Vivendo as estações de Deus © 2011 de Carlito Paes 2a. Edição: Junho 2011 Todos os direitos reservados por: Editora Inspire Rua Euclides Miragaia, 548 – Centro São José dos Campos-SP – CEP: 12245-820 Tel (12) 3911-2228 – Fax: (12) 3942-9234 www.editorainspire.com.br Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei n° 9.610, de 19/02/1998. Nenhuma parte desta publicação pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico, fotocópia, gravação etc – nem apropriada ou estocada em banco de dados sem a expressa autorização do autor. Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI), salvo indicação em contrário. Coordenação Editorial: Viviane P. Godoy Preparação de Texto: Mariana C. Madaleno Revisão: Cristina Alves Revisão de provas: Livia Scherrer Capa: Marcos Madaleno Diagramação: Sandra Reis Oliveira Impressão: Gráfica EGB P126v
Paes, Carlito Vivendo as estações de Deus. 2 ed. / Carlito Paes. _ São José dos Campos: Inspire, 2011 96 p.: 14x21 cm ISBN 978-85-7706-73-1 1. Igreja 2. Vida Cristã I. Título CDD 270
Dedicatória A todos os líderes e coordenadores de Pequenos Grupos da Primeira Igreja Batista em São José dos Campos. Homens e mulheres, juniores, adolescentes, jovens, adultos e idosos, casais e solteiros, estudantes e trabalhadores; verdadeiros pastores e servos que compartilham comigo o privilégio de pastorear e servir a nossa membresia com tanto amor e comprometimento!
“E nas suas casas partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade… E a cada dia o Senhor juntava ao grupo as pessoas que iam sendo salvas.” (Atos 2.46b-47b – grifo do autor)
“Na estação própria farei descer chuva; haverá chuvas de bênçãos. As árvores do campo produzirão o seu fruto, a terra produzirá a sua safra e as ovelhas estarão seguras na terra.” (Ezequiel 34. 26-27)
Sumário Prefácio..........................................................................................11 Nossa caminhada até aqui e os próximos passos..................15 Introdução....................................................................................21 1. A cultura da fazenda na fábrica...........................................29 2. As quatro estações climáticas do ano.................................39 3. As quatro estações dos pequenos grupos..........................45 4. A aplicação da metáfora das estações.................................49 5. Como ser efetivo em cada estação.......................................53 Conclusão.....................................................................................71 Com a palavra, alguns dos nossos líderes servos..................77 Anexo: Fotos da Festa da Multiplicação.................................95 Bibliografia................................................................................ 101
Prefácio
O
grande desafio da Igreja brasileira hoje pode ser sintetizado na palavra equilíbrio. As igrejas saudáveis, lideradas por pastores sérios e comprometidos com o Reino de Deus, desejam crescer equilibradamente. Todos sonham com uma igreja forte, influente na sociedade e, ao mesmo tempo, relevante na formação espiritual de sua membresia, gerando membros sadios e não meros frequentadores. Diante dessa realidade, é impossível edificar uma igreja saudável apenas com as celebrações comunitárias. A igreja do Senhor, desde sua origem, se reunia nas sinagogas e também nos lares (Atos 5.42). Essa essência dos dois ambientes (celebração no templo e interação uns com os outros nas casas) sempre foi a base para o crescimento equilibrado da igreja cristã. Pessoas vivendo as mutualidades bíblicas no dia a dia e celebrando a Deus em comunidade. Ou seja, uma igreja bíblica e saudável é constituída por pessoas que se relacionam com Deus e com o próximo de maneira intensa e amorosa, gerando interdependência. Somos, entretanto, fortemente influenciados pela cultura circundante e, é claro, admitimos que o caminho mais rápido sempre é muito atraente. Buscamos ferramentas, participamos de treinamentos, queremos o “como”, a “prática”, soluções “mágicas” e “rápidas” e, às vezes, esquecemos que Deus – o perfeito e excelente Deus – criou todas as coisas em perfeito equilíbrio. Essa verdade é indispensável na vida da igreja, que deve desenvolver-se de maneira orgâ-
