuiabá
DF GO
de densidade demográfica de 1960, 1980 e 2010 e fazer uma análise com os alunos, acesse o site a seguir.
SP PR SC
OCEANO PACÍFICO
RS
Paula Radi
Capital federal Capital estadual
Salvador
OCEANO ATLÂNTICO
ES
Belo Horizonte
Vitória
RJ
Rio de Janeiro Trópico de São Paulo Capricór n io Curitiba Florianópolis
Porto Alegre
Habitantes por km2 100 ou mais 25 10 1 Menos de 1
Brasília
MG
> Densidade demográfi-
João Pessoa Recife AL SE Maceió Aracaju
Goiânia
MS
Campo Grande
RN Natal
PB
PE
Palmas
RO
0°
Fortaleza
São Luís
MA
PA
• Para acessar os mapas
ca. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <http://livro.pro/ mgyx2p>. Acesso em: 28 set. 2018.
Equador
Macapá
Agora, responda às questões no caderno. a ) Onde estão localizadas as áreas de maior densidade demográfica do Brasil? b) Onde estão localizadas as áreas de menor densidade demográfica de nosso país? c ) Verifique de que maneira está distribuída a população no estado onde você mora e descreva-a. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
N L
O
0
380 km
S
50° O
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 114.
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g20_ftd_lt_7vsg_c3_p094a102.indd Respostas
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a ) As maiores densidades estão ao longo de toda a costa c ) Resposta pessoal. Verifique se os alunos identificaram brasileira, nos estados das regiões Nordeste, Sudeste e as porções com maior e menor concentração populacioSul, principalmente entre as cidades de Rio de Janeiro e nal no território do estado em que moram. São Paulo. b) As áreas de menor densidade demográfica localizam-se, principalmente, na porção norte do país.
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Exercícios de compreensão
1. Resposta esperada: a diversidade cultural existente em nosso país se deve ao processo histórico de formação de nossa população, na qual ocorreu a miscigenação inicial entre povos indígenas, africanos e europeus e, posteriormente, outros povos imigrantes. 2. A chegada de grande quantidade de imigrantes, o elevado crescimento natural da população e a melhoria das condições médico-sanitárias e de saúde, que permitiram a diminuição da mortalidade.
Capítulo 3
Atividades
1. Como você explica a grande diversidade cultural que compõe a população brasileira? Anote sua resposta no caderno. 2. No caderno, escreva quais foram os principais fatores que influenciaram o crescimento da população brasileira entre os séculos XIX e XX.
3. Atualmente, a população brasileira tem aumentado ou diminuído? Justifique sua resposta no caderno. Tem aumentado, porém em ritmo lento. Se compararmos as taxas de crescimento
mudança levou muitas famílias a optarem por um menor número de filhos.
5. Compare a pirâmide etária do Japão, abaixo, com a do Brasil, da página 94, e responda às questões no caderno.
•A
atividade 5 permite avaliar o desenvolvimento da habilidade EF07GE10. Verifique se os alunos conseguem caracterizar a pirâmide etária do Japão e responder às questões.
Keithy Mostachi
Japão: pirâmide etária – 2018 Idade
Mulheres
10
8
6
4
2
0
preensão da seção permitem avaliar o entendimento dos alunos referente aos assuntos vistos até o momento. Aproveite para sanar dúvidas e auxiliar a criar as conexões entre os diversos fatores que caracterizaram a população brasileira. aos alunos que se reúnam em grupos e busquem responder às questões com os conhecimentos adquiridos, fazendo a releitura dos conteúdos caso necessário.
Geografia no contexto
80 ou mais 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4
• Os exercícios de com-
• Solicite
natural da população brasileira de décadas passadas, podemos perceber que essas taxas vêm diminuindo.
4. De que maneira a mudança do papel da mulher, a partir da segunda metade do século XX, interferiu na queda das taxas de natalidade em nosso país? Anote sua respartir da segunda metade do século XX, muitas mulheres, para ajudar na renda posta no caderno. Afamiliar, passaram a participar com maior peso no mercado de trabalho. Essa
Homens
Orientações gerais
• Comente com os alu-
nos que o Japão é uma das maiores economias do mundo, além de ser um dos países mais populosos. Essa pirâmide reflete a maturidade social de uma sociedade com crescimento moderado e alta expectativa de vida.
0
2
4
6
8
• Caso haja dificuldade
10
na interpretação da pirâmide, auxilie os alunos e retome o conteúdo já visto.
Milhões de habitantes Fonte: UN (United Nations). Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/wpp/unpp/p2k0data.asp>. Acesso em: 10 set. 2018.
a ) Qual país possui maior quantidade de pessoas acima de 60 anos? O Japão. b ) Qual país apresenta maior número de jovens? Como você obteve esta resBrasil. Comparando a base das pirâmides, a do Brasil é mais larga, representando maior posta? Onúmero de jovens. c ) Qual país apresenta menor expectativa de vida da população? Como você obBrasil. Comparando o ápice da pirâmide, o do Brasil é mais estreito, o teve esta resposta? Oque significa menor número de idosos.
d ) Descreva a característica da população de cada um desses países em relação as duas pirâmides, a quantidade de homens e mulheres possui à quantidade de homens e mulheres. Entre pouca diferença, variando um pouco entre cada parte (jovens, adultos e idosos). No Brasil e no Japão, a quantidade de mulheres é pouco maior que a de homens.
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Orientações gerais
• Para
complementar a atividade 6, comente com os alunos que no dia 10 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Idoso. Promova um debate com os alunos sobre a importância de respeitarmos e valorizarmos as pessoas idosas, pois elas têm muitos conhecimentos acumulados pela própria experiência de vida. Se considerar pertinente, peça aos alunos que contem como é a relação deles com pessoas idosas da família ou do bairro onde vivem.
6. O crescimento 6. Leia a manchete abaixo que traz uma informação concluída com base no último do número de censo: idosos está relacionado ao aumento da expectativa de População idosa no Brasil cresce e diminui vida dos número de jovens, revela Censo brasileiros, em razão, Brasil, 29 abr. 2011. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/educacao-e-ciencia/2011/04/ principalmente, populacao-idosa-no-brasil-cresce-e-diminui-numero-de-jovens-revela-censo>. Acesso em: 12 set. 2018. das melhorias nas condições de saúde pública e à • De acordo com o que você estudou, quais são os principais fatores que expliimplantação de cam o processo descrito pela manchete acima? Anote sua resposta no caderno. medidas sanitárias. Já a 7. No caderno, calcule a densidade demográfica dos países da tabela abaixo. diminuição do número de Mônaco: 19 347hab./km2. jovens está País População Área/Km2 Cingapura: 7 904hab./km2. ligada às mudanças na San Marino: 557 hab./km2. Mônaco 38 695 2 estrutura Bangladesh: 1 143 hab./km2. familiar brasileira, que Cingapura 5 612 253 710 Fontes: World Bank. Disponível em: está tendendo a <http://databank.worldbank.org/data/reports. um número San Marino 33 400 60 aspx?source=2&series=SP.POP.TOTL&country=>. menor de filhos. Bangladesh
• Desse modo, comple-
ta-se o trabalho com o tema Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso.
164 669 751
144 000
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://paises.ibge. gov.br/#/pt>. Acessos em: 8 set. 2018.
a ) Qual país apresenta a maior densidade demográfica? E a menor densidade apresenta a maior densidade demográfica. demográfica? Mônaco San Marino possui a menor densidade demográfica.
b ) Como você explica o fato de Mônaco possuir uma população bem menor que Cingapura, porém apresentar uma densidade demográfica bem maior?
• Explique
aos alunos que o território peruano é composto por uma das maiores formações montanhosas do mundo, que na porção interior do país encontra-se parte da cordilheira dos Andes, um dos motivos pelos quais a população está concentrada principalmente nas áreas litorâneas.
7. b) Resposta esperada: Mônaco possui uma área bem menor que Cingapura e por isso sua densidade demográfica é maior.
E. Cavalcante
Peru: densidade demográfica N
L
O
a ) Descreva em qual porção do Peru estão localizadas as maiores concentrações populacionais.
S
Iquitos Talara Sullana Piura
5° S
Tarapoto
Chiclayo
c ) Cite pelo menos três cidades do Peru com mais de 25 hab./km2 e que não estejam localizadas no litoral.
Pucallpa Huánuco
Habitantes por km2
Iquitos, Huánuco, Huancayo, Cuzco, Juliaca e Arequipa.
Callao
100 ou mais 25 10 1 Menos de 1
Capital do país Cidade
0
Huancayo
Lima Chincha Alta
b ) Quais cidades estão localizadas nas áreas de maior densidade demográfica? Piura, Chiclayo, Iquitos, Callao, Lima, Arequipa, Talara e Trujillo.
Cajamarca Trujillo
8. Veja no mapa a densidade demográfica do Peru.
Ayacucho Cuzco
Ica OCEANO PACÍFICO
8. a) Na faixa litorânea, entre as cidades de Talara e Ica, principalmente nos arredores da capital, Lima.
Juliaca Arequipa Tacna
200 km
75° O
Fonte: Atlas National Geographic: América do Sul. São Paulo: Abril, 2008. v. 1. p. 33.
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Capítulo 3
Brasileiros migrantes Durante o século XX ocorreram no Brasil fluxos migratórios internos que se caracterizaram, na maioria das vezes, pelo deslocamento de pessoas de uma região para outra do país. Essas migrações não alteraram o número de habitantes em nosso território, já que, nesse tipo de migração, as pessoas se deslocam de uma área à outra sem ultrapassar os limites territoriais do país. No entanto, elas interferiram diretamente na distribuição espacial da população pelo território. Esses fluxos migratórios desencadearam o povoamento de áreas interioranas do Brasil, contribuindo para o crescimento de várias metrópoles e para o desenvolvimento socioeconômico de algumas regiões brasileiras. Veja o mapa e os textos a seguir.
E. Cavalcante
Brasil: fluxos migratórios – 1950-1980 N L
O
RR
S
AP
Equador
CE
MA
AC
MS
SP
órn io de Capric
OCEANO ATLÂNTICO
ES
RJ
Região Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
PR SC RS
Limite estadual Limite internacional
1
ção do mapa quanto aos fluxos em seus diferentes momentos e quanto à sua origem e seu destino. Comente que alguns fluxos ocorrem somente em um determinado período, como é o caso do fluxo RS-PR; e que no caso do fluxo NE-SE, este se dá durante as três décadas.
DF
MG
Décadas 1950 - 1960 1960 - 1970 1970 - 1980
• Conduza a interpreta-
BA
GO
OCEANO PACÍFICO
PB
SE
MT
Trópico
0°
AL
TO RO
0
os alunos na análise e interpretação do mapa temático. É fundamental que eles correlacionem as informações contidas nas legendas com as apresentadas após o mapa. Este conteúdo permite um trabalho com as habilidades EF07GE09, EF07GE02, pois possibilita ao aluno compreender os fluxos populacionais e o desenvolvimento das atividades econômicas nas regiões brasileiras. a diferença das cores representadas no preenchimento das regiões apontadas na legenda da direita (região) e as cores das setas que representam os períodos dos fluxos migratórios, como indica a legenda da esquerda (décadas).
RN PE
PI
• Auxilie
• Explique
PA
AM
Orientações gerais
• Oriente-os
a perceber também que os fluxos do Sul foram direcionados, em um primeiro momento, para o Mato Grosso e que, em um segundo momento, houve um avanço desses grupos em direção aos estados da região Norte.
390 km
50° O
Fonte: VALIM, Ana. Migrações: da perda da terra à exclusão social. 6. ed. São Paulo: Atual, 1996. p. 21-26.
Na década de 1960, muitos nordestinos migraram para a região Sul e Sudeste do país em razão da pobreza e falta de recursos, efeitos de períodos de seca mais intensas na região Nordeste. Atraídos pela exploração do ouro e o desenvolvimento da agropecuária em áreas da Floresta Amazônica e do Cerrado, muitos trabalhadores deixaram as regiões Nordeste, Sudeste e Sul para viverem em áreas do interior das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Esse deslocamento populacional também esteve relacionado à construção de Brasília que, na época, promoveu grande oferta de empregos.
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Orientações gerais
• Após a leitura do texto
A diversidade étnica da população pelo território brasileiro, comente com os alunos que temos diversos hábitos e costumes herdados dos povos originários e imigrantes que contribuíram com a formação da cultura brasileira: dos portugueses, as cantigas de roda; dos japoneses, o origami; dos alemães, a torta de maçã; dos indígenas, as técnicas de trabalho com cerâmica; dos povos africanos, o uso dos tambores nas músicas e muitos outros.
2
Em razão da falta de empregos e dos longos períodos de seca, que ocasionaram problemas socioeconômicos na região Nordeste, muitos nordestinos migraram para outras regiões do país, principalmente para o Sudeste. Considerado fronteira agrícola do país naquela época, o estado do Paraná recebeu, então, muitos migrantes vindos principalmente do Sudeste.
3
Nesse período, houve uma intensificação do fluxo migratório para as regiões Centro-Oeste e Norte em virtude das novas fronteiras agrícolas. Além dos migrantes nordestinos, faziam parte desse deslocamento populacional os habitantes da região Sul e Sudeste. Uma intensa corrente da região Nordeste para a Sudeste foi registrada. No ano de 1980, somente o estado de São Paulo recebeu cerca de 7 milhões de migrantes.
A diversidade étnica da população pelo território brasileiro A população brasileira tem como uma de suas principais características a diversidade étnica, marcada pela miscigenação entre diferentes povos. É possível identificar a distribuição de alguns grupos étnicos pelo território brasileiro e verificar que ela foi intensamente influenciada pelas migrações ocorridas em nosso país. Na região Nordeste, por exemplo, nota-se maior incidência de indivíduos descendentes de africanos, já que muitos grupos de pessoas foram trazidos forçadamente da África para essa região, ainda no período colonial. Já na região Norte do país, localiza-se a maioria das Terras Indígenas, desse modo, há grande concentração de povos indígenas das mais diferentes etnias.
• Solicite aos alunos uma
O estado de São Paulo, por exemplo, assim como o norte do estado do Paraná, abriga um grande número de descendentes asiáticos, principalmente japoneses, que acabaram se estabelecendo nessas porções do país atraídos pelas atividades agrárias. Também podemos verificar uma grande incidência de indivíduos europeus e seus descendentes nas regiões Sul e Sudeste do país. Isso é parcialmente explicado em razão dessas regiões terem atraído a maior parte dos imigrantes de origem europeia.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
Delfim Martins/Pulsar Imagens
pesquisa sobre hábitos e costumes de outros povos para enriquecer o estudo e possibilitar um trabalho com o tema contemporâneo Diversidade cultural. Sobre as influências africanas, eles poderão identificar danças, como o maracatu; as religiões, como o candomblé e a umbanda; comidas típicas, como o acarajé e o vatapá etc. Já sobre a influência japonesa, comente com eles que na cidade de São Paulo existe um bairro chamado Liberdade, onde há diversos elementos da cultura japonesa e também chinesa, desde a decoração das ruas, até atendimento por médicos orientais e práticas de saúde, restaurantes e lojas de mercadorias orientais.
• Reforce as atitudes de
respeito às diferentes culturas e a valorização da identidade de outros povos. Aproveite o momento e trabalhe com a competência geral 3 e a competência específica de Ciências Humanas 4.
Na fotografia, indígenas da aldeia Aiha, da etnia Kalapalo, no município de Querência (MT), 2018.
Na fotografia, construções em estilo europeu em razão do grande número de imigrantes que saíram da Europa com destino à região Sul do Brasil, na cidade de Pomerode (SC), 2013.
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• Inicie uma roda de conversa com os alunos apreseng20_ftd_lt_7vsg_c3_p103a111.indd 106
tando alguns conceitos importantes para que a vida em comunidade tenha um desenvolvimento saudável. Peça para eles definirem o que significa: RESPEITO, SOLIDARIEDADE, COOPERAÇÃO e TOLERÂNCIA.
• Solicite a eles que agreguem algumas palavras nesta
• Converse com os alunos sobre o que é preconceito, ra-
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cismo e bullying. Abra espaço para que eles comentem sobre experiências pessoais e conduza a conversa para que haja compreensão e empatia do grupo caso surja alguma história delicada e aproveite para sensibilizar o grupo.
lista que representem ações e atitudes que colaboram para a boa convivência entre as pessoas.
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Capítulo 3
Brasileiros vivendo em outro país Atualmente, segundo o Ministério das Relações Exteriores, há cerca de 3 milhões de brasileiros residindo em diversos países do mundo. Contudo, estimativas revelam que esse número pode ser maior pelo fato de existirem muitos brasileiros morando ilegalmente no exterior, ou seja, sem permissão legal para se estabelecer e trabalhar no país. Embora os Estados Unidos sejam considerados o país que mais atrai brasileiros migrantes, nas últimas décadas, países como Japão, Reino Unido, Alemanha, Portugal e Paraguai também se destacam por receber grande contingente de brasileiros.
Orientações gerais
• Comente com os alu-
nos que existem diversos fluxos migratórios já que as pessoas estão em busca de melhores oportunidades de trabalho e de condições de vida.
• Pergunte
se eles conhecem alguém que já tenha se mudado de cidade ou de país e se eles sabem os motivos pelos quais essas pessoas se mudaram.
A dificuldade para ingressar no mercado de trabalho, ou ainda os baixos salários pagos a grande parte dos trabalhadores no Brasil, leva muitas pessoas a emigrar para outros países em busca de oportunidades de trabalho que ofereçam maior remuneração e, consequentemente, melhores condições de vida. No mapa a seguir, observe os principais fluxos migratórios envolvendo nosso país.
• Muitos brasileiros emi-
gram em busca de trabalho ou de oportunidades de estudo, assim como também existe a vontade de aprender outras línguas etc.
Brasil: principais fluxos de emigrações e imigrações – 2013
• Oriente-os 126 834 368 006
138 664
E. Cavalcante
9 089
12 502
19 657
49 717 365 857
139 825
55
para fazer a interpretação do mapa apresentado nesta página.
37 664
• Explique para os alu-
nos a diferença entre os termos emigração (pessoas que saem do Brasil para morar em outro país) e imigração (pessoas que saem do seu país de origem e vêm morar em nosso país).
VENEZUELA 2 907 6 530 39 778 82 116 17 949
29 456 43 510
• Solicite
N
a eles que identifiquem os principais fluxos de imigração e de emigração, observando as quantidades exibidas no mapa.
L
O S
0
2 080
4 160 km
Fonte: UN (United Nations). Disponível em: <http://esa.un.org/unmigration/ TIMSO2013/data/subsheets/UN_MigrantStockByOriginAndDestination_ 2013T10.xls>. Acesso em: 31 ago. 2018.
A imigração para o Brasil na atualidade Assim como existem muitos brasileiros vivendo fora do Brasil, também encontramos muitos estrangeiros vivendo em nosso país. Esses imigrantes de diferentes nacionalidades vêm para o Brasil por diversos motivos, como conflitos políticos, étnicos ou religiosos em seus países de origem. Eles também procuram melhores oportunidades de trabalho e condições de vida, principalmente aqueles provenientes de alguns países da América Latina, onde as possibilidades de inserção no mercado de trabalho são menores.
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Orientações gerais
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• Explique para os alunos que alguns países têm um
rígido controle de migração e para visitar ou morar nesses locais é necessário o pedido de visto, o qual tem um tempo determinado para cada pessoa poder permanecer em tal território.
• Alguns países permitem o fluxo de pessoas livremen-
te, por exemplo, entre os países da União Europeia, onde
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o fluxo de pessoas é livre, ou também entre os países pertencentes ao Mercosul.
• Se uma pessoa entra em um país sem autorização ou tem o visto vencido, ela está ilegalmente naquele país, o que pode acarretar na sua deportação (ser enviado de volta para seu país) ou em outra medida de punição, dependendo da legislação local.
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Orientações gerais
O Brasil e as migrações externas no século XXI
• Comente com os alu-
• Para saber mais sobre
Na década de 2000, o crescimento econômico do Brasil gerou mais empregos e ofereceu maiores oportunidades de renda. Consequentemente, isso atraiu uma quantidade considerável de imigrantes de nações economicamente menos desenvolvidas da América Latina, África e Oriente Médio, que migram, principalmente, por razões econômicas. Um dos casos mais relevantes é o dos imigrantes haitianos, que buscam fugir das dificuldades econômicas enfrentadas por seu país de origem em decorrência de um terremoto. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, somente no ano de 2015 mais de 14 mil haitianos migraram para o Brasil.
Cassandra Cury/Pulsar Imagens
nos que, além das nacionalidades mencionadas no texto, atualmente o Brasil tem recebido uma quantidade expressiva de imigrantes colombianos, cubanos, coreanos, peruanos, senegaleses, entre outros, principalmente por questões políticas, econômicas e/ou sociais.
No entanto, nos últimos anos, o fluxo de haitianos em direção ao país diminuiu, pois eles passaram a buscar ingresso em outros países, como Chile e Estados Unidos.
os fluxos migratórios brasileiros, sugerimos o acesso ao site da revista Travessia, que há 30 anos traz publicações de estudos sobre processos migratórios e poderá contribuir com o aprofundamento dos estudos sobre este tema.
Muitos haitianos ao chegarem ao Brasil recebem auxílio, como roupas, mantimentos e suporte para conseguir emprego. Na fotografia, haitiano em salão de igreja adaptado estuda a língua portuguesa em Campo Grande (MS), 2015.
Travessia. Disponível em: <http:// livro.pro/fh37qc>. Acesso em: 28 set. 2018.
• Também sugerimos o
acesso ao site da Acnur, agência da ONU para refugiados.
naTsumi/Shutterstock.com
> Revista
> Acnur (Alto Comissa-
riado das Nações Unidas para os Refugiados). Disponível em: <http://livro. pro/bv6ph9>. Acesso em: 28 set. 2018.
População circulando pelas ruas de Porto Príncipe, capital do Haiti, 2015. O país, um dos mais pobres do mundo, vive uma crise humanitária que se intensificou após um grande terremoto, ocorrido em 2010.
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Capítulo 3
Recentemente, outra nação que vem se destacando pela elevada quantidade de indivíduos que buscam adentrar em território brasileiro é a Venezuela. Esse país vem se tornando um grande polo de emigrantes nos últimos anos. A Venezuela é um país de aproximadamente 30 milhões de habitantes e faz limite com os estados brasileiros do Amazonas e de Roraima. Embora tenha amplas reservas de petróleo, na última década o país entrou em uma crise política e econômica, que se intensificou a partir de 2016. Fabio Gonçalves/Fotoarena
Em razão das elevadas taxas de inflação e desemprego, a pobreza no país aumentou consideravelmente, e muitos venezuelanos passaram a optar pela saída de seu país em busca de melhores condições de vida em países vizinhos, como Brasil, Colômbia, Peru e Equador. A grande maioria dos venezuelanos ingressa no território brasileiro pelo estado de Roraima, estabelecendo-se tanto na capital Boa Vista como nos municípios localizados na zona de fronteira, que vivenciam as maiores dificuldades desse fluxo migratório. Venezuelanos acampados em Pacaraima (RO), 2018. A grande quantidade de famílias instaladas provisoriamente em municípios do estado tem sobrecarregado os serviços públicos.
O governo brasileiro tem tomado algumas providências para minimizar o efeito da intensa imigração no estado de Roraima, reduzindo temporariamente a entrada de venezuelanos e deslocando grupos desses refugiados para outros estados do país, como Mato Grosso, Paraíba, Paraná e São Paulo.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
De acordo com a Polícia Federal brasileira, somente em 2017 pelo menos 57 mil venezuelanos entraram ilegalmente, por via terrestre, em Roraima. Em 2018, a quantidade de venezuelanos solicitando refúgio aumentou, tornando a situação ainda mais grave.
Ao lado, vemos imigrantes venezuelanos no município de Boa Vista (RR), 2018, embarcando em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino às cidades de Manaus e São Paulo.
• Qual é a principal razão das migrações internacionais, no século XXI, que têm o Brasil como destino?
A maioria desses imigrantes ilegais são pessoas que migram por razões econômicas e que provêm de países economicamente menos desenvolvidos. Elas buscam empregos e condições melhores de vida.
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Orientações gerais
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• Após a leitura do texto, realize um debate com os alu-
nos sobre o tema, apontando a importância do acolhimento aos refugiados e a prestação de serviços de maneira ética e solidária, conforme orienta a competência geral 10 da BNCC.
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Orientações gerais
• Apresente o texto a se-
guir para os alunos sobre os destinos dos fluxos migratórios e as políticas públicas no Brasil. [...] Dos 5.570 municípios, 3.432 tiveram pelo menos um registro de imigrante internacional – entre bolivianos, haitianos, cubanos e venezuelanos – entre os anos de 2000 e 2015, mostrando que há capilarização da migração no país. [...] “Isso rompe com o imaginário de que a rota das migrações internacionais no Brasil passa pelas fronteiras, segue para as metrópoles, principalmente das regiões Sul e Sudeste do país, e se espalha pra outros estados”, disse Rosana Baeninger, pesquisadora do Núcleo de Estudos da População (Nepo) da Unicamp e coordenadora do projeto. [...] A pesquisadora ressalta que a transferência de venezuelanos, que estão concentrados na cidade de Boa Vista (RR), para outras regiões, está levando imigrantes para capitais e metrópoles. Mas o estudo apontou que já havia a distribuição desses grupos para locais distantes das fronteiras, inclusive cidades do interior. Segundo ela, esse é um dado fundamental para pensar políticas sociais de acolhimento aos imigrantes, porque as ações de atendimento ocorrem no âmbito dos municípios. O levantamento feito pelos pesquisadores, especialmente no estado de São Paulo, pode subsidiar políticas públicas que assegurem a inclusão, a garantia de direitos e o acesso aos serviços públicos por essa população. [...] BOEHM, Camila. Imigrantes estão distribuídos pelo interior do Brasil, mostra pesquisa. EBC, 14 abr. 2018. Disponível em: <http:// agenciabrasil.ebc.com.br/geral/ noticia/2018-04/imigrantesestao-distribuidos-pelo-interiordo-brasil-mostra-pesquisa>. Acesso em: 28 set. 2018.
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Condições socioeconômicas da população brasileira
Orientações gerais
• Comente com os alunos que a PEA é muito importante para a geração de riqueza em um país.
A população brasileira não é diversa apenas em sua formação étnica e cultural. As condições em que vivem os brasileiros também são muito diferentes, em relação a emprego, renda etc. Vamos estudar um pouco sobre essas características a seguir.
• Inicie
o trabalho com o grupo explicando que o gráfico apresentado nesta página se trata de um gráfico de setores em que é representado algum aspecto em porcentagem. A análise e interpretação deste gráfico reforça a habilidade EF07GE10.
População economicamente ativa do Brasil No Brasil, conforme dados do IBGE referentes ao ano de 2015, aproximadamente 177 milhões de pessoas trabalhavam. Esses brasileiros fazem parte da chamada população economicamente ativa do país, também conhecida por PEA. Veja o gráfico abaixo.
• Converse
com eles sobre os conceitos apresentados sobre população economicamente ativa e população não economicamente ativa. Verifique se eles têm dúvidas sobre tais definições. É importante que eles não confundam população economicamente ativa, que representa as pessoas que estão em idade e condições de trabalhar, com o que representa apenas o setor de pessoas empregadas.
PNEA 41%
PEA 59%
Keithy Mostachi
Brasil: população economicamente ativa e não ativa – 2015
• Explique
aos alunos que entre os setores da economia, o terceiro setor é o que mais emprega pessoas que fazem parte da PEA. Atualmente, no Brasil, cerca de 70 milhões de trabalhadores participam desse setor, principalmente no ramo do comércio.
As pessoas que não fazem parte da PEA, a exemplo dos aposentados, estudantes e donas de casa, formam, então, a chamada população não economicamente ativa, conhecida por PNEA.
Segundo o IBGE, a PEA é formada por pessoas com idade entre 14 e 65 anos empregadas em alguma atividade econômica e que recebem uma remuneração para a realização de seu trabalho, bem como por aquelas que estão temporariamente desempregadas ou à procura de emprego.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <http://servicodados.ibge.gov.br/Download/ Download.ashxhttp=1&u=biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_2016.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2018.
• Pense em pessoas que você conhece e que estejam inseridas em cada um dos grupos mostrados no gráfico.
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Resposta pessoal. Oriente os alunos a pensarem nas pessoas segundo sua idade e ocupação, por exemplo, pais ou responsáveis, tios, avós etc.
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Capítulo 3
As mulheres na PEA A participação feminina no mercado de trabalho brasileiro está se tornando cada vez mais expressiva. Conforme observamos no gráfico, de cada 100 pessoas que estão inseridas no mercado de trabalho, 44 delas são mulheres. O aumento da escolaridade está entre um dos fatores que intensificaram essa participação. Nos últimos anos, uma significativa parcela da população feminina ampliou sua formação educacional. Esse é um fato que também ocorreu com pessoas do sexo masculino; no entanto, para as mulheres, o aumento da escolaridade significou melhores oportunidades de emprego e diminuição da defasagem do grupo feminino em relação ao número de postos ocupados por homens.
Mesmo ocupando funções semelhantes ou as mesmas funções, as mulheres recebem, em média, 33% a menos do que os homens em todos os estados brasileiros. Além disso, muitas vezes elas são as primeiras a serem demitidas em momentos de crise econômica.
Keithy Mostachi
• Proponha uma ativida-
de de escrita argumentativa sobre a questão das diferentes jornadas de trabalho e de salários entre homens e mulheres, com base nas questões apresentadas a seguir. Esta atividade permite uma abordagem da competência específica de Ciências Humanas 6.
50
38,8
40
43,7 41,3 43
32,2 30 28,5
> Por que as mulheres
20
recebem salários menores do que os homens mesmo exercendo funções iguais?
10
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 13 set. 2018.
to com os alunos e abra uma roda de conversa sobre o assunto tratado. Questione-os sobre as jornadas de trabalho das mulheres e homens com quem eles vivem, pergunte sobre a divisão do trabalho doméstico e como eles percebem as informações desta seção no cotidiano deles. pliquem o gráfico, aproveitando para avaliar se eles fazem a interpretação de forma correta conforme estudaram ao longo deste capítulo.
Brasil: participação da mulher no mercado de trabalho – 1972-2015
Participação das mulheres (em %)
• Faça a leitura do tex-
• Solicite a eles que ex-
Além de estudarem, muitas mulheres passaram a assumir responsabilidades que, até o século passado, eram atribuídas aos homens, como o sustento da família. Atualmente, 39% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres. Apesar de a participação feminina no mercado de trabalho, ao longo das últimas décadas, ter aumentado, ainda são relevantes as desigualdades entre homens e mulheres.
Orientações gerais
> Como isso pode me-
0
lhorar?
1972 1982 1992 2002 2012 2015
Anos
Podemos ressaltar ainda a desigualdade de oportunidades de emprego para mulheres que ingressam no mercado de trabalho em relação aos homens, além de um volume significativo de casos de desrespeito aos direitos trabalhistas das mulheres, como a licença-maternidade e a licença para amamentar. As mulheres se inserem no mercado de trabalho em maiores proporções, também é maior a participação feminina nas responsabilidades familiares e nos cuidados da casa e dos filhos.
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Orientações gerais
Trabalho infantil no Brasil
• Esta
seção possibilita um debate com o tema contemporâneo Trabalho. Para incentivar os alunos a refletir sobre o assunto, apresente o texto abaixo e proponha um debate.
O trabalho infantil está presente em vários países. Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), no ano de 2017, aproximadamente 26% das crianças com até 14 anos nos países mais pobres estavam trabalhando. Em nosso país, segundo o IBGE, só na faixa de idade entre 5 a 14 anos existem cerca de 639 mil crianças trabalhando. Embora o trabalho infantil seja proibido por lei, tanto na Constituição Brasileira quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente, muitas crianças trabalham no Brasil para ajudar no sustento da família. Isso ocorre porque muitas dessas crianças vivem em situações de miséria e a renda obtida pelos adultos não é suficiente para as despesas básicas, como alimentação e vestuário.
João, Guilherme e Antônia nem se conhecem, mas têm algo em comum. Os três conf iguram-se como nas estatísticas de trabalho infantil. João é conhecido na feira do Alecrim, carregando as mercadorias das madames [...]; Guilherme vende picolé em Ponta Negra e Antônia ginga com tapioca na Redinha. Os três estudam em escolas públicas e dizem que trabalham para ajudar a mãe no orçamento familiar. Guilherme não tem pai, sua responsabilidade é maior, pois apesar de ter apenas 12 anos, sente-se responsável por duas irmãs menores. “O que mamãe ganha como faxineira não dá para comprar comida”, diz. Apesar de todo o esforço das organizações para acabar com o trabalho infantil, o problema continua como uma chaga na sociedade, sendo a sua dimensão cultural a mais difícil de ser eliminada. [...]
O trabalho infantil é responsável pelo abandono e pela defasagem escolar de muitas crianças. O mapa abaixo mostra a porcentagem de crianças entre 5 a 14 anos que trabalham e a porcentagem delas que não sabe ler e escrever. Za n on eF ra iss
olh /F at
Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei no 8.069, criada em 13 de julho de 1990, com o objetivo de garantir proteção integral à criança e ao adolescente.
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Trabalho infantil em aeroporto de Cumbica na cidade de Guarulhos (SP), 2017.
Brasil: trabalho infantil e analfabetismo - 2015 RR
AP
AM
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19
Equador
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24
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15
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12
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Porcentagem de crianças de 5 a 14 anos analfabetas
RJ 12
11 SC
RS
De 4% a 15%
ES
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Porcentagem de crianças de 5 a 14 anos que trabalham
Até 3%
11
15 apricórn io
19
MG
13 MS
eC Trópico d
PB 17 PE 16 AL 21 SE
DF 12
GO
OCEANO PACÍFICO
RN 20
17
15
Região Nordeste lidera dados do trabalho infantil. Tribuna do Norte, 2 jun. 2011. Disponível em: <www. tribunadonorte.com.br/noticia/ regiao-nordeste-lidera-dados-dotrabalho-infantil/183629>. Acesso em: 28 set. 2018.
15
PI
16 21
0°
13
OCEANO ATLÂNTICO N
14
L
O S
50° O
0
420 km
E. Cavalcante
17
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 14 set. 2018.
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Orientações gerais
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• Durante o debate, deixe que os alunos se expressem livremente, mas conduza a discussão para que entendam que trabalho infantil é proibido e priva a criança de atividades e experiências lúdicas que são necessárias para seu desenvolvimento, além de prejudicar o prosseguimento nos estudos.
• Comente com os alunos sobre a importância do combate à exploração da mão de obra infantil. Eliminar o trabalho infantil exige um esforço em conjunto de toda a sociedade para que sejam garantidas às crianças as condições mínimas necessárias de crescer de maneira saudável.
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• Comente com os alunos que muitas crianças cumprem uma longa jornada de trabalho e, em algumas situações, exercem atividades forçadas e de risco, como o corte da cana-de-açúcar, o trabalho em olarias, ou seja, em fábricas de tijolos e de peças de cerâmica, e em carvoarias, onde se produz carvão vegetal.
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Capítulo 3
A distribuição da renda entre a população brasileira No Brasil, grande parte da renda total gerada pelos trabalhadores está concentrada em uma pequena parcela da população. Por outro lado, uma multidão de trabalhadores divide a menor parte dessa riqueza. Veja a representação dessa proporção na imagem abaixo. Desigual distribuição de renda
Art Capri
Em 2017, 10% das pessoas mais ricas no Brasil concentravam 43% de toda a renda gerada no país.
Já 10% das pessoas mais pobres do país concentravam 0,7% da renda produzida no Brasil.
• Salário Mínimo. Minis-
tério do Trabalho. Disponível em: <http://livro. pro/ii8p66>. Acesso em: 28 set. 2018.
• Com base nisso, abra
uma discussão para analisar se o valor do salário mínimo é suficiente para suprir as necessidades básicas do brasileiro.
• Explore
as imagens desta página de maneira que os alunos compreendam de forma eficaz que poucas pessoas têm muito dinheiro, e muitas têm pouco dinheiro.
Mais de 2 a 3 salários mínimos
4%
• Oriente
Mais de 3 a 5 salários mínimos
6% 9%
Keithy Mostachi
Brasil: concentração de renda – 2015
Mais de 1 a 2 salários mínimos
Mais de 5 a 10 salários mínimos
29%
Mais de 10 a 20 salários mínimos Mais de 20 salários mínimos Sem rendimento*
*Sem rendimento inclui as pessoas que recebem somente benefícios.
24% 25%
Observando o gráfico, verificamos que 25% dos brasileiros, o que corresponde a aproximadamente 51 milhões de pessoas, vivem com apenas um salário mínimo.
aos alunos uma atividade sobre o poder de compra que se tem com um salário mínimo. Verifique previamente o valor do salário mínimo estipulado pelo governo federal, assim como o valor da cesta básica. Apresente os valores e oriente os alunos a calcular quantas cestas básicas podem ser compradas com essa remuneração. salário mínimo nacional, acesse o site a seguir.
Os baixos rendimentos dos trabalhadores brasileiros são um retrato da concentração de renda no país. Veja a distribuição mais detalhada dos ganhos dos brasileiros por faixas salariais, apresentada no gráfico sobre a concentração de renda no Brasil.
Até um salário mínimo
• Proponha
• Para saber o valor do
Fonte: AGÊNCIA IBGE Notícias. PNAD Contínua: 10% da população concentravam quase metade da massa de rendimentos do país em 2017. 11 abr. 2018. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge. gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/20843-pnad-continua-10-dapopulacao-concentravam-quase-%7C>. Acesso em: 31 ago. 2018.
2% 1%
Orientações gerais
Salário mínimo: corresponde ao valor mínimo de salário pago a um trabalhador e depende de sua categoria de trabalho e região em que vive.
os alunos a interpretar o gráfico de acordo com os conhecimentos já adquiridos ao longo do capítulo.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1860#resultado>. Acesso em: 31 ago. 2018.
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• Peça
aos alunos que observem as imagens e os dados apresentados sobre carências das pessoas em situação de pobreza e identificarem algumas consequências na qualidade de vida das famílias que vivem em situação precárias.
• Complemente
a conversa com os seguintes apontamentos:
> A falta de saneamento
básico obriga as pessoas a depositarem seus dejetos nos córregos próximo de suas moradias, que resulta em um esgoto a céu aberto. Tal situação gera doenças para as famílias, colocando as crianças em alta situação de risco, além do péssimo odor, que proporciona uma má qualidade de vida.
1. Tendo como referência o salário mínimo vigente em janeiro de 2018, de R$ 954,00, as pessoas que vivem com até dois salários mínimos têm renda mensal de R$ 1 908,00, e as pessoas que vivem com até 20 salários mínimos têm renda mensal de R$ 19 080,00, o que revela uma grande desigualdade de renda.
O padrão de desenvolvimento econômico, que historicamente se processa em nosso país, criou condições para que uma pequena parcela de privilegiados (em boa parte grandes empresários e políticos) acumule a maior parte da renda, enquanto uma multidão de trabalhadores sobrevive com salários baixos. Com rendimentos tão discrepantes, a riqueza e a pobreza convivem em nosso país. Desse modo, a má distribuição da renda está refletida em vários aspectos da nossa sociedade, ocasionando os problemas da desigualdade social. Enquanto uma pequena parcela da população tem acesso a educação e assistência médica de melhor qualidade, a moradias de alto padrão e a carros e bens de luxo, muitos brasileiros vivem em condições precárias e de pobreza, enfrentando dificuldades para sustentar as despesas mínimas que garantam qualidade de vida digna, como os gastos com moradia, saúde, alimentação, vestuário e educação. Veja as informações abaixo.
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
Orientações gerais
14
milhões
15%
das moradias no país não têm abastecimento de água tratada.
34%
das moradias não contam com rede de esgoto.
Falta de saneamento básico em bairro da cidade de São Paulo (SP), 2018.
> Construções de madeiDiversidade nas características das moradias na mesma paisagem, em Salvador (BA), 2016, revela a diferença nas condições socioeconômicas da população.
1. Compare a proporção de pessoas que vivem com até 2 salários mínimos e a de pessoas que recebem até 20 salários mínimos. Verifique o valor atual do salário mínimo, faça as contas da renda mensal dessas pessoas e compare-as. 2. Faça cálculos para encontrar a renda aproximada de outros grupos de pessoas apresentados no gráfico da concentração de renda no Brasil. Resposta pessoal. Verifique se o cálculo e as comparações entre os grupos elaborados pelos alunos estão coerentes com a atividade proposta.
Sérgio Pedreira/Pulsar Imagens
ra em áreas de risco são também um grande perigo, pois corre-se o risco de desmoronamento das construções e estas estão sujeitas a goteiras e enchentes (lembrando que quando as águas dos córregos estão contaminadas, a situação é ainda mais grave).
de brasileiros vivem em condições de pobreza. Muitos deles não têm dinheiro para comprar os alimentos básicos.
> A ausência de serviços
públicos muitas vezes incide no fato de não haver recolhimento de lixo, tornando essas áreas locais de acúmulo de animais transmissores de doenças. > Os espaços nesses am-
bientes são muito reduzidos, e em um ambiente podem dormir muitas pessoas, o que também diminui a higiene do local e a qualidade de vida.
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• De acordo com as respostas das atividades propostas g20_ftd_lt_7vsg_c3_p112a119.indd 114
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nesta página, abra uma roda de conversa permitindo aos alunos que apresentem os resultados obtidos. Estimule-os a desenvolver uma visão crítica sobre a desigualdade social e a apresentar soluções que eles julguem possíveis e necessárias.
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Capítulo 3
Os contrastes regionais A riqueza no Brasil é desigualmente distribuída entre as regiões do país e se concentra no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nessas regiões, os valores médios de rendimentos domiciliares per capita são superiores aos verificados nas regiões Norte e Nordeste. Além disso, os municípios do Norte e do Nordeste também são, em média, os menos desenvolvidos do país. De acordo com dados de 2010, por exemplo, dos dez municípios que apresentavam melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), nove eram das regiões Sul e Sudeste, enquanto os dez municípios com valores mais baixos de IDHM estavam localizados nas regiões Norte e Nordeste.
Orientações gerais
• Faça a leitura do texto e acompanhe os alunos na interpretação do gráfico.
• Explique todas as in-
formações presentes no gráfico e como elas devem ser lidas e comparadas. Por um lado, os dados estão divididos em rendimento médio entre homens e mulheres, mas também estão segmentados os dados do espaço urbano e do espaço rural.
Observe, nos gráficos abaixo, de que forma esses contrastes se traduzem no rendimento domiciliar per capita e no rendimento médio mensal per capita em diferentes estados brasileiros. IDHM: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, elaborado pela combinação de vários indicadores (renda per capita, expectativa de vida e taxas de alfabetização) que demostram o nível de desenvolvimento, ou seja, o panorama econômico acompanhado da qualidade de vida da população; o IDH também mede o desenvolvimento de um país e de um estado.
• Peça a eles que respon-
Regiões: rendimento médio mensal* – 2013 Keithy Mostachi
dam às questões observando os dados de cada uma das regiões e comparando-as. Peça a eles que identifiquem também os maiores e menores valores, reconhecendo os extremos apresentados pelo gráfico.
Rendimento médio (em reais) 2 500
2 000
1 500
1 000
500
0
Norte
Nordeste
Sudeste
Espaço urbano *Rendimento médio mensal das pessoas de 15 anos ou mais de idade.
Homem Mulher
Sul
Espaço rural
Centro-Oeste Regiões
Homem Mulher
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 123.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
a ) Observe o gráfico e compare o rendimento dos habitantes entre as regiões brasileiras. b ) Compare também a diferença dos rendimentos entre o espaço urbano e o espaço rural, assim como entre homens e mulheres em cada um desses espaços.
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Respostas
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a ) Verifique com os alunos que os rendimentos nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste são maiores do que os das regiões Norte e Nordeste.
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b) Verifique com os alunos que os rendimentos no espaço urbano são maiores do que os do espaço rural, e que os rendimentos dos homens são maiores do que os das mulheres.
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Orientações gerais
• Esta
seção permite tratar os temas contemporâneos Diversidade cultural e Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena.
Explorando o tema
No período da escravidão, muitos africanos fugiam dos maus-tratos nas fazendas e se abrigavam em comunidades chamadas quilombos. Atualmente, os descendentes desses africanos são brasileiros livres e, por viverem em comunidades semelhantes aos antigos quilombos, são chamados de quilombolas.
• Incentive
nos alunos atitudes de respeito e valorização da cultura afrodescendente, como danças, cultos religiosos, hábitos alimentares, literatura, entre outros.
Os quilombolas preservam grande parte das tradições culturais de seus antepassados, como religião, culinária e também atividades econômicas. A Fundação Cultural Palmares é responsável por reconhecer as comunidades quilombolas em nosso país. Atualmente essa fundação já certificou cerca de 3 000 comunidades distribuídas pelo território brasileiro.
• Para aprofundar seus
> SOUZA, Marina de Mello.
África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006.
As comunidades quilombolas constituem uma enorme fonte de riqueza cultural afro-brasileira. Ministério Público Federal
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
conhecimentos sobre o tema, sugerimos a leitura do livro a seguir, que retrata a história das sociedades africanas, antes e depois da escravidão, e sua contribuição para a formação da sociedade e da cultura brasileira.
Quilombolas
No site da turminha do Ministério Público Federal é possível encontrar mais informações sobre a cultura dos quilombolas. Acesse o site pelo link: <http://livro.pro/bh2dwj>. Acesso em: 27 ago. 2018.
Menina de comunidade quilombola em Araruama (RJ), 2015.
Material digital
•A
sequência didática 4, disponível no material digital, propõe um trabalho com o tema desta página e permite reforçar a habilidade EF07GE03.
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Capítulo 3
Comunidades quilombolas no Brasil O mapa a seguir apresenta a distribuição das comunidades quilombolas pelos estados brasileiros, em 2018. Brasil: comunidades quilombolas (2018) 50° O
RR
AP
40
Equador
0°
8 CE
MA
PA
50
708
255
PI
PB
87
AC
PE AL SE
TO RO
45
8
73
55 Quantidade de
47
L
0
310 km
MG
312
MS
22
ES
42
SP
S
55 PR
RJ
38
• Auxilie
os alunos na análise do mapa apresentado nesta página, pois permite que os alunos conheçam a distribuição espacial das comunidades quilombolas. Para complementar o conhecimento dos alunos sobre os elementos culturais dessas comunidades e fortalecer a habilidade EF07GE03, sugerimos o acesso ao site do Quilombo Kalunga, maior comunidade quilombola remanescente no Brasil.
> Quilombo Kalunga.
Disponível em: <http:// livro.pro/f7peui>. Acesso em 28 set. 2018.
Fonte: Fundação Cultural Palmares. Disponível em: <http://www.palmares.gov. br/?page_id=37551>. Acesso em: 27 ago. 2018.
GO
N
26 39 156 68
36
DF
comunidades quilombolas no estado O
BA
748
MT
RN
Rubens Chaves/ Pulsar Imagens
Paula Radi
AM
Orientações gerais
37
SC
13 RS
127
• Sugerimos
o acesso ao site da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que apresenta o Programa Brasil Quilombola, com informações acerca das políticas de Estado para a questão quilombola. Há sugestão de vídeos e textos para ampliar o conhecimento sobre o tema, além de outros documentos importantes.
> Comunidades quilom-
bolas. Ministério dos Direitos Humanos. Disponível em: <http://livro. pro/gax65n>. Acesso em: 26 set. 2018.
Na fotografia, comunidade quilombola Muquém, União dos Palmares (AL), 2015.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
a ) Em sua opinião, qual é a importância de se manter as comunidades quilombolas? b) De que modo devemos valorizar a cultura desses povos? c ) No estado onde você mora há comunidades quilombolas? Se sim, quantas? Você conhece alguma delas? Conte aos colegas.
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Respostas
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a ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comentem a importância de se manter a cultura africana, que é tão rica na história do povo brasileiro, e consequentemente a valorização e o respeito por esses povos e suas comunidades.
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b) Com a reflexão e atitudes de respeito, dando a devida importância aos povos quilombolas e seus antepassados que contribuíram em diversos aspectos da história do nosso país, o que resultou em uma rica herança cultural.
c ) Resposta pessoal. Auxilie os alunos na identificação de comunidades quilombolas no estado onde vivem. Se considerar pertinente, apresente informações e fotografias sobre alguma dessas comunidades.
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Atividades
Orientações gerais
• Se
julgar pertinente, oriente os alunos a formar duplas ou trios para responder às questões.
• Solicite a eles que res-
pondam acessando os conhecimentos que adquiriram e conversando entre eles para que façam as atividades, fomentando, assim, o trabalho em equipe e a cooperação.
• Aproveite
este momento para verificar possíveis dúvidas e fortalecer algum conteúdo que os alunos ainda não tenham se apropriado.
5. A má Exercícios de compreensão distribuição da renda está 1. De acordo com o que você estudou, escreva em seu caderno alguns dos princirefletida em vários aspectos pais motivos que levam muitos brasileiros a migrarem para outro país. da nossa A dificuldade para ingressar no mercado de trabalho e também os baixos salários pagos aos trabalhadores. sociedade, ocasionando os 2. Realize uma pesquisa em jornais, revistas e na internet sobre notícias atuais de problemas da brasileiros que vivem em outros países. Traga as notícias para a sala e comente desigualdade social. Enquanto com seus colegas o que mais chamou sua atenção. uma parcela de Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta. privilegiados 3. De acordo com o mapa apresentado na página 107, responda às questões a seguir. tem acesso à educação, à a ) Quais são os cinco países que mais recebem imigrantes brasileiros? assistência Estados Unidos, Paraguai, Japão, Reino Unido e Portugal. médica de b ) Quais são os cinco maiores grupos de estrangeiros que vivem no Brasil? melhor qualidade, a Portugueses, japoneses, italianos, paraguaios e argentinos. moradias, 4. Em seu caderno, diferencie PEA de PNEA. carros e outros bens de luxo, muitos 5. Escreva no caderno qual é a relação entre a distribuição de renda e a desigualbrasileiros PEA é formada por pessoas com idade entre 14 e 65 anos que dade social em nosso país. 4. vivem em trabalham ou estão temporariamente desempregadas. O PNEA condições corresponde ao grupo de pessoas que não se enquadram no PEA e é precárias de formado por aposentados, estudantes e donas de casa. pobreza, Geografia no contexto enfrentando dificuldades para sustentar 6. Leia o depoimento do Sr. José Ribamar Dantas. Em seguida, responda às quesa) A migração interna, que aconteceu entre as décadas de 1950 e 1960, as despesas tões no caderno. 6. quando milhares de nordestinos migraram para a região Sudeste. mínimas que garantam qualidade de [...] na verdade eu sou um migrante e sou uma das vítivida digna, mas da grande seca que ocorreu no período de 1954 a como os gastos com moradia, 1955. Nessa época o meu pai era um pequeno comersaúde, alimentação, ciante e por força da necessidade econômica foi obrigado vestuário e a fugir, literalmente, do Nordeste e procurar novos rueducação.
6. b) Repulsão: a grande seca ocorrida no período de 1954 a 1955 no Nordeste e a falta de oferta de empregos, que ocasionaram problemas socioeconômicos na região. Atração: oferta de trabalho, promovida pela Companhia Nacional de Álcalis, em Arraial do Cabo, Rio de Janeiro.
mos. Então eu vim para o Sudeste com 2 anos de idade. Eu vim em 1956 e meu pai veio trabalhar nessa companhia que acabei de lhe citar, na Companhia Nacional de Álcalis lá em Arraial do Cabo [Rio de Janeiro]. E passei a primeira fase da minha vida justamente ali naquele local, que inicialmente era uma vila de pescadores e depois cresceu um pouco com o desenvolvimento [...] DANTAS, José Ribamar. Novos mundos. Museu da Pessoa, São Paulo, 13 abr. 2005. Disponível em: <www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/historia-devida-44985>. Acesso em: 12 set. 2018.
a ) O depoimento acima faz referência a um movimento migratório realizado por milhares de nordestinos. Descreva qual movimento migratório foi esse. b ) Quais foram os fatores de repulsão no Nordeste que impulsionaram o fluxo de migração referido no texto acima? E quais foram os fatores de atração que estimularam a vinda dessas pessoas para o Sudeste?
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• No material digital, está disponível a sequência didá-
tica 5, que abrange temas referentes à população brasileira e suas características. Esse recurso é importante como forma de avaliar a aprendizagem dos alunos sobre o que eles estão estudando no capítulo.
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Ronaldo Almeida/Tyba
Capítulo 3
7. Analise atentamente a imagem a seguir.
Paisagem da cidade de Juiz de Fora (MG), 2017, com vista para edifícios de alto padrão e, ao fundo, moradias precárias.
Orientações gerais
• Estimule
os alunos a compartilhar com o grupo possíveis respostas para a atividade 7. Verifique se a maioria dos alunos colabora trazendo alguma reflexão e se eles conseguem identificar as causas e consequências da desigualdade social para a sociedade.
• Para
a atividade 8, sugira que conversem a respeito das ações praticadas por eles. Estimule a participação de todos.
a ) O que mais se destaca na paisagem mostrada na fotografia?
Resposta esperada: a desigualdade social expressa na diferente qualidade das moradias.
b ) Como essa paisagem expressa a desigualdade social existente em nosso país? Resposta esperada: nas moradias observadas; enquanto pessoas vivem em áreas residenciais privilegiadas, outras vivem em moradias e bairros precários.
Pesquisando
8. Em nossa sociedade, várias ações têm sido realizadas com o intuito de combater o trabalho infantil. Realize uma pesquisa na internet sobre alguma ONG que vem desenvolvendo ações desse tipo. Investigue como tem sido a atuação dela contra o trabalho infantil e os resultados por ela já obtidos. Em sala de aula, exponha o resultado de sua pesquisa para os colegas e escute o que eles têm a dizer sobre a deles. Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta.
Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das afirmações a seguir.
• O povo brasileiro foi formado pela miscigenação, a princípio, entre os povos indígenas, portugueses colonizadores e africanos. Depois foram incorporados, nessa mistura, outros povos imigrantes, em grupos maiores de italianos, espanhóis, japoneses e alemães, e grupos menores como sírios e libaneses.
• A população brasileira continua crescendo, mas o crescimento natural vem diminuindo em razão, sobretudo, das mudanças na estrutura familiar.
• O nosso país é considerado populoso por ter grande número de habitantes, porém, povoado de maneira desigual.
• As migrações internas no Brasil promoveram o povoamento de áreas interioranas e favoreceram a formação de metrópoles e o desenvolvimento socioeconômico das regiões brasileiras.
• A distribuição de renda no Brasil não é feita de forma igualitária, gerando desigualdades sociais entre as regiões do país.
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Refletindo sobre o capítulo
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• Avalie se os alunos desenvolveram as habilidades in-
dicadas no decorrer deste capítulo. Se necessário, verifique a necessidade de utilizar outras estratégias de aprendizagem para que as habilidades e os objetivos sejam alcançados.
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• Para finalizar o conteúdo do capítulo e avaliar a apren-
dizagem dos alunos, sugira que procurem imagens em jornais, revistas e na internet sobre os temas estudados ao longo do capítulo e montem um cartaz organizando estas imagens com legendas. Promova uma exposição dos trabalhos em sala de aula.
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Objetivos do capítulo
• Identificar os estados
ít u l o Cap
Região Sudeste
que compõem a região Sudeste.
• Reconhecer os principais aspectos naturais da região Sudeste.
• Compreender como se
produz um perfil do relevo.
• Compreender os fato-
res que contribuíram para o crescimento populacional da região Sudeste.
• Reconhecer o Sudeste como a região mais populosa e urbanizada do Brasil.
• Identificar as principais
características socioeconômicas da região Sudeste do país.
• Relacionar a importân-
cia econômica da região Sudeste para a geração de riquezas no país.
• Verificar que a região
Sudeste concentra grande parte dos estabelecimentos industriais instalados nessa região.
• Identificar a megalópole brasileira em formação.
• Identificar os principais recursos minerais explorados na região Sudeste.
• Compreender
como está organizado o espaço agrário do Sudeste e quais são as principais atividades desenvolvidas.
• Identificar
os principais problemas ambientais presentes na região Sudeste, inclusive a inversão térmica.
• Perceber a importância
de se economizar água e seus impactos financeiros e ambientais.
Paisagem da área urbana do município de São Paulo (SP), 2018.
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g20_ftd_lt_7vsg_c4_p120a131.indd Orientações gerais
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• Ao iniciar o estudo sobre a região Sudeste, aponte para
os alunos os estados que compõem a região, comentando sobre características de área e população.
• Compare os dados das populações dos estados da região Sudeste e explique aos alunos que a maior concentração de pessoas está no estado de São Paulo.
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• Oriente-os a analisar a fotografia da paisagem do mu-
nicípio de São Paulo, apontando para a grande quantidade de prédios e, consequentemente, de pessoas que podem viver neles. Comente com os alunos que grande parte da população da região Sudeste vive nas cidades.
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BNCC
• A competência espe-
Maryane Vioto Silva
Região Sudeste
cífica de Geografia 4 é atendida na leitura e interpretação dos mapas e das iconografias presentes por meio do desenvolvimento da linguagem cartográfica.
• Compreender o processo de ocupação humana na região Sudeste e da produção do espaço envolvendo questões socioambientais contempla a competência específica de Geografia 3. MG ES
SP
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94.
• Utilize a manchete e as indicações que seguem e questione os alunos sobre outros aspectos que conhecem a respeito dessa região.
RJ
N L
O
0
S
530 km
Minas Gerais
São Paulo
Área: 586 521 mil km2
Área: 248 220 mil km2
Rio de Janeiro
Espírito Santo
Área: 43 782 mil km2
Área: 46 087 mil km2
População: 21 040 662 de hab.
População: 17 159 960 de hab.
Orientações gerais
População: 45 538 936 milhões de hab.
População: 3 972 388 milhões de hab.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.com.br>. Acesso em: 10 set. 2018.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
A Quais são os estados que compõem a região Sudeste do Brasil? B A fotografia retrata uma característica muito importante da região Sudeste. Qual é esta característica?
Cinco das 26 grandes concentrações urbanas do país ficam em São Paulo UOL Notícias, 25 mar. 2015. Disponível em: <https://noticias. uol.com.br/ultimas-noticias/ agencia-estado/2015/03/25/ cinco-das-26-grandesconcentracoes-urbanas-dopais-ficam-em-sao-paulo.htm>. Acesso em: 29 set. 2018.
> Quais fatores contri-
buem para a concentração da população urbana no estado de São Paulo?
C De acordo com o mapa, o estado mais populoso da região Sudeste também é o mais extenso? Justifique sua resposta.
> Qual a relação entre a
concentração da população e a geração de riquezas dessa região?
Rubens Chaves/ Pulsar Imagens
> Quais as consequências
ambientais dessa grande concentração de pessoas?
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Respostas
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A Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. B Resposta pessoal. Verifique se os alunos identificam que a intensa urbanização é uma característica importante da região Sudeste. C Não. O estado mais populoso é São Paulo e o mais extenso é Minas Gerais.
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Entendendo os aspectos naturais da região Sudeste
Orientações gerais
• A análise e a interpre-
tação do mapa temático apresentado nesta página e os demais deste capítulo permitem um trabalho com a habilidade EF07GE09.
Há vários aspectos importantes que nos auxiliam a compreender a formação e a transformação das paisagens do Sudeste. O clima, a vegetação e a hidrografia dessa região formam um conjunto contrastante e rico. A região Sudeste é formada por quatro estados que, juntos, ocupam uma área de aproximadamente 925 mil km2, correspondendo a cerca de 11% do território brasileiro.
• Solicite aos alunos que
apontem todas as informações presentes no mapa, ampliando o raciocínio cartográfico. Solicite a eles que identifiquem quais são os estados que compõem a região e quais localizam-se nas suas fronteiras.
