Livro são francisco 6a edição

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S u m á r i o Apresentação Nasce Francisco Os leprosos, os mais pobres da sociedade “Vai, Francisco, e reconstrói a minha casa” “Pai nosso que estais no céu” Arauto do grande Rei Anunciador do Evangelho Seu estilo de vida fascina outros jovens Francisco e os irmãos vivem a penitência Convertidos que anunciam a penitência Oração, pobreza, trabalho e alegria Francisco, o adorador do Pai A Ordem dos Frades Menores Francisco, servidor e irmão As criaturas, símbolos do amor divino Os pássaros louvam o Senhor Provando a humildade de frei Masseo Em unidade com a Igreja Pobreza que deixa ricos em desconforto Frei Egídio, a felicidade de um esmoler A espiritualidade de Francisco Irmã Clara de Assis e as Senhoras Pobres

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As Senhoras Pobres e a pobreza

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Francisco e Clara, amizade de Santos Clara de Assis, mãe e adoradora A morte de uma Santa O lobo de Gúbio Francisco, os frades e as missões Francisco diante do sultão do Egito Último encontro com todos os irmãos O Presépio de Gréccio Frei Junípero, o palhaço do Senhor Crucificado com Cristo - os estigmas O cântico do irmão sol A irmã dor continua a acompanhá-lo Recolhido pela irmã Morte, entra na Vida Orações de São Francisco de Assis Louvores a Deus Bênção de São Francisco Exortação ao louvor do Senhor As virtudes que afugentam os vícios Oração diante do crucifixo Bibliografia

FICHA TÉCNICA

encomendas

TEXTO Pe. José Artulino Besen

Missão Jovem Cx. Postal 3211 88010-970 - Florianópolis - SC Fone: (48) 3222.9572 Fax: (48) 3222.9967

Ilustrações Marcelo Duarte EDitoração e arte final Jornal “Missão Jovem” editora “Mundo e Missão” 6ª Edição - 2011

Site: www.missaojovem.com.br E-mail: mj@missaojovem.com.br

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Apresentação alar de Francisco de Assis, nos tempos de hoje, não é fácil, pode até parecer para muita gente, tempo perdido. No entanto, não é bem assim. O que mais impressiona em Francisco é sua vivência radical da fé. Para ele Deus é tudo: Deus é evidente, é claro, é o amigo, é o Altíssimo, é o Senhor, é a vida. Almá-lo e servilo é fonte de alegria: ignorá-lo é fonte de insatisfação e tristeza. Daí a tão falada alegria franciscana, tão comunicativa e atraente. Perfeitamente universal na prática de sua fé, Francisco supera todas as diferenças, amando a todos como irmãos, não excluindo os maometanos, com os quais, em tempo de guerras das Cruzadas, estreita laços de amizade. Isso faz dele um santo ecuménico, admirado e venerado pelos evangélicos, ortodoxos, maometános, budistas, induístas e... Não por nada, o Iº Encontro inter-religioso, em nível mundial, foi organizado por João Paulo II, em 1986, em Assis. Mas será que este homem, maltrapilho, de 800 anos atrás, tem uma mensagem válida também para os nbosso tempos caracterizados pela globalização? São Francisco não estaria mudo diante do capitalismo selvagem que só evidencia o capital, o lucro, a competição, a produtividade e a acumulação? Ao contrário: Quem acaba desorientado, diante dessa nova realidade, não é São Francisco, mas os novos pensadores secularizados, que parecem desconhecer os verdadeiros valores humanos. É evidente a mensagem de São Francisco com relação à lei do mercado, do enriquecimento ilícito, da corrupção degradante. Francisco mostrou-o com a vida. Ele, filho de um grande comerciante da época, viu de perto como o capitalismo selvagem só se interessava pelas pessoas como consumidores, pelo trabalho como mercadoria e pelo dinheiro como fosse um deus. Portanto, nestes tempos de aberrantes injustiças sociais, causadas pelo consumismo dominante, a intuição de São Francisco é extremamente atual e urgente. Na extrema abertura de seu coração para com Deus e os seres humanos, o santo de Assis descobriu a resposta no Evangelho: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteito se vier a perder a sua vida”? (Mc 8,36) Contra tudo e contra todos, nada lhe impedia de viver conforme o Senhor lhe inpirara. Na própria regra de vida, que deixará aos Frades Menores, esta escrito: “Tudo que o Senhor te inspirar, fá-lo, com a graça de Deus e a minha obediência”. E não foram necessários estudos teológicos para chegar a essa conclusão e traduzi-la em vida vivida. Mas será que Francisco, há 800 anos, pensou em alguma solução para os dias de hoje?

