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ESSE MENINO
O fictício ghosting da troca de e-mails entre o presidente do país e a cúpula de uma indústria farmacêutica catapultaram Esse Menino ao rol de memes da internet com suas sacadas divertidas no viral da “Pifaizer”. O humorista mineiro de 25 anos, que prefere manter seu nome em sigilo, aparece em frente às câmeras em versão exagerada em seu programa de entrevistas EsseMenino.mp3, no Multishow. Mais introvertido e nerdzinho na vida real, ele diz que é nos palcos que se encontra. Excursionar pelo Brasil com seu espetáculo de humor inédito – em fase de finalização do roteiro – e se mudar para São Paulo estão nos planos para 2022.
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POR ANDRÉ ALOI
J.P: O QUE AS PESSOAS NÃO SABEM SOBRE VOCÊ, ALÉM DO NOME?
ESSE MENINO: Meu sonho, quando criança, era ser bailarino e cantor de axé, puxar o trio. Era um apaixonado por Babado Novo.
J.P:O MELHOR DA FAMA?
EM: O público saber que você existe e, quem gosta, acompanhar. Quando faz show, vai lá te ver, quer saber e está interessado. E, também, poder pagar as contas.
J.P:COMO GASTOU O PRIMEIRO DINHEIRO?
EM: Paguei um psiquiatra bom, que estava querendo ir há muito tempo. Já desconfiava que tinha distúrbio de déficit de atenção, mas queria um diagnóstico. Tinha medo de começar a trabalhar demais, me atrapalhar e deixar a galera na mão. Também comprei uma botinha belíssima (risos).
J.P:RIR É O MELHOR REMÉDIO?
EM: Para mim, tem sido. Rir não anula nem faz os problemas irem embora, nem diminui a existência daquela situação, mas faz passar por aquilo de forma mais tranquila ou amortecida.
J.P: O QUE TE FAZ RIR DE NERVOSO?
EM: Paquera… Gosto muito do flerte, aquela coisa da conversa. Mas, quando fica mais pesado, do tipo: ‘Vambora?’, já fico mais agoniado.
J.P: O QUE TE FAZ FICAR “PASSADO”?
EM: No bom sentido, tudo o que aconteceu. Faz seis meses, parece uma vida e muita coisa mudou. Mas, no sentido ruim, todo o resto neste Brasil, que está difícil.
J.P:PARA QUEM ESCREVERIA OUTRO E-MAIL FICTÍCIO?
EM: Para mim mesmo. Naquela semana [do viral], não aproveitei muita coisa. Estava cismado porque já estou na internet há um tempo e tudo o que bomba vem uma onda negativa junto. Estava com aquela síndrome de sabotador: ‘Será que eu mereço?’. “Ah, gata, deita os cabelos e fala com os famosos, vai dar tudo certo”, diria.
J.P: ALGUM FAMOSO TE DEIXOU EM CHOQUE?
EM: Tatá Werneck. Me congelou, pois mandou áudio e vídeo. Foi incrível!
J.P: JÁ DEU OU LEVOU GHOSTING?
EM: Muito nesta vida. Ao mesmo tempo que meu interesse vem ligeiro, eu perco na mesma medida. Mas já levei, também. Ficam elas por elas.
J.P: O QUE A FAMA NÃO TIROU?
EM: Boleto, chega do mesmo jeito… A vontade e o compromisso com a comédia.
J.P: VÍCIO?
EM: Instagram. Agora estou dando uma controlada. Sabe aquela coisa de você desbloquear o celular, abrir e nem saber que entrou?
J.P: UMA INSPIRAÇÃO?
EM: Hebe Camargo. Sempre gostei muito dela, uma comunicadora incrível. Com o programa, fiz uma pesquisa sobre os anos 1970 e acabei vendo muita coisa.
J.P: BEBIDA FAVORITA?
EM: Tem um refrigerante na minha região chamado Mate Cola. O melhor de todos!
J.P: PECADO GASTRONÔMICO?
EM: Colocar ketchup em tudo. Não faço mais porque sei que faz mal. Se deixasse, colocaria até no arroz e feijão.
J.P: COMO GOSTARIA DE SER RECONHECIDO?
EM: Gostaria de ser reconhecido como alguém que escreve. Porque a galera acha que é doidinho, liga a câmera e faz. Mas tem muito estudo por trás.
J.P:UM RECADO PARA O FUTURO?
EM: Aproveita, bicha… As oportunidades que vieram e que virão, mas não deixe de se preparar. Quero voltar a estudar, seja porque não tive oportunidade quando mais novo ou porque parei. Quero estar mais afiado no improviso, escrita e atuação.
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