O LUXO DA VIDA

FERNANDO TORQUATTO

O LUXO

DA VIDA COMUM Aquela viagem dos sonhos e a roupa da moda podem, sim, nos dar prazer, mas o que sempre sobra no fim do dia? As coisas mais simples da vida

POR VICTOR SANTOS

No distante ano de 563 a.C., a base do Himalaia, onde hoje fica o Nepal, foi palco do nascimento de uma criança predestinada a ser imperador da Índia, um menino que rumava a uma vida de semideus. Seu pai, o rei, o criou em um palácio com tudo que podia ofertar como pedras preciosas, banquetes, jardins maravilhosos com lagos, lindas flores, inúmeros criados – um deles deveria segurar um guarda-sol branco para protegê-lo de todas as condições adversas do clima – e até algumas das mais belas dançarinas do reino, tudo à disposição.

Até completar 30 anos, ele vivia nessa bolha pomposa palacial e até divina. Porém, nessa idade, passou a dar breves passeios fora do palácio e é claro que ficou boquiaberto. Diz a lenda que encontrou um doente, um velho e um moribundo e, pela primeira vez, percebera a presença frequente da má sorte, infelicidade e até da desgraça marcando o cotidiano dos seres humanos – um ponto de vista inédito em sua vida, que proporcionou a ele não

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só um sentimento de repulsa, mas também de encanto.

Durante um desses passeios conheceu um homem santo que vivia direcionado ao campo espiritual. Era desprovido de prazeres físicos, uma maneira de sobreviver ao sofrimento humano cotidiano. Ele então fugiu de casa na calada da noite, deixando sua família para trás em busca desse caminho espiritual. Viver a vida dos homens santos o levou a quase morrer de fome, já que sua meta era evitar confortos e prazeres terrenos. No entanto, tais restrições não o fizeram feliz.

Até que um dia parou próximo de um rio e notou uma grama sendo cortada e sentiu empatia por aqueles insetinhos que perdiam seus lares. Teve um momento de epifania, ou nirvana, e chegou à conclusão de que toda a criação está conectada pelo sofrimento. Foi o momento em que Sidarta Gautama se tornou Buda e procurou meios para lidar com o sofrimento humano. Percebeu que nem a extremidade do luxo e nem o outro lado do passar fome o satisfariam: seria necessário encontrar a moderação ou, como propaga o budismo, o “caminho do meio”.

Para Monique Tiezzi den Hartog, coordenadora do núcleo de jovens da Brasil Soka Gakkai International, organização budista presente em vários países do mundo, inclusive no Brasil, “o caminho do meio tem a ver com a ação do ser humano para com outro ser humano, para com uma comunidade e o mundo. Não tem a ver com adotar essa ou aquela ideologia, mas com a sincera ação em prol da felicidade das pessoas e de sua convivência harmoniosa”. É, ainda segundo ela, a expressão do humanismo budista e a chave para enxergarmos uma mudança concreta na sociedade, a qual tanto aspiramos.

A história de Buda não é apenas o conto de um jovem rebelde que abandona a família em uma crise existencial, nem

mesmo uma mensagem contra filosofias espirituais. Toda essa trajetória mostra que o luxo ilimitado não traz felicidade e que não se deve depositar todas as esperanças em algo desconhecido que pode funcionar para uma outra pessoa. Uma história mais que necessária para o século 21, onde há uma multidão de frustrados que não percebem, muitas vezes, seus próprios avanços e os pequenos luxos de uma vida comum. Sobre Buda, Monique acrescenta: “Deixou o palácio onde morava e iniciou uma prática de privação de todos os seus

desejos, incluindo alimento e sono, chegando a condições de saúde extremas. Percebeu que este também não era o caminho correto, então iniciou a prática meditativa determinado a compreender a verdade da existência humana. Isso lhe permitiu despertar para a verdadeira natureza da vida: a eternidade, fonte ilimitada de vitalidade e sabedoria”.

Muitas vezes as atenções estão voltadas para o Instagram de uma pessoa com um estilo de vida majestoso, caipirinhas suando maravilhosamente em piers de madeira com música ao fundo e gente dançando. Enquanto isso, na vida real, o filho pode precisar de ajuda na lição de casa, um amigo pode precisar bater um papo, o cachorro pode precisar de um banho, algum lugar da casa talvez precise ser reorganizado, uma série de momentos “não instagramáveis” que vão proporcionar uma troca afetiva de valor incalculável, que pode ser compartilhada e vai acompanhá-lo até o fim dos dias.