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nica e natural. Isto inclui processos, fases e etapas que não podem ser “atropeladas”. Toda precipitação gera consequências indesejadas e, tratando-se de uma igreja, tem-se um organismo, um ser vivo, onde, naturalmente, o equilíbrio é fundamental. Neste trabalho, você conhecerá uma estratégia natural e orgânica para gerar saúde para nossos pequenos grupos. Por meio da metáfora das estações do ano, você verá a grandeza, o equilíbrio e o poder sustentador de Deus no mundo. O que seria da natureza e da humanidade se o planeta Terra não girasse ordenadamente em torno do Sol? A vida não seria possível. Na igreja, o crescimento equilibrado acontece por meio de uma comunidade comprometida e poderosa que alcança as pessoas através das celebrações, eventos e ministérios, e que desenvolve simultaneamente um cuidado intencional e personalizado por meio de uma rede organizada de pequenos grupos. O ciclo das estações nos pequenos grupos garantem o pastoreio saudável, a formação espiritual equilibrada e o desenvolvimento natural de pastores e líderes. Por isso, prepare-se para mais uma leitura inspiradora. Nas próximas páginas, você será desafiado a viver e aplicar as estações de Deus em sua vida, ministério e, claro, em seu pequeno grupo. Em nossa comunidade vivemos intensamente as estações cumprindo os propósitos de Deus em cada fase. São dois anos de aplicação desta metáfora com resultados surpreendentes! Em dois anos nossos pequenos grupos multiplicaram de 70 para 250 grupos! Equilíbrio, crescimento, motivação, milagres e saúde em nossa igreja!
Prefácio
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Vivo as páginas deste livro e conheço esse grande e visionário líder, Carlito Paes. Meu pai espiritual, um homem inspirador! Recomendo esta leitura a todos os cristãos e líderes que compreendem o desafio e o privilégio de pastorear a igreja do século XXI com equilíbrio, amor e graça. Paulo Mizoguchi Pastor de Pequenos Grupos da PIB em São José dos Campos
Nossa caminhada até aqui e os próximos passos
A
o iniciar o processo de transição de uma igreja convencional para uma igreja dirigida por Propósitos em 2000, logo percebi que seria indispensável ter uma igreja pastoreada por uma rede viva de pequenos grupos. Eu estava biblicamente persuadido, mas também cheguei a essa conclusão pela análise da realidade: seria impossível pastorear sozinho um rebanho tão grande e crescente, mesmo com boa vontade e disposição. Seria impossível, apenas com a estrutura tradicional de ensino da Escola Bíblica e o pastoreio por meio de um grupo limitado de pastores de tempo integral. Embora esse fosse o modelo popular e tradicional de uma igreja batista, entendi que não era o modelo bíblico. Sendo assim, fixei como alvo (e que aconteceu dois anos depois) iniciar o processo de estabelecimento de pequenos grupos, após oração, estudos, conferências e intercâmbios ministeriais. O primeiro pequeno grupo começou em minha residência, em 2002, tendo como base meus colegas pastores e ministros do colegiado pastoral da igreja. Seis meses depois, liberei e comissionei cada um deles para iniciar o seu próprio pequeno grupo. Foi o que todos fizeram e alguns deles tinham mais que um grupo, inclusive eu. Com o passar do tempo, eles foram se multiplicando pausadamente, porque a igreja, assim como todos nós, estava vivendo uma transição de paradigmas ministeriais.