Clima e vegetação do Sudeste Conforme podemos observar no mapa A, o clima predominante na região Sudeste é o tropical, caracterizado por verões quentes e chuvosos, e invernos secos com temperaturas mais amenas. A Em razão do relevo acidentado, os Região Sudeste: clima morros e as serras próximos do litoral bloqueiam a umidade trazida pelos BA ventos oceânicos, provocando chuvas Clima tropical típico constantes nas áreas costeiras e na Clima tropical úmido DF Clima semiárido porção leste da região. A umidade caGO Clima subtropical racterística dessas áreas permite o desenvolvimento de floresta tropical 18° S densa e diversificada, denominada MG Mata Atlântica.
vem que as cores representadas no mapa estão espacializadas de forma descontinua e não coincidem com as fronteiras entre estados.
• Relembre com os alu-
ES
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 60.
MS SP
RJ OCEANO ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
PR N
E. Cavalcante
nos os fatores que geram diferentes climas na região: o relevo, a altitude, a maritimidade, a latitude etc., explicando algumas características e as diferenças entre os climas tropical típico, tropical úmido, semiárido e subtropical, relacionando os diferentes climas e os tipos de vegetação presentes. Aproveite e estabeleça a inter-relação deste mapa e do de vegetação da página seguinte, para que os alunos caracterizem os componentes físico-naturais da região Sudeste e exercitem a habilidade EF07GE11.
L
O
45° O
0
150 km
S
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• Peça-lhes que obser-
Vista de parte da Serra do Mar coberta pela Mata Atlântica no Parque Estadual da Serra da Bocaina (SP), 2017.
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• O clima tropical típico também é conhecido como continental ou semiúmido. Distante do mar e com formação do relevo elevada na região continental, com pequenas quantidades de chuva, é considerada semiúmida. Nessa região originalmente existia a formação de Floresta Tropical, as
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vegetações de Cerrado (nas regiões de menores altitudes e menos chuvas), de Campos (na região de maiores altitudes, na Serra da Mantiqueira) e um pequeno trecho de Caatinga nas regiões mais próximo à região Nordeste.
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Capítulo 4
No interior da região Sudeste, há o predomínio de um clima com baixa umidade em alguns meses do ano. Isso dificulta o desenvolvimento de uma vegetação mais densa, exceto próximo às margens dos rios. Essas áreas, geralmente, mostram-se cobertas por vegetação mais esparsa, como o Cerrado e até mesmo a Caatinga (no norte de Minas Gerais), e apresentam amplos campos de vegetação rasteira com plantas adaptadas ao calor e aos períodos de pouca chuva, conforme o mapa B. No sul do estado de São Paulo, em razão da presença do clima subtropical, e na região da Serra da Mantiqueira, entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em razão da altitude do relevo, há áreas onde se desenvolve a mata de Araucárias. B
Região Sudeste: vegetação original N
BA
L
O S
DF GO
rana
íba MG
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ES
Pa
SP
MS
E. Cavalcante
20° S
RJ
OCEANO ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
PR
0
Floresta Tropical Mata das Araucárias Cerrado Caatinga Vegetação litorânea Campos
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 67.
45° O
150 km
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Pa
Orientações gerais
• O clima tropical úmido, como o próprio nome diz, caracteriza-se pela grande concentração de umidade na região litorânea, onde as chuvas são concentradas, principalmente nas regiões que limitam com a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, onde ocorrem os maiores níveis pluviométricos da região. A vegetação litorânea que ocupa essa região também é conhecida como Mata Atlântica. • O clima semiárido tem como principal fator a pequena latitude, ou seja, sua proximidade com o Equador. Indique no mapa para os alunos que essa região de Minas Gerais é fronteira com a Bahia e que é uma extensão do clima característico da região Nordeste. A vegetação da Caatinga caracteriza-se por ser adaptada a longos períodos de seca e escassa quantidade de chuva ao longo do ano.
• O clima subtropical localiza-se ao sul do Trópico de Capricórnio. A Mata das Araucárias é característica das regiões de maiores altitudes, estendendo-se pelo estado do Paraná e parte da região Sul.
Vegetação de cerrado em São Roque de Minas (MG), 2017.
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Orientações gerais
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• Comente com os alunos que o mapa desta página representa a vegetação nativa da região Sudeste, ou seja, a vegetação original dessa região. Comente também, que a vegetação atual do Sudeste apresenta significativas alterações, que resultaram na diminuição das áreas de vegetação nativa. Retome com os alunos o tema trabalhado nas páginas 34 e 35 sobre O desmatamento das formações vegetais do Brasil.
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• Para complementar o estudo deste capítulo, sugerimos
a leitura do livro a seguir, que apresenta uma reflexão sobre os aspectos naturais, econômicos e populacionais da região Sudeste. > ARBEX JÚNIOR, José; OLIC, Nelson Bacic. Brasil em regiões: Sudeste. São Paulo: Moderna, 1999.
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Orientações gerais
Relevo e hidrografia do Sudeste
• Comente com os alunos
Em áreas de planalto, por causa dos desníveis dos terrenos e, consequentemente, da maior vazão de água, vários rios do Sudeste apresentam forte potencial hidrelétrico e são utilizados para a produção de energia.
que o rio São Francisco liga as regiões Sudeste e Nordeste e trata-se de um dos rios mais importantes do país. Suas águas são utilizadas para navegação, geração de energia elétrica e irrigação de plantações, além de constituir o principal caminho por onde a pecuária ocupou o interior do Brasil. Por esses motivos, é conhecido como o “rio da integração nacional”.
A construção de usinas, em alguns pontos, transformou o curso de alguns rios em represas artificiais, submergindo até mesmo algumas quedas-d’água. A construção de eclusas, viabilizando a conexão entre trechos em desnível, possibilitou a formação de grandes percursos navegáveis, utilizados como hidrovias. Entre elas, destaca-se a Tietê-Paraná, com aproximadamente 1,7 mil quilômetros de extensão, chegando até a Argentina e o Paraguai. Veja no mapa abaixo importantes rios da região Sudeste. O Rio São Francisco tem suas nascentes situadas nas áreas chuvosas das serras ao sul de Minas Gerais, e corre rumo ao Nordeste, atravessando todo o Sertão semiárido antes de desaguar no oceano Atlântico. Esse longo trecho, em que atravessa áreas secas sem desaparecer, só é possível graças às abundantes chuvas que irrigam constantemente suas nascentes, dando-lhe força para a travessia.
• Comente com os alu-
Região Sudeste: relevo e hidrografia
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nos que o vale do rio Paraíba do Sul constitui uma das áreas mais urbanizadas do Brasil.
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45° O
Vários rios do Sudeste compõem a bacia hidrográfica do Rio Paraná, entre eles estão os rios Paraná, Tietê e Iguaçu. Alguns são marcos naturais de fronteiras estaduais ou municipais, como o Rio Grande, entre Minas Gerais e São Paulo, e o Paranapanema, que faz a divisa entre o estado de São Paulo e o Paraná. Mas é a geração de energia elétrica e o transporte que conferem a essa bacia uma significativa importância econômica e estratégica.
Altitudes em metros Acima de 1 200 De 800 a 1 200 De 500 a 800 De 200 a 500 De 0 a 200
OCEANO ATLÂNTICO
N
OCEANO ATLÂNTICO
Bandeira (2 890 m)
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 88-94.
Rios permanentes
Pico
L
O S
0
130 km
O Rio Paraíba do Sul é muito conhecido por sua importância histórica e econômica. Entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, esse Rio cavou um vale, ao longo do tempo, que corre sobre uma depressão situada entre duas serras: a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira. Essa região ficou conhecida como Vale do Paraíba. O Rio Paraíba do Sul, atualmente, é intensamente utilizado para o abastecimento de água das indústrias locais, que, por sua vez, despejam nele os resíduos que produzem em seu processo industrial.
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em foco
Capítulo 4
Geografia
Hidrovia Tietê-Paraná
De grande importância ao transporte hidroviário brasileiro, a Hidrovia Tietê-Paraná consiste em um sistema de aproximadamente 2,4 mil quilômetros de vias navegáveis, interligadas ao longo dos rios Tietê, Paraná, Piracicaba, Paranaíba, Paranapanema e Grande. Para que diferentes rios sejam interligados em um único sistema hidroviário, a Tietê-Paraná conta com uma complexa infraestrutura de canais, represas, eclusas e terminais portuários intermodais. Estes últimos, por sua vez, proporcionam conexão com rodovias e ferrovias regionais e federais com acesso aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), que estão entre os mais importantes do país.
• Esse tema contempla o trabalho com a habilidade EF07GE07, ao analisar a influência e o papel da hidrovia Tietê-Paraná na configuração territorial da região Sudeste e na interligação com outras regiões.
• Explique aos alunos que eclusa é um sistema que funciona como “elevadores de barcos”, pois elevam ou abaixam o nível das águas dos rios, possibilitando às embarcações que passem pelo trecho com desnível. Caso considere pertinente, apresente aos alunos a animação do site a seguir. Embora apresente textos em inglês, este site pode auxiliar os alunos no entendimento do funcionamento de uma eclusa.
O sistema hidroviário Tietê-Paraná conecta cinco estados brasileiros, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, servindo à navegação fluvial de longa distância e ao transporte de cargas e de passageiros no país. Tal sistema navegável desempenha papel fundamental ao escoamento da produção agrícola e, ao longo deste, são transportados anualmente cerca de 6,5 milhões de toneladas de cargas, principalmente de soja, milho e cana-de-açúcar. Intermodal: caracterizado pela intermodalidade, isto é, sistema no qual se verifica dois ou mais modos de transporte conectados, de modo a proporcionar o escoamento de mercadorias de forma integrada.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
BNCC
> How it works –
Eclusa em usina do município de Barra Bonita (SP), ao longo do sistema hidroviário Tietê-Paraná, 2017. Contando com compartimentos que podem encher e esvaziar aos poucos, as eclusas funcionam como “elevadores”para as embarcações.
operation. Canal de Panamá. Disponível em: <http://livro.pro/9v7ajr>. Acesso em: 29 set. 2018.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Além das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, a Tietê-Paraná beneficia estados de outras regiões, como Rondônia e Tocantins, e possibilita acesso ao Paraguai, país vizinho e que, assim como o Brasil, integra o Mercosul.
Chata fluvial também conhecida como barcaça, durante transporte de grãos em rio do município de Pederneiras (SP), ao longo da Hidrovia Tietê-Paraná, 2017. Esse sistema hidroviário serve ao transporte de mercadorias entre regiões produtoras e portuárias, o que o faz ter elevada importância econômica para o país.
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A região Sudeste e sua população
BNCC
• Oriente os alunos a ler
O Sudeste é a região mais populosa do Brasil. O gráfico abaixo mostra a evolução do crescimento dessa população desde o final do século XIX até o ano de 2013. Observe.
e interpretar o gráfico de barras, reforçando a habilidade EF07GE10. horizontal estão registrados os anos, desde 1872 até 2018, com intervalos de aproximadamente 10 anos. No eixo vertical, os números representam a quantidade de habitantes em milhões, por exemplo, em 1872 havia 4 milhões de habitantes no Brasil, já em 2010, 80 milhões.
População (em milhões) 90
88
Leonardo Mari
Região Sudeste: evolução do crescimento populacional – 1872-2018
• Explique que no eixo
80
80 72
70
63
60 52
50 40
40 30
30
• Comente com eles que existe um crescimento constante da população e peça que calculem a diferença entre cada barra para saber quanto a população cresceu e quantos anos se passaram em cada intervalo do gráfico. Peça-lhes que observem que a partir de 1950 esse valor duplica e, por isso, desde desse período, o crescimento é classificado como “acelerado” ou “elevado”.
20 10 0
14 4
6
8
1872
1890
1900
1920
18
1940
22
1950
1960
1970
1980
1991
2000
2010
2018 Anos
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 4 set. 2018.
Conforme podemos observar, houve um crescimento acelerado da população a partir da década de 1950. Esse aumento populacional pode ser explicado por alguns aspectos demográficos. Veja quais são eles: • o ritmo elevado do crescimento natural da população; • a vinda de imigrantes estrangeiros para o Sudeste; • a migração interna, ou seja, a vinda de migrantes de outras partes do país para essa região. O crescimento natural da população do Sudeste, sobretudo em meados do século XX, foi proporcionado pelas melhorias nas condições médico-sanitárias. A ampliação de campanhas de vacinação, o acesso a medicamentos mais eficazes, a expansão de serviços médico-hospitalares, além da melhoria nos serviços de saneamento básico, contribuíram para a melhor qualidade de vida das pessoas.
Orientações gerais
• Comente com os alunos
sobre a importância das migrações na formação da população brasileira e o respeito à diversidade.
Os bairros e os imigrantes Com a vinda dos imigrantes para o Sudeste no século passado, surgiram muitos bairros com características estrangeiras, principalmente na cidade de São Paulo. Até hoje, muitos deles preservam um pouco da cultura, como hábitos tradicionais e religião de importantes povos que marcaram a história de nosso país.
• Comente com os alu-
nos que também existem cidades inteiras com características estrangeiras, como Holambra no estado de São Paulo, que preserva a cultura de imigrantes holandeses.
• Comente com os alunos
que a riqueza cultural proporcionada pela vinda de imigrantes pode ser vista, por exemplo, na culinária. Mencione os pratos italianos (massas), japoneses (sushi e sashimi), portugueses (bolinho de bacalhau e fios de ovos), entre outros.
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• Para mais informações sobre as migrações internas no
Brasil do século XXI, a formação do território brasileiro de acordo com o conceito de divisão regional do trabalho, que fundamenta a teoria da centralização e do crescimento industrial e populacional concentrado na região sudeste, sugerimos a leitura do livro a seguir.
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> SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil:
território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.
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Capítulo 4
As imigrações As imigrações tiveram grande peso no aumento da população entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Nesse período, o Brasil recebeu um grande número de imigrantes vindos, principalmente, da Europa. Incentivados pelo governo brasileiro, muitos desses imigrantes, também chamados colonos, deixaram seu país de origem para trabalhar nas fazendas de café do Sudeste do Brasil. Nessa época, a cafeicultura estava se expandindo em direção ao oeste paulista. A maior parte dos imigrantes que chegaram no Brasil nesse período destinaram-se para essa porção do território em busca de melhores condições de vida.
Principais grupos de imigrantes no Sudeste Grande parte dos imigrantes europeus, sobretudo italianos, portugueses e espanhóis, veio para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Eles desembarcavam no porto de Santos para, posteriormente, serem transportados até as fazendas do interior.
• O conteúdo desta página favorece o trabalho com o tema contemporâneo Diversidade cultural. Incentive atitudes de respeito às diferentes culturas que formam a população da região Sudeste. Se considerar pertinente, oriente os alunos a buscar informações sobre os povos que migraram para essa região a fim de apresentar aos colegas depois. • Os resultados da pesquisa devem ser apresentados aos colegas em forma de texto ou cartaz. Incentive a participação de todos os alunos.
Mais tarde, muitos japoneses vieram também para essa região do país. O maior número deles chegou por volta dos anos 1925 e 1935, dedicando-se a princípio ao cultivo de café e, depois, ao cultivo de hortaliças, chá e arroz.
Acervo Iconographia/Reminiscências
Orientações gerais
• Comente com os alunos sobre o Museu da Imigração do Estado de São Paulo. O museu funciona no prédio da antiga Hospedaria de Imigrantes, que abrigava diversos povos que chegavam ao Brasil pelo porto de Santos. Sugira aos alunos uma visita ao site do museu, no qual é possível obter algumas informações e visitar exposições virtuais.
Na fotografia, imigrantes italianos trabalhando na colheita de café em Ribeirão Preto (SP), no início do século XX.
> Museu da Imigração do
Estado de São Paulo. Disponível em: <http://livro. pro/dktos4>. Acesso em: 29 set. 2018.
Flaper
O Bixiga, localizado na cidade de São Paulo, é um exemplo de bairro com características peculiares da cultura dos imigrantes provenientes de outro país, no caso, dos italianos. Fundado em 1870, o Bixiga representa para os imigrantes italianos um pedacinho da Itália no Brasil, com suas cantinas, quitandas, pizzarias, sapatarias e lojas de artesanato semelhantes às de seu país de origem.
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Integrando saberes
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• Durante o estudo sobre as migrações na re-
gião Sudeste, faça um trabalho em conjunto com o componente curricular de História para complementar o tema com os alunos. • Explique aos alunos que, com o fim da escravidão, o governo brasileiro passou a incen-
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tivar a vinda de imigrantes europeus para o país, com o objetivo de suprir a ausência de mão de obra que o Brasil apresentava na época. Além disso, os imigrantes foram trazidos pelo incentivo de uma política de branqueamento da população brasileira. Atraídos pela
proposta de que em terras brasileiras desfrutariam de melhores condições de vida, muitos imigrantes, também chamados colonos, deixaram seu país de origem para, inicialmente, trabalhar nas fazendas de café do Sudeste do Brasil.
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Orientações gerais
A migração interna e a população do Sudeste
• Comente com os alu-
• Relembre com os alu-
nos alguns termos demográficos para melhor entendimento do texto e das atividades.
A migração interna também foi importante para o crescimento populacional do Sudeste. Entre as décadas de 1920 e 1970, um grande número de nordestinos, principalmente dos estados do Ceará, de Pernambuco e da Bahia, chegou às grandes cidades do Sudeste, em especial às capitais dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Atraídos, principalmente, pelas oportunidades de emprego oferecidas em fábricas, na construção civil e no comércio, esses nordestinos deixaram suas cidades de origem para buscar melhores condições de vida no Sudeste, sobretudo em São Paulo, capital do estado.
Arquivo/Estadão Conteúdo
nos que estudos do IBGE indicam que durante a década de 1970 residiam no estado de São Paulo cerca de 990 mil migrantes nordestinos.
Esses migrantes, além de trazerem sua força de trabalho, contribuíram para diversificar a cultura do Sudeste, principalmente com sua culinária e festas típicas.
> Crescimento natural
é a diferença entre nascimentos e mortes, ou seja, para calcular esse valor, subtrai-se a taxa de natalidade da taxa de mortalidade.
Na fotografia, migrantes nordestinos dormindo em redes fixadas no caminhão, utilizado como meio de transporte do Nordeste para o estado de São Paulo, 1959.
> Taxa de natalidade é
medida pela quantidade de pessoas nascidas em média para cada mil habitantes, em um período de um ano.
População atual da região Sudeste No final do século XX e início do século XXI, o crescimento da população da região Sudeste passou a diminuir. Essa diminuição se deve a dois fatores principais:
• a redução do crescimento natural da população da região, acompanhando uma
> Taxa de mortalidade é
medida pela quantidade de pessoas mortas em média para cada mil habitantes, em um período de um ano.
• a diminuição da imigração. Contudo, essa população, assim como ocorre com o restante da população brasileira, continua crescendo, porém em ritmo mais lento, conforme podemos verificar no gráfico abaixo. 1. A partir de qual período inicia a queda nas taxas de crescimento da população da região Sudeste? A partir dos anos 1960/1970.
Região Sudeste: crescimento da população – 1940-2010 Leonardo Mari
• Comente com os alunos que essas taxas são contabilizadas pelo IBGE com base em um levantamento de dados chamado Censo demográfico. Explique que o Censo é um trabalho feito em todo o território brasileiro a cada dez anos. Comente também que o primeiro censo foi realizado em 1940 e que o último foi no ano de 2010.
tendência nacional da queda nas taxas de natalidade;
Crescimento (em %) 3,5
Brasil Sudeste 3
3,0
3
2,7 2,5
2. Qual é a menor taxa de crescimento natural da população registrada na região Sudeste? E no Brasil?
2,9
2,4
2,5
2,6
2,1 2,0
1,9 1,8
1,6 1,6
1,5 1,1
1,0
1
0,5 0
128
1940/50
1950/60
1960/70
1970/80
1980/91
1991/00
2000/10 Anos
Construção civil: atividade de produção de obras em diferentes segmentos, como habitações, edifícios, estradas e portos. Fontes: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <http://biblioteca.ibge. gov.br/visualizacao/livros/liv49230.pdf>. Acesso em: 8 out. 2018. IBGE. Anuário estatístico do Brasil 2008. Rio de Janeiro, 2009. (CD-ROM).
2. Tanto na região Sudeste quanto no Brasil, a menor taxa foi registrada nos anos de 2000/2010, com 1,1% no Brasil e 1% no Sudeste.
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Capítulo 4
A redução das migrações internas para o Sudeste aconteceu em razão de vários fatores, entre eles, a diminuição das ofertas de emprego e o consequente aumento do número de desempregados nas metrópoles dessa região. A atração exercida pelas novas oportunidades de trabalho nas áreas de fronteiras agrícolas nas regiões Norte e Centro-Oeste também contribuiu para a diminuição das migrações para o Sudeste. A população do Sudeste apresenta-se distribuída de forma irregular pelo espaço da região. O mapa mostra a sua distribuição populacional, observe. Note que as áreas mais densamente povoadas estão concentradas em torno das cidades, principalmente dos grandes centros urbanos da região.
N L
O S
DF Habitantes por km2
GO
100 ou mais 25 10 1 Capital estadual
MG
ES
Belo Horizonte
MS
20º S
Vitória
SP
RJ
Trópico de Capricórnio Renan Fonseca
pulacionais na formação da região Sudeste e analisar a formação da sociedade brasileira permitem desenvolver a habilidade EF07GE02.
• O re co n h e c i m e nto da diversidade étnico-cultural e sua distribuição no território brasileiro, especificamente da região Sudeste, de acordo com as condições históricas, sociais e econômicas possibilitam desenvolver o entendimento da construção de uma sociedade plural, contemplando a habilidade EF07GE04.
Região Sudeste: distribuição da população – 2010 BA
BNCC
• Conhecer os fluxos po-
Rio de Janeiro São Paulo
PR 0
45º O
150 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 114.
Atualmente, a região Sudeste é considerada a mais populosa do Brasil, com cerca de 87 milhões de habitantes vivendo em municípios do interior e em grandes centros urbanos. Essa região é a mais urbanizada do país, visto que cerca de 93% de sua população vivem nas cidades (veja o gráfico abaixo). Além disso, o Sudeste possui a mais alta densidade demográfica do Brasil, com aproximadamente 91 hab./km2. População da região Sudeste no Brasil – 2015
Região Sudeste: população rural e urbana – 2015 Rural 7%
Sudeste 42%
Urbana 93% E. Cavalcante
E. Cavalcante
Restante do Brasil 58%
Fonte dos gráficos: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra. ibge.gov.br/ tabela/261>. Acesso em: 10 set. 2018.
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Material digital
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• A sequência didática 6, disponível no material digital, propõe uma atividade de criação de história em quadrinhos abordando os aspectos que atraíram as migrações para a região Sudeste. Aproveite para trabalhar com os
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alunos esse gênero textual aliado ao raciocínio geográfico, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 7 e também contemplar as habilidades EF07GE04, EF07GE08 e EF07GE11.
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• Para complementar a atividade 7, apresente o texto a seguir sobre a Mata Atlântica para os alunos e realize um debate em seguida sobre a importância da conservação da vegetação nessa região. [...] Mais de 100 milhões de pessoas vivem hoje dos mananciais (fontes de água) que os poucos remanescentes de Mata Atlântica ainda renovam, com sua influência reguladora do ciclo hidrológico (as águas das chuvas ficam temporariamente armazenadas na floresta, que funciona como uma esponja e as libera pouco a pouco nas nascentes dos riachos e rios). Em outras palavras, 60% dos brasileiros têm interesse direto na conservação e ampliação dos fragmentos de Mata Atlântica que ainda sobrevivem. Por estranho que pareça, as áreas mais extensas de Mata Atlântica preservada se encontram no estado mais desenvolvido do país, perto da megalópole formada em torno de São Paulo. Também há fragmentos importantes não muito longe do Rio de Janeiro, de Curitiba e de outras grandes cidades. Em muitos sentidos, a Mata Atlântica é a floresta brasileira primordial: a mais importante para os primeiros brasileiros, a primeira com que se depararam os pioneiros europeus e a floresta com que a maioria dos brasileiros tem contato. LEITE, Marcelo. Brasil: paisagens naturais: espaço, sociedade e biodiversidade nos grandes biomas brasileiros. São Paulo: Ática, 2007. p. 70.
1. Clima tropical úmido, clima tropical típico, clima subtropical e clima semiárido. 2. A geração de energia elétrica e o transporte conferem à bacia hidrográfica do rio Paraná uma significativa importância econômica e estratégica.
3. Possível Exercícios de compreensão resposta: o ritmo elevado 1. De acordo com o mapa da página do crescimento 122, responda em seu caderno, quais natural da população; a são os climas que atuam na região vinda de Sudeste do Brasil. imigrantes estrangeiros; a migração 2. De acordo com o mapa da página interna.
124, responda, em seu caderno, qual é a importância econômica da bacia hidrográfica do rio Paraná.
4. Japoneses e, sobretudo, imigrantes europeus, a maioria deles italianos, portugueses e espanhóis.
3. Identifique, e escreva em seu caderno, alguns dos aspectos que contribuíram para o crescimento 5. Não. A redução acelerado da população do Sudeste, das migrações a partir da década de 1960. internas para o
4. No caderno, responda: Quais grupos de imigrantes contribuíram para o crescimento da população da região Sudeste a partir das últimas décadas do século XIX? 5. O fluxo migratório de pessoas vindas da região Nordeste para o Sudeste ainda é representativo, como ocorrido entre as décadas de 1920 e 1970? Justifique sua resposta. 6. A região Sudeste pode ser considerada populosa e urbanizada? Justifique sua resposta.
Sim. Nela se concentram cerca de 87 milhões de Sudeste brasileiros, sendo que, desse total, aconteceu por aproximadamente 93% vivem nas cidades. vários fatores, Geografia no contexto entre eles a diminuição da 7. A fotografia abaixo retrata um tipo de Floresta Tropical que, na região Sudeste, oferta de se desenvolve nas áreas costeiras e na porção leste da região. Observe-a e, em emprego e o aumento do seguida, responda às questões no caderno. número de desempregados nas metrópoles do Sudeste, assim como a atração exercida pelas novas oportunidades de trabalho com a expansão das fronteiras agrícolas nas regiões Norte e Centro-Oeste. 7. b) Os morros e as serras próximos do litoral bloqueiam a umidade trazida pelos ventos oceânicos, provocando chuvas constantes nas áreas costeiras e na porção leste da região. A umidade característica dessas áreas permite o desenvolvimento da Mata Atlântica.
Vista do Parque Natural Municipal Morro do Ouro em Apiaí (SP), 2018.
a ) Qual o tipo de vegetação Tropical mostrada na fotografia acima? Mata Atlântica. b ) De que maneira o relevo interfere no desenvolvimento dessa vegetação na região Sudeste? c ) Observe o mapa da página 123 e identifique quais são os tipos de formação vegetal, além da Floresta Tropical, que podemos encontrar na região Sudeste.
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g20_ftd_lt_7vsg_c4_p120a131.indd Orientações gerais
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens
Atividades
Orientações gerais
Floresta Tropical, Mata de Araucárias, Vegetação litorânea, Caatinga, Campos e Cerrado.
130
• Faça uma revisão do conteúdo estudado até o momen-
to com os alunos. Se possível, use um mapa político da região Sudeste e relembre alguns aspectos do clima, vegetação, hidrografia etc. Essas atividades são importantes para avaliar as possíveis dúvidas que eles possam ter.
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• Para mais informações sobre a biodiversidade da Mata
Atlântica, sugerimos que apresente aos alunos o vídeo a seguir.
> Redescobrindo a Mata Atlântica. Instituto Últimos
Refúgios. Disponível em: <http://livro.pro/o97f3o>. Acesso em: 22 set. 2018.
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No eixo vertical do gráfico está indicada a altitude do relevo.
Altitude (em metros)
III
Renan Fonseca
800 500
Rio Tocantins
200
I
No eixo horizontal do gráfico está indicado o segmento que corresponde à reta traçada no mapa altimétrico.
IV
Rio Parnaíba II
0
V
Capítulo 4
8. Observe o perfil topográfico de uma porção do território brasileiro.
Fonte: Elaborado pela autora.
Oceano Atlântico
Agora, responda às questões no caderno. a ) Quais números da imagem representam maiores altitudes? Os números III e IV. b ) Qual número da imagem indica nível de altitude zero? O número V. c ) Em qual faixa de altitude estão localizados os rios Tocantins e Paraíba? Neste perfil, eles
estão localizados na faixa de altitude que vai de 200 a 500 m.
9. Observe o mapa altimétrico do Brasil. Brasil: mapa altimétrico L S
• Explique aos alunos que o perfil topográfico é uma representação de um corte vertical de um trecho previamente selecionado em um mapa com curvas de nível que indicam as diversas altitudes do relevo da região e tem como objetivo representar a visão horizontal de tal relevo. • Explique que quando as curvas de nível em um mapa estão perto uma das outas indica que o terreno é mais íngreme; já quando há certo afastamento entre elas significa que há menor declive na formação do relevo. • Relembre os alunos que nos mapas altimétricos as cores mais claras representam as áreas mais baixas do relevo, assim como as cores mais escuras representam as áreas mais elevadas.
E. Cavalcante
N O
Orientações gerais
• Complemente a atividade 9 pedindo aos alunos que observem o mapa e respondam às questões sugeridas a seguir. Oriente-os que anotem as respostas no caderno. > Em qual faixa de al-
titude está localizado o ponto A? Resposta: 0 a 200 metros.
OCEANO PACÍFICO
> Em qual faixa de al-
titude está localizado o ponto E? Resposta: 200 a 500 metros.
OCEANO ATLÂNTICO
0
360 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 88.
> Em qual região predo-
mina a faixa de menor altitude? Resposta: Norte.
• Anote, no caderno, qual das retas traçadas no mapa representa o perfil topográfico do relevo da questão 8. C-D.
> Onde se localiza o pico
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mais alto do Brasil? Resposta: Pico da Neblina, no estado do Amazonas.
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A organização do espaço geográfico do Sudeste
BNCC
• No estudo da organiza-
ção do espaço geográfico do Sudeste é possível identificar as dimensões da transformação que todo o conjunto de atividades humanas realizaram nas grandes metrópoles por meio do crescente desenvolvimento industrial e urbano, contemplando a habilidade EF07GE08. A competência específica de Geografia 3 deve ser atendida com base na compreensão e na análise da forma como ocorreu a ocupação humana nessa região e em suas consequências para o meio ambiente e para a sociedade em diferentes aspectos.
O Sudeste é responsável por mais da metade do PIB do Brasil e possui as mais altas taxas de industrialização e urbanização do país. Entre as razões que explicam essa importante participação no PIB nacional, podemos citar seu parque industrial moderno e diversificado, a presença de uma significativa variedade de atividades ligadas ao setor de serviços, como comércio, empresas de telecomunicações, publicidade e instituições financeiras, além da elevada produção agropecuária. Veja o gráfico abaixo e, em seguida, vamos conhecer melhor alguns aspectos econômicos dessa região do país. PIB da região Sudeste e das demais regiões brasileiras – 2015
10% 14%
54% Keithy Mostachi
17%
Orientações gerais
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Maria do Carmo Vaz de Mello. Belo Horizonte: Dimensão, 2010. Este livro mostra a história de quatro jovens aventureiros que fazem uma viagem pela região Sudeste do Brasil. Durante a viagem, conhecem diversos aspectos da cultura e da população, além de características peculiares de cada lugar visitado. Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/ media/com_mediaibge/arquivos/3f70f852 b1457c7724e163cb0a0a4a7e.pdf>. Acesso em: 12 set. 2018.
A indústria da região Sudeste
• Ao trabalhar o tema A
Na região Sudeste estão concentrados importantes tipos de indústrias, como siderúrgicas, metalúrgicas, mecânicas, alimentícias, extrativas minerais, além das indústrias de alta tecnologia, como informática e aeroespacial.
indústria da região Sudeste, para aprimorar seus conhecimentos, leia o texto a seguir, que explica os fatores responsáveis pela concentração industrial na região Sudeste.
No entanto, a maneira como elas estão distribuídas pelo espaço regional é bastante desigual. A maior parte está localizada nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Só a região metropolitana da grande São Paulo, por exemplo, absorve a maior parte das unidades fabris e, consequentemente, o maior número de pessoas empregadas nesse setor. Eduardo Knapp/Folhapress
[...] Um conjunto de fatores contribuiu para que São Paulo se tornasse o maior polo industrial brasileiro a partir dos anos 20. Primeiro, a acumulação de capital proveniente dos negócios com o café, principal produto de exportação. Segundo, a expansão da rede ferroviária nesse estado, sendo de capitais privados todas as empresas formadas para operar nas várias regiões. O transporte passou a ser mais ágil, bem como as comunicações, que passaram a contar com o telégrafo. A inauguração do cabo submarino possibilitou o contato imediato entre as bolsas de valores europeias e o Brasil, facilitando os negócios. As ferrovias tiveram dupla importância: transportavam com rapidez e segurança volumosas cargas de café do interior e para onde levavam produtos
5%
Guia da mochila - Sudeste
A indústria da região Sudeste responde por 58% do PIB gerado pelo setor industrial do país. Muitos produtos fabricados pelas indústrias, além de abastecer o mercado interno, são responsáveis por incrementar a diversidade de produtos exportados pelo Brasil. A fotografia mostra o interior de uma indústria metalúrgica, localizada em Barueri (SP), 2016.
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manufaturados, integrando g20_ftd_lt_7vsg_c4_p132a143.indd 132 a população rural ao mercado consumidor. Os centros urbanos nessas áreas cresceram em virtude desse comércio, atraindo até mesmo os proprietários, que passaram a ter casas nas cidades ou na capital paulista. [...]
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GERAB, William Jorge; ROSSI, Waldemar. Indústria e trabalho no Brasil: limites e desafios. São Paulo: Atual, 1997. p. 38.
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Capítulo 4
A descentralização industrial no Sudeste Nos últimos anos, um grande número de indústrias tem deixado áreas de concentração industrial tradicionais do Sudeste para se instalar em outras regiões do Brasil ou até mesmo em outras áreas no interior da própria região Sudeste, movimento conhecido como descentralização industrial. Esse movimento se deve à busca de custos mais baixos com transportes, imóveis, impostos e mão de obra com salários menores. O texto a seguir trata dessa questão. A partir dos anos 1970, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. [...] A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se sobretudo para novas áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte (Manaus). Paralelamente, as áreas industriais já consolidadas ganham dinamismos diferentes dos que definiram a industrialização em períodos anteriores. Número de estabelecimentos, pessoas ocupadas e valor da transformação industrial apontam alguns indícios do fenômeno de desconcentração. Reunindo 62,32% dos estabelecimentos da indústria de transformação do país em 1970, a região Sudeste passou, dez anos mais tarde, a ter 48,75% do total.
Orientações gerais
• Na atividade 2, estimule a participação de todos. Proponha aos alunos uma pesquisa sobre a origem da matéria-prima dos produtos escolhidos, a maneira como ela chega às indústrias, o meio utilizado para o transporte dos produtos industrializados até o local de sua comercialização e como os produtos chegaram até sua casa. Os alunos podem apresentar os resultados da pesquisa em forma de esquemas e fluxogramas, que podem ser expostos aos colegas.
[...] SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 106-107.
• De acordo com o texto, quais foram os principais fatores que contribuíram para a descentralização industrial do Sudeste? Troque ideias com os colegas.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Resposta esperada: a redução dos custos de transportes e comunicações, o preço dos imóveis, o valor dos salários e os gastos com impostos. Descentralização: deixar de ser a centralização ou deixar de concentrar objetos ou fenômenos.
Embora a região Sudeste ainda concentre a maior parte das indústrias do país, outras regiões brasileiras também passaram a participar da produção industrial nacional. Na fotografia podemos observar indústria em Betim (MG), 2015.
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BNCC
Geografia
• Ao apresentar aos alu-
em foco
nos as informações da legenda do mapa e interpretar seu conteúdo, é possível trabalhar a identificação e localização do fenômeno em questão (megalópole em formação), assim como sua distribuição na região Sudeste e observar como ocorre a conexão entre as metrópoles através das ferrovias e rodovias, trabalhando com a habilidade EF07GE07.
A formação da megalópole brasileira
Uma megalópole forma-se quando duas ou mais regiões metropolitanas se expandem e se encontram, havendo entre elas uma grande área de construções urbanas, e praticamente inexistindo áreas rurais. No Brasil, alguns estudos indicam que a formação de uma megalópole vem ocorrendo com o intenso crescimento das regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, sobretudo em direção ao vale do Rio Paraíba do Sul. Veja o mapa. E. Cavalcante
Megalópole brasileira em formação
• As informações estu-
dadas nesta seção devem auxiliar os alunos a aprofundar o entendimento do conteúdo quanto aos aspectos do crescimento urbano e do papel da industrialização nesse processo, bem como o crescimento populacional e econômico da região em questão, contemplando a competência específica de Geografia 4.
23° S
N L
O S
0
40 km
Área da megalópole em formação Área urbanizada Região metropolitana Ferrovia Divisa interestadual Rodovia
45° O
Fontes: IBGE. Atlas nacional do Brasil digital. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. (CD-ROM). IBGE. Atlas nacional do Brasil: Milton Santos. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/apps/atlas_nacional/>. Acesso em: 12 set. 2018.
Além das áreas metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, estudos sobre esse fenômeno urbano têm sinalizado que a formação da megalópole brasileira englobaria, ainda, a região metropolitana da Baixada Santista, composta pelo município de Santos e municípios vizinhos, e a de Campinas. Além delas, cidades importantes, como Taubaté, Jacareí e São José dos Campos, no estado de São Paulo, e Volta Redonda e Resende, no estado do Rio de Janeiro, completariam essa região em formação. Aproximadamente 250 municípios altamente integrados fazem parte da região. Eles abrigam, aproximadamente, 24% da população brasileira, o que equivale a 46 milhões de habitantes. Com uma taxa de urbanização de 98%, sua produção é de 38% do PIB nacional.
A maior megalópole mundial atualmente é a conurbação entre as metrópoles de Tóquio e Osaka, no Japão. A megalópole japonesa engloba cerca de nove grandes cidades, ultrapassando 58 milhões de habitantes. Imagem noturna de satélite que mostra as luzes da megalópole japonesa, 2014.
NASA
A maior megalópole mundial
Osaka
Oceano Pacífico
Tóquio
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g20_ftd_lt_7vsg_c4_p132a143.indd Orientações gerais
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• Comente com os alunos que a área de crescimento, que
envolve as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, concentra as principais instituições de ensino e pesquisa, bancos públicos e privados, boa parte da indústria de transformação, os principais portos e aeroportos do país, além de um grande mercado de serviços.
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Entre os principais recursos naturais explorados na região Sudeste, merecem destaque o petróleo e o minério de ferro. A região conhecida por Quadrilátero Ferrífero, localizada na porção central do estado Região Sudeste: recursos minerais de Minas Gerais, é a principal área minee fontes de energia - 2013 radora do Sudeste. Nela estão concenBA tradas importantes jazidas minerais de ouro, manganês, topázio imperial, bauxita DF e, sobretudo, ferro.
Além do Quadrilátero Ferrífero, o Sudeste apresenta significativa produção de petróleo. Nessa região estão localizadas as principais bacias petrolíferas do país. Fontes: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 78-75. IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio Janeiro, 2016. p. 94.
N L
O S
Montes Claros
GO
MG Uberlândia Uberaba
MS São José do Rio Preto
SP
Belo Horizonte Ribeirão Preto
Trópico de Capricórnio
PR
Minerais Bauxita Chumbo Cobre Cromo
São Paulo Santos 45° O Petróleo
Diamante Ferro Fósforo Níquel
Pedras preciosas Urânio Zinco
ES Santa Bárbara
Juiz de Fora
20° S Vitória
Rio de Janeiro OCEANO ATLÂNTICO
0
Capital estadual Cidade 160 km
Aeroporto principal Porto principal Área do quadrilátero ferrífero Siderúrgica
Denys Yelmanov/Shutterstock.com
Leia o texto a seguir sobre a Bacia de Campos, considerada a maior reserva de petróleo localizada na plataforma continental brasileira.
A Bacia de Campos é uma das principais áreas petrolíferas localizada na costa do Brasil. Sua área se estende do estado do Espírito Santo até o litoral norte do Rio de Janeiro. Na fotografia, plataforma de exploração de petróleo instalada na Bacia de Campos no Rio de Janeiro (RJ), 2017.
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Objetivo
• Sensibilizar os alunos quanto aos impactos ambientais do sistema de consumo e produção, principalmente, em relação à exploração de recursos naturais.
> Story of stuff. The
Cachoeiro de Itapemirim
RJ Campos Volta Redonda dos Goytacazes
Extração no oceano Extração no continente
“A história das coisas”
• Exiba para os alunos o vídeo a seguir, que apresenta áudio em inglês, mas possui legendas em português.
Governador Valadares
Congonhas Mariana
Presidente Bauru Prudente Piracicaba Campinas Ourinhos
Sugestão de atividade
Procedimentos
E. Cavalcante
O alto teor metálico dos minérios, a forte infraestrutura, com portos e ferrovias adequados para atender o escoamento mineral, além das proximidades com os centros consumidores são alguns fatores que têm levado importantes indústrias extrativas para o Quadrilátero Ferrífero.
Capítulo 4
Extrativismo da região Sudeste
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Story of Stuff Project. Disponível em: <http:// livro.pro/9adw vd>. Acesso em: 23 set. 2018.
• Promova uma roda de conversa questionando os alunos sobre nossos hábitos de consumo. Essa atividade permite trabalhar com os temas contemporâneos Educação para o consumo e Educação ambiental. • Promova a reflexão por parte deles, permitindo que expressem suas opiniões e sugerindo que proponham soluções e alternativas a fim de minimizar os impactos ambientais gerados pela produção de bens pela indústria e pelo consumo exagerado da sociedade. Ressalte a intensa exploração dos recursos naturais, como minerais, petróleo etc. • Converse com eles sobre a importância da reciclagem e outras formas de minimizar a quantidade de resíduos produzidos. • Solicite a eles que escrevam uma carta para a sociedade alertando sobre a importância de respeitar o meio ambiente apresentando propostas pessoais.
• Monte um painel no corredor ou alguma área coletiva da escola e faça uma exposição com as cartas dos alunos.
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Orientações gerais
Agropecuária da região Sudeste
• Para enriquecer o es-
O Sudeste destaca-se não só por seu desenvolvimento urbano-industrial, mas também pelo êxito alcançado na produção agropecuária.
tudo, apresente as informações da tabela a seguir sobre a produção de cana-de-açúcar nas regiões brasileiras.
Regiões brasileiras: produção de café – 2018
• Destaque a importância da região Sudeste na produção de cana-de-açúcar atualmente.
Nordeste 7%
Norte 4%
Sul Centro-Oeste 2% 1%
• Explique o importante
Produção de cana-de-açúcar (em toneladas) – 2017
Sudeste
524 997 018
Centro-Oeste
137 579 439
Nordeste
49 854 291
Sul
41 821 873
Norte
4 295 671
Regiões brasileiras: produção de laranja – 2016 Sul 7%
Norte 2% Centro-Oeste 1%
Nordeste 10%
Sudeste 80%
Na região, também existem pequenas propriedades com técnicas tradicionais de cultivo e de criações. Como em outras regiões brasileiras, elas coexistem com a expansão das grandes propriedades monocultoras comerciais. A atividade agropecuária do Sudeste representa, aproximadamente, 22% do PIB nacional nesse setor. Além de abastecer o mercado interno, essa atividade tem peso significativo entre os principais produtos que o Brasil exporta. Com o interesse de expandir cada vez mais o mercado exportador de produtos agropecuários, várias regiões do Brasil estão optando por produzir em extensas áreas agrícolas monocultoras. Na região Sudeste, entre as principais lavouras cultivadas nessas propriedades, estão o café, a cana-de-açúcar e a laranja. Os gráficos desta página mostram as principais culturas da região Sudeste. As agroindústrias localizadas na região Sudeste participam intensamente do crescimento agropecuário regional. Elas processam uma parcela muito grande de produtos agropecuários exportados pelo país.
Fonte: Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Disponível em: <http://www.cnpmf.embrapa.br/Base_de_ Dados/index_pdf/dados/brasil/laranja/ b1_laranja.pdf> Acesso em: 5 set. 2018.
Agroindústria: indústrias geralmente instaladas no espaço rural. Essas indústrias transformam produtos de origem agrícola e pecuária.
João Prudente/ Pulsar Imagens
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/ tabela/5457>. Acesso em: 12 out. 2018.
Fonte: Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Acompanhamento da safra brasileira: café. Brasília, 2014. v. 1. Disponível em: <https://www.conab.gov.br/component/ k2/item/download/19111_ aba8f2b40eb91ed8ae041987729c70cb>. Acesso em: 5 set. 2018.
Keithy Mostachi
Região
Sudeste 86%
Keithy Mostachi
uso dessa matéria-prima na produção de etanol, ou seja, como fonte renovável de geração de energia.
Em várias propriedades rurais do Sudeste, a introdução de um sistema produtivo de alto padrão tecnológico no campo tem garantido elevado índice de produtividade, tanto no cultivo de diversos gêneros agrícolas como na criação de animais.
Criação de gado em Guaranésia (MG), 2018.
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Capítulo 4
A questão ambiental no Sudeste O crescimento econômico do Sudeste, gerado pelo desenvolvimento industrial e pela urbanização, foi sem dúvida muito importante para que a região pudesse se destacar nacionalmente. Mas esse progresso também trouxe sérias consequências ambientais. A Mata Atlântica, por exemplo, foi severamente devastada pela agropecuária e pelos processos de urbanização e industrialização. Sobraram apenas cerca de 12% de áreas originais, em locais de relevo mais acidentado, como as serras. Um problema comum nas maiores cidades da região Sudeste são as enchentes, que provocam inundações em ruas, residências e estabelecimentos comerciais. Mauricio Camargo/Eleven/Folhapress
As enchentes estão associadas a alguns fatores, como o período de cheias dos rios e também a impermeabilização do solo, por exemplo, com a pavimentação das ruas e calçadas e a cimentação dos quintais e jardins das casas. Essa impermeabilização impede que a água se infiltre e escoe naturalmente pelo solo. O acúmulo de lixo em áreas impróprias também contribui para as inundações. Nos períodos de chuva, o lixo acumulado nos bueiros ou nas vias de escoamento pluvial impede que as enxurradas escoem, provocando as inundações.
Chico Ferreira/Pulsar Imagens
A presença cada vez mais marcante de veículos motorizados e da intensa atividade industrial tem aumentado a concentração de poluentes na atmosfera urbana na região Sudeste.
Na fotografia, usina siderúrgica em Ipatinga (MG), 2018. A poluição é um problema que ainda pode ser agravado pela ocorrência da inversão térmica, fenômeno que vamos estudar na próxima página.
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Orientações gerais
• Aproveite a oportunidade e comente com os alunos
• Para complementar o
tema, leia o texto a seguir para os alunos. Esse texto aborda alguns problemas urbanos, inclusive ambientais, gerados pelo crescimento desordenado das cidades brasileiras, sobretudo na região Sudeste. O crescimento das grandes cidades do Brasil, e especialmente das do Sudeste, foi muito rápido. [...] Além de rápido, esse crescimento foi, sobretudo, caótico. Os grandes centros urbanos cresceram quase sem nenhum planejamento, impossibilitando o atendimento de um contingente de pessoas cada vez maior que para lá se dirigiram. [...] Do ponto de vista ambiental, a retirada da vegetação original, a impermeabilização do solo (especialmente o asfaltamento das ruas) e o assoreamento dos rios e córregos, que acabam se transformando em esgoto a céu aberto e depósitos de lixo, são os principais responsáveis pelas periódicas e catastróficas enchentes que ocorrem a cada estação chuvosa. A proliferação de loteamentos clandestinos, implantados sem o mínimo de condições de saneamento em áreas de proteção de mananciais, vem comprometendo o abastecimento de água [...] obrigando a estender as redes de captação de água a grandes distâncias, que, no caso de São Paulo, já ultrapassaram mais de cem quilômetros. [...]
Na fotografia, veículo submerso após forte chuva ocorrida na cidade de São Paulo (SP), 2018.
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Orientações gerais
ARBEX JÚNIOR, José; OLIC, Nelson Bacic. O Brasil em regiões: Sudeste. São Paulo: Moderna, 1999. p. 76.
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sobre a importância de práticas sustentáveis que evitem problemas ambientais, destacando a conscientização individual sobre o meio ambiente com colaboração de cada um. Ao debater esse tema, é importante refletir como as atividades humanas ligadas à produção, circulação e consumo resultam em impactos ambientais, reforçando a habilidade EF07GE06.
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Material audiovisual
Geografia
• Um dos materiais dis-
em foco
poníveis nesta coleção trata do fenômeno da inversão térmica. Nesse vídeo de curta-metragem as condições e o processo de ocorrência da inversão térmica podem ser observados por meio de uma simulação.
Inversão térmica
Veja no material audiovisual o vídeo sobre inversão térmica.
A inversão térmica acontece, geralmente, nas áreas urbanas de grandes cidades, onde existem elevados níveis de poluição. Veja como pode ocorrer a inversão térmica. Como ocorre a inversão térmica 1
Orientações gerais
• Promova
um debate em sala sobre atitudes que podem ser tomadas para minimizar a ocorrência da inversão térmica nas cidades brasileiras. Para isso, divida os alunos em dois grupos. Cada grupo deve elaborar uma lista de atitudes e depois apresentar ao outro, estabelecendo um debate. Incentive o respeito às opiniões dos outros colegas e o diálogo entre os alunos.
Quando não ocorre a inversão térmica, a camada de ar quente mais próxima da superfície é encoberta por uma camada de ar frio. Nessas condições, os gases poluentes são levados pelo vento dispersando-se na atmosfera.
Ilustrações: Flaper
2
A inversão térmica acontece quando o ar mais frio permanece próximo ao solo e uma camada de ar quente se sobrepõe a ele, retendo-o. Nessas condições, o ar frio fica próximo à superfície terrestre e, por ser mais pesado, dificulta a circulação normal do ar, impedindo a dispersão dos poluentes presentes na atmosfera. Esse fenômeno costuma ocorrer nas madrugadas e nas manhãs de inverno nas grandes cidades, quando as superfícies construídas estão frias, resfriando também as camadas mais baixas de ar.
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Capítulo 4
Marcos Amend/Pulsar Imagens
Impactos da inversão térmica para a saúde humana
• Comente com os alunos sobre a importância da participação de cada um no dia a dia, adotando hábitos sustentáveis simples que melhoram a qualidade de vida de todos, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 6.
Flaper
Doenças respiratórias.
Doenças cardiovasculares.
Ilustrações: Estúdio Meraki
Tosse, irritação nos olhos, garganta e nariz.
• O tema Impactos da inversão térmica para a saúde humana favorece o trabalho com o tema contemporâneo Saúde.
• Converse com o professor de Ciências e proponha uma atividade em conjunto, na qual os alunos pesquisem maneiras de minimizar os efeitos da inversão térmica para o benefício da saúde humana. Sugira que elaborem um cartaz com as informações obtidas e que desenvolvam essa atividade em duplas. Caso os alunos sejam de uma cidade onde ocorra a inversão térmica, peça que observem em suas casas quais as medidas que suas famílias tomam a respeito. Ao final, realize uma exposição com os cartazes produzidos.
Poluição atmosférica acumulada próximo à superfície em São Paulo (SP), 2017.
Dor de cabeça.
Integrando saberes
• No município onde você mora, já ocorreu o fenômeno da inversão térmica? Converse sobre isso com seus colegas.
Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.
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Resposta
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• Resposta pessoal. Investigue com os alunos a ocorrência da inversão térmica no município onde moram e auxilie-os na conversa sobre os fatores que geram este fenômeno e suas consequências.
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Orientações gerais
• Inicie uma roda de con-
versa com os alunos e pergunte em quais atividades do cotidiano eles usam água. Solicite a eles que elaborem uma lista incluindo o máximo de atividades que a turma mencionar. Amplie a reflexão sugerindo que observem nos produtos que consomem (vegetais, carnes, papel etc.) a necessidade do consumo de água para sua produção.
• Explique para os alunos
a definição de desperdício e reflitam sobre algumas maneiras de usar a água em que ocorre desperdício. Sugira que busquem alternativas para evitar tais desperdícios e proponham formas sustentáveis de se usar água no dia a dia, agindo de maneira responsável em relação às questões socioambientais, conforme preconiza a competência específica de Geografia 7.
Explorando o tema
Vamos economizar água
Com certeza, você já percebeu como a água tem presença constante em muitas de nossas atividades diárias. Para chegar às nossas casas ela é captada nos mananciais, tratada e distribuída. Tudo isso tem um custo. Você sabe como é feita a cobrança da água que a sua família consome? Em geral, esses demonstrativos trazem informações como as do exemplo a seguir.
ÁGUA
Endereço: Av. Brasil nº 1234 CEP 80.987-654 Curitiba-PR CNPJMF 12.345.678/0001-23 Inscrição Estadual 123.45678-90 www.agua.com.br
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7-000083248-4-2
011 001 000 000 000 000
HISTÓRICO DE CONSUMO/m3 03/19
04/19
05/19
06/19
07/19
08/19
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10/19
11/19
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10
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10
11
14
13
12
16
14
Composição dos valores da Fatura em R$
FAIXAS DE CONSUMO RESIDENCIAL
Informações sobre a leitura do hidrômetro do mês anterior, do mês atual e a média de consumo dos últimos meses.
VOLUME
MÍNIMO
02/2020
ÁGUA
ESGOTO
10
1,89
18,90
15,18
4
2,84
11,36
9,08
DATA LEITURA
LEITURA ANTERIOR
01/03/2020
DIAS DE CONSUMO 30 MÉDIA DE CONSUMO/m3 ÚLTIMOS 5 MESES
TOTAIS
ÁGUA EXCEDENTE
REFERÊNCIA
VALOR R$/m3
1356
LEITURA ATUAL 1370 13,8
CONSUMO/m3 14
VALORES ÁGUA
30,26
ESGOTO
24,26
SERVIÇOS
TOTAL
MOTIVO DA AUSÊNCIA DE LEITURA
Volume de água consumido nos últimos meses.
Descrição dos serviços cobrados.
VALORES
DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS LANÇADOS
0,00
54,52
Valor e data de pagamento.
VENCIMENTO
20/03/2020
Ingridhi Borges
BNCC O trabalho com o tema sobre economia de água, proposto nesta seção, tem como objetivo, além de reforçar a conscientização sobre a redução do consumo desse recurso natural, chamar a atenção para o custo financeiro do consumo de água na residência do aluno. Dessa forma, contemplamos os temas contemporâneos Educação para o consumo e Educação financeira e fiscal.
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O volume de água é medido em metro cúbico (m3). Cada metro cúbico equivale a mil litros.
Código utilizado para pagamento em bancos ou casas lotéricas.
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Crise hídrica em SP e no DF mostra que falta d'água não se restringe ao Nordeste
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[...] Alguns pontos em comum estão entre os motivos para o problema com a falta de água nas duas metrópoles: crescimento populacional desordenado, desperdício de água e falta de investimentos em políticas para prevenção de se-
cas. Em ambos os casos, o estopim para o início da crise10/24/18 hídrica foi o mesmo: longos períodos sem chuva. [...]
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MATSUKI, Edgar; SINIMBÚ, Fabíola. Crise hídrica em SP e no DF mostra que falta d'água não se restringe ao Nordeste. EBC, 23 mar. 2018. Disponível em: <http:// agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-03/crise-hidrica-em-sp-e-no-dfmostra-que-falta-dagua-nao-se-restringe-ao>. Acesso em: 29 set. 2018.
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Muito produtos precisam de água para sua fabricação. Economize na compra de produtos e no consumo de água para evitar o desperdício e a falta desse recurso.
Produto ou atividade
Quantidade de água (em litros)
Produzir 1 litro de leite.
1 020 litros.
Produzir 1 quilo de arroz.
2 500 litros.
Produzir 1 camiseta de algodão.
2 500 litros.
Tomar banho de 15 minutos.
135 litros.
Regar plantas por 10 minutos.
186 litros.
Capítulo 4
O acompanhamento mensal da conta de água é uma maneira de controlar o consumo e o valor pago. Adote medidas de economia, por exemplo, a reutilização de água para rega de jardins.
Fotomontagem de Barbara Sarzi. Foto: Elena Kazanskaya/Shutterstock.com
Em várias regiões do Brasil e do mundo pode faltar água, se usada de forma incorreta.
Mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável, no mundo. Tratar a água contaminada gera um custo que é repassado ao consumidor. Portanto, descarte corretamente os resíduos e não polua as águas, isso pode aumentar os gastos de todas as pessoas para obter água potável.
Orientações gerais
• Para auxiliar os alunos a responder a atividade a, sugerimos trabalhar com sites, livros e revistas. O site da Sabesp, responsável pelo fornecimento de água e tratamento de esgoto no estado de São Paulo, por exemplo, apresenta uma série de dicas para economizar água em casa. > Sabesp (Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Disponível em: <http:// livro.pro/z4ewyo>. Acesso em: 29 set. 2018.
• Aproveite para avaliar a aprendizagem dos alunos sobre o conteúdo do capítulo, solicitando a eles que mencionem características da região Sudeste e que elaborem o tema considerando a formação de megalópole como previsão para propor soluções e alternativas para os problemas ambientais e o abastecimento de água. Por exemplo: grandes obras de engenharia hidráulica, manutenção de nascentes e de matas ciliares etc.
Fontes: Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Disponível em: <http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default. aspx?secaoId=595>. Water Footprint Network. Disponível em: <http://waterfootprint.org/en/ resources/interactive-tools/product-gallery/>. Acessos em: 6 set. 2018.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
a ) Em sua rotina, você adota uma postura de economia de água? Escreva no caderno quais são as suas atitudes e converse sobre elas com seus colegas. b ) Faça o acompanhamento, por alguns meses, do consumo de água de sua família. Veja, a seguir, como fazer essa atividade.
• Leia e analise o demonstrativo de consumo de água de sua residência de, por exemplo, quatro meses consecutivos.
• Anote o valor e a quantidade, em metros cúbicos, que foram consumidos em cada mês.
• Ao final dos quatro meses, converse com seus familiares ou responsáveis,
apresentando as semelhanças e as diferenças entre os consumos mensais analisados. Reflitam sobre as alterações no cotidiano da família nos meses em que houve alteração no gasto e como podem agir no dia a dia para economizar água e, consequentemente, o dinheiro da família. Depois, conte aos colegas como foi essa conversa.
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Respostas
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a ) Resposta pessoal. O aluno deve escrever quais atitudes adota para economizar água. Pode ser: tomar banhos mais rápidos, evitar lavar calçadas e carros com frequência etc. Estimule a conversa dos alunos sobre as atitudes de cada um.
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b) Resposta pessoal. Auxilie os alunos durante o período de análise do consumo de água de suas famílias. Oriente-os sobre a conversa reflexiva das atitudes que possam contribuir com a diminuição do consumo de água e, consequentemente, com a economia financeira.
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Atividades
Orientações gerais
• Antes de iniciar as ativi-
• Verifique se eles aplicam
o raciocínio geográfico ao relacionar as características econômicas e populacionais da região Sudeste com os conceitos vistos durante o capítulo sobre industrialização, produção do espaço, assim como as consequências ambientais para a região etc.
• Para
complementar a atividade 7, converse com os alunos sobre a quantidade de produtos que são fabricadas do petróleo, além da produção de combustíveis, como cosméticos, tintas, acessórios, roupas e produtos plásticos.
