As palavras de Maria

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As palavras de

A bem-aventurada entre as mulheres

Carlito Paes



As palavras de

A bem-aventurada entre as mulheres “Minha alma engrandece ao Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.” Lucas 1.46-47

Carlito Paes


AS PALAVRAS DE MARIA ©2010 de Carlito Paes 1° 1° 2° 3°

Edição: dezembro de 2010 Reimpressão: dezembro de 2010 Edição: janeiro de 2011 Edição: dezembro de 2013

Todos os direitos reservados por: PROPÓSITOS Rua Euclides Miragaia, 548 – Centro São José dos Campos – SP – CEP: 12245-820 Tel: (12) 3911 2228 – Fax: (12) 3942 9234 www.editorainspire.com.br Editora filiada a ASEC – Associação de Editores Cristãos Nenhuma parte desta publicação pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico, fotocópia, gravação, etc. – nem apropriada ou estocada em banco de dados sem a expressa autorização do autor. Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI), salvo indicação em contrário. Editora: Mariana C. Madaleno Coordenação Editorial: Viviane P. Godoy Preparação de Texto: Mariana C. Madaleno Revisão: Vagner Barbosa Capa: Erich Prates e Allan Fernandes Projeto Gráfico: Julio César da Silva Diagramação: Lucas Anacleto P126p

Paes, Carlito As palavras de Maria / Carlito Paes. 3. ed. _ São José dos Campos: Inspire, 2013 84 p. ISBN 978-85-7708-100-4 1.

Maria – mãe de Jesus 2. Cristianismo 3. Bíblia I. Título CDU 27-312.47


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Dedicatória Dedico este livro a todas as mães cristãs, incluindo minha mãe (in memoriam), minha sogra, minha esposa e minhas irmãs de fé, que têm em Maria o maior exemplo de amor materno e submissão incondicional ao Filho de Deus, Jesus Cristo!



Sumário Prefácio........................................................................................... 11 1. Por que escrever sobre Maria?......................................... 17 2. A vida de Maria - Uma perspectiva bíblica.................... 21 3. Palavras sobre Maria............................................................. 29 4. Lições das palavras de Maria............................................. 39 5. A Bíblia e os Dogmas............................................................. 57 6. A grande decisão de Maria................................................. 65 Notas................................................................................................ 77 Bibliografia..................................................................................... 81



Prefácio Algo que constantemente continua me chamando a atenção é o fato de uma personagem com tanta relevância na história da salvação, nos relatos bíblicos, na cultura e tradição cristã tanto oriental quanto ocidental ser alguém, na mesma proporção, tão esquecida pela igreja herdeira da Reforma Protestante do século XVI. A Igreja chamada “evangélica” parece fazer um grande esforço para excluir a figura de Maria, mãe do Senhor, em sua teologia e em sua prática devocional. Raros exemplos são dados a partir desta delicada e importante figura bíblica, raríssimos sermões são pregados a partir de sua vida. Lamentavelmente, os evangélicos quase que se limitam a se defenderem de Maria, numa atitude que considero de pouca sanidade. A bem da verdade, não me recordo de ter escutado sequer uma mensagem vinda de um púlpito evangélico, com exceção de minha própria comunida-

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de, que tivesse Maria como pano de fundo, sua vida como exemplo, suas virtudes como ensino a ser seguido. Por outro lado, reconheço que o ensino sobre esta importante personagem da Bíblia tem sido, de diferentes maneiras, distorcido ao longo dos anos, causando muitos contratempos e entraves ao desenvolvimento de uma teologia mariana saudável. A ótica pela qual observamos a jovem Maria é determinante naquilo que aprenderemos a partir de sua vida. Ainda distante dos seus 20 anos, vivendo em uma pequena aldeia rural da Palestina, se vê grávida e, sem ter um marido, é colocada diante de um dilema e de muita tensão, um verdadeiro fogo cruzado. Sua reação e firmeza durante todo o processo mostram por que ela foi a escolhida para trazer ao mundo o Salvador e chamada de cheia de graça. Quando recebi este material para prefaciar, além de ter me sentido honrado, meu coração se alegrou pelo assunto tratado. O que você tem em mãos é um estudo lúcido, equilibrado e, acima de tudo, aplicável à nossa vida diária. Não se trata de um tratado teológico, mas de um manual de conselhos e exemplos que foram deixados para nós por aquela que é chamada de “muito favorecida”, Maria, mãe de Jesus. Carlito Paes, mais uma vez, sai na frente, segue na vanguarda e presenteia a igreja brasileira com este livro que, sem dúvida alguma, será de muita utilidade sob diversos aspectos, como leitura devocional de todos os cristãos, manual de estudos, suporte para Escola Bíblica e outras atividades de ensino.