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Em 2004, realizamos a campanha de 40 Dias de Propósitos: foi como colocar um motor 2.0 em um fusca, ou trocar as hélices de um aviãozinho por um motor a jato! Nessa ocasião, mais do que dobramos o número de pequenos grupos na igreja e implantamos o sistema de vídeo para as ministrações. Foi um grande avanço, todavia ainda faltava algo. Os anos passaram e entramos novamente em uma estabilização. Em 2007, veio a campanha 40 Dias de Comunidade que fortaleceu a visão de que os pequenos grupos devem servir ao próximo, pois juntos somos melhores. Essa campanha levou nossos pequenos grupos a experimentarem um tempo novo e singular de criatividade e amor. Posteriormente, outras campanhas se seguiram, como A Vida que Satisfaz, Um Mês para Viver e novamente os 40 Dias de Propósitos. Todas essas campanhas nos fomentaram e nos fortaleceram, mas ainda nos faltava algo e não sabíamos exatamente o que era. Todas as iniciativas foram positivas e fortaleceram a membresia inserida nos pequenos grupos, reforçando a visão e a necessidade de todos os membros serem participantes da rede de pequenos grupos. Mas Deus tinha muito mais para nossa igreja por meio dessa estratégia bíblica de pastoreio intencional e relacional. Nesse período, a igreja ainda via os pequenos grupos como um ministério da igreja, talvez um ministério “VIP”, mas ainda assim um ministério. Isto é, o pequeno grupo era mais uma opção para quem tivesse o desejo ou sentisse a necessidade de participar, e não a principal ferramenta de maturidade e crescimento sustentável para toda a igreja. Foi em 2008 que conheci meu amigo Pr. Paulo Mazoni, da Igreja Batista Central de Belo Horizonte, um homem
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extraordinário, visionário, empreendedor, apaixonado por Jesus e Sua Igreja, um verdadeiro aficionado por igreja e pessoas. Sua liderança me impactou como poucas vezes outro líder o fez. Conheci sua pessoa e sua igreja. Percebi que ela funcionava muito bem por meio da rede de células, mas tinha um motivo claro e óbvio para isso: a liderança pessoal dele como pastor sênior. Foi aí que “a minha ficha caiu”. Eu ainda não tinha dedicado meu empenho total aos pequenos grupos em nossa igreja. A partir do ano seguinte, em 2009, ajustamos nossa equipe pastoral à nova liderança: aproximamos os ministérios de batismo aos pequenos grupos, trouxemos os líderes de pequenos grupos para mais perto da liderança e dos pastores da igreja, implantamos o sistema de coordenação e estabelecemos nossas noites mensais de celebração, informação e pastoreio de líderes. Participei de todos os encontros realizados no ano de 2009. Durante o ano de 2010, conheci um pouco mais a rede de pequenos grupos da Igreja Batista Central de BH e também a metáfora das estações. Foi amor à primeira vista! Pensei comigo mesmo: “É isto!” Precisávamos de algo natural e orgânico para desenvolver nossa estratégia de pequenos grupos. Adaptamos a ideia ao nosso contexto e estamos em plena fase de implantação para a membresia. Estou persuadido por Deus e pelos resultados de que estamos no caminho certo. Não posso conceber a permanência e o avanço da nossa igreja sem a realidade presente dos pequenos grupos. E digo mais: não consigo ver nenhuma igreja com mais de 30 membros que seja saudável sem a vivência comunitária em pequenos grupos. Toda igreja biblicamente saudável precisa de pequenos grupos saudáveis!
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Continuamos a aprender, ajustar e crescer. Hoje, acreditamos mais do que nunca que estamos no caminho certo, pois estabelecemos o nosso trilho através das estações, bem como em nossa estrutura organizada em membros, líderes aprendizes, líderes, coordenadores, pastores de áreas e pastor sênior. Todos servindo em unidade e trabalhando para o cuidado pastoral do grande rebanho através de pequenos rebanhos. Assim, podemos ter uma mega igreja na grande celebração, sempre atentando ao cuidado intencional e pastoral dirigido aos pequenos grupos de forma natural. Hoje, estou convencido, juntamente com toda a liderança da igreja, de que este é um caminho sem volta e de que a inclusão da membresia via pequenos grupos é o caminho para o estabelecimento de uma igreja saudável. É perceptível a diferença entre um membro que vive a realidade da membresia no pequeno grupo e daquele que ainda se contenta apenas com a sua presença na multidão da celebração. Também estou seguro de que estamos no caminho certo e que o melhor de Deus ainda está por vir! Um dia, verei toda a nossa igreja envolvida em uma imensa rede de pequenos grupos. Quando alguém disser que é membro da nossa igreja, simultânea e certamente pertencerá a um pequeno grupo! E isto acontecerá, é apenas uma questão de tempo. Continuaremos a experimentar a vida plena em Jesus nas celebrações no templo e nas casas, como faziam os primeiros cristãos. Não existe outro melhor modelo, senão o das Escrituras. Diante disto, como não existem barreiras artificiais para nosso crescimento e estagnação, sabemos que o futuro é muito promissor e o que nos espera é um crescimento grande e saudável.
“Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo.” (Atos 5.42 – grifo do autor)
Introdução
V
ocê gosta das estações do ano? Creio que sim. É lógico que você pode ter uma preferência maior por uma ou por outra, mas entende que todas são importantes e que uma depende da outra. Mesmo sendo bem distintas, cumprem juntas um propósito divino maior: ser canal da vida em nosso planeta. Deus gosta das coisas bem ordenadas, sempre no devido lugar. Em sua infinita sabedoria na criação, ele fez tudo ordenadamente. Criou tudo em uma sequência lógica e ordeira. Leia novamente o relato da criação em Gênesis 1.1-31 na Bíblia (sugiro ler o Novo Testamento na Linguagem de Hoje – NTLH). Você confirmará claramente o que estou afirmando. 1. No começo, Deus criou os céus e a terra. 2. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar, e o Espírito de Deus se movia por cima da água. 3. Então Deus disse: — Que haja luz! E a luz começou a existir. 4. Deus viu que a luz era boa e a separou da escuridão. 5. Deus pôs na luz o nome de “dia” e na escuridão pôs o nome de “noite”. A noite passou e veio a manhã. Esse foi o primeiro dia. 6. Então, Deus disse: — Que haja no meio da água uma divisão para separá-la em duas partes! 7. E assim aconteceu. Deus fez uma divisão que separou a água em duas partes: uma parte ficou do lado
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de baixo da divisão e a outra parte ficou do lado de cima. 8. Nessa divisão, Deus pôs o nome de “céu”. A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o segundo dia. 9. Aí, Deus disse: — Que a água que está debaixo do céu se ajunte em um só lugar a fim de que apareça a terra seca! E assim aconteceu. 10. Deus pôs na parte seca o nome de “terra” e nas águas que se haviam ajuntado ele pôs o nome de “mares”. E Deus viu que o que havia feito era bom. 11. Em seguida, ele disse: — Que a terra produza todo tipo de vegetais, isto é, plantas que deem sementes e árvores que deem frutos! E assim aconteceu. 12. A terra produziu todo tipo de vegetais: plantas que dão sementes e árvores que dão frutos. E Deus viu que o que havia feito era bom. 13. A noite passou e veio a manhã. Esse foi o terceiro dia. 14. Então, Deus disse: — Que haja luzes no céu para separar o dia da noite e para marcar os dias, os anos e as estações! 15. Essas luzes brilharão no céu para iluminar a terra. E assim aconteceu. 16. Deus fez as duas grandes luzes: a maior para governar o dia e a menor para governar a noite. E fez também as estrelas. 17. Deus pôs essas luzes no céu para iluminar a terra, 18. Para governar o dia e a noite e para separar a luz da escuridão. E Deus viu que o que havia feito era bom. 19. A noite passou e veio a manhã. Esse foi o quarto dia. 20. Depois, Deus disse: — Que as águas fiquem cheias de
Introdução
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todo tipo de seres vivos, e que na terra haja aves que voem no ar! 21. Assim, Deus criou os grandes monstros do mar, e todas as espécies de seres vivos que em grande quantidade se movem nas águas, e criou também todas as espécies de aves. E Deus viu que o que havia feito era bom. 22. Ele abençoou os seres vivos do mar e disse: — Aumentem muito em número e encham as águas dos mares! E que as aves se multipliquem na terra! 23. A noite passou e veio a manhã. Esse foi o quinto dia. 24. Então, Deus disse: — Que a terra produza todo tipo de animais: domésticos, selvagens e os que se arrastam pelo chão, cada um de acordo com a sua espécie! E assim aconteceu. 25. Deus fez os animais, cada um de acordo com a sua espécie: os animais domésticos, os selvagens e os que se arrastam pelo chão. E Deus viu que o que havia feito era bom. 26. Aí, ele disse: — Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco. Eles terão poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais domésticos e selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo chão. 27. Assim, Deus criou os seres humanos; Ele os criou parecidos com Deus. Ele os criou homem e mulher 28. E os abençoou, dizendo: — Tenham muitos e muitos filhos; espalhem-se por toda a terra e a dominem. E tenham poder sobre os peixes do mar, sobre as aves que voam no ar e sobre os animais que se arrastam pelo chão.