2. A maneira Exercícios de compreensão como elas estão 1. De acordo com o que você estudou, explique, no caderno, por que a região Sudistribuídas deste se destaca em relação às outras regiões na participação do PIB brasileiro. pelo espaço regional é 2. De que maneira estão distribuídas as indústrias na região Sudeste? bastante desigual. A maior parte 3. Responda às questões a seguir. concentra-se a ) De acordo com o que você estudou, explique como se forma uma megalópole. nos grandes centros b ) Em qual porção do território brasileiro está ocorrendo o processo de formação urbanos, como São Paulo e Rio de uma megalópole? de Janeiro. 4. Explique por que a agropecuária do Sudeste vem apresentando elevados índices 3. a) Uma megalópole de produtividade. forma-se quando duas ou 5. Nas páginas 137 a 141 deste capítulo são apresentados vários problemas ambienmais metrópoles se tais existentes na região Sudeste do Brasil. Algum desses problemas ocorre no tornam muito município onde você mora? Caso ocorra, descreva-o em seu caderno. próximas, não Resposta pessoal. Verifique se o texto elaborado pelos alunos está coerente com a atividade proposta. havendo 6. Quais as consequências da inversão térmica, nas áreas urbanas de grandes praticamente fenômeno dificulta a circulação normal do ar, impedindo a dispersão dos poluentes áreas rurais, cidades? Esse presentes na atmosfera. Os elevados níveis de poluição existentes nas grandes cidades podem mas existindo causar problemas à saúde humana, como doenças respiratórias e cardiovasculares, tosse, dor de uma grande cabeça, irritação nos olhos, garganta e nariz. incidência de Geografia no contexto construções 7. Observe o gráfico abaixo. Em seguida, responda às questões no caderno: urbanas entre elas. 3. b) Nas regiões a ) De acordo com o gráfico, podemos diRegiões brasileiras: metropolitanas zer que a região Sudeste possui papel produção de petróleo – 2016 de São Paulo e Rio de Janeiro importante na produção de petróleo que estão Norte do país? Justifique sua resposta. crescendo, Nordeste 1% sobretudo em 5% b ) Qual é a importância da Bacia de Camdireção ao vale pos para a produção petrolífera do do Paraíba. Fazem parte Brasil? também do processo de c ) Além da exploração de petróleo, que formação da outra importante atividade extrativa é megalópole Sudeste brasileira as realizada na região Sudeste? Onde 94% regiões essa atividade está localizada? metropolitanas Possível resposta: a produção de minério de ferro, da Baixada realizada na região do Quadrilátero Ferrífero, no Santista e de estado de Minas Gerais. Campinas. 4. A introdução de um sistema produtivo de alto padrão tecnológico no campo tem garantido elevado índice de produtividade tanto no cultivo de diversos gêneros agrícolas como na criação de animais.
7. a) Sim. A região produz 90,7% do petróleo nacional.
E. Cavalcante
dades com os conteúdos do capítulo, retome com os alunos alguns conceitos vistos no capítulo e aproveite para avaliar se eles identificam o significado dos termos e dos conteúdos apresentados.
1. Por apresentar um parque industrial moderno e diversificado, significativa variedade de atividades ligadas ao setor de serviços, como comércio, empresas de telecomunicações, publicidade e instituições financeiras, e, por fim, por sua grande produção agropecuária.
Fonte: ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Disponível em: <http://www.anp.gov.br/ publicacoes/anuarioestatistico/3819-anuarioestatistico-2017>. Acesso em: 5 set. 2018.
7. b) A Bacia de Campos é a maior reserva petrolífera da Plataforma Continental Brasileira, com cerca de 100 mil quilômetros quadrados. Atualmente, é responsável por aproximadamente 52% da produção nacional de petróleo.
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• Está disponível no material digital uma proposta de
acompanhamento das aprendizagens referente ao 2o bimestre, que pode auxiliá-lo a acompanhar a aprendizagem dos alunos em relação às habilidades desenvolvidas nos capítulos 3 e 4.
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Ricardo Guimarães/Futura Press
ocupação irregular de áreas localizadas nas encostas de morros podem causar o deslizamento de terras. Isso porque, sobretudo, nos períodos de chuva, o solo desprotegido pela falta de vegetação fica encharcado de água e normalmente desliza para os terrenos mais baixos.
Capítulo 4
8. A fotografia retrata um problema urbano muito frequente em cidades da região Sudeste. Escreva no caderno uma legenda para essa fotografia explicando as causas do problema retratado. Resposta pessoal. Verifique se os alunos mencionaram que o desmatamento e a
Refletindo sobre o capítulo • Auxilie os alunos que apresentarem mais dificuldades no trabalho com o capítulo e verifique o desenvolvimento das habilidades. > Solicite a eles que ca-
racterizem os aspectos naturais da região Sudeste. > Questione-os sobre
como se deu a formação da população da região Sudeste, abordando os diferentes fluxos migratórios que eles conseguem mencionar e sua relação com o crescimento econômico e as questões sociais.
Na fotografia, área da cidade de Francisco Morato (SP), 2017.
Pesquisando 9. Realize uma pesquisa em jornais, revistas e na internet sobre a produção de etanol no Brasil. Procure informações, como a participação do Brasil na produção mundial desse biocombustível, a importância do consumo de biocombustíveis para o meio ambiente, e que países além do Brasil produzem biocombustíveis. Anote o resultado de sua pesquisa no caderno. Na sala de aula, apresente-o aos demais colegas.
> Solicite a eles que iden-
Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta.
Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das afirmações a seguir.
tifiquem os principais aspectos do processo de desenvolvimento econômico, identificando a centralização do processo industrial e a concentração de riquezas na região Sudeste.
• O clima predominante da região Sudeste é o tropical. Nessa região, as paisagens naturais
> Forneça alguns exem-
• A hidrografia permite o aproveitamento hidrelétrico dos rios e também a navegabilidade,
> Questione-os sobre
que mais se destacam são compostas pela vegetação da Mata Atlântica, pelo Cerrado, pela Caatinga e, na porção sul do estado de São Paulo, pela Mata de Araucária. principalmente na hidrovia Tietê-Paraná.
• A população da região Sudeste teve um acelerado aumento a partir da década de 1950, ocasionado pelo grande crescimento natural da população, pela vinda de imigrantes para o Brasil e pelas migrações internas.
• Indústrias modernas e diversificadas, a significativa variedade de atividades ligadas ao setor
de serviços e também a grande produção agropecuária existente explicam a participação da região Sudeste em mais da metade do PIB nacional.
• A região Sudeste concentra importantes tipos de indústrias, como siderúrgicas, metalúrgicas, mecânicas, alimentícias, extrativas minerais e ainda indústrias de alta tecnologia, informática e aeroespacial.
• O crescimento econômico, urbano e industrial dessa região também gerou problemas ambientais, entre eles o intenso desmatamento da Mata Atlântica. Além disso, outro problema comum em regiões muito urbanizadas é a inversão térmica.
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Orientações gerais
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• Para a atividade 8, comente com os alunos que desli-
zamentos de terras também podem ocorrer em áreas que não foram ocupadas pelas pessoas, ou seja, pode ser um fenômeno natural. Porém, quando há a retirada da vegetação do solo, os deslizamentos tornam-se mais comuns em áreas de relevo íngreme.
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• Para a atividade 9, informe aos alunos que, segundo a
plos de problemas ambientais e solicite que apontem suas causas. como percebem que se possibilitou a formação das metrópoles e o papel das redes de transportes e comunicação para a formação de megalópole. > Verifique quais ele-
mentos de inovação tecnológica eles identificam como fatores principais do desenvolvimento da indústria e da agropecuária no crescimento acelerado da região Sudeste. > Verifique se os alunos
compreenderam de que forma devemos analisar e interpretar gráficos e mapas temáticos que apresentam informações socioeconômicas.
Renewable Fuels Association (RFA), em 2017, o Brasil foi o segundo maior produtor de etanol do mundo, sendo os Estados Unidos o primeiro.
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Objetivos do capítulo
Capítulo
• Identificar os estados que compõem a região Sul do país.
Região Sul
• Analisar os principais
aspectos naturais que compõem as paisagens da região Sul.
• Reconhecer o potencial hidrelétrico da região.
• Identificar as principais
características históricas do povoamento da região.
• Reconhecer as carac-
terísticas atuais da população do Sul do país.
• Analisar os fluxos mi-
gratórios da região Sul para outras regiões do Brasil.
• Reconhecer a agrope-
cuária como uma atividade econômica importante para a região Sul.
• Identificar
as principais características da atividade industrial nessa região.
• Perceber a herança cul-
tural dos imigrantes nos costumes da população.
• Analisar e refletir sobre
o problema da arenização na porção sudoeste do Rio Grande do Sul. Orientações gerais
• Neste capítulo, abor-
dam-se as características socioeconômicas, naturais e culturais da região Sul do Brasil. Nesse sentido, valoriza-se o estudo da temática por meio da identificação e reflexão acerca da importância da região em questão, bem como compreender as relações socioespaciais estabelecidas. • Incentive os alunos a observar a fotografia destas páginas e a expor oralmente suas ideias sobre qual aspecto da região Sul ela representa.
Memorial Casa Italiana na Praça das Etnias, na cidade de Gramado (RS), 2015. Essa casa é uma homenagem à imigração italiana na região.
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• Veja a seguir algumas sugestões de perguntas para
> Que atividades econômicas se destacam na região Sul?10/24/18
> Qual é a principal característica do clima predominan-
da região Sul?
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avaliar o conhecimento prévio dos alunos.
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> Qual foi a participação dos imigrantes na colonização
te na região Sul?
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BNCC
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
• É importante o uso de
diferentes linguagens, como a sonora, para o desenvolvimento do raciocínio geográfico e para diversificar as formas de se expressar e partilhar informações, conforme orienta a competência geral 4 da BNCC.
Orientações gerais
• Como outra opção de estratégia inicial de abordagem do tema, sugerimos o texto a seguir, que aborda um panorama geral da região Sul. Paraná
Região Sul Maryane Vioto Silva
População: 11 348 937 de hab. Área: 199 308 mil km²
Santa Catarina População: 7 075 494 de hab. Área: 95 738 mil km²
Rio Grande do Sul População: 11 329 605 de hab. Área: 281 738 km² Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94.
N L
O
0
650 km
S
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.com.br>. Acesso em: 11 set. 2018.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
A Qual aspecto da população da região Sul pode ser identificado com base na fotografia? Discuta com seus colegas. B Além dos aspectos mostrados nessa imagem, verifique com os colegas quais outras características vocês conhecem sobre essa região do Brasil.
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Orientações gerais
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• Construa com os alunos um mapa conceitual, tendo como palavra-chave a região Sul, e registre os conhecimentos prévios dos alunos para posterior discussão com base no que foi levantado.
Respostas
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A Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comen-
tem que a região Sul apresenta forte influência cultural dos imigrantes italianos. B Resposta pessoal. Verifique se os alunos citam características relacionadas à atividade industrial, à presença de imigrantes na formação da população da região Sul, entre outros.
[...] O Sul é o único domínio não tropical do país. Excetuando-se o norte do Paraná, todo o resto do território regional está ao sul do Trópico de Capricórnio, o que dá a essa área um caráter nitidamente subtropical. Mas não são apenas os aspectos naturais, especialmente climáticos, que diferenciam a região. Ela passou também por um processo de ocupação e valorização econômica bastante diverso das demais unidades regionais brasileiras. A partir do século XIX, quando começou sua ocupação efetiva, dirigiram-se para lá expressivos contingentes de europeus não ibéricos que propiciaram, em amplas áreas, a criação de uma estrutura agrária baseada em pequenas e médias propriedades, enquanto no Brasil tropical predominavam os latifúndios. [...] A pequena policultura comercial associada muitas vezes à criação de suínos e aves, desenvolvida pelos imigrantes, e posteriormente por seus descendentes, adaptou-se muito bem a uma região que gradativamente ia se integrando às demais áreas do mercado interno brasileiro, especialmente ao da região Sudeste. [...] ARBEX JÚNIOR, José; OLIC, Nelson Bacic. A hora do sul: o Brasil em regiões. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1995. p. 8-9.
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Entendendo os aspectos naturais da região Sul
BNCC
• Os
temas abordados nestas páginas apresentam a espacialização dos aspectos físicos da região Sul e abrangem a habilidade EF07GE11, utilizando-se de recursos, como os mapas temáticos para identificar a espacialização do clima, vegetação, relevo e hidrografia da região Sul, reforçando, assim, a habilidade EF07GE09.
A região Sul é a menor das cinco regiões brasileiras. Formada por três estados, possui cerca de 577 mil km2, ou seja, representa aproximadamente 7% do território do país.
Clima e vegetação do Sul A região Sul é a única, entre as regiões do país, onde predomina o clima subtropical. Por essa razão, é conhecida pelas baixas temperaturas que caracterizam boa parte de seu território no período de inverno. Essas condições climáticas, associadas a variadas formas de relevo, propiciam o desenvolvimento de diferentes formações vegetais nas paisagens naturais dessa região. Região Sul: clima
A
rísticas físico-naturais da região Sul permite aos alunos que estabeleçam conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, com uso também da linguagem cartográfica, favorecendo a abordagem das competências específicas de Geografia 2 e 4.
MS Trópico de Capricórnio
SP
Londrina
Cascavel
Região Sul: vegetação
PR
MS
SP
Trópico de Capricórnio
PR
25° S Curitiba
Chapecó Passo Fundo Uruguaiana
Integrando saberes
Pelotas L
O S
0
RS
200 km
Criciúma
OCEANO ATLÂNTICO Clima tropical de altitude Clima subtropical Cidade Capital estadual
Floresta tropical Mata de araucárias Vegetação litorânea Campos
RS
Porto Alegre
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 60.
Carina Furlanetto/Futura Press
25° S
SC
SC Florianópolis
N
• Para complementar as discussões acerca do clima e da vegetação da região Sul, promova uma conversa com o professor do componente curricular de Ciências para que ele complemente a temática, mencionando as principais espécies da fauna e flora típicas do clima da região.
B 50° O
Ilustrações: E. Cavalcante
• O estudo das caracte-
N
OCEANO ATLÂNTICO
L
O S
0
200 km
50° O
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 67.
No mapa B podemos observar os tipos de vegetação que cobriam originalmente a região Sul. Quando o comparamos com o mapa A, verificamos que a cobertura vegetal predominante na região corresponde a formações vegetais que melhor se desenvolvem no clima subtropical, ou seja, verão quente, inverno com temperaturas amenas e chuvas bem distribuídas durante o ano. Entre elas, destacam-se a Mata de Araucária e os Campos. Nas porções mais elevadas do relevo, é comum a ocorrência de fortes geadas nos períodos de inverno; em alguns municípios, como São Joaquim, Urubici e Lajes, localizados no estado de Santa Catarina, pode até mesmo haver, nos anos mais frios, precipitação de neve. Nesta fotografia, paisagem com geada na região serrana de Bento Gonçalves (RS), 2018.
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Orientações gerais
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• Como outra estratégia para trabalhar com
esse tema, apresente aos alunos o poema encontrado no site a seguir e solicite a eles que apontem os termos que caracterizam a região Sul. O uso de diferentes gêneros textuais, como o poema, permite aos alunos exercitar o
raciocínio geográfico, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 7. > NUNES, Christiano. O frio do Sul. Disponí-
vel em: <http://livro.pro/zaj5n9>. Acesso em: 3 out. 2018.
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> Peça aos alunos que produzam um desenho
que possa ilustrar a relação existente entre o poema e as características de clima e vegetação da região Sul. Após a produção, solicite a eles que escrevam uma legenda, explicando o desenho produzido. Posteriormente, os desenhos podem ser expostos na parede da sala de aula.
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Embora a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, iniciada em 1975, tenha sido um dos maiores empreendimentos de engenharia do país, foi alvo de muitas polêmicas, já que não foram poucos os impactos ambientais causados por sua construção. Observe na imagem abaixo a usina de Itaipu.
E. Cavalcante
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Morro da Boa Vista (1 827 m)
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140 km
OCEANO ATLÂNTICO
Rios permanentes Pico
50° O Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 88.
Itaipu Binacional Você pode encontrar mais informações sobre a Itaipu Binacional consultando o site: <http://livro.pro/xqpf55>. Acesso em: 17 set. 2018.
Bacia hidrográfica: conjunto de terras de uma porção do relevo por onde corre um rio principal e seus afluentes.
Kiko Sierich/Futura Press
O reservatório de Itaipu alagou uma área com cerca de 1 350 km2 e, além de submergir várias propriedades agrícolas, destruiu diversas formações vegetais originais que ocupavam o local. Usina hidrelétrica de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai em Foz do Iguaçu (PR), 2016. Também é possível observar parte do reservatório formado pela barragem da hidrelétrica.
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• Esclareça aos alunos que megawatt é uma unidade de medida de energia elétrica. Um megawatt equivale a um milhão de watts (1MW = 1 000 000 W).
> Quais os principais Altitudes em metros
N
Orientações gerais
• Oriente os alunos a refletir sobre o grande potencial hidrelétrico dos rios da região Sul. Para isso, sugerimos as questões a seguir.
Paraná (1 922 m)
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SC Capão Doce
25° S
A GE
Entre as bacias hidrográficas presentes na região Sul, a do rio Paraná, que abrange também partes das regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, merece destaque especial. Os rios dessa bacia abrigam, no seu conjunto, 176 usinas hidrelétricas e respondem por praticamente 59% de toda a produção nacional de hidreletricidade. Entre as usinas hidrelétricas presentes no Rio Paraná, uma em particular, a usina hidrelétrica de Itaipu, destaca-se das demais por sua magnitude. Ela é uma usina binacional brasileira e paraguaia, ou seja, desenvolvida a partir de uma parceria entre os governos do Brasil e do Paraguai, que produziu em 2017 cerca de 96 milhões de megawatts-hora (MWh), energia responsável pelo suprimento de aproximadamente 15% do consumo no Brasil, e 86% no Paraguai.
Paranap
Capítulo 5
MS
aí
A região Sul abriga uma vasta rede hidrográfica, sendo que parte dela corre por terrenos localizados em planaltos, fato que confere amplo potencial energético à região.
Região Sul: relevo e hidrografia
Iv
:55 PM
Relevo e hidrografia do Sul
rios que fazem parte da região Sul? > Qual a importância dos
rios que compõem a bacia hidrográfica do rio Paraná para a produção nacional de hidreletricidade? > Qual a importância da
usina hidrelétrica de Itaipu para o abastecimento energético da população brasileira?
• Comente que a usina hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, é a segunda maior usina no país em capacidade instalada para a geração de energia hidrelétrica, ou seja, após Itaipu. Ela é responsável por aproximadamente 5% da capacidade geradora de energia do país. • Ressalte que, assim como ocorreu em outras grandes construções em todo o mundo, a usina hidrelétrica de Itaipu foi responsável por um grave impacto ambiental, apesar de fornecer energia elétrica a uma boa parte da população brasileira. Para enriquecer o assunto, divida os alunos em dois grupos para que debatam sobre os aspectos negativos e positivos das construções de usinas hidrelétricas, como a de Itaipu.
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A região Sul e sua população
BNCC
•O
estudo dos fluxos populacionais e da distribuição territorial da população da região Sul permite uma abordagem das habilidades EF07GE02 e EF07GE04.
Após a chegada dos portugueses ao Brasil, no século XVI, poucas áreas da região Sul foram povoadas por colonizadores europeus. Até o início do século XIX, a população era constituída, principalmente, por povos indígenas e a maior parte do território da região era encoberta por mata nativa. As áreas povoadas por esses povos durante esse período consistiam em pequenos povoados localizados junto ao litoral e algumas áreas da Campanha Gaúcha, onde se praticava a criação extensiva de gado.
valorização e respeito às diversas culturas que formaram a população da região Sul, em sua maioria de origem europeia.
Coleção particular
• Incentive atitudes de
• Comente com os alu-
nos que o interesse dos europeus em migrar para o Brasil surgiu quando o governo brasileiro teve a necessidade de ocupar as terras da região Sul de maneira eficaz.
No século XVII, os vilarejos localizados no litoral da região Sul sobreviviam basicamente em razão da procura de ouro. Como exemplo desses núcleos urbanos, temos o vilarejo de Nossa Senhora do Desterro (hoje a cidade de Florianópolis), mostrado na pintura acima, de Jean-Baptiste Debret, no século XIX.
• Explique, ainda, que o governo brasileiro promoveu uma série de programas para incentivo da ocupação das terras da região Sul do país, pois temia perder parte de seu território para os países vizinhos.
A chegada dos imigrantes O povoamento da região Sul por europeus ocorreu a partir do século XIX, quando o governo brasileiro, procurando defender seu domínio sobre essa porção do país, diante dos interesses de países vizinhos (Argentina, Paraguai e Uruguai), passou a promover programas de incentivo à imigração europeia, voltados para essa região.
• Comente com os alu-
E. Cavalcante
nos que no século XVI, a região Sul não foi densamente povoada pelos portugueses por falta de interesse econômico. Já em outras regiões do Brasil, como no Nordeste, o povoamento aconteceu densamente nesse século, pois as atividades de extração do pau-brasil e o início da implantação dos engenhos de produção de açúcar foram intensamente explorados pelos portugueses. Se necessário, retome com os alunos o conteúdo sobre os principais ciclos econômicos e a ocupação do território, páginas 22 e 23, do capítulo 1.
De modo geral, os imigrantes foram atraídos para o Brasil em busca de uma vida melhor, já que, naquele período, muitos países da Europa conviviam com problemas socioeconômicos, como guerras e desemprego.
Região Sul: povos imigrantes SP
MS
Trópico de Capricórnio PR
Ponta Grossa 25° S Prudentópolis Curitiba São Mateus Joinville do Sul Itaiópolis Blumenau Chapecó
SC
Erechim Santa Rosa Ijuí
Jaguari
Eslavos Alemães
Bento Gonçalves
Criciúma Caxias do Sul
RS
Mistos Capital estadual Cidades
de imigrantes.
OCEANO ATLÂNTICO N L
O
160 km
50° O
Veja no mapa ao lado as áreas ocupadas pelos principais grupos de imigrantes que participaram da colonização da região Sul.
• Identifique as áreas ocupadas pelos grupos
Novo Hamburgo Santa Santa Cruz Maria do Sul Porto Alegre
Italianos
0
Nova Trento Florianópolis
Concórdia
Os principais imigrantes que vieram para o Brasil foram alemães, italianos e eslavos.
S
Fonte: MARTINS, Dora; VANALLI, Sônia. Migrantes. Porto Alegre: Contexto, 1997. p. 78.
A porção central e sul do estado do Paraná, o estado de Santa Catarina e as porções noroeste, central e nordeste do estado do Rio Grande do Sul.
Campanha Gaúcha: região localizada a sudoeste do estado do Rio Grande do Sul. Eslavos: povos de origem indo-europeia que vivem principalmente na região central e oriental da Europa. Entre esses povos estão os poloneses, os russos e os búlgaros.
148
g20_ftd_lt_7vsg_c5_p144a153.indd Integrando saberes
148
• Se considerar pertinente, converse com o professor do componente curricular de Arte para que apresente informações sobre o pintor Jean-Baptiste Debret e trabalhe a linguagem artística aplicada ao conhecimento geográfico, conforme orienta a competência específica de Geo-
10/24/18 5:55 PM
grafia 4. Para conhecer mais sobre sua biografia e obras, sugerimos o acesso ao site a seguir. > Enciclopédia Itaú Cultural. Jean-Baptiste Debret.
Disponível em: <http://livro.pro/bt9ivj>. Acesso em: 3 out. 2018.
148
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:55 PM
Capítulo 5
Os japoneses também participaram da colonização da região Sul. Em meados do século XX, esse grupo de imigrantes se dirigiu, principalmente, para a porção norte do estado do Paraná. A expansão das lavouras cafeeiras do oeste paulista em direção ao norte do estado paranaense, além de atrair japoneses e descendentes de imigrantes europeus, trouxe trabalhadores vindos dos estados de São Paulo, Minas Gerais e da região Nordeste do país. Zig Koch/Pulsar Imagens
Atlas das representações literárias de regiões brasileiras – Brasil meridional IBGE. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. O atlas é um livro que traz textos de obras clássicas da literatura nacional da região Sul do Brasil, identificadas e representadas através de mapas, fotografias e imagens de satélite. Visite a página: <http://livro.pro/5wwpua>. Acesso em: 17 set. 2018.
• Como forma de conhecer as diversas manifestações culturais da região Sul e valorizar a influência cultural dos imigrantes, conforme orienta a competência geral 3 da BNCC, propomos a sequência didática 7, disponível no material digital. Esse tema permite realizar um trabalho com o tema contemporâneo Diversidade cultural. Orientações gerais
• Explique aos alunos que várias cidades da região Sul surgiram de antigas colônias de imigrantes. No estado do Rio Grande do Sul, das colônias italianas surgiram cidades como Caxias do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves, e das colônias alemãs, Novo Hamburgo e Santa Cruz do Sul. Já no estado de Santa Catarina, das colônias italianas nasceram cidades como Chapecó e Concórdia, e das alemãs, Joinville, Blumenau e Brusque.
A fotografia mostra a praça da Poesia Germânica no Bosque Alemão em Curitiba (PR), 2017. Essa construção é a réplica da fachada da Casa Mila, residência construída por imigrantes alemães em 1870.
Um povoamento diferente A colonização da região Sul apresentou características diferentes dos processos de colonização ocorridos nas regiões Nordeste e Sudeste do país. Nessas duas regiões, a maior parte dos imigrantes colonizadores trabalhava nas grandes propriedades monocultoras, principalmente nas de cana-de-açúcar, no Nordeste, e de café, no Sudeste. Já na região Sul, os imigrantes inseridos em pequenas ou médias propriedades e, com o uso de mão de obra familiar, praticavam a policultura, ou seja, o cultivo de tipos variados de lavouras. Além disso, nessas propriedades era comum a criação de animais, como bois, porcos ou galinhas junto às lavouras. Com o passar do tempo, essas propriedades da região Sul, em que se praticava a policultura, ganharam espaço no comércio interno do país, desempenhando um importante papel no abastecimento de outras regiões, principalmente do Sudeste, onde a atividade industrial era crescente. Domingos Mancuso. 1915. Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, Caxias do Sul
Material digital
• Ao trabalhar o tema Um povoamento diferente, proponha aos alunos uma pesquisa de fotos na internet sobre como está atualmente a paisagem da cidade de Caxias do Sul, que foi retratada na imagem no ano de 1915. Oriente-os a buscar outras informações relevantes sobre a cidade, como a qualidade de vida da população e as manifestações culturais típicas dos povos europeus.
Muitas famílias de imigrantes italianos dedicavam-se ao cultivo de uvas e à produção de vinho. A imagem ao lado, mostra o transporte de uva em frente à cantina Antônio Pieruccini, localizada na Avenida Júlio de Castilhos, entre a rua Humberto de Campos e Angelina Michielon, em Caxias do Sul (RS), 1915.
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Orientações gerais
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• Sugerimos a leitura do livro a seguir, que apresenta uma reflexão sobre a ocupação do território dos estados da região Sul e a chegada dos imigrantes europeus. > MORAES, Paulo Roberto; FIORAVANTI, Car-
los. Sul: herança dos imigrantes. São Paulo: Harbra, 1998.
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• Apresente aos alunos uma imagem de uma
casa com telhado inclinado, muito típico em cidades da região Sul do Brasil, como em Caxias do Sul. Comente com os alunos que o telhado bastante inclinado de algumas moradias no Sul do Brasil é uma herança cultural dos imigrantes que vieram da Europa para a região.
Em razão do rigoroso inverno existente em algumas regiões da Europa, os telhados das casas são inclinados para evitar o acúmulo de neve. No Brasil, muitos imigrantes construíram suas moradias preservando esse estilo arquitetônico.
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Sugestão de atividade
A população atual da região Sul
• Construção de gráfi-
E. Cavalcante
E. Cavalcante
cos e análise de dados De maneira geral, as áreas com maior densidade Região Sul: distribuição • Para complementar o demográfica da região Sul constituem áreas urbanoda população – 2010 tema sobre a concentra-industriais. Já as áreas de menor densidade corresção de terras na região SP MS pondem às porções do território que tradicionalmente Sul, promova uma conTrópico de Capricórnio estiveram voltadas para a atividade agropecuária, versa com o professor do como a região da Campanha Gaúcha. PR componente curricular de Matemática abordan25° S Observe no mapa a distribuição desigual da popuCuritiba do a construção de grálação pelo território da região Sul. ficos e análise de dados, trabalhando com a habiAtualmente, a SC Região Sul: população lidade EF07GE10. população da Florianópolis urbana e rural – 2015 Objetivos região Sul é a terceira maior do • Compreender o proRS Rural cesso de produção de país, com 14% Porto Alegre aproximadamente gráficos de colunas. 29 milhões de • Analisar a distribuição N habitantes e Habitantes por km de terras na região Sul. Urbana L O grande predomínio 100 ou mais 86% Materiais 25 S da população OCEANO 10 ATLÂNTICO 1 170 km 0 urbana. Veja o • tabela de dados Capital estadual gráfico ao lado. 50° O • lápis Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: • borracha Rio de Janeiro, 2016. p. 114. <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/261#resultado>. Acesso em: 22 mar. 2018. *As áreas mais povoadas localizam-se sobretudo na porção leste da região e nas proximidades das capitais • lápis de cor ou caneta estaduais. colorida • Com seus colegas, identifique quais são as áreas mais povoadas da região Sul.* régua • O predomínio da população urbana nesta região deve-se à intensa migração do • papel sulfite campo para as cidades, realizada por muitas famílias a partir da década de 1970. Procedimentos Nesse período, a expansão das grandes propriedades monocultoras, como as de • Antes de iniciar a produção do gráfico de colusoja, associada à mecanização das lavouras, acabou por reduzir significativamente o nas, apresente aos alunos número de trabalhadores no campo, gerando muito desemprego no meio rural. a tabela de dados a seguir. Além da modernização agrícola, o aumento da concentração de terras, provocado • Com base nos dados, pelo crescimento do número de grandes propriedades rurais monocultoras, tornou oriente os alunos na cada vez mais difícil a sobrevivência de pequenos proprietários no campo. construção do gráfico de colunas. Vida urbana • Solicite aos alunos que, com a régua, tracem soA concentração populacional nas áreas bre o papel uma reta horiurbanas da região Sul do Brasil acarreta uma zontal (eixo horizontal do série de problemas sociais e de infraestrutura, gráfico), e outra vertical facilmente observados nas periferias das cidades. (eixo vertical do gráfico). Como na maioria das cidades brasileiras, parte • O eixo vertical deve da população da região Sul também encontra apresentar segmentos de dificuldades de acesso ao atendimento de saúde, tamanhos iguais. Nesse à educação e ao emprego. No entanto, apesar exemplo, o eixo foi divididesses problemas, os estados dessa região do em seis partes iguais, apresentam indicadores sociais muitas vezes começando no 0 com superiores aos outros estados do país, com boas intervalo de 1 cm. Como condições de saúde, educação e renda, que se o maior valor da tabela é refletem em bons Índices de Desenvolvimento Casas na periferia do município de Caxias do Sul (RS), 51, a última divisão deve 2015. Humano (IDH). representar o valor 60. • Peça aos alunos que 150 elaborem um título para Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Extraído do site: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 5 out 2018. o gráfico. Nesse caso, utilizamos “A estrutura fundiária da região Sul”. Estrutura agrária em que se• O eixo horizontal constitui a base g20_ftd_lt_7vsg_c5_p150.indd 150 (em%) 7/5/19 2:03 PM 60 rão representadas as colunas do gráfico. Cada 52 50 coluna será traçada de acordo com os valores 41 40 apresentados na tabela. Nesse gráfico, elas 40 33 estão dispostas em quatro grupos de duas co30 23 lunas, em que uma delas representa a quanti20 dade de estabelecimentos agropecuários (em 10 6 4 %), e a outra, a área ocupada por esses estabe1 0 até 10 10 a 100 100 a 1 000 acima de 1 000 lecimentos (em %). Segue modelo de gráfico a Hectares ser apresentado. Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
2
Leonardo Mari
Estabelecimentos Área ocupada
150
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7/5/19 3:53 PM
:55 PM
em foco
Capítulo 5
Geografia
Migrando do Sul para outras regiões
Embora, a partir da década de 1970, várias pessoas da região Sul tenham migrado para os centros urbanos dessa mesma região, uma parcela muito grande de migrantes provenientes do campo procurou recomeçar a vida em áreas rurais de outras regiões do país, onde a expansão da fronteira econômica atraía um grande número de brasileiros. Assim, muitos habitantes do Sul do Brasil se dirigiram para a região Centro-Oeste e Norte do país, à procura dos lotes de terra com preços baixos. A expansão de lavouras, principalmente de soja, no sul dos estados do Maranhão e Piauí e no oeste da Bahia também atraiu grande número de migrantes provenientes da região Sul do país.
Orientações gerais
• Aproveite o tema e solicite aos alunos uma pesquisa sobre migração no município em que vivem. Utilize como amostra os alunos da sala. Peça que perguntem aos pais ou responsáveis sobre migrações passadas, caso os alunos não informem que vieram de outro município, estado ou país. • Aproveite as orientações da página 150 e sugira aos alunos que produzam um gráfico com os dados encontrados.
As regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil não foram os únicos destinos dos migrantes do Sul. A partir da década de 1970, várias pessoas da região Sul cruzaram a fronteira com o Paraguai em busca de oportunidades de trabalho nas propriedades agrícolas do país vizinho. Danubio Ferreira/Futura Press
Em alguns municípios dos estados localizados na fronteira agrícola do país, a exemplo de Mato Grosso, a população de migrantes da região Sul é significativa. A fotografia ao lado mostra área de parte da cidade de Alta Floresta (MT), 2018, onde grande parte da população provém da porção centro-sul do país.
Adriano Kirihara/ Pulsar imagens
Estima-se que, até o final da década de 1970, cerca de 300 mil brasileiros já haviam migrado para o Paraguai. Embora ainda existam muitos brasileiros trabalhando em lavouras do Paraguai, nos últimos anos, em virtude de conflitos pela posse legal de terras, muitos brasileiros, denominados “brasiguaios”, iniciaram um movimento de retorno ao nosso país.
Propriedade rural de brasileiros no município paraguaio de Bella Vista Norte, departamento de Amambay, 2018.
151 Estabelecimentos agropecuários por grupos de área total – região Sul 10/24/18 5:55 PM (em %) Quantidade de estabelecimentos (em %) Área dos estabelecimentos
Grupos de área total
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Até 10 ha
40
4
Entre 10 e 100 ha
51
33
Entre 100 e 1000 ha
6
40
1000 ou acima de 1000 ha
0,5
23
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/ tabela2727>. Acesso em: 3 out. 2018.
151
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Atividades
Orientações gerais
• Em
• Comente com os alu-
nos que, apesar de a região Sul ser conhecida pela influência cultural europeia, nela existem diversos povos indígenas que antes já habitavam essas terras, como os Xetá (PR), os Guarani (PR, SC e RS), os Kaingang (PR, SC e RS) e os Xokleng (SC).
• Com base neste tema, sugerimos a realização de um trabalho com o tema contemporâneo Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena com o intuito de reforçar a habilidade EF07GE03.
• Para
abordar o tema com os alunos, apresente a eles a história em quadrinhos sobre os Xokleng, disponível no site a seguir, e inicie um debate a respeito da a ocupação de seu território e os conflitos étnicos.
> Indígenas do Alto Vale
do Itajaí: o povo Laklanõ/ Xokleng e a colonização de Rio do Sul. Alex Gunther. Disponível em: <http:// livro.pro/rifh4e>. Acesso em: 3 out. 2018.
Exercícios de compreensão 1. Qual o clima predominante na região Sul do Brasil e quais as principais características? O clima predominante da região Sul é o subtropical, com verão quente,
inverno com temperaturas amenas e chuvas bem distribuídas durante o ano. 2. Possível 2. Com relação ao povoamento da região Sul, escreva no caderno dois fatores que resposta: a contribuíram para a ocupação tardia dessa porção do território pelos europeus. ocorrência do clima 3. Justifique a afirmação abaixo. subtropical, que não favorecia o A colonização da região Sul apresentou características diferentes dos procultivo de lavouras cessos de colonização ocorridos nas regiões Nordeste e Sudeste do país. tropicais, como a cana-de-açúcar, muito 4. Quais os principais problemas sociais que surgiram em muitas cidades da região valorizada no Sul em consequência da intensa migração do campo para as cidades, a partir da comércio década de 1970? Os principais problemas foram o surgimento de trabalho em atividades mal europeu, e a remuneradas, o desemprego e o aumento do número de moradias em situações ausência de precárias, algumas delas ocupando áreas impróprias para habitação. grandes Geografia no contexto jazidas de minérios nessa porção do 5. Observe o mapa e os climogramas. território, sobretudo o ouro. Região Sul: climas 3. Resposta esperada: diferentemente das regiões Nordeste e Sudeste, em que a maior parte dos imigrantes trabalhava nas grandes propriedades monocultoras, na região Sul os imigrantes adquiriram pequenas ou médias propriedades e, com o uso de mão de obra familiar, praticavam a policultura e a criação de animais junto às lavouras.
50° O
MS
> Xokleng. ISA (Institu-
to Socioambiental). Disponível em: <http://livro. pro/rprpnm>. Acesso em: 3 out. 2018.
SP
Trópico de Capricórnio
PR
25° S
Curitiba
SC
RS
Porto Alegre
Florianópolis
Clima tropical típico Clima subtropical Capital estadual
• Para ampliar seus co-
nhecimentos sobre esse povo indígena, sugerimos o acesso ao site a seguir, que apresenta informações sobre sua história, localização, demografia, língua, organização social, cultura etc.
E. Cavalcante
complemento às páginas de atividade, proponha um trabalho sobre os povos indígenas que também fazem parte da composição étnica da população da região Sul.
N L
O S
0
110 km
OCEANO ATLÂNTICO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 99.
152
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10/24/18 5:55 PM
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10/26/18 10:27 AM
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:55 PM
Climograma B Temperatura (°C)
30
350
280
25
280
25
210
20
210
20
140
15
140
15
70
10
70
10
5
0
0
J
F M A M J J A S O N D Meses
Climograma C Precipitação (mm)
350
Ilustrações: Gilberto Alicio
Precipitação (mm)
30
Temperatura (°C)
30
280
25
210
20
140
15
70
10
0
J
F M A M J
J A S O N D
5
Meses
J
informações estão disponíveis no site: Climatempo <http://livro.pro/ dqfpku>. Acesso em: 17 set. 2018. > B – Petrolina (PE), e as
informações estão disponíveis no site: Climatempo <http://livro.pro/ inue92>. Acesso em: 17 set. 2018.
• Qual dos climogramas melhor caracteriza o clima predominante na região Sul? Justifique sua escolha.
O climograma C apresenta temperaturas amenas no inverno, e chuvas bem distribuídas durante o ano, características do clima subtropical da região Sul.
> C – Uruguaiana (RS),
e as informações estão disponíveis no site: Climatempo <http://livro. pro/mcya3a>. Acesso em: 17 set. 2018.
Fonte dos climogramas: CLIMATEMPO. Climatologia. Disponível em: <www.climatempo.com.br>. Acesso em: 17 set. 2018.
6. Estima-se que mais de um milhão de pessoas migraram da região Sul para outras regiões entre as décadas de 1970 e 1980. Observe o mapa abaixo e responda às questões no caderno. Região Sul: fluxos migratórios – 1970-1980 a ) Explique os principais fatores VENEZUELA SURINAME GUIANA responsáveis pela migração de COLÔMBIA O FRANCESA GUIANA RR pessoas do Sul do Brasil no AP Equador período representado no mapa. b ) No caderno, caracterize, a partir das palavras dadas, os fluxos migratórios representados pelas setas presentes no mapa. 6. a) Resposta esperada: a expansão da fronteira agrícola em direção ao Centro-Oeste e Norte do país, a expansão das lavouras de soja em áreas do Nordeste e, ainda, a busca por oportunidade de trabalho nas propriedades agrícolas do Paraguai. 6. b) Fluxo migratório interno, em que pessoas da região Sul migraram para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em busca de trabalho em áreas agrícolas. Fluxo migratório externo, em que habitantes da região Sul, denominados “brasiguaios”, migraram para o Paraguai em busca de trabalho nas propriedades agrícolas desse país. Fonte: Centro de Estudos Migratórios. Migrações no Brasil: o peregrinar de um povo sem terra. São Paulo: Paulinas, 1986. p. 24.
• Após a realização da atividade 5, informe os alunos que os climogramas correspondem aos seguintes municípios: > A – Manaus (AM), e as
5
F M A M J J A S O N D Meses
Orientações gerais
N L S
E. Cavalcante
Temperatura (°C)
Precipitação (mm)
350
Capítulo 5
Climograma A
0°
AM CE
MA
PA
PI AC
TO RO
SE
BA
PERU
RN PE
PB AL
MT DF GO
BOLÍVIA
MG ES MS
SP
PARAGUAI
CHILE
PR
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ATLÂNTICO
RJ
Trópico de Ca
pricórn i o
SC
ARGENTINA
RS
Migração interna Migração externa
URUGUAI
0
480 km
50° O
153
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10/24/18 5:55 PM
153
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A organização econômica da região Sul
Orientações gerais
• Apresente
o texto a seguir aos alunos. Ele trata da pecuária e da região dos Pampas, no Rio Grande do Sul.
MAGNOLI, Demétrio; ARBEX JÚNIOR, José; OLIC, Nelson Bacic. Conhecendo o Brasil: região sul. São Paulo: Moderna, 1996. p. 30-31.
Nesta página e nas seguintes, vamos conhecer melhor alguns aspectos econômicos dessa região do país.
A agropecuária da região Sul Uma das principais características da agropecuária desenvolvida na região Sul é a utilização, em muitas propriedades rurais, de técnicas modernas de criação e cultivo, como manejo de solo, uso de máquinas sofisticadas, sistema de irrigação, adubos, fertilizantes, ordenhas mecânicas e inseminação artificial. Nas últimas décadas, o emprego de modernas técnicas de produção no campo, associado ao clima subtropical e aos solos férteis, vem gerando excelentes níveis de produtividade na região. Atualmente, a agricultura da região Sul responde por aproximadamente 40% da produção de grãos do Brasil. Parte dela destina-se ao abastecimento do mercado interno e a outra parte é exportada. Veja no mapa abaixo a distribuição da agropecuária na região Sul. Região Sul: agropecuária - 2011
Lavoura permanente Tipo de lavoura composto por gêneros agrícolas que apresentam longo período de duração, permitindo várias colheitas sem necessitar de novos plantios. Entre as principais lavouras permanentes da região Sul estão o café, a erva-mate e a laranja.
E. Cavalcante
Essa extensa região, que engloba todo o centro-sul do Rio Grande do Sul, é caracterizada pelo domínio de áreas planas, recobertas por vegetação rasteira, conhecidas como campos limpos ou Pampa. A monotonia das planuras é por vezes interrompida por pequenas elevações de forma arredondada, conhecidas regionalmente como coxilhas. [...] O início de sua ocupação data do século XVII, quando os colonizadores de origem portuguesa e espanhola desenvolveram a criação de bovinos, que ainda hoje é a atividade dominante. Os solos da região tinham pouca fertilidade, fato que, durante muito tempo, tornou difícil sua utilização para a agricultura. No começo, o gado era criado solto: não existiam cercas dividindo as propriedades, e as terras livres perdiam-se de vista no horizonte. Além dos bovinos, difundiu-se mais tarde a criação de ovinos, cujo rebanho se tornou, de longe, o mais numeroso do país – o Rio Grande do Sul ganhou muito dinheiro com a venda de lã. Ao longo do tempo, esses rebanhos de bois e ovelhas foram aprimorados com a introdução de espécies europeias, que aumentaram em muito a produtividade do setor pecuário. Nas últimas décadas, a agricultura vem avançando sobre a Campanha. A produção de arroz, o primeiro cultivo introduzido na região, atinge atualmente níveis importantes. Também crescem os cultivos da soja e da uva. [...]
A região Sul é a segunda maior em participação no PIB nacional, superada apenas pela região Sudeste. A presença de um diversificado parque industrial e o desenvolvimento de uma agropecuária moderna levam a região Sul a ganhar cada vez mais destaque na economia nacional.
SP
MS Trópico de Capricórnio
PR 25° S
Lavoura temporária Lavoura formada por gêneros agrícolas de curta duração, cujo período de produção, muitas vezes, não ultrapassa um ano. Geralmente, na colheita, as plantas são destruídas e impossibilitadas de se desenvolver por si só, sendo necessário realizar novo plantio. Entre as principais lavouras temporárias da região Sul estão o feijão, o milho e o trigo.
SC
RS
OCEANO ATLÂNTICO
N
Manejo de solo: conjunto de medidas adotadas na agricultura que tem por objetivo tornar favoráveis as condições para o plantio e desenvolvimento de gêneros agrícolas. Ordenha mecânica: técnica de retirar leite de animais utilizando uma máquina conhecida por ordenhadeira.
Lavoura permanente Pecuária Aves Laranja Café Bovinos Fruticultura Erva-mate Equinos Lavoura temporária Ovinos Fumo Arroz Suínos Aveia Mandioca Batata Milho Cana-de-açúcar Soja Cevada Trigo Feijão
L
O S
0
130 km
50° O Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 54.
154
• Para explorar o texto, sugerimos as questões a seguir. g20_ftd_lt_7vsg_c5_p154a163.indd 154
> Onde se localiza a região do Pampa gaúcho?
Resposta: No centro-sul do Rio Grande do Sul. > Como se deu sua ocupação?
Resposta: O início de sua ocupação data do século XVII, quando os colonizadores de origem portuguesa e espa-
nhola desenvolveram a criação de bovinos, que é ainda a10/24/18 atividade dominante.
5:58 PM
> Quais são os principais rebanhos criados na região?
Resposta: Bovinos e ovinos. > Quais os cultivos produzidos na região da Campanha?
Resposta: Arroz, soja e uva.
154
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g20_
:58 PM
Capítulo 5
Veja os principais cultivos e criações da região Sul na tabela a seguir. Produção agropecuária da região Sul - 2016 Produtos Produção agrícolas (em toneladas)
Participação na produção brasileira (em %)
Criação
Rebanho Participação na (em número de produção cabeças) brasileira (em %)
Trigo
6 120 603
90
Bovinos
27 577 786
13
Arroz
8 663 291
82
Suínos
19 946 370
50
Aves*
612 579 624
45
Feijão
801 487
31
Milho
21 147 414
33
35 471 797
37
Soja
• Converse com os colegas sobre as possíveis finalidades dos produtos agropecuáResposta esperada: para a alimentação do ser humano e de outros animais, para atender à necessidade das indústrias por matérias-primas etc.
Com base nas informações apresentadas na tabela, percebe-se que metade de toda a criação de aves e suínos no Brasil é proveniente da região Sul. Esse fato, ligado à presença de modernos frigoríficos na região, vem tornando os estados do Paraná e de Santa Catarina dois grandes polos produtores e exportadores de carne suína e de frango.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
O estado do Rio Grande do Sul concentra a maior parte da criação de bovinos da região Sul. A região da Campanha Gaúcha, desde o século XVII, abriga numerosos rebanhos em suas extensas áreas de pastagem natural. Além dos bovinos, a criação de ovinos é muito expressiva no estado do Rio Grande do Sul. Atualmente, o rebanho de ovinos desse estado é o maior do país.
Conforme estudamos na página 148, a colonização da região Sul foi estruturada na criação de pequenas e médias propriedades rurais. Essa característica deixou uma forte herança na estrutura fundiária atual da região, ou seja, na forma como as propriedades rurais estão organizadas ou distribuídas.
Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
A imagem mostra ovinos no município de São Francisco de Assis (RS), 2018. A maior parte da ovinocultura do estado do Rio Grande do Sul está concentrada na região da Campanha Gaúcha, sendo que grande parcela dessa criação é de ovinos lanados, ou seja, destinados, principalmente, à produção de lã.
As diferentes paisagens rurais do Sul
• Auxilie os alunos a responder a questão apresentada nesta página. Se necessário, sugira que façam uma pesquisa sobre essas informações.
• Para que os alunos conheçam outras paisagens rurais da região Sul, solicite a eles que pesquisem imagens de diferentes paisagens rurais dos três estados do Sul, que representem tanto as grandes propriedades quanto as médias e pequenas. Em sala de aula, os alunos devem apontar os elementos que caracterizam essas paisagens (naturais e culturais) e qual atividade econômica foi retratada na imagem.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5457#resultado>. Acesso em: 15 set. 2018. *Estão indicadas somente as criações de galináceos.
rios citados na tabela.
Orientações gerais
Embora nas últimas décadas o número de grandes propriedades monocultoras, sobretudo de lavouras de soja, vem crescendo, as pequenas e médias propriedades ainda se destacam nas paisagens rurais da região Sul. Cultivo de hortaliças em uma pequena propriedade rural do município de Cornélio Procópio (PR), 2018.
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Orientações gerais
Em razão de grande parte do território da região Sul estar sob a influência do clima subtropical, as culturas que mais se destacam são de batata, cebola, trigo, arroz, aveia, cevada e centeio, pois melhor se adaptam às temperaturas amenas e às chuvas regulares durante praticamente todo o ano.
• Comente com os alu-
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
nos que o clima subtropical é favorável para plantação de trigo, o que contribuí para que a região Sul tenha a maior participação na produção brasileira desse grão.
• Comente ainda que a soja é uma cultura típica de clima tropical.
• Se necessário, localize
as cidades e os estados das imagens desta página e da página anterior em um mapa do Brasil. Integrando saberes
• O texto a seguir é com-
plementar à temática e propõe um trabalho com os temas contemporâneos Educação ambiental e Educação alimentar e nutricional em conjunto com o componente curricular de Ciências.
Lavoura de arroz no município de Itaara (RS), 2017.
Já na porção norte da região Sul, onde predomina o clima tropical, as culturas de cana-de-açúcar, café, milho, feijão e soja são as que melhor se adaptam às temperaturas mais elevadas, com invernos secos e verões chuvosos.
sor desse componente, apresente-o aos alunos e promovam uma discussão acerca da temática. Busquem debater com os alunos as consequências ambientais que envolvem o uso excessivo de agrotóxico em lavouras. Aproveite e relacionem os problemas de saúde que são causados pela ingestão de alimentos contaminados.
Uso de agrotóxicos aumenta no RS, segundo censo agropecuário Alvo de controvérsia, o uso de agrotóxicos aumentou nos últimos 11 anos no Rio Grande do Sul – e também no Brasil. A conclusão é do Censo Agropecuário 2017, divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, 70,2% dos estabelecimentos agropecuários adotam a prática no Estado. Em 2006, eram 62%. Embora o tema seja avaliado de forma diferente por ambientalistas e pes-
Sergio Ranalli/Pulsar Imagens
• Com a ajuda do profes-
Plantação de café em Santa Mariana (PR), 2018.
Embora exista uma diversidade de culturas desenvolvidas na região Sul, lavouras monocultoras de soja vêm ganhando cada vez mais espaço nas propriedades rurais da região. Atualmente os estados do Paraná e Rio Grande do Sul lideram a produção nacional desse gênero agrícola.
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g20_ftd_lt_7vsg_c5_p154a163.indd 156 quisadores, técnicos do IBGE afirmam que o crescimento merece atenção, em especial devido a alguns agravantes detectados no levantamento, como a baixa escolaridade na zona rural e o acesso limitado a assistência técnica. [...]
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BUBLITZ, Juliana. Uso de agrotóxicos aumenta no RS, segundo censo agropecuário. GaúchaZH, 26 jul. 2018. Disponível em: <https:// gauchazh.clicrbs.com.br/economia/campo-e-lavoura/noticia/2018/07/ uso-de-agrotoxicos-aumenta-no-rs-segundo-censo-agropecuariocjk2ozj2c01hn01qcxep8rvsa.html>. Acesso em: 2 out. 2018.
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em foco
Capítulo 5
Geografia
Turismo nas Cataratas do Iguaçu
Por localizar-se na região da Tríplice Fronteira, no oeste do estado do Paraná, a cidade de Foz do Iguaçu recebe um grande número de visitantes. Muitas pessoas procuram a cidade para atravessar a Ponte Internacional da Amizade, sobre o Rio Paraná, e realizar compras em Ciudad del Leste, no Paraguai. Outros visitantes também atravessam a Ponte Internacional da Fraternidade, sobre o Rio Iguaçu, em busca de diversão nos cassinos e restaurantes de Puerto Iguaçu, na Argentina. Foz do Iguaçu também é bastante visitada por pessoas que buscam conhecer a Usina Hidrelétrica de Itaipu, que possui um complexo turístico com zoológico, viveiro florestal, refúgio ecológico e outros atrativos. Itaipu também disponibiliza visitas técnicas para atender a grande demanda de estudantes e de profissionais de diversas áreas.
do Iguaçu. Gui e Estopa. Disponível em: <http:// livro.pro/8mrtvo>. Acesso em: 2 out. 2018.
• Explique que as Cataratas do Iguaçu são importantes pontos turísticos de Foz do Iguaçu em função de suas quedas e da área de preservação de Floresta Tropical.
Formada há mais de 150 milhões de anos, as cataratas possuem aproximadamente 275 quedas percorridas pelas águas do Rio Iguaçu.
Turistas observam as Cataratas do Iguaçu no Parque Nacional do Iguaçu em Foz do Iguaçu (PR), 2018.
Tríplice Fronteira: área onde se localiza o limite territorial de três países.
Dado Photos/ Shutterstock.com
O passeio de lancha leva os visitantes bem perto das quedas d’água e o passeio de helicóptero sobrevoa o Rio Iguaçu até sua foz, possibilitando observar o marco das três fronteiras do alto.
• Caso seja possível, apresente por meio do vídeo indicado a seguir, a história de Gui e Estopa, dois viajantes que percorrem as regiões brasileiras em busca do jequitibá-rosa, uma árvore brasileira histórica e, entre suas aventuras, viajam até Foz do Iguaçu. > Brasil Animado – Foz
Contudo, o local mais visitado em Foz do Iguaçu é o Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as Cataratas do Iguaçu. Este é o segundo parque mais visitado do Brasil, perdendo apenas para o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Segundo o Ministério do Turismo, mais de 1,8 milhão de pessoas visitaram as Cataratas do Iguaçu em 2017, reafirmando o grande potencial turístico da região.
O Parque é uma das maiores unidades de conservação e proteção da Mata Atlântica do país. As trilhas ecológicas disponibilizadas aos visitantes são acompanhadas de guias, e nelas é possível o contato direto com a natureza e a observação da biodiversidade.
Orientações gerais
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Orientações gerais
Indústrias da região Sul
• Se possível, apresente
Atualmente, a produção industrial da região Sul representa 21% do total nacional, superada apenas pela região Sudeste. Entre as atividades industriais que mais se destacam na região Sul estão aquelas ligadas aos ramos metalúrgico (indústria de bens de produção), automobilístico (indústria de bens de consumo duráveis), têxtil e alimentício (indústria de bens de consumo não duráveis).
aos alunos um mapa da região do Vale dos Sinos, formada por 14 municípios e localizada próximo à capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
No estado do Rio Grande do Sul está localizado um dos mais importantes polos brasileiros de indústrias, o Vale dos Sinos. Neste polo industrial, destaca-se a produção de calçados, mas a região também reúne indústrias agropecuárias, de informática, de telecomunicações etc.
• Explique
Bloco econômico: conjunto de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si e que concordam em abrir mão de parte da soberania nacional por uma soberania comum, ou seja, em proveito do conjunto de países. Incentivo fiscal: conjunto de políticas econômicas realizadas pelo governo para dinamizar a economia por meio da eliminação ou redução da cobrança de impostos. Mercosul: bloco econômico criado em 1991 por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Outros países da América do Sul, como Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Venezuela e Peru, participam como países associados.
Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
aos alunos que, embora as regiões metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre constituam os maiores polos industriais da região Sul, as cidades de Blumenau e Joinville, em Santa Catarina, e o norte do estado do Paraná, sobretudo as cidades de Londrina e Maringá, também possuem importantes centros industriais. Desde 1975, vários municípios da região noroeste do Paraná, como o município de Cianorte, vêm investindo no desenvolvimento da atividade industrial, principalmente no ramo de confecções.
Na imagem observamos uma linha de montagem de tratores em Canoas (RS), 2017.
A região Sul foi uma das que mais se beneficiou com o processo de desconcentração industrial em nosso país. Além dos incentivos fiscais, como empréstimos bancários, isenção de impostos e a redução dos custos de infraestrutura, como transporte e comunicação, oferecidos pelo governo, a disponibilidade de mão de obra qualificada nos três estados do Sul atraiu para essa região grande número de indústrias antes instaladas, principalmente, no Sudeste do país. Veja a tabela abaixo. Atividade industrial na região Sul Ano
Número de indústrias
Números de empregados
Produção industrial em bilhões de dólares
1970
14 534
358 100
1,3
1990
43 969
2 520 493
15,2
Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 107.
A criação do Mercosul (Mercado Comum do Sul), na década de 1990, também contribuiu para a expansão do parque industrial da região Sul. A localização estratégica dessa região entre os países-membros do bloco econômico (Argentina, Paraguai e Uruguai), aliada à sua eficiente rede de transporte, atraiu muitas indústrias para a região.
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Capítulo 5
Geografia
A herança cultural dos imigrantes: o Vale dos Vinhedos
em foco
A ampla presença de imigrantes na colonização da região Sul deixou marcas na cultura e em muitas paisagens dessa região. Isso porque, na realização de atividades do cotidiano, os imigrantes cultivavam parte dos costumes e das tradições do país de origem. A construção de casas no estilo europeu, a exemplo daquelas com telhado bem inclinado, vigas de madeira e tijolos aparentes, presente em várias paisagens da região Sul, é um exemplo da preservação dos costumes por parte dos colonizadores.
Orientações gerais
• Sugira aos alunos que pesquisem fotos e informações sobre o processo artesanal de produção de uva, vinho e sucos da região e também imagens de vinícolas. Se preferir, divida os alunos em grupos. Alguns sites como os apresentados a seguir, trazem informações. > Vale dos Vinhedos.
Município de Bento Gonçalves. Disponível em: <http://livro.pro/bsazec>. Acesso em: 3 out 2018.
Em uma região localizada entre os municípios de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Garibaldi, a 120 km de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, encontra-se a maior região produtora de vinhos no país: o Vale dos Vinhedos. Muitas vinícolas instaladas nessa região preservaram, no decorrer do tempo, a herança da colonização italiana, que pode ser observada, por exemplo, nos extensos parreirais, na arquitetura de suas construções ou no cotidiano de muitas famílias que vivem no local.
> Vale dos Vinhedos.
Disponível em: <http:// livro.pro/q5m9q5>. Acesso em: 4 out. 2018.
O vinho começou a ser produzido no Vale do Vinhedo no início no século XIX, por seus colonizadores. Atualmente, a região abriga cerca de 23 agroindústrias, representando um dos mais importantes polos industriais da produção de vinho do país.
E. Cavalcante
Vale dos Vinhedos 55° O
SC
N L
O
Na fotografia, vinícola localizada no Vale dos Vinhedos no município de Bento Gonçalves (RS), 2018.
attaphong/ Shutterstock.com
Nessa região é possível encontrar desde pequenas vinícolas, que não abrem mão da tradição, produzindo em pequena escala, às vinícolas que investem em tecnologia e no cultivo de vários tipos de uva.
S
Monte Belo do Sul
Bento Gonçalves Garibaldi
RS Vale dos Vinhedos Cidade
30° S
OCEANO ATLÂNTICO
130 km
Fonte: Vale dos Vinhedos. Disponível em: <www.valedosvinhedos.com.br>. Acesso em: 6 set. 2018.