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Sim, e mostou-o com a vida: despojou-se de seus bens familiares e fundou três ordens franciscanas sobre esta característica: nada de próprio e contentar-se com o estritamente necessário para a vida individual e comunitária. São Francisco é o modelo humano que continuará vivo durate o próximo milênio, enquanto outros “modelos” passarão deixando uma vaga recordação histórica de quem não deu certo. É isto, e nada mais, que o nosso grande amigo Pe. José Artulino Besen, homem de uma larga visão histórica, quer nos transmitir nesta breve e interessante biografia de São Francisco, considerado o homem de destaque do segundo milênio. Confesso que sua leitura me comoveu profundamente e, mais uma vez, me dei conta do porque o santo de Assis está crescendo rapidamente no concerito e na devoção popular. Tenho certeza de que este livrinho, preparado com esmero pela Equipe do Missão Jovem, ajudará a muitas pessoas em sua caminhada espiritual.

Pe. Paulo De Coppi - PIME jornal Missão Jovem

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H

avia anos que sofria das vistas, doença contraída no Egito em 1219. Sobre seus olhos se acumulavam líquidos e pus, que escorriam dia e noite. A dor não o abandonava. Durante o inverno de 1224, ficou mais de 50 dias sem ver a luz do sol, que lhe feria os olhos. Em março de 1225, visitou Clara em São Damião. Os ratos invadiam sua cela de ramagens, impedindo-o de dormir e de rezar. Suas vistas pioraram muito. Ele pretendia ficar ali numa cela, ou na casa do capelão, mas, cedendo aos pedidos de frei Elias, consentiu em receber tratamento médico. Como a estação é muito fria, o tratamento foi transferido. Altíssimo, onipotente, bom Senhor, Teus são o louvor, a glória, a honra E toda a bênção.

Louvado sejas, meu Senhor, Pela irmã Lua e as Estrelas, Que no céu formaste claras E preciosas e belas.

Só a ti, Altíssimo, são devidos; E homem algum é digno De te mencionar.

Louvado sejas, meu Senhor, Pelo irmão Vento, Pelo ar, ou nublado Ou sereno, e todo o tempo, Pelo qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu Senhor, Com todas as tuas criaturas, Especialmente o senhor irmão Sol, Que clareia o dia E com sua luz nos alumia. E ele é belo e radiante Com grande esplendor: De ti, Altíssimo, é a imagem.

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Louvado sejas, meu Senhor Pela irmã Água, Que é mui útil e humilde E preciosa e casta.

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No mês de abril, ainda em São Damião, Francisco recebeu tratamento, mas não melhorou. Numa revelação, teve a promessa da vida eterna. Lá, quase cego e fora de si de tanta dor e desconforto, em estado febril, sozinho em sua cabana de palha, atormentado pelos ratos que não o deixavam dormir, explode de alegria e louvor ao Criador, e compõe o Cântico do Irmão Sol, canto de amor ao Pai de toda a criação. Depois arranjou uma melodia e o ensinou aos irmãos para que o cantassem. O Cântico do Irmão Sol mostra o desejo alimentado por Francisco, até o fim da vida, de ver o mundo inteiro num estado de exaltação e louvor a Deus. É a mais bela oração depois dos Salmos, e o início da poesia italiana. Louvado sejas, meu Senhor, Pelo irmão Fogo Pelo qual iluminas a noite. Ele é belo e jovial E vigoroso e forte. Louvado sejas, meu Senhor, Por nossa irmã, a mãe Terra, Que nos sustenta e governa, E produz frutos diversos E coloridas flores e ervas. Louvado sejas, meu Senhor, Pelos que perdoam por teu amor, E suportam enfermidades e tribulações.

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Bem-aventurados os que as sustentam em paz, Que por ti, Altíssimo, serão coroados. “Louvado sejas, meu Senhor, Por nossa irmã a Morte corporal, Da qual homem algum pode escapar”. Ai dos que morrerem em pecado mortal! Felizes os que ela achar Conformes à tua santíssima vontade, Porque a morte segunda não lhes fará mal! Louvai e bendizei a meu Senhor, E dai-lhe graças, E servi-o com grande humildade.

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Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

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Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado: Pois é dando, que se recebe, é perdoando, que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.

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