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CARTAS NA MESA

Tricô e hot pant Alice Capella, anéis Vivara

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omingo de sol e céu azul, num daqueles típicos dias de outono em São Paulo. Uma equipe de mais de 20 pessoas espera ansiosa a chegada da nossa capa do mês. Não é à toa. Aos 38 anos, 30 deles dedicados à carreira de atriz, Deborah Secco está mais linda do que nunca. Surge na Casa Glamurama sem estrelismos e pontualíssima. Dá oi para todo mundo, abre um sorrisão ao ver o café da manhã que a aguarda, e logo agarra uns pães de queijo e pede refrigerante zero – diz que é viciada. Em pouco tempo já se sente em casa: tira a roupa no camarim, uma camiseta branca, jeans e tênis, e veste o roupão para começarmos a maquiagem e nossa entrevista. O dia vai ser curto. É que não foi nada fácil marcar a data do ensaio: foram dezenas de trocas de mensagens pelo WhatsApp com a assessora até que finalmente ela topou sair do Rio num domingo, único dia de folga que tem – as gravações de Segundo Sol, nova novela das 9 da Globo, estão superintensas. Temos poucas horas. O motivo? A família, monotema da atriz há algum tempo. Deborah só sabe falar do marido, Hugo Moura, e está igualzinha àquelas mães coruja que ficam mostrando vídeos dos filhos no celular. Nada mais natural: está apaixonadíssima por Hugo e por Maria Flor, de 2 anos, uma fofa – basta dar uma olhada no Instagram para comprovar. “Ouso dizer que nasci para ser mãe”, diz ela, que emenda: “Amo trocar fralda, dar banho, estar junto. Tenho ajudante só quando não estou em casa.” A partir daí, o papo dá um salto e ganha proporções típicas da nossa estrela, que adora dizer o que pensa, sem filtro. “Fiquei oito meses sem babá quando Maria nasceu. Cansei de largar o trabalho no meio para dar banho. Brasileiro tem uma cultura errada, né? Faz uma escravidão disfarçada.” Deborah é assim: vira e mexe faz barulho. Ano passado, por exemplo, estremeceu a internet ao afirmar ter traído todos os ex-namorados. “Não dou entrevista em entrelinhas, tudo o que me perguntam, eu digo com toda franqueza”, afirma. Sobre esse assunto, até hoje parece precisar dar explicações. Foi assim com a gente: “Não sou nada bela, recatada e do lar, saca? E não tenho para quem fazer esse personagem de mulher perfeita. Meu marido ouviu da minha boca todos os meus erros e, por eu ser uma pessoa sem muitos pudores, lido muito bem com isso e gosto de mostrar que ‘cara, fica tranquilo com as suas verdades, não se culpe tanto. Eu fiz também’. Isso dá uma aliviada nessa cobrança de perfeição. É bom chegar uma mulher de verdade e mandar na lata: ‘Eu traí mesmo e errei. Saca?’”. Sacamos! E não se fala mais no assunto.

Cara metade

Impossível mesmo é não falar do assunto mais repetido durante todo o nosso papo: Hugo Moura – é de se perder as contas quantas vezes ela diz “meu marido”. Onze anos mais novo, o ator, que estreia agora na TV em uma pequena participação na mesma novela da mulher, está fazendo uma revolução na maneira como ela encara a vida. É dele todo esse discurso zen: ninguém é melhor que ninguém, é preciso dar menos valor ao dinheiro e só se deve levantar uma bandeira publicamente quando também é assim entre quatro paredes etc. e tal. “Parece que para ser capa de revista hoje tem de ser militante de alguma coisa. Para que bradar sobre o feminismo quando se tem uma mulher te servindo em casa?”, diz ela, que alfineta: “Tá lá dizendo que sofre preconceito, mas tá linda, deusa, maravilhosa. ‘Sou livre para ser como eu sou’, e vira a página e aparece ‘emagreça 12 quilos’! Ah, vai se f*. Preconceito quem sofre é o pessoal da favela!” Nessa vibe, ela também revela que Hugo está tentando dar um basta num vício antigo da mulher: tratar todas as fotos no aplicativo Facetune antes de publicar no Instagram. “Você não sabe o esforço que é. Ele sempre falava: ‘Você tá afinando demais!’. Tive de escutar dele que era grave o que eu estava ajudando a construir. Mas agora estou limpa! Há dois meses não mudo nada!”, brinca. Difícil é saber o porquê disso... “Sou doente com esse negócio de emagrecer. Tento me curar todos os dias. Engordo um quilo e fico deprimida”, revela. “Passei a vida inteira tomando remédio – e ainda tomo! Fui massacrada mesmo.” E finaliza, com o jeitinho Deborah Secco de ser: “A gente é criada

Tricô Egrey, top Alice Capella, hot pant Gloria Coelho, meia acervo, brinco e anéis Carla Amorim

num país machista e preconceituoso. A magreza e a beleza sempre estão muito associadas ao sucesso e ao fracasso da vida de todo mundo. Como sempre sustentei a minha família, tinha uma necessidade de ser magra e todo mundo me cobrava isso, mais até que a própria Globo.”

Supervilã

O papo está bom, mas é hora de Maurício Nahas entrar em ação. Enquanto ela veste o primeiro look, um body transparente, pulôver de tricô nos ombros e saltos altíssimos, os comentários no camarim vão da saudade do seriado Confissões de Adolescente às loucuras de Darlene na novela Celebridade passando, claro, pela sensual Bruna Surfistinha. “Se estiver passando Bruna na TV, assisto de novo. Adoro!”, diz

a stylist Manu Carvalho. “Teve também Boa Sorte, o trabalho mais rico da minha vida”, complementa Deborah. Para o filme de Carolina Jabor ela chegou a emagrecer 12 quilos. Desta vez, volta à TV no seu primeiro grande papel depois da chegada de Maria Flor. Vai interpretar uma vilã, Karola, ex-prostituta capaz de tudo pelo dinheiro – até se fingir de viúva por 20 anos escondendo o marido. Junto dela na história está o papel de Adriana Esteves, uma cafetina que dá conselhos do que a antagonista deve fazer. A expectativa é grande e há quem diga que vem aí uma “dupla de Carminhas”, menção à inesquecível supervilã de Avenida Brasil. “Cheguei ao estúdio esses dias e me falaram que será a personagem do ano. Ai que medo, isso me dá um pânico.” Difícil engolir essa. Ela sempre arrasa. n

“Não tenho para quem fazer esse personagem de mulher perfeita”

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Arte: Jairo Malta Produção executiva: Ana Elisa Meyer Assistente de beleza: Le Alves Assistente de produção de moda: Liege Kacowicz Simon Assistentes de fotografia: Debora Freitas e Charles Willy Manicure: Rose Luna

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