Ismar Ingber/Pulsar Imagens
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Explorando o tema
Orientações gerais
• Esta seção permite um
[...] Para falarmos de desertificação, toma-se como referência o conceito elaborado durante a Conferência de Nairobi (Quênia), 1977. Nesta conferência definiu-se desertificação como: a diminuição ou a destruição do potencial biológico da Terra que poderá desembocar, em definitivo, em condições do tipo desértico. Esta conferência, além do plano de ação, elaborou um mapa mundial com a localização dos desertos e das áreas de risco à desertificação. Estes riscos foram classificados em alto, muito alto e moderado. Observando este mapa é possível notar que, no Brasil, somente o nordeste se inclui neste processo. O Rio Grande do Sul não se apresenta como região afetada pela desertificação. As razões são claras, o Rio Grande do Sul tem sua localização geográfica em região de clima subtropical, com precipitação média anual de 1 400 mm, por consequência, está fora da zona onde o clima, juntamente com a ação do homem, tem sido motivo principal da degradação. [...]
A agropecuária e a arenização
Observe a fotografia abaixo. Ela retrata uma área do município de Manoel Viana, localizado no sudoeste do estado do Rio Grande do Sul, onde, nas últimas décadas, vem ocorrendo um processo chamado arenização dos solos. Na região dos Pampas, porção sudoeste do estado do Rio Grande do Sul, a retirada descontrolada da vegetação natural para a prática da pecuária e de lavouras monocultoras, principalmente de soja, vem provocando a exposição excessiva dos solos arenosos daquela região aos processos erosivos. Rio Grande do Sul: áreas suscetíveis à arenização E. Cavalcante
trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental. Incentive os alunos a refletir sobre o fenômeno da arenização. Para isso, questione-os sobre quais seriam as principais causas e consequências desse processo e também quais seriam as possíveis medidas que minimizariam esse problema ambiental. Ao compreender as causas e consequências dos problemas ambientais, os alunos poderão formular ideias que promovam a consciência ambiental, conforme orienta a competência geral 7 da BNCC. • Muitas vezes, o fenômeno da arenização é entendido como sinônimo de desertificação. No entanto, eles constituem fenômenos distintos. Sugerimos a leitura do texto a seguir, que esclarece a distinção entre esses dois fenômenos.
PARAGUAI
Santa Catarina
RR
AM
AP
Equador
MA
PA
ARGENTINA
12 13
CE RN PB PE AL SE BA
PI
1 5
0°
AC
2
3 6
7
MT GO
8 10 11
9 15
14
TO
RO
4
16
L
O
17
S
0
18
URUGUAI
SP
N
Rio Grande do Sul
MG
MS
OCEANO PACÍFICO
30° L
DF
PR SC RS
920 km
ES OCEANO ATLÂNTICO
RJ Trópico de C apricórn io
Fonte: SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes et al. Projeto Arenização no Rio Grande do Sul, Brasil: gênese, dinâmica e espacialização. Anais X SBSR, Foz do Iguaçu, 21-26 abril 2001, INPE, p. 349-356, Sessão Poster. Disponível em: <http:// marte.sid.inpe.br/col/dpi. inpe.br/ lise/2001/09.14.12.00/ doc/0349.356.234.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.
OCEANO ATLÂNTICO
55° O
1- São Borja 2- Itacurubi 3- Maçambara 4- Unistalda 5- Itaqui 6- Manoel Viana 7- São Francisco de Assis 8- Nova Esperança do Sul 9- Alegrete 10- São Vicente do Sul 11- Cacequi 12- Uruguaiana 13- Barra do Quaraí 14- Quaraí 15- Rosário do Sul 16- São Gabriel 17- Santana do Livramento 18- Dom Pedrito
160
No caso do Brasil, [...] 160 é visível a não inclusão do Rio g20_ftd_lt_7vsg_c5_p154a163.indd Grande do Sul neste processo. As áreas de degradação do sudoeste deste estado são identificadas como áreas de atenção especial, isto é, apresentam forte processo de degradação ambiental derivado da ação do homem. [...] Por arenização entende-se o processo de retrabalhamento de depósitos arenosos pouco ou não consolidados que acarreta nestas áreas uma dificuldade de fixação da cobertura vegetal, devido à intensa mobilidade dos sedimentos pela ação das águas e dos ventos. Consequentemente,
arenização indica uma área de degradação relacionada ao10/24/18 clima úmido, onde a diminuição do potencial biológico não desemboca em definitivo em condições de tipo deserto. Ao contrário, a dinâmica dos processos envolvidos nesta degradação dos solos é fundamentalmente derivada da abundância de água.
5:59 PM
SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes et al. Projeto arenização no Rio Grande do Sul, Brasil: gênese, dinâmica e espacialização. Biblio 3W, Revista Bibliográfica de Geografia Y Ciencias Sociales, n. 287, 26 mar. 2001. Disponível em: <www.ub.es/geocrit/b3w-287.htm>. Acesso em: 4 out. 2018.
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Capítulo 5
O processo de arenização ocorre em terrenos de solo arenoso quando o escoamento da água das chuvas em solo sem cobertura vegetal adequada cria voçorocas, que, por sua vez, com o passar do tempo, também são expandidas pela ação erosiva dos ventos. A ação humana contribui para agravar o processo de arenização. Práticas inadequadas de manejo de solos, como o cultivo de lavouras sem maiores cuidados em solos que já possuem baixa fertilidade, agravam ainda mais a resistência do solo, intensificando a ação dos processos erosivos.
Atualmente, existem duas principais propostas de combate à arenização. Uma delas propõe que a melhor medida a ser tomada seria o desenvolvimento da silvicultura, ou seja, plantação de eucaliptos, nas áreas afetadas. A segunda proposta, contrária ao cultivo de eucalipto, defende que a solução estaria na valorização da pequena propriedade rural e nas atividades agropecuárias por elas desenvolvidas em concordância com ações de preservação do meio ambiente. Agricultável: terreno que pode ser preparado para o cultivo de lavouras.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
O crescimento do número de terrenos com arenização é preocupante para os agricultores locais, pois representa a diminuição das áreas agricultáveis. Além disso, a expansão dos areais pode causar prejuízos muito maiores em um futuro não muito distante, caso não seja contida o mais breve possível.
Respostas a ) Práticas inadequadas de manejo de solos, como o cultivo de lavouras sem maiores cuidados em solos que já possuem baixa fertilidade. b) Há estudos que indicam a plantação de eucaliptos. Outros sugerem atividades agrícolas em sistemas de pequenas propriedades, que desenvolvam ações de preservação ambiental. Aproveite a oportunidade e comente com os alunos sobre a importância de manejos sustentáveis e a adoção de medidas preventivas que evitem problemas ambientais.
Plantação de eucaliptos como proposta de combate ao processo de arenização em Manoel Viana (RS), 2017. Fotografia registrada em Manoel Viana (RS), 2017, onde o processo de arenização está em expansão.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
b) De que maneira é possível combater a arenização? Converse com os colegas sobre o assunto.
Gerson Gerloff/ Pulsar Imagens
a ) A ação humana tem contribuído para agravar o processo de arenização. Explique algumas das práticas inadequadas desta ação.
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Atividades
• Para
complementar o tema sobre os aspectos econômicos da região Sul, apresente aos alunos as manchetes a seguir, que apresentam problemas ambientais causados pelo uso indiscriminado dos recursos naturais, como a vegetação, os minerais e o solo.
Paraná é o terceiro estado com o maior índice de desmatamento da Mata Atlântica G1, 29 maio 2017. Disponível em: <https://g1.globo.com/pr/parana/ noticia/parana-e-o-terceiroestado-com-o-maior-indice-dedesmatamento-da-mata-atlantica. ghtml>. Acesso em: 4 out. 2018.
Região carbonífera de Santa Catarina concentra o maior passivo ambiental do país Notícias do Dia, 15 dez. 2015. Disponível em: <https://ndonline. com.br/florianopolis/noticias/ regiao-sul-concentra-o-maiorpassivo-ambiental-do-pais>. Acesso em: 4 out. 2018.
Agrotóxico da soja leva prejuízos às plantações de uva no RS Folha de S.Paulo, 31 jul. 2018. Disponível em: <www1.folha. uol.com.br/mercado/2018/07/ agrotoxico-da-soja-leva-prejuizosas-plantacoes-de-uva-no-rs. shtml>. Acesso em: 4 out. 2018.
• Solicite aos alunos que
apontem quais aspectos econômicos são mencionados nas manchetes, assim como os problemas ambientais causados e as possíveis consequências para a manutenção da vida nessas áreas.
3. A região dos Pampas, também conhecida por Campanha Gaúcha, desde o século XVII desenvolve predominantemente a atividade pecuária. Atualmente, essa região concentra a maior parte da criação de bovinos da região Sul. Além disso, na Campanha Gaúcha são criados rebanhos de ovinos. 4. Nas áreas da região sob influência do clima subtropical, com temperaturas amenas e chuvas regulares durante praticamente todo o ano, as culturas que mais se destacam são batata, cebola, trigo, arroz, aveia, cevada e centeio. Já nas áreas onde predominam o clima tropical, com temperaturas mais elevadas, invernos secos e verões chuvosos, as culturas são de cana-de-açúcar, café, milho, soja e feijão.
1. A agricultura da região Sul apresenta bons níveis de produtividade, chegando a responder por grande parte da produção de grãos do país. 2. A produção pecuária da região é bastante significativa, constituindo um dos maiores polos produtores e exportadores de carne de aves e suínos do país.
Exercícios de compreensão
1. Caracterize a produtividade da agricultura da região Sul. 2. De acordo com o que você estudou, caracterize a participação da região Sul na produção pecuária do Brasil. 3. Comente a importância da Campanha Gaúcha para a pecuária do Rio Grande do Sul. 4. Explique qual é a influência do clima nos cultivos agrícolas desenvolvidos na região Sul. 5. A criação do Mercosul contribuiu para o aumento do número de indústrias na região Sul? Justifique sua resposta. 6. Explique de que maneira a descentralização industrial ocorrida na região Sudeste está relacionada com o crescimento da atividade industrial da região Sul.
Geografia no contexto 7. Com base no mapa abaixo, responda às questões no caderno. Região Sul: agropecuária - 2011 Terra Rica
MS Trópico de Capricórnio
Maringá Umuarama
SP
Londrina
Jacarezinho
Telêmaco Borba
PR Foz do Iguaçu
Passo Fundo
RS
25° S Curitiba
Guarapuava
São Miguel do Oeste Chapecó SC
Alegrete
E. Cavalcante
Orientações gerais
Rio do Sul
Lages Florianópolis São José dos Ausentes Criciúma
Lajeado
5. Sim. A localização estratégica dessa região entre os países-membros do bloco econômico (Argentina, Paraguai e Uruguai), aliada à eficiente rede de transporte existente, atraiu muitas indústrias para a região. 6. Possível resposta: os incentivos fiscais oferecidos pelos governos dos três estados sulinos, a disponibilidade de mão de obra qualificada e a redução dos custos com infraestrutura (transporte e comunicações) atraíram para a região Sul um grande número de indústrias antes instaladas, principalmente, no Sudeste do país.
Atividade agropecuária predominante Pecuária intensiva Pecuária intensiva e policultura Pecuária intensiva e policultura comercial
Porto Alegre
OCEANO ATLÂNTICO N L
O S
0
Extrativismo vegetal Capital estadual Cidade
Bagé
50° O
Pecuária intensiva e grãos
140 km
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 30.
a ) Qual atividade agropecuária predomina no estado do Rio Grande do Sul? Pecuária intensiva e cultivo de grãos.
b ) Escreva qual atividade agropecuária se destaca na porção norte do estado do Paraná. Pecuária intensiva e policultura comercial. c ) Observe o mapa de vegetação da página 146 e identifique as principais formações vegetais nativas de terrenos onde atualmente predomina a associação da pecuária intensiva com o cultivo de grãos. Os Campos.
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Sistema Brasileiro do Agronegócio, 17 mar. 2017. Disponível em: <https://sba1.com/noticias/Producao-de-soja-e-milhono-Sul-do-Brasil-deve-atingir-62-39-milhoes-detoneladas>. Acesso em: 3 out. 2018.
Região Sul: principais tipos de indústrias - 2012 E. Cavalcante
Produção de soja e milho no Sul do Brasil deve atingir 62,39 milhões de toneladas
Capítulo 5
8. Leia a manchete de jornal a seguir. Em seguida, responda à questão no caderno.
SP
MS Trópico de Capricórnio
PR 25° S
• A cultura citada na manchete melhor se
Curitiba
desenvolve em qual tipo de clima existente na região Sul? Justifique sua resposta.
SC
9. Responda às questões a seguir no caderno. a ) De acordo com o mapa ao lado e baseado no que você estudou, quais são as principais atividades industriais desenvolvidas na região Sul?
Florianópolis
OCEANO ATLÂNTICO
RS
Porto Alegre
b ) Identifique no mapa qual tipo de indústria predomina no entorno da capital do estado do Paraná. E da capital do estado de Santa Catarina?
8. No clima tropical. A soja é uma cultura que se adapta melhor às temperaturas mais elevadas, com Principais tipos de indústrias: invernos secos e verões chuvosos. Bens de produção 9. a) As principais atividades industriais Bens de consumo duráveis estão relacionadas aos ramos metalúrgico, Bens de consumo não duráveis automobilístico, têxtil e alimentício.
N L
O S
0
140 km
50° O
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 52.
9. b) No entorno da capital do estado do Paraná (Curitiba) predominam as indústrias de bens de produção. Já no entorno da capital de Santa Catarina (Florianópolis) predominam as indústrias de bens de consumo não duráveis.
Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das afirmações a seguir.
Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Esse é um bom momento para identificar dúvidas dos alunos.
• Auxilie os alunos que apresentarem mais dificuldades no trabalho com o capítulo, de modo a verificar se o desenvolvimento das habilidades e se os objetivos do capítulo foram alcançados.
• Leia com os alunos as afirmações presentes nesta seção. Caso julgue pertinente, poderá ser desenvolvida uma atividade de produção textual com os alunos, por meio da qual eles poderão construir histórias em quadrinhos, elaborar narrativas, criar poemas ou produzir texto com base em imagens e notícias. Se julgar adequado, deixe que os alunos escolham livremente o tipo de produção textual, desde que contemplem os conteúdos abordados.
• O clima predominante na região Sul é o subtropical. Na porção norte da região, predomina o clima tropical.
• A rede hidrográfica que corre por terrenos localizados em planaltos permite o aproveitamento hidrelétrico dos rios.
• A partir do século XIX, com os incentivos do governo nacional, grande número de imi-
grantes europeus, principalmente alemães, italianos e poloneses, chegou à região Sul para ocupar o território. Mais tarde, ocorreu também a imigração japonesa para essa região.
• Em razão da mecanização do campo, ocorrida a partir da década de 1970, muitas pessoas
migraram do campo para a cidade à procura de empregos. A mecanização do campo também causou migrações da população da região Sul tanto para as fronteiras agrícolas do Brasil, nas regiões Norte e Centro-Oeste, quanto para as áreas do Sudeste e Nordeste e em direção ao Paraguai.
• A região Sul tem a segunda maior participação no PIB nacional em razão do seu parque industrial e do desenvolvimento de uma agropecuária moderna.
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que compõem a região Nordeste. • Reconhecer diversos aspectos naturais presentes na região Nordeste. • Relacionar a diversidade natural do Nordeste com sua divisão em quatro sub-regiões. • Distinguir as principais características de cada sub-região do Nordeste. • Compreender os fatores responsáveis pela ocorrência da seca no Nordeste. • Refletir sobre os problemas decorrentes da seca na vida dos nordestinos. • Analisar a questão da transposição do rio São Francisco e averiguar suas consequências tanto para a economia quanto para a população nordestina. • Verificar as principais características populacionais da região. • Compreender os principais fluxos migratórios da população nordestina. • Perceber a participação do Nordeste na economia nacional. • Valorizar o turismo como uma potencialidade econômica para a região. • Reconhecer o crescimento do setor industrial da região. • Analisar o setor agropecuário do Nordeste com seus principais cultivos e criações. • Compreender os investimentos em irrigação e a importância dessa técnica para a agricultura regional. • Conhecer e valorizar a cultura nordestina.
Ca pí tu
Objetivos do capítulo
• Identificar os estados
lo
Região Nordeste
A Região Nordeste é cenário de grandes belezas naturais como as piscinas naturais da praia de Taipu de Fora, observada na fotografia em Maraú (BA), 2018.
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Orientações gerais
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• Complemente o estudo destas páginas le-
vando para a sala de aula recortes de revistas com imagens que retratem a região Nordeste. Esta atividade possibilita desenvolver a habilidade EF07GE01.
• Distribua-os entre os alunos e oriente-os a descrever as imagens para os colegas e a relacioná-las às características que poderão ser estudadas neste tema, como aspectos naturais, populacionais, econômicos, entre outros.
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• Explore a fotografia destas páginas, apon-
tando as belezas naturais presentes na paisagem de Taipu de Fora, em Maraú (BA). Comente que, além de Taipu de Fora, a região Nordeste possui outras paisagens visitadas por turistas do mundo todo.
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Luciano Queiroz/Pulsar Imagens Maryane Vioto Silva
Região Nordeste
MA
CE RN PB
PI
PE AL SE BA
Rio Grande do Norte População: 3 479 010 de hab. Área: 52 811 km2 Paraíba População: 3 996 496 de hab. Área: 56 468 km2 Pernambuco População: 9 496 294 de hab. Área: 98 076 km2
N L
O
0
320 km
S
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge. com.br>. Acesso em: 17 set. 2018.
Maranhão População: 7 035 055 de hab. Área: 331 967 km2
Alagoas População: 3 332 820 de hab. Área: 27 848 km2
Piauí População: 3 264 531 de hab. Área: 251 612 km2
Sergipe População: 2 278 308 de hab. Área: 21 918 km2
Ceará População: 9 075 649 de hab. Área: 148 888 km2
Bahia População: 14 812 617 de hab. Área: 564 732 km2
Veja as repostas das questões nas orientações ao professor.
A Que aspecto econômico da região Nordeste pode ser identificado com base na fotografia? Verifique com seus colegas. B Conte para os colegas quais características vocês conhecem sobre essa região do Brasil.
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Respostas
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Orientações gerais
• Antes de iniciar o estudo sobre o problema da seca e da pobreza na região Nordeste, leia o texto abaixo com os alunos e proponha um debate para avaliar o conhecimento prévio deles sobre o tema. Ao se fazer uma análise da problemática nordestina se constata a pobreza da maioria de sua população, se é levado a fazer perguntas: Por que uma região rica está sendo habitada por uma população tão pobre? Quais as causas fundamentais desta pobreza: a tirania de condições naturais desfavoráveis ou a inércia e incapacidade de suas elites? Qual o papel desempenhado ou por desempenhar dos seus governantes? [...] Finalmente, o que fazer? Como fazer? E para que fazer? Acreditamos que a pobreza que domina a região é o resultado de uma série de fatores que confluem para dificultar e entravar um processo natural de desenvolvimento, e que estes fatores são mais de origem social do que física. Ela é comandada por um sistema que beneficia os grupos dominantes que se opõem a qualquer transformação estrutural que possa tocar nos seus interesses e que até se beneficia do flagelo das secas, captando verbas que dinamizam os seus negócios e consolidam o seu poder político. Daí o apoio que dão a toda e qualquer ação que vise modernizar as relações econômicas e sociais até o ponto em que esta ação não transforme as estruturas sociais, mas ao contrário, que as dinamize e as torne mais resistentes às mudanças. [...] ANDRADE, Manuel Correia de. O Nordeste e a questão regional. 2. ed. São Paulo: Ática, 1993. p. 48-49.
A Resposta pessoal. A região Nordeste apresenta áreas de grande potencial turístico. B Resposta pessoal. Verifique se os alunos citam características relacionadas à atividade agrícola, ao turismo, à seca, entre outras características.
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Entendendo os aspectos naturais da região Nordeste
Orientações gerais
• O texto a seguir pode
ser utilizado como apoio teórico no estudo do tema apresentado nestas páginas, que trata da pluviosidade na região Nordeste.
Clima e vegetação A região Nordeste possui uma variedade de climas que, embora sejam predominantemente marcados por temperaturas elevadas, apresentam regimes de chuvas diferentes. Veja os mapas a seguir. Região Nordeste: clima OCEANO ATLÂNTICO
Clima equatorial Clima tropical típico Clima tropical úmido Clima semiárido
PA
CE
MA
RN
Região Nordeste: média de precipitação anual
PB
PI PE TO
AL
10° S
SE BA
Ilustrações: E. Cavalcante
[...] A pluviosidade média do semiárido é igual à de muitas áreas da Europa – em torno de 700 mm³/ano – oscilando até 1 800 mm, concentrada em uma única estação de três a cinco meses. Os maiores problemas da região são a irregularidade de chuvas e a evaporação excessiva. As variações pluviométricas, em torno de 30% de um ano para o outro, atingem até 57% em algumas áreas. E a insolação muito forte, cerca de 2 800 horas/ano, aliada à baixa umidade relativa do ar (em média 50%) provoca elevada evaporação (de aproximadamente 500 mm³ de chuva evaporam 2 000 mm³). [...] No sertão semiárido, os rios têm regime hidrológico intermitente, ou seja, suas águas se avolumam durante os períodos de chuva, muitas vezes provocando cheias súbitas e violentas que afogam, matam, devastam plantações e arrastam os melhores solos aluviais das margens dos rios. Durante o verão, quando as chuvas escasseiam ou deixam de cair, o leito dos rios fica seco ou quase seco. Desse modo, cerca de 10% a 30% das chuvas violentas, muitas vezes de 50 mm³ a 100 mm³, caídas em poucas horas nos terrenos acidentados e desprotegidos de vegetação densa – como é a maioria das terras nordestinas –, escoam, formando fileiras e córregos, além de provocar cheias nos rios, que nessas ocasiões se tornam caudalosos. Esse quadro levou à construção de açudes e barragens, com o objetivo de represar essa corrente de rápido escoamento, para utilização nos períodos de estiagem. Os açudes e as barragens funcionariam, portanto, como reguladores de fluxo dos rios. [...]
Ocupando uma área de aproximadamente 1 554 mil km2, equivalente a 18% do território brasileiro, a região Nordeste é a que reúne o maior número de estados do nosso país: nove, ao todo. Veja quais são eles no mapa da página anterior.
PA
GO
CE
MA
RN
N
DF
L
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MG
PB
PI
S
PE
TO
40° O
0
AL
250 km
OCEANO ATLÂNTICO
BA
Precipitação média anual em mm*
GO DF
Sertão: é a maior, em área territorial, das quatro sub-regiões da região Nordeste, correspondendo praticamente à área de ocorrência do clima semiárido.
10° S
SE
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p 60.
N
MG L
O S
0
240 km
ES
40° O
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 63.
2 400 2 100 1 800 1 500 1 200 900 600 * Considerando o período de 1961-1990.
Em algumas áreas na faixa litorânea, onde prevalece o clima tropical úmido, as chuvas atingem aproximadamente 2 300 milímetros anuais; já em direção ao interior, as precipitações reduzem-se e, em grande parte do Sertão, o volume de chuvas registrado fica em média em torno de 700 milímetros anuais.
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MENEZES, Edith Oliveira de; MORAIS, José Micaelson Lacerda. Seca no Nordeste: desafios e soluções. São Paulo: Atual, 2002. p. 19-20.
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N
PA
S
CE
MA
TO
AL
OCEANO ATLÂNTICO
MG
Leito do rio Piranhas em período de estiagem no município de Pendências (RN), 2018.
260 km
0
40° O
N L
O S
E. Cavalcante
Região Nordeste: relevo e hidrografia
A rede hidrográfica da região Nordeste é fortemente influenciada pela escassez de chuva na região. A estiagem, em períodos prolongados do ano, faz com que as águas de muitos rios temporários desapareçam de seu leito. Durante esse período, a população local busca outros meios para obter água, recorrendo a poços, de onde retiram água de aquíferos. Estiagem: falta de chuva, seca.
10° S
SE
> Lajedo de Pai Mateus,
OCEANO ATLÂNTICO
na Paraíba, é registro de um tempo distante. G1, 14 ago. 2017. Disponível em: <http://livro.pro/ mrwfhj>. Acesso em: 2 out. 2018.
Altitudes em metros De 800 a 1 200 De 500 a 800 De 200 a 500 De 0 a 200 0
260 km
Rios permanentes Rios temporários Pico
Avener Prado/Folhapress
40° O
• A leitura e interpretação dos mapas temáticos são fundamentais para exercitar o raciocínio cartográfico dos alunos, reforçando a habilidade EF07GE09.
• O Lajedo de Pai Mateus, localizado na cidade de Cabaceiras, serviu de cenário para diversos filmes brasileiros. Para conhecer mais sobre esse lugar, leia a reportagem a seguir.
10° S
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 88.
Orientações gerais
• Comente com os alunos que o pequeno município de Cabaceiras, no interior da Paraíba, é um dos mais secos do Brasil, com cerca de 300 mm3 de chuva ao ano, enquanto na região de João Pessoa, capital do estado, a média pluviométrica anual ultrapassa 2 000 mm 3. Cabeceiras é conhecida como a “Roliude Nordestina”, pois suas paisagens bastante áridas serviram de cenário para diversas produções cinematográficas brasileiras.
PB PE
Floresta Amazônica GO Floresta Tropical Cerrado DF Campos Vegetação litorânea Caatinga Mata dos Cocais
A hidrografia da região Nordeste
RN
PI
BA
Fontes: THÉRI, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de Mello. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 67. GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 64.
L
O
Capítulo 6
Região Nordeste: vegetação original E. Cavalcante
Com base no mapa ao lado e nos mapas da página anterior, podemos perceber a interdependência entre clima e vegetação no Nordeste. As áreas onde predominam os climas mais úmidos correspondem a florestas, tanto na faixa litorânea, com a Floresta Tropical, quanto no extremo noroeste, no estado do Maranhão, onde encontramos porções da Floresta Amazônica. Já no interior, onde predomina um clima mais seco, desenvolve-se uma vegetação adaptada à menor umidade, a Caatinga.
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Orientações gerais
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• Estimule os alunos a observar os elementos da paisagem retratados na fotografia desta página. Comente que o rio mostrado é um rio temporário, ou seja, o percurso mostrado na imagem apresenta o leito parcialmente seco. Chame a atenção dos alunos para a vegetação presente.
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• O livro que indicamos a seguir apresenta um debate sobre as principais consequências socioeconômicas da seca na região Nordeste. Sua leitura pode contribuir para obter mais informações e pontos de vista complementares sobre essa questão. > PORTELA, Fernando; ANDRADE, Joaquim Correia de. Secas no Nordeste. São Paulo: Ática, 2004.
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Orientações gerais
As sub-regiões nordestinas
• Oriente os alunos a ob-
A diversidade natural, principalmente de clima e vegetação, reflete-se nas paisagens da região nordestina. Desse modo, levando-se em conta as características naturais, podemos estudar essa região dividida em quatro sub-regiões distintas: a Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o Meio-Norte. Observe a localização dessas sub-regiões no mapa.
servar o mapa desta seção comparando-o com os mapas das páginas 166, 167 e 170, verificando a relação entre as sub-regiões e as características naturais estudadas (clima, precipitação, vegetação e relevo) e a localização da área de ocorrência da seca do mapa Região Nordeste: circulação das massas de ar.
E. Cavalcante
Região Nordeste: sub-regiões OCEANO ATLÂNTICO
PA
• Compreender
a relação entre os componentes físico-naturais da região Nordeste permite contemplar o desenvolvimento da habilidade EF07GE11.
CE
MA
PB
PI PE
• Localize com os alunos a
TO
AL
área do Sertão nordestino, no mapa da página 168. aos alunos que leiam o texto referente às características no Meionorte, destaquem os termos principais do texto e expliquem como os fatores físico-naturais estão relacionados.
Zona da Mata Agreste Sertão Meio-Norte
BA GO DF
MG N
• Explique
ES
0
180 km
L
O S
40° O
Fonte: ANDRADE, Manoel Correia de. A terra e o homem no Nordeste. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 22.
O Meio-Norte
Andre Dib/Pulsar Imagens
• Converse com os alu-
nos sobre as atividades extrativistas e a importância das políticas de conservação nas áreas onde se realiza extrativismo vegetal. Solicite a eles que realizem uma pesquisa sobre outros produtos que são resultado do extrativismo nessa região.
10° S
SE
• Peça
aos alunos que as atividades de extrativismo de babaçu e da carnaúba são realizadas pela coleta do coco de babaçu, com o qual se produz óleo, e da cera de carnaúba. Informe que essas atividades se dão em razão da conservação florestal, pois precisam do ecossistema para permanecerem produtivas. Comente sobre a importância dessa vegetação para a econômica local.
RN
Região localizada entre o Sertão e a Floresta Amazônica, que fica na região Norte do país. Nas áreas mais próximas do Sertão, desenvolve-se a vegetação de Cerrado; já em sua porção oeste predomina a vegetação densa e úmida da Floresta Amazônica. A área central do Meio-Norte é ocupada, em sua maior parte, por uma vegetação conhecida como Mata dos Cocais, composta, principalmente, de palmeiras, como o babaçu e a carnaúba.
Paisagem de Mata de Cocais em Nazaria (PI), 2015.
Embora essa formação vegetal seja, tradicionalmente, importante fonte de recursos para atividades extrativistas das populações locais, o recente avanço da pecuária extensiva tem ameaçado seriamente a sua preservação.
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O Sertão ocupa grande parte da área do Nordeste. Essa sub-região corresponde, praticamente, à extensa área de ocorrência do clima semiárido no interior nordestino. Nessa sub-região desenvolve-se a Caatinga, vegetação adaptada aos longos períodos de estiagem.
Capítulo 6
Tales Azzi/Pulsar Imagens
O Sertão
Orientações gerais
• Solicite aos alunos que observem as fotografias e realizem uma comparação entre as características das vegetações retratadas. • Explique aos alunos que estiagem se refere aos períodos sem presença de chuvas.
Na escassez das chuvas, a vegetação de Caatinga apresenta galhos secos, espinhosos e sem folhas. Já nas estações chuvosas, as plantas da Caatinga cobrem-se de folhas verdes, transformando a paisagem. No Sertão, além da pouca quantidade de chuva, a sua irregularidade constitui um problema ainda maior, pois, quando ocorrem as precipitações, elas geralmente se concentram em poucos meses do ano.
• Verifique se eles percebem que na fotografia da paisagem do agreste, no município de Ingá, há presença de formação florestal nos morros e de cactos nas áreas baixas.
Paisagem de Caatinga localizada no município de Carnaúba dos Dantas (RN), 2018. Rubens Chaves/Pulsar Imagens
O Agreste Essa sub-região nordestina constitui uma transição entre a Zona da Mata e o Sertão. O Agreste, dessa forma, possui formações vegetais com características de cada uma das sub-regiões vizinhas, sobretudo nos limites de sua extensão. Os tipos de ocupação humana no Agreste são diversificados. Em geral, predominam as pequenas propriedades. Aquelas localizadas nas porções mais úmidas dedicam-se à policultura com cultivos de feijão, milho e mandioca; já as situadas nas áreas mais secas são destinadas, principalmente, à pecuária.
Paisagem do Agreste no município de Ingá (PB), 2015. Rubens Chaves/Pulsar Imagens
A Zona da Mata Abrange a porção leste, ou seja, oriental do Nordeste. O clima úmido propiciou o desenvolvimento da densa Floresta Tropical, que nessa área também é denominada Mata Atlântica. A Zona da Mata constitui a área mais povoada e com maior desenvolvimento econômico do Nordeste. Diante disso, após séculos de expansão de lavouras monocultoras, como a cana-de-açúcar e o cacau, e de crescimento urbano e industrial, atualmente a Mata Atlântica no Nordeste encontra-se intensamente alterada, com apenas algumas áreas remanescentes.
Paisagem da Zona da Mata no município de Camamu (BA), 2016.
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Integrando saberes
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• O estudo do processo de ocupação do território da Zona da Mata é complementar ao trabalho com a habilidade EF07GE02. Essa região foi intensamente desmatada e explorada para a produção de cana-de-açúcar desde o período colonial, permanecendo prevalentemente devastada e parcialmente protegida por Unidades de Conservação.
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• Este conteúdo pode ser trabalhado em conjunto com o
professor de História com base em uma análise da forma como se deu a ocupação e exploração do território desde as capitanias hereditárias em todo o litoral brasileiro e, especialmente, na Zona da Mata no Nordeste.
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O regime das chuvas no Sertão
Orientações gerais
•O
mapa desta página permite compreender a formação do regime pluvial da região Nordeste por meio da interpretação das diferentes massas de ar que atingem as diferentes porções do seu território.
Como vimos, em grande parte do Sertão chove pouco. O volume de chuvas registrado durante o ano é de aproximadamente 700 milímetros. No entanto, existem áreas dessa sub-região, principalmente onde predomina o clima semiárido, em que a quantidade de precipitação registrada é ainda menor, muitas vezes, não ultrapassando 500 milímetros anuais. A irregularidade da ocorrência de chuvas no semiárido nordestino, e até mesmo sua escassez, tem como causa principal dois fatores naturais diferentes: o deslocamento das massas de ar e a interferência do relevo regional. Vamos conhecer melhor cada um deles.
• Explore o mapa com os alunos explicando as características das diferentes massas de ar, destacando os períodos em que elas ocorrem e como se dá a distribuição de umidade de acordo com a origem de cada uma delas.
As massas de ar Ao longo de seu percurso, as massas de ar que atuam na região Nordeste podem perder tanto a umidade original, passando a apresentar características de massas secas, quanto a força, não conseguindo chegar até o interior do Sertão. Esse fato interfere diretamente na ocorrência ou não de chuvas no semiárido nordestino e, consequentemente, no acontecimento do fenômeno da seca.
• As massas de ar A, B e
Observe o esquema abaixo. Região Nordeste: circulação das massas de ar E. Cavalcante
• Aponte para os alunos
B
no mapa a presença do Planalto da Borborema e da Chapada Diamantina. Comente sobre essas formações de relevo e suas características.
A
Massas de ar do oeste: atingem a região Nordeste entre o final da primavera e o início do outono.
B
Massas de ar do norte: chegam com maior intensidade na região Nordeste entre os períodos de verão e outono.
C
Massas de ar do leste: atingem a região Nordeste com maior frequência no inverno e no outono.
D
Massas de ar do sul: alcançam a região Nordeste no período do inverno.
OCEANO ATLÂNTICO
Equador
0°
A
• Peça aos alunos que identifiquem de que modo essas formações do relevo interferem na passagem das massas de ar e como as temperaturas e níveis de umidade que elas carregam podem desviar de algumas regiões ou se concentrar em outras.
Área de ocorrência de seca
C
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PAD A
DIA
MA
NT
IN
A
PL A B O N A LT O D A RBOR EMA
C são mais quentes e carregam bastante umidade, por virem do oceano Atlântico ou da Floresta Amazônica. Enquanto a massa de ar D é fria e úmida, responsável por originar chuvas frontais na região.
• Verifique se a interpre-
tação dos alunos neste estudo é feita de acordo com os conhecimentos sobre os aspectos naturais vistos até o momento neste capítulo.
N
D 45° O
L
O S
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250 km
Fonte: MENEZES, Edith Oliveira de; MORAIS, José Micaelson Lacerda. Seca no Nordeste: desafios e soluções. São Paulo: Atual, 2002. p. 47.
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Capítulo 6
O relevo regional e as chuvas no Sertão O relevo regional também interfere na distribuição das chuvas no Nordeste. Isso porque o relevo da região litorânea, como o planalto da Borborema e a Chapada Diamantina, que apresentam elevadas altitudes, funciona como barreira aos ventos úmidos vindos do oceano Atlântico. Desse modo, o ar quente e úmido das massas oceânicas, ao encontrar esses paredões naturais, é forçado a subir cada vez mais (1), resfriando-se à medida que se eleva. Em razão da temperatura mais baixa que o ar atinge a certa altura, o vapor de água presente no ar condensa-se e precipita-se na forma das chamadas chuvas orográficas (2), que caem em sua grande maioria em áreas da Zona da Mata e do Agreste. Após as chuvas, os ventos tornam-se mais secos e, geralmente, avançam em direção ao interior do Nordeste, com baixa umidade (3).
vel apresentar aos alunos como se dá a perda de umidade dos ventos que vêm do oceano Atlântico. Oriente-os a interpretar a imagem explicando que as setas azuis indicam uma massa de ar úmida, e que as setas vermelhas indicam uma massa de ar seca.
Luciane Mori
• Peça aos alunos que identifiquem a região onde ocorrem as precipitações na qual ficam concentrados os níveis de umidade.
2 Ocorrência de chuva orográfica na região do Planalto da Borborema na divisa entre os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, 2018.
Tales Azzi/Pulsar Imagens
1
• Ressalte que as massas de ar perdem a umidade quando ocorrem as precipitações. • Faça com eles a identificação da vegetação que se nutre dessas chuvas em contraposição com a vegetação da região continental. • A compreensão dos componentes físico-naturais na caracterização da seca e da paisagem natural do Nordeste é fundamental para reforçar a habilidade EF07GE11.
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• Neste estudo, é possí-
• Ressalte que as chuvas orográficas estão relacionadas ao relevo, que funciona como barreira para a passagem da umidade.
Chuva orográfica
3
Orientações gerais
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• Para mais informações e detalhes sobre a paisagem natural e os elementos culturais da região do Sertão, leia o livro indicado a seguir. Trata-se de uma obra que conta as aventuras de dois rapazes que viajam pelo Sertão, retratando as paisagens e a cultura da região. > PEREIRA, Luís Fernando. Faces do Sertão. São Paulo: Escala Educacional, 2007.
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A ocorrência da seca no Sertão
Orientações gerais
• Para trabalhar o tema,
No Sertão nordestino, quando a ausência de chuvas prolonga-se de um ano para outro, estendendo-se por um período maior que o normal, caracteriza-se o que denominamos período de seca.
sugerimos a leitura do texto a seguir, que trata da influência do fenômeno El niño na seca do Sertão nordestino.
Seca no Nordeste: desafios e soluções
Sérgio Pedreira/Pulsar Imagens
Edith Oliveira de Menezes; José Micaelson Lacerda Morais. São Paulo: Atual, 2002. (Espaço e Debate). Neste livro são apresentados aspectos históricos, políticos e econômicos relacionados à seca no Nordeste.
Na fotografia ao lado é possível visualizar moradia localizada no Sertão baiano, em Santaluz (BA), 2018. Podemos observar que a moradia possui cisterna para armazenamento de água das escassas chuvas da região.
Geografia
O Polígono das Secas
em foco
E. Cavalcante
[...] As grandes secas, que têm sido registradas desde o século XVI, resultam da conjugação de diversos fatores, entre eles o aparecimento periódico, no Pacífico, do fenômeno El niño, que se caracteriza pelo aquecimento anormal das águas desse oceano. Conhecido desde a ocupação da América pelos espanhóis, no século XVI, El niño é responsável por grandes alterações climáticas em quase todo o mundo. Como a degradação ambiental vem se tornando mais frequente e ampla na Terra, ele tem provocado grandes catástrofes em diferentes áreas do planeta. Nas grandes secas, soma-se ao El niño o fenômeno do desaquecimento anormal das águas do Atlântico Sul, denominado dipolo atlântico negativo. Nos anos mais úmidos no Nordeste o fenômeno chamado La niña resfria as águas do Pacífico ao mesmo tempo que há um aquecimento das águas do Atlântico Sul, o chamado dipolo atlântico positivo. No Nordeste chove então mais do que o normal; e a seca atinge o sul do Brasil. [...]
As secas podem ser agravadas nos anos em que ocorre o fenômeno El Niño. Esse fenômeno modifica a dinâmica das massas de ar e atua no deslocamento das águas do oceano Pacífico. Essa mudança acarreta alterações climáticas em várias regiões do planeta. No Brasil, ocasiona chuvas em excesso no sul e secas prolongadas no Nordeste brasileiro.
O governo federal, para efeito de planejamento, criou entre os anos de 1936 e 1951 uma regionalização que delimitou o Polígono das Secas. Trata-se de uma área com pouco mais de 970 mil km2, que compreende, Nordeste: Polígono das Secas aproximadamente, dois terços da região NorN deste e parte do norte de Minas Gerais. OCEANO ATLÂNTICO PA
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PORTELA, Fernando; ANDRADE, Joaquim Correia de. Secas no Nordeste. 19. ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 50.
Os programas do governo em combate aos efeitos da seca sobre a população restringem-se, basicamente, a essa demarcação, mas há áreas, além dela, visivelmente tão ou mais prejudicadas pela falta de chuva e de recursos, em razão da ausência de investimentos. O mapa mostra a delimitação do Polígono das Secas.
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Área do Polígono das Secas
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290 km
40° O
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 65.
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Orientações gerais 172 g20_ftd_lt_7vsg_c6_p164a173.indd • Para mais informações sobre os efeitos da seca e a consequente vulnerabilidade da região, como a recorrente pobreza, e algumas formas de amenizar o impacto da seca, leia o relatório a seguir, baseado em dados da Defesa Civil do Rio Grande do Norte, Seca em 2005.
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> Seca e estiagem no Brasil – conheça os dados, re-
ferências e outras informações. Ceped (Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil). Disponível em: <http://livro.pro/ogwz5e>. Acesso em: 30 set. 2018.
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Capítulo 6
A convivência com a seca
Du Zuppani/Pulsar Imagens
Durante os longos períodos de estiagem, a criação de animais, o desenvolvimento de lavouras e, consequentemente, as condições de vida dos sertanejos nessas áreas são prejudicadas em decorrência da carência de água e alimentos. Vidas secas Graciliano Ramos. São Paulo: Record, 2002. O livro conta a história de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca.
Na imagem, criação de animais em meio à vegetação seca da Caatinga em Manaíra (PB), 2017.
Essa situação, conhecida por indústria da seca, é alimentada por uma minoria que estimula sua manutenção, a fim de continuar usufruindo de tais benefícios. Podemos afirmar que os problemas do Sertão nordestino estão relacionados, em grande parte, a questões políticas e sociais, e não apenas aos fatores naturais como a seca. Paisagem com represa seca em Ibimirim (PE), 2014.
Andre Dib/ Pulsar Imagens
Para tentar amenizar os problemas causados pela seca, programas governamentais têm ajudado as populações que convivem com esse fenômeno natural. No entanto, muitas vezes não são as pessoas afligidas pela seca que desfrutam desses investimentos. Grandes proprietários de terras e empresários, situados em áreas não abrangidas pelas secas, como a Zona da Mata, apropriam-se desses recursos e beneficiam-se deles.
Orientações gerais
• Comente com os alunos que a expressão indústria da seca foi usada pela primeira vez pelo jornalista Antônio Calado, em 1960. O jornalista abordava a questão complexa dos interesses políticos e econômicos sobre essa situação, e constatava como a seca era usada como justificativa para a miséria de parte da população nordestina.
• A seca na região Nordeste já foi retratada em diversas obras literárias brasileiras. O texto a seguir é um trecho do romance Menino de engenho (1932) de José Lins do Rego. O livro conta a história de um menino que, ao perder a mãe, vai morar no engenho de açúcar do avô, localizado no interior do estado da Paraíba, conhecendo ali diversos aspectos da região nordestina, inclusive suas características naturais.
• Explore o texto e veri-
fique se os alunos percebem que o personagem descreve a ansiedade dos habitantes das proximidades do engenho pela chegada das chuvas e pelo retorno da cheia do rio Paraíba.
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Apenas, aqui e ali, pelo seu leito, formavam-se grandes poços, que venciam a estiagem. Nestes pequenos açudes se pescava, lavavam-se os cavalos, tomava-se banho. [...] O povo gostava de ver o rio cheio, correndo água de barreira a barreira. [...] E anunciavam a chegada como se se tratasse de visita de gente viva [...] Todos correram para a beira do rio – os moleques, os meninos, os trabalhadores do engenho, o meu avô. [...]
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[...] Lá um dia, para as cordas das nascentes do Paraíba, via-se quase rente do horizonte, um abrir longínquo e espaçado de relâmpago: era inverno na certa no alto sertão. As experiências confirmavam que com duas semanas de inverno o Paraíba apontaria na várzea com a sua primeira cabeça-d’água. O rio no verão ficava seco de se atravessar a pé enxuto.
— Olha a cheia! Olha a cheia! 10/24/18 6:19 PM — Ainda vem longe, diziam uns. [...] — É água muita! O rio vai às vargens. Vem com força de açude arrombado. [...] REGO, José Lins do. Menino de engenho. 25. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978. p. 24-25.
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Integrando saberes
Medidas paliativas para a seca
• Aproveite
a oportunidade e convide o professor de Língua Portuguesa para realizar uma atividade utilizando outros trechos de livros da literatura brasileira que retratem as paisagens da região Nordeste.
O governo federal, por meio de órgãos públicos como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), trabalha com o objetivo de subsidiar ações que beneficiem as pessoas mais prejudicadas pelas secas. Desse modo, estimula o desenvolvimento de atividades econômicas menos vulneráveis aos fenômenos climáticos da região, por exemplo, a prática da piscicultura e o cultivo de produtos tropicais com sistema de irrigação. Além disso, o governo vem executando obras de engenharia na região, como a construção de açudes, poços artesianos, cisternas, pontes e estradas. As construções de açudes têm sido alternativas que geram trabalho e renda, ainda que temporariamente, à população do Nordeste. Já as cisternas são reservatórios com capacidade de armazenar, em média, 16 mil litros de água, que são mais eficientes no abastecimento das famílias nos períodos de estiagem. No entanto, muitas dessas ações ainda se configuram como soluções paliativas para os problemas ocasionados pela seca.
• Trabalhem
com leitura e interpretação de textos, apontando para a influência da seca no cotidiano dos personagens e na construção de suas personalidades. Algumas obras literárias em que é possível localizar trechos interessantes são:
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Açude: reservatório construído para represamento de águas. Piscicultura: criação de peixes. No Nordeste, essa atividade visa à reprodução de peixes de água doce em cativeiro. Poço artesiano: cavidade feita no solo a fim de captar águas subterrâneas.
> CUNHA, Euclides da.
Os sertões: campanha de Canudos. 39. ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora/Publifolha, 2000.
> M OT T,
O d ette d e Barros. Justino, o retirante. 43. ed. São Paulo: Atual, 2003.
> RAMOS, Graciliano.
Vidas secas. 84. ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. Resposta
• Resposta pessoal. Ve-
rifique se as propostas citadas pelos alunos estão corretas. Eles podem citar a implantação de uma fiscalização mais rígida e transparente com relação aos recursos federais destinados à população afligida pelas secas.
As construções de açudes têm sido alternativas que geram trabalho e renda, ainda que temporariamente, à população do Nordeste. Na fotografia, vista aérea do açude São Gonçalo no município de Sousa (PB), 2017.
• Converse com os colegas e com o professor sobre o que poderia ser feito
para acabar com a indústria da seca no Nordeste. Escreva, no caderno, a conclusão da sala. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.
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Capítulo 6
A transposição do Rio São Francisco Há alguns anos no Brasil existe um forte debate acerca de uma questão muito antiga: a transposição do Rio São Francisco, ou seja, a transferência das águas do rio para outras regiões mais secas do semiárido nordestino. O orçamento para esse projeto, segundo o Ministério da Integração Nacional, é de aproximadamente 10,7 bilhões de reais para que seja concluído; vale ressaltar que essa obra foi iniciada há vários anos. O empreendimento tem extensão de 470 km, organizados em dois eixos distintos de transferência de água: o “Eixo Norte” e o “Eixo Leste”. Veja como será a transposição do São Francisco, depois de concluída. Transposição do Rio São Francisco
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O“Eixo Norte”deverá captar água no município de Cabrobó, em Pernambuco, e levá-la às bacias hidrográficas do litoral norte, beneficiando o sertão dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
OCEANO ATLÂNTICO
Fortaleza
Barragens do Rio São Francisco Eixos de transposição Capital estadual Cidade
Fonte: MIN (Ministério da Integração Nacional). Disponível em: <http://www.mi.gov.br/image/ image_gallery?uuid=5c9898c1-c8d14372-856f-d6daae78ed59&groupId= 47109&t=1386791863943>. Acesso em: 8 set. 2018.
O“Eixo Leste”vai captar a água no município de Petrolândia, também em Pernambuco, para levá-la até as bacias que banham o sertão e o agreste de Pernambuco e Paraíba.
Os defensores do projeto acreditam que ele beneficiará 12 milhões de habitantes do Sertão, estimulando a agricultura irrigada e amenizando os impactos sociais das secas que assolam a região. Eduardo Knapp/Folhapress
Opiniões contrárias O projeto é visto por algumas pessoas como mais um reforço à tradição de grandes obras com eficácia duvidosa já realizadas na região Nordeste. Segundo elas, deverá causar sérios impactos ambientais ao Rio São Francisco, não beneficiar populações pobres em inúmeras comunidades mais isoladas e beneficiar sobretudo os grandes proprietários rurais em detrimento dos pequenos agricultores da região. Apostando nas pequenas soluções, muitos estudiosos da questão propõem um conjunto de ações atribuídas às pequenas e médias propriedades do Sertão, visando à sustentabilidade e à minimização da dependência que hoje elas mantêm dos açudes, frequentemente degradados.
Vista geral de um trecho do canal de transposição do Rio São Francisco em Sertânia (PE), 2018.
• Com os colegas, realizem uma pesquisa e coletem mais informações sobre o pro-
jeto de transposição do Rio São Francisco. Depois, façam um debate, durante o qual vocês podem abordar os aspectos positivos e negativos da transposição. Resposta pessoal.
Material digital
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Orientações gerais
• Este conteúdo permite uma abordagem do tema contemporâneo Educação ambiental e possibilita um trabalho com a competência específica de Geografia 6 e a competência específica de Ciências Humanas 3 da BNCC.
• Comente com os alunos que alguns estudos afirmam que a transposição das águas pode acarretar alteração no regime fluvial do rio São Francisco, causando impactos ambientais, como a alteração e redução da biodiversidade do rio. • Explique que os impactos ambientais podem ocorrer tanto na região do rio São Francisco quanto nas regiões das bacias que receberão suas águas, pois a integração das águas interfere nas relações ecológicas.
• Oriente os alunos a realizarem uma pesquisa em revistas, jornais ou na internet sobre a transposição das águas desse rio, antes de iniciar o debate proposto na página. Nessa pesquisa, solicite que procurem informações gerais, como localização e principais objetivos do projeto. • Para a realização do debate, os alunos podem ser divididos em dois grupos. Um dos grupos deve defender a transposição e o outro deve se manifestar contra. O professor deve fazer o papel de mediador do debate. No momento seguinte, as tarefas devem ser invertidas: o grupo que inicialmente defendeu deverá se opor e vice-versa.
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• A sequência didática 9, disponível no material digital,
propõe um trabalho com o tema desta página e permite reforçar a habilidade EF07GE08.
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A região Nordeste e sua população
Orientações gerais
• Oriente
os alunos a identificar a legenda do mapa e, com base nela, localizar as regiões mais populosas no Nordeste.
O Nordeste é a segunda região mais populosa do Brasil, com cerca de 56 milhões de habitantes, dos quais mais da metade que faz parte da população é urbana. Assim como em outras regiões do Brasil, essa região possui uma elevada taxa de urbanização, mas isso não significa que existam áreas urbanizadas e densamente povoadas por todo o Nordeste.
• Questione-os
sobre quais elementos eles identificam no mapa que coincidem com as representações de áreas mais populosas. Garanta que eles percebam a proximidade dessas áreas com as capitais estaduais e com o litoral.
Conforme podemos observar no mapa, a população nordestina encontra-se distribuída de maneira irregular pelo território da região. As áreas menos povoadas encontram-se no interior, na sub-região do Sertão e no Meio-Norte nordestinos. As áreas mais populosas estão localizadas próximas ao litoral, na Zona da Mata e no Agreste, onde teve início o processo de colonização do Brasil.
nhecimento adquirido previamente, peça a eles que identifiquem as regiões menos e mais populosas de acordo, aproximadamente, com as sub-regiões.
São Luís MA
OCEANO ATLÂNTICO
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E. Cavalcante
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Para se ter uma ideia da desigual distribuição populacional na região Nordeste, em Floresta (fotografia A), no estado de Pernambuco, a densidade demográfica é aproximadamente nove habitantes por km². Já na cidade de Salvador (fotografia B), capital do estado da Bahia, localizada na Zona da Mata, a densidade demográfica é 4 124 habitantes por km².
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240 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016 p. 114.
A
B Delfim Martins/Pulsar Imagens
• As regiões da Zona da Mata e do Agreste são também as áreas de maior produção agrícola, o que também atrai fluxos migratórios de trabalhadores da região do sertão. Avalie se eles identificam as diferenças de oportunidades entre essas regiões de acordo com o conteúdo estudado até o momento no capítulo.
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windwalk/Shutterstock.com
• De acordo com o co-
• Sinalize aos alunos que as capitais nordestinas possuem alta taxa de urbanização e que existem algumas áreas industriais na região, destacando-se as de Recife, Salvador e Fortaleza, que atraem mão de obra para tais regiões.
Atualmente, existem outros fatores que justificam a grande concentração populacional nas áreas litorâneas. A Zona da Mata, por exemplo, tem atraído um grande número de pessoas do interior por conta da oferta de empregos, tanto no setor industrial e de prestação de serviços no espaço urbano quanto nas lavouras de cana-de-açúcar e cacau no espaço rural.
Região Nordeste: distribuição da população – 2010
• Realize um exercício de
observação e descrição das duas paisagens apresentadas nas fotografias desta página. Solicite aos alunos que observem as imagens e anotem no caderno as características observadas e que especifiquem quais das duas cidades é mais populosa e justifiquem a resposta de acordo com os elementos descritos.
Vista do município de Floresta (PE), 2018.
Vista da cidade de Salvador (BA), 2017.
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Capítulo 6
Vida de migrante Um dos aspectos que marcaram a população da região Nordeste no século XX foi a migração de milhares de seus habitantes, sobretudo entre as décadas de 1920 e 1970, para outras regiões do Brasil. Como vimos, os longos períodos de seca influenciam a vida dos nordestinos, principalmente dos agricultores do Sertão, por conta da escassez de chuvas, dificultando o crescimento das lavouras e o desenvolvimento das criações. Nessas condições, muitos nordestinos se deslocaram para as áreas de exploração de borracha na região Norte, para as áreas de expansão cafeeira e para os centros urbanos industriais na região Sudeste, assim como para Brasília no Centro-Oeste, na época de sua construção. Além da seca, a falta de emprego e o baixo rendimento da população nordestina estão entre os principais fatores que estimularam a migração de muitas pessoas do Nordeste para outras regiões do país. O caminho das nuvens
Solano Freitas/Estadão Conteúdo
Conta a história de uma família de nordestinos que decide deixar a Paraíba de bicicleta em busca de melhores condições de vida no Rio de Janeiro.
> Na região Nordeste,
Nordestinos se deslocando em direção ao estado de São Paulo, 1976.
qual pode ser a principal causa de os moradores do campo buscarem as cidades para estabelecer suas moradias? Resposta: Há mais oportunidades de trabalho.
Embora muitos nordestinos ainda migrem para outras regiões do Brasil, a partir do final do século XX houve uma redução desse fluxo migratório. As migrações atuais ocorrem, na maioria das vezes, dentro da própria região do Nordeste, partindo principalmente do interior para o litoral, sobretudo para as capitais dos estados.
> Por que, mesmo mo-
Periferias urbanas no Nordeste
rando em condições precárias, muitas pessoas preferem continuar vivendo nas cidades em vez de buscar alternativas nas áreas rurais da região Nordeste?
Danilo Verpa/Folhapress
Moradias precárias no município de Recife (PE), 2017.
• Incentive o respeito e a valorização dos hábitos e costumes dos povos das diversas regiões nordestinas. Aponte que as migrações de nordestinos para outras regiões do Brasil contribuíram para a integração entre diferentes culturas. Este momento é oportuno para trabalhar com o tema contemporâneo Diversidade cultural, além de contemplar as habilidades EF07GE02 e EF07GE04. • Explore a fotografia que mostra moradias precárias, incentivando os alunos a refletir sobre as causas e consequências das migrações para as cidades. Para isso, utilize as questões sugeridas abaixo.
Direção de Vicente Amorim, 2003. (87 min).
Nos últimos anos, várias metrópoles do Nordeste, como Salvador, Recife e Fortaleza, vêm recebendo migrantes oriundos do interior da região. Nessas metrópoles, o crescimento desordenado da população ocorre associado à expansão das periferias urbanas, muitas vezes sem infraestrutura básica e localizadas em áreas inadequadas, como encostas de morros e margens de rios.
Orientações gerais
Resposta: Resposta pessoal. Na cidade, as oportunidades são mais diversificadas, há mais possibilidades. > O problema retrata-
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do na fotografia ocorre somente nas cidades da região Nordeste? Justifique sua resposta. Resposta: Não, a precarização de moradia ocorre em diversas regiões do Brasil.
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Encontro com... História
Integrando saberes
• Convide o professor de
História para trabalhar o assunto das pinturas rupestres com os alunos. Peça a ele que comente sobre a existência de pinturas rupestres em outros lugares do mundo, como Espanha e França.
Os primeiros habitantes do Nordeste No estado do Piauí, nas proximidades do município de São Raimundo Nonato, localiza-se o Parque Nacional Serra da Capivara, onde estão concentrados vários sítios arqueológicos, em que foram encontrados vestígios muito antigos da presença humana. O estudo dos vestígios humanos nos ajuda a desvendar as relações entre o ser humano e a natureza, como a organização do espaço onde viviam e as técnicas que utilizavam para realizar as atividades do dia a dia.
• Comente com os alunos que, em 1993, o parque passou a constar no livro de registros como patrimônio cultural arqueológico, etnográfico e paisagístico, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para conhecer mais sobre o parque, sugerimos o acesso ao site a seguir.
Conheça um pouco mais sobre o mais importante sítio arqueológico do Brasil lendo o texto abaixo. O Parque Nacional Serra da Capivara é um dos maiores museus ao ar livre do planeta. Seu “acervo” inclui uma infinidade de pinturas rupestres, distribuídas por cerca de 450 sítios arqueológicos. Uma caminhada pela Caatinga semiárida piauiense revela novas paisagens e funciona como uma verdadeira aula de História.
N
Museu do Homem Americano). Disponível em: < h t t p : // l i v r o . p r o / hs6014>. Acesso em: 2 out. 2018.
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• Outro sítio arqueológi-
• Se possível, realize com
os alunos a leitura do texto e auxilie-os na sua interpretação. Caso existam palavras que porventura não conheçam, oriente-os a procurar seus significados no dicionário.
As cerca de 25 mil pinturas rupestres retratam aspectos do dia a dia dos habitantes da região, como [...] guerra, cenas domésticas, rituais e cerimônias em meio a imponentes cânions, encostas abruptas e formações rochosas esculpidas em rocha arenítica.
8° 35’ S
Parque Nacional Serra da Capivara MA
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53° 30’ O
E. Cavalcante
PI
Fonte: CPRM (Serviço Geológico do Brasil). Disponível em: <http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/bitstream/handle/doc/17165/ serracapivara.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10 set. 2018.
Sítio arqueológico: local onde é possível encontrar vestígios culturais de antigas sociedades, como ferramentas produzidas com pedra lascada, utensílios domésticos e pinturas.
• No município de Souza
(Paraíba), localiza-se uma unidade de conservação conhecida como Vale dos Dinossauros. Nessa região, foram encontrados fósseis e organizados em um museu, constituindo-se em mais um ponto de turismo arqueológico do Nordeste.
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[...] OLIVEIRA, Roberto de. Parque Nacional Serra da Capivara proporciona viagem no tempo. Folha de S.Paulo, São Paulo, 20 jun. 2004. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u4319.shtml>. Acesso em: 9 out. 2018.