Essa busca pelos luxos de uma vida comum marca presença na rotina de Daniela Morganti, gerente da Cartier no Shopping Cidade Jardim, que procura, acima de tudo, levar um sentimento amoroso para a convivência no trabalho. “Há pouco tempo, tive um dia complicado e encontrei uma amiga para um almoço rápido. Foi uma pequena pausa, mas que me deu muito prazer, porque foi um momento de troca. O lado humano é algo que valorizo muito, tanto com quem trabalha comigo quanto com colegas e clientes, que se tornam grandes amigos”, diz. Além dessa dinâmica, Dani reserva algumas horas do dia com os filhos, que estão no início da vida adulta: “É o que mais prezo na vida e não troco por nada nesse mundo”.

Juliana Bechara Parente, empreendedora e pesquisadora, atualmente focada em sistemas alimentares e mudanças climáticas, é outro exemplo. Ao invés de usar referências externas para guiar suas escolhas cotidianas e enxergá-las como sacrifícios, optou por atitudes como não comer carne e fazer atividade física, pois ambas proporcionam bem-estar, diz ela, que a ajudam a alcançar uma mente mais sã. “Neste momento em que a gente vive, com tanta influência das redes sociais, o mais importante é procurar o que nos faz bem”, diz. Juliana também aprendeu com a vida a ressignificar suas experiências. Viajante inveterada, aprendeu como é especial viajar com o olhar de uma criança: “As coisas mais pequenas tornam-se gigantes e ficam tão legais. Um simples passarinho que pousa ali na cadeira é uma verdadeira descoberta.”

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COM O BRONZE DO VERÃO

Reparou como é maravilhoso quando nossa pele brilha diferente nos dias ensolarados de verão? E já que estamos naquela ansiedade para a chegada da estação mais quente do ano, listamos aqueles achados que garantem efeito imediato do tipo luz do pôr do sol: a linha MAKE B. SUN HIT, novidade de O BOTICÁRIO, repleta de bronzers e iluminadores com efeito bronzeado sem precisar ficar horas no sol. Quer saber mais: O BRONZER SUN HIT MEDIUM TAN é a combinação perfeita de três cores de pós ultrafinos que se adaptam para reproduzir um bronze perfeito e imediato, mesmo longe do sol. O BATOM CUSHION tem óleos nutritivos e poderosos, hidratando e proporcionando um toque elegante de cor e brilho nos lábios. Já o LIP OIL SUN HIT é um hidratante labial com vitamina E e efeito gloss.

Body Bronzer Sun Hit Medium Tan Bronzer Sun Hit Medium Tan

Body Glow Sun Hit Gold

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Lip Oil Sun Hit

Para a maquiagem, o RADIANCE DROPS SUN HIT é um booster iluminado – com partículas de brilho ultrafinas e concentradas – que pode ser usado sozinho, para criar pontos de iluminação e brilho intenso. Dica: misturado à base ou seu hidratante favorito, pode iluminar toda a região. E tem até truque para arrasar na pele que já está bronzeada: o BODY BRONZER SUN HIT MEDIUM TAN, um gel tonalizante que proporciona o efeito da cor do verão, além do BODY GLOW SUN HIT GOLD, um Iluminador corporal com brilho dourado que dá aquele efeito de bronzeado imediato, com acabamento sequinho e aveludado.

EM TEMPO DE NATAL Em tempo para o Natal, O BOTICÁRIO traz outras novidades perfeitas para acertar em cheio nos presentes: as duas novas versões EAU DE PARFUM GOLDEN GARDÊNIA e MUSK & CEDRO, da linha BOTICA 214. O primeiro tem sua fragrância capturada nos jardins da Polinésia Francesa durante os dias mais quentes e ensolarados e traz a sofisticação do âmbar. Já o segundo é uma combinação de cedros com nuances especiais da canela do Laos em contraste com as notas envolventes do musk.

DJ Alok

Shell Santos, Olegário de Sá, Selma de Sá e Jayme Bernardo

Jóia Bergamo

José Ricardo Basiches Romana Novais

Roberta Castellan

Patricia Martinez

Mateus Corradi

Rodrigo Ximenes

FOTOS PAULO FREITAS Rodrigo Marcondes Ferraz, Fernando Forte, Luciana Figaro e Luiz Paulo Andrade

PARTY TIME Com o tema Summer Party, FLORENSE transformou sua nova unidade, na alameda Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo, em uma verdadeira balada no nível de Ibiza, em novembro. O DJ Alok foi o responsável por comandar a pista noite adentro e teve até a companhia da sua amada, Romana Novais. A cenografia ficou por conta do festeiro Renato Aguiar, que deu à loja um clima de verão europeu, com cardápio inusitado e cheio de frutos do mar e direito a um bar de ostras. Quer ver quem foi? +FLORENSE.COM.BR | @FLORENSEOFICIAL

Camila Nunes Carneiro e Luiz Bianchi Renato Aguiar