Santa Rita de Cássia

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Padre JosĂŠ Artulino Besen

Santa Rita de CĂĄssia


Santas e profetisas da Idade Média As terras de Cássia, berço de Rita Nascimento de uma Santa Casa e Igreja Mulher, esposa e viúva Rita oferece os filhos a Deus Mulher, viúva e religiosa A santificação pela obediência Tudo pelo Nome de Jesus Rita quer sofrer como Jesus sofreu Paciência no sofrimento A rosa e os figos Os anjos levam Rita ao paraíso Santa Rita de Cássia A mensagem de Santa Rita de Cássia Santa Rita, missionária da paz e da compaixão O milagre eucarístico de Cássia Invocações a Jesus Cristo

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Orações a Santa Rita

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Ladainha de Santa Rita Bênção das rosas para os enfermos Oração de uma esposa Oração de uma mãe Oração de uma viúva Novena de Santa Rita Bibliografia

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Santa Rita de Cássia - 3ª Edição 2ª Reimpressão Texto: Pe. José Artulino Besen

Coordenação Editorial:

Pe. Paulo de Coppi - PIME / Mauri Luiz Heerdt

Capa

Bille Gomes Marinho / Daniel Santos

Ilustrações e fotografias: Extraídas da bibliografia citada (p.38)

Editora Mundo e Missão - 2016

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Santa Rita de Cássia

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Os santos, a aristocracia cristã Nossa época é muito bela para a vida da Igreja: conhecidos nossos estão sendo declarados bem-aventurados e santos. Somente para lembrar: São Padre Pio, Santa Paulina, São João XXIII, São João Paulo II, Irmã Dulce dos Pobres, Madre Teresa de Calcutá, Nhá Chica, Albertina, Paulo VI. De alguns, conhecemos o rosto, a voz, a vida, como que são pessoas tão familiares e queridas, que parecem nossos vizinhos. Nossa época é mais bela ainda para a vida da Igreja porque é um tempo de martírio, de mártires. Homens e mulheres, jovens e crianças dão a vida para continuarem a professar a fé em Cristo. Na Ásia, no Oriente Médio, na África e América latina, bispos, padres, religiosas e leigos derramam o sangue em defesa da fé e da vida dos filhos de Deus. Os Santos, pela sua capacidade de amar e servir, engrandecem o gênero humano. Uma Igreja que não gera santos é estéril, por mais que realize obras. Cristo veio nos fazer imagem e semelhança divina, santos. Antes da Idade Moderna, os homens sonhavam ser nobres, sábios ou santos. O ideal da afirmação humana ia além dos limites do dia a dia. Os pobres, homens e mulheres, crianças e jovens, buscavam a perfeição aos olhos de Deus. Reis e rainhas, príncipes e princesas, não se contentavam em fazer parte da aristocracia terrena: queriam ser nobres aos olhos de Deus. O mundo moderno empobreceu o sonho humano: basta ser rico. Ser rico e famoso é o ideal que nos apresenta. Infelizmente, chegamos a esse ponto de pobreza: apenas ser ricos! Se, aos olhos do mundo, isso é suficiente e compensador, o cristão é chamado a sonhar mais alto: buscar a santidade. “Os santos são a aristocracia cristã”, afirmou Paulo VI, agora Bem-aventurado. Sua nobreza consistiu em amar mais o próximo do que a si mesmos, beijar seres feridos, repartir o que possuíam, esquecer-se de si para servir os outros, ter intensa intimidade com Deus, devolver com afeto as ofensas recebidas, eram pessoas arrastadas pelo amor. Eram diferentes dos outros, porque eram mais humanos. Encontramos santos nos palácios reais e nas choupanas, entre ricos e pobres, doutores e analfabetos, crianças e jovens, adultos e velhos, José Artulino Besen

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s primeiros quinhentos anos do segundo milênio foram ricos de presença feminina. Foi tão grande o número de mulheres que passaram a viver como eremitas ou reclusas que o papa decidiu colocá-las sob controle eclesiástico, submetendo-as à jurisdição do bispo e à regra beneditina ou agostiniana. A presença de mulheres santas e profetisas, peregrinando e pregando por campos e cidades, incomodava as autoridades eclesiásticas, cujos abusos e mau comportamento elas denunciavam. Essas mulheres santas e pobres não suportavam o mundo corrompido de homens da Igreja que trocavam o Cristo pobre pelo poder e pela riqueza. Os séculos XIV e XV foram dramáticos para a vida católica. Durante muitos anos os papas, com medo da violência na cidade de Roma, passaram a morar em Avignon, na França. Foi o Cativeiro de Avignon (1309-1377), quando a Igreja parecia perder a universalidade e o papa era chamado de “capelão do rei da França”. O nome lembra os 70 anos do Cativeiro do povo judeu na Babilônia. Novo drama, muito mais doloroso, ocorre em seguida: o Cisma do Ocidente (1378-1417): a Igreja se divide e durante alguns anos teve dois, até três papas. Os católicos não sabiam mais quem era o papa verdadeiro no meio de papas e antipapas. Para se medir o grau da confusão, lembre-se que o sábio e santo Vicente Ferrer apoiava um falso papa. Especialmente neste ambiente brotam essas mulheres corajosas, algumas delas acabando queimadas no fogo da Inquisição, como Santa Joana d’Arc, que organiza e comanda um exército para guerrear contra a Inglaterra. Santa Catarina de Sena, analfabeta, teóloga e Doutora da Igreja, denunciava o abuso que era o papa residir na França e encorajava o medroso pontífice a retornar a Roma: Eia!, Santa Brígida, rainha da Suécia (1303-1374). meu querido papai. Seja homem. Não precisa temer! José Artulino Besen

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Santa Rita de Cássia Rita nasceu em maio do ano 1381, em Cássia, região do centro da Itália. Filha única de Antonio Mancini e Amata Ferri. Rita queria ser religiosa, porém os pais escolheram para ela um esposo, Paolo. Este se demostrou bebedor, mulherengo e afrontador. Ela sofreu em todo o tempo de convívio com ele. Tiveram gêmeos, os quais herdaram o temperamento do pai. Depois de vinte anos de oração seu esposo se converteu. Ele havia se modificado, mas seus antigos amigos e inimigos, não. Uma noite, encontraram-no assassinado. Seus filhos, juraram vingar a morte do pai. Rita rogou ao Senhor que salvasse as almas de seus filhos e que tirasse suas vidas antes que se perdessem para a eternidade. Realmente, ambos padeceram de uma enfermidade fatal. Durante o tempo de enfermidade, a mãe lhes falou docemente de amor e do perdão. Antes de morrer, conseguiram perdoar os assassinos de seu pai, graças aos conselhos da mãe. Depois de viúva e tendo perdido os filhos, foi para um convento agostiniano. Fez seus votos em 1417, e ali passou quarenta anos de consagração a Deus. Ela ensina a todas as pessoas a serem missionárias do lar, da sociedade e da Igreja. A fazerem de sua vida uma missão de fé, de compaixão, de reconciliação, sempre na alegria e na esperança de um mundo melhor, brotado do lado traspassado do Senhor.


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