Rita Barreto/Fotoarena
> Fumdham (Fundação
co que pode ser mencionado para o estudo dos primeiros habitantes do Nordeste é a Pedra de Ingá (Paraíba). Trata-se de um sítio arqueológico com a presença de gravuras arqueológicas, denominadas “itacoatiaras”. Também foram encontrados na região alguns fósseis de animais da fauna pleistocênica.
[...] Por trilhas demarcadas e passarelas, guias conduzem o visitante a caminhos repletos de sinais e vestígios de civilizações pré-históricas que deixaram evidências de que viveram ali há mais de 50 mil anos, contrariando a arqueologia ortodoxa sobre a chegada dos primeiros habitantes às Américas, que teria ocorrido há “apenas” 12 mil anos.
Parque Nacional da Serra da Capivara
Na fotografia, pinturas rupestres encontradas na Serra da Capivara no município de São Raimundo Nonato (PI), 2018.
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Exercícios de compreensão
2. Não, porque há áreas, além das que fazem parte do Polígono das Secas, que estão visivelmente tão ou mais prejudicadas pela falta de chuva e de recursos, em razão da ausência de investimentos.
1. Quais são as sub-regiões nordestinas?
A Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o Meio-Norte.
2. A regionalização do Polígono das Secas foi uma medida eficaz instituída pelo governo para o combate aos efeitos da seca? Justifique sua resposta no caderno. 3. Apresente fatos que justifiquem a afirmativa abaixo. “População da região Nordeste encontra-se distribuída de forma irregular por seu território.” 4. No caderno, explique por que os fluxos migratórios, muitas vezes, são considerados uma característica marcante da população nordestina. 5. Se um amigo afirmasse que a seca é o único motivo que leva muitos nordestinos a migrar para outras regiões do país, você concordaria? Justifique sua resposta no caderno. Não, pois os problemas do Nordeste não estão apenas relacionados aos fatores naturais,
3. A população nordestina não se encontra distribuída de maneira uniforme pelo território da região. As áreas mais populosas estão localizadas na Zona da Mata e no Agreste. Já as áreas menos povoadas encontram-se no interior, na região do Sertão e Meio-Norte nordestinos.
Capítulo 6
Atividades
4. Possível resposta: Porque ao longo do século Geografia no contexto XX, milhares de nordestinos 6. Observe a imagem abaixo, que mostra um esquema do relevo e da vegetação da migraram para 6. b) A Zona da Mata apresenta clima úmido e a presença de floresta tropical outras regiões região Nordeste. denominada Mata Atlântica. O Agreste é uma transição entre a Zona da Mata e o brasileiras em Sertão. O Sertão apresenta clima semiárido e vegetação de Caatinga. O Meio-Norte é busca de uma transição entre o Sertão e a Floresta Amazônica, melhores Região Nordeste: relevo e vegetação onde a vegetação do Cerrado, da Mata dos Cocais e condições de vida. da Floresta Amazônica se desenvolve.
Adilson Farias
mas também às questões políticas e sociais, como a falta de empregos e a baixa renda da população.
a)
b) c)
6. c) A chapada funciona como barreira natural aos ventos úmidos vindos do oceano Atlântico. Desse modo, o ar quente e úmido das massas oceânicas, ao encontrar esses paredões naturais, é forçado a subir 4 3 cada vez mais, 1 2 resfriando-se à medida que se Fonte: VASCONCELLOS, Regina; FILHO, Ailton P. Alves. eleva. Em razão Atlas geográfico ilustrado e comentado. São Paulo: FTD, 1999. p. 19. da temperatura mais baixa que o ar atinge a certa Lençol freático: água armazenada abaixo da superfície terrestre. altura, o vapor de água presente se condensa Relacione, no caderno, as sub-regiões do Nordeste a cada uma das partes nele e se precipita na mostradas na imagem. forma de chuvas. Então, esses Zona da Mata: 4 Sertão: 2 Meio-Norte: 1 Agreste: 3 ventos se tornam secos e, Caracterize, no caderno, cada sub-região nordestina com base nas informa- geralmente, avançam em ções apresentadas na imagem. direção ao do Com base na imagem, explique, no caderno, qual é a relação do relevo da re- interior Nordeste com gião Nordeste com a distribuição de chuvas no Sertão nordestino. pouca umidade.
Orientações gerais
• Para realizar a atividade Geografia em contexto, inicie o trabalho com os alunos solicitando que observem a imagem e identifiquem os diferentes tipos de vegetação representados.
• Em seguida, auxilie-os a identificar as diferentes sub-regiões de acordo com as características do relevo e utilizando-se de uma visão horizontal da paisagem. Oriente a leitura da imagem da esquerda para direita e paralelamente a fim de que visualizem na imagem as regiões do interior do continente em direção ao litoral.
• Verifique se os alunos identificam as duas sub-regiões e suas características físico-naturais, orientando-os nas dúvidas e dificuldades que apresentar.
• Explique para os alunos que o eixo vertical indica os níveis pluviométricos de cada segmento da representação. A altura que a indicação de chuva se posiciona, corresponde a uma quantidade em mm de chuva por ano. Já as marcações 1, 2, 3 e 4 correspondem a seções que representam as diferentes sub-regiões. Verifique que a indicação de lençol freático na imagem não se confunda com essas marcações de seções.
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Orientações gerais
7. Leia a seguir o trecho de um poema de Patativa do Assaré, um poeta popular nordestino.
• O uso de recursos, como o poema e a tirinha, contemplam a competência específica de Ciências Humanas 7, pois permitem aos alunos o desenvolvimento do raciocínio geográfico por meio de outros gêneros textuais.
[...] Depois que o podê celeste
A mata com o seu verdume
Manda chuva no Nordeste
E as fulô com seu perfume
De verde a terra se veste
Se enfeita de vaga-lume
E corre água em brobutão
Nas noite de iscuridão. [...]
ASSARÉ, Patativa do. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escrituras Editora, 2001. p. 21.
• Realize
a leitura do poema com os alunos e peça a eles que interpretem quais elementos o autor destaca no texto depois que a terra recebe a chuva. Converse com eles sobre o contraste da época de estiagem e o período de chuvas.
No poema, Patativa refere-se ao Sertão, uma sub-região do Nordeste. As chuvas no Sertão transformam suas paisagens. Como Patativa descreveu essa transformação? Ele escreveu que as plantas crescem no solo, os rios se enchem de água, as matas tornam-se verdes, as flores exalam perfume, os vaga-lumes aparecem durante as noites.
8. Observe a história abaixo. Em seguida, responda às questões no caderno.
a atividade 10, estimule a participação de todos. Para a realização dessa atividade, peça aos alunos que retornem à página 175 para que leiam novamente sobre esse tema.
© 2018 Cedraz/Ipress
• Para
8. b) A relação entre os movimentos das massas de ar e o relevo elevado em algumas regiões faz com que as chuvas não alcancem o interior do Nordeste, ocasionando a seca.
CEDRAZ, Antonio Luiz Ramos. A Turma do Xaxado. Salvador: Cedraz, 2006. v. 1. p. 11.
a ) Explique de que maneira o personagem da tirinha aborda o assunto da seca no Nordeste. O personagem aborda os efeitos sobre as paisagens ao falar da volta do verde na vegetação, e também os efeitos sociais ao falar das pessoas que migram em virtude da seca.
b ) Explique como as massas de ar e o relevo são fatores responsáveis pelos períodos de irregularidade de chuvas no Nordeste. 9. Leia a manchete de jornal a seguir.
Transposição do rio São Francisco muda a vida no sertão da Paraíba G1, 19 nov. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/agronegocios/globorural/noticia/2017/11/transposicao-do-rio-sao-francisco-muda-vida-no-sertao-daparaiba.html>. Acesso em: 19 set. 2018.
De acordo com o que você estudou, explique, no caderno, o que é o projeto de transposição do Rio São Francisco. Trata-se de um projeto que prevê 477 quilômetros de canais, construídos através de dois eixos distintos, o “Eixo Norte” e o “Eixo Leste”, que deverão transferir as águas do Rio São Francisco a outras regiões mais secas do semiárido nordestino.
Pesquisando
10. Pesquise em jornais, revistas e internet informações de ações desenvolvidas pelo governo que visam combater e amenizar os efeitos da seca sobre a população nordestina. Traga para a sala de aula as informações encontradas e apresente-as aos colegas. Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta.
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g20_ftd_lt_7vsg_c6_p174a181.indd Orientações gerais
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• Questione os alunos sobre a leitura da tirinha sobre as
migrações da população do sertão em direção às grandes cidades. Explore com os alunos o fato de o autor usar o termo “fugidos” para se referir a esse grupo de pessoas e qual o sentimento que o personagem da tirinha expressa com base nesse termo.
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• Estimule a reflexão dos alunos abrindo uma roda de
conversa e questionando quais poderiam ser as transformações necessárias na região para promover o retorno de migrantes que “fugiram” da seca.
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Capítulo 6
A organização econômica da região Nordeste O Nordeste é uma região marcada por muitos contrastes. Se partirmos do litoral em direção ao interior, iremos perceber diferenças marcantes, tanto do ponto de vista dos aspectos naturais quanto dos socioeconômicos. Enquanto o Agreste e a Zona da Mata apresentam as maiores concentrações populacionais e de geração de riquezas, o Sertão mostra-se pouco povoado e com pequena participação no PIB regional. No entanto, essas disparidades regionais não impedem que nos últimos anos o Nordeste venha apresentando crescimento econômico. Veja o gráfico abaixo, que mostra o aumento da participação do Nordeste no PIB brasileiro.
Keithy Mostachi
Em bilhões - R$ 5 995 Brasil Nordeste 5000
4000
3 780
3000
2 806 2 063
2000
1000
0
1 218 848
693 45
120
182
1994
1998
2002
311 2006
438
595
2009
2012
848
2015
• Aponte para os alunos o crescimento do PIB brasileiro e o crescimento da parcela que representa a participação do Nordeste. Questione-os se o crescimento do PIB do Nordeste lhes parece proporcional ao crescimento do PIB nacional e avalie o entendimento dos alunos nesse tipo de gráfico de barras.
Anos
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 8 set. 2018.
A indústria da região Nordeste representa 12% do PIB nacional.
O setor de serviços da região Nordeste representa 14% do PIB nacional.
Somma Studio
Participação por setores da economia da região Nordeste no PIB brasileiro A agropecuária da região Nordeste representa 9% do PIB nacional.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5938#resultado>. Acesso em: 17 set. 2018.
Nos últimos anos, incentivos fiscais têm atraído um número considerável de indústrias para estados nordestinos. Apenas três deles: Bahia, Ceará e Pernambuco são responsáveis por aproximadamente 63% do produto interno bruto regional. Além do crescimento industrial, a atividade turística no Nordeste e a implantação de técnicas modernas de cultivo em áreas do semiárido são fatores que estão promovendo o dinamismo da economia regional. Nas páginas a seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre os aspectos econômicos do Nordeste brasileiro.
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Orientações gerais
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• Proponha aos alunos que comparem a representação
desses três setores de acordo com as informações da seção e identifiquem qual dos setores há maior e em qual há menor desempenho na economia do Nordeste.
• Inicie a leitura do texto definindo e explicando os termos “contrastes” e “disparidades”. Exemplifique com aspectos do cotidiano dos alunos para que eles possam se apropriar dos conceitos.
• Faça a interpretação do gráfico com os alunos e oriente-os a identificar os elementos representados pela legenda, em que a cor laranja representa a porção do Nordeste na produção do PIB nacional, e a cor verde representa o restante do PIB do Brasil, ou seja, as regiões Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste somadas. O uso de recursos gráficos para compreensão de fenômenos geográficos contempla a competência geral 4 e a competência específica de Ciências Humanas 7 da BNCC.
Evolução histórica da participação do Nordeste no PIB brasileiro – 1994-2015 6000
Orientações gerais
• Retome explicações sobre os três setores da economia: setor primário (agricultura, pecuária e extrativismo –vegetal, mineral e animal); setor secundário (indústrias) e setor terciário (comércio e serviços). Pergunte aos alunos em qual desses setores deve-se inserir o turismo.
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• Proponha uma atividade de criação de gráfico de se-
tores. Peça aos alunos que façam um gráfico de setores para cada ramo da economia comparando a porcentagem de participação do Nordeste com o total do Brasil.
• A realização desta atividade permite reforçar a habilidade EF07GE10.
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Orientações gerais
O turismo no Nordeste
• Este conteúdo permi-
A atividade turística é uma das maiores potencialidades econômicas do Nordeste, ela corresponde a 9,8% do PIB regional e emprega grande número de trabalhadores na região.
te desenvolver os temas contemporâneos Trabalho e Educação para o consumo. Comente com os alunos que o potencial econômico da região para a atividade turística proporciona grande quantidade de vagas de trabalho nessa área.
A presença de aproximadamente 3 300 km de praias e o clima quente e agradável praticamente o ano todo, associados às belas paisagens e à expressão cultural por meio de artesanatos e da culinária regional, têm contribuído para que essa região seja o destino de um grande número de turistas brasileiros e estrangeiros. Com o objetivo de dinamizar ainda mais a atividade turística no Nordeste, os governos estaduais, em parceria com algumas empresas privadas, têm investido recursos em infraestrutura e benfeitorias. Esses empreendimentos estão viabilizando não somente a ampliação de complexos turísticos na região, como hotéis, resorts e parques aquáticos, mas também têm gerado maior oferta de empregos.
• Incentive os alunos a
refletir sobre as formas de consumo dentro da atividade turística. Comente que o turismo permite o contato entre pessoas de regiões muito diferentes. Oriente sobre a importância de conservar os ambientes visitados, como jogar embalagens em recipientes adequados ou, ainda, não retirar elementos das paisagens, como vegetação e espécies marinhas (estrela-do-mar, corais, entre outros).
A modernização de aeroportos, o melhoramento e a expansão de rodovias de acesso ao litoral, o saneamento básico, a preservação ambiental e a restauração do patrimônio histórico são alguns dos investimentos que também têm proporcionado o desenvolvimento do turismo regional.
O litoral nordestino possui praias paradisíacas que movimentam o turismo da região. Na fotografia, praia em Maragogi (AL), 2016.
• Faça uma lista estimulando os alunos a refletir sobre as diversas atividades de consumo dos turistas: hospedagem, alimentação, transporte, artesanato, produtos típicos da região, roupas, passeios etc.
• Peça
Hans von Manteuffel/ Pulsar Imagens
aos alunos que escrevam um texto explicando por que os investimentos na área do turismo em infraestrutura e benfeitorias contribuem para a geração de empregos na região Nordeste.
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• O projeto integrador 3, disponível no material digital,
propõe a reflexão sobre o turismo na região Nordeste, com enfoque nos atrativos naturais e culturais e poderá ser feito em conjunto com os professores de Arte e Língua Portuguesa.
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Capítulo 6
Indústria da região Nordeste Até meados do século XX, cerca de 80% das indústrias existentes no Brasil estavam localizadas na porção Centro-Sul do país. Essa predominância seguiu sem grandes mudanças até a década de 1970. A partir de então, a região Nordeste passou a apresentar alguns avanços no setor industrial, porém nada muito significativo. Dada a desigualdade entre as diferentes regiões brasileiras, muitos nordestinos migraram para a região Sudeste em busca de trabalho, sobretudo no setor industrial, entre as décadas de 1950 e 1990. Porém, nas últimas décadas, as atividades industriais desenvolvidas na região Nordeste têm se diversificado, já que importantes tipos de indústrias, antes restritas às regiões Sudeste e Sul, passaram a exercer suas atividades em estados nordestinos. Isso ocorreu devido a uma série de investimentos governamentais em infraestrutura, tais como instalação de usinas hidrelétricas, construção ou modernização de portos marítimos, construção e ampliação de rodovias. O governo também investiu em incentivos fiscais para essas empresas, como doações de terrenos e baixos impostos. Entre as principais empresas que se instalaram no Nordeste estão as do ramo de autopeças, softwares, componentes químicos, automóveis, tecidos e calçados. A partir de 2010, a Petrobras anunciou uma série de descobertas de petróleo em diversos pontos do litoral nordestino e essa também tem sido um atrativo para diversas empresas do setor ao Nordeste. Software: refere-se a programa ou conjunto de instruções
Orientações gerais
• Outro exemplo de polo de desenvolvimento econômico do Nordeste é o porto de Suape, um dos principais eixos de escoamento de cargas da região. Relacionar as redes de transportes e comunicação com os processos de industrialização e transformações socioeconômicas permite ampliar as habilidades EF07GE07 e EF07GE08. Para mais informações sobre os investimentos e a importância desse polo portuário, acesse a reportagem a seguir: > LIMA, Jessica. Re-
Rubens Chaves/Folhapress
que controlam o funcionamento de um computador.
cordes mantêm Suape entre os cinco maiores portos públicos do país. 16 fev. 2018. Disponível em: <http://livro.pro/ g2zju3>. Acesso em: 30 set. 2018.
O Nordeste é considerado um grande produtor de petróleo do país, abrigando o polo de Camaçari, um dos mais importantes polos petroquímicos do Brasil, localizado em Camaçari (BA), 2017, visto acima.
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BNCC
Atualmente, a região nordestina possui o terceiro maior parque industrial do Brasil. Essa posição decorre de uma série de fatores, como os incentivos fiscais oferecidos pelos governos estaduais e municipais e a disponibilidade de mão de obra barata, ou seja, com baixos salários.
• Identificar e localizar os
diferentes polos industriais da região Nordeste permitem contemplar a competência específica de Geografia 3.
O processo de diversificação industrial no Nordeste está transformando sua economia, pois, além de mudar a organização espacial interna regional — instalando, por exemplo, novas fábricas em áreas antes ocupadas por atividades tradicionais, como agricultura e pecuária —, vem gerando mais riquezas para a região.
• O estudo e a análise do mapa desta seção permitem desenvolver as habilidades EF07GE08 e EF07GE09.
Os governos estaduais da região Nordeste têm buscado consolidar a formação de polos produtivos especializados. Eles compreendem áreas de grande dinamismo econômico que contribuíram para impulsionar o crescimento regional. Observe no mapa como estão distribuídos esses polos econômicos.
Sugestão de atividade
Região Nordeste: polos industriais E. Cavalcante
Indústrias da região Nordeste Objetivos
• Localizar os polos in-
dustriais e suas atividades. • Identificar as fontes de matérias-primas disponíveis na região. • Perceber o desenvolvimento econômico regional.
Sobral
Imperatriz
CE
Petrolina Juazeiro
10° S Aracaju
BA
Indústrias Extrativa mineral
Feira de Santana
Madeireira
Salvador
Metalúrgica /siderúrgica
GO
Transformação de minérios não metálicos Química Mecânica
OCEANO ATLÂNTICO
Itabuna
DF
N
MG
Alimentícia
L
O
Vestuário e têxtil
S
ES
40° O
0
230 km
Fontes: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 32. IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 136.
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens
Um dos símbolos do crescimento da atividade industrial da região Nordeste é o Porto Digital, localizado em Recife, capital de Pernambuco. Atualmente é um dos maiores polos tecnológicos do país. Inaugurado no ano 2000 por cerca de 50 empresas do setor tecnológico, o Porto Digital ou Portomídia foi construído em uma área antes degradada.
> Quais matérias-primas
apresentar os resultados de suas pesquisas e faça uma análise completa com as informações levantadas pelos grupos.
Recife
Maceió
AL SE
Capital estadual Cidade
produtos fabricados pelas indústrias?
• Incentive os alunos a
Caruaru
PE
> Quais são os principais
senvolvimento industrial tem fortalecido os outros setores da economia nesse estado ou na região Nordeste?
RN
PI
TO
rifiquem as informações do mapa desta página e identifiquem quais são as atividades industriais presentes em cada estado da região.
> De que forma o de-
Natal
Mossoró
Juazeiro Campina do Norte PB Grande João Pessoa
• Peça aos alunos que ve-
são extraídas na região para a fabricação desses produtos?
Fortaleza
Teresina
MA
Procedimentos • Esta atividade permite realizar um trabalho com as habilidades EF07GE06 e EF07GE08.
• Divida os alunos em grupos e solicite a eles que escolham um estado para estudo e realizem uma pesquisa na internet, em livros ou revistas com os seguintes tópicos (verifique se todos os estados foram contemplados pelos grupos).
São Luís Parnaíba
PA
Galpões antigos e abandonados deram espaço a prédios modernos em Recife (PE), 2013.
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• Comente com os alunos que o Porto Digital é um dos
maiores polos tecnológicos do Brasil, com produção de softwares e serviços relacionados à tecnologia da informação. Sugira aos alunos uma visita ao site do Porto Digital, no qual podem ser encontradas informações e curiosidades sobre a produção tecnológica e a localização do parque industrial, em meio ao centro histórico da cidade.
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> Porto Digital. Disponível em: <http://livro.pro/
qe8ha6>. Acesso em: 30 set. 2018.
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Capítulo 6
Agropecuária na região Nordeste A agropecuária representa cerca de 18% do total de riquezas geradas no Nordeste e emprega numerosa mão de obra. De modo geral, a atividade agropecuária é desenvolvida em todas as sub-regiões nordestinas. Na Zona da Mata prevalecem as culturas de frutas tropicais, como o caju, a manga e o mamão e, principalmente, as lavouras monocultoras de cana-de-açúcar, cacau e fumo. Esses gêneros agrícolas desempenham um importante papel na economia regional, pois, além de empregar um grande número de trabalhadores, fornece produtos para a exportação e também matéria-prima para a atividade industrial nacional. No Agreste, predominam pequenas e médias propriedades rurais onde é desenvolvida a policultura. Em geral, essas propriedades localizadas nas porções mais úmidas da sub-região dedicam-se aos cultivos de mandioca, feijão, milho e também à fruticultura. Atualmente, o Agreste tornou-se um dos mais importantes centros de abastecimento alimentício regional. No Sertão a agricultura é desenvolvida, sobretudo, nos brejos. Os brejos são áreas que apresentam umidade e solos férteis, o que favorece o desenvolvimento de diferentes tipos de culturas, principalmente de milho, feijão e arroz. No Sertão, os brejos estão localizados, principalmente, nas encostas das serras e vales fluviais. Grande parte da atividade agrícola no Sertão ainda é realizada com o emprego de técnicas tradicionais de cultivo. Além das lavouras desenvolvidas nos brejos, o Sertão nordestino vem se destacando pela implantação de sistema de irrigação em muitas áreas do semiárido. Na página 187, vamos estudar um pouco mais da agricultura irrigada na região Nordeste.
Orientações gerais
• Introduza este tema abrindo uma roda de conversa e questionando os alunos sobre as possíveis dificuldades do desenvolvimento desta atividade na região, de acordo com todas as suas características físico-naturais, estudadas ao longo do capítulo.
• Antes de iniciar a leitura do texto, pergunte aos alunos em quais regiões a agropecuária deve ser mais produtiva. Avalie o aprendizado dos conceitos apresentados na primeira parte do capítulo.
Diego Herculano/Folhapress
• Peça aos alunos que observem as fotografias da seção e questione-os sobre quais características eles identificam nesses plantios. Direcione-os a perceber o grau de tecnologia que foram retratados nas imagens.
João Prudente/Pulsar Imagens
Carregamento de cana-de-açúcar em plantação no município de Aliança (PE), 2016.
Na fotografia, podemos ver agricultor em uma plantação de feijão no espaço rural de Candiba (BA), 2016.
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Orientações gerais
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• Comente com os alunos que a castanha-de-caju é um
dos produtos de grande destaque da produção agrícola do Nordeste, que representa 80% da produção nacional. O valor desse produto nos supermercados é bem valorizado, mas o preço pago aos produtores ainda é baixo. Leia mais
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sobre esse assunto na reportagem indicada a seguir.
• RENDA do produtor de castanha-de-caju cresce no Nordeste. Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). 19 mar. 2016. Disponível em: <http://livro.pro/7go7jd>. Acesso em: 30 set. 2018. 185
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Orientações gerais
No Meio-Norte podemos encontrar lavouras de arroz, mandioca e algodão. Nas últimas décadas, a atividade agrícola desenvolvida nessa sub-região vem passando por mudanças significativas, proporcionadas, sobretudo, pela inserção de técnicas modernas de cultivo agrícola. Entre os recursos utilizados estão os pivôs de irrigação, adubos e fertilizantes, sementes selecionadas e maquinários agrícolas modernos. No oeste do estado da Bahia e no sul dos estados do Piauí e do Maranhão, por exemplo, a intensa utilização de implementos agrícolas está favorecendo o cultivo de grãos, em especial a soja.
• Peça
aos alunos que retornem à página 48 e leiam novamente o significado de implemento agrícola.
• Para complementar o
Na fotografia, lavoura de soja mecanizada no município de Balsas (MA), 2017.
Grande parte da pecuária desenvolvida na região Nordeste é realizada de maneira extensiva, com o gado criado solto e a alimentação baseada, principalmente, em pastagens. No Agreste, a criação bovina está voltada, em grande parte, para o fornecimento de leite e derivados. No Sertão, a criação de gado é a principal atividade econômica. O rebanho pode ser encontrado tanto nos grandes latifúndios, na forma extensiva, quanto em pequenas propriedades familiares. Já no Meio-Norte, as áreas situadas nas porções mais secas destinam-se, sobretudo, à pecuária leiteira e à avicultura.
Leo Caldas/Pulsar Imagens
A pecuária caprina e ovina também é praticada na região Nordeste desde a colonização. Esse fato se deve, principalmente, à fácil adaptação desses animais ao clima quente e à vegetação da Caatinga existente na região. Veja no gráfico abaixo como esse tipo de criação é significativo no Nordeste. Produção de caprinos – 2016
Sul 3%
Norte 1%
Sudeste 2% Centro-Oeste 1%
Nordeste 93%
Keithy Mostachi
[...] De modo geral, a pecuária extensiva é predominante e tem provocado a degradação do solo devido à criação de um rebanho superior ao que as áreas suportam. [...] A queimada é uma prática muito frequente entre os agricultores dessa região. Outro problema muito grave é o intenso processo de salinização, que se estima esteja afetando pelo menos 25% de toda a área. O empobrecimento dos solos, a erosão, a redução da cobertura vegetal e as condições climáticas desfavoráveis vêm provocando a degradação do ambiente em certos locais a níveis extremos, a ponto de serem classificados como pequenos desertos. Pesquisas revelam que esses núcleos de desertificação possuem um dinamismo próprio, que tende a agravar a situação e expandir sua área de interferência [...]. Grandes contingentes populacionais têm sido expulsos dessa região devido às adversidades climáticas, à concentração da propriedade de terras, à degradação ambiental, à falta de apoio à agricultura de subsistência ou familiar, entre outros fatores. Parte desses mi-
Andre Dib/Pulsar Imagens
estudo sobre a agropecuária na região Nordeste, sugerimos apresentar aos alunos o texto abaixo. Comente sobre alguns problemas ambientais decorrentes da prática da agropecuária extensiva em áreas onde predomina a vegetação da Caatinga, e questione os alunos sobre as consequências desses problemas.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge. gov.br/tabela/3939>. Acesso em: 8 set. 2018.
Criação de ovinos em Taperoá (PB), 2017.
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grantes vai para médias e grandes cidades, aumentando os inúmeros problemas urbanos do país; outra parcela dirige-se para a parte oriental da Amazônia, onde muitas vezes colabora para a degradação ambiental, além de se envolver nos intensos conflitos pelo uso da terra ali verificados. [...]
• Comente com os alunos que salinização é o processo
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de acúmulo progressivo de sais no solo por causa da intensa evaporação em regiões de climas árido e semiárido.
ROSA, Antônio Vítor. Agricultura e meio ambiente. São Paulo: Atual, 1998. p. 49.
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Capítulo 6
A agricultura irrigada na região Nordeste A técnica de irrigação tem se mostrado uma eficiente alternativa adotada no Nordeste para combater a seca e desenvolver a agricultura. Os investimentos realizados em projetos voltados para a irrigação vêm desenvolvendo no sertão nordestino modernos polos agrícolas, em especial de produção de frutas. Atualmente, a região nordestina é a primeira produtora nacional das principais frutas frescas, como manga, abacaxi, mamão e banana. Em áreas onde a técnica de irrigação é utilizada, a produtividade é em média três vezes maior que em áreas sem irrigação.
No mapa podemos observar as principais áreas onde é desenvolvida a agricultura irrigada na região Nordeste. Entre as áreas de destaque na produção de frutas irrigadas estão a região de Petrolina-Juazeiro, entre os estados da Bahia e Pernambuco.
Região Nordeste: áreas irrigadas N
PA
São Luís MA
Possíveis repostas: no sul, oeste e norte do estado da Bahia e ao leste dos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
Fonte: MIN (Ministério da Integração Nacional). Disponível em: <www.integracao.gov.br/image/image_gallery?uuid=8fbd12eddbcb-4689-9bd1-831f12a6d21f&groupId=10157 &t=1354567876444>. Acesso em: 10 set. 2018.
S
Fortaleza
Teresina
CE RN
Natal João Pessoa Recife
PB
PI
TO
PE SE
AL Maceió
10° S
Aracaju
BA
• Observe o mapa ao lado e identifique as concentrações de áreas irrigadas na região Nordeste.
L
O
• Solicite aos alunos que observem o mapa de irrigação desta página e façam uma comparação com o mapa Região Nordeste: relevo e Hidrografia, na página 167. Peça que identifiquem os principais leitos de rios que possam servir de fonte de irrigação. Comparem também com o mapa Região Nordeste: média de precipitação anual, da página 166, identificando as áreas de menos precipitações que, consequentemente, necessitam de irrigação.
Salvador
OCEANO ATLÂNTICO
GO
Área irrigada Capital estadual
DF MG 0
ES
40° O
260 km
E. Cavalcante
A boa produtividade da fruticultura também é garantida pelas condições naturais do Nordeste. Muitas frutas encontram nas altas temperaturas da região, que são constantes praticamente o ano todo, as condições adequadas para se desenvolverem.
Orientações gerais
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Paisagem de área com agricultura irrigada em plantação de frutas no município de Pacatuba (SE), 2018.
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Integrando saberes
• Se possível, faça com
os alunos a leitura do texto e auxilie-os na sua interpretação. Caso existam palavras que porventura não conheçam, oriente-os a procurar seus significados no dicionário.
Explorando o tema
A literatura de cordel
A região Nordeste possui uma diversidade cultural muito rica, representada por meio da música, da dança, das festas típicas e da literatura, sobretudo a de cordel. A literatura de cordel é composta por histórias populares escritas na forma de verso ou prosa que contam episódios de romances e aventuras, por exemplo. Os cordéis são publicados em folhetos ou em livretos e contêm ilustrações produzidas, geralmente, utilizando uma técnica especial, que consiste em imprimir gravuras em alto relevo sobre madeira, chamada xilogravura.
• Oriente
os alunos a identificar os elementos naturais e sociais da região Nordeste presentes no texto. Verifique se os alunos percebem que o narrador trata da seca e das dificuldades que ela acarreta, como também do povo e das belezas da sua terra, para onde um dia pretende voltar.
Academia Brasileira de Literatura de Cordel Você pode conhecer mais sobre a história, os autores e alguns importantes cordéis consultando o site da Academia Brasileira de Literatura de Cordel: <http://livro.pro/rwbmc2>. Acesso em: 28 ago. 2018.
Leia o cordel a seguir.
• Sugira aos alunos que
busquem na biblioteca da escola, ou mesmo na internet, um exemplo da literatura de cordel. Comente que além do autor do cordel desta página, Antônio Gonçalves da Silva (1909-2002), conhecido como Patativa do Assaré, e Leandro Gomes de Barros (1865-1918) são também importantes expoentes do cordel brasileiro. Aproveite a oportunidade e faça um trabalho em conjunto com o componente curricular de Língua Portuguesa na análise de uma das obras desses dois autores.
Estou eu aqui distante
E parece que vendo estou vendo E parece que estou
Nesta cidade perdida
A luasebela se erguendo A lua bela erguendo
Da minha terra querida
Clareando meu Sertão. Clareando meu Sertão.
Do Sertão que eu sou amante
[...]
Daquele sol escaldante
Se passaram Se passaram tantos tantos anos anos
Que castiga e racha o chão
Que nesse moro subúrbio nesse subúrbio Que moro
Lá deixei meu coração
Nodesse meio distúrbio desse distúrbio No meio
Quando menino eu parti
adiando meus planos SempreSempre adiando meus planos
Pois lá onde eu nasci
Delávolta pros manos meus manos De volta proslámeus
Sou de lá, sou do Sertão.
grana dá, não, Pois a Pois granaa não dá,não não,
[...]
Ah! Quanta decepção Ah! Quanta decepção
Me recordo com carinho
Nestade terra de ninguém Nesta terra ninguém
Daquela luz cor de prata
posso querer Como Como posso querer bem bem
Clareando lá da mata
soudo filho do Sertão? Se souSe filho Sertão?
Subindo devagarzinho Percorrendo seu caminho Tangendo a escuridão Relembro com emoção
[...]
Lá muita tinha muita Lá tinha alegriaalegria Nosde anos deboa safra boa Nos anos safra em qualquer Se via Se emvia qualquer pessoapessoa
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• A sequência didática 8, disponível no material digital,
tem como proposta o trabalho com a literatura de cordel, abordando os aspectos naturais e populacionais da região Nordeste, em que permite um trabalho com as habilidades EF07GE04 e EF07GE11.
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Capítulo 6
Art Capri
Bela face e simpatia
Um cantador de viola
Quer de noite, quer de dia,
Abrindo sua sacola
No inverno ou no verão
E tocando num ensejo
Aqui? Isso não tem, não,
Aí me bate um desejo
Não dá nem pra comparar
De pegar um caminhão
Com o meu belo lugar
E voltar pro meu quinhão
Que deixei lá no Sertão.
Que vivi quando criança
E quando vejo a notícia Que está chovendo forte Lá pras bandas do meu Norte Digo: Deus ó que delícia. Nesta vida fictícia Eu estou numa prisão Bate forte o coração Desse cabra pé de serra De está cortando terra Lá nas várzeas do Sertão. [...] Quando por aqui eu vejo ASSIS, Izaías Gomes de. Saudades do meu Sertão. Parnamirim: Isvá, 2014. p. 1, 2, 4-7.
E nessa minha esperança Eu me lembro do Sertão. [...] Um dia eu volto pra lá Rever a rapaziada Refazer minha morada E criar um sabiá Na melhor terra que há
a ) Em qual sub-região nordestina o personagem do cordel morava? b ) Cite três exemplos que representam a diversidade cultural da região Nordeste. c ) Converse com seus colegas e identifiquem alguns aspectos da cultura regional do lugar onde moram que vocês mais gostam, como culinária, músicas, festas típicas, entre outros. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
Orientações gerais
• Introduza a literatura de cordel e a técnica da xilogravura para os alunos, destacando que ambas são utilizadas pelos nordestinos em representações de elementos de sua cultura e é importante valorizá-las, conforme recomenda a competência geral 3 da BNCC. Os desenhos e os textos têm o forte traço da cultura nordestina, sempre valorizando suas raízes e as adversidades das condições sociais, econômicas e as características físico-naturais. Este momento é oportuno para abordar o tema contemporâneo Diversidade cultural. • Solicite aos alunos que escrevam um pequeno cordel representando algum aspecto que tenha sido mais marcante sobre o conhecimento adquirido ao longo do capítulo.
Por mais que se rache o chão De lá carrego o brasão Por esse Brasil afora Meu Deus eu não vejo a hora
• Sugira aos alunos que realizem uma exposição dos cordéis escritos por eles nas áreas comuns da escola.
De voltar pro meu Sertão. [...]
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Respostas
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a ) O personagem do cordel morava no Sertão. b) Resposta pessoal. Alguns exemplos podem ser a literatura de cordel, as festas típicas, música, dança etc.
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c ) Resposta pessoal. Verifique se as respostas dos alunos estão de acordo com a proposta da atividade.
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Atividades
Orientações gerais
• Oriente os alunos a fa-
zer a leitura da legenda do mapa da atividade 5 e explique para eles que esse mapa é parecido com o da página 184, mas os elementos apresentados na legenda são diferentes.
2. Possível resposta: crescimento da atividade industrial, expansão da atividade turística e implantação de técnicas modernas de cultivo em áreas do semiárido. 3. Ramo de autopeças, software, componentes químicos, automóveis, tecidos e calçados.
1. Resposta esperada: a participação do Nordeste no PIB brasileiro tem sido positiva, uma vez que o crescimento econômico apresentado por essa região, nas últimas décadas, está se tornando cada vez mais significativo na economia nacional.
Exercícios de compreensão 1. Observe novamente o gráfico da página 181 e escreva no caderno como você avalia a participação do Nordeste no PIB brasileiro. 2. Identifique, no caderno, quais são os fatores que têm contribuído para o dinamismo da economia nordestina.
Geografia no contexto
3. Quais são os principais ramos de indústrias que têm diversificado a atividade industrial na região Nordeste? 4. Escreva sobre os principais fatores que estão contribuindo para o aumento do número de indústrias na região Nordeste.
4. Os incentivos fiscais oferecidos pelos governos estaduais e a disponibilidade de mão de obra barata são fatores que estão contribuindo para o aumento do número de indústrias na região.
5. O mapa abaixo mostra a distribuição da atividade agropecuária na região Nordeste. Compare-o com os mapas das páginas 166 a 168 e, depois, responda às questões abaixo no caderno.
a ) Identifique neste mapa que gênero agrícola desenvolvido por meio da agricultura moderna é cultivado no oeste do estado da Bahia e no sul dos estados do Piauí e Maranhão. A soja. b ) No Nordeste as lavouras de mandioRegião Nordeste: agropecuária ca são, em sua maioria, cultivadas com mão de obra familiar, em pequeOCEANO nas e médias propriedades agrícolas. ATLÂNTICO PA Identifique em qual sub-região do Nordeste predominam as lavouras de MA CE mandioca. Em seguida, caracterize, de acordo com o que você estudou RN neste capítulo, a atividade agropecuáPB ria desenvolvida nessa sub-região. PI PE
TO
AL 10° S
SE BA N
GO
L
O S
0
200 km
Produtos agrícolas
MG
E. Cavalcante
DF
ES
40° O
Algodão Arroz Batata Cacau Café Cana-de-açúcar Coco-da-baía
Resposta esperada: sim. Essa produção se justifica
Feijão pela utilização da técnica de irrigação das áreas Fruticultura cultivadas. Mandioca Milho Sisal Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas Soja geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 46.
Pecuária Asininos Aves Bovinos Caprinos
c ) Podemos afirmar que a fruticultura é uma atividade de destaque na sub-região do Sertão? Sabendo que nessa área há o predomínio do clima semiárido, caracterizado pelo baixo volume de chuvas e por longos períodos de estiagem, como você explica a presença de fruticultura nessa sub-região?
Equinos Ovinos Suínos
5. b) A produção de mandioca é predominante na sub-região do Agreste. Nessa região, em geral, as propriedades localizadas nas porções mais úmidas dedicam-se à policultura com cultivos de mandioca, feijão, milho e também à fruticultura. Já aquelas situadas nas áreas mais secas destinam-se, principalmente, à pecuária leiteira e à avicultura.
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• No material digital, está disponível uma sugestão de avaliação do 3º bimestre para acompanhamento da aprendizagem dos alunos acerca dos conteúdos dos capítulos 5 e 6.
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6. b) Entre os fatores, a presença de aproximadamente 3 300 km de praias, com clima quente e agradável praticamente o ano todo, as belas paisagens naturais e também a expressão cultural regional. 6. c) Resposta esperada: sim, pois os governos estaduais, em parceria com algumas empresas privadas, têm investido recursos na ampliação de complexos turísticos, como hotéis, resorts e parques aquáticos. Além disso, os investimentos também estão direcionados à modernização de aeroportos, à melhoria e à expansão das rodovias de acesso ao litoral, ao saneamento básico, à preservação ambiental e à restauração do patrimônio histórico.
Capítulo 6
Marlon Costa/Futura Press
6. Observe a fotografia abaixo. Em seguida, responda às questões no caderno.
Turistas na praia de Boa Viagem em Recife (PE), 2018.
a ) Que atividade econômica da região Nordeste está representada na imagem acima? O turismo, mais especificamente do estado de Pernambuco. b ) Entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da atividade turística na região Nordeste, quais estão representados na fotografia? c ) De acordo com o que você estudou, é possível afirmar que essa atividade econômica tende a ser dinamizada na região Nordeste? Justifique sua resposta.
Refletindo sobre o capítulo
Orientações gerais
• Na atividade 6, os alunos deverão reconhecer a potencialidade das atividades turísticas para o desenvolvimento econômico da região Nordeste. Verifique se esse aspecto foi compreendido de forma adequada. • Comente com os alunos que a praia de Boa Viagem é interditada parcialmente por causa da presença de tubarões. Depois da ampliação do porto de Suape, a região sofreu algumas alterações no ecossistema e os tubarões passaram a frequentar essa faixa da praia, que não condiz com o comportamento normal da espécie. Se considerar pertinente, solicite ao professor de Ciências que explique sobre o hábitat dos tubarões e o problema ambiental que vem ocorrendo nessa região.
Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado a partir das afirmações a seguir.
• As paisagens que compõem a região Nordeste são caracterizadas pelo predomínio de climas com temperaturas elevadas, na maior parte do ano, e com grande variação das médias pluviométricas anuais.
• A região Nordeste é dividida em quatro sub-regiões distintas: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte.
• No Sertão nordestino, quando a ausência de chuvas se prolonga de um ano para outro,
estendendo-se por um período maior que o normal, caracteriza-se o que denominamos período de seca.
• Os problemas do Sertão nordestino estão relacionados muito mais a questões político-sociais e à concentração fundiária do que propriamente aos fatores naturais.
• O Nordeste é a segunda região mais populosa do país, com cerca de 57 milhões de habitantes.
• O crescimento das atividades industrial e turística e a implantação de técnicas modernas de cultivo em áreas do semiárido dinamizam a economia do Nordeste.
• Os investimentos em projetos de irrigação vêm desenvolvendo modernos polos agrícolas, em especial na produção irrigada de frutas na região do semiárido.
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Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar dúvidas dos alunos.
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• Avalie se os alunos desenvolveram as habilidades indicadas no decorrer do capítulo e se há algum tema que precise ser revisado, assim como é importante avaliar se os objetivos do capítulo foram atingidos.
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Objetivos do capítulo
Capítulo
• Identificar os estados
Região Centro-Oeste
que compõem a região Centro-Oeste.
• Identificar
os principais aspectos naturais da região Centro-Oeste.
• Refletir sobre a impor-
tância das reservas da biosfera para a preservação dos recursos naturais e dos ecossistemas ameaçados no planeta.
• Compreender o proces-
so histórico de ocupação da região Centro-Oeste.
• Identificar
os fatores que contribuíram para o crescimento da população do Centro-Oeste, sobretudo o papel exercido pelos programas desenvolvidos pelo governo federal.
• Conhecer os aspectos históricos da abertura da fronteira agrícola na região.
• Relacionar a constru-
ção de Brasília com a intensificação da ocupação do Centro-Oeste.
• Reconhecer a diversidade de povos indígenas que habitam a região.
• Caracterizar a organização do espaço geográfico da região.
• Analisar a importância econômica da agropecuária para o Centro-Oeste.
• Reconhecer o papel das
agroindústrias na atividade industrial da região.
• Verificar as atividades
extrativas desenvolvidas na região Centro-Oeste. Paisagem do Pantanal em Poconé (MT), 2018.
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g20_ftd_lt_7vsg_c7_p192a205.indd Orientações gerais
192
• Oriente os alunos a observar os aspectos retratados na paisagem da imagem presente nestas páginas. Propicie um diálogo com os alunos para avaliar seus conhecimentos prévios e assim iniciar o trabalho sobre o tema.
• Anote na lousa os aspectos levantados para que possa direcionar as discussões de acordo com os conhecimen-
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tos prévios dos alunos. Veja a seguir questões sugeridas para explorar esses conhecimentos. > Quais são as principais características das paisagens encontradas na região Centro-Oeste? > Quais são as principais atividades econômicas dessa região?
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BNCC
• Neste
Região Centro-Oeste
capítulo, são abordadas as características socioeconômicas, naturais e culturais da região Centro-Oeste do Brasil. Nesse sentido, valoriza-se o estudo da temática por meio da identificação e reflexão acerca da importância da região em questão, bem como compreender as relações socioespaciais estabelecidas.
MT
DF
N
GO
L
O
Maryane Vioto Silva
S
MS
0
560 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94.
Mato Grosso
Goiás
População: 3 341 998 de hab.
População: 6 921 161 de hab.
Área: 903 202 km2
Área: 340 106 km2
Distrito Federal
População: 2 748 023 de hab.
Área: 5 780 km2
Área: 357 146 km2
• O estudo apresentado se propõe a desenvolver as habilidades EF07GE02, EF07GE03, EF07GE04, EF07GE06, EF07GE07 e EF07GE011.
• Os conteúdos deste capítulo também favorecem o trabalho com os temas contemporâneos Educação ambiental e Diversidade cultural.
Mato Grosso do Sul
População: 2 974 703 de hab.
• Os temas favorecem a abordagem das competências gerais 1, 6, 7 e 10 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 3, 6 e 7.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2018.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
A Qual característica da região Centro-Oeste pode ser identificada na fotografia? Discuta com seus colegas. B Identifique no mapa os estados que fazem parte da região Centro-Oeste.
Fabio Colombini
C Além dos aspectos mostrados nesta imagem, verifique com os colegas quais outras características vocês conhecem sobre essa região do Brasil.
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Respostas
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A Resposta pessoal. Na região Centro-Oeste existe a vegetação do Pantanal. B Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
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C Resposta pessoal. Verifique se os alunos citam características relacionadas à expansão da atividade agrícola, localização da capital federal, ou seja, Brasília, a presença de vários povos indígenas, entre outras características.
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Entendendo os aspectos naturais da região Centro-Oeste
Orientações gerais
• Apresente aos alunos
um vídeo informativo e animado ou música acerca do Pantanal, que ilustre suas principais caraterísticas para que possa iniciar a temática com os alunos. Abaixo seguem algumas sugestões.
O Centro-Oeste é a segunda maior região brasileira, com uma extensão de, aproximadamente, 1,6 milhão de km2, representando cerca de 19% do território nacional. Além de três estados, abriga o Distrito Federal e a cidade de Brasília, sede administrativa do nosso país.
Clima e vegetação
> Gui, Estopa e a Natu-
O clima dessa região é predominantemente tropical, caracterizado, de modo geral, por duas estações: o verão, quente e chuvoso, e o inverno, seco e com temperaturas mais amenas. Nessas condições climáticas, desenvolvem-se diferentes formações vegetais. Observe e compare os mapas a seguir.
reza – Pantanal. Gui e Estopa. Disponível em: <http://livro.pro/wk7w ga>. Acesso em: 28 set. 2018.
leira. Agência IBGE Notícias. Disponível em: < h t t p : // li v ro . p ro /ow j6nu>. Acesso em: 28 set. 2018.
AM
TO
> Ministério do Meio
Ambiente. Disponível em: <http://livro.pro/4c fhuw>. Acesso em: 28 set. 2018.
15° O
DF
GO N
MG
L Fonte: GIRARDI, O Gisele; ROSA, S MS Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, Trópico de Capricórn io 55° S 2016. p. 60.
Clima equatorial Clima tropical típico
Observe nos mapas os climas e as formações vegetais presentes no Centro-Oeste.
SP
310 km
0
PR
Região Centro-Oeste: vegetação original AM
Fontes: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. RO Atlas do Brasil: MT disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, N 2005. p. 67. L O GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara MS S Vaz. Atlas geográfico do estudante. São n io Paulo: FTD, Trópico de Capricór 55° S 2016. p. 64.
A.PAES/Shutterstock.com
do Brasil. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <http://livro. pro/7x8aqo>. Acesso em: 28 set. 2018.
MT
Cobrindo quase toda a parte central da região, na qual predominam terrenos de planaltos e chapadas, desenvolve-se a vegetação do Cerrado. Na porção oeste, dividida entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, apresenta-se a maior planície do interior do país, coberta pela vegetação do Pantanal. Já ao norte da região estende-se parte da formação da Floresta Amazônica. Também se desenvolvem na região a Floresta Tropical e a vegetação de Campos, porém em menor proporção em relação às demais.
E. Cavalcante
> Biomas continentais
PA
RO
• Caso julgue necessário,
retome com os alunos o estudo das principais formações vegetais do nosso país, apresentadas no capítulo 1 deste volume. Abaixo, seguem também algumas sugestões.
E. Cavalcante
Região Centro-Oeste: clima
> Biodiversidade Brasi-
PA
TO
15° O
GO
DF MG
Floresta Amazônica Floresta Tropical Cerrado Pantanal Campos
SP
PR
0
310 km
Paisagem do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros em Cavalcante (GO), 2016.
• Observe os mapas desta página e compare as áreas de abrangência dos climas com a distribuição da vegetação original da região Centro-Oeste.
194
g20_ftd_lt_7vsg_c7_p192a205.indd Orientações gerais
As vegetações de Cerrado, Pantanal, Campos e Floresta Tropical estão localizadas na área de clima tropical típico, enquanto a maior parte da Floresta Amazônica encontra-se no clima equatorial.
194
• Comente com os alunos que nessa região há o encontro
de várias formações vegetais, sendo um dos ecossistemas mais ricos do país, mas que predomina a formação do Pantanal.
• Explique que há períodos de chuvas e secas bem defi-
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nidos, caracterizados como verão chuvoso e inverno seco, respectivamente.
• Busque associar com eles o clima e as formas de relevo da região, que tornam possível a inundação.
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Capítulo 7
O Centro-Oeste localiza-se em uma porção do território brasileiro onde predomina o relevo de planalto, com serras e chapadas, e onde estão as nascentes de vários rios. Esses rios fazem parte de algumas das maiores bacias hidrográficas do Brasil, como a Bacia do Paraná, a do Paraguai e a do Araguaia-Tocantins, além de parte da Bacia Amazônica. No mapa, é possível observar que a maioria das nascentes do Centro-Oeste se encontra nas partes mais elevadas da região e corre para as áreas de menor altitude, formando o chamado divisor de águas do Brasil.
As usinas hidrelétricas instaladas ao longo do Rio Paraná – Ilha Solteira, Jupiá, Porto Primavera e Itaipu – fornecem energia para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Já a navegação é contemplada pela hidroRegião Centro-Oeste: relevo e hidrografia via Paraguai-Paraná, que surge em Cáceres, município do Mato Grosso, e se estende até AM PA Nova Palmira, no Uruguai. Essa hidrovia possui 3 442 km de extensão e, ao longo de seu trajeto, percorre cinco países: Brasil, Paraguai, TO Argentina, Bolívia e Uruguai. Destaca-se por MT ser uma importante via de transporte de carRO BA gas, principalmente de grãos e de minérios de CHA PAD IS S CHAP. A. D ferro e manganês. A D O S PA R E C DOS E ia
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15° O
Brasília
Goiânia
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a
220 km
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VEADEIROS
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0
Itiquira
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De 800 a 1 200 De 500 a 800 De 200 a 500 De 0 a 200 Rios permanentes Capital federal Capital estadual
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 88.
RE
Altitudes em metros
L
OU
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Cuiabá
Pa
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Teles Pires
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Juru
Xin
nos
Divisor de águas: limite entre uma bacia e outra. Trata-se da porção mais elevada do relevo, que pode ser representada, por exemplo, por morros, chapadas ou serras.
E. Cavalcante
Os rios da região Centro-Oeste são utilizados tanto para a navegação quanto para a produção de energia hidrelétrica.
Ari
:26 PM
Relevo e hidrografia
SP Trópico de Capricórnio
55° S
PR
OCEANO ATLÂNTICO
Orientações gerais
• Comente com os alunos que o Pantanal não está restrito apenas ao território brasileiro, mas sim, abrange o Paraguai e a Bolívia que, juntos, formam a maior bacia hidrográfica inundável do mundo.
• Explique aos alunos que a inundação dessa região ocorre pela junção de fatores, como hidrografia, clima e relevo. No Pantanal, há um conjunto de rios que se interligam e, em períodos de verão, onde ocorre maior quantidade de chuvas, esses rios aumentam sua vazão de água. Esse fator é associado ao relevo, que apresenta pouca declividade do terreno, possibilitando a inundação de uma grande área da região. • Apresente aos alunos o mapa altimétrico da região do Pantanal e outro do Brasil ou da América do Sul para que eles possam fazer comparações entre as formas do relevo. Auxilie-os nas análises. Segue no link abaixo uma sugestão de mapa altimétrico. > Pantanal. Topogra-
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
phic-map.com. Disponível em: <http://livro. pro/6bwo4m>. Acesso em: 28 set. 2018.
• Caso seja necessário, retome o conteúdo de bacias hidrográficas para que possam compreender melhor a temática estudada. Embarcações atracadas no Rio Paraguai em Cáceres (MT), 2018.
195
Orientações gerais
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• Busque retomar conteúdos de anos anterio-
res, como a formação de rios de Planalto, que possibilitam a produção de energia elétrica por meio da força de suas quedas. Comente que na região Centro-Oeste há formação desses tipos de rios.
10/24/18 6:26 PM
• Comente com os alunos que a inundação fertiliza o solo em períodos de seca, em que os rios diminuem seu volume pela redução da quantidade de chuvas, deixando sob o solo dejetos e restos orgânicos que o deixam fertilizado, fator esse que leva a um aumento na plantação e, con-
sequentemente, na quantidade de agrotóxicos.
• Explique aos alunos que os agrotóxicos associados à inundação na seguinte estação de verão resultam na contaminação das águas, um dos principais problemas ambientais na região, além da caça e pesca ilegais. 195
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Encontro com... Ciências
BNCC temas abordados nesta seção favorecem as competências gerais 2, 6 e 7 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 2, 3 e 6.
• Os
Reservas da biosfera
Os atuais níveis de degradação ambiental observados ao redor do mundo colocam em risco a sobrevivência futura de uma parcela significativa dos ecossistemas terrestres. Por esse motivo, tanto organizações ambientalistas como líderes políticos têm procurado unir-se para organizar medidas que revertam essa tendência. Assim, muitas iniciativas têm sido tomadas no intuito de garantir que os recursos naturais e a biodiversidade, presentes nos ecossistemas, prolonguem-se para que sejam aproveitados também pelas gerações futuras.
• Abrange principalmen-
te o objeto de conhecimento Biodiversidade brasileira, com base nas habilidades EF07GE11 e EF07GE12.
Uma dessas iniciativas é o estabelecimento das chamadas Reservas da Biosfera Mundial, áreas protegidas em ecossistemas ameaçados, que têm três metas como objetivos principais:
• Os
conteúdos abordados nessa atividade também favorecem o trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental.
• proteção às culturas locais, ou seja, ao modo tradicional de vida das pessoas que vivem no lugar e à biodiversidade;
• promoção do conhecimento científico por meio de pesquisas; • apoio ao desenvolvimento sustentável.
Integrando saberes
Atualmente existem seis reservas no território nacional, sendo que duas delas abrangem partes da região Centro-Oeste: o Cerrado e o Pantanal.
• Convide
o professor do componente curricular de Ciências para organizarem juntos uma atividade na qual os alunos possam verificar a importância da preservação desses ambientes para a manutenção da vida na Terra. Sugerimos organizar um painel de fotos sobre as reservas da biosfera presentes no território brasileiro. Os alunos podem buscar em revistas ou na internet imagens que retratem as paisagens, a fauna e a flora desses ambientes.
Arara-vermelha, que é muito comum no Pantanal.
Ipê-amarelo, planta muito comum no Cerrado.
Reserva da biosfera do Pantanal A reserva da biosfera do Pantanal, que possui uma rica diversidade de fauna e flora, criada no ano 2000, com abrangência de 25 157 mil hectares (ha), ocupa partes dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e uma pequena porção de Goiás. Entre as principais atividades econômicas estão a pesca artesanal e a esportiva, o ecoturismo e a pecuária.
• Comente com os alu-
Reserva da biosfera do Cerrado A reserva da biosfera do Cerrado, criada em 1993, abrange 29 653 mil hectares (ha) espalhados pelos estados de Goiás, Piauí, Maranhão, Tocantins e também Distrito Federal. Embora o Cerrado seja reconhecido mundialmente por sua grande biodiversidade e por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas do país, ele é, depois da Mata Atlântica, o segundo ecossistema mais danificado do Brasil, em razão, principalmente, da expansão da fronteira agrícola na região Centro-Oeste.
Jacaré, animal muito comum em áreas do Pantanal.
nos que a Mata Atlântica foi a primeira reserva da biosfera instituída no Brasil, em 1992.
• Para conhecer o mapa da rede mundial das Reservas da Biosfera, sugerimos o acesso ao site a seguir.
> Rede de Reservas da
Biosfera Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e a Cultura). Disponível em: <http:// li v ro. p ro/8 2 r m 4 h >. Acesso em: 30 set. 2018.
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E. Cavalcante
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Capítulo 7
Reservas da biosfera no Brasil
0°
RN PB PE AL SE
MT DF OCEANO ATLÂNTICO
GO MG
ES
MS SP Trópico de
io
Capricórn
RJ
PR SC
OCEANO PACÍFICO
RS
0
490 km
Reservas da Biosfera Mata Atlântica Cinturão Verde - SP Cerrado Pantanal Caatinga Amazônia Central
Ipê-rosa.
50° O
Fonte: Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Rede Brasileira de Reservas da Biosfera. Disponível em: <www.rbma.org.br/mab/unesco_02_rbrb.asp>. Acesso em: 10 set. 2018.
Veado-campeiro, muito comum em paisagens do Cerrado.
Paisagem do Pantanal, em Poconé (MT), 2016.
Pantanal: mosaico das águas Marcelo Leite. São Paulo: Ática, 2006. (Viagem pela Geografia). O livro apresenta uma síntese geográfica do Pantanal com aspectos da flora, fauna, clima, relevo, cultura pantaneira e alternativas sustentáveis para o desenvolvimento.
Cardeal-do-pantanal, no Mato Grosso.
Fotomontagem de Camila Ferreira. Fotos: Edson Sato/Pulsar Imagens, Delfim Fotomontagem de Camila Ferreira. Fotos: Edson Sato/Pulsar Imagens, Marcos Amend/ Pulsar Imagens, Artur Keunecke/Pulsar Imagens, Eric Isselee, Roberto Tetsuo Okamura e Eri Kay/Shutterstock.com Martins/Pulsar Imagens, Marcos Amend/Pulsar Imagens, Eric Isselee, Roberto Tetsuo Okamura e Filipe Frazao/Shutterstock.com
Biodiversidade: conceito utilizado para se referir à grande diversidade biológica, ou seja, à variedade de espécies vivas existentes em uma área. Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas da Terra. Desenvolvimento sustentável: modelo de desenvolvimento econômico que tem por objetivo garantir as necessidades de sobrevivência da sociedade contemporânea, no entanto, sem comprometer as gerações futuras. Ecossistema: conjunto de relações existentes entre seres vivos e seres não vivos em um determinado lugar. Um ecossistema apresenta dimensões variáveis, como um tronco de árvore ou uma área de floresta como a Amazônia.
Orientações gerais
• Apresente o texto a seguir para os alunos e comente sobre as responsabilidades governamentais e não governamentais que estão envolvidas em ter uma reserva da biosfera no território brasileiro. Organize uma roda de conversa sobre o assunto. [...] A Reserva é um centro de monitoramento, pesquisas, educação ambiental e gerenciamento de ecossistemas, bem como centro de informação e desenvolvimento profissional dos técnicos em seu manejo. Seu gerenciamento é o trabalho conjunto de instituições governamentais, não governamentais e centros de pesquisa. Esta integração busca o atendimento às necessidades da comunidade local e o melhor relacionamento entre os seres humanos e o meio ambiente. [...] BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Reserva da biosfera. Disponível em: <www.mma.gov. br/biomas/caatinga/reservada-biosfera.html>. Acesso em: 29 set. 2018.