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Conheço Carlito há anos. Ele é aquele tipo de pessoa de quem você faz questão de estar junto e com quem você sabe que está sendo abençoado quando desenvolve um relacionamento. Pastor de coração largo e visão acurada, com postura teológica e doutrinária inquestionáveis, detentor de uma ortodoxia bíblica impecável e, ao mesmo tempo, de uma tão sábia flexibilidade cultural, tem sido um exemplo de líder para a igreja no Brasil e alhures, levando sua igreja local e centenas de outras igrejas em todo país a saírem de sua zona de conforto, desafiando-as a mudanças de paradigmas e ao anúncio do Reino de Deus de maneira eficaz. As Palavras de Maria vem para abençoar a igreja brasileira. Espero que a leitura deste texto seja, para você, uma peça importante, preenchendo uma lacuna existente nessa área, esclarecendo dúvidas e mostrando o porquê de ter sido a jovem Maria alguém que foi chamada de cheia de graça e um exemplo de fé a ser seguido.

Rev. Miguel Uchoa Bispo Diocesano da Igreja Anglicana do Brasil – Diocese do Recife (PE)

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Da anunciação do anjo à inesperada gravidez, Na arriscada viagem durante a gestação, no precário lugar do parto, Na vida humilde em família, no difícil ministério de Jesus, Na agonia da Paixão, na alegria da Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, Lá estava ela. Sempre Maria.



1 Por que escrever sobre Maria?

Maria é uma das personagens bíblicas mais comentadas ao longo de toda a história do Cristianismo. Embora tenhamos pouca informação nas Escrituras sobre sua vida, trata-se de uma personagem reverenciada por milhões, venerada por outros e até mesmo adorada por alguns. Mas o que, de fato, sua história tem a ver conosco, passados mais de 2.000 anos de sua existência? É realmente importante falarmos sobre Maria? Qual é a diferença entre ser mãe do Jesus histórico e ser mãe do Filho de Deus? Acredito que a reflexão sobre o papel desta personagem dentro da fé cristã é algo de extrema importância para todos que professam o Cristianismo. Não podemos desprezar a riqueza e o propósito dessa mulher de Deus e sua missão única e singular na história da fé cristã no mundo. Por outro lado, também não devemos atribuir a ela algo que nunca foi seu papel den-

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As palavras de Maria tro das Escrituras. A proposta desta obra não é descaracterizá-la, mas trazer as informações bíblicas para o centro da nossa adoração a Deus. Como ponto de partida, gostaria de reafirmar que Maria é uma personagem bíblica amada pelos cristãos que amam a Deus e o que Ele fez por meio dessa extraordinária mulher, dentro do Seu plano de redenção para o mundo. Infelizmente, há dentro do Cristianismo duas correntes divergentes que tratam de forma desequilibrada a importância e o papel desta personagem. Nenhuma delas é neotestamentária, isto é, baseada na porção bíblica que descreve o período entre o nascimento de Jesus e a consumação total de sua primeira vinda à Terra. A primeira dessas correntes é o fundamentalismo radical. Baseado no fundamentalismo religioso evangélico, destituído de amor, graça e unidade, esse grupo busca apresentar Maria como uma mulher totalmente comum e inexpressiva, como uma forma de rejeição à fé católica. Na raiz dessa abordagem está o receio de que Maria seja mais valorizada do que Jesus. Como resultado, desqualificam-na quase que por completo, o que, particularmente, considero uma atitude de ignorância e religiosidade. No entanto, ainda que algumas pessoas sigam esse caminho, relembro que Jesus é Deus e não há nada maior do que Ele. Jesus não precisa que os cristãos sejam seus procuradores ou advogados. A verdade é que essa refutação intransigente e intolerante muitas vezes afasta o evangelho das pessoas. Jesus sempre foi e sempre será Deus! Ele não precisa da defesa de ninguém. Ao contrário, Ele próprio se defende e é nossa defesa:

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Por que escrever sobre Maria?

Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se porém alguém pecar, temos um intercessor junto ao pai, Jesus Cristo, o Justo. 1 João 2.1

A segunda corrente em relação a Maria é a tradição dogmática sem base bíblica. Baseada na tradição e nos dogmas da Igreja Romana, essa abordagem declara categoricamente Maria como mãe de Deus, mediante a súmula dos concílios e encíclicas papais realizados entre os anos 431 d.C., por Atanásio, até Pio XII, em 1950. Nesse grupo, a figura de Maria é venerada e, como consequência, em muitos casos, é mais solicitada do que o próprio Jesus. Em alguns lugares, já foram feitas pesquisas que mostram que Maria se tornou mais popular entre alguns cristãos que o próprio Cristo. Nesse contexto, lembro que cada cristão deve discernir o que é revelação bíblica e o que é um dogma religioso. É interessante notar que, quanto a Jesus, tudo o que está expresso na Bíblia acerca de Sua vida é suficiente para todas as correntes. No caso de Maria, o mesmo não é verdadeiro. A segunda corrente, por exemplo, afirma que, para entendermos o papel de Maria, é necessário que se considerem paralelamente aos textos da Palavra outros escritos históricos e até livros apócrifos 1, bem como o conteúdo de dogmas e concílios.

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As palavras de Maria Em certa ocasião, li uma sentença que dizia: “O problema é que alguns cristãos colocam Maria demais no Cristianismo e outros colocam Maria de menos.” As palavras nos lembram que o desequilíbrio e os extremismos sempre são problemáticos, em especial quando falamos de fé. A verdade é que o entendimento sobre esse assunto, assim como para todos os outros temas da nossa fé e prática, deve estar firmado unicamente na Bíblia. Nenhuma dessas duas correntes, porém, tem essa centralização. Jesus não veio instituir um grupo de evangélicos fundamentalistas que se elegem como os puritanos da terra e Seus defensores. Jesus certamente não está no meio desse grupo. Todavia, Ele também não nos enviou outro testamento, senão o Novo Testamento, para que seguíssemos e adotássemos como regra de fé e prática. Os extremos, mais uma vez, se apresentam como perigosos. Você não precisa desvalorizar a fé de Maria e também não precisa hipervalorizar a fé em Maria. Nenhum cristão tem uma procuração exclusiva de Cristo para criar uma verdade absoluta e exclusiva sobre sua fé fora do evangelho. Todavia, temos liberdade de fé para acreditar no que quisermos. Daí a contribuição deste livro para a análise de fé de cada seguidor de Jesus Cristo.

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CARLITO PAES

Magnificat – O cântico de Maria “Maria, então, disse: Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Porque olhou para

CARLITO PAES é natural de Macaé (RJ),

(SP). É fundador do Ministério Propósitos – Treinamento & Recursos, fundador da Rede Inspire de Igrejas, que reúne mais de 150 igrejas de todas as denominações no Brasil e fundador da Rede de Igrejas da Cidade, ministério de plantação de novas igrejas da PIB. É conferencista sobre liderança, autor de diversos livros, sendo 12 pela Editora Inspire e 4 pela Editora Vida, entre eles, Igreja Brasileira com Propósitos. É casado com a Pra. Leila Paes, tem 4 filhos e vive em São José dos Campos desde 1997. www.carlitopaes.com.br

Maria é uma das personagens bíblicas mais

AS PALAVRAS DE MARIA

sênior da PIB em São José dos Campos

a humilhação de sua serva. Sim!

As palavras de

Bacharel e Mestre em Teologia. Pastor comentadas ao longo de toda a história do Cristianismo. Trata-se de uma personagem reverenciada por muitos, venerada por outros e até mesmo adorada por alguns. Mas o que, de fato, a sua história tem a ver conosco, passados mais de 2.000 anos de sua existência? É realmente importante falarmos sobre Maria?

Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada. Pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é santo e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem. Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração

A bem-aventurada entre as mulheres

lembrado de sua misericórdia –

conheça mais a respeito dessa extraor-

conforme prometera a nossos pais – em

ISBN 978-85-7708-100-4

favor de Abraão e de sua descendência, para sempre!”

- O que a Bíblia diz sobre sua vida? - Quais foram as suas palavras? - O que podemos aprender com ela?

tronos, e a humildes exaltou. Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo,

Nessa edição atualizada e expandida, dinária mulher:

orgulhoso. Depôs poderosos de seus

Categoria: Cristianismo

Carlito Paes

Lucas 1.46-55 (Bíblia de Jerusalém)


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