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MODO DE VIDA

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ALMA POP

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UMA CASA COM MEMÓRIA

Tudo no espaçoso apartamento paulistano da empresária Maria Helena Pessôa de Queiroz – dona de um lifestyle vibrante e uma verve nostálgica – reflete seu temperamento e sua história... com charme e personalidade

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POR CARLA JULIEN STAGNI FOTOS PAULO FREITAS

Não é por acaso que o mote “user doesn’t do boring” – algo como, ‘não seja chato’ – está estampado em uma das entradas do lar de Maria Helena Pessôa de Queiroz e em seu perfil do Instagram. A advogada e empresária carioca, que escolheu São Paulo como moradia há sete anos, procura sempre manter seu astral e energia lá em cima. “Vivo muito intensamente. Todos os dias precisam ser memoráveis. Vou para o escritório a pé ou de bicicleta. Por que só fazer isso quando viajo? Por que não viver como turista na sua própria cidade? Olho e aprecio as coisas no meu entorno, estou sempre atenta a tudo. Trabalho, tenho mil responsabilidades, contas para pagar... mas não abro mão de curtir a vida. Montei um modelo que me permite trabalhar de qualquer lugar do mundo. Essa liberdade é muito importante pra mim.”

Esse lifestyle se reflete em sua casa, leia-se um apartamento com janelões enormes que emolduram as copas das árvores da rua – “por isso digo que moro em uma casa da árvore” – proporcionando uma vista que em nada lembra a caótica capital paulista, com muitos livros, peças de mobiliário assinadas, obras de arte... e o mais importante de tudo, memórias por todos os cantos.

Contadora de histórias de primeira, Maria Helena largou uma bemsucedida carreira na advocacia ao descobrir que gostava mesmo era de lidar com memórias. “Comecei a criar álbuns de fotografias para amigos e acabei montando o MH Studios, que é meu trabalho agora. Gostar de álbuns é coisa de família. Meu pai sempre fazia com nossas fotos. Cresci nesse ambiente nostálgico. Um dia tive um problema no computador e quase perdi dez anos de registros que estavam guardados nele. Decidi que ia imprimir e colocar tudo em álbuns. Só que não encontrava um realmente bonito, que me agradasse. Percebi que era isso que eu queria fazer.” Nostálgica assumida, a ariana com ascendente em

Na página anterior, Maria Helena cercada por sua coleção de livros organizados por cor e, abaixo, Neném, o burrico de barro. À esq., luminária holográfica de Ingo Maurer e, acima, cabeças sicilianas de porcelana

Sagitário – de acordo com a astrologia isso explica muita coisa! – não é do tipo que convoca arquiteto e decorador para montar sua casa. E é fácil notar isso. Há referências pessoais por todos os lados do apê alugado que divide com um casal de amigos: “Tenho ‘roommates’. Divido o apartamento com esses amigos que vivem em Londres. Um dos quartos é deles, para quando vêm para SP, o que é raro. Costumo viajar muito a trabalho e pensei: ‘Não quero manter um apartamento vazio’. Aí eles falaram que precisavam de uma casa no Brasil, mas que iria ficar fechada boa parte do tempo. Deu match. No dia a dia fico sozinha, tudo que tem aqui é meu, com exceção do quarto do casal. E quando eles vêm, é uma farra, a gente se diverte muito”.

No sentido horário, obra de Beatriz Milhazes, quadro com coleção de embalagens de Kit Kat e Maria Helena ao lado de quadro feito por ela com retalhos de couro sobras de seus álbuns

No apartamento, chama a atenção a quantidade de livros organizados por cor, formando um dégradé que faz toda a diferença na decoração. “Antes do sonho da casa própria, tenho o sonho da biblioteca própria. Sou alucinada por livros.” Emoldurar coleções também está entre os talentos de Maria Helena: embalagens de Kit Kat dividem a sala com uma obra de Beatriz Milhazes, inusitadamente pendurada na parte de baixo da parede ao lado do batente da porta de entrada.

Outra coleção que ganha destaque no décor é a de cardápios garimpados em restaurantes mundo afora, devidamente enquadrados e pregados... no teto da cozinha! “Tem tudo a ver

Canto do conforto, com poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, mesinha Herman Miller e luminária Ingo Maurer. À direita, cozinha com cardápios emoldurados e fixados no teto. Abaixo, outra luminária de Ingo Maurer

comigo. Amo comer. Acho que quem tá feliz come.”

Entre as peças assinadas, luminárias de Ingo Maurer, urso feito de “biribinhas” – sim, daquelas de festa junina – de Felipe Barbosa, dupla de poltronas Paulistano de Paulo Mendes da Rocha, poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, e mesinha de Herman Miller. Tudo convivendo em perfeita harmonia com as memórias de Maria Helena e com Neném, o burrico de barro que a empresária trouxe do Piauí e ganhou status de bicho de estimação. n

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