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Orientações gerais
Geografia
• No caso específico dos
em foco
parques, um dos objetivos principais é a conservação do ambiente aliada à visitação com fins recreativos e educacionais, além da pesquisa científica. Para que isso ocorra, porém, é necessário um Plano de Manejo para avaliar e limitar os impactos envolvidos. em sala de aula, é possível desenvolver um trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental e desenvolver a habilidade EF07GE12, permitindo aos alunos que conheçam diferentes UCs tanto da região que estão estudando quanto do município onde vivem e em outros locais do Brasil.
Para promover a conservação ambiental, o Brasil conta com diversas leis, dentre as quais está a Lei nº 9.985, em vigor desde 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SUNC). Administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, as Unidades de Conservação (UCs) representam áreas de proteção ambiental (veja na próxima página). Em 2018, existiam 2 201 unidades federais, estaduais ou municipais no território brasileiro, totalizando cerca de 250 milhões de hectares. Embora todas as Unidades de Conservação (UCs) objetivem a conservação ambiental, existem diferentes tipos de UCs divididas em duas categorias principais: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. Observe o mapa da próxima página para localizar algumas destas áreas.
Andre Dib/Pulsar Imagens
• Ao abordar este tema
As Unidades de Conservação
• Caso seja possível, le-
Unidades de Proteção Integral Trata-se de áreas destinadas à preservação integral da fauna e flora. Nelas, são proibidas a permanência de moradores e a exploração dos recursos naturais, sendo somente permitida a presença de pesquisadores e, em determinados casos, a realização de atividades como o turismo ecológico. João Prudente/Pulsar Imagens
ve os alunos para o laboratório de informática para que possam realizar uma pesquisa sobre as características das Unidades de Conservação do Pantanal. Os alunos devem fazer registros em seus cadernos. Trabalhe também com um mapa político do Centro-Oeste, em que os alunos possam localizar as UCs no mapa. Oriente-os a verificar se há uma lógica relacionada às UCs e sua localização. Segue abaixo o site para consulta.
Extração de látex de seringueira no Seringal Vitória Nova, em Tarauacá (AC), 2017.
São exemplos de Unidades de Proteção Integral os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, as Reservas Biológicas e as Estações Ecológicas, que representam áreas públicas; assim como os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre, que podem englobar áreas públicas e privadas.
> Pantanal - Unidades de
Conservação. Ecoa. Disponível em: <http://livro .pro/5obm3q>. Acesso em: 28 set. 2018.
• Caso não seja possível levá-los ao laboratório de informática, organize algumas informações, apresente-as aos alunos e solicite as devidas análises.
Turistas no Parque Nacional de Itatiaia (RJ), 2017, mais antigo do Brasil, criado em 1937. Parques Nacionais são exemplos de Unidades de Conservação abertas à visitação e ao turismo.
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Capítulo 7
Unidades de Uso Sustentável Áreas que visam aliar a conservação ambiental ao desenvolvimento econômico de comunidades locais. Para tanto, essas comunidades são autorizadas a explorar os recursos naturais existentes, desde que seguindo os princípios da sustentabilidade, de modo a permitir a renovação de espécies animais e vegetais exploradas. Existem diversos tipos de Unidades de Uso Sustentável e estas são estabelecidas em razão de seu interesse ecológico e de sua biodiversidade. As atividades permitidas e o plano de manejo dependem do tipo de unidade em questão. São exemplos de Unidades de Uso Sustentável as Reservas Extrativistas (Resex), os Parques Nacionais (PN), as Florestas Nacionais (Flona), que representam áreas públicas; assim como as Estações Ecológicas (EE), as Áreas de Relevante Interesse Ecológico (Arie), as Áreas de Proteção Ambiental (APA), as Reservas Ecológicas (RE) e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), que podem englobar áreas públicas e (ou) privadas.
Sugestão de atividade Quiz Geográfico
• Para finalizar as discussões sobre os aspectos físicos da Região Centro-Oeste, proponha aos alunos a realização de um Quiz Geográfico. Este pode ser um momento de avaliar o que os alunos aprenderam sobre o conteúdo. Materiais
• Cartolina • Canetinhas hidrocor • Tesoura com pontas
arredondadas
Procedimentos
• Selecione questões pertinentes à temática e que possam avaliar a construção do conhecimento dos alunos.
E. Cavalcante
Brasil: Unidades de Conservação Parques e Reservas Nacionais – 2012
AP
RR
Equador
• Corte a cartolina em vários retângulos de 15 cm x 5 cm.
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• Escreva as questões nos cartões com as respostas esperadas.
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• No dia da realização do quiz, divida a turma em dois grupos, de modo que possa haver uma competição saudável entre eles.
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Florestas Nacionais Parques Nacionais Reservas Extrativistas Estações Ecológicas
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Áreas de Proteção Ambiental Reservas Biológicas
RJ
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Trópico de C
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Áreas de Relevante interesse Ecológico Reservas Ecológicas
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apricór n
• Cada grupo tem o direito a responder a uma questão por vez, por isso a necessidade de haver uma quantidade par de questões. Não sabendo responder, o grupo perde a vez para o grupo adversário. Se este também não souber responder, não recebe pontuação.
io
SC RS
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OCEANO PACÍFICO
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50° O
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420 km
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 66.
• Observe o mapa desta página e realize uma pesquisa na internet de modo a
identificar e escolher uma Unidade de Conservação existente no estado ou no município onde vive. Descreva qual tipo de UC se trata e quais são seus principais objetivos e características. Oriente os alunos de modo que identifiquem se existe alguma UC no município ou em algum município próximo no estado onde vivem. Eles devem indicar qual tipo de UC se trata e algumas características que fazem da área em questão uma área relevante do ponto de vista ecológico.
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• Atribua um determinado valor por questão para que, em caso de acerto, os pontos sejam somados. Ao final, quem atingir o maior número de pontos, vence.
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A região Centro-Oeste e sua população
Orientações gerais
• Informe aos alunos que
• Informe aos alunos que o município de Goiás, no estado de Goiás, é também conhecido como “Goiás Velho” ou “Cidade de Goiás”.
No início do século XVIII, foram encontradas no Centro-Oeste jazidas de ouro e pedras preciosas. Essa descoberta foi fundamental para a colonização da região. Até esse período, grande parte da população do Centro-Oeste era composta basicamente de povos indígenas.
Conhecendo o Brasil – Região Centro-Oeste Demétrio Magnoli; José Arbex Junior; Nelson Bacic Olic. São Paulo: Moderna, 1996. (Desafios). Neste livro são apresentadas as principais características da região Centro-Oeste, como clima, vegetação, entre outros temas relacionados aos aspectos da população.
A mineração atraiu um grande número de pessoas, originando com o tempo os primeiros núcleos urbanos, que, mais tarde, se tornaram importantes cidades da região, como a cidade de Goiás, no estado de Goiás, além de Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade, no estado do Mato Grosso. Museu Botanico Bocage, Lisboa, Portugal
jazidas são depósitos naturais de substâncias minerais, como pedras preciosas, carvão e petróleo, encontradas no interior ou na superfície da Terra. As jazidas minerais têm um grande valor econômico.
• Oriente
os alunos na leitura da tabela. Pergunte a que ano corresponde a metade do século XX. Caso haja dificuldade, retome com os alunos quais anos pertencem a cada século.
Acima, prospecto da Villa do Bom Jesus de Cuiabá, final do século XVIII. Dessa vila, originou-se a cidade de Cuiabá, no estado do Mato Grosso.
No final do século XVIII, o declínio da mineração provocou a redução da população regional, uma vez que os fluxos migratórios em direção às áreas mineradoras diminuíram. Nessa situação, a população residente passou a desenvolver a pecuária, que se tornou a principal atividade econômica da região.
• Nas últimas décadas, o
Centro-Oeste foi marcado por um intenso processo de urbanização. Comente com os alunos que, no entanto, o Centro-Oeste já representou um grande vazio demográfico no país enquanto outras regiões cresciam, como o Sudeste e Sul. Dialogue com os alunos acerca da Marcha para o Oeste, crida por Getúlio Vargas na década de 1940, a qual tinha como objetivo principal a ocupação efetiva do interior do país com base em vários incentivos fiscais. Se julgar necessário, convide o professor de História para falar também sobre o tema.
População em crescimento A tabela abaixo mostra como se comportou o crescimento populacional do Centro-Oeste desde o final do século XIX até 2018. Crescimento da população da região Centro-Oeste População (em mil)
1872
221
1900
373
1950
1 737
2000
11 617
2018
16 086
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 17 set. 2018.
Conforme podemos verificar, o aumento da população do Centro-Oeste passou a ser mais intenso a partir da metade do século XX. Esse crescimento estava atrelado a dois importantes fatores demográficos: o crescimento natural da população e as migrações internas. Vamos conhecer nas próximas páginas cada um deles.
• Comente ainda que as
políticas implementadas apresentaram resultados, mas a ocupação se deu de forma rarefeita, o que levou à necessidade de transferência da capital federal para uma região mais estratégica, ou seja, do Rio de Janeiro para o Planalto Central.
Períodos
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Capítulo 7
O crescimento natural Entre os anos de 1950 e 1970, a diminuição das taxas de mortalidade, decorrente das melhorias nas condições médico-sanitárias e das migrações de pessoas vindas de outras regiões do Brasil, contribuíram para o aumento da população do Centro-Oeste. No entanto, a partir da década de 1970 o crescimento natural tornou-se mais lento em decorrência, principalmente, do processo de urbanização de algumas cidades da região. Muitas pessoas passaram a viver nas cidades e desenvolver um novo estilo de vida, influenciando, por exemplo, na redução da quantidade de filhos por família.
A partir da década de 1960, as migrações de outras regiões do Brasil passaram a ser um dos fatores responsáveis pelo crescimento populacional do Centro-Oeste. Observe no gráfico abaixo o exemplo do estado de Goiás. Veja como a população do estado aumentou significativamente a partir da década de 1960.
Renan Fonseca
Goiás: crescimento da população – 1960-2018
6,9
7 6,0
6 5,0
5 4,0
4 3,2
3 2
2,5 1,6
1 0
1960
1970
1980
1991
2000
2010
2018
• Nas últimas décadas, o Centro-Oeste foi marcado por um intenso processo de urbanização. Leia o texto com os alunos para complementar o tema e promova um debate. [...] A explosão urbana da região verificou-se especialmente a partir dos anos 60, como resultado da combinação de uma série de fatores. Um deles foi, é claro, a criação e o crescimento de Brasília. Outro, tão importante quanto esse, foi o êxodo rural provocado pela modernização do campo. A introdução das grandes fazendas de soja e de arroz no Cerrado substituiu a antiga produção agrícola familiar. A mecanização da agricultura eliminou empregos, expulsando trabalhadores para as cidades. [...] Porém, não é só isso: a ocupação de terras disponíveis no norte de Mato Grosso não levou para lá apenas trabalhadores rurais, mas também pessoas que engrossaram a população de pequenas cidades que surgiram, de uma hora para outra, praticamente do nada, para fornecer os serviços e o comércio necessários às atividades agrícolas em expansão. Essas cidades, no entanto, duplicaram ou triplicaram sua população na década de 1980 [...].
As migrações
População (em milhões)
Orientações gerais
Anos
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 18 set. 2018.
MAGNOLI, Demétrio; ARBEX JÚNIOR, José; OLIC, Nelson Bacic. Conhecendo o Brasil: região Centro-Oeste. São Paulo: Moderna, 1996. p. 38-40.
Os fluxos migratórios foram, em sua maior parte, resultados de planos estratégicos de desenvolvimento do governo federal para integrar definitivamente o Centro-Oeste ao restante do país. Para isso, o governo adotou uma série de medidas que viabilizaram a ampliação da fronteira agrícola do país, ou seja, a expansão da atividade agropecuária para o Centro-Oeste, assim como o desenvolvimento e a ocupação dessa região do país.
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Orientações gerais
Veja a seguir as principais medidas adotadas pelo governo:
SunshineVector/ Shutterstock.com
Myvector/ Shutterstock.com
• Para ampliar o estudo acerca da formação e do crescimento populacional da região Centro-Oeste, proponha aos alunos uma atividade de pesquisa envolvendo programas criados pelo governo para incentivar o desenvolvimento dessa região. • Separe
Janis Abolins/ Shutterstock.com
VikiVector/ Shutterstock.com
bsd/Shutterstock. com
a turma em grupos de quatro alunos e solicite que pesquisem ao menos um desses programas, sua área de abrangência e os objetivos para promover o desenvolvimento do Centro-Oeste. Oriente também que verifiquem se os objetivos desses programas foram alcançados e seus resultados. Oriente-os a realizar sistemas de registros em caderno, bem como a organização dos dados em tabela.
• Caso
a expansão de atividades agropecuárias, principalmente na porção norte do estado do Mato Grosso;
o financiamento, com pagamentos a longo prazo, de terras adquiridas para o desenvolvimento da atividade agropecuária. Essa medida atraiu para o Centro-Oeste muitos agricultores, principalmente das regiões Sul e Sudeste do país; o investimento na abertura da rede viária, a fim de dinamizar o deslocamento de pessoas e o escoamento da produção agropecuária. Entre as principais rodovias construídas estão a Cuiabá-Santarém e a Belo Horizonte-Brasília; a introdução de técnicas mais modernas na produção. Uma das importantes políticas de incentivo à modernização agrícola foi o Polonoroeste (Programa Integrado de Desenvolvimento da Região Noroeste do Brasil), que coordenou a incorporação de áreas de Cerrado ao processo produtivo.
Os fluxos populacionais atraídos para o Centro-Oeste, assim como a necessidade de suporte para o desenvolvimento agropecuário da região, desencadearam a criação de vários municípios e o rápido crescimento de outros. Paulo Ricardo Kryszczun/Futura Press
os alunos tenham dificuldade em fazer a pesquisa, cite alguns programas, como o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro), Programa de desenvolvimento da região da Grande Dourados (Prodegran), Programa de desenvolvimento do Pantanal (Prodepan), Polos Agropecuários e agrominerais da Amazônia (Polamazônia) e Programa de desenvolvimento da região geoeconômica de Brasília.
a construção de Brasília, transferindo para essa porção do interior do país o controle administrativo e político do Brasil;
Cidades como Sorriso, Primavera do Leste, Sinop, no Mato Grosso, surgiram nesse contexto e, ao longo do tempo, principalmente na década de 1990, multiplicaram intensamente seu número de habitantes. Em uma década, de 1991 a 2000, a população de Sorriso saltou de aproximadamente 16 mil para 36 mil habitantes. Na fotografia, vista panorâmica do município de Sorriso (MT), 2018.
• Questione
os alunos sobre a importância desses programas para o desenvolvimento da região, bem como a relação com o aumento da população, verificando se eles percebem que o desenvolvimento socioeconômico resulta na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
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em foco
Capítulo 7
Geografia
Brasília e a migração rumo ao Centro-Oeste
Embora a expansão da fronteira agrícola na região Centro-Oeste tenha atraído milhares de migrantes para a região em busca de trabalho e estabilidade econômica, a mudança da capital do país do Rio de Janeiro (na região Sudeste) para Brasília (no Centro-Oeste), na década de 1960, foi essencial para intensificar as migrações e aumentar o crescimento populacional da região.
BNCC temas abordados favorecem as competências gerais 2, 6 e 7 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 1, 2, 5 e 6.
• Os
• Abrange principalmente o objeto de conhecimento da Formação territorial do Brasil e características da população brasileira, com base nas habilidades EF07GE02 e EF07GE04.
Transferir para o centro do país todo o aparato político-administrativo, que se localizava no Rio de Janeiro, no prazo de quatro anos, foi um desafio urbanístico e arquitetônico inédito, inclusive para os padrões tecnológicos da época. A construção de uma capital federal no centro do país reunia as vantagens de uma localização mais estratégica do que a do Rio de Janeiro, por estar longe das fronteiras e das ameaças de invasão, em caso de guerra, por exemplo, além de favorecer o desenvolvimento do interior do Brasil.
Integrando saberes
Na década de 1950, o projeto da construção de Brasília vinha reforçar o ideal de modernizar e industrializar o país, erguendo cidades e levando infraestrutura, como estradas, usinas e eletricidade ao interior. As novas rodovias, como a Brasília-Acre, a Brasília-Fortaleza e, especialmente, a Brasília-Belém, abertas mesmo sob fortes críticas, promoveram ampla integração do território nacional, tornando-se novos eixos de povoamento. Arquivo/Estadão Conteúdo
• O estudo deste tema possibilita a articulação com o componente curricular de História. Convide o professor desse componente para desenvolverem juntos uma atividade para que os alunos percebam o momento político e econômico pelo qual o Brasil passava quando ocorreu a inauguração da capital federal. • Solicite a ele que comente sobre o cenário nacional ao final da década de 1950, apontando para os principais fatos que devem ser observados, como a necessidade de integração do território nacional, por exemplo.
• Proponha aos alunos a produção de um texto acerca da importância estratégica da localização do Distrito Federal para a administração nacional. Apresente um mapa político do Brasil para auxiliar na produção do texto.
Um dos desenhos originais do“Plano Piloto”de Brasília, onde é possível observar diversos detalhes do projeto de construção da cidade.
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• Após as produções textuais, forme uma roda de conversa e verifique se os alunos perceberam a importância estratégica da localização do Distrito Federal para a administração nacional.
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Integrando saberes
• Proponha aos alunos
Construção e expansão de Brasília
a confecção de uma linha do tempo a partir do processo histórico e crescimento urbano da região Centro-Oeste do país. A atividade favorece a articulação com o componente curricular de História.
Brasília foi erguida por meio do trabalho de mais de 40 mil homens, vindos de várias partes do país, especialmente da região Nordeste, e foi inaugurada em 21 de abril de 1960. Planejadas pelo arquiteto Lúcio Costa, as ruas principais da cidade, que compõem o chamado “Plano Piloto”, como visto na imagem da página anterior, apresentavam um projeto arquitetônico arrojado para a época, que é reconhecido por sua modernidade até os dias atuais. A área do plano é dividida em setores com funções específicas (comércio, moradia, hotéis, indústrias etc.), com amplas áreas de lazer entre eles, e as ruas e avenidas largas favorecem a circulação de veículos.
• Oriente
Brasília e cidades-satélites © Google Maps
os alunos a complementar a linha do tempo com imagens, poemas, textos informativos, notícias da época, charges, entre outros. O material poderá ser produzido em papel kraft e a produção coletiva poderá ser exposta no corredor da escola ou em outro local pertinente.
F A
D
E
G
O J
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K L
B
M
I
N
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O S
0
2,5 km
Na imagem de satélite acima, vista atual do Plano Piloto de Brasília e de algumas das cidadessatélites ao seu redor, 2013.
A
Ceilândia
E
Taguatinga
I
Riacho fundo
B
Samambaia
F
Estrutural
J
SIA
C
Recanto das Emas
G
Guará
K
Guará II
D
Vicente Pires
H
Águas Claras
L
Candango
M
Núcleo Bandeirantes
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Park Way
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Brasília
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Capítulo 7
Problemas urbanos no Planalto Central Brasília foi construída com base em um importante plano inicial. No entanto, desde sua inauguração, a capital federal cresceu mais do que o planejado. Esse crescimento vertiginoso não foi acompanhado de um planejamento que privilegiasse a infraestrutura necessária para amparar o contingente de pessoas que passou a viver ou a depender desse centro urbano. Desse modo, ao redor de Brasília formaram-se e multiplicaram-se as cidades-satélites, distantes cerca de 10 a 50 km do centro da capital federal, como vemos no mapa a seguir.
Renan Fonseca
N L S
Planaltina Sobradinho Brazlândia Lago Norte
Taguatinga Ceilândia
• Em sequência, troque as duplas. Solicite aos alunos que analisem e conversem acerca de suas hipóteses. Agora, deixe-os analisar os problemas urbanos existentes na região Centro-Oeste. Mude as duplas novamente de forma que, obrigatoriamente, não possam se repetir e oriente a troca de informações.
15° S Paranoá
Cruzeiro Brasília Guara Candangolândia
Samambaia Recanto das Emas
0
10 km
Gama
Lago Sul Riacho Núcleo São Sebastião Fundo Bandeirante
Santa Maria
47° O
Capital federal Cidade
Fonte: BOCHICCHIO, Vincenzo Raffaele. Atlas mundo atual. 2. ed. São Paulo: Atual, 2009. p. 119.
Essas cidades periféricas, atualmente, abrigam uma população equivalente a 2,3 milhões de habitantes, ou seja, cerca de 81% da população de todo o Distrito Federal. Como a oferta de emprego é menor em relação ao número de habitantes, a maioria dos moradores das cidades-satélites passa o dia trabalhando em Brasília. Muitos também buscam melhores oportunidades de estudo na capital federal.
• Abra o diálogo com a turma e analise com eles as hipóteses levantadas. Espera-se que os alunos atribuam à urbanização o incentivo recebido principalmente do governo para a ocupação da região, mas que essa ocupação ocasionou uma grande concentração fundiária, levando à retirada de posse de pequenos e médios proprietários de terras e transferindo-as para os grandes proprietários.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
Essa falta de planejamento em relação ao crescimento desordenado tanto de Brasília quanto das cidades-satélites acarretou vários problemas urbanos, como a deficiência no atendimento às necessidades básicas da população, e contribuiu para o aumento da violência.
A imagem mostra o problema de despejo de lixo e entulhos em Ceilândia (DF), 2016. Esse é um dos vários problemas urbanos enfrentados em Brasília e nas cidades-satélites.
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• Comente com os alunos que o Centro-Oeste tem uma das maiores taxas de urbanização dentre as demais regiões do país.
• Oriente-os a formar duplas para formular hipóteses sobre as causas que provavelmente contribuíram para a urbanização dessa região. Solicite que façam o registro no caderno.
Distrito federal: Brasília e cidades-satélites O
Orientações gerais
• Explique aos alunos que as grandes propriedades não precisam de grande quantidade de mão de obra, o que intensificou o êxodo rural, levando a uma alta taxa de urbanização, causando uma série de problemas urbanos relacionados, principalmente, pela falta de infraestrutura.
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Orientações gerais
População atual do Centro-Oeste
• Comente com os alunos
Assim como em grande parte do Brasil, atualmente o número de habitantes que vive nas cidades do Centro-Oeste é bem maior que o registrado em áreas rurais da região.
que a RIDE (Região Integrada de Desenvolvimento)– DF foi criada pela Lei n. 94, de 19 de fevereiro de 1998, porém, só foi regulamentada 13 anos mais tarde, por meio do Decreto n. 7.469, de 4 de maio de 2011.
Os programas de incentivo à mecanização agrícola, ou seja, à utilização de máquinas no trabalho com as lavouras, acarretaram a dispensa de numerosa mão de obra nas propriedades rurais e a migração de muitas pessoas para as cidades. Esse processo modificou de modo considerável as características da população regional nas últimas décadas, que deixou de ser essencialmente rural para se tornar predominantemente urbana. Hoje em dia, cerca de 90% da população reside em áreas urbanas. Ao observar o mapa da distribuição da população do Centro-Oeste, percebemos que a população não está distribuída de maneira uniforme pelo território. Em algumas áreas existe menos de 1 habitante por km2. Já as áreas de maior concentração populacional estão localizadas nas capitais dos estados e Região Centro-Oeste: distribuição no Distrito Federal. Na região Centro-Oeste está da população – 2010 localizada a RIDE-DF. AM
PA
RIDE – Região Integrada de Desenvolvimento
RO
As RIDEs são regiões integradas de desenvolvimento econômico criadas com o objetivo de articular as ações públicas de interesse da União, dos estados e dos municípios, visando à dinamização econômica da área envolvida.
TO MT
GO
Cuiabá
15° O
A RIDE-DF envolve o Distrito Federal e os municípios dos estados de Minas Gerais e Goiás. A criação dessa região permite ações mais diretas ligadas à infraestrutura, ao emprego, à capacitação profissional, aos transportes, à saúde, educação e segurança públicas, entre outros interesses sociais.
DF
Goiânia
Habitantes por km2 100 ou mais 25 10 1 Menos de 1
Brasília
MG
MS
Campo Grande
N
SP
Capital federal Capital estadual
L
O S
Trópico de Capricórn
io 55° S
0
PR
230 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 114.
Região Centro-Oeste: população – 2015 Gilberto Alicio
Região Centro-Oeste: população urbana e rural – 2015
Rural 10%
Urbana 90%
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge. gov.br/tabela/262>. Acesso em: 18 set. 2018.
Centro-Oeste 8%
Keithy Mostachi
tura e interpretação dos recursos desta página, ou seja, o mapa temático e os gráficos de setores, reforçando as habilidades EF07GE09 e EF07GE10.
E. Cavalcante
• Auxilie os alunos na lei-
Restante do Brasil 92%
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge. gov.br/tabela/262>. Acesso em: 18 set. 2018.
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Delfim Martins/ Pulsar Imagens
A região Centro-Oeste do Brasil abriga, atualmente, dezenas de povos indígenas agrupados em centenas de aldeias. De acordo com o IBGE, existem mais de 104 mil indígenas na região.
Capítulo 7
População indígena no Centro-Oeste
Reserva indígena: área do território nacional designada à sobrevivência de um grupo indígena.
Esses grupos, culturalmente distintos, vivem em diversas áreas do Centro-Oeste, inclusive em porções demarcadas como reservas indígenas. Na fotografia, vista aérea da aldeia Aiha, no Parque Indígena do Xingu, em Querência (MT), 2018.
Alguns grupos indígenas do Centro-Oeste mantiveram relativo isolamento do resto do país até meados do século XX. Entretanto, a construção de Brasília e a expansão das fronteiras agrícolas intensificaram o contato desses grupos com a sociedade não indígena. Para a maior parte dos povos indígenas, esse contato foi prejudicial, pois muitos grupos tiveram sua população reduzida em razão de doenças e conflitos, assim como boa parte da cultura de alguns povos foi extinta e suas terras foram ocupadas por grandes propriedades agrícolas. Diante desse panorama, lideranças indígenas e não indígenas passaram a reivindicar e assegurar os direitos dos povos indígenas. Podemos citar a criação, em 1910, do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Inspirado nos ideais do Marechal Cândido Rondon, o SPI foi o primeiro órgão implantado pelo governo para cuidar da questão indígena. Posteriormente, em 1967, foi instituída a Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão governamental que substituiu o SPI, e que vigora até hoje no Brasil. Além da Funai, houve a demarcação de muitas reservas indígenas, como o Parque Indígena do Xingu (PIX), no estado do Mato Grosso.
Cândido Rondon Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Cândido Rondon, nasceu em 1865 nas imediações de Cuiabá, Mato Grosso. Realizou diversas expedições pelo território brasileiro e abriu caminho para futuros colonizadores. É considerado um grande desbravador, além de importante defensor da questão indígena no país.
• Pesquise em jornais, revistas e internet informações atuais sobre os problemas que ainda ameaçam as populações indígenas da região Centro-Oeste. Verifique a atuação dos órgãos responsáveis por garantir os direitos dessas populações. Produza um texto no caderno com as informações encontradas e depois apresente-o aos colegas.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Resposta pessoal.
Na fotografia, dança indígena sendo realizada na aldeia Aiha, localizada no Parque Indígena do Xingu, com indígenas da etnia Kalapalo, no município de Querência (MT), 2018.
BNCC
• Os
temas abordados na atividade abaixo favorecem as competências gerais 1, 2, 6 e 9 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas 1, 2, 3, 6 e 7.
• Abrange principalmente o objeto de conhecimento da Formação territorial brasileira e características da população brasileira, com base nas habilidades EF07GE03 e EF07GE04.
• Este conteúdo favorece o trabalho com os temas contemporâneos Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena e Diversidade cultural. Incentive o respeito e a valorização das culturas indígenas, ressaltando que todo e qualquer grupo tem suas tradições. Incentive os alunos a refletir sobre a interação das culturas indígenas e as culturas não indígenas no Brasil. Comente que alguns povos indígenas convivem mais frequentemente com civilizações não indígenas, inclusive em algumas ocasiões vivem em áreas urbanas. Já outros povos permanecem isolados em meio à floresta.
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Orientações gerais
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• Comente com os alunos que os Xavante, os
Nhambiquara, os Caiapó, os Caingangue, os Bororo, os Suiá e os Timbira são exemplos de povos indígenas que vivem no Centro-Oeste.
• Oriente os alunos a buscar informações co-
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enças, relacionando-as perante a atuação dos órgãos responsáveis por garantir os direitos indígenas e a preservação de suas tradições culturais. Os alunos podem pesquisar informações no site a seguir.
> Funai (Fundação Nacional do Índio). Dispo-
nível em: <http://livro.pro/hs6020>. Acesso em: 30 set. 2018.
mo danos ambientais, invasões de terra e do-
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BNCC O tema desta seção possibilita uma abordagem da competência geral 4 e da competência específica de Ciências Humanas 7, pois possibilita aos alunos utilizar a linguagem gráfica para compreender aspectos do conhecimento geográfico, reforçando a habilidade EF07GE10.
Momento da Cartografia
Os gráficos na leitura geográfica
Os gráficos são representações que nos auxiliam a interpretar dados numéricos. A habilidade de analisar informações apresentadas em gráficos é muito importante nos estudos de Geografia. Por meio da interpretação adequada dos gráficos podemos compreender, por exemplo, aspectos da região onde vivemos e também de outras regiões do país e do mundo.
Sugestão de atividade
Existem diferentes tipos de gráficos; os mais comuns são de colunas, de barras e de setores. Vamos conhecer cada um deles. Eles apresentam alguns indicadores socioeconômicos das regiões brasileiras, que revelam informações sobre a qualidade de vida das populações.
Mural de notícias da região Centro-Oeste
Gráfico de colunas
Objetivos
Nesse tipo de gráfico, os dados são organizados em dois eixos, um horizontal e outro vertical. As colunas são representadas a partir do eixo horizontal e mostram a informação apresentada no gráfico. A altura de cada coluna varia conforme a quantidade e é indicada no eixo vertical. Assim, quanto mais elevada a coluna, maior a quantidade representada. Observe os exemplos abaixo.
• Exercitar a leitura geográfica por meio de gráficos.
• Promover a construção
de um mural de notícias coletivo.
Regiões brasileiras: acesso à rede de esgoto – 2016
Materiais
Leonardo Mari
• Placa de isopor • Cartolina • Tesoura com pontas
100 89
70
65
60
55
50
44
40 30
19
20
Procedimentos
10
• Em
conjunto com o componente curricular de Língua Portuguesa, proponha aos alunos a construção de um mural de notícias da região que estão estudando.
0
Sudeste
Sul
Centro-Oeste Nordeste
Norte Regiões
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_ por_Amostra_de_Domicilios_continua/Anual/Caracteristicas_Gerais_dos_ Domicilios_2016/PNAD_Continua_2016_Caracteristicas_Gerais_dos_ Domicilios.xls>. Acesso em: 19 set. 2018.
Gráfico de barras
• Durante 15 dias, os alu-
• Ao final dos 15 dias, os alunos deverão analisar as
O eixo vertical apresenta a quantidade de domicílios com rede de esgoto. Neste caso, com a unidade de medida em percentual.
80
• Canetinhas hidrocor • Tarrachinhas • Tubo de cola para isopor • Fita-crepe
nos deverão coletar o máximo de notícias possíveis relacionadas à região Centro-Oeste que contenham gráficos diversos. Os alunos deverão fixar as notícias no mural de isopor, que poderão ser de jornal físico ou notícias impressas da internet, atribuindo legendas às notícias com fonte e nome do aluno.
Domicílios com rede de esgoto (em %) 90
arredondadas
O título sintetiza a informação apresentada no gráfico.
As colunas correspondem aos retângulos verticais que, neste caso, indicam a porcentagem de domicílios com rede de esgoto em cada região do país. O eixo horizontal mostra as regiões brasileiras representadas. A fonte apresenta a origem das informações apresentadas no gráfico. Neste caso, as informações foram retiradas do IBGE.
O gráfico de barras também organiza os dados em dois eixos, um horizontal e outro vertical. Entretanto, a informação é representada a partir do eixo vertical. Dessa forma, o gráfico traz barras horizontais e seu comprimento determina a quantidade que é apresentada no eixo horizontal. Trata-se, portanto, de uma forma de representação invertida em relação ao gráfico de colunas. Nesse tipo de gráfico, quanto maior o comprimento da barra, maior a quantidade.
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Da mesma forma que o gráfico de colunas, o título sintetiza a informação trazida pelo gráfico. O eixo vertical está indicando as regiões brasileiras.
Regiões Norte
18
Nordeste
As barras constituem retângulos horizontais que, neste gráfico, mostram a taxa de mortalidade infantil em cada região brasileira. O eixo horizontal apresenta os valores da informação. A fonte indica que os dados desse gráfico foram obtidos no site do IBGE.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/ tabela/3834#resultado>. Acesso em: 12 set. 2018.
Capítulo 7
Regiões brasileiras: mortalidade infantil – 2016 Tamires Azevedo
Veja o exemplo abaixo.
17
Centro-Oeste
14 10
Sudeste
Respostas a ) O gráfico de barras. b) Elas têm maior acesso à rede de esgoto na região Sudeste. Têm menor acesso à rede de esgoto na região Norte. c ) O gráfico de setores. d) Resposta pessoal. Oriente os alunos na elaboração do cartaz com base na pesquisa feita por eles.
9
Sul 0
5
10
15 20 25 Mortalidade infantil (por mil - ‰)
Gráfico de setores O gráfico de setores é utilizado na forma de um círculo, e normalmente representa partes de um todo. O círculo é dividido em partes, ou seja, em setores correspondentes proporcionalmente à informação representada.
Renan Fonseca
Regiões brasileiras: analfabetismo – 2017 Sul 7%
Da mesma forma que o gráfico de colunas, o título sintetiza a informação trazida pelo gráfico.
Centro-Oeste 6%
Os setores apresentam as partes do todo. Neste caso, as cinco partes, que são as regiões brasileiras, compõem o todo. O todo representa o total de analfabetismo no Brasil.
Norte 9%
A fonte indica que os dados deste gráfico foram obtidos no site do IBGE.
Nordeste 56% Sudeste 22%
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_ Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_ Domicilios_continua/Anual/Educacao_2017/PNAD_ Continua_2017_Educacao.xls>. Acesso em: 18 set. 2018.
De acordo com os gráficos, responda em seu caderno. a ) Qual gráfico permite identificar a quantidade de crianças que morrem antes de completar 1 ano de idade? b) Em qual região brasileira as pessoas têm maior acesso à rede de esgoto? Em qual região elas têm menor acesso à rede de esgoto? c ) Em qual dos gráficos podemos verificar a participação de cada região brasileira no total do analfabetismo do Brasil? d) Pesquise em jornais, revistas e na internet exemplos de gráficos de coluna, de barras e de setores que abordem aspectos do Brasil. Monte um cartaz com os gráficos que você encontrou e apresente-o a seus colegas. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
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Atividades
Orientações gerais
• Este momento é pro-
pício para propor uma conversa ou debate sobre os assuntos estudados e avaliar a aprendizagem dos alunos. Utilize as atividades para este fim, caso considere adequado. Retome explicações ou realize novos trabalhos com apresentação de textos ou vídeos já sugeridos anteriormente. Material digital A sequência didática 10, disponível no material digital, pode complementar o trabalho com a proposta da atividade 8, podendo ser realizada em conjunto com os componentes curriculares de História e de Ciências.
1. O Centro-Oeste localiza-se em uma porção do território brasileiro onde predomina o relevo de planalto, com serras e chapadas, e onde estão as nascentes de importantes rios. O clima dessa região é predominantemente tropical e nessas condições climáticas desenvolvem-se importantes formações vegetais, como a vegetação do Cerrado e a vegetação do Pantanal.
2. As reservas da Exercícios de compreensão biosfera são áreas protegidas em ecossistemas 1. No caderno, elabore um texto que descreva os aspectos naturais da região Centroameaçados e que -Oeste. possuem três metas: a proteção às 2. O que são reservas da biosfera? Quais delas estão localizadas na região Centroculturas locais e -Oeste do Brasil? à biodiversidade; a promoção do conhecimento 3. Quais foram os fatores demográficos que influenciaram o aumento da população científico por meio de do Centro-Oeste a partir da metade do século XX? O crescimento da população e as migrações internas. pesquisas; e o apoio ao desenvolvimento 4. De acordo com o que você estudou, explique, no caderno, qual a relação existente sustentável. Na entre o governo federal e as migrações internas em direção ao oeste do território região Centrobrasileiro ocorridas a partir de meados do século XX. -Oeste do Brasil existem duas reservas da 5. Quais são as origens dos principais migrantes que participaram do povoamento biosfera, localizadas no da região Centro-Oeste no século XX? Anote a resposta no caderno. Pantanal e no Esses migrantes tinham origens nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Cerrado. 4. As migrações são frutos de iniciativas do governo federal que, por meio de políticas de colonização, buscaram estabelecer novas áreas agrícolas e integrar essa porção do território ao restante do Brasil.
6. Quais as principais medidas adotadas pelo governo para a expansão da atividade agropecuária para o Centro-Oeste? O financiamento para aquisição de terras, investimento na abertura da rede viária e introdução de técnicas mais modernas na produção.
7. No caderno, relate de que maneira a construção de Brasília interferiu na organização do espaço geográfico do território brasileiro. 8. Podemos afirmar que o processo de ocupação e povoamento da região Centro-Oeste não foi favorável para os povos indígenas da região? Justifique sua resposta. Sim. Porque muitos povos indígenas tiveram suas populações reduzidas ou mesmo extintas e suas terras ocupadas por grandes propriedades agrícolas.
Geografia no contexto 9. Leia o texto abaixo.
7. A construção de Brasília Na maior planície inundável do planeta, cenário de uma incrível biodipromoveu a transferência da versidade [...] combinação harmoniosa entre água, fauna, flora e gente. capital federal, que estava no [...] Rio de Janeiro TURISMO MS. Pantanal. 2015. Disponível em: <http://www.turismo.ms.gov.br/conheca-ms/pantanal/>. (região Sudeste), Acesso em: 25 set. 2018. para o Centro-Oeste, além de favorecer o a ) Quais características do Pantanal o texto acima descreve? desenvolvimento do interior do b ) Além da formação vegetal descrita acima, quais outras compõem as paisaBrasil, com encontrar formações vegetais como o surgimento de gens naturais dessa região? Podemos Cerrado e uma porção da Floresta Amazônica. cidades e implantação de 9. a) O texto descreve as seguintes características do Pantanal: planície inundável, infraestruturas, Pesquisando biodiversidade, combinação harmoniosa entre água, fauna, flora e gente. como estradas.
10. Pesquise em jornais, revistas e na internet informações sobre os aspectos naturais das reservas da biosfera do Pantanal e do Cerrado relacionados, por exemplo, ao relevo, à fauna e à flora. Traga para a sala de aula as informações encontradas e apresente-as aos colegas. Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos
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alunos está coerente com a atividade proposta.
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Capítulo 7
A organização econômica da região Centro-Oeste Uma das potencialidades econômicas do Centro-Oeste está no desenvolvimento da agropecuária. O crescimento dessa atividade nos últimos anos transformou a região em uma das principais produtoras e exportadoras de produtos agropecuários do Brasil. A partir da década de 2000, principalmente com a expansão da soja, a participação do Centro-Oeste no PIB do país tem aumentado significativamente e está em aproximadamente 10% do total nacional.
Exame, 14 maio 2018. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ economia/plantio-de-soja-emmato-grosso-deve-ser-recordena-safra-2018-19-diz-imea/>. Acesso em: 30 set. 2018.
Ao mesmo tempo, o parque industrial vem se consolidando em torno das agroindústrias, e muitas delas provêm de estados sulistas e trazem consigo inovações técnicas de produção. Veja a seguir um pouco mais sobre os aspectos econômicos do Centro-Oeste.
Atualmente, a região Centro-Oeste pode ser considerada um importante polo agropecuário brasileiro. Observe na tabela a seguir e nos gráficos abaixo os principais cultivos e criações agrícolas da região em 2016.
Agroindústria: estabelecimento industrial que realiza a transformação de produtos cujas matérias-primas derivam da agricultura, da pecuária ou do extrativismo.
Produção agropecuária da região Centro-Oeste – 2016 Produtos agrícolas
Produção (em toneladas)
Participação na produção brasileira (em )
Soja
44 140 654
46
Algodão
2 418 411
70
Milho
27 466 857
43
Cana-de-açúcar
142 219 652
19
Criação
Rebanho (em número de cabeças)
Participação na produção brasileira (em )
Suínos
5 962 440
15
Aves*
172 673 671
13
Centro-Oeste 34% Sudeste 18%
Norte 22%
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge. gov.br/ tabela/3939# resultado>. Acesso em: 11 set. 2018.
Keithy Mostachi
Keithy Mostachi
Sul 13% Nordeste 13%
Fontes: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra. ibge.gov.br/ tabela/5457#resultado>. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/ tabela/3939#resultado>. Acessos em: 15 set. 2018. *Estão indicadas somente as criações de galináceos.
Regiões brasileiras: produção de soja – 2016
Regiões brasileiras: criação de bovinos – 2016
Nordeste 5% Sudeste 8%
Sul 37%
Norte 4%
Centro-Oeste 46%
• Outra estratégia para iniciar o tema é explorar as manchetes de jornal abaixo, que apresentam informações sobre as atividades econômicas da região. Plantio de soja em Mato Grosso deve ser recorde na safra 2018/19, diz Imea
Nas últimas décadas, a agropecuária tem influenciado consideravelmente as demais atividades econômicas da região, como o desenvolvimento de pesquisas e o investimento em tecnologias ligadas ao campo.
A agropecuária na região Centro-Oeste
Orientações gerais
Indústrias crescem e Goiás se destaca positivamente na economia do País em 2017 O Hoje.com, 28 fev. 2018. Disponível em: <http://ohoje.com/ noticia/economia/n/145817/t/ industrias-crescem-e-goiasse-destaca-positivamente-naeconomia-do-pais-em-2017>. Acesso em: 30 set. 2018.
Setor de mineração ganha força na política estratégica de desenvolvimento de MS Semagro, 29 jun. 2017. Disponível em: <www.semagro.ms.gov. br/setor-de-mineracao-ganhaforca-na-politica-estrategicade-desenvolvimento-de-ms/>. Acesso em: 30 set. 2018.
Mato Grosso do Sul é líder em hospitalidade de turistas estrangeiros Correio do Estado, 31 de ago. 2018. Disponível em: <www. correiodoestado.com.br/cidades/ mato-grosso-do-sul-e-liderem-hospitalidade-de-turistasestrangeiros/335512>. Acesso em: 30 set. 2018.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra. ibge.gov.br/ tabela/5457>. Acesso em: 11 set. 2018.
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Orientações gerais
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• Comente com os alunos que o turismo é uma
atividade econômica em destaque na região Centro-Oeste. Solicite uma pesquisa em revistas e na internet a respeito do turismo desenvolvido na região. Oriente os alunos a buscar o nome do lugar onde a atividade é desenvolvida e quais aspectos da paisagem atraem os
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turistas. Na sala, incentive-os a divulgar as informações pesquisadas, comentando com os colegas sobre os lugares que podem ser visitados na região. Veja a seguir alguns sites que trazem informações sobre o turismo na região Centro-Oeste. > Região Centro-Oeste. Ecoviagem. Dispo-
nível em: <http://livro.pro/pd4oug>. Acesso em: 30 set. 2018. > Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul. Disponível em: <http://livro.pro/xrfq9o>. Acesso em: 30 set. 2018. > Goiás Turismo. Disponível em: <http:// livro.pro/n9m5b9>. Acesso em: 30 set. 2018.
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Orientações gerais
As transformações no campo do Centro-Oeste
• Comente com os alu-
Até metade do século XX, a região Centro-Oeste estava organizada em pequenas propriedades rurais em torno de cidades menores, e vastas áreas estavam pouco ocupadas, no restante de seu território. Como estudamos anteriormente na página 201, a partir da década de 1960, o governo passou a adotar medidas para promover o desenvolvimento dessa região.
nos sobre algumas empresas privadas e públicas que façam pesquisas para o aperfeiçoamento das técnicas de produção agrícola e pecuária. Ressalte que algumas dessas empresas direcionam suas pesquisas especificamente para os cultivos próprios da região Centro-Oeste.
Entre essas medidas, o financiamento de pesquisas foi muito importante para aperfeiçoar as técnicas de produção agrícola e pecuária. As áreas não agricultáveis foram aproveitadas ao máximo: os solos que apresentavam baixa quantidade de nutrientes foram corrigidos por meio de técnicas como a calagem e a aplicação de fertilizantes, desenvolvendo-se, assim, grandes lavouras monocultoras. Além disso, o emprego de modernos maquinários agrícolas, como colheitadeira e semeaduras, facilitou o desenvolvimento e a expansão da agropecuária regional.
• Um
Calagem: aplicação de calcário no solo, com o objetivo de eliminar sua acidez e fornecer suprimento de cálcio e magnésio para as plantas.
Ismar Ingber/Pulsar Imagens
exe m p lo d e sse tipo de empresa é a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ligada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ela possui dez unidades de pesquisa localizadas na região Centro-Oeste. Visite o site para obter mais informações sobre o desenvolvimento de suas pesquisas.
Atualmente, as grandes lavouras monocultoras predominam nas paisagens da região Centro-Oeste. A fotografia ao lado, retrata uma lavoura de milho na área rural de Alto Paraíso de Goiás (GO), 2016.
> Contando ciência na
web – região Centro-Oeste. Embrapa. Disponível em: <http://livro.pro/rb cb34>. Acesso em: 30 set. 2018.
Marcos Amend/Pulsar Imagens
O desenvolvimento da atividade agropecuária no Centro-Oeste vem desmatando extensas áreas de Cerrado. As queimadas irregulares, praticadas para ampliar as áreas de lavouras para o plantio de soja, arroz e milho e também para pastagem, sobretudo para a criação de gado bovino, têm alterado significativamente a extensão original dessa formação vegetal. Além disso, com a destruição da vegetação nativa do Cerrado, muitos animais estão perdendo seu hábitat natural. Hábitat: ambiente que oferece condições favoráveis para o desenvolvimento de determinados organismos. A fotografia ao lado é um retrato da degradação causada pelo avanço da agropecuária no Centro-Oeste. Nela podemos observar o veado-campeiro, espécie ameaçada de extinção, em área de plantação de arroz, anteriormente coberta por vegetação nativa, no município de Miranda (MS), 2016.
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Capítulo 7
Atualmente, o cultivo da cana-de-açúcar vem ganhando espaço nas lavouras da região. Na última década, o número de usinas produtoras de álcool e a área plantada de cana-de-açúcar aumentaram consideravelmente. Entre os principais motivos da introdução do cultivo da cana na região está o crescente aumento na procura por etanol derivado dessa planta. O etanol é usado na fabricação de perfumes, bebidas e, sobretudo, como combustível de automóveis. O etanol figura como importante alternativa na substituição de combustíveis fósseis, pois é um recurso renovável e causa menos impacto ambiental.
• Comente com os alunos que o etanol é um combustível derivado de vegetais, como cana-de-açúcar e milho.
Ricardo Teles/Pulsar Imagens
• Avalie o conhecimento prévio dos alunos sobre o que eles sabem a respeito da concentração de terras e o que acham que ocorre no Brasil: se uma baixa ou alta concentração de terras. Caso julgue necessário, anote na lousa e faça um Mapa Conceitual com base no que os alunos comentarem.
Na fotografia, usina de álcool localizada no município de Chapadão do Céu (GO), 2018.
• Explique que a concentração de terras está relacionada em como elas estão distribuídas. Explique também que no Brasil há uma grande concentração de terras e que esse fator é histórico, uma vez que já no Tratado de Tordesilhas (1494) houve uma divisão do território brasileiro, concentrando extensas porções de terras em um único dono.
Já a atividade pecuária foi inicialmente desenvolvida em áreas de vegetação de Cerrado. Isso ocorreu, principalmente, em razão da proximidade com a região Sudeste, grande mercado consumidor, e foi essencial para a ocupação da região Centro-Oeste. Atualmente, a pecuária também é impulsionada pelo mercado de exportação, sobretudo para países como Rússia, Venezuela, Egito, Itália e Estados Unidos. Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Orientações gerais
Foi em grandes fazendas que a pecuária extensiva se desenvolveu no Centro-Oeste, ocupando amplas áreas de Cerrado utilizadas como pastagens. A fotografia mostra um rebanho no município de Sangradouro (MT), 2018.
• A concentração de terras no Centro-Oeste se deu, principalmente, a partir das políticas de atração populacional e de desenvolvimento na região, o que propiciou a instalação de grandes propriedades de terras. • A concentração de terras traz algumas consequências para a sociedade, tal como a falta de oferta de emprego e monoculturas destinadas à exportação.
A concentração de terras no Centro-Oeste Em razão do baixo custo por hectare de terra, muitas propriedades foram adquiridas tanto por empresas quanto por pequenos proprietários de outras regiões que se tornaram grandes proprietários no Centro-Oeste. Esse fato contribuiu para que a região apresentasse uma das maiores concentrações fundiárias do país. A estrutura agrária do Centro-Oeste configura-se da seguinte maneira: as propriedades rurais com mais de 1 000 hectares (ha) correspondem a 70% de toda área destinada à agropecuária na região e pertencem a apenas 6% dos proprietários rurais. Já as pequenas propriedades de até 10 hectares (ha) ocupam 0,2% das áreas destinadas à agropecuária, pertencendo a 16% dos proprietários rurais.
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Orientações gerais
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• Apresente aos alunos alguns mapas disponíveis no site
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abaixo. Auxilie-os a analisar os mapas. O texto apresentado no mesmo site pode servir como base teórica e complementar à temática discutida.
> GIRARDI, Eduardo Paulon. Estrutura fundiária. Atlas
da questão agrária brasileira. Disponível em: <http:// livro.pro/im6h5z>. Acesso em: 29 set. 2018.
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Orientações gerais
A indústria da região Centro-Oeste
• Apresente aos alunos o
Nas últimas décadas, o Centro-Oeste vem apresentando um desenvolvimento econômico significativo, em decorrência de diversos fatores. Entre eles, está a atividade industrial, a qual tem demonstrado um crescimento médio anual de 12% nos últimos anos. Grande parte da atividade industrial da região Centro-Oeste está atrelada ao setor agropecuário, o que caracteriza o predomínio de agroindústrias, que são, em parte, responsáveis pela expansão das monoculturas altamente mecanizadas na região. Essas empresas, além de buscar a alta produtividade — capaz de abastecer o mercado interno e o externo com as culturas, sobretudo, de soja e milho — promovem sistemas de produção em parceria com produtores, a exemplo dos avicultores de diferentes municípios da região.
texto a seguir como complemento às discussões sobre a atividade industrial no Centro-Oeste.
O despertar do Centro-Oeste para a revolução industrial
ALMEIDA, Kelly. O despertar do Centro-Oeste para a revolução industrial. Metrópoles, 31 mar. 2018. Disponível em: <www. metropoles.com/materiasespeciais/industrias-transformama-realidade-do-centro-oeste>. Acesso em: 29 set. 2018.
E. Cavalcante
Região Centro-Oeste: agroindústrias - 2012 N
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Cuiabá
15° O
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Goiânia
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MS Campo Grande
SP PR
Trópico de Capricórnio
Principais setores agroindustriais Beneficiamento de arroz Usina de açúcar e álcool Óleos vegetais Capital federal Capital estadual
Rogério Reis/ Pulsar Imagens
Pequenas, grandes, tecnológicas ou focadas na excelência do trabalho manual. Com características diferentes, indústrias do Centro-Oeste confirmam que há muito mais do que apenas agronegócio por aqui. Na contramão de setores tradicionais que dominam as atividades na região, uma geração de empresas vem investindo em diferenciais competitivos para conquistar novos mercados e provar que o Centro-Oeste pode ir muito além do gado e do grão. Da fabricação de biscoitos à produção de cosméticos e celulose, a região mostra ao Brasil e ao mundo que é possível ter excelência em vários setores. [...] O estado de Goiás, por exemplo, tradicionalmente conhecido pela larga criação de bois e vacas, já é o maior polo da indústria cosmética das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. [...] Da terra do pequi saem esmaltes, protetores solar, repelentes e muitos outros itens para diversas partes do país e do exterior. [...]
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55° S
250 km
OCEANO ATLÂNTICO
Muitas agroindústrias instaladas no Centro-Oeste pertencem a grandes grupos alimentícios que atuam no Brasil e no exterior. Atraídas por uma série de fatores — entre eles incentivos fiscais, oferta de terrenos a preço reduzido, disponibilidade de energia e melhoria na infraestrutura de vias de transportes — as agroindústrias passaram a atuar cada vez mais nessa porção do território. Observe o mapa ao lado. Embora as agroindústrias constituam um ramo industrial de grande expressão no Centro-Oeste, outras atividades industriais também são desenvolvidas. Indústrias do ramo mobiliário, têxtil e alimentício estão instaladas na região, sobretudo nos estados de Goiás e Mato Grosso. Avicultor: pessoa que cria aves para produção de alimentos, em especial carne e ovos. Beneficiamento: refere-se ao descasque, limpeza, polimento e descaroçamento dos grãos.
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 73.
Na fotografia, vemos uma indústria de abate de aves no município de Itaberaí (GO), 2018.
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Capítulo 7
A atividade extrativa A atividade extrativa do Centro-Oeste também desempenha importante papel na economia regional. A extração mineral está presente desde a época da colonização, de modo que até hoje o garimpo de ouro e diamantes é bastante praticado, principalmente nos estados do Mato Grosso e em Goiás. No extremo oeste do Mato Grosso do Sul, próximo ao município de Corumbá, está localizado o maciço do Urucum (veja mapa na página 219), onde existem importantes reservas de minério de ferro e manganês. A produção desses minérios é destinada tanto para o mercado externo quanto para o interno, servindo dessa maneira como matéria-prima para várias indústrias siderúrgicas nacionais. Além da atividade extrativa mineral, a extração da madeira também é explorada no Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso em áreas onde há predomínio da Floresta Amazônica.
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AM
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Vista de uma área de mineração de ouro no município de Poconé (MT), 2018.
Minerais Cobre Nióbio Ferro Ouro
PA
L
O S
Observe no mapa a distribuição das principais atividades extrativas no Centro-Oeste. Fontes: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 78. IBGE. Atlas nacional do Brasil digital. Rio de Janeiro, 2005. (CD-ROM).
E. Cavalcante
Região Centro-Oeste: atividades extrativas - 2013
Alta Floresta
RO
Manganês Níquel Urânio Diamante
Tangará da Serra
TO
BA
MT GO
Cuiabá
Região aurífera - Jazidas de ouro Região diamantífera - Jazidas de diamante Região de gemas coradas - Jazidas de pedras preciosas e semipreciosas. Extração de madeira Capital federal Capital estadual Cidades
DF
15° O
Brasília Anápolis Goiânia
Jataí Corumbá
MG
MS
Campo Grande
SP Trópico de Capricórnio
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230 km
55° S
PR
OCEANO ATLÂNTICO
Orientações gerais
• Para complementar o tema sobre a atividade extrativista, apresente aos alunos o texto a seguir e realize um debate com eles sobre os impactos causados pela mineração nas paisagens. [...] A conversão de áreas de vegetação natural em lavouras e pastagens, a implantação de garimpos e a mineração em geral têm se acentuado nas últimas décadas. A degradação ambiental é produto das distorções na ocupação da fronteira agrícola do Centro-Oeste onde, por um lado, a pobreza gera dilapidação dos recursos naturais para a sobrevivência e, por outro lado, o capital, em busca de lucros rápidos e vantagens competitivas, explora indiscriminadamente a natureza e não é reinvestido na própria região, mas transferido para outras regiões e para o exterior. [...] STEINBERGER, Marília. O significado da Região Centro-Oeste na espacialidade do desenvolvimento brasileiro: uma análise geopolítica. In: GONÇALVES, Maria Flora; BRANDÃO Carlos Antônio; GALVÃO, Antônio Carlos Filgueira (Org.). Regiões e cidades, cidades nas regiões: o desafio urbano-regional. São Paulo: Editora Unesp, 2003. p. 615.
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Explorando o tema
Orientações gerais
• Faça a leitura do texto
Parque Indígena do Xingu
Kayabi
São José do Xingu
Kayabi
Marcelândia
ng
u
11° S
o
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Suyá
Kayabi Txikão Trumai Base Jacaré Kamayurá Nahukwá Yawalapiti Matipu Waurá Kuikuro Aweti
Ri
Feliz Natal
Mehinako
Kalapalo
Área do Parque Indígena do Xingu Aldeias indígenas Hidrografia Cidades
Querência
Gaúcha do Norte
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O
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S
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50 km
53° O
Fonte: BÔAS, Orlando Villas. História e causos. São Paulo: FTD, 2005. p. 126.
Em 1961, o governo brasileiro criou, no norte do estado do Mato Grosso, o Parque Indígena do Xingu. Compreendendo uma área de aproximadamente 2 642 003 hectares, o parque constitui uma reserva federal que reúne cerca de 16 povos indígenas, cuja população atual ultrapassa 6 000 indivíduos. Veja no mapa ao lado a área do Parque Indígena do Xingu e algumas aldeias indígenas existentes nessa área. Ao instituir o parque, o governo federal visava dois grandes objetivos. O primeiro deles era resguardar os diferentes povos indígenas que vivem na reserva, e o segundo era garantir a preservação da reserva natural para as gerações futuras, pois estava ameaçada por atividades econômicas desenvolvidas na região, como a prática da agropecuária e a extração madeireira e mineral.
Indígenas da aldeia Aiha, de etnia Kalapalo, dançando em uma cerimônia realizada no Parque Indígena do Xingu, 2018. Delfim Martins/Pulsar Imagens
Aproveite a oportunidade e promova uma conversa com os alunos sobre a questão da valorização da mulher na sociedade atual. Comente também sobre as divisões de tarefas domésticas, nas quais tanto o homem quanto a mulher podem colaborar com as atividades de limpeza e organização da moradia.
Juruna
Peixoto de Azevedo
• Trabalhe a questão da
transposição dos valores culturais explicando que algo que pode ser aceitável em um grupo, talvez não seja em outro. Dessa forma, reforça-se o tema contemporâneo Diversidade cultural, destacando a importância do respeito às diferentes opiniões.
Parque indígena do Xingu
E. Cavalcante
com os alunos, incentivando a valorização da convivência entre homens e mulheres. Verifique se os alunos percebem que, apesar de o texto apresentar a ideia da predominância do homem sobre a mulher, a vida social nas comunidades é harmônica, pautada no respeito ao próximo e à terra.
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• Caso considere pertinente, sugerimos que apresente
aos alunos o filme indicado abaixo, sobre os irmãos Villas Bôas e sua trajetória com os povos indígenas.
> Xingu. Direção de Cao Hamburger, 2012. (116 min).
• Sugerimos também a leitura do livro a seguir, que relata as
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experiências dos irmãos Villas Bôas, que, durante décadas, se dedicaram à região do Xingu e sua população indígena. > VILLAS BÔAS, Orlando; VILLAS BÔAS, Cláudio. A mar-
cha para o Oeste: a epopeia da Expedição Roncador-Xingu. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
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Capítulo 7
Leia o texto abaixo, que descreve um pouco do modo de vida, da cultura e da maneira como os povos do Xingu se relacionam com a natureza. [...] A terra é essencial para o índio, pois nela estão suas tradições, suas origens e todo o seu passado histórico, além, é claro, de ser a fonte de onde tira os recursos para sua subsistência. Em seus domínios, o índio não conhece limites. Não existe limitação de propriedade. Dentro da comunidade, a terra é de todos, de modo que um índio pode usufruir individualmente dos benefícios da terra que está ocupando, mas não é seu proprietário. Se num ano ele faz uma roça num determinado lugar, e, no ano seguinte, não a ocupa, qualquer outro índio poderá ocupá-la. O produto da roça é dele, mas a terra não. A terra é de todos.