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29. Para vocês se alimentarem, eu lhes dou todas as plantas que produzem sementes e todas as árvores que dão frutos. 30. Mas, para todos os animais selvagens, para as aves e para os animais que se arrastam pelo chão, dou capim e verduras como alimento. E assim aconteceu. 31. E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom. A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o sexto dia. Uau! Deus é tremendo! Maravilhoso! Fantástico! Perfeito em tudo que faz! Vemos claramente nesse relato bíblico que Deus concluiu toda a obra da criação de forma interdependente e sequencial. Embora sendo toda a criação um ato milagroso do poder de Deus, Ele preferiu seguir um processo – de dias ou eras, não importa – o que importa é que Ele o fez e o fez muito bem feito. Por ser o Criador, Deus governa e mantém todas as coisas sob seus cuidados; regula tudo no tempo oportuno e na medida correta. Ele sustenta a Terra em suas mãos de modo que ela não se desvie nem para a direita e nem para a esquerda, porque, se isto acontecesse, nosso planeta viraria uma bola de fogo, aproximando-se do sol, ou uma pedra de gelo, afastando-se dele. Apesar de todos os nossos problemas ambientais, ela permanece no lugar exato onde Deus a colocou para a nossa vida e o nosso prazer. Como está escrito em Ezequiel 34.26-27: “Na estação própria farei descer chuva; haverá chuvas de bênçãos. As árvores do campo produzirão o seu fruto, a terra produzirá a sua safra e as ovelhas estarão seguras na terra”. Deus criou as
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estações do ano para o equilíbrio do planeta, dos seres vivos e em especial do homem, obra-prima da criação! Em perfeito equilíbrio, Deus faz a chuva cair na terra no tempo certo, derramando-a sobre toda a terra e trazendo vida. Quando assistimos aos crescentes e cada vez mais graves desequilíbrios climáticos, que provocam inundações sem controle ou a seca em determinada região, pelo excesso ou pela falta de chuvas, isto não é culpa de Deus, pois Ele fez tudo equilibrado e perfeito, como vimos no relato do Gênesis. O desequilíbrio é, sim, resultado da ação direta e da intervenção inconsequente e pecaminosa do homem que, por ganância, compromete o equilíbrio da natureza. Deus, em sua soberania, envia tanto a chuva f ísica, para que a terra regada produza seu fruto, quanto a chuva de bênçãos para a nossa vida espiritual. Essa é uma metáfora perfeita. Um exemplo claro desse cuidado é quando observamos as quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. Elas são distintas, importantes, têm suas peculiaridades e mostram claramente que a vida na Terra depende de um ciclo equilibrado e interdependente que, quando respeitado, gera saúde para todos os seres vivos do nosso planeta. As estações são fundamentais para o ciclo de vida na Terra. Como vivemos em um país de dimensão continental, o clima varia do tipo tropical ao subtropical e as estações do ano não são tão bem definidas quanto nos países de clima temperado do Hemisfério Norte. As estações acontecem por causa da inclinação do eixo da Terra em relação ao Sol. O movimento do nosso planeta
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em torno do Sol, denominado translação, dura um ano e é o principal responsável pelas mudanças das quatro estações. Se a Terra não fosse inclinada, as estações não existiriam. Todos os dias do ano teriam 12 horas de luz e 12 horas de escuridão e a vida na Terra não teria se desenvolvido como hoje a conhecemos. Deus fez o eixo terrestre inclinado de forma perfeita, girando para que os raios do Sol fossem distribuídos na medida certa e com o ângulo exato que garantissem a vida no planeta. Isso faz parte do plano perfeito de Deus. Se a Terra se afastasse um pouquinho do Sol, congelaria. Se chegasse um pouco mais perto do Sol, viraria uma bola de fogo. Deus conduz o planeta com suas mãos e faz tudo funcionar de forma equilibrada e perfeita. Na Broadway, uma das mais importantes avenidas da ilha de Manhattan, em Nova Iorque, na frente de uma Igreja, na Times Square, existe um telão de LED, mostrando o globo terrestre e a mão de Deus, com as seguintes palavras: Aqui, a Terra está nas mãos de