Os irmãos Villas Bôas Os irmãos Villas Bôas, Orlando, Cláudio e Leonardo, a partir da década de 1940, empenharam-se em demonstrar a importância de desenvolver políticas públicas em defesa da Floresta Amazônica e dos povos indígenas. Uma das conquistas foi a criação do Parque Indígena do Xingu.
Luciola Zvarick/ Pulsar Imagens
Outro traço característico das comunidades xinguanas é a rígida distinção entre os trabalhos do homem e da mulher. Trazer água é função da mulher; acender o fogo, do homem. Cozinhar peixe é função da mulher; assá-lo, do homem. Derrubar, queimar a mata e plantar é função do homem; carregar o produto do plantio, da mulher. Desse modo, o equilíbrio das funções domésticas se assenta numa distribuição racional do trabalho. Não se trata de algo aleatório. Rachar a lenha é função do homem, mas transportá-la é da mulher, ainda que acendê-lo seja incumbência do homem.
Orientações gerais
• Se possível, leia com os alunos o texto e auxilie-os na sua interpretação. Caso existam palavras que porventura não conheçam, oriente-os a procurar seus significados no dicionário. • Reflita com os alunos sobre o modo como os indígenas convivem entre si no contexto social em que estão inseridos. Essa é uma oportunidade para trabalhar com o tema contemporâneo Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena.
[...] VILLAS BÔAS, Orlando. História e causos. São Paulo: FTD, 2005. p. 137.
Indígenas da aldeia Yawalapit realizando o ritual do Kuarup no Parque Indígena do Xingu, 2016.
a ) Quais objetivos o governo federal teve ao instituir o Parque Indígena do Xingu? b) De acordo com o texto, como os indígenas do Parque Indígena do Xingu se relacionam com a terra? c ) Em sua opinião, qual a importância de valorizar os povos indígenas?
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor. 217
Respostas
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a ) Espera-se que os alunos identifiquem como objetivos resguardar os diferentes povos indígenas que vivem na reserva e garantir a preservação da reserva natural para as gerações futuras. b) A terra é essencial para os indígenas, pois a ela estão relacionadas suas tradições, suas
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origens e todo o seu passado histórico, além, é claro, de ser a fonte de onde tiram os recursos para sua subsistência. Dentro da comunidade, a terra é de todos, de modo que um indígena pode usufruir individualmente dos benefícios da terra que está ocupando, mas não é seu
proprietário. c ) Resposta pessoal. No entanto, espera-se que os alunos percebam a valorização cultural e histórica dos povos indígenas e a necessidade de preservar seus costumes.
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Atividades
Orientações gerais
• Para avaliar o conhe-
cimento dos alunos, proponha que construam jogos variados (tabuleiro, bingo, quebra-cabeça, quiz, entre outros) a serem aplicados com os próprios alunos da turma. Para isso, divida os alunos em grupos de aproximadamente cinco membros e estabeleça um prazo para a finalização dos produtos.
• Oriente-os que os jo-
gos devem estar relacionados com os temas estudados ao longo do capítulo. Deixe que os próprios alunos produzam os materiais para que eles se sintam parte do processo, bem como possam refletir acerca de seus conhecimentos construídos com base no conteúdo estudado. Valide as produções com os alunos.
• Ao
final, reserve um local da escola para que os alunos possam trocar experiências e participar dos jogos. Caso seja necessário, retome o conteúdo por meio de vídeos, ilustrações, charges etc.
2. O principal motivo da introdução do cultivo da cana-de-açúcar na região é o crescente aumento da procura por etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.
Exercícios de compreensão 1. Leia e explique, no caderno, a afirmação abaixo.
1. O crescimento da atividade agropecuária na região Centro-Oeste nos últimos anos transformou-a no principal polo produtor e exportador desse tipo de produto no Brasil.
“Atualmente a grande potencialidade econômica do Centro-Oeste está no desenvolvimento da atividade agropecuária.”
2. Nos últimos anos, houve um aumento significativo no cultivo da cana-de-açúcar na região Centro-Oeste. Explique o principal fator responsável por esse aumento. 3. No caderno, caracterize a participação das agroindústrias na atividade industrial do Centro-Oeste. Em seguida, explique quais fatores contribuíram para a instalação de um grande número desse tipo de indústria no Centro-Oeste brasileiro.
3. As agroindústrias 4. Por que podemos afirmar que a instalação de agroindústrias intensificou o processão responsáveis so de expansão da fronteira agrícola na região? Anote sua resposta no caderno. pela maior parte das Geografia no contexto atividades industriais 5. Leia as manchetes abaixo. Em seguida, responda às questões no caderno. realizadas no Centro-Oeste, e elas estão atreladas ao setor pecuário. Centro-Oeste deve ser responsável por 42,5% da Entre os produção de grãos no Brasil [...] fatores que contribuíram para a Notícias Agrícolas, 6 jan. 2017. Disponível em: <https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/ instalação graos/185070-centro-oeste-deve-ser-responsavel-por-425-da-producao-de-graos-no-brasil-nadessas safra-20162017.html#.W7ehutdKgdU>. Acesso em: 25 set. 2018. indústrias estão os incentivos fiscais, a oferta de terrenos a Centro-Oeste lidera produção preço reduzido, agrícola brasileira a disponibilidade de energia e a Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 4 jan. 2017. Disponível em: melhoria na <http://www.agricultura.gov.br/noticias/centro-oeste-lidera-producao-agricola-brasileira>. infraestrutura Acesso em: 25 set. 2018. de vias de transportes. 4. As agroindústrias do Centro-Oeste são responsáveis pelo intenso processo de expansão da fronteira agrícola, porque introduziram na região monoculturas assistidas por altas tecnologias, ou seja, atividade agrícola altamente mecanizada.
Pela sexta safra consecutiva, Mato Grosso do Sul quebra recorde de produção de soja Notícias Agrícolas, 11 abr. 2018. Disponível em: <https://www.noticiasagricolas.com. br/noticias/soja/211652-pela-sexta-safra-consecutiva-mato-grosso-do-sul-quebrarecode-de-producao-de-soja.html#.W7eo2NdKgdU>. Acesso em: 25 set. 2018.
a ) Qual aspecto econômico da região Centro-Oeste está sendo abordado nessas sendo abordada a elevada produção agrícola de grãos manchetes? Está com destaque para a soja na região.
b ) Além da soja, quais são os outros principais cultivos agrícolas da região Centro-Oeste? Algodão, milho e cana-de-açúcar. c ) Explique como as técnicas agrícolas modernas têm participado do desenvolvimento agrário do Centro-Oeste. A utilização de técnicas como a calagem, o uso de fertilizantes, a
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irrigação e a utilização de modernos maquinários agrícolas tem apoiado o desenvolvimento agrário da região.
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b ) No caderno, explique qual é o papel dessa área na economia do Centro-Oeste.
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O
Capítulo 7
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No maciço do Urucum estão localizadas importantes reservas de minério de ferro e manganês.
Fontes: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 42. Governo do Estado do Mato Grosso do Sul. Disponível em: <http://www.ms.gov.br/demanda-mundial-puxaexportacoes-de-minerio-de-ferro-do-macico-deurucum/>. Acesso em: 11 set. 2018.
DF
15° O N
E. Cavalcante
6. O mapa a seguir retrata a localização do Maciço do Urucum, uma área de grande importância econômica para a região Centro-Oeste. a ) Qual é a principal atividade Localização do Maciço do Urucum – MS econômica desenvolvida nesatividade do sa área? Aextrativismo MT mineral.
MG MACIÇO DO URUCUM
• Auxilie os alunos que apresentarem mais dificuldades no trabalho com o capítulo, verifique o desenvolvimento das habilidades e se os objetivos do capítulo foram alcançados.
MS SP Trópico de Capricórnio
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Andre Dib/Pulsar Imagens
7. Observe a fotografia ao lado. a ) Que problema ambiental está sendo retratado? O desmatamento pela prática de queimadas.
b ) Qual atividade econômica vem desmatando extensas áreas do Cerrado? A atividade da agropecuária.
Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar dúvidas dos alunos.
c ) Quais as consequências da ampliação das áreas de lavouras e de pastagem para muitos animais do Cerrado? Muitos animais estão perdendo seu hábitat natural.
Paisagem de parte do município de Alto Paraíso de Goiás (GO), 2016.
Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir. • O clima predominante na região Centro-Oeste é o tropical. • A partir da metade do século XX, o Centro-Oeste foi destino de muitos migrantes brasileiros, que, por incentivo do governo, dirigiram-se para a região em busca de estabelecer novas áreas agrícolas. • A região Centro-Oeste abriga, atualmente, dezenas de povos indígenas agrupados em centenas de aldeias. • O crescimento da agropecuária no Centro-Oeste fez dessa região um dos principais polos produtores e exportadores de produtos desse gênero no Brasil. • O aperfeiçoamento de técnicas de produção agrícola e pecuária foi imprescindível para a produção em áreas do Centro-Oeste, inclusive naquelas não agricultáveis. • No parque industrial do Centro-Oeste, destaca-se a atividade das agroindústrias. • A atividade industrial extrativa do Centro-Oeste também tem papel importante na economia regional.
• Leia com os alunos as afirmações presentes nesta seção. Caso julgue pertinente, você poderá desenvolver uma atividade com os alunos de produção textual, com a qual eles poderão construir histórias em quadrinhos, elaborar narrativas, criar poemas ou elaborar textos com base em imagens e notícias. Caso considere pertinente, deixe livre para os alunos escolherem o tipo de produção textual, desde que contemplem os conteúdos abordados.
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Objetivos do capítulo • Identificar os estados que compõem a região Norte. • Reconhecer os principais aspectos naturais da região. • Caracterizar e relacionar o clima e a vegetação predominantes na região. • Desenvolver noções de conservação e preservação da Floresta Amazônica. • Reconhecer a estrutura da Floresta Amazônica. • Identificar o que é Amazônia Legal. • Compreender as principais características do relevo e da hidrografia da região. • Analisar o processo de ocupação dessa região, verificando a importância do ciclo da borracha para seu povoamento. • Refletir sobre as políticas do governo federal voltadas para o povoamento da região. • Analisar as características da população atual da região. • Valorizar os povos indígenas que vivem na região. • Identificar e valorizar as características culturais dos povos ribeirinhos. • Identificar os principais produtos extrativos vegetais e minerais da região Norte. • Reconhecer o que são reservas extrativistas. • Refletir sobre os conflitos pela posse da terra na Amazônia. • Perceber a importância econômica da agropecuária e da indústria para a região Norte. • Relacionar as atividades econômicas aos riscos que elas oferecem à preservação da Floresta Amazônica.
pít Ca
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Região Norte
Paisagem da Floresta Amazônica, no município de Codajás (AM), 2017.
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• Oriente os alunos a observar a imagem desta página
e incentive-os a responder oralmente às perguntas propostas. Promova um diálogo entre os alunos sobre o que mais chamou a atenção nessa paisagem. Com o objetivo de avaliar o conhecimento prévio deles, faça as seguintes questões:
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> Qual formação vegetal predomina na região Norte? > Podemos considerar essa região muito povoada?
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BNCC
• Nas páginas de abertu-
Região Norte RR
AP
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410 km
S
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94.
Amazonas
Roraima
Amapá
Pará
População: 4 080 611 de hab.
População: 576 568 de hab.
População: 829 494 de hab.
População: 8 513 497 de hab.
Área: 1 559 147 km2
Área: 224 301 km2
Área: 142 829 km2
Área: 1 247 955 km2
Rondônia
Tocantins
Acre
População: 1 757 589 de hab.
População: 1 555 229 de hab.
População: 869 265 de hab.
Área: 237 765 km2
Área: 277 720 km2
Área: 164 124 km2
Maryane Vioto Silva
AC
ra do capítulo, é possível exercitar com os alunos a habilidade EF07GE11, pois permite que eles identifiquem algumas características físico-naturais da região Norte.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.com.br>. Acesso em: 13 set. 2018.
Veja as resposta das questões nas orientações ao professor.
• Ao longo deste capítulo, os temas estudados possibilitam também a abordagem das habilidades EF07GE04, por meio da identificação dos aspectos populacionais da região Norte; EF07GE06 e EF07GE07, pelo entendimento dos impactos ambientais causados pela circulação e consumo de produtos da região; EF07GE08, ao contemplar a discussão sobre a implantação da Zona Franca de Manaus; e EF07GE12, identificando a área da Amazônia Legal e os desdobramentos das políticas de conservação da região.
A Quais estados fazem parte da região Norte? B O que você sabe sobre a Floresta Amazônica? Comente com os colegas.
Filipe Frazao/Alamy/Fotoarena
C Além dos aspectos retratados nessas imagens, que outras características você conhece dessa região do país? Conte aos colegas.
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Respostas
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A Os estados são Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Tocantins, Rondônia, Acre. B Resposta pessoal. Verifique se a resposta dos alunos está coerente com a atividade proposta.
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C Resposta pessoal. Promova uma roda de conversa com os alunos sobre as características da região Norte. Espera-se que eles citem aspectos da cultura, da culinária, das atividades econômicas etc.
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Entendendo os aspectos naturais da região Norte
Orientações gerais
• Leia o texto abaixo para os alunos. Ele trata da biodiversidade existente na Floresta Amazônica.
A região Norte é a maior região do Brasil. Com uma área de aproximadamente 3 853 mil km2, a região corresponde a 45% do território do país. Sua superfície é maior que a soma da área das regiões Nordeste e Centro-Oeste. As paisagens naturais do Norte resultam de uma interação entre o clima equatorial (quente e chuvoso), a vasta rede hidrográfica e a floresta, também do tipo equatorial, presente na região. O aspecto mais marcante das paisagens naturais da região Norte é a Floresta Amazônica. Nas poucas áreas onde não predomina essa floresta, podemos encontrar a vegetação litorânea, o Cerrado e os Campos. Veja os mapas abaixo.
Na Amazônia vivem e se reproduzem mais de um terço das espécies existentes no planeta. [...] Porém, apesar dessa riqueza, o ecossistema local é frágil. A floresta vive do seu próprio material orgânico, em meio a um ambiente úmido, com chuvas abundantes. A menor imprudência pode causar danos irreversíveis ao seu equilíbrio delicado. A floresta abriga 2 500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical do planeta) e 30 mil das 100 mil espécies de plantas que existem em toda a América Latina. [...]
Região Norte: clima
Amazônia: terra com futuro Marcelo Leite. São Paulo: Ática, 2005. (Viagem pela Geografia).
OCEANO ATLÂNTICO RR
AP
AM
Fonte: WWF (World Wide Fund for Nature). Amazônia. Disponível em: <www.wwf.org.br/natureza_ brasileira/questoes_ambientais/ biomas/bioma_amazonia/>. Acesso em: 5 out. 2018.
Equador
PA
MA
0º
O livro apresenta uma síntese geográfica da região Amazônica com aspectos da flora, da fauna, do clima, da biodiversidade, do desmatamento e das lendas da região.
Clima equatorial Clima tropical típico PI
TO
E. Cavalcante
AC
• Estabeleça
uma roda de diálogo sobre o texto e verifique se os alunos percebem a importância da floresta para sua própria existência.
RO
N
MT
0
S
380 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 99.
BA
L
O
60° O
Região Norte: vegetação original Evapotranspiração: perda de água para a atmosfera durante a transpiração das plantas e evaporação da água do solo.
OCEANO ATLÂNTICO RR
• Utilize as perguntas a
AP
Equador
seguir para direcionar o diálogo proposto.
> Por que a devastação
AM
dessa floresta ameaça diversas espécies animais de extinção?
0º
Floresta Amazônica Cerrado MAVegetação litorânea Campos
PA
PI TO
AC E. Cavalcante
> O que podemos fazer
para impedir o desmatamento da floresta?
RO
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0
380 km
60° O
BA
Fontes: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 67. GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 64.
A interação entre as elevadas temperaturas e as chuvas intensas durante praticamente o ano todo, características típicas do clima equatorial, favorecem o desenvolvimento das variadas espécies vegetais que compõem a Floresta Amazônica. Já a floresta, por sua vez, influencia nas características do clima regional. Por conta do calor, a vegetação libera grande quantidade de umidade pela evapotranspiração das plantas, contribuindo para a ocorrência de chuvas abundantes.
222
g20_ftd_lt_7vsg_c8_p220a231.indd Orientações gerais
222
• Faça a interpretação dos mapas temáticos desta página auxiliando os alunos. A leitura e interpretação desses mapas permite a eles compreender a espacialização do clima e da vegetação da região Norte, assim como os demais apresentados neste capítulo, conforme orienta a habilidade EF07GE09.
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• Solicite aos alunos que comparem o mapa de clima e o
de vegetação, identificando pontos em comum quanto às características físico-naturais e relacionando a influência do clima na formação da vegetação.
• Explique o significado do termo evapotranspiração e verifique se os alunos compreenderam adequadamente.
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:28 PM
Capítulo 8
Observe no esquema abaixo a dinâmica das chuvas na região da Floresta Amazônica. Verifique como uma grande parte das chuvas que ocorre na região depende da floresta. Dinâmica das chuvas na Floresta Amazônica 1 2
3
Parte da chuva que cai sobre a Floresta Amazônica é absorvida pela vegetação. Outra parte infiltra-se no solo. Em razão do intenso calor da região, parte da água retorna à atmosfera na forma de vapor. Esse vapor corresponde a 50% das chuvas que futuramente precipitarão sobre a floresta. A outra metade provém do vapor de água presente na atmosfera, em razão da evaporação da água do oceano Atlântico.
A partir da interação entre a floresta e os fenômenos atmosféricos, é possível compreender a alta umidade presente na Amazônia. Mesmo nos períodos de seca, em que o volume de precipitação diminui, a umidade ainda continua elevada, em média superior a 60%.
3
2
Luciane Mori
1
A Floresta Amazônica É impressionante o funcionamento ecológico da Floresta Amazônica, que se ergue sobre solos que são, na sua maior parte, pobres em nutrientes. O segredo da riqueza biológica que floresce na vegetação amazônica se deve, sobretudo, à camada de folhas caídas, troncos, galhos, plantas e animais mortos que se acumulam sobre o solo da floresta. Esse manto de detritos orgânicos é conhecido como serrapilheira.
Fabio Colombini
Fonte: MEIRELLES FILHO, João Carlos. O livro de ouro da Amazônia: mitos e verdades sobre a região mais cobiçada do planeta. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p. 30.
Orientações gerais
• Inicie a conversa com os alunos perguntando: De onde vem a água que alimenta a Floresta Amazônica? Avalie as respostas verificando se a evapotranspiração é mencionada por eles.
• Converse com os alunos sobre a adubação do solo feita pela própria floresta e informe que, em várias áreas, o solo é considerado pobre em nutrientes (pois a chuva acaba “lavando” os nutrientes), principalmente as áreas próximo ao rio Negro, por este conter elevado nível de acidez em razão da decomposição de vegetais em seu interior.
• Conduza a conversa com o grupo de forma que eles percebam a importância da conservação da floresta para sua própria existência como ecossistema. A umidade e a adubação dependem dela mesma, por isso sua fragilidade.
Em razão do calor e da umidade que predominam sobre o solo da floresta, a decomposição da serrapilheira é muito rápida, formando uma camada superficial de húmus sobre ele. É essa camada, rica em matéria orgânica, que fornece a maioria dos elementos que nutrem a vegetação. Húmus: material orgânico decorrente da decomposição de animais e vegetais. Orgânico: nesta página, refere-se a material originado de organismos vivos.
Serrapilheira no município de Tefé (AM), 2017.
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Integrando saberes
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• Peça aos alunos que observem a imagem da serrapilheira e comente que, além das folhas e da matéria orgânica, é importante destacar a presença de insetos e micro-organismos que trabalham na sua decomposição, facilitando a formação do húmus. Explique que esse material é rico em nutrientes e se infiltra no so-
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lo para ser posteriormente absorvido pelas raízes das plantas, sendo fundamental para alimentar as diferentes espécies vegetais. • Esse tema pode ser trabalhado em conjunto com o professor de Ciências. Sugira-lhe a realização de uma atividade sobre formação de solos com os alunos.
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Integrando saberes
Os diferentes aspectos da vegetação amazônica
• Esse tema permite um
Ao entrar nos domínios da Floresta Amazônica, de acordo com as variações de tipo de solo, plantas, relevo e hidrografia, percebemos basicamente três principais grupos vegetais. Veja.
trabalho em conjunto com o componente curricular de Ciências. Convide o professor desse componente e, juntos, proponham uma atividade em que os alunos identifiquem algumas características dos vegetais existentes na Floresta Amazônica. O professor de Ciências pode aproveitar a oportunidade e trabalhar as especificidades de cada tipo de vegetação por meio de imagens.
Terrenos mais baixos Veja no material audiovisual o vídeo sobre florestas equatoriais no mundo.
Paulo Rubens/Tyba
Nas áreas mais baixas, ou seja, mais próximas dos rios e dos igarapés, está localizada a vegetação denominada mata de igapó, formada geralmente por cipós, arbustos e árvores. Na fotografia observamos vários igarapés, em Belterra (PA), 2017.
Material audiovisual
poníveis nesta coleção trata das florestas equatoriais. Trata-se de um vídeo curta-metragem Nesse vídeo, é feita uma caracterização do clima predominante, diretamente relacionado a esse tipo de formação vegetal, e são apresentadas fotos de outras florestas, além da Floresta Amazônica do Brasil.
Terrenos mais afastados dos cursos de água Em terrenos um pouco mais elevados, existem algumas ervas e capins comuns na região, com árvores mais altas, como diversas espécies de palmeiras (como o buriti e o açaí) e seringueiras, que chegam a atingir mais de 40 metros de altura. Esses terrenos são caracterizados por inundações periódicas, que fertilizam o solo com nutrientes depositados pelos rios quando começam a baixar novamente ao nível regular. Esse grupo de vegetação é chamado mata de várzea. Na imagem, vegetação composta por palmeiras no Parque Nacional da Serra da Mocidade, em Caracaraí (RR), 2016.
Marcos Amend/Pulsar Imagens
• Um dos materiais dis-
Igarapé: curso de rio estreito, característico da bacia amazônica. Por apresentar leito pouco profundo, os igarapés são, geralmente, navegáveis por pequenas embarcações.
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Capítulo 8
Andre Dib/Pulsar Imagens
Terrenos mais altos Já os terrenos mais altos e mais afastados dos rios, raramente são atingidos pelas cheias. Nesses terrenos encontram-se os solos mais pobres, que predominam em mais de 70% da Amazônia.
Andre Dib/Pulsar Imagens
Neles, em geral, estão as árvores de maior porte, como a castanheira, a sumaúma, a sapopema e a maçaranduba. Suas copas muito altas impedem a penetração de boa parte da luz solar, favorecendo a formação de um ambiente sombreado e úmido nas proximidades do chão. Esse grupo de vegetação é conhecido por mata de terra firme e, certamente, constitui a mais típica das paisagens amazônicas. Na fotografia, destaque para a espécie sumaúma, no município de Cruzeiro do Sul (AC), 2017.
Orientações gerais
• Comente com os alunos que a sumaúma pode chegar a ter 50 m de altura e 3 m de largura. Explique que as árvores de grande porte possuem longas raízes para suportar seu tamanho e, por isso, se instalam em regiões de terra firme. • Para mais informações sobre o extrativismo vegetal na Amazônia, sugerimos a leitura do artigo a seguir:
> HOMMA, Alfredo Kin-
go Oyama. Extrativismo vegetal na Amazônia: história, ecologia, economia e domesticação. Brasília: Embrapa, 2014. Disponível em: <http:// livro.pro/iuteqi>. Acesso em: 3 out. 2018.
• Explique aos alunos que o extrativismo vegetal é uma atividade na qual não são coletados apenas frutos e castanhas para alimentação. Muitas árvores proporcionam o uso de suas folhas, cascas e até raízes para uso medicinal, cosmético, inseticida etc.
O extrativismo e as populações locais O extrativismo de recursos naturais existentes pela floresta garante a subsistência de muitas famílias, além de movimentar o comércio das pequenas comunidades em toda a região Norte. A Floresta Amazônica oferece muitos recursos, como o látex, frutos e sementes, como a castanha-do-pará, o babaçu e o açaí, utilizados tanto para a alimentação quanto por indústrias alimentícias, farmacêuticas ou de combustíveis.
• Comente com os alu-
O murumuru é um fruto típico amazônico, bastante utilizado pela indústria cosmética. Na fotografia, homem segurando murumurus em Rodrigo Alves (AC), 2017.
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nos que a atividade extrativista está diretamente ligada aos modos de vida das populações tradicionais da região, conhecidos como “povos da floresta”. Nesse momento, pode ser feita uma abordagem da habilidade EF07GE03. Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, sugerimos a leitura do livro a seguir, que apresenta uma discussão sobre as áreas naturais protegidas e as populações tradicionais.
> DIEGUES, g20_ftd_lt_7vsg_c8_p220a231.indd 225
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Antonio Carlos. O mito moderno da natureza intocada. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 2008.
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Orientações gerais
Geografia
• Oriente
os alunos a interpretar o mapa desta página. Avalie se eles identificam os estados que compõem a região Norte.
A Amazônia Legal
em foco
• Solicite aos alunos que
A Floresta Amazônica ocupa uma área de aproximadamente 7 milhões de km2, a qual não se restringe apenas ao território brasileiro. Como você pode observar no mapa abaixo, a área da floresta ultrapassa os limites do Brasil, estendendo-se por outros países situados na América do Sul, como Bolívia, Equador, Venezuela e Guiana. No entanto, podemos perceber que é no território brasileiro que está a maior parte da floresta.
• Em seguida, peça a eles
Em 1966, o governo federal, ao criar a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), atualmente extinta, instituiu como Amazônia Legal a área de atuação desse órgão de planejamento.
identifiquem quais estados compõem a Amazônia Legal, mas não pertencem à região Norte.
• Oriente
os alunos a perceber a diferença entre a Amazônia Legal e a extensão da floresta.
Observe no mapa abaixo que a Amazônia Legal abrange a região Norte do país e que a Floresta Amazônica abrange áreas de alguns estados vizinhos a essa região. Floresta Amazônica e Amazônia Legal OCEANO ATLÂNTICO
• Explique para os alu-
nos que a Sudam surgiu com o intuito de o governo promover o desenvolvimento econômico e social da região, que contempla os mesmos desafios ligados à conservação e preservação do bioma amazônico, mas que abrange também parte do Pantanal e do Cerrado. Sobre a Sudam, os alunos aprofundarão seus estudos na página 229.
Guiana Francesa (FRANÇA)
SURINAME RR AP
Equador
EQUADOR AM
OCEANO PACÍFICO
PERU
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AC
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MA
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O
aos alunos uma atividade de pesquisa na internet, livros ou revistas sobre os principais desafios que o governo tem no planejamento do desenvolvimento na Amazônia Legal. Oriente o trabalho com as seguintes questões:
S
0
320 km
BOLÍVIA
60° O
Amazônia Legal Floresta Amazônica
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 42.
É muito comum o uso do termo Amazônia brasileira ou Amazônia Legal como sinônimo de região Norte. No entanto, isso não é correto, pois, se compararmos a área da Amazônia Legal, mostrada no mapa acima, com a área da região Norte, apresentada na página 221, perceberemos que a Amazônia Legal ocupa uma área maior que a região Norte.
> Quais são as atividades
econômicas que ameaçam esse ecossistema? que apresentam maiores taxas de desmatamento?
GUIANA
VENEZUELA
COLÔMBIA
• Proponha
> Quais são os estados
Fotomontagem de E. Cavalcante. Foto: Nasa
que verifiquem a extensão da Floresta Amazônica e identifiquem os países que abrangem esta formação vegetal.
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> Quais são as comuni-
dades que dependem da floresta e do ecossistema para sobreviver?
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Capítulo 8
Grande parte do relevo da região Norte é formado por planícies, atingindo cerca de 200 metros de altitude. Os terrenos mais elevados, ou seja, com altitudes acima de 1 200 metros, surgem no relevo da região em menor quantidade e se localizam na divisa do Brasil com a Venezuela. Nesta área encontra-se o Pico da Neblina, ponto mais alto do território brasileiro, com 2 995 metros. Além disso, o grande volume de chuvas na região Norte é um dos fatores que contribui para a existência de uma extensa rede hidrográfica, composta por rios caudalosos, como o Madeira, o Tocantins, o Amazonas e o Negro.
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380 km 60° O
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 88.
O Amazonas, conhecido mundialmente por ser o maior e mais volumoso rio do planeta, inicia seu curso a partir do derretimento da neve, ainda na cordilheira dos Andes. Dessa área, o rio desce as montanhas peruanas e chega, já com maior volume, à Floresta Amazônica. Após atravessar a floresta, desemboca no oceano Atlântico, na Ilha de Marajó, no litoral do estado do Pará, onde completa seus 6 992 km de percurso. Na fotografia abaixo, Rio Apurimac, na província de Espinar, Peru, 2016. Apurimac é o nome dado ao Rio Amazonas, nos Andes peruanos.
Altitudes em metros Acima de 1 200 De 800 a 1 200 De 500 a 800 De 200 a 500 De 0 a 200 Rios permanentes Pico
reisegraf.ch/ Shutterstock.com
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Tocantins
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OCEANO ATLÂNTICO
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Caburaí (1 456 m)
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31 de Março I (2 973 m) IMER
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Rio caudaloso: rio que possui grande volume e fluxo de água.
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Roraima (2 739 m)
E. Cavalcante
Região Norte: relevo e hidrografia R PA
Na região Norte se localiza a Bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica do planeta, tendo como rio principal o Amazonas. Sua abrangência vai desde as montanhas andinas no Peru, alongando-se por toda a região, do extremo oeste até o oceano Atlântico, no qual são despejados aproximadamente 200 mil metros cúbicos de água a cada segundo. Observe o mapa.
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Orientações gerais
• Oriente os alunos a observar o mapa de relevo e hidrografia da região Norte e solicite a eles que identifiquem a direção dos cursos dos rios. Verifique se eles percebem que os rios desembocam no mar e tem suas nascentes nos trechos mais altos. • Comente com os alunos que 200 mil metros cúbicos de água equivalem a 200 milhões de litros.
Embora algumas áreas da região se localizem em terrenos irregulares, como áreas de planalto, grande parte dos cursos dos rios da Amazônia corre por terrenos de planície. Essa característica possibilita que muitos cursos de água da região sejam utilizados para a navegação.
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:28 PM
Relevo e hidrografia da região Norte
• Peça aos alunos que observem, por exemplo, o curso do rio Juruá. Solicite que eles identifiquem no mapa e escrevam no caderno por quais estados as águas desse rio passam e com quais cursos de rio ele se mistura até chegar ao oceano Atlântico.
• Converse com os alunos sobre a importância dos rios em seus diversos aspectos: pesca, navegação, geração de energia hidroelétrica etc. • Comente com os alunos que o Rio Amazonas é considerado o maior rio do mundo em extensão e em largura (em alguns trechos pode chegar a 50 m). Em segundo lugar está o rio Nilo, na África, que atravessa todo o Egito e desemboca no mar Mediterrâneo. Esse rio foi berço de grandes civilizações antigas.
• Organize uma roda de conversa com os alunos e pergunte sobre a presença de comunidades ao longo dos rios amazônicos, avalie as respostas verificando a percepção que eles têm sobre a população da região, seus costumes e suas origens.
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A região Norte e sua população
BNCC Esse conteúdo possibilita ao aluno conhecer o processo histórico de ocupação do território da região Norte, assim como seus fluxos populacionais e a distribuição da população, exercitando as habilidades EF07GE02 e EF07GE04.
Parte da região Norte era conhecida pelos exploradores europeus desde a época do descobrimento da América; porém, até o final do século XIX, sua população permaneceu constituída basicamente por povos indígenas. A ocupação e o povoamento dessa região por outros povos intensificaram-se, a partir do final do século XIX, quando muitos migrantes, principalmente nordestinos, chegaram à região para trabalhar na exploração de látex nos seringais. Para se ter uma ideia, entre 1870 e 1900, cerca de 300 mil nordestinos migraram para a região Norte. Látex: líquido leitoso extraído do caule da seringueira para produzir borracha natural. Seringal: área de plantação de seringueiras. A seringueira é uma árvore da qual se extrai o látex.
Orientações gerais
• Peça aos alunos obser-
Demétrio Magnoli e outros. São Paulo: Moderna, 2000. (Desafios). Neste livro são apresentadas as principais características da região Norte, como clima, vegetação, entre outros temas relacionados aos aspectos da população.
A riqueza gerada pela exportação da borracha financiou a construção de grandes obras, como o Teatro Amazonas, a estrada de ferro Madeira-Mamoré, entre outros. Na fotografia, vista do Teatro Amazonas, na cidade de Manaus (AM), 2017.
Com a decadência da exploração da borracha, no início do século XX, diminuiu-se sensivelmente a migração para a região Norte. Somente em meados do século XX um novo processo de povoamento começou a se desenvolver na região. Esse assunto é o que vamos estudar a seguir.
Década de 1960: a ocupação da região Norte promovida pelos grandes projetos
• Explique
que os seringais são exclusivos da Floresta Amazônica e que esse produto provê os mercados brasileiro e internacional.
• Comente que durante o ciclo da borracha, quando essa atividade chegou ao auge, a região Norte dependia quase que exclusivamente da extração do látex. Peça aos alunos que identifiquem nos objetos do cotidiano a presença da borracha. Oriente a conversa de forma que eles reconheçam a importância desse material na construção de pneus e como o crescimento econômico da região está ligado ao de-
Conhecendo o Brasil – Região Norte
Bruno Zanardo/Fotoarena
vem a fotografia desta seção e pergunte quais elementos eles identificam nessa paisagem. Oriente-os a identificar de qual município se trata e abra uma roda de conversa promovendo a percepção de que a região Norte possui grandes cidades e que houve um processo de urbanização e de povoamento gerado por investimentos na região. Converse com eles sobre a importância da exploração do látex nesse processo. Explique aos alunos que o Teatro Amazonas foi tombado como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1966.
A ocupação mais intensa da região Norte teve início, principalmente, a partir da década de 1960, quando houve na região a expansão tanto de atividades agropecuárias e extrativistas quanto de atividades industriais. Nessa ocasião, a região Norte passou a constituir a maior área de fronteira econômica do país. A demanda por novas áreas de expansão econômica, associada à necessidade de integrar a região Norte ao restante do país, levou o governo federal a criar uma série de projetos e investimentos que incentivassem a ocupação e ao mesmo tempo viabilizassem o desenvolvimento econômico da região.
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senvolvimento da indústria228automobilística. g20_ftd_lt_7vsg_c8_p220a231.indd
• Explique para os alunos que a decadência do ciclo da borracha se deu porque os ingleses começaram a plantar seringais no Sudeste Asiático, desviando a produção e competindo com o Brasil.
Material digital
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• A sequência didática 11, disponível no material digital,
propõe um trabalho que enfoca aspectos naturais, populacionais e econômicos da região Norte. Esse material possibilita desenvolver os temas contemporâneos Trabalho, Ciência e tecnologia e Diversidade cultural.
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Sudam
A Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), criada em 1966, visava promover o desenvolvimento empresarial da região por meio de incentivos fiscais e empréstimos a juros baixíssimos às empresas interessadas em se instalar ali. Infraestrutura viária
Construção de grandes rodovias que interligassem a região Norte às demais regiões do país, como a Transamazônica, a Perimetral Norte, a Santarém-Cuiabá e a Manaus-Porto Velho. Além da meta de integração, a construção de rodovias pretendia abrir caminhos que direcionassem os migrantes à colonização da região. Zona Franca de Manaus
Criação em Manaus de um grande centro industrial baseado no comércio livre de impostos de importação, no ano de 1967. Em uma década
Capítulo 8
Veja no quadro a seguir alguns exemplos de projetos desenvolvidos pelo governo federal durante a política de ocupação da região Norte. de existência, a Zona Franca de Manaus, como é chamada esta área, transformou a cidade em um importante polo industrial e comercial do país. Projetos de mineração
Implantação de grandes projetos de mineração para explorar minérios, como manganês, alumínio, ouro e ferro. Entre os principais projetos desenvolvidos, temos a Serra do Navio, no Amapá, o Grande Carajás e o Trombetas, no Pará.
• Organize uma roda de conversa com os alunos e promova uma reflexão sobre a visão política de desenvolvimento e como se deu sua implementação na região. • Para aproveitar a discussão e trabalhar com o tema contemporâneo Educação ambiental, pergunte aos alunos de que forma é possível criar gado em uma região de floresta. Oriente-os a perceber que, para a implementação de pastagens, é necessário devastar áreas de grandes extensões.
Infraestrutura energética
Construção de grandes usinas hidrelétricas na região Norte, como a de Tucuruí e Balbina, para a geração de energia. Programas de colonização
Implantação de programas de colonização agropecuários às margens das rodovias, em especial a BR-364 (Cuiabá-Porto Velho). Muitos migrantes, provenientes principalmente das regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste, foram atraídos para essas áreas.
• Explique para os alunos que a implementação de industrias sem a devida fiscalização implica grandes impactos ambientais, como o despejo de dejetos industriais nos rios.
Os incentivos para o povoamento da região Norte acarretaram expressivo aumento da população. No ano de 1950, a população era aproximadamente 2 milhões de habitantes; já em 1980, atingia cerca de 6,8 milhões de pessoas. A princípio, o processo de ocupação da região Norte deveria ter ocorrido de maneira planejada e controlada. Entretanto, ele acabou gerando a concentração de terras e riquezas nas mãos de poucos, e ainda acarretou sérios problemas ambientais.
• Comente com os alunos o ambiente político durante o período de ocupação da região, em que frases como “Integrar para não entregar” e “Levando os homens sem terras a terras sem homens” faziam parte de uma série de discursos políticos direcionados à ocupação da região.
Depois de muitos anos de incentivos à ocupação e ao povoamento, a destruição da floresta foi alarmante. No final da década de 1980, a área destruída da floresta alcançava aproximadamente 230 mil km2.
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
Orientações gerais
Até os dias atuais a rodovia Transamazônica não está totalmente pavimentada e seu projeto inicial nunca foi finalizado. Portanto, apesar de promover a integração da região Norte com a região Nordeste, algumas regiões ainda possuem difícil acesso, como nesse trecho no município de Itaituba (PA), 2017, onde não há pavimentação nem sinalização.
• Questione os alunos sobre a percepção deles dessa visão de que a região se encontrava sem homens, de que era despovoado. Estimule a reflexão dos alunos lembrando que, nessa região, muitos povos indígenas já habitavam as terras. Oriente a conversa para que todas as opiniões sejam respeitadas. 229
Orientações gerais
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• Comente com os alunos que a área destruída da floresta no final da década de 1980 equivale a pouco menos do que a área do estado de Rondônia.
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• Comente também com os alunos sobre alguns proble-
mas ambientais advindos de atividades já praticadas desde o período colonial, como o garimpo de ouro, que contamina os rios com mercúrio comprometendo a saúde de diversos povos indígenas que se nutrem das águas desses rios.
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Orientações gerais
A população atual da região Norte
• Peça
aos alunos que observem as informações do gráfico de setores e do mapa desta página. Explique que as populações de migrantes se instalaram principalmente nas regiões apontadas no mapa como as mais povoadas, fazendo parte do processo de urbanização da região.
Desde o final do século XIX, a população da região Norte vem apresentando um considerável ritmo de crescimento. Um dos principais fatores que explicam esse crescimento populacional é o fato de essa região constituir a maior área de fronteira econômica do país e atrair muitos migrantes. Os incentivos de ocupação promovidos pelo governo federal, aliados à esperança de muitos brasileiros em encontrar novas oportunidades de trabalho e, consequentemente, melhores condições de vida, levaram muitas pessoas a migrar para a região Norte. Entre os grupos de migrantes que se dirigiram à região, destacam-se os nordestinos. Veja o gráfico a seguir.
Sul
6,5%
Centro-Oeste 18,8%
Há cerca de quarenta anos, a população urbana da região Norte era de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas. Atualmente, essa população totaliza 12 milhões de habitantes. Embora o crescimento populacional do Norte tenha sido intenso, sua população não ocupou de maneira uniforme toda a região. Veja o mapa.
Fonte: ARBEX JÚNIOR, José; OLIC, Nelson Bacic. O Brasil em regiões: Norte. São Paulo: Moderna, 2000. p. 33.
Região Norte: distribuição da população – 2010 OCEANO ATLÂNTICO
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Observando o mapa ao lado, percebemos que grande parte dos habitantes concentra-se em áreas urbanas e ao longo das margens do Rio Amazonas, que durante muito tempo foi o principal caminho percorrido pelos colonizadores. Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 114.
Belém
> Pião de tucumã – al-
deia Nasêpotiti, Panará, PA. Território do Brincar. Disponível em: <http: // li v r o . p r o /p f q s nv >. Acesso em: 6 out. 2018.
Nordeste 57,4%
Sudeste 17,3% Gilberto Alicio
rizar os modos de vida dos povos indígenas e conhecer elementos de sua cultura, apresente os vídeos a seguir para os alunos. Esse pode ser um momento para avaliar o conhecimento prévio deles sobre a população indígena da região Norte, tema da próxima página. O projeto Territórios do Brincar apresenta diversos jogos e brincadeiras de crianças de vários lugares do Brasil. A seguir, sugere-se vídeos sobre duas brincadeiras que fazem parte do cotidiano de uma aldeia, apresentando hábitos e costumes desse povo.
Nas últimas décadas, a região Norte passou a apresentar um acelerado processo de urbanização. Esse fato, em parte, foi decorrente da decadência dos projetos agropecuários criados pelo governo e também do intenso processo de concentração de terras, o que ocasionou a migração de pessoas para as cidades.
Origem dos migrantes para a Região Norte – 1991-1996
• Como forma de valo-
420 km
GO
100 ou mais 25 10 1 Menos de 1 Capital estadual
> Corrida de tora – al-
Tales Azzi/Pulsar Imagens
deia Nasêpotiti, PA. Território do Brincar. Disponível em: <http://livro. pro/i63gow>. Acesso em: 6 out. 2018.
A fotografia mostra parte da região central da cidade de Belém (PA), 2017. Assim como essa cidade, várias outras, localizadas na região Norte, apresentaram expressivo crescimento urbano nos últimos anos.
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Capítulo 8
Os indígenas na região Norte Um grande número de indígenas do Brasil vive hoje na região Norte. São cerca de 343 mil indígenas, aproximadamente 38% da população indígena total do país. A população indígena da região Norte já foi muito maior, no entanto, o número de indivíduos apresentou uma queda com o decorrer do tempo. O contato inicial com povos não indígenas e, consequentemente, com doenças — como sarampo e gripe — levou inúmeros indígenas à morte. Posteriormente, ao longo do século XX, a implantação de madeireiras, garimpos, mineradoras, fazendas de gado, grandes lavouras monocultoras, hidrelétricas e rodovias foi gradativamente restringindo as terras desse povo.
A questão do índio
• O texto apresentado a seguir complementa seus conhecimentos sobre o assunto abordado.
Fernando Portela; Betty Mindlin. São Paulo: Ática, 2005. (Viagem pela Geografia). Neste livro são apresentados aspectos da cultura, costumes, direitos e ameaças à sobrevivência dos indígenas no Brasil.
A luta pelas terras indígenas
Renato Soares/Pulsar Imagens
Os povos indígenas enfrentam, ainda hoje, uma série de problemas relacionados à ocupação de suas terras. Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), aproximadamente, 22% da Floresta Amazônica hoje é reservada às populações indígenas. Mesmo assim, muitas terras, como a dos Ianomamis, na fronteira com a Venezuela, continuam sendo desrespeitadas e invadidas por diversos tipos de atividades econômicas.
Na fotografia, indígenas participam de manifestação na cidade de Brasília (DF), 2017, em favor da demarcação de terras indígenas e contra a exploração e o aproveitamento de recursos minerais em terras demarcadas.
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Orientações gerais
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• Sugira aos alunos que façam uma pesquisa na internet.
Solicite que eles encontrem um mapa e que localizem as terras indígenas no Brasil. Oriente-os a perceber as localizações dos principais povos indígenas da região
• Esse conteúdo permite um trabalho com o tema contemporâneo Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena. • Incentive o respeito e a valorização das tradições e costumes dos povos indígenas. Comente sobre a importância da proteção às comunidades indígenas e a preservação da cultura e os costumes.
Atualmente, muitos indígenas abandonaram suas terras tradicionais e passaram a viver em comunidades rurais ou nas cidades. No entanto, nessas áreas, em geral, os índios convivem com violência, fome e miséria. Vários povos indígenas ainda vivem isolados em meio à floresta, ou seja, sem contato com a sociedade não indígena. Nessas áreas, preservam sua cultura tradicional, como alimentação, danças, crenças etc. No entanto, esse isolamento está cada vez mais ameaçado.
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Norte. Solicite aos alunos que façam anotações, no caderno, sobre as localizações de povos ainda não identificados. Com essa abordagem, pode-se trabalhar com a habilidade EF07GE03.
[...] A maior parte dos povos indígenas no Brasil, do ponto de vista demográfico, é de sociedades com muito poucos indivíduos. Destes, 3/4 apresentam uma população de até mil pessoas. Somente três povos da Amazônia possuem mais de 10 mil pessoas – Guajajara (MA), Makuxi (RR) e Ticuna (AM). [...] O Brasil é o único país do mundo que ainda tem 50 grupos indígenas não contatados. São povos sem qualquer contato com a sociedade brasileira. Estes estão principalmente no sudeste do Amazonas e no norte do Pará. Há que se notar que as formas de contato entre índios e a sociedade nacional variam muito de caso a caso. Há aqueles para os quais o choque foi pacífico, há aqueles que se relacionam há alguns séculos com a sociedade nacional, e há aqueles que estão enfrentando as agruras das novas ondas migratórias de fazendeiros, posseiros, madeireiros, garimpeiros, pescadores, originários principalmente do Sul e Sudeste do país. [...] MEIRELLES FILHO, João Carlos. O livro de ouro da Amazônia: mitos e verdades sobre a região mais cobiçada do planeta. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p. 88-89.
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BNCC Peça aos alunos que leiam o texto apresentado na seção. As informações e reflexões geradas ao trabalhar o conteúdo permite desenvolver as habilidades EF07GE03, EF07GE04 e EF07GE11 em consonância. É importante que os alunos valorizem a cultura dos ribeirinhos e os conhecimentos historicamente construídos por eles pela vivência na floresta. Por meio de seus conhecimentos advindos da natureza, muitas plantas foram utilizadas como princípios ativos de medicamentos. É possível trabalhar com a competência geral 1 e a competência específica de Ciências Humanas 1 da BNCC nesse momento.
Explorando o tema
Os ribeirinhos Os povos ribeirinhos são populações tradicionais que vivem nas proximidades dos rios e obtêm os recursos necessários à subsistência por meio da pesca artesanal, caça, pequena agricultura de subsistência e extrativismo. Os ribeirinhos são originários da miscigenação de diferentes povos, como indígenas, nordestinos, populações afrodescendentes e imigrantes portugueses.
Palafita: tipo de habitação localizada em regiões alagadiças, construída sobre troncos ou pilares que mantêm a edificação a uma altura fora do alcance da água e cujo piso pode ser suspenso por tábuas, em épocas de enchentes, evitando o deslocamento dos moradores para outras áreas.
É na região Norte que, provavelmente, vive a maior parte dos povos ribeirinhos do país, onde se desenvolve a extensa floresta amazônica e sua rica biodiversidade. Por viverem tão próximo aos rios e à floresta, vários aspectos do cotidiano dos ribeirinhos precisaram ser adaptados às condições da natureza local. Conheça a seguir algumas das características do modo de vida dessa população. Os rios são de extrema importância para os povos ribeirinhos. Por eles, esses povos ligam-se a outras regiões por meio de embarcações, seus principais meios de transporte. Além disso, os rios são utilizados para banho, lazer e, principalmente, para a pesca. Além de alimento, a pesca proporciona a principal fonte de renda para esses povos. Na imagem, ribeirinhos navegando no rio Chicaia, em Almeirim (PA), 2017.
Orientações gerais
• Questione
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os alunos sobre as características do meio físico-natural que eles identificam na fotografia e na descrição do texto e quais são as formas de adaptação que os povos ribeirinhos tiveram de desenvolver para habitar esses trechos da floresta.
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As moradias dos povos ribeirinhos são construídas, principalmente, com madeira. Geralmente, são palafitas e não possuem energia elétrica, água encanada ou saneamento básico. Na fotografia, moradias de palafitas na várzea do rio Chicaia, em Almeirim (PA), 2017.
• Solicite aos alunos que
verifiquem as dificuldades e quais os aspectos que apresentam vulnerabilidade a essas comunidades.
• Verifique se os alunos percebem a dificuldade em se comunicar e se locomover, assim como o fato de o rio ser fonte de alimento e local de despejo de esgoto, acarretando risco à saúde da população.
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• Para aprofundar seus conhecimentos sobre as mora-
dias em palafitas, sugerimos as leituras a seguir. Caso considere pertinente, apresente-as aos alunos. > Palafita. Habitar Hábitat. Disponível em: <http://livro.
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pro/whfd25>. Acesso em: 6 out. 2018. > Vivendo sobre palafitas. Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/ eyj3w2>. Acesso em: 4 de out. 2018.
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Capítulo 8
O estreito contato dessas comunidades com a natureza fez deles profundos conhecedores do ecossistema onde habitam. Essa forte relação é expressa nas práticas e nos afazeres, na alimentação e nos remédios caseiros que utilizam. Esses conhecimentos costumam ser passados de uma geração a outra, fazendo parte de sua cultura.
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Serviços públicos como os relacionados à saúde, por exemplo, não estão disponíveis constantemente e não costumam alcançar as regiões mais distantes. Nas fotografias, navio de assistência hospitalar Carlos Chagas (parte externa e interna), da Marinha do Brasil, prestando serviços públicos de saúde a moradores ribeirinhos em Itacoatiara (AM), 2015.
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Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
a ) Para você, é importante conhecer sobre o modo de vida das populações ribeirinhas? Por quê? Compartilhe as informações com os colegas.
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Luciana Whitaker/ Pulsar Imagens
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b) Apenas a criação de leis é suficiente para que se reconheçam e protejam direitos específicos, como os das comunidades ribeirinhas? Por quê? Converse com os colegas.
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Respostas
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a ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam as populações ribeirinhas como parte da população brasileira, que tem como característica a diversidade. Ao conhecê-la, estão ampliando seu repertório e sua capacidade de compreensão da realidade. Valorize o interesse e o respeito pela diversidade.
• O Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, abrangendo em seu conteúdo os povos ribeirinhos.
• Para complementar o estudo, leia o texto a seguir, que discorre sobre um dos princípios que deve ser respeitado para a implantação de políticas públicas para atendimento dessas populações. Comente com os alunos que agir pessoal e coletivamente com respeito, valorizando as diferenças e sendo responsável por seus pensamentos e ações são formas de se viver eticamente, conforme orienta a competência específica de Geografia 7.
Na fotografia ao lado, mulher colhendo açaí em uma comunidade ribeirinha de Santarém (PA), 2017.
Embora existam leis que reconheçam os ribeirinhos como povos tradicionais, com objetivo de garantir-lhes direitos e preservar sua cultura, o isolamento econômico e social é uma realidade em grande parte dessas comunidades.
Orientações gerais
[...] I - O reconhecimento, a valorização e o respeito à diversidade socioambiental e cultural dos povos e comunidades tradicionais, levando-se em conta, dentre outros aspectos, os recortes etnia, raça, gênero, idade, religiosidade, ancestralidade, orientação sexual e atividades laborais, entre outros, bem como a relação desses em cada comunidade ou povo, de modo a não desrespeitar, subsumir ou negligenciar as diferenças dos mesmos grupos, comunidades ou povos ou, ainda, instaurar ou reforçar qualquer relação de desigualdade. [...] BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Diário Oficial da União. Disponível em: <www2.camara.leg.br/legin/ fed/decret/2007/decreto-60407-fevereiro-2007-550693publicacaooriginal-66733-pe. html>. Acesso em: 6 out. 2018.
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b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a lei, por si só, não muda a realidade, mas indica caminhos e orienta a sociedade para que exija o cumprimento de seus direitos. É necessário que as pessoas tenham posturas de respeito e que sejam implementadas políticas públicas para bem atender às necessidades desses brasileiros.
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Atividades
Orientações gerais
• Leia as atividades com os alunos e avalie os conteúdos que foram assimilados pela turma. Caso julgar necessário, faça uma revisão dos conteúdos que eles apresentarem dúvidas e solicite a eles que respondam às perguntas consultando o livro e as anotações no caderno. Se julgar necessário, traga um mapa da região Norte para expor para a turma durante a realização das atividades.
Exercícios de compreensão 1. Qual a relação entre as chuvas na região da Floresta Amazônica e a presença razão do calor na região, a floresta libera grande quantidade de umidade pela da floresta?Em evapotranspiração das plantas, contribuindo assim para a ocorrência de chuvas abundantes. 2. A serrapilheira forma uma camada superficial de húmus sobre o solo, que em sua maioria é pobre em nutrientes. É esta camada, rica em matéria orgânica, que fornece a maioria dos elementos que nutrem a vegetação.
• Caso
Animado – Amazônia. Gui e Estopa. Disponível em: <http:// livro.pro/zbsiqx>. Acesso em: 2 out. 2018.
4. Escreva, no caderno, as características predominantes dos rios da região Norte do país. Os rios são em sua maioria caudalosos e extensos. Grande parte desses rios corre por terrenos de
baixa declividade e esse fato possibilita que muitos cursos de água sejam utilizados para a navegação.
5. Explique, no caderno, qual foi o principal motivo que levou muitos migrantes, principalmente nordestinos, a se dirigirem para a região Norte do Brasil, a partir do final do século XIX. A busca por trabalho na exploração de látex nos seringais. 6. No caderno, escreva quais foram os principais objetivos dos programas governamentais relacionados à região Norte desenvolvidos a partir da década de 1960. Os principais objetivos eram integrar a região Norte ao restante do país e suprir a necessidade de novas áreas de expansão econômica.
Geografia no contexto
A
Área de Floresta Amazônica, no município de Santarém (PA), 2017.
B
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
> Brasil
3. Por que não é correto o uso do termo Amazônia Legal como sinônimo de área ocupada pela Amazônia Legal não é a mesma que a ocupada pela região Norte, pois região Norte? Aa Amazônia Legal abrange a região Norte do país e também áreas vizinhas a essa região.
7. Observe as fotografias a seguir e a da página seguinte. Cada uma delas retrata um tipo de vegetação existente na Floresta Amazônica. Fabio Colombini
seja possível, apresente, por meio do vídeo indicado a seguir, a história dos personagens Stress e Relax, dois viajantes que percorrem as regiões brasileiras em busca do jequitibá-rosa, uma árvore brasileira histórica e, entre suas aventuras, viajam até a Amazônia.
2. Qual é a importância da serrapilheira para a Floresta Amazônica?
Área de Floresta Amazônica, no município de Presidente Figueiredo (AM), 2017.
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Área de Floresta Amazônica, no município de Tefé (AM), 2016.
7. B – Mata de igapó. Presente à beira dos rios e igarapés, sobre solos permanentemente alagados, composta basicamente de árvores, arbustos, cipós e vitórias-régias.
Identifique qual grupo vegetal cada fotografia representa e escreva suas principais características no caderno. 8. Leia o texto a seguir. Em seguida, responda às questões no caderno. Há séculos os índios usam a floresta, o campo ou o cerrado, plantando e caçando. Mas não depredam de forma irreversível a natureza nem extinguem espécies animais. Para plantar, costumam derrubar, uma vez por ano, uma parte mínima da floresta, preparando pequenas roças, que são abandonadas depois de cerca de dois anos. É a chamada agricultura de coivara, porque depois da derrubada os índios fazem uma queimada para calcinar os grandes troncos caídos, fertilizando o solo. No ano seguinte, é escolhido outro lugar para as roças, o que permite que o primeiro desbaste da floresta se reconstitua e o solo não se esgote.
7. A – Mata de terra firme. Presente nos terrenos mais elevados, essa vegetação é formada, principalmente, por árvores de maior porte, como castanheiras, sumaúmas, sapopemas e maçarandubas. As copas altas não permitem a entrada de luz solar, e isso favorece a formação de um ambiente úmido nas proximidades do chão.
Capítulo 8
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
C
7. C- Mata de várzea. Vegetação presente nos terrenos periodicamente inundados. Nessa vegetação destacam-se ervas e capins juntamente com palmeiras e seringueiras que atingem até 40 metros de altura.
8. b) Não. Para plantar, os índios costumam derrubar, uma vez por ano, uma parte pequena da floresta, preparando pequenas roças, que são abandonadas após [...] dois anos, PORTELA, Fernando; MINDLIN, Betty. A questão do índio. São Paulo: Ática, 2005. p. 42-43. aproximadamente. No ano seguinte, é escolhido outro De acordo com o texto, explique o que é a coivara.Coivara é uma técnica que consiste lugar para as roças, na queimada de pequena parte da floresta com o objetivo de calcinar os troncos e fertilizar o solo. permitindo que o A agricultura praticada pelos indígenas provoca intensas degradações na primeiro desbaste da floresta se natureza? Justifique sua resposta. reconstitua, e o De acordo com o que você estudou, podemos dizer que, ampliando as áreas solo não se esgote.
Outra prática explica por que os índios conseguem preservar o ambiente. Cultivar um só tipo de planta contribui para o esgotamento da terra, como acontece nas monoculturas de cana-de-açúcar, café ou eucalipto. Os índios, ao contrário, plantam pequenas quantidades de dezenas de espécies, bastante misturadas, num caos aparente, mas que tem sua própria razão de ser.
a) b) c)
Orientações gerais
• Se possível, durante a atividade 8, leia o texto com os alunos e auxilie-os na sua interpretação. Caso existam palavras que não conheçam, oriente-os a procurar seus significados no dicionário. • Organize uma roda de conversa sobre a forma como os povos indígenas se relacionam com os ecossistemas onde eles habitam. Explique para os alunos a importância de preservar as florestas, e que proteger os povos indígenas é também preservar as florestas em razão de aos seus modos de vida e de produção.
• Essa atividade permite desenvolver a habilidade EF07GE03, ao identificar alguns aspectos dos territórios indígenas e suas práticas culturais. • Explique para os alunos que coivara é um termo indígena para nomear uma forma de agricultura, e que ela é diferente da rotação de culturas praticadas na agricultura familiar em outras regiões, por outros povos. • A terra que foi usada para plantio rapidamente se recupera, voltando a formar parte da floresta, em razão do rápido crescimento de plantas e árvores no local.
de reservas indígenas, estaremos, em parte, proporcionando maior preservação do meio ambiente? Justifique sua resposta. Resposta esperada: sim. Pois, nas reservas indígenas, os índios convivem com a natureza sem causar graves problemas ambientais.
Orientações gerais
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• Caso considere pertinente, amplie a discussão com os alunos sobre as terras indígenas apresentando a eles os sites a seguir, que mostram uma base de dados sobre terras indígenas no Brasil.
> Terras indígenas no Brasil. ISA (Instituto Socioam-
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biental). Disponível em: <http://livro.pro/gic87k>. Acesso em: 6 out. 2018. > Mirim: povos indígenas no Brasil. ISA (Instituto So-
cioambiental). Disponível em: <http://livro.pro/dg zq63>. Acesso em: 6 out. 2018.