Deus. Em um lugar onde as pessoas estão preocupadas apenas com o entretenimento e o dinheiro, elas se esquecem de que a Terra não se mantém sozinha: existe um Criador que a sustenta em todo seu movimento e em seu ciclo completo. Nós sabemos pelas Escrituras que Deus não apenas fez a Terra, Ele a sustenta, pois é obra de Suas mãos. Ele controla tudo. Mesmo que, por alguns instantes, em função de tantas más notícias sejamos tentados a esquecer ou suspeitar da soberania e do controle divinos, devemos lembrar: Deus cuida e sustenta a Sua criação. As estações do ano e a angulação dos raios solares variam conforme a mudança da posição da Terra em relação ao Sol. Quando o Polo Norte está inclinado para o Sol, o He-
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misfério Norte se aquece ao calor do verão. Seis meses mais tarde, quando a Terra já percorreu metade de sua órbita, o Polo Sul é que está sob maior insolação: é verão na Austrália e faz frio na América do Norte. E assim por diante: a Terra continua seu giro em torno do Sol e nós prosseguimos abençoados por Deus, desfrutando de cada estação que Ele criou para cada um de nós. Os princípios naturais e f ísicos que vislumbramos na perfeição da criação de Deus são, assim, uma metáfora perfeita do processo de crescimento sustentável e saudável de tudo aquilo que é vivo. Por isso, as estações oferecem uma ilustração tão rica quanto ao crescimento espiritual da igreja e de seus membros.
1 A cultura da fazenda na fábrica
Plantação na selva de pedra
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ocê entende o que quero dizer quando falo de cultura da fazenda e cultura da fábrica? Deixe-me explicar melhor: vamos viver a cultura da plantação dentro da selva de pedra! Colocaremos uma vinha na realidade de uma linha de montagem. Até meados do século passado, a maioria da população mundial vivia na região rural. Era uma realidade no Brasil e no mundo. Após o incremento do processo de industrialização e a abertura das grandes rodovias, o povo começou a emigrar para os grandes centros à procura de emprego e estudos. Esse processo foi contínuo durante mais de 50 anos. Como resultado, era muito comum que a sociedade desvalorizasse as pessoas do campo e até tratasse essa forma de vida como algo inferior e subdesenvolvido, pois quem era inteligente, estudado e sofisticado vivia na cidade.
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Essa concepção mudou. Hoje, no início da segunda década do século XXI, em virtude da melhor qualidade de vida nas regiões rurais e nas cidades menores, esse processo começa a se reverter. Sabemos agora que a sabedoria não está relacionada a onde você vive, mas a como você vive. Constatamos que questões ligadas especialmente à segurança e à qualidade de vida estão fazendo com que o povo volte a pensar e até almejar a realidade do campo. Alguns planejam retornar o mais depressa possível (as cidades de interior voltaram a crescer também) e outros desejam permanecer nas cidades, mas querem manter a alma ligada à realidade do campo. Isto mostra que as pessoas que sempre viveram no campo não eram tão ignorantes e desprivilegiadas assim. O grande consumo de alimentos orgânicos é um exemplo disso. Sabemos que os produtos oriundos de fazendas com cultivos livres de agrotóxicos são mais saborosos e saudáveis: alface, cenouras, ovos, frango e morangos... Quanto mais natural, melhor! Além das vantagens cientificamente provadas, vemos que o sabor da fazenda, o cheiro do campo, as mudanças sentidas pelas estações no meio rural fazem bem à alma, ao f ísico e ao espírito. Conversei há pouco tempo com um amigo pastor de Cingapura, Dr. Edmund Chan. Ele vive em uma ilha urbana, um país-cidade. Lá, para que uma criança veja uma vaca, ela precisa ir ao zoológico. Na ocasião, conversamos muito sobre como aquela população também precisa grandemente da cultura da fazenda, mesmo vivendo no meio da metrópole. Para que você entenda que realmente precisamos da cultura da fazenda dentro da fábrica ou da cidade, vou
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Diagramação: Sandra Reis Oliveira Fontes: Myriad Pro / Warnock Pro Gráfica: EGB
Papel Miolo: Lux Cream 70g/m Papel Capa: Cartão 250g/m2 Ano: Junho de 2011