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A organização econômica da região Norte
Orientações gerais
• Complemente
o tema apresentando o texto abaixo aos alunos. Ele explica a relação entre o desmatamento da Floresta Amazônica e as atividades econômicas. Organize uma roda de conversa e questione os alunos sobre as atividades econômicas da região Norte e quais seriam as alternativas para a conservação da floresta.
O extrativismo vegetal e o mineral são atividades desenvolvidas na região que são muito significativas tanto em nível nacional como internacional. A exploração dos recursos regionais de maneira sustentável, no entanto, é um desafio. Isso porque, grande parte das atividades econômicas desenvolvidas na região envolve a exploração da Floresta Amazônica que, muitas vezes, acontece com base na destruição de extensas áreas de vegetação nativa. A expansão da agropecuária nos últimos anos na região, por exemplo, está associada a grandes impactos ambientais, como o desmatamento da floresta. A seguir vamos conhecer melhor alguns aspectos econômicos da maior região do país.
Carne, madeira e soja
O extrativismo da região Norte
Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta.
Em razão da grande variedade de recursos naturais existentes no Norte, há muito tempo a atividade extrativa vegetal e mineral é realizada nessa região. Veja no mapa abaixo as principais atividades extrativas praticadas na região Norte do país.
• A atividade extrativista mi-
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Recursos minerais Alumínio Manganês Chumbo Nióbio Cobre Níquel Estanho Diamante Ferro Ouro Tungstênio
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Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 78.
Extrativismo vegetal
neral é fundamental para a produção industrial na atualidade, contudo é uma atividade que gera muitos impactos ambientais, principalmente negativos. Na região Norte isso não é diferente. Escolha um dos recursos minerais mostrados no mapa desta página e realize uma pesquisa sobre os impactos ambientais causados pela extração desse mineral. Depois, anote no caderno as informações obtidas. Em seguida, apresente a pesquisa para os colegas.
Na fotografia, área de extração de minério de ferro em Canaã dos Carajás (PA), 2016.
Danilo Verpa/Folhapress
Embora representem uma parcela muito acanhada da economia brasileira, as atividades de produção na região [Norte] estão em contato direto com mercados mundiais. São três os produtos principais, e também os que causam mais preocupação do ponto de vista ambiental: carne, madeira e, mais recentemente, soja. [...] A madeira é um caso especial entre os três produtos. Embora uma parte da madeira de lei da Amazônia brasileira se destine à exportação, é uma fatia bem pequena, de aproximadamente 14%. [...] Se por um lado isso derruba o mito de que a destruição da Amazônia é desencadeada pela ação de madeireiros estrangeiros, por outro lado nos dá motivos para outra preocupação: o efeito da extração da madeira sobre o desmatamento. Antes de mais nada, é preciso considerar que a procura por madeira brasileira no mercado internacional deve aumentar daqui para a frente, pois os grandes estoques de madeira tropical já caminham para o esgotamento em outros países, como Malásia e Indonésia. [...] Além disso, o principal problema é que a maior parte da madeira extraída da Amazônia é derrubada de maneira ilegal, e com métodos primitivos, que destroem muito mais floresta do que seria necessário. [...] Outro produto de exportação que sempre foi apontado como vilão da destruição da Floresta Amazônica é a pecuária para a produ-
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çãog20_ftd_lt_7vsg_c8_p232a243.indd de carne bovina. De fato, 236 grandes áreas foram desmatadas a partir dos anos 1970, com o incentivo do governo federal. Mas a maior parte da carne produzida na Amazônia era para consumo no próprio Brasil, e não para exportação. Recentemente, essa situação começou a mudar. De 1995 a 2003, as exportações brasileiras de carne subiram de US$ 500 milhões para US$ 1,5 bilhão. E 80% do acréscimo na produção se deu na Amazônia, ou seja, com a transformação de florestas em pastagens.
Para muitos, o gado de corte já é o principal fator causa-10/24/18 dor de desmatamento na região amazônica. Ele se combina de modo preocupante com outro produto em franca expansão, a soja. No começo deste século, o Brasil se tornou o maior exportador de soja do mundo, uma espécie de feijão do qual se extrai o óleo de cozinha. A soja também serve como ingrediente de alimentos industrializados e como base de ração para gado [...].
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LEITE, Marcelo. Amazônia: terra com futuro. São Paulo: Ática, 2005. p. 39-40.
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Capítulo 8
Extrativismo vegetal Até o século XIX, o extrativismo vegetal desenvolvido na região Norte esteve relacionado, basicamente, à exploração das chamadas drogas do sertão, ou seja, produtos como o cacau, o urucum e o gengibre, muito apreciados, naquele período, pelo mercado consumidor europeu. Atualmente, o extrativismo vegetal nessa região envolve a exploração de vários produtos. Veja no quadro alguns deles.
Noppharat4969/Shutterstock.com
Produto
Produção da região Norte
Látex 1 184 toneladas (99% da produção nacional).
Olyina/Shutterstock.com
Castanha-do-pará 33 258 toneladas (96% da produção nacional).
JBK/Shutterstock.com
Açaí 198 101 toneladas (92% da produção nacional).
Características
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
(59% da produção nacional).
Kletr/Shutterstock.com
Madeira bruta
O látex é utilizado para produzir borracha natural, que, por sua vez, é matéria-prima para a fabricação de pneus de automóveis, por exemplo. Os principais estados produtores são o Amazonas e o Acre.
• Comente com os alu-
nos que, além dos produtos apontados nesta página, outros podem ser extraídos, como copaíba, andiroba, bacuri, guaraná, babaçu, buriti, cupuaçu, murumuru, pequi, urucum, camu-camu, entre outros.
Dessa semente comestível da castanheira se produz o óleo de castanha, muito utilizado na fabricação de cosméticos. No estado do Acre, Pará e do Amazonas são extraídas as maiores quantidades de castanha-do-pará do país.
• Conforme estudado no capítulo 5 do volume 6 desta coleção, relembre os alunos que muitos alimentos da floresta possuem alto valor nutricional, com vitaminas e minerais, encontrados no açaí, na castanha-do-pará e no bacuri que apresentam cálcio, ferro e fósforo; o cupuaçu, com as vitaminas B1, B2, além do cálcio, ferro, fósforo etc.
Considerado um dos produtos mais nutritivos da Floresta Amazônica, esse fruto representa a base alimentar de milhares de pessoas na região. O Pará e o Amazonas são os dois estados que se destacam na extração do açaí.
7 172 683 metros cúbicos (63% da produção de madeira bruta nacional).
A fibra extraída dessa palmeira é utilizada, principalmente, para fabricar produtos domésticos e artesanais. O Pará é o principal produtor de fibras de buriti. O principal destino das madeiras extraídas na região Norte é a indústria moveleira e para a construção civil, principalmente de São Paulo. A extração de madeira bruta é realizada em maior quantidade nos estados do Pará e Rondônia.
• Ao estudar sobre os produtos oriundos do extrativismo vegetal, converse com o professor do componente curricular de Ciências para que façam um trabalho em conjunto abordando os temas contemporâneos Educação alimentar e nutricional e Saúde. • Informe aos alunos que a castanha-do-pará também é conhecida como castanha-do-brasil, principalmente no exterior.
Buriti 262 toneladas
Integrando saberes
Indústria moveleira: indústria que produz móveis.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/289#resultado>. Acesso em: 17 set. 2018.
• O professor de Ciências pode explicar aos alunos quais os benefícios dessas vitaminas e minerais para a saúde de nosso organismo e relacionar a boa alimentação com os cuidados com a saúde física e emocional, conforme orienta a competência geral 8 da BNCC.
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Material digital
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• A sequência didática 12, disponível no material digital, propõe um trabalho sobre a relação entre a atividade extrativista e a preservação e conservação das florestas. Essa sugestão permite um trabalho com os temas contemporâneos Educação ambiental e Educação para o consumo, além de desenvolver as habilidades EF07GE03, EF07GE06 e EF07GE11. 237
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Orientações gerais
As reservas extrativistas
• Aproveite a oportuni-
As reservas extrativistas, também conhecidas por Resex, são áreas de domínio público destinadas ao extrativismo sustentável de recursos naturais renováveis. Nelas os recursos são explorados de forma organizada e planejada, a fim de não comprometer o meio ambiente para as gerações futuras.
dade e comente com os alunos sobre a importância dos manejos sustentáveis e da adoção de medidas preventivas que evitam problemas ambientais e que mantêm o equilíbrio ambiental, assegurando a sobrevivência das espécies e a preservação dos recursos naturais.
• Sugerimos a leitura do
livro a seguir, que aborda o desenvolvimento econômico e as questões sociais e ambientais da região amazônica. > LOUREIRO, Violeta Re-
flkalefsky. A Amazônia no século XXI – novas formas de desenvolvimento. São Paulo: Empório do Livro, 2009.
O objetivo das reservas extrativistas é preservar tanto o meio ambiente quanto o modo de vida tradicional da população local. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atualmente a região Norte abriga, aproximadamente, 43 reservas extrativistas. Veja no mapa abaixo. Região Norte: reservas extrativistas E. Cavalcante
• Comente com os alunos que, por muito tempo, a floresta foi utilizada e explorada, principalmente, pelas populações tradicionais da região, como indígenas e ribeirinhos que lá habitavam — e ainda habitam. Os abundantes recursos naturais presentes no interior da Amazônia são bem conhecidos por esses povos, que sabem como manejá-los e aproveitá-los sem destruir, tampouco prejudicar, a floresta.
De maneira geral, as reservas extrativistas são utilizadas pelas populações tradicionais, cuja subsistência estrutura-se, principalmente, na prática do extrativismo.
Reservas extrativistas
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AC Andre Dib/ Pulsar Imagens
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Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Disponível em: <http:// www.icmbio.gov.br/ portal/images/stories/ servicos/ geoprocessamento/ DCOL/dados_vetoriais/ MapaUCS_ junho_2018_150dpi.pdf>. Acesso em: 16 set. 2018.
BA L
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0º Fonte: ICMBio (Instituto
0
GO
310 km
60º O
Trabalhador extraindo látex em plantação de seringueiras, no município de Tarauacá (AC), 2017.
• Questione
os alunos sobre a importância da implementação das Resex. Avalie a compreensão dos alunos sobre as políticas de conservação perguntando o que aconteceria se essas regiões fossem desmatadas. Verifique se eles compreendem que a implantação da reserva funciona como uma política de fiscalização e proteção.
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Capítulo 8
Extrativismo mineral O subsolo da região Norte possui importantes jazidas minerais. Entre as áreas de maior exploração, destacam-se a serra dos Carajás e o vale do rio Tapajós, ambas localizadas no estado do Pará. Os estados do Amazonas, de Rondônia, de Roraima e do Amapá também apresentam significativas reservas minerais. A exploração mais intensa dos minerais nessa região aconteceu a partir da década de 1960, quando tiveram início os projetos governamentais de ocupação dessa porção do território brasileiro. Entre os projetos promovidos pelo governo, estava a criação de áreas de mineração.
Veja no quadro os principais recursos minerais explorados atualmente na região Norte. Reservas minerais da região Norte (em mil toneladas)
Bauxita
www.sandatlas.org/ Shutterstock.com
Sementer/ Shutterstock.com
Manganês
REDPIXEL.PL/ Shutterstock.com
Ouro
55 118 (52% das reservas nacionais).
1 541 250 (80% das reservas nacionais).
484 (15% das reservas nacionais).
Ferro
Kompaniets Taras/ Shutterstock.com
Fabio Colombini
Estanho 254 364 (99% das reservas nacionais).
3 200 574 (15% das reservas nacionais).
• Peça aos alunos que observem as fotografias dos minerais apresentados na tabela desta seção e pergunte se eles os conhecem.
• Comente com os alunos que o ouro, por exemplo, é utilizado na composição das placas internas de computadores e em chips. Outros minerais utilizados na fabricação de computadores são: sulfeto de zinco, estanho, prata, cloro, cobre, silício, alumínio, calcita etc.
A atividade extrativa mineral atraiu brasileiros de várias regiões do país e também muitas empresas japonesas, alemãs e norte-americanas, todas interessadas na exploração dos recursos naturais.
Produto
Orientações gerais
Características
A serra dos Carajás, localizada no sudoeste do estado do Pará, abriga as maiores jazidas de manganês do país. Esse metal é muito utilizado na fabricação de aço. A bauxita é o principal mineral de onde se obtém o alumínio. O alumínio consiste em um metal empregado na fabricação de utensílios de cozinha, peças de avião e na indústria química. No estado do Pará, estão localizadas as mais importantes minas de bauxita do país. As principais áreas de mineração encontram-se em Tapajós e Carajás, no estado do Pará. No entanto, nos estados do Amapá, de Roraima e de Rondônia também existem áreas de extração desse minério. Entre os diversos usos desse metal está a fabricação de joias. A principal fonte de obtenção desse metal é o mineral denominado cassiterita. No Norte, especialmente nos estados de Rondônia e Amazonas, é realizada cerca de 90% da produção nacional desse mineral. O estanho é empregado na produção de variados tipos de ligas metálicas e revestimento anticorrosivo de peças metálicas e é de amplo uso na indústria eletrônica.
• Em seguida, leia com os alunos a descrição desses minerais e estimule-os a identificar a presença desses metais no entorno deles. Faça uma dinâmica de tempestade cerebral com os alunos listando produtos feitos de minerais.
• Garanta que durante essa atividade seja feita uma reflexão que promova a sensibilização dos alunos quanto à importância do consumo desses materiais e da vulnerabilidade ambiental gerada pelo consumo desses produtos em larga escala.
Em Carajás estão localizadas aproximadamente 18 bilhões de toneladas de minério de ferro de alto teor. O ferro faz parte de diversas atividades industriais, como a produção de aço, veículos, ferramentas e máquinas.
Alto teor: categoria do minério que apresenta em sua composição mais de 60% de ferro concentrado. É geralmente utilizado na siderurgia. Liga metálica: material formado pela união de dois ou mais minerais, desde que pelo menos um deles seja metal.
Fonte: DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Disponível em: <www.dnpm.gov.br/relatorios/ amb/Completo_2010.pdf>. Acesso em: 2 out. 2018.
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Orientações gerais
O garimpo
• O documentário Serra
O garimpo consiste em uma prática artesanal, baseada em técnicas rudimentares de extração de minérios de elevado valor comercial, como ouro, diamante, esmeralda e cassiterita.
Pelada, a lenda da montanha de ouro conta a história e as lendas que existiram sobre a Serra Pelada, considerado um dos maiores garimpos a céu aberto do mundo. Na década de 1980, cerca de 100 mil pessoas se deslocaram até a região, extraindo 30 toneladas de ouro. O documentário aborda os impactos ambientais, as dificuldades das condições de trabalho e os interesses políticos em manter o garimpo funcionando. É possível encontrar esse documentário na internet. Esse momento permite um trabalho com os temas contemporâneos Educação ambiental e Trabalho.
Veja no mapa abaixo as principais áreas de garimpo no Norte do país.
E. Cavalcante
Região Norte: áreas de garimpo
OCEANO ATLÂNTICO
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Garimpo de ouro, diamante e gemas
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AC TO RO MT
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• Em seguida, promova
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Juca Martins/Pulsar Imagens
uma roda de conversa com os alunos sobre os impactos gerados pela extração de ouro em Serra Pelada. Aproveite a oportunidade para estimular os alunos a propor soluções para os problemas apresentados, desenvolvendo, assim, a competência específica de Geografia.
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0º
270 km
60º O
GO
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 35.
A garimpagem gera uma série de problemas ambientais. Entre eles, podemos citar: • o desmatamento do terreno para a instalação do garimpo e remoção do solo. Além da retirada da vegetação, muitos materiais extraídos dessas áreas são despejados nos rios, causando seu assoreamento e colocando em risco o equilíbrio da vida existente em seu interior; • a poluição do solo e da água dos rios pelo óleo diesel utilizado como combustível nos maquinários do garimpo; • a contaminação da água dos rios e dos peixes pelo mercúrio usado na garimpagem do ouro. Nesses garimpos, o mercúrio é usado para auxiliar a separação entre a argila e o metal precioso. Uma das maiores áreas de garimpagem a céu aberto do mundo foi o garimpo de Serra Pelada, no estado do Pará. Nele, estima-se que, no final do ano de 1981, cerca de 10 toneladas de ouro já haviam sido extraídas. A garimpagem em Serra Pelada atraiu milhares de pessoas. A fotografia mostra o garimpo em Curionópolis (PA),1986.
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Capítulo 8
Agropecuária da região Norte A agropecuária vem aumentando significativamente sua participação na economia da região, em razão, principalmente, da expansão de lavouras monocultoras de soja e da pecuária extensiva. A agricultura conta com várias culturas alimentares, como arroz, milho, feijão e mandioca, voltadas, basicamente, para o abastecimento do mercado interno. Além das culturas alimentares, a região Norte produz culturas tradicionais, como pimenta-do-reino e juta, inseridas por imigrantes japoneses na região por volta de 1933. Nas últimas décadas, as lavouras monocultoras de soja vêm ganhando destaque na região Norte. Os estados que mais se destacam na produção deste grão são Rondônia e Tocantins. Veja a tabela abaixo. Produção de soja na região Norte – 1995-2017 Área colhida (em hectares) 1995
2006
24 617
508 238
Produção (em toneladas)
2017
1995
2006
2017
1 665 966
47 271
1 262 418
5 061 570
Juta: fibra extraída da planta do gênero Corchorus que serve como matéria-prima para a indústria têxtil.
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1612#resultado>. Acesso em: 13 set. 2018.
Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
Grande parte dos agricultores que atualmente cultivam soja na região Norte são migrantes vindos do Sul e do Sudeste do país. Segundo pesquisas realizadas pelo IBGE, em 2015, cerca de 43% de sua população de Rondônia são migrantes de outros estados brasileiros.
Orientações gerais
• No texto abaixo, o autor questiona os pontos de vista sobre a participação da soja no desmatamento da Amazônia. Muita gente af irma que a soja está ajudando a destruir a Floresta Amazônica, mas na realidade os plantadores de soja costumam ocupar áreas que já haviam sido desmatadas antes para dar lugar a pastagens. O problema é que os criadores de gado, chamados de pecuaristas, precisam de novas áreas de pastagens para alimentar os bois com capim, e acabam desmatando para obtê-las. Indiretamente, portanto, a soja contribui para destruir a floresta. As lavouras de soja começam a ser implantadas justamente em áreas de floresta derrubada há mais tempo por fazendeiros de gado, os pecuaristas, e não em matas devastadas recentemente. Os sojicultores têm, portanto, alguma razão quando dizem que a sua lavoura não provoca destruição ambiental na Amazônia. Pelo menos não diretamente . Mas acontece que, ao vender a sua terra valoriza para plantadores de soja, os pecuaristas (criadores de gado) acumulam capital (dinheiro) para abrir novas áreas de mata e transformá-las em pastagens. Indiretamente, a soja pode estar estimulando mais desmatamento, sim. [...] LEITE, Marcelo. Amazônia: terra com futuro. São Paulo: Ática, 2005. p. 40-41.
A expansão das lavouras desse grão nos últimos anos vem contribuindo para intensificar o desmatamento da vegetação natural. Na fotografia, podemos observar uma plantação de soja na floresta Amazônica desmatada, no município de Belterra (PA), 2017.
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Orientações gerais
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• Peça aos alunos que identifiquem as características
da paisagem apresentada na fotografia que contrastam entre si. Verifique se eles identificam que, ao fundo, em segundo plano, existe uma formação florestal com diversas espécies e que, em primeiro plano, retrata uma plantação monocultora.
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• Faça a interpretação do quadro desta página com os
alunos, destacando o crescimento da atividade e das áreas de plantio na região Norte. • Questione os alunos sobre os impactos dessa atividade produtiva e avalie se eles identificam a derrubada da floresta para implementação dos latifúndios e também a poluição dos solos por agrotóxicos.
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Orientações gerais
A pecuária bovina desenvolvida na região Norte ganhou força a partir da década de 1970, quando os projetos agropecuários promovidos pelo governo incentivaram a expansão dessa atividade na região. Pesquisas indicam que nos últimos quinze anos a pecuária bovina apresentou um significativo crescimento, veja o gráfico.
• Explique para os alu-
nos que o crescimento da agropecuária está ligado ao fluxo migratório de população do Sul e Sudeste, que já trabalhavam com essa atividade e viram a oportunidade de adquirir grandes extensões de terras na região Norte por preços menores.
Número de cabeças de bovinos (em milhões) 35
• Instrua os alunos sobre
como eles devem interpretar o gráfico desta página. Comente com eles que os dados referentes aos valores do eixo esquerdo correspondem à quantidade de cabeças de bovinos representada pelas barras de cor laranja; e que os dados do eixo direito do gráfico, correspondem a áreas de pastagens em milhares de hectares, pelos pontos e linha verdes. aos alunos que verifiquem no gráfico o crescimento das áreas de pastagem e a quantidade de cabeças de bovinos, comparando os anos 1970 e 2006. Solicite que anotem esses dados no caderno.
30
30
25
25
20
20
15
15
10
10
5
5
0
0 1970
1975
1980
Áreas de pastagens
2006
Anos
Essa atividade vem sendo responsabilizada pelas maiores áreas de desmatamento da região. Isso porque a expansão da pecuária de forma extensiva exige a ampliação de pastagens para alimentar o gado, as quais são obtidas à custa de áreas de floresta derrubada. Na fotografia, vemos gado bovino pastando em uma área desmatada da Floresta Amazônica, no município de Ourilândia do Norte (PA), 2017.
Hans von Manteuffel/Pulsar Imagens
Trazida para o Amapá na década de 1950 como alternativa ao bovino, a criação de búfalos rapidamente se expandiu e hoje ocupa 85% do rebanho de gado estadual [...]. Para a Faeap ainda existe “preconceito” e “restrição” errôneas de parte dos consumidores quanto à qualidade da carne bubalina [...]. Os elevados teores de gordura e sólidos totais no leite de búfala aumentam o rendimento na fabricação dos derivados em relação ao leite de vaca, diz a federação. A
1995
Atualmente a pecuária desenvolvida na região é realizada basicamente de maneira extensiva e destina-se, principalmente, ao corte.
• Com base na leitura do texto a seguir, converse com os alunos sobre a produção de derivados do rebanho bovino e sua importância para a economia da região Norte.
1985
Número de cabeças de bovinos
Ricardo Teles/Pulsar Imagens
• Peça
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.com.br>. Acesso em: 18 set. 2018.
Áreas de pastagens (em milhões de hectares) 35
E. Cavalcante
Região Norte: crescimento da pecuária bovina – 1970-2006
Além dos bovinos, o rebanho de búfalos é bem expressivo na região Norte, sendo atualmente o maior rebanho do país. Inseridos na região no início do século XIX, esses animais ocupam principalmente as porções de terras alagáveis da ilha de Marajó.
A fotografia mostra búfalos na ilha de Marajó (PA), 2015.
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carne desses animais também é apreciada, pois contém g20_ftd_lt_7vsg_c8_p232a243.indd 242 menores índices de gordura, colesterol, calorias e mais proteína e minerais que a dos bovinos. [...]
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PACHECO, John. Com o 2º maior rebanho do país, búfalos ocupam 85% da criação de gado no Amapá. G1, 4 nov. 2017. Disponível em: <https://g1.globo. com/ap/amapa/noticia/com-o-2-maior-rebanho-do-pais-bufalos-ocupam85-da-criacao-de-gado-no-amapa.ghtml>. Acesso em: 6 out. 2018.
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Capítulo 8
A atividade industrial da região Norte A atividade industrial da região Norte, sobretudo, de indústrias de transformação, como as de eletrodomésticos e equipamentos de comunicação, concentra-se no estado do Pará e, principalmente, no estado do Amazonas, em razão do grande polo industrial ali existente, denominado Zona Franca de Manaus. Juntos, esses dois estados concentram aproximadamente 58% das atividades industriais da região.
Zona Franca de Manaus Um dos projetos desenvolvidos pelo governo federal dentro do programa de integração da região Norte ao restante do país foi a criação, no ano de 1967, da Zona Franca de Manaus (ZFM). Esse projeto consistia em instalar no município de Manaus uma área voltada para a atividade industrial que promovesse o desenvolvimento econômico e social da região. No início, o princípio básico da atividade industrial da Zona Franca foi a fabricação de produtos por meio da montagem, utilizando peças importadas. No entanto, atualmente algumas empresas da ZFM já fabricam parte das peças necessárias para a produção. Essas empresas montam seus próprios produtos e depois os comercializam, tanto no mercado interno quanto no externo.
Após a instalação da ZFM na região Norte, o município de Manaus apresentou um crescimento considerável em seu PIB, tendo hoje o sexto maior PIB nacional. Veja o gráfico ao lado.
A produção da Zona Franca de Manaus é responsável por uma série de aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos comercializados em todo o Brasil, e bastante comuns em nosso dia a dia. Boa parte desses produtos também é comercializada em outros países.
500 400
320
300 200 100 0
87
83
67
Manaus Curitiba
• Esse conteúdo permite desenvolver as habilidades EF07GE06 e EF07GE08.
• Antes de iniciar o assunto, solicite aos alunos que verifiquem a procedência de alguns aparelhos eletrônicos existentes em sua casa, como televisão, aparelho de DVD e rádio. Peça que anotem, caso encontrem algum produto procedente da Zona Franca de Manaus. Em sala, confira as anotações e, caso haja algum produto dessa região, aproveite para iniciar o desenvolvimento do tema. • Inicie uma conversa com os alunos sobre a importância do desenvolvimento industrial como fonte de renda para a população e para o incremento do PIB, que é revertido em serviços públicos e infraestrutura para a região.
• Retome o conteúdo do
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Belo Brasília Rio de São Horizonte Janeiro Paulo Municípios
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Pib_Municipios/2015/xls/>. Acesso em: 11 set. 2018.
Televisão de tela plana.
Smartphone.
Aparelho de videogame.
Keithy Mostachi
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Barone Firenze/ Shutterstock.com
Produtos da Zona Franca de Manaus
Ze Sh ynep utt ers Dem toc ir/ k.c om
PIB (em milhões - R$) 700
Hywit Dimyadi/ Shutterstock.com
Inicialmente esses incentivos fiscais durariam um período de trinta anos, porém uma emenda constitucional, em 2014, prorrogou o período de vigência dos incentivos até 2073.
Maiores PIBs municipais nacionais – 2015
horiyan/ Shutterstock.com
Um fator que contribuiu para a atração de indústrias à ZFM foram os incentivos fiscais fornecidos pelo governo federal. Esses incentivos consistiam basicamente na isenção de taxas alfandegárias às peças importadas que fossem necessárias à montagem dos produtos.
Orientações gerais
Bicicleta.
capitulo 4 com os alunos. Peça que recordem os investimentos e incentivos fiscais que ocorreram na região Sudeste desde o século XIX proporcionando o desenvolvimento da indústria e da economia.
• Peça aos alunos que analisem o gráfico comparando o PIB de Manaus com o das outras capitais. Destaque para os alunos que, mesmo esse valor representando apenas 10% do PIB de São Paulo, ainda é um valor alto em comparação com outros municípios do país.
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As atividades econômicas e as ameaças ambientais na Floresta Amazônica
Orientações gerais
• Verifique se os alunos
perceberam que muitas atividades econômicas praticadas na Floresta Amazônica oferecem riscos à preservação ambiental. Comente com eles que essas atividades são mais intensas na área que forma o arco do desmatamento. É importante que os alunos construam argumentos, com base nos conhecimentos geográficos, que defendam e promovam a consciência socioambiental, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 6.
Mesmo sendo a maior floresta do planeta e o domínio natural mais preservado do Brasil, a Amazônia está muito distante de sobreviver livre de ameaças que comprometam seu futuro, assim como o dos povos que nela habitam. Considerada o maior reservatório de biodiversidade do mundo, suas riquezas naturais — existentes na mata e em seu subsolo — têm despertado muito interesse, não somente no Brasil, mas no mundo todo. Foi somente a partir do século XX, com os avanços das atividades econômicas na região Norte, que a exploração das riquezas naturais passou a ameaçar o futuro da floresta a médio e longo prazo.
O arco do desmatamento A Amazônia atualmente está sujeita a uma série de ameaças ambientais. Essa destruição já chegou a boa parte do interior dos estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará. Trata-se do chamado arco do desmatamento. Veja o mapa abaixo.
• Comente
que, em algumas áreas da Floresta Amazônica, são realizadas atividades de extração com uso de manejo florestal. Explique que o manejo é o planejamento da atividade de extração e pode ser feito com diversos produtos, como a madeira. Com o manejo, a extração dos produtos é feita por ciclos, assegurando a recuperação, manutenção e o desenvolvimento da floresta.
O arco do desmatamento avança em direção ao centro da Floresta Amazônica. A devastação provocada por sua expansão ocorre, em geral, da seguinte maneira:
• primeiramente, ocorre a derrubada das árvores pelas madeireiras; • em seguida, as áreas devastadas são ocupadas pela atividade pecuária, que, por sua vez, esgota o solo ao transformar os terrenos em pastos para o gado;
• por fim, as áreas desocupadas pela pecuária são utilizadas para o plantio de lavouras monocultoras de soja.
Arco do desmatamento na Amazônia N
S
0°
• Para enriquecer seus conhecimentos, sugerimos que visite o site a seguir para mais informações sobre o manejo florestal praticado em algumas áreas da Floresta Amazônica.
Boa Vista RR
Equador
AP Macapá Belém São Luís
Manaus PA
AM
AC
MA
Porto Velho RO
to
Rio Branco
> Manejo Florestal Em-
Arco do
a des m
ta m
en
TO Palmas
PI
BA
MT Cuiabá E. Cavalcante
presarial Na Amazônia Brasileira: restrições e oportunidades (Relatório Síntese). IMAZON. Disponível em: <http://livro. pro/fiq33c>. Acesso em: 6 out. 2018.
Floresta Cerrado Interferência humana Capital estadual
OCEANO ATLÂNTICO
L
O
GO OCEANO PACÍFICO
60° O
MS
DF
MG 0
350 km
Fonte: SIMIELLI, Maria E. Ramos. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 121-123.
Tainá – Uma aventura na Amazônia Direção de Tânia Lamarca; Sérgio Bloch. Brasil: Tietê Produções Cinematográficas Ltda., 2000. (101 min.). Tainá é uma indiazinha órfã que vive com seu avô na Floresta Amazônica. Ela, junto com Joninho, seu amigo da cidade, protegem o macaquinho Catu e a natureza da selva Amazônica da biopirataria. Assista, também, Tainá ‒ a origem e Tainá 2 ‒ a aventura continua.
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• O projeto integrador 4, disponível no material digital,
propõe a realização de um telejornal que aborda os problemas ambientais na região Norte. Essa atividade poderá ser feita em conjunto com os professores dos compo-
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nentes curriculares de Arte e Língua Portuguesa. Além de abordar o tema contemporâneo Educação ambiental, também auxilia no desenvolvimento das habilidades EF07GE06, EF07GE11 e EF07GE12.
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Capítulo 8
Ainda que recentemente as imagens de satélites tenham significado um importante avanço no monitoramento ambiental da Amazônia, esse recurso ainda é insuficiente e possui uma série de dificuldades, relacionadas especialmente ao controle da retirada da madeira, considerada o início da degradação florestal. Além das atividades já mencionadas, o desmatamento na Amazônia é agravado por outras que, ainda que em menor proporção, também causam sérios prejuízos à natureza da região Norte. Destacam-se a caça e a pesca predatórias, o narcotráfico com suas plantações proibidas, o tráfico de plantas e animais silvestres – denominado biopirataria – o garimpo e, principalmente, as grandes obras, como usinas hidrelétricas, hidrovias, gasodutos, grandes minerações industriais e novos eixos rodoviários.
A partir da década de 1960, a abertura de estradas conectando a região Norte a diferentes áreas do país contribuiu para a vinda de migrantes para a região. No entanto, a abertura de estradas começou a ser realizada sem a devida preocupação quanto aos impactos sociais e ambientais. Embora as estradas em si não derrubem muito mais do que o corredor estreito pelo qual elas passam, seu impacto é muito mais profundo, uma vez que facilitam o acesso das atividades econômicas à região e interferem fortemente nos mananciais. A falta de controle e fiscalização por parte do governo federal possibilitou a execução de projetos que então proliferavam nas imediações das vias de acesso. Essas frentes de expansão, quando vistas do alto, apresentam forma similar a uma “espinha de peixe”.
NASA
No início, a cobertura vegetal era retirada ao longo da rodovia. Imagem de satélite obtida em 2001.
Digital Globe/Google Earth
NASA
Veja as imagens a seguir. Elas retratam a evolução do desmatamento de uma área da Floresta Amazônica no estado de Rondônia, entre os municípios de Buritis e Nova Mamoré, no período de 2001 a 2018.
C
• Aproveite a oportunidade e comente com os alunos sobre a importância da utilização dos recursos tecnológicos para identificação de área de desmatamento, possibilitando uma melhor fiscalização. Relacione esse conteúdo com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia. • Incentive a valorização das imagens de satélite como importante ferramenta de trabalho e estudo. Comente que os resultados obtidos por meio dessa tecnologia permitiram a formulação de políticas e leis para o controle do desmatamento da região amazônica. Sem esse controle, provavelmente o desmatamento dessa região estaria ainda mais preocupante. Explique que as imagens de satélite podem auxiliar no monitoramento de qualquer área da superfície terrestre.
Os eixos rodoviários e a exploração na forma de “espinha de peixe”
A
Orientações gerais
Observadas do alto, as rodovias e as áreas desmatadas apresentam forma similar a uma “espinha de peixe”. Imagem de satélite obtida em 2018.
B Na sequência, eram abertas frentes de desmatamento em diferentes pontos ao longo das rodovias, em ambos os lados, nas quais foram introduzidas empresas com atividades agropecuárias. Imagem de satélite obtida em 2005.
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Sugestão de atividade
Geografia
Produção de jornal
em foco
Objetivos
• Promover a socializa-
A expansão das atividades econômicas na região Norte do país procurou explorar ao máximo os inúmeros recursos naturais disponíveis.
ção entre os alunos.
• Promover
Uma economia sustentável para a região Norte
o trabalho
em equipe.
Atualmente é imprescindível desenvolver modelos de atividades econômicas sustentáveis para a região, ou seja, atividades que supram as necessidades atuais sem causar danos irreversíveis ao meio ambiente. Mas isso somente será possível se houver uma união entre diretrizes políticas ambientais eficientes e modelos de exploração econômica voltados para atender às necessidades das gerações atuais e futuras.
• Aprofundar os conhecimentos sobre alguns dos principais problemas ambientais da Amazônia. Materiais
João Wainer/Folhapress
• Imagens
de revistas, jornais ou internet
• Folhas de papel sulfite • Tubo de cola • Lápis • Caneta colorida
O geógrafo e professor brasileiro Aziz Nacib Ab’Sáber dedicou-se durante muitos anos ao estudo de várias paisagens naturais do país. Nesse trabalho ele sempre se preocupou em destacar os problemas ambientais presentes em várias porções do território brasileiro. A Floresta Amazônica foi uma das regiões estudadas pelo cientista, que propôs algumas atitudes necessárias para a criação de uma economia sustentável na região Norte do país. Veja na página seguinte algumas delas.
Procedimentos
• Oriente os alunos a pes-
quisar em jornais, revistas e na internet, reportagens ilustradas sobre problemas ambientais da Floresta Amazônica.
O geógrafo Aziz Ab’Sáber (1924-2012) participando de um debate na cidade de São Paulo, no ano de 1999.
• Solicite a cada aluno que
selecione uma reportagem e, depois de lê-la, recorte a respectiva imagem.
• Na sala de aula, divida os alunos em grupos.
• Explique que cada alu-
no será responsável pela produção de uma página do jornal. Cada um deverá colar em uma folha de sulfite a figura da reportagem selecionada e, em seguida, elaborar sua manchete e o resumo da reportagem.
• Após cada aluno fina-
lizar sua página, reúna as folhas do grupo, montando o jornal. Caso considere interessante, solicite aos membros do grupo que produzam uma capa para o jornal, criando um nome para ele.
• Quando os jornais es-
tiverem finalizados, faça uma apresentação reunindo todos os trabalhos. Incentive os alunos a ler os jornais produzidos pelos colegas.
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Capítulo 8
Para Ab’Sáber é importante realizar [...] • Um esforço concentrado na recuperação e utilização agrária produtiva dos espaços devastados durante a indiscriminada e selvagem abertura de agropecuárias amazônicas (feitas por criminosas devastações, por meio de correntões, machados, motosserras e queimadas). [...] • A consolidação do modelo das reservas extrativistas, para dinamizar a economia das populações tradicionais [...] • A proibição do uso de produtos químicos e agrotóxicos prejudiciais às águas dos igarapés, a fim de evitar o envenenamento da água e do peixe, que é o alimento principal e a razão básica da sobrevivência das populações tradicionais amazônicas. • A proibição de qualquer privatização de igarapés — considerados como “estradas vicinais” das populações beiradeiras. [...] • O estabelecimento de uma política indigenista esclarecida e não preconceituosa para garantir: 1. a integridade física e comunitária das populações indígenas em seu ambiente tradicional de vivência ecológica; [...] 2. a territorialidade das reservas indígenas como espaço de sobrevivência de grupos étnicos de raízes pré-históricas. [...] • Um esforço concentrado para a implantação de modelos de desenvolvimento — em diversas escalas espaciais. [...] • Recomendar uma política vigorosa de eliminação de latifúndios, por meio de todos os estatutos legais possíveis. [...]
Orientações gerais
• Defina alguns termos que aparecem nesta página para melhor compreensão por parte dos alunos. > Correntões: técnica de
desmatamento que realiza uma retirada rápida da vegetação nativa por meio da utilização de correntes presas a tratores. > Agrotóxico: produtos
químicos utilizados na prevenção ou no extermínio de pragas e doenças das culturas agrícolas que podem acarretar em doenças para os trabalhadores e para os consumidores. > Privatização: venda de
uma área pública para uso empresarial que restringe seu acesso e uso. > Política indigenista:
políticas de proteção aos povos indígenas.
• Organize uma roda de conversa com os alunos sobre as propostas do geógrafo e ambientalista Aziz Ab’Saber e avalie a compreensão deles sobre a necessidade de proteger o ecossistema amazônico para garantir o bem-estar das populações tradicionais.
AB’SÁBER, Aziz Nacib. A Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: Edusp, 1996. p. 185-189.
A valorização da cultura das populações indígenas é um dos aspectos mais importantes para se desenvolver uma economia sustentável na região Norte. Na fotografia, indígenas da etnia Kayapó realizando uma dança tradicional em São Félix do Xingu (PA), 2016.
• Para mais informações sobre os processos sociais, políticos e econômicos e as pluralidades da região Norte, sugerimos a leitura do livro a seguir. > GONÇALVES, Carlos Renato Soares/ Pulsar Imagens
Walter Porto. Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto, 2005.
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Orientações gerais
• Para
trabalhar o tema A regionalização do folclore brasileiro, auxilie os alunos a fazer a pesquisa sugerida. Recomende a eles que pesquisem em livros, revistas e na internet.
Investigando na prática
A regionalização do folclore brasileiro
A palavra folclore tem origem no inglês “folklore”. Essa palavra é formada pela junção de folk (povo) e lore (sabedoria ou conhecimento). Desta maneira, podemos dizer que o folclore significa sabedoria e cultura popular e que são importantes para a identidade do povo de um país.
• Pergunte para os alu-
nos se eles possuem em casa algum livro com histórias do folclore brasileiro e peça que tragam a escola a fim de compartilharem com os amigos. Organize uma roda de leitura e estimule os alunos a usar sua imaginação contando com suas palavras as histórias que já conhecem.
Faz parte do folclore, por exemplo, festas populares, lendas, mitos, músicas, danças e cantigas de roda. Para não se perder a tradição folclórica, a população realiza manifestações culturais que, muitas vezes, são transmitidas através das gerações. O Brasil é um país rico culturalmente, apresentando inúmeras lendas. Vamos investigar a história de algumas delas. O mapa a seguir apresenta algumas lendas típicas de cada região brasileira.
• Veja abaixo o resumo de algumas lendas representadas no mapa.
> A vitória-régia
Flaper
Diz a lenda que uma jovem índia, obstinada em ser levada pela Lua para tornar-se uma estrela, ao ver a luz do luar refletida nas águas de um lago, mergulhou para alcançá-la e acabou por afogar-se. A Lua, enternecida pelo sacrifício da índia, a transformou em uma estrela única, diferente das demais estrelas do céu, tornando a jovem uma “estrela das águas”. E assim nasceu a vitória-régia, uma planta aquática, típica da Floresta Amazônica, cujas flores só desabrocham durante a noite. > A tristeza do tuiuiú
Diz a lenda que os tuiuiús, aves típicas do Pantanal, também conhecidos como jaburus, eram alimentados todos os dias por um casal de índios. Quando os índios morreram, os tuiuiús continuaram sobrevoando o local onde foram enterrados, olhando para o chão e aguardando que eles os alimentassem. Com o passar do tempo, como os índios não podiam
Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94. SALERMO, Silvana. Viagem pelo Brasil em 52 histórias. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2006.
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g20_ftd_lt_7vsg_c8_p244a256.indd 248 mais os alimentar, os tuiuiús entristeceram e, por esse motivo, parecem voar sempre tristes olhando para o solo. > A gralha-azul Diz a lenda que uma gralha negra, ao ver as árvores sendo cortadas por homens, voou para o céu. Lá ouviu a voz de
Deus, pedindo que retornasse e semeasse as sementes10/24/18 dos pinheiros, pois, em troca, teria suas penas revestidas de azul-celeste. E foi assim que a gralha-azul se tornou a principal responsável pela manutenção das matas de pinheiro de Araucária, típicas da região Sul.
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Capítulo 8
O que você vai precisar
• Lenda do folclore
• fita adesiva
• palitos de madeira;
• cartolinas brancas;
brasileiro;
transparente;
• lápis; • lápis de cor; • borracha.
Como fazer A Organizados em grupos, escolham uma
das lendas do folclore brasileiro, representadas no mapa da página anterior. Pesquisem informações sobre a história dessa lenda. B Em seguida, cada grupo deve realizar um
Diz a lenda que Chico foi um negro, trazido do Congo como escravo e que, depois de muito trabalho, conseguiu comprar sua alforria, a mina onde foi escravo e a alforria de seus compatriotas, que o consideravam um rei. Chico rei teria vivido em Ouro Preto, Minas Gerais, quando a cidade ainda se chamava Vila Rica. No congado, ele aparece de coroa e cedro, acompanhado de sua rainha e de toda a corte, no dia da festa dos Reis Magos. > A história de Lampião
Ilustrações: Flaper
teatro de fantoches, contando a história da lenda para os demais alunos. Para isso, produzam na cartolina desenhos dos personagens da lenda. Em seguida, recortem os desenhos e fixe-os no palito de madeira.
C Para a montagem do palco do teatro, re-
corte a cartolina no formato de um quadro. Em seguida, desenhem os elementos que formam o ambiente onde acontece a história. D Com os fantoches e o palco prontos,
estabeleçam as falas dos personagens que cada aluno ficará responsável. Depois é só realizar a apresentação da lenda.
Converse sobre suas observações
> Congado: Chico rei
Lampião se tornou uma figura lendária depois que comandou o cangaço no Sertão do Nordeste. Ele e seu bando saqueavam propriedades em busca de tudo que pudesse servir para suprir as necessidades do grupo, principalmente dinheiro e riquezas. O que não era de seu interesse distribuía entre a população pobre da região. Por isso foi amado por alguns e odiado por outros. Após sua morte e decapitação, sua cabeça e a de sua companheira, Maria Bonita, foram embalsamadas e expostas por toda a região Nordeste.
Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.
• Qual lenda seu grupo ficou responsável em apresentar? • Quais os personagens dessa lenda? • Quais elementos existem na paisagem onde acontece essa lenda? • Essa lenda faz parte da cultura de qual região do Brasil? • Entre as apresentações de cada grupo, qual delas mais chamou sua atenção? Justifique sua resposta.
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Resposta
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• Resposta pessoal. Verifique se as respostas elaboradas pelos alunos estão coerentes com a atividade proposta. Estimule a participação de todos.
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Atividades
Orientações gerais
• Acompanhe
• O uso da charge como recurso permite aos alunos que exercitem a habilidade de usar diferentes gêneros textuais e linguagem visual, relacionando-os ao conhecimento geográfico, conforme orienta a competência geral 4 e a competência específica de Ciências Humanas 7. Na atividade 10, certifique-se de que os alunos compreenderam a mensagem transmitida pela imagem.
• Está disponível no material digital uma proposta de acompanhamento da aprendizagem do 4º bimestre. Utilize esse instrumento de avaliação para verificar se os alun o s co m p re e n d e ra m todos os conteúdos dos capítulos 7 e 8.
2. A mineração é importante na região Norte, pois o subsolo dessa região possui importantes jazidas minerais. Entre as áreas de maior exploração destacam-se a serra dos Carajás e o vale do Rio Tapajós. Os principais minerais explorados na região são o manganês, a bauxita, o ouro, o estanho e o ferro.
3. Nessa Exercícios de compreensão região, a agricultura se 1. No caderno, dê três exemplos do extrativismo vegetal desenvolvido na região caracteriza Norte do país. A extração do açaí, do látex e da castanha-do-pará, por exemplo. pelo cultivo de arroz, milho, feijão, 2. Leia a seguinte afirmação: mandioca e lavouras tradicionais “A mineração no Norte do Brasil não é uma atividade muito importante”. como pimenta-do-reino e juta. Por que essa afirmação pode ser considerada errada? Justifique sua resposta no Nas últimas caderno”. décadas as lavouras monocultoras 3. Escreva como se caracteriza a agricultura desenvolvida na região Norte. de soja vêm apresentando 4. Por que podemos afirmar que as atividades econômicas na região Norte são deforte senvolvidas de modo não sustentável? expansão, sobretudo nos 5. De que maneira o desenvolvimento da atividade pecuária tem contribuído para estados de o desmatamento na Amazônia? Rondônia e Tocantins. 4. A expansão 6. Quais problemas ambientais podem ser decorrentes da prática do garimpo? O desmatamento, o assoreamento, a poluição do solo e da água dos rios. da fronteira 7. Com que finalidade foi criada a Zona Franca de Manaus? econômica no A ZFM foi criada com a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e social da região Norte. Norte do país 8. Qual o principal fator que contribuiu para atrair indústrias para a Zona Franca de envolve uma série de Manaus? Os incentivos fiscais fornecidos pelo governo federal, que isentavam de taxas alfandegárias as atividades peças importadas que fossem necessárias à montagem dos produtos. econômicas que procuram 9. Explique o que significa o termo “arco do desmatamento”. O arco do desmatamento corresponde a uma faixa que se estende basicamente pelos estados de Rondônia, explorar ao Mato Grosso e Pará, na qual é intensa a devastação da Floresta Amazônica. máximo os Geografia no contexto inúmeros recursos 10. Observe a charge abaixo. Em seguida responda às questões no caderno. naturais disponíveis, sem 10. a) A charge indica que preocupação com o desmatamento é em destruído o hábitat desenvolver natural dos animais que projetos que vivem na floresta. preservem o meio natural. 5. A expansão da pecuária de forma extensiva exige a ampliação das pastagens para alimentar o gado, as quais ARIONAURO. Desmatamento. são obtidas Arionauro Cartuns, 2018. com a Disponível em: <http://www. derrubada de arionaurocartuns.com.br/ áreas de search/label/desmatamento>. floresta. Arionauro
a realização dos exercícios de compreensão do capítulo e verifique se os alunos têm dúvidas; caso julgar necessário, retome alguns temas do capítulo.
Acesso em: 21 set. 2018.
a ) Qual é a principal mensagem transmitida pela charge acima? b ) É possível afirmar que a charge retrata um dos problemas ambientais presentes na Floresta Amazônica? Por quê?
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Sim. Com o desmatamento de grandes áreas da Floresta Amazônia muitos animais perdem seu hábitat natural, ou seja, os locais em que, de acordo com suas características obtém sua alimentação, encontram abrigo e acabam, inclusive, ameaçados de extinção.
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Capítulo 8
11. Leia o texto a seguir. Em seguida responda às questões no caderno. A riqueza biológica da Floresta Amazônica, embora esteja sendo perdida com o desmatamento, ainda é, na sua maior parte, desconhecida da ciência. São incontáveis os remédios e produtos cosméticos que podem ser produzidos a partir das substâncias presentes nas milhões de espécies de plantas e animais. Os povos indígenas são certamente os maiores conhecedores das potencialidades que a floresta oculta em seu interior, por isso eles têm sido alvo de biopiratas, ou seja, pessoas ou empresas estrangeiras que se apropriam de seus conhecimentos ou então adquirem, por meios ilegais, plantas e animais raros para serem comercializados no exterior. A biopirataria também envolve o roubo de plantas com propriedades medicinais para serem estudadas ilegalmente em outros países. a ) Por que a Floresta Amazônica é alvo da biopirataria?
Porque ela possui uma grande riqueza biológica, ou seja, uma rica biodiversidade.
b ) De acordo com o texto, por que os indígenas estão sendo utilizados para a os biopiratas se apropriam dos conhecimentos prática da biopirataria? Porque que esse povo possui sobre a Floresta Amazônica. c ) Em sua opinião, o que poderia ser feito para combater a biopirataria? Mauro Pimentel/AFP
Resposta pessoal. Verifique se os elementos citados pelos alunos estão corretos.
A fotografia ao lado retrata a apreensão de um filhote de serpente, no município de Seropédica (RJ), 2017. Vítima da biopirataria, ela está sendo tratada no Centro de Recuperação de animais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Refletindo sobre o capítulo Agora que você finalizou o estudo deste capítulo, faça uma autoavaliação de seu aprendizado. Verifique se você compreende as afirmações a seguir.
• As paisagens naturais da região Norte resultam de uma interação entre o clima equatorial, a vasta rede hidrográfica e a floresta, também do tipo equatorial, presente na região.
• Cerca de 38% da população indígena do Brasil vivem em áreas da Floresta Amazônica. • No setor agropecuário se destacam as monoculturas de soja e a pecuária extensiva. • A Zona Franca de Manaus foi criada para incentivar a produção industrial na região. • A partir do final do século XX, com o avanço das atividades econômicas na região Norte,
a exploração das riquezas naturais passou a comprometer o futuro da Floresta Amazônica, assim como dos povos que nela habitam.
• Atualmente é imprescindível desenvolver modelos de atividades econômicas sustentáveis para a região Norte do país.
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Refletindo sobre o capítulo • Esse é um momento para avaliar com os alunos se eles compreenderam os conteúdos deste capítulo. A autoavaliação pode auxiliá-los a investigar se estão com alguma dúvida e, caso necessário, utilize as afirmações apresentadas nesta página para criar um jogo de perguntas e respostas como forma de retomar o que estudaram.
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Orientações gerais
• Para aprofundar seus conhecimentos sobre o que é a biopirataria, sugerimos a leitura a seguir. É a coleta de material biológico para a exploração industrial de seus componentes genéticos ou moleculares, em desacordo com normas vigentes. A biopirataria pode ser ilegal quando uma lei a proíbe, ou simplesmente imoral quando não há norma formal que a controle. [...] São muitas as maneiras que temos observado de biopirataria. Em algumas situações o pesquisador/ coletor se torna íntimo de uma comunidade tradicional, ganha sua confiança e obtém informações de conhecimentos preciosos sobre uso da fauna e da flora para fins diversos, especialmente medicinal. A maioria dos casos de que se tem notícia se refere a roubos de recursos materiais associados às informações culturais (os “conhecimentos associados” aos recursos genéticos). [...] Há ainda pesquisadores brasileiros ingênuos que oferecem suas coleções de plantas, insetos, fungos, etc., a instituições científicas do exterior, de onde acabam sendo entregues a empresas que as usam para patentear – e monopolizar – remédios ou outros produtos comerciais. [...] HATHAWAY, David. A biopirataria no Brasil. In: BENSUSAN, Nurit (Org.). Seria melhor mandar ladrilhar?: Biodiversidade – como, para que e por quê. 2. ed. São Paulo: Peirópolis; Brasília, DF: Universidade de Brasília, 2008. p. 181-183.
• Na atividade 11, os alunos podem citar que a implementação de leis específicas para o uso dos recursos naturais ajudaria no combate à biopirataria, protegendo a biodiversidade do Brasil. Comente que, além da riqueza biológica, boa parte dos animais e plantas não são encontrados em outras regiões do planeta.
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Mapas
Brasil: político GUIANA
VENEZUELA COLÔMBIA
Guiana Francesa (FRANÇA)
SURINAME
Boa Vista
Amapá (AP)
Roraima
Macapá
(RR)
Equador
Belém
0°
São Luís Manaus
Fortaleza
Amazonas
Maranhão
Pará
(AM)
(MA)
Piauí
Acre
(PI)
(AC)
Porto Velho Rio Branco
PERU
Goiânia
(MG)
Belo Horizonte
Mato Grosso do Sul São Paulo (SP)
(MS)
Paraná
(SC)
Espírito Santo (ES) Vitória
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ) São Paulo
Curitiba
Santa Catarina ARGENTINA
Salvador
Minas Gerais
(GO)
(PR)
OCEANO ATLÂNTICO
Trópico de C
apricór nio
Florianópolis
Rio Grande do Sul Porto Alegre (RS)
L S
290 km
Limite internacional
URUGUAI
Limite estadual 50° O
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 90.
Capital federal
E. Cavalcante
N
0
(BA)
Brasília
Goiás Campo Grande
CHILE
Natal
(PB) Pessoa Pernambuco (PE) Recife
(DF)
Cuiabá
PARAGUAI
(RN)
Bahia
Distrito Federal
BOLÍVIA
OCEANO PACÍFICO
Rio Grande do Norte
(SE) Aracaju
(TO)
(MT)
(CE)
Paraíba João
Tocantins Mato Grosso
Ceará
Alagoas (AL) Maceió Sergipe
Palmas
Rondônia (RO)
O
Teresina
(PA)
Capital estadual
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Brasil: altitudes do relevo N L
O S
Altitudes em metros
0
E. Cavalcante
Acima de 1 200 800 a 1 200 500 a 800 200 a 500 0 a 200
290 km
Fonte: IBGE. Atlas geogrรกfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 88-90.
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10/26/18 10:25 AM
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E. Cavalcante
0
Ilha de S. Martin (FRA e HOL) ANTÍGUA E BARBUDA Ilha de Guadalupe (FRA) SÃO CRISTÓVÃO DOMINICA E NÉVIS Mar do Ilha de Martinica Ilha de Caribe (FRA) Montserrat SANTA LÚCIA (RUN) Antilhas Holandesas BARBADOS (HOL) SÃO VICENTE E GRANADINAS GRANADA
Ilhas Virgens (EUA)
Ilhas Turks e Caicos (RUN) Anguilla (RUN)
Polinésia Francesa (FRA)
Trópico de Capricórnio
SAMOA TONGA
KIRIBATI
Equador
OCEANO PACÍFICO
Havaí /Sandwich (EUA)
Trópico de Câncer
Golfo do Alasca
Alasca (ESTADOS UNIDOS)
Círculo Polar Ártico
OCEANO ATLÂNTICO
Mar do Labrador
MARROCOS
ISLÂNDIA
PARAGUAI
A N TÁ R T I D A
Mar De Weddell
Is. Falkland/Malvinas (RUN)
ARGENTINA URUGUAI
CHILE
Círculo Polar Antártico
MÉXICO
0
CHINA
MO N G Ó LIA
790
1 580 km
O S
N L
TAIWAN I. Formosa
Mar do
COREIA Japão DO NORTE COREIA JAPÃO DO SUL
ANDORRA LUXEMBURGO REPÚBLICA TCHECA ESLOVÁQUIA ESLOVÊNIA CROÁCIA BÓSNIA-HERZEGÓVINA SÉRVIA MONTENEGRO MACEDÔNIA ALBÂNIA MOLDÁVIA ARMÊNIA AZERBAIJÃO CATAR EMIRADOS ÁRABES UNIDOS 17 - LIECHSTENSTEIN
12345678910 11 12 13 14 15 16 -
Mar de Bering
CINGAPURA
SRI LANKA
DINAMARCA
ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA POLÔNIA BELARUS
SUÉCIA FINLÂNDIA
I. Tasmânia
AUSTRÁLIA
PORTUGAL
0
470 km
GRÉCIA
TURQUIA
HOLANDA BÉLGICA ALEMANHA 3 2 UCRÂNIA 4 FRANÇA 17 ÁUSTRIA 12 HUNGRIA SUÍÇA 5 6 ROMÊNIA 7 8 1 9 BULGÁRIA ESPANHA ITÁLIA 11 10
IRLANDA
REINO UNIDO
NORUEGA
PALAU
TIMOR LESTE
I N D O N É S I A
M A L Á S I A
BRUNEI
NOVA ZELÂNDIA
Mar da Tasmânia
FIJI VANUATU
TUVALU
Ilhas Salomão
PAPUA-NOVA GUINÉ
NAURU
0°
MICRONÉSIA
PACÍFICO
Ilhas Marianas Golfo de TAILÂNDIA VIETNÃ do Norte (EUA) Bengala CAMBOJA FILIPINAS Mar das Guam (EUA) Ilhas Marshall Filipinas OCEANO
OCEANO ÍNDICO
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 154.
0°
SUAZILÂNDIA LESOTO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
ÁFRICA DO SUL
NAMÍBIA MOÇAMBIQUE BOTSUANA
MALDIVAS
Arábia
QUIRGUISTÃO TURCOMENISTÃOTADJIQUISTÃO
Mar de Okhotsk
Mar da Sibéria Oriental
AFEGANISTÃO IRÃ LÍBANO IRAQUE ISRAELJORDÂNIA KUWAIT BUTÃO Golfo PAQUISTÃO NEPAL BAREIN Pérsico EGITO ARÁBIA 15 16 BANGLADESH SAUDITA MIANMAR Mar ÍNDIA OMÃ Mar da LAOS Vermelho
Mar Mediterrâneo CHIPRE SÍRIA
TUNÍSIA ARGÉLIA
13 14
C A Z A Q U ISTÃ O
RÚSSIA
Mar Mar de Cáspio Aral Mar Negro GEÓRGIA UZBEQUISTÃO
Mar de Barents
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Mar do Norte
Mar da Groenlândia
Saara LÍBIA BAHAMAS Ocidental (ESPANHA/MARROCOS) CUBA REPÚBLICA DOMINICANA MAURITÂNIA JAMAICA HAITI MALI CABO VERDE Porto Rico BELIZE NÍGER (ESTADOS UNIDOS) CHADE ERITREIA IÊMEN SENEGAL GUATEMALA HONDURAS Mar do GÂMBIA BURKINA SUDÃO EL SALVADOR NICARÁGUA Caribe TRINIDAD FASSO NIGÉRIA DJIBUTI GUINÉE TOBAGO COSTA RICA -BISSAU GUINÉ BENIN ETIÓPIA VENEZUELA GANA PANAMÁ REP. CENTROSERRA LEOA -AFRICANA SUDÃO GUIANA SURINAME LIBÉRIA SUL DO TOGO Guiana Francesa (FRANÇA) CAMARÕES COLÔMBIA SOMÁLIA REP. UGANDA GUINÉ COSTA DEMOCRÁTICA DO EQUATORIAL GABÃO DO CONGO QUÊNIA MARFIM EQUADOR CONGO RUANDA Cabinda BURUNDITANZÂNIA (ANGOLA) SEICHELES BRASIL PERU MALAUÍ ANGOLA COMORES ZÂMBIA BOLÍVIA MADAGASCAR ZIMBÁBUE
Golfo do México
E STA DO S U NI D OS
CA N AD Á
Baía de Hudson
Baía de Baffin
Groenlândia (DINAMARCA)
Planisfério político
Meridiano de Greenwich
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